Revista Fecomércio PR - nº 135

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PALAVRA DO PRESIDENTE

DESAFIOS DURANTE A PANDEMIA BRUNO TADASHI

forma de trabalhar e de viver de expressiva parcela da população. No Brasil, as previsões de um crescimento em torno de 2% foram atualizadas para decréscimo de 5%. Na área específica do comércio, estima-se que a recuperação só comece a gerar efeitos significativos a partir do segundo semestre de 2021.

N

enhum acontecimento nos últimos 70 anos poderia nos fazer imaginar que 2020 reservaria ao mundo o combate a uma pandemia, nas proporções adquiridas por este novo coronavírus e com todas as consequências trágicas para a saúde dos cidadãos, para a solvência das empresas e para o emprego de milhões de pessoas em todo o planeta, além de mudar de forma substancial a

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Em um cenário tão dramático, o poder público, em todas as suas esferas – federal, estadual e municipal – tratou de implantar medidas que atenuassem as perdas. Legislação abrandando relações trabalhistas, linhas de crédito para as empresas, ampliação de prazos para pagamento de impostos e taxas, auxílios emergenciais para trabalhadores informais e desempregados, entre outras, estão em vigor enquanto estivermos sob este ambiente de crise. No âmbito do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná, as ações têm sido permanentes e de grande valia para os empresários, comerciários e quem se encontra em si-

tuação de vulnerabilidade. Por todas essas razões, esta edição da Revista Fecomércio PR traz, desde sua reportagem de capa, diversas matérias abordando as medidas adotadas, diminuindo os efeitos da crise. Quero agradecer, enfaticamente, o apoio oferecido pelos parceiros do Sistema, em todas as áreas, sem os quais jamais poderíamos ter colocado em prática as campanhas que estão em vigor. Além disso, como sempre, trazemos também outros temas, dentro da nossa política editorial de oferecer aos leitores uma ampla gama de assuntos, incluindo tópicos de interesse geral, como história, aspectos do passado do comércio e cultura. Temos certeza de que com fé e muito trabalho, a esperança de dias melhores irá se materializar. Boa leitura e plena saúde a todos!  DARCI PIANA PRESIDENTE DO SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

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EXPEDIENTE

ÍNDICE

FECOMÉRCIO PR RUA VISCONDE DO RIO BRANCO, 931, 6º ANDAR

26 ACESSIBILIDADE

CEP 80410-001 CURITIBA PR 41 3883-4500

BIBLIOTECA QUE CABE NO BOLSO

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING

28 EAD

JORNALISMO@FECOMERCIOPR.COM.BR | 41 3883-4530

SENAC EM CASA

WWW.FECOMERCIOPR.COM.BR

29 EDUCAÇÃO

WWW.SESCPR.COM.BR | WWW.PR.SENAC.BR ISSUU.COM/FECOMERCIOPR

50 ANOS DE

WWW.FLICKR.COM/PHOTOS/FECOMERCIOPR/

EDUCAÇÃO INFANTIL

32 EDUCAÇÃO EJA

33 BELVEDERE ACADÊMICOS EM CASA NOVA

34 ENERGIA AS PEQUENAS GRANDES GERADORAS

3 PALAVRA DO PRESIDENTE DESAFIOS DURANTE A PANDEMIA

37 UNIDADES MÓVEIS CIDADANIA ESTAMPADA

5 NOTAS

SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

EM SORRISOS

8 INVESTIMENTO

40 ESPORTE

TERÁ FÁBRICA TCHECA DE CAMINHÕES

MAIS QUE ATLETAS

PRESIDENTE: DARCI PIANA DIRETOR REGIONAL DO SESC: EMERSON SEXTOS

10 CAPA

44 PILOTOS CURITIBANOS

DIRETOR REGIONAL DO SENAC: VITOR MONASTIER

LUTA SEM TRÉGUAS PELA SAÚDE,

O DISCRETO BRIGADEIRO KOPP

PELAS RECEITAS E PELOS EMPREGOS

REVISTA FECOMÉRCIO PR ANO XIX Nº 135 MAR | ABR 2020

48 HISTÓRIAS PARANAENSES 16 MESA BRASIL

HISTÓRIA IMPRESSA

UNIÃO PELA VIDA

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING

54 HISTÓRIA DO COMÉRCIO

COORDENADOR GERAL: CESAR LUIZ GONÇALVES

ZEQUINHA: O DOCE SABOR DE INFÂNCIA

COORDENADOR DE JORNALISMO: ERNANI BUCHMANN

58 SINDICATO COMERCIALIZAÇÃO DE ANIMAIS

JORNALISTA RESPONSÁVEL SILVIA BOCCHESE DE LIMA DRT-PR 6157 REDAÇÃO E REVISÃO

60 SANTA FELICIDADE

CAROLINA GOMES, FERNANDA ZIEGMANN,

MAMMA MIA!

ISABELA MATTIOLLI, KAREN BORTOLINI,

64 CRÔNICA

KARLA SANTIN E SILVIA BOCCHESE DE LIMA ESTAGIÁRIA: ANA CLARA COLEMONTS

18 HISTÓRIA E ECONOMIA

DOIS CAVALOS NO

ENTRE CRISES E RECOMEÇOS

TABULEIRO DA VIDA

FOTOS: BRUNO TADASHI, MURILO RIBAS E IVO LIMA DRT-PR 9999

23 SINDICATO

66 PERFIL

ARTE E DIAGRAMAÇÃO: VERA ANDRION DRT-PR 10260

SINFARMA OESTE DO PARANÁ

APRENDIZ NO SENAC E NA POLÍTICA

IMPRESSÃO: AJIR ARTES GRÁFICA E EDITORA LTDA.

24 SAÚDE

68 SINDICATO

CURITIBA PR | TIRAGEM: 2.750 EXEMPLARES

ATENÇÃO ESPECIAL AOS IDOSOS

SINDICOMBUSTÍVEIS-PR

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NOTAS

36º CONGRESSO NACIONAL DE SINDICATOS EMPRESARIAIS

Atendendo a recomendações de autoridades de saúde, a 36ª edição do Congresso Nacional dos Sindicatos Empresariais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo ganha uma nova data para a sua realização: de 23 a 25 de novembro, em Bento Gonçalves (RS). Com o tema “Desperte para Soluções”, são esperados 700 congressistas de todo o Brasil, entre dirigentes sindicais, empresários, executivos,

gestores do setor, assessores de comunicação e advogados. A intenção é discutir a reorganização sindical, desafios e formas de dar sustentabilidade às entidades e suporte às empresas associadas, entre outros. O primeiro dia do evento é direcionado às reuniões com assessores das áreas Executiva, de Comunicação e Jurídica dos sindicatos e, à noite, ocorre a cerimônia de abertura oficial. Um talk show sobre a reorganização sindical marcará as atividades do segundo dia do congresso, seguido pela palestra “O novo comércio – desafios e soluções”, ministrada por Fabiano Zortéa, coordenador estadual de projetos do Sebrae RS, além das discussões das comissões técnicas sobre comércio em shopping centers e lojas de rua, comércio informal, feiras itinerantes, Lei Geral de Proteção de Dados, sustentabilidade financeira dos

sindicatos, tecnologia a serviço dos sindicatos, futuro do varejo e comércio eletrônico. Em todas as tardes os congressistas poderão participar de oficinas interativas na Feira Empresarial. No encerramento do congresso, haverá o painel Economia e Comércio no Brasil, com a economista chefe da Fecomércio RS, Patrícia Palermo; com o chefe do Departamento de Economia da CNC, Fabio Bentes; com o economista do Sicredi, Alexandre Englert Barbosa, mediados por Lucas Schifino. A programação técnica será encerrada com uma oficina que reunirá seis cases em torno das negociações coletivas, mediada pelo vice-presidente da Fecomércio PR, Carlos Rodrigues do Nascimento. Inscrições podem ser feitas pelo site http://www.36cnse.com.br.

SENAC PR PROMOVE CAPACITAÇÃO PARA INSTRUTORES DE FORMA REMOTA Todos os anos o Senac PR promove a Semana de Aperfeiçoamento dos Instrutores. Este ano, devido à quarentena, as atividades propostas ocorrerão de forma remota. Serão 12 horas de capacitação, sendo oito horas de cursos teóricos de formação geral e quatro horas de cursos específicos, com o objetivo de focar na prática das áreas. A parte teórica foi dividida em sete módulos: Principais técnicas de oratória para docentes; Administração de conflitos; Distúrbios/transtornos de Aprendizagem; A mediação e a aprendizagem significativa; Refletindo sobre o documento técnico 5; Reconhecendo os documentos escolares; Ferramentas tecnológicas na educação profissional. Os cursos específicos serão divididos entre aulas práticas em vídeos sobre as novas técnicas; vídeos sobre os portfólios de cursos e tecnologia e inovação.

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NOTAS

FECOMÉRCIO PR LANÇA PROGRAMA DE ENTREVISTAS COM EMPRESÁRIOS E LIDERANÇAS EMPRESARIAIS Série de vídeos apresenta panorama sobre os efeitos do coronavírus em empresas de diferentes segmentos

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) lançou, em maio, o programa Fecomércio Entrevista, em que ouve empresários e representantes de entidades empresariais sobre os impactos e desafios do coronavírus em empresas de diferentes segmentos e no setor terciário em geral.

Como sempre, a Fecomércio PR propaga a voz dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Neste momento de mudanças e incertezas, a instituição apresenta o parecer e a opinião sincera dos empreendedores e representantes de instituições ligadas ao setor empresarial sobre a Covid-19 e seus impactos para o varejo e serviços, as medidas

adotadas pelas empresas para evitar a disseminação do vírus entre trabalhadores e clientes e, é claro, quais as expectativas para quando essa crise passar. Porque ela vai passar e a vida e os negócios voltarão a fluir, de um jeito diferente, provavelmente. A cada semana são lançados novos vídeos da série no site da instituição e em suas redes sociais.

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ACESSE FIQUE EM CASA COM O SESC PR

FIQUE EM CASA A permanência em casa durante o período de pandemia é fundamental para impedir a disseminação do novo coronavírus. Preocupado com a qualidade de vida e o bem-estar da população, o Sesc PR lançou, em abril, uma série de atividades – sejam elas físicas, culturais, educacionais, ou motivacionais – todas em vídeo. Os colaboradores do Sesc

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PR de todo o estado estão preparando conteúdos exclusivos para que clientes e comunidade fiquem em casa, mantendo a saúde física e emocional. Para facilitar o acesso aos conteúdos produzidos, já está em funcionamento uma nova ferramenta no aplicativo do Sesc PR, chamado Fique Em Casa. Com apenas um clique é possível ter acesso a

todos os vídeos produzidos pelas áreas de Esporte, Lazer, Educação, Saúde, Ação Social e Cultura. O aplicativo está disponível para download gratuito nas lojas Google Play e Apple Store, e os conteúdos podem ser acessados pelas principais redes sociais do Sesc PR: YouTube, Facebook e Instagram.

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TATRA PHOENIX EURO6 8X8

TRATATRUCKS.COM

TRATATRUCKS.COM

INVESTIMENTO

TATRA PHOENIX EURO6 6X6

PG TERÁ FÁBRICA TCHECA DE CAMINHÕES TATRA TRUCKS ESTÁ EM FASE FINAL DE NEGOCIAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DA FÁBRICA EM PONTA GROSSA TE XTO : KA R LA SA N TIN

P

onta Grossa sediará a primeira fábrica de caminhões da Trata Trucks fora da Europa. A fabricante tcheca de caminhões off-road confirmou a instalação da planta brasileira durante reunião realizada em 10 de março, na sede da Fecomércio, em Curitiba, entre o presidente da Tatra, Petr Rusek, o vice-presidente, Petr Hendrych, e o governador do Paraná em exercício, Darci Piana. Também participaram da reunião na Fecomércio PR o diretor de exportações da Tatra Trucks, Pavél Petrásek, responsável pelas

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operações da empresa no Brasil, e o diretor de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes, além de representantes dos escritórios de advocacia Fernando T. Ishikawa e Becker Direito Empresarial, Ortec Contabilidade, Sindicato dos Despachantes Aduaneiros, SkyMarine Logistics e da Invest Paraná, agência do Governo estadual para fomento de novos negócios. Durante o encontro, o chairman da Tatra Trucks destacou que o diferencial da empresa é a produção de caminhões para rodagem fora das estradas e em terrenos difíceis.

A marca possui tecnologia exclusiva de mobilidade do chassi e eixos das rodas que permite aos veículos se adaptarem a qualquer tipo de terreno. Por isso os caminhões da Tatra são amplamente utilizados para fins militares, mineração, extração de petróleo, pavimentação de estradas e extração madeireira. “Nós temos a melhor marca de caminhões off-road do mundo. Na Austrália, temos a missão de levar mobilidade a locais inexplorados. Na Rússia, na longínqua Sibéria, nenhum outro caminhão vai além dos Tatra para extração de óleo e mineração. E agora chegamos ao Brasil” afirmou Petr Rusek. MAR | ABR 2020


IVO LIMA

RUI LEMES

AS ADAPTAÇÕES NO BARRACÃO ONDE SERÁ INSTALADA A FÁBRICA EM PONTA GROSSA JÁ

DA ESQ. P/ DIR.: PAVÉL PETRÁSEK, RUI LEMES, PETR RUSEK, DARCI

COMEÇARAM

PIANA, PETR HENDRYCH E RICARDO SALLES

Na ocasião, Darci Piana mencionou que a iniciativa para a vinda da fabricante tcheca de caminhões ao Brasil ocorreu quando ainda era Cônsul Honorário da República Tcheca no Paraná e destaca a importância desse investimento. “Uma das prioridades do governo estadual, assim que assumimos, foi organizar a administração e fazer com que o Paraná se tornasse um ambiente atrativo para investimentos. Da parte do governo, faremos tudo o que for possível para trazer a Trata para Ponta Grossa, de forma semelhante ao que já fizemos para outras empresas que aqui se instalaram, gerando empregos e movimentando a economia paranaense”, reiterou. INSTALAÇÕES

Os executivos tchecos também vieram ao Brasil para conhecer o condomínio industrial onde será instalada a fábrica de caminhões, bem como ajustar os últimos detalhes para a vinda da marca para Ponta Grossa. A continuidade do processo de implantação foi aprovada pelo conselho da Tatra na República Tcheca, após a reunião no Brasil. De acordo com o diretor de Relações Internacionais da FecomérMAR | ABR 2020

cio PR e novo Cônsul Honorário da República Tcheca no Paraná, Rui Lemes, o projeto completo para implantação da fábrica, com definição do valor a ser investido e do corpo diretivo da planta brasileira, deverá ser apresentado entre os meses de junho e julho. Lemes será o procurador legal da TatraBras até a implantação da fábrica. A instalação da fábrica deverá ocorrer no segundo semestre deste ano. As adequações nos barracões em que funcionará a planta brasileira já estão em andamento. “O Paraná será beneficiado com a vinda de uma estrutura forte como a da Tatra, com investimentos que vão gerar empregos e prover os setores agrícola, madeireiro e cooperativo com caminhões dotados de uma tecnologia inexistente no país”, avalia Rui Lemes. GERAÇÃO DE EMPREGOS

A Tatra dará preferência para contratação de mão de obra local, o que vai gerar diversas vagas de emprego na cidade. De acordo com o diretor de exportações da Tatra Trucks, Pavél Petrásek, o Paraná foi escolhido justamente pelo elevado nível de formação técnica e universitária no estado, além de similaridades com a República

Tcheca. “Existem universidades técnicas de nível muito alto, além da natureza circundante, que lembra nosso país de origem”, diz. A empresa já selecionou dez estudantes de várias áreas da engenharia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) para um estágio de um ano em sua sede, na cidade de Kopřivnice, na República Tcheca. Após o retorno, eles estarão habilitados a fazer parte da empresa. MODELOS

A TatraBras produzirá dois modelos: o Tatra Phoenix Euro 6 6x6 e o 8x8, que podem ser utilizados nas áreas de mineração, florestal, construção e pavimentação. “A Tatra é reconhecida mundialmente como fabricante de caminhões pesados. Queremos oferecer também aos clientes brasileiros um portfólio semelhante. Nossos veículos são a melhor opção para as condições mais adversas e extremas nos setores florestais e de mineração”, enfatiza Pavél. A empresa planeja observar a demanda do setor produtivo brasileiro e, futuramente, poderá ampliar a gama de modelos produzidos nacionalmente.  FECOMÉRCIO PR

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CAPA

LUTA SEM TRÉGUAS PELA SAÚDE, PELAS RECEITAS E PELOS EMPREGOS GOVERNOS ESTADUAL E FEDERAL ADOTAM MEDIDAS PARA MINIMIZAR OS TRÁGICOS EFEITOS DA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS TE XTO : CA R OLIN A GOMES

A

guerra contra a COVID-19 tem muitas frentes. A principal é a da saúde, com a mobilização de toda a estrutura do setor para garantir que a população brasileira supere a pandemia com o menor número de casos possível. Mas, a luta também se dá em outros campos, tratando de combater os efeitos econômicos do coronavírus sobre empregadores e empregados. Desde o início da crise os governos estadual e federal vêm anunciando uma série de medidas com o intuito de ajudar empresas a manter sua saúde financeira e os empregos que geram, em um momento de quarentena e de redução das atividades em grande parte dos setores. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) tem trabalhado de forma incessante, ao lado de outras entidades representativas do setor produtivo do estado, para que as medidas sejam efetivas e que, de fato auxiliem aqueles que estão precisando de apoio no momento. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, diz que o momento é de reflexão e esperança: “Vamos manter a fé, porque juntos iremos superar as dificuldades. É para isso que estamos trabalhando: garantir a saúde das pessoas e a saúde financeira das empresas do comércio de bens, serviços e turismo no Paraná”. 10        FECOMÉRCIO PR

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MANUTENÇÃO DE EMPREGO

BRDE

A Medida Provisória nº 927 trouxe flexibilizações nas relações de trabalho, mantendo-se a negociação com sindicatos. O objetivo é apresentar alternativas para tentar evitar demissões em massa nesse período.

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) formatou um programa emergencial de R$ 670 milhões. Ele inclui R$ 50 milhões da linha de microcrédito repassada para a Fomento Paraná, R$ 100 milhões de recursos próprios e R$ 520 milhões de outros fornecedores de crédito.

Os principais pontos abordados na MP são:

• Antecipação de férias: fica permitida a concessão de férias com notificação prévia de 48 horas, ante os 15 dias que eram necessários, mesmo que o período aquisitivo não tenha transcorrido. Também ficou definido o adiamento do pagamento do terço constitucional de férias, que poderá ser pago junto da segunda parcela do 13º salário. • Férias coletivas: a medida permite a concessão de férias coletivas com notificação prévia de 48 horas aos empregados (antes 15 dias), sem a necessidade de notificação aos sindicatos e ao Ministério da Economia, o que agiliza esse processo. • Antecipação de feriados: folgas de feriados não religiosos poderão ser antecipadas para que o empregado permaneça em casa agora, trabalhando nos dias que ficaria de folga originalmente. Assim, a empresa tem alguns dias a mais com o funcionário em casa sem ônus em seu orçamento. • Banco de horas: como nos feriados, o banco de horas poderá ser utilizado para que o empregado fique mais dias em casa, de forma que os dias não trabalhados sejam posteriormente compensados no prazo de até 18 meses contados da data de término do estado de calamidade pública, mediante acordo individual ou coletivo.

O objetivo é financiar micros, pequenas e médias empresas do estado; os setores mais atingidos pela crise, como turismo, economia criativa, prestação de serviços, alimentação, entre outros; e tomadores que já são clientes. Além de injetar dinheiro novo na atividade produtiva, o governo estadual estima manter em circulação até R$ 6 bilhões ao abrir a possibilidade da suspensão da cobrança de dívidas de tomadores de crédito (públicos e privados) junto aos agentes econômicos vinculados ao Estado.

• Diferimento do pagamento do Fundo de Garantia por Tempo e Serviço (FGTS): a medida suspende o pagamento de 8% do FGTS referente aos meses de março, abril e maio de 2020, parcela paga pela empresa. O recolhimento será a partir do mês de julho de 2020, em até seis parcelas, e sem incidência de atualização, multa e encargos para as companhias. • O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda permite ainda às empresas reduzirem jornadas e salários dos funcionários em até 70%. O governo ficará responsável por pagar uma compensação ao funcionário, a depender do valor cortado.

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CAPA

TRIBUTOS E DÍVIDAS

Os impostos que precisam ser pagos também são um problema central das empresas nesse momento de crise. Para amenizar essa dificuldade, a Resolução CGSN nº 152/2020 determina a prorrogação do prazo para pagamento dos tributos federais no âmbito do Simples Nacional. Com isso, os tributos federais apurados no Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional – Declaratório (PGDAS-D) e no Programa Gerador do DAS para o MEI (PGMEI) foram prorrogados da seguinte forma: o Período de Apuração Março de 2020, com vencimento original em 20 de abril de 2020, fica com vencimento para 20 de outubro de 2020; o Período de Apuração Abril de 2020, com vencimento original em 20 de maio de 2020, fica com vencimento para 20 de novembro de 2020, e o Período de Apuração Maio de 2020, com vencimento original em 22 de junho de 2020, fica com vencimento para 21 de dezembro de 2020. O estado do Paraná, por meio do Decreto nº 4.386/2020, prorrogou por 90 dias o prazo de pagamento de ICMS, relativo aos meses de março, abril e maio de 2020, declarados e apurados pelos optantes do Simples Nacional, na Declaração de Substituição Tributária, Diferencial de Alíquotas e Antecipação – DeSTDA, ou seja do ICMS apurado fora do regime tributário do Simples Nacional. Com a superveniência do Decreto nº 4.411/2020, a prorrogação foi estendida, em consonância com a Resolução CGSN nº 154/2020, também para o ICMS apurado pelo regime tributário do Simples Nacional, para os seguintes prazos:

REFERÊNCIA........... PRAZO PARA PAGAMENTO MARÇO/2020...............ATÉ 30 DE JUNHO DE 2020 ABRIL/2020.................... ATÉ 31 DE JULHO DE 2020 MAIO/2020.................. ATÉ 31 DE AGOSTO DE 2020

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Contudo a prorrogação não alcança o ICMS incidente sobre a parcela da receita bruta acumulada anual que ultrapassar o sublimite estadual de R$ 3,6 milhões, e os parcelamentos feitos anteriormente por optantes do Simples Nacional. A quitação de dívidas com a União também foi alterada por meio da Portaria nº 103, que estabelece novas condições na cobrança, em função dos efeitos do coronavírus na capacidade de geração de resultado dos devedores. A ideia é estender prazos de pagamentos das empresas que devem para a União em 90 dias, para não serem ainda mais impactadas. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal criaram a Resolução Conjunta nº 555/2020, que prorroga, por 90 dias, a validade das Certidões Negativas e Certidões Positivas com Efeitos de Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União. O governo também anunciou o adiamento do recolhimento das contribuições para o PIS-Pasep, do pagamento da Cofins (contribuições que incidem sobre a receita das empresas) e da contribuição patronal das empresas para a Previdência Social. Os impostos deveriam ser pagos entre abril e maio e, agora, o pagamento deverá acontecer entre agosto e abril.

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AUXÍLIO EMERGENCIAL

NÍVEL ESTADUAL

LINHAS DE CRÉDITO

Para garantir o sustento de famílias de baixa renda e trabalhadores informais que ficaram impossibilitados de trabalhar nesse momento de pandemia, o governo federal criou a Lei nº 13.892, que prevê o pagamento de um auxílio emergencial de R$ 600 aos trabalhadores de baixa renda prejudicados pela pandemia do coronavírus.

No Paraná, o governador Carlos Massa Ratinho Junior também tem adotado medidas de proteção e auxílio aos empregadores. O governo anunciou um conjunto de ações, que somam R$ 1 bilhão, para estimular a atividade econômica e preservar emprego e renda dos paranaenses.

As pequenas e microempresas foram beneficiadas pela Resolução CODE/FAT nº 851, que liberou mais R$ 5 bilhões em crédito para empresas com faturamento de até R$ 10 milhões ao ano, pelo Programa de Geração de Renda (Proger), mantido com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A resolução pode abranger ainda médias e grandes empresas com algumas limitações: serão 10 operações com empresas desses portes limitadas a um montante de R$ 38,3 milhões.

O auxílio emergencial será destinado aos cidadãos maiores de idade que estão na condição de trabalhadores informais e exerçam atividades na condição de microempreendedores individuais (MEI), contribuintes individuais do Regime Geral de Previdência Social ou inscritos no Cadastro Único para programas Sociais do Governo Federal até 20 de março de 2020. Também é necessário ter renda familiar mensal inferior a meio salário mínimo per capita ou três salários mínimos no total e não ser beneficiário de outros programas sociais ou do seguro-desemprego. Para cada família beneficiada, a concessão do auxílio ficará limitada a dois membros, de modo que cada grupo familiar poderá receber até R$ 1.800.

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O valor está distribuído entre linhas de crédito para o setor produtivo e pequenos empreendedores, dilação de prazos de financiamentos das prefeituras e de impostos para empresas, e contingenciamento de recursos do orçamento. As medidas foram discutidas com o setor empresarial e têm como objetivo primordial a manutenção dos postos de trabalho. “Nosso pacote é de proteção e manutenção dos empregos. Ele foi construído para atender desde autônomos até as grandes empresas”, ressaltou o governador. O governo do estado também aportou R$ 5 milhões em um fundo garantidor para os financiamentos, renovou por 12 meses as condições das empresas que recebem incentivos fiscais, prorrogou por 90 dias o prazo de pagamento do ICMS para cerca de 207 mil empresas do Simples Nacional e anunciou um projeto de lei para manter empregos nas empresas que mantêm contratos com a administração estadual.

A quantia será repassada aos bancos públicos para que eles concedam empréstimos voltados a capital de giro das pequenas e microempresas. A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou medidas que somam R$ 55 bilhões visando apoiar o trabalhador diretamente com a possibilidade de novos saques do FGTS e indiretamente, ao ajudar na manutenção de mais de dois milhões de empregos com aumento da capacidade financeira e preservação de 150 mil empresas, segundo nota divulgada pelo governo federal. O Banco Central também anunciou uma Linha Temporária Especial de Liquidez (LTEL), autorizada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que prevê a concessão de empréstimos a instituições financeiras garantidos em debêntures adquiridas entre 23 de março e 30 de abril de 2020.

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CAPA

PARA AS MULHERES

INCENTIVOS

Para o Banco da Mulher Paranaense também há algumas mudanças. Toda empreendedora poderá tomar o crédito até o limite de R$ 6 mil da nova linha com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Estado (FDE), formal ou informal, dentro das condições de taxa de juros de 0,41% ao mês, com prazo de 36 meses e carência para pagar.

O estado ainda promoveu alterações no Programa Paraná Competitivo, por meio do Decreto nº 4.474/2020, para garantir maior competitividade a empresas paranaenses.

Acima desse valor, continuam valendo os recursos da Fomento Paraná: de R$ 6 mil a R$ 10 mil para pessoa física e de R$ 10 mil a R$ 20 mil para pessoa jurídica com mais de 12 meses de atividade, com taxa de 0,76% ao mês, com até 12 meses de carência e prazo total de 48 meses para pagar. Para pequenas e microempresas que tenham mulheres como proprietárias ou sócias, há crédito acima de R$ 20 mil – até R$ 200 mil – com taxas a partir de 0,44% ao mês e prazo de 60 meses, incluída carência de 12 meses.

O valor do investimento mínimo para a concessão desse crédito presumido foi reduzido de R$ 3,6 milhões para R$ 360 mil.

E, para tanto, prorrogou o prazo de concessão de crédito presumido de ICMS , de 31 de dezembro de 2020 para 31 de dezembro de 2022, para estabelecimentos que atuam exclusivamente no e-commerce, reduzindo a carga tributária nas operações interestaduais destinadas ao consumidor final, pessoa física ou jurídica, para 2%, nas operações sujeitas à alíquota de 7% ou 12%, e para 1%, nas operações com mercadorias importadas, sujeitas à alíquota de 4%.

As mudanças do programa ainda determinam que para a consolidação dos projetos econômicos, no âmbito do Programa Paraná Competitivo, fica autorizado o Chefe do Poder Executivo, por meio de Protocolo de Intenções a: a) aderir às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais concedidos ou prorrogados pelos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e b) estender a concessão das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais a outros contribuintes estabelecidos neste estado, sob as mesmas condições e nos prazos-limites de fruição. O Decreto nº 4.474 atende ainda a pedidos do setor importador de criação de tratamento tributário diferenciado para as empresas que operem pelos portos e aeroportos paranaenses – crédito presumido nas operações de saídas dos produtos. O decreto também torna mais claro o que é considerado investimento, para fins do Programa Paraná Competitivo, destacando e privilegiando os valores aplicados em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) no território paranaense.

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BENEFÍCIOS FISCAIS

TURISMO

A Secretaria da Fazenda do Paraná propôs ainda a prorrogação, pelo prazo de um ano, de créditos presumidos e reduções de base de cálculo aos contribuintes paranaenses, garantindo condições de competitividade frente a outros concorrentes nacionais, em face de benefícios fiscais concedidos por outras unidades federadas. A renovação alcança R$ 550 milhões.

As empresas do setor de turismo e eventos também serão beneficiadas pelo pacote econômico anunciado pelo estado para amenizar os prejuízos em função da crise. Elas também podem ter acesso ao crédito de R$ 1 bilhão disponibilizado por meio de linhas de financiamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e da Fomento Paraná.

Essa medida contempla diversos setores industriais, alguns diretamente afetados pela pandemia. Entre eles estão painéis e partículas de madeira; vinho; bicarbonato; cadeados e fechaduras; equipamentos e implementos rodoviários; filmes plásticos; jogos eletrônicos; medidores de energia; fabricante de móveis; fabricante de óleo de soja refinado, margarina vegetal, creme vegetal, gordura vegetal e maionese; reciclagem de embalagens vazias; estabelecimento industrial de preparação e fiação de fibras de algodão; sucos de frutas; artigos para viagem, calçados e outros artefatos de couro e artigos de vestuário; e fabricantes de torres para linhas de transmissão de energia e estruturas metálicas para subestações.

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Além disso, o Ministério do Turismo deu início à campanha “Não cancele, remarque!”, com o objetivo de evitar a falência de empresas e o desemprego. A campanha foi adotada por operadoras, agência de viagens e outros segmentos do setor. O secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, que também é presidente do Conselho Paranaense de Turismo (Cepatur), pede bom senso. “O governo está trabalhando para minimizar os problemas e amparar o setor. Mas, é preciso conscientização, tanto por parte do empresário quanto da população. Essa crise vai passar e o sonho de uma viagem pode ser realizado no futuro. O diálogo entre os envolvidos, buscando remarcar e não cancelar, é muito importante”, disse. 

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MESA BRASIL

UNIÃO PELA VIDA SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR E VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO LANÇAM CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO DE ALIMENTOS E ITENS DE HIGIENE TEXTO : S ILVI A B OCCHESE DE LIMA

A

fome assola mais de 5,2 milhões de brasileiros. É o que revelou o último relatório O Estado da Segurança e Nutrição Alimentar no Mundo, publicado em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Este mesmo documento destaca que, aproximadamente, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos produzidos para o consumo humano é perdido ou desperdiçado todos os anos. Com a incidência do novo coronavírus, uma série de medidas precisaram ser tomadas por governos em todo mundo para tentar frear a sua disseminação. O isolamento social tem-se mostrado a maneira mais eficiente para este controle, mas isso gerou no Brasil, segundo levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), divulgado pela CNN Brasil, o fechamento de pelo menos 600 mil pequenas e microempresas e mais de nove milhões de funcionários foram demitidos em razão dos efeitos econômicos da pandemia. Estes números tendem a crescer segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que projeta o crescimento do desemprego na casa de 14,7% no Brasil. Dados da Secretaria Especial do 16        FECOMÉRCIO PR

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Desenvolvimento Social, do Ministério da Cidadania, revelam que mais de 51 milhões de pessoas inscritas no Cadastro Único se enquadram nos critérios para receber o auxílio emergencial de R$ 600, anunciado pelo governo federal e que perdurará até o fim da pandemia do coronavírus. UNIÃO DE FORÇAS

Diante deste cenário, o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, por meio do Programa Mesa Brasil, e as empresas de comunicação do Paraná uniram forças e lançaram, na metade de abril, a campanha estadual de arrecadação de alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal e de limpeza, álcool em gel, luvas e máscaras. O programa Mesa Brasil do Sesc PR será o receptor das doações e distribuidor dos produtos arrecadados às entidades assistenciais cadastradas, aos Centros de Referência de Assistência Social das prefeituras e às secretarias municipais de Assistências Social. O Exército Brasileiro também está engajado na campanha, atuando na área de logística para facilitar o transporte das doações nas diversas regiões do estado. De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, as unidades do Sesc, em todo

o estado, estarão abertas para receber as doações de empresários, indústrias e da comunidade. Nas cidades de Castro, Irati, Prudentópolis e São Mateus do Sul, as doações serão recebidas nas unidades do Senac PR. A proposta é que a campanha resulte em um trabalho de solidariedade humanitária, de enfrentamento da situação e responsabilidade de todos diante do atual cenário de calamidade pública e insegurança alimentar da população economicamente vulnerável. “Nossas instituições têm atuado muito fortemente neste período de pandemia, procurando diminuir os prejuízos que todos estão passando. Nesta campanha, nos unimos às empresas de comunicação do nosso estado e ao Exército Brasileiro, para arrecadarmos alimentos, materiais de limpeza, luvas, máscaras e álcool em gel. A campanha é um trabalho coletivo de solidariedade humanitária, a melhor forma que encontramos para enfrentar este cenário de calamidade pública”, destaca o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e vice-governador do Paraná, Darci Piana. No site do Sesc PR (www.sescpr. com.br/doe-mesa-brasil) está disponível a relação das unidades do Sesc e do Senac aptas a receber MAR | ABR 2020


as doações, endereços e contatos para informações e dúvidas. MESA BRASIL

O Mesa Brasil Sesc – um programa com credibilidade, rastreabilidade e compromisso social que atua em todo o Brasil há mais de 25 anos – é uma rede nacional

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de bancos de alimentos contra a fome e o desperdício. Seu objetivo é contribuir para a promoção da cidadania e a melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de pobreza, em uma perspectiva de inclusão social. O programa existe no Paraná desde 2003 e, somente em 2019,

foram distribuídos no estado, pelo Mesa Brasil, mais de dois milhões e 100 mil quilos de alimentos, complementando a alimentação de mais de 115 mil pessoas, em 82 municípios. A parceria contou com doações de 371 empresas e 632 instituições sociais cadastradas no programa foram beneficiadas. 

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HISTÓRIA E ECONOMIA

ENTRE CRISES E RECOMEÇOS A HISTÓRIA DOS ÚLTIMOS CEM ANOS É MARCADA POR EPISÓDIOS DE CRISES, QUEBRAS E RECESSÕES, MAS TAMBÉM POR RETOMADAS E MUDANÇAS DE COMPORTAMENTOS TEXTO : S ILVI A B OCCHESE DE LIMA

Os moradores evitavam sair de casa, as fábricas, comércios, oficinas permaneceram fechados por falta de proprietários e empregados sadios e aptos para o trabalho. Aulas foram suspensas para evitar a propagação da doença e a fome manifestou-se em todo o país. Os preços dos produtos subiram, começou a faltar medicamentos nas farmácias e os remédios tidos como milagrosos, como o quinino e a aspirina, eram comercializados a preços 18        FECOMÉRCIO PR

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excessivos. O sepultamento dos mortos também foi um problema enfrentado, e os veículos da saúde pública não conseguiam atender a todos os chamados para recolher os corpos. “Os armazéns fecham-se, os açougues fecham-se, falta o leite de que se alimentam as creanças e os enfermos – e a gente procura debalde uma proteccção superior, que evite o desastre fatal (...). Soffresse a população da capital da Republica, espalhasse o morbus – que parece não ser de simples gripe – ao paiz inteiro. (...)

Com o facto de se conservarem abertos os cinemas na cidade, tem havido a exploração de que os seus proprietários escarnecem desta situação dolorosa”: o jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro trazia um cenário que poderia ser contemporâneo, mas apresentava um relato do Brasil de 1918, assolado pela Gripe Espanhola. Os números de mortos pela pandemia não são exatos, mas estima-se que em todo o mundo tenham sido mais de 50 milhões de pessoas e, no Brasil, 35 mil óbitos. ACERVO DA HEMEROTECA DA BIBLIOTECA NACIONAL

Q

uando o navio Demerara aportou no Brasil – fazendo paradas nos principais portos como Recife, Salvador e Rio de Janeiro – com ele desembarcou um vírus mortal. Rapidamente a doença se espalhou pelo país e as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo foram as mais afetadas. O Serviço de Profilaxia do Porto, no Rio de Janeiro, foi alvo de severas críticas da opinião pública, pois não conseguia fazer a desinfecção de todos os navios que aportavam e porque acreditava que aplicar a quarentena em embarcações acarretaria problemas políticos, sociais e econômicos.

UMA DAS SALAS DA CRUZ VERMELHA BRASILEIRA ONDE FORAM RECOLHIDOS INÚMEROS ENFERMOS. REGISTRO PUBLICADO NO SEMANÁRIO FON FON

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Foi por Paranaguá que a gripe chegou ao Paraná. A cidade recebeu convidados, vindos do Rio de Janeiro, para um casamento e, alguns deles, estavam contaminados com o vírus. A partir daí, a doença se espalhou pelo estado. Para tentar frear a disseminação do vírus, algumas medidas foram tomadas, como a fiscalização da estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá e a desinfecção de bagagens. A Diretoria Geral do Serviço Sanitário de Curitiba, presidida pelo médico Trajano Reis, publicou, no jornal A República, orientações e determinações quanto à pandemia, entre elas, o pedido para que as pessoas evitassem visitas, que clínicos notificassem os casos suspeitos para que as providências pudessem ser tomadas, que os enterros de acometidos pela doença fossem feitos sem acompanhamento, que cocheiros não transportassem doentes e que as igrejas permanecessem fechadas. Com uma população de pouco mais de 73 mil pessoas, Curitiba teve, segundo Zulmara Clara Sauner Posse e Elizabeth Amorim de Castro, em As virtudes do bem-morar, mais de 60% da população contaminada. “Em 1918, no período de 14 de outubro a 14 de dezembro, a epidemia da gripe espanhola, ou ‘influenza’, assolou a capital do Paraná, contaminando 45.249 pessoas e matando 384.” As autoras ainda revelam que a doença trouxe alterações significativas nos hábitos dos moradores de Curitiba, que vivia sobre precárias condições sanitárias, não posMAR | ABR 2020

suía estrutura física de atendimento à saúde pública, nem tão pouco mecanismos legais rígidos.

ACERVO DA HEMEROTECA DA BIBLIOTECA NACIONAL

A GRIPE ESPANHOLA NO PARANÁ

Da pandemia, resultou a promulgação da Lei Estadual nº 1.791, sobre o Regulamento Sanitário do Paraná, hábitos de higiene a serem adotados em residências, fábricas, estabelecimentos comerciais, logradouros públicos. 1ª GUERRA MUNDIAL

O fim da Grande Guerra Mundial ocorreu concomitantemente à pandemia da Gripe Espanhola. O conflito que era para ser de rápida duração, conforme previam tanto a Tríplice Entente quanto a Tríplice Aliança, durou quatro anos e mais de nove milhões de soldados foram abatidos em campos e trincheiras. A mútua antipatia entre Alemanha e França e Rússia e Áustria-Hungria foi o estopim para detonar o conflito, em julho de 1914, que logo se tornou uma guerra europeia e, com o correr do tempo, mundial. O Brasil entrou no conflito, já perto do seu fim, enviando uma missão médica à Europa. Inclusive montando um hospital em terras francesas. Com o fim das batalhas, a aliança liderada por França e Inglaterra foi declarada vitoriosa, mas foram inúmeros os prejuízos econômicos e sociais. A Europa, considerada símbolo de prosperidade, estava endividada, houve desvalorização das moedas, o parque industrial foi reduzido pela metade e houve queda de mais de 30% no potencial agrícola. Uma das principais alterações no cenário internacional foi a alavancada da economia norte-aFECOMÉRCIO PR

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HISTÓRIA E ECONOMIA

No Brasil, as exportações de café caíram consideravelmente, mas as da borracha – apesar de sofrerem a concorrência do Oriente –, aumentaram no período bélico. Impossibilitado de importar durante o conflito, o país passou por um processo de industrialização interna. GRANDE DEPRESSÃO

Depois da 1ª Guerra Mundial, a economia de todo o globo lutava para recuperar os estragos causados pelo conflito. Nos Estados Unidos, com a produção em massa, havia emprego, grande produção na agricultura, consumo interno em alta e expansão do crédito. José Jobson de Arruda, em História Moderna e Contemporânea, revela que “as reservas de ouro acumuladas nos bancos norte-americanos superavam as de todos os outros países do mundo. Nenhum outro país alcançara antes tamanha supremacia financeira”. Com os volumosos empréstimos norte-americanos aos países europeus, a Europa começou a dar sinais de recuperação. “O crescimento econômico dos Estados Unidos veio acompanhado por um estado de extrema euforia social, o que dificultava uma visão crítica dos perigos que esse crescimento desordenado poderia causar. A crise de 1929 foi causada, sobretudo, pela insistência norte-americana em manter depois da guerra o mesmo ritmo de produção alcançado durante ela”, destaca Arruda. 20        FECOMÉRCIO PR

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Com os crescentes estoques de produtos agrícolas, houve a redução dos preços das commodities, falência de fazendeiros, excesso da produção industrial, desemprego e consumo em baixa, com tudo se refletindo na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Arruda explica que “para evitar a crise total, e pretendendo aproveitar-se da baixa geral, um grupo de banqueiros de Nova Iorque comprou uma imensa quantidade de ações, das mais variadas companhias, a preços muito baixos, pretendendo vendê-las a preços altos. Quando lançaram as ações no mercado, elas não valiam nada”. O resultado dessa atitude foi falência coletiva, desemprego em todo o país e os reflexos da crise foram sentidos em todo o mundo. No Brasil, o café – que representava mais de 70% das exportações – não era mais comprado pelo mercado externo e os preços do produto despencaram. A medida tomada pelo governo brasileiro, para conter a desvalorização do café, foi a compra e a queima de toneladas do produto. “A indústria foi de certa forma beneficia-

da, pois capitais anteriormente investidos no café passaram a ser aplicados na indústria. Com a desvalorização da moeda brasileira e a consequente elevação dos preços dos produtos estrangeiros, houve um estímulo para a fabricação de produtos similares no Brasil”, conta Arruda. Para restaurar a economia, o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt criou o plano chamado New Deal, que, entre tantas medidas, estimulou o aumento do poder aquisitivo dos assalariados, ampliou o mercado interno, limitou a produção de commodities para controlar o preço e ocupou a mão de obra – que estava desempregada – em obras públicas. 2ª GUERRA MUNDIAL

As rusgas criadas pela 1ª Guerra Mundial não foram extintas após o término do conflito. O período entre guerras foi marcado pelo sentimento de revanche, pela implantação do fascismo na Itália – por Mussolini –, e pelo BANCO D E IMAGENS

mericana, que se tornou a grande potência mundial, com o fortalecimento da indústria nacional, exportações triplicadas e aumento de renda.

A CÚPULA DO EDIFÍCIO PERMANECEU INTACTA APÓS O BOMBARDEIO ATÔMICO EM HIROSHIMA. HOJE O LOCAL RECEBE O NOME DE MEMORIAL DA PAZ DE HIROSHIMA

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BANCO D E IMAGENS

conflito armado que se estendeu por toda a Espanha. A Alemanha, que enfrentava graves dificuldades econômicas e fome, viu Hitler se tornar extremamente popular e publicar o livro Mein Kampf, com ideias de extrema direita e antissemitas, defendendo a superioridade do povo alemão, e um nacionalismo extremado.

PORTÃO PRINCIPAL DO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE AUSCHWITZ, NA POLÔNIA, ONDE 1,1 MILHÃO DE PESSOAS FORAM MORTAS PELO EXÉRCITO NAZISTA DURANTE A 2ª GUERRA MUNDIAL ARQUIVO FAMILIAR/NERI FRANÇAFORNARI BOCCHESE

Hitler toma o poder na Alemanha no início dos anos 30. Quando as forças alemãs invadem a Polônia, em setembro de 1939, materializou-se o gatilho para que Inglaterra e França declarassem guerra à Alemanha – era o começo da 2ª Guerra Mundial, a mais destrutiva da história, estendendo-se até 1945. Resumidamente, dezenas de países foram envolvidos, 100 milhões de homens lutaram, 37,6 milhões morreram, milhões de judeus foram mortos em campos de concentração, Hiroshima e Nagasaki foram arrasadas com bombardeios atômicos. Itália, Japão e Alemanha, os principais países do Eixo foram rendidos pelos Aliados, encabeçados por França, Grã-Bretanha e Estados Unidos. O resultado do conflito foi a divisão do mundo em socialismo e capitalismo, a hegemonia da economia norte-americana, a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Plano Marshall para reconstrução dos países aliados da Europa. Para sua recuperação econômica, a França elaborou o Plano Monnet. O Brasil, que havia entrado no conflito ao lado dos Aliados e participado da guerra na reconquista da Itália, viu o término do governo Vargas, o avanço na indústria, instalação de siderúrgicas, a restriMAR | ABR 2020

AO TELEFONE DOS AVISOS, CELESTINO FORNARI, DURANTE A 2ª GUERRA MUNDIAL, NA ITÁLIA. FORNARI ERA UM DOS SOLDADOS DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA (FEB) QUE ATUOU NO I GRUPO DE INFANTARIA QUANDO DA TOMADA DE MONTE CASTELO

ção às importações e o desenvolvimento nacional. Em 1945, o setor produtivo brasileiro, composto por representantes das áreas do comércio, da agricultura e da indústria, assinou a Carta da Paz Social, um marco nas práticas de assistência social e de qualificação dos trabalhadores, nascendo assim, o Sistema S.

CRISE FINANCEIRA GLOBAL

Em 2008, o mundo viu-se frente a uma crise financeira de dimensões globais, que teve início com o mercado de hipotecas dos Estados Unidos. O que originou a crise foi a oferta de crédito a juros baixos que fez com que muitas pessoas financiassem a compra de imóveis. Com a demanda em alta, o preço FECOMÉRCIO PR

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dos imóveis subiu e os compradores investiam valores muito acima do que os imóveis valiam, acreditando que a valorização imobiliária viria. Criou-se a chamada Bolha Imobiliária. Os bancos aumentaram a taxa de juros e quem fez empréstimos não conseguia pagar as parcelas, que subiram consideravelmente. A inadimplência disparou, as dívidas com hipotecas chegaram a US$ 12 trilhões, bancos e instituições financeiras faliram e, com a interconexão dos mercados financeiros, a crise tornou-se global. Desemprego em massa, queda do preço das commodities, bolsas de valores de todo o mundo foram afetadas. A saída foi a política de estímulos que o presidente Barack Obama aplicou nos Estados Unidos.

O NOVO CORONAVÍRUS

Em dezembro de 2019, foi identificada na China, na cidade de Wuhan, uma doença respiratória aguda, causada por um vírus com alto poder de contágio, a COVID-19. Da China, o vírus se espalhou pelo mundo e a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a situação, em março deste ano, como pandemia. Na segunda quinzena de abril, havia registros de mais de 2,7 milhões de casos da doença em 210 países, e mais de 190 mil mortes. No Brasil, foram confirmados 49 casos e 3.313 mortes. A doença segue sem possuir vacina e gerando muitas dúvidas. O remédio adotado em todo o mundo tem sido o isolamento social, o que tem acarretado instabilidade social e econômica. Houve um crescimento na disseminação de fake news – as chamadas notícias falsas – de todos os gêneros, e, assim como na Gripe Espanhola, corrida às compras em supermercados, esgotamento de medicamentos que supostamente trariam a cura da doença, uso de máscaras

de pano, retomada e severidade nos hábitos de higiene, fechamento de escolas e empresas. No último relatório apresentado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em abril, fala-se que o mundo vive uma crise sem precedentes, cujo resultado será pior do que o registrado na Grande Depressão. A previsão do FMI é uma queda de 3% na economia global e a brasileira deve encolher 5,3%, contra os 2,2% de crescimento que previa para 2020. Para o próximo ano, a economia deve mostrar sinais de recuperação, com a brasileira avançando 2,9%. A economista Kate Raworth, em Economia Donut, salienta que “a ferramenta mais poderosa em economia não é o dinheiro, nem mesmo a álgebra. É o lápis. Porque com um lápis pode-se redesenhar o mundo”. A economia passou por diversas crises nos últimos 100 anos e no atual momento, sem dúvida, vive-se um período de incertezas. Ao término da pandemia, será necessário redesenhar a economia, os hábitos, as relações pessoais e profissionais e os costumes. A crise certamente trará mudanças estruturais para a vida de todos.  BANCO D E IMAGENS

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HISTÓRIA E ECONOMIA

No Brasil, houve queda das ações, desvalorização do Real frente ao Dólar, diminuição da oferta de crédito e a redução dos investimentos internacionais. Até a atual pandemia, a quebradeira de 2008 era considerada a pior crise econômica depois da Depressão de 1929. 22        FECOMÉRCIO PR

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SINDICATO

SINFARMA OESTE DO PARANÁ ENTIDADE REPRESENTA O COMÉRCIO FARMACÉUTICO NO OESTE PARANAENSE TEXTO : A N A CLA R A COLEMON TS

O

setor farmacêutico é uma área em ascensão no país. Em 2018, o mercado farmacêutico brasileiro teve faturamento de R$ 76 bilhões, com um crescimento de 11%, de acordo com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Para a entidade, a previsão é que o Brasil alcance a 5ª posição no ranking mundial do mercado farmacêutico em 2021. De acordo com a Interfarma, um dos principais fatores que impulsionam o segmento é a oferta de medicamentos, considerado um serviço essencial à população. O aumento da expectativa de vida dos brasileiros também irá afetar o mercado farmacêutico. Até 2060, a população com 80 anos ou mais deve somar 19 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o avanço do envelhecimento populacional, haverá um aumento na demanda por medicamentos e serviços de saúde.

Fundado em 12 de março de 1990, o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Oeste do Paraná (Sinfarma) tem como objetivo defender os interesses dos comerciantes do setor, tanto para farmácias e droMAR | ABR 2020

garias como para farmácias de manipulação. A entidade representa 900 empresas, atendendo uma base territorial de 54 municípios do oeste paranaense. Entre os serviços e benefícios aos associados, a entidade realiza negociações coletivas de trabalho e defesa da classe junto aos órgãos municipais, estaduais e federais. Para o presidente da entidade, Nelcir Antonio Ferro, o Sindicato se destaca pela proximidade com os comerciantes do setor. “O sindicato está sempre presente para atender as necessidades dos empresários”, afirma.

rição de balanças nas farmácias; e a diminuição de 50% na Taxa de Prevenção a Desastres de Cascavel para comerciantes do município. Segundo Ferro, a Fecomércio PR é uma grande aliada para o desenvolvimento do comércio e na representação sindical. “Nós temos o amparo da Federação, que nos apoia para negociar melhorias junto ao governo estadual”, enfatiza. 

A pandemia do coronavírus tem afetado o setor farmacêutico, principalmente pela falta de mercadorias e pela diminuição nas vendas de medicamentos. Segundo o presidente, pequenos e micro empresários terão dificuldades em permanecer no mercado. NELCIR ANTONIO FERRO

Entre as conquistas alcançadas pela entidade, as principais foram: o impedimento da exigência de apresentação da Certidão de Regularidade Técnica (CRT) à Vigilância Sanitária do Paraná; o fim da cobrança da Taxa de Serviços Metrológicos do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) pela afe-

Serviço: Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Oeste do Paraná (Sinfarma) Endereço: Rua Carlos Gomes, 4020 Cascavel/PR Telefone: (45) 3222-5158 E-mail: sinfarma@sinfarmaoestepr.com.br

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CHAPÉU SAÚDE

ATENÇÃO ESPECIAL AOS IDOSOS PREFEITURA DE CURITIBA ASSINA CONVÊNIO COM O SENAC PR PARA A OFERTA DE 275 VAGAS NO CURSO DE CUIDADOR DE IDOSO TEXTO : FE R N A N DA Z IEGMA N N

BRUNO TADASHI

A

partir do fim dos anos 2030, o número de idosos no Paraná será maior do que o de crianças. A projeção populacional do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) é de que em 2040, a relação entre estes dois segmentos etários seja de 118 idosos para cada 100 crianças. A projeção ainda aponta o envelhecimento da população da capital paranaense. Em dois anos serão 332,6 mil habitantes acima dos 60 anos, cerca de 17,6% dos moradores de Curitiba. Esses números apontam a necessidade de voltar o olhar para esse grupo. Em tempos de coronavírus, isso fica ainda mais evidente. A baixa imunidade e doenças crônicas fazem com que eles sejam os mais afetados pela pandemia e isso exige uma série de precauções. Além de lavar bem as mãos e evitar sair de casa neste momento, pessoas com mais idade devem dormir bem, se alimentar de forma saudável, fazer exercícios e ainda cuidar da mente. 24        FECOMÉRCIO PR

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SIMULADOR DE EFEITOS DA VELHICE, RECURSO PEDAGÓGICO INSERIDO NO CURSO DE CUIDADOR DE IDOSOS DO SENAC PR

CONVÊNIO

Mas antes mesmo da pandemia chegar ao Paraná, a Prefeitura de Curitiba – já preocupada com o envelhecimento da população – assinou um convênio com o Se-

nac PR para a oferta do curso de Cuidador de Idoso. Ao todo serão 11 turmas ofertadas nos Liceus de Ofícios, por meio da Fundação de Ação Social (FAS). O Senac Curitiba Centro será o responsável pela execução das aulas. MAR | ABR 2020


MURILO RIBAS

THIAGO FERRO; DARCI PIANA; VITOR MONASTIER; RAFAEL GRECA; O PRESIDENTE DA ACADEMIA DE LETRAS, ERNANI BUCHMANN; O VICE-PREFEITO, EDUARDO PIMENTEL; O ATUAL PRESIDENTE DA FAS, FABIANO VILARUEL E MEMBRO DA APL

“Convênios como esse são fundamentais. Vamos dar oportunidade de geração de renda e inserção no mercado de trabalho, além de fazer um atendimento de qualidade aos idosos do estado. Precisamos nos preparar para o número de idosos que vem aumentando significativamente. Esses novos cuidadores irão realizar um trabalho com conhecimento amplo que o Senac oferta”, disse o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana. O contrato de prestação de serviço terá vigência de um ano e um investimento de quase R$162 mil destinados pelo Fundo Municipal da Pessoa Idosa de Curitiba (FMDPI). “Esse contrato permitirá capacitar cuidadores de idosos. Neste primeiro momento, 275 pessoas inventarão o seu emprego, se tornando profissionais capacitados e levando qualidade de vida aos idosos de Curitiba”, destacou o prefeito Rafael Greca. MAR | ABR 2020

Segundo o então presidente da FAS, Thiago Ferro, Curitiba tem aproximadamente 200 mil pessoas idosas, mas esse número vem crescendo. “Em dois anos, Curitiba terá mais idosos do que crianças. Essa parceria ajuda a preparar a capital para essa realidade que se aproxima”, explicou Ferro. “Vamos permear a cidade toda, assim todo mundo terá a oportunidade de participar. Esse convênio vem ao encontro com uma demanda da comunidade, é um curso que tem chamado a atenção, a procura por profissionais dessa área é muito grande e existe escassez no mercado”, ressaltou o gerente do Senac Curitiba, Marco Antonio de Oliveira Biss. A solenidade ocorreu no prédio que abriga o Café-escola Senac Belvedere e a Academia Paranaense de Letras. O convênio foi assinado pelo prefeito de Curitiba, pelo presidente do Sistema Fecomércio PR e pelo diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier. 

DADOS DO EXTINTO MINISTÉRIO DO TRABALHO

ENTRE 2004 E 2017 O NÚMERO DE CUIDADORES AUMENTOU

690%

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ACESSIBILIDADE

BIBLIOTECA QUE CABE NO BOLSO BIBLIOTECA DIGITAL DO SENAC TEM MAIS DE 600 TÍTULOS DISPONÍVEIS, QUE PODEM SER ACESSADOS POR APLICATIVO TE XTO : FE R N A N DA Z IEGMA N N

Os títulos são disponibilizados em PDF e ePub, proporcionando autonomia e otimização do processo de aprendizagem e tornando a experiência de estudos fluida e adaptável às necessidades dos alunos nas mais variadas áreas de ensino. O Senac PR foi o pioneiro na oferta deste benefício aos seus alunos. Para incentivar a adesão a Diretoria de Educação e Tecnoclogia (Ditec) realizou uma campanha de acesso à biblioteca digital. “Fizemos um chamamento para os nossos alunos, que foram levados para frente de um computador e aprenderam a navegar no portal, utilizando todos os recursos disponíveis. Antes 26        FECOMÉRCIO PR

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disso, preparamos nossa equipe das bibliotecas físicas do Senac no Paraná e mostramos quais eram os principais itens a serem abordados. Isso fez com que os alunos acessassem cada vez mais a nossa biblioteca digital”, explicou a analista da Coordenadoria de Educação e Tecnologia do Senac PR, Monica Mori.

ACESSO

Para ter acesso à plataforma o aluno precisa estar com a matrícula ativa e entrar na área restrita do site do Senac PR. Lá ele poderá escolher as áreas de maior interesse e pesquisar os livros por título ou autor. O usuário poderá fazer marcações no texto e comentários, mas não estarão disponíveis cópias nem download. O aplicativo Biblioteca Digital do Senac, que permite a leitura mesmo sem acesso à internet, está disponível para baixar no celular ou tablet. Colaboradores do Senac também têm acesso à plataforma. Para despertar ainda mais o interesse dos alunos, a equipe do Senac PR preparou uma seleção de livros indispensáveis para a leitura nas áreas de Gastronomia; Saúde; Tecnologia da Informação; Gestão e Negócios; Beleza; Segurança e Estética. Confira: BANCO DE IMAGENS

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esde o ano passado os alunos do Senac contam com uma nova tecnologia para auxiliar na hora do estudo: a Biblioteca Digital. Pelo computador ou por meio do aplicativo disponível na Play Store é possível ter acesso a um acervo de mais de 600 títulos da Editora Senac.

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Seleção especial

DADOS DE ACESSO NACIONAL 131.614 alunos cadastrados 2.643 docentes cadastrados 6.705 empregados cadastrados 664 e-books consultados

(12.914 vezes)

93 treinamentos realizados

GASTRONOMIA • Misturando sabores: receitas e harmonização de ervas e especiarias • Gestão da gastronomia: custos, formação de preços, gerenciamento e planejamento do lucro • Sou cozinheiro: técnicas, tendências e informações para o aperfeiçoamento profissional TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO • Gerenciamento de serviços em nuvem • Tendências da web • Glossário de termos técnicos de TI • Sistemas de informação, GESTÃO E NEGÓCIOS • Comunicação, criatividade e inovação • Diagnóstico empresarial e gestão de projetos • Empreendedorismo: elabore seu plano de negócio e faça a diferença! SAÚDE • Abraço afetuoso em corpo sofrido: saúde integral para idosos • Primeiros socorros: como agir em situações de emergência – 3º Edição ENFERMAGEM • Enfermagem médico-cirúrgica em unidade de terapia intensiva • Fundamentos da saúde • Gestão de qualidade, riscos e segurança do paciente • Saber cuidar: procedimentos básicos em enfermagem NUTRIÇÃO E DIETÉTICA • Atendimento nutricional home care • Impactos da globalização na segurança dos alimentos

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ESTÉTICA/MASSOTERAPIA

• Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros

• As idades da pele: orientação e prevenção

• Tudo o que você precisa saber para vencer a celulite e ficar de bem com o seu corpo • Beleza sem cirurgia: tudo o que você pode fazer para adiar a plástica • Drenagem linfática manual: teoria e prática • Enfrentando o câncer: cuidados com a imagem pessoal • Guia de produtos cosméticos • Pele: do nascimento à maturidade PODOLOGIA • Podologia: técnicas e especializações podológicas • Abraço afetuoso em corpo sofrido: saúde integral para idosos RADIOLOGIA • Bases físicas e tecnológicas PET e TC • Manual de proteção radiológica aplicada ao radiodiagnóstico SEGURANÇA • Noções de prevenção e controle de perdas em segurança do trabalho • Tópicos de administração aplicada à segurança do trabalho BELEZA • Depilação: o profissional, a técnica e o mercado de trabalho • Enfrentando o câncer: cuidados com a imagem pessoal • O uso da tecnologia cosmética no trabalho do profissional cabeleireiro • Organização de uma empresa de beleza • Unhas: cuidados, embelezamento, mercado de trabalho 

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EAD

SENAC EM CASA SENAC EAD DISPONIBILIZA 20 CURSOS GRATUITOS A DISTÂNCIA, COM CERTIFICAÇÃO VÁLIDA EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL TEXTO : FE R N A N DA Z IEGMA N N

U

ma das medidas adotadas contra o avanço do coronavírus foi o isolamento social, ou seja, ficar em casa se tornou o modo mais eficaz de evitar a propagação da doença. Profissionais passaram a trabalhar em home office, estudantes transformaram seus quartos em salas de aula. Com tempo ocioso, uma boa alternativa é buscar por cursos de qualificação profissional online. O Senac EAD liberou acesso gratuito a 20 cursos da plataforma; assim, enquanto a população enfrenta a pandemia, a instituição ensina com a qualidade de sempre. O Senac PR, em parceria com o Departamento Nacional, disponibilizou 30 mil vagas em cinco títulos da Web TV com certificação válida em todo o território nacional: Aproveitamento integral de alimentos; Congelamento de alimentos; Finanças pessoais; Fundamentos para o relacionamento interpessoal; e Estilo e Imagem Pessoal.

Em menos de 15 dias as 30 mil vagas se esgotaram. O curso de maior procura foi o de Finanças pessoais – Planejamento e Controle, com 7.278 matrículas. A segunda opção foi o de Estilo e imagem pessoal, que teve mais de seis mil inscritos. Desde o dia 24 de março, quando foi iniciada a oferta gratuita, até o dia 16 de abril, 7.284 pessoas foram certificadas. “Em menos de 48 horas 3.712 pessoas se matricularam em algum desses cinco títulos. Ficamos felizes em poder levar educação profissional para as casas nesse momento complicado”, destacou a diretora de Educação e Tecnologia do Senac PR, Denyze Ruckl. A iniciativa da instituição reforça que a educação é um dos principais meios para o desenvolvimento da comunidade e que deve ser contínua, mesmo em casa, considerando o cenário do país. Além das opções de cursos da Web TV, foram disponibilizados dez tí-

tulos de extensão universitária nas áreas de saúde, gestão e educação. DESCONTO

Quem não conseguiu garantir uma vaga gratuita pode aproveitar as semanas de desconto do Senac PR. Uma semana por mês a instituição está ofertando desconto de 30% em mais de 70 títulos da Web TV e de informática. São 12 da área de Beleza, 42 de Gastronomia, dois de Gestão, dois de Hospitalidade e um de Moda, todos na modalidade Web TV, com videoaulas ilustrativas e práticas. Além disso, outros 13 títulos de informática também entram na promoção. A próxima semana de descontos será de 4 a 10 de maio em comemoração ao Dia das Mães. E em junho, para comemorar o Dia dos Namorados, os descontos serão concedidos de 1º a 7 de junho. Para conhecer os títulos disponíveis basta acessar o site www.ead. senac.br/cursos-livres/ . 

CURSO............................................................................................................................ N° MATRÍCULAS

» Aproveitamento integral de alimentos.................................................................................5.614 » Congelamento de alimentos..........................................................................................................5.734 » Estilo e imagem pessoal...............................................................................................................................6.111 » Finanças pessoais - planejamento e controle..............................................................................................7.278 » Fundamentos para o relacionamento interpessoal..................................................... 5.263 TOTAL GERAL....................................................................................................30.000

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EDUCAÇÃO

50 ANOS DE EDUCAÇÃO INFANTIL SÃO 16 UNIDADES DE SERVIÇO PELO ESTADO PARA ATENDER A CRIANÇAS DE TRÊS A SEIS ANOS DE IDADE TEXTO : K ARE N BORTOLIN I | FOTOS: A R QUIVO SESC

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eferência em ensino de qualidade, a Educação Infantil do Sesc Paraná completa 50 anos. Presente em 15 cidades do estado, conta com 16 unidades de serviço. A principal finalidade é oferecer Educação Básica para crianças de três a seis anos de idade. Somente neste ano, são 1.500 vagas para alunos, nos períodos matutino, vespertino e integral. Grande parte delas é ofertada pelo Programa de Comprometimento e Gratuidade (PCG) em forma de bolsas educacionais integrais a crianças dependentes de trabalhadores do comércio, com renda familiar bruta de até três salários mínimos.

magistério em 1993, e, desde então, acompanhou a evolução dos projetos educacionais, desde o período em que só havia a recreação infantil. Ela conta que auxiliava uma professora “regente” com os trabalhos voltados a duas turmas. Após dois anos, foi contratada para trabalhar na unidade, mas no setor administrativo. Logo no primeiro ano, ao cursar Pedagogia,

retornou à área de Educação como recreadora, sua grande vocação. “Sigo como educadora até hoje. Acompanhei neste período uma grande fase de desenvolvimento. Lembro que em 2000 as atividades foram regulamentadas junto aos núcleos regionais, passando a ser chamada oficialmente como Educação Infantil”, a educadora.

O Sesc Educação Infantil trabalha com a proposta pedagógica dos princípios de valorização à criança, da construção da autonomia intelectual, da ludicidade no aprendizado, e da vivência do tempo escolar em ambiente de infância. A técnica de atividades de educação do Sesc Guarapuava Andréa Felchak entrou como estagiária de MAR | ABR 2020

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EDUCAÇÃO

A iniciativa, segundo ela, foi fruto de muito estudo e dedicação por parte da equipe pedagógica. Foi uma construção conjunta dos colaboradores dedicados desde o princípio, sob a visão de educação com respeito, volta àqueles que confiam no Sesc para ser a primeira escola dos seus filhos. “Sinto orgulho do nosso diferencial em atendimento a nossas crianças e aos pais dos alunos, seguindo os preceitos estruturais de legislação, regimento, e alinhamento em todo o Paraná”, avalia Andréa. GRANDES CONQUISTAS

“Já vi muitas coisas boas acontecendo na Educação Infantil. Famílias agradecendo, o retorno ao Sesc após anos para nos visitar. Presenciei por conta dos pais falando como fizemos a diferença na vida dessas crianças e dessas famílias. Isso é muito gratificante, nos enche de alegria”, relata. A unidade foi uma das primeiras a implementar grupos sociais e

familiares de acompanhamento aos alunos. Recebê-los nos primeiros anos de infância é tarefa de muita responsabilidade. O Sesc passa a ser um segundo lar, onde os pais confiam em deixar seus filhos nos contatos sociais iniciais fora de casa. Um ambiente de afeto, respeito e que tem o atendimento como diferencial. Guarapuava, como uma das primeiras unidades, trouxe projetos relevantes, atendendo às premissas do cuidar, do educar e do brincar. ALINHAMENTO NACIONAL

A educadora, que já acompanhou gerações de alunos, destaca que um dos grandes projetos trazidos pelo Departamento Nacional é o AvanSesc, que abrange as áreas de saúde, nutrição e educação. As crianças recebem acompanhamento destes profissionais, recebem avaliação antropométrica e consulta nutricional. Um dos grandes propósitos é combater a obesidade infantil, ao propor um equilíbrio alimentar, atividades físicas e alimentação saudável.

“O Departamento Nacional é nosso grande parceiro também nas formações continuadas das equipes de professores, palestras e cursos, mantendo a equipe qualificada e atualizada. Estamos sempre em sintonia e ao mesmo tempo fazendo parte de uma rede. Nossas propostas são alinhadas, mas adaptadas nas realidades culturais de cada região”, explica. Outras ações de destaque apontadas por ela são as Datas Comemorativas e a Semana da Criança.

UMA HISTÓRIA NO ENSINO

1960PENSAIOS DE CRIANÇAS

DEPARTAMENTO REGIONAL SESC

DE ATIVIDADES JOSÉ LOUREIRO, EM

PR AO ATENDIMENTO À CRIANÇA,

CURITIBA, COM INÍCIO DA RECREAÇÃO

POR MEIO DO PROGRAMA DE SAÚDE

INFANTIL E, NO PERÍODO DE FÉRIAS,

PROCESSO DE CONDICIONAMENTO

ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA.

NO SESC ÁGUA VERDE.

À ALFABETIZAÇÃO.

1953PINSTALADOS OS

1962PAMPLIAÇÃO DAS TURMAS E CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS. A

DE PINTURAS, E GINCANAS ENTRE

PLAYGROUND NO SESC CENTRO.

RECREAÇÃO CHEGA A JACAREZINHO,

JARDINS DE INFÂNCIA. INICIAÇÃO

1955PINICIA A RECREAÇÃO

CORNÉLIO PROCÓPIO E LONDRINA.

ÀS CIÊNCIAS, MUSICAL E ARTÍSTICA,

1966PIMPLANTADA A HORTA

EDUCAÇÃO FÍSICA, INTEGRAÇÃO

1949PPRIMEIRA AÇÃO DO

PRIMEIROS BRINQUEDOS DE

INFANTIL AOS FILHOS DE CLIENTES SESC.

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1968PINCLUÍDA A SEMANA DA

PARA PEÇAS DE TEATRO.

CRIANÇA NA PROGRAMAÇÃO, ALÉM

1961PINAUGURAÇÃO DO CENTRO

DO INÍCIO DO TRABALHO SISTEMÁTICO COM OS PAIS.

1972PIMPLANTAÇÃO DO

1975PPASSEIOS, CONCURSOS

SOCIAL, SAÚDE E HIGIENE.

INFANTIL.

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com esses exemplos vemos o legado que a Educação do Sesc deixa por onde passa”, descreve a educadora, que em média já atendeu a quase dois mil alunos ao longo dessas décadas. MEDIDAS DE PREVENÇÃO À COVID-19

A unidade de Guarapuava conta

“Vejo tanto profissionais como clientes com um grande amor pelo Sesc. Já recebi pais que foram meus alunos, trazendo seus filhos para cá; também ex-alunas que vieram buscar estágio. Então,

Neste período em que o Sesc adotou medidas de contenção ao contágio do coronavírus, as unidades do Sesc Educação Infantil fecharam suas portas no dia 20 de março, por tempo indeterminado. Todos os professores foram conscientizados sobre a importância da medida. Foram comunicados por decreto oficial encaminhado pelas agendas dos alunos os pais foram informados e também recebidos nas unidades para esclarecimentos. Também foram informados sobre a importância da higienização. Preocupado com a qualidade de vida dessas famílias, o Sesc passou a elaborar e divulgar por suas redes sociais digitais e outros meios de comunicação atividades para se fazer em casa com as crianças. 

1978PPARCERIAS COM VÁRIAS

1990PRECREAÇÃO INFANTIL

2009PASSUMIU O COMPROMISSO

PÚBLICOS.

2000PINÍCIO DO CENTRO DE

POR MEIO DO PCG, AO OFERECER

ATENDIMENTO

Como em todas as demais unidades, a Educação é uma das principais áreas de atuação do Sesc. São diversos projetos dessa área que chegam até as comunidades, por meio do trabalho de técnicos capacitados às funções desempenhadas.

INSTITUIÇÕES DE ENSINO E ÓRGÃOS

1980PTRABALHO PEDAGÓGICO

com a capacidade para 75 crianças, que cursam os períodos: matutino; vespertino; e integral.

SEGUE EM AVANÇOS.

EDUCAÇÃO INFANTIL, COM PROPOSTA

VOLTADO À PERCEPÇÃO,

PEDAGÓGICA ALINHADA.

COORDENAÇÃO MOTORA E

2007PSISTEMATIZAÇÃO E

LATERALIDADE.

1982P INÍCIO DA PRÁTICA

ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

COM A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

EDUCAÇÃO GRATUITA DE QUALIDADE.

2014PELABORAÇÃO DE NOVA PROPOSTA PEDAGÓGICA.

2019PDESENVOLVIMENTO DE PROJETOS E PLANEJAMENTO DE

LÚDICA, POR MEIO DE BRINCADEIRAS

ATIVIDADES. RECEBEU A MOSTRA

EM GRUPOS.

DE BRINQUEDOS DO BRASIL, E TREINAMENTO OFERTADO PELO DEPARTAMENTO NACIONAL.

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ACERVO PESSOAL

EDUCAÇÃO

EJA SESC PARANÁ OFERECE PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS TE XTO : A N A C L A R A CO LE M O NTS

F

inalizar os estudos e conquistar melhores condições no mercado de trabalho ainda é um sonho para grande parcela da população. Mais da metade dos brasileiros com 25 anos ou mais não concluiu a educação básica, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além da baixa taxa de escolarização da população adulta, o país apresenta 11,3 milhões de pessoas analfabetas com 15 anos ou mais de idade. Para possibilitar a continuidade dos estudos desse público, o Sesc PR oferece o programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com certificação própria e reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), o programa promove o acesso à educação básica por preço acessível à população, permitindo vagas para o Ensino Fundamental e Médio, o último com duração de dois anos. As aulas, no período noturno, são presenciais e os alunos têm direito a lanche. Além disso, os estudantes têm acesso a outros programas oferecidos pela instituição. Trabalhado-

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ALUNOS DO SESC LONDRINA REALIZAM FORMATURA DA TURMA DO EJA DE 2017

res do comércio de bens, serviços e turismo; dependentes de trabalhadores do comércio e estudantes da rede pública de ensino – que comprovem renda bruta familiar de até três salários mínimos – podem se candidatar para bolsas de estudo com valor integral. Oferecendo uma metodologia de ensino focada em projetos interdisciplinares, a equipe pedagógica organiza estratégias para dar continuidade ao desenvolvimento das atividades realizadas em sala de aula. Com um processo de aprendizagem dinâmico, os alunos têm mais facilidade para compreender o conteúdo didático. São realizadas apresentações, exposições, semanas culturais, maquetes e práticas diferenciadas para projetar o conhecimento recebido, explica a instrutora do EJA, Bruna Cunha. “Os estudantes utilizam nesses projetos as metodologias ativas, de forma a que tenham experiências, colocando em prática o conhecimento recebido”, afirma. Segundo a instrutora, o modelo educacional do programa visa atender

às necessidades dos alunos que não se adaptam ao ensino regular. A estudante do curso de Filosofia da UFPR, Maria Vitória Moreti de Oliveira, foi aluna do programa de EJA do Sesc. Em relação ao conteúdo aplicado em sala de aula, ela explica que a equipe pedagógica busca trazer assuntos que são cobrados nos vestibulares e na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A avaliação realizada pelos professores considera não apenas o domínio do conhecimento, mas também a capacidade de interpretação dos estudantes. “Os professores procuram explicar da forma mais simples para que todos consigam entender, e são sempre muito pacientes e atenciosos com todos”, disse. Além da conclusão do Ensino Médio, Maria afirma que o programa também influenciou no seu crescimento pessoal. “Com grande ajuda e incentivo dos professores eu consegui entrar na faculdade, e com certeza isso me agregou uma carga de conteúdo e lições para vida”, destaca.  MAR | ABR 2020


BELVEDERE

ACADÊMICOS EM CASA NOVA

EM RITMO DE TRABALHO E COMEMORAÇÃO, OS MEMBROS DA ACADEMIA PARANAENSE DE LETRAS REALIZARAM EM 11 DE MARÇO A PRIMEIRA REUNIÃO NA NOVA SEDE, O BELVEDERE NO ALTO DO SÃO FRANCISCO, EM CURITIBA TE XTO : ERNANI BUCHMA N N | FOTO: MUR ILO R IB AS

I

números assuntos compuseram a pauta de discussões, sob a presidência do advogado, jornalista e escritor Ernani Buchmann, com relatos dos advogados Eroulths Cortiano Júnior e Natália Gasparin, do Instituto dos Advogados do Paraná; a apresentação de Renato Bittencourt, analista de educação do Sesc PR, sobre a coleção de fascículos que compõem a história do estado; e pela jornalista Silvia Bocchese de Lima acerca do livro que está escrevendo sobre o Belvedere, construído em 1915, na praça João Cândido, e reinaugurado, depois de restauração, no final do ano passado, com investimentos de R$ 1,4 milhão pelo programa Rosto da Cidade, da Prefeitura de Curitiba, para servir de sede à Academia e a um Café-escola do Senac. A história do Bel-

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vedere, símbolo do Art Noveau em Curitiba, é rica em detalhes. A sua concessão para a Academia se concretizou ao longo de vários anos, com objetivo e trabalho conjuntos de acadêmicos, componentes dos governos estadual e municipal, do Senac, empresários e entidades da sociedade civil. Vários deles foram lembrados pelos acadêmicos. Nilson Monteiro propôs voto de louvor para constar em ata a Ernani Buchmann, Chloris Casagrande Justen, Flávio Arns, Rafael Greca e Darci Piana, pelo trabalho realizado. Presente na reunião, Ernani Straube contou ter sido testemunha da criação no local, em 1939, da Federação dos Escoteiros do Ar do Paraná e Santa Catarina.

“Este local, além de carregado de uma rica história, é muito apropriado para conferências com escolares, encontros para estudos, eventos culturais, enfim, de uma forma geral. Além de tudo, por sua história e riqueza arquitetônica, é um ambiente muito feliz”, comentou o médico e acadêmico Ricardo Pasquini. “Pretendemos que o Belvedere tenha uma programação intensa e contínua, que seja realmente uma usina da cultura paranaense e brasileira, com todas suas formas de manifestação”, afirmou Buchmann. O café foi servido pela equipe do Senac, com um cardápio que inclui diversas especialidades da culinária paranaense.  FECOMÉRCIO PR

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ENERGIA

AS PEQUENAS GRANDES GERADORAS MENSALMENTE, OS MAIS DE 500 PEQUENOS EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS ESPALHADOS PELO BRASIL PRODUZEM JUNTOS QUASE 6GW DE POTÊNCIA T E X TO : S ILVIA BO CCH E S E D E LIM A | FOTOS: B R UN O TA DASHI, IVO LIMA E MUR ILO R IB AS

G

regos e romanos, há mais de quatro mil anos a.C., já faziam uso da água em movimento para mover rodas e criar energia, capaz de irrigar lavouras, moer grãos e fornecer água potável às comunidades. Na região que hoje abriga a Bósnia, Montenegro e Croácia, os moinhos d´água eram utilizados desde o século II a.C. e, na Ásia, em período muito próximo, também. Leonardo da Vinci chegou a dizer que a “água é a força motriz da natureza”. O uso das quedas d´água, como fonte de energia, faz parte da história brasileira. Em 1883, em Diamantina (MG), entra em operação a Usina Ribeirão do Inferno, marcando definitivamente o país como grande produtor de energia hidrelétrica do mundo. A inauguração da usina mineira, ainda em funcionamento, ocorreu apenas um ano depois da invenção das lâmpadas incandescentes por Thomas Edison e da primeira usina hidrelétrica ter

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entrado em operação nos Estados Unidos. Foi após a década de 1920, quando a primeira onda de eletrodomésticos começou a invadir os lares brasileiros, e com o desenvolvimento da indústria nacional no pós-guerra, que a curva de consumo médio mensal familiar, que era praticamente incipiente, passou para 165kWh no Paraná, segundo levantamento realizado no último dezembro, pela Companhia Paranaense de Energia (Copel). Com as severidades climáticas, seja no verão ou no inverno, este consumo chega a triplicar. O ritmo de desenvolvimento das cidades e o acesso às inovações tecnológicas têm feito a curva de consumo de energia elétrica aumentar consideravelmente nas últimas décadas. Com a substituição gradual e crescente dos veículos com motor de combustão interno por elétricos certamente acarretará mudanças no modelo e na produção de energia.

“ÁGUA É A FORÇA MOTRIZ DA NATUREZA” LEONARDO DA VINCI

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DE GRANDES PARA PEQUENOS EMPREENDIMENTOS

Na edição nº 128 da Revista Fecomércio PR, o engenheiro e doutor em Hidráulica, Nelson Luiz de Souza Pinto, foi um dos entrevistados na matéria Rio Iguaçu, uma indústria de energia. Ele relembrou que no fim da década de 1960 havia sido instalado na capital paranaense, o Comitê Sul, sob amparo da Copel, com a tarefa de inventariar o potencial hidrelétrico da Região Sul e, por meio desta equipe, distinguiu-se a riqueza energética do Rio Iguaçu – um dos mais importantes do Paraná – oportunidade em que foram estabelecidas as prioridades de investimentos dos grandes empreendimentos hidrelétricos. Ao longo dos seus mais de 1.320km de extensão, o Rio Iguaçu abriga seis grandes usinas hidrelétricas, com potência instalada superior a 7GW; o Rio Paraná, conta com a Usina Binacional de Itaipu, com seus 14GW de potência instalada, além das usinas dos rios Tibagi, Paranapanema, Capivari e Jordão, que juntos abrigam 12 usinas hidrelétricas com potência instalada de 3.045,62MW. Para o engenheiro civil, matemático e ex-presidente da Copel, Jonel Iurk, o estado do Paraná oferece uma grande contribuição à matriz de energias renováveis do Brasil, e por isso mesmo, praticamente atingiu o limite de aproveitamento dos grandes potenciais de geração hidráulica existentes em seu território. “Ainda se tem um potencial interessante nos rios Piquiri e Tibagi, para usinas hidrelétricas de potência instalada por volta dos 100MW. Os grandes e melhores projetos no Paraná ocorreram nos rios Iguaçu MAR | ABR 2020

e Paraná. Pela conformação geográfica e pelos acidentes topográficos, o estado é privilegiado na geração hidráulica de energia. A Região Sul do Brasil possui um regime de chuvas bastante regular, tornando possível se prever o comportamento das vazões dos rios e, portanto, fazer um planejamento de geração de energia”, pontua Iurk.

EDIÇÃO Nº 128 DA REVISTA FECOMÉRCIO PR

A VEZ DAS PEQUENAS

O potencial de geração de energia hidrelétrica do Paraná para grandes empreendimentos está praticamente esgotado, mas isso não significa que ele é inexistente. Existem outras modalidades e tamanhos de empreendimentos possíveis, entre elas as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). O que as difere é o porte do empreendimento, mas, assim como as Usinas Hidrelétricas (UHEs), têm a finalidade de gerar energia elétrica por meio do aproveitamento da força das águas. “A diferença de uma grande e de uma pequena usina é a questão de volume d´água, aproveitamento e as quedas d´água. Para gerar energia hidráulica são necessárias duas variáveis principais: uma é a altura de queda e outra é a vazão. Não adianta ter uma altura de queda gigantesca e não ter água. Existe uma relação de equilíbrio”, explica Iurk. Hoje, a capacidade instalada dos pequenos aproveitamentos hídricos no país soma 5.943MW, o que corresponde a cerca de 4% de toda a matriz hidrelétrica. De acordo com relatórios da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (ABRAPCH), o

JONEL IURK, ENGENHEIRO CIVIL, MATEMÁTICO E EX-PRESIDENTE DA COPEL

EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS NO BRASIL:

» CGH: até 5MW » PCH: de 5MW a 30MW » UHE: acima de 30MW

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ENERGIA

Paraná possui diversas áreas possíveis para o aproveitamento hidroelétrico e 271 empreendimentos – totalizando 1.934MW – já estão cadastrados na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), aguardando licenciamento. Dados da associação ainda demonstram que em 2019, o governo do estado encaminhou à Assembleia Legislativa, projeto de lei que aprova a construção de 14 CGHs e duas PCHs no Paraná. Pedro Dias, vice-presidente do Conselho Administrativo da ABRAPCH, destaca que existem 1.800 PCHs e CGHs sendo estudadas em todo o Brasil, algo em torno de 15GW em novos projetos.

RESULTADO DE UMA DOAÇÃO DA ABRAPCH AO MUNICÍPIO DE CURITIBA, A CHG

CÓDIGO DE ÁGUAS

Em outubro do ano passado, foi inaugurada, em Curitiba, no Parque Barigui, a turbina da CGH Nicolau Klüppel, doada ao município pela ABRAPCH, capaz de gerar mensalmente cerca de 21.600kWh, o suficiente para abastecer 135 casas. Trata-se de um pequeno aproveitamento hídrico, mas de extrema importância. “A geração de energia da CGH Nicolau Klüppel, do Parque Barigui é pequena, mas estamos falando de uma economia na fatura de energia da Prefeitura na casa de R$132mil ao ano,”, ressalta Dias. 

Quando Getúlio Vargas promulgou, em 1934, o Código de Águas, ainda vigente no país, determinou-se que as “quedas d´água e outras fontes de energia hidráulica existentes em águas públicas de uso comum ou dominiais são incorporadas ao patrimônio da União, como propriedade inalienável e imprescritível”. Como a água pertence à União, em uma propriedade privada que tenha potencial para a instalação de uma PCH ou CGH é necessário requerer uma autorização, desenvolver um estudo e submetê-lo à Aneel. “É necessário realizar um inventário de potencial. No caso de uma CGH, o solicitante recebe uma autorização. No caso das PCHs e UHE são concessões. A diferença é que nos casos de concessões, o patrimônio, mais tarde, é revertido à união e as autorizações, patrimônio particular”, destaca Iurk.

INSTALADA NO PARQUE BARIGUI PRODUZ ENERGIA CAPAZ DE ABASTECER 135 CASAS E PROPORCIONAR UMA ECONOMIA DE MAIS DE R$130 MIL/ANO NA CONTA DE LUZ

CGH NICOLAU KLÜPPEL

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ASSUNTOS INSTITUCIONAIS, ADEMAR CURY E O VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO, PEDRO DIAS

BENEFÍCIOS DA ENERGIA HÍDRICA

» ENERGIA LIMPA E BARATA » FONTE DE ENERGIA RENOVÁVEL » SEM EMISSÃO DE GASES POLUENTES

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NA SEDE DA ABRAPCH, O DIRETOR DE

SIGNIFICATIVOS NA GERAÇÃO

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UNIDADES MÓVEIS

CIDADANIA ESTAMPADA EM SORRISOS PROJETO DE ODONTOLOGIA MÓVEL DO SESC PR COMPLETA 12 ANOS, DISTRIBUINDO SORRISOS PELO PARANÁ TEXTO: SILVIA BOCCHESE DE LIMA | FOTOS: IVO LIMA

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última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-

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tica (IBGE), apresenta números que mostram que quanto menor a renda domiciliar per capita e a escolaridade, maiores as chances

da sua saúde bucal ser avaliada de maneira menos favorável. Cerca de 39 milhões de adultos fazem uso de próteses dentárias e, deste FECOMÉRCIO PR

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UNIDADES MÓVEIS

total, 7,8 milhões de pessoas têm entre 25 e 44 anos. Quase 67% dos entrevistados afirmam escovar os dentes regularmente, mas que nunca foram a um consultório odontológico. Os resultados são corroborados pelo estudo Percepções Latino-americanas sobre perda de dentes e autoconfiança, realizado em 2018, pela Edelman Insights, que mostra que 41,5% das pessoas com mais de 60 anos já perderam todos os dentes. Este indicador no Brasil corresponde a 30 milhões de idosos. Ainda de acordo com o relatório da PNS, “a saúde bucal da população tem reflexo na saúde integral e na qualidade de vida de toda a sociedade. A melhoria da situação da saúde bucal se dá por meio da prevenção, 38        FECOMÉRCIO PR

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especialmente de bons hábitos de escovação e visitas regulares ao consultório odontológico”. Considerando os números, o Sesc tem o compromisso, em todo o Brasil, de promover ações preventivas de saúde bucal e atendimentos odontológicos, essenciais para a construção de um processo educativo participativo e transformador de realidade. De acordo com o Modelo de Assistência Odontológica da instituição, o diagnóstico precoce de doenças bucais contribui para um agir em saúde mais humano, eficaz e eficiente. ODONTOLOGIA NO SESC PR

O Sesc tem relevante papel no auxílio ao atendimento da po-

pulação que carece de serviços e atendimentos odontológicos. Em 2019, em seus 26 consultórios odontológicos localizados em unidades físicas em todo o Paraná, o Sesc realizou mais de 63 mil consultas e teve a participação de 19 mil pessoas em ações de odontologia e em educação em saúde. Com as duas unidades móveis de odontologia, o Sesc PR circula por cidades do estado, promovendo ações integradas de educação e prevenção em saúde bucal, além de oferecer atendimentos odontológicos gratuitos e de referência a pessoas que mais necessitam desses procedimentos. No ano passado, sete municípios MAR | ABR 2020


que não possuem clínicas odontológicas fixas nas unidades de serviços do Sesc PR foram contemplados com as duas unidades móveis OdontoSesc. Cada uma é equipada com quatro consultórios odontológicos, que além das 9.609 consultas realizadas a 1.026 pessoas, ofertaram palestras e ações de educação em saúde para 18.902 pessoas dos municípios por onde as unidades passaram. O objetivo do OdontoSesc é, além de promover a saúde bucal por meio de atendimento odontológico e das ações de educação em saúde, conscientizar a população quanto à prevenção de doenças e promoção da saúde bucal, além de inserir hábitos saudáveis e a reformulação de novos valores. MAR | ABR 2020

ODONTOSESC NO PARANÁ

As unidades móveis OdontoSesc chegaram ao Paraná em 2008 e atenderam, inicialmente, aos municípios de Itaperuçu e Almirante Tamandaré. De lá para cá, 83 cidades paranaenses já foram contempladas e, em 12 anos, foram realizadas 160 mil consultas odontológicas, 15 mil pessoas foram atendidas com tratamento concluído e, em torno de 145 mil pessoas foram alcançadas com atividades de educação em saúde. As unidades móveis são completas para realização de exames clínicos, restaurações, tratamento de canal, extrações, tratamentos gengivais e raspagens radiculares, limpeza,

aplicação de flúor e de selante, além de instruções de higiene bucal, procedimentos básicos de odontopediatria, radiografias, curativos e atendimentos dos casos de urgência. Os serviços são ofertados às prefeituras cuja população tem carência e dificuldade de acesso aos serviços de saúde pública. Em cada município, são destinadas vagas à população em geral e aos comerciários, de maneira gratuita. Em 2020, Japira e Fazenda Rio Grande já foram contempladas com as unidades móveis e o Sesc PR tem a previsão de atendimento a mais municípios. 

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ESPORTE

MAIS QUE ATLETAS COM 1.700 INSCRITOS, 32ª EDIÇÃO DO SESC TRIATHLON CAIOBÁ BATE NOVO RECORDE, REUNINDO TRIATLETAS DO PAÍS E DO MUNDO NO LITORAL PARANAENSE TE XTO : ISABE LA M ATT IOLLI | FOTOS: MUR ILO R IB AS

O

amanhecer do sol nas águas calmas da Praia Mansa, em Matinhos, já anunciava o bom tempo que estava por vir. Domingo, 15 de março, um dia para guardar na memória dos 1.700 atletas inscritos na 32ª edição do Sesc Triathlon Caiobá – uma das provas mais tradicionais da modalidade no país.

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Os primeiros atletas a chegarem na praça de transição despontavam antes mesmo do sol, pois as largadas seriam a partir das 7h. Numerais tatuados nos braços, toucas de diferentes cores e a ansiedade de cada competidor iam compondo o cenário propício para um dia de prova memorável. As categorias do Short Triathlon

foram as primeiras a largar: Speed, Mountain Bike, Trabalhador do Comércio, PcD (Pessoas com Deficiência) e Revezamento (trio). A cada volta, a torcida calorosa, dava um gás aos participantes que cumpriam cada uma das três etapas da prova: natação (750m), ciclismo (20km) e corrida (5km). MAR | ABR 2020


Inscrito no revezamento, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas de Curitiba e Região Metropolitana (Sindiplan), Cassiano Dalledone Zancan, competiu ao lado dos irmãos Gustavo e Bruno. “Esse é um dia especial para mim, pois é meu aniversário e também porque estamos saindo do sedentarismo. Ano que vem estaremos aqui de volta”, garantiu. Com menos de uma hora da prova de short triathlon, Pedro Henrique Boff, 19 anos, de Curitiba (PR) foi o primeiro a cruzar a linha de chegada. O triatleta conta que, embora estivesse inscrito na competição de Caiobá, sua intenção era fazer a prova de Santos (SP), que ocorreria no mesmo dia e que poderia dar acesso ao campeonato sul-americano. “Eu já estava lá quando soube que a prova havia sido cancelada. Na mesma hora peguei a estrada e cheguei aqui de madrugada, pronto para competir. Aqui me sinto em casa. Sempre é bom prestigiar uma prova como essa e levar o primeiro lugar, então, não tem preço”, comemorou. Já as categorias Elite e Amadora Olímpica foram as últimas a se lançarem ao mar. Com um percurso maior, sendo 1.500m de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida, os triatletas mostravam ser mais que atletas. O primeiro a completar o circuito na categoria Elite Masculino foi Manoel Messias dos Santos Júnior, 24 anos, de São Carlos (SP), com 1h49min05s. Em segundo lugar, Miguel Lopes Hidalgo, de Salto (SP), com o tempo de 1h50min27s. E, em terceiro, Kaue Willy Cardoso, de Curitiba (PR), com 1h51min0s. “Eu já havia competido em outras edições MAR | ABR 2020

MANOEL MESSIAS DOS SANTOS JÚNIOR, DE SÃO CARLOS (SP), FOI O PRIMEIRO COLOCADO NA ELITE MASCULINA, COM 1H49MIN05S DE PROVA.

A TRIATLETA DJENYFER ARNOLD LEVOU A MELHOR NA ELITE FEMININA, COM DIREITO A TROFÉU E A TORCIDA DA FAMÍLIA

na categoria Amadora Olímpica, porém essa é a minha primeira vez na Elite. Eu fico feliz de ter ganho, porque realmente é uma prova bem diferenciada, organizada, onde o público faz a gente sentir o triathlon vivo de novo no Brasil”, destacou Messias. Na Elite Feminina, a melhor ficou com a triatleta Djenyfer Arnold,

de Palhoça (SC), com o tempo de 2h6min46s, com direito a troféu e o carinho da família. “Sempre escutava de outros atletas que vinham para cá, que a energia era contagiante. Hoje, pela primeira vez, eu pude sentir isso. A cada volta, cada passagem pelo público, todos me empurrando, me levando para cima... é uma sensação incrível. Acredito que é a prova FECOMÉRCIO PR

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ESPORTE

de triathlon que mais tem público. Isso para nós é muito importante, principalmente na hora que o cansaço bate e a cabeça não funciona direito. Isso ganha ainda mais força com a presença e a torcida da minha família, que me deixa ainda mais feliz”, completou. A triatleta catarinense foi seguida pela argentina de Córdoba, Romina Biagioli, que completou a prova em 2h17min10s. Em terceiro lugar, Gisele Rodrigues Bertucci, de Curitiba (PR) garantiu o pódio, com 2h23min42s. Do primeiro ao último atleta a passar pelo pórtico de chegada, o sentimento de realização era evidente. Na retaguarda, aproximadamente 700 colaboradores e staffs acompanhavam essa jornada em cada detalhe, com cuidado, profissionalismo e paixão pelo trabalho. “A emoção de entender e sentir que trabalhar em equipe, num verdadeiro time que nós somos, nos torna ainda mais fortes. É uma somatória, dos colaboradores, dos parceiros, da comunidade, principalmente dos moradores do local que têm sensibilidade e delicadeza de poder respeitar e ceder os espaços das ruas para a realização dessa festa do esporte internacional e nacional”, declarou o diretor de Esporte, Lazer e Saúde do Sesc PR, Marcus Vinicius de Mello, ao fim de mais uma prova, já esperando a edição de 2021. PIONEIRISMO E CREDIBILIDADE

Realizada quando os primeiros casos de Covid-19 eram confirmados no país, a prova manteve-se em pé, porém com todos os cuidados necessários para evitar a propagação do vírus. Uma das 42        FECOMÉRCIO PR

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AS LARGADAS FORAM INICIADAS ÀS 7H, COM AS CATEGORIAS QUE FAZEM PARTE DO SHORT TRIATHLON

medidas foi o cancelamento dos simpósios técnicos, que aconteceriam no sábado (14). Na retirada dos kits dos atletas, muito álcool em gel e orientações de ações preventivas aos participantes que chegavam ao Ginásio do Sesc Caiobá. Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e vice-governador do estado, Darci Piana, a credibilidade da prova é um dos atrativos para que, a cada edição, o número de atletas bata um novo recorde. “As vagas, assim que ofertadas, são rapidamente preenchidas, gerando até mesmo fila de espera em algumas categorias”, completou. Mesmo realizado em um período de baixa temporada, a competição atraiu milhares de pessoas ao litoral. “É o esporte como indutor do turismo”, classificou o superintendente de Esporte do Paraná, Hélio Wirbiski, pelo movimento que um evento deste porte impulsiona a economia da região, não apenas

os atrativos turísticos da região, mas a rede hoteleira, o comércio, bares e restaurantes locais. O prefeito de Matinhos, Ruy Hauer, lembrou sobre o pioneirismo da prova, responsável, segundo ele, em colocar o município no mapa das competições de triathlon do país. “A nossa cidade hoje é conhecida por muitos como a capital do triathlon, graças ao trabalho que o Sesc realiza há mais de 30 anos e que motivou a vinda de outras provas do gênero para o nosso litoral”, pontuou. Prova viva disso, o triatleta curitibano Luiz Catta Preta, já perdeu as contas de quantas provas do Sesc Triathlon Caiobá completou. A primeira, em 1991, foi a sua estreia na modalidade que passou de hobby a profissão duas edições depois. “A minha história com o triathlon do Sesc é tão interligada e, embora eu esteja um pouco distante da competição nos últimos cinco anos, participar desta é como um reencontro”, descreveu. MAR | ABR 2020


Catta Preta trocou a formação em Engenharia Civil para ser triatleta. Mais tarde, graduou-se em Educação Física e passou a treinar outros atletas na modalidade. “Foi uma mudança de foco. Eu trouxe muitos atletas para cá. E uma das características dessa prova é que muita gente se lançava na modalidade aqui. A prova tinha uma repercussão muito positiva na mídia, que até então, era uma das formas de conseguir patrocínio”, relembrou. De Curitiba, o triatleta foi para Vitória (ES), compor a equipe da Seleção Brasileira, onde conheceu a esposa, Rebecca Falconi Catta Preta, também triatleta. “De Vitória fomos para Belo Horizonte [MG], onde montamos uma academia. Ou seja, o triathlon é fundamental na minha vida, assim como o Sesc Triathlon Caiobá também foi fundamental na minha vida como triatleta”, completou. REALIZAÇÃO E PRESENÇAS

A 32ª edição do Sesc Triathlon Caiobá é uma realização do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR com o apoio da Prefeitura de Matinhos, Polícia Rodoviária Estadual, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Ecovia, Polícia Militar, Cope/Polícia Civil, Bope, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Sanepar, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Copel, Superintendência do Patrimônio da União no Estado do Paraná (SPU/PR), Federação Paranaense de Triathlon (Fptri), Capitania dos Portos/Marinha do Brasil e com promoção da RPC. Também prestigiaram o evento o secretário de Turismo de Matinhos, Ivo Hauer; o presidente MAR | ABR 2020

REBECCA E LUIZ CATTA PRETA, DE VOLTA AO SESC TRIATHLON CAIOBÁ

da Federação de Triathlon do Paraná, João Alberto dos Santos Mazorca Filho; o primeiro vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt; o presidente do Sindifarma, Edenir Zandoná Junior; o presidente do Sindepar, Everton Calamucci; o presidente do Sesfepar, Gelcio Schibelbein; o presidente Sindaruc, Paulo Salesbram; o presidente do Sindilojas Paranaguá, Said Khaled Omar; o conselheiro do Sesc PR, Zildo Costa; o vereador de Curitiba, Alex Rato; o vereador de Matinhos, Anderson Dan; o diretor de Recursos Humanos do Sesc PR, Ulisses Rodrigues; o diretor Financeiro do Sesc PR, Tadeu Litwin; o coordenador do Núcleo de Comunicação e Marketing do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Cesar Luiz Gonçalves, e o coordenador de Jornalismo do Núcleo de Comunicação e Marketing do Sistema Fecomércio PR e presidente da Academia Paranaense de Letras, Ernani Buchmann. 

TODOS OS RESULTADOS DA PROVA PODEM SER CONFERIDOS PELO SITE WWW.SESCPR.COM.BR/TRIATHLON

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PILOTOS CURITIBANOS

Paulo Kopp O DISCRETO BRIGADEIRO KOPP O PILOTO CURITIBANO DA FAB SALVO PELAS FORÇAS DA RESISTÊNCIA ITALIANA T E X TO : E RNANI BU C H M ANN | FOTOS : MUSEU DA VITÓR IA – B R IGA DEIR O N ER O MOUR A

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s curitibanos mais antigos ainda lembram da Joalheria Kopp, uma das marcas tradicionais do comércio local. Diversas personalidades com o mesmo sobrenome, como Máximo e Paulo Kopp, fizeram história nas entidades mais significativas da vida paranaense. Porém, o mais famoso dos Kopp nascidos em Curitiba era de outro ramo, sem parentesco com a família mais conhecida. Na zona sul da cidade, distante do centro, estavam instaladas muitas famílias de imigrantes alemães. A mais destacada no correr dos anos

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foi a de sobrenome Hauer, que hoje dá nome a um bairro. Perto dali, no Boqueirão, moravam os Kopp, homônimos da família de comerciantes. Um dos seus membros, Paulo – também xará do empresário –, violinista, encantou-se pela jovem Adelaide Hauer, vizinha de bairro. Da união nasceram três filhos, as meninas Gilda e Ruth e, em 28 de maio de 1918, o menino Theobaldo Antonio. O pai faleceu muito cedo, conforme conta sua neta Astrid, única filha de Theobaldo. A família tinha posses, a julgar pela viagem que fizeram ao Rio de

Janeiro no segundo semestre de 1924, no navio de bandeira alemã Monte Sarmiento. Talvez tenha sido a partir de então que a família mudou-se para a capital da República, onde alguns anos depois o único filho passou a estudar no Colégio Militar. Mais tarde, o jovem Theobaldo, já Cadete do Exército e formado em Agrimensura, tornou-se instrutor de voo. Com a guerra no Hemisfério Norte, passou a pilotar os aviões Catalina, patrulhando a região setentrional do país a partir da Base Aérea de Belém, no Pará. Em 1944, já como 1º Tenente, MAR | ABR 2020


alistou-se na Força Expedicionária Brasileira. Fez curso em Orlando, Flórida, e foi para Aguadulce no Panamá, para treinamento na base local da Força Aérea dos Estados Unidos, voando nos aviões P-40. Seu treinamento com os P-47 Thunderbolt (há um exemplar em exposição na Praça do Expedicionário, em Curitiba), os aviões utilizados pela Força Aérea Brasileira na guerra, foi realizado na base de Sufolk, Long Island, New York, a partir de julho de 1944. Em novembro daquele ano, Kopp passou a voar na Itália, em missões desde a base de Tarquínia, como parte do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, o esquadrão Senta a Pua – lema e apelido da Força Aérea Brasileira na guerra. Depois de 57 missões, atacando todo o tipo de estrutura terrestre italiana, cujo norte continuava dominado pelos alemães, Kopp foi derrubado quando voava como líder da Esquadrilha Vermelha da FAB. Anos depois confessou ter minimizado o perigo. “Com a continuidade das missões, o piloto vai esquecendo a segurança. Acha que nada lhe pode acontecer”, declarou o ex-piloto em depoimento ao livro Senta a Pua, escrito pelo ex-Ministro da Aeronáutica, Rui Moreira Lima, seu colega no esquadrão. Enquanto saltava de paraquedas, seus companheiros ficaram voando em círculos até verem que foi socorrido. Não podiam ter certeza de que havia sido abrigado por forças amigas, mas foi o que ocorreu. Os partigiani da Squadre di Azione Patriottica (SAP), grupo da resistência italiana, o esconderam durante 45 dias, até que conseguisse voltar à base da FAB, viajando disfarçado de camponês. MAR | ABR 2020

KOPP NO CAÇA P-40

KOPP (EXTREMA DIREITA) NUMA DAS FOTOS MAIS CONHECIDAS DO 1° GRUPO DE CAÇA NA GUERRA

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PILOTOS CURITIBANOS

Em julho de 1945, guerra terminada e promovido a Capitão, foi para os Estados Unidos, de onde liderou a vinda de novos Thunderbolt P-47 para a FAB, unidade a que permaneceu servindo como instrutor de pilotos de caça na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Formou-se em Engenharia de Comunicações, serviu como Adjunto da Comissão Aeronáutica Brasileira nos Estados Unidos, em Washington, DC (EUA) e foi Representante do Brasil no Conselho Permanente da Organização Internacional de Aviação Civil, (ICAO) em Montreal, no Canadá, entre outras atividades correlatas à carreira. Após passar por diversos postos de destaque na Aeronáutica, foi reformado no Posto de Brigadeiro do Ar. A partir de 1970 assumiu a presidência da Cetel, Companhia Telefônica do Rio de Janeiro, deixando o cargo para se tornar presidente da Telemig, a empresa de telecomunicações de Minas Gerais, onde ficou por 12 anos. O Brigadeiro Kopp sempre foi muito discreto sobre sua participação na Segunda Guerra. Segundo seu neto Eduardo, no convívio familiar ele era falante e divertido, mas não se o assunto envolvesse a campanha da Itália. Na companhia de seus companheiros da Aeronáutica, costumavam repassar episódios engraçados, porém nada que os fizesse relembrar as tragédias vividas.

DIVERSOS MOMENTOS DA VIDA DE PILOTO DE KOPP. ACIMA, EM MEIO AO PESSOAL DA FAB; EMBAIXO, SEU NETO EDUARDO À FRENTE

Em 2008, o repórter Márcio Campos publicou no jornal Gazeta do Povo um perfil sobre Theobaldo Kopp. Na reportagem, o neto Eduardo conta quando sua mãe conseguiu compreender aquele 46        FECOMÉRCIO PR

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DURANTE HOMENAGEM AO AVÔ

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comportamento. “Ela só entendeu plenamente o silêncio do pai ao ver uma cena do O Resgate do Soldado Ryan, quando o personagem do título visita um cemitério militar e se afasta da família”. No início dos anos 1950, o líder dos partigiani italianos que o salvaram, Silvio Terzio, esteve no Rio de Janeiro. Foi recepcionado com um jantar na casa dos sogros de Kopp, que casara com Yvonne Muniz Freire antes de partir para a guerra. Depois daquela noite os dois jamais voltaram a ter contato. Kopp voltou à Itália em 1983, quando encontrou outros componentes do grupo que o salvou, mas de Silvio não teve mais notícias. Theobaldo Antonio Kopp recebeu inúmeras condecorações ao longo da carreira. Entre elas: Medalha Santos Dumont, concedida pelo governo de Minas Gerais, Medalha Nero Moura; Distinguished Flying Cross (EUA); Distinguished Flying Cross (Inglaterra); Air Medal (EUA) e Presidential Unit Citation (EUA). Sua ligação com Curitiba prosseguiu ao longo dos anos, de forma esparsa. Às vezes vinha visitar sua irmã Gilda e o cunhado Saul Valente, que viveram na cidade até os anos 1980. A outra irmã, Ruth, casou com o norte-americano Robert Smith e viveu até seus últimos dias na Califórnia, EUA. O Brigadeiro Kopp faleceu no Rio de Janeiro em 16 de setembro de 1996. A filha Astrid e os netos Fábio e Eduardo seguem cuidando do seu legado. Os diplomas, troféus, fotografias e condecorações que acumulou estão sob a guarda do Museu da Vitória Nero Moura, em Porto Alegre.  MAR | ABR 2020

EM SENTIDO HORÁRIO, KOPP NO MUSEU DA FORÇA AÉREA; AO LADO DA FILHA E COM A ESPOSA.

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HISTÓRIAS PARANAENSES

HISTÓRIA IMPRESSA RESPONSÁVEL PELA ASCENSÃO DA ARTE GRÁFICA NO ESTADO, A IMPRESSORA PARANAENSE AINDA É LEMBRADA POR SEU PIONEIRISMO, SOBRETUDO NA IMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAGENS DE PRODUTOS T E X TO : ISA B ELA M ATTIO LLI | FOTOS : IVO LIMA , MUR ILO R IB AS E ACERVO MUSEU PA R A N A EN SE

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m dos mitos mais conhecidos da Antiguidade Clássica é a do ambicioso Rei Midas, àquele que, por dom ou maldição, tudo o que tocava transformava-se em ouro. Tal qual Midas, o legado de Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, reluziu para além do Paraná e de sua produção primeira, a erva-mate. Foi como ervateiro, que Idelfonso investiu na antiga Typographia Paranaense – fundada em Curitiba por Cândido Martins Lopes, em 1854, administrada por seu filho, Jesuíno Martins Lopes, desde 1875. Com a sociedade estabelecida em 1888, nascia a Impressora Paranaense (IP), que se tornaria um marco para a arte gráfica no estado. No fim do século XIX, a erva-mate era a principal matéria-prima de exportação e valor comercial. Foi neste período, que o produto passou a ser armazenado em barricas de pinho, e os rótulos ganharam espaço, com cores, desenhos, e o requinte que a técnica litográfica permitia.

RÓTULO DE ERVA-MATE

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O Barão do Serro Azul, com sua veia empreendedora, uniu-se a LoMAR | ABR 2020


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BARÃO DO SERRO AZUL

pes, dobrando seu capital e adquirindo novos equipamentos. Por este feito, além de ser considerado o patrono do comércio, ganhou o título de pai das artes gráficas no Paraná. A empresa, à época, funcionava na Rua Riachuelo esquina com a Carlos Cavalcanti, onde atualmente funciona o Cine Passeio.

O LEGADO DE MAX SCHRAPPE

Max Schrappe chegou ao Brasil em 1891, após desembarcar do navio Valparaiso, que partira de Hamburgo, Alemanha. Um parente de sua mãe residia em São Bento – atualmente São Bento do Sul, em Santa Catarina, e foi para lá que o jovem se dirigiu em busca de uma vida nova. Depois de trabalhos sem sucesso como guarda-livros em Santa Catarina e também em Curitiba, Schrappe retornou à terra natal, onde casou-se. De volta ao Brasil, ele e a esposa Olga, mudam-se para Papanduva, cidade catarinense, onde montam uma pequena litografia voltada à fabricação de cartas de baralho.

Após a trágica morte do Barão, fuzilado no quilômetro 65 da Serra do Mar, em 20 de maio de 1894, coube à Baronesa do Serro Azul, Maria José Pereira Correia, as ações do marido. Em 1897, o catalão Francisco Folch, também pioneiro na arte litográfica no estado, arrendou a Impressora Paranaense e, em 1902, comprou as ações da Baronesa. Um dos principais concorrentes de Folch, o alemão Max Schrappe, foi convidado pelo próprio litógrafo a entrar no negócio. Em 1912, a razão social da empresa passou a ser Folch, Schrappe & Cia, mantendo o nome fantasia de Impressora Paranaense. ACERVO MUPA

O PATRIARCA MAX SCHRAPPE

SEGUNDA EDIÇÃO DO JORNAL O DEZENOVE DE DEZEMBRO, IMPRESSO PELA ENTÃO TYPOGRAPHYA PARANAENSE

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Durante a Guerra do Contestado (1912-1916), o conflito entre o Paraná e Santa Catarina não permitia a livre circulação de mercadorias entre os estados. Com uma produção mais diversificada, atendendo também clientes paranaenses, Max abriu uma filial em Curitiba, no Recreio Cruzeiro, denominada M. Schrappe e Cia, e os ervateiros faziam parte do rol de clientes. Em 1914, Max Schrappe viajou à Alemanha em busca de um novo sócio de capital. A viagem, além de ter sido em vão no viés comercial, já mostrava as faces amargas da primeira Guerra Mundial (1914-1918). “Do hotel Avenida, onde me hospedava, fui imediatamente ao escritório da Companhia Costeira comprar passagem. Como eu havia chegado num sábado, foi-me impossível trocar o dinheiro alemão, em ouro, por moeda brasileira. Todavia, eu imaginava que a Companhia Costeira aceitaria ouro como pagamento. Para minha decepção o funcioFECOMÉRCIO PR

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HISTÓRIAS PARANAENSES

nário se recusou a aceitar o ouro alemão, dizendo, inclusive, que se fosse inglês não haveria nenhum problema. Apesar de minha indignação, pois ouro é sempre ouro, de nada adiantou dialogar com o funcionário”, escreveu Schrappe em seu diário mais tarde registrado no livro Max Schrappe: Minha Vida Mein Leben, escrito em alemão gótico, editado e traduzido pelos netos Max Heinz Gunther Schrappe e Werner Egon Schrappe, respectivamente. No registro, Max Schrappe fazia referência à campanha de descrédito que já existia em relação à Alemanha. A guerra eclodiu três meses após o desembarque no Brasil, trazendo outros problemas como a escassez de material. No mesmo período, o empresário teve que enfrentar outros dilemas como o desentendimento de seus sócios e as dívidas que só aumentavam. Foi nestes anos que a sociedade com Ernesto Mendel, foi firmada.

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FILIAL DE MAX SCHRAPPE NO RECREIO DO CRUZEIRO INSTALADA EM 1910

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SEDE DA IP NA RUA COMENDADOR ARAÚJO

SETOR DE TRANSPORTES E PROVAS NA SEDE DA RUA COMENDADOR

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Os negócios começaram a melhorar a partir de 1916. “Em 1917 faleceu Folch, depois de um curto período de doença. Poucos anos depois, seguiu-o Annibal César da Rocha. Nosso contrato já havia cessado em 1917. A empresa, desde essa época, teoricamente não existia mais (...) foi nessa época que surgiu a ideia de assumir a Impressora sob minha firma individual, processo o qual foi concretizado com uma atitude arriscada, mas absolutamente necessária, forçada pelos próprios acontecimentos”, escreveu Schrappe. Porém, o feito ocorreu, de fato, apenas em 1922 “com dívidas e hipotecas até o teto”, como registrou o empresário a punho, com a deMAR | ABR 2020


Dois anos antes, como a filial de Joinville – administrada pelo irmão de Max, Oscar, não surtia mais resultados, foi fechada e as cinco máquinas litográficas rápidas foram levadas para a capital paranaense, colocando a Impressora à frente da concorrência, até então encabeçadas pelas gráficas Progresso e A. Henkel. A partir de 1929, após uma viagem de férias à Alemanha, na companhia da esposa Olga e do filho Max – este último para especializar-se na Academia de Artes Gráficas de Leipzig, Schrappe demoliu a casa localizada na Rua Comendador Araújo. A nova construção contemplava os escritórios na parte inferior e a casa da família acima. O espaço dedicado ao trabalho foi ampliado, com novas máquinas, inclusive para a fabricação de clichês, para jornais e revistas. Os filhos do empresário, Max Schrappe Junior, Werner Schrappe e Oscar Schrappe Sobrinho, que já exerciam funções na IP foram assumindo os negócios da família. “Sob essa liderança jovem e firme, a organização prosperou de maneira tão positiva que pude tranquilamente e sem hesitações, aproveitar um pouco a minha vida, sem precisar me incomodar com os negócios”, como consta o último registro feito pelo patriarca em seu diário. MAR | ABR 2020

SOCIEDADE ANÔNIMA E NOVA SEDE

SÉRIE DE IMPRESSÕES LITOGRÁFICAS ACERVO MUPA

nominação de Max Schrappe. Nos anos seguintes, as dívidas foram gradualmente sendo liquidadas, primeiro com o London & Brazilian Bank (1925), com a Schack & Co. (1927-1928), com as viúvas de Folch e Rocha, com os sócios anteriores, além de outros débitos referentes a compras de maquinário, hipotecas, entre outros.

Em meados de 1940, a Impressora tinha galgado um espaço importante no mercado, atendendo a clientes do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e, mais tarde, estados das regiões Norte e Nordeste. Foi neste período que a empresa foi transformada em Sociedade Anônima, recebendo a denominação de Impressora Paranaense S/A, sendo presidida por Oscar Schrappe Sobrinho e tendo os irmãos como membros da diretoria. Ao patriarca, coube o cargo de presidente honorário. Nesse período, para atender ao leque de clientes, a empresa expandiu, montando filiais em São Paulo e Blumenau (SC). A matriz, em Curitiba, foi transferida para o casarão construído durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), na Rua Comendador Araújo, nos números 107 e 109, o primeiro para a entrada da fábrica e, o segundo, para a residência da família. Foi ali que Max Schrappe faleceu em 1942, aos 68 anos de idade. Os filhos que já comandavam a empresa deram sequência a seu legado. “Esse endereço é onde, atualmente, funciona o Banco Santander e compreendia também o terreno onde foi construído o Shopping Crystal. Olhado de cima, ainda dá para ver o gabinete do meu pai [Oscar]. A parte superior era residência do meu avô [Max]. E em baixo os escritórios”, orienta Max Heinz Gunther Schrappe, 86 anos. Também foi no casarão, que na madrugada do dia 19 de março de 1944, um grupo de manifestantes

contra a frente Alemã na Guerra, depredou o espaço, causando prejuízos à Impressora Paranaense. “Não quebraram nada em cima porque meu pai fiou com uma régua de alfaiate protegendo o lugar. Espalharam papeis pela Rua Comendador inteira, jogaram areia FECOMÉRCIO PR

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HISTÓRIAS PARANAENSES

nas máquinas, muita coisa foi perdida”, conta Max H. G. Schrappe. “Lembro-me de ter visto a edição de um jornal, no dia seguinte, com a manchete: ‘Extraordinária manifestação de civismo’, em referência aos atos que, assim como empreendimentos de alemães, também foram feitos em outros de japoneses e italianos. Tamanho era o absurdo, que a reportagem também trazia a fala de um empresário turco que tinha uma loja chamada Musseline, em referência ao tecido, que também foi saqueada ao ser confundida com o Mussoline, do Partido Nacional Fascista, da Itália, os quais, assim como a nossa família, nada tinham com a guerra”, lamenta Werner Egon Schrappe, 75 anos, neto de Max Schrappe e filho de Oscar S. Sobrinho. Além das guerras, da escassez de material provocada pelas mesmas, a empresa enfrentou ao longo de sua trajetória outros problemas como a falta de comunicação, que nos primeiros anos era toda feita via telégrafo e pelos Correios. “Tinham pedidos que demoravam seis meses para ficar prontos. Um desenhista ia até o cliente, fazia um esboço do que ele queria, aí ia para a gravação, a aprovação do material e a entrega”, rememora Max H. G. Schrappe, em referência a todas as etapas do processo da litografia. Outro impasse era a importação de todo o material: de maquinários aos papeis utilizados. “Como se não bastasse toda a matéria-prima vir de fora, muitos litógrafos também eram contratados da Alemanha, da Suíça e de outros países da Europa, para exercerem as atividades na Impressora. Por esse motivo, a empresa serviu como escola de muitos profissionais do 52        FECOMÉRCIO PR

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ALMANAQUE ORGANIZADO POR JOSÉ GONSALVES MORAES E IMPRESSO PELA IP

mercado, inclusive, que saíam da nossa oficina e abriam concorrência”, conta Werner E. Schrappe. Já como líder do mercado de embalagem em papel-cartão no Brasil e sob o comando da terceira geração dos Schrappe, em 1972 foi iniciado o projeto de expansão e modernização das instalações industriais de Curitiba, com o par-

que industrial localizado no bairro Xaxim. CENTENÁRIO

Em 1988, a empresa já centenária, era presidida por Dieter Helmuth Schrappe, filho de Max Schrappe, seus sobrinhos, os irmãos Werner Egon Schrappe, diretor financeiro e de recursos humanos, e Max MAR | ABR 2020


Heinz Gunther Schrappe, vice-presidente do Conselho, somando mais de 1.500 funcionários e faturamento de 3,8 milhões de dólares por mês. Nesses anos dedicados a impressão gráfica e a embalagens, a Impressora foi responsável por atender empresas de todas as regiões do país, de segmentos variados e de diferentes escalas. De ervateiros a cervejeiros, de rótulos a etiquetas, passando por envelopes timbrados, papéis-carta, apólices do estado ou do município, títulos de valores, cheques, diplomas, mapas cartográficos, cartões-postais, entre outros. Entre as empresas clientes destaque para a Fábrica de Fósforos Pinheiro; as cervejarias Atlanctica, Cruzeiro e Providência; as Balas Zequinha; Todeschini; os Chiclete Ploc; Toddy; Nescau; Knorr; Serenata de Amor; Hellmann’s; Maizena; Nescafé; Kolinos, entre outras.

mas não houve consenso com a maioria. Foi uma pena”, comenta Werner E. Schrappe. “Embora, para mim, a unidade de São Paulo ia muito bem, obrigado”, completa o irmão, Max H. G. Schrappe. Em 2015, o Museu Paranaense (Mupa) na exposição Indústrias Paranaenses, preservou objetos importantes da trajetória de sete companhias do estado, entre elas a Impressora Paranaense. O maquinário de 1988, feito sob encomenda e trazido da Alemanha, foi um dos itens que fizeram parte da exposição, tendo sido doado ao Mupa para que as futuras gerações tivessem conheci- DIPLOMA IMPRESSO PELA IP mento da importância histórica da empresa. Um tour virtual da exposição pode ser feito pelo site do Museu, mantendo viva a memória da IP. 

O FIM DE UMA ERA

Em 1996, a empresa foi adquirida pela multinacional Dixie Toga, fabricante de embalagens e rótulos. Dois anos depois, ainda com o nome de Impressora Paranaense, associou à norte-americana Bemis e construiu uma unidade em Londrina, a Ipat Bemis. Em 2012, a empresa fechou a unidade de Curitiba, que contava à época com aproximadamente 400 funcionários. “A empresa chegou a somar 116 sócios, o negócio ficou insustentável. Pensando que o ramo gráfico não é tão rentável assim. Uma parte pequena desse grupo, entre eles eu e o meu irmão Max, queríamos a continuação da empresa, MAR | ABR 2020

MAX H. G. SCHRAPPE E WERNER EGON SCHRAPPE

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CHAPÉU DO COMÉRCIO HISTÓRIA

ZEQUINHA: O DOCE SABOR DE INFÂNCIA CRIADAS NOS ANOS FINAIS DA DÉCADA DE 1920, AS BALAS ZEQUINHA, MARCARAM A INFÂNCIA, AS BRINCADEIRAS E O SER CURITIBANO TEXTO : S ILVI A B OCCHESE DE LIMA

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antadas pelo samba-enredo da Embaixadores da Alegria – campeã no carnaval curitibano de 1992 –, citadas no conto Em Busca da Curitiba Perdida, de Dalton Trevisan, e recriadas em versos e desenhos por Valêncio Xavier e Poty Lazzarotto, em A Propósito de Figurinhas, as Balas Zequinha atravessaram gerações e fizeram parte do imaginário coletivo da capital paranaense por mais de 60 anos. Criadas nos anos finais da década de 1920, pela fábrica A Brandina, dos Irmãos Sobania, as balas de açúcar, misturadas à essência de frutas e em formato quadrado, eram embaladas à mão, em figurinhas numeradas e que retratavam um personagem – o palhaço Zequinha –, em diferentes atividades, profissões, lugares e com as mais variadas emoções. A patente das Balas Zequinha foi vendida, em 1940, para a empresa Irmãos Franceschi, que comercializou as balas até 1955, quando a J. Gabardo e Massocheto adquiriu a marca. A empresa fez a última tiragem das balas em 1967.

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Em dezembro de 1974, o jornal Gazeta do Povo trazia a notícia do retorno da marca, mas sem o entusiasmo das décadas anteriores. A matéria não informa qual empresa foi responsável por esta edição das balas. “Estão de volta as famosas ‘Balas Zequinha’, embora os banqueiros tenham apresentado pouco interesse, afirmando que ‘hoje em dia existem tantas outras coleções interessantes’, muita gente ainda procura o produto. Nos bairros, a tendência é voltar a ‘coqueluche’ que nos anos 40 e 50 tomou conta da criançada”, trazia a matéria. Em junho de 1976, o Estado do Paraná registrou o personagem no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Pouco tempo depois, o empresário Zigmundo Zavadski impetrou uma ação contra o Estado, alegando ser o criador e idealizador da figura do Zequinha. Segundo o INPI, em fevereiro de 2019 foi extinto o registro da marca por caducidade, que estava em nome de Experanza Administradora de Bens.

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ONDE TUDO COMEÇOU

Francisco Sobania, um dos proprietários da Irmãos Sobania, esteve em São Paulo, em 1928, quando conheceu as Balas Piolin – balas que traziam figurinhas colecionáveis. Ao retornar a Curitiba, encomendou à Impressora Paranaense, uma coleção inicial de 30 figurinhas coloridas para embalar as balas produzidas pela fábrica da família. A inspiração não poderia ser outra, o Palhaço Piolin – nome artístico de Abelardo Pinto que incorporou Piolin ao seu nome de batismo. Foi um dos mais famosos palhaços brasileiros, conhecido mundialmente e aclamado pelos modernistas. Em 1972, seu aniversário, comemorado em 27 de março, foi declarado oficialmente o Dia Nacional do Circo. Curiosamente, Piolin morreu em 1973, de insuficiência cardíaca, engasgado por uma bala.

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Apesar das primeiras coleções não terem álbuns para acondicionar as figurinhas, as crianças encontravam saídas criativas e colavam as numeradas em cadernos ou faziam uso de uma carteirinha formada por dois pedaços de papelão 8x6cm e três tiras de elástico ou cadarço com nove centímetros cada. A engenhoca permita que as figurinhas fossem mantidas sem serem amassadas e a “passá-las de um lado ao outro, miraculosamente, diante dos olhos embasbacados de quem não conhecia o truque”, contou Valêncio Xavier, em artigo publicado no jornal O Nicolau, em 1989.

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4 MURILO RIBAS

No Paraná, as Zequinhas rapidamente ganharam a simpatia de crianças e adultos. As imagens desenhadas em papéis no formato 5x7cm, pelo litógrafo Alberto Thiele, logo foram ampliadas até a de número 50. O sucesso das balas foi tamanho que elas chegaram a 100 e rapidamente a 200 figurinhas. Os desenhos com numeração de 51 a 200 são creditados a Paulo Roberto Rohrbach – criador dos brasões de armas do Paraná e de Curitiba.

As Zequinhas eram embaladas, inicialmente, com os desenhos à mostra, para desespero dos vendedores de balas; afinal, as crianças queriam os doces com numerações específicas, a fim de completar a coleção. Logo a fábrica providenciou a mudança, e a numeração só ficava visível ao ser desembrulhado o produto.

O SUPERINTENDENTE GERAL DA FECOMÉRCIO PR, EDUARDO GABARDO, REMEMOROU UMA PRÁTICA DA SUA INFÂNCIA E CONFECCIONOU PARA A REVISTA FECOMÉRCIO PR, UMA CARTEIRINHA PARA CONDICIONAR AS FIGURINHAS DAS BALAS

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ZEQUINHA

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HISTÓRIA DO COMÉRCIO

ZEQUINHA FAZ-TUDO

Em diferentes épocas, Zequinha foi retratado desempenhando inúmeras atribuições, de ferreiro a engenheiro, de dentista a astrônomo, de açougueiro a delegado. Foram tantas as funções que Zequinha tornou-se sinônimo de uma pessoa faz-tudo, aquela dedicada a vários ofícios. Muitas figuras faziam referência a questões próprias dos períodos dos desenhos, a exemplo, as profissões desempenhadas e expressões faladas à época. Zequinha foi canhoneiro (armador de canhões), boxeur (boxeador), salsicheiro (vendedor de salsichas), escafandrista (mergulhador) e pirata (namorador). Mas o personagem também ocupou papéis e teve atitudes que certamente não seriam aceitos hoje, ainda mais para um produto direcionado às crianças. Zequinha passou por um período sombrio de sua história, esteve embriagado, foi gatuno, atropelado e raquítico, ficou louco, afogou-se, suicidou-se e foi encontrado enforcado. Controverso ou não, Zequinha era unanimidade entre as crianças que buscavam completar a série de 200 figurinhas para trocar por bolas de futebol, bonecas, porta-níqueis e lanternas elétricas, entregues pelos fabricantes. O comércio das balas foi revolucionário entre as crianças, promovendo encontros para troca de figuras e disputas em jogos de Bafo e Tique. “O jogo de Bafo consistia em que cada adversário colocasse as figurinhas com a face dos desenhos voltadas para o chão: quem, batendo com a palma da mão nas figurinhas, conseguisse desvirá-las, ganhava-as. (... ) O jogo de Tique 56        FECOMÉRCIO PR

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consistia em ‘casar’ as figurinhas perto de um muro, ou parede. Jogava-se moedas, ou chapinhas de ferro na parede, onde batiam e vinham ao chão. A que chegasse mais perto das figurinhas do adversário, ganhava-as”, explicou Xavier, no Boletim Informativo da Casa Romário. A MARCA E A CONCORRÊNCIA

Zequinha não reinou absoluto entre as crianças das décadas de 1920 a 1950. Embora alguns periódicos tragam a informação de que a produção diária das Zequinhas era de 1.200 quilos, ou seja, 360 mil balas, Xavier destacou que as Balas Chico Fumaça, desenhadas por Alceu Chichorro, também encontraram na disputa pelo público, mas não foram tão bem aceitas. De acordo com levantamento de Xavier, as Balas Bandeirinhas (com figurinhas de bandeiras de vários países), as Caramelo AéreoLloyd (figurinhas que coladas em ordem, em uma folha de cartolina, formavam o desenho de um avião) e as Pastilhas Zoológicas (figuras com animais desenhados) encontraram relativo sucesso nos anos 1930. ICM DAS CRIANÇAS

As práticas questionáveis de Zequinha não foram reproduzidas em 1979, quando o governo do estado, comandado pelo então governador Ney Braga, criou um campanha visando a ampliação da arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias (ICM) por meio da emissão de notas fiscais e comprovantes de vendas. Na campanha, agora sem as balas, mas com desenhos de Nilson Müller, Zequinha foi representado remo-

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delado e com novos traços: um típico cidadão comum, politicamente correto em seus atos e práticas, visitava o Paraná, as obras e os órgãos públicos. Entretanto, a grande gola, a gravata borboleta, a maquiagem e os sapatos de palhaço foram mantidos. A campanha do governo foi tão bem sucedida que, em três etapas da campanha, realizadas durante um ano inteiro, “houve a maior arrecadação de ICM dos últimos sete anos”, trazia matéria publicada no jornal Diário do Paraná, em fevereiro de 1981. Em 14 meses de campaMAR | ABR 2020


nha, foram emitidos Cr$ 53 bilhões em notas fiscais, arrecadação de Cr$ 37,9 bilhões em impostos, distribuídos 196 mil prêmios em todo o estado e impressas algo em torno de 206,7 milhões de figurinhas. Para concorrer aos prêmios distribuídos pelo governo era necessário completar o álbum de 200 figurinhas. A cada mil cruzeiros em notas fiscais, as crianças trocavam por um álbum e uma carteirinha de sócio do Clube do Zequinha ou por um envelope com 20 figurinhas. No decorrer da campanha, as regras foram alteradas. Algumas figurinhas eram consideradas difíceis de serem encontradas, com a de número 10, que trazia Zequinha Músico. A disputa por esse número era tamanha que o jornal Diário do Paraná, de novembro de 1979, trouxe a seguinte nota: “Aconteceu dias atrás: o cidadão teve o carro arrombado

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por um ladrão, que levou sua carteira com dinheiro e diversos documentos. O ladrão pegou o dinheiro e jogou a carteira fora. Uma senhora encontrou e, entre os documentos, descobriu algo raro: a figurinha nº 10 do ‘Zequinha Músico’. Telefonou para a vítima, avisando que encontrara seus documentos, mas que só entregaria com a condição: se a recompensa fosse a figurinha nº 10. O cidadão, é claro, aceitou a proposta”. A febre para completar a coleção, a procura pelas figurinhas, as filas formadas para troca das notas fiscais foram tamanhas, que até bancos privados passaram a ser pontos de troca.

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POTY E XAVIER

Valêncio Xavier foi um expert quando se tratava de Balas Zequinha. Ele escreveu diversos artigos, em inúmeros jornais e boletins e, com Poty Lazzarotto, desenvolveu o livro A Propósito de Figurinhas. A obra, publicada em 1986 pelo Studio e Krieger, fazia uma releitura de 30 figurinhas das Balas Zequinha, os desenhos ficaram a cargo de Poty e Valêncio foi responsável pela produção de textos relacionados às imagens. Controverso ou não, Zequinha foi um sucesso entre as mais diversas gerações que tiveram contato com ele e, como disse Xavier, em entrevista ao Correio de Notícias, de 1989, “Não existe nada mais curitibano que Dalton Trevisan e a Bala Zequinha”. 

MATERIAIS E ACERVOS CONSULTADOS:

x CASA DA MEMÓRIA DE CURITIBA x CASA GOMM - COORDENAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DO PARANÁ

x INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL x MUSEU PARANAENSE x GIBITECA DE CURITIBA x BOLETIM INFORMATIVO DA CASA ROMÁRIO MARTINS: DESEMBRULHANDO AS BALAS ZEQUINHA, DE AGOSTO DE 1974

x JORNAL CORREIO DE NOTÍCIAS, DE 1980 E 1989 x JORNAL DIÁRIO DO PARANÁ, DE 1981 x JORNAL GAZETA DO POVO, DE 1974 x JORNAL O NICOLAU, DE 1989 x LIVRO A PROPÓSITO DE FIGURINHAS, DE VALÊNCIO XAVIER E POTY LAZZAROTTO

x SITE PREFEITURA DE SÃO PAULO - SECRETARIA DA CULTURA, ARTIGO PIOLIM

9 9 – ÁLBUM DA CAMPANHA DE ICM NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO A FIGURINHA DE Nº 10, CONSIDERADA A MAIS DIFÍCIL DE SER ENCONTRADA

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CRÉDITOS: 1, 2, 3, 4 E 7: (ACERVO GIBITECA DE CURITIBA / CASA DA MEMÓRIA - FCC) 5, 6, 8 E 9: GOVERNO DO PARANÁ, SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL E DA CULTURA E MUSEU PARANAENSE

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SINDICATO

COMERCIALIZAÇÃO DE ANIMAIS SINDACA DEFENDE A REGULAMENTAÇÃO DO COMÉRCIO DE ANIMAIS DOMÉSTICOS E APOIA SUBSTITUTIVO A PROJETO QUE PROIBIA VENDA EM PET SHOPS TEXTO : KA R LA SA N TIN

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BANCO DE IMAGENS

m levantamento do Instituto Pet Brasil, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica a presença de mais de 139,3 milhões de animais domésticos no Brasil. Em 2018 foram contabilizados no país 54,2 milhões de cães; 39,8 milhões de aves; 23,9 milhões de gatos; 19,1 milhões de peixes e 2,3 milhões de répteis e pequenos mamíferos. Há mais pets do que crianças nos lares brasileiros – a população infantil com até 12 anos corresponde a 35,5 milhões. O vínculo afetivo com os animais, considerados como membros da família, movimentou R$ 34,4 bilhões em 2018, também de acordo com o Instituto Pet Brasil. A cadeia produtiva brasileira ligada à área, que inclui alimentação, cuidados, veterinários, comércio, serviços técnicos e criatórios, é a segunda maior do mundo no ranking de faturamento, atrás apenas dos Estados Unidos.

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no Senado Federal, que cria o marco regulatório dos animais de estimação no Brasil. No Paraná, o Poder Executivo deu início este ano ao processo legislativo para a criação do novo Código Estadual de Direitos dos Animais. Desde o ano passado tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) o PL nº 185/2019 para regulamentação do comércio, criação, doação e adoção cães e gatos. De autoria do deputado Luiz Fernando Guerra, a proposta inicial proibia a venda ou exposição desses animais por pet shops e clínicas veterinárias e estabelecimentos afins, restringindo a comercialização apenas a criadores. Além disso, visava acabar com o comércio digital de pets.

LEIS PARA PETS

A qualidade de vida dos animais de estimação tem sido objeto de vários debates legislativos, a exemplo do Projeto de Lei (PL) nº 6.590/2019, em tramitação

Para o presidente do Sindicato dos Aviários e Casas Agropecuárias e Pet Shops do Estado do Paraná (Sindaca-PR), Fábio Assahi, a proposta prejudicaria toda a cadeia pet. “Nós do sindicato e da MAR | ABR 2020


Fecomércio PR apoiamos a permanência a comercialização de animais por pet shops e casas veterinárias, mas acreditamos que essa prática precisa ser regulamentada”, defende.

Segundo Assahi, atualmente não há uma legislação ou norma para o comércio de animais, apenas orientações do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), que já são cumpridas pelos pet shops e afins. “As boas práticas de exposição e cuidados com os animais já são feitas pelas boas lojas, FÁBIO ASSAHI, PRESIDENTE DO porém não existe nada SINDACA-PR formalizado. Regras definidas sobre o tema garantiriam o estabelecimentos que os comerbem-estar dos animais, bem como cializam”, explica o presidente do trariam segurança jurídicas aos Sindaca-PR.

O ASSESSOR JURÍDICO DO SINDACA-PR, JOÃO CARLOS RÉGIS; FÁBIO ASSAHI; O DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS DA FECOMÉRCIO PR, WALTER XAVIER; O VICE-PRESIDENTE DO SINDACA-PR, JOÃO RICARDO VIEIRA, E O CRIADOR JUACIR PEROTTO, DO CANIL PEROTTO, EM REUNIÃO NA FECOMÉRCIO PR, PARA AGRADECER A ATUAÇÃO DA DIRETORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E GOVERNAMENTAIS NA DEFESA DOS INTERESSES DO SINDICATO JUNTO À ALEP

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NOVAS PROPOSTAS

Após uma audiência pública em setembro do ano passado, apoiada pela Diretoria de Relações Institucionais e Governamentais da Fecomércio PR, o PL recebeu um substitutivo do próprio autor. E, em fevereiro deste ano, foi aprovado por unanimidade da Comissão de Meio Ambiente, Ecologia e Proteção aos Animais, da Alep, outro substitutivo geral ao Projeto de Lei nº 185/2019, proposto pelo deputado Delegado Recalcatti. No lugar de proibir a venda física ou digital dos pets, conforme o projeto original, o substitutivo geral busca fomentar a discussão e promover a construção de um modelo que contemple todos os setores envolvidos. “O objetivo da proposta é a proteção e o bem-estar de cães e gatos no comércio legalizado e nas ações de protetores e ONGs que promovem doações/adoções, além de orientar e educar a sociedade para as questões ligadas aos animais de estimação. Em momento algum o texto proíbe fiscalizações ou atuações dos agentes oficiais contra criadores, comércio ou atividades clandestinas e ilegais, e jamais prevê a retirada da proteção legal dos animais pelo estado. Ao contrário, fortalece o seu poder ao regulamentar um segmento de mercado específico”, justifica Recalcatti. Para o presidente do Sindaca, o substitutivo concilia as preocupações de todos os interessados, moldando-se como uma proposta viável para garantir o bem-estar dos animais e regulamentar a venda de animais domésticos no Paraná.  FECOMÉRCIO PR

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SANTA FELICIDADE

MAMMA MIA! A ITÁLIA EM CURITIBA. SANTA FELICIDADE, UM LEGADO DA IMIGRAÇÃO ITALIANA, OFERECE AMPLA E TRADICIONAL GASTRONOMIA, EVENTOS CULTURAIS E UM COMÉRCIO PARTICULAR TEX TO: KA R EN B ORTOLIN I | FOTOS: MUR ILO R IB AS

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anta Felicidade é um bairro amado não somente pelos filhos e netos de imigrantes e italianos, mas por outras etnias de moradores da capital, e turistas, que consideram a região uma parada obrigatória na cidade. As massas, o frango com polenta, vinhos coloniais e os móveis de vime são os grandes atrativos, somados a um calendário de festividades que relembram as tradições da Itália. Os imigrantes italianos vieram para a região de Santa Felicidade, no mesmo período em que iniciaram a colonização em outros bairros, nos anos de 1877 e 1878. “Esta foi a época que minha família veio para o Paraná”, contou o diretor da Associação Comercial de Santa Felicidade, Paulo César Pereira, descendente dos Boscadin e Tulio. Inicialmente, os italianos destinaram-se à Colônia Nova Itália, situada em Morretes e Antonina. “Ao todo, eram 12 colônias pequenas para atender aos imigrantes”, explicou o também pesquisador. A vinda ocorreu

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por meio de uma campanha governamental, quando o então presidente Lamenha Lins fez um tratado com a Itália para permitir alojarem-se no litoral paranaense. Esta população somou-se à brasileira, após a invasão dos austro-húngaros, mais especificamente na região de Tirol. Deixaram a crise econômica e social para tentar uma nova vida com suas famílias, em um país promissor ao trabalho, pois após a abolição da escravatura, havia uma demanda crescente de mão de obra. Vieram de navio pelo porto de Gênova, chegando ao Rio de Janeiro. Lá permaneciam por alguns dias para serem cadastrados, vacina e submetidos à inspeção sanitária; de lá eram mandados para Paranaguá. CHEGADA A CURITIBA

As condições na região litorânea não eram as mais favoráveis dos imigrantes. Calor, mosquitos e terreno arenoso não agradaram os italianos. Pela busca de solo fértil para trabalharem com agricultura – principalmente de uva e milho –, e temperaturas mais MAR | ABR 2020


baixas, uma família subiu pela Serra da Graciosa de carroça para desbravar o novo território. Após contarem aos vizinhos sobre a descoberta, outros também começaram a vir para a capital. Santa Felicidade foi então fundada por 15 famílias que compraram um loteamento da família Borges Bandeira. Ao todo vieram 140 sobrenomes para a região. A antiga estrada era único acesso, cruzando o que é hoje o Parque Barigui. Uma nova via foi aberta pelos Boscardin, com asfaltamento em paralelepípedos construído em 1954. Assim, os italianos ocuparam Santa Felicidade e os bairros próximos como São Braz e Botiatuvinha. A nova estrada, depois passou a ser a Avenida Manoel Ribas. “Conforme os italianos chegaram, foram habitando a Manoel Ribas, as proximidades, e posteriormente, as redondezas do bairro principal”, relata Pereira. Quando as famílias foram conquistando trabalho e renda, compraram terrenos nas redondezas. O IDIOMA

Após a unificação da Itália, o país iniciou uma padronização do idioma conforme o falado em Florença, pois antes as regiões possuíam dialetos próprios; este também é o motivo de muitos imigrantes possuírem maneiras de comunicação diferentes, conforme a região da qual vieram. Com o passar das gerações, o vocabulário também foi recebendo algumas influências da Língua Portuguesa. No Brasil, muitos continuavam a falar em italiano em casa para preservar o idioma e passá-lo às próximas gerações. “Minha mãe falava um dialeto diferente. Chegou a fazer curso de italiano MAR | ABR 2020

CASA DOS GERÂNIOS

aqui em Santa Felicidade, mas desistiu, assim como muitas “nonas”, pois encontraram dificuldades em aprender o idioma de origem”, exemplificou. GASTRONOMIA

A atividade gastronômica de Santa Felicidade conta com 80 anos, e atualmente o bairro possui 30 restaurantes. Como a primeira atividade comercial foi a agricultura, muitos dos pratos eram à base de insumos de produção própria. O cardápio surgiu então nos “comedouros”, estabelecimentos como armazéns que vendiam refeições aos agricultores, com polenta, frango, risoto e fígado. As mulheres geralmente cozinhavam e atendiam no balcão enquanto os homens trabalhavam nas lavouras. Daí surgiram os pratos que perpetuam até hoje. Um dos restaurantes mais procurados é o Velho Madalosso, fundado em 1963, cujo público é formado em 60% por turistas. No fim do ano passado recebeu 25

mil clientes. Já o novo Madalosso, desde sua inauguração, é o maior restaurante da América Latina, com capacidade de atendimento diário de 4.645 pessoas. No período das férias passadas, atendeu a 83 mil pessoas, 90% delas do Paraná e de muitos outros estados brasileiros. De acordo com um dos proprietários, Marlus Bertolli, o grupo Madalosso, emprega 920 colaboradores em seus estabelecimentos, sendo 320 somente no Madalosso novo. Fazem parte também o Famiglia Fadanelli, Mezza Note, Dom Antonio, PaniCiello, Spring, Anello, Forneria Copacabana e Dona Helena. A tradição se estende ao cardápio servido em rodízio. O restaurante foi símbolo de carreira e trabalho para muitos, como o garçom Agenor da Silva, com 45 anos de casa. Ao acompanhá-lo até a cozinha, a surpresa dos 600m2, com panelas gigantes a todo o vapor. E o excedente e restos de alimentos? São destinados à produção de ração para cães e gatos. Já os amplos salões, que sediam diverFECOMÉRCIO PR

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CHAPÉU SANTA FELICIDADE

sos eventos, como formaturas e casamentos, foram construídos aos poucos. Os primeiros foram o Verona e o Roma, e posteriormente, o Firenze, com capacidade de mil pessoas, e o Napoli, para 3 mil. “Recebemos em média 40 mil pessoas por mês”, destaca Bertolli. Entretanto, o mais antigo é a Cascatinha, que serve semelhante cardápio, junto à canja. Fundado em 1949 como bar e restaurante, atendia anteriormente os “colonos” e aqueles que passavam pela estrada do Cerne ao Norte do Paraná. Hoje, assim como os demais, recebe turistas e moradores da capital, acolhidos com extrema gentileza no restaurante familiar. Ao lado, o espaço de eventos Verona, e o Castelo Trevizzo, também da mesma família. “Contratamos muitos cozinheiros e garçons formados pelo Senac”, comentou o proprietário Rodrigo Trevisan. Já a Casa dos Arcos, construída em 1895, hoje patrimônio histórico, serve buffet livre e por quilo, e à la carte. O cardápio é o mais variado, desde pizzas, massas, carnes, além de contar com uma charmosa adega. O proprietário Leonir Bernardi confirma que recebe um grande público de turistas.

RESTAURANTE CASCATINHA

CASA DOS ARCOS, CONSTRUÍDA EM 1895

O restaurante Dom Antônio, fundado em 1986 pelos irmãos Madalosso e família Smanhotto, é edificado como réplica do castelo de Sant’Angelo, de Roma. É o segundo maior de Santa Felicidade, com capacidade de atendimento diário de 2.500 pessoas, 80% turistas. Emprega 80 funcionários e outros 40 extras para eventos.

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Inaugurado em 1965, o Veneza, tem capacidade para 800 lugares. Emprega 47 colaboradores e 30 extras. Recebe muitos casamentos, entre outros eventos. Além do rodízio, um atrativo à parte: uma espagueteria em que o cliente pode montar sua massa e escolher entre as diversas opções de molhos. E um castelo anexo, construído em 1970, com loja de vinhos e compotas. “Chegamos a receber 20 ônibus de turismo em período de férias, em que nosso movimento aumenta em 30%. Fazemos parcerias com agências para impulsionar o atendimento”, conta o proprietário Marcos Antônio Godoi. Além desses estabelecimentos, ainda na Manoel Ribas, podem ser encontradas outras opções, como o Peixe Frito, que serve frutos do mar, sushi e sashimi; a sorveteria Amaroni, que serve picolés e sorvetes gourmet; e a chocolateria Florybal, com espaço recreativo para as crianças. Construída em casa histórica, serve também chocolate quente, fondue e diversas opções de presentes nos mais variados preços. O COMÉRCIO

O destino de Santa Felicidade também é reconhecido por seu comércio. Referência em artesanatos de vime, a região conta com diversas lojas de móveis, como a Campo Largo, a loja da Rosi Trevisan Durigan, inaugurada há 43 anos, com foco em decoração; e a Artesanato Tulio & Ferro, que há 30 anos vende móveis rústicos de vime, desde berços, cadeiras a objetos decorativos. São quase dez floriculturas no bairro, com opções das mais diMAR | ABR 2020

versas flores e plantas. A Giardini, por exemplo, aposta nesse ramo há 15 anos, comercializando além de plantas ornamentais, as frutíferas, adubos e vasos. Para unir e impulsionar o comércio da região, a Associação do Comércio de Santa Felicidade também trabalha com o turismo, a cultura e a história da localidade. Criada em 1987, surgiu do movimento de empresários no centenário do bairro, comemorado em 1978. “Unimos a história e a gastronomia. No centenário foram duas semanas de muita festa e atividades culturais. Nossa cultura é um patrimônio, e primamos por sua preservação. Promovemos também diversos eventos de encontro de família”, disse Pereira, que já foi presidente da associação, cargo ocupado hoje por Bertolli. ATRATIVOS E PONTOS TURÍSTICOS

Entre os outros atrativos e pontos turísticos destacam-se: a Casa Culpi, espaço cultural; a Adega Durigan, com vinhos, queijos, sucos e embutidos. “Recebemos ao fim do ano 87 ônibus de turismo”, comentou uma funcionária. Outro atrativo é o bar Pick Nick, voltado ao público dos garçons que trabalham nas redondezas; além da casa dos Gerânios, tombada como patrimonio histórico, atualmente em restauro. INDICAÇÃO DE FILMES

Para conhecer mais sobre a imigração italiana e sua colonização no Brasil, assista: O segredo de santa Vitória (1969 – direção de Stanley Kramer); e Itálicos (2019 – direção de Otavio Zucon).  FECOMÉRCIO PR

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CRÔNICA

DOIS CAVALOS NO TABULEIRO DA VIDA

TEXTO : ER N A N I B UCHMA N N

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ia 18 de agosto de 2019. Jamais vou esquecer aquela noite de domingo, três dias depois de comemorar meu aniversário. A quinta edição do Torneio Internacional de Xadrez no Hotel Sesc Caiobá estava terminando, pouco antes das 18h. Eu vinha monitorando o clima, sabia que teríamos chuva. Pensei em dormir no hotel, como alguns mestres iriam fazer, mas cedi à tentação de voltar para casa.

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Como diretor do torneio, me certifiquei de que tudo estava resolvido. Cerimônia de premiação, pagamentos aos vencedores, checkout dos jogadores. Então o Grande Mestre José Fernando Cubas, do Paraguai, me disse estar procurando carona até a Rodoviária de Curitiba: iria para Joaçaba, onde vivia. Pois, se não se importasse, que fosse comigo a bordo do valente peão negro que me transporta, um Fiat Cinquecento.

Viemos conversando sobre a coincidência de sobrenome, porque meu pai era Cubas e só não tenho o sobrenome por implicância da minha mãe, que exigiu o Lopes de sua família. Escureceu e começou a chover. Movimento intenso na BR-277. Além do excesso de caminhões, muita gente que havia aproveitado o bom tempo do fim de semana estava voltando para casa.

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Quase chegando ao trevo de Morretes, vi com o canto do olho um cavalo no acostamento da direita. No mesmo instante, batemos em algo grande. Em seguida acertamos mais alguma coisa. O para-brisa estilhaçou, tudo ficou escuro. Cubas gritou: – Caballo, caballo! Não consegui abrir a porta, o carro havia batido no guard-rail da esquerda. Saí pelo lado do acompanhante. Cubas sacudia meus ombros: – Ernani, estamos revividos! Sobrevivimos, Dios mio! Só depois disso é que soubemos o que havia acontecido. Uns cavaleiros voltavam de uma cavalgada no litoral. Dois cavalos vinham amarrados ao líder – aquele que enxerguei com rabo de olho. A chuva, a ventania gerada pela passagem MAR | ABR 2020

dos caminhões, a luz reverberando no asfalto molhado assustaram os cavalos de trás, que invadiram a pista. O maior deles foi o primeiro a ser atingido. Sua cabeça bateu no alto da capota, abrindo um buraco sobre o espelho central. O outro cavalo, menor, subiu pelo capô e caiu sem entrar no interior do carro. Dois cavalos mortos, um susto enorme, um carro semi-inutilizado, nós com algumas escoriações. Levou algumas horas para que pudéssemos deixar a cena do acidente. No caminhão-guincho que nos trouxe e ao que sobrou do carro, em meio a um infernal nevoeiro na serra, conversamos sobre a ironia daquele acidente: – Cubas, veja você. O peão preto subia o tabuleiro em h4, quando vê um cavalo em g3. Elimina o adversário e aparece outro cavalo a

ser tomado em h2. Isso só poderia acontecer com enxadristas. O GM pensou um pouco antes de responder: – Es algo raro, Ernani. Pero, lós dos caballos no sabían jugar ajedrez! En esas posiciones, seguro que no! Tempos depois, alguém me disse que, por óbvio, os cavalos seriam brancos. Então fui obrigado a confessar: o único problema com esta história tão interessante, quase tragédia para nós e lamentável sentença de morte aos cavalos, é que eles eram pardos. Gateados, como se diz, em referência aos gatos, pois à noite todos são pardos. Ganhamos aquela partida pelas nossas vidas. Jamais vou esquecer a noite de domingo, 18 de agosto de 2019. Três dias depois do meu aniversário, nasci outra vez.  FECOMÉRCIO PR

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PERFIL

DE APRENDIZ NO SENAC PARA A VIDA POLÍTICA RUBENS BUENO RELATA SUA TRAJETÓRIA DESDE OS TEMPOS DE ESTUDANTE NO SENAC ATÉ A POLÍTICA PARTIDÁRIA TEXTO : K ARLA SA N TIN | FOTO: IVO LIMA

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ascido em Sertanópolis, em 23 de maio de 1948, Rubens Bueno tem mais de quatro décadas dedicadas à vida pública. Graduado em Letras, já ocupou diversos cargos públicos, entre eles, o de diretor administrativo da Itaipu Binacional e o de presidente da Fundação de Ação Social do Paraná. Foi Secretário Estadual de Justiça, Trabalho e Ação Social (1987-1990), deputado estadual (1983-1986 e 1987-1990), prefeito de Campo Mourão (19931996) e em 2018 foi eleito para o seu quinto mandato como deputado federal (1991-1992, 1999-2002, 2011-2014, 2015-2018 e 2019-2022). Essa trajetória política começou muito cedo, no Senac. Ao chegar em Curitiba, em 1962, com 14 anos, Rubens Bueno fez sua carteira profissional de menor trabalhador. Naquela época, a cada nove trabalhadores adultos, a empresa deveria contratar um menor trabalhador, de forma bastante semelhante à atual Lei da Aprendizagem, pela qual as empresas podem contratar como aprendizes entre 5% e 15% do

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O ATUAL DEPUTADO FEDERAL RUBENS BUENO FOI APRENDIZ NO SENAC

seu quadro de funcionários. O jovem Rubens foi contratado como cantineiro do Colégio Lins de Vasconcellos, vinculado à Federação Espírita do Paraná, no bairro Bom Retiro. “Com esta carteira de menor trabalhador e como eu trabalhava no comércio, fui estudar no Senac. E lá comecei a me envolver naturalmente pela política estudantil”, relata.

Durante seus estudos no chamado Ginásio Comercial do Senac, Bueno interessou-se pelas atividades do Grêmio Lítero Esportivo Visconde de Cairú (Glevc), que congregava alunos do Sesc-Senac. O nome da agremiação era uma homenagem a José da Silva Lisboa, primeiro Barão e Visconde de Cairú, patrono do comércio e inspirador da Carta Régia de 1808, que abriu os portos MAR | ABR 2020


“O Golpe Militar de 1964 me pegou exatamente na presidência do Grêmio. Fui, inclusive, reeleito. Da política estudantil para a política partidária foi um passo”, conta. Depois de concluir o Ginásio Comercial, com 18 anos deixou a aprendizagem – limite máximo de idade para um aprendiz, na época – e passou a ser funcionário do Senac, no cargo de “visitador profissional”, cuja função era visitar as empresas, em nome da instituição, para esclarecer sobre a lei do menor trabalhador. “Passados alguns anos, fui agraciado com o título de Aluno Emérito do Senac, do qual tenho muito orgulho e que está na minha casa. Mostro sempre para meus filhos e netos”. TRAJETÓRIA POLÍTICA

Iniciou a carreira política de fato na década de 1970, como militante do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e secretário parlamentar do então deputado federal Alvaro Dias, em Brasília. Em 1976 foi candidato a prefeito de Peabiru e, mesmo tendo recebido a maior votação, não foi eleito por conta da legislação eleitoral da época. “Minha esposa nasceu em Peabiru, casamos lá e também nasci politicamente lá, porque ali disputei minha primeira eleição. Até hoje temos uma relação muito grande com a cidade, tanto que participamos da recente inauguração do Museu dos Caminhos de Peabiru”, comenta. Em 1978, foi candidato a deputado estadual, porém ficou na quarta suplência do MDB e não conseguiu a eleição. MAR | ABR 2020

ARQUIVO PESSOAL

brasileiros ao comércio internacional, marco para o desenvolvimento da livre iniciativa no país.

DIPLOMA DE ALUNO EMÉRITO DO SENAC CONCEDIDO A RUBENS BUENO

Em 1982, foi eleito deputado estadual com mais de 30 mil votos. Aquele foi o ano da retomada da eleição para governador, até então era nomeado pela Assembleia Legislativa. O eleito foi José Richa. No seu mandato, Rubens Bueno foi reconhecido pelo Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa do Paraná como o deputado mais atuante da casa, responsável pela apresentação de um terço de todos os projetos de lei protocolados na mesa da Assembleia, num plenário de 58 deputados. Tornaram-se lei seus projetos do livro didático, de eleições diretas para diretores de escolas da rede estadual, do transporte escolar e dos agrotóxicos. Foi reeleito em 1986, como o segundo deputado estadual mais votado do Paraná. Em seguida foi nomeado secretário de Justiça, Trabalho e Ação Social do Paraná, pelo governador Alvaro Dias, e esteve à frente da Secretaria entre os anos de 1987 e 1990, quando criou a Universidade Popular do Trabalho.

Em 1991, elegeu-se deputado federal, mas renunciou ao mandato para assumir a Prefeitura de Campo Mourão, em 1993, após ser eleito com mais de 77% dos votos. NOVAS DISPUTAS ELEITORAIS

Em 1998, foi eleito deputado federal. Em 2002 e 2006, foi candidato ao governo do estado, sendo que em 2004 também disputou a prefeitura de Curitiba, recebendo 20,04% dos votos e ficando na terceira posição. Já em 2010, retornou à Câmara Federal, eleito deputado com 123.178 votos. Em 2012, disputou a prefeitura da capital paranaense como candidato a vice-prefeito e, dois anos mais tarde, foi reeleito deputado federal. Em 2018, novamente escolhido pelos paranaenses para a Câmara dos Deputados, onde não deixa de prestigiar os almoços temáticos promovidos pelo Senac de todo o Brasil no Restaurante-escola localizado ali. “O Senac faz parte da minha vida”, afirma Rubens Bueno.  FECOMÉRCIO PR

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SINDICATO

SINDICOMBUSTÍVEIS-PR REPRESENTANDO SEUS REVENDEDORES NO ESTADO DESDE 1957

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undado em 1957, em Curitiba, a criação do Sindicombustíveis-PR surgiu a partir de uma associação de revendedores do segmento. Um dos idealizadores foi o jornalista e empresário Alcindo Fanaya, então diretor de uma concessionária de veículos, que possuía um posto de gasolina em suas instalações. Fanaya ocupou a presidência até 1959. Somente em 1979 o sindicato passou a ter abrangência estadual, representando desde então os estabelecimentos de todo o Paraná. Com sede própria em Curitiba, conta com filiais em Cascavel, Londrina e Maringá. As equipes baseadas nestas cidades atendem também às regiões do entorno, construindo uma rede estadual. Sua base é composta por 2.700 empresas do segmento da revenda varejista de combustíveis, derivados de petróleo, gás natural, biocombustíveis e das lojas de conveniência.

APOIO AO ASSOCIADO

A missão do Sindicombustíveis-PR é defender e orientar a categoria, liderando a comunidade empresarial do setor, que contribui expressivamente para o crescimento do Paraná, sendo o terceiro maior arrecadador de ICMS do estado. Atua com destaque no relacionamento do segmento com os agentes públicos dos três pode68        FECOMÉRCIO PR

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BANCO DE IMAGENS

TE XTO : K ARE N BO RTO LINI | FOTO: ASSESSOR IA SIN DICOMB USÍVEIS-PR

res (Executivo, Legislativo e Judiciário). O sindicato fornece ao associado suporte por meio de assessorias e consultorias e busca alternativas, por meio de parcerias, para diminuição de custos dos revendedores. Entre as primeiras, destaque para a assessorias técnica-comercial, dividida por região para aproximar os revendedores do Sindicato, e para a assessoria jurídica trabalhista. As consultorias são integradas pelas áreas jurídicas tributária e cível, e o licenciamento ambiental completo.

O Sindicombustíveis-PR defende a reforma tributária, incluindo a cobrança monofásica de impostos. Acredita que o recolhimento monofásico dos tributos, na produção dos combustíveis, com uma alíquota única de ICMS entre os estados, seria crucial para simplificar, melhorar a concorrência e baratear preços. Outra vantagem seria inibir a ação dos devedores contumazes, empresas que postergam dívidas com o fisco por muitos anos, apelando para subterfúgios legais, e com isso concorrem deslealmente com quem paga em dia. MAR | ABR 2020


ESTRATÉGIAS CONTRA A COVID-19

Neste período de turbulências e incertezas para diversos segmentos do comércio, a principal missão do Sindicombustíveis-PR será apoiar seus associados na retomada da economia após a crise gerada pelo coronavírus. “Vamos procurar fazer o máximo, seja no aperfeiçoamento do nosso atendimento ou em ações junto aos órgãos públicos e às companhias distribuidoras. O segmento da revenda foi seriamente afetado, com uma redução das vendas de mais de 70%. Será um longo processo de reconstrução em que o Sindicombustíveis-PR será, ainda mais, um parceiro atuante do revendedor”, informou o presidente, Rui Chichella. O sindicato destaca as conquistas que ajudaram os associados a diminuir prejuízos gerados pelo coronavírus. “Atuamos em diferentes frentes ao mesmo tempo: desde os governos e órgãos municipais, estaduais e federais, até as distribuidoras e agências reguladoras como ANP”, relata Chichella. Outra atitude prática foi a suspensão das mensalidades do sindicato, por dois meses. CONQUISTAS

Entre outros destaques, o Instituto Água e Terra (antigo IAP) e a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo (antiga Secretaria Estadual do Meio Ambiente) prorrogaram por 30 dias os prazos de pagamentos para licenças, análises e todas as obrigações referentes aos órgãos estaduais. Também junto ao Inmetro e ao Ipem, o Sindicombustíveis-PR conseguiu prorrogar prazos de MAR | ABR 2020

RUI CHICHELLA

certificados e pagamentos. Entre eles, a validade dos certificados de verificação que estão para vencer no período pelo qual perdurar o estado de emergência de saúde pública; a suspensão das verificações periódicas; o adiamento por 120 dias do prazo para pagamento das Guias de Recolhimento da União, a vencerem no período do estado de emergência de saúde. “Na ANP, obtivemos permissão para uma redução no horário obrigatório de atendimento dos postos, o que permitiu reduzir custos num momento de baixa demanda”, concluiu o presidente. PARCEIRO DO SISTEMA FECOMÉRCIO

O diretor do Sindicombustíveis-PR, Fabio Eduardo Araújo Teixeira, atua como Conselheiro Regional do Sesc PR. Segundo a assessoria do sindicato, esta união reforça a preocupação da instituição com responsabilidade social, por conta das ações realizadas pelo Sesc nas suas diversas áreas de atuação. A ideia do sindicato é contribuir para as melhorias na qualidade de colaboradores do comércio e seus familiares, atuando para o desenvolvimento das comunidades pelo estado.

O PRESIDENTE

O empresário Rui Chichella é presidente do Sindicombustíveis-PR desde 2014. Revendedor de combustíveis há quase 50 anos, também atua no setor de transportes. Sua grande bandeira é estender ainda mais a ação do livre mercado, permitindo que a própria revenda tenha opção de escolher pelo self-service, adotado amplamente nos países desenvolvidos. “Vivo o setor por muito tempo. Convivi com tabelamentos, postos que fechavam aos sábados e domingos, crises do petróleo, a chegada do etanol e outros biocombustíveis, políticas intervencionistas da Petrobras, entre muitas outras mudanças. E o que aprendi com tudo isso é que a melhor maneira de se trabalhar é com a liberação do mercado. A comunicação clara e direta com diversas instâncias do governo e dos órgãos que regulam o setor, bem como o legislativo, é outra marca de sua gestão.  Serviço: SINDICOMBUSTÍVEIS-PR Endereço: Rua 24 de Maio, 2522 Centro, Curitiba - PR, 80220-061 Telefone: (41) 3021-7600

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SINDICATOS EMPRESARIAIS FILIADOS Atualizado em junho/2018 APUCARANA

SIVANA APUCARANA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE APUCARANA.

CAMPO LARGO

SINDIVAREJISTA DE CAMPO LARGO E BALSA NOVA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CAMPO LARGO E BALSA NOVA.

CAMPO MOURÃO

SINDICAM CAMPO MOURÃO E REGIÃO – SINDICATO EMPRESARIAL DO COMÉRCIO DE CAMPO MOURÃO E REGIÃO.

CASCAVEL

SINCOPEÇAS CASCAVEL – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE VEÍCULOS, PEÇAS E ACESSÓRIOS PARA VEÍCULOS DE CASCAVEL. SINDILOJAS CASCAVEL E REGIÃO – SINDICATO DOS LOJISTAS E DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CASCAVEL E REGIÃO. SINFARMA OESTE DO PARANÁ – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS DO OESTE DO PARANÁ.

SINCOPEÇAS PARANÁ – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE VEÍCULOS, PEÇAS E ACESSÓRIOS PARA VEÍCULOS NO ESTADO DO PARANÁ. SINDACA PR – SINDICATO DOS AVIÁRIOS E DAS CASAS AGROPECUÁRIAS.

SINDJOR CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE ADORNOS E ACESSÓRIOS, DE OBJETOS DE ARTE, DE LOUÇAS FINAS E DE MATERIAL ÓTICO, FOTOGRÁFICO E CINEMATOGRÁFICO DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA.

SINDARUC PARANÁ – SINDICATO DOS PERMISSIONÁRIOS EM CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DE ALIMENTOS DO ESTADO DO PARANÁ.

SIRECOM PARANÁ – SINDICATO DOS REPRESENTANTES COMERCIAIS AUTÔNOMOS E EMPRESAS DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL DO ESTADO DO PARANÁ.

SINDCCAL CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CALÇADOS DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA.

FOZ DO IGUAÇU

SINDELB PARANÁ – SINDICATO DAS EMPRESAS LOCADORAS DE BILHAR NO ESTADO DO PARANÁ.

FRANCISCO BELTRÃO

SINDEPAR – SINDICATO DOS DESPACHANTES DO ESTADO DO PARANÁ.

CASTRO

SINDEPARK PARANÁ – SINDICATO DAS EMPRESAS DE GARAGENS, ESTACIONAMENTOS E DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO DE VEÍCULOS DO ESTADO DO PARANÁ.

CORNÉLIO PROCÓPIO

SINDETUR PARANÁ – SINDICATO DAS EMPRESAS DE TURISMO NO ESTADO DO PARANÁ.

CURITIBA

SINDIARMAZÉNS PARANÁ – SINDICATO DOS ARMAZÉNS GERAIS NO ESTADO DO PARANÁ.

SINDICASTRO CASTRO – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CASTRO. SICOV – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CORNÉLIO PROCÓPIO. SECOVI PARANÁ – SINDICATO DAS EMPRESAS DE COMPRA, VENDA, LOCAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, INCORPORAÇÃO E LOTEAMENTOS DE IMÓVEIS E DOS EDIFÍCIOS EM CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS E COMERCIAIS DO PARANÁ. SEPROPAR PARANÁ – SINDICATO DAS EMPRESAS DE PROCESSAMENTO DE DADOS E SERVIÇOS TÉCNICOS EM INFORMÁTICA DO ESTADO DO PARANÁ.

SINDICFC PR – SINDICATO DOS PROPRIETÁRIOS DE CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES DO ESTADO DO PARANÁ. SINDICEREAL PR – SINDICATO DAS EMPRESAS CEREALISTAS DO ESTADO DO PARANÁ. SINDIFARMA PARANÁ – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS DO ESTADO DO PARANÁ.

SESFEPAR PARANÁ – SINDICATO DOS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS FUNERÁRIOS DO ESTADO DO PARANÁ.

SINDILEILÕES – SINDICATO DOS LEILOEIROS PÚBLICOS E OFICIAIS DOS ESTADOS DO PARANÁ E SANTA CATARINA.

SIMACO PARANÁ – SINDICATO INTERMUNICIPAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ.

SINDILOJAS CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA – SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO E DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MAQUINISMOS, FERRAGENS, TINTAS, MATERIAL ELÉTRICO E APARELHOS ELETRODOMÉSTICOS DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA.

SINCA PARANÁ – SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA E DISTRIBUIDORES DO ESTADO DO PARANÁ. SINCACES – SINDICATO DOS INSTITUTOS DE BELEZA E SALÕES DE CABELEIREIROS, CENTROS DE ESTÉTICA E SIMILARES DE CURITIBA E REGIÃO. SINCAM PARANÁ – SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DE MADEIRAS DO PARANÁ. SINCAMED PARANÁ – SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DE DROGAS E MEDICAMENTOS NO ESTADO DO PARANÁ. SINCARNES – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CARNES FRESCAS NO ESTADO DO PARANÁ.

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SINDIMERCADOS CURITIBA, REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA E LITORAL DO PARANÁ – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS, MERCADOS, MINIMERCADOS, SUPERMERCADOS E HIPERMERCADOS DE CURITIBA, REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA E LITORAL DO PARANÁ. SINDIPLAN CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE FLORES E PLANTAS DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA.

SINDILOJAS FOZ DO IGUAÇU E REGIÃO – SINDICATO PATRONAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DE FOZ DO IGUAÇU E REGIÃO. SINDICOM FRANCISCO BELTRÃO – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE FRANCISCO BELTRÃO.

GUARAPUAVA

SICOMÉRCIO GUARAPUAVA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GUARAPUAVA.

IRATI

SINDIRATI IRATI – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE IRATI.

IVAIPORÃ

SINCOMÉRCIO IVAIPORÃ – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE IVAIPORÃ.

JACAREZINHO

SINDILOJAS JACAREZINHO – SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO E DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS, MAQUINISMOS, FERRAGENS, TINTAS E DE MATERIAL ELÉTRICO E APARELHOS ELETRODOMÉSTICOS DE JACAREZINHO.

LONDRINA

SINCAFÉ – SINDICATO DOS CORRETORES DE CAFÉ NO ESTADO DO PARANÁ. SINCAP – SINDICATO DOS SALÕES DE CABELEIREIROS, INSTITUTOS DE BELEZA E SIMILARES DO ESTADO DO PARANÁ. SINCOVAL LONDRINA E REGIÃO – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE LONDRINA. SINDIMERCADOS PARANÁ – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS, MERCADOS, MINIMERCADOS, SUPERMERCADOS E HIPERMERCADOS DO ESTADO DO PARANÁ. SINDIÓPTICA PARANÁ – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MATERIAL ÓPTICO, FOTOGRÁFICO E CINEMATOGRÁFICO NO ESTADO DO PARANÁ.

MARINGÁ

SIMATEC – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE FERRAGENS, TINTAS, MADEIRAS, MATERIAIS ELÉTRICOS, HIDRÁULICOS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO DE MARINGÁ E REGIÃO. SINCOFARMA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS DE MARINGÁ. SIVAMAR – SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO E DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MARINGÁ E REGIÃO.

MEDIANEIRA

SINCOMED – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MEDIANEIRA E REGIÃO.

PARANAGUÁ

SINDILOJAS PARANAGUÁ – SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO E DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS DE PARANAGUÁ.

PARANAVAÍ

SIVAPAR – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE PARANAVAÍ.

PATO BRANCO

SINDICOMÉRCIO PATO BRANCO – SINDICATO PATRONAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DE PATO BRANCO.

PONTA GROSSA

SINDILOJAS PONTA GROSSA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE PONTA GROSSA. SINDIMERCADOS PONTA GROSSA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS EM MERCADOS, MINIMERCADOS, SUPERMERCADOS E HIPERMERCADOS DE PONTA GROSSA E DA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS DO PARANÁ.

PRUDENTÓPOLIS

SINDICOMÉRCIO PRUDENTÓPOLIS – SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO E DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS DE PRUDENTÓPOLIS.

SANTO ANTÔNIO DA PLATINA

SINDILOJAS SANTO ANTÔNIO DA PLATINA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA.

TOLEDO

SINVAR TOLEDO – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE TOLEDO.

UMUARAMA

SINFARLON – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS DE LONDRINA.

SINDLOJISTAS UMUARAMA – SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS, DE MAQUINISMO, FERRAGENS E TINTAS E DE MATERIAL ELÉTRICO E APARELHOS ELETRODOMÉSTICOS DE UMUARAMA.

MARECHAL CÂNDIDO RONDON

UNIÃO DA VITÓRIA

SINDICOMAR MARECHAL CÂNDIDO RONDON E MICRO REGIÃO – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON E MICRO REGIÃO.

SINDILOJAS UNIÃO DA VITÓRIA – SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO E DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS DE UNIÃO DA VITÓRIA.

SINDITIBA CURITIBA – SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MAQUINISMOS, FERRAGENS, TINTAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE CURITIBA.

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CONVIDAMOS VOCÊ PARA UM GESTO DE SOLIDARIEDADE Doe alimentos não perecíveis, materiais de higiene pessoal, álcool em gel, luvas e máscaras para nossos irmãos mais necessitados! ONDE ENTREGAR SUA DOAÇÃO: Na unidade Sesc mais próxima de você, de 2ª a 6ª, das 9h às 17h. Nas cidades de Castro, Irati, Prudentópolis e São Mateus do Sul, as doações serão recebidas nas unidades do Senac.

Para mais informações, acesse:

www.sescpr.com.br/doe-mesa-brasil

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