MENTAWAI
ONDAS DE ALTO NÍVEL COM UM ÍCONE DO SURF
7 DICAS
ANO 1 | ED 1 | R$ 20,00
PARA QUEM VAI SALTAR DE PARAQUEDAS PELA PRIMEIRA VEZ
RED BULL
MINAS RIDERS
EDITORIAL A revista sou é para aqueles que amam movimento, emoção, adrenalina, e são fortes de coração, nunca estão parados, ou precisam se libertar da vida parada e estressante do cotidiano. A sou mostra como atingir esses objetivos por meio de esportes radicais. Na matéria: “Mentawai – Ondas de alto nível com um ícone do surf ” será mostrado um maravilhoso local para se praticar surf em uma viagem feita junto com um ícone do surf em Mentawai e na matéria: “Redbull Minas Riders”, uma entrevista com o líder da competição do Mundial de motocross Max Nagl. A seção “Faça as malas” irá contar com indicações de locais para a prática de determinados esportes, e a seção “Equipe-se” que dará dicas de equipamentos para a prática de esportes. Isso e muito mais emoção o aguardam na revista sou! Está pronto? REVISTA SOU
EXPEDIENTE ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING Curso de Graduação em Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing Projeto integrado 3º Semestre Projeto III – Cultura e Informação Profª Marise de Chirico Comunicação e Linguagem II Profª Regina Ferreira da Silva Marketing II Porfº Guilherme Umeda Módulo Cor e PercepçãoI Porfª Paula Csillag Produção Gráfica Profª Mara Martha Roberto Projeto editorial e gráfico Caio Timpone Debora Huang Felipe Kido Nicole Cumerlato Victor Belluco
CARTA DO LEITOR Parabéns pela iniciativa de editor uma revista como a sou. Estou muito ansiosa para ler a primeira edição. Gosto muito de esportes, mas minha paixão é andar de bicicleta. Viajar é algo que eu amo fazer, e agora estou querendo juntar esssas duas paixões, viajar para praticar esportes. Já fiz várias pesquisas na internet de lugares para viajar e praticar esportes mas nunca encontro algum site mais espeífico que junte esses dois. Quando vi que iria lançar uma revista focada em esportes radicais com viajens. Aguardando a priemira edição. Amanda Correia
Muito curiosa para descobrir o conteúdo dessa nova revista! Amo praticar esportes, principalmente os radicais. Parabéns pela iniciação desse novo conceito em revistas de esportes. Ansiosa para essa primeira edição. Aqui está uma foto minha pulando de Bungee Jumping.
Ando de moto desde pequeno e é uma das minhas paixões. Vou em diversos lugares para poder praticar esse esporte que ainda não é muito reconhecido no brasil. Estou feliz com o lançamento dessa revista e impolgado para ler a primeira edição.
Patricia Gomes
Marcos Motta
Agência 213 Sports
Impressora de bicicletas Um grupo de estudantes de design holandeses usou uma impressora 3D para criar um quadro incrível de bicicletas feito com o método. Os alunos da universidade de tecnologia TU Delft passaram três meses desenvolvendo o protótipo, chamado de Arc, construído por um robô, usando uma liga de aço.
Segurança reforçada Em 2016, o Oi Rio Pro terá uma passarela para ser utilizada pelos atletas, evitando contato com o público nas areias da Barra da Tijuca e no Grumari, opção alternativa para receber as baterias do evento. A iniciativa foi tomada pelos organizadores devido ao grande assédio sofrido pelos surfistas. Em 2015, o campeão Filipe Toledo foi cercado pelos fãs e demorou muito para chegar ao palanque, além de ter sua prancha furtada durante o tumulto.
TDA Global Cycling
Quer pedalar no Polo Sul? A agência de turismo TDA Global Cycling está oferecendo roteiros de bike no Polo Sul. A cicloviagem vai acontecer em dezembro de 2016: os clientes voarão até Punta Arenas, no Chile, onde começará a aventura. Depois irão até o Campo de Gelo de Union, para pedalar até o 89º paralelo do planeta. Serão nove dias até o grupo chegar ao 90º paralelo, percorrendo cerca de 20 km por dia no gelo. Serão usadas fat bikes, cujo pneu bem largo é o único que consegue ultrapassar esse tipo de terreno.
Rafael Pease
MX3D
RÁPIDAS
Resgate na neve Para comemorar seu aniversário de 21 anos, o snowboarder norte-americano Rafael Pease viajou ao Chile para aproveitar a boa temporada de neve sul-americana. Para sua surpresa, ele acabou se tornando um herói da internet ao salvar um cavalo selvagem que encontrou empacado na neve alta, em plena pista. Rafael levou ração para o animal enquanto cavava um caminho de saída para ele.
SOU FOGO 16 TECNOLOGIAS EM EQUIPAMENTOS DE ESPORTES RADICAIS 22
Saúde Esporte é saúde
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Meio Ambiente Quatro atitudes pelo meio ambiente
SOU ÁGUA 30 MENTAWAI – ONDAS DE ALTO NÍVEL COM UM ÍCONE DO SURF 40
Faça as malas Destino: Surf
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Equipe-se Cuidados com seu wetsuit
46 FAÇA AS MALAS, A VIDA É AGORA! 50 Tá Ligado? A história do surf: as raízes 52 Confira Mineirinho é eliminado da etapa de Margaret River do WCT 54
Foto Favorita
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Fala aí
MENTAWAI - ONDAS DE ALTO NÍVEL COM UM ÍCONE DO SURF
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7 DICAS PARA QUEM VAI SALTAR DE PARAQUEDAS PELA PRIMEIRA VEZ
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SOU AR 60 7 DICAS PARA QUEM VAI SALTAR DE PARAQUEDAS PELA PRIMEIRA VEZ 64 Faça as malas Destino: Paraquedas 68
Equipe-se Comprando o primeiro equipamento
70 MEU PRIMEIRO SALTO DE PARAQUEDAS 74 Tá Ligado? A queda livre no paraquedismo 76
Confira Encontro internacional de paraquedismo em Boituva
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Foto Favorita
80 Fala aí
SOU TERRA 84 REDBULL MINAS RIDERS 90 Equipe-se Honda CRF 230 testada
REDBULL MINAS RIDERS
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92 FIRST TIME MXNAÇÕES 100 Tá Ligado? Motos que mudaram o motocross 102 Confira Monster energy mxgp 104 Foto Favorita 106 Fala aí
Edmund Hillary escalando o monte Everest
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TECNOLOGIAS EM EQUIPAMENTOS DE ESPORTES RADICAIS O NOSSO MAIOR ADVERSÁRIO NO ESPORTE RADICAL É À MORTE! DAVID MANGUITO FOTOS CHRISTOPHER KINKPIN
Pular de penhascos sem fim, subir montanhas com mais de 8 mil metros de altura, voar como um pássaro ou, ainda, acelerar um barco a mais de 250 quilômetros por hora. Não são muitos os seres humanos que encaram esses tipos de desafios, mas os que o fazem sabem que existem equipamentos nos quais podem confiar para ter segurança. Isso porque, se os esportes radicais precisam de “um pouquinho de loucura” por parte de quem pratica, existem dispositivos que envolvem tecnologia de ponta para garantir o sucesso de cada uma dessas empreitadas.
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1.Trilha rumo ao Everest 2. Daniel Parker praticando Bungee Jump 3. Richard Pollerd praticando escalada no México 4. Vinícius usando mascara de oxigênio
Pular de penhascos sem fim, subir montanhas com mais de 8 mil metros de altura, voar como um pássaro ou, ainda, acelerar um barco a mais de 250 quilômetros por hora. Não são muitos os seres humanos que encaram esses tipos de desafios, mas os que o fazem sabem que existem equipamentos nos quais podem confiar. Isso porque, se os esportes radicais precisam de “um pouquinho de loucura” por parte de quem pratica, existem dispositivos que envolvem tecnologia de ponta para garantir o sucesso de cada empreitada para sua segurança. BUNGEE JUMP Um ritual dos aborígenes da ilha de Pentecost no Oceano Pacífico Sul se tornou um dos esportes radicais mais famosos do planeta. Entretanto, tudo sofreu grandes adaptações – uma vez que os nativos se lançavam de alturas com cipós amarrados nos tornozelos. O Bungee Jump é praticado utilizando-se de uma corda elástica desenvolvida especialmente para o esporte, além de presilhas e cadeirinhas semelhantes às utilizadas em escaladas. Os aventureiros dizem, que só mesmo na hora do ioiô, dá para relaxar e curtir toda a adrenalina do bungee jumping. 18
CORDAS As cordas são feitas levando-se em conta várias diretrizes importantes para a prática do bungee jump. Cada uma tem características próprias, de acordo com o peso de quem vai saltar, a altura do local e qual deve ser o grau de “esticamento” suportado ao final da queda. Além disso, uma importante tecnologia garante a segurança das pessoas que pulam. O A.E.S.® (Anti-Elongation System® ou Sistema Anti-alongamento, em português) é a corda dentro da corda. Ele trabalha transformando a corda de bungee jump em duas: por fora, você consegue enxergar a elástica, aquela capaz de esticar absorvendo o impacto e o tranco da queda livre. Já dentro dessa, encontra-se uma corda construída em poliamida, capaz de segurar o “esticamento” da principal, caso ele se exceda. Além disso, se por um desastre a elástica arrebentar, a “corda interna” garante a segurança do aventureiro, com uma resistência de impacto de até 21 kN.
OXIGÊNIO NO EVEREST Subir a montanha mais alta do mundo impõe dificuldades específicas. A falta de oxigênio, por exemplo, comum em grandes altitudes, é ainda mais cruel, tornando o desafio maior e mais complicado para os alpinistas. Pensando nisso, um sistema de oxigenação foi desenvolvido exclusivamente para os montanhistas que desejam subir ao topo do mundo. O TopOut foi desenvolvido por um ex-engenheiro da RAF (Força Aérea Britânica) que trouxe tecnologias dos aviões de caça para o Everest. O sistema funciona tendo, além do cilindro de oxigênio conectado, outro reservatório, que guarda o ar expirado. Esse ar é usado posteriormente como uma espécie de sistema de segurança para quando o alpinista der “suspiros maiores” em sua jornada, garantindo assim uma reserva maior de oxigênio para quem está subindo.
ALPINISMO E ESCALADA Alpinismo é uma atividade desportiva de alta montanha, acima dos 2500 m.O alpinismo leva os seus praticantes aos limites mais extremos de resistência do corpo humano – principalmente quando se fala em grandes altitudes e montanhas acima de 8 mil metros de altura. Para garantir que os equipamentos vão dar segurança para quem os utiliza, as empresas adotam padrões rígidos de qualidade, além de praticar testes extremamente avançados. Os maiores fabricantes, como a Petzl, contam com laboratórios próprios para a realização destas avaliações para garantir a segurança.
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CRAMPONS Os crampons são uma espécie de sapato de ferro que o alpinista e que deve ser vestida por fora da bota para possibilitar a caminhada no gelo. Antigamente, os aventureiros de montanhas utilizavam um sistema precário, que parecia mesmo um ferro com pregos embaixo do calçado, que poderia se quebrar muito fácil. Hoje em dia, a Black Diamond desenvolveu o sistema de pisada em 3D, no qual o caminhante pode andar sem ficar “preso” ao gelo, uma vez que o formato das agarras é feito de forma a facilitar o movimento, como se você estivesse pisando em uma bola em três dimensões. AVALUNG Esse acessório permite que vítimas de avalanches consigam respirar por debaixo da neve por um longo tempo. Composto por dois tubos, um serve para que o ar expirado seja eliminado, enquanto que o outro traz oxigênio captado da neve por meio de um dispositivo posicionado na alça da mochila.
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GORE-TEX® Adotada por todas as grandes marcas de roupas para montanhas, a Gore-Tex® é capaz impedir o vento, garantir impermeabilidade, e ainda fazer com que o usuário não seja “sufocado” pela vestimenta. Ela é composta por microporos 20 mil vezes menores do que uma gota de água, fazendo com que fique impermeável.
1. Crampons para pratica de escalada 2. AvaLung 3. Blusa Gore-Tex® 4. Escalador utilizando cadeirinhas 5. Wingsuit 6. HANS dispositivo de segurança
CADEIRINHAS Consideradas por muitos escaladores como um dos principais equipamentos, são elas que garantem ao usuário segurança na hora de uma queda. Assim começaram a surgir os freios que conhecemos hoje. A maioria deles foi projetado para ser usado com cordas com diâmetro variando entre 10 e 11mm. Alguns poucos equipamentos são projetados para uso específico com cordas duplas de 8 a 9mm. Hoje em dia, suportam “trancos” de até 4 mil quilos de força, além de garantirem liberdade de movimentos e serem extremamente leves. VOANDO DE WINGSUIT A história mostra que o homem sempre quis voar. Mesmo após a invenção dos aviões, várias maneiras diferentes foram criadas, como o paraquedas ou a asa delta. Entretanto, uma das maneiras mais radicais de voar é utilizando uma Wingsuit. A roupa passa por rigorosos estudos que envolvem desde estudos aerodinâmicos até a utilização de materiais pouco resistentes ao vento e que também sejam leves. O casamento de tecnologias têxteis com estudos de física permite que se voe por longas distâncias, uma vez que, assim, o usuário é capaz de aumentar a sua velocidade horizontal e diminuir a aceleração vertical, deixando a queda muito mais demorada.
CORRIDA DE BARCOS Você provavelmente já viu vídeos das colisões em corridas de barcos, aqueles nos quais só se é capaz de ver pedaços voando pelos ares. É difícil imaginar como um piloto pode sobreviver a essas batidas – e isso só acontece graças às tecnologias para segurança. Além disso, foram adotadas outras tecnologias semelhantes, como a utilização do HANS (sistema que prende a cabeça aos ombros e ao peito, evitando que ela fique “solta” em colisões) e o desenvolvimento de uma célula de segurança, capaz de garantir a sobrevivência do piloto, mesmo nos mais “feios” acidentes. Muitos pilotos criticam o dispositivo por ser desconfortável para o uso. 21
Nathanael Rodrigues
Saúde
ESPORTE É SAÚDE OS ESPORTES SÃO A SEÇÃO DE BRINQUEDOS DA VIDA! Howard Cosell
Todo mundo já sabe que praticar exercícios físicos faz bem para a saúde, pois melhora a circulação, os batimentos cardíacos, tonifica a musculatura, além de deixar o corpo bem mais definido. O que pouca gente tem conhecimento é que há outros benefícios que essas atividades provocam. Exercitar-se de forma contínua reduz sintomas característicos de depressão, fadiga, estresse, melhora a qualidade do sono, da pele, retarda envelhecimento e até minimiza dores agudas. Quando você pratica uma atividade física regularmente causa aumento de endorfinas, substâncias atreladas ao nosso estado de humor. Um “estado de espírito” positivo te faz sentir bem consigo mesmo, causando uma sensação de bem-estar. Consequentemente, o sistema imunológico funciona melhor, o que te deixa mais resistente a doenças. Essa análise é senso comum no meio de especialistas que analisam o assunto. “A reação em cadeia retarda o efeito de radicais livres – sustâncias que aceleram o envelhecimento da nossa pele – diminuindo, portanto, as alterações cutâneas, inclusive a acne”, explica dermatologista carioca Izabelle Azevedo. Além disso, a própria oxigenação do corpo, estimulada quando se praticam exercícios aeróbicos, retarda 22
o ritmo em que a pele sofre as modificações do tempo. “Sem contar que dá muito mais vontade de se cuidar quando você se sente bem com seu corpo”, ressalta a médica. Isso não acontece apenas com a pele. Todo nosso corpo torna-se mais sadio e, portanto, o envelhecimento ocorre de forma menos acelerada e com mais qualidade de vida. A catarata, por exemplo, é uma doença que ocasiona lesões no cristalino, sistema que funciona como a lente dos nossos olhos, provocando gradativamente a perda da visão. “Como ela é um fenômeno decorrente do envelhecimento, os exercícios regulares poderiam retardar a ocorrência dessa doença”, explica o oftalmologista Mário Motta, especialista em retina e presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
Paul Evans
Meio ambiente
QUATRO ATITUDES PELO MEIO AMBIENTE PEQUENAS MUDANÇAS QUE PODEM CAUSAR UM GRANDE IMPACTO POSITIVO NO PLANETA
Edward Spring
The Vegan Junction
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ADEUS, PLÁSTICO O plástico é um material fantástico, mas é também uma das principais fontes de poluição dos oceanos. A melhor maneira de combater esse problema é usar menos plástico e quando usá-los reciclar o material. Uma mudança que você pode adotar com facilidade é dizer não a água em garrafas plásticas descartáveis. Há opções reutilizáveis para todos os bolsos e estilos, que podem ser adaptados para se encaixar na sua casa. Desenvolver um novo material que possa substituir o plástico sempre foi a grande preocupação deEben Bayer. Depois de muitos anos de pesquisa, ele abriu a empresa Ecovative Design, pioneira no processo de fabricação de um material plástico que usa como base o cogumelo, que é mais conhecido pela sua utilidade na área alimentícia.
IDA E VOLTA DO TRABALHO Reduzir sua emissão de dióxido de carbono pode ajudar o meio ambiente consideravelmente. Não é necessário desistir totalmente do carro, mas reduzir seu uso já traz bastante impacto, principalmente se você utiliza o carro sozinho. Andar a pé, de bicicleta, de transporte público ou compartilhar o carro com mais pessoas são as alternativas de transporte à sua disposição. Trabalhe em casa, faça car pooling (os colegas de trabalho levam alternadamente o carro para o escritório dando boleia aos restantes); quando sai trate do maior número de assuntos possível; mude de casa para uma localização mais próxima do trabalho e de todas as restantes infraestruturas/ serviços de que necessita; ande a pé, de transportes públicos ou de bicicleta.
Gordan Kawai
ESTILO DE VIDA VEGANO Veganos não consumem nenhum tipo de produto animal. Veganismo é um movimento a respeito dos direitos animais. Por razões éticas, os veganos são contra a exploração dos animais. O boicote à atividades e produtos considerados especialistas é uma das principais ações praticadas por quem adere ao movimento. Além de não participar no processo de produção de carne, leite e seus derivados, pessoas com esse estilo de vida também diz não à indústria do couro e da lã. A produção e processamento desses materiais são responsáveis pela emissão de vários poluentes químicos no meio ambiente, além de consumirem grandes quantidades de água.
Rama Brahma
DIETA VEGÊ Reduzir o uso do carro é um ótimo começo, mas aumentar o papel dos vegetais na sua dieta tem ainda mais impacto para o planeta. Carnes e derivados do leite demandam quantidades imensas de água em sua produção, além de contribuirem largamente com a emissão de gás metano. Quem tem vontade de começar a reduzir seu consumo de carne pode curtir a campanha Segunda sem Carne, liderada por Paul McCartney. Em uma dieta baseada em vegetais, nós temos uma vantagem distinta que é a de obter nutrientes de alimentos com alto teor de fibras e baixo teor de gordura saturada e colesterol. Devemos evitar ingerir muitos alimentos refinados.
Ian Smith
Meio ambiente
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SOU ÁGUA
O autor da matĂŠria, Fabio Gouveia, na intimidade com as ondas de Hideways
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MENTAWAI
ONDAS DE ALTO NÍVEL COM UM ÍCONE DO SURF EDUARDO ‘RATO’ FERNANDES MONTOU UMA BARCA PARA A TEMPORADA NA INDONÉSIA POR FABIO GOUVEIA FOTOS CLEMENTE COUTINHO E BRUNO VEIGA
PONTO DE PARTIDA PARA A BARCA Fazia dois anos que eu aguardava ansioso para mais essa trip nas Mentawai. Em 2014, a barca organizada pelo ex-profissional Eduardo ‘Rato’ Fernandes coincidiu com o evento especial nas Maldivas, o Four Seasons Champions Trophy, sendo assim, não pude ir e só pude acompanhar tudo aqui pela sou. Mas agora tive o privilégio de fazer parte dessa barca com a molecada do time Seaway, Diego ‘Didi’ Aguiar, Douglas Silva, Wallace Jr, Gabriel Farias, além do Rato e mais alguns amigos. E para completar foram convocados os fotógrafos Bruno Veiga e Clemente Coutinho. Bruno, baiano arretado, foi quem comandou nossa barca. Ultra instigado, ele não deixava ninguém ficar fora d’água nas melhores horas. Já Clemente, fez as fotos e filmagens durante a trip.
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1. Diego e Dodô indo surfar 2. Diego, Dodô e Gabriel 3. Dodô foi, sem dúvida, o destaque da trip
queimada em florestas do país precisou de aproximadamente quarenta dias para ser exterminada, gerando reclamações de governos vizinhos, como o da Malásia e Singapura, que tiveram inclusive de suspender provas esportivas a céu aberto durante o período crítico. Chegar em uma trip com marolas pode ser até um bom sinal se analisarmos bem. Pois, se está pequeno, o swell vai entrar, né? Então, foram dois dias usando apenas “maroleiras” e, se o mar estava pequeno e o tempo cinzento, fomos agraciados com bons ventos. Aliás, outro agravante do meio para o final da temporada foram os ventos maral para a A TRIP grande maioria dos picos. Mas nosso terO roteiro da barca foi de uma semana ceiro fim de tarde em Burguer’s World foi em Nias e mais 12 dias em Mentawai a muito legal. Vento parando e com séries bordo do barco Moon Palikir. Em Nias longas de até um metrinho foi a pedida. pegamos apenas dois dias de ondas de 3 Saímos de “bucho” cheio e a expectativa a 5 pés e os outros de marola. Já em Men- era grande para o dia seguinte. tawai foram dois swells sólidos durante a trip do barco, onde os melhores picos foram Hideways com esquerdas tubulares de 6 pés, Telescopes com esquerdas de 6 pés e mais, HT’s de 6 a 8 pés e Malakopa com direitas de 3 pés parecendo uma máquina de ondas, exatamente uma igual a outra, ideal para manobras e aéreos. A molecada pirou! O ponto perdido é por causa de uma Surf clássico em Hideways. Maré cheia massa cinzenta que pairou sob o céu de e um crowdzinho que, em muitas ocasiões, grande parte da Indonésia. Uma grande mais atrapalhava por ter um surfista na
“Chegar em uma trip com marolas pode ser até um bom sinal se analisarmos bem. Pois, se está pequeno, o swell vai entrar, né?”
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frente do percurso do que em disputas por ondas. Foram duas quedas, uma longa pela manhã e outra após o almoço. O sol raiou e brilhou durante o dia, aliás, creio que tenha sido o dia mais claro até então, onde os coqueiros apresentavam mais o verde, pois desde a nossa chegada eles estavam cinzentos.
estilo, fluidez e uma linha de surf altamente diferenciada. Ele acabou conquistando a todos com seu carisma! Enquanto nos preparávamos para surfar, víamos um Douglas Silva, 17 anos, muito à vontade com os tubos e a bancada de coral. Desde pequeno, ele vem mostrando um talento impressionante para os tubos. Nas condições mais pesaGALERA INSTIGADA das que pegamos, Douglas foi sempre o Com a boa maré, os tubos eram lindos destaque. Surfou muito! Foram muitas e limpos, seguidos de manobras arroja- as ondas boas que o pernambucano da das. Nosso caçula Diego ‘Didi’ Aguiar, Baía de Maracaípe pegou, inclusive desde 12 anos, que também tinha o apelido pertando a atenção dos gringos presentes. de “guaxinin”, parecia maravilhado e ao Dodô foi, sem dúvida, o tube rider e o mesmo tempo com certa adrenalina. Afi- destaque dessa trip! nal, ondas de até 6 pés de face eram um E por falar em gringo, encontramos ali tanto grandes para sua pequena estatura o neozelandês Maz Quim. O cara estava e tamanho de suas pranchas, abaixo dos trabalhando de surf guide em um dos 5 pés e com talvez apenas 17 polegadas resorts ali na ilha e mostrava-se muito de meio. Um “skatinho”! Didi, apesar de familiarizado com as ondas. Ele entrou pouca idade, mostrou muita disposição, de mansinho por trás da bancada e por
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1. Gabriel Farias em sintonia com o fotógrafo 2. Rato Fernandes e Fabio Gouveia relaxando 3. Esperando o voo em aeroporto na Indonésia 4. Um pouco do artesanato local
ali ficou por um longo período até que viesse uma excelente onda rodando. Remou com sua mini model de bico arredondado (devia ser uma 5’4 no máximo) e encaixou no trilho fazendo um tubaço. Mesmo dominando o surf, Quim estava de botinhas, camiseta de lycra comprida, short john e boné, ou seja, proteção parcial quase que total. Com certeza, ele não é bobo, pois, principalmente na maré secante, o negócio começava a ficar mais raso e complicado.
aéreos nas direitas e mostrou que evoluiu muito no surf de borda. Os gringos o apelidaram de “Young Mick Fanning”, tamanha sua velocidade e estilo. Já Rato Fernandes voltou para a segunda queda um pouco antes de mim e consegui ver um bom tubo seu. Isso incentivado por Dodô, que não parava de entubar. Consegui ainda pegar um bom tubo na sua frente, mas na onda seguinte atingi o ombro rente ao reef enquanto dava o “joelhinho”.
MUDANÇA DE ROTA Com a maré vazante, rapidamente as condições foram ficando mais difíceis e perigosas, então, decidimos sair pra arriscar uma possível parada de vento em Voltando depois de alguns meses pa- HT’s. E aí vale toda a experiência do capirado por causa de uma cirurgia no joelho, tão. Bruno Veiga circula pelas Mentawai Gabriel Farias estava receoso de “estolar” desde 2007, fez surf trips, trabalhou em para o tubo de backside. Mesmo assim, o resorts, virou fotógrafo e agora é surf guia especialista em aéreos e dono de um es- da empresa Mentawai Surf Charters que, tilo diferenciado arrebentou nas batidas e além do Moon Palikir, tem o Star Koat. rasgadas de costas para a onda, evoluindo Dar “tiros” para sair de uma área para ouem cada série. Biel também deu show de tra durante o dia não é o ideal, normal-
“Os gringos o apelidaram de ‘Young Mick Fanning’, tamanha sua velocidade e estilo”
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mente faz-se as travessias nos fins de tarde e à noite para não perder o surf. Graças à autonomia do Moon Palikir, cinco da tarde estávamos em HT’s. Muitas vezes quando se chega aos picos sem ter uma visão limpa, fica difícil dar um diagnóstico. Mas ao ver o Rato Fernandes, que entrou rapidamente e posicionado, fui ao seu encontro logo quando a primeira série passou. Até então ninguém na água e nenhum barco, apenas o surf guia do resort de Lances Left’s remou no outside junto com um fotógrafo português amigo da Tatiana, esposa do capitão Bruno. Vento parado, ondas com tamanho… Não demorou para que uma série de uns 8 pés nos pegasse de surpresa. Passei nas últimas, mas Dodô levou na cabeça
e partiu a cordinha para depois ter que ir buscar a tabla lá na “mesa de cirurgia”, referência à bancada rasa após o inside de HT’s. Aos poucos notávamos que as ondas vinham mais constantes no bowl do canal.
“Saímos da session em êxtase pelas ondas finais, mas infelizmente não havia mais luz para fotografar e o momento ficou apenas em nossas mentes” A turma estava um pouco apreensiva por causa da pouca luz e do tempo escurecendo. Wallace Jr, 17 anos, nunca havia
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visto ondas daquelas, mas aos poucos ia se soltando. Ele surfou muito bem e evoluiu bastante durante a trip, destacando-se mais nas esquerdas e mostrando uma linha de surf muito polida e segura. Biel pegou umas “clean” e Dodô voltou ao outside para dar altos drops. SONHO OU PESADELO? Quase ao anoitecer, já esperava por minha saideira quando uma enorme veio. Dropei no ar com minha 6’3 e uma cachoeira ficou no meu calcanhar. Consegui completar e, assim que virei minha prancha pro canal, vi Bruno Veiga dropando um bomba em seu stand up 7’4. A prancha era uma quadriquilha e muito solta. Mesmo Bruno não tendo seguido adiante e conseguido pegar a parede, o visual da avalanche em suas costas foi estarrecedor. A turma gritou muito, saímos da session em êxtase pelas ondas finais, mas infelizmente não havia mais luz para fotografar e o momento ficou apenas em nossas mentes. Navegamos de madrugada e em águas calmas. Chegamos a Telescopes na manhã seguinte. O visual era de sonho e de pesadelo. Ondas clássicas e uns sete barcos, fora as canoas de pequenos resorts
terrestres que não paravam de brotar. Então, a conta era de pelo menos 40 cabeças na água. Mesmo assim, tratei de seguir à risca o que o capitão Veiga falara: “Chegou e cai na água, dessa forma você já vê como está o mar”. Nas Mentawai é assim, trabalhamos com a visão. Peguei três ondas depois de ter esperado bastante por minha vez e saí pro café. A turma cansada do dia anterior não fazia muita festa. Sem querer ser chato, falei: “Galera, por nada não, mas tá clássico!” Aos poucos a turma foi caindo após o café e nos divertimos bastante. A onda era muito longa e se pegasse a certa o tubo seguia nessa mesma linha. Séries entre 4 e 6 pés com algumas maiores entravam marchando na bancada. Que onda alucinante! Alguns picos de luz durante o dia, mas nada que fizesse o Clemente Coutinho se empolgar. A maré foi baixando e uma forte correnteza nos tirava do pico rumo ao oceano. Batentes se formavam e atrapalhavam a superfície que estava um “azeite”. Hora de zarpar. Mentawai sem Macaronis fica incompleto. Nem me lembro onde dormimos, só sei que o som do motor da âncora o Rato Fernandes já estava junto com Bruno Veiga remando para o outside. 1,2,3,4. Sequência Fabio Gouveia na maior onda da trip 5. Wallace acelerando muito em Macaronis
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PRÓXIMA PARADA: MACARONIS De fora e um pouco distante parecia pequeno. As “bichas” vinham quadradas, cada double up da “bixiga”! Constatei isso logo após ter pegado umas duas ondas. Tanto Bruno quanto o Rato já tinham pegado altas ondas sozinhos antes do crowd. Aos poucos outros barcos foram chegando e o crowd aumentando em função também do resort de “Macas” e dos alojamentos, que vêm crescendo na vila local. Dodô, como de costume na trip, ia se soltando ainda mais. Só dava ele totalmente à vontade nos barrels. Gabriel Farias já estava perdendo o medo do joelho recém-operado e “estolava” deixando se envolver pelos lips cinzentos. Sim, mais uma vez a névoa persistia. Minha prancha maior havia sido trincada no dia anterior, logo minha 5’7 fina não tinha remada. Tomei duas “voadoras” de cinema. “Madeeeeiiiiraaaa”! Foram só risadas, mas tudo correu bem. Já um australiano, que estava hospedado na vila local, não teve a mesma sorte. Ele, que entubava muito, errou os cálculos e retornou ao outside com várias “patadas de tigre”, ou melhor, arranhões do reef. Wallace Jr, mais conhecido como
“buguelinho”, ia sempre evoluindo, tanto nos tubos quanto ampliando seu “leque” de manobras. Aliás, todos esses jovens surfistas chamavam muito a atenção em todas as caídas. Dois dias de Macaronis e chega a hora de partir porque cada barco só podia permanecer ali por esse período mediante uma prévia reserva. E havíamos dado sorte, pois muitas vezes a galera marca a data e se não tiver onda adeus surf em Macaronis. SECRET SPOT O swell ainda bombava, porém a turma quis mudar o palco e fomos parar em uma pista de testes para voos. Navegamos um pouco durante o dia, mas no fim de tarde já estávamos em Snóbis. Bom, esse não é o real nome do pico, pois não dá para ficar dando todas as dicas. Vale a imaginação de quem um dia for às Mentawai. Snóbis é uma direita cavada e para frente com uma ligeira mudança de ângulo em seu trajeto, ou seja, perfeita para se alçar voos. Pegamos pequeno e, na hora da chegada, a maioria “entronchou” o olhar. Caramba, saímos de um pico com altas ondas para pegar marola?! No local havia dois barcos, mas ambos 37
de saída. Mesmo assim, ainda tivemos a oportunidade de surfarmos juntos com outros brasileiros, entre eles o elétrico Miltinho Morbek, além de Pedro Huzadel e Ícaro Ronchi, que também estavam arrebentando muito. Do barco, a marola parecia fraca, mas era só entrar para ver que mesmo pequena era forte e muito divertida, sendo totalmente high peformance. Os moleques foram à forra! Biel deu seus aéreos incríveis e não saia da água um instante se quer. Wallace se mostrava com menos aéreos, mas com muitas pontadas de backside, que faz dele a fama de matador em eventos que compete. Nessa onda, o backside de Didi Aguiar estava perfeitamente encaixado. Ô moleque para surfar bonito, esse tem muito futuro! “Vish”, ia me esquecendo de nosso amigo e “coroa style” Alan Gueiros, também presente na barca. Alan, assim como Rato Fernandes, é amigo meu de longa data e ali relembrávamos os bons tempos dos “surfaris” nas bancadas de Pernambuco. Ambos se superaram nessa marola.
“SUVÁCO” AIR Também surfaram bem em outras ondas, mas nessa eles estavam afiados e isso representa o potencial da onda mesmo com tamanho pequeno, então, imaginem ali grande? No meio da bagunça, lancei um desafio: o “suváco” air. Criei essa manobra, mas nunca consegui executar e acho difícil que eu venha conseguir. No entanto, existe um grande número de aerialistas que podem realizar facilmente esta atividade. A manobra consiste em mandar um “super man” e logo após colocar a prancha em baixo do “suváco” para em seguida aterrizar.
“As ‘bichas’ vinham quadradas, cada double up da ‘bixiga’!” E Dodô, por muito pouco, não conseguiu essa proeza e com um grau maior, ou seja, de backside. O cara mandou o aéreo, botou a tabla embaixo do “suváco”. 1. Fabio Gouveia puxou os limites da molecada 2. Dodô tentando executar o desafio proposto
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COM A CABEÇA FEITA Ele quase conseguiu, mas como tinha descido deitado na prancha a manobra foi incompleta, logo não pôde obter o prêmio de uma prancha FG. Dodô foi o quem chegou mais perto e provou que é possível. E aproveitando o “merchan”, o double “suváco” air vale duas FG zero bala risos)! Tivemos mais dias de surf em outros picos. Voltamos a HT’s, onde pegamos menor, só que divertido. Mas para fechar, rolou um bom surf em Lances Left’s com sol e pouca gente na água. Metade da
turma ainda estava instigada. Devido ao dia lindo, muitos aproveitaram para fazer fotos na ilha ou até mesmo dar uma caminhada, pois em 12 dias embarcados se rema muito e se anda pouco. O alto astral da trip terminava ali. Negociar forte com os artesões locais tomou boa parte do dia inteiro e rendeu muitas risadas, com mímicas e muitas trocas por óculos, peças de roupas e muitas outras bugigangas. Uma felicidade estampada, saímos das Mentawai sentindo que estivemos ali por completo. Terima Kasih! 39
Trip Scout
Faça as Malas
DESTINO: SURF 10 DESTINOS IMPERDÍVEIS PARA OS AMANTES DE SURF
Dungeons – África do Sul
Nomades Digitais
Grace Oda
Hoje dedicamos o dia aqueles que têm o surf como paixão. Popular em cada vez mais países, o esporte é um ótimo pretexto para manhãs e fins de tarde relaxantes, pores do sol de tirar o fôlego e uma vibe tranquila. Juntamos 10 cidades pelo mundo que são a mistura perfeita entre ondas gostosas e bom ambiente ao redor delas. Vem ver:
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FLORIANÓPOLIS – BRASIL A atmosfera própria de Floripa, junto com o senso de preservação da natureza e a busca por uma vida mais saudável fazem com que esta seja uma cidade perfeita para os aventureiros das ondas. Florianópolis tem mais de 100 praias, juntando a parte continental e a ilha, a maioria delas irresistível. Aproveite as melhores épocas do ano para pegar ondas, entre março e maio e entre setembro e novembro e vai ver que não se arrependerá. Além disso, a cidade está perfeitamente equipada com as infraestruturas essenciais para a vida de um nômade digital (sim, e com espaços de diversão noturna também).
SANTA CRUZ, EUA Qual o surfista que nunca sonhou se mudar pra Califórnia? Santa Cruz, no sul de São Francisco, no Estado californiano, tem uma seleção de praias incrível, que serve tanto para os mais experientes, como para quem está começando no esporte. Com uma história já longa no surf, que vem da década de 50, esta pequena cidade escondida entre falésias, abriga ainda um museu dedicado ao esporte.
Atout France Aquashot
BIARRITZ – FRANÇA Pulamos pra Europa, mais precisamente para França, onde os amantes de surf podem se encontrar com os fãs de um bom vinho tinto. Biarritz fica no sudoeste da França, bem perto da fronteira com a Espanha, e tem a vantagem de não ser muito fria no inverno, nem muito quente no verão, graças aos ventos que recebe do oceano Atlântico e dos Pirenéus. O lugar é tão bom para surfistas que é mesmo considerado o berço do surf na Europa. Dica: evite a época do ano mais concorrida na região, durante o pico do verão europeu, e aproveite o mês de setembro e o começo de outubro para umas ondas sem crowd e igualmente paradisíacas.
Chris Burkard
SHONAN – JAPÃO Não queremos limitar as opções a um só continente ou região do mundo, porque o surf, e principalmente o mar, não vê religiões, etnias ou zonas geográficas. Atividades no mar pode não ser a primeira coisa que você imagina quando pensa no Japão, mas a verdade é que dá sim para ser um nômade digital por lá, aproveitando todo o desenvolvimento tecnológico do país, e ainda juntar a boa vibe que as ondas sempre trazem. Shonan é provavelmente o ponto mais conhecido para surfar no país e fica a apenas uma hora de Tóquio. Sua costa é casa de milhares de recifes de coral e vida marinha. A cidade que era conhecida pelos pescadores é hoje mais famosa pelas pranchas espalhadas na areia.
Satoko Fujisawa
Faça as Malas
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Mathew Williams
Wanderingthe World
Aerial Media CR
Faça as Malas
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PAVONES – COSTA RICA É conhecido o potencial costa-riquenho no quesito “praias” e será difícil encontrar melhor destino para surfistas na América Central. Dentre as várias opções, Pavones é uma das melhores devido a sua localização, que permite aliar a beleza natural ao muitas vezes necessário isolamento. Pavones fica bem no interior do Golfo Dulce, nas águas do Pacífico, e promete te encantar.
ERICEIRA – PORTUGAL As ondas portuguesas correram o mundo quando, em 2011, o havaiano Garrett McNamara surfou a maior do mundo, com cerca de 30 metros de altura, em um momento tão inspirador quanto arrepiante. Mas, para quem não tem a coragem e a cabeça fria de McNamara, a Ericeira é uma ótima opção, com ondas um pouco menores, mas igualmente inesquecíveis. A Ericeira é, desde 1977, quando recebeu a primeira competição do esporte em Portugal, parada obrigatória para surfistas na Europa Ocidental e, como bônus, fica bem perto de Lisboa e Sintra, o que garante uma alternativa em dias sem swell.
GOLD COAST – AUSTRÁLIA É considerado um dos paraísos dos surfistas e oferece mais de 70 km’s de praia. É verdade que, pela fama que conquistou, é possível que você tenha que dividir as ondas com outros praticantes do esporte. As palavras ali são “respeito” e “paciência”, até porque não é todos os dias que temos o privilégio de estar em um dos picos mais desejados do mundo, como o Superbank. Com tudo isso, não é de estranhar que a região esteja tão bem preparada para receber surfistas.
PENÍNSULA DE BUKIT – BALI Esta é para quem confia nas suas capacidades de surfista e não teme pegar as mesmas ondas que os melhores do mundo. Bem popular entre os visitantes, a Península Bukit tem a vantagem de oferecer paisagens naturais incríveis, onde a cultura indonésia ainda predomina. Bukit fica numa zona rural de falésias calcárias e é inegável que as rochas oferecem um charme especial a cada praia. A de Padang Padang é provavelmente a mais famosa – por alguma razão, foi escolhida para ser cenário no filme de Julia Roberts “Comer, Rezar e Amar”.
Karma Resorts
DUNGEONS – ÁFRICA DO SUL Sabemos que o primeiro lugar que vem a cabeça quando se pensa em surf na África do Sul é Jeffrey’s Bay e sua famosa praia de Supertubos. Na verdade, todo o país é um prato cheio, mas este pequeno lugar, apenas acessível de barco, na Cidade do Cabo, encanta pelo cenário repleto de corais e falésias íngremes. A adrenalina está garantida, porque Dungeons tem das algumas das maiores ondas da região, além de ser terreno fértil para tubarões. Por isso, a dica é – não arrisque e informe-se antes de ir.
Kimi Stewar Billabong XXL
MAUI – HAVAÍ No Havaí, qualquer cidade é cidade de surf. Mas não é fácil encontrar uma que não esteja muito lotada e que tenha o charme de Maui, que junta surfistas com outros fãs de esportes de vento, artistas e famílias relaxadas em férias. Sabemos que lugares como Oahu continuam a parecer tentadores, mas todos, e principalmente os iniciantes, devem dar uma oportunidade a Paia Bay.
Tyler Rooke
Faça as Malas
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Equipe-se
CUIDADOS COM SEU WETSUIT DICAS DE COMO AUMENTAR A DURABILIDADE DA SUA ROUPA DE BORRACHA Redação Guia Waves
Depois de um longo dia de altas ondas, você volta para lhendo sua roupa. Depois de secar, vire casa querendo um banho quente e um bom descanso. secar a parte interna. Ficar horas dentro da água do mar te deixa relaxado, • Evite entrar em contato com o cloro e mas isso não é desculpa para tirar sua roupa de borracha qualquer produto químico; e deixá-la jogada. Cuidados pós-surf são essenciais para • Caso deixe o seu wetsuit enrolado ou conservar o material e fazê-lo durar por muito mais pendurado em algum lugar por um tempo, portanto, deixe a preguiça de lado e fique atento tempo, tome cuidado com o velcro. Ele a essas dicas: pode grudar na roupa e danificar o tecido sobre a borracha, formando as in• Sempre lave seu John após o surf com água doce fria desejadas bolinhas; ou na temperatura ambiente, por dentro e por fora. A • Evite urinar dentro do wetsuit. Assim água quente estraga a elasticidade, prejudicando a flecomo a roupa não permite a água entrar, xibilidade dele na hora do surf; também não permite sair. Além disso, o • Deixe-o secar na sombra naturalmente. O sol costuma ácido úrico da urina danifica o material ressecar a borracha, retirando sua maciez e encoe ainda pode deixar mal cheiro; 44
Sbia
Surf Girl
Equipe-se
Diferentes modelos de wetsuit masculino e feminino, mas ambos devem ter os mesmos cuidados
• Quando for pendurar o John, esteja seco • Procure sempre retirar o John em locais sem areia; ou molhado, coloque algo mais alto • Um truque para vestir o wetsuit com mais facilidade na parte das pernas para que ele fique é colocar sacos plásticos nas mãos e nos pés. Os sacos apoiado e não esticado. Com o tempo, irão deslizar dentro da roupa e você a vestirá muito este truque impede o alongamento; mais rápido, diminuindo também o choque térmico, • No verão, quando a roupa estiver descaso ainda esteja úmida; cansando dentro do armário, vale a pena • De tempos em tempos, você pode lavar o seu wetsuit jogar um pouco de talco em pó sobre com um shampoo específico, com sabão de coco naela para evitar o ressecamento e, consetural ou neutro, para não comprometer o material e quentemente, rachaduras na borracha; retirar o restante de água salgada da borracha. 45
FamĂlia Smith curtindo um dia na praia em Popoyo
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FAÇA AS MALAS, A VIDA É AGORA! ÀS VEZES AINDA ME PEGO PENSANDO SOBRE TUDO QUE FIZEMOS E NÃO ACREDITO POR LONGARINA FOTOS SURFAR
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1. Tarde de surf na praia em Nicaragua 2. Nica Vida Surfcamp Nicaragua Central A 3. Filhas Smith no cavalo 4. Familia Smith
O mundo anda cada dia mais louco! São tantas as polêmicas, escândalos, reviravoltas, protestos, ataques terroristas, refugiados e barragens estraçalhadas, que fica impossível viver de forma leve e feliz. Somado a tudo isso, quem vive nos grandes centros ainda lida com poluição, trânsito, violência… Onde vamos parar? Não sei.
“Fomos para a Nicarágua pra surfar. O que a gente nunca pensou é que essas férias transformariam nossas vidas” A ideia de ter uma carreira brilhante, um alto salário e um belo apartamento ainda é sonho de muita gente. Mas está cada vez mais normal darmos de cara com o movimento contrário. Morar numa comunidade longe dos grandes
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centros, onde se possa viver da agricultura com o cultivo de alimentos orgânicos, ou abandonar o país e ir morar em um paraíso da América Central como fez esse casal da Flórida. Jenna e Josh se conheceram no colégio e logo se apaixonaram. Como uma típica família americana de classe média, tiveram filhos, conquistaram o sonho de ter o negócio próprio e faziam questão de incluir os filhos em qualquer atividade extra que parecesse interessante para o desenvolvimento deles. Tudo parecia perfeito até irem à Nicarágua em 2010. O plano de viver longe da família, abandonar o negócio próprio e viver num país subdesenvolvido como a Nicarágua nunca tinha passado pela cabeça do casal. Mas foi tudo o que aconteceu quando o casal voltou das férias com um só pensamento: mudar-se para a Nicarágua!
O casal, mais lúcido que nunca, além de viver no vilarejo de Popoyo com seus cinco filhos, abriu um negócio, o “Nica Vida”, um hotel pensado para receber famílias inteiras, com programação para crianças o dia todo. Porém, o mais incrível de tudo isso era o propósito dessa mudança, que não estava inspirada somente na busca de uma vida mais simples e mais calma, mas também no desejo de ajudar a população local da Nicarágua. Lá, Josh e Jenna desenvolvem diversos programas sociais bancados pelo lucro vindo do empreendimento do casal para ajudar pessoas necessitadas e com dificuldades. Quando perguntam para Jenna o que ela diria para alguém que está pensando em mudar radicalmente a vida ela responde: “Se você é solteiro, casado, se está criando uma família, se você tem um desejo de melhorar a qualidade de sua vida, se você quer desacelerar, simplificar e viver uma vida preenchida com riquezas que vão além do materialismo. Eu digo que você pode, absolutamente. Nós não somos os mais ricos, os mais organizados ou mais inteligentes. Somos uma família muito simples com corações grandes que querem apenas amar a vida e vivê-la ao máximo. Quando minha mãe morreu aos 51 anos, ela me fez prometer que eu não iria esperar e viver a minha vida a espera de um ‘melhor momento’. Agora é o tempo para perseguir esses sonhos.
“Nós desenvolvemos o sonho de dar aos outros condições de uma vida melhor” Agora é a hora de fazer suas memórias e ter as experiências que você deseja. Nós não tínhamos nada planejado para esta jornada. Nós apenas sabíamos que precisávamos fazer as malas e ir embora.”
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Tá Ligado?
A HISTÓRIA DO SURF: AS RAÍZES DESDE SEMPRE AS ONDAS EXERCERAM UM APELO IRRESISTÍVEL PARA OS HUMANOS Surftotal
Desde que o primeiro humano decidiu nadar no oceano que o contacto com as ondas existe. Nessa medida podemos dizer que o bodysurf é a forma mais antiga de apanhar uma onda. Apesar de não existirem factos concretos no que a datas e locais diz respeito, é universalmente aceite a ideia que terá sido no Oceano Pacífico que o surf nasceu. Alguns peruanos reclamam para si a génese do surf, afirmando que os primeiros habitantes daquele país foram os pioneiros, ao deslizarem nas ondas, usando uma espécie de prancha feita com canas, quando voltavam de expedições de pesca, há cerca de 4000 anos. Todavia, a origem da arte do surf, é geralmente atribuída aos polinésios. Surfar era uma parte fulcral da antiga cultura polinésia. O chefe de uma comunidade era 50
sempre o mais habilidoso nas ondas, com a melhor prancha, feita da melhor árvore. As classes mais altas tinham acesso às melhores praias e às melhores pranchas, enquanto os plebeus eram proibidos. No entanto, mesmo as classes mais baixas podiam aspirar a ganhar esse acesso e prestígio, se demonstrassem habilidade para surfar. Outro dado que oferece pouca discussão em relação à origem e evolução do surf, prende-se com o facto de o Havai se ter desde cedo tornado – e mantido – como o epicentro do surf mundial. A população havaiana dominava com mes-
1. Duke Kahanamoku em uma piscina em Los Angeles, 1933 2. Duke Kahanamoku ao lado de mulher não identificada, década de 60
Outrigger Duke Kahanamoku Foundation
Outrigger Duke Kahanamoku Foundation
Tá ligado?
tria a arte de estar de pé numa prancha, há 1000 anos. Esta prática era comum e transversal a todas as classes sociais no Havai. Os reis usavam pranchas “olo” que se chegavam a medir quatro metros, enquanto os populares utilizavam as “alaia”, substancialmente menores. Foi em 1779 que o mundo ocidental ouviu falar de surf, através dos diários do Tenente James King, que ia a bordo de uma expedição britânica, liderada pelo famoso Capitão Kook. James King fez uma referência ao que apelidava de "exótico passatempo" dos locais no Havai. Rapidamente os europeus começarm a usar o Havai como ponto de paragem durante as travessias do Oceano Pacífico, o que levou em 1821 missionários Calvinistas da Grã Bretanha a chegarem ao Havai para impôr a sua religião e oprimir as ideologias das populações nativas. A prática do surf era vista por estes missionários como imprópria e a mesma foi banida, o que quase levou à extinção desta tradição A ressurreição da cultura do surf passou pelas mãos de dois homens: George
Freeth e Duke Kahanamoku. George foi um dos primeiros “beach boys” de Waikiki, um grupo que ainda praticava o (na altura) raro desporto do surf. Freeth conheceu em 1907 um escritor americano, Jack London, que rapidamente ficou fascinado com o desporto. O escritor publicaria um artigo sobre esta prática e tornaria célebre George Freeth. George mudava-se de armas e bagagens para a Califórnia, onde demonstrava as suas habilidades em Venice Beach, onde ficou conhecido como o "homem que conseguia andar na água". É por isso justamente atribuído a Freeth o mérito de ter chamado a atenção dos americanos para o surf. Mas quem levou o nome do surf um pouco por todo mundo foi Duke Kahanamoku, que em 1912, em representação dos Estados Unidos, ganhou várias medalhas nos Jogos Olímpicos de 1912 em Estocolmo. A partid desse momento, Duke viajou pelo mundo como embaixador havaiano, e espalho o espírito Aloha por todo o mundo, apresentando o surf em países com a Austrália e a Nova Zelândia, que rapidamente abraçaram a modalidade. Um dos companheiros de Duke foi o californiano Tom Blake, também ele um dos pioneiros do surf, ao organizar o primeiro campeonato de surf do Pacífico, que ele próprio venceu. A história continua, e na próxima vez vamos continuar a contá-la! 51
Divulgação/WSL
Confira
MINEIRINHO É ELIMINADO DA ETAPA DE MARGARET RIVER DO WCT AGORA SÓ RESTAM TRÊS BRASILEIROS NA DISPUTA DO TÍTULO Phillips Kubtsca
O início da temporada 2016 do Mundial de surf não tem sido fácil para o atual campeão Adriano de Souza. O surfista foi derrotado na noite deste sábado pelo italiano Leonardo Fioravanti, de 18 anos, e está fora da etapa de Margaret River, na Austrália. Mineirinho perdeu por 15,50 a 15,60 e se despediu mais uma vez da competição na 13ª posição. Apenas três brasileiros seguem na disputa do título em Margaret River, na quarta bateria: Gabriel Medina, Caio Ibelli e Ítalo Ferreira. Na terceira rodada, Medina passou pelo australiano Adam Melling por 14,67 a 13,10. Ibelli eliminou o ha52
vaiano John John Florence por 16,27 a 15,54. Já Ítalo venceu o duelo contra Alejo Muniz por 12,43 a 8,23. Na quarta fase, Medina enfrentará Kolohe Andino, e Jordy Smith. Já Ibelli e Ítalo estarma na mesma bateria contra Sebastian Zietz. Ainda há chance para os brasileiros levarem o troféu para casa. A seguir, confira as tabelas com os resultados da terceira bateria e quem competirá na quarta:
Divulgação/WSL
Confira
RESULTADOS DA TERCEIRA BATERIA Matt Wilkinson aus 12,00 x Matt Banting aus 9,27 Joel Parkinson aus 17,40 x Michel Bourez tah 11,60 Julian Wilson aus 16,90 x Miguel Pupo bra 9,80 1. Mineirinho perdeu para o italiano Leonardo Fioravanti 2. Gabriel Medina segue na disputa do título
Nat Young eua 18,10 x Taj Burrow aus 14,77 Adrian Buchan aus 15,50 x Josh Kerr aus 12,90 Leonardo Fioravanti ita 15,60 x Adriano de Souza bra 15,50 Gabriel Medina bra 14,67 x Adam Melling aus 13,10 Kolohe Andino eua 16,10 x Wiggolly Dantas bra 11,20 Jordy Smith afs 18,54 x Kanoa Igarashi eua 14,16 Sebastian Zietz hav 17,73 x Jeremy Flores fra 16,20 Caio Ibelli bra 16,27 x John John Florence hav 15,54 Italo Ferreira bra 12,43 x Alejo Muniz bra 8,23
BATERIAS DA QUARTA FASE Matt Wilkinson aus x Joel Parkinson aus x Julian Wilson aus Nat Young eua x Adrian Buchan aus x Leonardo Fioravanti ita Gabriel Medina bra x Kolohe Andino eua x Jordy Smith afs Sebastian Zietz hav x Caio Ibelli bra x Italo Ferreira bra
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Foto Favorita
“O mar cria ilusões, a onda as questões, o surf as respostas” Breno Rigaud
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Foto Favorita
FOTO CAPARICA SURF ACADEMY Treinador David Lourenรงo pegando uma grandona, Costa de Caparica, Praia da Riviera
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Tati Ferrigno
Fala aí
DIÁRIOS DE UM HAULEE Silvio Ambrosini
Finalmente ia estrear minha fantástica nova prancha, feita na Califórnia pelo renomado top shapper Xanadu. Havia pesquisado tudo a respeito no Google e já sabia de antemão que uma marca de surfwear chamada oingoboingo ou coisa assim havia recebido sua visita e que havia sido um evento daqueles. Então eu estava equipado, tomei a calçada e fui descalço como um surfista no encalço do primeiro surfista de verdade que apareceu na minha frente. Ao nos aproximarmos da praia, puxei conversa, tudo bom? Sou o Silvio (procurei evitar o Sivuca pra fugir da mania de celebridade), parece que o mar está legal hoje hein? É mas vai melhorar segunda feira... ah, sou iniciante, espero conseguir subir na prancha, hehe pra cá, hihi pra lá, beleza, vai fundo olha lá até que tem umas ondas, estava fletchi de manhã. Olhando para o mar, parecia bem regular, umas ondas aparentemente pequenas até, ideal para um preá, digo, haulee como eu. Havia aprendido o termo há poucos dias, foi o Junior que me ensinou. Procurei ir atrás dos outros surfistas que estavam entrando, parece que mais para a direita havia um canal de entrada, logo não alcançava mais o fundo e comecei a remar. Foi aí que começaram a aparecer as ondas, ou melhor, os tsunamis! Sim, porque a cada meia dúzia de esforçadas remadas, vinha uma torrente de água que me tirava o fôlego e me arrastava novamente para o raso, só não engolia mais água porque tinha de sobrar espaço para os peixes. Tentei, remei, tomei vários caldos. Ao meu lado apareceu um gorducho, que parecia que tinha um motor ligado, e antes que eu pudesse perguntar qualquer bobagem, ele desapareceu no fundo. 56
A água não estava exatamente quente, e somente na quarta tentativa consegui chegar no fundo, morto de cansaço. Um rapaz de uns 13 anos se aproximou e falou pra eu fechar as pernas e foi aí que entendi o motivo de minhas remadas parecerem tão pouco eficiente, eu usava os pés como âncora enquanto usava os braços como hélice... que lixo... Olhei em volta e todos reinavam imponentes e másculos sobre suas pranchas, tentei fazer o mesmo e era como se equilibrar em uma corda bamba, eu ficava balançando tanto ou mais que o Lacraia quando era vivo, um arquétipo de humilhação flutuante, se é que aquilo era algum tipo de flutuação. Então veio a onda, bem... a terceira onda, pois nas outras duas eu não tive muito tempo de fazer a curva. Então remei loucamente, a prancha desceu a ladeira vertiginosamente e pensei que aquele era o momento exato de ficar de pé, ao que estiquei a musculatura das costas, foi como levar um choque de 220V em cada linha de músculos e a dor só me permitiu uma ridícula posição de joelhos que não deu tempo nem pra foto, subi de um lado e caí do outro mergulhando até perto da entrada do reino submerso de Atlântida, foi muito difícil conseguir voltar a superfície.
SOU AR
Dupla de amigos posando paras foto no ar
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7 DICAS PARA QUEM VAI SALTAR DE PARAQUEDAS PELA PRIMEIRA VEZ A SENSAÇÃO DE LIBERDADE É GARANTIA DE SER INESQUECÍVEL POR GUILHERME SCHIFF FOTOS BYRON BAY
Saltar de paraquedas é uma vontade que muitas pessoas têm, mas que nem todas tem coragem de realizar. A sensação da queda em ar livre e toda a adrenalina do salto fazem dessa experiência inesquecível para todas as pessoas que já se aventuraram com ela. No Brasil existem lugares específicos para saltar, como a cidade de Boituva, com a Sky Company, que é referência internacional. O recomendável é estudar bastante os detalhes que fazem parte desse processo, para ficar tranquilo. Para ajudar quem nunca saltou, mas tem vontade, listamos 7 dicas para que sua primeira vez de salto seja inesquecível.
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PESQUISE BEM O LUGAR VESTIMENTA E SONO DO SALTO Antes de saltar, tenha uma noite de sono Procure pessoas que já saltaram ou até tranquila para estar com o nível de conmesmo profissionais. O lugar do salto centração no máximo. Escolha roupas leprecisa te dar confiança para realizá-lo. ves e confortáveis, pois os equipamentos Escutar a opinião de alguém que já o fez de segurança do paraquedas podem invai te ajudar na hora da escolha. comodar com determinado tipo de roupa.
CONHEÇA TODOS OS ASSISTA VÍDEOS RISCOS ENVOLVIDOS Antes de saltar é interessante pesquisar Existem alguns riscos quando se fala em bastante sobre tudo que tiver dúvida. Na saltar de paraquedas. A maioria dos aci- internet existem muitos vídeos de pesdentes acontece por descumprimento de soas realizando saltos que podem ajudar regras ou decisões precipitadas. no melhor entendimento.
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EVITE SALTAR RESFRIADO Estar resfriado ou com congestão nasal pode prejudicar seriamente seu salto. A respiração é um fator importante quando está em queda livre. Se não estiver 100%, remarque o salto.
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INSTRUTOR A experiência do instrutor é fundamental no salto, afinal, você não quer depositar sua confiança em alguém inexperiente. Converse com os instrutores, saiba mais da história deles e tente extrair todo o tipo de informação que vai te ajudar na hora.
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TÚNEL DE VENTO O túnel de vento é como se fosse a simulação do salto. Se tiver com um pouco de medo faça o teste para ver como que você se sai no túnel. Ele vai te dar uma noção da adrenalina que você vai sentir no salto.
1.Paraquedismo em Sevila 2.Salto em dupla Tympaki Grécia
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DESTINO: PARAQUEDAS
Victor Kodo
Faça as Malas
10 LUGARES INCRÍVEIS PARA SALTAR DE PARAQUEDAS LUCAS PANZINE
Peter Lik
Para quem gosta de adrenalina e busca novas aventuras, o Submarino Viagens, selecionou 10 lugares incríveis para saltar de paraquedas. Quando acompanhada pelo instrutor, a prática não exige curso preparatório, mas o treinamento é fundamento para garantir mais segu-
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rança na hora da queda. Para saltar de paraquedas, além da coragem, é preciso escolher o lugar ideal para o salto, consultar os melhores profissionais, realizar um treinamento e aproveitar a sensação indescritível proporcionada por esse esporte. Inspire-se: TIROL – ÁUSTRIA O estado de Tirol está localizado na Áustria e é um dos destinos mais espetaculares para a prática dos saltos de paraquedas “tandem”. Salto realizado em queda livre, normalmente entre 3 e 4 mil metros de altura, onde o “passageiro” enquanto faz a descida, vai agarrado ao instrutor por uma armação. No caso de Tirol, a mágica está em poder visualizar a beleza das montanhas e das florestas, à medida que desce.
KALISPELL – ESTADOS UNIDOS A cidade de Kalispell está localizada no estado de Montana, nos Estados Unidos. Um lugar perfeito para os saltos tandem. Possui como paisagem diversas montanhas rochosas, que no inverno ficam cobertas por neve. Lá de cima, o paraquedista pode apreciar a vista do Parque Nacional dos Glaciares e o lago Flathead, um dos maiores de água doce a oeste do rio Mississipi.
Phillips Timpane
PLETTENBERG BAY – ÁFRICA DO SUL Localizada na África do Sul, Plettenberg Bay, é uma cidade que apresenta muitas riquezas naturais. Considerado um dos locais que mais atraem turistas em busca de aventura radical e de exploração. Poucos sabem, mas o paraquedismo é uma atividade terapêutica, que ajuda a eliminar todo o stress do dia a dia. O destaque para quem deseja saltar em Plettenberg Bay, é ter a bela visão das praias, montanhas, rios e lagos da região e, ao mesmo tempo, desafiar os seus limites pessoais.
Jonnatan Rodrigues
SEVILHA – ESPANHA Sevilha é uma cidade espanhola localizada na região da Andaluzia, perfeita para o paraquedismo, porque além de ser um ponto de encontro dos profissionais experientes, possui paisagens como reservas naturais, praias e o rio Guadalquivir. O salto tandem é praticado em Sevilha a partir de 4 mil metros, por isso tende a ser mais radical.
Alberto García
Faça as Malas
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Robert Bellader
Nicolle Lee
Bernard Blakrart
Faça as Malas
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GOLD COAST – AUSTRÁLIA Gold Coast é uma cidade localizada no estado de Queensland, na Austrália. O paraquedismo é a principal atração desse destino. A paisagem natural em destaque é a Grande Barreira de Corais, considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, além das diversas praias maravilhosas. Em Gold Coast é possível realizar saltos tandem a mais de 4 mil metros de altitude.
LE MARCHÉ – ITÁLIA Le Marché é uma região situada no centro da Itália, ao lado do mar Adriático, e chama a atenção por suas lindas paisagens. O lugar é um ponto turístico que atrai milhares de pessoas todos os anos pela tranquilidade das águas do mar, paisagem de montanhas ao seu redor e também, pelo centro de paraquedismo existente em São Giorgio. Local conhecido como um dos principais points de paraquedistas profissionais e amadores.
OLUDENIZ – TURQUIA Oludeniz é uma das praias mais bonitas do mundo e fica localizada na Turquia. É um local famoso pelo paraquedismo, tanto é que o colorido dos paraquedas já faz parte da bela paisagem dessa praia incrível. É um destino que apresenta atração turística com direito a muita adrenalina.
Julia Mortara
Ronaldo Meireles
Paul Puth
Faça as Malas
RIO DE JANEIRO – BRASIL No Brasil há muitos pontos de paraquedismo em diversas cidades, mas o grande destaque fica para o Rio de Janeiro. Isso porque a Cidade Maravilhosa, como é chamada, tem uma paisagem única, onde a prática do paraquedismo possibilita ver as lindas praias, os morros e o Cristo Redentor.
DUBAI – EMIRADOS ÁRABES Localizada nos Emirados Árabes, Dubai, é conhecida por seu desenvolvimento, prédios gigantescos e também por ser o maior centro de paraquedismo do mundo. A cidade concentra uma estrutura diferenciada. Além da sensação única de realizar um salto em Dubai, é possível sobrevoar paisagens incríveis, como o famoso complexo de ilhas artificiais, Palm Island. O Príncipe de Dubai é um dos praticantes desse esporte radical.
TYMPAKI – GRÉCIA Tympaki é uma região localizada na costa sul de Creta, na Grécia. O local possui um clima quente por conta da proximidade com a África e é rodeado pelas águas cristalinas do mediterrâneo. Tympaki é conhecida pela prática do paraquedismo nas encostas de suas montanhas escarpadas. Uma bela paisagem para apreciar.
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Equipe-se
COMPRANDO O PRIMEIRO EQUIPAMENTO LEMBRANDO QUE A PEÇA FUNDAMENTAL É VOCÊ, QUE ESTÁ VOANDO E PILOTANDO O PARAQUEDAS Pedro San
Paraquedismo é um esporte caro, além de envolver muita técnica, estudo e treinamento, também requer uma série de equipamentos de alta tecnologia (inclusive um avião). Muita gente que não conhece o esporte fica impressionado quando dizemos o quanto chega a custar aquela “mochilinha” que carregamos nas costas para saltar. Mas esse é o preço que pagamos pela nossa segurança, foram muitos anos de pesquisas e testes até chegar aos velames, containers e daa que temos hoje em dia, cada pedacinho do equipamento foi projetado para melhorar performance de voo garantindo que você chegue no chão são e salvo. 68
E por ser algo com um valor tão grande, vale a pena ter alguns cuidados ao escolher o primeiro equipamento. Qual o tamanho de velame eu compro? Essa resposta vai depender de vários fatores (seu wingload, sua habilidade de navegação e pouso), e a pessoa mais indicada para lhe ajudar é seu instrutor. Não existe uma regra sobre qual número de saltos você precisa ter para determinado tamanho de velame, e mesmo
Equipamentos especializados para salto
Equipe-se
que seus amigos digam “você é muito leve” “você pousa bem, já deveria estar com um 150”, muita calma nessa hora, escute seu instrutor para saber o momento certo de mudar para um velame menor.
um equipamento usado, assim você não vai se preocupar tanto em sujá-lo nos pousos. Além de gastar menos, talvez você queira trocá-lo em pouco tempo de acordo com sua evolução. Neste caso muito cuidado com a procedência, peça todas as informações a quem está lhe vendendo, tente fazer um salto para testar, e antes de Qual o modelo de velame é ideal? fechar o negócio leve a um Rigger para checar se está 7 células, 9 células, hibrido, elíptico, se- tudo ok (estado das linhas e tecidos do velame), o ideal mielíptico, existem muitas opções no é comprar o container de uma pessoa que tenha mais mercado hoje em dia. Enquanto você ou menos a mesma altura e peso, para que as medidas ainda está alugando equipamento terá fiquem mais confortáveis. a oportunidade de saltar com diferentes marcas e modelos, aproveite e tente expe- É possível comprar um DAA usado? rimentar o maior número possível de ve- Sim, usado ou novo o preço geralmente é fixado balames indicados para o seu nível, (calma, seado no tempo de uso que ele tem. Por exemplo: um deixe o Crossfire e o Velocity mais pra novo custa U$1450, para cada ano de uso ele perde cerca frente), tente perceber a diferença nos ti- de U$100 dólares do valor. pos de voos e pouso. Não é porque todo Fique atento a data de fabricação e/ou manutenção mundo recomenda o Sabre II que ele vai do mesmo. Os dois principais modelos no mercado hoje ser o melhor pra você. são o Vigil II e Cypres II, ambos com excelente reputaOs mais experientes aconselham (com ção e confiabilidade. razão) que ao comprar o primeiro velame você escolha um modelo mais “conserva- Onde começo a procurar? dor” e dócil de pilotar, pois você vai pas- No caso de equipamentos usados existem hoje várias sar um bom tempo com ele até progredir, grupos e páginas no Facebook onde as pessoas anunai sim você poderá escolher um modelo ciam compra e venda de artigos de paraquedismo: Clasbaseado no seu estilo de voo. sificados Paraquedismo, Classificados Sky Dive, Paraquedismo Divulgação/Compra/Venda, entre outros. Como escolho o container? Você pode inclusive anunciar o quê exatamente está As opções de marcas e modelos também procurando para comprar. são muitas, e você pode escolher baseado Para um equipamento novo procure um revendedor nos recursos que você acha importante. autorizado no Brasil, uma das maiores lojas de artigos Além de diferentes modelos, os containers de paraquedismo no país é a Air Shop, (que tem loja em também tem uma numeração relacionada Boituva e Resende) um equipamento completo, persoao tamanho do reserva e do principal nalizado e sob medida leva mais ou menos quatro meses indicados pra ele. Você deve procurar para ser entregue, e como já disse anteriormente você a combinação ideal para o principal e o terá assistência e todas as garantias de fábrica. reserva que pretende comprar. Outros A loja também possui equipamentos novos e semiopcionais a serem levados em considera- novos a pronta entrega, e trabalha com quase todos os ção são: se é articulado, acolchoado nas fabricantes mundiais de artigos de paraquedismo. pernas e costas, argolas de aço inoxidável, E para encerrar nosso artigo acrescento a orientação rsl, cores personalizadas, tudo isso in- do Instrutor aff e 8 vezes campeão brasileiro de 4-way fluencia no preço final do container. Pedro San, que trabalha com a venda de equipamentos por mais de 10 anos no Brasil: Compro novo ou usado? “Os fabricantes sempre estão desenvolvendo novas Tudo vai depender de quanto você está técnicas e materiais para deixar os produtos mais leves, disposto a pagar. Um equipamento com- eficientes e inovadores. Eles investem muito dinheiro pleto novo, com todos os acessórios e neste setor de projetos e desenvolvimento, caso contráadicionais de segurança variam de 6 até rio, perdem mercado para os concorrentes. Imagino que 8 mil dólares (18 mil reais). A vantagem num futuro próximo teremos paraquedas ainda mais é que o container será feito sob medida leves e confortáveis, mais versáteis e seguros. Mas lempara você, além de ter a garantia de fá- brando que a peça fundamental no esporte é você, que brica de todos os produtos. está voando e pilotando o paraquedas. Então seja pruSe você você ainda é iniciante e nem dente e previsível, conservador nas escolhas e atitudes, sempre pousa em pé considere comprar pois sempre o próximo salto será o melhor!” 69
Monique Bianchi saltou de para quededas pela primeira vez
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MEU PRIMEIRO
SALTO
DE PARAQUEDAS
É UMA SENSAÇÃO ÚNICA, NADA QUE EU JÁ TENHA FEITO NA VIDA SE COMPARA POR MONIQUE BIANCHI FOTOS MONIQUE BIANCHI
Chegou a minha hora de tentar descrever em palavras tudo o que representou o dia do Salto de Paraquedas pra mim! Ter tomado essa decisão de saltar de paraquedas foi uma das melhores coisas que fiz na minha vida, mas vamos voltar um pouco no tempo… Sempre existiu a vontade de saltar de paraquedas, em alguns momentos era mais forte, mas ultimamente eu praticamente já havia desistido da ideia até que fiquei sabendo que alguns amigos estavam realizando excursão para Boituva para saltar e voltei a pensar no assunto. Confesso que só de pensar já senti calafrios mas tomada a decisão, não esperava desistir! Então eu comecei a fazer uma preparação psicológica algumas semanas antes de saltar.
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Acho que assim que você decide passar por isso, de todas as maneiras você tenta imaginar ou simular na mente como será a sensação, o tipo de medo que vai sentir; e minha forma de fazer isso era claro vendo vídeos de pessoas que já haviam saltado. Primeiro vídeo e eu fui às lágrimas. Sim, chorei vendo um vídeo! E não era de emoção não, era de medo mesmo na hora que eu vi o cara na portinha do avião e a altura que ele estava. Instantaneamente fiquei tentando me imaginar naquela cena e fiquei tremendo…
tade da galera não conseguimos comer praticamente nada, afinal éramos um poço de ansiedade! Conforme o tempo foi passando, a angústia foi crescendo. Lembro de ter ficado a maior parte do tempo olhando pro céu, claro. O nervosismo era tanto entre nosso grupo de amigos que começamos a pensar nas possibilidades de acontecer algo errado, todas as chances de tragédias que poderiam acontecer e acho que foi até uma boa ideia porque acabamos descontraindo e enquanto esperávamos nossa vez (fomos deixados por último) víamos as pessoas voltando com enorme sorriso no rosto e expressões de satisfação então deveria ser algo realmente bom assim que você chegasse ao chão sã e salvo! Eis que chega a hora! Já devidamente Confesso que tenho medo de altura. vestida com o macação da escola, conheSempre tive, mas fui fazendo tratamento cemos o instrutor que vai nos acompade choque e claro que passar por essa ex- nhar e ele começa a nos filmar e passar periência estava dentro dos planos. as intruções básicas para o salto. Somos Chegando em Boituva havia um café levados para um trator e com ele chegada manhã, mas claro que eu e mais me- mos até o avião! Hora do pânico! Eu acho
“Ter tomado essa decisão de saltar de paraquedas foi uma das melhores coisas que fiz na minha vida”
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1. Avião usado para salto em Boituva 2. Preparando para saltar 3. Vista de Boituva-São Paulo
que se a pessoa quer desistir é esse o momento porque a partir do momento que você entra no avião e ele decola, é como se você estivesse no piloto automático. Você escolheu passar por isso e você não quer desistir, quer apenas sentir a sensação e chegar de volta ao chão. São 15 minutos voando e foi muito divertido apesar do nervosismo. Os instrutores conversando, fazendo brincadeiras, o clima realmente vai ficando mais leve! O que dá um certo desespero é o fato de o avião [bb] ser pequeno e ir lotado, você mal consegue se mexer! E de repente a porta se abre e nossa, a sensação é inexplicável! Céu azul, muito vento, muitas nuvens, e lá fora somente a paisagem de Google Earth No meu avião fiquei meio passada porque foi uma mulher que abriu a porta do avião e saltou sozinha, do nada. Foi uma cena digamos inspiradora, rs! Voltando à porta do avião, só lembro de ter perguntado ao instrutor Zaquinha: "Então eu pulo ou você me empurra?" Na verdade não acontece nenhum dos dois, pois você vai agachada até a porta do avião, se posiciona olhando para cima e de repente quando você menos espera você cai, como se fosse um pequeno empurrão do instrutor. Lembro que assim que saltamos, eu fiquei esperando a sensação de frio na barriga pois imaginava que deveria ser mais ou menos parecida com a que sentimos na montanhas russas e brinquedos de parques como o Playcenter, mas o engraçado é que não deu frio na barriga nenhum! É muito diferente explicar com palavras e eu me impressionei com a minha reação porque eu estava esperando que ia chorar ou fazer cara de pânico, gritar socorro e foi bem o contrário. Eu gritava o
tempo todo: “Isso é lindoooo, lindooo” E curti cada segundo da queda livre. Assim que o paraquedas abriu, voltei à realidade e me emocionei muito por ter conseguido mas só conseguia gritar! Neste momento é a hora que você realmente cai na real do que acabou de fazer! Lembro que antes de chegar ao chão, o Zaquinha fez uns loops com o Paraquedas e eu gritei muito, porque dá muita tontura. Um detalhe que achei bem interessante é que não dá medo de altura depois que o paraquedas abre e você recobra sua consciência, mesmo estando ainda muito alto! Talvez seja a falta de referência, o fato de não estar com os pés em algum lugar, porque eu me lembro de já ter sentido mais medo no parapeito de um prédio do que a 1000 metros de altura presa a um paraquedas como neste dia, hehe. Chorei ao pousar, de emoção claro! E a vontade comum a 100% das pessoas neste dia era voltar ao avião e saltar de novo, basicamente a mesma sensação que você tem quando vai num brinquedo no parque, não tem que enfrentar fila e volta em seguida! Gostei tanto da experiência e me senti tão bem que em breve estarei de volta nos céus! E não é exagero meu dizer que este dia mudou minha vida porque nunca havia passado por sensações como essa e por mais que tivesse tentado adivinhar o que iria sentir, não consegui chegar muito perto, mas isso só saltando pra você entender. Dizem que os melhores sentimentos são aqueles que não conseguimos expressar com palavras não é?
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Tá ligado?
A QUEDA LIVRE NO PARAQUEDISMO É O IDEAL PARA QUEM QUER MAIS ADRENALINA E EMOÇÕES FORTES NA SUA VIDA Aokettun
Se é capaz de realizar qualquer coisa para ter mais emoções fortes na sua vida, a queda livre é o ideal para si. Saiba o que é fazer queda livre e conheça uma das atividades que mais revolucionou o paraquedismo radical.
dista salta de um avião a uma altura que se cifra habitualmente entre os 3.000 e os 4.000 metros e abre o paraquedas quando se encontra a 800 metros do solo. Neste espaço de tempo de queda livre que dura A QUEDA LIVRE NO PARAQUEDISMO cerca de 45 a 60 segundos, o paraquedista A queda livre é uma parte constituinte das várias mo- e o seu corpo estão em queda livre com a dalidades do paraquedismo. Na queda livre, o paraque- uma velocidade vertical de mais de 220 74
Tá ligado?
Instrutor saltando em dubla com aluno em Sevilha
no paraquedismo freestyle. O free flyer, em queda livre, sempre demonstra as suas capacidades técnicas e mostra todo o seu reportório; Salto de paraquedas com acrobacias em equipe: Saltar de pára-quedas e fazer acrobacias em equipe é um exercício que exige muito trabalho e coordenação de movimentos dos atletas. O Skysurf é considerado como o exemplo máximo disso. Os atletas (por exemplo: skysurfer e cameraflyer) geralmente interagem um com o outro na realização das manobras mais incríveis e fazem isso quando se encontram em plena queda livre. A entreajuda e a concentração de ambos é fundamental para que não exista qualquer tipo de erro; Salto de paraquedas na aterragem de precisão: Este TIPO DE SALTOS DE salto permite que todos experienciem a adrenalina que a PARAQUEDAS EM QUEDA LIVRE queda livre proporciona. Todos os interessados podem A queda livre é uma técnica utilizada em realizar um salto tandem que, apesar de não ser realitrês tipos de saltos distintos: zado individualmente, pois está sob a supervisão de um Salto de paraquedas com acrobacias: instrutor de uma escola de paraquedismo, é realizado em O melhor exemplo de um salto de para- queda livre. Este salto possibilita uma aterragem com a quedas que envolve acrobacias e mano- máxima precisão e segurança e pode despertar o “bichibras radicais, é aquele que é praticado nho” da aventura que existe dentro dos mais ousados. km/h. Neste percurso, os paraquedistas podem, através da mudança da posição do corpo, efetuar diversos movimentos e manobras acrobáticas em todos os sentidos, o que pode aumentar bastante a adrenalina e a velocidade vertical e a emoção forte da viagem. O tempo que os paraquedistas estão em queda livre aumenta a impetuosidade e espetacularidade deste desporto e atrai todos os adeptos de emoções fortes, pois fazer queda livre é sinónimo de pura adrenalina.
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Confira
ENCONTRO INTERNACIONAL DE PARAQUEDISMO EM BOITUVA O MAIOR ENCONTRO INTERNACIONAL DE PARAQUEDISMO REALIZADO NO BRASIL Lugi Cani
A cidade de Boituva, no interior de São Paulo, já sediou a 4ª edição do Encontro Internacional de Formação em Queda Livre – o maior encontro internacional de paraquedismo realizado no Brasil. O evento, no cnp (Centro Nacional de Paraquedismo de Boituva), contou com a presença de vários atletas de 12 países. Os melhores paraquedistas do mundo participaram do evento, entre eles americanos, europeus e atletas brasileiros de diversas partes do país. O objetivo principal do evento foi promover o paraquedismo Latino Americano, especialmente na modalidade Formações em Queda Livre. Além disso, a ideia foi 76
reunir atletas de todas as nacionalidades para o aperfeiçoamento técnico, troca de experiência e, claro, muito saltos. O evento teve a participação dos campeões e recordistas mundiais do paraquedismo Graig Girard e Eliana Rodrigues, ambos com mais de 20.000 saltos e diversos títulos internacionais. A Queda Livre Paraquedismo vai sempre prestigiar eventos deste porte que ajuda a divulgar o paraquedismo brasileiro no mundo.
Muitos saltos multiplos são realizados durante o evento
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Foto favorita
“Salte de paraquedas e você vai descobrir que a liberdade tem começo, meio e fim.” Caio Timpone
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Foto favorita
FOTO RICHARD LIMA Kevin Boyle saltando nas colinas geladas de Shen Yang
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Bruna Zanardo
Fala aí
O PRIMEIRO SALTO Matheus Zeutch
"Que Deus abençoe essa bagunça." Essa foi a última frase que meu instrutor de paraquedismo disse antes do avião decolar. Quando achei que já estávamos bem alto, olhei o altímetro: estávamos a 2 mil pés. Levou quase meia hora para alcançarmos os 10 mil pés do salto, embora eu achasse que tínhamos subido em cinco minutos. Eu estava quieto por fora, mas não por dentro. Lembro bem daquela sensação enquanto ganhávamos altitude. Minha respiração estava intensa, meu coração batia forte e minhas mãos estavam suadas. Eu nunca tinha sentido um medo daqueles. E logo descobri que aquele medo não era nada comparado ao que senti quando a porta do avião abriu e o momento de saltar chegou. Já não era mais medo. Era terror. Existem dois tipos de cursos de paraquedismo: o asl (Accelerated Static Line) e o aff (Accelerated Free Fall). Explicando de forma simples, o asl é composto por 16 níveis, e nos primeiros saltos o paraquedas é acionado sozinho, por uma fita presa ao avião. Já o aff é composto por sete níveis, e desde o primeiro salto o aluno tem queda livre, acompanhado por dois instrutores que o seguram pelo macacão até o momento da abertura do paraquedas. Em ambos os cursos é preciso passar por uma aula teórica de 10 horas e durante toda a navegação até o pouso o aluno é orientado por rádio. Escolhi o aff, confesso que os primeiros saltos foram muito tensos. Mas já no primeiro salto aprendi bastante coisa. E não apenas sobre paraquedismo em, mas sobre coisas que fazem sentido em muitas das áreas importantes da vida. A começar pelo medo, aprendi muito com essa sensação aterrorizante. 80
O medo que senti nos primeiros saltos foi grande. Foi crescendo conforme o avião subia. Foram vários tipos de medo misturados: do desconhecido, da insegurança, da possibilidade de falhar, do avião barulhento, da porta do avião, do confiar minha vida numas cordinhas e até da altura. E, para minha surpresa, todo esse medo ficou no avião no momento em que eu soltei o montante da asa. Simplesmente passou, de um segundo para outro. Parece que o medo não teve coragem de me seguir. Ficou apenas a deliciosa sensação de queda livre. É difícil descrever a queda livre, e ela é bem diferente do que eu imaginava. Percebi que nunca estive nem perto de uma queda livre, assim como a maioria das pessoas nunca vivenciará esta sensação. Você não vê o chão se aproximando. Só sabe que está descendo porque o ponteiro do altímetro está se mexendo. E você está descendo rápido, a mais de 200 km/h. A sensação é ótima, de liberdade. O vento... Tudo passa a ser uma mistura do alívio por ter se livrado do medo com uma bela dose de adrenalina. Depois de realizar as tarefas do salto e acionar o paraquedas, quando ele finalmente abre (três segundos demoram bastante nessa hora), a sensação é de conquista e alívio.
SOU TERRA
Johnny Walker correndo no Red Bull Minas Riders
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RED BULL
MINAS RIDERS JOHNNY WALKER FALA SOBRE O EVENTO RED BULL MINAS RIDERS POR BRUNO NUNES FOTOS RONALDO PEREIRA
O Brasil entra definitivamente na rota do enduro extremo mundial entre os dias 17 e 20 de abril com a disputa do Red Bull Minas Riders. Serão quatro dias de prova com cerca de 100 km por dia. O que podemos esperar do percurso? Bom, o responsável pela escolha das trilhas é ninguém menos que o "romaníaco" Martin Freidanemetz. Aquele mesmo, o organizador do legendário Red Bull Romaniacs. Então, os pilotos podem esperar pauleira pela frente. O Minas Riders incorpora o espírito de "Hard Enduro Rally", ou seja, uma prova mais longa dividida em vários dias cuja a navegação e o uso do GPS são primordiais, apesar da sinalização durante o percurso. É um conceito diferente de outras provas da série como o Enduro de Ezberg (Áustria), o Megawatt (Polônia) ou o Sea to Sky (Turquia) cuja corrida decisiva é disputada em poucas horas no mesmo dia. O formato do Minas Riders se assemelha muito mais ao próprio Romaniacs (Polônia) ou Roof of Africa (Lesoto). Grandes nomes da modalidade já confirmaram presença. Vamos conhecer o que ele espera do Red Bull Minas Riders.
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1. John Walker antes da prova 2. Durante a prova
Quais são suas expectativas para os obsQual a maior diferença do Romaniacs e táculos encontrados no Minas Riders? o Minas Riders? “Não vejo a hora de competir. Não sei “Não sei exatamente quais são as diferenexatamente o que esperar, porque é uma ças porque ainda não corri, mas por encompetição nova, mas tenho certeza que, quanto me parece que são competições com o Martin e todo o time da Red Bull bem parecidas. Acho que o calor pode na organização, vai ser uma corrida in- ser um fator.” crível. Com certeza estou ansioso, mas não sei muito bem o que esperar.” Qual será seu maior desafio ao competir no Minas Riders? “Acho que o maior desafio será não saber o que vai acontecer. Ninguém correu a corrida e ninguém sabe o que esperar ainda dessa etapa. É uma prova de quatro dias, com centenas de quilômetros por dia, então essa vai ser a coisa mais complicada. Começar a competir sem saber muita coisa, sem saber quão longe está o fim é muito difícil. Normalmente, a gente sabe o que esperar e, desta vez, vamos correr às cegas, pois estamos sem ter o que esperar dessa prova, desconhecemos tudo dessa pistas, ainda não treinamos para ter uma idéia.” 86
“Ninguém correu a corrida, ninguem sabe o que esperar dessa etapa”
Você tem alguma preparação diferente para uma competição indoor (SuperEnduro) e uma competição de hard enduro? “Sim, claro! Trabalhamos mais horas na bike. Meu treino e tudo mais muda completamente. Minhas corridas indoor duram apenas alguns minutos, enquanto as corridas externas têm umas sete horas. Acho que é bom mudar, e acho que tenho uma boa média de mudanças, corro indoor e outdoor, então isso me ajuda e me faz querer continuar competindo. Eu não faço a mesma coisa o ano todo.”
Tem uma estratégia diferente para cada O que levou você a competir na modalidia de competição ou a estratégia é só ir dade hard enduro? o mais rápido que você pode? “Eu costumava a andar em trilhas e de“Meu objetivo principal é só ganhar. Mas cidi começar no motocross. Eu Estava claro que tem algumas estratégias, como participando de campeonatos europeus tentar não bater, não se perder e tentar de enduro, e um dos pilotos comentou ter um dia perfeito, sem pequenos erros, de um campeonato de hard enduro. Eu para conseguir ficar à frente dos outros e meu empresário na época resolvemos pilotos. Pilotar com segurança, sem bater, que eu ia participar, e acabei ficando em é minha maior estratégia.” terceiro lugar, foi quando consegui o patrocínio da KTM Factory e tudo mais. Existem muitos iniciantes aqui no Brasil Isso já faz uns cinco anos. Meio que caiu participando de uma competição de do céu, do nada, não foi algo que eu semhard enduro pela primeira vez. Que pre imaginei fazer.” dicas você daria a eles? “É muito legal ver um monte de competi- Você teve um ano espetacular em 2015. dores iniciantes. Acho que o importante É claro que haverá comparações entre é não ir rápido demais, porque, no final este ano e o último. Em termos de resuldas contas, são quatro dias de corrida, tados, o que você quer alcançar agora? provavelmente vamos correr durante 20 “Ano passado foi um ano bom pra mim. horas ao total. Dar muito gás nas primei- Não tenho nenhuma reclamação. Meu ras horas não é uma boa ideia.” objetivo é fazer a mesma coisa.”
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O que acha do Brasil no calendário de hard enduro? “É muito interessante vir para um lugar como o Brasil, muito diferente dos outros lugares que costumamos praticar enduro. As outras corridas eram na Europa, nós não saímos muito de lá, mesmo para as corridas do mundial de indoor. Viajar para o México, a Argentina e o Brasil é muito legal, conhecer pessoas novas, mostrar quem você é, o mais legal é perceber que as pessoas te conhecem, mesmo você não sendo do país delas, são bastante receptivos. E essa última coisa é demais, porque as pessoas desses lugares nunca te viram antes, mas sempre leram sobre você na internet. Vir para o Brasil para uma corrida outdoor é com certeza muito bom, inclusive para os próprios brasileiros. Vai ajudar o esporte a crescer. Espero voltar durante muitos anos, sei que vai ser um sucesso.” 88
As pessoas brincam muito com o seu nome por causa da bebida? Qual a coisa mais engraçada que já fizeram com você? “Sim, brincam muito! Ouço brincadeiras sempre. Sempre ‘ah, é o whisky?!’. Acontece sempre, mas as pessoas acham que é a primeira vez que alguém fala isso, tipo ‘você é o criador do Jonny Walker, o whisky?’. Acham que eu nunca ouvi. Bem que queria ter criado o whisky... Mas aí não estaria correndo.” Se pudesse escolher uma de suas vitórias, qual seria a mais importante? “A vitória mais importante na minha opinião foi Erzberg Red Bull Hare Scramble, da segunda vez. Venci com 20 minutos de diferença para o segundo colocado. Ninguém ainda tinha vencido com esse tempo antes, fui muito rápido. Então ganhar dessa forma foi a melhor vitória, e minha família sabe disso.”
Quantas horas você treina por semana ou por dia? “Depende... Vou bastante à academia. Vou à academia na terça, quarta e quinta. Ando de moto umas três vezes por semana. Conheço muitos pilotos que andam de moto todos os dias, mas não entendo o ponto disso, sinto que você perde a paixão. Ando quando eu quero. Se acho melhor eu não andar, fico sem pegar a moto durante duas semanas. E aí na semana seguinte ando todo dia. Então depende de como estou me sentindo. Mas se começar a chover... Eu vou me molhar!” Você se lembra de algum obstáculo de alguma prova que tenha sido muito difícil? “Lembro de participar do Erzberg no ano passado e passar por uma dificuldade, na qual todos nós tivemos que ajudar uns aos outros, nunca vou esquecer isso. Pensava ‘por que a gente se quer correu este ano? Isso não é divertido’ Mas é claro que depois que você termina a prova, fica tudo bem.” Em termos de terreno, o que você esperar encontrar aqui no Brasil? “Não sei, mas dando uma olhada parece bastante com a Romênia, bem seco. Mas não sei de mais nada sobre a corrida.” 1. Fortes trilhas encontradas na metade da prova 2. Final da etapa bastante concorrido entre John Walker e Smith Taylor
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Equipe-se
HONDA CRF 230 TESTADA MOTO MAIS VENDIDA OFF ROAD DE TODO O BRASIL É TESTADA Mario Ferraz
ERGONOMIA Rodas de 18” atrás e 21” na frente dão à moto máximo vão livre em relação ao solo mas, mesmo pilotos mais baixos, conseguem tocar os pés no chão graças à altura do banco. O guidão pode ser ajustado para acomodar tanto pilotos mais altos quanto os mais baixos, o que MOTOR a torna ideal como uma moto para usar Muito trabalho foi colocado pela Honda neste impres- entre membros da família. A espuma do sionante motor de seis marchas. O motor de 223cc não banco é confortável o suficiente para initem dificuldades em puxar os 113Kg mais o piloto na ciantes pilotarem por horas sem reclamar. trilha. O alto giro de até 9800rpm é o suficiente para manter seus amigos nas importadas à vista e é fácil de SUSPENSÃO pilotar em qualquer nível. Na baixa e média rotação, a A suspensão da Honda CRF 230 vem CRF 230 é suave e permite ao piloto conforto para ace- equipada com componentes Showa que lerar em trilhas abertas ou estradas off-road. OHC, mo- fazem uma enorme diferença na agilinocilíndrico, 4 tempos, arrefecido a ar. o motor dessa dade da moto em qualquer tipo de pilomoto é monocilíndrico e possui 4 tempos, por isso é um tagem. A CRF 230 é pesada em trechos motor ideal para trilhas. mais travados, mas é estável em trechos
A Honda CRF 230 tem sido a moto puramente Off-road mais vendida do Brasil de longe. Por possuir preços exorbitantes e potência assustadora das CRF250R e CRF450R, a CRF 230 é a opção que mais se encaixa, para a maioria dos pilotos, no bolso, nas trilhas ou mesmo em pistas de motocross, mesmo não sendo desenvolvida para tal fim.
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1, 2. Ryan Adams testando na pista a Honda CRF 230
Jason Joseph Taylor
Jason Joseph Taylor
Equipe-se
de alta velocidade ou terrenos mais acidentados e esburacados. Pilotos leves vão gostar da suavidade da suspensão dianteira e traseira e pilotos mais pesados não vão reclamar. No geral a suspensão é bem balanceada e excelente para uma ampla gama de pilotos, podendo ser pilotos experientes ou não.
PARTIDA ELÉTRICA Esta é uma característica até comum em motos trail, mas em especial a da Honda CRF 230 funciona com excelência em qualquer condição, ou seja permite que o piloto a utilize inclusive para trilhas e chuva, permite que pilotos iniciantes subam na moto e já saiam pilotando sem medo de a moto morrer e não conseguir dar a partida no pedal, o que as vezes exige um pouco de manha.
AGILIDADE A moto é pesada, mas muito estável em trechos de alta velocidade. Ela se mantém na linha sem jogar a traseira para um lado e para o outro mas vai cansar o piloto em trechos mais travados. A CRF 230 faz bem curvas, mas não espere muita coisa em curvas cotovelo, pois nao é considerada tão rapida para isso.
FREIOS O freio a disco dianteiro é bem conveniente, devido ao peso da moto, que é considerada um moto pesada. É preciso um pouco mais de força nos manetes para parar a moto, mas segura a máquina de qualquer jeito. O freio a tambor traseiro é decente, só cuidado para não usar em excesso, o que vai levar o tambor a falhar rapidamente porque acaba fazendo muita força nos freios. Essa moto normalmente tem o freio CRF230. 91
Jean Ramos correndo no MXNações
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FIRST TIME
MXNAÇÕES
PRIMEIRA PARTICIPAÇÃO OFICIAL DE JEAN RAMOS NO MOTOCROSS DAS NAÇÕES POR JEAN RAMOS FOTOS IDÁRIO CAFÉ
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Foram longos dias depois que recebi o convite, com dois meses de antecedência. Estava no meio dos campeonatos estaduais, do Brasileiro e também do Arena Cross, e não pude mudar minha rotina de treinamento. Mas consegui realizar uma preparação boa e focar nos objetivos. Obtive, inclusive, bons resultados no Brasileiro e nos regionais. Mas as últimas semanas antes dessa grande prova foram um pouco complicadas para mim. Com muitas coisas para fazer, tanto com a Yamaha quanto com a ASW, tudo foi muito corrido. No entanto, acho que cheguei na França bem descansado e também bastante preparado e muito bem mentalmente. Foi uma experiência nova. Quando chegamos na França, tudo aconteceu muito rápido e tive pouco tempo para me preparar para a prova do fim de semana. Durante a semana da competição, tive94
mos a oportunidade de adaptarmos com o tipo de terreno e pista que enfrentaríamos. Como não me senti confortável na moto, acabei comprando uma suspensão, para melhorar seu comportamento. Mas só pude utilizá-la no sábado. Thales (Vilardi) e o Fabinho (Santos) também trabalharam bastante para estarem preparados para uma prova dura, que exige demais dos pilotos, já tinhamos na cebeça que essa prova não ia ser fácil. E o fim de semana chegou. No treino do sábado senti que estava rápido e fiquei entre os 13 melhores. No entanto, minha largada na corrida foi péssima e novamente não me senti confortável com a moto e com a pista e acabei por não conseguir um resultado melhor, que era o que eu e minha equipe esperávamos. Estava em 14, mas perdi duas colocações no fim. E com os resultados de Thales e Fabio, não conseguimos nos classificar.
1. Romain Febvre, vence as duas provas 2. Gautier Paulin lutando pela segunda colocação
DAY AFTER Acordei melhor no dia seguinte, sem aquela dor muscular normal após uma competição. Fui o primeiro a escolher o gate e larguei relativamente bem. Ao ver que Thales largou muito bem, acreditava que poderíamos alcançar um resultado importante. A pista estava bastante difícil, mas eu estava bem confortável com a moto, que se comportava melhor depois de trocarmos a câmara de ar pelo mousse.
mais o que fazer. Mesmo assim, pretendendo terminar a prova, precisei parar no pit para ver o estado da moto. Voltei para a pista mas fui obrigado a abandonar com fortes dores nos pés. Abandonar me fez sofrer bastante. Percebi que as pistas difíceis e técnicas que encontramos no Brasil são fáceis, se comparadas com a de Emée. É preciso andar em pistas verdadeiramente difíceis e técnicas para poder andar no Nações. Nada se compara com as pistas da Europa, tudo é bem mais difícil do que você imagina. Faltou adaptação ao tipo de pista, de terreno mais duro e com grandes canaletas. Fiquei melhor no dia seguinte, talvez Imprimi um bom ritmo e conquistei po- pela experiência adquirida no sábado. sições. Alguns pilotos caíram. Eu estava Foi uma boa experiência, o time andou em terceiro quando cometi um erro nas muito bem. Tanto o Thales como o Facostelas e acabei caindo. Fiquei alguns binho andaram muito bem. Infelizmente segundos no chão com dores no corpo. eu tive esse problema na última chance e E quando levantei soube que não tinha não passsamos para a proxima etapa.
“A pista estava bastante difícil, mas eu estava confortável para a prova”
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1. Marvin Musquin campão dessa etapa do Nações 2. Largada da competição 3. Thiago Lopes, Brasileiro chega em oitavo
MELHORAMOS? Mesmo sem a classificação, acredito que estou trabalhando de maneira correta nessa temporada. Senti isso no Brasileiro e também no Nações, apesar das grandes dificuldades. Isso ficou muito claro para mim nessa prova. Quando participei de etapas do mundial de motocross, em pouco tempo de prova eu ficava bastante cansado e terminava as baterias totalmente esgotado. Portanto, a parte física melhorou bastante. Me senti muito confortável no domingo. Se tivesse andado do mesmo jeito no sábado, talvez poderíamos ter tido um resultado melhor. Claro que seria mais complicado se tivéssemos obtido uma classificação no domingo, pois competiríamos as finais mais cansados e com os melhores do mundo. Mas acredito que em virtude de termos um treinamento bastante intenso no brasil e nos campeonatos nacionais serem bastante competitivos, a equipe andaria bem e foi o que aconteceu. Quando você corre mais confortável, você cansa menos e consegue executar melhor os moviementos necessário para os pulos. Assim, acredito que poderíamos andar bem na primeira prova, e sentiríamos um pouco na segunda. 96
A GALERIA Quero destacar um fato que me chamou atenção neste evento, o público. É estranho competir no Nações, pois você procura sempre estar concentrado, mas a energia do público é tão grande que não tem como ficar alheio. É possível escutar a vibração das pessoas a todo momento. Mesmo quando aguardava no gate o momento da largada, percebi o dinamismo dos fãs europeus. Foi difícil concentrar com toda aquela vibração, mas feliz-
“Quando você corre mais confortável, cansa menos” mente consegui me concentrar e dar o melhor de mim. Acredito que minha experiência internacional ajudou nessa hora, mas acho que o Fabinho, em sua estreia numa prova internacional, deve ter tido dificuldade para se concentrar com toda aquela energia do local. Mas tenho que ser sincero: nunca tinha visto nada igual ao público do Nações. Eles gritavam e torciam por todos os participantes, muito emocionante. Até para os pilotos que não são tao conhecidos eles torciam da mesma forma para todos.
NECESSIDADE DE ESTAR PREPARADO Depois dessa incrível experiência, a lição que aprendi foi que é preciso dar o melhor no sábado, para ficar mais tranquilo no domingo, ficando mais eficiente de passar de etapa. Mas, como disse, precisamos ter mais contato com os pilotos estrangeiros e com as pistas da Europa. Outro fator que também pesa no Nações é a falta de apoio das entidades no Brasil. Não existe nenhum trabalho que visa dar aos pilotos brasileiros condições de se prepararem adequadamente para este evento, o que complica muito a vida do piloto. Hoje contamos com nosso próprio trabalho, e os das nossas equipes para aprimorar a técnica e contar com bons equipamentos. No entanto, para participar de uma prova nesse nível é preciso muito mais. E o apoio de uma confederação é essencial. Alguns pilotos 97
1. Brasileiros Thales e Fabinho 2. Fabinho ganhando colocações
decidiram por conta própria realizar algum trabalho no exterior e colheram frutos disso, como o Antonio Jorge e Enzo Lopes, que conseguiram marcar seus nomes no exterior. Penso que nós pilotos estamos contribuindo para o crescimento e desenvolvimento do esporte ao investir em provas internacionais e trazer essa experiência para o Brasil, além daqueles que decidiram passar a experiência e adquiriram para as novas gerações, como Leandro Silva, chumbinho e tantos outros, que dedicam suas vidas para ensinar e treinar jovens. Isso não acontecia alguns anos atrás. Agora os jovens pilotos podem contar com escolas com grandes nomes do esporte para melhorar a pilotagem. 98
Mas a presença e participação da confederação é fundamental para termos condições ideais para competir em uma prova como o Nações, ou mesmo que sabe, um dia ter um campeão mundial. PLANOS Depois dessa grande experiência, pintou aquela vontade de fazer uma carreira internacional. Ainda não tenho planos de me transferir para o mundial, pois a atual situação do Brasil não favorece, além das empresas nacionais não terem o costume de apoiar algum brasileiro em provas internacionais. Minha carreira sempre foi difícil, pois é caro competir no Brasil. Tudo que consegui do esporte foi investido na minha carreira. Claro que andar
nuaram evoluindo, dando sinais de que se continuassem nesse mesmo ritmo, a festa em Erneé era garantida. Marvin Musquin conquistou o título americano de supercross; Roman Fabvre engatou uma quinta cheia no mundial e faturou a MXGP. Já Galtier Paulin, que havia sido o destaque de 2014 MxNações, continua andando forte e fechou a temporada como vice campão. O tempo passou e as expectativas para o Nações aumentaram. Pouco mais de um mês para a prova confirmei minha presença graças ao apoio incondicional PREVISÍVEL Em 2014, quando estava no meio das fes- do piloto Thales Vilardi, que investiu em tividades de encerramento do motocross minha presença em mais um Nações. Malas prontas, segui primeiro para os nas Nações na Letônia, após a vitória Estados Unidos, para registrar a final do na França, algo me dizia que seria tudo mundial de motocross, em Glen Helen igual em 2015, mas com um adendo: a ca , e tentar antever o que aconteceria festa estava programada para a casa dos uma semana mais tarde na França. Emée vencedores. Durante os 365 dias que passaram vi que os pilotos franceses conti- é lindo, nunca vi algo assim. na Europa pode abrir algumas portas, com o pessoal da JK, que chegou a conversar comigo. É necessário ter uma boa condição para competir fora do país, e caso isso ocorra, com certeza serei o primeiro a pegar a oportunidade. Bem, agora é focar nas provas brasileiras, para tentar conquistar bons resultados, e quem sabe, também títulos. Aproveito a ocasião para agradecer minha equipe e também aos fãs brasileiros que torceram muito por nós.
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MOTOS QUE MUDARAM O MOTOCROSS
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Tá ligado?
Prova de motocross, Lourenço Marques, 1965
4 MOTOS QUE MUDARAM COMPLETAMENTE A FORMA DE PRATICAR O MOTOCROSS
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Mxparts
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HUSQVARNA 400 CROSS 1970 Ela foi a estrela do filme clássico de 1971 On Any Sunyday. Considerada a primeira moto com a iniciativa de mudar o mundo e os parâmetros do motocross pois veio com várias alterações. Está nos créditos ao lado de Steve McQueen, o que ajudou a trazer o esporte ao conhecimento do grande publico. Esta moto é uma clássica que não envelhece ao lado do Sr. McQueen, um dos poucos personagens realmente icônicos no mundo das duas rodas e foi incluso no Hall os Fame do motociclismo em Pickerington, Ohio, Estados Unidos. A Husqvarna 400 era uma moto cheia de predicados quando o assunto era competição. Motor de 2 tempos de 395cc, excelente suspensão, chassi leve, entre outros.
Tá ligado?
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HONDA CR250R 1988 A CR250R de 1988 era uma moto completamente diferente do modelo de 1987 e foi a primeira moto considerada da segunda geração das motocross, muitos anos depois da primeira considerada para motocross que foi a Husqvarna. Ela foi a primeira a baixar o tanque e o quadro para centralizar melhor a massa, tornando a moto mais fácil de controlar e mais simples pro piloto conseguir pilotar. Mesmo assim, não era uma moto tão popular, já que muitos pilotos não gostavam do motor renovado de 1987.
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YAMAHA YZ400F 1998 A Yamaha transformou a moto de quatro tempos recreacional em uma maquina de competição com a YZ400F. Era muito mais confiável do que qualquer outra moto em sua categoria e a única no mercado que produzia torque suficiente para subir aos 12000 rpm, o que facilitava muito a subita em trechos longos. Enquanto a 400F tinha seus problemas, foi a moto mais importante da década de 90 principalmente pela maior capacidade de seu tanque.
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HONDA CRF450R 2002 Quatro anos se passaram antes de alguém conseguir chegar perto do que a Yamaha fez com a YZ400F, que foi a líder de mercado durante muitos anos. A CRF450R tinha todos os benefícios do motor quatro tempos da 400F, mas era mais leve, menor e mais fácil de pilotar., deixando o piloto mais seguro e confortável com os movimentos e manobras. Ela não tinha os problemas de motor, freios, carburação ou a dificuldade em fazer pegar da YZ400. A versão para enduro, a CRF450X, ainda é a favorita de muitos pilotos até os dias de hoje, trazendo muita estabilidade e conforto ao piloto.
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Confira
MONSTER ENERGY MXGP NOS DIAS 2 E 3 DE SETEMBRO DESEMBARCA NO BRASIL O MONSTER MXGP EVENTO MAIS ESPERADO DO ANO Mario Ferraz
O presidente da Youthstream Giuseppe Luongo e o diretor David Luongo foram até a cidade de Concord, Carolina do Norte para a apresentação oficial da etapa. Para Giuseppe e David é um feito muito especial esta primeira corrida do MXGP em um estádio, uma arena especializada que está acostumada a receber grandes provas da Nascar. Durante a apresentação eles tiveram a oportunidade de conhecer os organizadores do evento, Marcus Smith, CEO do Autódromo e o "Rei" do Supercross Jeremy McGrath, e vários outros membros da indústria americana. Durante a apresentação também foi anunciado que a Monster Energy será o patrocinador principal do MXGP of USA que será disputado uma semana após o MXGP of Americas na pista de Glen Helen. 102
Com o apoio da Monster Energy uma das lideres no mercado de bebidas energéticas e gigante mundial em marketing, o Monster Energy MXGP of Americas tem tudo para levar multidões de fãs para Charlotte, onde o publico é acostumado a ver corridas da Nascar. Giuseppe Luongo Disse: " É uma honra trabalhar em conjunto com o pessoal do autódromo e uma grande chance de levar o MXGP a outro publico. A área da pista de arrancada é perfeita para a construção de uma espetacular pista de motocross, será ótimo para os fãs que terão ótima visualização da pista inteira. O mundo
Freitas Gomes
Confira
Mineiro na Copa EFX, Brasil, Arujá, SP, 2002
inteiro estará acompanhando pela TV e internet, gostaríamos de agradecer a Monster Energy e todos os envolvidos pelo apoio, tenho certeza que está corrida ficará na memória dos fãs. Marcus Smith (CEO Speedway Motorsports) Disse: "Nós estamos comprometidos em fazer um grande evento, não mediremos esforços para ser a maior corrida de motocross do mundo. A Youthstream (empresa organizadora do MXGP) é uma excelente parceira, além de receber competidores de três continentes e dezesseis países mostraremos para o mundo a nossa estrutura para eventos". A Youthstream divulgou a versão "quase" definitiva do calendário 2016 do Mundial de motocross. A temporada começa com uma turnê fora da Europa maior, com cinco GPs passando pelo Catar, Tailândia, a inédita prova na Malásia, Argentina e México. Depois da fase europeia com 11 etapas o campeonato retorna à América do Norte, precisamente aos Estados Unidos, para os dois GPs de encerramento. No fa-
moso oval do Charlotte Speedway. Na Europa a novidade é a volta da Suíça como sede, sai a Suécia (Udevalla) por enquanto. Além do Motocross das Nações (Maggiora) a Itália continua com dois GPs (Trentino e Mantova), assim como a Holanda (Valkenswaard e Assen). Giuseppe Luongo Disse: " É uma honra trabalhar em conjunto com o pessoal do autódromo e uma grande chance de levar o MXGP a outro publico. A área da pista de arrancada é perfeita para a construção de uma espetacular pista de motocross, será ótimo para os fãs que terão ótima visualização da pista inteira. O mundo inteiro estará acompanhando pela TV e internet, gostaríamos de agradecer a Monster Energy e todos os envolvidos pelo apoio, tenho certeza que está corrida ficará na memória dos fãs. Durante a apresentação também foi anunciado que a Monster Energy será o patrocinador principal do MXGP of USA que será disputado uma semana após o MXGP of Americas na pista de Glen Helen na Califórnia. Será a primeira pista de motocross construída sobre as quatro pistas de arrancada dando aos expectadores a oportunidade de ficar muito perto da pista. A última etapa do NHRA (campeonato de arrancadas) acontece no dia 24 de abril, logo após essa data a pista de motocross começa a ser construída para dar início a proxima etapa do evento. 103
Foto favorita
"Viver, ĂŠ como andar de moto, para manter o equilĂbrio, basta acelerar a mil por/h e seguir em frente" Weslley Heimard
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Foto favorita
FOTO ROGÉRIO SUECO Jack White voando em sua Honda 2 tempos, em Yutah
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Felipe Kimio
Fala aí
O QUE ACONTECE NO MUNDIAL Henrique Clemente
Parece que veremos uma temporada perfeita do atleta mais experiente na MX2, Jeffrey Herlings. Se ele não sofrer uma queda inesperada ou uma falha na moto, ele poderá fazer este feito. Vimos a diferença na Argentina. Sei que ele está em outro nível quando se trata de uma pista de areia, mas esta da Argentina parecia difícil de abrir vantagem. Todos estavam muito próximos e mesmo assim ele conseguiu colocar mais de 30 segundos de vantagem. Estou um pouco surpreso com Anstie este ano, apesar de ser verdade que ele está voltando de lesão. Mas acho que ele pode mais. Foi melhor no GP passado e, como ele falou, finalmente parece que a sua moto é a moto que ele espera. Outra boa surpresa é Bernardini pela TM de Fábrica. Está mostrando bons resultados. Gosto de ver como ele muda o traçado quando tem pilotos atrás dele. Vamos começar pelo campeão mundial. Romain Febvre é o mais rápido neste momento, mas parece que estava no lugar errado, na hora errada neste fim de semana. Gosto da pilotagem dele, não muito do estilo, mas posso notar que ele usa algumas das técnicas de pilotagem da Supermoto. Já corri Supermoto quando estava na Martin Honda e posso dizer que é possível utilizar essas técnicas no motocross. Acho muito importante fazer estas experiências, seja no MX, enduro, trial ou até mesmo nas pistas de asfalto. Tudo ajuda no motocross. Enfim, voltando ao Febvre, acho que ele está sentindo um pouco da pressão em defender o título, o que vai ser bom para as emoções do campeonato. Bobryshev parece estar bem neste ano, e as Hondas de alguma forma sempre foram bem nas largadas deste ano, o que é muito importante para se manter com os 106
caras lá na frente. Mas o tombo na segundo bateria custou pontos importantes ao russo. Van Horebeek começou muito constante, terminando corridas na quarta e quinta colocações, e por isso está em quarto no campeonato neste momento. Nagl mostrou boa velocidade, e ele gosta deste tipo de pista, com solo parecido a Mantova (Itália), onde também teremos etapa do Mundial este ano. Sem o DNF (não completou a bateria) no Catar, estaríamos vendo ele entre os três melhores do campeonato. As Husqvarnas também estão parecendo muito boas. Também vimos Desalle voltando lentamente de sua lesão. E outros muitos pilotos que nós nem imaginamos os problemas que tiveram na pré-temporada, e por isso fica complicado julgar. Por fim, vamos falar do novato Tim Gajser. Ele fez uma grande mudança no seu estilo para esta temporada, e parece estar mais suave do que ano passado. Controla muito bem o poder da 450. É verdade também que não é a primeira vez que ele anda de 450. Nos últimos anos, usou muito a 450 em treinos e em pequenas corridas. Então, não é uma coisa totalmente nova para ele. Acho que Tim será o novo campeão mundial neste ano!
Pedro Ferreira
Fala aí
CAMINHOS COM MINHA BICICLETA João Cumerlato
Tudo começou em 2010 com uma pesquisa que eu vinha fazendo na internet sobre o Caminho de Santiago de Compostela. Eu tinha decidido ir sozinho em junho de 2010 e enquanto procurava informações sobre o caminho, encontrei um post de Ricardo de Santis de São Pedro - SP, perguntando se alguém queria fazer o caminho de bike em junho de 2010. Bingo! Mandei um email para ele dizendo que eu estava indo e talvez pudéssemos ir juntos. Ele topou e em seguida um amigo meu que faz Iron Man, Edésio Cervino, decidiu se juntar a nós. Pedalamos juntos pela primeira vez em março. De janeiro até junho treinamos pelo menos 3 vezes por semana, Ricardo em São Pedro, Edésio com foco no Iron Man e eu sozinho na USP. Registrei todos os meus treinos no Garmin Connect e para se ter uma ideia, de janeiro ao final de maio foram 1.637 km de preparação. Ficamos prontos para a jornada que se iniciava em 13 de junho de 2010 na cidade de San Jean Pied de Port na França, com o objetivo de completar a viagem em 24 de junho em Santiago de Compostela. A viagem até Saint Jean foi tranquila. Chegamos no hotel, descarregamos as bikes e malas jantamos e fomos dormir cedo porque o dia seguinte começaria a jornada e não seria fácil. No outro dia, depois do café da manhã, começamos a pedalar por volta das 11 horas. Nesse dia foram 27 km de subida forte, levamos nada menos que 4 horas para chegar ao topo, 1400 metros de altitude. Neste primeiro dia foram 87 km de pedalada até nosso segundo hotel em Pamplona, totalizando 9 horas. Segundo dia acordamos as 7:30 da manhã mas acabamos saindo de Pamplona apenas ao meio dia. Nesse dia a trilha não foi tão intensa quanto no dia anterior, as subi110
das não eram tão íngremes mas estavam por toda parte. As dificuldades foram compensadas pelas paisagens magníficas. Campos de trigo, dezenas de torres de geração de energia eólica, pontes da idade média e cidades históricas. Chegamos a Stella as 20 horas. Totalizamos mais 68 km nesse segundo dia. O terceiro dia foi complicado também, muita subida e muito frio, fazia cerca de 11 graus. Apesar da dificuldade e do frio, fizemos 57 km. O quarto dia foi mais intenso, pedalamos 73 km, o trajeto não tinha subidas íngremes mas a dificuldade estava no vento forte sempre de frente, que não deixava passar dos 12 km por hora nesse dia. E assim seguiu nossa jornada, com ainda muitos quilômetros pela frente e diversas dificuldades que continuavamos a encontrar, desde o frio até subidas intermináveis. Conseguimos completar todo o trajeto em 12 dias, sendo a última parada em Santiago de Compostela. Nesse dia foi a primeira vez que conseguimos sair no horário as 9:30 da manhã, com sol bastante forte. A sorte foi a presença de uma brisa que durou até a 13 hora da tarde, que permitiu que completássemos 30 km mais tranquilos. Chegamos em Santiago as 16 horas com a sensação de alívio e de missão cuprida.
Poema Visual
Com os CartĂľes de CrĂŠditos TAM. suas compras viram viagens.