Cadernos Econômicos - nº 42

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2016 teve os piores marcos da história do varejo, com números recordes no fechamento de lojas, demissþes e perdas no faturamento Março 2017


Os recordes negativos que O ano de 2016 bateu diversos recordes. Mas não estou falando dos recordes olímpicos, embora as Olimpíadas nos tenham trazido momentos de alegria e distração. Refiro-me aos piores números que a economia já presenciou: 13 milhões de desempregados, Produto Interno Bruto (PIB) negativo pelo segundo ano consecutivo, fechamento de 108,7 mil lojas e 182 mil trabalhadores demitidos em todo o país. De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a dezembro, o volume de vendas registrou recuo de 8,7% ante o mesmo período do ano anterior. A queda no faturamento obrigou ajustes de custos por parte das empresas, em especial nos seus quadros de funcionários, uma vez que a carga tributária e as despesas operacionais não deram trégua. Para os empresários que não conseguiram equilibrar essa dramática balança, só restou fechar as portas. Do ponto de vista do nível de atividade, o ano de 2016 foi negativamente marcante para o comércio varejista brasileiro. No entanto, os dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) demonstram que as regiões Sul e Sudeste – exceto o Rio de Janeiro –, a situação foi menos grave do que em 2015. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

O Paraná não passou ileso e 8,3 mil lojas encerraram suas atividades em 2016, volume inferior ao registrado em 2015, quando 9,6 mil empresas fecharam as portas. O saldo entre admissões e desligamentos de trabalhadores com carteira assinada no comércio do Estado ficou negativo em 7,5 mil postos de trabalho segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), contra 12,9 mil demissões em 2015. Conforme a Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), o varejo paranaense fechou o ano passado com retração de 3,08% no volume de vendas. Isto significa que a situação se agravou ainda mais, uma vez que em 2015 as empresas do comércio amargaram os piores resultados da série histórica da pesquisa, com redução de 8,79% no faturamento. Apenas os setores que comercializam itens de primeira necessidade, supermercados e farmácias, obtiveram aumento nas vendas, com elevação de 2,92% e 1,03%, respectivamente. Diversos agentes econômicos, bem como a mudança no Governo Federal, produziram um conjunto de expectativas positivas a partir de agosto. Todavia, as melhorias desejadas não ocorreram com a intensidade necessária.


s que precisamos superar Os frequentes fatos negativos no contexto político resultaram em desconfiança no setor privado, incluindo o comércio. Sendo assim, as expectativas positivas dos primeiros momentos pós-impeachment ainda não vingaram. Além disso, os efeitos mais danosos à economia, com acentuada queda no faturamento do varejo, já haviam sido detectados no primeiro semestre, com pouca probabilidade de reversão. As lojas de departamentos amargaram as maiores perdas, com queda de 17,67%, motivada pelo fraco desempenho do setor na Capital (-21,63%) e nas demais regiões. As livrarias e papelarias também chamaram a atenção pela redução considerável nas vendas (-11,92%). As concessionárias de veículos não tiveram desempenho satisfatório e venderam 5,28% a menos do que em 2015, ano que já havia sido muito ruim para o setor, com -26,58%, e regrediram ao mesmo patamar de 2006. Muito embora o agronegócio faça do Paraná um Estado diferenciado do ponto de vista econômico, as receitas do campo ajudaram, mas não foram suficientes para tirar 2016 do vermelho. A região Oeste, que possui o maior Valor Bruto Nominal da Produção Agropecuária do Paraná segundo o Ipardes, teve a redução menos significativa nas vendas do varejo, de 0,61%. Em Ponta Grossa a diminuição no acumulado do ano foi de 2,31%; no Sudoeste

de 2,33%; em Londrina, de 2,78%; em Maringá, 3,57% e de 3,92% na Capital. O Litoral teve o pior desempenho de 2016, com baixa de 7,06% no faturamento do comércio. Nossa pesquisa mostra ainda que 2017 não começou bem. As vendas de janeiro foram 1,21% menores do que no mesmo mês do ano passado, que foi desastroso, com baixa de 16,27% na comparação com 2015. Isto evidencia que este ano também não será fácil. Ainda que o pior da crise já tenha passado, com a interrupção da queda livre dos indicadores econômicos, o movimento da economia continua decrescente. E o setor produtivo vai demorar a sair do abismo para onde foi empurrado Observamos um crescimento do otimismo dos empresários, que indica uma possibilidade consistente de início de um processo de recuperação para o comércio, mas que deverá também se adequar ao contexto de contenções ainda prevalecentes na economia. Espera-se que em 2018 os sinais de melhora sejam mais evidentes. Já se projeta um crescimento de 2,5% para o próximo ano. Quem dera seja possível, é o desejo unânime do comércio.

Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

Março 2017





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