Teste 123

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Os peixes das nuvens


KILLI fish Os peixes das nuvens


Simpsonichthys constanciae

Austrolebias nigripinis

Os peixes das nuvens Região Norte Região Nodeste Região Sudeste Região Sul Região Centro-oeste Mapa índice

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Rivulus simplicis

Simpsonichthys macaubensis

Rivulus bahianus

Exposição


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N

ão demorou para o nome ser estendido a outros grupos de peixes da América do Norte, países do Mediterrâneo e, finalmente, países tropicais, quando os aquaristas do século XX se apaixonaram por esses peixes. Os killifishes podem ser encontrados desde o sul da Flórida, nos Estados Unidos até o norte da Argentina, com ocorrência na América Central, do Sul e nas ilhas do Caribe, em uma gama de habitats que variam de savanas a florestas. “killifish” é uma derivação da palavra holandesa “Kilde”, faz alusão às poças temporárias e charcos onde a maioria dos animais são encontrados. Embora a maioria dos membros da família sejam sazonais, existem espécies não anuais que habitam brejos e riachos perenes, sendo encontradas durante todo o ano. As poças e charcos que estes animais habitam apresentam drástica variação em suas características físicas e químicas. Estas variações se dão principalmente pelas diferentes formações vegetais existentes nesses locais. A variação destas características faz com que os...

“killifishes possuam uma alta taxa de especiação e um elevado grau de endemismo geográfico, mas reduzidíssima área de distribuição para cada espécie.”

Os killifishes são os mais coloridos peixes de água doce, com diversos tamanhos, cores e formas, são verdadeiras joias da natureza. Vivem, geralmente, em ambientes saturados de material orgânico em decomposição e com pouquíssimo oxigênio diluído na água. Muitos acreditam, erroneamente, que se tratam de anabantídeos mas, diferentemente dos peixes do mesmo grupo dos betas, os killifishes não possuem o labirinto, órgão adaptado a retirar oxigênio do ar.


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S

abemos que vários grupos de peixes sofrem em seus habitats com a poluição dos ambientes aquáticos e outros riscos como a construção de barragens para usinas hidrelétricas ou a introdução de espécies exóticas e, no caso dos killifish também por conta da expansão imobiliária e agrícola. Todos estes fatores também exercem pressão sobre os ambientem temporários dos killies anuais com o agravante da alteração do regime de chuvas vem sofrendo com o aquecimento global ocasionado pelo efeito estufa. Na América do Sul o efeito estufa influencia diretamente as alterações de temperatura no Oceano pacífico através do El Nino e La Nina que por sua vez alteram diretamente os índices pluviométricos, nos dando claros indícios de que o clima está desregulado. A plasticidade no desenvolvimento embrionário dos Killies anuais é alta, mas estes não possuem a capacidade de adaptação a mudanças climáticas muito rápidas, o que pode levar várias espécies rápida e tragicamente á extinção. As hidrelétricas constituem outra ameaça, pois formam enormes lagos que inundam as poças temporárias destruindo para sempre o ciclo anual delas. Nas cidades próximas a biótopos de killis, a expansão imobiliária, principalmente nas regiões litorâneas, aterra e destrói as poças. A agricultura utiliza as áreas alagadas para cultura do arroz ou constrói canais de escoamento da água para utilização de outras culturas como: milho, soja e algodão, drenando por completo muitos biótopos. A construção de estradas ou sua duplicação drenam, através de valetas em suas laterais, a água que empossava na temporada das chuvas.

Dentre todos os grupos de peixes que conhecemos, os Killifish anuais são atualmente os mais ameaçados de extinção pela ação do ser humano. A falta de conhecimento pode ser responsável pela extinção de várias espécies de Killies anuais, pois poucas pessoas conhecem estes belíssimos peixes e não acreditam que poças temporárias possam abrigar um ecossistema tão complexo e fascinante. Dalton Nielsen


>> Região Norte

Plesiolebias

Xavantei

3 cm Plesiolebias xavantei foi descrito como Cynolebias xavantei no ano de 1988. Posteriormente, em 1995, foi colocado no novo gênero Plesiolebias erigido e tornou-se a espécie-tipo desse gênero. Esta espécie diminuta com perfil de corpo profundo pode ser encontrada em poças e pântanos temporários ao redor dos planos de inundação do médio rio Tocantins, no estado do Tocantins, Brasil central.

O nome xavantei refere-se à maior tribo ameríndia da região onde a espécie foi descoberta.

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Pterolebias

Longipinnis

12 cm

Esta espécie clássica também tem uma longa história. Muitos artigos são escritos e muita confusão é criada pelas muitas opiniões sobre o Gênero por cientistas de todo o mundo. O fato é que a espécie tem uma ampla gama de distribuição e uma escala de variações de cores. Provavelmente, as variações de cor são devidas à disseminação isolada “como uma mancha” desse peixe. Foi relatado pela primeira vez em uma localidade de coleta em Santarém, Rio Amazonas, Pará, Brasil. A primeira descoberta foi realizada por D. Bourget, membro da expedição Nathaniel Thayer em agosto de 1865. A distribuição em que as espécies podem ser encontradas é grande, desde a base do baixo Amazonas até o Pantanal no norte.

O nome longipinnis refere-se às longas nadadeiras não pareadas que os machos possuem. (Latim para long = “longus” e Latim para barbatanas = “pinna”.)


>> Região Nordeste

Simpsonichthys

Boitonei 4 cm

Simpsonichthys boitonei foi descrito por Carvalho em 1959. Simpsonichthys boitonei é a espécie típica do gênero. A espécie não apresenta nadadeiras ventrais e foi por isso que Carvalho ergueu para ela o novo gênero Simpsonichthys.

Hoje em dia, ter um único caráter especial não é automaticamente razão para erguer um novo gênero.

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7,5 cm

Kryptolebias

hermaphroditus Descrito como Rivulus ocellatus. Colocado em Kryptolebias por Costa em 2006. Esta espécie foi considerada durante muitos anos uma sinonima de Kryptolebias (Rivulus) marmoratus. Agora redescrito como um táxon próprio com o nome Kryptolebias hermaphroditus, Costa 2011. O nome Kryptolebias ocellatus é agora designado para uma espécie anteriormente descrita como K. (Rivulus) caudomarginatus (Seegers 1984). O último nome não é mais válido. O gênero Kryptolebias foi erigido por Costa em 2006, inicialmente escrito como Cryptolebias. Esse nome, entretanto, foi ocupado por uma espécie fóssil e Costa teve que alterá-lo em uma publicação posterior. Kryptolebias ocellatus e K. marmoratus foram descritos originalmente dentro do gênero Rivulus.

A Kryptolebias hermaphroditus é conhecida apenas nas planícies costeiras Brasil, e compreende apenas indivíduos hermafroditas.


>> Região Sudeste

Campellolebias

Brucei

7 cm Em 28 de novembro de 1972, Gilberto Campello Brasil descobriu esta espécie pela primeira vez entre Criciúma e Tubarão (estrada BR 101 próximo à estrada para rincão, subseq.) Estado de Santa Catariina, Brasil. No mesmo ano, Raul Vaz-Ferreiro voltou a visitar o local. O Ictiologista americano Dr. Bruce J. Turner recebeu espécime do Comitê de Espécies Novas e Raras do AKA. Ele os enviou aos descritores que honraram isso dando seu nome a este peixe.

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Nematolebias

Whitei

11 cm

A espécie permaneceu no gênero cynolebias até que Costa revisou o gênero Simpsonichthys e colocou a espécie neste grupo. Não muito depois que Costa erigiu um novo gênero chamado Nematolebias e essa espécie se tornou o único membro dele. Em 2006, Costa descreveu outro peixe desse gênero chamado Nematolebias papilliferus. Nematolebias whitei ocorre em pequenas piscinas temporárias de água doce em várzeas de riachos e lagoas. Essas piscinas são rasas com fundo compacto, macio, marrom-avermelhado e lamacento e secas duas vezes por ano, durante o inverno, geralmente de julho a agosto, e no verão, geralmente de fevereiro a março. Durante a estação seca, todos os peixes morrem e os ovos passam por um processo de desenvolvimento no substrato de argila úmida. Este peixe foi descrito pela primeira vez como Cynolebias whitei por G.S. Myers. Ele homenageou o coronel Thomas White por isso, pois ele foi o primeiro colecionador da espécie.


>> Região Sul

Cynopoecilus

melanotaenia 4 cm

Arthur Rachow descobriu a espécie em um aquário importado. Regan descreveu o peixe como Cynopoecilus melanotaenia. O nome melanotaenia foi tirado da palavra grega <melas ou melaina> que se refere às cores pretas nos lados dos machos, combinada com <tainia> também grego que significa faixa ou linha. Nos anos seguintes, a espécie também foi colocada em Cynolebias (Parenti) e mais tarde novamente em Cynopoecilus. O alemão Albert Mayer foi o primeiro a descrever a reprodução da espécie. Hoje em dia Cynopoecilus não é mais o único membro do gênero. O número total de espécies está agora (janeiro de 2007) estabelecido em 5. Outras são: Cynop. fulgens, intimus, multipapillatus e nigrovittatus.

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>> Região Centro-Oeste

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Trigonectes

balzanii

16 cm O Trigonectes balzanii foi descrito pela primeira vez por Perugia em 1891 como Haplochilus balzanii até Myers (1925) colocá-lo no gênero Trigonectes, que foi recentemente erigido. A localidade tipo é Rio Paraguai em Villa Maria (hoje Caseres, Lagoa da Imbauva), Mato Grosso, Brasil. Foi nomeado em homenagem ao Prof. L.Balzan, diretor do Museu de Genova. Não está claro se o Prof. Balzan também foi o descobridor da espécie. Ribeiro (1920) o viu como sinônimo de Trigonectes rondoni, mas é amplamente aceito como espécie válida.


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3.

4.

1.

a. 5. 2.

6.

>> Região Norte 1. Pará - 12 espécies Moema piriana Pterolebias longipinnis Pituna xiguensis Plesiolebias altamira

(a.)

(b.) Rivulus modestus Rivulus urophthalmus Rivulus campelloi Rivulus strigatus Rivulus poeyi Rivulus auratus Rivulus dibaphus 2. Rondônia - 3 espécies Moema pepotei Trigonectes macrophtalmus Neofundulus guaporensis

3. Amapá - 5 espécies Moema portugali Moema nidifrontata Rivulus geayi Rivulus argilae Rivulus igneus 4. Amazonas - 19 espécies Pterolebias longipinnis Moema staecki Rivulus romeri Rivulus compresus Rivulus kirovskyi Rivulus ornatus Rivulus amanapira Rivulus obscurus Rivulus strigatus

b.

Rivulus atratus Rivulus xanthonotus Rivulus micropus Rivulus diaphus Rivulus elongatus Rivulus limoncochae Rivulus rubrolineatus Rivulus xanthonotus Rivulus uatuman 5. Acre - 2 espécies Moema apurinam

Cynolebias paraguassuensis Cynolebias perforatus Cynolebias gilbertoi Cynolebias altus Cynolebias vazabarriensis Cynolebias itapicurensis Simpsonichthys adornatus

2.

Simpsonichthys picturatus

2. Maranhão - 2 espécies Rivulus auratus Rivulus parnaibensis

Simpsonichthys bokermanni

3. Piauí - 2 espécies Pituna schindleri Rivulus parnaibensis

5. 4.

Simpsonichthys rosaceus Simpsonichthys igneus Simpsonichthys perpendicularis Simpsonichthys mediopapillatus Simpsonichthys macaubensis Leptolebias leitaoi Rivulus bahianus Rivulus decoratus Rivulus depressus Kryptolebias caudomarginatus Prorivulus auriferus

Plesiolebias canabravensis Pituna poranga Pituna compacta Rivulus compactus Rivulus zygonectes

6. - 18 espécies Simpsonichthys semiocellatus Simpsonichthys costai

>> Região Nordeste 1. Bahia - 31 espécies Cynolebias leptocephalus Cynolebias albipunctatus Cynolebias gibbus

Maratecoara lacortei Maratecoara formosa Maratecora splendida Trigonectes rubromarginatus Trigonectes strigabundus Plesolebias lacerdai Plesolebias xavantei Plesiolebias aruana Plesiolebias fragilis

3.

c.

6.

1.

4. Rio Grande do Norte e 5. Ceará - 2 espécies Cynolebias microphtalmus Simpsonichthys antenori 6. Penambuco - 4 espécies Cynolebias albipunctatus

Cynolebias porosus Kryptolebias ocellatus


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>> Região Sudeste 1. São Paulo - 8 espécies Campellolebias dorsimaculatus Campelolebias intermedius (d.) Rivulus santensis Rivulus punctatus Rivulus pictus(?) Kryptolebias caudomarginatus Kryptolebias ocellatus 2. Minas Gerais - 20 espécies Cynolebias perforatus Simpsonichthys alternatus Simpsonichthys delucai Simpsonichthys zonatus Simpsonichthys trilineatus Simpsonichthys stellatus Simpsonichthys hellneri Simpsonichthys ocellatus Simpsonichthys nielseni Simpsonichthys virgulatus Simpsonichthys fasciatus Simpsonichthys gibberatus Simpsonichthys janaubensis Simpsonichthys auratus Simpsonichthys rufus Simpsonichthys similis

1.

Rivulus paracatuensis

3. Rio de Janeiro - 16 espécies Simpsonichthys constanciae Nematolebias whitei Nematolebias papilliferus Leptolebias minimus Leptolebias cruzi Leptolebias sandrii Leptolebias marmoratus Leptolebias citrinipinnis Rivulus janeiroensis Rivulus lazzarotoi Rivulus simplicis Kryptolebias ocellatus Kryptolebias brasiliensis (c.) Kryptolebias caudomarginatus 4. Espírito Santo - 3 espécies Simpsonichthys myersi Simpsonichthys izecksohni Rivulus nudiventris

2.

1.

3.

>> Região Sul 1. Rio Grande do Sul

4.

d.

- 30 espécies

>> Região Centro-Oeste

Austrolebias alexandri Austrolebias arachan Austrolebias charrua Austrolebias cyaneus Austrolebias fulgens Austrolebias gymnoventris Austrolebias ibicuiensis

Austrolebias nigripinnis (?) Austrolebias nigrofasciatus

Austrolebias jaegueri Austrolebias jualangi Austrolebias litzi

Cynopoecilius melanotaenia Cynopoecilus fulgens

Austrolebias minuano

Rivulus haraldsioli

Austrolebias periodicus Austrolebias prognathus Austrolebias univentripinnis Austrolebias varzeae

2.

1. Mato Grosso 19 espécies Simpsonichthys costai Simpsonichthys cholopteryx Maratecoara lacortei

Rivulus rossoi Rivulus scalaris Rivulus punctatus Rivulus egens Rivulus zygonectes

Neofundulus parvipinnis Stenolebias damascenoi Pterolebias bokermanni Pterolebias phasianus Trigonectes balzanii Trigonectes rubromarginatus Plesolebias lacerdai Plesolebias glaucopterus Pituna obliquoseriata Pituna poranga Rivulus cyanopeterus

3. Goiás - 24 espécies Cynolebias griseus Simpsonichthys boitonei Simpsonichthys punctulatus Simpsonichthys brunoi Simpsonichthys costai

Rivulus punctatus Rivulus violaceus Rivulus zygonectes 2. Mato Grosso do Sul - 13 espécies Neofundulus paraguayensis Stenolebias bellus Trigonectes balzanii Pterolebias bokermanni Pterolebias phasianus Rivulus dapazi Rivulus apiamici Rivulus iluminatus

2. Santa Catarina

(f.)

3.

e.

Simpsonichthys parallelus (e.) Simpsonichthys santanae Simpsonichthys marginatus Simpsonichthys notatus Simpsonichthys radiosus Simpsonichthys nigromaculatus Maratecoara lacortei Plesiolebias aruana Pituna brevirostrata Pituna poranga Trigonects rubromarginatus Rivulus violaceus Rivulus pinima Rivulus pictus

Rivulus kaiapo Rivulus zygonectes

- 6 espécies

Campellolebias brucei Campellolebias chrysolineatus Rivulus haraldisioli Rivulus luelingi Kryptolebias caudomarginatus

f. 3. 2.

3. Paraná - 5 espécies Austrolebias carvalhoi Rivulus luelingi Rivulus pictus (?) Rivulus haraldsioli

1.


KILLI fish

Os peixes das nuvens


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