TFG - ECO URBANO: Parque Linear em Araçatuba/SP | Felipe Humberto

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Felipe Humberto Silva da Costa

ECO URBANO: PARQUE LINEAR EM ARAÇATUBA/SP Requalificação ambiental, social e urbana do córrego Alvoradinha e constituição de microrreserva ecológica Meandro do Baguaçu.

CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO ARAÇATUBA 2019


Felipe Humberto Silva da Costa

ECO URBANO: PARQUE LINEAR EM ARAÇATUBA/SP Requalificação ambiental, social e urbana do córrego Alvoradinha e constituição de microrreserva ecológica do Meandro do Baguaçu.

Trabalho Final de Graduação apresentado na faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Toledo, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da Profª Esp. Manuella Boreggio.

CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO ARAÇATUBA 2019


ECO URBANO: PARQUE LINEAR EM ARAÇATUBA/SP Requalificação ambiental, social e urbana do córrego Alvoradinha e constituição de microrreserva ecológica Meandro do Baguaçu.

Trabalho final de graduação apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Toledo, sob orientação da Profª. Esp. Manuella Boreggio Costa dos Santos.

09 de ............................... Dezembro Aprovado em .......... de 2019.

BANCA EXAMINADORA __________________________________ Profª. Esp. Manuella Boreggio C. dos Santos Centro Universitário Toledo

__________________________________

__________________________________

Prof. Me. Sérgio Ballassoni

Arqtº. Bruno Coquetti

Centro Universitário Toledo

Arquiteto e Urbanista


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, me dando coragem para questionar as realidades, me capacitando e me fazendo um instrumento credor em um novo mundo de possibilidades, a meus pais Humberto e Ivanir e meus irmãos Hállan e Hállex.


Agradeço primeiramente à Deus que com sua

AGRADECIMENTOS

compassividade, permitiu que tudo isso acontecesse, me sustentando e me fortalecendo nos momentos difíceis. A minha família que é a base de todo o amor e compreensão, em especial meus pais Humberto e Ivanir, estando sempre presentes, cuidando e fazendo o possível por mim. Meus queridos irmãos Hállan e Hállex, por serem tão companheiros. Agradeço

aos

meus

mestres

professores

que

contribuíram para meu conhecimento e aprendizado, em especial a minha incrível orientadora e professora Manuella Boreggio por sua confiança em minhas colocações, me auxiliando com sua experiência e me despertando ainda mais entusiasmo pelo urbanismo. Agradeço as amizades e parcerias formadas com pessoas que fizeram meus dias mais felizes ao longo dessa jornada acadêmica. E a todos que de forma direta ou indireta fizeram parte da minha formação, muita gratidão por todos vocês.


“Pense globalmente, aja localmente.� David Brower


RESUMO

A problemática ambiental vivenciada pelas cidades, exerce grande poder de impacto nas relações sociais do ambiente urbano, levando a uma observação nas questões de planejamento adotados no decorrer dos últimos tempos. Atualmente os vestígios naturais distribuídos no meio urbano exercem grandes funções ecossistêmicas, que não são levadas em consideração e acabam caindo no descaso e esquecimento na demanda de crescimento e expansão das cidades. Dessa forma, acabam sendo sufocadas e engolidas pelas cinzas edificações e a alta poluição, visto que, poderiam agregar funções recreativas para a sociedade e conservação do meio ambiente. Em vista a estes problemas, a proposta a seguir tratará a formação de um parque linear com princípios ecológicos e sociais em uma das áreas públicas vítima da negligencia urbanística, visando exemplificar uma melhor maneira para a conservação do espaço em respeito aos recursos naturais fornecidos pelo meio ambiente, dispondo de estratégias sustentáveis que contrapõem os efeitos de degradação socioambientais, e que, pode contribuir para a sociabilidade, vitalidade e dinamismo da região. Palavras-chave: ecossistêmico; urbano; meio ambiente; vitalidade; sociabilidade, sustentabilidade; urbanização.


ABSTRACT The environmental problem experienced by the cities exerts great impact power on the social relations of the urban environment, leading to an observation in the planning issues adopted in recent times. At present, the natural traces distributed in the urban environment exert great ecosystem functions, which are not taken into account and end up falling into neglect and forgetfulness in the demand for growth and expansion of cities. In this way, they end up being suffocated and swallowed by the ashes buildings and the high pollution, since, could add recreational functions for the society and conservation of the environment. In view of these problems, the following proposal will deal with the formation of a linear park with ecological and social principles in one of the public areas victim of urban neglect, aiming to exemplify a better way for the conservation of space with respect to natural resources provided by the environment environment, with sustainable strategies that counteract the effects of social and environmental degradation, and which can contribute to the sociability, vitality and dynamism of the region. Keywords: linear park; ecosystem; urban; ecological; environment; vitality; sociability, sustainability; urbanization.


SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................................ 13 Objetivo Geral ..........................................................................................................................................................................14 1.2

Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................................15

1.3

Procedimentos metodológicos ..............................................................................................................................................15

RESUMO (ARTIGO) .................................................................................................................................................................................. 16 ABSTRACT (ARTIGO) ................................................................................................................................................................................ 16 INTRODUÇÃO (ARTIGO) .......................................................................................................................................................................... 17 I-

PROBLEMÁTICA AMBIENTAL E SEUS REFLEXOS NO MEIO URBANO E NA SOCIEDADE............................................................. 17

1.1

Relação do homem com a natureza ....................................................................................................................................19

1.2

Conforto ambiental dos espaços urbanos............................................................................................................................21

1.3

Manejo dos recursos hídricos perante o espaço urbano ....................................................................................................24

II 2.1

AS ÁREAS VERDES E SEUS BENEFÍCIOS ........................................................................................................................................ 28 Parques: a integração de aspectos sociais, culturais e ambientais ..................................................................................31

III - ELEMENTOS DE VITALIDADE URBANA E SOCIABILIDADE SUSTENTÁVEL..................................................................................... 33 3.1

O valor de andar a pé ............................................................................................................................................................34

3.2

A concepção de bons lugares ..............................................................................................................................................37

3.3

O contemplar das paisagens .................................................................................................................................................39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................................................................... 40 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................................... 40 IV -

REFERÊNCIAS PROJETUAIS ....................................................................................................................................................... 44


4.1

PARQUE MUNICIPAL DO MINDU ..............................................................................................................................................44

4.2

PARQUE DA JUVENTUDE ..........................................................................................................................................................48

4.3

PARQUE MANGAL DAS GARÇAS ............................................................................................................................................52

4.4

PARQUE CANTINHO DO CÉU ...................................................................................................................................................56

4.5

QUADRO COMPARATIVO ........................................................................................................................................................60

V-

RECORTE ESPACIAL: LEVANTAMENTOS E DIAGNÓSTICOS ........................................................................................................ 62

5.1.

CIDADE DE ESTUDO ..................................................................................................................................................................62

5.2.

A ÁREA DE PROJETO NA CIDADE ............................................................................................................................................64

5.2.1.

MAPA ZONEAMENTO .........................................................................................................................................................64

5.2.2.

USO DO SOLO ....................................................................................................................................................................68

5.2.3.

GABARITO DE ALTURA .......................................................................................................................................................70

5.2.4.

CHEIOS E VAZIOS ................................................................................................................................................................72

5.2.5.

MAPA DE VISADAS DO ENTORNO ....................................................................................................................................74

5.2.6.

SISTEMA VIÁRIO (CLASSIFICAÇÃO VIÁRIA) ......................................................................................................................76

5.2.7.

SISTEMA VIÁRIO (FLUXO E INFRAESTRUTURA VIÁRIA) .......................................................................................................78

5.3.

ANÁLISE DO TERRENO ..............................................................................................................................................................80

5.3.1.

TOPOGRAFIA E HIDROGRAFIA ..........................................................................................................................................80

5.3.2.

INSOLAÇÃO E VENTOS DOMINANTES ..............................................................................................................................82

5.3.3.

COBERTURA VEGETAL (DENSIDADE ARBÓREA E ÁREAS PERMEÁVEIS) ..........................................................................84

5.3.4.

MAPA DE VISADAS DO TERRENO (VISUAIS)......................................................................................................................86

VI -

O PROJETO ............................................................................................................................................................................... 90


6.1.

DIRETRIZES PROJETUAIS .............................................................................................................................................................91

6.2.

CONCEITO E PARTIDO ..............................................................................................................................................................92

6.2.1.

CONCEITO ..........................................................................................................................................................................92

6.2.2.

PARTIDO ..............................................................................................................................................................................93

6.3.

PROGRAMA DE NECESSIDADES E DIMENSIONAMENTO ESPACIAL ......................................................................................94

6.4.

ORGANOGRAMA .....................................................................................................................................................................98

6.5.

FLUXOGRAMA ...........................................................................................................................................................................99

6.6.

ESTUDOS PRELIMINARES ..........................................................................................................................................................100

6.6.1.

CROQUIS ...........................................................................................................................................................................109

6.6.2.

AÇÕES DE MELHORIA ......................................................................................................................................................100

6.6.2.1.

Vielas .................................................................................................................................................................................100

6.6.2.2.

Mobilidade espacial .......................................................................................................................................................102

6.6.3.

LEGISLAÇÕES ....................................................................................................................................................................104

6.6.3.1.

Código florestal e Parcelamento do solo urbano .......................................................................................................104

6.6.3.2.

Instrumentos Urbanísticos ................................................................................................................................................106

6.7.

IMPLANTAÇÃO ........................................................................................................................................................................109

6.8.

SETORIZAÇÃO .........................................................................................................................................................................112

6.9.

PERCURSOS DE IMERSÃO NA NATUREZA ..............................................................................................................................113

6.9.1.

Passeio Comum ...............................................................................................................................................................114

6.9.2.

Passeio Compartilhado ...................................................................................................................................................115

6.9.3.

Decks de travessia hídrica ..............................................................................................................................................116


6.9.4.

Trilha Térrea.......................................................................................................................................................................117

6.9.5.

Trilha Suspensa .................................................................................................................................................................118

6.10. PROPOSTA PROJETUAL ...........................................................................................................................................................119 6.10.1.

Prédio Administrativo ...................................................................................................................................................119

6.10.2.

Prédio Manutenção e Limpeza ..................................................................................................................................121

6.10.3.

Módulos Container – Equipamentos de Serviço .......................................................................................................125

6.10.4.

Borboletário...................................................................................................................................................................128

6.10.5.

Oficinas ..........................................................................................................................................................................133

6.10.6.

Concha Acústica .........................................................................................................................................................137

6.10.7.

Mirante...........................................................................................................................................................................139

6.11. VEGETAÇÃO ...........................................................................................................................................................................144 6.11.1.

Vegetação para extensão do parque urbano ........................................................................................................144

6.11.2.

Vegetação de recomposição e reflorestamento....................................................................................................145

6.12. MATERIAIS E TÉCNICAS CONSTRUTIVOS ................................................................................................................................147 6.12.1.

Taipa de pilão ...............................................................................................................................................................147

6.12.2.

Concreto Aparente .....................................................................................................................................................149

6.12.3.

Placa Cimentícia ..........................................................................................................................................................149

6.12.4.

Elementos Metálicos ....................................................................................................................................................149

6.12.4.1.

Estruturas Metálicas ...................................................................................................................................................150

6.12.4.2.

Módulos container de 20’ e 40’...............................................................................................................................152

6.12.4.3.

Telhas metálicas (termo acústicas) .........................................................................................................................153


6.12.4.4.

Itens de acabamento ..............................................................................................................................................153

6.12.5.

Sapê ...............................................................................................................................................................................155

6.12.6.

Pavimentação ..............................................................................................................................................................155

6.13. SUSTENTABILIDADE ..................................................................................................................................................................157 6.14. CONFORTO AMBIENTAL .........................................................................................................................................................158 6.15. ACESSIBILIDADE .......................................................................................................................................................................161 6.16. EQUIPAMENTOS URBANOS .....................................................................................................................................................161 6.17. MOBILIÁRIO URBANO .............................................................................................................................................................163 VII -

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................................... 165

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................... 166


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INTRODUÇÃO

Os parques dispõem de diversas atividades, de acordo com Magalhães (2001), eles funcionam como um “pulmão verde” para as cidades, contribuindo, de certa maneira, como um serviço ecossistêmico, contrabalanceando os efeitos da poluição. O trabalho a seguir trata a adequação de um parque urbano e ecológico em uma das áreas verdes de domínio público abandonadas de Araçatuba/SP, abordando questões de conservação e valorização dessas áreas esquecidas, dando ao espaço uma atenção especial, afim de exaltar a importância da sua natureza e de seus recursos para com a cidade, propondo um uso coletivo de maneira consciente, sem agredir o meio ambiente e que pode melhorar a qualidade de vida da população. A urbanização vem aumentando cada vez mais e, em conjunto, se tem o surgimento de várias problemáticas físicoclimáticas, tais como: a redução da biodiversidade dada pelo desmatamento, a variação excessiva das temperaturas, a poluição advinda pela vasta produção de lixo e de esgoto, entre outros. Corbella e Yannas (2003, p.54) declaram que o processo de urbanização é capaz de criar microclimas com parâmetros que se diferenciam do real clima local. Não só em Araçatuba-SP, mas em inúmeras cidades, as construções estão preenchendo o espaço e impermeabilizando boa parte dos terrenos urbanos, deixando em esquecimento áreas verdes relevantes que se constituem recursos considerados essenciais para o desenvolvimento qualitativo das cidades e que podem contribuir muito no equilíbrio climático desses espaços. É necessário ter consciência de que a cidade irá crescer cada vez mais, e que o não zelo pelas


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áreas verdes trará consequências negativas para o meio ambiente urbano, tais como: “alterações do clima local, enchentes, deslizamentos e falta de áreas de lazer para a população.” (AMORIM, 2001 p.38). O ambiente humano e o natural ainda não estabelecem entre si uma ligação harmoniosa, sendo que o natural é incessantemente agredido e afetado. De certa forma é essencial a interação de maneira sustentável e responsável, fazendo com que a humanidade se olhe como uma parte da totalidade viva e natural, que impera em nosso planeta (VERNIER, 1994). O ser humano sente os problemas, porém, tem dificuldade de enxergar e de relacioná-los ao não cuidado para com o meio ambiente e, porventura, acabam contribuindo para a degradação do ambiente natural sem pensar que o contato com a natureza é essencial para o seu desenvolvimento. Apesar da área de implantação localizada na cidade de Araçatuba/SP ser cortada por uma hidrografia regional – Ribeirão Baguaçu – e municipal – córrego Alvoradinha (Três Sete) – que são recursos de preservação, o espaço apresenta uma vegetação significativa para o equilíbrio ambiental que é vulnerável por não ser destacada como Área de Interesse Ambiental, na qual já vem sendo tomada por edificações, que por sinal não respeitam os limites de construção dos recursos hídricos. Objetivo Geral O projeto tem como objetivo geral, a requalificação e conservação de uma área de grande potencial ambiental, formando um parque que some princípios ecológicos e sociais, na intenção de contribuir em uma melhoria socioambiental naquela região.


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1.2 Objetivos Específicos Como objetivos específicos destacam-se fatores de interação social, cultural e ambiental, sendo esses: a disposição de espaços contemplativos e participativos para os cidadãos; melhoria de qualidade de vida para a população; valorização dos recursos naturais existentes; resgate da relação entre o homem e a natureza; e a conservação da área, fornecendo uma manutenção adequada ao espaço. Além disso, ao propor um projeto como esse, é pertinente fazer dele também uma instalação turística para a cidade, afim de proporcionar uma macro visibilidade para Araçatuba/SP. 1.3 Procedimentos metodológicos Na intenção de obter mais informações sobre a questão tratada e a área de implantação do projeto, foram feitas pesquisas bibliográficas embasadas em estudos teóricos de arquitetos, urbanistas, especialistas, geógrafos e ambientalistas, acerca de temas voltados a relação entre o homem e o ambiente natural, a forma que a população interage entre si nos espaços públicos, o tratamento das hidrografias nas cidades e os problemas físico-climáticos advindos do mal planejamento do espaço urbano. Também foram realizados: a escolha da área de projeto e delimitação da mesma; pesquisas de projetos correlatos, para estudos de casos; levantamento de dados, análises e diagnósticos da área de implantação de projeto e seu entorno através de mapas, na intenção de adequar o projeto para que se tenha o mínimo de impactos possíveis; visita de campo ao local de projeto na intenção de reconhecer a área, identificando os problemas existentes; viabilizar soluções e até mesmo oportunidades de projeto que o terreno possa ter; e elaboração do programa de necessidades, fluxograma e organograma; definição de conceito e partido para o projeto; estudos de massas/setorizações/volumetrias; implantação.


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A SOCIEDADE E A NATUREZA NOS ESPAÇOS URBANOS COMO ELEMENTOS VITAIS E SUSTENTÁVEIS PARA AS CIDADES Felipe Humberto Silva da Costa 1 Manuella Boreggio Costa dos Santos 2 SOCIETY AND NATURE IN URBAN SPACES AS VITAL AND SUSTAINABLE ELEMENTS FOR CITIES RESUMO: A problemática ambiental vivenciada pelas cidades,

ABSTRACT: The environmental problem experienced by the cities

exerce grande poder de impacto nas relações sociais do ambiente urbano, levando a uma observação nas questões de planejamento adotados no decorrer dos últimos tempos. Atualmente os vestígios naturais distribuídos no meio urbano exercem grandes funções ecossistêmicas, que não são levadas em consideração e acabam caindo no descaso e esquecimento na demanda de crescimento e expansão das cidades. Dessa forma, acabam sendo sufocadas e engolidas pelas cinzas edificações e a alta poluição, visto que, poderiam agregar funções recreativas para a sociabilidade e conservação do meio ambiente. As etapas da pesquisa descrita, refere-se a uma reflexão a respeito do comportamento da sociedade perante os recursos naturais fornecidos pelo meio ambiente, a importância das áreas naturais nos espaços urbanos, e o emprego de estratégias sustentáveis que contrapõem os efeitos de degradação socioambientais, e que, mesmo assim, podem contribuir para a otimizada prevalência da vitalidade e dinamismo das cidades.

exerts great impact power on the social relations of the urban environment, leading to an observation in the planning issues adopted in recent times. At present, the natural traces distributed in the urban environment exert great ecosystem functions, which are not taken into account and end up falling into neglect and forgetfulness in the demand for growth and expansion of cities. In this way, they end up being suffocated and swallowed by the ashes buildings and the high pollution, since, could add recreational functions for the sociability and conservation of the environment. The stages of the research described refer to a reflection about the society's behavior towards the natural resources provided by the environment, the importance of natural areas in urban spaces and the use of sustainable strategies that counteract the effects of social and environmental degradation, and which, even so, can contribute to the optimized prevalence of vitality and dynamism of cities.

Palavras-chave:

ecossistêmico; urbano; meio ambiente; vitalidade; sociabilidade, sustentabilidade; urbanização.

Keywords: ecosystem; urban; environment; vitality; sociability, sustainability; urbanization.

Graduando bacharelado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Toledo de Araçatuba - SP Arquiteta e Urbanista graduada pela FCT/UNESP de Presidente Prudente com especialização em Direito Administrativo e Gestão Municipal pelo Centro Universitário Toledo de Araçatuba - SP. 1 2


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INTRODUÇÃO A questão ambiental vem se agravando e é cada vez mais relevante sua reflexão na medida de expansão das cidades e apropriação demasiada dos recursos naturais. Os problemas relacionados as desconformidades com o meio ambiente, podem resultar em estudos eficientes que concebem melhorias ao planejamento dos espaços urbanos, e em um contexto geral, da cidade como um todo (LIMA; AMORIM, 2006). Para isso, as reações assentadas pelo padrão de vida desenvolvido das cidades nos últimos tempos, através do processo de urbanização, devem ser questionadas e revisadas, no objetivo de enxergar o auto envenenamento, causado pela própria sociedade (HOGAN, 2000). É necessário ter a consciência de que a cidade irá crescer cada vez mais, e que, o não zelo pelos recursos e áreas de grande valor ambiental trará inúmeras consequências negativas para o meio ambiente urbano, tais como, alterações do clima local, enchentes, deslizamentos e ausência de áreas de lazer para a população (LIMA; AMORIM, 2006).

I - PROBLEMÁTICA AMBIENTAL E SEUS REFLEXOS NO MEIO URBANO E NA SOCIEDADE

progressista era resultar na “sociedade ideal”, com comunidades desenvolvidas e onde os recursos fossem utilizados da maneira mais racional possível. No entanto, o

O comportamento adotado pela sociedade há

progresso para o alcance dessa sociedade, começou a

muito tempo é de progresso, crescimento e evolução,

passar ser tratada como uma meta a ser atingida,

sempre buscando técnicas aprimoradas para o domínio da

independente dos sacrifícios que deveriam ser feitos. Com

natureza.

isso, o progresso e o desenvolvimento chegaram, porém, os

Inicialmente,

a

intenção

desse

processo


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princípios de preocupação com a natureza não vieram

perceptível as mutações que vem acontecendo no espaço

associados, como combinado (CARVALHO, 2011).

natural.

Não é à toa que países ditos "desenvolvidos" estão tão preocupados com a natureza e os recursos daqueles ditos "subdesenvolvidos". Fizeram o que fizeram com seus recursos e porque não dizer com os de "outros" que hoje é de lá (países desenvolvidos) que surgem as grandes questões de sustentabilidade ou não do planeta (CARVALHO, 2011 p.3).

A intensiva observação feita nas cidades aos

Para o Brasil, sabe-se que em 1950, 25% da população vivia nas cidades, ao passo que agora 75% está nas cidades. A efeito do crescimento e adensamento soma-se a poluição resultante da grande dispersão de gases nocivos, produzidos pela enorme quantidade de veículos transitando pelas ruas. [...] apresentam alguns problemas criados pelo adensamento dos edifícios, pelo aumento de sua altura, pelas muralhas que eles representam para a circulação do ar (CORBELLA; YANNAS, 2003, p.54).

problemas relacionados ao meio ambiente, resultam em

“Pátios privados e vias públicas são asfaltados,

estudos eficazes para a melhoria do planejamento urbano,

excessivamente iluminados e tem aparelhos mecânicos

gerando políticas capazes de tornar o uso e ocupação do

quentes e barulhentos” (FARR, 2008 p.5). Está tendo uma

solo o menos impactante possível, e assim, proporcionar um

alta troca dos valores naturais por ruídos, concreto,

ambiente ecologicamente equilibrado, melhorando a

máquinas, edificações e poluição, no entanto, a sociedade

qualidade de vida da população (LIMA; AMORIM, 2006).

é extremamente dependente desses valores orgânicos,

Lima e Amorim (2006) relacionam parte desses

disponibilizados pelo meio ambiente (LIMA; AMORIM, 2006).

problemas no meio urbano à alta concentração da

Diante tal situação de degradação do ambiente

população nas cidades, em consequência disso, é

natural, o ambiente urbano passa a ficar constantemente exposto a sofrer com os problemas de inundações


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decorrentes à alta taxa de impermeabilização do solo, as

qualidade de vida urbana em várias ordens – social, cultural

ilhas de calor devido a concentração do calor no solo

e ambiental – e que, consequentemente, afeta toda a

asfáltico e à carência de mananciais adequados para

população urbana (GORSKI, 2010).

abastecimento público e a desqualificação da paisagem fluvial, em razão à má gestão de planejamento, em

1.1

conjunto à poluição gerada pela população (GORSKI, 2010). Como tratado, o ambiente humano e o ambiente natural não estabelecem uma relação equilibrada entre si, o meio ambiente está sendo constantemente agredido e perdendo seu espaço. Para obter um controle e harmonia entre os dois universos, é indispensável uma interação de maneira sustentável e responsável, enxergando-se como parte do meio ambiente, que é a totalidade que impera em nosso planeta (VERNIER, 1994). A problemática ambiental vivenciada pelas cidades e a dinâmica de produção de espaço precisam estar atreladas, não tratadas singularmente, só assim, é possível combater os impactos negativos que prejudicam a

Relação do homem com a natureza A relação dada entre o homem e a natureza

sobrevêm a tanto tempo, que é difícil exatificar uma data de

quando

tudo

começou,

mas

inicialmente

a

humanidade não tinha nenhum poder sobre o meio ambiente, sua inteligência era primitiva e por sinal se viam dependentes da natureza para sobreviver na caça, na pesca e na colheita, e ao faltar esses bens naturais extraídos dessas

atividades,

partiam

para

outros

locais

que

dispunham desses recursos para suprir as suas necessidades e se reestabelecer (ALBUQUERQUE, 2007). Com o passar do tempo, o ser humano começou a desenvolver a percepção de cultivo de plantas e a domesticação de animais, essa transição foi denominada como Revolução Neolítica, que segundo Lima (1989) apud


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Cortez (2011), foi o marco que firmou a relação do homem

recursos

naturais

que

é

utilizado

em

prol

ao

com a natureza.

desenvolvimento do outro, gerando modificações na natureza em virtude à acomodação de centros urbanos e

a

Até então, a relação homem x natureza era de influência mútua de um sobre o outro, sendo que a natureza como um todo não se ressentia em face desta relação ... Antes, a natureza, dominando todos os seres vivos, dominava o homem, trazendo-o subjulgado às relações que determinava o equilíbrio natural (LIMA, 1989, p. 155).

rurais, degradando os recursos do planeta, esgotando-os e

No entanto, o homem passou a fazer uso da natureza

o cegou em relação aos terríveis danos que ele mesmo

partir

de

seus

interesses,

adaptando-a

as

suas

necessidades, dando início a uma era de intervenções do homem no espaço natural (LIMA, 1989 apud CORTEZ, 2011). Bem mais adiante, respostas dessas intervenções

provocando graves e irreversíveis alterações. Farr (2008) afirma que ao longo do tempo, o ser humano se alienou da natureza, e essa falta de contato tornou-o acostumado à vivência em ambientes fechados e

causa ao planeta, ocultando a percepção de que é preciso do meio natural para seu sustento. De certa maneira, o ser humano ao contribuir no processo

de

deterioração

do

meio ambiente,

está

humanas são vistas na repartição do meio em duas

contribuindo também para o seu próprio processo de

vertentes, o ambiente humano ou urbano que segundo Dias

destruição. Conforme Vernier (1994) apud Córdula (2015), o

(1998) é formado pela sociedade com base em todos os

homem estabelece um “comportamento autodestrutivo”, o

seus conceitos religiosos, étnicos, culturais, científicos,

mesmo,

tecnológicos e econômicos, e o ambiente natural, que até

extermina, ou seja, o Homo exterminador” (grifo do autor),

hoje perde espaço por conta da grande demanda de

segundo Hogan (2000, p.48), esse padrão de vida

é

considerado

“a

entidade

biológica

que


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desenvolvido deve ser questionado e reavaliado, na

de degradação ambiental passadas e sentir a resposta da

intenção de enxergar o próprio “auto envenenamento”, o

natureza decorrente a isso, hoje.

ser humano é parte desse espaço.

Lyle, (1991) apud Gorski, (2010), apontam que a

Córdula (2015) alenta a ideia de que o homem contemporâneo

de

de acordo entre o homem e a natureza. Esta seria a maior

autoconhecimento, o despertar para a necessidade de

missão da arquitetura paisagística, explorar possibilidades

preservar,

de comunhão entre os dois meios, dando forma a essa

na

passa

qual

por

reflexiona

um

o

processo

valorização da boa paisagem natural oportuna as relações

alto

custo

do

desenvolvimento das sociedades e procura soluções a

relação.

curto, médio e longo prazo, a partir do aprendizado com os

“Precisamos acima de tudo renovar aquele amor e

erros cometidos no passado. Dentre esses erros, destaca-se

empatia pela natureza que perdemos quando começamos

a redescoberta da humanidade que foi perdida, fazendo

nosso namoro com a vida urbana” (LOVELOCK, 2006, p.21),

com que estabeleça uma sociedade mais completa e mais

para alcançar o ápice da sociedade humana em harmonia

consciente perante o meio ambiente.

com a natureza, é imprescindível uma orientação de

A grande dificuldade para a conscientização do ser

respeito maior por ela (LOVELOCK, 2006).

humano em relação a importância de preservação ao meio ambiente, é a sensação de que isso não é premente,

1.2

Conforto ambiental dos espaços urbanos

não o atingindo momentaneamente, na qual esta é uma visão completamente equivocada. É só analisar as práticas

O calor solar passou por uma enorme variação até os dias atuais. Inicialmente esse calor era ideal para a vida no


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planeta, sendo necessário pouco ou nenhum ajuste de

(Figura 1). Os microclimas são um desses fatores que

temperatura para o bem-estar humano, o clima era

influenciam diretamente na variação dos elementos

benigno, já hoje, está quente demais (LOVELOCK, 2006).

climáticos instáveis, condicionando e determinando o real

Corbella e Yannas (2003) comentam que o processo

clima do espaço. Dentre os elementos do clima, é

urbanístico não previu as consequências climáticas e

destacado a temperatura e a umidade do ar, que são os

acabou contribuindo para formação de espaços não

que mais aflige o conforto humano.

agradáveis no âmbito do conforto ambiental, de certa maneira, induzindo a sociedade a fazer uso intermitente do

Figura 1 – Constituição do real clima dos espaços urbanos

condicionamento artificial, que não é a melhor, ou a única solução para a adaptação das condições ambientais em meio aos desafios do clima urbano. Em observações feitas no ambiente urbano, Corbella e Yannas (2003) declaram que a urbanização é capaz de criar

microclimas

em

pequenas

regiões,

na

qual,

apresentam valores que se diferem dos parâmetros informados pelas estações de meteorologia. Barbirato, Souza e Torres (2007) explicam que o clima de um determinado lugar se compõe a partir dos fatores climáticos, globais e locais, e pelos elementos climáticos

Fonte: geonetpaz.blogspot.com (2014), acesso em: 30 de mar de 2019. Adaptado pelo autor (2019).


Página | 23

O adensamento em conjunto a poluição, afetou os

não consiga reagir urgentemente às futuras ameaças.

espaços urbanos, trazendo a verticalização massificada e a

Sobretudo, o mais importante no momento, é buscar se

impermeabilização, impossibilitando a movimentação dos

apropriar ao máximo de estratégias possíveis para tratar das

ventos e concentrando mais calor no solo asfáltico, como

alterações climatológicas e estabelecer um maior bem-

consequência, se tem a formação de ilhas de calor e

estar a todos (FARR, 2008).

cânions urbanos (CORBELLA; YANNAS, 2003). Além disso, Lima e Amorim (2006) complementam que a demanda de ocupação do solo para construção das cidades e/ou sua expansão, implica na remoção de boa parte da cobertura vegetal que é essencial para manter o equilíbrio térmico e

A Terra já se recuperou de febres assim, e não há razão para achar que o que estamos fazendo destruirá Gaia, mas se continuarmos deixando as coisas como estão, nossa espécie poderá nunca mais desfrutar o mundo viçoso e verdejante que tínhamos faz apenas cem anos (LOVELOCK, 2006, p.65).

a qualidade de vida das pessoas. As áreas verdes arborizadas,

agora

exercem

um

papel

ativo

com

propriedades que protagonizam o contrabalanceamento do sistema climático (LOVELOCK, 2006). “[...] estamos colocando o nosso clima global em risco e não entendemos bem as causas.” (FARR, 2008 p.11). Se a população se recusa a enfrentar as principais circunstâncias das mudanças climáticas, é presumível que

Em uma previsão bem extremista, contudo, um tanto lógica, Lovelock (2006) afirma que o calor excessivo será um dos maiores problemas que poderão levar à longo prazo a extinção da humanidade, mas não do planeta Terra. Apesar de todos os problemas causados continuarão existindo vestígios do meio ambiente natural, as ações antrópicas apenas a enfraquecem, mas não a destruirá. A


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natureza é autossuficiente para se regenerar e se recuperar,

caracterizando a água como um recurso indispensável,

já o ser humano é dependente e tem seus limites.

porém ameaçador, sendo um grande desafio seu controle,

Além das abordagens naturais para contrapesar a climatologia

ambiental,

Corbella

e

Yannas

(2003)

utilização e usufruto, por conta disso, é considerada um dos elementos mais problemáticos, controversos e delicados a

evidenciam a arquitetura bioclimática sustentável como

se

tratar

na

relação

entre

natureza,

estratégia complementar para a adaptação das pessoas,

edificações (GORSKI, 2010, p.23-49).

sociedade

e

na intenção de integrar as edificações à totalidade do

Atualmente as pessoas têm uma preocupação tão

meio ambiente, buscando o máximo de aproveitamento

grande com a saída de águas pluviais e esgotos de suas

das condicionantes ambientais, não afligindo, mas sim,

casas ou região, que não levam em consideração qual

somando o espaço e dispondo melhor conforto de vida

serão seus destinos e onde irão parar. (FARR, 2008). No

paras as pessoas.

entanto, a maneira que os curso hídricos estão inseridos no espaço urbano, não contribuem para que se tenha um

1.3

Manejo dos recursos hídricos perante o espaço

olhar valorativo sobre o mesmo.

urbano Boa parte dos cursos d’água que se encontram em meio as cidades passaram ou ainda passam por um processo de degradação, tronando-se vítimas do descaso e

da

rejeição.

Gorski

(2010),

ainda

complementa,

Não basta despoluir o rio! Mesmo que ele volte a correr límpido, piscoso, potável, de nada modificará a percepção que a população tem do seu ‘esgoto a céu aberto’. O rio precisa voltar a se incorporar na vida do paulistano e, para isso, a única alternativa é reconstruí-lo como espaço de lazer (NEIMAN, 2005 apud GORSKI, 2010, p.36).


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Gorski (2010) aponta a importância que têm, um projeto que foque na percepção da população sobre os recursos naturais – especificamente a água –, podendo ser

biodiversidade, destruição de aquíferos e mudanças climáticas. Há

pesquisas

que

mostram

que

pavimentos

capaz de conduzir à uma visão de valorização e

impermeáveis podem diminuir a qualidade da água, sendo

envolvimento, no sentido da preservação, conservação ou

uma taxa de 10% de impermeabilidade capaz de

recuperação dos cursos d’água.

prejudicar uma bacia hidrográfica, piorando conforme essa

Farr (2008, p.17) enfatiza o modo de tratamento das

taxa de impermeabilidade aumenta. Portanto, quanto

águas pluviais, cuja o mesmo, deve seguir abordagens

maior for a densidade de construções nas proximidades dos

sustentáveis de gestão, onde a água precipitada que

leitos hídricos, maior será a taxa de impermeabilidade, e

segue seu ciclo e retorna novamente aos mananciais,

consequentemente a qualidade da água será diretamente

precisa ser vista “como um recurso, e não um dejeto.”

afetada (FARR, 2008).

As práticas usuais de uso do solo urbano estabelecem

Lima e Amorim (2006) destacam a questão de

uma superficialidade no escoamento dessas águas pluviais,

impropriedade

comprometendo a qualidade dessa água e gerando

hidrografias (Figura 2) como um grande contratempo que

problemas ao longo do percurso até os aos córregos e

os corpos d’água vem tolerando. Essa falta de cuidado,

demais mananciais que permeiam as cidades, Farr (2008)

gera problemas tanto para córregos e rios urbanos, quanto

ainda complementa que essas atitudes se associam

para a própria população residente nesses locais, que, por

diretamente ao aumento de ocorrências de erosão,

conta das construções, há uma impossibilidade na

sedimentação e enchentes, além de impactar na perda da

de

construções

às

proximidades

de


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drenagem natural das águas, poluição e uma maior

distanciamento mínimo nas imediações do recurso. Farr

ocorrência de enchentes e deslizamentos.

(2008, p.103) ainda acrescenta que, “para proteger

Figura 2 – Água de nascente com esgoto a percorrer entre vila, em Catete-RJ.

completamente as fontes de água, as comunidades precisam pôr em prática uma grande variedade de estratégias de uso do solo baseados nos fatores locais.” Estas áreas necessitam de uma disposição de espaços bem abertos adequados, preservando as áreas de alto valor ecológico e/ou de importante trajetória, que também como consequência diminui a perturbação do solo. Costa (2006, p.111) estabelece uma solução que busca relacionar uso do lazer e da natureza às margens das águas, enxergando isso como uma necessidade essencial para a sociedade. “O valor recreacional, bem como o estético,

Fonte: oglobo.globo.com (2018), acesso em: 02 de abr de 2019. Editado pelo autor (2019).

jamais pode ser excluído de qualquer uso ou tratamento

Costa (2006) salienta que a ocupação irregular da

margens dos cursos d’água devem ser vistas como um

faixa marginal dos rios e córregos é um dos graves

espaço livre, público, sendo reconhecidas como espaços

problemas socioambientais que as cidades hoje têm de

comunitários, possíveis para a recreação e relaxamento.

enfrentar,

para

isso,

é

necessário

prover

de

um

dado a um rio, principalmente se este for um rio urbano.” As


Página | 27

A valorização de um manancial é de extrema

dimensão estética que capacita a sensibilização dos

relevância ao analisar e planejar os espaços urbanos,

usuários, não tem sido englobada (GORSKI, 2010). Abbud

podendo exercer um enorme papel na composição da

(2006) diz que a água – na forma de nascentes, córregos,

paisagem. Gorski (2010, p.105) dá atenção a uma reflexão

lagos e rios – deve ser levado em consideração, como um

de Dreiseitl (2005), no fato de que “a água, apesar de estar

grande elemento atrativo à paisagem, e pode ser tomado

presente no tecido urbano, está cada vez mais invisível aos

como ponto focal para as diretrizes projetuais.

olhos da população.”

No Brasil, é muito comum a canalização em dutos

Seabra (2009, n.p), relata que o comportamento da

superficiais e subterrâneos e a adoção de galerias em

maior parte da sociedade atual diante os cursos d’água é

intersecções entre córregos e ruas, no entanto, Gorski (2010)

de descaso e desapreço, “[...] os brasileiros voltaram as

menciona que, no âmbito das paisagens urbanas, essas

costas para os rios. Há quem cruze o Tietê quatro vezes ao

abordagens levam a descaracterização dos vales e podem

dia sem se dar conta”. Os rios e córregos, são referências de

também contribuir para a ocorrência de inundações.

lugar e de espaço, que integram a identidade de um povo. Quando estes se encontram perdidos, é uma ausência significativa. Ultimamente as novas concepções de integração dos cursos d’água, que buscam conciliar a paisagem natural e o meio artificial, abarcam a correlação das dimensões: social, econômica e ecológica; no entanto, a

Já sabemos que não é mais aceitável pensar em retificar um rio, revestir seu leito vivo com calhas de concreto, e substituir suas margens vegetadas por vias asfaltadas, como uma alternativa de projeto para sua inserção na paisagem urbana. Estas propostas que tinham como uma de suas bases conceituais a busca do controle das enchentes urbanas, são muito criticadas não só pela sua fragilidade socio ambiental no resultado final do projeto, como


Página | 28

também pela pouca eficiência no controle destas mesmas enchentes.” (COSTA, 2006, p.11).

tempo confronte a degradação das cidades partindo em

Dessa forma, Costa (2006, p.12) comenta que

Conforme o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº

compreender um curso hídrico urbano como paisagem é

369/2006, as áreas verdes são caracterizadas como um

dar também a ele valores ambientais e culturais, indo além

“espaço de domínio público que desempenhe função

da percepção de vista como peça de saneamento e

ecológica,

drenagem. “É reconhecer que rio urbano e cidades são

melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da

paisagens mutantes com destinos entrelaçados.”

cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de

defesa ao meio ambiente (LIMA; AMORIM, 2006).

paisagística

e

recreativa,

propiciando

a

impermeabilização”, e se encontram em uma variedade de II - AS ÁREAS VERDES E SEUS BENEFÍCIOS

situações: “em áreas públicas; em áreas de preservação permanente; nos canteiros centrais; nas praças, parques,

A conceituação de áreas verdes está presente a

florestas e unidades de conservação urbanas; nos jardins

muito tempo, desde a antiguidade, estas tinham como

institucionais; e nos terrenos públicos não edificados.”

intenção a formação de jardins para passeios, exposição

(MMA, 2006).

de luxo e ambientes para descanso. Hoje em dia, com os

Lima e Amorim (2006) afirmam que essas áreas

problemas advindos das cidades modernas, esses espaços

desempenham um papel essencial nas cidades e devem

são tidos como exigência no planejamento urbano, não

ser vistas como um indicador importantíssimo na qualidade

sendo visto apenas como espaços de ornamento, mas

do ambiente urbano, elas equalizam a relação entre a vida

também como lugares para recreação e que ao mesmo

urbana e o meio ambiente. Além disso, são elas que


Página | 29

comportam o verde urbano restante do processo de

município em zona urbana, zona de expansão e zona rural,

urbanização.

e estabelece uma subdivisão da zona urbana em: a. Sistema O mundo artificial da cidade já é, para a maioria de nós, a totalidade de nossas vidas, e achamos que, para sobreviver, basta a sabedoria das ruas. Mas, mesmo na cidade, alguns vestígios do mundo natural sobrevivem nos parques e jardins. Aproveite-os ao máximo, pois eles continuam se extinguindo, bem como o campo que muitos conhecem e adoram. Eles são preciosos (LOVELOCK, 2006, p.146).

de

(habitação,

espaços indústria,

com

construções

comércio,

hospitais,

escolas, etc.); b. Sistema de espaços livres de construção (praças, parques, águas superficiais, etc.) e; c. Sistema de espaços de integração urbana (rede rodoferroviária).

Conforme a massificação em grande escala de

Seguindo tal lógica, as áreas verdes podem ser

edificações que vem sendo construídas no meio urbano, as

consideradas um tipo especial de espaço livre, tendo a

áreas verdes não são levadas em consideração, não tendo

vegetação como elemento fundamental de composição,

uma preocupação com a qualidade desses espaços,

na qual essa, deve satisfazer os três objetivos principais: o

sendo

da

ecológico-ambiental, o estético e o de lazer. Sendo assim,

estruturação urbana, e a preservação das mesmas estão

Cavalheiro et al. (1999) ainda destaca alguns critérios para

diretamente relacionadas ao dinamismo da cidade (LIMA;

essas áreas, tais como a “vegetação e solo permeável

AMORIM, 2006).

devem ocupar, pelo menos, 70% da área verde” e “devem

que

elas

são

condições

fundamentais

Estabelecendo uma terminologia para as áreas verdes, Cavalheiro et al. (1999 p.7) compreende um

servir à população, propiciando um uso e condições para recreação”.


Página | 30

De acordo com Abbud (2006 p.72), “um dos principais

“Para as pessoas, o benefício do contato diário com

papéis das árvores em espaços públicos é dar harmonia,

a natureza é imenso” (FARR, 2008, p.35). A população, não

regularidade e unidade a paisagem, afastando aquela

depende apenas de equipamentos públicos que disponha

impressão de caos sugerida pela massa construída”, e

de educação, lazer e cultura, mas também de ambientes

ainda complementa que o uso correto da característica

com qualidade, e a vegetação quando presente, pode

vegetativa para formação de espaços verdes “são bons

interferir positivamente na qualidade de vida de cada um

antídotos a problemas frequentes nas cidades brasileiras,

(LIMA; AMORIM, 2006).

como a mistura desenfreada de estilos e formas dos

Além de servirem como elemento chave para o

prédios” (ABBUD, 2006, p.77). Abbud (2006) averigua

equilíbrio do ambiente urbano e de espaços de lazer, Lima

também que a vegetação pode influenciar bastante na

e Amorim (2006) enfatizam o colorido e a plasticidade que

redução de ruídos, estabelecendo um certo controle da

estes locais podem oferecer ao meio urbano.

poluição sonora. Dentre os benefícios das áreas verdes, Lovelock (2006) busca enfatizar em uma visão macro, o papel que estas desempenham em função pró Terra, funcionando como micro ecossistemas naturais que, de certa maneira, confrontam os problemas relacionados ao aquecimento global, que é vivenciado nos dias atuais.

A vegetação atua na qualidade ambiental como fator de renovação do oxigênio, fixador de partículas em suspensão, amenizador do clima, gerador de sombreamento e de umidade, pelo processo de evapotranspiração, coadjuvante no sistema de drenagem e na prevenção de inundações. Retém a água, protege o solo contra a lixiviação e erosão, além de proteger do assoreamento as margens dos rios, assegurando a filtragem de suas águas, e evitando a compactação do solo ao redor das nascentes (GORSKI, 2010, p.44).


Página | 31

A ligação das áreas verdes e os cursos d’água, guarnecem de benefícios que visam certamente um bem empático, a tudo e a todos, uma vez que essa relação é um fator essencial para a recuperação da mata ciliar que auxilia de certa maneira no equilíbrio ambiental com funcionalidade ecossistêmica, provendo uma diversidade de espécies nessas espaços e uma melhor qualidade da água e estabilidade das margens de rios e córregos, além de poder fomentar a atratividade de espaços para turismo e lazer (GORSKI 2010). Segundo

Seabra (2009),

Parques: a integração de aspectos sociais, culturais

e ambientais Farr (2008) descreve os parques como espaços abertos, acessados facilmente pelas pessoas, que podem servir como pontos de encontro de variadas gerações e uma grande diversidade de atividades, desempenhando o papel de “terceiro lugar” na vida da população, porém, não menos importante para a promoção de bem-estar da comunidade. Jacobs (2001) realça que os mesmos, são comumente criados para solucionar problemas pontuais de

as áreas verdes que

contornam um rio são caracterizadas como várzeas e afirma que estas fazem parte dele, e, portanto, pertencem a ele. Ao devolvermos essas áreas novamente aos cursos d’água, teríamos uma outra cidade, e com essa ação, refletiria em uma mudança no modo de vida de cada indivíduo.

2.1

uma cidade – sejam esses sociais, culturais ou ambientais –, no entanto, o uso ou não desses espaços, parte da própria população, que depende de uma série de motivos para usufruir. Jacobs (2001) ressalva as diferenças de usos nos espaços públicos, compreendendo que os parques bemsucedidos aparentam maior complexidade quando estão em uso do que quando estão vazios. Para Gehl (2013), o


Página | 32

foco na diversificação de atividades nesses espaços

Farr (2008) acrescenta a necessidade de disposição de

públicos, é um fator chave que evidencia o seu uso, e

equipamentos e áreas atrativas, na finalidade de atingir

facilita a vivência e a busca de uma melhor qualidade de

especificamente cada tipo de público.

vida para os usuários.

Vale destacar a valorização que a implantação de um

Os parques de bairro ou espaços similares são comumente considerados uma dádiva conferida à população carente das cidades. Vamos virar esse raciocínio do avesso e imaginar os parques urbanos como locais carentes que precisem da dádiva da vida e da aprovação conferida a eles. Isso está mais de acordo com a realidade, pois as pessoas dão utilidade aos parques e fazem deles um sucesso, ou então não os usam e os condenam ao fracasso (JACOBS, 2001, p.69).

parque

pode

trazer

para

a

sociedade

e

empreendimentos próximos do seu espaço. Os investidores estão dispostos a pagar altos preços para estar perto, e com tais investimentos, resulta-se em ótimos retornos tanto para esses empreendedores, quanto para o próprio parque e seus usuários, por conta dos fáceis acessos a serviços que este passa vir a oferece (FARR, 2008). Há uma diversidade de tipos e nomenclaturas de

Ao tratar parques, Abbud (2006) frisa também, a atenção necessária que se deve ter ao agir sob o espaço, na qual este, irá abranger uma grande diversidade de pessoas, sendo ocupado por variados gostos e diferentes personalidades e idades, sendo assim, é indispensável que haja uma busca em estipular bons lugares, de modo que os ocupantes se sintam valorizadas. Para que isso aconteça,

parques, cada tipo tem um objetivo principal e sua particularidade. Conforme tratado por Olmsted (1852) e reafirmado por Gorski (2010 p.81), os parques lineares podem ser traduzidos como “um cinturão verde ao longo de todos os rios e tributários”, na intenção de proteger a cidade em expansão, das inundações desses rios e córregos. Costa (2006) complementa que o principal


Página | 33

elemento que conduz essa proposta de parques lineares,

de preservação e conservação, estabelecendo novas

são as áreas verdes de várzeas dos cursos d'água que

percepções às coisa vivas.

atravessam a cidade, que além de exercer função preventiva,

formam,

espaços

livres

para

dispor

de

atividades para população. Existe também os parques ecológicos que, segundo Perez (2019), tem por intuito a proteção do ecossistema,

É interessante tomar a complexa e primorosa ordenação ecossistêmica da natureza como um elemento essencial de inspiração para a fundamentação de projetos desse âmbito, de modo a atingir os objetivos que este deve passar (LYLE, 1991 apud GORSKI, 2010, p.91).

cumprindo função de reserva ecológica, eles, além de entreter o público com o lazer e atividades de baixo

III - ELEMENTOS DE VITALIDADE URBANA E SOCIABILIDADE

impacto ambiental, também permite que a população

SUSTENTÁVEL

conheça a natureza e a cultura presente no lugar, além de conscientizar em relação ao meio ambiente.

O tempo gasto em ambientes fechados, privatiza o

Conforme Farr (2008, p.168), os parques que dispõe

ser humano de aproveitar os benefícios físicos e mentais

de um grande porcentual de áreas verdes, equipamentos

oferecidos por caminhadas, exercícios em ambientes

urbanos para captação de águas pluviais e/ou vistas do

abertos e imersão da natureza. Hoje em dia, a maioria dos

céu a noite exercem um importante papel para o suporte à

empreendimentos imobiliários são criados no intuito de

biofilia. A “biofilia” é um termo caracterizado por Edward Osborne Wilson (Biophilia, 1984), que representa uma tendência de amor à natureza, na qual, desperta o instinto

desestimular a vida ao ar livre (FARR, 2008, p.6). Gehl (2013), reforça que o motivo da perda das inter-relações entre as pessoas nos espaços comuns, se dão pelas pressões do


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mercado e suas tendências arquitetônicas, que contribuem

comunidades

para o isolamento e reclusão das pessoas.

(LITMAN, 2003).

dependentes

de

veículos

motorizados

Segundo Gehl (2013), é evidente a necessidade de

Gehl (2013) declara que o caminhar vai muito mais

mudanças relacionadas a vivência espacial das cidades,

além do que só andar. De acordo com Litman (2003), andar

para que essas transformações aconteçam, é necessário

a pé reflete uma variedade de benefícios tanto para a

estabelecer estratégias e firmar políticas que valorizem e

população, quanto para a própria cidade que valoriza o

instiguem as pessoas a utilizar os espaços públicos. Com tais

meio de locomoção, dentre eles, pode se incluir questões

princípios de planejamento e iniciativas de reurbanização,

de mobilidade básica, redução de custos – tanto internos

Jacobs, (2011) afirma que é possível atingir o objetivo da

quanto externos –, o uso eficiente do solo, habitabilidade da

vitalidade urbana e estimular a sociabilidade entre a

comunidade, melhoria da saúde pública, desenvolvimento

população, em feitio sustentável.

econômico e equidade social. Todo mundo anda a pé, alguns mais, outros menos,

3.1

O valor de andar a pé

mas todos são caracterizados como pedestres em algum momento, a terminologia “pedestre”, nada mais é que uma

Estradas largas, altas velocidades de tráfego e

condição temporária que todas as pessoas passam. Gold

grandes pátios de estacionamento, estes são alguns fatores

(2003) afirma que, boa parte dos deslocamentos cotidianos

que

a

nas cidades brasileiras são realizadas exclusivamente a pé,

caminhabilidade, estas práticas adotadas tendem a criar

em algumas cidades, as viagens exclusivamente a pé,

auxiliam

na

criação

de

barreiras

para


Página | 35

tendem a ultrapassar 30% de todos os demais tipos de

d. e a crença de que a caminhada pode se cuidar por si só – a insensibilidade em acreditar

deslocamentos.

que o caminhar se desenvolve em qualquer

As práticas de planejamento de transporte atuais, subestimam o poder de impacto do deslocamento a pé.

espaço,

Esta

significativos para melhorias.

tendência

em

subestimar

a

viagem

de

não

motorizados pode ser prejudicial, pois os demais transportes, muitas das vezes necessitam das compensações a pé para

não

precisando

de

recursos

A utilização de veículos automobilísticos, é uma prática insustentável que afeta a qualidade de vida da população com emissão de gases, além de impor custos

se tornarem efetivos (LITMAN, 2003). Litman (2003, p.5) discorre quatro razões que levam a

aos cidadãos com combustíveis e manutenção de veículos, impõe

desvalorização do transporte a pé, sendo esses: a. sua dificuldade de medição – obtendo-se

ao

poder

público

custos

com

infraestrutura

significativamente grandes comparados a demanda de

poucas informações relacionadas a distâncias

custos para a caminhabilidade. Litman (2003, p.8) dispões

percorridas;

dados que comparam os custos externos estimados de e

automóveis e passeios pedonais (Figura 3). Veículos

estigmatizados por ser um meio mais usual entre

motorizados necessitam de estradas largas para tráfegos,

pessoas de baixa renda, enaltecendo o

estacionamentos e serviços caros para sanar e diminuir os

transporte motorizado ao sucesso e progresso;

congestionamentos, ao alterar a condução para o passeio

b. preconceito

estando

subjugados

c. baixo custo – sendo muitas vezes esquecidos por ser um meio tão barato, não tendo empreendimentos que incentivem;

a pé, os custos podem variar substancialmente à medida que o uso vai sendo unanime.


Página | 36

Figura 3 – Estimativa de custos externos entre viagens de

em parar e olhar as coisas que acontecem ao redor,

automóveis e caminhadas.

estimulando a vivência, por participar do espaço (GEHL, 2013). É interessante dar ênfase à questão de habitabilidade da comunidade. Passeios e vias exclusivas para pedestres propõem uma maior interação entre as pessoas e instaura uma percepção valorativa da população em relação ao espaço. Litman (2003), exemplifica sua afirmação dizendo que residentes em ruas com maior volume de tráfego e velocidade têm menos possibilidade de conhecer seus vizinhos, e mostram menos preocupação com o ambiente

Fonte: Economic Value of Walkability (Litman, 2003). Traduzido pelo autor (2019).

Caminhar é uma ação que visa explorar os prazeres gratuitos que o espaço oferece, estabelecendo contato entre as pessoas e concebendo informações e experiências que podem ser descobertos ao longo dos percursos. O caminhante se torna observador pela facilidade que se tem

local, do que moradores em ruas com menor tráfego. Com a caminhabilidade eficiente e o contexto de comunidade estruturado, origina-se possíveis melhorias sociais e de segurança, relacionados a redução da criminalidade e vandalismo. Para que os objetivos da caminhabilidade agradável e confortável sejam atingidos, Gehl (2013) explana a qualidade que o percurso deve oferecer, sendo necessário


Página | 37

espaços relativamente livres e desimpedidos de obstáculos,

b. os

bioclimáticos,

que

referem-se

às

calçamentos de boa qualidade e imprescindivelmente

características climáticas e naturais do espaço

pontos atrativos no decorrer do trajeto. Farr (2008) ainda

– a caracterização do céu, a quantidade e a

acrescenta que, a probabilidade do deslocamento a pé

qualidade da luz natural, a orientação solar, os

pode

ventos

ser

triplicada

em

rotas

para

pedestres

que

apresentem bons índices de vegetação.

predominantes,

a

temperatura

e

umidade do ar, as precipitações, a vegetação e os odores e sons naturais;

3.2

A concepção de bons lugares

c. e os humanos, que promovem a interação do homem neste universo espacial, influenciando,

Primeiramente, é imprescindível a compreensão da

modificando

concepção de um lugar, para assim defini-los como bons.

e

concedendo

valores

aos

atributos espaciais e ambientais.

De acordo com Reis-Alves (2007, n.p), a estruturação de um lugar se dá a partir da intersecção de três atributos (Figura 4), sendo esses: a. os espaciais, que referem-se aos termos de

Somente com a interligação desses três atributos se tem a contextualização de lugar, pois cada um exerce o seu valor, compondo a vitalidade do meio. Sem os atributos

morfologia – As formas, as áreas, os volumes, as

humanos,

não

é

possível

alcançar

uma

interação,

proporções entre as suas dimensões, as cores e

movimentação e comunicação no local, e sem a presença

as texturas;

dos espaciais e ambientais, não é possível obter-se um


Página | 38

espaço pra o ser humano explorar e inter-relacionar-se. (REIS-ALVES, 2007, n.p) Figura 4 – Esquema gráfico resumindo o conceito de construção estrutural do lugar.

A concepção de bons lugares, segundo Gehl (2013) se dá a partir da permanência de pessoas no espaço. Farr (2008), faz uma colocação de que, o tipo de lugar onde as pessoas vivem, influem fortemente no bem-estar, de acordo com as opções disponíveis. Gehl (2013) fala que os bons lugares são ditados pela própria população, no entanto, é o espaço quem disponibiliza a infraestrutura necessária para atrair o uso e atingir a permanência das pessoas. Os equipamentos devem

ser

necessidades

distribuídos dos

na

usuários

intenção e/ou

de

propor

sanar

as

atividades

recreativas para quem transita no espaço. Além disso, Gehl (2013) diz que é interessante, abrir mão da uniformidade dos espaços, propondo dispor mais diversificação, assim adequando múltiplos bons lugares. FONTE: vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.087/225 (REISALVES, 2007). Editado pelo autor (2019).


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Figura 5 – Esquema gráfico construção estrutural do lugar. 3.3

O contemplar das paisagens Hoje, com o ritmo de vida mais acelerado e o confinamento doméstico causado pela insegurança das ruas, o paisagismo traz a natureza para perto das pessoas. Nas áreas tratadas paisagisticamente, as crianças e os adolescentes podem crescer, brincar, correr e descobrir plantas. Nelas os adultos e idosos podem relaxar e recarregar suas baterias para enfrentar o dia a dia das grandes cidades (ABUUD, 2010, p. 33).

A concepção de paisagem está na correlação de três componentes que se inter-relacionam mutuamente (Figura 5). São estes: as componentes biofísica e ecológica; as componentes social, cultural e econômica; e as componentes percepcional, estética e emocional. Tal conceito de formulação da paisagem, representa uma síntese espacial e temporal de relações entre o homem e a natureza em um dado campo físico (SARAIVA, 1999 apud PENNA, 2017).

FONTE: Esquema gráfico resumido, para o conceito de construção estrutural do lugar (REIS-ALVES, 2007). Editado pelo autor (2019).

O paisagismo é evidenciado por Abbud (2010), como a única expressão artística capaz de se apropriar dos cinco sentidos do ser humano – visão, audição, tato, paladar e olfato. Quanto mais um jardim conseguir aguçar os sentidos, na finalidade de proporcionar uma vivência perceptiva e sensorial, maior será o seu cumprimento de papel, tornando a paisagem convidativa para as pessoas participarem e admirarem.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com as informações abordadas, foi possível verificar a abrangência dos problemas ambientais e o quão importante é o papel assumido pelos resquícios naturais distribuídos sem tratamento e manutenção adequada em meio as cidades. Também foi capaz de observar a forte relação que os recursos naturais – sejam esses hídricos ou áreas verdes – e o homem podem combinar no espaço, sendo essa conciliação extremamente benéfica tanto para o próprio ser humano, quanto para a cidade no contexto social, cultural, recreativo e vital. Contudo, a seguinte pesquisa não teve por intuito estagnar o progresso e desenvolvimento urbanístico, mas sim, reflexionar e criticar o processo atual e conceber estratégias plausíveis capaz de mudar a percepção da sociedade para valorizar e integrar os recursos ambientais nos espaços urbanos.

REFERÊNCIAS ABBUD, Benedito. Criando Paisagens: Guia de trabalho em Arquitetura paisagística. São Paulo: Senac, 2006. ALBUQUERQUE, Bruno Pinto de. As relações entre o homem e a natureza e a crise sócio-ambiental. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 2007. BARBIRATO, G. M.; SOUZA, L.C.L.; TORRES, S.C. Clima e cidade: uma abordagem climática como subsídio para estudos urbanos. Maceió: EDUFAL, 164 p., 2007.


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CARVALHO, Joelma Maria de. As relações homem natureza e a problemática ambiental na educação brasileira. 2011. Disponível em: <http://www.uesb.br/eventos/ebg/anais/6e.pdf> Acesso em: 27 de mar de 2019. CAVALHEIRO, F.; NUCCI, J.C; GUZZO, P.; ROCHA, Y.T. Proposição de terminologia para o verde urbano. Boletim Informativo da SBAU (Sociedade Brasileira de Arborização Urbana), ano VII, n. 3 - 1999, Rio de Janeiro, p. 7. CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em busca de uma Arquitetura Sustentável para os trópicos: Conforto Ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003. CÓRDULA, Eduardo Beltrão de Lucena. O meio ambiente, o ser humano e os problemas ambientais. 2015. Disponível em: <https://educacaopublica.cederj.edu.br/artigos/15/7/o-meio-ambiente-o-ser-humano-e-os-problemas-ambientais> Acesso em: 29 de mar de 2019. CORTEZ, Ana Tereza Caceres. O Lugar do Homem na Natureza. In: Revista do Departamento de Geografia – USP, Rio de Janeiro: Universidade de São Paulo, Volume 22 (2011), p. 29-44. 29. COSTA, Lúcia Maria Sá Antunes. Rios e paisagens urbanas em cidades brasileiras. Rio de Janeiro: Viana & Mosley | PROURB, 2006. DIAS, Genebaldo F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 5ª ed. São Paulo: Gaia, 1998.


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FARR, Douglas. Urbanismo Sustentável: desenho urbano com a natureza. Tradução: Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2013. GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013. GORSKI, Maria Cecília Barbieri. Rios e cidades: ruptura e reconciliação. São Paulo: Senac, 2010. GOLD, Philip A. Melhorando as Condições de Caminhada em Calçadas. São Paulo: GOLD Projects, out. 2003. HOGAN, Daniel Joseph. Redistribuição da população e meio ambiente: São Paulo e Centro Oeste. 2ª ed. Campinas: UNICAMP/NEPO, 2000. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. 3 ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2014. LIMA, Valéria; AMORIM ,M. C. da C. T. A importância das áreas verdes para a qualidade ambiental das Cidades. In: REVISTA FORMAÇÃO, v. 1, n. 13 - 2006, Presidente Prudente: Universidade Estadual Paulista, 2006. LITMAN , Todd. Economic Value of Walkability. Victoria Transport Policy Institute, Canadá, 12 out. 2004. LOVELOCK, James. A vingança de Gaia. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2006. MAGALHÃES, Manuela Raposo. A Arquitectura Paisagista - Morfologia e Complexidade. Lisboa: Estampa, 2001.


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MMA, Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA Nº 369/2006. Brasília,DF, 28 mar 2006. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/areas-verdes-urbanas/parques-e-%C3%A1reas-verdes.html >. Acesso em: 22 mar 2019. PEREZ, J.E.R. Análisis Y Diseño de um Parque Ecológicamnete Sustentable em el Entorno Urbano - Caso de Estudio: Parque Ecológico Exrefinería “18 de Marzo”, 2009. Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto Politécnico Nacional, México, DF, set 2009. Disponível em: <http://tesis.ipn.mx/xmlui/handle/123456789/8221>. Acesso em 02 abr 2019. PENNA, Tainah Virgínia Cypriano. Rios urbanos e paisagem: Do convívio à negação em Cachoeiro de Itapemirim – ES. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, 2017. REIS-ALVES, Luiz Augusto dos. O conceito de lugar. Arquitextos, São Paulo, ano 08, n. 087.10, Vitruvius, ago. 2007 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.087/225>. Acesso em: 22 mar 2019. SEABRA, Odette Carvalho de Lima. A várzea pertence ao rio. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 13-12-2009. Disponível em: < https://alias.estadao.com.br/noticias/geral,a-varzea-pertence-ao-rio,481258 >. Acesso em: 20 mar 2019. VERNIER, Jacques. O meio ambiente. Campinas: Papirus, 1994.


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IV - REFERÊNCIAS PROJETUAIS

4.1

PARQUE MUNICIPAL DO MINDU

Arquiteto(s): Roberto Moita (arquitetura e paisagismo)

Figura 6: Implantação Parque do Mindu.

Localização: Parque Dez, Manaus – AM, Brasil. Área: 42,05 ha (cerca de 420 mil e quinhentos m²) Ano: 1993 O Parque Municipal do Mindu é uma unidade de conservação, com estruturas para lazer e turismo ecológico (Figura 6). Seu objetivo é promover e desenvolver atividades ambientais e culturais, afim de conscientizar a população dos problemas socioambientais e culturais, instigando a preservação do espaço. (ARCOWEB, 2001). FONTE: Disponibilizado por William Comitti.- Designer.


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É interessante ressaltar a ideia de constituição da reserva, que se deu através do seu contexto histórico e o

floresta em forma e escala, permitindo a perfeita interação entre o homem e o meio ambiente.

apoio da população na promoção do parque. Na década de 70 em decorrência da urbanização crescente em torno

Figura 7: Visão interna do anfiteatro do parque do Mindu.

do Rio Igarapé, o recurso hídrico que corta a área começou a ficar extremamente poluído pelos esgotos domésticos e lixos descartados pela população, com isso, os moradores do bairro iniciaram um movimento visando a preservação do local que teve a solicitação devidamente acatada pela administração da cidade. (ARCOWEB, 2001). Seu programa de necessidades dispõe de um anfiteatro (Figura 7) que comporta cerca de 600 pessoas, espaço para atrações, quiosque chapéu de palha, academia ao ar livre, playground, uma biblioteca com um centro de pesquisas e informações sobre meio ambiente, orquidário e trilhas térreas e suspensas em passarelas (Figura 8) que permite caminhar por diversos ecossistemas do parque, tudo isso em prol a preservação do meio ambiente natural. O projeto tem como partido ser bem integrado à

FONTE: http://guiatur.manaus.am.gov.br/prefeitura-reinauguraparquesda-copa-na-semana-do-meio-ambiente/. Acesso em 23/10/2018.


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Figura 8: Início de trilha em passarela suspensa e percurso na altura da copa das árvores.

por grades, mas é aberto a todos, com restrições dos horários de funcionamento. As área construídas visam enaltecer a “arquitetura amazônica”, apresentando uma simplicidade estrutural (Figura 9 e 10), não agressiva ao meio ambiente, apropriando-se principalmente da madeira e aço para compor as estruturas. Os ambientes são bem abertos com uma grande preocupação em criação de sombras e aproveitamento do vento natural. Figura 9: Entrada do Parque do Mindu.

FONTE: http://venhavertambem.blogspot.com/2011/10/parquemunicipal-do-mindu-outubro-2011.html. Acesso em 23/10/2018.

A reserva natural tem sua inserção dentro do perímetro urbano de Manaus e dispõe de um único acesso principal com estacionamento, sua extensão é cercada

FONTE: http://amazonasatual.com.br/passeio-no-parque-do-mindu-apeso-de-ouro/. Acesso em 23/10/2018.


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Figura 10: Visão externa da estrutura do anfiteatro.

das instalações e edificações estão aptos a receber portadores de necessidades especiais. Em relação as passarelas suspensas, o parque fornece uma trilha exclusiva para cadeirantes, que respeita os limites de inclinação para rampas acessíveis. A sua preocupação e enaltecimento dos recursos naturais presentes é um fundamento primordial que será trazido como referência ao projeto desenvolvido nesse trabalho. As referências extraídas do Parque do Mindu será refletida na conceituação das estruturas, firmando a ideia de não agressão ao meio ambiente, a disposição de trilhas/passarelas suspensas para a integração do setor ecológico e micro reserva do parque e para a formação

FONTE: https://www.manaushoteis.tur.br/conheca-manaus/parquemindu/. Acesso em 15/04/2019.

O parque ainda está se adaptando em relação a acessibilidade, seus banheiros são acessíveis e boa parte

de vistas de contemplação, onde os visitantes caminharão até atingir patamares variáveis, atentando-se a questão de acessibilidade, sem contar na sua proposta de disposição de atividades para conscientização ambiental e de conservação da área.


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4.2

PARQUE DA JUVENTUDE

Arquiteto(s): Afalo & Gasperini Arquitetos

demolido, detentos realojados, resultando em ruínas e um

Consultoria Paisagística: Rosa Grena Kliass

estigma de área de violência.

Localização: Carandiru, São Paulo – SP, Brasil. Área: 24 ha (cerca de 240 mil m²) Ano: 2003

Figura 11: Implantação Parque da Juventude.

O Parque da Juventude é um complexo cultural, recreativo e esportivo que mudou a paisagem da zona norte da cidade de São Paulo (Figura 11). Antes, a área abrigava o Complexo Penitenciário Carandiru, que foi substituído por uma área de lazer e entretenimento ao ar livre. O presídio que existia no local foi desativado em decorrência a grande rebelião tida em 1992, o famoso Massacre do Carandiru. O prédio inaugurado em 1956 e que alojava mais de oito mil presos fora parcialmente FONTE: ArchDaily. Acesso em 12/04/2019.


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Figura 12: Área esportiva (vista das quadras e caminhos). A ideia de construção de um parque cultural partiu do próprio Governo do Estado de São Paulo na mesma época de desativação do Complexo Penitenciário, na intenção de livrar o local do marco de violência, na qual, foi proposto um concurso que consagrou o projeto do escritório Afalo & Gasperini em conjunto com a arquiteta paisagística Rosa Kliass. (ARCHDAILY, 2017). O programa de necessidades do parque, no geral, conta com oito quadras poliesportivas (Figura 12), duas

FONTE: ArchDaily. Acesso em 12/04/2019.

quadras de tênis, espaço para prática de skate e patins, pistas de cooper (caminhada e corrida), ciclovia, trilhas,

O projeto teve como objetivo estabelecer uma nova

playground, estações de ginástica (uma delas destinadas

visão ao espaço manchado pela violência e para isso,

a portadores de necessidades especiais), espaço canino, caminhos

ajardinados

para

contemplação,

muros

expositores de arte em grafite, um biblioteca e uma escola técnica.

carregou como conceito principal a ressignificação do lugar, levando como partido, princípios paisagísticos e promoção de atividades recreativas para usufruto da população. (ARCHDAILY, 2017).


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O parque é dividido em três grandes setores (Figura

O setor esportivo traz diversos equipamentos para a

13), dados em três etapas para sua completa constituição,

integração do público, já o setor central pensado como

sendo esses: Área Esportiva com atividades de lazer

espaço de contemplação a natureza, justifica-se a

recreativo (inaugurada em 2003); Área Central de caráter contemplativo recreativo (inaugurada em 2004); e Área Institucional, de caráter cultural onde se encontra a Biblioteca de São Paulo e uma unidade da escola técnica Etec (inaugurada em 2007); além de integrar uma área de preservação permanente. (ARCHDAILY, 2017).

ausência de equipamentos públicos, com um lazer mais passivo, dispondo apenas de bancos e jardins com abundante vegetação ao longo de todo percurso disposto. (ARCHDAILY, 2017). A arquitetura presente nas edificações da Área Institucional buscou trazer algo mais moderno, fazendo

Figura 13: Setorização Parque da Juventude.

poucas alterações estruturais no antigo pavilhão restante, que hoje compõe as construções de ensino. A ideia foi propor espaços bem amplos e claros, que aproveitassem o máximo da ventilação e iluminação natural, tendo como conceito uma arquitetura livre. Além disso, tanto os prédios quanto todo o parque tendem se adaptar em relação a acessibilidade, dispondo de mobiliário e espaços especiais

FONTE: ArchDaily. Acesso em 12/04/2019. Adaptado pelo autor 12/04/2019.

para cadeirantes e equipamentos para auxiliar a leitura de deficientes visuais. (ARCHDAILY, 2017).


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Hoje quem passeia pelo Parque da Juventude, em meio a seus notáveis espaços tratados paisagisticamente e a presença da população usufruindo-o, até se esquece do quão calamitoso já foi o espaço. O Parque da Juventude é tido como referência ao projeto desenvolvido nesse trabalho, por conta de sua capacidade em dar uma nova vida a um lugar que passou a atuar como um vazio urbano em meio a cidade, oferecendo atividades recreativas diversificadas para a interação

sociocultural,

promovendo

vitalidade

e

sociabilidade ao espaço. Também, as estratégias do paisagismo aplicado serão vistas como uma diretriz essencial para o seguinte projeto.


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4.3

PARQUE MANGAL DAS GARÇAS

Arquiteto(s): Paulo Chaves Consultoria Paisagística: Rosa Grena Kliass Localização: Cidade Velha, Belém – PA. Área: 4 ha (cerca de 40 mil m²) Ano: 2005

Figura 14: Vista aérea do Parque Mangal das Garças.

O Parque Zoobotânico Mangal das Garças (Figura 14) é um parque naturalístico constituído em um amplo terreno beira-rio, vítima do descaso e que sofria com as inundações devido aos cortes da vegetação nativa quase extinta, que por conseguinte ainda contribuía para a degradação e perda do equilíbrio ecológico da cidade.

FONTE: mangaldasgarcas.com.br. Acesso em 14/04/2019.


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A proposta desenvolvida para o projeto, consistiu em

Figura 15: Implantação do Parque Mangal das Garças.

aproveitar ao máximo as condições paisagísticas da área, tendo como ideia, representar as diferentes macrorregiões florísticas do Pará (as matas de terra firme, as matas de várzea e os campos com sua fauna), tornando uma área alagada e desimportante em um dos recantos mais visitados da cidade. (GORSKI, 2010) Seu programa de necessidades se compõe pelo estacionamento, armazém do tempo, um pequena praça e espaços para recanto, lagos artificiais, mirante da orla, borboletário, restaurante, quiosques e viveiros de aningas e mangues (vegetação nativa do Pará). (Figura 15)

FONTE: Rios e cidades: ruptura e reconciliação (GORSKI, 2010). Acesso em 14/04/2019. Adaptado pelo autor 15/04/2019.


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O parque dispõe de um único acesso principal. Com

restaurante dispõe de técnicas que priorizam o conforto

seu mirante, é possível fazer contato direto com a orla,

ambiental harmonizando com as características da

tendo a vista natural da extensão do Rio Guamá (Figura

arquitetura

16). Toda a vegetação presente é vista como parte

internamente,

colaborativa para o equilíbrio ambiental da cidade.

diferentes

Figura 16: Vista do mirante ao Rio Guamá.

borboletas

regional. trata

O um

borboletário espaço

macrorregiões e

para

adaptação

de

mais a

(Figura

17)

natural,

com

reprodução

das

todas

as

espécies,

salvaguardando a fauna local. Figura 17: Visão aérea do Borboletário e lagos do Cavername e da Ponta.

FONTE: mangaldasgarcas.com.br. Acesso em 14/04/2019.

A Arquitetura do Mangal das Garças é uma representação da Amazônia, as edificações são tão integradas ao projeto paisagístico que acabam não sendo

FONTE: gigantesdomundo.blogspot.com/2014/08/maior-borboletario-do-

vistas de maneira individual, e sim, como um conjunto. O

mundo.html. Acesso em 16/04/2019.


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A referência obtida do Parque Mangal das Garças para o seguinte trabalho, incide no naturalismo abundante do espaço, enaltecendo sua vegetação e usando dos recursos naturais ao favor da interação homem e natureza, promovendo uma boa qualidade de vida a todas as espécies. valorização

Outro das

mecanismo vistas

importantíssimo

contemplativas

obtidas

é

a

pelo

envolvente paisagismo homogêneo, sendo também visto como uma diretriz essencial para o seguinte projeto.


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4.4

PARQUE CANTINHO DO CÉU

Arquiteto(s): Boldarini Arquitetura e Urbanismo Consultoria Paisagística: Suzel Maciel Localização: Cantinho do Céu, Grajaú, São Paulo – SP, Brasil Área: Intervenção 150 ha (1.500.000 m²), paisagismo/parque 30 ha (300.000 m²) Ano: 2008 O Parque Cantinho do Céu tem sua concepção em

Figura 18: Extensão do parque

processo de andamento. O projeto consiste em uma intervenção na orla da Represa Billings que prevê um parque linear de 7 km de extensão (Figura 18). Tem como objetivo geral qualificar ambientalmente a área densamente ocupada, promovendo a conservação da qualidade do reservatório a partir da implementação da infraestrutura de saneamento ambiental e viária, além de aliar a criação intercalada de sistemas de espaços públicos de uso coletivo ou de preservação ambiental. (ARCOWEB, 2011).

FONTE: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.135/4015


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Figura 19: Moradias removidas

esgotamento sanitário e liberação de drenagem pluvial, serão realocadas na mesma região. Vale destacar que boa parte das ocupações dadas por moradias precárias, despejavam no reservatório – que abastece parte da capital paulista e cidades do ABC – o esgoto doméstico, implicando a qualidade da água. (ARCOWEB, 2011). O projeto do parque não traz inovações formais em sua composição (Figura 20), mas se destaca por ser uma abordagem pouco usual para tratar o problema das ocupações desordenadas, tomando por mérito, a aposta

FONTE: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.135/4015

Para a completa implantação do parque, o projeto implica em uma remoção considerável – em relação a extensão da área – de 20% da população em função a dificuldade de adequação ao projeto urbanístico (Figura 19). Cerca de 1,5 mil famílias que se encontram em áreas de risco

geotécnico

ou

impossibilitadas

de

receber

numa solução alternativa para a situação consolidada e praticamente irreversível das habitações irregulares nas áreas de mananciais. (ARCOWEB, 2011). A

vasta

extensão

verde

intercalada

aos

equipamentos e integrado a represa, é um elemento chave incentivador de uso do parque, revelando aos próprios moradores da comunidade os atrativos da paisagem local (Figura 21). Nas peças instaladas no parque (bancos, lixeiras,


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corrimãos etc.), a preocupação foi em produzi-las com

A primeira fase do projeto já se encontra com

materiais mais robustos, a fim de se obter maior durabilidade.

conclusão efetiva desde 2011 (Figura 22 e 23), já a segunda

Figura 20: Simplicidade nos equipamentos.

teve o projeto concluído desde 2015, mas só no final de abril de 2019 iniciou sua fase de execução. (SOLUÇÕES PARA CIDADES, 2013). Com a primeira fase concluída o projeto já apresenta ótimas melhorias ao espaço e deu um novo olhar de valorização a própria comunidade, ampliando as relações de sociabilidade e de contato com o lugar onde vivem. O

FONTE: Arcoweb, 2011.

Figura 21: Sociabilidade da orla da represa e a população.

parque não somente é utilizado pelos moradores locais, mas por famílias de ocupações distantes no desejo de desfrutar das atividades que o parque oferece. (SOLUÇÕES PARA CIDADES, 2013). Só nessa primeira etapa o projeto conta com duas áreas infantis, mirante, pista de skate, academia da terceira idade, decks flutuantes, campo de futebol, pingue-pongue, arquibancada para a exibição de filmes, passarelas e

FONTE: Arcoweb, 2011.

ciclovias. (SOLUÇÕES PARA CIDADES, 2013).


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Figura 22: Corte esquemático - Parque Cantinho do Céu

FONTE: Cartilha “Iniciativas Inspiradoras – Parque Cantinho do Céu” - SOLUÇÕES PARA CIDADES, 2013.

Figura 23: Implantação 1ª etapa - Parque Cantinho do Céu O Parque Cantinho do Céu foi tido como uma referência devido a sua preocupação com as questões socioambientais, sendo essas, a atenção em qualificar as margens do manancial para melhorar e zelar a qualidade das águas, e o pensamento na sociedade local, dispondo de diversas atividades e equipamentos para usufruto em integração com a natureza, no intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas e despertar a importância FONTE: Cartilha “Iniciativas Inspiradoras – Parque Cantinho do Céu” SOLUÇÕES PARA CIDADES, 2013.

da valorização da paisagem e seus recursos.


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4.5

QUADRO COMPARATIVO

Tabela 1 - Croquis dos Projetos Referenciais

Croquis elaborados para compreensão dos projetos referências Parque Municipal do Mindu

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Parque da Juventude

Parque Mangal das Garças

Parque Cantinho do Céu


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Tabela 2 -

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Sistematização de Projetos Referenciais


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V - RECORTE ESPACIAL: LEVANTAMENTOS E DIAGNÓSTICOS

5.1.

CIDADE DE ESTUDO

Figura 24: Localização da cidade de Araçatuba – SP

Araçatuba se encontra na região noroeste do estado de São Paulo (Figura 24) e assim como as demais cidades do interior paulista, teve seu crescimento e desenvolvimento a partir das linhas férreas da companhia ferroviária Noroeste do Brasil, na qual esta, consistia em ser um meio de interligações com diversos estados contíguos na região. (IBGE, 2019). A cidade que antes tinha seu espaço habitado por índios caingangues, teve seu nome em origem do tupi cujo significado é “terra dos araçás”.

FONTE: IBGE (2019); Mapas Plano Diretor de Araçatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).


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pluviosidade no verão do que no inverno, acompanhando Sua população é de cerca de 181.579 em relação ao último

Censo

[2010],

visto

um

crescimento

Köppen e Geiger a classificação do clima pode ser

de

denominado Aw. Em uma análise geral a temperatura varia

aproximadamente 7,3%. Segundo o IBGE é estimado em

de 17 °C a 32 °C e raramente é inferior a 12 °C (Figura 25).

2018 cerca de 195.874 habitantes.

(WEATHER SPARK, 2019).

O município localiza-se as proximidades do rio Tietê – ainda limpo nesta região - e foi consagrada por um feitio, sendo a primeira cidade não ribeirinha do estado de São

Figura 25: Esquematização das temperaturas média horária da cidade de Araçatuba – SP.

Paulo a captar água diretamente do mesmo. Além disso, a cidade é cortada pelo Ribeirão Baguaçú que abastece boa parte do município.

Ainda tratando recursos d’água,

Araçatuba é uma das cidades do território brasileiro que encontra-se sob a maior reserva de Água doce do mundo, o Aquífero Guarani. (ENCONTRA ARAÇATUBA, 2017). Com relação ao clima, nos últimos anos o sol brilha forte e o calor é muito intenso nas regiões do interior paulista. Araçatuba é classificada como tropical, tendo-se mais FONTE: Weather Spark. Acessado em 8 abr 2019.


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5.2.

A ÁREA DE PROJETO NA CIDADE A área de projeto se encontra na cidade de Araçatuba-SP, às margens do Ribeirão Baguaçu e do

Figura 26: Localização do terreno de implantação do projeto em relação à área urbana.

Córrego Alvoradinha, abrangendo uma extensão de aproximadamente intersecciona

281.618,50

alguns

bairros

(28,16

com

ha)

que

características

socioeconômicas bem distintas, tais estes são: Parque Baguaçu, Jd. Nova Iorque e Jd. Alvorada (Figura 26). A ausência de lazer para a população local foi um dos pontos que levou a escolha da área, no entanto, a característica principal é que a área trata também de um local de grande valor ambiental e potencial de equilíbrio climático da cidade, na qual está enfrentando problemas relacionados a ocupação irregular ao redor do Córrego FONTE: Mapas Plano Diretor de Araçatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).

Alvoradinha,

e

que,

continuamente,

progressão de edificações.

sofrerá

com

a


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5.2.1. MAPA ZONEAMENTO Figura 27: Mapa de zoneamento urbano

Fonte: Mapas Plano Diretor de Araรงatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).


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A área de projeto se encontra na divisa da Z1 (Zona de Ocupação Induzida) para a Z2 (Zona de Ocupação Condicionada). Também é cortada pelo Ribeirão Baguaçu e o Córrego Alvoradinha, que serão utilizados como elementos fundamentais, respeitando as legislações que regem seu tratamento, pois são áreas de Especial Interesse Ambiental. As áreas especiais de interesse ambiental são porções do território destinadas a proteger e recuperar os mananciais, nascentes e corpos d`água, a preservação de áreas com vegetação significativa e paisagens naturais notáveis, áreas de reflorestamento e de conservação de parques. (ARAÇATUBA, 2006. Lei Municipal do Plano Diretor)

Sendo assim, as áreas especiais de interesse ambiental em conformidade aos perímetros delimitados no Anexo (Figura 27), integrante desta Lei, são descritas da seguinte forma pelo Plano Diretor de Araçatuba (2006): I - do Parque do Baguaçu; II - da Fazenda do Estado; III - dos rios, córregos, ribeirões, lagoas e várzeas; IV - da bacia do Ribeirão Baguaçu; V - do Country Club; VI - do atual aterro sanitário; VII - das imediações da Estação de Tratamento de Esgoto, em um raio de mil metros a partir do centro geométrico da área de implantação da ETE. (ARAÇATUBA, 2006. Lei Municipal do Plano Diretor)

A Zona de Ocupação Induzida - Zona 1, segundo o Plano Diretor de Araçatuba (2006), é composta por áreas do território que requerem uma qualificação urbanística e que têm as melhores condições de infraestrutura da cidade, apresentando as seguintes características: I - áreas de uso misto, com predominância de comércio e serviços na área central; II - concentração de população de alta renda, com predominância de população idosa no centro; III - concentração de imóveis de interesse histórico e cultural e de imóveis não edificados, não utilizados e subutilizados. Art. 25 A Zona de Ocupação Induzida - Zona 1 tem como diretrizes: I - garantir a diversidade de usos, em especial o habitacional, restringindo os conflitos de vizinhança; II - preservar a diversidade social;


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III - destinar áreas infra estruturadas para uso de habitação popular; IV - incrementar o adensamento; V - promover a ocupação de glebas e lotes vazios e de imóveis vagos e subutilizados; VI - promover a preservação do patrimônio histórica e arquitetônico urbano; VII - respeitar os usos consolidados; VIII - promover o controle da permeabilidade do solo; IX - estabelecer que os novos parcelamentos garantam o provimento da infraestrutura de acordo com o impacto que sua implantação acarrete nas imediações, além das exigências previstas na legislação que trata do parcelamento do solo. (ARAÇATUBA, 2006. Lei Municipal do Plano Diretor)

A Zona de Ocupação Condicionada - Zona 2, segundo o Plano Diretor de Araçatuba (2006), é composta por áreas com predominância de uso misto do território e com grande diversidade de padrão ocupacional. apresentando as seguintes características: I - fragmentação e descontinuidade do sistema viário; II - presença de áreas com carência de infraestrutura urbana; III - ocorrência de bolsões com deficiência de áreas públicas ou de equipamentos públicos; IV - ocorrência de bairros que exigem a transposição de barreira da mobilidade urbana em razão da Rodovia Marechal Rondon - SP-300; Art. 28 A Zona de Ocupação Condicionada - Zona 2 tem como diretrizes: I - recuperação urbana, social e ambiental; II - promover as medidas necessárias para assegurar as condições urbanísticas e ambientais adequadas, visando a equacionar os conflitos de uso e ocupação do solo; III - respeitar os usos consolidados; IV - promover a diversidade de uso e de padrão social para atrair comércio, serviços e atividades que gerem emprego e renda; V - prover áreas infra estruturadas para uso de habitação popular; VI - adequar o sistema viário urbano regiões de morfologia fragmentada; VII - adequar a transposição da Rodovia Marechal Rondon - SP- 300; VIII - adequar o sistema de drenagem; IX - estabelecer que os novos parcelamentos garantam o provimento da infraestrutura de acordo com o impacto que sua implantação acarrete nas imediações, além das exigências previstas na legislação que trata do parcelamento do solo. (ARAÇATUBA, 2006. Lei Municipal do Plano Diretor)


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5.2.2. USO DO SOLO

Figura 28: Mapa de uso do solo.

FONTE: Mapas Plano Diretor de Araรงatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).


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A área de implantação do projeto, conta com vários lotes desocupados e algumas residências bem precárias que ocupam o espaço. Seu entorno apesar de contar com alguns lotes desocupados, apresenta sua ocupação com alta predominância residencial, concentrando casas de grandes lotes e padrão mais elevado nos bairros Jardim Nova Iorque e Parque Baguaçu, e de padrão mais baixo em lotes menores e aglomerados irregularmente no bairro Alvorada; já no Jardim Panorama ainda se tem predomínio residencial, no entanto, conta com edificações de uso multifamiliar (condomínios de grande, médio e pequeno porte, tanto horizontais, quanto verticais) (Figura 28). As áreas comerciais e de prestação de serviços se concentram em maior quantidade nas proximidades das avenidas e ruas principais, sendo essas: áreas comerciais – lojas de seguimentos variados, mercadinhos, drogarias, restaurantes, salões de festa, etc; áreas de serviço privado – mecânicas, academias, postos de gasolina e etc; e áreas de serviço público – postos de saúde, departamentos/secretarias municipais e etc. Contudo, a área em análise necessita de uma maior diversificação de empreendimentos voltados ao entretenimento, na qual, é deficiente numa região que é um tanto populosa. Também é preciso ser revisto as questões de adensamento de edificações em determinados locais que apresentam grande potencial ambiental e que pode acarretar problemas aos cidadãos que ali residem.


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5.2.3. GABARITO DE ALTURA

Figura 29: Mapa de gabarito de altura.

FONTE: Mapas Plano Diretor de Araรงatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).


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A característica da área analisada é de edificações com gabaritos mais baixo de até 4 pavimentos, com uma predominância em habitações térreas e quantidade moderada de terrenos desocupados, mostrando que a cidade manteve sua progressão de crescimento, mas com uma escala reduzida de construções de 5 a 10 pavimentos ou mais (Figura 29). Logo, o fato de as zonas ao redor da área de projeto terem predominância de construções baixas, deve ser levado em consideração no projeto, na intenção de harmonizar uma proporcionalidade espacial, respeitando a escala humana e conquistando um maior controle visual na contemplação de vistas do entorno.


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5.2.4. CHEIOS E VAZIOS Figura 30: Mapa de cheios e vazios.

FONTE: Google Maps (2019). Adaptado pelo autor (2019).


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As edificações no entorno da área de implantação possuem características variadas. Ao sudoeste do bairro Alvorada se tem lotes que não são inteiramente ocupados, por outro lado, sentido nordeste do bairro, é vista uma área mais adensada e consolidada, com uma ocupação maior dos espaços dos lotes. No Jd. Panorama podemos ver a compactação das edificações e perceber que a ocupação das mesmas é de áreas razoáveis em relação ao o terreno. Já no bairro Nova Iorque e ao centro do bairro Alvorada, está havendo uma crescente ocupacional nas proximidades da área do Ribeirão Baguaçu e do córrego Alvoradinha (Figura 30). Segundo Abbud (2006, p.72) “é por meio dos vazios urbanos [...] que conhecemos e formamos uma opinião sobre a qualidade de uma cidade”. E como podemos ver, a área de implantação dispõe de um vazio que é significativamente importante para a formação de qualidade da cidade de Araçatuba, que aos poucos sofre com a progressão das edificações no espaço e que certamente deve ser cuidado. Com isso, ao se tratar de uma área caracterizada como fundo de vale, é indispensável que haja uma determinada taxa de áreas permeáveis que contribuam para a drenagem urbana, assim, prevenindo futuros problemas de alagamentos e enchentes que podem ser alicerçados e que comprometem a vida da população ali presente.


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5.2.5. MAPA DE VISADAS DO ENTORNO Figura 31: Mapa de visadas.

Figura 32: Quadro de figuras com visadas de instituições e empreendimentos relevantes.

FONTE: Mapas Plano Diretor de Araçatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Com relação a área de implantação e a proposta que será desenvolvida, sobre ela é interessante ressaltar as áreas institucionais de âmbito educacional, que são escolas públicas e particulares e a universidade Unip, na qual o parque pode agregar atividades visando a educação ambiental e espaços para pesquisas ecológicas. O entorno da área de projeto também conta com duas praças públicas, sendo a Praça Bezerra de Menezes classificada urbanizada segundo o mapeamento do Plano Diretor de Araçatuba (2006), no entanto dispondo de poucas atividades e com mobiliários precários que não instigam o uso da população, já a Praça João Risolia tem seu espaço sendo usado como estacionamento para veículos. Ambas hoje podem ser vistas como degradadas e inaptas para o usufruto dos habitantes de Araçatuba. Destaca-se também o Condomínio Residencial Royal Boulevard Premium e dois postos de gasolina que podem ser tidos como referência espacial para localização do parque, além da empresa prestadora de serviços Samar e o Parque Ecológico PEBA, que além disso, podem dispor de programas e patrocínios em conjuntos ao parque.


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5.2.6. SISTEMA VIÁRIO (CLASSIFICAÇÃO VIÁRIA) Figura 33: Mapa de classificação viária.

FONTE: Waze GPS (2018) e Mapas Plano Diretor de Araçatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).


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Nas vias arteriais da área de projeto, destacam-se eixos principais como as avenidas Waldir Felizola de Moraes e a Rua Baguaçu, ambas com grande fluxo veicular, pode-se ver também o início da via de trânsito rápido Rodovia Senador Teotônio Vilela. Estas têm como função fazer a ligação entre certas regiões da cidade e serão eixos que darão acesso as pessoas tanto de dentro quanto as de fora da cidade ao parque. As vias coletoras se dão pelas vias secundárias que coletam/distribuem o fluxo veicular das vias arteriais presentes, encurtando as distâncias, e facilitando a movimentação em meio ao trânsito. Além disso, a área de implantação do projeto é cortada por duas dessas vias (Rua Antônio de Souza Lima e Rua Clóvis Beviláqua). As demais vias são distribuídas em meio as quadras, seguindo o padrão de vias locais (sendo que a Rua Eça de Queirós é uma das que também cortam a área de projeto), e algumas vielas no bairro Alvorada que servirão de diretrizes essenciais para concepção do parque. Posto isto, pode-se concluir que é uma área que pode ser facilmente acessada a pé pelas pessoas que moram próximas dali através das vielas, além de ser acessível aos demais munícipes e algumas pessoas de localidades vizinhas à cidade de Araçatuba - SP.


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5.2.7. SISTEMA VIÁRIO (FLUXO E INFRAESTRUTURA VIÁRIA) Figura 34: Mapa de fluxos e infraestrutura viária.

FONTE Waze GPS (2018) e Google Maps (2018). Adaptado pelo autor (2019).


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Nas avenidas, como características comum, se tem sentido único em cada uma das suas duas vias. Parte da rua Baguaçu dispõe de apenas um sentido, afim de proporcionar maior fluidez a via, onde é possível fazer o retorno na rua São Caetano que é paralela e dispõe de um fluxo contrário. As outras vias com características de sentido único se encontram nas proximidades de alguns empreendimentos que necessitam de acessos específicos. As demais vias são todas de sentido duplo com exceção das vielas do bairro alvorada que não fornece capacidade de trânsito de alguns veículos e sendo alguma delas com pavimentação um tanto precária (Figura 34). Contudo, a relação do fluxo das vias e vielas do entorno com a área de implantação, facilita o dinamismo espacial sem nenhuma complicação. No entanto, o calçamento adequado em algumas vielas e algumas questões de sinalização em certos pontos deverão ser reavaliados e vistos como diretrizes projetuais para melhoria e maior fluidez.


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5.3.

ANÁLISE DO TERRENO

5.3.1. TOPOGRAFIA E HIDROGRAFIA Figura 35: Mapa de topografia e hidrografia.

FONTE: Global Mapper 19 e Mapas Plano Diretor de Araçatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).

Figura 36: Perfis topográficos da área de implantação.

FONTE: Global Mapper 19. Adaptado pelo autor (2019).


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A área de projeto se caracteriza por fundos de vales, obtido a partir de duas hidrografias: o Ribeirão Baguaçu (dimensão aproximada de 16 metros) e o Córrego Alvoradinha (dimensão aproximada de 5 metros) que tem sua foz nesse mesmo ribeirão. Por conta disso a topografia do local é variável, apresentando uma declividade mais suave nas extensões próximas do córrego e níveis um pouco mais declivosos nas proximidades do ribeirão, além disso, o aspecto meandroso do ribeirão contribui para essa variação (Figura 35 e 36). Posto isto, o desnível do terreno é dado a partir do caminho dos mananciais, porém para a finalidade do projeto, com a disposição de um bom planejamento e manuseio da área, pode-se acreditar que não haverá complicações. Somente, atentar-se aos fundos de vales em relação a permeabilidade para escoamento adequado e absorção das águas pluviais.


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5.3.2. INSOLAÇÃO E VENTOS DOMINANTES Figura 37: Diagrama de Orientação solar e Ventos dominantes.

FONTE: Google Earth. Editado pelo autor (2019).

Em uma análise geral dos equinócios primavera/outono e solstícios de verão e inverno é possível prever a insolação do espaço. Em nossa região do hemisfério Sul, a face norte é a que recebe a maior parte da insolação diária, a leste recebe o sol da manhã, a oeste recebe o sol da tarde e a face sul é a que tem menor incidência dos raios solares (Figura 37).


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Figura 38: Estatísticas de vento e condições atmosféricas de Araçatuba.

FONTE: https://pt.windfinder.com/windstatistics/aracatuba. Acesso em 09/11/2018

Os ventos são variáveis, mas com base nos históricos anteriores de ventos que sopram quase sempre na mesma direção, a resultante se dá no eixo sudeste para noroeste (Figura 38). Estes dados diretrizam a disposição dos ambientes na intenção de aproveitar o máximo da ventilação natural e ter um controle de insolação.


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5.3.3. COBERTURA VEGETAL (DENSIDADE ARBÓREA E ÁREAS PERMEÁVEIS) Figura 39: Mapa de vegetação.

FONTE: Google Earth (2019). Adaptado pelo autor (2019).


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A área escolhida para a implantação do projeto dispõe de uma concentração arbórea muito boa e que certamente é relevante para a cidade (Figura 39), conforme inciso no Código Florestal - Lei nº 12.651 áreas como essas podem contribuir na “atenuação de desequilíbrios climáticos intraurbanos, tais como o excesso de aridez, o desconforto térmico e ambiental e o efeito ‘ilha de calor’.” Mediante a isso, a área de implantação do projeto é totalmente interessante para a formação de um parque. As demais áreas verdes encontradas a fora do limite de implantação se dão por APP’s, praças, canteiros, áreas permeáveis próximas ao Córrego Alvoradinha, o Parque Ecológico Baguaçu e alguns lotes desocupados dispostos em meio aos bairros.


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5.3.4. MAPA DE VISADAS DO TERRENO (VISUAIS) Figura 40: Mapa de visuais.

FONTE: Mapas Plano Diretor de Araรงatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).


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Figura 40: Mapa de visuais.

FONTE: Mapas Plano Diretor de Araรงatuba (2006). Adaptado pelo autor (2019).


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A área sustenta uma rica comunidade ecológica

Dispõe de dois cursos hídricos que contribuem para

que sofre com as ações de degradação e negligência.

o abastecimento de água em áreas da cidade e que

Abriga uma vegetação diversificada e amplamente

enfrentam os efeitos da urbanização com ocupações

essencial que subsiste perante as ações de queimadas,

irregulares na faixa marginal de seus leitos e várzeas

destruição da mata ciliar e poluição (Figura 42 e 43).

(Figuras 44 e 45).

Figura 42: Lixo no espaço natural.

FONTE: Registro e adaptação pelo autor (2019).

Figura 43: Lixo e ações de queimada.

FONTE: Registro e adaptação pelo autor (2019).

Figura 44: Ocupações a aprox. 7 metros do Ribeirão.

FONTE: Registro e adaptação pelo autor (2019).

Figura 45: Ocupação irregular na faixa marginal.

FONTE: Registro e adaptação pelo autor (2019).


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Além disso o espaço natural é tido como

Figura 46: Espécies de animais registrados no espaço.

moradia de diversas espécies de animais que compõe o ecossistema local (Figura 46). A conjunção dessa comunidade ecológica passa despercebida aos olhos da população e acabam se tornando espaços de desestima, sendo que são espaço locais de extrema relevância que devem compor a paisagem urbana natural (Figura 47). FONTE: Registro e adaptação pelo autor (2019).

Figura 47: Vista de contemplação panorâmica.

FONTE: Registro e adaptação pelo autor (2019).


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VI -

O PROJETO

Apropriando-se de um vazio urbano existente na cidade de Araçatuba, de grande caráter ambiental e que vem sendo tomado por construções, sofrendo com a degradação do espaço, o Projeto Parque Linear Eco Urbano propõe a criação de uma parque urbano e a formação de uma microrreserva ecológica, como uma estratégia de resguardo e respeito a natureza e seus recursos, revelando uma possibilidade de reconciliação entre o meio ambiente natural e o meio urbano, trazendo consigo um espaço de qualidade para usufruto da população da cidade. O trabalho do parque em firmar uma sintonia entre os dois meios sana as problemáticas ambientais, sociais e urbanas, discorridas e elencadas nas análises anteriores. No contexto ambiental, observa-se a degradação dos recursos hídricos – Ribeirão Baguaçu e Córrego Alvoradinha –, na qual esses vem sofrendo com a crescente ocupacional em suas proximidades, elevando os índices de impermeabilização da área de característica fundo de vale, além das ações de queimadas e lixo descartados no local. No contexto social e cultural, nota-se a deficiência de áreas de lazer, recreação e socialização, uma vez que essas podem agregar na qualidade de vida da população e instigar a conscientização ambiental. E por fim, no contexto urbano, uma vez que a temperatura dos espaços urbanos só cresce em conjunto a sua densidade ocupacional, proporcionar ações como essas, asseguram o equilíbrio climático da cidade.


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6.1.

DIRETRIZES PROJETUAIS O projeto do Parque Eco

Figura 48: Mapa de diretrizes projetuais

Urbano, com base nos estudos e levantamentos,

tem

como

princípio norteador atuar como parque de amortecimento e de contenção da ocupação, uma vez que esse quer desenvolver um papel

de

conservação

de

recursos naturais, estando situado em

uma

área

densamente

ocupada, firmando assim uma zona

de

qualquer

proteção uso

que

contra venha

pressionar por ocupar essas áreas, contribuindo em um equilíbrio ecossistêmico

a

cidade

de

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Araçatuba, e em contrapartida, além de ser concebido como um espaço de requalificação e recuperação ambiental, fomenta consigo o desenvolvimento educacional, social e cultural. (Figura 48)


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6.2.

CONCEITO E PARTIDO

6.2.1. CONCEITO A conceituação do projeto baseia-se em alguns princípios

tratados

na

fundamentação,

na

Em vista aos problemas socioambientais que o

qual

espaço acatado passa e sua grande potencialidade

correlacionados, exercem grande poder na qualidade

ambiental, a valorização, enaltecimento e conservação

dos espaços públicos (Figura 49).

da natureza, é um elemento crucial, que, segundo Lovelock (2006), motiva a conciliação da sociedade

Figura 49: Esquematização do conceito

humana em harmonia com os recursos naturais. Por sua vez Gehl (2013) levanta a diversidade de atividades nos espaços como elemento que contribui para a segurança dos mesmos, por conta do dinamismo espacial que esse tende a promover. Dessa forma, a articulação da natureza vigorante e o dinamismo e diversidade espacial, concede o direito da vitalidade socioambiental, resultando em uma boa qualidade de vida para a população, além de

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

estabelecer melhores condições para a própria cidade.


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6.2.2. PARTIDO A melhor influencia em um projeto é a geografia, e

Além disso, o fluxo meândrico das hidrografias

diante disso, o partido diretriz do parque, inicialmente

presentes reflete no delineamento dos caminhos que

baseia-se nas análises de sítio, fazendo-se proveito do

interligam as atividades e percorre toda extensão do

traçado das vielas e dos recursos hídricos para a divisão

parque e nos aspectos de algumas áreas edificadas,

dos espaços e disposição da sua setorização (Figura 50).

buscando seguir características sinuosas e fazendo

As vielas serão elementos significativos ao tratar o

referência ao organicismo da natureza. (Figura 51).

dinamismo local. Figura 50: Croqui representativo de divisão espacial para

Figura 51: Croqui representativo do meândrico e

alocação de atividades.

organicismo da natureza.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.3.

PROGRAMA DE NECESSIDADES E DIMENSIONAMENTO ESPACIAL Conforme Reis-Alves (2007), os atributos naturais em conjunto aos espaciais possibilitam na obtenção de lugares pra o

ser humano explorar e se inter-relacionar, e o seguinte programa de necessidades (Tabela 3) se desenvolveu na intenção de propor um espaço convidativo por suas atividades, buscando conciliar ao máximo aos atributos naturais oferecidos, objetivando uma melhoria sociocultural à população. Os espaços e atividades são divididos em setores de acordo com o seu cárter de lazer e distribuídos na intenção de alcançar uma diversificação espacial que contemple diversos públicos, desde a senhora que vai a horta comunitária colher os vegetais para o seu almoço, ao menino que acabou de sair da escola e vai de imediato ao campo aberto soltar pipa com os amigos. Vale ressaltar também a questão da acessibilidade prezada, estabelecendo dimensionamento propicio para uso por pessoas portadoras de necessidades especiais. Tabela 3 -

Programa de necessidades e dimensionamento espacial Setor Serviços

Lanchonetes

Container 20' Container 40'

Área para alimentação, dispostas em quiosques container

73,9 89,2

Bloco Administrativo Sanitários Social Secretaria/Recepção/Espera Diretoria Gestão e planejamento

Feminino

Área de sanitários - 5 cabines comuns

15,25

Masculino

Área de sanitários - 5 cabines comuns

15,25

Acessíveis

Área de sanitários - 2 PNE's

8,5

Ponto de informação, para tirar dúvidas, agendamento de eventos etc.

75

Sala da direção

15,95 19,1

Sala de planejamento financeiro e marketing


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Almoxarifado

Área para guardar documentos e afins

10,7

Para uso dos colaboradores em detrimento a gestão Para uso dos colaboradores administrativos

24,65 16

Comum

Área de sanitário funcionários

3,3

Acessíveis

Área de sanitário funcionários - 1 PNE

4,25

Depósito de materiais de limpeza

14

Sala de Reuniões Copa funcionários Sanitários Bloco Manutenção DML Depósito de máquinas

Depósito de maquinários

14

Pátio de manutenção

Área para manutenção de equipamentos do parque

58,5

Área de sanitários e vestiários funcionários - 3 PNE's

31,75

Sanitários + Vestiário funcionários

Acessíveis

489,2

TOTAL

Setor Lazer Cultural Concha Acústica Sala Multiuso 1

Oficinas

Sala Multiuso 2 Sala Multiuso 3

Para apresentações e concertos musicais

105

Espaço multiuso para atividades (crochê, dança de rua, capoeira, artesanato, teatro) em serviço voluntário promovendo um encontro de gerações; Espaço para realização de eventos ambientais; Aberto a comunidade;

94.3 36,85

Apresentações, cinema a céu aberto

3915

Viveiro de borboletas e beija-flores

245

Cine Platô Borboletário TOTAL

36,85

4433


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Setor Lazer Esportivo Feminino - C40'

Área de sanitários e vestiários

29,72

Masculino - C40'

Área de sanitários e vestiários

29,72

Quadra de Volei

Área para atividades esportivas

253

Quadra Poliesportiva

Área para atividades esportivas

540

Área para atividades esportivas Área destinada a prática artística de grafitagem

1323 -

Playground lúdico ambiental

Parque infantil destinado ao lazer das crianças

645

Playground convencional

Parque infantil destinado ao lazer das crianças

610

Área para atividades físicas

450 95 815,4 1917 6707,85

Sanitários + Vestiário

Quadra de Futebol Society Muro do grafite

Academia ao ar livre Terapia ocupacional Pista de cooper Campo aberto

Com marquise membrana de apoio para ginástica, yoga, meditação Área para atividades fisicas esportivas - percurso 125 metros Área para soltar pipa, recreação ao céu aberto ...

TOTAL

Setor Lazer Social Contemplativo Horta comunitária Pomar urbano Feira Praça molhada Praça das Raízes

Espaço destinados ao cultivo de hortaliças e demais plantas pela comunidade sob orientação da administração do parque

1390

Espaço com árvores frutíferas para usufruto da população

Área com equipamento urbano raízes

2582 243 567 2600

Com pergolado e redário para descanso

1280

Campo para piquenique ...

1110

Feira das coisas produzidas na horta e pomar Espaço destinado à contemplação e interação molhada com pisos sobe espelho d'água

Praça do Remanso Área para piquenique TOTAL

9772


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Setor Ecológico Mirante Sanitários Social

Área com vista para contemplação de todo a microrreserva

170,70

Feminino - C20'

Área de sanitários - 3 cabines

29,72

Masculino - C20'

Área de sanitários - 3 cabines

29,72

PNE - C20'

Área de sanitários - 2 cabines + depósito higiênico

29,72

Destinada à proteção de diversas espécies de plantas e animais, na qual são proibidas diversas atividades que podem ser nocivas para o meio ambiente

165000

Reserva ecológica

TOTAL

165259,86

Sistemas de integração espacial e mobilidade Estacionamento Passarelas Suspensas Ciclovias Trilhas

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Área para acomodação de veículos, valorizando os não motorizados e coletivos

1800

Passarelas para estabelecer a ligação do setor ecológico do parque

Aprox. 810m

Exclusivamente para bicicletas – “Ciclofrescas”

1,85km

Para expedições ecológicas em conhecimento da fauna e flora do setor ecológico do parque

Aprox. 1,48km


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6.4.

ORGANOGRAMA O seguinte organograma foi desenvolvido seguindo os setores que percorrerá todo o Parque Eco-Urbano. (Figura 52). Figura 52: Organograma geral Parque Linear Eco-Urbano.

A ideia é promover atividades de caráter distintos, distribuídos equitativamente e estabelecendo uma diversidade e estímulo de convivência entre as pessoas, de certa maneira, refletindo em um dinamismo e vitalidade espacial. A relação da conjunção de tais atividade ao contexto ambiental presente, possibilita o envolvimento e resguardo à natureza local.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.5.

FLUXOGRAMA

Figura 53: Fluxograma geral Parque Linear Eco-Urbano. A esquematização de fluxos do parque linear Eco Urbano consiste na disposição de acessos diretos das próprias

ruas

seccionam,

e

assim,

vielas

que

facilitando

o seu

acesso e não estabelecendo uma prioridade hierárquica de entrada, com exceção da área da reserva ecológica

que

dispõe

de

um

perímetro delimitado com restrições para ingressão (Figura 53). FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Apesar da área ser cortada e dividida pelo córrego Alvoradinha, os setores são bem distribuídos e interligados entre si, sendo essa ligação feita por passarelas em decks que cruzam a extensão do córrego e possibilita uma conexão entre os espaços distintos, pactuando um contato com o recurso que ali percorre e com a natureza que o envolve, desse modo, adequando-se a teoria de Neiman (2005) apud Gorski (2010), incorporando tais recursos na vida das pessoas e reconstruindo o espaço com lazer e interação.


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6.6.

ESTUDOS PRELIMINARES

6.6.1. AÇÕES DE MELHORIA As ações de melhoria consistem em propostas integrativas ao projeto do Eco Urbano, que o auxilia no alcance de seus princípios e oportunizam uma melhor fluidez no seu funcionamento.

6.6.1.1. Vielas As vielas são elementos importantes para a concepção do Eco Urbano, foram através delas que se partiu o delineamento do parque. Como se encontram em situações bem precárias, nada atrativas a população, é pensado em propostas um tanto simples, mas que trariam bons resultados, fornecendo mais qualidade ao espaço, incentivando ainda mais o ato de caminhar. Algumas dessas soluções seriam: a disposição de calhas de drenagem para captação das águas pluviais – uma vez que essas escoam em meio ao espaço de passagem; calçamento em piso intertravado drenante diminuindo a taxa de impermeabilidade no solo; disposição de rampas de acessibilidades em guias; e disposição de espaços de permanência em conjunto a vegetação e muros artísticos propiciando uma atratividade, vitalidade e valorização para o lugar. A seguir, se tem um comparativo com a aplicação das propostas de melhoria (Figuras 55 e 56).


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Figura 55: Proposta de melhoria nas vielas. ANTES DAS AÇÕES DE MELHORIA

DEPOIS DAS AÇÕES DE MELHORIA

FONTE: Registrado e elaborado pelo autor (2019).

Figura 56: Proposta de melhoria nas vielas ANTES DAS AÇÕES DE MELHORIA

DEPOIS DAS AÇÕES DE MELHORIA

FONTE: Registrado e elaborado pelo autor (2019).


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6.6.1.2. Mobilidade espacial Em vista as questões de mobilidade do espaço, a proposta consiste em adotar faixas elevadas nas vias que interseccionam o perímetro do parque linear. Com a utilização desse sistema, além de trazer melhorias as condições de acessibilidade e segurança às pessoas – pois ampliaria a visibilidade da travessia dos pedestres e reduziria a velocidade dos automóveis –, é possível estabelecer uma integração entre as quadras na qual o parque Eco Urbano será implantado. Com base na Resolução 39/98 do CONTRAN que trata padrões e critérios para a instalação de ondulações transversais e sonorizadores, descreve que “a colocação de ondulações transversais próximas as esquinas, em vias urbanas, devem respeitar uma distância mínima de 15 metros do alinhamento do meio-fio da via transversal” e “a distância mínima entre duas ondulações sucessivas, em vias urbanas, deverá ser de 50 metros”. A disposição desses equipamentos na área de intervenção é tida da seguinte maneira (Figura 57): Figura 57: Pontos de instalação de faixa elevada (lombofaixa)

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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O equipamento seria implantado em nivelamento a calçada com largura máxima de 7 metros e área de faixa de 4 metros conforme o padrão, mantendo-se as condições de drenagem superficial nas sarjetas e contando com o acompanhamento de placas de sinalização. Complementando essa proposta de travessia, é presente a utilização de piso táteis – que serão utilizados em toda a extensão do Eco Urbano seguindo a mesma especificação – em atendimento a acessibilidade (Figura 58). Figura 58: Especificações e detalhamento de proposta de mobilidade espacial

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.6.2. LEGISLAÇÕES Para a implantação do parque linear Eco Urbano foi necessário tomar conhecimento de algumas medidas avaliativas do espaço para sua aplicação na malha semi-consolidada, visionando a melhor maneira para a conquista qualitativa do ambiente urbano em respeito ao ambiente natural e melhora na qualidade de vida da população. A seguir é apresentado alguns parâmetros adotados acerca das legislações cabíveis ao projeto.

6.6.2.1. Código florestal e Parcelamento do solo urbano As áreas de preservação ecológica na presença de águas superficiais são consideradas por Mascaró (2003, p.14) elementos essenciais da estruturação urbana para o equilíbrio ambiental e contenção de enchentes em regiões próximas a córregos e rios, além de fornecer redução da temperatura local e aumentar a umidade relativa do ar. Mediante a isso, a condição do projeto se embasa nas seguintes Leis Federais: - a Nº 6766/79 relacionadas ao parcelamento do solo urbano, em regência as proximidades do córrego Alvoradinha cuja largura varia de 5 a 6 metros (vide grifo Figura 59); - e a Nº 7803/89 estabelecida pelo código florestal, em regência as proximidades do Ribeirão Baguaçu cuja largura varia aproximadamente de 15 a 20 metros (vide grifo Figura 60).


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Figura 60: Diferentes larguras das faixas de proteção Figura 59: Diferentes larguras das faixas de proteção

aos cursos d’água com 10 a 200 metros de largura, de

aos cursos d’água com largura máxima de 10 metros

acordo com a legislação federal ambiental vigente.

de acordo com as Leis Federais vigentes

FONTE: Loteamentos Urbanos - MASCARÓ (2003). Adaptado pelo autor (2019).

FONTE: Loteamentos Urbanos - MASCARÓ (2003). Adaptado pelo autor (2019).


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6.6.2.2. Instrumentos Urbanísticos

A implantação do Parque linear Eco Urbano, necessita da colaboração e parceria do Poder Público, e para isso, requer a utilização de instrumentos de indução de políticas urbanas para tomada de algumas providências em relação a ocupação irregular da faixa marginal de proteção, no intuito de consolidar a ideia e firmar a execução de todo o projeto. Dentre tais instrumentos, destaca-se o Direito de preempção – art. 25 a 27, decretada pelo Estatuto da cidade, na Lei n°10.257/01. De acordo com o Plano Diretor (2006) da cidade de Araçatuba, na Seção IV – do direito de preempção: Art. 96. O direito de preempção confere ao Poder Público Municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares. § 1º Em conformidade com este Plano Diretor, lei municipal especifica delimitará as áreas situadas na Zona de Ocupação Induzida - Zona 1, na Zona de Ocupação Condicionada - Zona 2 e na Zona de Ocupação Controlada Urbana - Zona 3 em que incidirá o direito de preempção e fixará o prazo de vigência de quatro anos, renovável a partir de um ano após o decurso do prazo inicial de vigência.

Busca-se, portanto, por meio da seguinte tratativa em apoio do Poder Público, a utilização em atendimento às necessidades de ordenamento e planejamento e melhorias nas condições socias e ambientais, propondo conforme as referentes subseções VI e VII a “criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes” e a “criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental”. (ARAÇATUBA, 2006. Lei Municipal do Plano Diretor).


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O outro instrumento urbanístico utilizado para a execução do projeto, é a de Transferência do direito de construir – art. 35, também decretada pelo Estatuto da cidade, na Lei n°10.257/01. De acordo com o Plano Diretor (2006) da cidade de Araçatuba, na Seção VIII – da transferência do direito de construir: Art. 115. Lei municipal específica autorizará o proprietário do imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito básico de construir previsto neste Plano Diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de; I - implantação de equipamentos urbanos e comunitários; II - preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social e cultural; III - servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social.

A seguinte ação acarretará a desapropriação de lotes existentes no local que se encontram em áreas de riscos e que também estão em irregularidade na ocupação da faixa marginal de proteção nas proximidades do Ribeirão Baguaçu e do Córrego Alvoradinha, além dos que inviabilizam a implantação do parque (vide figura 61).

Boa parte desses lotes

desapropriados não apresentam boas condições de moradia, e em vista as ações tidas, serão realocados em terreno mais próximo e disponível, para que esses indivíduos não saiam prejudicados, mas que sim, possam usufruir da infraestrutura do parque.


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Figura 61: Locais de desapropriação e realocação de lotes

FONTE: Mapas Plano Diretor de Araçatuba (2006) e Google Maps (2019). Adaptado pelo autor (2019).

Tais medidas foram tomadas no intuito de atender os objetivos socioambientais que o parque linear Eco Urbano vem a promover, concebendo benefícios à cidade em questão de ordenamento e conforto ambiental urbano, e em prol à própria população que fará proveito as atividades recreativas fornecidas pelo mesmo.


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6.6.3. CROQUIS A realização de croquis (Figura 54)

Figura 54: Croquis do princípio de traçado e edificações do parque.

é a representação de um experiencia individual, que auxilia na descoberta e experimentação da primeira fase do projeto, foi a partir desses que surgiu um progresso

no

desenvolvimento

das

edificações e traçados do Parque Eco Urbano.

FONTE: Croquis elaborados pelo autor (2019).


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6.7.

IMPLANTAÇÃO Figura 62: Implantação

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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O parque Eco Urbano dispõe de barreiras em gradis apenas nos perímetros da microrreserva, acesso a esta área dado pela guarita de entrada ao lado do bloco de serviços. Já na extensão do parque urbano seu acesso pode acontecer pelas vielas e diretamente das vias que delimitam seu perímetro. A ciclovia é bem interligada, trabalhando em conjunto ao passeio compartilhado, contornando toda a área, se adequando as características do terreno. Os pontos de contemplação encontrados na microrreserva foram selecionados intencionalmente nos pontos de meandro (sinuosidade) do Ribeirão Baguaçu e ponto de encontro entre as duas hidrografias. A partir da implantação a seguir, é possível analisar melhor as propostas de todo o parque com as atividades que buscam consolidar o conceito e o partido, além de seu traçado fluído (figura 65).


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6.8.

SETORIZAÇÃO

Como tratado, partindo das ruas, vielas e do córrego surgiu-se os setores do Parque EcoUrbano (Figura 63), resultando em: Setor de serviços (presente em toda a extensão do parque), Setor Lazer Cultural, Setor Lazer Esportivo, Setor Lazer Social Contemplativo e Setor Ecológico (que também se faz presente em toda a extensão do parque). Figura 63: Setorização Parque Linear Eco-Urbano.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.9.

PERCURSOS DE IMERSÃO NA NATUREZA

A ideia dos percursos é generalizada pela vivência em meio a natureza e seus recursos, refletidos muitas vezes a partir do traçado desses recursos e em maior parte apresentando características sinuosas, estando sempre muito bem arborizados. Concernindo seu delineamento diretriz em união ao traçado das vielas possibilitam uma integração com o entorno, e sendo modelados em conjunto a topografia do terreno é possível contemplar as paisagens criadas em diversos ângulos e perspectivas.


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6.9.1.

Passeio Comum

Figura 64: Passeio Comum.

Dispondo de traçados orgânicos, os passeios comuns variam suas dimensões com uma mínima de 3 metros, partindo

sempre

do

nível

das

calçadas,

captando

caminhantes do entorno e se desenvolvendo em percursos convidativos ao olhar humano em meio as paisagens proporcionadas pela vegetação colorida, os encontros e atividades

estabelecidas

pelo

parque,

tendo

como

características principais o dinamismo e a experimentalidade. Estes caminhos são executados em material permeável, contando com postes de iluminação de duas mãos e sendo completamente acessíveis. (Figura 64).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.9.2.

Passeio Compartilhado Figura 65: Passeio Compartilhado.

O passeio compartilhado (Figura 65) é delineado com

largura

de

5

metros

seguindo

as

mesmas

características de traçado do Córrego Alvoradinha, sendo o caminho que intermedia as área de atividades e as áreas de preservação ecológica, permitindo um passeio natural, totalmente arborizado, em contato com a fauna e flora rente as margens do córrego. Nesse passeio é possível trânsito não só de caminhantes, mas também de ciclistas, possibilitando a integração com a ciclovia, melhorando ainda mais a circulação do parque. Tal caminho também é executado em material permeável, contando com postes

de

iluminação

de

duas

mãos

e

sendo

completamente acessíveis.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.9.3.

Decks de travessia hídrica

Figura 66: Decks de travessia. Os decks de travessia (Figura 66), são os caminhos que facilitarão a integração entre os espaços divididos pelas hidrografias, dando a possibilidade de atravessar sua vegetação de reconstituição. Conforme Gorski (2010) é preciso incorporar os rios urbanos na vida das pessoas, pois eles são referências de lugar e de espaço que integram a identidade de um povo, e, a adequação desse caminho possibilita o reconhecimento constante do leito hídrico que ali percorre. Contando com madeira plástica em sua estruturação e postes de iluminação baixos que alumbram a densa vegetação, auxiliam na criação de ambiência de imersão e reconhecimento dos recursos

naturais

ali

presente.

Estes também

são

acessíveis.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.9.4.

Trilha Térrea

Figura 67: Trilha Térrea.

As trilhas térreas ecológicas (Figura 67) são os percursos encontrados no interior da microrreserva, seus caminhos sinuosos de 1,50m de largura compostos por pedregulhos se estendem por toda a área da “pequena floresta” com aproximadamente 1,48km de extensão, proporcionando um contato direto com a fauna e flora local. Os percursos direcionam os caminhantes a vários pontos

de

contemplação

e

atividades

passivas

distribuídas em meio a reserva. Na caminhada é possível observar árvores de diferentes portes notando o quão colossal é a natureza e concedendo ao homem poder se enxergar como parte dela.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.9.5.

Trilha Suspensa

Figura 68: Trilha Suspensa.

As trilhas suspensas (Figura 68) são dispostas em passarelas metálicas elevadas em meio a microrreserva, contando com uma passagem de 3 metros revestidas em madeira plástica a passarela usa-se de balizadores para a iluminação e busca seguir uma inclinação acessível. . Tem traçados orgânicos refletidos a partir do aspecto meandroso do Ribeirão Baguaçu, cruzando e sobrevoando a “pequena floresta” em meio à copa das árvores, atingindo alturas máximas de 8 metros. O trajeto tem como ponto focal, conduzir o caminhante até o topo do mirante, sendo o caminho definido como o percurso auge de compreensão da extensão da natureza.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 69: Planta baixa - Bloco Administrativo.

6.10. PROPOSTA PROJETUAL 6.10.1. Prédio Administrativo O bloco administrativo do setor de serviços (Figura 69 e 70) se encontra entre a microrreserva e a extensão do parque linear. Funciona como o polo de gestão do parque, concentrando os ambientes necessários para os funcionários, mas consiste em ser também em um espaço social para a comunidade

tirar

dúvidas,

realizar

agendamentos de eventos etc., além de dispor

de

banheiros

para

atender

ao

público. A alvenaria externa se dá em taipa de pilão, no intuito de alcançar um bom desempenho térmico a edificação.

BLOCO ADMNISTRATIVO

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


Pรกgina | 120

Figura 70: Corte AA - Bloco Administrativo.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


Página | 121

6.10.2. Prédio Manutenção e Limpeza O bloco de manutenção e limpeza do setor de serviços (Figura 72) não é acoplado ao administrativo, no entanto ambos compartilham da mesma cobertura e são interligados por um caminho rampeado de inclinação acessível que possibilita a conexão entre os funcionários do departamento de manutenção/limpeza e do administrativo quando necessário (Figura 71). Figura 71: Corte CC – Interligação entre blocos de Serviços.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 72: Planta baixa - Bloco Manutenção e Limpeza.

Os sanitários/vestiários são todos acessíveis, alcançando um tratamento universal a todos os funcionários do setor,

sem

restrições.

O

espaço

também conta com um D.M.L. e um depósito de máquinas, além de dispor de um pátio para a manutenção de equipamentos do parque. A alvenaria externa do bloco também se dá em taipa de pilão, alcançando um bom desempenho térmico da edificação. (Figuras 72 e 73).

BLOCO MANUTENÇÃO E LIMPEZA

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 73: Corte BB - Bloco Manutenção e Limpeza.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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O bloco de serviço como um todo se encontra dentro do perímetro da microrreserva, ao lado da guarita de acesso a mesma, aproveitando seu gradil de cercamento (figuras 74 e 75). A sua situação de localização no parque é justamente na intenção de intermediar as áreas de parque urbano e microrreserva, facilitando a administração e atendimento dos dois meios do parque.

Figura 74: Perspectiva 3D do conjunto do bloco de serviços.

Figura 75: Perspectiva 3D do conjunto do bloco de serviços.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.10.3. Módulos Container – Equipamentos de Serviço

As lanchonetes do setor de serviços são dadas através de quiosques container de 20’ (Figuras 76 e 77) e 40’ (Figura 78 e 79), por conta da sua facilidade de acomodação e atendimento em diversos pontos do parque, essa disposição diversificada é um dos fatores que propõe a vida e movimentação ao espaço. Além disso, o container é tido como um elemento de reuso, atendendo também aos princípios sustentáveis do parque. Essa diferenciação de dimensões é relativa ao tipo de alimentação que o lugar vem a oferecer, na intenção suprir as necessidades essenciais para a execução dos trabalhos pelos funcionários e melhor atender as pessoas. Figura 76: Planta baixa – Lanchonete módulo container 20’.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Figura 77: Elevação frontal – Lanchonete módulo container 20’.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 78: Planta baixa – Lanchonete módulo container 40’.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Figura 79: Elevação frontal – Lanchonete módulo container 40’

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Os sanitários/vestiários também se dão em container e são distribuídos nas proximidades das quadras em tamanho de 40’ (Figura 80) e na área destinada a microrreserva ecológica em tamanho de 20’ (Figura 81), para melhor atender aos usuários, levando sempre em consideração também a questão de acessibilidade. Vale destacar também o depósito higiênico no módulo da microrreserva, acoplado juntamente aos banheiros acessíveis, na intenção de facilitar a reposição de materiais dos sanitários, por ser um espaço que não apresentará um acesso constante. Figura 80: Planta baixa – Sanitários/Vestiários container 40’.

Figura 81: Planta baixa – Sanitários container 20’.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.10.4. Borboletário

Os borboletários são um tipo de zoológico exclusivo para a criação de diversas espécies de borboletas em suas fases de vida e a proposta de disposição de um borboletário foi propriamente pelo grande número de borboletas encontradas na extensão do terreno, este irá auxiliar na reprodução das mesmas indo contra a extinção delas. O borboletário apresenta uma estruturação metálica adquirindo uma cúpula geodésica com aberturas retráteis para a soltura das borboletas, tal estruturação é resultado de uma abstração da natureza (Figuras 82 a 84). Figura 82: Abstração da estruturação do borboletário.

Figura 83: Perspectiva 3D da fachada posterior do borboletário.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 84: Corte AA - Borboletário.

Figura 85: Perspectiva 3D da fachada frontal do borboletário.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Para proteção das alvenarias em taipa é proposto uma cobertura metálica sustentada por pilares em “V”, a cobertura acompanha

as

linhas

metálicas

da

estrutura

geodésica

aproveitando-a também como um suporte de apoio, a mesma respeita as inclinações mínimas da telha metálica. (Figura 85).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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O borboletário (Figura 86) conta com um

Figura 86: Planta baixa - Borboletário.

laboratório para a realização dos procedimentos de tratamento, procriação e acompanhamento das espécies. Para o acesso ao interior do borboletário, dispõe de uma sala enclausurada que impossibilita as chances de escape de alguma

espécie

ambiência

do

ainda espaço

em

tratamento.

busca

remeter

A os

princípios do partido, apresentando um espelho d’água pequeno e sinuoso, além de uma vegetação que encobre e margeia a estrutura alcançando algo mais natural possível para adaptação

das

espécies.

Em

relação

ao

conforto térmico, os arredores da edificação contam

com

funcionando

ampla como

densidade um

arbórea

sombreador

e

internamente ventiladores de aspersão.

BORBOLETÁRIO

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Pensando superficialmente na vegetação interna do borboletário, é possível acomodar espécies de forração e/ou arbustivas de porte médio baixo – até 1,20m – e contar com árvores que utilizem da técnica de enxertia para o controle de crescimento em pequena escala e um melhor desenvolvimento da “mini árvore” no ambiente (Figuras 87 e 88). Figura 87: Corte BB - Borboletário.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 88: Interior do borboletário – simulação de espécies de médio baixo porte.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.10.5. Oficinas Figura 89: Planta baixa - Oficinas.

As oficinas (Figura 89) são espaços de usufruto para a própria população, blocos

radicalmente

simples

PROJEÇÃO DA COBERTURA

seus

PROJEÇÃO DA COBERTURA

fornecem salas multiusos, na qual podese exercer diversas atividades em serviço voluntário a comunidade. A intenção da promoção de um espaço como esse é gerar um encontro de gerações em conjunto a atividades aleatórias, na qual, além de impactar na papel na questão ambiental embasada no projeto também, sendo estas a ser utilizada como ambientes de estudos, aprendizagem e eventos de caráter

PROJEÇÃO DA COBERTURA

questão social busca ter um enorme

PROJEÇÃO DA COBERTURA

ambiental para conscientização sobre o meio ambiente.

BORBOLETÁRIO

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


Página | 134

A estruturação é bem simples em alvenaria de taipa de pilão, dispondo de uma cobertura em estruturação metálica sinuosa – reflexo da sinuosidade da hidrografia – (Figuras 90 a 92).

Figura 90: Abstração da cobertura das oficinas.

Figura 92: Perspectiva 3D da volumetria da edificação.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019). FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 91: Corte fachada - Oficinas.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Figura 93: Perspectiva 3D – composição dos pilares em “V” e trepadeira amor agarradinho. A cobertura é sustentada por pilares em “V”, que possibilitam a acomodação de malhas trepadeiras, criando frontões verdes que agregam a relação da edificação com a natureza (Figura 93).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 94: Corte AA – Oficinas. Os blocos das salas buscam

se

adequar

a

.

topografia existente, e o calçamento

da

área

externa faz uso do piso intertravado moldagem

para no

terreno,

uma vez que esse material dispõe

de

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

um

assentamento que permite acompanhar a topografia.

Figura 95: Corte BB - Oficinas.

(Figuras 94 a 95).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.10.6. Concha Acústica Figura 96: Vistas Esquemáticas – Concha acústica. A concha acústica (Figura 96 a 98) é simples e se compõe espacialmente em conjunto a praça molhada e assim como a cobertura das oficinas faz alusão as curvas das hidrografias presente. Ela tem sua estruturação sinuosa em concreto armado moldado em loco saindo do solo, sendo amplamente escultural,

trazendo

uma

plasticidade

ao

espaço. 0

2,5

5

10

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Figura 97 e 98: Perspectiva 3D – Concha acústica e praça molhada.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Situada em uma cota de nível mais baixa em relação a calçada, busca desempenhar ainda melhor seu papel acústico e amplificar o ângulo de visão das pessoas apreciadoras, formando um espécie de “arquibancada” em meio ao próprio espaço (Figura 99). Figura 99: Esquematização da concha acústica.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.10.7. Mirante O mirante é uma das edificações que se encontram na área da microrreserva. Composto por patamares de diferentes níveis e em diferentes espaços concede um dinamismo maior para a estrutura. Seu acesso se dá tanto a nível térreo pela escada aos fundos quanto superior com acesso diretamente pela passarela suspensa, contando também com escadarias dinâmicas com guarda corpos de segurança que interligam todos os patamares. Além desses acessos, a estrutura conta com um elevador panorâmico em atendimento a acessibilidade que possibilita a visão com a natureza exterior e seus sistema de caixaria contraventada auxiliam na sustentação do mesmo. (Figuras 100 a 102) Figura 100: Planta Baixa Patamar nível 1 – Mirante.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 101: Planta Baixa Patamar nível 2 – Mirante.

Figura 102: Planta Baixa Patamar nível 1 – Mirante.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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Figura 103: Corte AA – Mirante.

A sua concepção estrutural se dá em pilares em árvore ramificadas, que além de criar uma assimilação da estrutura com a própria

natureza,

firma

uma

maior

estabilidade a edificação e agrega uma beleza formal pelo térreo livre formado, sem a necessidade de tantos pilares de sustentação em sua base (Figuras 103 a 105). Os guarda corpos de segurança são compostos por uma pequena mureta e cabos de aço que contornam cada patamar

em

uma

altura

de

1,05m,

20

seguindo projeto baseado na NBR 14718 de 01/2008 específica de guarda-corpos para edificação. O revestimento desses guardacorpos se dá em sapê assim como na cobertura.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


PĂĄgina | 142

Figura 104: Fachada frontal – Mirante.

Figura 105: Perspectiva 3D - Mirante. FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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O posicionamento e localização do mirante se deu em acordo

a

obtenção

da

vista

natural

de

contemplação

Figura 106: Ângulo de visão do topo do mirante em relação ao Baguaçu.

privilegiada nas análises. A altura da vista do mirante é de 8m de altura em relação ao chão e de aproximadamente 13 metros em relação ao ponto altimétrico do Ribeirão, onde pode-se obter uma excelente vista de contemplação da extensão do recurso e sua natureza (Figuras 106 e 107).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Figura 107: Vista esquemática do Mirante.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.11. VEGETAÇÃO A proposta paisagística do Eco Urbano busca recompor toda a camada vegetal da área de leito dos cursos d’água existentes, além de querer conquistar o enaltecimento à beleza oriunda da própria natureza, sendo assim, assegura-se uma faixa marginal de proteção permanente constituída por uma densa vegetação e apropria-se de diferentes espécies para as demais áreas, na intenção de mesclar cores que vão além do verde. 6.11.1. Vegetação para extensão do parque urbano A natureza apesar de ser facilmente assimilada ao verde das folhas, vai muito além disso. Por toda a nossa região existem árvores que se manifestam com uma maior destreza e vibram os olhos da população com suas variadas cores e formas. Em pesquisas e observações feitas, foi possível identificar algumas dessas espécies que trazem florações em diferentes épocas do ano podendo analisar melhor suas informações e características, além da sua viabilidade de utilização em parques. Abbud (2010) ainda reconhece que as cores, os aromas, e o sabores da vegetação do local torna a experiência de vivência no espaço ainda mais sensorial. Diante disso, o Eco Urbano quer dispor dessas vegetações que prosperam – vegetações nativas de características florais e frutíferas –, adotando-as como parte do jogo de cores e sensações do parque, na intenção de cativar e incentivar ainda mais a população a usufruir dos benefícios que este vem a oferecer, complementando a vegetação verde natural já existente e presente e tornando o espaço ainda mais agradável e atrativo com percursos coloridas na extensão do parque urbano e uma concentração de frutíferas na área destinada ao pomar.


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6.11.2. Vegetação de recomposição e reflorestamento Para auxiliar na recomposição da vegetação das margens das hidrografias o parque adota algumas espécies de árvores de porte médio-grande, na intenção de findar em uma vegetação mais densa e propicia para o melhor desenvolvimento da fauna e flora e resguardo de seus recursos, já para a extensão da microrreserva foram escolhidas também, espécies exclusivas para o reflorestamento, de copas densas e altas para apreciação sob a passarela suspensa, sendo algumas, ícones da região sudeste e que até mesmo se encontram em classificação de risco de extinção. Abaixo é possível ver a relação de espécies arbóreas selecionadas para desenvolver os papéis propostos (Figura 108). Figura 108: Relação de espécies arbóreas selecionadas.


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FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

Além da arborização, a proposta paisagística é complementada com vegetação de forração variando o recobrimento dos campos e canteiros em grama esmeralda (Zoysia japônica) e grama amendoim (Arachis repens), salvase também a utilização da trepadeira amor-agarradinho (Antigonon leptopus) para compor os frontões verdes das oficinas e cobertura do pergolados da praça do remanso.


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6.12. MATERIAIS E TÉCNICAS CONSTRUTIVOS Boa parte da materialidade e técnicas construtivas aderida pelo Eco Urbano se firma na busca por estruturações sustentáveis, menos agressivas possíveis ao meio ambiente, tais essas, sendo capazes de atender as demandas propostas pelo projeto. 6.12.1. Taipa de pilão Todas as edificações construídas apropriam-se do

Figura 109: Sistema construtivo taipa de pilão. Sargento

sistema em taipa de pilão em suas alvenarias externas,

Formas

onde se faz um embasamento em concreto com aditivo de

impermeabilização

hidrofugantes

para

o

seu

assentamento. O seguinte processo construtivo é dado pelo apiloamento e compressão do solo semi-úmido em formas de no mínimo 30 cm (Figura 109), formando camadas ondulares que caracterizam a texturização da parede, agregando na representação da sinuosidade e findando em uma estrutura sustentável, resistente, durável e que dispõe de um belo acabamento.

Base composta por blocos de concreto e aditivo de impermeabilização

Primeira fiada de solo compacto

FONTE: https://kdcs.files.wordpress.com/2011/10/taipasocada.jpg (2011). Adaptado pelo autor (2019).


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A técnica da taipa de pilão além de trabalhar como um sistema de vedação vertical pode ser trabalhada como alvenaria estrutural também, sendo assim, fez-se utilização dessa função para suportar cargas de alguns pilares de sustentação das coberturas das edificações (Figura 110). Figura 110: Planta estrutural esquemática c/ indicação de pilares de sustentação sob alvenaria. Bloco de Serviços e Borboletário (sem escala)

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.12.2. Concreto Aparente O concreto aparente entra como um aliado complementar aplicado inteiramente na armação da concha acústica e sendo perceptível em alguns elementos, tais como, os embasamentos, piso acabado das edificações e os mobiliários urbanos, sendo selecionado justamente pela sua robustez e facilidade de modelagem; 6.12.3. Placa Cimentícia Assim como o concreto aparente são vistos como um aliado complementar, sendo utilizados em sistemas de forramento (modelo ondular/curvo) das edificações– uma vez que esse apresenta maior flexibilidade para compor superfícies curvas – e para compor as divisões dos ambientes internos de cada um dos blocos construídos em paredes drywall. O material é considerado sustentável, pois não se tem geração de resíduos em sua estruturação e podem ser 100% reutilizados em futuras adaptações. 6.12.4. Elementos Metálicos Os elementos metálicos são vistos como o meio mais vantajoso para compor a estruturação de boa parte das atividades do parque, foram escolhidos por ser um material leve, dispor de uma simplicidade de montagem, uma alta flexibilidade, mas, mais precisamente por conta da sua mínima geração de resíduos sólidos, sendo a técnica mais convencional e a menos agressiva ao meio ambiente.


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A materialidade está presente no telhamento metálico termoacústico, módulos containers, estruturas de sustentação (pilares, vigas e tramas de ripamento das coberturas) e itens de acabamentos (malha perfurada das trepadeiras e porta pivotante metálica).

6.12.4.1. Estruturas Metálicas

A concepção estrutural das edificações do parque tenta remeter ao máximo elementos da natureza, pretendendo se integrar e trabalhar em conjunto a esses elementos naturais, para isso, se tem a adequação da disposição de pilares metálicos de sustentação em sistema “V” , em “Árvore” (sistema em ramificações super portante, contando com pilares mais robustos em sua base e sendo subdivididos, gradativamente, em outros pilares de menores dimensões) e em formação Geodésica (sistema de montagem simples e rápida, seguindo a frequência V2), que foram as maneiras mais representativas de uma simulação do sistema de enraizamento das árvores com os perfis. Todo o dimensionamento dos elementos estruturais teve como base o gráfico de pré-dimensionamento de estruturas metálicas Yopanan (2000). Na área de oficinas há os frontões verdes de malhas trepadeiras incorporados aos pilares em formação “V”, para viabilizar a utilização dessa técnica, os blocos de fundação foram dispostos a 80 centímetros abaixo do nível do solo, onde os perfis “I’s” são fixados nas chapas de base/arranque seguindo a determinada angulação de abertura para a formação do “V”. A seguinte abertura partindo dessa profundidade permite a chegada dos perfis até superfície com um vão entre ambos de 27 cm, estabelecendo um ligação da malha perfurada com o solo, possibilitando o contato suficiente para


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trepadeira se desenvolver diretamente na terra. Na intenção de propor uma proteção maior a estrutura metálica enterrada abaixo do solo, é aplicado uma tinta spray anticorrosiva, funcionando como uma galvanização a frio que prolonga a vida útil do material (Figura 111).

Figura 111: Detalhe do sistema construtivo dos pilares e malha de trepadeiras.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.12.4.2. Módulos container de 20’ e 40’ Além de ser um material de reuso, a técnica de estruturação em container reefer é selecionada pela sua versatilidade e facilidade de acomodação dos equipamentos de serviços, não deixando sua resistência e durabilidade a desejar. A fundação dos módulos são super simples e econômicas, fazendo-se uso apenas de apoios metálicos em sua base para nivelamento (Figura 112).

Figura 112: Dimensões dos módulos container 20’ e 40’.

FONTE: mirandacontainer.com.br (2015). Adaptado pelo autor (2019).


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6.12.4.3. Telhas metálicas (termo acústicas) Nas coberturas do borboletário se faz uso de telhas termo acústicas, já na cobertura das oficinas e do bloco de serviços por dispor de uma cobertura sinuosa é aplicado mantas termo acústicas fixas nas estruturas de ripamentos, e logo sobre, são assentadas telhas metálicas calandradas seguindo as angulações da viga mestre, possibilitando expressar a forma orgânica das coberturas das edificações, pois possuem maior versatilidade e plasticidade.

6.12.4.4. Itens de acabamento As edificações na área do parque urbano que dispõe de pivotantes em sua composição, recebem como identidade a utilização de uma porta pivotante na cor verde, desenvolvida com cobogós perfurados em chapas metálicas, tendo com princípio de criação, um singelo brotinho. A junção desses cobogós para compor a folha da porta proporcionam uma transparência que permite a visualização do exterior da edificação, criando um vínculo ainda maior com a natureza afora. (Figuras 113 e 114)


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Figura 113: Esquematização da criação de modelo de

Figura 114: Detalhe da abertura da porta

porta pivotante.

pivotante.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019). FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.12.5. Sapê Conferindo um revestimento mais natural a única edificação encontrada na extensão da microrreserva – o mirante –, é utilizado o sapé na cobertura e no seu guarda corpo (para o fechamento em conjunto as amarrações de segurança).

6.12.6. Pavimentação Para a pavimentação dos caminhos do Eco Urbano faz-se uso de blocos de concreto drenante intertravados, decks de madeira e pedregulhos com terra batida. Conforme destacado na fundamentação por Farr (2008), quanto mais impermeável o solo nas proximidades dos leitos hídricos, menor será a qualidade da água que ali percorre, e, a escolha dos blocos de concreto drenante intertravados se dá especialmente por suas propriedades permeáveis que contribuem para a absorção das águas pluviais e direcionamento ao solo, além de ter seu assentamento moldável ao terreno,

ser

antiderrapantes – portanto acessíveis –, resistente a atritos e possuir variações de cores para a identificação de cada caminho do parque, sendo o “natural” para os passeios comuns, o “palha” para o os passeios compartilhados e o “vermelho” exclusivamente para a ciclovia. Os pisos ecológicos em madeira plástica – material de aproveitamento de resíduos, indicada, pois não absorve umidade, nem se deteriora – aplicados nas passarelas, decks e travessias hídricas e os pedregulhos nas trilhas ecológicas pactuam em uma sensação de relação maior com a natureza presente. Mais adiante se tem uma relação geral da materialidade usada no Eco Urbano (Figura 115):


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Figura 115: Representação da texturização dos elementos e materiais a serem utilizados.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.13. SUSTENTABILIDADE O próprio propósito de implantação do parque Eco Urbano é ume específico e ostensivo exemplo de sustentabilidade, na qual visa diminuir os impactos ambientais sofridos pelos elementos naturais – córrego, ribeirão e vegetação – adequando estratégias que resguardam os mesmos e perpetuem ainda mais sua existência. O planejamento do espaço em sintonia com a natureza possibilita o alcance do verdadeiro desenvolvimento sustentável, refletindo em melhorias ambientais para o meio urbano. É de importância do parque fazer proveito de materiais que sejam de reuso, que detenha uma baixa taxa de geração de resíduos sólidos, que disponha de um maior percentual de permeabilidade para o solo, de modo geral, que compactuem com o meio ambiente. O trabalho em conjunto a comunidade local é um outro ponto interessante, que tem como intenção dispor de programas de conscientização ambiental, permitindo vivencias conjugas ao meio ambiente, e assim, despertando na população a importância da valorização dos recursos naturais. O parque quer incentivar o uso de tecnologias de transportes que sejam limpas (sem emissão de gás carbono), dispondo de passeios de diferentes características em toda sua extensão e ciclovias que contornam todo o perímetro do terreno, estimulando assim a caminhabilidade e a pedalagem, de certo modo impactando na qualidade de vida da população. Vale ressaltar sua preocupação em tratar as questões ambientais bioclimáticas, contando com o plantio de novas árvores para o reflorestamento, restaurando uma boa parcela da fauna e flora e contribuindo para a atenuação do microclima local.


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6.14. CONFORTO AMBIENTAL Figura 116: Esquematização do conforto térmico Em

complemento

as

estratégias

de

proporcionado pela taipa de pilão.

sustentabilidade ambiental, o parque conta com estratégias passivas de conforto ambiental, na intenção de reduzir o consumo de energia decorrentes dos meios artificias, obtendo assim bons resultados de conforto térmico e lumínico nas edificações de forma natural. A sustentabilidade da taipa de pilão (Figura 116) não está apenas no seu limpo sistema de

construção,

mas,

o

emprego

dessa

tecnologia nas alvenarias do parque contribui em um excelente desempenho térmico das edificações regulando as temperaturas internas dos ambientes.

FONTE: atelieroreilly.com.br (2018).


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Outra estratégia utilizada para o conforto ambiental das edificações é o forro ondulado em placa cimentícia com acabamento pintado em branco (técnica inspirada no modelo utilizado pelo Arqtº Francis Keré na Escola Secundária Lycee Schorge), que além de funcionar como um sistema de fechamento dos ambientes – que possuem alvenarias desvinculadas das coberturas – garantindo a segurança do prédio, permite o respirar dos edifícios por conta das suas aberturas superiores e laterais, renovando o ar constantemente (Figura 117), sendo o posicionamento desses forros sempre com as aberturas ondulares voltadas ao sentido dos ventos dominantes (sudeste para noroeste). Além disso a adoção do forro na cor branca/clara em camada ondulada auxilia na difusão da luz natural indireta no interior das edificações durante o dia. (Figura 118). Figura 118: Diagrama de representação do

Figura 117: Representação da evacuação de ar

funcionamento do forro nas edificações.

quente nas aberturas do forro nas edificações.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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O conjunto da forma da estrutura da cobertura, forro ondulado e paredes desvinculadas auxiliam em um trabalho de circulação de ventilação deixando o ambiente bem mais fresco, agradável e aerado (Figura 119). Esse sistema pensado é replicado da mesma maneira para todas as edificações.

Figura 119: Corte esquemático oficinas – Esquematização de ventilação.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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6.15. ACESSIBILIDADE Todo o projeto toma como base a NBR 9050 de 2015 regida pela ABNT, no intuito de incluir todas as pessoas portadoras de necessidades especiais, dando a elas o direito de usufruir de um espaço sem depender de terceiros. Ela está presente no sistema de rampas encontradas em meio ao projeto; na inclinação das passarelas, no estacionamento que oferecerá a parcela de vagas exigidas para cadeirantes; no sanitários e vestiários acessíveis encontrados em toda extensão do parque, na qual respeitam as dimensões mínimas e equipamentos de apoio necessários; no elevador panorâmico do mirante que não restringe a utilização dos mesmos; e a disposição de piso táteis de direção e de alerta distribuído nos percursos do parque. Diante esses propostas o Eco Urbano consegue respeitar as condições especificas dessas pessoas e garantir a inclusão. É essencial projetar espaços acessíveis a todas as pessoa, pois é um direito de todo cidadão ter a autonomia de ir e vir. 6.16. EQUIPAMENTOS URBANOS As atividades propostas por todo o parque buscam promover a circulação e a permanência de pessoas no espaço em diferentes períodos do dia, desenvolvendo o espírito de coletividade e comunidade. As escolhas são fortemente associadas ao ideal conceito e partido do projeto em propor maior dinamismo no espaço, estabelecendo também fortes relações com a natureza. As atividades visam atender diferentes públicos de diferentes idades e gostos, dispondo de atividades de caráter esportivo, cultural e contemplativo. Diante as promessas esperadas na feitoria do projeto podemos listar propostas como: caminhos e trilhas de diferentes características; espaços para piqueniques; redários com pergolados para descanso; campo


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aberto para soltar pipa; cinema a céu aberto disposto em platôs que aproveitam o desnível do terreno; pontos de alimentação,

Figura 120: Relação de equipamentos públicos adotados.

apoio e vestiários distribuídos em módulos container em diversos pontos do parque; quadras esportivas

vôlei,

futebol

Society

e

poliesportiva; pista de cooper; horta e pomar urbano em conjunto a área de feiras sendo cultivados pela própria população, servindo como terapia e contribuindo em uma alimentação mais saudável e econômica as pessoas; academia ao ar livre com marquise membrana de atividades; muro para exposições artísticas em grafites disposto em uma esquina que oportuna a visualização até de quem transita pela rua nas proximidades do parque; praça raízes que consiste em um espaço de socialização com bancos que simulam o enraizamento das

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

árvores; praça molhada em espelho d’água com blocos pisantes criando um contato direto com o elemento água; e playgrounds – lúdico e convencional. Acima é possível ver a relação de equipamentos urbanos encontrados em meio ao Parque Eco Urbano (Figura 120).


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6.17. MOBILIÁRIO URBANO

Jacobs (2014) afirma que para se ter um ambiente mais seguro é indispensável que os espaços

públicos

sejam

bem

Figura 121: Sistema de iluminação.

iluminados,

perante tal afirmação, é utilizado postes e sistema de iluminação eficazes, permitindo o passeio livre sem dificuldades e que em conjunto

ao

espaço

empregado

traga

diferentes sensações de imersão no meio natural. Tais estes são balizadores de piso no percurso das passarelas, postes de iluminação baixos (altura de 2,35 m) nos percursos de travessia em deck e postes de iluminação geral do parque urbano compostos por duas mãos, sendo uma mão para a iluminação por de baixo as copas das grandes árvores (altura de 3,00 m), e outra, em uma altura superior para a iluminação geral (altura de 6,00 m) (vide figuras de 64 a 68 – percursos de imersão) (Figura 121).

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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De

simples

estruturações

os

bancos

Figura 122: Bancos de concreto e madeira plástica

desenvolvidos são distribuídos acompanhando os trajetos do parque servindo como local de descanso aconchegando toda a população que utilizarão do parque, compostos por concreto e madeira plástica proporcionam maior robustez e durabilidade, sendo essencial em espaços públicos (Figura 122).

Figura 123: Lixeiras de descarte seletivo.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).

As lixeiras serão em aço, com as devidas cores para o descarte de lixo de forma consciente separado por papel, plástico, metal, vidro e orgânico.

FONTE: Elaborado pelo autor (2019).


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VII - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo de todo o desenvolvimento do projeto foi possível compreender que, na medida em que é trabalhado a sintonia entre os dois meios – natural e urbano –, consegue-se alcançar a garantia de um meio ambiente mais estável, e que, consequentemente pode trazer benefícios a sociedade em múltiplos aspectos. Também foi perceptível a importância que tem a implementação de atividades de diferentes características de usos nos espaços públicos, na qual, é essencial para a conquista de uma espaço mais dinâmico e vital, justamente por causa de sua capacidade de atrair diferentes públicos, de diferentes idades e ideais. Foi ainda possível enxergar as situações dos os cursos d’água, muitas vezes negligenciados no meio urbano, subsistindo diante os efeitos de crescimento insustentáveis das cidades. O presente trabalho tem como proposta resultante a criação do Parque Eco Urbano, concebido em uma área de grande potencial ambiental que perdura diante a demanda de crescimento da cidade de Araçatuba, este veio na intenção de sanar as intempéries locais, contribuindo no crescimento sustentável da cidade, guarnecendo benefícios a população em questões de recreação, sociabilidade, cultura e ecologia, além de mostrar como a Arquitetura e o Urbanismo podem contribuir na consolidação da relação harmônica entre o homem e a natureza, e ainda assim atender as prioridades de todos os meios envolvidos.


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Felipe Humberto


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