ESPÉCIES DE ANFIBIOS EM MINAS GERAIS
ALESSANDRA GOMES DÉBORA GOMES FABRÍCIO FONSECA FELIPE FRANÇA IZABELLA CRISTINA
ANFÍBIOS PRESENTES EM MINAS GERAIS
Cartilha anfíbios, 3º período do curso de Ciências Biológicas Bacharelado, da Unidade Acadêmica de Ensino de Filosofia, Ciências e Letras, do Centro Universitário de Sete Lagoas
SETE LAGOAS 2016
Introdução A classe Amphibia (anfíbios) corresponde ao grupo que engloba os animais conhecidos como Gymnophiona ou Apoda (cobrascegas), Caudata ou Urodela (salamandras) e Anura (sapos, rãs e pererecas). No Mundo, são conhecidas cerca de 6.100 espécies de anfíbios (AmphibiaWeb, 2006), das quais cerca de 800 ocorrem no Brasil (SBH, 2005). O grupo dos sapos, rãs e pererecas é de longe o mais diversificado no mundo, o mesmo ocorrendo no Brasil. O grupo das cobras-cegas é relativamente diversificado no país, com cerca de 30 espécies, e o grupo das salamandras é representado por apenas uma espécie conhecida, que ocorre na bacia Amazônica. Os anfíbios são um grupo de grande importância ecológica, tanto por sua grande diversidade quanto pelo fato de corresponderem a um grupo de interface entre a água e a terra. Grande número de espécies de anfíbios apresenta ciclo de vida bifásico, com uma fase larval aquática – exclusiva de água doce – e outra fase terrestre, pós-metamórfica. Cada uma dessas fases tem característica particular. Na fase larval, podemos encontrar dietas que variam de acordo com a espécie: as larvas podem ser comedoras de algas, detritívoras, filtradoras, onívoras ou carnívoras. Na fase pós-metamórfica, os anfíbios são predadores por excelência, capturando presas nos ambientes aquáticos e terrestres, principalmente invertebrados. Também servem de alimento a uma imensa gama de animais, desde invertebrados até peixes, répteis, aves, mamíferos e mesmo algumas espécies de anfíbios. Tendo em vista a pele permeável e exposta e a ocupação de habitats aquáticos e terrestres, os anfíbios são considerados como indicadores sensíveis a diversos fatores ambientais (Blaustein, 1994). São também uma fonte riquíssima em compostos biologicamente ativos, usados em pesquisas farmacológicas. Por esse motivo, a perda em diversidade de anfíbios poderia limitar descobertas biomedicamente relevantes.
No Brasil, os declínios e expansões populacionais são puro exercício especulativo, sem embasamento científico (veja, e.g., Eterovick et al., 2005). O que podemos afirmar, de forma bem geral, é que os desmatamentos prejudicam ou chegam a extinguir localmente algumas populações de anfíbios de ambientes florestais (contudo nem todas), favorecendo ao mesmo tempo algumas populações de ambientes abertos, que invadem as áreas outrora ocupadas pelas florestas (Haddad, 1997). Mesmo com a remoção ou forte perturbação da floresta, muitas populações de anfíbios de ambientes fechados sobrevivem e se adaptam às novas condições. É importante ter em mente que um imenso contingente de espécies pode de fato estar em declínio, à beira da extinção ou já extinto e que, pela insuficiência de dados, esse problema escapa à nossa percepção. Outro fator aparentemente sério são as infecções causadas pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis, que podem ser letais para determinadas espécies. Infelizmente, esse fungo já foi detectado em território brasileiro (Carnaval et al., 2005; Toledo et al., 2006). Além dos fatores acima mencionados, a interferência humana, ao gerar poluição, efeito estufa, diminuição na camada de ozônio, entre outros, provavelmente está afetando negativamente muitas espécies de organismos, inclusive os anfíbios. Recentemente, começaram a surgir evidências científicas dos efeitos sinérgicos entre dois ou mais fatores, potencializando o declínio de anfíbios. Pounds et al. (2006), por exemplo, apresentaram evidências de que diversas extinções de anfíbios ocorridas em ambientes montanhosos da Costa Rica resultaram da irrupção de um patógeno, potencializada pelo aquecimento global.
Ameaças: Remoção de habitat e desmatamentos constituem as principais ameaças as populações locais, Alimentação: artrópodes
consiste
basicamente
de
Rhinella cerradensis Nome popular : Cururu-do-Cerrado Características morfológicas: Espécie de tamanho médio-grande e porte robusto, pertencente ao grupo marina (Maciel et al, 2007; Frost, 2014). É caracterizada por possuir crista craniana queratinizada bem desenvolvida, crista rostral, supra nasal e supra timpânica também desenvolvidas. Glândula paratóide de formato elíptico, mais longa do que larga, fazendo contado com crista supra timpânica. Tímpano visível, desenvolvido, arredondado, aproximadamente 1/3 do diâmetro do olho. Existe dicromatismo sexual, sendo machos com coloração dorsal marrom-esverdeado e fêmeas com a mesma coloração de fundo, mas apresentando padrões de manchas negras. Pode ser distinguida de Rhinella rubescens e R. schneideri, principalmente, pelo formato da glândula paratóides e ausência de glândula tibial. Comportamento: Espécie encontrada em formações abertas do bioma Cerrado, fitofisionomias conhecidas como Campo Sujo e Campo Limpo em simpatria com R. schneideri e R. rubescens. Utiliza poças permanentes ou temporárias, artificiais ou naturais. É possível que a espécie permanece sob o solo durante os períodos de estiagem. Distribuição geográfica: Espécie com ampla distribuição no bioma Cerrado. Já foi registrada nos estados do Piauí, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal e, mais recentemente, no estado do Mato Grosso do Sul (Maciel et al, 2007; Frost, 2014).
Barycholos ternetzi Nome popular : Rãzinha. Características morfológicas : Espécie de tamanho pequeno. Caracteriza-se pela coloração dorsal marrom-avermelhado (sépia) e, em alguns indivíduos, a presença de mancha interorbital de formato triangular. Tímpano é evidente e possui o tamanho menor do que a metade do diâmetro do olho. Prega supratimpânica evidente e de cor preta. Tubérculos subarticulares desenvolvidos, principalmente os que ficam na base dos dedos. Membro posterior longo e robusto. Dedos e artelhos livres com as terminações em forma de T. Possui pregas dorsolaterais longitudinais quase indistintas e descontínuas (Miranda-Ribeiro, 1937; Caramaschi e Pombal, 2001). Comportamento : Espécie de hábitos diurnos e terrestres. Vive no folhiço em matas de galeria, bordas de mata e áreas abertas. Os ovos são terrestres e geralmente são cobertos com partículas do solo que ajudam contra dessecação. Além disso os indivíduos machos cuidam dos ovos. O desenvolvimento dos ovos é direto e não possui estágio larval. A espécie pode ser comumente encontrada em ambientes
alterados (Caramaschi e Pombal, 2012; Martins et al, 2009). Distribuição geográfica: Espécie restrita ao bioma Cerrado, pode ser encontrado nos estados do Mato Grosso, Maranhão, São Paulo, Tocantins, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal (Araújo et al, 2007; Frost, 2014). Ameaças: Desmatamento e remoção de hábitats constituem ameaças as populações locais. Alimentação: se alimentam principalmente de gramíneas e de vegetação aquática.
ligeiramente afilado em vista dorsal. Membros anteriores delgados, antebraço mais robusto que o braço. Comprimento da coxa maior que o comprimento da tíbia, sendo a soma do comprimento da tíbia e coxa igual ao comprimento rostro-ventre. Discos adesivos pequenos e membranas interdigitais pouco desenvolvida (Caramaschi e Cruz, 1999). Comportamento: São encontrados em arbustos próximos a poços permanentes ou temporários, situados em áreas abertas de fisionomias típicas de Campo Limpo e Campo Rupestre no bioma Cerrado. Distribuição geográfica : Espécie conhecida para somente em três localidades. Ocorre no estado de Minas Gerais, nos municípios de Buritis e Paracatu. No Distrito Federal é conhecida somente na Fazendo Água Limpa, UNB (Caramaschi e Cruz, 1999; Braga et al, 2010, Frost, 2014). Todos os registros estão localizados no Planalto Central Brasileiro, em altitudes superiores a 900 metros (Braga et al, 2010). Ameaças: Expansão das agrícolas constitui a maior espécie. Alimentação: consiste frutos caídos, folhas.
fronteiras ameaça a
basicamente
Hypsiboas buriti Nome popular : Perereca de pijama. Características morfológicas : Espécie de perereca de tamanho médio, pertencente ao grupo pulchellus (Faivovich et al, 2005). Coloração dorsal composta por quatro faixas largas branco-prateado, intercaladas por faixas estreitas de cor marrom, dispostas longitudinalmente. O padrão de faixas branco-prateado e marrom é encontrado nos membros anteriores e posteriores. Na vista lateral, uma faixa longitudinal de coloração marrom se estende da ponta do focinho, passa o olho até a inserção da coxa. O comprimento da cabeça é maior que a largura, focinho
Scinax squalirostris Nome popular : Perereca-nariguda
de
Características morfológicas : Espécie de Scinax de pequeno porte e corpo esguio, pertencente ao grupo ruber, (Faivovich et al, 2005). Caracterizada por possuir coloração dorsal castanho-alaranjado ao marrom claro com a presença de faixas largas, longitudinais, de cor branca, prateado a dourado, que iniciam no focinho, atravessam o globo ocular e se estendem até a cintura pélvica. Focinho bastante alongando. Membros esguios, com manchas marrom escuras, podendo formas linhas longitudinais em alguns indivíduos. Ventre branco-amarelado ao esverdeado. Discos digitais presentes, porém pouco desenvolvidos. Membranas interdigitais pouco desenvolvidas nas mão e presente nos artelhos. Tímpano bem visível (Lutz, 1925; Maffei et al, 2011, Uetanabaro, 2008; Haddad et al, 2013). Comportamento: Espécie arborícola de hábitos noturnos e associada as áreas abertas. Utiliza poços permanentes ou temporários e vegetação marginal, gramíneas e arbustos. É comumente encontrada em áreas rurais utilizando abrigos artificiais. Já foi observada reproduzindo em açudes e áreas antropizadas. A desova é submersa e aderida à vegetação (Eterovick e Sazima, 2004; Uetanabaro, 2008; Maffei et al, 2011; Maneyro e Carreira, 2012; Haddad et al, 2013). Distribuição geográfica : Espécie de ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde a Bolívia, Paraguai, Região CentroOeste, Sudeste e Sul do Brasil até o Norte da Argentina e Urugua Ameaças: Espécie não ameaçada. Alimentação: Mariposas, besouros e larvas de insetos
Siphonops paulensis Nome popular : Cecília-de-Boettger. Características morfológicas: Anfíbio ápodo de corpo cilíndrico, com aspecto de minhoca e coloração cinza-azulado. Possui em seu corpo pregas transversais de coloração branca que marca o corpo com 116 segmentos completos. A ponta da cabeça é achatada, o focinho é arredondado e projetado além da maxila inferior. Olhos vestigiais e tentáculo sensorial próximo do olho. Rabo muito curto com ponta inclinada dorsalmente. Cloaca pequena e próxima da ponta do rabo (Cei, 1980). Comportamento: Anfíbio de hábitos fossorial e difícil visualização. E comum o encontro da espécie em áreas de solos alagáveis, logo após fortes chuvas, quando as tocas submergem e são forçados a ir para a superfície. Os ovos são terrestres, depositados em troncos de madeira em decomposição e as fêmeas exercem cuidado parental dos ovos até a eclosão (Cei, 1980; Montero et al, 2005). Distribuição geográfica: Espécie de ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde a Bolívia, norte da Argentina, região Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil até o Maranhão e associada a formações abertas do Chaco, Cerrado e Pampa (Cei, 1980; Miranda et al, 2013; Frost, 2014). Ameaças: Desmatamento, poluição e destruição do habitat constituem ameaças as populações locais.
Alimentação: Basicamente minhocas e artrópodos.
larvas,
Distribuição geográfica : Espécie com ampla distribuição associada ao bioma Cerrado. Pode ser encontrada nos estados do Piauí, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Distrito Federal (Araújo et al, 2007; Frost, 2014). Ameaças: Desmatamentos e remoção de hábitats constituem ameaças
Rhinella rubescens Nome popular : Cururu-vermelho. Características morfológicas : Espécie pertencente ao grupos marina de tamanho pequeno e porte robusto. Pode ser diagnosticada por apresentar coloração dorsal marrom-oliváceo e uma coloração avermelhada na crista cefálica, membros, ventre e dedos. As glândulas paratóides longas e estreitas. O focinho é subelíptico em vista dorsal e a crista craniana é pouco desenvolvida. Se assemelha a Rhinella cerradensis e R. Scneideri mas pode ser prontamente distinguida pelo menor tamanho, formato das glândulas paratóides e ausência de glândula tibial (Lutz, 1925, Eterovick e Sazima, 1999, Maciel et al, 2007). Comportamento : Pode ser encontrada durante a noite em ambientes abertos ou semiabertos utilizando riachos e poços, permanentes ou temporários, com fundo rochoso. A desova é feita na água em formato de cordões gelatinoso. Os girinos tem atividade diurna e permanecem em remansos e locais rasos, onde formam cardumes com centenas de indivíduos (Eterovick e Sazima, 1999; Eterovick e Sazima, 2004). Pode ser encontrada reproduzindo em ambientes alterados, próximos de áreas urbanas (Araújo et al, 2007).
Rhinella schneideri Nome popular : Sapo-cururu. Características morfologicas : Espécie de tamanho e porte grande, pertencente ao grupo marina. Pode ser prontamente identificada por apresentar enormes glândulas paratóides e tibiais e o corpo coberto por tubérculos. A coloração dorsal varia entre marrom e cinza-amarelado, podendo apresentar padrões de manchas indistintas de cor preta. O ventre é branco com minúsculo pontos pretos. Possui crista cefálica bem desenvolvida e contínua. Crista supraocular forma uma ângulo obtuso com crista pós-orbital. Cabeça mais larga do que longa e focinho truncado em vista dorsal. Membrana digital ausente nas mãos e desenvolvida nos pés (Lutz, 1925; Norman, 1994; Maneyro e Carreira, 2012). Comportamento : Espécie terrestre e noturna encontrada geralmente em áreas aberta em poços e lagoas temporárias ou permanentes, naturais ou artificiais, logo após as primeiras chuvas da estação. Os indivíduos machos vocalizam dentro ou nas margens das lagoas onde os ovos são depositados em forma de cordão gelatinoso.
É considera uma das espécie que mais utiliza ambiente antropizados, incluído ambiente urbanos, periurbanos e rurais (Norman, 1994; Uetanabaro et al, 2008; Maneyro e Carreira, 2012). :0000:00 Distribuição geográfica : Espécie com ampla distribuição podendo ser encontrada no Brasil nas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, Uruguai, Norte da Argentina, Paraguai e Bolívia (Frost, 2014). Ameaças: Espécie não ameaçada.
Comportamento: Espécie generalista de hábitos noturnos, é encontrada vocalizando em área brejosa, poças permanentes ou temporárias, naturais ou artificiais. Os principais substratos utilizados pela espécie são arbustos e árvores, variando de 0,5-2,5 metros de altura. Pode ser encontrada em áreas antrópizadas e apresenta tolerância a modificação no ambiente (Freitas et al, 2008). Distribuição geográfica : É encontrada nos estados de Rondônia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Distrito Federal e Goiás. Amplamente distribuída no estado do Goiás (Álvares, 2009; Calderon, 2009; Do Prado, 2008; Lucas, 2010). Ameaças: Espécie não ameaçada.
Phyllomedusa hypochondrialis Nome popular : Perereca-macaco. Características morfológicas : O Gênero compreende as pererecas arborícolas caracterizadas por possuir pupila da posição vertical e coloração no dorsal verde-limão uniforme. P. azurea, grupo hypochondrialis, possui um padrão de barras de coloração preta e vermelha alaranjada nas faces ocultas dos flancos, faces anterior e posterior da coxa e braços. Maxilar com faixa branca estreita, que não atinge a borda da pálpebra. Dedos internos das mãos oponíveis aos dedos laterais, adaptado à vida arbórea. Artelho 1 maior e mais robusto que o artelho 2. Membrana interdigital ausente nas mãos e pés. Discos adesivos pouco desenvolvidos. Pele dorsal lisa e pele ventral rugosa de coloração branca. Focinho truncado-arredondado, braços robustos e pernas curtas e robustas. Presença de uma larga faixa dorsal verde ao longo de toda extensão da coxa (Cope, 19624; Caramaschi 2006).
Phyllomedusa oreades Nome popular : Perereca do Planalto. Características morfológicas : P. oreades, pertencente ao grupo hypochondrialis, é caracterizada por possuir pupila da posição vertical e coloração no dorsal verde-limão uniforme e padrão reticulado nos flancos membros e maxila. Padrão reticulado nas faces ocultas dos flancos constitui uma malha de coloração preta, formando machas e ocelos de cores vermelha, presente também nas partes anteriores e posteriores da coxa e braços. Dedos internos das mãos oponíveis aos dedos laterais, adaptado à vida arbórea. Artelho 1 maior e mais robusto que o artelho 2. Membrana interdigital ausente nas mãos e pés. Discos adesivos
pouco desenvolvidos. Pele dorsal lisa e pele ventral reticulada e rugosa. Focinho truncado, braços robustos e pernas curtas e robustas. Pode ser distinguida de P. azurea e P. nordestina por apresentar um padrão reticulado nos flancos, membros e maxila (Brandão, 2002). Comportamento : Utiliza vegetação ripária, arbustiva, dos riachos temporários, de solo rochoso, situados nas encostas do planalto central brasileiro, em altitudes acima de 900 metros. Ninhos são realizados em folhas pendentes acima da lamina d’água e o número de ovo é bastante reduzido, aproximadamente 30 ovos por ninho. É uma espécie de reprodução médio-explosiva, podendo ser encontrada nos meses de outubro-janeiro (Alvares, 2009). P. oreades é restrita de fisionomia de Campos Rupestres e pode não apresentar tolerância a modificações no ambiente. Distribuição geográfica: Espécie associada às regiões de serras e chapadas do Planalto Central Brasileiro, em altitudes acima de 900 metros. Ocorre somente no oeste do estado de Minas Gerias nos municípios de Paracatu,Cabeceira Grande,Perdizes e Buritis. No estado do Goiás, nos municípios de Minaçú, Alto Paraíso de Goiás,Corumbá de Goiás, Pirenópolis, Caldas Novas e Catalão, e no Distrito Federal, na Fazenda-ÁguaLimpa/UNB (Brandão, 2002; Giaretta et al, 2007; Carvalho e Canelas, 2007; Álvares, 2009; Frost, 2014; obs. pess.). Ameaças: Expansão das fronteiras agropecuárias, construção de reservatórios hidroelétricos e fragmentação de habitat.
Physalaemus centralis Nome popular fantasma.
: Rãzinha
branca;
Rã
Características morfológicas : Espécie de tamanho pequeno a médio, pertencente ao grupo cuvieri, muito semelhante a P. cuvieri, mas pode ser distinguida pelo maior tamanho corporal, ausência de mancha alaranjada na região dos flancos e faixa lateral de cor marrom-escura ou negra, que se inicia no focinho atravessa o olho e termina na região dos flancos. A coloração dorsal de P. centralis pode variar de marrom-avermelhado ao cinza e, alguns indivíduos, podem apresentar um padrão de ferradura de cor cinza-escuro ou e pequenas manchas e ocelos na região sacral. Possui faixas transversais de coloração cinza-escuro na região dorsal dos membros e ventre branco com linha vermiformes escuras e esparsas (Brasileiro, 1998; Bastos et al, 2003; Uetanabaro, 2008, Maffei et al, 2011). Comportamento : Espécie encontrada em formações abertas do bioma Cerrado, Pantanal e Chacos, sempre próximas a campos inundáveis de Veredas, lagoas permanentes ou temporários, artificiais ou naturais. Pode vocalizar na lâmina d’água ou nas margens das poças. É frequentemente encontrada reproduzindo em áreas modificadas, como açudes em matriz de pastagem (Brasileiro, 1998; Uetanabaro, 2008; Maffei et al, 2011).
Ameaças: Espécie não ameaçada, entretanto a urbanização e atividades agropecuárias podem constituir ameaças locais. Distribuição geográfica : A distribuição geográfica da espécie é ampla e está associada às formações abertas do bioma Cerrado e Chaco. Pode ser encontrada desde a região Sudeste, Centro-Oeste do país a região nordeste do Paraguai e Bolívia (Brasileiro, 1998; Brandão et al, Frost, 2014).
Physalaemus cuvieri Nome popular : Rã-cachorro. Características morfológicas: Espécie de tamanho pequeno a médio, pertencente ao grupo cuvieri (Frost, 2014). A coloração dorsal é muito variável, variando em cores de cinza ao bege, com padrões muito complexos de mosaicos simétricos de cores marrons e negros, e uma série de faixas paralelas até a região sacral, com dois pontos indistintos. Alguns indivíduos podem apresentar coloração dorsal esverdeada. Pernas possuem barras transversais de coloração cinza-escuro ou amarronzada. Possui uma faixa lateral de cor cinza-escuro que se inicia no focinho, atravessa o olho e termina na região dos flancos em tons cinza-claro. Pregas dorsais pouco desenvolvidas e Physalaemus cuvieri interrompidas. Tímpano não visível e membrana supratimpânica pouco evidente. Dedos livres, sem membranas, e ponta dos dedos sem dilatações. Textura lisa ou pouco
granular no dorso e liso no ventre. Ventre de coloração branco-amarelado com padrão marmoreado cinza. Possui uma mancha alaranjada característica na região dos flancos e que a distingue de P. centralis (Heyer et al, 1990; Uetanabaro et al, 2008; Maffei et al, 2011; Maneyro e Carrera, 2012). A vocalização se assemelha ao latido de um cão Comportamento: Os indivíduos de P. cuvieri são geralmente encontrados, durante a noite, em formações abertas, em campos encharcados, lagoas artificiais ou naturais, temporárias ou permanentes. São terrestre e aquáticos com dieta insetívora. É muito comum encontrar indivíduos dessa espécie em ambientes mais perturbados, como pastagens e, até áreas urbanas. Distribuição geográfica: Espécie de ampla distribuição geográfica. Ocorre em praticamente em todo Brasil e países vizinhos como a Bolívia, o Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela (Frost, 2014). No Cerrado pode ser considerada a espécie de vertebrado mais abundante. Ameaças: Espécie não ameaçada.
Physalaemus marmoratus Nome popular : Rã-fórmula-um (Maffei et al, 2011). Características morfológicas : Espécie de tamanho médio e porte robusto, pertencente ao grupo albifrons (Nascimento et al, 2006). A coloração dorsal varia do marrom-claro ao
cinza, com um padrão marmoreado escuro, alguns indivíduos, podem apresentar um padrão de ferradura no centro. A cabeça é mais larga do que longa e focinho é arredondado. Possui grandes glândulas inguinais, de mesma coloração dorsal, e verrugas esparsas no dorso, contornadas por anéis negros. O tímpano indistinto, não visível, e a membrana supratimpânica é pequena, levemente marcada. Os dedos são robustos com pontas acuminadas, sem dilatações. Tubérculos metatarsais nos pés são grande e possuem forma de pá (Nascimento et al, 2006). A vocalização da espécie, quando emitida em coro, soa como carros de fórmula um correndo num autódromo. Pode ser confundida com Physalaemus nattereri, mas este possui manchas ocelares negras na região sacral. Comportamento: Espécie noturna, terrestre e insetívora. Geralmente encontrada vocalizando dentro de lagos temporários rasos em áreas abertas. Os ovos são depositados em ninhos de espumas às margens dos lagos ou, aderida à vegetação emergente. A reprodução é explosiva, ocorrendo logo depois das primeiras chuvas fortes da estação (Nomura et al, 2003; Nascimento et al, 2006; Uetanabaro, 2008; Maffei et al, 2011). A espécie pode apresentar alguma tolerância à perturbações no ambiente. Distribuição geográfica : Espécie de ampla distribuição geográfica associada à formações abertas do Brasil, Paraguai e Bolívia (Nascimento et al, 2006; Frost, 2014). Existem registros da espécie em diversos estados da região Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. No estado do Goiás a espécie está presente de norte a sul, incluindo o Distrito Federal. Ameaças: Espécie não ameaçada, entretanto expansão das fronteiras urbanas e agropecuárias podem constituir algumas ameaças locais, além da exploração madeireira e construção de reservatórios hidroelétricos.
Dendropsophus jimi Nome popular: Pererequinha-do-brejo. Distribuição geográfica: Espécie associada ao bioma Cerrado. Ocorre nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Brasília (Napoli e Caramaschi, 1999; Vaz-Silva et al, 2007; Kopp et al, 2010; Colli et al, 2011; Frost, 2014). Comportamento: Espécie associada a ambientes campestres alagados no bioma Cerrado. É encontrada vocalizando em gramíneas e pequenos arbustos até 1 metro de altura (Napoli e Caramaschi, 1999). Características morfológicas: Espécie de perereca de pequeno porte, pertencente ao grupo rubicundulus, no complexo tritaeniatus, segundo a descrição original e no grupo microcephalus de Faivovich et al, 2005. Caracteriza-se por possuir coloração dorsal esverdeada, com faixas estreitas, dorsolaterais, de cor marrom, que se iniciam no canto posterior do olho até o meio do corpo. A cabeça é mais longa do que larga. Tímpano pequeno porém evidente. Membrana supra timpânica pouco desenvolvida. Membros esguios. A mão com discos digitais pequenos e membrana interdigital pouco desenvolvida, não evidente. Status de conservação: Exploração madeireira, construção de reservatórios hidroelétricos e fragmentação de habitat.
Alimentação: pequenos invertebrados.
Além disso, possui até dois pares de pregas longitudinais, contínuas ou descontínuas, situadas na região dorsolateral. Região lateral com padrões de pontos e listras de cor preta bem evidentes e glândulas irregulares. Tíbia com grânulos de cor branca. Cabeça relativamente curta. Tímpano grande e membrana supratimpânica evidente, até o ombro (Heyer, 1978). Status de conservação: Espécie não ameaçada. Algumas das possíveis ameaças locais são o fogo, pesticidas e fungos Quitrídeos.
Leptodactylus mystacinus Nome popular: : Rã-de-bigode (sugerido), Rã-assobiadora (Maffei et al, 2011). Distribuição geográfica: Espécie de ampla distribuição, desde o leste dos Andes, Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, desde o sul da Amazônia, até regiões costeiras do Sudeste e Sul (Heyer, 1978, Frost, 2014). Espécie comum no Goiás. Comportamento: Associado a áreas abertas e bordas de matas, vocalizam nas margens ou próximos a lagoas. Os machos constroem câmaras subterrâneas para ovoposição em ninhos de espuma. Frequentemente encontrados em ambientes alterados, como pastos, poças próximos de estradas e plantios de eucalipto. Características morfológicas: Espécie de tamanho médio à grande e porte robusto, pertencente ao grupo fuscus (Heyer, 1978). Pode ser caracterizada por apresentar uma coloração dorsal, variando em tons vívidos de amarelo-dourado e vermelho, e pequenos pontos pretos esparsos. Não possui linha vertebral. Faixas dorsolaterais preta, desde a região inguinal até a altura do tímpano. Apresenta uma faixa labial de cor branca, que passa o pela região inferior do tímpano e encontra o braço, e logo acima, uma faixa preta, que se inicia na ponta do focinho, passa os olhos e membrana supratimpânica, até os ombros.
Ameerega flavopicta Nome popular: Rã flecha pinta amarela Distribuição geográfica: Espécie com ampla distribuição no bioma Cerrado. Pode ser encontrada nos estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará (Haddad e Martins, 1994; Frost, 2014). Comportamento: Espécie de hábitos diurnos, vocaliza em frestas de pedras entre vegetação ripária, próximos de riachos. A desova é terrestre e os machos adultos carregam os girinos nas costas para se desenvolverem nos riachos. Pode não tolerar severas modificações no ambiente. Características morfológicas: Espécie de tamanho médio para o grupo picta. Se assemelha as espécies de Ameerega braccata e A. berohoka, mas pode ser
diferenciado pelo maior tamanho, por apresentar um par de linhas dorsais, formada de pontos ou linhas descontínuas de cor amarelada dourada e ausência de manchas axilares de cor vermelhoalaranjado. O aspecto dorsal é preto, com listra marginal que se inicia em uma virilha contorna o focinho até a outra virilha e se torna vermelho-alaranjado na região inguinal e coxa; na parte ventral da perna uma faixa de mesma cor. Além de possuir, uma faixa branca que se inicia abaixo da narina até o braço e cotovelo. Ventre de cor branco azulado ou esverdeado e grandes vermiculações pretas, sinuosas ou ramificadas. Tímpano é evidente, com tamanho menor do que a metade do diâmetro do olho. Status de conservação: Desmatamentos e remoção de habitat.
brejos naturais ou artificial, permanentes ou temporários, durante praticamente todo período chuvoso. Os machos vocalizam próximos aos lagos ou dentro da água e utilizam as margens dos lagos e touceiras de capim para depositar os ovos em ninhos de espuma. Existe cuidado parental na espécie (Eterovick e Sazima, 2005 e Uetanabaro et al, 2008). Características morfológicas: Espécie de anuro de tamanho e porte grande, pertencente ao grupo pentadactylus (Heyer, 2005). Pode ser identificada por apresentar uma coloração dorsal que varia ente do castanho-claro ao marrom-escuro e diferentes padrões de pontos negros espaçados em séries regulares, ou irregulares. Além de possuir um padrão de manchas em formato triangular no maxilar superior, uma linha escura que se inicia nas narinas, atravessa olho e termina na região posterior do tímpano e uma coloração avermelha na região posterior da coxa e flancos. O ventre possui um padrão de manchas escuras em forma de labirinto. Os machos apresentam calos nupciais na região peitoral e no dedo polegar. Pregas dorsolaterais descontínuas. Status de conservação: Caça é uma possível ameaça para e espécie.
Leptodactylus labyrinthicus Nome popular: Rã-pimenta (Brandão et al, 2006. Distribuição geográfica: Distribuição está associada às regiões de formações abertas do bioma Cerrado, Caatinga e enclaves de Cerrado em áreas de florestas e Chacos no Brasil e Paraguai (Heyer, 2005; Frost, 2014). No Brasil já foi registrado nos estados de Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso. Comportamento: Espécie de hábitos noturnos e dieta de invertebrados e pequenos vertebrados. Pode ser encontrada em formações abertas próximas à lagos e
Holoaden bradei Nome popular: aparentemente não existe
Distribuição geográfica: Conhecida apenas para o alto do Itatiaia, na fronteira entre os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, dentro do PARNA do Itatiaia, mas é possível que a espécie esteja extinta. Comportamento: Encontrada no chão, coloca os ovos terrestres em ambientes úmidos, com supressão da fase larval livre. Características morfológicas: Pouco se conhece sobre a sua biologia e história natural. Curiosidades: é uma espécie conhecida apenas para o alto do Itatiaia. É uma espécie desaparecida; os últimos exemplares vivos foram observados na natureza no final da década de 1970. É possível que esta espécie esteja extinta; no entanto, considerando-se a extensão da serra da Mantiqueira, não podemos descartar a possibilidade de ocorrência da espécie em locais de difícil acesso desta formação. Status de conservação: Como estratégia inicial, é necessário um grande investimento em atividades de pesquisa no PARNA do Itatiaia, na tentativa de se reencontrar a espécie. A instalação de armadilhas de interceptação e queda com cercas-guia em ambientes de mata poderia auxiliar no reencontro da espécie. Caso a espécie venha a ser encontrada, seria primordial o estudo detalhado de sua biologia e história natural.
Odontophrynus cultripes Nome popular : Sapo-verruga (sugerido). Características morfológicas : Espécie de tamanho grande para o gênero, pertencente ao grupo cultripes (Caramaschi e Napoli, 2012). Pode ser identificada pelo seguinte conjunto de caracteres: Presença de glândulas paratóides em formato ovóide, glândula tibial e glândulas alongadas na região lateral do antebraço. A coloração dorsal de fundo é cinza-esverdeada com presença de uma faixa de coloração cremevermelhada, que se estende desde a região da paratóides até a virilha. Glândulas paratóides e tibiais de coloração vermelhada. Região dorsal coberta por pequenos grânulos e focinho achatado e vertical em vista lateral. A vocalização é caracterizada por possuir uma nota curta e pulsada (19-28 pulsos), ocupando uma banda larga na frequência. A duração média é 34 milissegundos e a frequência dominante é 660 Hz (Caramaschi e Napoli, 2012). Comportamento : Pode ser encontrada utilizando bordas de florestas, matas de galeria e florestas semideciduais do estado de Minas Gerais e Goiás (Caramaschi e Napoli, 2012; Frost, 2014). Ameaças: Remoção de desmatamento constituem ameaças.
habitat e as principais
Distribuição geográficas : Ocorre em regiões de altitudes acima de 800 metros no bioma Mata Atlântica e Cerrado. A distribuição mais ao Sul compreende o sul da Serra da Mantiqueira. A distribuição mais a Leste compreende a Serra do Espinhaço e a região norte da Serra da Mantiqueira. A porção mais a Norte e Oeste compreende as regiões de serras e chapadas.
constituem as principais ameaças para a espécies.
Proceratophrys goyana
Distribuição geográficas : Espécie conhecida para o estado do Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais. Em Minas Gerais já foi encontrada no município de Uberlândia. No Goiás, existem registros para várias localidades, incluindo: Alto Paraíso do Goiás (localidade-tipo), Niquelândia, Minaçu, Pirenópolis, Matrinchã, Cana Brava, Cavalcante, Colinas do Sul, Catalão e Silvânia (Martins e Giaretta, 2013; Frost, 2014).
Nome popular : Sapo-verruga (Brandão et al, 2006). Características morfológicas : O gênero Proceratophrys pode ser caracterizado pelo aspecto ovóide do corpo, focinho atarracado, porte robusto e corpo verrucoso. P. goyana pertence ao grupo cristiceps, que é caracterizado tanto pela ausência de apêndices palpebrais quanto de glândulas pós-oculares e distribuição geográfica restrita às formações abertas do biomas Cerrado e Caatinga. P. goyana pode ser caracterizada por possuir um par de cristas dorsais longitudinais, simétricas e contínuas, iniciado na porção medial da pálpebra até o cóccix e cristas oculares dorsais descontínuas na porção central. A cloração dorsal de fundo é, no geral, marrom clara com a crista dorsal margeada externamente por um padrão de ondulações de cor marrom-escuro (Martins e Giaretta, 2013). Comportamento : Espécie noturna, fossórea e insetívora. Pode ser encontrada no mês de Novembro em áreas abertas do bioma Cerrado em altitudes de 1200 metros, próximos à riachos de leito rochoso margeados por gramíneas e arbustos. Machos vocalizam debaixo de folhas, pedras e, às vezes, expostos (Martins e Giaretta, 2013). No Distrito Federal foi registrada em áreas de Matas de Galeria (Brandão e Araújo, 2001). Ameaças: Expansão das fronteiras agropecuárias e a exploração madeireira
Chiasmocleis albopunctata Nome popular : Sapinho-pintado (Brandão et al, 2006) e White-spotted Humming Frog (Frank e Ramus, 1995). Caracteristicas morfológicas : Espécie de anuro de tamanho pequeno e formato do corpo ovoide e alongado. A região dorsal e ventral são lisas com coloração de fundo cinza escuro, coberto por pequenos pontos brancos irregulares e distribuídos aleatoriamente. O Focinho é curto com uma linha rostro-dorsal de coloração branca que, em alguns indivíduos, pode ultrapassar a região da pálpebra superior. Possui uma longa prega timpânica, que se inicia na região posterior do olho até o braço. Dobra
pós-orbital presente. Tímpano indistinto. Membros são curtos e robustos. Dedos livres e artelhos indistintamente subpalmados (Miranda-Ribeiro, 1920; Dunn, 1949; Camaraschi e Cruz, 1997). Comportamento : Espécie noturna e de hábitos fossoriais. A reprodução é explosiva. Ocorre no início da estação chuvosa logo após fortes chuvas. É frequentemente encontrado em poços naturais ou artificiais, temporários ou permanentes em ambientes abertos e florestais. É comum encontrar a espécie utilizando ambiente modificados como pastos e plantações de eucalipto. Os machos vocalizam dentro dos poços, agarrados à vegetação, com o corpo submerso e a cabeça em posição vertical. Reprodução explosiva com início da estação reprodutiva (Outubro-Novembro) (Filho e Giaretta, 2006). Distribuição geográfica : Espécie com ampla distribuição no Brasil central, ocorrendo nos estados Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Encontrado ainda no Paraguai e Bolívia (Forlani et al, 2011 e Frost, 2014). Ameaças: Desmatamento e remoção de habitats constituem ameaças as populações locais.
Dendropsophus cruzi Nome popular : Perereca de Cruz ou Cruz´s Treefrog. Características morfológicas : Espécie de pequeno porte pertencente ao grupo microcephala é caracterizada por apresentar uma coloração dorsal variável entre marrom ao levemente avermelhado com padrão dorsal em forma de X ou duas faixas largas marrom-claras. Tímpano pequeno e pouco visível e prega supra timpânica pouco evidente. Antebraço mais delgados mais robustos que os braços. Dedos curtos. Tíbia menor que o fêmur. A soma do comprimente do fêmur e da tíbia aproximadamente o comprimento rostro-anal. Comportamento : Ocorre em áreas abertas, durante os meses de Agosto a Março, próximas a matas, ocupando ramos da vegetação marginal, em poças naturais ou artificiais e temporários ou permanentes, com influência antrópica. Sazonalidade reprodutiva de Agosto a Março. Distribuição geográfica : A espécie está amplamente distribuída podendo ser encontrado Brasil nos estados do Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Bahia e Maranhão. Ameaças: Expansão das fronteiras agropecuárias e construção de reservatórios hidroelétricos.
Leptodactylus sertanejo
Nome popular : Rã-do-sertão (sugerido). Características morfológicas : Espécie de rã de médio-grande porte e aspecto robusto, pertencente ao grupo fuscus (Giaretta e Costa, 2007; Frost, 2014). Pode ser caracterizada por apresentar 3 pares de cristas glandulares longitudinais e grânulos alongados longitudinais entre as cristas. Coloração dorsal variando de cinza claro ao pardo escuro, com presença de faixa vertebral longitudinal, dorsolateral e lateral de coloração clara. Ponta do focinho margeada por faixa de cor parda-escura até os glóbulos. Região posterior da coxa e tíbia contendo padrão de barras transversais de coloração pardo-escuro e pregas glandulares dispostas longitudinalmente na tíbia. Possui uma prega dérmica distinta na região posterior a boca, em ângulo com o maxilar. Tímpano bem evidente. Membros posteriores relativamente robustos e longos. Dedos com extremidade não dilatadas e membrana interdigital ausente (Giaretta e Costa, 2007). Comportamento : Ocorre em fisionomias abertas no bioma Cerrado, naturais ou artificiais, próximos de riachos ou poços temporários com vegetação predominantemente formada por palmeiras Buriti (Mauritia flexuosa). Os macho vocalizam próximos ou dentro de câmaras subterrâneas utilizada para ovoposição, em ninhos de espuma (Giaretta e Costa, 2007). Distribuição geográficas : Espécie ocorre nos estados do Goiás, Minas Gerais, Rondônia e Distrito Federal. Ameaças: Espécie não ameaçada. Embora, existam ameaças às populações locais como fogo, crescimento urbano e fungo Quitrídeo.
Leptodactylus syphax Bokermann Nome popular : Rã-das-pedras. Caracateristicas morfológicas : Espécie de tamanho médio-grande e porte robusto, pertencente ao grupo pentadactylus (Heyer, 1972). A coloração dorsal varia do cinza, ao castanho-avermelhado e marrom-claro, formando um padrão distinto de ocelos negros, distribuídos regularmente, formando quadrados. Não possui pregas longitudinais no dorso do corpo, nem faixa vertebral, apenas glândulas dispersas. Aspecto geral do dorso liso. Membrana supratimpânica evidente. Focinho redondo e cabeça tão larga quanto longa. Durante o período reprodutivo machos adquirem de calos nupciais no polegar e região peitoral e hipertrofia nos braços. Ponta dos dedos são arredondadas, levemente inchadas. A região posterior dos braços, coxa e tíbia possui um padrão de barras transversais de cor preta e a presença de tubérculos de cor branca também nos flancos (Heyer, 1995; Heyer et al, 2010). Comportamento : Espécie geralmente encontrada em afloramentos rochosos, próximos de riachos, poças e brejos temporários ou permanentes. Entretanto já foi encontrado utilizando outros ambientes, como cupinzeiros no Mata Grosso, e restingas no Espirito Santo. Existe registro da espécie utilizando bueiros como sitio reprodutivo em Corumbá e Campo Grande (Uetanabaro, 2008). Portanto, constituí uma
espécie tolerante ambiente.
à
modificações
no
Ameaças: Exploração madeireira, construção de reservatórios hidroelétricos, expansão das atividades agropecuárias e o fogo, constituem algumas ameaças as populações locais. Distribuição geográficas : A espécie possui ampla distribuição geográfica, associada aos biomas Cerrado, Caatinga e Chacos. Ocorre desde a Bolívia e Paraguai à região Nordeste e sudeste do Brasil (Heyer et al, 2005; Andrade et al, 2011; Frost, 2014)
arredondadas. Tímpano supratimpânica ausentes Pansonato et al, 2013).
e membrana (Lobo, 1996;
Comportamento: Espécie é encontrada em fisionomias abertas como Campos Sujos e Campos Rupestres em regiões de altitude do planalto central brasileiro, e em campos inundáveis em áreas de planícies. São terrestres e podem vocalizar durante o dia em áreas recobertas por gramíneas, sobre o solo ou folhas. A reprodução ocorre em pequenas poças de águas rasas e geralmente expostas (Uetanabaro, 2008; Pansonato, 2013). Pode não ser muito tolerante à severas modificações no ambiente. Distribuição geográfica : Possivelmente a espécie do gênero com a mais ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde a região Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, além dos países Argentina, Paraguai, Bolívia e possivelmente no norte do Uruguai (Lobo, 1996; Frost, 2014). Ameaças: Espécie não ameaçada, embora a exploração madeireira, construção de reservatórios hidroelétricos e fragmentação de habitat e atividades agropecuárias possam constituir ameaças a populações locais.
Pseudopaludicola mystacalis Nome popular : Rãzinha-grilo. Características morfológicas : Espécie de tamanho pequeno para o gênero e pode ser distinguida de P. ameghini, por apresentar um tamanho corporal menor. Ademais, a espécie possui a pele do dorso lisa com apenas algumas verrugas achatadas, principalmente, na região inguinal, e coloração dorsal variando em tons de cinza e manchas marrons. Alguns indivíduos podem apresentar linha vertebral e linhas dorsolaterais de coloração bege. O focinho de P. mystacalis é obtuso ou poucoacuminado em vista lateral. Região gular amarela nos machos e ventre branco imaculado. O dedos possuem franjas dérmicas vestigiais e as pontas são
Referências Frost, Darrel R. 2011. Amphibian Species of the World: an O nline Reference. Version 5.5 (31 January, 2011). Electronic Database accessible (acesso em maio 2016). Sociedade Brasileira de Herpetologia – SBH. 2005. Lista de espécies de anfíbios do Brasil. Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH). Disponível em: http://www.sbherpetologia.org.br/checklist/anfíbios.htm. Acesso em: 2016. http://www.sbherpetologia.org.br. Acesso em: 2016 http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/biodiversidade/fauna-brasileira/livrovermelho/volumeII/Anfibios.pdf. Acesso em: 2016 http://www.lafuc.com/#!espcies-do-df/coyh. Acesso em: 2016