DECLARACIÓN DE MADEIRA EN FAVOR DE LOS CAMINOS

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DECLARAÇÃO DECLARAÇÃO DA MADEIRA EM FAVOR DA CONSERVAÇÃO CONSERVAÇÃO DO USO SUSTENTÁVEL DOS CAMINHOS TRADICIONAIS

UMA ORIGEM COMUM PARA UM PROJECTO COMUM

Em meados do século XIX, o botânico inglês Philip Barker Webb (1793-1854) precisava encontrar ou inventar uma palavra. Após um longo período de viagens por toda a Europa, tinha conseguido organizar um fabuloso herbário com 200.000 espécies, hoje conservado no Museu de História Natural de Florença. Após um estudo rigoroso durante mais de duas décadas, uma das principais conclusões a que chegou foi a extraordinária percentagem de caracteres partilhados pelas plantas dos Açores, da Madeira e das Canárias. O nosso protagonista reparou que o termo recém-inventado de Região biogeográfica (zona com homogeneidade climática e histórica, caracterizada por partilhar comunidades e espécies) bem podia ser aplicado para este conjunto de ilhas atlânticas. E assim só faltava inventar um nome para as baptizar.

Poucos anos antes de falecer, Webb encontrou finalmente a palavra. "Macaronesia" provém do grego antigo e é o resultado de combinar makáron (afortunadas) e nesoi (ilhas). Hoje continuamos a usar o nome para nos


referirmos a este conjunto de arquipélagos que se estende ao longo de 2.000 quilómetros, desde o Corvo a Lanzarote e do Porto Santo a El Hierro, sendo que alguns autores também incluem Cabo Verde e certos pontos da costa africana.

Mas as coincidências não começam nem acabam na flora, por muito que as florestas de laurissilva sejam uma das características mais proeminentes. Todas partilham, por exemplo da mesma origem vulcânica, cujos vestígios perduram nas características paisagens das furnas açorianas e dos malpaíses canários. Ou o clima suave, pautado pela feliz combinação de correntes marítimas e ventos alísios. Umas e outros colaboram para que os Açores usufruam de invernos mais suaves daqueles que lhes caberiam pela sua latitude, ou que as ilhas Canárias sejam muitíssimo mais húmidas do que o vizinho, o Deserto do Saara.

Por último, mas não por isso menos importantes, refiram-se também os vínculos que entrelaçam os destinos culturais e históricos da Macaronésia. O aproveitamento tradicional da água (das levadas da Madeira à árvore Garoé de El Hierro), o vinho (dos verdelhos do Pico aos malvasias de La Palma) ou o açúcar (dos engenhos de Gran Canária ao porto do Funchal) por mencionar só alguns dos elementos mais evocadores.


Em resumo, o nome Macaronésia prende-se com os mitos da antiguidade clássica, com os recantos paradisíacos localizados mais além das Colunas de Hércules. Lugares onde as ninfas da tarde cuidavam da árvore das maçãs douradas, que tornavam imortal a quem tinha a sorte de as provar. Ilhas da eterna primavera, onde a espectacularidade das paisagens, a generosidade do clima, a exuberância da vegetação e as tradições centenárias se amalgamam para oferecer um meio ideal a quem as percorre.

RECUPERAR OS CAMINHOS

Os centenários caminhos dos Açores, da Madeira e das Canárias são parte inseparável do seu património natural e cultural. Ao longo das bermas foi tecida a história e modelada a paisagem, desde a primeira colonização humana das ilhas até bem avançado o século XX. Porém, com a chegada do automóvel, estas vias tradicionais de comunicação ficaram condenadas ao ostracismo. Durante décadas os muros foram caindo, os passos emudeceram e a vegetação começou a bloquear estas rotas centenárias, transitadas de geração em geração. Desde o ano 2003, as instituições participantes no projecto TOURMAC trabalham no sentido de recuperar estas infra-estruturas e criar uma oferta turística diferenciada, baseada no respeito pelo ambiente e na promoção do desenvolvimento local. Com esta iniciativa conjunta têm sido recuperados ou melhorado 3000 quilómetros de caminhos tradicionais, hoje transformados em


trilhos perfeitamente sinalizados e balizados segundo as recomendações da Associação Europeia de Pedestrianismo (ERA).

A EXPERIÊNCIA DE COOPERAÇÃO TOURMAC 2003-2008

O TOURMAC termina pelos menos por enquanto, em 2008. Ainda que o resultado tenha sido realmente positivo e com uma grande visibilidade, o projecto – Pedestrianismo e desenvolvimento local – só agora começou. Será ainda necessário continuar a manter os caminhos, a sua sinalização e a sua divulgação. A oferta de pedestrianismo criada necessita combinar-se de uma forma mais integral com alojamentos, artesanato, gastronomia e produtos locais, pequenos museus etnográficos, achados arqueológicos, miradouros, paisagens,

espaços

desenvolvimento

naturais,

local.

Será

etc,

para

necessário

produzir

continuar

um a

verdadeiro

elaborar

guias

topográficos, apoiar a criação de empresas de guias profissionais, dispor de melhores

serviços

de

segurança

e

resgate,

realizar

iniciativas

de

comercialização contínuas, programas de animação local de pedestrianismo, etc. Seguiremos trabalhando para que os amantes do pedestrianismo e da natureza que visitem as nossas regiões nos próximos anos possam descobrir lugares únicos, percorrendo percursos perfeitamente adequados a todos os níveis (Grandes Rotas, passeios familiares, e inclusivamente pessoas com incapacidades, etc.). Esperamos também que o viajante ao percorrer estas


singulares redes de caminhos, respire e sinta a história e os costumes que os habitantes destas ilhas forjaram e conservaram durante séculos, muitas vezes à base de grandes sacrifícios.

A experiência TOURMAC demonstrou que é possível converter o património dos caminhos e percursos numa ferramenta de desenvolvimento económico, social e humano para as comunidades locais.

Por este motivo queremos através desta declaração pública incentivar outras regiões e populações rurais a utilizar os percursos e caminhos como ferramentas para a prática desportiva e ócio local, conhecimento profundo das populações, educação ambiental e a conservação e respeito pelo meio ambiente, assim como um recurso para a cultura e turismo. Queremos destacar, com base na nossa experiência, o papel fundamental que detêm os caminhos tradicionais para:

- O património cultural. Os caminhos são parte importante da nossa herança cultural e portanto pertencem ao património das populações, pelo que se deve contribuir para a sua recuperação, manutenção e divulgação ao nível local e entre aqueles que nos visitam.

- O uso ordenado dos espaços naturais. Os caminhos contribuem para que o trânsito das pessoas pelos espaços naturais seja ordenado e mais


controlado e que a educação ambiental possa chegar ao coração das áreas sensíveis sem riscos para a sua sustentabilidade. Promovemos os acessos adequados à natureza, facilitando o usufruto de todos os cidadãos de forma responsável.

- O Turismo, o desenvolvimento local e a conservação do meio ambiente. O pedestrianismo como desporto e os passeios pela natureza são um verdadeiro atractivo para a sociedade actual. Esta oportunidade deve ser aproveitada pelas populações rurais para criar novos postos de emprego e de viabilidade das suas pequenas produções e serviços locais, inviáveis em outros mercados globais.

- Uma alternativa ao ócio diferente e saudável. Cada ano são mais as famílias ou grupos de amigos que investem o seu tempo livre ou as suas férias para praticar pedestrianismo e conhecer a pé lugares no mundo. Este interesse pelo pedestrianismo tem vindo a desenvolver-se nos últimos anos, passando de uma actividade de lazer de uns poucos aventureiros a uma verdadeira demanda de ócio local. Somos testemunhas que nos nossos territórios a actividade do pedestrianismo tem vido a recrutar centenas de aficcionados que de forma individual em pequenos grupos ou em colectivos acorrem cada fim de semana as nossas ilhas. Sendo o projecto um dos responsáveis por esta procura.


- Uma imagem diferente para um turismo diferente. Por último as redes de percursos pedestres criados com o projecto TOURMAC projectaram ma imagem

exterior das

ilhas

participantes em

contraposição ou

como

complemento aos macrofocos turísticos vizinhos de tipo sol e praia.

As redes de percursos criadas com o TOURMAC permitem oferecer aos visitantes e à população local possibilidades inimagináveis de viver a natureza e a cultura de estas Ilhas, e de ser protagonista a pé pelos caminhos.

Este documento foi elaborado e assinado, na Madeira a 16 de Junho de 2008 pelas Entidades Públicas e Associações de Desenvolvimento Rural da Madeira, Açores e Canárias, participantes no Projecto Europeu TOURMAC- Pedestrianismo e Desenvolvimento Sustentável Dr. Manuel António Correia Secretário Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais do Governo Regional da Madeira. D. Julio J. Cabrera, Consejero de Medio Ambiente del Cabildo Insular de La Palma. Dña. Conceiçao Macedo, Directora Servicios de Promoción Turística de la Dirección Regional de Turismo del Gobierno Autónomo de las Azores. Dña. María Eugenia Suárez Armas, Técnica del proyecto TOURMAC II del Cabildo Insular de El Hierro. D. Miguel Romero Gil, Técnico del Servicio de Medio Ambiente del Cabildo Insular de Gran Canaria. Dña. Sonia Borges. Técnica de Proyectos de la Associação para o Desenvolvimento Local das Ilhas dos Açores (ADELIAÇOR).


D. Felipe Lorenzo Rodríguez. Técnico de Proyectos de la Asociación para el Desarrollo Rural de la Isla de La Palma (ADER-La Palma).

SOCIOS/PARCEIROS TOURMAC

Cabildo de La Palma. Consejería de Medio Ambiente. Direcção: Avenida Bajamar Nº20 - 2ºPiso Oficinas 9-10. 38700. S/C De La Palma. S/C Tenerife. Canarias. Contacto: TLF:+34.922.41.15.83 FAX:+34.922.42.01.87 Web: www.cabildodelapalma.es

Governo Regional. Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais. Direcção: Avenida Arriaga nº21 Edificio Golden Gate 5º Andar 9004-528 Funchal. Madeira. Portugal Contacto: TLF: +351291740060 FAX: +351 291740065 Web: www.sra.pt

Região Autónoma dos Açores. -Direcção Região Autónoma dos Açores. Secretaria Regional

Regional do Ambiente.

de Economia. Direcção Regional do Turismo.

Direcção:

Direcção::

Direcção Regional do Ambiente. Rua Consul Dabney -

R. Com. Ernesto Rebelo, 14 9900-112 Horta. Açores.

Colonia Alemã - Apartado 140. 9900 Horta. Açores.

Portugal.

Portugal.

Contacto:

Contacto:

TLF:+351.292200500

TLF:+351 292 207 300

FAX:+351.292293663/4

FAX:+351 292 391 981

Web: www.azores.gov.pt

Cabildo Insular de El Hierro. Consejería de Medio

Cabildo Insular de Gran Canaria. Consejería de

Ambiente.

Medio Ambiente.


Direcção:

Direcção:

C/ Doctor Quintero Magadaleno, nº11. 38900 Valverde. El C/ Agustín Millares Carló s/n. Edificio Insular Uno - 1ª Hierro. Canarias.

Planta. 358003. Las Palmas de Gran Canaria.

Contacto:

Canarias.

TLF: +34 922.550078 / +34 922.550101

Contacto:

FAX: +34 922.551052 / +34 922.550070

TLF: +34 928.21.94.70 (Centralita) FAX: +34 928.21.94.68

Associacão para o Desenvolvimiento Local de Ilhas dos Açores (ADELIAÇOR). Direcção: C/ Pasteleiro s/n apartado 190 9901-909 Horta. Açores.. Portugal. Contacto: TLF: 351.29.239.23.14 FAX: 351.29.239.22.80

COORDINACIÓN TÉCNICA.

Asociación para el Desarrollo Rural de la Isla de La Palma. ADER-LA PALMA. Direcção: C/Trasera Doctor Morera Bravo s/n. 38730. Villa de Mazo, Isla de La Palma. Islas Canarias. España. Contacto: TLF: +34 922.42.82.52 / +34 922.42.84.65 FAX: +34 922.42.84.76 email: info@tourmac.info Web: www.tourmac.info

FINANCIAN


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