Livro dona bianca 26 04

Page 1

Lembranรงas que ouvi e vivi Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca


© Copyright 2016 Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Autora Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca Organização Fátima Maria Lima Farias Coordenação Editorial Márcio Ribeiro Studart da Fonseca Evandro Studart da Fonseca Filho Projeto Gráfico Felipe Araújo Fotografias Regina Fátima Ribeiro Cardoso Revisão Literária Maria Célia Felismino Lima Revisão Ortográfica Nelson Sena


Dedico este livro aos meus filhos e netos que tanto amo! TambĂŠm as minhas irmĂŁs e a todos que me ajudaram neste trabalho...



Agradecimentos

Agradeço a Deus pelo marido que tive e pelos filhos bonitos e bons com que ele me presenteou. Pena que eu não tenha mais idade para ter mais filhos, pois queria uma irmã para a Esther, e só tive quatro homens e uma mulher. Ainda bem que dei à minha filha o nome da avó paterna, que muito se alegrou, e disse que eu fui a única a lembrar-me dela. Ela se sentiu nascendo novamente! Agradeço também à Fátima, que me incentivou a fazer este livro. Fico grata porque assim meus filhos conhecerão minha história.

Depoimento de D. Bianca Querida D. Fátima, estou muito feliz com o trabalho da senhora. Ganhei uma grande amiga, porque você é muito caprichosa comigo. Nota-se até a amizade que você tem por mim e talvez por todas as suas alunas. Creio no seu amor pela profissão, assim você será sempre querida por todas as suas alunas. Até os servidores da minha casa ficam felizes quando chega o dia em que você vem à minha casa.


Gostaria que todas as pessoas fossem como vocĂŞ, assim Deus e a humanidade iriam adorar o mundo. VocĂŞ ĂŠ uma pessoa feliz! Que Deus saiba reconhecer todas as suas qualidades. Quero ser sua amiga para todas as necessidades. Com um beijo bem grande da aluna que muito a estima. Bianca


Sumário

Prefácio.......................................................................................... 9 Recordações de infância............................................................. 11 Casamento........................................................................................ Lembranças de meus amados filhos.............................................. Mensagens para os netos................................................................. Arquivo Fotográfico........................................................................


8


Prefácio Este livro não é nenhuma obra literária, e, sim, um trabalho terapêutico que se iniciou em dezenove de fevereiro de dois mil e treze, contendo relatos da vida de Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca. As intervenções para sua elaboração ocorreram duas vezes por semana, com duração de duas horas cada sessão. Essas intervenções foram organizadas em torno dos seguintes temas: histórias de infância, juventude e da vida adulta. Durante a realização deste livro, vivenciamos momentos de reflexão sobre a trajetória de vida de D. Bianca. Para tanto, foram desenvolvidas atividades expressivas com a utilização de recursos, tais como: pintura em tela, colagem, revisão de álbuns de fotografias e outras técnicas utilizadas por mim, atuando como terapeuta ocupacional de D. Bianca. Com base nas reflexões e nos registros, conseguimos um conjunto de textos e fotos reflexivas que trouxeram as lembranças passadas, e, assim, foram-se delineando e se registrando momentos significativos de sua vida, com muita emoção. 9


Lembranças que ouvi e vivi

Os registros das histórias de seus filhos foram relembrados e escritos com alegria e prazer. Os depoimentos demonstraram clareza e rapidez no curso do seu pensamento. Vale ressaltar que, apesar de sua idade e de todo o sofrimento vivenciado com a doença do Dr. Evandro, quando voltamos a escrever, tudo fluiu sem nenhuma dificuldade. D. Bianca também fez referências ao amor pela sua família, pela família de seu marido e à saudade que estava sentindo de seu inesquecível esposo, o Dr. Evandro, uma perda inestimável. Este trabalho teve como objetivo: - Promover reflexão e aumento da autoestima; - Estimular e evocar as lembranças do passado; - Reflexão e ressignificação da trajetória de vida; - Compreender a grande importância da protagonista na história desta família. Devo dizer que, durante a elaboração deste trabalho, vivenciei momentos de escuta e troca de experiências de grande valia e motivação para a conclusão das atividades. Obrigada, D. Bianca, por me fazer crescer cuidando de você! Fátima Mª Lima Farias

10


Recordações de Infância

A

minha infância foi ótima! Meus pais eram calmos, nunca se aborreciam conosco. A nossa convivência era prazerosa e tudo faziam para nos satisfazer. Éra-

mos cinco irmãos: dois homens e três mulheres, comigo. Sou a terceira filha e, quatro anos depois, nasceu meu ir-

mão Humberto Abel e todos ficamos felizes. Meu pai era louco por criança e ajudava em tudo. Minha mãe era muito preguiçosa, não fazia nada, só rezava e fazia tricô, e meu pai fazia tudo, até o supermercado. Mamãe sempre teve ótimas empregadas e uma cozinheira de forno e fogão, então ela não fazia nada, e meu pai fazia tudo. Ele fazia com amor para ela e para nós. Meu pai era comerciante de livros, e possuía uma livraria situada na Rua Major Facundo, a “Livraria Humberto”. Meu pai era muito paciente e minha mãe também, porém ela era ansiosa, principalmente quando se preocupava com doenças. As nossas férias eram divertidíssimas. 11


Lembranças que ouvi e vivi

O Sr. Demóstenes Brígido, amigo do papai e da mamãe, oferecia a casa de veraneio, situada na praia, na Volta da Jurema, para que passássemos as férias, não alugava a ninguém, deixava só para nós. Mas mamãe dizia: — Só vou se a casa estiver limpa, a cacimba higienizada e com luz elétrica. Papai fazia tudo e ela ainda dizia: — Não vou fazer nada! Só vou levar a bolsa de remédios, e, se algum filho ficar doente, eu volto na mesma hora. Papai levava as roupas para lavar aqui na Aldeota para ela não ter trabalho, até a comida ele levava feita. Tinha babá, tinha secretárias do lar, de modo que fazia tudo para agradar a minha mãe. Minha mãe levava todos os primos para passarem as férias conosco. Gostava de reunir a família, principalmente a da irmã dela, a Blanchete, que tinha pouca oportunidade na vida, pois o marido não era bem remunerado, e por isso fazia tudo para agradar a irmã. Eu comecei a estudar na Casa da Criança, que era da D. Letícia Ferreira Lima, irmã do Dr. Ubirajara Índio do Ceará. Fiquei lá até ser alfabetizada e, no terceiro ano primário, fui para a Escola Justiniano de Serpa. Dei-me bem em todas as escolas. Tinha uma colega chamada Elisa, que morava na Praça da Polícia Militar, e outra chamada Célia, que morava na Rua Vinte e Quatro de Maio; elas eram mais próximas a mim, ambas casaram-se com oficiais. Algumas vezes fui ao cinema com 12


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

elas, no São Luiz. Meus programas de finais de semana aconteciam, na maioria das vezes, com minha família, por exemplo: ir para Maranguape fazer feira lá. Subíamos a serra e tomávamos banho de piscina de água corrente no sítio do Sr. Marcan, amigo do papai, sogro do meu tio, o Abel. Outro passeio que gostávamos de fazer era passear de bicicleta; andávamos muito, sempre à tardinha. A Lúcia do Fran Martins, a Isabel O’Grady, ... Depois de percorrer toda a Aldeota, voltávamos para casa. A mãe da Lúcia chamava os filhos de meus bebês. Um dia, ela chamou um dos filhos de meu bebê e, quando ele apareceu, tomei um susto! Era um rapaz! Todos usavam máscara com medo de doenças. Ao lado do prédio Palácio do Plácido, que derrubaram, havia umas ruazinhas onde nossa turma se reunia para conversar. A sobrinha do Plácido era minha amiga, a Nizinha; conversávamos sobre tudo, sobre o que vinha à cabeça, sentadas nos bancos da pracinha. Todas as minhas amigas moravam perto umas das outras, então era fácil nos encontrar. Podíamos sair e ficar nas praças conversando. Os nossos programas eram: Praia do Mucuripe, cinema, festinha de carnaval, Clube Ideal e depois íamos para a praia. Quando mocinha, eu frequentava as festas ao ar livre, no tablado do Clube Ideal. 13


Lembranças que ouvi e vivi

Meus pais eram católicos e nós íamos à missa muito cedo. Minha mãe deixava meu pai ir para a caçada desde que primeiro fosse à missa. As caçadas variavam de lugar, conforme os interesses também dos amigos. Também papai nos acompanhava nos passeios para Maranguape, mas antes passava no mercado, comprava laranjas, carne e o que tivesse de novidade. Demorava um pouquinho, porque também conversava com os amigos, mas depois subia a serra. Ele encomendava uns sanduíches de porco que eram uma delícia! Logo depois íamos para o sítio Cascatinha que pertencia ao Sr. Marcan Philomeno Gomes. Naquela época, sempre íamos eu, Regina, Viola, Bebel, papai e mamãe. A piscina era o nosso alvo. De repente, aparecia o Sr. Marcan nos chamando para sentarmos à mesa com ele, e tomarmos café. A casa dele ficava localizada na parte mais alta do terreno e a que nós ocupávamos ficava num plano mais baixo. A casa era antiga, porém muito boa. Nós não dormíamos lá; desfrutávamos dela durante o dia. Outro passeio de que me recordo era o que fazíamos para a Ypióca, também com meus pais. Minha mãe era parenta do dono da Ypióca, o Paulo Campos. Por sinal, fizemos eu e meus filhos um passeio por lá, num desses domingos. Voltei lá, depois de 80 anos, e vi fotografias 14


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

de toda a família de minha mãe. Paulo Campos primeiro casou-se com uma “Menescal”, que era parenta da minha mãe; depois, na segunda geração, o Paulo Campos Filho casou-se com outra parenta nossa, e, por último, o neto casou-se com a Augustinha, que era irmã de Maria Estela, mãe do general Paulo Studart, filho de um primo do Dr. Eliezer, meu sogro. Minha mãe foi interna na Europa, em Gamelli House, próximo a Londres. Dizia ela que aprendeu inglês como papagaio. Ficava sentada no pátio da escola escutando as colegas e de repente começava a falar. Foi até intérprete da família, pois, quando seus pais a deixaram no internato, foram fazer uma viagem de mais ou menos dois meses. Quando voltaram, mamãe já falava tudo em inglês e serviu de intérprete para seus pais quando retornaram da viagem. Mamãe morou, aproximadamente, quatro anos nesse internato, com os irmãos. A tia Lastênia teve uma doença e de lá foi com uma enfermeira para um hospital, na França, e, quando ela voltou, não falava mais português nem inglês, só francês, porque era criança, e as irmãs queriam se comunicar e não podiam, mas logo aprendeu tudo outra vez no internato. Minha mãe e tias ficaram até depois da Primeira Guerra Mundial. Minha mãe estava com mais ou menos 18 anos. Elas, então, vieram para o Brasil. Nesse tempo, o pai delas, meu avô, José Villar, faleceu, e a esposa também, de tifo. Di15


Lembranças que ouvi e vivi

ziam que ela faleceu porque só queria tomar champanhe indicado pelo médico. Quando os pais morreram, os irmãos vieram para o Brasil e ficaram morando com a irmã mais velha, Zeneida irmã mais velha casada com o Tio Edmar Queiroz. Ficaram numa casa vizinha à dela na Rua do Imperador próximo à praça da Lagoinha. A tia Lastênia e o Fernando eram os mais novos e moravam com ela porque eram pequenos (os irmãos da mamãe). A casa vizinha pertencia a eles e arranjaram umas empregadas para servi-los. A Teté foi para a casa da mamãe desde o dia do casamento dela e foi nossa babá. A Teté nunca tirou uma folga na vida, foi uma verdadeira mãe para nós, fazia tudo para nos agradar. Ela veio de uma família que a criava, mas também a maltratava, vestindo-a de saco. Quando pequena, ela vendia sapoti. Levava na cabeça um balaio cheio de sapoti. Meu bisavô comprava o balaio de sapoti todo, sem precisar, apenas para ajudá-la, pois tinha pena dela. Ele fazia assim: comprava o balaio e a mandava ficar brincando com as netas dele para ela não voltar logo, senão iria pegar outro balaio de sapoti na cabeça para vender novamente. Meu bisavô era um homem muito generoso.

16


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Quando não aquentou mais, a Teté fugiu e foi morar com a irmã da mamãe, a tia Zeneida, que estava esperando as outras irmãs chegarem da Europa. Quando elas chegaram, foram morar na casa vizinha, e Teté foi cuidar das outras solteiras que também tinham chegado da Europa, principalmente da mamãe. Mamãe implorava a Teté e dizia: — Faça logo as coisas, senão eu não levo você quando eu casar. Então ela fazia tudo que a mamãe queria. —“Nêga, se tu não fizeres, tu não vais comigo, viu?” No dia do casamento da minha mãe, ela foi a primeira pessoa a entrar na nova casa da mamãe, e chegou a levar uma vaia do “sereno”, após fechar as portas de casa. “Sereno” são as pessoas que ficam esperando os noivos por curiosidade. A Teté morou com ela o resto da vida, e cuidou de mim até eu casar. A escola Casa da Criança, onde eu estudei, tinha sido a casa da minha mãe, que morou lá quando era solteira. Depois fui para a Escola Normal e terminei meu curso lá. Comecei a estudar piano com mais ou menos doze anos, com a D. Esther, na casa dela; depois fui para o Conservatório ter aulas com ela até terminar o curso, e me tornei professora de lá, fazendo iniciação musical para criança. Ainda não conhecia o Evandro, porque ele estudava no Rio. Ele só vinha para casa nas 17


Lembranças que ouvi e vivi

férias. Uma vez fui para o Rio assistir ao casamento de uma prima irmã, e lá fiquei para estudar piano com Aloísio Pinto, indicado por D. Esther. No Rio, eu morei dois anos, na casa da minha tia Lastênia, que era casada com o irmão do papai, o Alfredo. Nessa época, ainda não conhecia o Evandro, até que, um dia, em que fui a um concerto no Teatro Municipal ver Beethoven, um alemão famoso, encontrei uma cearense conversando com uma pessoa, que era justamente o filho da D. Esther, o Evandro. Ela nos apresentou e ficamos conversando sobre a vida e as descobertas. Quando ele voltou para Fortaleza, ofereceu-se para trazer umas coisas, mas eu dispensei tudo. Com um mês depois, meu irmão, que era da Força Aérea, perguntou se eu queria vir para casa passar uma temporada que ele arranjaria uma vaga no avião, com o brigadeiro Eduardo Gomes, que foi até candidato a presidente do Brasil. Então eu resolvi voltar no avião de correio, cujo comandante era o José. Cheguei de surpresa, e não voltei mais. Continuei estudando no Conservatório e reencontrei o Evandro, que logo me procurou para conversar. Ele morava na Rua General Sampaio e eu, na Aldeota. Quando ele soube da minha chegada, foi me visitar, então iniciamos o namoro. Namoramos oito anos. Durante esse tempo, algumas vezes nos separamos, mas sempre reatávamos o namoro. Ele era muito festeiro e namorador. Por vezes eu queria chorar e fazia era rir, porque a Teté dizia: — Cuidado com ele, porque o avô não era gente! Aí eu deixava pra lá, eu era muito cortejada. Mamãe dizia assim: — Não ar18


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

ranje um pé de bota, para não atrapalhar sua vida! Mas, quando os rapazes ligavam para mim, ela dizia: — Minha filha, atenda direitinho, não seja grosseira, mas diga que não está interessada. Quando o Evandro sabia que tinha alguém interessado em mim, ele logo aparecia e aí ficava tudo bem. Conheci muitas namoradas dele, mas não tinha intimidade com nenhuma delas; também não tinha ciúmes, deixava as coisas acontecerem e pensava: se tiver de ser, será. Às vezes, não comparecíamos juntos às festas. Cada um escolhia a sua festa: eu ia para o Ideal e ele, para os Diários, e às vezes íamos juntos para festas familiares e sociais. ­—Nego não se metia na minha vida, não! As nossas famílias eram unidas, embora estivessem distantes, mas havia muito respeito entre as partes. Evandro tinha uma irmã chamada Helyett e um irmão chamado Eliezer Filho. Ele estudou no Rio e casou-se com uma criatura ótima e muito simpática, a Judite. Os dois tiveram cinco filhos e os últimos foram gêmeos, um homem e uma mulher. Já Helyett casou-se com Hugo Pergentino Maia, e tiveram cinco filhos: um mora no Rio, e os outros, aqui. Já os do Eliezer, alguns deles moram em São Paulo. 19


Lembranças que ouvi e vivi

Quando estava de férias, ele vinha aqui nos visitar e toda semana nos falamos por telefone. O Eduardo era filho da Ditosa, prima do Evandro, veio para cá trabalhar na TEXACO e morou uns três anos conosco. Ele se dava muito bem com meus filhos. Nunca o deixamos morar sozinho. Sempre morou em nossa casa. Ele teve um filho, chamado Bernardo, com uma carioca. Isso quando voltou para o Rio. Depois de algum tempo, separou-se e casou-se de novo com uma cearense. Meus pais tiveram cinco filhos: José, Violante, Bianca, Humberto Abel e Regina. Nascemos e fomos criados aqui. Meu pai era comerciante de livros, e minha mãe era companheira do meu pai, pois nem em casa ela trabalhava. O José foi para o Rio assim que saiu do Colégio Militar. Passou no Vestibular para Engenharia e logo largou o curso, porque era época da segunda guerra. Ingressou na Aeronáutica, pediu licença e foi ser aviador comercial. Casou-se e separou-se, mas teve dois filhos: José Luís, este mora atualmente em Londres, e Ana. A Ana, filha, faleceu. A Ana esposa faleceu no Rio. Tio Zezé foi casado pela segunda vez com a Arlete. Os dois faleceram há uns vinte anos. Ela faleceu depois dele. 20


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

A Viola nunca quis casar. Morou com nossos pais até eles falecerem. Depois do falecimento deles, ela passou a morar na casa da Regina para não se sentir tão só. A Viola sempre cuidou de tudo em casa, trabalhava costurando para fora e era independente financeiramente, nunca foi namoradeira, sempre se responsabilizou pela administração da casa. Uma vez ela foi para o Rio a chamado de tia Lastênia, cuja filha Guida havia tido gêmeos prematuros, e lá permaneceu por dois anos ajudando a nossa prima. Durante o tempo em que ela ficou no Rio, eu assumi a casa, ajudando a Regina a administrá-la. Quando ela voltou do Rio, logo depois fomos para o casamento da Maria Mercedes, que era filha da tia Lastênia. A Viola sempre foi uma pessoa forte, que gosta de servir. É muito responsável, submissa e de nada reclama; é uma irmã muito boa e caridosa. Nós, as irmãs, temos uma amizade muito grande por ela, pois sempre ela agradou a todos. Deus abençoe os dias da vida dela. A Regina é a irmã mais nova. Ela é muito dinâmica, desde pequena era muito independente. Hoje ela mora coma a Viola. Ela casou com um juiz muito inteligente, João Nazaré Pereira Cardoso, que faleceu aos 70 anos. Tiveram quatro filhos ho21


Lembranças que ouvi e vivi

mens, muito inteligentes, todos casados (André casou-se, divorciou-se e depois casou novamente; João casou e teve dois filhos; Daniel casou e tem um filho; Paulo, que com 36 anos teve um acidente e ficou cego, casou-se depois do acidente e teve dois filhos). Regina agora está enfrentando uma vida muito trabalhosa, porque cuida da Viola, nossa irmã mais velha. Moram apenas as duas em casa, na mesma casa em que Regina nasceu. Os filhos são bastante carinhosos com a mãe, estão sempre visitando a mãe e a tia, pois, quando eram pequenos, a Viola cuidava deles como se fosse mãe. A Regina trabalhou até o primeiro filho nascer, na secretaria da faculdade de Direito; parou de trabalhar para cuidar dos filhos. O marido foi juiz do Tribunal Regional do Trabalho, muito conceituado e amigo dos funcionários que trabalhavam lá. Era um bom marido, carinhoso com os filhos e com a esposa. Depois que o marido morreu, Regina cuidou de tudo. Em minha família, todos morreram de infarto: meu pai, meu irmão mais velho, Regina também teve um infarto, mas foi fraco; fez angioplastia, e foi bem sucedida; hoje tem marcapasso. Sua saúde é boa, mas às vezes ela parece um pouco cansada, pois cuida da Viola, e fico um pouco preocupada porque não posso ajudá-la. 22


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Toda tarde vou visitá-la, pois sua presença é muito importante. Depois da morte do meu marido, todo sábado almoço com elas. Somos muito unidas. Meu filho mais novo, que fez minha cirurgia, diz que tem inveja, pois queria ter mais filhos, pois a família é muito unida. A Regina vem aqui em casa, mas não se demora, pois não pode deixar a Viola sozinha. De vez em quando, Regina é convidada pelas amigas para ir a aniversários e festas, ao que ela sempre comparece, pois são amigas desde a infância, e é sempre bom sair para desanuviar a cabeça e ficar tranquila. Sinto uma fraternidade muito grande por todas duas, por Regina e Viola, e sempre vou, à tarde, encontrar-me com elas para lembrar o tempo da mocidade. Nós tivemos uma casa na praia do Aquiraz, no tempo em que a Prainha era calma; nos encontrávamos todas as férias e finais de semana; os filhos levavam os amigos, reunindo mais ou menos trinta crianças, e todas ficavam bem animadas. Ainda hoje encontro os amigos que agradecem a temporada que passavam conosco. Quero que a Regina tenha paz, saúde e amparo dos filhos. Humberto Abel era o 4° filho. Foi um parto tranquilo, veio morar com dois anos na Aldeota. Quatro anos depois, nasceu a

23


Lembranças que ouvi e vivi

Regina, e eles eram muito amigos. Quando pequenos, a Regina participava das brincadeiras com ele e seus amigos. Quando criança, era muito calmo. Tinha um carneiro dado pelo pai e passeava com ele pela Aldeota toda, com seus amigos. Era uma diversão, naquele tempo o trânsito não oferecia perigo. Era um menino estudioso. Foi funcionário do Banco do Nordeste e viveu muito feliz. Casou-se com uma criatura muito boa, Terezinha Ferreira Lima, filha do juiz Ubirajara Índio do Ceará, homem muito bom e inteligente. Eles tiveram quatro filhos, dois homens: Humberto e Jorge; e duas mulheres: Isabel e Beatriz. Tinha uma boa vida com os filhos. Eles frequentavam muito a minha casa. A esposa dele trabalhava, mas depois saiu do emprego porque precisava dar assistência aos filhos. Ele era formado em Economia. Quando jovem, era caseiro, não saía muito, só com os primos. Não deu trabalho aos meus pais e casou-se cedo. Faleceu há pouco tempo, com sessenta e poucos anos, de câncer. Sua esposa trouxe a mãe para morar com ela. Hoje ela mora sozinha, pois os filhos são casados, vendeu a casa, que era muito grande, e foi para um apartamento.

24


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Abel era um bom irmão, sempre próximo, e nunca houve brigas. Ele e a família passavam suas férias em uma fazenda que era do sogro, perto de Baturité. Depois que o sogro morreu, reformaram a casa, fizeram piscina, e os netos aproveitavam muito. Era um pai louco pelos filhos, cuidadoso, nunca teve problemas com os filhos, pois eram estudiosos e inteligentes. Que Deus o tenha no céu, pois ele era um homem muito bom.

25


26


Casamento Após namorarmos oito anos, resolvemos nos casar. O noivado foi comemorado com um jantar em minha casa, com a presença das famílias. Papai e mamãe ficaram muito felizes, pois gostavam muito do Evandro. Após o jantar, recebi um anel solitário de compromisso. Nesse dia foi só festa... Alguns dias depois, marcamos a data do casamento, a ser realizado depois que eu fizesse a última prova do conservatório para me tornar professora. Marcamos a data: seria no dia vinte e sete de novembro de mil novecentos e cinquenta e cinco, dia de Nossa Senhora das Graças, porque eu era devota da Santa. Demos início, então, aos preparativos, conforme planejamento: uma irmã de mamãe veio do Rio de Janeiro para fazer meu vestido de noiva e o arranjo da cabeça; as flores vieram do Recife, porque aqui era muito difícil encontrar as espécies escolhidas por mim. E Roberto, meu primo, que era arquiteto, ofereceu-se para fazer o buquê da mão, confeccionado com as rosas que seriam utilizadas na decoração. E dona Lair Alencar Araripe cuidou de todo 27


Lembranças que ouvi e vivi

o buffet. O Bolo, recheado de ameixa, tinha três andares! Toda a fase de preparação para a festa ocorreu com muita tranquilidade, graças ao empenho e à dedicação dessas queridas pessoas. O casamento foi realizado em minha casa; ao mesmo tempo, o civil e o católico, às 18h, com a participação de toda a família e dos amigos mais próximos. Foi uma bela cerimônia! Inesquecível! Nós íamos passar a Lua de Mel no Recife, mas aconteceu alguma coisa envolvendo o governo (não me ocorre agora o que foi), que não foi possível viajar. Aliás, este foi o único item do planejamento que não se efetivou. Resolvemos, então, ficar na nossa casa apreciando e arrumando os presentes. Nossa casa localizava-se na Rua Tenente Amaury Pinto, nas proximidades do Prontocárdio. O Evandro trabalhava na Estrada de Ferro, na Santa Casa e no Consultório. Nessa época, Evandro trabalhava muito, e eu ficava em casa, em companhia da empregada. Todo dia, passava as tardes na casa de meus pais e, quando Evandro voltava do Consultório, me apanhava lá. Com mais ou menos três anos de casada, engravidei, e foi uma grande felicidade, mas, com dois meses, descobri que havia perdido o neném. Comecei a perder sangue e Evandro resolveu repetir o exame para tirar a dúvida. Então se confirmou o esperado: havia perdido de verdade a criança. 28


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Dois meses depois, já estava grávida novamente, desta vez do Evandro Filho. Eu quase não fiz barriga, tanto que continuei usando as mesmas roupas. Depois descobri que era porque ele era pequeno demais, talvez por ter nascido de sete meses, pesando um quilo e duzentos gramas. Minha vida de casada foi muito boa. O Evandro era calmo, compreensivo, carinhoso comigo e com todos; visitava o pai todos os dias, às vezes comigo, às vezes só. Sou grata a Deus pela família que constituí com o Evandro e ainda sinto muita falta dele.

29


30


Lembranças de Meus Amados Filhos Evandro Evandro Filho tem 55 anos. Ele foi meu primeiro filho. É muito espirituoso, gosta de tudo e sabe de tudo. Quando fez Vestibular na Federal para Engenharia, passou da primeira vez, mas não quis contar seus pontos antes de terminarem as provas. Quando recebeu o resultado, ele ligou para o amigo e dava boas gargalhadas porque tinha passado com notas melhores. Esse rapaz era também muito inteligente e muito amigo dele. Esse mesmo amigo morreu de câncer na cabeça. O Evandro ficou muito abalado, pois ele passava todas as férias conosco. O nome dele era Eduardo. Evandro Filho sempre foi muito calmo e responsável. Em todo concurso que ele fazia tirava o primeiro lugar. O último que ele fez foi para a Infraero e tirou o primeiro lugar. Ele já fez o do Tribunal e tirou o segundo lugar; foi para o Piauí, não gostou e pediu demissão. 31


Lembranças que ouvi e vivi

Fez mestrado no Rio de Janeiro, morou com o tio Eliezer Filho, que era louco por ele. Era irmão do Evandro. Evandro Filho namorou duas moças ótimas. De uma ele desistiu não sei o porquê. Essa moça era filha do Dr. Gerardo Pontes. A outra (não lembro o nome) era uma moça inteligente e que hoje trabalha na Prefeitura, já é casada e vive bem. No Rio de Janeiro, conheceu sua primeira esposa, Fernanda, casou-se lá e veio morar aqui. Ele queria que o Evandro pai comprasse um apartamento para eles. Ela foi embora e levou tudo (ela era muito mal-educada). Acho que ele sofreu um pouco, mas superou bem. É a vida... Quando Fernanda foi embora, ele veio morar aqui comigo. Graças a Deus encontrou uma moça que trabalhava no Tribunal, mãe de duas filhas adultas: Aline e Raquel. O nome dela é Vilany, uma pessoa ótima; trata meu filho muito bem e a nós também, gosto muito dela! As filhas dela adoram o Evandro Filho, acho que elas não o chamam de pai por já serem adultas. Hoje sinto que meu filho está muito feliz. Eles compraram um apartamento juntos, na rua Marcos Macêdo, e estão muito bem! Evandro Filho nasceu de parto normal, mas foi prematuro. Pesava 1.200kg e tinha 34cm.

32


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Perdi muito sangue, e fui para a Casa de Saúde S. Raimundo. O médico disse que eu ia abortar, mas, com fé em Deus, não abortei. Ele nasceu de pés e teve que ficar na incubadora da S. Raimundo com uma criança infectada porque só tinha essa incubadora desocupada. Tomou um antibiótico forte para não pegar infecção da outra criança. Passou dez dias na incubadora e depois veio para a casa do meu pai. Sua alimentação era leite do peito mais um suplemento chamado LAROSAN. Seu primeiro banho foi dado pela minha irmã Viola. Todos nós tínhamos medo de dar banho nele porque ele era pequeno e frágil. Dr. Fernando Silveira ia vê-lo diariamente na casa do meu pai, e ele melhorava a cada dia. Com três meses, já estava com 3.700kg, então resolvi ir para minha casa. Quando chegamos, Evandro pai ficou muito feliz com a nossa volta; foram momentos muito especiais para nossa família. Com cinco anos, foi estudar no Colégio Christus e, no primeiro dia de aula, escreveu “Vivi viu o ovo.” Isso foi na areia da praia, com letras cursivas e muito bem feitas. Tínhamos o costume de passear à tardinha com os primos , na Praia do Mucuripe. Estudou até o quarto ano no Christus. Fez exame para o Colégio Militar, mas primeiro fez prova no Colégio Santo Inácio para saber em que nível se encontrava. 33


Lembranças que ouvi e vivi

Um dia chegou em casa e perguntei-lhe:— Filho, qual foi a sua nota? Ele respondeu que tinha sido “nove vírgula lá vai pedra”, acho que tirei essa nota... Ele era assim... Fez exame de admissão no Colégio Militar e disse:— O exame foi bom, só não foi melhor porque botaram uma música e pediram para dizer o autor. Como não assistia TV, não sabia. Aqui todos dormiam cedo porque estudavam pela manhã no Colégio Militar e o hábito se estendeu até a faculdade. Ah, lembrei-me de uma coisa: quando Evandro era pequeno e ia brincar na casa de um amigo, sempre me ligava para perguntar se poderia brincar com algo que achava perigoso. Era obediente e tinha umas respostas muito sinceras; às vezes as pessoas não entendiam bem. Desejo que Deus continue ajudando a família dele e que todos sejam felizes para o resto da vida, pois vai se casar novamente e viver com felicidade, como eu e o Evandro vivemos. Um beijo!

Ricardo Ricardo foi meu segundo filho. Nasceu de parto normal, era muito lindo, parecia um rei. Poucos dias antes de ele nascer, sonhei com uma criança nos braços de minha mãe, e ela 34


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

dizia que era meu filho. Dois dias depois, ele nasceu na Casa de Saúde S. Raimundo, com o Dr. Anastácio. Pesou quatro quilos. Quando saí, fui logo para a minha casa. O Evandro ficou muito feliz, mas sempre desejou uma filha. Ele teve uma infância sadia e foi para a escola com quatro anos. Estudou também no Christus e lá ficou até fazer o Vestibular. Um ano antes, ele foi para o Santo Inácio, mas não gostou muito, porque parecia que as pessoas nem o conheciam. Uma vez ele chegou com o boletim marcado com uma observação de comportamento. Achei estranho porque ele era um menino muito tímido, então resolvi ir à escola averiguar o que havia acontecido. O rapaz disse que nem sabia quem era ele, mas me levaria à classe dele e, quando mostrei meu filho, ele disse que o Ricardo era um ótimo aluno e que tinha sido um engano. No ano seguinte, tirei-o de lá e levei-o de volta para o Christus, para fazer cursinho, a preparação para o Vestibular. Com mais ou menos dezoito anos, tinha uma poupança e disse que queria comprar uma moto, e eu disse: — Você não compra! O pai disse: —Compre o caixão primeiro e depois a moto. Então retirei o dinheiro da poupança e comprei um carro para ele. Logo fez Vestibular e passou para Engenharia, na UNIFOR. Eu pedi a ele para fazer o exame para outro curso, então 35


Lembranças que ouvi e vivi

ele fez para Arquitetura, e passou. Hoje ele constrói e faz projetos; são todos lindos trabalhos. Ele é perfeccionista e muito cuidadoso; é mesmo um príncipe e também louco pelo pai dele. Quando passou para Arquitetura, já trabalhava no Tribunal. Hoje ainda trabalha lá, no setor de Engenharia, mas está doido para se aposentar, pois acha tudo mudado, que não é mais como antigamente... Casou com mais ou menos vinte e seis anos, com Ana Maria Sisnando, com quem teve dois filhos: Pedro, que está estudando na Alemanha, e Davi, que no momento está aqui, mas vai para a América do Norte estudar também. O casamento durou 26 anos. Eles moram com o pai, que vive para o trabalho e para os filhos e está feliz assim... Acho que ele gosta mais de Arquitetura, pois é muito meticuloso e perfeccionista. O Ricardo não é carinhoso, mas vem aqui diariamente, e o pai é louco por ele. É muito pé no chão, só faz o que pode, é mais parecido com a minha família. Ele toma conta de todos os negócios do pai e passou a ser o inventariante. Tem caráter forte e administra bem as coisas. Meus netos são uma benção de Deus. 36


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Uma vez minhas irmãs vestiram o mais velho, o Evandro Filho, para ver se ultrapassava a lindeza do Ricardo, mesmo assim não adiantou, mas eu acho todos lindos! Gosto muito de você, meu filho, aprecio muito o seu jeito, meus netos estão mais próximos de nós e eu gosto disso, quanto mais eles vêm aqui, mais fico feliz.

Felipe Felipe é meu terceiro filho. Nasceu de parto normal e nunca me deu trabalho. Era um menino calmo, não chorava nem aperreava, cresceu mais ou menos sábio. Quando criança, teve nefrite e tifo, com mais ou menos 8 anos; era gordinho e bonito. Uma vez ele comeu uvas sem lavar e apareceram perebinhas nas pernas, e eu passava repelente, mas não adiantava. Resolvi levá-lo ao Dr. Fernando Silveira e ele disse que a uva suja havia provocado perebinhas e isto abriu uma porta para o tifo e a nefrite. Os pés dele ficaram muito inchados, mas, com tudo isso, continuou calmo e obediente até ficar bom. No colégio, não estudava nada; os livros eram todos limpinhos como se fossem novos. Ele tinha muitos amigos e todos gostavam muito dele.

37


Lembranças que ouvi e vivi

Uma vez, passando na rua, viu um velhinho todo rasgado, e quis trocar a roupa dele pela do velhinho. Meu filho sempre foi muito solidário e muito bom. Tenho orgulho disso. Outra vez fui para uma festa no Rotary, e um homem chamado Humberto disse que o Felipe era a pessoa mais caridosa que ele conhecia. Fiquei muito feliz! Quando Evandro dava presentes a eles, tinha o cuidado de dar o mesmo presente para todos, mas, se passasse uma criança, ele dava até os carrinhos dos irmãos. Era mesmo muito caridoso e sem apego a nada. Na adolescência, era muito lindo, alto e muito namorador. Casou-se bem cedo. O Evandro providenciou um apartamento para eles morarem; a moça ainda fazia o Científico. Depois que se casou, foi trabalhar no Bicbanco (Banco Industrial e Comercial S.A.), mas logo saiu do emprego e foi fazer a faculdade de Ciências Econômicas. Casou-se antes do tempo, com a Isabel, e foi trabalhar no Bicbanco. A Isabel estava grávida. O nascimento do João nos deixou muito felizes! Ele é o meu primeiro neto, motivo de muita caduquice. Logo em seguida, veio a Priscila. Eles eram lindos! Depois de dois anos, nasceu a Patrícia, linda também! Eles herdaram do pai da Bela um terreno perto do Porto das Dunas. Compraram tijolos para cercar o terreno e em seguida começaram a obra. Contrataram carpinteiro, instruíram os pedreiros e fizeram tudo como manda o figurino. 38


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Hoje Felipe trabalha no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), fez um concurso e permanece lá. Durante esse período, construiu a casa deles e depois a Pizzaria. A tia irmã de Bela deu todo o material e alugou para ele. Agora ele mudou a Pizzaria que o João administrava. O João agora está na casa do pai, casou-se com uma mexicana. Ela fez mestrado e doutorado em Química Industrial. Como fizera o pai, ele também foi para a Espanha e trabalhou em tudo; foi lá que ele conheceu a Montserrat. Casaram-se aqui na casa do Felipe, com a presença dos pais dela e dos irmãos. Felipe hoje continua no TRE, em Aquiraz. Ele é um filho muito bom e muito chegado aos pais. Acho que, se ele pudesse, estava aqui, cuidando do pai. Ah, lembrei-me de uma coisa: quando ele era criança, chegou com o boletim que indicava nota baixa em Ciências, então eu disse que iria estudar com ele. Quando começamos os estudos, era um problema, pois, de vez em quando, ele sumia pela casa e eu ficava muito preocupada, mas, quando trouxe a prova, tinha tirado nota dez. E, de outra vez, o boletim acusava nota vermelha em Inglês. Hoje visita o pai frequentemente. Apesar de muito cansado, não deixa de vir aqui todos os dias. É um filho querido e faz tudo para nos agradar.

39


Lembranças que ouvi e vivi

Quando ele era adolescente, era muito unido com os irmãos e protegia muito a Esther. Deus permita que todos sejam unidos e tenham boa convivência, este é o meu maior prazer. Um grande beijo.

Esther Esther é a minha quarta filha, nasceu de parto normal. Era uma criança calma, e a criei num quadrado. Nessa época não tinha babá. Nasceu na Casa de Saúde São Raimundo. Estudou no Colégio Christus até concluir o Ensino Médio, como hoje é chamado. Ela era uma criança muito danada e, quando começou a frequentar a escola, parecia que queria mandar nas colegas. Na primeira reunião da qual participei , quase todas as mães queriam me conhecer. Após conversamos, eu disse para elas que eu era como uma máquina de escrever e ela como uma máquina de costurar. Ela nem parecia ser minha filha. Esther tinha uma prima que considerava muito amiga, a única amiga. A prima era muito estudiosa e, quando havia qualquer premiação, ela ganhava sempre, mas as pessoas a confun-

40


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

diam com a Esther, e a Esther recebia o prêmio, mas, quando os professores descobriam o equívoco, não entregavam o prêmio, e a prima chorava muito, mas logo depois ficavam amigas de novo. Continuaram amigas na adolescência e brincavam de boneca; passeavam juntas e nunca mais brigaram, elas se gostavam de verdade. Quando resolveram fazer Vestibular, a prima Isabel fez para Economia e a Esther fez para Fisioterapia. Hoje a prima mora em São Paulo e trabalha no Banco do Nordeste, tem uma filha, a Rebeca, gosto muito dela! Esther sempre foi vaidosa. Certo dia, quando foi convidada para ir a um aniversário de quinze anos, queria que eu comprasse um vestido novo, mas eu não comprei, e ela foi com o que tinha e fez o maior sucesso. Ela sempre foi linda! E era a mais bonita da festa. Estudou no Christus e fez faculdade na UNIFOR. Hoje ela trabalha no Hospital de Messejana, no Monte Klinikum e faz atendimento particular. Isabel é filha do meu irmão Humberto Abel. Ela casou com um rapaz cearense, trabalha em São Paulo. Graças a Deus, hoje vivem bem e sua filha Rebeca está estudando em Londres, fazendo intercâmbio. Esther sempre foi estudiosa e trabalhadora, formou-se 41


Lembranças que ouvi e vivi

para depois casar. Casou com o Pedro Holanda Junior, que era muito querido por nós, era de dentro da nossa casa, almoçava e jantava conosco. Na véspera de sair de casa, ficou até altas horas da noite aqui e não desconfiamos de nada. Viveram dezenove anos juntos e construíram uma família. O filho se chama Arthur, tem dezoito anos, e a menina-moça, Bianca, em minha homenagem. Fiquei muito feliz! Bianca vai fazer 15 anos no dia 7 de agosto e já está terminando o Segundo Grau. É uma neta muito boazinha e companheira. É uma moça tranquila, calada, vaidosa, introvertida, responsável e muito inteligente como a mãe. Hoje sinto pena de Pedro e rezo por ele para ele ser feliz. Já fiquei muito triste e preocupada com a Esther, mas, hoje, quando vejo minha filha mais alegre, fico muito tranquila, pois acho que ela já está conformada com a separação, e sei que vai ser muito feliz. Ela não fala comigo sobre o assunto para não me preocupar, fala com o pai, mas eu entendo. Esther, minha filha, espero que você seja muito feliz em sua nova vida. Um beijo!

42


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Márcio O Márcio é o filho caçula, nasceu na Casa de Saúde São Raimundo, de parto normal. Pesou mais de quatro quilos, saudável e lindo! Depois, descobrimos que tinha alergia à lactose, até ao leite materno, então o médico receitou farinha de agrobom. Ele só se alimentava dessa farinha. Antes de descobrirmos a alergia, ele pouco se alimentava, ficou magrinho parecia que ia morrer. Depois que começou a tomar a farinha, recuperou o peso, e passou a se nutrir de outros alimentos, deixando-nos menos preocupados. Ele era muito ativo, foi para o colégio com quatro anos, era bom aluno e inteligente. Ele brincava muito com o primo Paulo, filho da minha irmã Regina. Este, com 36 anos, sofreu um acidente de bicicleta e ficou cego. Márcio era tão danado que, de vez em quando, recebia recado do colégio dizendo que estava subindo nas árvores de sapato, e ainda em árvore molhada. O Evandro dizia que o anjo da guarda dele era o “cão”, e ele nunca sofreu nenhum tombo. Ele ia muito para a casa da Regina para brincar com o Paulo. Ele era tão danado que Regina precisava brigar com ele, mas nunca me reclamou. Quando chegava à casa, chamava-me de tia, pois

43


Lembranças que ouvi e vivi

passava muito tempo na Regina chamando-a de tia e, quando chagava a sua casa, acabava me chamando de tia também. O Evandro ficava preocupado, mas eu nem me importava com isso, pois sabia que logo ele voltaria a me chamar de mãe. Um dia ele saiu com o Paulo, pegou uma bicicleta sem freio, e atropelou um carro. Uma pessoa foi ajudar, mas ele não quis e saiu correndo para a casa da Regina. Ele me telefonou e eu chamei o Evandro. Ele se deitou no chão e a Regina o cobriu com um pano porque ele estava machucado. Ela perguntou se ele estava sentindo algo, ao que ele respondeu: — Estou com medo de ficar burro. Ele machucou o braço e o Evandro levou-o a um cirurgião plástico, que fez uma cirurgia no braço e ficou tudo bem. Depois ele fez Vestibular, passou para Medicina, foi muito bom aluno. Depois de formado, foi para São Paulo, para o AC Camargo, hospital do câncer. Passou no teste e foi fazer Residência em São Paulo, durante seis anos. Casou-se, mais ou menos aos vinte e três anos, com uma moça de Cajazeiras, que ele namorava desde a idade de dezesseis anos, Karoline. Ele estava em São Paulo; foi para João Pessoa (PB), casou-se e voltou para São Paulo. Em São Paulo, nasceu sua primeira filha, Marina, e, depois de seis anos, ele voltou para Fortaleza. Aqui nasceram Márcio Filho e Catarina. 44


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Márcio é muito trabalhador, habilidoso e humano. Adora a profissão, e todas as pessoas que ele atende ficam apaixonadas por ele. É um excelente médico, trabalha com câncer (cabeça e pescoço), no Hospital do Câncer. É um ótimo pai, apaixonado pelos filhos e pela mulher. Quando o pai estava doente, prestou-lhe toda a assistência, com carinho e humanidade, e fez o possível para não deixar o pai sofrer. Sei que sofreu muito também, assim como todos nós. Vinha aqui em todos os momentos que ele podia. Assim, sua assistência foi muito confortadora para o pai e para mim. Hoje continua me dando assistência e fico muito feliz com sua bondade, delicadeza e preocupação comigo. Márcio, continue como você é, socorrendo a todos com amor e humanidade, porque o verdadeiro médico é como você, tem amor por tudo que faz. Seja muito feliz com sua família e Deus o abençoe. Um beijo!

45


46


Mensagens para os Netos João Alberto Ele é filho do Felipe e neto muito bom. Estudou aqui e na Espanha através de um convênio; no último ano, deixou o curso e foi ser peão, fazia favor para todo mundo. Andou pela Europa toda, com os pedreiros e mestre de obras. Quando voltou, foi terminar a faculdade. Já se casou e a esposa está esperando um filho; é uma menina! A esposa é mexicana, muito nossa amiga, simpática e parece muito feliz. Desejo que tudo que Deus faça para eles seja muito bom para a vida dos três.

Priscila Filha do Felipe, formou-se e já está trabalhando. É muito bonita e parece gostar muito de todos nós. Ela está esperando fazer concurso previdenciário, pois o outro que ela fez era muito bom, mas era para ficar em hospital, o que ela não queria, pois ela prefere a área de pediatria, no Albert Sabin. Desejo que 47


Lembranças que ouvi e vivi

ela estude e passe também nesse concurso tão bem sucedida quanto nos outros. Deus a abençoe e seja muito feliz em sua vida.

Patrícia Também filha do Felipe, esta minha neta é muito dinâmica, formou-se muito cedo, muito inteligente, está fazendo outra faculdade, a de Informática. Desejo que ela continue assim, porque é muito resoluta em fazer tudo. Deus a abençoe em toda a sua vida.

Pedro Ele é filho do Ricardo e está se formando em Comércio Exterior. Passou um ano na Alemanha, gostou muito, mas já retornou de lá e continua estudando. Ele é louco pelo irmão. Eu desejo a ele muitas felicidades, porque ele já teve uma tristeza muito grande, a falta da mãe, que se separou do pai quando ele tinha dezoito anos.

Davi Ele é irmão do Pedro, já está ficando rapaz. Vai fazer Vestibular para Medicina. Ele não é muito estudioso, mas gosta muito de aparelho eletrônico, e quer ser médico. 48


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Desejo que ele seja um médico humano, igual ao meu filho. Deus abençoe seus estudos e sua vida!

Arthur O filho mais velho de Esther. Vai fazer Vestibular agora, é muito estudioso, e não sei para o que ele vai fazer, mas, como é estudioso, vai se sair bem. Estuda no Colégio Sete de Setembro, é muito amigo da mãe. O pai dele saiu de casa sem motivo algum, mas continua tendo contato com os filhos, mas os filhos sentem um pouco de decepção. Desejo que o Arthur seja bem feliz na escolha de sua vocação e seja um homem de bem. Deus o abençoe no que você desejar ser.

Bianca É irmã de Arthur. Uma menina boa, muito amiga da mãe. Estuda música, toca flauta e piano, vai fazer quinze anos agora em agosto, mas não vai fazer festa de quinze anos, não sei o que ela vai escolher , mas sei que vai ser ótimo! Deus permita que ela escolha sua profissão e que seja o melhor para ela. Deus a ilumine sempre!

49


Lembranças que ouvi e vivi

Marina É filha de Márcio, uma menina boa, calma e vai agora à Suíça para estudar, durante seis meses. Já está na época de fazer Vestibular, mas não sei se vai fazer esse ano. Desejo tudo de bom para ela, porque ela é uma menina calma, obediente e sincera. Deus ilumine seu coração!

Márcio Filho É um menino ótimo, louco pelos irmãos, principalmente pela mais nova, a Catarina. Já está namorando e faz questão de trazer a namorada para me apresentar. Ele é bastante alto, e a namorada é bem pequenininha. O pai está muito satisfeito com o namoro, pois a mãe é bastante cuidadosa com a filha. Quando era pequeno, chamava a irmã de filhinha. Eles são unidos e educados. Deus faça com que eles continuem assim, bem abençoados e unidos, e isso me dá prazer.

Catarina Filha do Márcio, é uma menina decidida, vive fazendo as coisas só, inclusive comprando as próprias roupas; ela mesma as escolhe para que a mãe só precise pagar no outro dia. Gosta de estudar pouco. Os pais ficam preocupados e, quando vão ensiná-la, eles dão boas gargalhadas com as respostas dela. 50


Maria Bianca Ribeiro Studart da Fonseca

Um dia ela estava fazendo a prova e recebeu uma advertência do colégio porque ela estava pescando da vizinha. O pai foi conversar e ela falou que estava só dando uma olhadinha. Desejo que ela cresça bem decidida como ela é e não faça besteira. Deus ilumine seu coração e sua cabecinha.

51


Lembranรงas que ouvi e vivi

52


Arquivo Fotogrรกfico

53


Bianca brincando de 1a comunhĂŁo.

Abel Ribeiro e netos. 54


Bianca, Regina e Violante.

Da esquerda para direita: Heloisa, Frota, Bianca, Evandro, Eliezer, Esther, Helyett, Hugo, Judith e Eliezer Filho. Crianรงas: Felipe, Ricardo, Evandro Filho e Helena. 55


Da esquerda para direita sentado no chão: Fernando Menescal, Villar e Lastenia. Sentados: José Villar (avô), Heloisa, Zeneida, Bianca Menescal Villar (avó). De pé : Antonieta (Tony -mãe), João, Edmar Villar de Queiroz e Blanchete.

De pé da esquerda para a direita: Helena Olsen, Maria de Lourdes, Bianca, Martha, Fernando Olsen, Vivi, Regina, Bianca (afilhada), Bebel. Sentados: Elza Olsen, Laura Olsen e Marcelo Queiroz. 56


Da esquerda para a direita na frente: Marcelo V. de Queiroz, Bianca (afilhada da mamรฃe), Martha, no meio Elza V Olsen, Violante, Laura V. Olsen (crianรงa), Maria de lourdes, Bianca e Regina. Atrรกs: Bebel, Fernando Olsen e Helena.

57


Convite de casamento.

Primeiro plano sentados: Evandro e Bianca. Segundo plano: Tony (mĂŁe) e Humberto (pai). 58


Da esquerda para a direita: Bebel, Regina, Violante, Tony (Mamãe), José (Atrás), Papai, Noivos, D. Esther, Dr. Eliezer, Helyett e Hugo. Crianças Huguinho, Helyettinha, Haroldo e Heloisa.

Da esquerda para direita: Humberto, Tony, Evandro, Bianca, Esther e Eliezer.

59


Humberto (pai) e Bianca no casamento.

60


Evandro e Bianca.

61


Bianca – Dia do casamento 62


Esqueda para direita: Bianca, Heloisa, Dr. Eliezer, D. Esther, Ricardo, Felipe e Evandro – 1961. 63


Adultos esquerda para a direita: Bianca, Eliezito (Cunhado), Judite (Concunhada), Helyett (Cunhada). Crianças esquerda para a direita: Felipe, Evandro e Ricardo – 1964.

Tetê, Ana Maria, Gilda e Bianca – Prainha, 1974.

64


Turma – Prainha, 1974.

Filhos Bianca – Prainha, 1975.

65


Bodas de Prata Evandro e Bianca

66


Bodas de Prata Evandro e Bianca

67


Sentados esquerda para direita: Cardoso (cunhado), Regina (irmã), Bianca e Evandro. Em pé: Bebel, Teresinha(cunhada), José, Arlete(cunhada), sobrinhos e filhos

Em pé: os irmãos Bebel e Terezinha (cunhada), Violante, sobrinhos e filhos. Sentado esquerda para direita: Hugo (cunhado), Helyett (cunhada), Bianca e Evandro, segundo plano sobrinhos e filhos. 68


Filhos da esquerda para direita: Mรกrcio, Esther, Evandro Filho, Evandro, Bianca, Ricardo e Felipe .

69


Convite Bodas de Ouro Evandro e Bianca – 2005.

Missa de 50 anos de casados, Catarina (neta mais nova) – 2005.

70


Bianca, Evandro e padre Fred.

Missa de 50 anos de casados Bianca, padre, padre Fred e Evandro – 2005.

71


Saída das Bodas de Ouro Evandro e Bianca – 2005.

Evandro e Bianca. 72


Evandro e Bianca.

73


Renata, Eduardo (Duda) Adelaide, Bianca e Evandro .

Evandro Filho, Bianca, Evandro e Vilany.

De pĂŠ ao centro: Helyett (cunhada). Sentado: Bianca e Evandro. 74


Pedro Holanda, Bianquinha, Bianca, Arthur, Evandro e Esther.

Bianca, Evandro, Felipe e Isabel Luzia. 75


Pedro, Bianca, David (a frente), Evandro, Ana Maria e Ricardo.

Catarina (colo), Marcio, Marina (a frente), Bianca, Marcio Filho (a frente), Evandro e Karoline. 76


Netos segundo plano: Pedro, Bianca, Catarina (no colo), Evandro, Priscila e Patricia. Primeiro plano: Arthur, Bianca, David, Marina e Marcio Filho.

De pé: Fernandinho, Ana Evangelina, Mariza, Evandro, Bianca, Leonor, Haroldo. Sentados: Angela, Deolinda, José Nogueira, Fernando José, Marlon. 77


Mรกrcio, Esther, Felipe, Evandro, Bianca, Ricardo e Evandro Filho.

Evandro, Bianca e netos. 78


Bianca, Evandro, MĂĄrcio, Karoline e filhos.

Sentados: Evandro, Biana. Em pĂŠ: Ana Maria, Pedro, Karoline e Isabel.

Evandro, Esther e Bianca.

79


Bodas de Ouro – 2005.

80


81


Aniversรกrio de 80 anos de Evandro.

82


Evandro e Bianca, Lausane - Suíça – 1989.

Evandro e Bianca – 1989. 83


Evandro e Bianca – 1989.

84


Bianca e Evandro.

85


Posse para provedor da Santa Casa, esquerda para direita: Bianca, Evandro, Cardoso e Regina.

Da esqueda para a direita: Felipe, Esther, Evandro, Bianca, Marcio, Ricardo e Evandro Filho. 86


Esquerda para direita: Felipe, Isabel, Patricia (a frente) JoĂŁo Alberto e Priscila.

Bianca e tia Lastenia.

87


Bianca, Bianquinha (neta), Evandro e Arthur (neto).

Da esquerda para a direita: Bianca, Evandro, Helyett, Eliezito e Judith.

88


Silvio, Helyetinha, Vilany, Evandro Filho e Bianca.

Evandro Filho, Evandro e Bianca.

89


Da esquerda para a direita: Pedro, Esther, Ricardo, Ana Maria, Mรกrcio, Karoline, Bianca, Pedrinho, Evandro, Joรฃo Alberto, Isabel, Patricia, Felipe, Priscila, Vilany e Evandro Filho.

90


Bianca, Evandro e Pedrinho – 1987.

Helena Pinto (amiga), Bianca e Evandro.

91


Ricardo, Ana Maria, Pedro (neto) e Davi.

Esquerda para direita: netos Davi, Marina e Arthur. 92


Evandro, Bianca e Arthur (neto )– 2000.

De pé: Vilany, Evandro Filho. Sentado: Evandro e Bianca – julho/2002 93


Aniversário de 80 anos de Evandro – 2º plano: João Alberto, Patricia, Priscila e Pedro. 1º plano: Davi, Arthur, Evandro (sentado), Marcio Filho, Bianca (sentado), Marina e Bianquinha – julho 2002.

Esther, Bianquinha, Janete, Ricardo, Bianca, Márcio e Karoline. 94


95


96


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.