31 ISSN 1983-1390
00031
revista comércio & serviços publicação da federação do comércio de bens, serviços e turismo do estado de são paulo
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771983
139001
ANO 22 • Nº 31 • fevereiro/março • 2014
Osc a r Freire Ru a mais f a shion d a c id ade ganha novos inquilinos e se demo c rat iza
Ga l er i a do Rock C & S v isita o templo d a mú sic a e d a diversid ade c ult ural
De dar água na boca Casas especializadas em doces se multiplicam por São Paulo, mas a escassez de mão de obra dificulta expansão
Ao pr eço certo Saiba como c alc ular o valor de vend a de pro dutos e ser v iços
Simples e objetivo Mo delo desaf ia o empreendedor a desenhar o plano de negó c ios em ap ena s uma página
C A RTA AO L EI TOR
Vocação plural O dinamismo e as múltiplas faces do
Capital nacional e estrangeiro tam-
varejo estão retratados nesta edição
bém respondem pelas mudanças em
da C&S, que brinda o leitor com uma
curso na Rua Oscar Freire, tradicional
matéria de capa de dar água na boca
endereço da moda de luxo, que come-
sobre um mercado que é tão crescente
ça a ganhar inquilinos mais populares,
quanto diversificado. Cores e sabores
mas, nem por isso, menos atrativos. O
se espalham pela cidade de São Pau-
endereço está em transformação com
lo em endereços de doçarias que pri-
a abertura de lojas-conceito de diver-
mam pela criatividade e pela especia-
sas marcas nacionais sem perder a
lização. Não existem números oficiais
vocação para o consumo. Prova disso
sobre o tamanho do mercado de doces
é que o movimento de pessoas é cres-
e guloseimas, mas a efervescência
cente e a previsão do mercado é de que
dele pode ser medida pela multiplica-
continue assim por algum tempo, es-
ção de endereços que oferecem bolos,
pecialmente pela chegada de grandes
quindins, balas e afins. São histórias
lojas de departamentos. O maior fluxo
que começam, quase sempre, com
de pessoas deve se refletir na elevação
produção caseira para depois se trans-
dos preços dos aluguéis comerciais, fa-
formarem em negócio, dado o senso
zendo valer uma das máximas da eco-
de empreendedorismo dos brasileiros.
nomia: a lei da oferta e procura.
Em um mercado tão amplo quanto o
A pluralidade do setor de varejo e ser-
de doces, escolher um nicho pode ser
viços está refletida também em sua
estratégico. Visão estratégica também
capacidade de responder às deman-
teve o empresário Sergio Zimerman,
das da sociedade no tocante ao tema
que há 12 anos fundou o Pet Center
sustentabilidade. Duas empresas ven-
Marginal, hoje alçado à liderança do
cedoras do Prêmio Fecomercio de Sus-
varejo de artigos para animais de esti-
tentabilidade, retratadas nesta edi-
mação. Atualmente são 27 lojas espa-
ção, mostram que é possível enxergar
lhadas pelos Estados de São Paulo, do
oportunidades de negócio a partir de
Rio de Janeiro e de Goiás, com planos
materiais descartados. Foi o que fize-
de abrir outras 12 neste ano. O sucesso
ram a Estação Resgate e a Brasil Health
atraiu o interesse de fundos estran-
Service (BHS), que se firmam no mer-
geiros, como o americano Warburg
cado de reciclagem de resíduos sólidos
Pincus, que adquiriu
com a proposta de dar uma destina-
participação na empre-
ção adequada a medicamentos e a
sa e será determinante
materiais da construção civil. É o setor
para a expansão do
fazendo a sua parte para garantir o
negócio.
crescimento sustentado.
Abram Szajman, Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), entidade que administra o Sesc e o Senac no Estado
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo Presidente Abram Szajman Diretor executivo Antonio Carlos Borges
Conselho Editorial Ives Gandra Martins, José Goldemberg, Renato Opice Blum, José Pastore, Adolfo Melito, Marcelo Calado, Paulo Roberto Feldmann, Pedro Guasti, Antonio Carlos Borges, Luciana Fischer, Luis Antonio Flora, Romeu Bueno de Camargo, Fabio Pina e Guilherme Dietze Editora Editor-chefe e jornalista responsável André Rocha MTB 45653/SP Editora Marineide Marques Repórteres André Zara, Enzo Bertolini e Filipe Lopes Editores de arte Clara Voegeli e Demian Russo Chefe de arte Carolina Lusser Designer Kareen Sayuri Assistentes de arte Laís Brevilheri, Paula Seco e Carolina Coura Revisão Flávia Marques Fotos Emiliano Hagge Colaboram nesta edição Paulo Feldmann e Didú Russo Redação Rua Itapeva,26, 11º andar Bela Vista – CEP 01332–000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 3170 1571 Fale com a gente cs@fecomercio.com.br Publicidade Original Brasil – Tel.: (11) 2283-2359 comercioeservicos@originaldobrasil.com.br Impressão Gráfica IBEP
Permitida a transcrição de matéria desde que citada a fonte. Registro Civil de Pessoas Jurídicas, Livro B-3, sob o número 2904. Nota: as declarações consubstanciadas em artigos assinados não são de responsabilidade da FecomercioSP.
ÍNDICE
18
De dar água na boca
Lojas de bolos, balas e quindins se multiplicam por São Paulo, em endereços que primam pela criatividade e pela especialização
8
Sergio Zimerman
Presidente do Grupo Pet Center Marginal detalha os planos de expansão da rede, que incluem a abertura de lojas menores
Ao preço certo
14 Como determinar o valor de venda de
um produto? Especialistas comentam as muitas variáveis envolvidas no cálculo
Simplificando o Simples
26 Paulo Feldmann, do Conselho da
Pequena Empresa, fala das propostas do governo para facilitar a vida do setor
28
Destino certo
Oscar Freire
se transforma com a abertura 46 Endereço de lojas-conceito de marcas nacionais sem perder a vocação para a moda
52
Medidas simples ajudam a reduzir custos e a ganhar eficiência. A orientação é não fazer cortes de forma indiscriminada
Direto ao ponto
de negócios da sua empresa pode 56 Oserplano apresentado em uma única página?
Eis o desafio proposto pelo modelo Canvas
AGENDA
Serviços no Metrô
Empresas vencedoras do Prêmio de Sustentabilidade – Estação Resgate e BHS – dão destinação apropriada a resíduos
6o CULTURAL
Democracia cultural
Russo critica a miopia dos 64 Didú empresários, sem a qual a venda de
32 C&S passa um dia na Galeria do Rock.
MIXLEGAL
39
ECONOMIX
Colou, mudou
42 Adesivos decorativos conquistam
o consumidor pela variedade, pela praticidade e pelo baixo custo
62
Miopia
vinhos poderia ser multiplicada no País
Apesar do nome, o lugar abre espaço para todas as tribos e estilos
38
Mais com menos
Profissões do futuro
65 Tecnologia em marketing
66
Dicas de leitura
Diferentes autores abordam o sucesso a partir de experiências de empresas inovadoras e de executivos arrojados
Acesso à saúde de qualidade para o Empregador do Comércio viver melhor. Só a parceria da FECOMERCIO-SP com a Qualicorp proporciona a você, Empregador do Comércio e sua família, acesso aos melhores planos de saúde por até metade do preço.1
• Rede com os melhores hospitais, laboratórios e médicos do Brasil.² • Livre escolha de prestadores médico-hospitalares com reembolso.³ • Preços e condições especiais de adesão.
Em comparação a produtos similares no mercado de planos de saúde individuais (tabela de janeiro/2014 – Omint). 2 De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora escolhida e do plano contratado. 3 Conforme condições contratuais. A disponibilidade e as características desse benefício especial podem variar conforme a operadora escolhida e o plano contratado. 1
Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras. Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Fevereiro/2014. Amil: ANS nº 326305
Bradesco Saúde: ANS nº 005711
Golden Cross: ANS nº 403911
Omint: ANS nº 359661
SulAmérica:
Qualicorp Adm. de Benefícios: ANS nº 417173
Ligue e confira: De segunda a sexta, das 9 às 21h, e aos sábados, das 10 às 16h.
www.economizecomaqualicorp.com.br.
EN T R E V ISTA
Sergio Zimer m a n,
presidente do Grupo Pet Center Marginal
Por André Zara fotos Emiliano Hagge
Líder no segmento, o Pet Center Marginal explora modelo de lojas menores e acelera expansão nacional
8
2014 • edição 31 • fevereiro / março
Negócio de estimação A
história de sucesso do Pet
po Pet Center Marginal faturou R$ 250
Center Marginal começou com um fra-
milhões, com 27 lojas espalhadas pelos
casso. Em 2001, o comércio atacadista
Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e
do empresário Sergio Zimerman faliu
Goiás, somando 1,3 mil funcionários.
em meio à crise mundial, levando-o a
Em entrevista à C&S, o empresário re-
buscar outra oportunidade de negó-
vela as particularidades do segmento,
cio para recomeçar a carreira. A res-
comenta as tendências e fala sobre as
posta veio do cunhado, que na época
demandas dos consumidores. Além
envasava xampus para cachorro no
disso, Zimerman detalha a recente
quintal de casa. Estava ali um merca-
venda do controle da empresa para
do que ganhava força no País e desper-
o fundo americano Warburg Pincus,
tava a curiosidade do empreendedor.
transação que permitirá a expansão
Após visitar uma loja do ramo, o lucra-
nacional e mais acelerada do grupo. O
tivo segmento pet entrou no foco de
plano é abrir 12 lojas ao longo de 2014,
Zimerman. No ano seguinte, ele abri-
focando nas regiões Sudeste, Sul e
ria a primeira unidade da rede, usando
Centro-Oeste. Zimerman segue no co-
o mesmo espaço do antigo atacado.
mando da companhia ao lado de uma diretoria profissional que está sendo
O negócio prosperou e alcançou a li-
montada com executivos vindos de
derança de mercado. Em 2013, o Gru-
grandes redes varejistas.
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EN T R E V ISTA
Sergio Zimer m a n,
presidente do Grupo Pet Center Marginal
Como surgiu a ideia de investir no mercado pet?
Quais são as perspectivas de crescimento para o setor?
Para o Pet Center Marginal é mais de
Em 1991, abri um atacado de produtos
No ano passado, o faturamento do setor
saindo de São Paulo. A primeira expe-
alimentícios e cosméticos que cresceu
foi estimado em R$ 15 bilhões. Em 2012,
riência foi no fim de 2012 com a loja de
muito em dez anos, chegando a 600
foi algo em torno de R$ 14 bilhões. Não há
Brasília. Sem dúvida, ter uma presença
funcionários e faturamento mensal de
crise, pois o mercado tem algumas pe-
forte no Estado de São Paulo é manda-
R$ 15 milhões. Só que era extremamente
culiaridades. Os animais não param de
tório para quem pretende ser líder na-
alavancado por empréstimos bancários
comer por causa de crise, o que garante
cional no segmento e ainda há muita
e, com a crise mundial de 2001, a taxa
uma demanda fixa. A indústria de aces-
coisa a ser feita no interior.
Selic subiu muito. Eu estava endivida-
sórios, que ainda é muito incipiente no
do e a empresa acabou quebrando. Eu
Brasil, cresce conforme aumenta o grau
precisava recomeçar de alguma forma
de afeto dos clientes pelos animais de es-
e cogitei algumas opções, entre elas
timação. Essas duas razões são impor-
Qual é a participação de produtos e serviços no faturamento?
abrir uma perfumaria ou uma loja de
tantes para explicar por que se trata de
Os produtos representam cerca de 90%
brinquedos, mais fui desaconselhado
um mercado sempre em desenvolvimen-
do nosso faturamento e os serviços,
por especialistas. Na época, um cunha-
to. De qualquer maneira, o crescimento
10%, sendo que a comida dos animais
do envasava xampus para cachorro no
do setor é muito menor do que o nosso.
representa 50% das vendas de produ-
quintal da casa dele e me falou sobre as
Enquanto o setor aumenta cerca de 10%
tos. Esse perfil é muito próximo ao das
possibilidades do mercado pet. Eu con-
ao ano, crescemos em média 35%.
grandes lojas dos Estados Unidos. O res-
tatei um fornecedor, que me indicou a Cobasi como referência. Na época, eles
90%, porque somente agora estamos
tante dos produtos – que tem vendido muito bem – são itens como roupas,
ração para montar o negócio, em agosto
Qual é a estratégia de diferenciação do Pet Center Marginal em relação à concorrência?
de 2002, usando uma das unidades que
A Cobasi é o único concorrente direto que
tinha restado do atacado. Desde então,
temos no formato de megaloja. Nossa
só crescemos. Encerramos 2013 com 27
estratégia de diferenciação é o foco na
lojas – concentradas em São Paulo, Rio de
prestação de serviços. Enquanto parte
Janeiro, Brasília e Goiânia –, 1,3 mil funcio-
dos serviços deles é terceirizada, temos
Como é feita a prospecção de novos produtos? O que é preciso para estar na prateleira do Pet Center Marginal?
nários e faturamento de R$ 250 milhões.
funcionários contratados e toda a rede
Cada vez mais temos uma mentalidade
tinham três grandes lojas nas zonas sul e oeste de São Paulo. Daí surgiu a inspi-
comedouros, camas, brinquedos, coleiras, guias etc.
conta com um padrão único. Também
global em termos de abastecimento.
Como é a competição nesse mercado?
vendemos filhotes e temos lojas que
Queremos ser reconhecidos pelo con-
funcionam 24 horas. Quanto aos pet
sumidor como um lugar de produtos de
É muito pulverizada. As duas únicas
shops de bairro, encaramos mais como
ponta não só brasileiros, mas globais.
grandes redes (Pet Center Marginal e
um complemento, pois a maioria de nos-
Nos últimos dois anos, prospectamos
Cobasi) concentram por volta de 5% do
sos clientes também é consumidor das
mercados no mundo todo, sempre com
mercado. Essa é uma das razões pelas
pequenas lojas. Seria, mais ou menos, a
o intuito de trazer produtos com o me-
quais acredito que exista um potencial
lógica do hipermercado e da loja de vi-
lhor preço ou que não existiam aqui.
muito grande de crescimento: 95% do
zinhança – tipo mercearia – próximos à
Mas essa importação depende muito
mercado está fragmentado. Estima-se
casa do consumidor.
do artigo. Tem produtos que outros paí-
que existam cerca de 40 mil pet shops no Brasil. Nós e a rede concorrente temos
ses compram do Brasil e que não adianta adquirir lá fora. As roupas para cães,
próximos anos é abrirmos uma série de
E qual a importância do Estado de São Paulo nos negócios da empresa?
unidades pelo Brasil para aumentar esse
O Estado de São Paulo representa algo
to mais barato, porém, as roupas são
grau de participação.
em torno de 40% do mercado nacional.
de baixíssima qualidade. E tem outros
cerca de 50 lojas. Por isso, a tendência nos
10
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por exemplo, têm qualidade muito melhor no Brasil do que na China. Lá é mui-
minados brinquedos, com qualidade e preço melhores lá fora.
O que o senhor percebe como tendência no mercado pet brasileiro? Uma tendência muito clara é o do crescimento das megalojas. O consumidor têm preferência por elas porque disponibilizam estacionamento, variedade
“
“
artigos, como guias retráteis ou deter-
Os animais não param de comer por causa de crise, o que garante uma demanda fixa
de produtos e ainda há a possibilidade de levar o cachorro para passear. Com isso, surge mais espaço e oportunidades para produtos que não tinham lugar nas lojas pequenas. Outra tendência muito clara são as rações superpremium, que não são encontradas em supermercados, apenas em pet shops. Elas representam apenas 3% das vendas no mercado brasileiro. Na nossa rede, esses produtos têm participação superior a 50%. A adoção nacional ainda é pequena porque o consumidor acha caro, mas ele refaz as contas quando descobre que a expectativa de vida do bichinho pode aumentar em até 50% e ainda economiza com veterinário. Outro artigo que tem crescido bastante na parte de acessórios são os tapetes higiênicos, que são muito mais práticos para o consumidor se comparados com os tradicionais jornais.
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Sergio Zimer m a n,
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presidente do Grupo Pet Center Marginal
E como está a experiência da primeira loja no modelo express aberta no bairro do Butantã, em São Paulo?
como você lida com elas. Desde 2003, ou
consumidor da loja virtual e o consumidor
seja, um ano após a fundação, criamos
da loja física. São iguais. Por isso, vamos
uma ouvidoria que é independente do
fazer uma série de ajustes para melhorar
SAC. Ela cuida de todas as questões que
a operação e pretendemos ser um player
Ela foi inaugurada em fevereiro de 2013
não são resolvidas pelas vias normais
relevante em vendas por este canal.
e ainda é um modelo em avaliação. Mas,
de atendimento. E isso faz com que, por
claramente, o trânsito nas grandes capi-
exemplo, a gente não tenha reclamações
tais é cada dia mais caótico e temos de
formalizadas no Procon. A ouvidoria não
entender que não podemos abrir uma
usa critério técnico para dizer se o cliente
megaloja em cada bairro. Precisamos
tem ou não razão. O critério é boa-fé. Se
criar formas de a nossa marca estar mais
entendermos que o cliente age de boa-fé,
próxima do consumidor, sem um inves-
mesmo que tecnicamente ele não tenha
Recentemente, um fundo de investimento dos Estados Unidos comprou (por valor não divulgado) parte da empresa. O que essa parceria permitirá em termos de negócios?
timento tão grande. Então, essa mistura
direito, ajudamos. Por outro lado, se en-
Justamente por perceber que nos
de megalojas com lojas menores – as cha-
tendermos que o cliente está agindo de
Estados Unidos as duas maiores redes
madas express –, aliada à conveniência,
má-fé, mesmo que eventualmente tenha
têm perto de 2,3 mil lojas, enxergamos
é uma tendência de mercado, principal-
direito – mas esteja usando seu direito de
um potencial enorme de crescimento
mente nas grandes capitais.
uma maneira desmedida –, preferimos
no Brasil. Mas a possibilidade de conti-
que o Judiciário resolva a questão.
nuarmos crescendo com recursos próprios estava limitada. Fomos procurados
Quem é o público do Pet Center? Nosso cliente pode ser resumido por uma
por mais de 15 fundos de investimentos.
fórmula que leva em conta renda dispo-
E as reclamações nas redes sociais?
nível multiplicada pelo grau de afeto, não
Eu acho que, às vezes, o cliente passa do
nanceiros. Buscávamos um parceiro que
em classe A, B ou C. O consumidor pode
ponto. Para o consumidor, a rede social é
compartilhasse nossos valores de longo
ter uma renda disponível alta, mas se o
boa porque dá um poder que antes não
prazo para o negócio. Assim, o fundo
grau de afeto for baixo, provavelmente
existia. Mas, infelizmente, alguns colo-
Warburg Pincus pareceu ser o que me-
ele comprará produtos no supermer-
cam coisas na rede social antes de ave-
lhor entendia as especificidades do va-
cado. Por outro lado, se tiver uma ren-
riguar a situação ou dar oportunidade
rejo desse segmento. O fundo tem ex-
da disponível menor, mas um grau de
de a empresa se explicar. Quando ele
periência em diversos locais do mundo
afeto muito alto, pode ser nosso cliente,
compartilha um problema, atinge mui-
e isso está totalmente em linha com a
pois estará disposto a investir muito no
ta gente, mas quando tudo é esclarecido,
nossa estratégia, tanto na mentalidade
animal de estimação, mesmo que para
o impacto não chega a 5% das pessoas
global para importações quanto na ques-
isso tenha que cortar despesas pessoais.
que foram alcançadas pelo post anterior.
tão da expansão em território nacional.
Claro que o cliente que gasta mais é aque-
Isso é danoso para a imagem da empresa.
Vamos continuar com esse movimento,
A escolha não se baseou em critérios fi-
le com alta renda disponível e alto grau de afeto, mas a verdade é que precisamos sempre da combinação dos dois fatores. Atualmente, o tíquete médio do nosso consumidor gira em torno de R$ 100.
agora ao lado de um parceiro que nos dá
Qual a visão da empresa para o e-commerce? O que ele representa atualmente nas vendas?
musculatura para crescermos mais rápido. Para isso, estamos montando uma diretoria profissional e trazendo pessoas de outras grandes redes para dar suporte
Começamos com e-commerce há quatro
ao crescimento que teremos nos próxi-
Como o senhor analisa o atual nível de exigência do consumidor?
anos e hoje ele representa 2% das ven-
mos anos. Os planos para 2014 são abrir
das. Até o momento demos pouco foco
12 lojas. Algumas dentro de São Paulo e
às vendas virtuais, por estarmos muito
outras fora do Estado, principalmente no
Está cada vez maior. Obviamente temos
atentos às lojas físicas. Mas, a partir de
Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste. Ainda
reclamações, pois qualquer empresa
2014, vamos tomar uma série de medidas
estamos em negociação e, das 12 previs-
tem. O problema não são as queixas, mas
para que o e-commerce tenha o seu papel
tas, apenas a abertura de uma segunda
dentro da empresa. Para nós não existe o
unidade em Jundiaí está garantida. &
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GE STÃO TEXTO André Zara
gestão
preço certo
% Precificação adequada de produtos e serviços garante a saúde financeira da empresa. Contudo, muitos empresários não conhecem todas as variáveis envolvidas
D
eterminar o preço correto de
que o cliente dá ao produto ou serviço,
produtos ou serviços é fundamental
preço médio cobrado pelos competi-
para a existência de qualquer negó-
dores, descontos por motivos variados,
cio. A conta pode até parecer simples,
entre outros fatores dependentes do
mas muitos empresários não conhe-
segmento de negócio.
cem todas as variáveis envolvidas no cálculo, colocando em risco a sobre-
De início, a orientação é avaliar os cus-
vivência da empresa. Para não cair
tos fixos e variáveis, pois eles incluem
nessa armadilha, confira a seguir a
tudo aquilo que é indispensável para
orientação de especialistas e conheça
a operação. Nessa conta entram im-
a experiência de alguns empresários.
postos, gastos trabalhistas, aluguel, despesas com energia, compra de in-
“A precificação correta é um dos fato-
sumos etc. “Como muitos empresários
res-chave para o lucro. Fazer isso não
não sabem exatamente os custos, é
é tão simples quanto parece, pois não
muito comum calcularem mal”, expli-
basta utilizar a fórmula de custo mais
ca o responsável técnico da consulto-
margem de lucro. Existem diversos fa-
ria Data Custos, Nelson Beltrame. Para
tores a serem analisados que podem
ajudar, a empresa oferece uma calcu-
determinar se um concorrente tem lu-
ladora online que auxilia nas contas e
cratividade maior que o outro”, afirma
pode ser acessada gratuitamente pelo
o presidente da Associação Brasileira
www.custos.com.br.
de Pricing, Ricardo Fernandes. Segundo o especialista, além dos itens tangíveis
O diretor da Moore Stephens Auditores
(custos fixos, variáveis e margem de lu-
e Consultores, Luiz Jung, concorda que
cro) deve se levar em consideração os
os equívocos são rotineiros. “É uma
componentes intangíveis, como o valor
situação comum nas pequenas em-
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GE STÃO
P reço cer to
ços mínimos para cada item, com atualização a cada hora. “A ferramenta é
p r e ç o
R$
dez sites concorrentes, balizando pre-
integrada às principais plataformas do mercado e permite ao pequeno empresário competir melhor”, afirma o CEO da Precifica, Ricardo Ramos. Os especialistas alertam para a complexidade de se precificar serviços, principalmente por aspectos intangíveis como qualidade e cálculo do custo da mão de obra por horas trabalhadas. “É difícil entender o valor de itens como tempo, treinamento e custo de mão de obra. Se o preço for
presas, nas quais os donos não tem
Maurício Galhardo. Para Jung, da
muito acima da concorrência, é pre-
formação para os negócios. Eles des-
Moore Stephens, o preço é o item mais
ciso mostrar que o serviço é melhor,
conhecem os próprios processos, não
importante, pois, segundo ele, o mer-
simplificá-lo ou dividi-lo em partes”,
sabem os custos exatos nem o quanto
cado é quem dita as regras. “É preciso
conta Galhardo. A precificação de ser-
desperdiçam”, explica. Sem noção exa-
saber qual a média cobrada e fazer a
viços também deve considerar uma
ta, os preços acabam superestimados
engenharia reversa para se adequar”,
eventual ociosidade dos colaborado-
ou abaixo dos custos. “Muitos empre-
ressalta. Para isso, muitas vezes será
res. “Ninguém trabalha o período in-
sários não usam a informação que vem
preciso rever as contas e analisar quais
tegral para o qual é contratado e, por
da própria contabilidade. Isso aconte-
custos podem ser cortados. Se não for
isso, é necessário dividir uma parte
ce por desconhecimento ou assesso-
possível, a solução é achar um diferen-
dessa inatividade com o cliente. Mas
ria ruim do contabilista”, diz Jung. O
cial. “As empresas de menor porte não
se perceber que a ociosidade é grande,
especialista ainda lembra um aspecto
devem entrar em guerra de preço, pois
considere diminuir a equipe”, orienta.
pouco considerado: a depreciação dos
sempre vão perder para as grandes. A
equipamentos ou do próprio espaço.
vantagem é a proximidade com o clien-
Relacionamento
Como tudo se desgasta, a precificação
te para oferecer um serviço mais perso-
A relação com o cliente também é im-
precisa levar em conta consertos, ma-
nalizado”, afirma Galhardo, da Praxis.
portante para estabelecer o preço.
nutenções e até reformas.
“Um dos diferenciais mais negligenEm segmentos como o e-commerce é
ciados pelos empresários é a questão
Outro fator importante para a forma-
ainda mais difícil analisar os preços
do relacionamento. As empresas sacri-
ção de preços é o quanto os concor-
da concorrência, que muitas vezes
ficam diariamente as equipes na bus-
rentes estão cobrando por produtos
mudam ao longo do dia. Trata-se de
ca incessante por novos clientes, mas
ou serviços idênticos ou semelhantes.
monitoramento oneroso para as pe-
se esquecem dos que já estão em car-
“Não é possível se descolar do merca-
quenas empresas, mas que pode ser
teira. Conquistar um novo cliente pode
do. Para conseguir vender, é necessá-
contratado de terceiros. A Precifica,
custar entre seis e dez vezes mais para
ria uma boa pesquisa nos preços da
por exemplo, oferece um sistema de
a empresa do que manter um cliente”,
concorrência e nas condições de paga-
monitoramento e alteração automá-
analisa Ricardo Fernandes. Para o es-
mento, comparando também o paco-
tica de preços com base nos valores
pecialista, quanto mais personalizada
te de serviços, que incluem garantias,
dos concorrentes. Os pacotes custam
for a venda, maior será o lucro da orga-
atendimento e prazo de entrega”, ex-
a partir de R$ 500 e permitem moni-
nização. “Exemplo clássico de precifi-
plica o sócio-diretor da Praxis Business,
torar 250 produtos e compará-los com
cação estratégica lucrativa é o das se-
16
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guradoras, que oferecem diferenciais
cio de cabelereiro custa mais do que
A questão é tão importante que o in-
para cada seguro e uma variação ex-
um de sapataria, por exemplo. Além
vestidor Warren Buffet, um dos ho-
pressiva nos preços”, explica. Segundo
disso, clientes novos pagam mais do
mens mais ricos do mundo, afirmou
ele, cobrar um valor padrão para todos
que os antigos, que ganham desconto
em 2011 que classifica as empresas
os clientes certamente é mais prático
pela fidelidade. Assim, conseguimos
pela habilidade de subir preços. “A de-
e fácil, porém, quem trabalha dessa
balancear a equação”, afirma o CEO da
cisão mais importante ao avaliar um
forma desperdiça uma oportunidade
empresa, Fabio Martinelli.
negócio é o poder de precificação. Se
enorme de aumentar o lucro.
você tem a capacidade de subir preO site foi fundado em 2001 e desde
ços sem perder negócios para um
Quem dá o exemplo é a Zupy!, dona de
então a audiência é crescente, o que
competidor, você tem uma empresa
um serviço de classificados online para
permite elevar os preços. “No começo,
muito boa. Mas se você tem dificulda-
pequenas empresas em diversas cida-
o cliente jogava o preço para baixo e
des de subir dez centavos, o negócio
des paulistas. As próprias organizações
tínhamos de aceitar. Mas a conta não
é terrível”, disse. Para Jung, da Moore
cadastram gratuitamente as informa-
fechava. Com o passar do tempo, deci-
Stephens Auditores, é uma questão
ções no site e são visualizadas pelos
dimos não entrar na guerra de preços
de valor percebido pelo consumidor.
consumidores. No entanto, quem qui-
e preferimos ficar com clientes mais
“Existe diferença entre valor e preço.
ser aparecer com mais destaque preci-
rentáveis, abrindo mão de muitos ou-
Isso está relacionado à construção
sa pagar. “A maioria de nossos clientes
tros”, revela Martinelli. Ele acredita
da marca e passa por aspectos como
é micro e pequena empresa. A cobran-
que clientes satisfeitos com o serviço
marketing, confiança e tempo no mer-
ça depende do segmento – um anún-
não reclamam quando há reajustes.
cado. É preciso demostrar que se é melhor que a concorrência”, avalia. A questão é mais complexa com protanto ao fornecedor quanto aos clien-
Nossa estratégia é vender a preços baixos para ganhar mercado
“
“
dutos novos, pois faltam referências
Rodrigo Raduan
Sócio da Toonicado
tes. A Toonicado, empresa de design de São Paulo fundada em 2011, precisou provar seus diferenciais. Ela faz reprodução de imagens em objetos como canecas e almofadas, incluindo serviços personalizados para empresas. Como se trata de uma novidade, o preço foi estimado a partir de valores de agências, preços de freelances e dos próprios custos. “Nossa estratégia é vender a preços baixos para ganhar mercado. Isso é possível porque temos despesas enxutas e somos rápidos na realização dos trabalhos. As contas fecham, pois cobramos pouco em alguns serviços,
Foto: Emiliano Hagge
mas ganhamos em volume”, afirma o sócio da Toonicado, Rodrigo Raduan. A relação com os clientes também é importante. “Para os que reclamam dos preços, argumentamos que eles estão comprando arte”, completa. &
2014 • edição 31 • fevereiro / março
17
C A PA POR Enzo Bertolini ilustraçÃo Elisa Carareto
São Paulo se transforma na terra dos doces gourmet, mas a escassez de mão de obra especializada dificulta expansão
Hora
da sobremesa
C A PA
Hor a d a sobremesa
S
ão Paulo já foi reconhecida como
São Paulo, cuja variedade do doce que
a capital mundial da gastronomia por
dá nome ao empreendimento alcan-
sua ampla variedade de restaurantes.
ça 15 sabores. A loja atrai clientes de
Agora, chegou a vez da sobremesa. Mul-
diferentes partes da cidade e já teve
tiplicam-se pela cidade endereços es-
seus minutos de fama com a visita
pecializados em doces e guloseimas de
da apresentadora Ana Maria Braga.
todas as cores e sabores. Com a receita
Mas a trajetória da proprietária Cátia
da vovó ou o fruto de experiências inter-
Faria já foi bem salgada. Ela come-
nacionais, as histórias começam, qua-
çou vendendo quiches e esfirras para
se sempre, com produção caseira para
sustentar a família, em 2009, após a
depois se transformarem em negócio.
empresa do marido quebrar em meio à crise financeira desencadeada pelo
20
2014 • edição 31 • fevereiro / março
A especialização e a criatividade são
estouro da bolha imobiliária america-
características do mercado. Os dois
na e pela derrocada do banco Lehman
aspectos estão presentes na Bendito
Brothers. “Perdemos tudo da noite
Quindim, empresa da zona leste de
para o dia”, lembra.
Sem um forno adequado para assar
Com R$ 600 mil de investimento ini-
gadora de tendências”, explica o em-
os salgados, Cátia foi incentivada pe-
cial, a empresa se prepara para au-
presário. Ele informa que o mercado
los filhos a fazer quindins, doce que
mentar a linha de produção, elevando
corporativo concentra entre 85% e
era sempre um sucesso nos encon-
em seis vezes a capacidade de fabri-
90% do faturamento e a loja, que fun-
tros familiares. Com o pouco dinheiro
cação. A escolha do ponto para insta-
ciona como showroom, responde pela
que sobrou da venda do apartamen-
lação da loja foi fundamental para a
diferença. O plano para 2014 é abrir
to da família e um empréstimo do
consolidação da marca. “Escolhemos
as primeiras franquias e pontos pró-
pai, ela alugou um pequeno salão no
os Jardins por ser uma região propa-
prios em shoppings.
Tatuapé. Ali nascia a Bendito Quindim, nome sugestivo pelo que o neto trabalho, mas a variedade muda a percepção das pessoas em relação ao doce”, afirma a empresária. Em um mercado tão amplo quanto o de doces, escolher um nicho pode ser estratégico. “A empresa se posiciona como líder e se torna referência por ser a primeira”, explica o consultor do Sebrae-SP, Haroldo Eiji Matsumoto. A especialização também traz vantagens financeiras, pois há ganhos de escala na compra de ingredientes, que são sempre os mesmos. A receita foi seguida à risca pelo sócio da Rock Candy, João Mário Hoff. A empresa nasceu há um ano e meio inspirada em negócio semelhante que o empreendedor conheceu na Austrália. De tanto consumir as balas artesanais supercoloridas veio a ideia de fazer algo parecido noBrasil. Depois que uma pesquisa de campo mostrou não haver concorrentes por aqui, os sócios foram à Inglaterra aprender sobre a fabricação do item antes de abrir a loja, instalada na região do Jardins, zona oeste de São Paulo. “O fato Foto: Emiliano Hagge
de termos algo único nos dá segurança. São 34 sabores de balas e criamos desenhos personalizados que atendem ao mercado corporativo e de festas. Há polivalência no produto.”
“
Escolhemos os Jardins por ser uma região propagadora de tendências João Mário Hoff Sócio da Rock Candy
“
gócio proporcionou à família. “É mui-
C A PA
Uma casa portuguesa com certeza Fundada em 1850 na Vila de Sintra,
Rui Mendes
CEO da Casa Mathilde
em Portugal, a Casa Mathilde tornou-se conhecida pelas deliciosas iguarias que, de tão boas, ganharam o selo real para fornecer à família do rei Dom Fernando II. Mais de 160 anos depois, a empresa desembarcou na antiga colônia para conquistar os brasileiros pelo paladar. O local escolhido foi a Praça Antonio Prado, no Centro Histórico de São Paulo, onde foram investidos R$ 6 milhões para abrir a doçaria, em um ambiente que mistura a arquitetura clássica do prédio com uma decoração moderna, na qual marcam presença os tradicionais azulejos portugueses. “Esperamos que São Paulo seja o ponto de partida da marca para a América Latina”, afirma o CEO da Casa Mathilde, Rui Mendes. Ele conta que o estudo de viabilidade feito pela empresa detectou grande potencial para o mercado de doces em São Paulo, afinal, a cidade possui várias doçarias francesas e italianas, mas nenhuma tipicamente portuguesa. “Identificamos uma lacuna e estamos aqui para nos posicionar”, diz Mendes. A falta de mão de obra especializada foi um dos obstáculos encontrados para o lançamento da Casa Mathilde. Por não encontrar pessoas capacitadas, Mendes preferiu profissionais sem experiência para treiná-los nos padrões da empresa. “Das 30 pessoas que temos, todas foram entrevistadas e escolhidas por mim”, informa. O fato de os produtos da casa serem artesanais contribuiu para a dificuldade. A empresa trouxe de Portugal três mestres confeiteiros para ensinar as técnicas de confecção dos quitutes e treinar o pessoal local.
Foto: Emiliano Hagge
Esperamos que São Paulo seja o ponto de partida da marca para a América Latina
“
“
Hor a d a sobremesa
O gargalo da mão de obra é atestado pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista de Oliveira. Ele estima que para cada dez padeiros, há apenas um confeiteiro no mercado. “Somos absolutamente deficitários. É contundente a necessidade de avançar”. A coordenadora dos cursos de extensão e pós-graduação do Centro Universitário Senac, Zenir Dalla Costa, acrescenta que há até pouco tempo, quem ocupava os cargos nas cozinhas e confeitarias eram pessoas que aprendiam na prática. “Atualmente as técnicas são mais elaboradas e a produção de um doce fino exige conhecimento. Então, a formação é ainda mais desejável e necessária”. A instituição possui 31 cursos em diferentes especialidades de confeitaria, entre eles o Master Class Lenôtre, treinamento profissional intensivo em confeitaria com aulas ministradas por
A matéria-prima é outro ponto que
cialmente a farinha de amêndoa – é
docentes da École Lenôtre de Paris.
precisa ser levado em consideração
cara no Brasil e impacta o preço ao con-
ao investir no setor. Na Casa Mathil-
sumidor. “Infelizmente o público não
O ideal, segundo Matsumoto, consultor
de, por exemplo, os principais ingre-
se dispôs a pagar o que vale”, conta.
do Sebrae-SP, é que o empresário tenha
dientes são farinha e ovo. “A farinha
experiência na área de atuação e conhe-
brasileira é diferente da portuguesa e
Expansão
cimento sobre a preparação do produto
altera o sabor do produto”, diz Men-
Outra iniciativa que tem agradado aos
que vende. “Além de não ficar refém de
des, que pesquisou os diferentes ti-
paladares paulistanos é o éclair, doce
um profissional, o empreendedor reduz
pos oferecidos pelos moinhos locais
francês conhecido popularmente no
os custos com contratação, pelo menos
até encontrar um que não compro-
Brasil como bomba. “Minha ideia foi
no início do negócio”, salienta.
metia o resultado final. Além do sa-
resgatar um doce que tinha se perdi-
bor, houve preocupação quanto ao
do no tempo”, conta a sócia da Faire
Como não existe a profissão de balei-
abastecimento, pois é preciso asse-
La Bombe Patisserie, Mariana Araújo.
ro no País, a Rock Candy buscou espe-
gurar capacidade de fornecimento ao
O produto foi modernizado, ganhou 15
cialistas em outras áreas e orientou
longo de todo o ano.
sabores e tamanhos diferentes. “O re-
os treinamentos para as balas. A em-
torno do público foi interessante des-
presa também oferece programas de
Além da sazonalidade, é importante
estágios em parceria com escolas de
considerar o peso dos ingredientes no
de o início”, conta a empresária.
Gastronomia que tenham cursos de
preço final dos produtos. Matsumoto
Instalada há pouco mais de dois anos
confeiteiros. “Fazemos uma seleção
lembra o exemplo de uma empresária
no bairro de Pinheiros, Mariana ressal-
criteriosa e escolhemos cinco ou seis
de pequeno porte que enfrentou difi-
ta como a região tem se transforma-
estudantes para fazer estágio conos-
culdades na venda de macaron (doce
do em um polo gastronômico. “Estar
co”, relata o sócio da empresa.
francês), pois a matéria-prima – espe-
em uma rua onde há muitos restau-
2014 • edição 31 • fevereiro / março
23
C A PA
Hor a d a sobremesa
História de sucesso Maior rede de franquia de doces do Brasil, com 155 lojas em sete Estados, a Sodiê Doces começou pequena, na cidade de Salto, interior de São Paulo. A história de sucesso da empresa começou em 1997 e é fruto do empenho
cheadas, produtos que incrementaram o car-
de Cleusa Maria da Silva. Ao assumir os clien-
dápio da loja. Os clientes foram aumentando
tes de uma amiga boleira que precisou se au-
e o espaço ficou pequeno. A mudança para
sentar do negócio, Cleusa preparava os bolos
um estabelecimento maior veio na sequência
à noite, dividindo seu tempo entre o trabalho
e, um ano depois, o negócio ganhou a primei-
de doméstica e a cozinha. O aumento no vo-
ra filial – e não parou mais de crescer.
lume de encomendas levou a empreendedora a investir na abertura de uma pequena loja e
A opção pelas franquias se deu pela insistência
a dedicar-se integralmente ao negócio. “Não
de um cliente que todo fim de semana ia até
folguei um único domingo”, lembra.
Salto só para comprar os doces. “Ele me propôs abrir uma loja em São Paulo e foi assim que
24
A grande inspiração veio com o programa
tudo começou”, conta Cleusa. Com 16 anos de
Mais Você, da apresentadora Ana Maria Braga,
vida, a Sodiê Doces planeja terminar o ano com
por meio do qual aprendeu a fazer balas re-
200 unidades, entre próprias e franqueadas.
2014 • edição 31 • fevereiro / março
rantes é ótimo”, diz. O investimento
O apoio de uma assessoria de impren-
Aparecer no programa Mais Você, da
foi de pouco mais de R$ 1 milhão e o
sa no início e a formação de publicitá-
apresentadora Ana Maria Braga, deu vi-
retorno positivo não tem sido apenas
ria ajudou na divulgação da Faire La
sibilidade à Bendito Quindim. O cresci-
dos clientes, mas de investidores em
Bombe Patisserie. “É difícil para uma
mento só não é mais rápido porque Cá-
potencial. “Tenho sido procurada por
pequena empresa investir em comu-
tia Faria prefere a cautela. “Temos uma
pessoas interessadas em franquias da
nicação e em publicidade, daí a impor-
loja parceira na Vila Olímpia há qua-
marca. Ainda estou estudando qual
tância da mídia espontânea. E isso só
se um ano e queremos expandir com
o melhor caminho para expansão, se
acontece pela qualidade do produto
quiosques em shoppings. Já recebi pro-
franquia ou loja própria”, informa.
e pelo atendimento”, afirma Mariana.
postas de franquias, mas ainda não é o duzimos tudo artesanalmente e não
“
“
momento”, acredita a empresária. “Pro-
São 15 diferentes sabores de quindim. A variedade muda a percepção das pessoas em relação ao doce Cátia Faria
Proprietária da Bendito Quindim
queremos perder a qualidade”, reforça. A publicidade paga não foi o caminho adotado pelos empresários de doces consultados pela reportagem de C&S. O principal marketing da Rock Candy está na inovação do produto e no atendimento ao cliente, segundo Hoff. “A gente conseguiu depositar na marca um valor emocional”, assegura. Por acreditar nisso, o boca a boca tem sido a principal forma de publicidade da empresa. A multiplicação das casas especializadas em doces motivou até a criação de um tour gastronômico. “São Paulo tem locais que em nada deixam a desejar em relação ao exterior. Queremos mostrar a gastronomia como real objeto de entretenimento”, diz o sócio da Savor São Paulo, Eduardo Stefanini, que desde 2013 organiza o Sweet Tour por doçarias e confeitarias dos Jardins. Há dois roteiros disponíveis com duração média de 2h30 a 3 horas cada, sempre a pé, às sextas e aos sábados, a partir das 14 horas. Para divulgar o serviço, Stefanini estreita a relação com os hotéis da re-
Foto: Emiliano Hagge
gião. “Queremos expandir para outros bairros e criar outros formatos de tour”, relata. No boca a boca, o mercado cresce, deixando os clientes (literalmente) com água na boca. &
2014 • edição 31 • fevereiro / março
25
A RT IG O POR Paulo Feldmann
Facilitando a vida da pequena empresa brasileira
P
contempladas. Com o Novo Simples, as empresas que faturam acima de R$ 3,6 milhões também são beneficiadas. Pela nova legislação, que integra o Projeto de Lei Complementar 237, em debate na Câmara dos Deputados, a empresa que fatura acima desse valor continua no Simples, mas paga tributo equivalente a grande empresa sobre o valor que exceder esse limite. Com essa medida, acaba uma das grandes limitações para que a pequena empresa possa crescer .
elos dados do Sebrae, as 60 mil
a pequena empresa não morra rapida-
maiores empresas do Brasil – 1% do to-
mente. O primeiro caminho implica fa-
Essas medidas já haviam sido anun-
tal de empresas existentes – são res-
cilitar e estimular a união das peque-
ciadas pelo ministro Afif quando de
ponsáveis por 80% de toda a riqueza
nas, porque só assim elas serão capazes
sua visita à FecomercioSP em novem-
gerada no País. Essa concentração tão
de enfrentar as grandes. O Brasil tem
bro e não resta dúvida de que elas são
intensa de poder e riqueza na mão
optado pelo segundo caminho e é nele
muito importantes e vão aliviar boa
de grandes companhias é inédita no
que se encaixam as medidas anun-
parte das dificuldades hoje enfrenta-
mundo. Isso não ocorre nem mesmo
ciadas para breve pelo ministro-che-
das pelo segmento. Nossa expectativa
na Alemanha, que é um país conheci-
fe da Secretaria da Micro e Pequena
é de que, após a implantação, possa-
do mundialmente pela atuação de gi-
Empresa, Guilherme Afif.
mos entrar em uma nova era, na qual
gantes como Volkswagen, Basf, Bayer,
será dada ênfase a medidas que criem
Siemens etc. Lá, a participação das
Segundo o ministro, é bem provável
condições para que as pequenas en-
grandes empresas não atinge nem
que até o fim deste ano finalmente se
frentem as grandes em pé de igualda-
40% do Produto Interno Bruto (PIB).
consiga abrir uma empresa no Brasil dentro de um prazo razoável – talvez de
O que fazer para atenuar esse predomí-
uma semana ou dez dias e não mais de
nio das grandes e, consequentemente,
cem dias, tal como é hoje. A arma para
aumentar o espaço e a influência da
isso será a internet, pois o Ministério
pequena empresa na geração de ri-
da Pequena Empresa está criando um
queza? Responder a essa pergunta tem
portal por meio do qual será possível
sido o grande desafio do Conselho da
legalizar uma empresa, incluindo a
Pequena Empresa em seus três anos
permissão da prefeitura para exercício
de existência. Para buscar a resposta,
de atividades no endereço indicado; o
consultamos inúmeros empresários e
registro na Junta Comercial; e a inscri-
convidamos vários especialistas brasi-
ção no CNPJ e nos fiscos municipais e
leiros e de fora para discutir. Chegamos
estaduais, alcançando até mesmo as
à conclusão que existem dois caminhos
licenças de funcionamento.
que podem ser trilhados: um é o caminho adotado pela maioria dos países
Outras medidas importantes anun-
europeus, que consiste em dar condi-
ciadas pelo ministro estão ligadas à
ções à pequena empresa para enfren-
universalização do Simples, pois hoje
tar a grande em pé de igualdade; o ou-
existem diversas categorias de micro e
tro caminho é criar condições para que
pequenas empresas que ainda não são
26
2014 • edição 31 • fevereiro / março
de, como é hoje na Alemanha. &
Paulo Feldmann é presidente do Conselho da Pequena Empresa da FecomercioSP
SUST EN TA BIL IDA DE TEXTO Filipe Lopes
Destino certo
Vencedoras do Prêmio Fecomercio
N
o Brasil, 60% dos municípios
de Sustentabilidade, Estação Resgate e BHS se firmam no mercado brasileiro de reciclagem de resíduos
Construção consciente
têm alguma forma de coleta seletiva.
Apenas na cidade de São Paulo, o seg-
Porém, apenas 2% dos resíduos sóli-
mento da construção civil – em fran-
dos urbanos são reciclados e retornam
co crescimento impulsionado pelo au-
à cadeia produtiva. Os dados são da
mento da renda e pela expansão de-
Associação Brasileira de Empresas de
mográfica – gera cerca de dois milhões
Limpeza Pública e Resíduos Especiais
de toneladas de resíduos sólidos por
(Abrelpe), que estima em 62,7 milhões
ano. A Estação Resgate olhou para esse
de toneladas o total de lixo gerado no
volume como um grande negócio e
Brasil em 2012. O volume equivale a
focou as atividades no recebimento,
383,2 quilos por pessoa. Os indicado-
no acondicionamento, na segregação,
res mostram ainda que mais de três
na reciclagem e no beneficiamento de
mil cidades brasileiras depositaram 24
insumos (como brita, areia e pedris-
milhões de toneladas de resíduos em
cos) para reutilização do entulho que,
destinos considerados inadequados. O
transformado, volta à cadeia produti-
volume permitiria encher de lixo 168
va. A ideia foi bem-aceita pelo merca-
estádios do Maracanã.
do. Desde a fundação, em 2009, a empresa já reciclou 830 mil toneladas de
Em meio ao cenário preocupante, as
material de construção.
empresas paulistanas Estação Resgate e Brasil Health Service (BHS) enxerga-
A primeira unidade foi inaugurada
ram oportunidades de negócio na reci-
em São Paulo para atender à deman-
clagem de materiais de construção e de
da local e o plano inicial já contem-
medicamentos, respectivamente. O su-
plava ampliação para outros Estados.
cesso das iniciativas deu às duas o Prê-
Hoje, a empresa está presente em São
mio Fecomercio de Sustentabilidade na
Paulo, em Goiás, em Minas Gerais e
categoria Pequena e Média Empresa, em
em Pernambuco. Com seis unidades
2012 (Estação Resgate) e em 2013 (BHS).
de coleta, recicla em média cinco mil toneladas de material por mês. Segundo o diretor da empresa, Gilberto
“
Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, a ideia é ampliar as parcerias e planejar um modelo de franquia para
O prêmio nos deu visibilidade e prestígio, consolidando a marca e a imagem da empresa Gilberto Meirelles
Diretor da Estação Resgate
“
Foto: Emiliano Hagge
Meirelles, com o reconhecimento do
expansão da marca sem mexer nos R$ 15 mil que recebeu pela premiação. “O prêmio nos deu visibilidade e prestígio, consolidando a marca e a imagem da empresa”, afirma. A Estação Resgate, que atende a 170 clientes – construtoras interessadas no descarte dos resíduos e na com-
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Des t i no cer to
SUST EN TA BIL IDA DE
pra do material beneficiado –, fatura
vaso sanitário e a prática compromete
de lobo”, que impede o acesso ao com-
anualmente R$ 7,2 milhões e se prepa-
quimicamente as águas. As estações
partimento após o descarte.
ra para um salto nos próximos anos.
de tratamento de esgoto não dão con-
“Pretendemos ampliar o número de
ta desse tipo de substância”, ressalta
Com presença física em 12 Estados, a
unidades de seis para 20 até 2016. Três
o presidente da BHS, José Francisco
BHS soma 400 estações coletoras já
unidades estão em fase de análise
Agostini Roxo.
instaladas e prepara a entrada em
para implantação ainda neste ano”, informa Meirelles.
duas das maiores redes de drogarias Nas estações é possível rastrear os
do Brasil. Desde a fundação da empre-
medicamentos coletados, se estes es-
sa, em 2000, já foram recolhidas 64 to-
tiverem na caixa, com código de bar-
neladas de medicamentos. Segundo a
Onde você descarta os medicamen-
ra. Batizadas de Ecomed, as estações
BHS, com a destinação correta de todo
tos vencidos? Pesquisa da Universida-
coletoras dispõem de uma tela LCD,
esse volume, aproximadamente 28 bi-
de Estadual de Campinas (Unicamp)
por meio da qual são dadas instruções
lhões de litros de água foram preser-
mostra que 88,6% dos medicamentos
para o passo a passo do descarte, e um
vados da contaminação.
em desuso vão para o lixo doméstico
leitor de código de barras que registra
e parte deles segue para “lixões” a céu
os medicamentos descartados pela po-
Para o presidente da BHS, a população
aberto. Além disso, o material conta-
pulação. As informações sobre os pro-
precisa se conscientizar dos riscos do
mina rios e aterros sanitários, colo-
dutos são transmitidas à BHS, em tem-
descarte indiscriminado de medica-
cando em risco a saúde da população.
po real, identificadas pelo CNPJ de cada
mentos no meio ambiente. “Mais de
farmácia que comercializou o produto.
80% da população não sabe que jogar
Saúde ambiental
A Brasil Health Service (BHS) percebeu
remédios no esgoto ou no lixo polui as
que, no Brasil, não existia nenhuma
As Ecomed podem receber até 20 quilos
águas, que, muitas vezes, não podem
ação para descarte adequado de medi-
de medicamentos, bulas e embalagens.
ser purificadas”, lembra Roxo.
camentos fora de uso. A empresa criou
O equipamento possui três comparti-
o programa Descarte Consciente, que
mentos internos: um para pomadas
Segundo a BHS, além de as Ecomed
espalhou postos de coleta em farmá-
e comprimidos, outro para líquidos e
contribuírem para a melhoria do meio
cias e drogarias. O material recolhido
sprays e um terceiro para embalagens
ambiente, as estações de coleta tam-
segue para incineração. “O descarte
e bulas. O descarte de medicamentos e
bém aumentam o fluxo de clientes
de medicamentos é feito no lixo ou no
bulas é feito por um sistema tipo “boca
nas drogarias, fidelizam o cliente, for-
4º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade A quarta edição do prêmio chega com novidades. A premiação passou a ser anual e ganhou uma nova categoria: Reportagem Jornalística, que vai premiar as melhores matérias sobre o tema publicadas nos meios de comunicação. A premiação possui ainda outras três categorias: Empresas, Órgãos Públicos e Academia. A categoria Empresas conta com cinco subcategorias, contemplando Microempresas; Pequenas e Médias; Grandes Empresas; Indústrias; e Entidades Empresariais. O corpo de jurados analisará
30
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os projetos sob o ponto de vista de inovação; de relevância para o negócio e para as demais partes interessadas; de amplitude; de resultado; e de nível de atendimento de um ou mais itens dos 16 Princípios do Varejo Responsável, estabelecidos pela Fundação Dom Cabral (FDC). Os vencedores receberão um título de capitalização ou previdência no valor de R$ 15 mil. Mais informações sobre o prêmio no site: www.fecomercio. com.br/sustentabilidade
“
“
O descarte de medicamentos é feito no lixo ou no vaso sanitário e a prática compromete quimicamente as águas José Francisco Agostini Roxo
Presidente da BHS
Política reversa O ano de 2014 tem tudo para ser decisivo para o setor de reciclagem de resíduos no Brasil. Este é o último ano para os municípios se adequarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que pretende, entre outras medidas, acabar com os “lixões”, que serão substituídos
Foto: Emiliano Hagge
pelos aterros sanitários. talecem a imagem institucional das
para divulgar o trabalho da empresa
O comércio pode ser um grande aliado
empresas participantes do projeto e
a clientes e a órgãos do governo. Hoje,
dos municípios por meio da logística
contam pontos para o Índice de Sus-
a companhia atende a 20 clientes e
reversa. Nesse sistema, os estabeleci-
tentabilidade Empresarial (ISE) – fer-
fatura anualmente R$ 3 milhões. “O
mentos comerciais recebem produtos
ramenta para análise comparativa da
prêmio nos deu destaque”, afirma
usados, enviando-os a indústrias es-
performance das empresas listadas
Roxo. Além do recolhimento de medi-
pecializadas que os reciclam ou fazem
na BM&FBovespa sob o ponto de vista
camentos, bulas e caixas, a BHS tam-
o descarte final de forma segura. Para
da sustentabilidade corporativa.
bém pretende coletar outros tipos de
isso, a população deve devolver os arti-
resíduos do setor da saúde, como cha-
gos usados ao comércio e se mobilizar
Depois de levar o 3º Prêmio Fecomer-
pas de raios X, termômetros, agulhas,
para que a parceria prospere, envol-
cio de Sustentabilidade, a BHS inves-
medidores de glicemia e materiais ci-
vendo indústria, comerciantes, consu-
tiu em publicidade e comunicação
rúrgicos descartáveis.
midores e coletores. &
2014 • edição 31 • fevereiro / março
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U M DI A NA ... texto Filipe Lopes
fotos emiliano hagge
... Galeria do Rock
Democracia cultural 32
2014 • edição 31 • fevereiro / março
Com meio século de história, a Galeria do Rock tornou-se um grande polo comercial que reflete a pluralidade da cidade de São Paulo
A
diversidade é a palavra de or-
dem da cinquentona Galeria do Rock. Apesar da alcunha roqueira, o espaço também acolhe os amantes do hip hop, do skate, do gótico e de tantas outras tribos que espalham cores e estilos pelos corredores localizados entre a Rua 24 de Maio e a Avenida São João – coração da região central da cidade de São Paulo. Batizado originalmente como Shopping Grandes Galerias, o lugar virou referência para jovens e adultos à procura de artigos relacionados à música, oferecidos pelas 450 lojas que atraem, em média, 25 mil pessoas por dia durante a semana e 36,5 mil aos sábados. As lojas abrem por volta de 8 horas
da fechada, “namorando” um tênis. Ele
seguro, em contraste com o Centro
da manhã, horário em que potenciais
aproveita a tranquilidade do horário da
Velho da capital, que não inspira mui-
clientes transitam pela galeria a cami-
manhã para escolher com calma, com
ta confiança. A galeria está localizada
nho do trabalho e utilizam os corredo-
planos de voltar no horário do almoço
em uma das regiões mais movimenta-
res como atalho para as ruas vizinhas.
para efetuar a compra.
das de São Paulo, por onde passam mi-
Com boa parte das lojas ainda fechada,
lhares de pessoas dia e noite. Está ins-
o ambiente é preparado para receber
Mesmo com a calmaria, muita gen-
talada próxima ao Teatro Municipal de
os clientes, que chegam em maior fluxo
te já trabalha duro. O contingente de
São Paulo e ao Vale do Anhangabaú,
no horário do almoço. O atendente de
faxineiros e seguranças mostra a pre-
refletindo a pluralidade paulistana
telemarketing, Wellington Silva, olha
ocupação da administração em pro-
com o trânsito de pessoas de todas as
atentamente a vitrine de uma loja, ain-
porcionar um ambiente agradável e
classes sociais, raças e estilos.
2014 • edição 31 • fevereiro / março
33
U M DI A NA ...
Ga ler i a do R oc k
Camisetas com motivos relacionados à música, discos de vinil, CDs e estúdios de tatuagem compõem o colorido das vitrines
vendidos em shopping centers comuns, a exemplo de camisetas com estampas de bandas de rock e outros cantores – como Tim Maia, Bob Marley, Cazuza e Renato Russo –, miniaturas de personagens de filmes e séries de TV e games. Também é encontrada uma infinidade de acessórios como piercings, brincos, colares, pulseiras e braceletes de couro, além dos clássicos discos em vinil e CDs. No último andar comercial do edifício, o ambiente é tomado pelo som das máquinas de costura e das impressoras. No espaço estão instaladas empresas de serigrafia e de confecções de roupas, comércios que remetem aos primeiros Inaugurado em 1963, o edifício tem
tênis, suplemento alimentar, equipa-
lojistas da galeria, que eram alfaiates,
sete andares, divididos por segmentos.
mentos para tatuagem e lanchonetes.
sapateiros e outros prestadores de ser-
No subsolo, os frequentadores encon-
viço. Apesar de o ambiente fugir um
tram lojas especializadas em hip hop,
A despeito da construção antiga do pré-
pouco do universo da música, 90% dos
além de salões de cabelereiros, de ma-
dio, o colorido das lojas e o público jovem
trabalhos realizados ali são destinados
quiagem e de barbearias, também liga-
dão um ar moderno ao lugar, onde tudo
a estampas de camisetas de bandas.
dos ao estilo black. A partir do primeiro
inspira música. Em uma volta pela gale-
andar, a galeria mostra seu DNA demo-
ria é impossível não se distrair com as
Centro de compras...
crático, com a presença de lojas de rou-
vitrines, independentemente da prefe-
Das 12h às 20h30, a galeria “bomba”
pas de variados estilos – rock, punk, gó-
rência musical ou do estilo do visitante.
e o fluxo de pessoas remete a gran-
tico, hardcore, skate e hip hop –, além de
Ali é fácil encontrar artigos que não são
des centros comerciais populares de
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2014 • edição 31 • fevereiro / março
São Paulo, como a Rua 25 de Março e o
galeria tem vários tipos de materiais.
to turístico da cidade. Além disso, um
Mercado Municipal. O público interca-
Minha filha compra anéis e roupas que
acordo com o Google Street View per-
la crianças, jovens e idosos.
fogem do comum”, afirma. Os gastos
mite que todos os andares e corredores
das duas variam de R$ 10 a R$ 100, de-
possam ser explorados virtualmente
Atualmente são 80 lojas dedicadas à
pendendo do artigo escolhido. Adema-
pelos internautas.
música, metade do que havia na dé-
rize e a filha também aproveitam as li-
cada de 1990. A mudança pode ser
quidações que acontecem na galera de
... e de empreendedorismo
explicada pela abertura cultural, que
tempos em tempos.
A Galeria do Rock também inspira em-
atraiu o interesse da clientela para ou-
preendedorismo. Por permitir que as
tros itens de consumo como: roupas,
Ela conta que recomenda a Galeria
lojas não tenham um padrão definido
tatuagens, acessórios, cosméticos e
do Rock para os amigos do interior do
e engessado, o lugar é escolhido por
suplementos alimentares. Hoje, das
Estado. “Quando recebo pessoas que
muitos jovens que buscam se firmar no
450 lojas, 218 estão voltadas a artigos
moram fora de São Paulo, sempre as
mercado e atrair pessoas que se iden-
relacionados ao rock and roll. As de-
trago aqui. Aqui é muito democrático
tifiquem com seus estilos. Aos 16 anos,
mais atendem a tribos variadas.
e agrada todo mundo”, justifica.
Cleide Maia conseguiu um emprego
A diversidade atrai a paulistana Ade
Para atrair turistas, o local firmou par-
pas e calçados. Depois de alguns anos,
mar ize Moreira Farias, que frequenta
ceria com a SPTuris para sinalizar o en-
juntou dinheiro e comprou as instala-
o centro de compras há sete anos. “A
torno e destacar a galeria como pon-
ções. Hoje, ela possui duas unidades na
como balconista em uma loja de rou-
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U M DI A N a ...
Ga ler i a do R oc k
galeria e não pensa em mudar de shop-
colares e espartilhos; além do pessoal
físico do Shopping Grandes Galerias e
ping. “Eu gosto daqui. Você pode se ves-
do teatro, que nos procura bastante. O
ganhou o entorno do prédio. “Se você
tir do jeito que se sente bem e ninguém
público é muito variado”, aponta.
der uma volta pelo Centro Velho vai
te julga. Aprendi a trabalhar aqui e não me vejo em outro lugar”, afirma.
notar que antigos lojistas daqui estão Não há dados oficiais sobre quanto a
presentes nas galerias vizinhas da re-
galeria fatura, mas a disputa pelos
gião e inspiram outras pessoas a mon-
A flexibilidade e a informalidade tam-
pontos indica que a localização vale
tar lojas nos mesmos moldes das nos-
bém fizeram a balconista Luciana
a pena. “Apesar de ser conhecida pela
sas. A galeria não é apenas esse espaço
Aparecida Santos escolher a Galeria
música, a galeria é recheada de mi-
físico”, explica Toninho.
do Rock para trabalhar. Há dois anos
croempresários, que acabam geran-
e meio na loja Profecias, especializa-
do empregos diretos e indiretos de
Apartheid cultural
da em artigos góticos e para rituais,
uma maneira fantástica. As 450 lojas
A Galeria do Rock de hoje – iluminada,
Luciana exalta a diversidade de pú-
do prédio estão ocupadas”, informa o
segura, limpa e com as diversas tribos
blico. “A loja é voltada para o público
síndico Antonio Souza Neto, o Toninho,
convivendo em harmonia – é diferen-
gótico, mas algumas pessoas vêm só
que ocupa o posto há 20 anos. Apesar
te do que se via nos anos 1980, quan-
para conhecer. Tem senhoras que fre-
de não existirem pontos comerciais
do predominavam brigas entre gru-
quentam a loja para comprar batas e
livres para aluguel, ele aponta que a
pos rivais e o tráfico de drogas. Havia
saias; jovens que vêm atrás de brincos,
Galeria do Rock ultrapassou o espaço
uma espécie de “apartheid cultural” que separava as tribos e afastava a freguesia, devido ao clima hostil. O cabelereiro Duza vivenciou a fase obscura do lugar e lembra que existia divisão entre os andares frequentados por negros e brancos. “O pessoal era desunido. O subsolo, por exemplo, era frequentado só por negros. Agora todo mundo tem livre acesso a todas às áreas”, lembra Duza. O cabelereiro dos famosos, como é conhecido por ter clientes como os rappers Mano Brown e Dexter, acompanhou todo esse processo de abertura cultural. “No fim de 1978, na época do black power, pessoas ligadas ao rap e à black music faziam fila no meu salão para arrumar os cabelos. Depois veio o pessoal do hip hop e do skate. Aí que começaram a chegar as lojas e virar essa mistura toda”, conta Duza. Essa pluralidade cultural e a sensação de segurança são fruto da união entre lojistas e síndico. Toninho lembra que o lugar estava abandonado e a segregação partia da própria adminis-
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Síndico do lugar há 20 anos, Toninho busca apoio financeiro para reforma do terraço e para construção de um museu do rock
Reforma geral
água fosse dividida pelo número de
Toninho assumiu a administração em
lojas, de forma que todas pagassem o
1993 e lembra que o prédio, construído
mesmo valor. As medidas reduziram a
tração, que vetava a abertura de lo-
na década de 1960, precisava urgente-
conta mensal para US$ 6 mil.
jas voltadas a outras tribos urbanas.
mente de reformas. As instalações care-
A galeria estampava com frequência
ciam de reparo ou precisavam ser subs-
Mesmo com os bons resultados das re-
as páginas policiais dos jornais da
tituídas. Com inúmeros vazamentos, a
formas, Toninho, os lojistas e frequen-
época, com inúmeras brigas entre
água potável se misturava com o esgoto
tadores ainda “continuam sonhando”.
tribos rivais. “Nossa missão foi que-
e era alta a incidência de doenças entre
No terraço da galeria existe um gran-
brar paradigmas. Antes a galeria não
os funcionários da galeria. Nessa épo-
de espaço que foi parcialmente refor-
era reconhecida como centro cultural
ca, o edifício pagava, somente de conta
mado para a construção de um pal-
e era vista apenas como um espaço
de água, o equivalente a US$ 35 mil por
co para pequenos shows e sessões de
underground frequentado por grupos
mês. Além disso, existiam fios antigos
autógrafos de músicos. Mas o síndico
muito pequenos de tatuados e com
e desencapados, suscetíveis a provocar
tem outros projetos que aguardam
piercings pelo corpo. Esse pessoal não
incêndios. Somadas as demais despe-
apoio financeiro para sair do papel. “A
era visto com bons olhos pela socieda-
sas com limpeza, com segurança, com
ideia é fazer um museu do rock, com
de. Fizemos uma verdadeira revolução
energia elétrica, entre outras, o condo-
personagens do rock and roll mun-
cultural, acabamos com o preconcei-
mínio gastava US$ 50 mil ao mês.
dial, para preservar a história da música neste reduto do segmento, que é
to, acolhemos outras tribos e criamos essa mistura de pessoas de todas as
Depois das reformas estruturais no
a Galeria do Rock. A reforma do espaço
classes sociais e raciais”, diz. Toninho
edifício que garantiram a troca da
precisa de muito investimento e nós
afirma ainda que essa abertura pro-
fiação e do sistema hidráulico, foi fei-
não temos dinheiro para isso. Então,
porcionou respeito entre as tribos,
to um acordo com a Companhia de
buscamos apoio de pessoas e institui-
que passaram a conviver amigavel-
Saneamento Básico do Estado de São
ções para dar esse presente à cidade
mente no mesmo território.
Paulo (Sabesp) para que a conta de
de São Paulo”, projeta Toninho. &
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Confira aqui na C&S os principais destaques das últimas edições do MixLegal Digital e MixLegal Impresso. As publicações têm dicas e informações de natureza jurídica que podem interferir no dia a dia dos negócios
CDC passa por atualização Tramita no Senado um projeto de lei que pretende alterar o Código de Defesa do Consumidor para estabelecer normas específicas de proteção nas compras feitas via internet, além de regras mais rígidas quanto à privacidade dos dados pessoais. A proposta eleva dos atuais sete para 14 dias o prazo para que o consumidor desista de compras feitas via web – a chamada “cláusula de arrependimento”. O texto em tramitação passa a considerar como infração penal o uso das informações pessoais do consumidor sem autorização prévia.
Contrato poderá ser suspenso em caso de crise
PL autoriza auditores a interditar empresas
Fecomercio-SP sugere que projeto seja rejeitado
Empresas em crise poderão suspender os contratos de trabalho dos funcionários caso seja aprovado o Projeto de Lei do Senado (PLS) n° 62/2013, que propõe alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Atualmente está previsto o afastamento por um período de dois a cinco meses, desde que o empresário ofereça cursos de qualificação aos profissionais. A justificativa do projeto é dar uma opção à empresa – em vez da demissão do funcionário – em períodos de dificuldade econômica. A FecomercioSP é contra a proposta, pois transfere o risco da atividade econômica da empresa para o trabalhador.
Tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei que estende aos auditores fiscais do trabalho poder para interditar, embargar e/ou determinar providências a serem adotadas pelas empresas no sentido de prevenir acidentes de trabalho. Hoje, apenas os superintendentes regionais do Trabalho podem interditar obras e instalações em caso de risco aos funcionários. Para a FecomercioSP não há necessidade de mudar a legislação vigente. A entidade acredita que dar poderes aos auditores fiscais do Trabalho não aumenta a eficácia da fiscalização e deixa as empresas mais sujeitas à ação de fiscais mal-intencionados.
A FecomercioSP enviou ofício à Comissão de Legislação Participativa da Câmara Federal pedindo rejeição à proposta do Projeto de Lei n° 6.496/2013, que acaba com a proporcionalidade das férias do trabalhador em função das faltas injustificadas. O projeto prevê que o empregado tenha desconto no salário e não nas férias em relação às faltas não justificadas. No entender da FecomercioSP, além de mais justo – uma vez que premia a assiduidade do empregado –, o regime da proporcionalidade atualmente vigente na CLT está de acordo com as normas da Convenção 132 da Organização Internacional do Trabalho, que trata do direito a férias remuneradas.
Leia essas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições disponíveis no site da FecomercioSP: www.fecomercio.com.br (em Serviços/Publicações)
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Confira aqui na C&S os principais destaques das últimas edições do EconoMix Digital e do EconoMix Impresso. As publicações têm dicas e informações voltadas à melhoria da gestão dos negócios e à compreensão do ambiente macroeconômico
Copa terá moedas comemorativas A partir de março será possível adquirir moedas especiais comemorativas da Copa do Mundo. Ao todo serão nove modelos, sendo um de ouro, dois de prata e seis de cuproníquel (mistura de cobre e níquel). A moeda de ouro fará alusão à Taça da Copa do Mundo da Fifa e ao momento do gol. Uma das moedas de prata apresentará o mascote oficial da Copa e a outra homenageará as 12 cidades-sede da competição. Já as seis moedas de cuproníquel terão a série “Jogadas do Futebol”, com lances típicos do esporte. As moedas poderão ser adquiridas pelo site do Banco do Brasil.
Nova tabela do IR mantém distorção
Alta do IOF atinge saque em moeda estrangeira
Linha branca continua com IPI reduzido
A Receita Federal divulgou a nova tabela do Imposto de Renda Retido na Fonte. Para 2014, os valores das faixas foram corrigidos em 4,5%, ou seja, abaixo da inflação oficial, que foi de 5,9%. Diante dessa “correção”, projeta-se uma defasagem acumulada superior a 60%, o que reduz o contingente de isentos, ampliando-se consequentemente o universo de contribuintes e a carga tributária incidente sobre as demais faixas de rendimentos. Desde meados dos anos 1990, o Fisco federal vale-se sistematicamente desse artifício, que amplia a base de contribuintes e reduz a renda disponível do trabalhador.
Entraram em vigor no fim do ano passado novas alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para saques em moeda estrangeira, para uso de cartões de débito no exterior, para compras com cheque de viagens e para cartões pré-pagos. A alíquota passou de 0,38% para 6,38%, igualando-se à cobrada sobre os gastos feitos com cartões de crédito no exterior. A alta do IOF deve contribuir com os ajustes fiscais necessários para que o governo equilibre as contas públicas. Com a nova medida, a alternativa para o consumidor pagar menos impostos é levar dinheiro em espécie ao exterior, já que a tributação para essa modalidade continua em 0,38%.
Continua em vigor a alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca e não há previsão de término da medida, que visa estimular as vendas e contribuir para crescimento do setor e manutenção dos empregos. A sinalização de que as alíquotas continuarão reduzidas foi dada pelo Ministério da Fazenda no último dia de 2013. Assim, as alíquotas permanecem em 10% para geladeiras e máquinas de lavar, 4% para fogões e 5% para tanquinhos. Originalmente, o imposto incide em 15% para geladeiras, 10% para tanquinhos, 20% para máquinas de lavar e 4% para fogões.
Leia essas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições disponíveis no site da FecomercioSP: www.fecomercio.com.br (em Serviços/Publicações)
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DI V ER SIDA DE TEXTO Filipe Lopes
Imaginou, colou, mudou Adesivos decorativos conquistam o consumidor pela variedade, pela praticidade, pelo baixo custo e pela possibilidade de personalização
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E
m uma época que as pessoas
A infinidade de cores, de imagens e de
têm cada vez menos tempo para ta-
texturas torna impossível não agra-
refas domésticas e a busca por mão
dar aos consumidores mais exigentes,
de obra qualificada para reformas é
seja para dar mais vida à parede da
igualmente difícil, os adesivos para
sala, seja para renovar móveis ou até
decoração vêm ganhando mercado
mesmo para “fazer graça” em espaços
e invadindo paredes, móveis, pisos e
reduzidos que não comportariam ar-
azulejos. Eles são práticos e variados,
tigos de decoração. Existem adesivos
além da facilidade de aplicação – que
para todos os gostos, desde os mais
dispensa a contratação de terceiros e
discretos em cores neutras, até os
ainda evita os transtornos decorren-
mais chamativos, que dão um toque
tes de uma pintura ou reforma.
de personalidade ao objeto decorado.
O sócio da Raduan Arquitetura, André
Cabe no bolso
O preço varia conforme o tamanho
Bove, comenta que muitas pessoas fi-
Os adesivos também são indicados
do adesivo, podendo custar de R$ 20
cam sabendo da existência dos adesivos
pelo baixo custo e pela proteção que
a R$ 500, dependendo da textura, das
por indicação de arquitetos e designers
proporcionam à pintura. “Produtos à
cores e da autoria da imagem. Assim
de interiores. “Recomendamos o uso
base de cola podem ser retirados sem
como em obras de arte, existem dese-
de adesivos em praticamente todos os
danificar a tinta. Já o papel de pare-
nhos assinados por grandes artistas,
projetos, pois eles servem tanto para
de, além de ser mais caro, precisar ser
cujos preços embutem esse diferen-
ambientes grandes como para peque-
raspado para remoção ou troca, o que
cial. “Se você quiser ter na parede um
nos”, pondera. Ele aponta ainda a van-
danifica a parede”, afirma a designer
adesivo que faça alusão a uma obra
tagem de que os adesivos são práticos e
de interiores, Daloá Zamboni, que re-
de arte ou uma imagem que pertença
os clientes podem acessar os catálogos
comenda o produto especialmente
a alguém, terá que pagar um pouco
dos fornecedores pela internet.
para imóveis alugados.
mais por isso”, avalia Bove.
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DI V ER SIDA DE
Im a g i nou, colou, mudou
Amigos ou rivais?
A Panoah oferece nove tipos de teci-
sites: o Skin For Fun, que permite a per-
Há quem diga que o adesivo chegou
dos para decorar qualquer ambiente:
sonalização de notebooks e celulares
para extinguir o clássico papel de pa-
tricoline nacional e importado, sarja,
a partir de fotos ou imagens selecio-
rede, mas a convivência entre ambos
suede, couro sintético, jeans, juta, chi-
nadas pelo cliente; e a Adesivaria, que
tem sido pacífica. O papel de parede
ta, piquê e cetim. A empresa também
realiza venda online de adesivos para
continua ganhando mercado e é in-
oferece serviço de adesivação persona-
paredes, móveis e aparelhos eletrôni-
dicado para ambientes grandes aos
lizada, por meio do qual os clientes po-
cos. A partir de 2010 a marca chegou ao
quais as pessoas queiram dar um ar
dem criar seus próprios motivos deco-
varejo físico por meio de quiosques em
mais aconchegante. “Papel de parede é
rativos. Além disso, a marca acaba de
shopping centers.
indicado para o revestimento da pare-
fechar parcerias com os canais infan-
de inteira ou, no mínimo, meia-parede.
tis de televisão Nickelodeon, Cartoon
Segundo o diretor do Grupo Skin For
Devido à gama de cores e valores, ele
Network e Warner Bros. para lançar
Fun, Fábio Olyntho, o mercado reagiu
atende a todos os estilos e padrões”,
produtos licenciados com persona-
muito bem aos produtos oferecidos
afirma Daloá. Já o adesivo é indicado,
gens dos desenhos animados.
pela empresa, uma vez que eles per-
segundo ela, para dar charme e toque
mitem que o próprio consumidor pos-
especial ao ambiente, sem grandes in-
A Panoah não revela o faturamento,
sa personalizar os adesivos e as pare-
vestimentos e sem envolver mão de
mas Angélica assegura que os negó-
des de casa. “O mercado de adesivos
obra de terceiros, sendo esse o grande
cios estão em ascensão. A empresa
para decoração está aquecido devido
trunfo do artigo.
conta hoje com sete quiosques em
ao aumento do poder aquisitivo da
shopping centers de São Paulo e dois
população e à falta de mão de obra
O papel de parede exige a aplicação
no Rio de Janeiro e exporta tecidos
especializada”, explica Olyntho. Ele
por um profissional, elevando o preço
adesivos para Portugal. “Ainda não
afirma que cerca de 70% do público
do produto. Ele tem uma longevida-
temos um sistema de franquia para
da empresa é composto por mulheres
de maior que a do adesivo (que dura,
expandir a marca, mas estamos ava-
de até 30 anos. “Muitas vezes são pes-
em média, dois anos), mas envolve
liando a possibilidade. Queremos au-
soas que compraram a primeira casa
o uso de cola para fixação, deixando
mentar a variedade de tecidos e levar
ou apartamento e querem dar um to-
marcas na parede quando removido.
os quiosques para outros Estados”,
que pessoal ao ambiente”.
Pensando nisso, a empresa paulistana
destaca a diretora. Segundo ela, teci-
Panoah surgiu com a proposta de levar
dos adesivos não são comuns fora do
Os adesivos de parede marcaram a
ao consumidor tecidos adesivos, auto-
Brasil e a empresa planeja alcançar ou-
entrada da Adesivaria neste mercado.
colantes, que podem ser aplicados em
tros países no futuro.
Hoje, a empresa fabrica e fornece 12
qualquer superfície lisa. Os produtos
categorias diferentes de adesivos para
da empresa são considerados interme-
Mercado
diários entre os adesivos comuns e os
Quem não gostaria de dar um toque
de banheiro, bem como para portas e
tradicionais papéis de parede. Apesar
autoral na casa ou nos móveis para
geladeiras e pastilhas resinadas que
de serem autocolantes, eles precisam
mostrar personalidade ou tornar o am-
substituem o vidro. Para garantir atu-
ser aplicados por profissionais.
biente doméstico mais aconchegan-
alização constante do portfólio, sete
te? Com o conceito da personalização,
pessoas trabalham exclusivamente na
Mas as semelhanças com o papel de
surgiu em 2008 a empresa paulistana
criação de novos designs de adesivos,
parede param por aí. “A cola é a mesma
Skin For Fun, especializada em custo-
lançando cerca de 80 produtos por se-
utilizada em pulseira de bebês nas ma-
mização de notebooks e celulares. O
mana. “Hoje contamos com quatro lo-
ternidades, ou seja, não provoca aler-
produto se espalhou rapidamente pe-
jas próprias no Estado de São Paulo e
gias. Por esse motivo e por serem lavá-
los principais varejos brasileiros, moti-
com a primeira franquia em Limeira,
veis, são muito utilizados para decorar
vando a expansão da linha de negócios
no interior paulista”, afirma Olyntho. A
quartos de crianças”, afirma a diretora
para a decoração de paredes e móveis.
empresa pretende abrir mais dez pon-
da empresa, Maria Angélica Samaco.
No ano seguinte, a empresa criou dois
tos de vendas até o fim de 2014.
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paredes e para ladrilhos de cozinha e
Com a experiência da franquia, os diretores da Adesivaria avaliam o modelo para lançar a marca em todo o Brasil. “Estamos atentos à variação de locação dos shoppings, que pode ser de R$ 5 mil a R$ 15 mil. Isso impacta o investimento inicial e a rentabilidade”, explica o diretor da empresa. Para começar uma franquia da Adesivaria, o empreendedor tem que investir R$ 120 mil. O retorno do investimento acontece em 12 meses e a empresa trabalha para reduzir esse prazo pela metade. “Além de um bom modelo de franquias, queremos que o franqueado entenda o negócio. Não queremos investidores que não conheçam o mercado. Nossa intenção é uma parceria para que eles contribuam para o desenvolvimento do modelo de negócios e dos produtos”, aponta Olyntho. Os grandes varejistas também estão animados com o aquecido mercado de adesivos. A rede de lojas de materiais de construção Leroy Merlin oferece mais de 200 opções de adesivos para decoração somente no catálogo online e comemora o crescimento do setor nos últimos anos. De 2012 para 2013, as vendas de adesivos e papéis de parede cresceram 20% na rede, enquanto a categoria decoração, na qual o setor está inserido, registrou crescimento de 7%. A evolução do item nas prateleiras da Leroy Merlin é ainda mais significativa na área infantil, que contabilizou crescimento de 599% no mesmo período. “O adesivo é muito bem-aceito pelos pais porque existe
pre terão decoração nova no quarto”,
“Muitas pessoas observam o papel de
uma infinidade de opções de desenhos
aponta a gerente da área de decoração
parede antes de conhecer o adesivo.
e, como as crianças enjoam rápido de
da Leroy, Erica Alves Duarte.
Depois de comparar a praticidade e o
algumas figuras, podem retirar o pro-
preço dos dois, acabam optando pelo
duto quando quiserem. Também pelo
Segundo ela, os adesivos “pegaram
adesivo”, revela. Seja qual for a opção,
baixo custo, os pais podem substituir
carona” na volta do papel de parede
não faltam motivos para dar um colo-
um desenho por outro e os filhos sem-
como artigo de luxo para decoração.
rido a qualquer ambiente. &
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CENÁ R IOS TEXTO Enzo Bertolini ilustração Laís Brevilheri co. Concentrar-se em um único público não é bom”, diz o representante da
Democratização da moda
nacionais – tidas como populares –
Rua Oscar Freire, sinônimo de luxo e de grifes
tizando. A Oscar Freire será um grande
internacionais, está em transformação com a chegada de marcas nacionais populares
E
empresa que presta consultoria imobiliária para redes estrangeiras. A opinião é referendada pela presidente da Associação de Lojistas da Oscar Freire (Alof), Rosangela Lyra, para quem o espaço vai se ajustar e seguir a vocação para o consumo. “A abertura de lojas-conceito [ou flagship] de marcas mostra que a região está se democrapolo de marcas nacionais.” Em novembro, a Riachuelo inaugurou sua primeira loja-conceito na esquina da Oscar Freire com a Haddock Lobo. Com a proposta de apresentar coleções exclusivas assinadas por estilistas e fa-
ndereço de grifes internacio-
pelo País na década de 1990 colaborou
mosos ligados à moda, o espaço conta
nais, a Rua Oscar Freire passa por um
para a chegada das grifes internacio-
com uma linha exclusiva de acessórios
processo de democratização do espa-
nais, que fizeram dos Jardins um sinô-
Swarovski, como canetas e objetos de-
ço. A chegada de marcas mais popula-
nimo de moda e de ostentação.
corativos feitos com o cristal mais fa-
res – como Natura, Chilli Beans, Hope
moso do mundo. O principal motivo
e Riachuelo – mostra essa transfor-
Nos últimos anos, a região ganhou
para estar na rua da moda é marke-
mação. São 2,6 quilômetros de exten-
a concorrência de shoppings sofisti-
ting. “É positivo ter lojas-conceito, pois
são entre a Avenida Doutor Arnaldo
cados, como o Cidade Jardim e o JK
isso dá um ar mais premium ao varejis-
e a Alameda Casa Branca, embora o
Iguatemi, que atraíram marcas até en-
ta. Muitos não são de luxo, mas podem
trecho associado às lojas de luxo seja
tão estabelecidas na Oscar Freire. “É im-
se posicionar como um design diferen-
bem menor, concentrado nas proximi-
portante para um shopping conquistar
ciado. Isso contribui para a reputação
dades da Rua Augusta.
lojas-âncora, especialmente as de luxo,
da marca”, explica Turatti, do Insper.
para atrair outras marcas”, diz o coCriada a partir do loteamento de duas
ordenador do Centro de Estratégia do
Não basta estar na Oscar Freire, é pre-
fazendas em torno de 1910, a Oscar
Insper, Luiz Fernando Turatti. Soma-se a
ciso se adaptar ao ambiente. A Hope,
Freire já teve outros dois nomes: São
isso o fato de os empreendimentos se-
marca brasileira de moda íntima, tam-
José e Iguape. A designação atual é
rem novos e de oferecerem um espaço
bém criou seu espaço na rua mais
uma homenagem ao médico baia-
maior para as lojas se instalarem.
fashion de São Paulo. Com uma área
no Oscar Freire de Carvalho, um dos
superior a 150 metros quadrados, a
fundadores do Instituto Médico Legal
Isso significa que a Oscar Freire vai per-
loja é, em média, três vezes maior do
de São Paulo. A vocação para a moda
der o charme, a exemplo da Augusta
que os pontos convencionais da Hope.
aconteceu somente após 1970, quando
da década de 1970? Não, segundo
O espaço conta com uma seção espe-
as lojas de roupas começaram a se fixar
o diretor de transações para varejo
cial para a coleção da modelo Gisele
no local, vindas da Rua Augusta – até
da Cushman & Wakefield, Anthony
Bündchen, local para eventos e loun-
então o endereço do luxo em São Paulo.
Selman. “É bom para a Oscar Freire
ge. “Essa unidade é importante para
A abertura econômica experimentada
ter um mix de lojas mais democráti-
o nosso plano de expansão. Todos os
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interessados a ter uma franquia da
no primeiro mês de funcionamento na
marca vão conhecer a loja”, afirma a
Oscar Freire. Assim como na Hope, a
gerente de operações de lojas próprias
atmosfera e o mix de produtos da loja
da rede, Janaina Conde.
são diferentes das outras unidades.
Desenhada como um espaço concei-
A empresária Patrícia Bonifácio Perona,
tual para posicionamento da marca, a
de São Bernardo do Campo, se surpre-
unidade da Oscar Freire surpreendeu
endeu quando viu a Riachuelo na Oscar
em termos de movimento – é a loja da
Freire e aprovou a chegada de marcas
rede que mais vende. “O faturamen-
populares. “A atuação deles me surpre-
to acabou surpreendendo. No Natal,
endeu. As peças são ótimas”, diz.
crescemos 46% em relação ao ano passado e no último semestre a média de
Dados divulgados pela Alof mostram
crescimento ficou acima de 20%.”
que em dezembro do ano passado o movimento de pessoas na Oscar Freire
O bom desempenho também se re-
chegou a 33 mil por dia, em média,
pete na Riachuelo. Embora a empresa
com crescimento de 10% em relação
não comente, fontes ouvidas pela C&S
a 2012. Para este ano, a previsão é de
asseguram que o faturamento da uni-
alta de 10%. Mais uma mostra do po-
dade foi 70% maior do que o esperado
der da região. Para Rosangela, “as pes-
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CENÁ R IOS
Democr at i z aç ão d a mod a
soas querem replicar em São Paulo as
Valorização imobiliária
A chegada da Riachuelo pode contri-
experiências que têm no exterior”. De
A mudança no perfil das lojas ainda
buir para a elevação dos preços. A expli-
acordo com Selman, da Cushman &
não teve impacto no preço dos alu-
cação está no maior número de pesso-
Wakefield, o fluxo da região compete
guéis, que gira em torno de R$ 260 por
as que a loja atrai. “O que importa para
com os maiores shoppings do Brasil.
mês o metro quadrado, segundo le-
um lojista é o fluxo de consumidores.
“Esses locais normalmente têm um
vantamento realizado pela Cushman
Veremos mais marcas de fast-fashion e
público regional. As pessoas dificil-
& Wakefield. O valor fica bem abaixo
unificação de espaços para comportar
mente vão visitar outros bairros, mas
do cobrado pelos shoppings Cidade
lojas maiores”, projeta Selman.
muitos vão à Oscar Freire, que se tor-
Jardim (R$ 570 por metro quadrado
nou um ponto turístico de São Paulo.”
ao mês) e Iguatemi (R$ 800 por metro
Em uma visita à Oscar Freire, a repor-
quadrado ao mês). “Os aluguéis têm
tagem de C&S observou poucos imó-
De passagem pela capital paulista, al-
subido modestamente, porém, os va-
veis disponíveis para locação e alguns
guns turistas do Pará que visitavam a
lores da luva para os pontos de melhor
prédios em reforma, entre eles o que
rua no mês de janeiro comprovaram
localização na Oscar Freire tendem a
abrigará a Arezzo Temp Store, instala-
a atração que o local exerce sobre os
crescer”, destaca Selman. Segundo ele,
da temporariamente na esquina da
consumidores. “Aqui tem mais varie-
as luvas na Oscar Freire ainda estão
Rua da Consolação.
dade de lojas e produtos do que em
baratas em comparação com os shop-
Belém. É um ponto turístico de São
pings. “São cobrados, em média, R$ 10
Outro fator que deve aumentar o mo-
Paulo”, diz Johny Pantoja, que estava
mil por metro quadrado. No shopping
vimento e os valores cobrados pelos
acompanhado de familiares e amigos.
é acima de R$ 50 mil”, completa.
espaços é a inauguração, ainda neste ano, da estação Oscar Freire, da Linha 4–Amarela, do Metrô. Estudo da autarquia, de 2010, mostrou que houve valorização de até 30% nos imóveis próximos à linha.
Urbanismo A Oscar Freire passou por sua maior reforma em 2006. Postes foram retirados, fios foram aterrados, calçadas alargadas, bancos instalados e totens de sinalização foram colocados ao longo de 700 metros de via entre as ruas Doutor Melo Alves e Padre João Manuel. “A Oscar Freire se tornou referência para outras cidades do País. Recebemos delegações de diferentes partes do Brasil para conhecer as particularidades da rua”, lembra Rosangela. Na Europa e nos Estados Unidos, as grandes marcas de luxo estão nas ruas. Isso se deve, em grande parte, à valorização do espaço urbano. Ruas importantes de comércio priorizam a interação do pedestre com as lojas e o
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Baixos e na Dinamarca mostram que a transformação de ruas em bulevares contribui para o aumento nas vendas. A Strøget, em Copenhague, é hoje o maior bulevar do mundo, com 1,1 quilômetro de extensão, completamente livre de carros. Criada na década de 1960 pelo urbanista Jan Gehl, a iniciativa foi criticada pelos lojistas, que temiam queda no movimento em razão do veto
“
A abertura de lojas-conceito de marcas nacionais mostra que a região está se democratizando. A Oscar Freire será um grande polo de marcas nacionais
“
comércio ao redor. Exemplos nos Países
Rosangela Lyra
presidente da Associação de Lojistas da Oscar Freire
ao tráfego de veículos. Dizia-se também que os dinamarqueses não tinham o hábito de passear pelas ruas devido ao clima frio. Após alguns meses, a experiência se mostrou um sucesso, a ponto de lojistas instalados em trechos que não foram contemplados com a iniciativa pedirem a extensão do bulevar. De acordo com Selman, da Cushman & Wakefield, experiências como essa costumam incrementar o comércio em 25%. “O ambiente impacta no montante gasto pelo consumidor. Se aumentarmos o espaço para as pessoas caminharem, o volume de compras será maior”, acredita. não é possível. A solução é o espaço ser
da não desembarcaram no Brasil. “É
Para o vice-presidente de comercia-
arborizado, com calçada larga, plano e
um projeto focado em marcas de luxo
lização e marketing do Sindicato da
acabamento bem cuidados.”
que deve adicionar valor à Oscar Freire
Foto: Emiliano Hagge
Habitação (Secovi-SP), Elbio Fernández
e permitir o mix de luxos”, opina o di-
Mera, a transformação da Oscar Freire
Concorrência próxima
em bulevar ajudaria a rua a concor-
Em 2015, deve ser inaugurado o Cidade
rer com os shoppings. “Seria positivo
Jardim Shops, empreendimento da
Mera, do Secovi, vai além e diz que a
para a rua e para a cidade. Daria mais
construtora e incorporadora JHSF, res-
valorização comercial da região deverá
destaque ao comércio e ao turismo”,
ponsável, entre outros, pelo shopping
impactar o lançamento de imóveis re-
conta. O professor do Insper comple-
Cidade Jardim. Localizado entre as
sidenciais. “O desenvolvimento imobi-
ta lembrando que o ambiente em tor-
ruas Haddock Lobo, Sarandi e Vittorio
liário dos Jardins praticamente parou,
no é importante para reter o sujeito
Fasano, o local terá uma área de apro-
pois o mercado caminhou para outras
mais tempo naquela rua. “No shop-
ximadamente 5 mil metros quadrados
regiões, como Paulista e Augusta. Um
ping você tem artifícios como posição
e aproximadamente 50 lojas.
shopping fará com que haja mais lan-
das escadas rolantes para andar mais,
retor da Cushman & Wakefield.
çamentos imobiliários de apartamen-
chão mais liso para ir devagar, entre
Há a expectativa de que o espaço
outros. Na rua, esse tipo de iniciativa
atraia marcas internacionais que ain-
tos.” Um mimo a mais para rua mais fashion do Brasil. &
2014 • edição 31 • fevereiro / março
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Você pensa em sua família todos os dias. Mas e no futuro dela? Você já pensou? Agora você pode contar com a FPA Previdência Associativa, um plano especialmente desenvolvido para os empresários, seus familiares e funcionários planejarem sua aposentadoria, com condições exclusivas.
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EC ONOMI A TEXTO André Zara
m a i S com menos Medidas simples ajudam
a reduzir custos, a ganhar eficiência e a atravessar momentos de crise
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2014 • edição 31 • fevereiro / março
"N
ão nos tornamos ricos graças
“Este ano promete não ser bom. As
ao que ganhamos, mas com o que não
medidas de incentivo ao consumo que
gastamos”. A frase do empresário nor-
impulsionavam a economia começam
te-americano Henry Ford ilustra bem
a ser retiradas e, após as eleições, o go-
o desafio de qualquer companhia. E o
verno deve impor ajustes. Isso afetará
atual momento econômico brasileiro
o comércio, que deve faturar menos”,
é propício à maximização dos recur-
analisa o consultor e sócio da ba}Sto-
sos, afinal, a expectativa é de infla-
ckler, Luis Henrique Stockler. A dica do
ção em alta, aumento da Selic e bai-
especialista é pensar no que é essen-
xo crescimento – cenário que exigirá
cial para a operação, considerando
disciplina financeira. Para muitas em-
que o orçamento é enxuto. “Mesmo
presas, é hora de cortar custos. Para
entre os itens que não podem ser eli-
não comprometer o desempenho, a
minados, encontre formas de reduzir”,
orientação é não fazer isso de forma
diz. Ele recomenda liquidar estoque,
indiscriminada, uma vez que é possí-
colocar produtos novos na prateleira
vel economizar a partir de pequenos
e “cortar gordura” como forma de pre-
ajustes e com a mudança de compor-
parar o caixa para o segundo semes-
tamento de toda a equipe.
tre, que deve ser mais difícil.
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53
EC ONOMI A
Ma is com menos
O professor de Administração e Finan-
Olhar para dentro
reia entre os animais, diminuindo em
ças da Escola Superior de Administra-
Avaliar a infraestrutura da empresa é
dois terços os gastos com veterinário
ção, Marketing e Comunicação de San-
um bom começo para cortar custos.
no último Réveillon (período de gran-
tos, Yuri Carvalho Fratelli, concorda. “O
Trocar lâmpadas por outras mais efi-
de ocupação), na comparação com o
cenário de alta taxa de juros dificulta
cientes e usar racionalmente insumos
mesmo período do ano anterior. “Ainda
o acesso ao crédito para os pequenos
como água e energia elétrica são ações
teve o ganho de imagem para a empre-
empresários. Além disso, os custos
simples que podem resultar em ganhos
sa, pois não tivemos que explicar para
com matérias-primas e mão de obra
significativos, como os registrados pelo
os donos por que o cachorro ficou do-
também devem aumentar, tornando
hotel para cachorros Planet Dog Resort,
ente sob nossos cuidados”, afirma.
o cenário ideal para corte de gastos”,
de São Paulo. A empresária Luciana
afirma. Para o especialista, o momen-
Praxedes está no ramo desde 2009
to é de avaliar as despesas da empre-
e adquiriu o negócio no ano passa-
sa para saber onde mexer. “Para saber
do. Uma de suas primeiras iniciativas
onde cortar, é preciso controlar muito
como gestora foi avaliar cada área para
bem onde e como se gasta”, explica.
saber onde cortar gastos – cultura que aprendeu quando era funcionária de
Ou seja, é necessário ter dados acessí-
uma multinacional. Optou, por exem-
veis e organizados para, depois, olhar as
plo, por trocar o desinfetante comum
particularidades do negócio e analisar
que era usado para higienizar o espaço
item a item. “É um erro ser generalis-
por um produto específico para cães. O
ta e exigir, por exemplo, que cada área
preço era o mesmo, mas o desinfetante
da empresa corte 10% dos gastos”, diz o
especial reduziu a ocorrência de diar-
CEO da unidade brasileira da Expense Reduction Analysts (ERA), consultoria especializada em otimização de gas-
conta telefônica. “Confira se a equipe está fazendo ligações de telefones fixos para celulares, que são mais caras do que chamadas entre celulares. Também é possível avaliar se o pacote de telefonia é adequado ao perfil de uso”, destaca. Outro equívoco comum, segundo ele, é disponibilizar aparelhos e planos telefônicos de acordo com a hierarquia e não com as necessidades do funcionário. “Um vendedor que mantém contato com clientes o dia inteiro pode precisar de um pacote ilimitado, mas um diretor, não”, explica. Outra iniciativa que contribui para a redução de custos é a utilização de serviços de ligações via in-
“
As pessoas que trabalham comigo já criaram o hábito de não desperdiçar recursos. O que eu passo para elas é que, com custos altos, a chance de dar aumento salarial é menor
ternet – como o Skype – e aplicativos diversos para comunicação entre colaboradores via celulares ou desktop.
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Luciana Praxedes
Proprietária do Planet Dog
2014 • edição 31 • fevereiro / março
“
exemplo, uma análise detalhada da
Foto: Emiliano Hagge
tos, Fernando Macedo. Ele orienta, por
As mudanças não pararam por aí. Para
canal de comunicação aberto – via e-
economizar água, Luciana trocou a
-mail, mural ou caixa de sugestões.
mangueira por uma lavadora de alta pressão e consertou um vazamento
Vale também investir em uma campa-
antigo na caixa d’água, o que reduziu
nha de conscientização para reduzir
a conta em 15%. A substituição de lâm-
despesas. “A educação é uma ferra-
padas comuns por frias garantiu econo-
menta poderosa de gestão e, ao trei-
mia de 10%, aliada ao desenvolvimento
nar a equipe, você a alinha com os ob-
de uma cultura interna de uso racional
jetivos da empresa. É importante que
de energia, despertando na equipe a
todos possam contribuir e se sintam
conscientização para manter luzes e
parte”, assegura o consultor especia-
condicionadores de ar desligados em
lizado em gestão e desenvolvimento
ambientes vazios. A única linha telefôni-
humano, Valdizar Andrade.
ca que atendia ao Planet Dog foi trocada
quina. Isso fez com que os gastos com o café fossem diluídos com o paga-
por um plano com cinco linhas, incluin-
A ação mais drástica para corte de cus-
do um celular que passou a ser usado
tos é a demissão de funcionários, o que
para ligações na rede móvel. Com isso,
exige muito critério. Demitir um ven-
No entanto, existem momentos dra-
também diminuíram as reclamações
dedor, por exemplo, pode não ser a me-
máticos nos quais a sobrevivência da
de clientes quanto à linha estar sempre
lhor alternativa em um momento no
empresa fala mais alto. Foi o que acon-
ocupada e a conta caiu em 20%. “As pes-
qual a empresa precise vender mais. “É
teceu com a Avitis, empresa desen-
soas que trabalham comigo já criaram
necessário ver quem está entregando
volvedora de softwares, de São Paulo.
o hábito de não desperdiçar recursos. O
resultados. Isso deve ser feito sempre,
Fundada em 2009, chegou a ter qua-
que eu passo para elas é que, com cus-
mas, se você já tem isso organizado, aju-
tro funcionários, além dos dois sócios.
tos altos, a chance de dar aumento sala-
da em momentos de crise. Isso permite
O modelo de negócios, porém, não se
rial é menor”, conta.
avaliar quem é indispensável e quem
mostrou rentável e, em 2012, na imi-
pode ser cortado”, diz Fernando Ca-
nência de falir, a empresa teve que ser
A iniciativa de envolver a equipe é al-
pella. Como todo momento de demis-
reestruturada. “A decisão de demitir
tamente recomendada pelos especia-
sões gera tensão, o melhor é ser trans-
foi difícil, pois considerávamos a equi-
listas. “Aprenda com os funcionários,
parente com a equipe para não perder
pe como investimento”, conta um dos
pois eles sabem como funciona o ne-
funcionários que decidam procurar
sócios da empresa, Renato Ferreira. Os
gócio. É preciso criar a cultura de que
emprego por se sentirem inseguros.
funcionários foram avisados da situa-
toda ideia é bem-vinda e as que fun-
mento por outros itens.
ção com antecedência e tiveram tempo
cionam devem ser premiadas”, afir-
Outra recomendação é não mexer nos
para buscar nova colocação. Além dis-
ma o diretor da Capella RH, Fernando
benefícios dos funcionários para não
so, a mudança de endereço permitiu
Capella. A compensação não precisa
disseminar um clima de insatisfação.
reduzir os gastos com aluguel em 30%
ser necessariamente financeira e pode
Cortar o cafezinho não vai aumentar o
e a troca de fornecedor do serviço de
incluir folgas, brindes e até pontua-
lucro da empresa, mas tem potencial
computação em nuvem resultou em
ção visando futuras promoções. Para
para arruinar o ambiente de trabalho.
um contrato 80% menor. Atualmente,
escutar a equipe, a dica é manter um
“A recomendação é nunca mexer em
a companhia conta com parceiros na
itens relacionados à motivação e ao
Índia e na Lituânia para desenvolvi-
conforto. Mas é possível otimizar”, ge-
mento de softwares, o que assegura
rante o CEO da ERA. Ele lembra o caso
mão de obra especializada e mais ba-
de uma empresa que, para diminuir
rata. “Hoje já conseguimos restabele-
os gastos com café (que era ofereci-
cer o fluxo de caixa e temos metas de
do gratuitamente), passou a oferecer
voltar a crescer e a contratar em seis
outras bebidas (pagas) na mesma má-
meses”, conclui Ferreira. &
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N EG ÓCIOS TEXTO Filipe Lopes
ma ideia na cabeça não é nada sem um plano de negócios, pois ele é o documento que deixa claro qual o conceito da empresa que está por nascer, as estratégias de marketing, o público-alvo, os riscos, as metas, os concorrentes e até o planejamento financeiro para a ideia sair do papel. À primeira vista, pensa-se em um calhamaço ilustrado com gráficos, tabelas e planilhas. Esqueça! E se todas essas informações estiverem representadas por imagens em uma única folha de papel? Ruiz. O empresário deve mesclar infor-
Logovia, Pedro Renan. “O Canvas está na
É a proposta do Canvas, modelo de ne-
mações e desenhos que ilustrem as ati-
nossa frente o tempo todo, em uma úni-
gócios idealizado pelo suíço Alexander
vidades. Para Ruiz, isso também mostra
ca folha de papel. Isso facilita muito. O
Osterwalder e detalhado no livro Bu-
a criatividade e a capacidade de inova-
fato de visualizar o plano de negócios to-
siness Model Generation, que vem
ção do empreendedor.
dos os dias nos permite não só conhecê-
ganhando adeptos no mundo das
-lo em detalhe, como também aprimo-
startups – empresas recém-criadas
rá-lo continuamente”, destaca Renan.
a partir de ideias inovadoras, qua-
Especializada em design de logotipos
se sempre relacionadas à tecnologia.
para micro e pequenas empresas, a
Para o professor da Escola de Adminis-
O objetivo do modelo Canvas é criar
Logovia usou o Canvas para se estru-
tração de Empresas de São Paulo da
um mapa visual da empresa capaz
turar. Trata-se de uma plataforma vir-
Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP),
de transmitir informações mais rele-
tual que funciona como marketplace
Marcelo Aidar, o modelo Canvas é im-
vantes em poucos minutos. O modelo
para designers e como ferramenta
portante para o empresário repensar
proposto por Osterwalder tem nove
para pequenos empresários que preci-
sempre o modelo de negócios, traçan-
quadrantes, nos quais se distribuem
sem de logos inovadores a baixo custo
do novos objetivos ou mudanças de
dados como: rede de parceiros; públi-
e com qualidade. Com quase três anos
rota, quando necessárias. “Para essa
co-alvo; relacionamento com o cliente;
de existência, a empresa já atendeu
análise o modelo é bem útil, pois você
necessidade de investimento; estru-
a mais de 25 mil clientes na América
consegue cobrir aquilo que não estava
tura de custo e proposta de valor para
Latina e mantém escritórios físicos em
sendo pensado e enriquecer o plano de
os clientes; entre outros aspectos.
São Paulo e em Fortaleza.
negócios”, pondera Aidar.
“Você tem que ter a capacidade de colo-
“Começamos com um plano de negó-
O modelo Canvas também foi impor-
car em uma única folha de sulfite toda
cios convencional, mas migramos para
tante para o desenvolvimento da Bai-
a estrutura da empresa”, explica o sócio
o Canvas em razão da flexibilidade e do
xou, startup que nasceu no Espírito
da Nodal Consultoria, Germán Alfonso
dinamismo”, lembra um dos sócios da
Santo com a proposta de monitorar
2014 • edição 31 • fevereiro / março
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N EG ÓCIOS
Di reto ao ponto
O modelo de negócios Canvas é uma ferramenta de gestão que permite a descrição do negócio em apenas uma folha de papel
Quem são os principais parceiros? Quem são os provedores-chave? Quais recursos adquirimos dos parceiros? Quais atividades os parceiros realizam?
Quais são as atividades mais importantes da empresa? Quais são os canais de distribuição? Relação com clientes? Fontes de renda?
Quais são os custos mais importantes? Quais são os recursos prioritários mais caros? Quais são as atividades prioritárias mais caras?
O que proporcionamos aos clientes? Quais problemas os clientes nos ajudam a solucionar? Quais serviços oferecemos ao mercado? Quais necessidades satisfazemos?
Qual tipo de relação os clientes esperam? Qual tipo de relação conseguimos dar? Qual é o custo dessas relações? Como estão integradas ao modelo de negócios?
Para quem geramos valor? Quem são nossos clientes mais importantes?
Quais são nossos principais recursos? Quais são nossos canais de distribuição? Relação com os clientes? Fontes de renda?
Quais canais atendem ao nosso produto? Como fazemos o contato com clientes? Como se organizam nossos canais? Quais têm melhores resultados? Quais são mais rentáveis? Como são as atividades diárias dos clientes?
Fonte: modelo Canvas retirado do livro Inovação em Modelos de Negócios – Business Model Generation, da editora Alta Books
Quanto os clientes estão dispostos a pagar? Quanto pagam atualmente? Como pagam? Qual é o total de renda que as diferentes fontes geram?
em tempo real o preço de mais de três
o que fez a Nestlé com a Nespresso,
milhões de produtos vendidos online.
marca que virou sinônimo de café em
O aplicativo oferecido pela empresa –
cápsulas. Nascido com a ambição de
o Baixou Agora – avisa aos usuários no
ser a melhor xícara de café do mundo, o
ato da compra virtual se aquele produ-
produto mirava o público jovem e pes-
to realmente está com o menor preço.
soas abertas a novas experiências. O
Segundo a empresa, o programa soma
resultado, porém, ficava abaixo da ex-
mais de 75 milhões de downloads.
pectativa. Foi aí que os executivos perceberam que, para vender um produto
Com apenas três anos de vida, a Baixou
inovador, precisavam de um modelo
chamou atenção de investidores e ace-
de negócios dinâmico que permitis-
leradoras pelo mundo. De junho a se-
se a adaptação do produto ao merca-
tembro de 2013, participou do proces-
do e aos clientes. A empresa aderiu ao
so de aceleração da Plug and Play Tech
Canvas e conseguiu crescer, em média,
Center, no Vale do Silício – polo tecno-
30% ao ano e aumentar as vendas das
ginas, porque, na primeira oportuni-
lógico e de inovação localizado na Ca-
cápsulas de café, ultrapassando a mar-
dade, o empreendedor tem em média
lifórnia (EUA) – e está sendo acelerada
ca de 20 bilhões de unidades vendidas
cinco minutos para ‘vender’ sua ideia.
pela Start You Up. O CEO da empresa,
em todo o mundo desde o lançamento.
Mas também não deve ser superficial.
Patrick Nogueira, credita boa parte do
O investidor busca empresas que con-
sucesso ao Canvas. “Conheci o mode-
sigam passar conteúdo e capacidade
lo durante a Campus Party 2012. Ele
Um dos maiores desafios para as em-
de execução”, afirma o fundador da
oferece fácil visualização do negócio
presas recém-nascidas é conseguir
Anjos do Brasil – organização que visa
e permite que se altere a estrutura
capital de giro para manter o negócio
aproximar empreendedores e investi-
da empresa a qualquer momento,
funcionando. A falta dele contribui
dores –, Cassio Spina.
trocando um parceiro antigo por um
para o índice de mortalidade entre
novo, por exemplo”, afirma.
pequenas e microempresas: de cada
Por isso, não se pode afirmar que o
dez, apenas sete sobrevivem após dois
Canvas chegou para substituir o plano
anos de atividade, segundo dados do
de negócios tradicional, mas ele certa-
O modelo de negócios Canvas pode
Sebrae. Além das dificuldades ineren-
mente oferece uma nova maneira para
ser usado tanto por startups e mi-
tes ao mercado, essas empresas so-
as empresas pensarem seus negócios.
cro e pequenas empresas quanto por
frem com a falta de planejamento dos
“O Canvas não substitui o plano de ne-
grandes corporações. “Um pequeno
empreendedores e com a má projeção
gócios, que contém uma descrição deta-
varejista, por exemplo, ao preencher
dos custos, aspectos cobertos pelos
lhada da empresa. Isso continua sendo
o Canvas pode olhar o negócio como
quadrantes do Canvas.
indispensável para a sobrevivência e de-
um todo e perceber falhas no processo
senvolvimento dela”, acredita Aidar, da
ou identificar se poderia investir mais
Na busca por um investidor, o modelo
FGV. Para ele, a grande mortalidade das
para atrair novos clientes. Ele também
também pode ajudar na apresentação
empresas recém-criadas pode ser expli-
pode enxergar no Canvas a estrutura
da empresa a grupos financeiros ou
cada pela dificuldade de acesso a ferra-
de seus concorrentes e entender como
aceleradores. Mas os empreendedores
mentas para a elaboração de um plano
eles conseguem sucesso em algumas
devem ficar atentos para não simplifi-
de negócios completo, seja tradicional,
operações e ele não”, ressalta Ruiz, da
car demais o já despretensioso modelo
seja Canvas. “Muitos empresários nem
Nodal Consultoria.
de negócios. “O Canvas pode ser enca-
conhecem plano de negócios e a impor-
rado como incompleto pelo investidor
tância de defini-lo na concepção da em-
Nas grandes empresas, o Canvas pode
no momento da apresentação do pla-
presa. Acham que basta ter uma grande
ser aplicado individualmente por pro-
no de negócios. Claro que ele não pode
ideia que o sucesso virá por consequên-
duto, serviço ou linha de negócios. Foi
ser detalhado demais, com muitas pá-
cia. Isso é um erro”, conclui Aidar.
2014 • edição 31 • fevereiro / março
59
AGE NDA C U LT U R A L TEXTO filipe lopes
Dando continuidade às comemorações dos 460 anos da cidade de São Paulo, o Centro Cultural Banco do Brasil mantém até abril a exposição Visões na Coleção Ludwig. A mostra reúne 78 obras da coleção do empresário alemão Peter Ludwig (1925-1996), considerada um dos mais importantes acervos particulares do mundo. Entre os artistas apresentados estão Pablo Picasso, Andy Warhol, Robert Rauschenberg, Roy Lichtenstein, Jeff Koons, Jean-Michel Basquiat, Joseph Beuys, Gerhard Richter, Anselm Kiefer, Georg Baselitz, entre outros.
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo Rua Álvares Penteado, 112. Centro, São Paulo Quando: de quarta a segunda, das 9h às 21h. Até 21/4 Quanto: gratuito Mais informações: (11) 3113-3651/3652 ccbbsp@bb.com.br
Povo Em Evidência O artista Cena7, em parceria com o Sesc Santana, traz aos muros da Paróquia Sant’Ana, vizinha à estação de mesmo nome, na zona norte de São Paulo, a exposição Povo Em Evidência. A proposta é retratar em grafite a cultura afro-brasileira. A exposição faz parte do projeto Grafiterritórios ZN, que propõe a ocupação dos muros e mobiliários urbanos do bairro de Santana e região, na tentativa de traçar poeticamente um território de intervenções na zona norte de São Paulo.
Onde: muros da Paróquia Sant´Ana Rua Voluntários da Pátria, 2.060 (vizinha à estação Santana do Metrô), Quando: todos os dias, 24h. De 30/1 a 7/7 Quanto: gratuito Mais informações: (11) 2971-8700 www.sescsp.org.br
Tic Tic Tati
Visões
na Coleção Ludwig
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2014 • edição 31 • fevereiro / março
O espetáculo musical Tic Tic Tati chega a São Paulo e promete envolver o público com os textos da consagrada escritora infantojuvenil Tatiana Belinky. Os poemas e as histórias musicadas misturam fantasia e bom humor. A ideia do musical é atrair o espectador para um universo poético que estimula sonhar, brincar e participar do show. A obra de Belinky foi musicada por Hélio Ziskind, compositor de canções infantis em trabalhos como Castelo Rá-Tim-Bum e Cocoricó, da TV Cultura – e interpretada pela cantora e atriz Fortuna.
Onde: teatro do Sesc Belenzinho Rua Padre Adelino, 1.000 Belenzinho, São Paulo Quando: sábado, domingo, segunda e terça, às 12h. De 1/3 a 4/3 Quanto: R$ 10 Mais informações: (11) 2076-9700 www.sescsp.org.br/belenzinho
Retrato Social
Fotos: Retrato Social – Regina Moraes; Tic Tic Tati – João Caldas; Visões e Povo em evidência – Divulgação
Uma experiência fotográfica – Índia
A fotógrafa Regina Moraes leva ao Sesc Carmo, na zona leste de São Paulo, a mostra Retrato Social – Uma experiência fotográfica – Índia. A exposição reúne o registro fotográfico da viagem feita pela autora, em 2012, às cidades de Delhi, Agra, Jaipur e Udaipur. As 26 fotos da mostra retratam crianças, casais jovens e idosos em momentos singulares nos quais o público pode perceber a realidade do país por meio da rica cultura indiana multifacetada. As imagens estão dispostas em cenografia feita com árvores secas e paredes recobertas por textura em tons de areia, que lembram a aridez do deserto.
Onde: Sesc Carmo Rua do Carmo, 147. Centro, São Paulo Quando: de segunda a sexta-feira das 9h às 19h30. De 7/2 a 4/4 Quanto: gratuito Mais informações: (11) 3111-7020
ROT E IRO SP
TEXTO Filipe Lopes
Perto de você Nas estações do Metrô e arredores é possível encontrar vários serviços de utilidade pública, todos com fácil acesso BIBLIOTECA NELI SIQUEIRA
O Metrô SP disponibiliza à população todo seu acervo especializado em transportes, engenharia, arquitetura, direito, administração, economia, informática e outros assuntos. A biblioteca Neli Siqueira oferece livros, folhetos, normas técnicas, relatórios e outras publicações para consulta e empréstimo para funcionários e população em geral. Dentro desse acervo, destaca-se a Memória Técnica, com a produção bibliográfica tecnológica do Metrô.
Estações do Metrô SP Linha 3–Vermelha: Sé, Brás, Carrão, CorinthiansItaquera e Palmeiras-Barra Funda; Linha 2–Verde: Ana Rosa e Clínicas; Linha 1–Azul: Santana, Tucuruvi, Saúde e Vila Mariana. Informações: (11) 2423-6000 www.furp.sp.gov.br/dose_certa Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h Os usuários do Metrô também podem retirar medicamentos gratuitos nas unidades do programa Dose Certa. Ao todo, são 11 postos instalados nas estações. Para retirar os remédios, o cidadão deve levar a receita médica emitida pelo posto de saúde ou hospital público dentro da validade. O Dose Certa oferece cerca de 70 tipos de remédios gratuitos para a população. Entre eles estão analgésicos, antitérmicos, antibióticos, anti-inflamatórios, vitaminas, pomadas e remédios para tratamento da hipertensão.
DOSE CERTA
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2014 • edição 31 • fevereiro / março
Fotos: Biblioteca - Istock; Dose Certa e Poupatempo - Divulgação; Detran - Emiliano Hagge
Rua Augusta, 1626 – Térreo. Próximo à estação Consolação do Metrô Informações: (11) 3371-7232 bibli@metrosp.com.br Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8h30 às 17h30
Praça Marechal Deodoro, s/nº – Santa Cecília. Estação Marechal Deodoro do Metrô Informações: (11) 3322-3333 www.detran.sp.gov.br Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h Foi inaugurada em janeiro a primeira unidade do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) dentro de uma estação do Metrô. O posto fica na estação Marechal Deodoro (Linha 3–Vermelha) e tem capacidade para 800 atendimentos por dia. Ao todo, a unidade oferece 13 serviços: 1ª habilitação/permissão para dirigir; CNH definitiva; adição e mudança de categoria da CNH; 2º via da CNH; renovação da CNH; alteração de endereço dentro do mesmo município; permissão internacional para dirigir; certidão de prontuário da CNH; licenciamento (CRLV); 2º via do CRLV; outra via do original do CRLV; e comunicação de venda do carro.
DETRAN
POUPATEMPO ITAQUERA
Avenida do Contorno, 60 – Itaquera. Estação Corinthians-Itaquera do Metrô Informações: 0800-772-3633 www.poupatempo.sp.gov.br Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Sábado, das 7h às 13h O Poupatempo tem na unidade anexa à estação Corinthians-Itaquera do Metrô de São Paulo serviços diversos para o paulistano, tais como: emissão de carteira de identidade, Carteira Nacional de Habilitação (CNH), licenciamento de veículos, atestado de antecedentes criminais e carteira de trabalho. Do início das operações (em 2000) até dezembro de 2013, a unidade realizou 45,1 milhões de atendimentos – somente em 2013 foram 3,2 milhões, com uma média de 12,1 mil por dia.
ENOGA ST RONOMI A POR DIDÚ RUSSO
Consumo estagnado. Mercado míope. E
E se o mercado não fosse míope, o que ele poderia ver? Poderia conferir o exemplo dos Estados Unidos, país que não possuía a cultura do vinho há poucos anos e hoje o consumo per capita da bebida é de dez garrafas/ano. Sabem o que aconteceu lá? Houve divulgação maciça do paradoxo francês, mostrando que vinho é saúde. Afinal, o francês come muita gordura e possui baixa incidência de infarto. A explicação está no consumo regular de vinho. Houve
m 2013, o Brasil registrou queda
administrativos e de logística, cor-
também uma regulação inteligente
no consumo de vinhos importados. Se-
rupção etc. Tais empecilhos deixam o
do setor. Quem vende no varejo não
gundo levantamento da International
vinho cada dia mais caro para os con-
importa e quem importa não distri-
Consulting, a retração foi de 3,2%, a
sumidores. Porém, o pior obstáculo
bui. Além disso, os impostos são bai-
primeira em 15 anos. Com relação ao
ainda é a miopia!
xíssimos e cobrados pelo volume de
consumo de vinhos nacionais, os da-
garrafas e não pelo valor das garrafas.
dos oficiais do Instituto Brasileiro do
No Brasil, o empresário do vinho sofre
E, por fim, um detalhe em que eles são
Vinho (Ibravin) ainda não haviam sido
desse mal. Tem foco apenas no que
experts: marketing. Não estou falan-
consolidados até o fechamento desta
faz, sem olhar para o futuro nem para
do de enganação. Marketing significa
edição, mas os números de janeiro a
o mercado. Na prática, não se pode
dar oportunidade de o consumidor
outubro apontavam crescimento de
falar em setor do vinho no Brasil. Não
conhecer o produto, experimentá-lo,
10% nas vendas.
há dados setoriais de venda, de fatu-
entendê-lo e, assim, valorizar a marca.
ramento, de número de empregados, Há divergência de metodologia, pois a
de recolhimento de impostos ou de
Se tivéssemos de fato uma organiza-
consultoria considera os números de
importação. Tudo é chute, estimativa.
ção setorial, sem miopia, poderíamos
importação e não de venda, ao passo
elevar o consumo de vinho no Brasil
que a Ibravin tem como base a ven-
Nesse cenário, caro leitor, informo que,
a 10 bilhões de garrafas por ano. Para
da das vinícolas. De qualquer forma,
grosso modo, estamos falando de um
alcançarmos esse volume, bastariam
em quantidade de garrafas, a queda
mercado de 450 milhões de garrafas/
que 900 mil pessoas consumissem
de 3,2% registrada pelos importados
ano, sendo 310 milhões de vinhos de
três garrafas por semana. Ou basta-
é maior do que o crescimento de 10%
mesa – líder absoluto há anos. Já se
riam que 2,7 milhões de pessoas con-
apurado na venda dos vinhos nacionais.
apostou que ele cairia, mas nada se
sumissem uma garrafa de vinho por
faz para transformar o consumidor
semana ou 11,6 milhões de pessoas
Um dos motivos para esse resultado
desse vinho simples em consumidor
bebessem uma garrafa por mês. Os
foi a valorização da moeda estrangeira,
de vinhos de Vitis vinifera. Razão: pre-
números não são inatingíveis, consi-
de 15,3% para o dólar e de 19,9% para o
ço, pois 80% do vinho vendido no Bra-
derando que há mais de 30 milhões de
euro, no consolidado de 2013. Por incrí-
sil custa abaixo de R$ 20.
brasileiros em condições de consumir
vel que pareça, vi produtor nacional co-
uma garrafa de vinho semanalmente.
memorar… É um retrato do empresário
Das cerca de 140 milhões de garrafas
brasileiro, lamentavelmente.
de vinhos finos que o brasileiro consome por ano, 35 milhões são nacionais
Sabemos que o vinho tem inúmeros
e 105 milhões são importadas. Nesse
entraves. Podemos citar burocracia,
caso, também vale a proporção de
impostos, taxas, bitributação, custos
80% para os vinhos baratos.
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Vejam a consequência da miopia… &
Didú Russo é fundador da Confraria dos Sommeliers, autor do livro Nem Leigo Nem Expert, editor do site www.didu.com.br e do blogdodidu.zip.net, além de ser diretor e apresentador do programa de TV Celebre!
PROF ISSÕE S DO F FU U T U RO POR André Zara
Tecnologia em Marketing Curso forma profissionais para gerenciar marcas e entender o consumidor
Como o foco é preparar o aluno para o mercado de trabalho, a graduação equilibra teoria e prática, permitindo ao pro-
Outro ponto de destaque é que o alu-
fissional atuar em diversas atividades
no aprende a desenvolver estudos de
que envolvam marketing estratégico;
viabilidade econômico-financeira, que
gerenciamento de marca; desenvolvi-
permitem analisar os custos da com-
mento de produtos e serviços; comuni-
panhia para uma correta estratégia de
mundo cada dia mais globa-
cação integrada; inteligência de mer-
precificação. O aluno também apren-
lizado, que coloca marcas nacionais
cado; relacionamento com clientes;
de a gerir organizações e equipes de
e estrangeiras na mesma vitrine, e a
realização de pesquisas; vendas; entre
trabalho por meio da aplicação de téc-
necessidade de rapidez na tomada de
outras atividades. “A vantagem do curso
nicas de administração, considerando
decisões imposta pela internet im-
de menor duração é ser objetivo, focado
visões de marketing e de recursos hu-
põem desafios às companhias para
no setor e nas habilidades necessárias
manos e facilitando o relacionamento
venda de produtos e serviços. Por isso,
para atuação”, comenta Camargo.
e a comunicação entre as áreas e os co-
contemporâneo
O
a proposta do curso de Tecnologia em
laboradores de uma mesma empresa.
Marketing do Senac é formar profissio-
Com uma grade curricular voltada
nais habilitados a entender a comple-
às necessidades do mercado, os es-
Os profissionais saem capacitados a
xidade desse cenário, com dinamismo
tudantes aprendem a formular pla-
desenvolver e colocar em prática es-
para reagir a ele.
nos estratégicos para companhias
tratégias de negócios capazes de aten-
públicas, privadas e do terceiro setor
der às demandas modernas. “É um
“O mundo passa por um processo de
– com foco na gestão de marketing e
curso voltado para negócios, que ensi-
transformação, que atinge também a
comunicação – e a desenvolvê-los a
na como funciona a relação entre em-
área de marketing. Isso exige um pro-
partir dos objetivos da organização
presas e mercado”, resume Camargo.
fissional apto a compreender a nova re-
e da compreensão dos resultados de
alidade e se adequar”, afirma o coorde-
pesquisas. No ano passado, o curso
O curso de graduação tecnológica em
nador do curso, Mauricio de Camargo.
foi reformulado e ganhou duas disci-
Marketing é oferecido em dois campi
Por esse motivo, o curso tecnológico,
plinas: Gestão da Informação e Inte-
do Senac: em Santo Amaro (na capital
com duração de dois anos, é multidis-
ligência de Mercado; e Marketing Digi-
paulista) e na cidade de Águas de São
ciplinar e procura desenvolver habilida-
tal. “Essa atualização permite ensinar,
Pedro, e conta com um corpo docente
des que ajudem o estudante a criar e
por exemplo, como analisar grandes
colocar em prática estratégias de negó-
volumes de dados e se apropriar de
cios capazes de atender às demandas
informações geradas pelas redes so-
Mais informações pelo site www.sp.senac.br
de consumidores e empresas.
ciais”, explica o coordenador do Senac.
ou pelo telefone (11) 5682-7300
qualificado e atuante no segmento. &
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L I V ROS POR marineide marques • jornalista
Estratégias vencedoras
Diferentes autores abordam o sucesso a partir de experiências de empresas inovadoras, de executivos arrojados e de planos diferenciados
Ocupando espaços Os autores estudaram 150 “ganhadores” e “perdedores” em 30 indústrias diferentes e viram que explicações consideradas tradicionais não esclareciam o método dos “ganhadores”. Na conclusão dos autores, as empresas
Fórmula de sucesso
Mapa para empreendedores
que criam novos nichos – fazendo da
Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto
Modelos inovadores têm capacidade
encontram outro caminho para o cres-
Sicupira ergueram o maior império do
para transformar a paisagem compe-
cimento. O livro aborda como colocar
capitalismo brasileiro e ganharam pro-
titiva e facilitar a compreensão dos
isso em prática e apresenta uma ma-
jeção sem precedentes. Eles compra-
negócios. Business Model Generation é
neira diferente de pensar sobre estra-
ram três marcas americanas conheci-
um manual prático para empreende-
tégia, resultando em uma criação de
das globalmente: Budweiser, Burger
dores que busquem aprimorar o mo-
novos espaços (o oceano azul) e uma
King e Heinz. A fórmula de gestão que
delo de negócios ou desenvolver um
separação da concorrência (o oceano
desenvolveram se baseia em merito-
novo. A obra oferece ferramentas tes-
vermelho). Oceanos azuis são merca-
cracia, simplicidade e busca incessante
tadas para compreender, projetar, re-
dos inexplorados com oportunidades
por redução de custos. Uma cultura tão
trabalhar e implementar um plano de
de crescimento rápido e lucrativo, ao
eficiente quanto implacável, que não
negócios a partir de uma concepção
passo que os oceanos vermelhos são
deixa espaço para desempenhos me-
diferenciada, batizada de modelo Can-
mercados já ocupados, pelos quais as
díocres. Quem traz resultados excep-
vas. Trata-se de um mapa visual pré-
empresas têm que lutar para ganhar
cionais tem a chance de se tornar só-
-formatado que divide o negócio em
participação. O livro analisa cases de
cio. Sonho Grande é o relato detalhado
nove blocos, cada um correspondente
sucesso como o Cirque du Soleil e a
dos bastidores da trajetória desses em-
a um ponto-chave.
rede de cafeterias Starbucks.
Inovação em Modelos de Negócios – Business Model Generation •
Estratégia do Oceano Azul – Como Criar Novos Mercados e Tornar a Concorrência Irrelevante • W. Chan Kim
presários desde a fundação do banco Garantia, na década de 1970. Sonho Grande • Cristiane Correa
• Editora Primeira Pessoa
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Alexander Osterwalder e Yves Pigneur • Alta Books
2014 • edição 31 • fevereiro / março
concorrência um fator irrelevante –
e Renee Mauborgne • Editora Campus – RJ