Revista Fecomércio - Edição 18

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Revista do Sistema Fecomércio-BA

EDIÇÃO 18 MARÇO 2018

LIDERANÇA E

sensibilidade Mulheres mostram como (e por quê) dominam o mercado de marketing de shoppings centers na capital p.16

Passos Certos

Conheça mais sobre Rosane Manica, da Nutricash p.24

Especial

Casa do Comércio completa 30 anos p.09


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mensagem do presidente

2018 começa e com ele reno-

vam-se nossas forças de fazer mais e melhor. Renovam-se nossos sonhos, planos, projetos e a vontade de trabalhar e fazer a diferença. O que todos esperamos é que seja um ano de efetiva recuperação da economia e de um comércio pujante, justo e rentável. Com a aprovação da Reforma Trabalhista, já podemos observar algumas mudanças no mercado e cremos na melhoria das relações de trabalho, tanto para quem emprega quanto para o trabalhador. Temos certeza que o comércio tomará fôlego com esta reforma e, com isso, atingirá melhores resultados. Nossa homenagem especial nesta edição é para elas, as mulheres. No mês de março, assim como em todos os outros, são elas que devem ser reverenciadas e tratadas com o respeito que merecem. A força feminina no mercado de trabalho é uma realidade e nós precisamos de sua dedicação. Nosso dever é nos esforçarmos para valorizá-las para que sejam vistas e tratadas com igualdade no mundo empresarial e executivo.

Setor este que comanda grande parte dos investimentos anuais desses estabelecimentos. Viva! Para manter a tônica, em Passos Certos trazemos a história de Rosane Mânica, empresária fundadora da baiana Nutricash, com 25 anos de história no país. Nesta edição inovamos com algumas novas seções, como a página Legislativo que dessa vez traz a discussão sobre o impacto no comércio de novos feriados, pauta que estamos acompanhando bem de perto dada a gravidade para o setor. Empreendedorismo e Esportes também passam a ser temas fixos em nossa publicação. Não deixe de conferir ainda nosso especial sobre os 30 anos do prédio mais emblemático da cidade, a Casa do Comércio. Com muito orgulho, comemoramos esta data especial com todos os atores importantes para a fundação e história deste símbolo soteropolitano.

Boa leitura!

Por isso, nossa matéria de capa destaca as mulheres que estão à frente dos setores de marketing dos shoppings centers da cidade. Apesar da função já ser tradicionalmente ocupada por elas na cidade, hoje temos 100% dos principais shoppings de Salvador com o marketing feminino.

Carlos de Souza Andrade

Foto: Kin Guerra

Presidente do Sistema Fecomércio-BA

Nossa homenagem especial nesta edição é para elas, as mulheres. No mês de março, assim como em todos os outros, são elas que devem ser reverenciadas e tratadas com o respeito que merecem.


Foto: Cesar Villas Boas

sumário

Gerentes de marketing dos principais shoppings da cidade.

04

ENTREVISTA p.06

PASSOS CERTOS p.24

Influência do marketing on e off line no consumidor final

Nutricash, uma empresa baiana com 25 anos de sucesso

SENAC p.10

SESC p.26

Lançado site do Museu da Gastronomia

Encontro de diretores do Sesc do Nordeste

ESPECIAL 30 ANOS p.9

EMPREENDEDORISMO p.30

30 anos Casa do Comércio

As vantagens de ser MEI

Revista do Sistema Fecomércio-BA Março 2018


expediente

Produção Editorial e Diagramação Comunicativa Agência de Comunicação

CAPA p.16

Revisão

Mulheres comandam grandes orçamentos no marketing dos shoppings

Tiragem

Moisés Brito

3.000 exemplares

DIRETORIA Presidente da Fecomércio-BA Carlos de Souza Andrade

SINDICATOS FILIADOS

Vice-Presidentes

Alice Santiago

Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios da Cidade do Salvador (Sindal), Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios da Cidade do Salvador (Sindalimentos), Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construção da Cidade do Salvador (Sindamac), Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos da Cidade do Salvador (Sincamed), Sindicato do Comércio Patronal de Camaçari e Região (Sicomércio Camaçari), Sindicato do Comércio Atacadista de Salvador (Sindacs), Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Armarinhos e Vestuário da Cidade do Salvador (Sindtav), Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares da Cidade do Salvador (Sindbeleza), Sindicato do Comércio Armazenador do Estado da Bahia (Sindarmazenador), Sindicato dos Lojistas do Comércio da Cidade do Salvador (Sindilojas), Sindicato dos Representantes Comerciais do Estado da Bahia (Sirceb), Sindicato dos Vendedores Ambulantes e dos Feirantes da Cidade do Salvador (Sindfeira), Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado da Bahia (Sincodiv), Sindicato do Comércio Varejista e dos Feirantes de Jequié (Sicomércio), Sindicato do Comércio Varejista de Irecê e Região (Sincom), Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico e Aparelhos de Eletrodoméstico da Cidade do Salvador (Sindeletro), Sindicato do Comércio Varejista de Santo Antônio de Jesus (Sincomsaj), Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Ribeira do Pombal e Região (Sincomvrpr), Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Jacobina e Região (Sindpat), Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sicomfs), Sindicato do Comércio Varejista de Alagoinhas e Região (Sicomercio Alagoinhas), Sindicato do Comércio Varejista de Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália e Belmonte (Sindescobrimento), Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis da Cidade do Salvador (Secovi-BA), Sindicato do Comércio de Vitória da Conquista (Sicomerciovc), Sindicato do Comércio Varejista de Ilhéus (Sicomercio Ilheús), Sindicato Patronal do Comércio de Paulo Afonso e Região (Sinpa), Sindicato do Comércio Varejista de Santo Amaro (Sindcom), Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes e dos Vendedores Ambulantes de Ilhéus (Sicovfamil), Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia (Sincofarba), Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom-BA). Sindicato do Comércio Varejista de Teixeira de Freitas (Sincomércio Teixeira de Freitas), Sindicato do Comércio Varejista de Juazeiro (Sindilojas Juazeiro), Sindicato do Comércio Varejista de Eunápolis (Sindicomércio Eunápolis), Sindicato do Comércio Varejista do Município de Itabuna (Sindicom Itabuna), Sindicato do Comércio Varejista de Senhor do Bonfim e Região, Sindicato do Comércio Varejista e dos Feirantes de Jequié (Sicomércio).

Gerente de Marketing

CONTATOS E SUGESTÕES:

1º Kelsor Gonçalves Fernandes, 2º José Carlos Moraes Lima, 3º Benedito Vieira dos Santos, Carlos Fernando Amaral, Francisco de Assis Ferreira, Isaque Neri Santiago Neto, Luiz Fernando Coelho Brandão, Marcos Antonio Lamego Mendonça, Roberto Brasileiro Lima

Diretores-Secretários 1º Juranildes Melo de Matos Araújo, 2º Herivaldo Bittencourt Nery, 3º João Luiz dos Santos Jesus

Diretores-Tesoureiros 1º Arthur Guimarães Sampaio, 2º Antonio Augusto de Oliveira Lopes e Costa, 3º Antonio Chaves Rodrigues

Diretores

CURTAS p.14

Américo Soares Sales Campos, Ana Lúcia Dias dos Santos, Antonio Pithon Barreto Neto, Avani Perez Duran, Carlos Alberto Souto Silva, Cíntia Freitas Lima Modesto, Claudênio Barbosa de Souza, Edvaldo Lima de Oliveira, Hilton Morais Lima, Jesonias Telles Bastos, João Arthur Prudêncio Rêgo, Marcelo Ferraz Nascimento, Maria da Conceição Gomes Cardoso Valente, Maria José Carneiro Lima, Raimundo Jorge Dresselin, Sérgio da Silva Sampaio Geraldo Cordeiro de Jesus, Enzo Augusto Lomanto Souza Andrade

INSIGHTS

SESC BAHIA Presidente do Conselho

por Antônio Cabral Vamos mudar o rumo

Diretor Regional

p. 08 por Joaquim L. de Souza Casa do Comércio da Bahia

p. 13

Carlos de Souza Andrade

José Carlos Boulhosa Baqueiro

SENAC BAHIA Presidente do Conselho Carlos de Souza Andrade

Diretora Regional por Carlos Pedral Otimismo empresarial

Marina Almeida

p. 20 por Leonardo Susart Pontos de atenção para uma startup que deseja ser investida

p. 27

REALIZAÇÃO FECOMÉRCIO-BA Superintendente Paulo Studart

Coordenadora de Comunicação Délia Coutinho

Assistente de Comunicação

LEGISLATIVO p. 28 Projetos de lei interferem na rotina do comércio

Marcos Maciel

Assistente Marketing Abel Marcelino

71 3273-9848 comunicacao@fecomercioba.com.br www.fecomercioba.com.br Avenida Tancredo Neves, nº 1.109, Ed. Casa do Comércio, 9º andar, Pituba. CEP: 41820-210 Salvador - Bahia - Brasil

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Comunicação que transforma

Foto: CDivulgação

entrevista

por Fernanda Mendes

Adentrar o mundo do marketing pode ser um grande desafio para algumas empresas. Cientes dessa realidade, cada vez mais os profissionais do setor tem se organizado pensando nas necessidades dos clientes e empreendedores. Um exemplo disso é o Digital Day, que reuniu os maiores nomes do marketing digital do Brasil e trouxe o tema“Influência do marketing on e off line no consumidor final”.

José Carneiro Diretor Comercial e Relações Institucionais na J.Carneiro Comércio e Representações, José Carneiro é formado em Publicidade e Propaganda pelo Instituto de Educação Superior da Paraíba (IESP). Co-criador do Digital Day, ele é profissional multi experimentado nas áreas comerciais e pesquisa de mercado, além de possuir amplo domínio de tecnologia de processamentos de dados e redes sociais.

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Digital Day na Casa do Comércio

O evento, que foi realizado no Espaço Mário Cravo da Casa do Comércio, em Salvador, está na sua segunda edição, e a programação deve seguir para outras capitais brasileiras. Entre os participantes, estava o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (SINCODIV) e da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, regional Bahia (Fenabrave-BA), Raimundo Valeriano. Ele foi o responsável pela palestra de abertura e teve a oportunidade de trocar experiências com representantes de diversas empresas que atuam no segmento digital, a exemplo do Google, Waze, OLX, AutoAvaliar e Pin Pag. “A principal mensagem passada pelo evento foi que o cliente mudou. O cliente de hoje em dia não é mais aquele cliente de anos atrás, sendo assim, precisamos nos adequar, precisamos pensar fora da caixa, sempre procurando inovar, e sem perder as oportunidades”, destaca Raimundo. Ele aproveita para citar o Combate das Marcas, evento da associação que comercializa mais de 600 carros em três dias, um resultado direto das campanhas de mídia e divulgação. À frente do Digital Day estão os co-criadores Daniel Cruz e José Carneiro. A proposta de começar pela região Nordeste está justamente na percepção de que é preciso sair do eixo Rio-São Paulo para fortalecer o mercado local. A iniciativa contou ainda com a parceria da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP-BA) e a Revista do Sistema Fecomércio-BA aproveitou para conversar também com o presidente da entidade, Americo Neto. Acompanhe o bate-papo realizado com os três especialistas.


entrevista

SF - Quais os principais desafios encontrados hoje pelas empresas na hora de explorar as potencialidades do marketing online?

SF - Existe um direcionamento geral para que as empresas possam ser bem sucedidas na comunicação com o cliente?

Daniel Cruz - Assim como todos os segmentos, o marketing digital possui muitas opções de mídias e uma infinidade de fornecedores que atuam nessa modalidade. Em tese, os assuntos relacionados a plataformas como Google, Olx, Waze, Facebook, Instagram são razoavelmente simples. Sem muita dificuldade você pode obter conhecimento superficial sobre por onde e como começar a trabalhar com o marketing digital. Isso vai fazer com que seu conhecimento saia do zero e se relacione melhor com empresas que podem te ajudar a entrar nesse mundo.

Américo Neto - Para se comunicar melhor com os clientes as empresas devem conhecer melhor seu público consumidor, suas características e, principalmente, o hábito de consumo de mídia. Como os hábitos dos consumidores têm mudado muito com a tecnologia e o uso do celular, é importante buscar conhecer a fundo quem é e como se comporta este cliente e, para isso, pesquisa é fundamental.

Américo Neto - O maior desafio é o pouco conhecimento. Como tudo é muito novo e está em constante e rápida evolução, é difícil encontrar profissionais especializados e experientes disponíveis no mercado. Então para explorar bem todo o potencial do Marketing Online é preciso ter assessoria e consultoria de alto nível.

qualquer empresa é tema de discussão constante. Qual o melhor tempo? 5 minutos? 20? 1 hora? As melhores práticas apontam para um cenário onde o lead (contato interessado em algum produto) seja atendido de forma imediata. Nesse sentido, é necessário muito treinamento, acompanhamento e disciplina das equipes comerciais e seus gestores. SF - As empresas já entendem que meios de comunicação diferentes exigem linguagens diferenciadas?

José Carneiro - Ter uma equipe dedicada é sem dúvida o caminho mais seguro. Mas não implica diretamente em sucesso. A estratégia e o engajamento também são fundamentais. Ter consciência de que o cliente está muito bem informado e usar isso a seu favor. Outro ponto importante é sempre avaliar as tecnologias disponíveis, pois existe uma variação e avanços significativos em curto espaço de tempo. Daniel Cruz - Tempo de resposta de um contato que vem da internet para

Daniel Cruz Fundador da MultiDC Comunicação, empresa focada em expansão comercial de startups no Brasil e no exterior, Daniel é co-criador do Digital Day e atualmente dirige sua agência de marketing com atuação na Bahia, Sergipe, Paraíba, Amazonas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Alagoas e Belo Horizonte. Ele ainda é palestrante e professor do curso “Capacidade de Transformação” que qualifica equipes comerciais em todo Brasil para as novas tendências do mercado digital.

Daniel Cruz - Nosso desejo é que sim! Porém, na prática, isso não acontece. Muitas empresas ainda estão um pouco perdidas quanto a utilização das mídias convencionais, que chamamos de“offline” (jornal, revista, outdoor, rádio, televisão, etc) e as digitais (Google, Waze, Facebook, Instagram, etc). Erroneamente, algumas deixam totalmente de incluir uma campanha offline e ficam apenas no online. O desafio é mesclar ambas as ações e suprimir delas o seu maior potencial. Ter um planejamento estratégico de marketing requer esses cuidados.

Américo Neto Americo Neto é publicitário, formado nas primeiras turmas da UCSAL, fundador da Viamídia Publicidade, umas das maiores agências de propaganda do Nordeste, presidente da ABAP-BA, palestrante e professor universitário e de pós-graduação de Planejamento de Gestão de Agência de Propaganda.

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insight

Vamos mudar o rumo A

sociedade brasileira clama por um novo tempo e os empreendedores também estão sintonizados neste clamor. Não estou a referir simplesmente sobre o momento econômico que passa o país, gerou tamanho impacto aos mais diversos setores, e por consequência, aos trabalhadores. Mas sobretudo pela necessidade urgente de transformações, que possam, de fato, proporcionar garantias para um novo ciclo de desenvolvimento, mais sólido e ininterrupto. Mesmo com todos os esforços do empresariado, é muito difícil crescer em um país que se posiciona em 128º lugar no ranking de facilidade de negócios, segundo o Banco Mundial, em um levantamento com 190 países. O Brasil ainda se posiciona entre os dez piores para se pagar impostos e entre 15 piores do planeta para se começar um negócio. Junta-se a tudo isto um sistema tributário atual caótico, confuso e entre os mais complexos do mundo, um verdadeiro manicômio tributário. Como empreender e crescer em meio a tanta adversidade? Na Bahia, o setor atacadista e distribuidor gera mais de 50 mil empregos, por meio de suas cerca de 600 empresas. Alavancamos a economia nos quatro cantos do estado, inclusive nos lugares mais longínquos, ao garantir o abastecimento de mais de 70 mil pontos de venda, entre mercadinhos, mercearias, padarias, bares, farmácias, pequenos supermercados, entre outros estabelecimentos varejistas que não têm volume de pedidos para adquirir produtos diretamente dos fabricantes.

dade de elevarmos a competitividade do setor no estado, com uma nova política para a cadeia do abastecimento, que proporcione crescimento, aumento da arrecadação estadual, queda na sonegação e a geração de novos empregos. Hoje, muitas empresas de estados circunvizinhos dominam o mercado interno baiano, sustentadas por agressivas políticas de incentivo fiscal. Não estamos reivindicando reserva de mercado. Há espaço para todos. Buscamos um cenário justo e coerente para todos os negócios, de forma equilibrada. Temos de ter condições para que as empresas baianas, que pagam seus impostos, possam potencializar seus negócios. Não estamos reivindicando reserva de mercado. Buscamos um cenário justo e coerente para todos os negócios, com condições igualitárias, que proporcionem mais equilíbrio. Tudo isto mostra que precisamos de medidas capazes de reconduzir o país ao caminho do crescimento, de forma sustentável. Há necessidade de uma política econômica clara, de modo a recuperar a confiança de empresários e investidores dentro e fora do país. É preciso equilíbrio fiscal por meio da austeridade nos gastos e de cortes reais no custeio da máquina pública, e não por meio da elevação da carga tributária, que penaliza as empresas e cidadãos.

Nosso estado representa mais de 10% da economia nacional, mas é responsável por apenas 4,7% das vendas do segmento atacadista e distribuidor no país, movimentando cerca de R$ 12 bilhões. Isto mostra uma clara necessi-

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Antônio Cabral Presidente da ASDAB Associação dos Agentes de Distribuição da Bahia

Definitivamente, queremos um país que dê condições para o funcionamento e desenvolvimento das empresas brasileiras, gerando oportunidades para todos: empresários, colaboradores e governos. É urgente uma reforma tributária, que simplifique e modernize o sistema; políticas de incentivo à atividade produtiva e geração de negócio, e que resultem na criação de postos de trabalho; a melhoria da infraestrutura e logística, que proporcione mais eficiência no abastecimento deste país continental, além de apoio para que o ambiente de negócios proporcione o progresso que sempre esperamos. Queremos o progresso do nosso país e do nosso estado. Somos brasileiros, empresários que acreditam no trabalho e na luta diária. E desta forma continuaremos contribuindo para um país melhor.

Na Bahia, o setor atacadista e distribuidor gera mais de 50 mil empregos, por meio de suas cerca de 600 empresas.


especial

Casa do Comércio completa 30 anos por Fernanda Deiró

Marco arquitetônico de Salvador e do Brasil, o edifício da Casa do Comércio, que abriga o Sistema Fecomércio-BA, completa 30 anos em 2018. Destaque na Avenida Tancredo Neves, uma das principais vias de Salvador, o prédio mistura estruturas de ferro e concreto com cores que acentuam o contraste entre as formas e atraem os olhares curiosos de turistas ou mesmo dos soteropolitanos, que ainda se encantam com a obra. Inaugurada em 28 de janeiro de 1988, a Casa do Comércio Deraldo Motta teve o projeto original assinado pelos arquitetos Jáder Tavares, Otto Gomes e Fernando Frank. Com 58 metros de altura divididos em 11 andares, a edificação levou um ano e meio para ser planejada e cerca de seis anos para ficar pronta. Ao longo das décadas, o local tornou-se não apenas ponto de interesse arquitetônico e turístico, mas principalmente uma referência na cidade por abrigar as sedes administrativas das instituições que compõem o Sistema Fecomércio-BA. Em janeiro deste ano, o presidente da Fecomércio-BA, Carlos Andrade, anunciou uma reforma nos 30 anos do edifício. No escopo da remodelagem, estão a adequação na parte elétrica, hidráulica e de tecnologia. “Vamos manter a estrutura física principal da Casa, mas também trazer inovações. Mais importante do que qualquer edificação, é o legado que aqui construímos com integridade, coesão e solidez. E isso tudo é resultado das pessoas que por aqui passaram e deixaram sua marca”, afirma Andrade.

Pessoas ligadas à concepção do edifício foram homenageadas com medalhas.

Foto: Cesar Villas Boas

Conheça alguns dos responsáveis pela construção da Casa do Comércio: “Nossa ideia inicial era construir o que seria o Palácio do Comércio. Tivemos alguns ajustes no projeto e chegamos ao resultado final que é o que conhecemos hoje. Sem dúvidas, foi uma empreitada pioneira, pois envolvia concreto e aço sendo trabalhados como uma só estrutura. Tivemos que fazer a montagem de cima para baixo e, sem dúvidas, todas as etapas da construção foram uma grande escola, um grande aprendizado para todos os envolvidos”.

“Me sinto orgulhoso de ter participado da execução desta verdadeira obra de arte da engenharia baiana, pois como foram muitas as dificuldades decorrentes da sua forma inusitada e das suas grandes dimensões, foi necessário muito esforço para fazê-la com a qualidade que realçasse a sua singular beleza”. Manoel Martins - Engenheiro Civil

"Depois da Casa do Comércio, ninguém fez nada parecido". Fernando Frank - Arquiteto

José Luiz Souza - Engenheiro responsável pelo cálculo estrutural. Bolo feito pela equipe do Senac em evento comemorativo.

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Foto: Cesar Villas Boas

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Senac

Novo site do Museu da Gastronomia Baiana por Alice Santiago

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gora o conhecimento sobre os retratos da pluralidade cultural, étnica e gastronômica da Bahia está a um clique de distância. Em fevereiro, o Senac lançou o site do Museu da Gastronomia Baiana (MGBA): dinâmico, informativo e, se imagem tivesse aroma, com cheiro de comida típica. O espaço traz colunas especiais, galerias, ações culturais e até mesmo um caderno de receitas.

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Inaugurado em 2006, no complexo Senac Pelourinho, o MGBA foi o precursor do gênero na América Latina. Agora, é possível compartilhar as tradições da culinária baiana, bem como de suas raízes, de qualquer lugar do mundo. O curador do Museu, o antropólogo Raul Lody, assina uma coluna exclusiva com reflexões sobre dendê e a comida de raiz.

“Para os baianos, o cheiro do dendê, o gosto do dendê, e o prazer de se comer um bom acarajé, indica o pertencimento a um lugar social, a uma Bahia africana”, disse Lody.

Conheça: www.ba.senac.br/museu

Novidade

Eventos

A plataforma traz também um novo serviço: o agendamento de visita. Essa opção serve para facilitar a vida dos turistas e soteropolitanos na hora de conhecer os roteiros oferecidos pelo Museu: Circuito Dendê, Circuito Carimã e Circuito Acarajé. O agendamento pode ser feito direto do site.

O site possui uma área destinada especialmente para as ações e eventos promovidos pelo Senac no segmento de gastronomia. A seção contempla seminários, oficinas e talk shows. O ambiente também conta com a galeria Nelson Daiha, onde, em um modelo de Art-Food, o local se propõe a mostrar artes visuais que tratem de temas sobre comida e cultura.

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especial

Bitcoins: Inovação e revolução

A

s criptomoedas ou moedas virtuais tem mexido com o mercado financeiro. Apesar de existirem desde 2009, foi no último ano que alcançaram seu ápice, inclusive no Brasil. Como uma tecnologia inovadora, o Bitcoin é uma forma de dinheiro, com a diferença de ser digital e não ser emitido por nenhum governo. O seu valor é determinado livremente pelos indivíduos no mercado. Para transações online, é a forma ideal de pagamento, pois é rápido, barato e seguro. O objetivo principal da política monetária do Bitcoin é o crescimento da oferta de moeda. Com BTC, é possível contratar serviços ou adquirir coisas no mundo todo. O número de empresas que a aceitam ainda é pequeno, mas vários países, como a Rússia pretendem “regular” a moeda. Por outro lado, países como a China fecham o cerco das criptomoedas, ordenando o fechamento de várias plataformas de câmbio. Nos Estados Unidos, a regulamentação das moedas digitais ainda é debatida. De acordo com Fábio Pina, consultor econômico da Fecomercio-BA, é preci-

so ficar atento. “Um investimento tem que ser reconhecido por uma boa parte dos investidores como tal, ter origem lícita, propriedade conhecida e reconhecida. O Bitcoin não reúne todas essas qualidades”, alerta. Para ele, do ponto de vista tecnológico, as moedas digitais têm um potencial revolucionário como meio de pagamento e podem impactar o mundo assim como a internet. “Como investimento financeiro, elas ainda não são reguladas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Isso significa que ninguém controla os Bitcoins e que não há garantias para o pequeno investidor”, defende Pina. Já a gerente da Escola de Negócios da Unifacs, Laura Domingos, entende que as criptomoedas representam uma economia paralela, alternativa à qual conhecemos. "Com os Bitcoins, desenvolveu-se uma região que é global, não cercada por fronteiras, além de uma nova forma de troca, na qual há ganhos reais. É uma quebra nos paradigmas da geografia econômica", diz.

Foto: Divulgação

por Vivianne Ramos

Fábio Pina.

Novidade A Receita Federal quer que o brasileiro declare a quantidade que possui em criptomoedas, por meio do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). E, em alguns casos, pague o imposto devido. Embora o fisco e nem o Banco Central considerem o Bitcoin uma moeda oficial, eles determinaram que, por ter características comerciais, devem ser encaradas como um ativo financeiro. Para que a declaração seja possível, embora não exista nenhuma cotação oficial da criptomoeda, o governo aceita até mesmo a cotação de sites na internet.

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câmaras

Balanço de resultados CAT Foto: Cesar Villas Boas

por Fernanda Mendes

V

ocê sabia que a Fecomércio-BA tem uma câmara voltada a estudar as normas tributárias e defender os interesses dos empresários? Chamada de Câmara de Assuntos Tributários (CAT), a iniciativa completou um ano de atuação no final de 2017 e comemora os resultados alcançados até o momento. Dentre as conquistas obtidas, está o conjunto de emendas sugerido pela CAT ao Programa de Regularização Tributária (Pert), iniciativa do Governo Federal que pretende facilitar o pagamento de dívidas tributárias. “Estudamos o projeto de lei e algumas das emendas sugeridas foram incluídas no texto final, a exemplo do aumento do prazo para pagamento de dívidas tributárias e da redução das multas cobradas”, ressalta Ricardo Sampaio, um dos especialistas da CAT.

de Salvador, mais benefícios para a abertura de novas empresas na capital. A atuação da CAT foi decisiva para a redução do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para novas empresas instaladas na capital, e a medida foi incluída no Programa Salvador 360°.

Outro destaque alcançado pela Câmara foi conseguir, junto à Prefeitura

“O balanço em relação ao primeiro ano de trabalho da Câmara foi excelente.

Foto: Cesar Villas Boas

Seminário provido pela CAT em julho.

Presidente Carlos Andrade ladeado por membros da CAT.

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Consolidamos o modus operandi da CAT, avaliamos diversas demandas que nos foram apresentadas e promovemos eventos esclarecedores para os empresários, alguns com mais de 300 participantes”, lista Ricardo. A Câmara de Assuntos Tributários é a quinta câmara empresarial instalada pela Federação. Além de estudar e avaliar as normas tributárias federais, estaduais e municipais, a CAT busca defender os interesses dos empresários do comércio baiano, sugerindo aperfeiçoamento dessas normas, seja para trazer mais benefícios ou diminuir os impactos negativos. De uma forma geral, as câmaras funcionam como fóruns consultivos, promovendo eventos, ações e debates dirigidos aos seus associados, à comunidade empresarial e representantes do poder público.


insight

Casa do Comércio da Bahia E

ntre o mar e a poesia – diz-nos o poeta – tem um porto, Salvador. Cidade de rara beleza, debruçada sobre a Baia de Todos os Santos, a segunda maior do mundo. Cidade construída seguindo os modelos mais ou menos tradicionais das cidades fortificadas da Europa, tendo sofrido, no entanto, ajustes à realidade e as necessidades locais. Salvador, cidade prenhe de contrastes, fazendo-a, a um só tempo“alta” e“baixa”,“sagrada” e“profana”, onde o antigo e o novo, a exemplo do conjunto arquitetônico do Pelourinho – considerado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO – convive com o jovem, desafiador e exuberante edifício da “Casa do Comércio da Bahia”, concebido pelos ilustres arquitetos Fernando Frank, Jader Tavares e Otto Gomes, e erguido graças a obstinação do dinâmico empresário Deraldo Motta, então presidente da Federação do Comércio, atestando hoje a combinação harmoniosa entre o passado e o presente. Haja vista, também, em termos de convivência, o Palácio Episcopal, ali na Praça da Sé, construído em 1707, outrora residência dos arcebispos, onde o pavimento nobre tem janelas com balcões e gradis de ferro, próximo da Praça Tomé de Souza onde pontificam o Paço da Câmara Municipal, um dos mais importantes exemplos da arquitetura colonial brasileira do século XVI, o prédio do Elevador Lacerda que, apesar de ser secular é um conjunto moderno em razão de várias reformas

ao longo dos anos, e o Palácio Tomé de Souza, edificado em 1986 para abrigar a sede da Prefeitura Municipal. Embora não sejam trezentas e sessenta e cinco igrejas, como cantou Caymmi, Salvador possui muitas, todas elas compondo a paisagem física e a caracterização desta Cidade, sagrada e profana, haja vista a caminhada festiva da Lavagem do Bonfim. Destaque, outrossim, para a Igreja da Conceição da Praia, construída com pedra lavrada (pedra de lioz portuguesa) vinda pronta para ser armada e paga pelos comerciantes de Salvador, no mesmo sítio onde Tomé de Souza, com as próprias mãos, ergueu capela de louvor a Virgem da Conceição. Coube, também, a essa dinâmica categoria, em razão do expressivo crescimento do comércio local, logo após a Abertura dos Portos em 1808, promover a edificação do vetusto prédio da Associação Comercial da Bahia, em 1811.

...onde o antigo e o novo, a exemplo do conjunto arquitetônico do Pelourinho convive com o jovem, desafiador e exuberante edifício da “Casa do Comércio da Bahia”...

No ensejo da comemoração do trigésimo ano da Casa do Comércio da Bahia, que abriga essa prestigiosa categoria dos comerciantes – neste mês de janeiro de 2018 comemorando 210 anos de plena atividade no comercio exterior – evidenciando destarte, desde 1808, a importância desse segmento para a economia do Brasil, cumpre-nos parabenizá-los pela sua contribuição no processo de alavancagem do desenvolvimento econômico do país.

Joaquim L. De Souza Economista, empresário, escritor e conselheiro Fiscal da Fecomércio-BA

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curtas

Fotos: Divulgação

Comitiva pelo Refis

Paulo Henrique, Márcio Marinho, Benedito Vieira e Edmundo Bustani.

Em fevereiro, uma comitiva da Fecomércio esteve em Brasília para fazer coro junto aos empresários na votação do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) na Câmara. A luta é para derrubar o veto presidencial ao Refis para as micro e pequenas em-

presas. Paulo Henrique de Andrade (representante do varejo de Juazeiro), Benedito Vieira (representante do comércio varejista de Alagoinhas e Região), Luis Gonzaga, representando as distribuidoras de combustíveis da Bahia e o assessor institucional da

Fecomércio-BA, Edmundo Bustani, formaram a comitiva. O grupo visitou gabinetes de parlamentares como os deputados Márcio Marinho (PRB) e Paulo Azi (DEM), e esteve no café da manhã promovido pela Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa.

Foto: Cesar Villas Boas

Visita do Tribunal Regional do Trabalho

Carlos de Souza Andrade e juíza Dorotéia Silva de Azevedo.

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Edmundo Bustani, Paulo Azi, Benedito Vieira e Paulo Henrique.

Revista do Sistema Fecomércio-BA Março 2018

A juíza do trabalho Dorotéia Silva de Azevedo, representando a presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT5), esteve na Fecomércio no início de março. “O Sistema Fecomércio-BA desenvolve um trabalho social muito importante no Estado, principalmente na área da educação. É gratificante ver empresários comprometidos com a causa social”, declarou a magistrada durante evento no Restaurante Escola Senac Casa do Comércio, que também contou com a presença de representantes da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 5ª Região-BA (Amatra5) e da Superintendência Regional do Trabalho (SRT).


deu o que falar

Temas relevantes para a cidade, estado ou país que deram ou darão o que falar! Carnaval indoor em 2019

Rita

Batista

Antecipação de feriados para segundas-feiras

Intervenção no Rio

O Brasil deve aceitar refugiados

Acho ótimo! Sobretudo para os camarotes que ficam ocupando o espaço que deveria ser do povo. Eles sobrevivem sem a festa de rua. O carnaval quem faz é o folião.

E todo o trade de turismo que lucra com os feriados prolongados, como fica? Acho que é preciso discutir e a Câmara Federal é um bom lugar para isso.

O estado do Rio, infelizmente, entrou em colapso diante da sucessão de gestores. Acho questionável, mas não sei o que se passa fora do polígono de segurança. Me causa espécie ver militares nas ruas.

Inclusive temos exemplos de refugiados que já estão no país, vieram reconstruir a vida e são exímios trabalhadores. Isso não aumenta a dívida social com os brasileiros. Acho bom, bonito e possível.

Parece festa privada que acontece o ano todo e não Carnaval.

É bom poder contar com uma feriado durante a semana.

Não acho que resolve.

Não tenho uma opinião formada.

A realização de festas privadas deve ser de livre decisão de quem promove e de quem consome. Nenhuma restrição desde que seja feito por recursos privados.

Pode ser interessante por conta dos feriadões que causam perdas no comércio e na produtividade. Além disso, permite que todos gozem de finais de semana prolongados.

Entendo como uma ajuda federal para o estado, apesar de possíveis motivações políticas. Torço para que traga resultados positivos e, quem sabe, um novo modelo de segurança pública.

É uma questão humanitária e precisamos aceitar. É uma forma de engrandecer nossa cultura. Além disso, nos faz pensar por que eles saem de seus países para que não cometamos os mesmos erros.

Entendo que perde a essência da festa.

Se for mais produtivo.

O investimento poderia ser em projetos sociais.

Sou contra as barreiras. O mundo é de todos!

comunicadora

Benedita Moreira

dona de salão de beleza

Cézar Almeida economista

Jaqueline Bonate

chefe de gabinete da caab

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Mulheres NO COMANDO por Vivianne Ramos e Moisés Brito

ELAS FAZEM A NOSSA CABEÇA NA HORA DAS COMPRAS COM FOCO EM RESULTADOS E JOGO DE CINTURA

Sabe aquela promoção que você espera o ano inteiro? E aquele cenário infantil que seus filhos amam? E o bate papo com uma musa da moda que marcou a sua memória? E aquela campanha de Natal que você não consegue esquecer? Não tem jeito. Os shoppings centers fazem parte da vida dos baianos. Quase 500 mil pessoas por dia circulam nos grandes empreendimentos de Salvador. E você, caro leitor, já parou para se perguntar quem está por trás de todas essas ações que impactam nossa memória afetiva e financeira? No mês da mulher, a Revista do Sistema Fecomércio-BA resolveu mostrar as mulheres que trabalham (e muito!) onde a gente compra e se diverte com a família. Na sua próxima visita ao shopping, lembre delas!

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Gabriela

capa

Foto: Cesar Villas Boas

SIMÕES

Em tempos em que os debates sobre equidade de gênero e empoderamento feminino dominam a pauta, fomos conversar com sete mulheres que ocupam o cargo de gerentes de marketing dos maiores shopping centers de Salvador. Neste mercado, a presença feminina não é novidade. Para Gabriela Simões, do Salvador Norte Shopping, a atuação de mulheres nesta área tem uma explicação histórica.“Sempre tivemos influência nas compras, mas, ao nos tornarmos mais independentes, deixamos de ser coadjuvantes para ocupar um papel tão importante quanto os homens quando o assunto é consumo”, afirma. Aliado a isso, Gabriela também atribui o sucesso da profissão às características femininas, como a capacidade de ser“multitarefa, atenção aos detalhes, sensibilidade aguçada e, muitas vezes, capacidade de resiliência e perseverança”, completa.

Karina

DOURADO

Foto: Cesar Villas Boas

Norte e Salvador: as marcas do Grupo JCPM na cidade.

Esse histórico de mulheres em cargos de liderança no marketing prova que, quando o espaço é conquistado, o caminho fica mais simples para outras mulheres. Tem sido assim com Karina Dourado, do Salvador Shopping, que nunca encontrou dificuldades profissionais por ser mulher. “Apesar desse espaço que as mulheres ocupam, lidar com comentários preconceituosos também faz parte das atividades diárias de muitas”, alerta. Mesmo num território conquistado, o preconceito ainda persiste, nas entrelinhas, em comportamentos arraigados. Juliana Brandão, do Shopping Piedade, um dos mais tradicionais da cidade, afirma não ter sentido dificuldades no crescimento da sua carreira pelo seu gênero, mas recomenda firmeza e flexibilidade para lidar com comportamentos que ainda atrelam imagem à competência técnica no ambiente de trabalho.“Tenho um posicionamento muito firme nestas circunstâncias, não deixando de ter o jogo de cintura adequado para manter o respeito profissional, independente de ser mulher”, explica Juliana, que concedeu a entrevista grávida de nove meses.

Ivanir

MATTOS

Juliana BRANDÃO

Lapa e Piedade: os queridos do centro da cidade.

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capa Barra e Shopping da Bahia: os desbravadores do mercado. Fotos: Cesar Villas Boas

SENSIBILIDADE A SERVIÇO DOS RESULTADOS Somente nos principais centros comerciais de Salvador, estima-se que o investimento em marketing some um orçamento anual de R$100 milhões, que são administrados a partir do talento, pesquisa e liderança das nossas personagens. Mesmo sendo um ambiente focado nos resultados em vendas, o shopping também é uma opção de lazer democrática e que nunca deve perder sua ludicidade e sensibilidade.“O trabalho da mulher dá um toque especial ao shopping center. Pensamos nos lucros e nas estratégias como qualquer gestor, mas pensamos, principalmente, no cuidado, no carinho, nos detalhes, como se cuidássemos da nossa família”, completa Ivanir Mattos, do Shopping Center Lapa. Nestes casos, a arte de vender se torna uma consequência de um trabalho feito com cuidado e dedicação. “A capacidade de realizar e reinventar não está restrita ao gênero e sim à inteligência e à vontade de querer fazer algo que traga um propósito de vida”, acredita Karina Brito, do Shopping Barra, empreendimento que possui uma premiação anual para mulheres que se destacam em diversos setores na Bahia. “Eu acredito que a mulher traz uma liderança mais moderna, mais participativa, com mais ideias. Além disso, são corajosas, inventivas, ousadas, firmes, competentes, inteligentes e ágeis”, completa Karina.

Mayara DINIZ

Karina Foto: Cesar Villas Boas

EQUILÍBRIO ENTRE CARREIRA E VIDA PESSOAL

BRITO

Enquanto se dedicam a pensar e aprovar campanhas que falam sobre momentos especiais em família, o trabalho nos shoppings faz com que essas mulheres, que também são mães, esposas e filhas, se esforcem para equilibrar a carreira e a vida pessoal. “Um dos principais desafios de se trabalhar com shopping center é lidar com o comportamento do consumidor e seus hábitos, que estão em constantes mudanças. A carreira de shopping exige uma certa dinâmica que precisamos acompanhar. Outro ponto é que, como o shopping é orgânico e funciona o ano inteiro, às vezes, fica difícil conciliar alguns compromissos da vida pessoal com as datas comemorativas do varejo”, diz Manoela Villas Boas, que concilia o trabalho no Shopping Bela Vista e os cuidados com o filho João Pedro, de 12 anos.

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Manoela

VILLAS BOAS

Bela Vista: o "caçula" da turma.


Mayara Diniz, do Shopping da Bahia, também precisa equilibrar a entrega de resultados no trabalho e as realizações da vida pessoal. Em menos de seis meses, ela assumiu a função de gerente no Shopping da Bahia, oriunda de um empreendimento em Maceió, e, no final de fevereiro, casou-se numa cerimônia toda organizada por ela com ajuda do atual marido. Tudo, ao mesmo tempo, agora! “Trabalho em uma área onde a sensibilidade feminina e o cuidado e preciosismo da mulher são diferenciais e tenho o privilégio de atuar numa empresa que me valoriza como

ser humano, respeita minhas escolhas e me dá espaço para criar e crescer, com equilíbrio”, comemora. Depois de tantos depoimentos e histórias, os clientes e o mercado varejista baiano podem comemorar as conquistas dessas mulheres. Concorrentes no dia-a-dia, elas deixaram de lado a competição por clientes de lado para mostrar que estão unidas no fortalecimento do posicionamento feminino no mercado de trabalho.

EMPODERAMENTO EM DEBATE Na Fecomércio-BA, o debate sobre as conquistas femininas também está aquecido. Fomos ouvir lideranças da instituição que aplaudem os espaços conquistados por mulheres e que também se posicionam no caminho por mais equidade e diversidade no ambiente de trabalho.

Rosemma Maluf, coordenadora da Câmara da Mulher Empresária (CME) “Apesar de todo esse movimento, ainda falta muito para que as mulheres ganhem o seu devido reconhecimento na sociedade e seguem na retaguarda do mercado. As mulheres continuam ocupando cargos de segundo escalão e faltam 150 anos para que a igualdade de gêneros seja alcançada. A mulher ainda tem um longo caminho cercado de preconceito”.

Juranildes Araújo, diretora da Fecomércio-BA “As mulheres estão mostrando ser mais competentes em determinadas atitudes, apresentam habilidade para somar nas diferenças, determinação, persistência, carisma, valor e capacidade para conduzir processos, pessoas e projetos. Também demonstram maior facilidade para transformar dificuldades em oportunidades, o que é imprescindível em cargos de liderança”.

Felipe Sica, coordenador da Câmara dos Empresários de Shoppings Centers (CESC) “A tendência do mercado como um todo é o de cada vez mais mulheres ocuparem áreas que antes eram dominadas pelos homens. Independente da luta de classes ou gêneros, as mulheres têm total capacidade de participar de qualquer cargo mostrando sua competência”.

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insight

Otimismo empresarial e crescimento econômico: uma via de mão dupla O

otimismo em relação ao futuro anda em alta entre as lideranças empresariais brasileiras. Pelo menos é o que apontam os resultados da 21º edição da Pesquisa Global com CEOs da PwC, realizada entre agosto e novembro de 2017, com aproximadamente 1.300 CEOs em 85 países. Os líderes brasileiros são os mais otimistas do mundo quando o assunto é recuperação econômica: 80% deles acreditam na melhora da economia global nos próximos 12 meses, enquanto globalmente apenas 57% têm a mesma opinião.

na história recente do país e mostra que a economia brasileira começou a dar sinais de recuperação. Para 2018, inclusive, o ministério da Fazenda estima um crescimento em torno de 3%.

Apesar do olhar otimista em relação ao cenário econômico, quando questionados em relação às expectativas de faturamento de suas empresas no mesmo período, os CEOs do Brasil são mais cautelosos. Apenas 39% desses executivos estão confiantes num aumento de receita em um ano. Em compensação, para os próximos três anos, a expectativa já aumenta: 54% aposta na ampliação das receitas.

Como estratégia para ampliar os negócios, 87% dos CEOs de empresas brasileiras apostam no crescimento orgânico, 83% na redução de custos e 70% em parcerias com empreendedores ou startups.

Essa visão mais positiva do mercado encontra eco num momento em que dados das Contas Nacionais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) no início de março indicam um crescimento de 1% do PIB brasileiro em 2017 em relação a 2016. O resultado do PIB confirma o fim da maior recessão experimentada

Essa caminhada rumo ao fortalecimento da economia deve refletir positivamente no crescimento dos negócios. Para crescer nesse contexto, cada vez mais, as empresas precisam ser relevantes para os seus públicos estratégicos bem como estar alinhadas com as novas demandas da sociedade.

lho nos próximos 12 meses está nos planos de 35% do líderes. Uma notícia mais que bem-vinda no atual cenário nacional, marcado pelo desemprego. Em janeiro desse ano, os desempregados no país somavam 12,7 milhões de pessoas. No final, o otimismo empresarial e o crescimento econômico parecem revelar uma via de mão dupla: um alimenta o outro. Afinal, com a economia em recuperação, os empresários se sentem mais confiantes para investir. E mais investimentos representam novos impulsos para a economia melhorar.

Assim como é necessário avaliar a melhor forma para incrementar o negócio, há o desafio de lidar com possíveis ameaças a esse desenvolvimento. Para 91% dos líderes, a falta de infraestutura no país é a principal ameaça ao crescimento. Excesso de regulação, aumento da carga tributária e mudanças nos hábitos de consumo também estão entre aspectos que, na visão dos CEOs, dificultam o crescimento sustentável de suas empresas. A ampliação das equipes de traba-

Carlos Pedral Sócio da PwC Brasil no Nordeste

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Os líderes brasileiros são os mais otimistas do mundo quando o assunto é recuperação econômica: 80% deles acreditam na melhora da economia global nos próximos 12 meses.


curtas

A instituição da Reforma Trabalhista, que privilegia o negociado sobre o legislado nas relações de trabalho, motivou a criação da Comissão de Negociação Coletiva da Fecomércio-BA. A primeira reunião do grupo, formado por presidentes de sindicatos filiados e executivos da Federação, ocorreu em fevereiro. O objetivo é auxiliar tanto os sindicatos empresariais como a Federação nas negociações coletivas de trabalho e na celebração das convenções junto aos representantes laborais ao longo de 2018. “É um acontecimento marcante para a modernização da Federação. Com as mudanças na lei trabalhista, a convenção assinada entre patronal e laboral será mais importante do que nunca. É um momento crucial na defesa da categoria econômica”, salientou o presidente Carlos Andrade.

Foto: Cesar Villas Boas

Primeira comissão de negociação coletiva

Comissão de negociação coletiva Fecomércio-BA.

A Comissão tem como membros titulares: João Luiz dos Santos Jesus (Sicomércio Vitória da Conquista), Luiz Fernando Brandão (Sindicato do Comércio Atacadista de Salvador) e Geraldo Cordeiro (Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construção do Estado da Bahia).

Um protocolo de intenções foi firmado, em março, voltado para ações de fomento ao empreendedorismo liderado por mulheres. O documento foi assinado pelo superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, pelo presidente da Federação, Carlos de Souza Andrade, e pela coordenadora da Câmara da Mulher Empresária da Fecomércio-BA, Rosemma Maluf. Um dos objetivos da parceria é implementar ações de capacitação que contribuam com o fortalecimento do empreendedorismo feminino. Na ocasião, o superintendente Jorge Khoury destacou que a convergência de princípios é fundamental para que se criem mais oportunidades que ampliem a oferta de conhecimento. “Essa parceria pode ser o primeiro

Foto: Cesar Villas Boas

Fecomércio-BA e Sebrae firmam parceria em prol das mulheres empreendedoras

Jorge Khoury, Carlos Andrade e Rosemma Maluf.

passo para a construção de um modelo a se disseminar por todo o Estado”, ressaltou.

gados ao empoderamento feminino: conhecimento e independência econômica.

Rosemma Maluf, por sua vez, ressaltou a importância da parceria, como uma contribuição na luta pela igualdade de gênero também no mundo dos negócios. Ela afirmou ainda que dois aspectos importantes estão li-

“Esse é um processo de mudança histórica e cultural. Essa parceria está sendo firmada em um período muito especial, que é a Semana da Mulher”, lembra Rosemma.

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Foto: Cesar Villas Boas

sindicatos

Presidentes dos sindicatos empresariais filiados à Fecomércio-BA.

Sindicatos ganham novas lideranças por Fernando Barros

E

m 2018, novos presidentes assumiram alguns dos sindicatos filiados à Fecomércio-BA. Entre as entidades que ganharam novo comando, estão o Sindicato do Comércio Varejista de Santo Amaro (Sindcom), o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Armarinho e Vestuário da Cidade do Salvador (Sindtav), o Sindicato do Comércio Varejista e dos Feirantes de Jequié (Sicomércio Jequié), o Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Santo Antônio de Jesus (Sincomsaj), o Sindicato dos Representantes Comerciais do Estado da Bahia (Sirceb), o Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom) e o Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios da Cidade do Salvador (Sindal).

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O orgulho em integrar a base de filiados da Federação é grande entre os novos líderes.“Sinto-me muito honrado em poder fazer parte do Sistema. É o meu primeiro ano como líder sindical e tenho muito o que aprender com eles para realizar diversos benefícios em prol da categoria que represento”, afirma o novo presidente do Sirceb Herval Dórea. “Através da Fecomércio, estamos presentes nos maiores fóruns de debates estaduais e nacionais em prol do varejo e do empreendedorismo em geral”, destaca Antoine Youssef Tawil, novo presidente do Sindtav. E completa “Temos muito o que trabalhar. A luta é constante, mas com a representatividade proporcionada pela Fecomércio o nosso caminho fica melhor pavimentado”.

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União e fortalecimento do segmento que representam estão entre os planos a serem adotados na nova gestão dos sindicatos.“Queremos unir a classe. Vamos realizar eventos com o objetivo de fortalecer a atividade comercial buscando parcerias com os Poderes Públicos e a Federação do Comércio. Temos pela frente um grande desafio que é o de conquistar a credibilidade do empresariado local e isso só será possível com uma gestão de relacionamento”, observa José Roberto Rocha, que assumiu a gestão do Sindicom Santo Amaro. Herivaldo Nery, presidente do Sincomsaj, também aposta nesse fortalecimento.“Pretendemos uma participação ativa em comissões municipais, parcerias com o Sebrae, para auxiliar no empreendedorismo da cidade, bem como com outras entidades e instituições. Vamos trabalhar pela retomada do crescimento do comércio através da aproximação com comerciantes para que as necessidades coletivas da categoria busquem o crescimento e estejam sempre em


sindicatos

pauta na agenda da entidade”, afirma. Aproximação é a palavra de ordem também nos planos de Luiz Gonzaga do Amaral, novo presidente do Sindicom.“Pretendemos realizar convenções coletivas de trabalho que contemplem a realidade das empresas regionais na Bahia e criem satisfação para os trabalhadores, como celebrar convênios de cooperação com a Fecombustíveis, sindicatos de postos revendedores e outras Federações empresariais, visando intercâmbio de dados e a criação de grupos de trabalho de interesse da categoria”, informa. No horizonte dos novos líderes, destaca-se também a busca por aumento de representatividade. “Queremos aumentar a representatividade do sindicato e da Federação nos conselhos em que as classes empresariais têm assento, a exemplo do Conselho do Meio Ambiente, conselhos fazendários, previdenciário, juntas comerciais, Sebrae, comissões trabalhistas e câmaras setoriais”, pontua Amaral.

Desse sentimento partilha também o novo presidente do Sicomércio Reinildo Neri Silva. “Pretendemos multiplicar esforços para de fato ser uma liderança representativa dos feirantes e comércio varejista de Jequié. Nosso objetivo é fortalecer a categoria, fomentando o associativismo, e buscar melhorias para oferecer a assistência necessária, além de planejar ações junto ao Sesc e ao Senac nas áreas de educação, saúde, cultura e lazer para beneficiar comerciários e toda a sociedade”, declara. A Fecomércio-BA entende que o trabalho dos novos presidentes impacta no fortalecimento de toda a Federação. “Manter uma base de sindicatos fortes, representativos, na capital e principalmente no interior, é uma das diretrizes da nossa gestão. A importância da união citada pelos novos presidentes, em prol da defesa do nosso segmento, é um reflexo desse trabalho que estamos desenvolvendo desde 2014”, declara o presidente Carlos de Souza Andrade.

“Temos muito o que trabalhar. A luta é constante, mas com a representatividade proporcionada pela Fecomércio o nosso caminho fica melhor pavimentado” Antoine Youssef Tawil

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passos certos

Dona do seu caminho

De modelo à empresária de sucesso por Fernanda Deiró

Foto: Divulgação

Reconhecida como umas das grandes empreendedoras do Brasil, a gaúcha Rosane Manica construiu na Bahia a sede do seu império de cartões de benefícios, hoje já consolidado em todo país. Com uma história de vida inspiradora, Rosane conta sobre a sua jornada e revela em quais alicerces fundamenta os seus negócios.

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SF – Como foi o início da sua vida profissional? Quais as principais memórias que guarda desse período?

cuidar da filial na Bahia e acabaram me contratando. Assim, aos 22 anos, entrei no mercado que continuo até hoje.

RM - Nasci em São Leopoldo, no interior do Rio Grande do Sul. Sou filha de um caminhoneiro e de uma dona de casa. Eu ainda era menina quando nos mudamos para Canoas, na Grande Porto Alegre, onde meu pai virou motorista de táxi. Nessa época, minha mãe começou a trazer roupas de São Paulo para vender. As principais clientes eram suas amigas e, ao vê-la trabalhar, aprendi minhas primeiras lições de negócios. Aos 15 anos, eu era bem magrinha e diziam que eu parecia com as modelos das revistas de moda. Acabei sendo convidada para um concurso de beleza em um clube de Canoas. Ganhei o título de Rainha das Piscinas e virei uma celebridade local. Comecei a fazer desfiles de moda e a posar para fotos de catálogos de lojas da cidade que vendiam vestidos de noiva, maiôs e biquínis. Com isso consegui ganhar algum dinheiro, que usei para pagar as primeiras mensalidades da faculdade de Nutrição. Meu namorado, na época, era gerente da Kodak, em Porto Alegre. Ele recebeu um convite para gerenciar a filial de Salvador. Decidimos nos casar e mudar para a Bahia. Transferi meu curso para a Universidade Federal da Bahia, onde conclui a graduação. Prestes a me formar, fui indicada por meus professores para trabalhar na Apetik, uma administradora de vales-refeições que pertencia ao extinto Banco Crefisul. A empresa era nova e eu não tinha nenhuma experiência. Mesmo assim, eles precisavam de uma nutricionista para

SF – Como a Nutricash começou e quais fatores você considera que foram decisivos para que o negócio desse certo?

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RM - No fim dos anos 80, eu era responsável pelos negócios da Apetik em todo o Norte e o Nordeste. Minha carreira como executiva ia bem, até que, em 1989, as coisas mudaram repentinamente. O Crefisul vendeu a Apetik para a Ticket, uma de nossas maiores concorrentes. Os novos donos quiseram me transferir para Belém, no Pará, mas não aceitei e saí da empresa. Pouco tempo depois, fui procurada por uma operadora de planos de saúde de São Paulo. Eles pretendiam entrar no mercado de vales-refeições e me contrataram para fazer um plano de negócios. No meio do caminho, desistiram da ideia. Foi quando decidi abrir minha própria empresa. Não queria mais ser funcionária de ninguém, correr o risco de ser demitida ou depender da vontade do patrão. Aproveitei o plano de negócios que já tinha em mãos e fui atrás de um sócio que me ajudasse a juntar o capital necessário para abrir minha própria administradora de vales-refeições. Um antigo cliente dos tempos da Apetik, acabou gostando muito da ideia. Não foi nada difícil convencê-lo a se tornar meu sócio. Assim nasceu a Nutricash. O início das operações foi bastante difícil. Começamos de forma bem modesta em uma pequena sala alugada no bairro do Comércio. Éramos um grupo muito pequeno de funcionários,


passos certos

mas com determinação e ousadia de sobra. Abraçávamos desafios que os concorrentes evitavam, pois essa era a nossa forma de crescer. Inclusive, os contratos de exclusividade que os concorrentes fecharam com empresas de captura fizeram com que nós resolvêssemos criar a nossa rede com maquininhas próprias que depois desativamos. Considero como fator decisivo para que o negócio desse certo: NÃO PODER DAR ERRADO. Eu não tinha alternativa. Tinha que dar certo! SF – A Nutricash compete com grandes concorrentes. Como se manter relevante no mercado e dosar inovação com segurança nos negócios? RM - Em 25 anos de mercado, a Nutricash – única empresa baiana do setor de benefícios ao trabalhador – sempre priorizou o atendimento de excelência como fórmula para a construção de relações comerciais sólidas e duradouras. A qualidade do seu atendimento é fundamental para a fidelização de clientes, principalmente em um segmento cujo nível de diferenciação entre produtos é pequeno. O nosso tamanho frente aos concorrentes, inclusive, nos possibilita ter uma relação muito mais próxima dos clientes, atendimento personalizado, com mais presença em seu dia a dia, diferenciais exclusivos, maior flexibilidade, agilidade e preços competitivos. Hoje, somos uma empresa com atuação nacional e com um portfólio enorme de produtos: vale-refeição, vale-alimentação, vale-combustível, cartão multibenefícios, cartão MyCash, gestão inteligente de consumo, gestão de compras, vale-transporte e vale-combustível. O nosso produto de gestão de frotas cresceu tanto que virou uma nova empresa: Maxifrota. O atendimento, sem dúvida, foi um dos grandes motivadores do nosso sucesso. Contudo, para continuarmos crescendo, nós não podemos

nos esquecer da necessidade do planejamento estratégico e da necessidade de diferenciação frente aos concorrentes. Nesse sentido, buscamos sempre acompanhar as tecnologias do momento, explorar nichos de mercado e identificar oportunidades de inovação, aprimorando os nossos produtos, bem como lançando novas soluções que simplifiquem a gestão de pagamentos de nossos clientes. Temos um desafio de lançar um novo produto a cada dois anos e sempre com novidades. Somente nesse primeiro trimestre, passamos a operar com um novo sistema de gestão, o

"Para continuarmos crescendo, nós não podemos nos esquecer da necessidade do planejamento estratégico e da diferenciação frente aos concorrentes".

GIS (Gestão Inteligente de Soluções), lançamos um novo produto ao mercado, o cartão MyCash, e estamos já em fase de testes com mais uma solução para empresas: que é a gestão de vale-transporte. Outras novidades em termos de tecnologias estão sendo concluídas para serem lançadas ainda nesse ano.

totalmente realizada no meu trabalho. Para ser um bom líder você precisa saber lidar com gente, contratar certo, gerar desafios para a sua equipe, formar um bom time e querer, de verdade, mudar a vida das pessoas. Olhar ao seu redor e ver o crescimento de diversas pessoas não tem preço. SF – Após três anos turbulentos, o Brasil está dando os primeiros sinais de estabilidade e retomada na economia. Como avalia esse momento? RM - A crise financeira que o Brasil vivenciou trouxe reflexos bastante negativos para a nossa economia e para o mercado como um todo. Apesar disso, mesmo diante de tantas turbulências, conseguimos passar pela crise sem nenhum problema. A Nutricash conseguiu manter taxas de crescimento em torno de 20% ao ano nos últimos três anos. Em 2017, tivemos crescimento de 26%. O cenário ainda é de ligeira incerteza em virtude da instabilidade política e de estarmos em um ano de eleições presidenciais. Todavia, a economia já demonstrou indícios de que não está mais intrinsicamente ligada ao nosso cenário político. Assim, a retomada econômica, ainda que tímida, nos traz otimismo de que o pior já passou e de que, agora, é o momento da retomada dos investimentos. Estamos muito otimistas para próximos cinco anos e com grandes planos de expansão, novos produtos e mercados.

SF – Você é tida como um exemplo de mulher empreendedora. Quais características considera essenciais para ser uma boa líder? RM - Sou extremamente determinada, trabalho muito e amo o que faço. Sou

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Sesc

Encontro de diretores do Sesc do Nordeste por Alice Santiago

sam contribuir com o crescimento do Sesc”, comentou. “A natureza do Sesc sempre foi pensar em qualidade de vida e no bem-estar do indivíduo. Para mim, isso está diretamente ligado com a questão socioambiental. A sustentabilidade chegou ao Sesc e veio para ficar”, concluiu Artexes.

C

omo fio condutor de novas ideias e projetos, o Sesc deu mais um passo em relação a união dos Departamentos da região Nordeste. O Regional Bahia foi o estado anfitrião do Encontro dos Diretores Regionais do Sesc no Nordeste, em parceria com o Departamento Nacional, que reuniu representantes dos nove estados nordestinos. O evento foi sediado na unidade Sesc Piatã, em março. Estiveram em pauta assuntos como investimento em energia renovável, estratégias de gestão e ações específicas para os programas da instituição. Visando desenvolver atividades sustentáveis que ajudem a economizar recursos, o diretor do Sesc Bahia, José Carlos Boulhosa Baqueiro, apresentou o projeto de aproveitamento de energia renovável – que já está sendo desenvolvido nas unidades baianas. “A nossa missão é propor intervenções e

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Diretores Regionais do Sesc em evento em Salvador.

discussões que ajudem os outros estados. O objetivo é trabalhar em rede para alcançar resultados positivos que beneficiem a todos”, explicou.

José Carlos Boulhosa Baqueiro, Diretor Sesc BA.

“O Nordeste é uma região muito específica e cheia de peculiaridades, por esse motivo nós estamos nos articulando para estas questões de grande impacto na economia”, disse Boulhosa, acrescentando que o principal resultado colhido nas reuniões realizadas foi o intercâmbio de experiências. O diretor geral do Sesc Nacional, Carlos Artexes, reforçou a necessidade de garantir uma unicidade nacional a partir do trabalho estruturado em rede. “O Departamento Nacional tem incentivado a articulação entre os regionais. O tema levantado por Boulhosa interessa a todos, por isso é pertinente que, para cada ideia, existam planos e ações concretas que pos-

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Foto: Divulgação / Sesc Bahia

Foto: Divulgação / Sesc Bahia

Durante o encontro, os dirigentes também colocaram em pauta temas sobre desenvolvimento de ações corporativas, custeio do projeto Sesc Saúde Mulher, iniciativas de gestão do relacionamento com o cliente e gestão de pessoas - com abordagem para venda de serviços e produtos. Na parte de entretenimento, a programação ainda contou o show “Os Irmãos Macedo - Carnaval, Música e Revolução”, apresentado no Teatro Sesc Casa do Comércio.


insight

Pontos de atenção para uma startup que deseja ser investida E

xistem inúmeras formas de uma startup gerir suas finanças. Muitas delas optam pelo bootstrapping, modelo que privilegia a contenção de despesas e o uso de capital próprio para viabilizar a escalada da empresa. A maioria das startups, porém, acaba se voltando ao mercado na busca de investimento externo, o qual pode ser realizado por diversos meios, tais como: investimento-anjo, equity crowdfunding, mútuo conversível, constituição de sociedade em conta de participação e vários outros cujo rol a inventividade do mercado cuida de ampliar a cada dia. A maioria das startups, porém, acaba se voltando ao mercado na busca de investimento externo, o qual pode ser realizado por diversos meios. Acontece que captar investimento pode se mostrar o maior desafio de um startupper, sobretudo em sua early stage, quando o produto / serviço oferecido ao mercado ainda não está suficientemente testado para atrair um investidor ou fundo de investimento. Apesar disso, algumas dicas são muito válidas para que uma startup, desde a sua fase embrionária, quando apenas se vislumbra a ideia por trás do modelo de negócios, já inicie a preparação para o recebimento de um aporte futuro. - REGULARIZAR A DOCUMENTAÇÃO JURÍDICA: investidores invariavelmente preferem com alguma segurança, mesmo quando envolvem os riscos típicos das startups. Assim, toda a estruturação jurídica será avaliada no momento em que a rodada for realizada. A qualidade dos documentos constitutivos, a existência de um acordo de sócios bem formatado e, ainda, a adoção de contratos com uma

redação clara, precisa e que preveja soluções rápidas para os problemas da startup, certamente são fatores diferenciais perante investidores. - CUIDAR DOS SEGREDOS DO NEGÓCIO: diante da inovação disruptiva que caracteriza as startups, toda a cautela é necessária com os segredos por trás da atividade. Assim, é importante que o empreendedor cuide dos segredos desde o início, celebrando acordos de confidencialidade com todos os sujeitos com quem negociar – parceiros, prestadores de serviços e até mesmo os investidores. Apresentar um documento resguardando o sigilo do negócio para o investidor revela maturidade e zelo pela startup, o que pode ajudar na conclusão do negócio. - ESTUDAR O MERCADO: existem, hoje, diversos mecanismos de investimentos. Além do clássico investimento-anjo (seja com as características da LCp 155/2016 ou por meio de outra estruturação jurídica), ganham destaque hoje outras modalidades como o equity crowdfunding (financiamento coletivo), mútuo conversível (empréstimo feito pelo investidor com opção de aquisição de participação no capital social após um período de tempo), a constituição da sociedade em conta de participação (modelo em que o investidor reduz seu risco por não negociar com terceiros diretamente, ficando este papel a cargo da startup) e outros ainda em fase de amadurecimento no mercado.

- CONHECER O PERFIL DOS NOVOS SÓCIOS: saber quem são os investidores que irão figurar como sócios da startup também é de suma importância para que se defina o tipo de investimento a ser adotado. O Direito das Startups permite a adoção de vários tipos de cláusulas, que ora favorecem os majoritários, ora os minoritários; ora privilegiam uma permanência prolongada na sociedade, ora facilitam a saída; ora tornam a gestão do negócio mais simplificada, ora mais burocrática. Em suma: o conhecimento das possíveis cláusulas, aliado à ciência do perfil do investidor, é crucial na definição da estratégia de prospecção adotada pela startup. Conseguir investimento é sempre algo bastante difícil – isso é fato. Preparar-se para ele, contudo, não só ajuda a prospectar recursos para o desenvolvimento da startup, como também diminui os riscos de prejuízos com tal operação.

Leonardo Susart Advogado com atuação em desenvolvimento de startups

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legislativo

Projetos de lei interferem na rotina do comércio por Fernanda Mendes

R$ 43 milhões. Esse é o valor estimado que deixa de circular no comércio baiano num dia de feriado.

O

cálculo, feito pela Fecomércio-BA, foi levantado após a proposta do projeto de lei 21.741/2016, que visa instituir como feriado estadual o dia 8 de novembro, em referência a Revolta dos Búzios – ou Conjuração Baiana, como também é conhecida. O projeto ainda será votado pela Assembleia Legislativa do Estado e, além de representar prejuízos ao comércio por implicar em mais um dia de inatividade das empresas, é inconstitucional. A iniciativa encontra obstáculo no art. 22 da Constituição Federal, que prevê que compete à União legislar

sobre direito civil e do trabalho. Dessa forma, a criação de feriados civis não pode ser determinada por lei estadual, já que tal iniciativa envolve consequências nas relações de trabalho. Vale lembrar que a lei nº 9093/95 determina que os feriados civis só podem ser declarados em lei federal. “Entendemos ser de grande nobreza reconhecer a Revolta dos Búzios como importante data para a história da Bahia. Ela é apontada como a primeira revolução social do país, em busca da liberdade e igualdade sociais e por isso mesmo deve ser sem-

• PL 523/2017. Proíbe a exibição de preço diferenciado para compras à vista ou a prazo. A proposta vai de encontro à Lei Federal nº 13455/2017, que já prevê a diferenciação entre pagamentos à vista ou a prazo. A lei federal é uma exigência antiga do comércio e traz muitos benefícios para o consumidor, por oferecer a vantagem de descontos em pagamentos à vista. • PL 524/2017. Proíbe a exigência de cadastro para troca de mercadoria. As normas estaduais referentes ao Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) exigem que o empresário registre o número do documento de identidade do cliente para realizar a troca da mercadoria. A prática é o que possibilita que o comerciante usufrua dos créditos e débitos oriundos de transações que incidam o ICMS.

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Revista do Sistema Fecomércio-BA Março 2018

pre celebrada. Contudo, é importante trazer à discussão as consequências de um novo feriado no calendário”, relata Edmundo Bustani, Assessor Institucional da Fecomércio-BA. Na discussão, entram ainda questões como o aumento de custos na folha de pagamento e encargos sociais, já que o trabalho prestado aos domingos e feriados deve ser pago em dobro. “Com uma economia ainda em recuperação, esse tipo de gasto pode desequilibrar ainda mais a gestão financeira das empresas”, aponta.

Na esfera municipal Estes dois projetos de lei em tramitação na Câmara dos Vereadores também podem ter efeitos na vida dos comerciantes, e por isso a Fecomércio-BA tem acompanhado as proposições de forma a não impactar negativamente o setor. O vereador Duda Sanches (DEM), autor de ambos, fala sobre eles e defende que, após ouvir a Fecomercio e entender as necessidade do setor, eles serão adequados para não interferir no comércio do Estado. "Nosso objetivo é possibilitar que o cidadão tenha seus plenos direitos e que o comércio possa empreender em um país tão cheio de legislações e normativas. Estamos buscando novos projetos em sintonia com o que a sociedade, a Fecomércio-BA e os parceiros entendem ser melhor para a sociedade.", afirma.


esportes

Novos rumos no Esporte Clube Bahia Fotos: Felipe Oliveira/Esporte Clube Bahia

por Fernando Barros

C

om quase 82% dos votos, o advogado Guilherme Bellintani foi eleito em dezembro de 2017 presidente do Esporte Clube Bahia. Torcedor antigo do time e pai de quatro tricolores, Bellintani acumula experiência como gestor público em passagens pelas Secretarias de Educação e Desenvolvimento e Urbanismo, da Prefeitura de Salvador. Aos 40 anos, ele fala nessa entrevista sobre seus planos para a gestão do clube. Revista Sistema Fecomércio-BA – O que você acredita que precisa melhorar para tornar o Bahia cada vez mais competitivo? Guilherme Bellintani - O investimento em um time de futebol depende muito da capacidade de receita do clube. Hoje, o Bahia tem uma dívida de cerca de R$ 200 milhões e receitas anuais que chegam a aproximadamente R$ 100 milhões. Para que o time seja mais competitivo, é preciso reduzir essas dívidas e aumentar nossas receitas. SF – Em relação à melhoria econômica do Bahia, você chegou a citar, durante a época de campanha, a criação de um aplicativo, que seria chamado de Plataforma BBMP. Como está o andamento desse projeto? GB - O aplicativo terá sua fase inicial lançada em abril. Ele vai facilitar ao torcedor a adesão ao plano de sócios, vendas promocionais, informações sobre o time e compra de ingressos. Numa era em que tudo é feito pelo celular, pretendemos fazer do aplicativo algo para nos aproximarmos cada vez mais do torcedor e também aumentar o número de sócios.

Bellintani em coletiva para imprensa.

SF – Quais outras ações são voltadas à captação de recursos e o que pretende priorizar em 2018? GB - Elevar o número de sócios é essencial para dar equilíbrio às nossas contas. Mas não é só isso. Estamos reduzindo gastos em quase todas as áreas do clube, além de trabalhar em novas receitas, como as ligadas aos royalties de produtos com a marca do Bahia e também ao fornecimento e venda de material esportivo.

SF – Em abril, está previsto o fechamento de um novo contrato com a Fonte Nova. Quais mudanças o torcedor pode esperar a partir disso? GB - Nosso principal objetivo é usar o estádio para fortalecer o programa de sócios e ampliar o vínculo da torcida com o estádio. Nossos torcedores e sócios precisam ter cada vez mais vantagens e facilidades dentro da Fonte Nova.

SF – Estão previstos investimentos na equipe de jogadores ou na renovação do time? GB - Na passagem do ano, nossa prioridade foi renovar com atletas que foram aprovados em 2017 e trazer gente para as posições nas quais perdemos jogadores, mas é claro que o Bahia está de olho no mercado e ajustes serão feitos no decorrer da temporada. Cerimônia de posse.

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empreendedorismo

Na onda do empreendedorismo: Conheça as vantagens de ser MEI

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ábio Pinheiro é um exemplo baiano de micro empreendedor individual bem-sucedido. Surfista profissional por muitos anos, percebeu um nicho promissor de investimento quando passou a revender pranchas e acessórios do esporte para conhecidos do ramo. O negócio informal começou a dar certo na mesma proporção que as taxas de inadimplência aumentavam.

Foto: João Alvarez / ASN Bahia

Assim que o Micro Empreendedor Individual (MEI) foi lançado, em 2009, ele regularizou sua empresa – a UCLA Brands – e, com o registro de CNPJ, criou uma loja virtual, abriu uma conta

Foto: João Victor / No Brain Media

por Vivianne Ramos

no banco, passou a vender com cartão de crédito e conseguiu empréstimo para investir na empresa. Agora, a UCLA trabalha com as maiores marcas de bodyboard do mundo e tem uma presença forte nas redes sociais. Todo o serviço é feito pelo próprio Fábio, que comemora o aumento do limite para R$81 mil reais anuais de faturamento para se manter como empreendedor individual. “Eu realmente me beneficio totalmente de ser MEI e não tenho nenhuma intenção de sair enquanto eu estiver faturando dentro do limite estabelecido. Não tenho luxo, mas pago minhas contas e vivo bem. Posso realizar meus sonhos e sou bem realizado”, afirma. A busca pela independência financeira e o aumento do desemprego são alguns dos motivos que incentivam a criação do próprio negócio. De acordo com o Portal do Empreendedor, até o final de janeiro, a Bahia já contava com quase 450 mil micro empreendedores individuais (MEI). Destes, mais de 40 mil foram apenas no último ano. O MEI foi criado para formalizar atividades que já eram exercidas, mas que não exigem um espaço físico próprio ou uma grande equipe. Entre as principais vantagens trazidas para o trabalhador está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) facilitando a emissão de notas fiscais,

Fábio Pinheiro, MEI da UCLA Brands

compras diretas com os fornecedores, facilidade na abertura de contas bancárias e contratação de empréstimos. No boom de criação dessas novas empresas, o superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, aponta a divisão de dois tipos de perfis no segmento: o empreendedorismo por necessidade, quando “as pessoas perdem sua principal fonte de renda e buscam uma forma para manter o seu sustento” e o empreendedorismo por oportunidade, que “é um público que possui um tempo maior de maturação da ideia, planeja mais, estuda mais o mercado e identifica uma chance em obter renda de um próprio negócio por opção”, que foi o caso de Fábio.

Jorge Khoury, superintendente do Sebrae Bahia

O registro de MEI pode ser feito no Sebrae ou diretamente no Portal do Empreendedor em, aproximadamente, 15 minutos.

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O MEI tem direito a: Registro de CNPJ

Rendimento anual de até R$81 mil

Emissão de Nota Fiscal

Participação em licitações

Contratação de um funcionário

Benefícios previdenciários




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