Cadernos Econômicos - nº 48

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Coordenador de Jornalismo Ernani Buchmann Revisão: Sônia Amaral Diagramação: Vera Andrion Tiragem: 1000 exemplares Periodicidade: mensal


O consumo das famĂ­lias do 2Âş trimestre de 2017 cresceu 1,4%, comparado ao trimestre imediatamente anterior, apĂłs nove trimestres de desempenho negativo.

setembro 2017


Expansão do consumo das famílias e interação com o comércio Elevação do consumo das famílias e aumento nas vendas do comércio são condições positivas para o início de uma guinada na recessão e a perspectiva do surgimento de um processo de estabilização O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números referentes ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no 2º trimestre de 2017. Um fato importante foi o retorno do crescimento do consumo das famílias, considerando as variáveis associadas a esse crescimento. O valor monetário do consumo das famílias representa quase 2/3 do PIB brasileiro. No 2º trimestre, essa participação foi de 62,4%. Os demais 37,6% estiveram relacionados a consumo do governo, investimento bruto interno e saldo da balança comercial (exportações menos importações). O consumo das famílias do 2º trimestre de 2017 cresceu 1,4%, comparado ao trimestre SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

imediatamente anterior, após nove trimestres de desempenho negativo. Da mesma forma, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, também após nove trimestres de queda, o consumo das famílias cresceu 0,7% em abril-junho de 2017. Entre as causas desse crescimento estão: queda da inflação, redução da taxa de juros Selic do Banco Central, disponibilização de saldos de contas inativas do FGTS e ainda novas opções de financiamento. É importante verificar que os reajustes de salários apresentaram crescimento real, pois tomaram como referência para correção as taxas de inflação anteriores, maiores que as verificadas nos meses recentes. A elevação do consumo das famílias permite detectar ocorrências simultâneas


de elevação da renda, ampliação da massa de salários e maior poder de compra. Diversas ocorrências recentes no contexto econômico brasileiro indicam início de superação da fase recessiva da economia, como a criação de emprego, elevação do nível de atividade em diversos segmentos da indústria de transformação – com destaque para o complexo automobilístico – e o aumento do PIB em 2017, que cresceu 1% no 1º trimestre (sobre trimestre anterior) e 0,2% no 2º trimestre (sobre o anterior). Há diversos indicadores que apontam para a sustentação do processo de crescimento do PIB para 2018, abrindo perspectivas para a consolidação da recuperação da economia, desde que mantidas as premissas atuais da política econômica e a credibilidade dos gestores públicos. Podem ser destacados: aumento das exportações, melhoria do saldo da balança comercial, elevação da entrada de investimento estrangeiro direto, expansão do índice Bovespa (em relação ao 1º semestre de 2016), maior utilização da capacidade produtiva instalada da indústria e a consequente redução da ociosidade desse setor. O risco-país, indicativo do grau de confiança dos investidores quanto à capacidade de pagamento das dívidas de um país, está estabilizado abaixo de 300 pontos. Em mo-

mentos de risco elevado, o risco-país do Brasil superou 2.400 pontos. As reservas cambiais (estoque de divisas) do Banco Central se mantêm acima de US$ 375 bilhões. No entanto, isso não é suficiente para garantir consistência no crescimento do PIB, a médio e longo prazo, considerando que a formação de capital fixo (investimento bruto interno) se apresenta negativa desde o 3º trimestre de 2016 (em relação ao trimestre imediatamente anterior). Como o setor público brasileiro enfrenta fortes limitações orçamentárias, verifica-se uma carência em melhoria ou expansão de infraestrutura. Por outro lado, os possíveis benefícios de parcerias público-privadas (PPPs) não se concretizam na velocidade e condições adequadas, devido a bloqueios e limitações institucionais que restringem a modernização dos instrumentos de política econômica. Mantida a elevação do consumo das famílias e vendas do comércio, que repercutem sobre a demanda agregada, as condições são positivas para o início de uma guinada na recessão e a perspectiva do surgimento de um processo de estabilização, tão necessário à superação das dificuldades econômicas do nosso país. Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

setembro 2017





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