Revista 123Design - Centenário da Bauhaus

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A Revista 123 Design foi desenvolvida em comemoração ao centenário da Bauhaus pelos alunos Rayca Escalete, Vinicius Victor e Felipe Couto. Toda ela foi projetada com base nos padrões estéticos do movimento da Bauhaus.

Designers Responsáveis Felipe Couto Vinicios Victor Rayca Escalete


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ÍNDICE

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Entrevista com Laila Arêde

O mercado de Design na Pandemia

Tendências do Design para 2021

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Pôster Centenário da Bauhaus

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100 anos da Bauhaus

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5 Dicas de Design por Steve Jobs


LAILA Arêde 123 Design - Mercado

Hoje, vamos bater um papo bem legal com a Ilustradora Freelancer, Laila Arêde. Ela é estrategista de marketing na Skill Tree – uma escola de arte da arte digital especializada na indústria de jogos. A gente conversou sobre o seu trabalho e um pouco da sua história como ilustradora.

Laia, qual foi a sua maior motivação e o primeiro “push” para começar a desenhar? com quantos anos isso aconteceu? Definitivamente foi por conta de animes (risos). Cismei em querer produzir umas fanarts para expressar meus sentimentos fangirl, e desde então, nunca mais parei de desenhar. Tudo começou aos 18 anos. Passei grande parte da adolescência afastada de cartoons e animes, até que amigos me convenceram a ver FullMetal Alchemist Brotherhood, e pronto, cai no buraco e nunca mais sai dele (risos). E vou abrir um longo parênteses para expor mais a minha história: diferentemente da maioria dos ilustradores, eu não comecei a desenhar na infância. Eu até queria, mas nunca tentava, porque achava que não era pra mim. Eu tinha um pensamento bem derrotista e achava que tinha que nascer com o famoso “dom” para fazer algo. Passei a infância e grande parte da adolescência acreditando nisto. Então, aprendi que desenhar é uma habilidade que dá pra ser aprendida, assim como matemática, ciências ou qualquer outra matéria específica. O mais irônico é que na época de escola, eu era a menina chata que falava “me desenha” pra minha amiga que desenhava. Hoje, ela faz engenharia e eu trabalho como ilustradora (risos). 6


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Deu para percerber que o seu traço tem muita característica surrealista, meio misturada com desenho japonês dos anos 50, certo? De onde veio essa inspiração para um traço tão peculiar e bonito como esse?

Poxa, fico lisonjeada! Obrigadíssima! Bebi muito das águas do movimento vanguardista mesmo, e também de artistas japoneses contemporâneos. Aliás, eu já fiz o meu influence map — mapa de influência — duas vezes em anos consecutivos (2017 e 2018) — aliás, tá na hora de fazer o de 2019 (risos). Por esses mapas, dá pra ter uma noção boa das minhas principais influências e inspirações que colaboraram (e colaboram) na construção e manutenção do meu estilo.

Com um traço desse, o que você procura para se inspirar? Filmes, livros, jogos HQ’s...? De onde saem essas referências visuais? Como mencionado acima, tenho uma gama de artistas que me inspira. Mas além destes, todo tipo de produto midiático tem forte impacto na minha percepção estética (e também de narrativa), como: os filmes de Wes Anderson, Jordan Peele, Dario Argento e Jan Švankmajer; séries como Annie With An E, Pushing Daisies, Utopia, Killing Eve, Hannibal, Game of Thrones; os kdramas como Goblin, os videoclipes de artistas russos e coreanos; o movimento cultural brasileiro “Tropicália”; as fotografias de Petra Collins e Sydney Sie; as animações do estúdio LAIKA e Ghibli; e até as coleções de roupa da KYE e FENTY X PUMA me inspiram e muito. Se eu continuar…a lista nunca irá terminar (risos).

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Você trabalha como ilustradora freelancer, certo? Quais dicas você dá para quem está querendo atuar nessa área de forma profissional? O que ela precisa fazer? A primeira dica é: dedique-se aos estudos e na construção do seu portfólio. É muito importante crescer nos fundamentos do desenho, amadurecer sua arte… para assim, chamar atenção do mercado. E além disso, é na fase de experimentação e fomentação de portfólio que você vai traçando o seu estilo e que tipo de mercado quer alcançar: Games? Animação? Editorial? Mídias sociais? Tendo um portfólio bacana, hora de se lançar no mar. Faça contatos — construa uma rede de networking nas redes sociais —, poste suas artes em todas as redes, interaja com o público, e vai expandindo o seu marketing digital pouco a pouco. Lembre-se que é uma caminhada, aos poucos você vai crescendo e a sua arte vai evoluindo junto contigo. Estamos em constante aprendizado, então, aproveite ao máximo cada fase da jornada.

É muito importante crescer nos fundamentos do desenho, amadurecer sua arte… para assim, chamar atenção do mercado.

Tem algum novo projeto em que você esteja trabalhando recentemente? Se sim, pode falar alguma coisa sobre ele?

Sim! Neste momento, estou trabalhando com a escritora independente Suelen Lasquevski em um livro infantil, e também com a Moira Junqueira em um projeto animado infantil. Além destes projetos, estou querendo desenvolver um projeto de série animada, e também trabalhar em um projeto pessoal de HQ — pequeno spoiler.

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Para finalizar, quais sites ou materiais você recomendaria para quem quer se inspirar e aprender sobre ilustração?

Eu vou fazer um pequeno jabá — porque trabalho com esta galera maravilhosa e sou suspeita (risos): recomendo muito a escola de arte digital Skill Tree para quem quer reforçar nos fundamentos ou dar um start nos estudos. Além disso, recomendo os seguintes canais no Youtube: //www.youtube.com/user/LighterNoteProd/videos //www.youtube.com/channel/ UCI8GDFj5BQCQrSHITFebzkA //www.youtube.com/channel/UC3ACPbqZDYj0XPnVMZTGqbw Livros importantes: Desenhando com o Lado Direito do Cérebro de Betty Edwards A Psicologia das Cores: Como as cores afetam a emoção e a razão de Eva Heller Framed Ink: Drawing and Composition for Visual Storytellers de Marcos Mateu-Mestre Color and Light: A Guide for the Realist Painter de James Gurney E de quebra, indico Pinterest para inspiração contínua. Laila, foi um prazer trocar essa ideia contigo. Desejo sucesso nas correrias. Pra quem quiser acompanhar mais o trabalho dela, dá uma seguida nas mídias que tem muito material. Facebook > facebook.com/lailartsy Instagram > instagram.com/lailartsy Twitter > twitter.com/lailartsy Site > //www.lailartsy.com/

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U L T R A Primeiro a unir telefone e caneta, o Note traz um mundo inteiro de novidades para o seu bolso. Diante do novo normal, a vida pede um novo dispositivo. Este não é um smartphone comum. É praticamente um computador no seu bolso. É a realização para a nova geração de games. É uma câmera 8k de nível profissional e uma verdadeira ilha de edição. Este é o celular poderoso que vai mudar para sempre sua forma de trabalhar e se divertir.

Bateria para trabalhar e jogar o dia todo, sem se preocupar

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O processador mais rápido em um Galaxy

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CORES

Um leque impressionante de tons místicos que reinventam o conceito de trabalho e diversão Bronze Mystic

Branco Mystic

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Preto Mystic


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O momento é de aparecer nas redes

Em cada uma dessas áreas é preciso trabalhar com as soluções oferecidas pelo mercado de design. Além disso, como a situação ocasionada pela pandemia mudou a forma como consumimos e como nos relacionamentos, estima-se que aquele mundo que conhecíamos antes do coronavírus deixou de existir. Por isso, o mercado de design, assim como outros profissionais ligados à criatividade e ao mundo digital, tende a crescer cada vez mesmo depois da pandemia.

Antes da pandemia, o mercado de design gráfico continuava tendo uma alta demanda para produtos e soluções impressas, como banner, livros, cartão de visitas, folders… Mas, agora com as novas recomendações da Organização Mundial da Saúde para evitar o contato e manter o distanciamento, as soluções digitais se tornaram muito mais evidentes. Com esse crescimento das redes sociais como praticamente a única forma de divulgação no cenário da pandemia, todas as áreas e nichos precisam contar com um designer gráficos. Médicos, clínicas dentárias, artistas, músicos, escritores, ilustradores, comércios em geral, restaurantes, empreendedores digitais…

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Soluções de entretenimento a informações de saúde

Com o mercado aberto aos profissionais da área de design gráfico, quem deseja começar um curso ou está se planejando para ingressar no setor, é importante ter em mente como se posicionar. Hoje, há uma tendência muito grande de empreendedores individuais que optam por atuar com mais liberdade, trabalhando de casa ou de qualquer lugar do mundo. Além disso, vale lembrar que ao escolher trabalhar como designer de forma mais independente, você pode traçar os rumos do seu negócio alinhando com um propósito que mais combine com a sua personalidade. Dentro do mercado de design gráfico, é possível realizar projetos na área de entretenimento, como jogos, aplicativos, sites de relacionamento, músicas, e coisas do tipo. E até mesmo atuar em áreas da saúde, setor este que ganhou ainda mais evidência por conta da pandemia. Não resta dúvida que a quarentena e todo o cenário de pandemia nos colocaram diante de uma realidade totalmente diferente e isso fez com que automaticamente, nossas necessidades mudassem. O mercado de design gráfico se faz extremamente necessário neste sentido, porque é ele que irá ajudar a repensar produtos e soluções capazes de atender a esses novos desejos dos consumidores. A crise nos colocou diante de novos valores e o processo não termina quando todos saírem da quarentena. Novas conexões e ideias precisarão surgir para que todos possam se adaptar ao mundo bem novo, diferente, porém, muito mais sustentável, como todos merecem.

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Que tendĂŞncias de design grĂĄfico darĂŁo certo em 2021? Conf ira algumas das nossas maiores apostas.

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1.

123 Design - Conceito e Teoria

Paletas de cores suaves

Esse estilo dominou o mundo do design gráfico no ano passado e ainda não mostrou sinais de enfraquecimento. Se você não está familiarizado com as cores suaves, trata-se basicamente de cores vivas que foram “silenciadas” com uma infusão de preto, branco ou uma cor complementar. No entanto, ao contrário do ano passado, as mensagens e os recursos visuais tiveram que mudar um pouco para se adequarem ao clima atual. Ser uma plataforma de networking em meio a taxas de desemprego recorde e uma longa crise econômica pela frente é um desafio e tanto. Felizmente, os gráficos para as redes sociais, landing pages e outros recursos de design da empresa continuam genuínos e confortáveis por causa dessas cores mais suaves. Além de trazerem uma sensação gráfica mais autêntica, as cores suaves também são muito naturais e orgânicas.

Com tantas mudanças em grande escala ocorrendo no mundo recentemente, as marcas não foram capazes de assumir muitos riscos em termos de design este ano. Além disso, elas tiveram que fazer muito mais com menos em 2020.

Com a saúde e o bem-estar presentes na mente da maioria das pessoas, eu acredito que as cores suaves orgânicas serão usadas por muitas marcas de consumo daqui em diante.

Por esse motivo, eu acredito que as empresas se basearão em velhos favoritos, como paletas de cores suaves, fontes com serifa e visualizações de dados simples para uma comunicação clara: elementos que apelam para uma sensação de calma, compreensão e positividade em um mundo ultra caótico. Cores e fontes ousadas e um marketing muito agressivo não funcionarão agora e no futuro.

Ao contrário de algumas tendências de design gráfico que mudam rapidamente, notei que as paletas de cores geralmente levam pelo menos três ou quatro anos para serem usadas em excesso e saírem da moda. Portanto, não tenha medo de alterar suas escolha de cores por algo mais discreto.

Que tendências de design gráfico darão certo em 2021? Confira algumas das nossas maiores apostas.

Melhor ainda, use as cores da sua marca como ponto de partida e crie paletas de cores secundárias que você possa usar em seu conteúdo visual.

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123 Design - Conceito e Teoria

2.

Visualização de dados simples

Por mais que o gráfico de pizza simples seja odiado muitas vezes, ele é uma visualização de dados bastante útil. Como a maioria das pessoas sabe exatamente como ler um gráfico de pizza, ele é perfeito para compartilhamento nas redes sociais e para comparações rápidas.

O objetivo de qualquer visualização de dados é transformar dados complexos em algo fácil de entender. Qualquer pessoa deve ser capaz de entender uma visualização de dados sem muito contexto extra. O ideal é que você não tenha que explicar o que está tentando demonstrar.

Esses exemplos podem ser extremamente básicos, mas eles ajudam as pessoas a entender os dados em segundos.

Mas alguns designers têm dado prioridade ao estilo em detrimento do conteúdo para se destacarem nas mídias sociais ou no Behance, ou eles apenas sobrecarregam seus leitores com muitos dados, de forma que o objetivo principal é perdido em meio ao ruído. Há uma enorme quantidade de dados complexos envolvendo todas as partes de nossa vida. Como designer ou comunicador, você deve tornar essas informações menos assustadoras e mais fáceis de serem compreendidas.

Enquanto estiver trabalhando em uma visualização de dados, tente pensar sobre o que você deseja dizer com ela. Caso queira que alguém se concentre em um único ponto de dados, a visualização será muito diferente de quando você pretende comparar várias coisas.

Não faça com que as pessoas tenham que se esforçar para entender suas visualizações, pois elas não farão isso… apenas continuaram rolando a página.

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3.

Formas Geométricas

Uma coisa que realmente me surpreendeu este ano foi que muitas marcas começaram a usar formas geométricas em seus projetos. No ano passado, houve uma infinidade de designers usando formas fluidas e abstratas. Este ano, elas foram substituídas por formas geométricas bem mais rígidas. E nós não estamos reclamando – as formas geométricas são muito mais fáceis de criar e usar! Se você observar algumas das outras tendências de design gráfico deste ano, a mudança realmente faz muito sentido. Usar formas geométricas pode adicionar ordem, consistência e estrutura a um recurso visual.

O nível certo de contraste, como entre uma paleta de cores suaves e formas geométricas duras, pode tornar o visual muito atraente. Formas abstratas ou padrões tornam os gráficos muito casuais. Isso pode funcionar para uma marca de consumo.

Este é um truque de design simples para você aplicar aos seus próprios ativos de design. Com a Venngage, você pode usar uma moldura para fazer com que várias fotos diferentes pareçam semelhantes ou use uma única forma de fundo para fazer com que uma série de ícones aleatórios pareça consistente.

Por último, mas não menos importante, você pode simplesmente usar formas geométricas para adicionar textura e profundidade aos seus gráficos ou faça deles parte do principal ponto focal do seu gráfico.

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Um pôster para chamar de seu! Fizemos uma arte bem bacana para comemorarmos os 100 anos da Bauhaus. Coloque numa moldura, cole diretamente na parede, no seu armário... guarde com você a lembrança desse dia tão importante para nós criativos (as). Destaque essa página com cuidado para preservar seu poster e sua revista.

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Um pôster para chamar de seu! Fizemos uma arte bem bacana para comemorarmos os 100 anos da Bauhaus. Coloque numa moldura, cole diretamente na parede, no seu armário... guarde com você a lembrança desse dia tão importante para nós criativos (as). Destaque essa página com cuidado para preservar seu poster e sua revista.

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123 Design - Conceito e Teoria

100 anos de História

Contudo, a Bauhaus teve impacto fundamental no desenvolvimento das artes e da arquitetura do ocidente europeu, e também dos Estados Unidos, Israel e Brasil nas décadas seguintes - para onde se encaminharam muitos artistas exilados pelo regime nazista. A Cidade Branca de Tel Aviv, em Israel, que contém um dos maiores espólios de arquitetura Bauhaus em todo o Mundo, foi classificada como Património Mundial em 2003. A escola Bauhaus também influenciou imensamente a América do Sul, tendo como seu principal representante o arquiteto Oscar Niemeyer. A jovem capital brasileira, Brasília, foi projetada em 1957 sob as tendências modernas e funcionalistas inauguradas pelo bauhasianismo. Todo o plano-piloto, incluindo tanto os edifícios residenciais quanto às construções públicas, são exemplos e ícones desta arte, em sua excelência.

A Staatliches Bauhaus, comumente conhecida como Bauhaus, foi uma escola de arte vanguardista na Alemanha. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design do mundo. A escola foi fundada por Walter Gropius em 12 de Abril de 1919, a partir da reunião da Escola do Grão-Duque para Artes Plásticas. A intenção primária era fazer da Bauhaus uma escola combinada de arquitetura, artesanato, e uma academia de artes, e isso acabou sendo a base de muitos conflitos internos e externos que se passaram ali. A maior parte dos trabalhos feitos pelos alunos nas aulas-oficina foi vendida durante a Segunda Guerra Mundial. A Bauhaus tinha sido grandemente subsidiada pela República de Weimar. Após uma mudança nos quadros do governo, em 1925 a escola mudou-se para Dessau, cujo governo municipal naquele momento era de esquerda. Uma nova mudança ocorre em 1932, para Berlim, devido à perseguição do recém-implantado governo nazista. Em 1933, após uma série de perseguições por parte do governo nazista, a Bauhaus é fechada, também por ordem do governo. [2] Os nazistas opuseram-se à Bauhaus durante a década de 1920, bem como a qualquer outro grupo que não seguisse sua orientação política.[2] A escola foi considerada uma frente comunista, especialmente porque muitos artistas russos trabalhavam ou estudavam ali. Escritores nazistas como Wilhelm Frick e Alfred Rosenberg clamavam directamente que a escola era “anti-Germânica,” e desaprovavam o seu estilo modernista.

O principal campo de estudos da Bauhaus era a arquitetura (como fica implícito até pelo seu nome), e procurou estabelecer planos para a construção de casas populares baratas por parte da República de Weimar. Mas também havia espaço para outras expressões artísticas: a escola publicava uma revista chamada Bauhaus e uma série de livros chamados Bauhausbücher. O diretor de publicações e design era Herbert Bayer.

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123 Design - Conceito e Teoria Apesar de ter passado por diversas alterações em seu perfil de ensino à medida que a direção da escola evoluía, a Bauhaus, de uma forma geral, acreditava que os seus próprios métodos de ensino deveriam estar relacionados às suas propostas de mudanças nas artes e no design. Um dos objetivos principais da Bauhaus era unir artes, produzir artesanato e tecnologia. A máquina era valorizada, e a produção industrial e o desenho de produtos tinham lugar de destaque. O Vorkurs - literalmente curso preparatório - era um curso exigido a todos os alunos e ministrado nos moldes do que é o moderno curso de Desenho Básico, fundamental em escolas de arquitetura por todo o mundo. Não se ensinava história na Bauhaus durante os primeiros anos de aprendizado, porque acreditava-se que tudo deveria ser criado por princípios racionais ao invés de ser criado por padrões herdados do passado. Só após três ou quatro anos de estudo o aluno tinha aulas de história, pois assim não iria influenciar suas criações.

um estilo cheio de ornamentos excessivos, em alta na época da Europa pós-guerra. Ali, o aluno aprendia sobre proporção, escala, ritmo, luz, sombra e cor, além de experimentar diversos materiais e instrumentos. Depois de três anos de aprendizado, alcançava-se o título de mestre da Bauhaus.

Curiosidades sobre a Bauhaus Modernismo, minimalismo, formas planas e retangulares. Uma das escolas mais emblemáticas de arquitetura e design, a Bauhaus comemora 100 anos em 2019. A instituição avant-garde ativa de 1919 a 1933 na Alemanha, inaugurada pelo arquiteto alemão Walter Gropius, comemora seu centenário como uma das escolas artísticas mais marcantes da era moderna. A Bauhaus mudou paradigmas, trazia a beleza descomplicada e era o oposto de

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123 Design - Conceito e Teoria Em 1925, por causa de diferenças políticas com o governo da cidade de Weimar, a escola se mudou para Dessau, onde viveu seu auge. A Bauhaus passou a ser perseguida pelos nazistas sete anos depois, acusada de espalhar ideais esquerdistas. Para fugir, o então diretor, Mies van der Rohe, a instalou em Berlim. A experiência durou cerca de um ano. O regime nazista fechou de vez as portas da Bauhaus, em 1933, forçando muitos professores e alunos a fugir da Alemanha.

também a dançar, costurar, pintar, soldar, esculpir. Todas as artes eram questionadas com relação ao novo século industrial que começava. Ali foi desenvolvido um modelo de ensino altamente experimental, que reinventava essa conexão entre arte e tecnologia. Com a escola, Walter Gropius pretendia formar novas gerações de artistas, sem haver distinções de classe e hierarquia. O que era produzido e estudado na instituição influenciou a estética moderna, funcionalista e consequentemente, o que é ensinado hoje em dia nas escolas de design mundo afora. Alguns professores da Bauhaus eram os artistas Paul Klee e Wassily Kandinski.

Na cidade de Weimar dos anos 20, quando as crianças não obedeciam, dizia-se: “Se você não se comportar vai para a Bauhaus”. Na época, a escola era tida como o lugar onde viviam os “loucos”, que dançavam pelas ruas em coloridos trajes de teatro e pintavam quadros com triângulos, círculos e quadrados. A Bauhaus foi a primeira escola de design do mundo. Em alemão, era conhecida como “a casa para construir” ou “a casa da construção”, o que conduz a ideia de que o aprendizado e o objetivo da arte interligavam-se nesse espaço. Na Bauhaus, ensinava-se arquitetura, design, arte, mas

Apesar de não ser um fã declarado da Bauhaus, muitas das construções de Oscar Niemeyer são inspiradas nos preceitos da escola alemã. Os prédios idênticos da Esplanada dos Ministérios em Brasília, com suas janelas em fita, ângulos simples e sem ornamentos, são um exemplo clássico da arquitetura reprodutível pregada pelo movimento. Os edifícios residenciais também – tanto que é fácil encontrar edificações semelhantes reproduzidas em diferentes quadras da cidade.

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123 Design - Conceito e Teoria

Principais nomes da Bauhaus

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123 Design - Conceito e Teoria

Principais nomes da Bauhaus

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123 Design - Artes e Curiosidades

5 liçþes de design por

Steve Jobs

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123 Design - Artes e Curiosidades

1. Os verdadeiros artistas simplicicam

Quando comecei a estudar design eu percebi que muitos outros estudantes (e até mesmo profissionais) veneravam Steve Jobs, na internet é bem fácil você encontrar designers que tratam Steve Jobs como um Deus. Eu não me incomodo com isso, o que me incomoda é ver que existem muitos desses “seguidores de Jobs” que o veneram sem saber o porquê, simplesmente veneram por que outros veneram.

Steve Jobs possuía um grande fascínio pelo design simples e a estética minimalista e era exatamente isso que ele buscava alcançar em cada novo produto que a Apple desenvolvia. Essa paixão pelo minimalismo e o design simples vinha, em parte, devido ao seu contato com os conceitos da Bauhaus. Steve levava muito a sério o pensamento de que a simplicidade é a máxima sofisticação, ele sempre buscava maneiras de tornar os produtos da Apple simples e com um design limpo. Ao analisarmos a maneira como ele pensava e projetava os produtos da Apple é fácil perceber que buscava alcançar a perfeição no design não através da inserção de elementos, mas sim na retirada de tudo aquilo que considerava desnecessário ou agressivo à estética do produto. Muitas vezes em nossos trabalhos acreditamos que alcançamos um resultado melhor se acrescentarmos mais elementos em nossas peças de design, porém a lição que Steve nos deixa é de que podemos alcançar ótimos resultados através da retirada de elementos que não contribuam para a transmissão da mensagem.

Sendo assim decidi escrever esse artigo falando sobre essa figura tão presente no universo dos designers, vou contar um pouco do que aprendi sobre essa pessoa emblemática e polêmica e assim ajudar os leitores a entenderem por que Steve Jobs é uma fonte de inspiração para acadêmicos e profissionais. Antes de iniciar eu gostaria de deixar bem claro que eu não me considero um dos designers que veneram Steve Jobs, aprendi a admirar o trabalho dele, a visão que ele tinha do design me serve de inspiração, porém não sou a favor de várias atitudes que ele tinha como pessoa, mas como ninguém é perfeito não vou aqui falar sobre o ser humano Steve Jobs e sim o profissional Steve Jobs. Também pretendo deixar a decisão de admirar ou não Steve Jobs nas mãos de cada leitor e que cada um tire suas próprias conclusões. Desejo apenas expor neste artigo as características de Steve Jobs que o colocam como um profissional que merece especial admiração devido a sua intensa paixão pelo design e como ele aplicava isso não apenas no trabalho, mas também em sua vida. São lições práticas que podem ser aplicadas no nosso dia a dia e que, se bem utilizadas, trazem resultados eficazes em nosso trabalho como criativos.

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2. Ficar atento aos detalhes

“Aquela parte é bem bonita, mas olhem os chips de memória. Feios. As linhas estão juntas demais […] Eu quero que seja o mais bonito possível, mesmo que esteja dentro da caixa. Um grande marceneiro não vai usar madeira vagabunda para o fundo de um armário, mesmo que ninguém veja”

Steve Jobs não pensava nos produtos apenas de forma geral, ele planejava cada detalhe. Foi através de seu pai que Jobs aprendeu que a marca característica da qualidade do artífice está em se preocupar até mesmo com os aspectos que não ficarão visíveis no produto.

Esse é um dos ensinamentos que considero mais válidos para mim. Ater-se aos detalhes é algo que refina o nosso trabalho e nos ajuda a alcançar a excelência em nossos resultados. Ao nos preocuparmos com os detalhes veremos que consequentemente o projeto como um todo estará bem organizado e correto.

Um exemplo de como Jobs aplicou isso em seu trabalho foi quando ele analisou as placas de circuito impresso onde ficariam os chips e outros componentes bem no fundo do Macintosh, nenhum usuário jamais veria aquelas placas, mas mesmo assim Jobs as criticou devido a sua estética.

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123 Design - Artes e Curiosidades

3. Entender o Design como um todo Hoje em dia com o grande número de profissionais e amadores que atuam nos setores de criação é bem comum ouvirmos falar que o melhor é sempre atuar em um único nicho profissional e nos especializarmos nele. Embora isso seja uma realidade algo que me chamou bastante atenção na vida de Steve Jobs é que, embora a sua especialidade fosse o design de produtos, ele ainda tinha paixão e conhecimento técnico em outras áreas de criação e design como tipografia, design gráfico, design de embalagens, design de interiores, arquitetura, publicidade e propaganda etc.

Hoje em dia com o grande número de profissionais e amadores que atuam nos setores de criação é bem comum ouvirmos falar que o melhor é sempre atuar em um único nicho profissional e nos especializarmos nele. Embora isso seja uma realidade algo que me chamou bastante atenção na vida de Steve Jobs é que, embora a sua especialidade fosse o design de produtos, ele ainda tinha paixão e conhecimento técnico em outras áreas de criação e design como tipografia, design gráfico, design de embalagens, design de interiores, arquitetura, publicidade e propaganda etc.

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4. Os verdadeiros artistas lançam Outro ponto que veio a se tornar uma das principais características profissionais de Steve era a sua habilidade em realizar grandes espetáculos de lançamento. Ele transformava a apresentação de um produto em um grande evento digno de uma performance teatral. Steve estava sempre atento a cada detalhe da apresentação e realizava ensaios exaustivos para todo o corpo técnico envolvido. Preocupava-se desde o discurso que iria proferir até mesmo a iluminação do palco. Jobs sabia apresentar os produtos da Apple como ninguém, ele fazia com que os espectadores acreditassem que aquele produto era extremamente necessário

e fazia com que muitos saíssem da apresentação perguntando-se como conseguiram viver tanto tempo sem aquele produto. Fazendo um paralelo com nossa rotina de trabalho é extremamente importante saber apresentar nossos produtos, projetos e idéias, acredito que não importa o tamanho do seu cliente, você sempre deve apresentar o seu trabalho de uma forma profissional. É fundamental mostrar aos nossos clientes como chegamos àquelas idéias e o porquê de termos utilizado os elementos que utilizamos. Ao realizarmos um trabalho de re-design não há nada mais adequado do que apresentar ao cliente as falhas de design em seu produto atual ou os pontos em que pode melhorar. Esse tema, aliás, pode muito bem render outro post bem mais completo afinal de contas é um assunto que necessita de mais detalhes e que pode ser muito mais explorado, além de ser bastante útil para os leitores do blog. 36


123 Design - Artes e Curiosidades

5. Pense diferente Steve Jobs não se tornou a figura que ele foi por fazer coisas fantásticas, ele se tornou um ícone do universo do design e da tecnologia por que fazia coisas novas e pensava de forma diferente. Enquanto todos estavam pensando em fazer coisas grandiosas ele simplesmente buscava a inovação e muitas vezes isso veio através da quebra de velhos paradigmas da tecnologia como, por exemplo, a ideia de que computadores só deveriam ser utilizados por profissionais e pessoas com um alto conhecimento técnico. Steve Jobs contribuiu grandemente para que pessoas comuns tivessem acesso aos computadores e pudessem utilizá-los em suas atividades do dia a dia, isso veio, em parte, através da substituição dos códigos pelas interfaces gráficas. A busca pela inovação é algo que deve estar constantemente presente em nosso pensamento criativo, é a criatividade que nos torna profissionais diferenciados, somos nós os responsáveis por tornar um simples desenho em uma marca e de transmitir a imagem de uma empresa através dessa marca. Buscar soluções inovadoras realmente não é uma tarefa fácil, porém deve ser algo que buscamos tanto quanto nosso aperfeiçoamento intelectual e técnico por exemplo.

É isso aí eu espero que você tenha aprendido um pouco mais sobre essa pessoa que está sempre presente em nossas referências, em nossas conversas e trabalhos acadêmicos etc. Espero também que tenha gostado desse artigo e que ele possa ajudar de alguma forma você a crescer um pouco mais como profissional e estudante.

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