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Self-service volta ao debate
Fotos: Eliane Cunha
Abertura do painel foi realizada por James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis
Painel promovido pela Fecombustíveis teve como objetivo fomentar a discussão, mostrar os prós e contras, oferecendo subsídio para o revendedor avaliar, tirar dúvidas e tomar a sua decisão
Tema polêmico da revenda, o selfservice foi um dos mais importantes painéis apresentados durante a ExpoPostos & Conveniência para a revenda. O assunto já gerou muita discussão no passado, culminando com a proibição do autosserviço no país pela Lei 9.956/2000. No entanto, atualmente, há um movimento em prol da liberação do sistema.
James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis, atuou como mediador do painel. O evento também contou com a participação de Arthur Villamil, Carlos Eduardo Guimarães Júnior e Rui Cichella, respectivamen-
te consultor jurídico, vice-presidente e diretor da Fecombustíveis.
A proposta de colocar o tema em debate teve como objetivo oferecer informações sobre os aspectos positivos e negativos do autosserviço, para que o revendedor expresse a sua opinião junto ao seu sindicato filiado.
“O objetivo aqui não é que a Federação se posicione favorável ou não ao self-service, mas, sim, dar subsídios para que o revendedor avalie o tema, procure o seu sindicato, converse e participe do debate. A ideia é que os sindicatos filiados formalizem a opinião da revenda para Federação”, disse Thorp.
Do ponto de vista jurídico, Villamil relatou que a Lei 9.956/2000 foi construída em um contexto econômico, político e social distinto do que existe hoje. “As justificativas para aprovação da legislação, à época, foram a preservação de emprego dos frentistas, questões relacionadas ao consumidor com a operação de autosserviço, a contaminação do meio ambiente, pela possibilidade de derramamento de combustíveis, entre outras”.
Mas, não é de hoje que o aumento de preços dos combustíveis e os altos custos fixos da revenda trazem questionamento sobre a possibilidade de liberação do autosserviço. No âmbito do Congresso Nacional já foram apresentados vários projetos de lei na tentativa de permitir o self-service no país, como proposta recente apresentada pelo deputado Kim Kataguiri, que foi rejeitada em novembro de 2021.
Há alguns meses, o tema voltou com mais força, pela aprovação de uma liminar na Justiça favorável ao pedido da rede de postos Mime, que obteve autorização para operar o sistema self-service em Jaraguá do Sul (SC). Entretanto, em maio, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, suspendeu a liminar e ainda não analisou o mérito, de acordo com Villamil.
Os cuidados que a categoria tem que ter ao discutir o tema foram abordados por Villamil, principalmente quando esbarram em questões comerciais sensíveis em relação à concorrência.
Mesmo com a redução substancial de custos em relação à questão trabalhista, Villamil considerou que podem aumentar as ações contra a revenda, pelos consumidores. De acordo com o advogado, o consumidor pode reclamar na Justiça algo que tenha saído errado na hora do abastecimento. “Não vai ser só vantagem com o self-service, as ações com o consumidor deverão ocorrer”, destacou.
Carlos Eduardo Guimarães Jr. e Rui Cichella fizeram ponderações positivas e negativas sobre o sistema de autosserviço nos postos
Guimarães, vice-presidente da Fecombustíveis, disse que atualmente não é nem totalmente contra nem totalmente a favor do self-service. “Nosso papel, hoje, é levantar essas questões e falar sobre as mudanças que estão acontecendo. Se olharmos para o horizonte, o autoatendimento uma hora vai acontecer”, disse. O maior apelo, para boa parte da revenda, é que o sistema self-service seria um alívio aos custos fixos, principalmente com a folha de pagamento dos colaboradores. Guimarães disse, por exemplo, que 52% das despesas de seus postos são com funcionários. Por outro lado, ele apontou que o tempo de abastecimento por um frentista é muito mais rápido em relação ao consumidor comum. “Nos postos que vendem muito com frentistas, o tempo médio de abastecimento é de dois minutos e doze segundos, mas no autosserviço o cliente tem que descer do carro, abastecer e pagar. Isso demanda mais tempo e é provável que algumas revendas tenham redução no volume de vendas”, observou.
Ele ainda destacou que o processo de liberação do self-service depende da revenda. A Fecombustíveis vai se posicionar conforme a vontade da maioria. “A nossa ideia principal é despertar vocês para a discussão do tema, que poderá acontecer mais cedo ou mais tarde, mas nós podemos, sim, acelerar ou não esse processo. Vai ficar mais fácil sem frentista? O que vocês querem? Eu não sei se vai ser melhor ou não”, refletiu.
Defensor do self-service, Rui Cichella, diretor da Fecombustíveis, afirmou que o sistema ajudaria na sobrevivência de postos pequenos e grandes. Segundo ele, o autoatendimento vai tornar o custo mais barato, que será repassado para o consumidor. “O que não podemos é demorar demais para decidir, porque as mudanças estão acontecendo no setor”, comentou.
Cichella defendeu que os postos devem se preparar para o self-service e para
o carro elétrico. “Quero deixar claro que a autorização do self-service não exclui o atual sistema full service, existe a possibilidade de manter os dois sistemas. Quem vai escolher é o revendedor entre ter um ou outro ou, ainda, ter os dois juntos no posto”, complementou.
TODO POSTO TEM TALENTO PARA SER SELF-SERVICE?
“Alguns postos podem ter mais aptidão que outros, mas todos podem começar a se preparar com automação. Se o self-service chegar, tenho certeza que eu vou ter que me adaptar em todos os postos”, disse Guimarães.
Cichella também concorda que o self-service pode valer mais a pena para algumas revendas do que outras e passou um alerta sobre a mudança de sistema e a ampliação da diversificação de serviços no posto. “Temos que nos preparar para o futuro e estamos um pouco atrasados com a loja de conveniência”, destacou.
HÁ FALTA DE MÃO DE OBRA?
De acordo com Cichella, apesar de haver mão de obra barata, na região Sul há uma enorme perda de frentistas para a construção civil. “O melhor modelo será o híbrido e cada revendedor vai analisar o que terá mais aceitação pelo consumidor”.
Tanto a dificuldade de mão de obra, quanto a questão do custo trabalhista pesa para muitos revendedores. “Tem muito posto que não abre no domingo, outros fecham de madrugada por falta de funcionários para trabalhar no horário noturno. Alguns postos que eu tinha 24h acabei mudando o horário e ficam abertos somente até a meia-noite, porque o custo estava alto. Com o self-service, seguramente muitos postos passarão a funcionar 24h”, considerou Guimarães. n
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