Cinéfilos - 1ª Edição - 2009

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avant prémiére da revista de cinema da J. Júnior

Museu do esquecimento Onde filme é antiguidade Além do queijo A receita do Ratatouille Paris, je t’aime O amor pela cidade na película We’ll always have Paris A cidade pelo amor na Sessão da Tarde E Deus criou Brigitte Louvada seja

Escola de Comunicações e Artes da Universidade São Paulo

a vez da França no Cinema Recriação estética, renovação da linguagem Nouvelle e Novo Top 10 A lista cinéfila dos filmes franceses


editorial

O longo filme do Cinéfilos por Felipe Maia

Os cinco primeiros minutos de um filme são cruciais na apresentação dos personagens, do roteiro que se desenrolará a seguir e da temática proposta. Ainda que outras experiências cinematográficas não se pautem assim, tentativas inversas só vêm para provar a regra dos cinco minutos. Este curto texto não contém os primeiros toques dessa revista, mas faz as vezes de uma prequel tão sucinta e significativa quanto o início de uma fita de nome Cinéfilos. O projeto de jornalismo cultural da Empresa Júnior de Jornalismo da ECA/ USP teve início em 2004. Sob o nome Cinéfilos, surgiu a idéia de criar pequenos boletins impressos que pudessem ser lidos em restaurantes, bares e cinemas e que falassem do dito-cujo sem se tornarem fechados em si ou fechados num público só. Mal a idéia saiu do papel, e sem nem mesmo ir para ele, logo chegou à internet, espaço que, nos idos de 2005, era a panacéia para compartilhar informação sem maiores custos — talvez a premissa ainda valha, já que aqui continuamos e pretendemos ficar. Dali em diante, muitos integrantes passaram pelo veículo. Seguindo o conceito que pauta a J. Júnior, entra ano e sai ano, entra gente e sai gente. Assim, o Cinéfilos já teve no seu quadro dezenas de estudantes de jornalismo da ECA/USP, sempre no intuito de transmitir experiências não transmitidas nas cadeiras do curso. O contato com jornalismo cultural, cabines de cinema, coletivas de imprensa, reuniões de pauta entre outros fatos corriqueiros na vida de jornalista estão longe de serem cotidiano pra quem está no 1º ou 2º ano da faculdade, mas logo entram na rotina. Desde 2008 o Cinéfilos cresceu muito. A migração do blog para o site deu mais peso ao projeto, que já contava com um bom número de leitores diários. Contatos com diversas produtoras e distribuidoras de filmes nos possibilitaram uma cobertura muito extensa do que estréia nas telonas daqui, sempre pauta das nossas resenhas. O diferencial fica por conta das nossas colunas, em que falamos de música, receitas de comida, fazemos listas, comentamos ícones. Sim, tudo isso sobre cinema. O Cinéfilos carrega esse nome e a ele é inerente a tal sétima arte. Falamos tanto dela que precisamos crescer. A revista digital é mais uma frame para esse projeto da J. Júnior. Reformulações no site — cuja irmã siamesa é esta publicação que vos fala — também surgem. Ainda bem que colaboradores são inevitáveis: convidamos Alexandre Matias (jornalista cultural, blogueiro, e editor do Link do Estadão) para a função de ombudsman — a qual ele aceitou não sem antes já ir passando boas dicas. A ficha técnica segue com nossos proto-jornalista e amantes do cinema da ECA/USP. Está feita a equipe de 2009 do Cinéfilos, que agradece a todos que passaram por aqui e segue fazendo seu trabalho — esperando que o final do filme demore e que os créditos sejam extensos. Enquanto isso, boa apreciação!


frame em plano

Cinéfilos Revista Digital 1a Edição Out/2009 Equipe

Felipe Maia (editor); Alexandre D’Allara, Bruno Molinero, Graziela Cupertino, Juliana Penna, Mariana Brecht, Márcia Scapaticcio, Rafael Ciscati, Patricía Chemin (repórteres); e Alexandre Matias (ombudsman)

Diagramação e edição de arte:

Miniaturas de Chaplin no Museu do Cinema Antonio Vituzzo

Núcleo de Comunicação Visual - J; Júnior

O Cinéfilos é um projeto da Empresa Júnior de Jornalismo da ECA/USP: J. Júnior Presidente Ana Carolina Nunes Vice-presidente Ana Cláudia Justiniano

Cartazes de divulgação de outros países nas paredes do Museu


MUSEU DO

ESQUECIMENTO por Bruno Molinero A portinha laranja em pleno bairro do Cambuci, em São Paulo, é tímida. Sentado em um banquinho de madeira na calçada, um homem vende cigarros e isqueiros, enquanto controla o acesso à porta esmagada entre o trânsito e a pressa. Como a procura pelos maços é grande, a frente do prédio é tomada por bitucas, piorando as pichações da fachada e escondendo ainda mais a portinha vigiada pelo porteiro-vendedor. Por incrível que pareça, esse cenário (que já abrigou a famosa pastelaria Yokoyama) preserva uma parcela importante da arte brasileira e mundial – en-

tre cigarros, rolos de filme e muita poeira, o “Museu do Cinema Antonio Vituzzo” espera ser descoberto. Antonio Vituzzo foi um desses visionáriossonhadores de filmes de sucesso. Sua paixão pelo cinema o fez garimpar, ao longo dos anos, tudo o que fosse relacionado à sétima arte (de cartazes de filmes a projetores antológicos). Essa busca cinematográfica rapidamente se transformou em um projeto de vida e na semente do que se tornaria o museu do cinema. Como o contato com o público é primordial, o acervo sempre esteve


aberto, recebendo visitas principalmente de estudantes e professores. Contudo, após sua morte, em 2004, as portas foram fechadas e o acesso limitado. “Meu pai comprava refrigerante e fazia lanche para as crianças que vinham visitar o museu. Mas muitas coisas sumiam nessas visitas”, conta Marco Antonio Vituzzo, filho e atual responsável pela coleção. Hoje o “Museu do Cinema Antonio Vituzzo” funciona, somente, como um acervo técnico. Sua coleção já não interage com o público, não encanta aos estudantes e é utilizada apenas para fins determinados, como exposições pontuais.

Mas o acervo escondido impressiona. O vigilante da portinha atua como a fronteira entre o caos paulistano e o mundo onírico da fantasia do cinema. Logo ao subir as escadas, dezenas de fotos e cenas da telona indicam o caminho. No último degrau as pupilas já se dilatam: um emaranhado de equipamentos, cartazes, brinquedos e rolos de filmes se misturam às escadas e à poeira, formando uma cena quase surrealista. No museu, há desde uma sala dedicada às máquinas Kodak (onde a primeira e ancestral convive harmoniosamente com as atuais e digitais) até lanternas mágicas e projetores – ou, ainda, equipamentos históricos, como a mesma filmadora utilizada por Benjamin Abrahão para filmar “Lampião, o rei do cangaço”. O acervo, porém, não se limita à parte técnica. As paredes não têm mais espaço para

cartazes, as prateleiras estão abarrotadas de miniaturas (que vão de Charlies Chaplins a Pinocchios) e, nos cantos, diversos itens cenográficos, como pipoqueiras e bilheterias, se amontoam. No meio da bagunça, que mais parece um porão onde coisas velhas são empilhadas, os filmes também encontram lugar: uma sala exclusiva – mas trancada. Marco Aurélio explica que não faz projeções ou utiliza as películas por elas esbarrarem em direitos autorais. Mas adianta (talvez em tom de consolo) que atrás daquela porta já não há tanta coisa. “Meu pai doou quase todos os filmes para a Cinemateca”, conta. Se o museu começou pelo sonho de um homem, hoje, ele continua pela persistência de outro. Marco Antonio preserva sozinho uma parte significativa da história do cinema, sendo responsável pela preservação, limpeza e até detetização do lugar. Quando pergunto se há qualquer tipo de incentivo governamental, a resposta é enfática: “Até o IPTU daqui é pago”. Na realidade, o único incentivo para trazer essa história de volta à superfície vem por parte do SESC, que realiza o projeto “Loucos por Cinema” com os objetos preservados pelos Vituzzo. O foco do evento é mostrar um pedacinho desse esquecimento, a partir de reconstituições de sets de filmagem, exposições de equipamentos, reprodução de fachadas de cinema, etc. Assim, o acervo trancado pelo vendedor de cigarros tem sua interação limitada a esses momentos raros. Do outro lado do Atlântico, por sua vez, existe um roteiro parecido, mas em situação bem diferente. A “Cinémathèque Française”, em Paris, também começou a partir de um sonhador. Henri Langlois, com a vontade de construir um lugar em que se pudesse conservar e consultar diversos filmes, criou, em 1936, a cinemateca francesa. Assim como no caso brasileiro, seu acervo foi construído ao longo dos anos e, hoje, a coleção apresenta mais de 40 mil produções cinematográficas modernas e antigas, além de um imenso acervo que abrange de fotografias a jornais, de elementos cenográficos a máquinas do início do cinema, de livros a maquetes. A entrada principal impõe respeito. Com pé direito alto e design arrojado, o prédio da cinemateca reina imponente no típico parque parisiense em que está localizada.


Além de suas exposições, a Cinemateca também promove projeções (normalmente em homenagem a algum diretor ou período do cinema), conferências (em que há palestras e discussões acerca de qualquer tema), concertos, atividades pedagógicas para estudantes e crianças, além de exposições temporárias (que já homenagearam Almodóvar, Jacques Tati, o expressionismo alemão e as lanternas mágicas, por exemplo). Além disso, suas instalações são acolhedoras, com um ótimo restaurante, videoteca, sala de leitura, espaço para pesquisa e até uma “iconoteca” – onde se podem consultar fotografias, cartazes e desenhos. É no primeiro andar, entretanto, que a magia se completa. O museu do cinema agrupa diversas pessoas em suas instalações, que fazem parte da nova onda de museus modernos. Projeções tomam o teto, o chão e as paredes, enquanto cenas consagradas do cinema dançam em telões espalhados. Mas é a coleção recheada de itens raros que mais chama a atenção. Atrás das vitrines, câmaras escuras e caixas ópticas trazem à materialidade o início do cinema. No museu, é possível ver lanternas mágicas em funcionamento (equipamentos, criados por volta do século XVII, que permitiam projetar imagens pintadas em placas de vidro), interagir com um dos quatro kinetoscópios de Edson ainda conservados (considerado o prelúdio do cinema, o kinetoscópio permitia que pequenas fotografias ganhassem movimento; mais tarde, um fonógrafo seria acoplado, inserindo

sons sincronizados às imagens) ou ainda ver o célebre cinematógrafo dos irmãos Lumière. O acervo ainda contém surpresas que fazem qualquer cinéfilo babar. A cinemateca guarda, atrás das vitrines dedicadas ao expressionismo alemão, uma réplica do robô de “Metrópolis”, de Fritz Lang, feita pelo mesmo cenógrafo do filme. A poucos passos dali, uma pele de burro chama a atenção: trata-se da vestimenta original do filme “Pele de Asno”. Os corredores escondem, porém, muitas outras surpresas, como a cabeça da personagem Madame Bates de “Psicose”, doada pelo próprio Hitchcock, ou também um autógrafo do Charles Chaplin e um genuíno Oscar. Qual é a real diferença, então, entre as duas cinematecas? Não é o acervo nem a importância, mas sim o reconhecimento. Henri Langlois era visto como “o dragão que vigia e protege os nossos tesouros”. Sendo assim, em 1974, o idealizador da “Cinémathè-

que Française” recebeu um Oscar honorário (era a primeira vez que o criador de uma cinemateca ganhava tal distinção). Na estatueta vinha gravado: “A Henri Langlois por sua devoção à arte do cinema, sua imensa contribuição para preservar seu passado e sua fé no futuro”. Antonio Vituzzo, por sua vez, nunca foi reconhecido por seus esforços na preservação dos tesouros. Seu dia a dia foi um trabalho solitário e de formiguinha. A falta de um local adequado para o acervo e uma espécie de ostracismo ficou como herança. Do outro lado do Atlântico, a herança de Langlois era uma cinemateca estruturada e uma estatueta dourada. Reconhecimento, essa á palavra-chave.


deu fome

além do

queijo por Mariana Brecht Ah, França! O país das luzes, dos romances e dos cabarés! Não podemos ousar, porém, pensar nela sem ressaltar um de seus aspectos mais atraentes: a culinária. A animação “Ratatouille” nos oferece uma pequena porção do universo culinário francês. Não se tratam, porém de scargots e crème brûlèes, mas da própria ratatouille uma receita tipicamente mediterrânea, preparada por um chef nada típico, o ratinho Remy. Embora os dons culinários do animal tenham impressionado até mesmo o exigente paladar do crítico Anton Ego, não é uma boa ideia sair pelos bueiros procurando um mini roedor para cozinhar seu jantar. Se você, no entanto, fizer questão de provar uma típica porção de ratatouille, quando estiver passando as férias na Cidade Luz, não deixe de passar pelo Gusteau’s e mandar seus cumprimentos ao chef!

Receita de Ratatouille: Ingredientes: - 2 pimentões amarelos - 2 pimentões amarelos - 4 abobrinhas - 4 berinjelas - 3 dentes de alho

- 2 cebolas - 6 colheres de sopa de azeite de oliva - 3 ramos de manjericão - Sal grosso - Sal e pimenta do reino Corte a berinjela em fatias longitudinais, disponha em uma assadeira, coloque bastante sal grosso em cima e deixe descansar por uma hora. Enquanto isso, descasque os pimentões, retire os talos e as sementes e corte em quadradinhos; pique as cebolas, os dentes de alho e corte o manjericão com as mãos. Passada a uma hora, retire as fatias de berinjela do sal, lave duas vezes cada uma, seque com cuidado e corte em quadradinhos. Depois de preparar todos os ingredientes, esquente o azeite em uma frigideira em fogo baixo, refogue rapidamente a cebola e o alho e acrescente as berinjelas, abobrinhas e pimentões. Refogue em fogo baixo, mexendo de tempo em tempo com uma colher de pau até cozinhar os vegetais, secando o líquido que eles soltam. Esse processo leva cerca de 25 minutos. Coloque pimenta e sal a gosto e espalhe por cima o manjericão.


VALE A PENA VER

Paris, Os 18 curtas do filme “Paris, eu te amo” (2006) viajam pelo romance, comédia, drama e terror, entre as ruas e pontos turísticos da Cidade Luz. Em 2005, cineastas de todos os cantos do mundo foram convidados para filmar curtas sobre cada um dos 20 “arrondissements” de Paris, divisão distrital que divide a cidade em 20 zonas. Há inclusive um curta de dois brasileiros, Walter Salles e Daniela Thomas. O “Loin du 16ème”, recebeu elogios da imprensa francesa. O jornal Libération, por exemplo, escolheu esse curta como o melhor do filme. Os dois brasileiros, que já trabalharam juntos em “Terra Estrangeira” e “O Primeiro Dia”, deveriam criar um curta sobre o bairro de Belleville. Mas o local foi substituído pela periferia de Paris. Por causa disso, o elenco também mudou. Primeiramente, o protagonista seria Gael García Bernal, que já trabalhou com Salles em “Diários de Motocicleta”. Com a mudança do local da gravação, a colombiana Catalina Sandino Moreno foi escolhida como a protagonista. Outro curta que também foi considerado um dos melhores foi o “14th arrondissement”, de Alexander Payne. Ele até alugou

um apartamento nesse distrito para ter inspiração. Margo Martindale interpreta a protagonista desse curta, uma turista dos Estados Unidos que narra a história em francês, idioma que está tentando aprender. A atriz teve que ler as falas foneticamente. Resultado: um francês hilário, carregado de sotaque. O mesmo Alexander Payne estreou como ator nesse filme. Ele interpreta o fantasma de Oscar Wilde em “Père-Lachaise”, de Wes Craven. No curta “Parc Monceau”, de Alfonso Cuarón, não houve pausa durante a gravação. Aqueles cinco minutos foram gravados de uma vez só. Já o curta de Tom Tykwer (“Faubourg Saint-Denis”), foi produzido em 2004 e era chamado “True”. Nesse mesmo ano, foi nominado para o Urso de Ouro de Berlim (melhor curta) e ganhou o Short Film Award in Gold (também melhor curta). Emmanuel Benbihy, um dos produtores do filme, não tinha uma grande carreira cinematográfica, mas conseguiu reunir cineastas renomados para o filme. Ele teve mais problemas quanto ao financiamento do filme. Só foi possível gastar o total de 16 milhões de dólares porque Claudie Os-


por Patrícia Chemin sard juntou-se ao projeto como co-produtora e aumentou a verba. Benbihy, com a ajuda do diretor francês Frédéric Auburtin (também co-diretor do curta “Quartier Latin”), gravou cenas de transição entre os curtas, com a intenção de ligar os personagens. Mas Claudie Ossard, muito simpática, concluiu que essas cenas eram muito longas e impossíveis de assistir. Para substituí-las, ela pediu para Auburtin produzir cenas apenas de lugares famosos da cidade. Durante a edição, dois curtas ficaram de fora: o do dinamarquês Christoffer Boe (encarregado do 15º “arrondissement”) e o do francês Raphaël Nadjari (11º “arrondissement”). A responsável por isso foi também Claudie Ossard, que afirmou que esses dois curtas não se encaixavam muito bem na edição final. Então, ela decidiu mudar o nome de todos os curtas para lugares e monumentos conhecidos de Paris, abandonando a idéia original de dedicar os curtas a cada um dos “arrondisements”. Por todas essas mudanças, começou um desentendimento entre os produtores, que

até pararam de se falar. Benbihy, que trabalhou no projeto desde o início, tentou impedir que o filme tivesse sua première em Cannes através de um processo que durou 11 horas. Ele afirmou que o filme estava inacabado e quebrado em 18 pedaços. Ossard respondeu que apenas fez o que achou ser o melhor para o filme. Depois de várias apelações, Benbihy ganhou o direito de desenvolver futuros projetos relacionados com esse filme. Porém, não conseguiu impedir que “Paris, eu te amo” tivesse sua estréia na abertura do festival de Cannes de 2006. É até estranho pensar que por baixo das histórias de amor parisienses está uma briga judicial. Benbihy seguiu com a idéia de desenvolver outros filmes no mesmo estilo de “Paris, eu te amo”. Ele possui um projeto chamado “Cidades do amor”. O próximo filme a ser lançado será “New York, I love you”, que tem estréia prevista para novembro deste ano nos cinemas brasileiros. Nos próximos anos serão produzidos outras seqüências, como “Shanghai, I love you”, “Jerusalem, I love you” e até mesmo “Rio, eu te amo”.


cine trash

we’ll always have Paris

por Graziela Cupertino

Ah, Paris... Cidade inspiradora, apaixonante! Não é de hoje que esse é o lugar do amor. Vários foram os filmes e casais que lá nasceram. E se você aí já está dando um jeito de associar isso tudo à Ingrid Bergman e Humphrey Bogart, pode parar! A cidade mais romântica do cinema não atacou dessa vez os adultos. Quem poderia imaginar que as duas gêmeas adolescentes mais amadas da Sessão da Tarde também seriam alvo fácil de Paris? Mary-Kate e Ashley Olsen interpretam em “Passaporte para Paris” (Passport to Paris, de 1999) duas gêmeas (!) que são presenteadas pelos pais com férias na Cidade Luz. Como quaisquer outras meninas com seus treze anos de idade, as gêmeas Olsen chegam na capital da França fazendo aquilo que sabem fazer de melhor: pular na cama, escutar música na maior altura, arrumar confusões e viver muitas aventuras. E, como não poderia deixar de ser diferente,

já que estamos aqui falando de Paris, as duas americanas descobrem a paixão! Encontram dois garotos franceses que as tiram da monótona rotina de visitar museus e as mostram o que realmente vale a pena ser visto. Mas nada foi tão fácil assim como parece. Para poder curtir a magia de Paris, as duas meninas tiveram que fugir do esquema de férias preparado por seu avô, que não é ninguém mais, ninguém menos que o embaixador americano na cidade. Homem ocupado, ele quase não tem tempo para suas netas e, por isso, as coloca sob responsabilidade de seu assistente. Apesar de sufocadas pelas obrigações impostas, as gêmeas Olsen conseguem aproveitar o romantismo tão conhecido da cidade. Voltam para casa com centenas de fotos, muitas lembranças e, claro, muito amor, assim como o restante do gigantesco grupo de seres humanos que se renderam à paixão em Paris!


FAZENDO HISTORIA

Influências e influenciados

Há muita controvérsia quando o tema é a influência da Nouvelle Vague no Cinema Novo, por isso, é preciso ter cuidado nas comparações e aproximações. Contudo, podemos relacionar ambos os movimentos quando raciocinamos sobre a ruptura, as possibilidades narrativas criadas na concepção de uma obra. Os trabalhos de Glauber e

dos cineastas franceses conseguiram inovar a linguagem cinematográfica, entretanto, com necessidades distintas. A Nouvelle Vague deu vazão às questões existencialistas da burguesia francesa, contrariamente ao Cinema Novo, que buscava uma temática nacional, pondo em xeque o universo sócio econômico burguês. A ênfase nessa relação fundamentou a linguagem cinemanovista, representada pelo viés popular e brasileiro. Outro aspecto importante é o audiovisual como documento. As trocas de informações entre os gêneros cinematográficos durante a produção refletiam no desejo de se romper paradigmas estéticos e aprofundar a visão do espectador sobre o mundo através do olhar da câmera, com o objetivo de construir um discurso acerca da realidade social brasileira. Em outro ponto, François Truffaut mencionou a necessidade de um espaço ao novo, qual o motivo do cinema francês não dar chance aos iniciantes? Tal pergunta é o início da ênfase nas mudanças dos modos de produção da indústria francesa. É válido lembrar que os diretores revelados por essa corrente teórica eram críticos da revista Cahiers Du Cinéma. Glauber Rocha também iniciou sua carreira como jornalista e, depois começou os seus trabalhos como cineasta. Entre semelhanças e diferenças, a Nouvelle Vague e seus autores mudaram o modo de se enxergar o cinema, assim como Glauber Rocha foi um modelo brasileiro quando o assunto é inovação estética e linguagem. O relevante é que ambos desejavam uma reflexão libertária, a qual possibilitasse a renovação de uma grande paixão, a paixão pela arte de se fazer e de se pensar o cinema.

inovação da linguagem

Recriação estética,

Transição para os anos sessenta. Uma nova proposta e uma nova estética guiavam as produções cinematográficas no Brasil e no exterior. A Nouvelle Vague tem seu marco oficial no Festival de Cannes, em 1959, com a Palma de Ouro conquistada por François Truffaut e Os Incompreendidos (Le quatr-cents coups), na categoria melhor direção. Traçando um caminho paralelo, o Cinema Novo também foi acolhido e impulsionado, de certa forma, por Cannes quando Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha e Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos receberam uma atenção especial da crítica européia, mesmo não sendo contemplados na premiação. O destaque internacional reflete no cenário nacional. A renovação concebida por Glauber Rocha é destaque na imprensa brasileira, que elege seu filme como um representante da produção brasileira. O Cinema Novo lança um desafio de linguagem e de estética, a discussão acerca desse frescor, dessa produção realmente brasileira provoca curiosidade e debate sobre a diferente maneira de se pensar o audiovisual. Rocha já chegou a dizer que: “Nosso cinema é novo porque o homem brasileiro é novo e a problemática do Brasil é nova e por isso nossos filmes nascem diferentes dos cinemas da Europa”.

por Márcia Scapaticio


Personagem


E Deus criou Brigitte

por Rafael Ciscati

Já passava da metade de julho quando a primeira dama francesa, Carla Bruni, recebeu uma carta de uma antiga atriz. Endereçada à “Chère Carla”, a missiva pedia, com doçura, que ela intercedesse junto ao marido, para que este proibisse touradas no país. Didaticamente, como quem dá um conselho, explicava: “Você poderia convencer seu marido a rejeitar as touradas, esse abominável espetáculo de morte, dizendo: ‘alguém me disse que a morte de um animal não deve ser admitida na França’”. O papel, com o timbre da Fundação Brigitte Bardot, era emoldurado por uma flor desenhada à mão. A última aparição de Bardot nas telas aconteceu há 36 anos. Desde então, a atriz e cantora dedica-se a defender os direitos dos animais, mesmo que, nesse meio tempo, nem sempre mostre muita consideração pelos direitos humanos. BB pode ter deixado o cinema. Mas sua rápida passagem não será esquecida. Em 2009, quando se comemoram os 50 anos da Nouvelle Vague, seu nome volta à tona: dia 18 de julho, o Museum of the Moving Image (NY) exibiu “And God created woman” (E deus criou a mulher), na sua mostra especial sobre a French New Wave. O filme, responsável por situar Brigitte em meio às musas, teve sessão ao lado de “Os incompreendidos”, de Truffaut, considerada a obra inaugural do movimento. O mesmo aconteceu em junho, durante a mostra “Mademoiselle Nouvelle Vague”, da Cinemateca Brasileira.


Apesar de ser tido como um precursor da Nouvelle Vague, E Deus criou a mulher não foi bem acolhido por todos: uma resenha publicada, à época, no The New York Times, considerava o filme simplista e tolo. Bosley Crowther, autor do texto, só não foi mais severo porque se rendeu aos encantos de miss BB- “um fenômeno que você precisa ver para crer”. Brigitte nasceu na alta burguesia francesa. Com passagem pelo Conservatório Nacional de Dança, a moça começou sua carreira aos 15 anos, como modelo da revista Elle. Foi assim que chamou a atenção dos diretores Roger Vandin e Marc Allegrèt. Não demorou muito e, em 1952, estreava seu primeiro filme, Le trou normand (Louco por amor). 52 foi também ano de Manina-La fille sans voille (Manina- a moça sem véu), que mostra uma Bardot de 17 anos usando biquíni. As cenas causaram furor. Seu primeiro trabalho de peso viria em 56, quando Vandin, com quem era casada, decidiu escalá-la para o papel principal de E deus criou... Transportada pra Saint-Tropez, BB vira Juliette, uma órfã de 18 anos que, por seus hábitos liberais, escandaliza seus vizinhos. Para evitar ser mandada de volta ao orfanato, casa-se, apesar de estar apaixonada pelo irmão do noivo. Livre e desembaraçada, Juliette é uma deliciosa mescla de sensualidade e ingenuidade. Sua sexualidade aflorada e o desejo de sentir o sol na pele são pretextos para protagonizar diversas cenas de nudez, extremamente tímidas para os padrões atuais. Mais que isso, Juliette é um perfeito exemplo do anti-herói que a Nouvelle Vague colocaria diante das câmeras anos mais tarde: órfã, sem instrução, não gosta de trabalhar e pretende viver um dia após o outro, porque “o futuro estraga o presente”. Conforme a história se desenrola, no entanto, ela mostra ser bem menos rasa do que aparenta a princípio, alimentando sentimentos contraditórios que culminam na antológica cena da dança ao som banda Whisky Club .

Sua sensualidade livre e arejada era um prenúncio da revolução sexual da década seguinte. É bem verdade que, ao fim da Segunda Guerra, os valores tradicionais da família burguesa ganharam novo fôlego. Mas a mulher dos anos 50 era também mais vaidosa, o corpo feminino assumia status diferenciado: a revista Marie Claire defendia que a esposa deveria ser sensual para preservar o interesse do marido, e lançava uma verdadeira cruzada em favor da magreza. Prezava-se a família patriarcal, mas o biquíni explodira em 46, e a pílula explodiria no início dos anos 60. E Brigitte estava no olho desse furacão, tornandose não apenas símbolo, mas engrenagem dessas transformações: sua aparência infantil, seu corpo esguio, a cintura muito fina. Muito antes de Angelina Jolie, eram os lábios de BB que toda mulher gostaria de ter- muitas se submetiam a uma dolorosa cirurgia de bardotização, que puxava a mucosa para cima e a costurava ao redor da linha dos lábios. Bardot deixava aos poucos de ser somente atriz para se tornar personagem, para assumir o posto de símbolo de uma, já dizia a Playboy de abril de 69 (para qual ela posou), “Era orientada por Eros”. Mesmo um de seu filmes menos típicos, O desprezo ( Godard), traz referências à sensualidade inaugural de “E Deus criou a mulher”, em uma cena que, revela o crítico Rubens E. Filho, “foi feita só ao final, porque os produtores exigiram mais nudez no filme”. Barbarella é um caso emblemático: uma personagem de histórias em quadrinhos com imenso apelo erótico, criada pelo francês Jean-Claude Forest, inspirada em Brigitte Bardot. Curiosamente, Barbarella, uma jovem que viaja pelo espaço a procura de aventuras (de todos os gêneros), chegou aos cinemas na forma Jane Fonda, outra esposa de Vandin.


Nos trópicos

Bastava Bardot espirrar que o mundo todo queria ver. O Estado de São Paulo, em abril de 59, filosofava: “Em Paris, como em Nova Iorque, em Roma ou em Havana em convulsão, Brigitte é um ‘caso’. Os que a admiram jamais cansam de vê-la. Os que a odeiam, querem vê-la, por força de um impulso interior.” Não foi à toa que, quando decidiu passar uma temporada em Búzios, com o namorado Bob Zagury, Bardot quis distância da imprensa. Isso não impediu que a vila de pescadores mudasse de rumos para sempre. “BB, assim como Cristóvão Colombo, foi quem revelou Búzio para o mundo”, sentencia José Wilson Barbosa, presidente do Memorial Brigitte Bardot. Empresário nascido em Angra dos Reis, Barbosa ensaiou um namoro com Búzios por cinco anos, até que se mudou para a cidade em 1995. Seu interesse pela atriz francesa surgiu em novembro de 1999, durante a inauguração das obras do calçadão da Orla Bardot. Segundo ele, a placa comemorativa dizia apenas: “Brigitte Bardot passou por Búzios na década de 60”. “Na época perguntei ao meu velho amigo Eurico Sobral, presidente da Associação Comercial: ‘por que na placa de bronze não tem a data da chegada e partida de BB?’ E o Eurico respondeu que estava havendo muitas controvérsias em relação à data certa, e para não haver dúvidas futuras resolveram colocar na placa que ela esteve em Búzio na década de 60”. Sem dar-se por satisfeito, José decidiu empreender um périplo pelos sebos do Rio de Janeiro e pelas estantes da Biblioteca Nacional, à procura de registros com a data exata. “E a cada dia que se passava nas minhas pesquisas eu ficava mais entusiasmado com tantas matérias jornalísticas, e nunca mais parei de pesquisar”. Depois de reunir tanto material, o empresário percebeu que o acervo merecia um público maior, para além de sua família e amigos: “Resolvi fundar o Memorial Brigitte Bardot, com um grupo de empresários da Associação Comercial de Búzios, no dia 22 de setembro de 2006”. Recentemente reinaugurado, o Mermorial está localizado na Orla Bardot, 1174. No acervo, 200 fotografias, inúmeros jornais, revistas, filmes, discos, livros e postais. Tudo sobre a musa francesa, e sobre o tempo em que permaneceu em Búzio, “de 13 de janeiro de 1964 a 27 de abril de 1964”. A instituição ainda se prepara para receber uma exposição sobre BB, em comemoração ao ano da França no Brasil. Com início em Paris, a mostra chegará a Búzios na próxima primavera. Enquanto isso, quem visitar a cidade pode tirar uma foto com a estátua de Brigitte, obra da escultora Cristina Motta Além de museus e estátuas, a vinda Brigitte à Búzios rendeu uma gravação cheia de sotaque de “Maria Ninguém”, do bossa-novista Carlinhos Lyra. A canção uniu-se a outros sucessos, como a insinuante “ Je t’aime moi non plus” e a animada “ Moi je joue”. Brigitte Bardot saiu dos cinemas em 1973, depois de 47 filmes. Segundo diz, “acho que cheguei e sai na hora certa”. Essa ausência não impediu que sua imagem se desgastasse: a atriz chocou o mundo com declarações publicadas no livro “Um grito no escuro”, no qual revela ódio extremado em relação a mendigos, mulçumanos e homossexuais. Ultra-direitista, aos 75 anos Brigitte acumula cinco condenações por racismo. Cizânias à parte, é inegável que BB tem lugar de destaque na história da 7º arte. Mas Bardot não quer ouvir falar das telonas: “Virei a página, o cinema acabou para mim”.

Orla Bardot, em Búzios


top dez

Em meio às dezenas de filmes hollywoodianos que aparecem a cada temporada, sempre tem escondido na menor e mais precária sala do cinema, pelo menos um filme francês. Para você que já teve algumas experiências traumatizantes com a sétima arte francesa e que hoje passa longe de qualquer filme ‘de arte, europeu ou de circuito’, fique sabendo que não é o único. Por isso o ‘Cinéfilos’ preparou um processo de desintoxicação para quem sempre torce o nariz para as produções oriundas do país. No ano da França no Brasil, reunimos 10 filmes - talvez não os melhores ou os mais importantes da história do cinema francês – mas que vão te ajudar a perder o preconceito e ir adentrando aos poucos na atmosfera do cinema francês.

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passa por aqui

a França que

Dupla Confusão – Ruby & Quentin Para começar, nada melhor que uma comédia. ‘Dupla Confusão’ é o exemplo perfeito de que filme francês não é sinô-

nimo de filme ‘cabeça’. Com humor beirando ao pastelão, o filme conta com dois dos melhores e mais famosos atores franceses da atualidade. Gerard Depardieu e Jean Reno formam uma inusitada dupla, no divertido filme do mesmo diretor de “A Gaiola das Loucas”, Francis Verber.

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Piaf, Um Hino ao Amor - La Môme Filme dramático, extenso com mais de duas horas de duração. Mas não se assuste. Esse drama bibliográfico não é muito diferente daqueles que você já viu em Holywood. A vida da famosa


cantora francesa, difícil e cheia de batalhas e com fim prematuro não é difícil de acompanhar. Aliada a ótima performance de Marion Cotillard, o filme não é um clássico, mas é digno de se conferir. Você poderá até se cansar, mas com certeza não será nenhum trauma.

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O Closet – Le Placard Mais um filme de Francis Verber. O diretor é ótimo em romper o longo estigma que permeou o cinema de seu país. Outra divertida comédia, em que ele traz novamente Gerard Depardieu, dessa vez

com humor levemente mais requintado. Mas não se preocupe, é só de leve.

O Fabuloso Destino de Amelie Poulain – Le Fabuleux Destin d’Amelie Poulain Charmoso, encantador e popular. Nos últimos tempos, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain foi um dos filmes europeus mais aclamados pelo público e pela crítica. Você com certeza

conhece alguém que já assistiu. Sensível, sutil e inteligente, esse é um longa representativo da cultura cinematográfica do país e, ao mesmo tempo, irresistível mesmo para aqueles que nunca viram um filme de arte na vida. Tenha um pouco de paciência e assista até o fim, você não se

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arrependerá.

Papai Noel é um picareta – Le Pere Noel est une Ordure Chegando na metade do nosso processo, retrocederemos alguns anos. Na década de 80 foi produzido o sexto longa e a terceira comédia de nossa lista. “Papai Noel é um Picareta” conta


a história de uma inusitada véspera de Natal dos funcionários da SOS amizade (uma espécie de serviço de auto-ajuda por telefone), noite especialmente agitada. De Jean-Marie Poire, que como Verber também foge do estereótipo de seu cinema de origem, o filme garante boas risadas numa comédia implacável, com diálogos certeiros e intraduzíveis.

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Canções de Amor- Les Chansons d’Amour Tendo uma das cidades mais charmosas do mundo como set, no aspecto visual os filmes franceses nunca deixaram a desejar. “Canções de Amor”, de Christophe Honoré, é com certeza um

deles. Jovem e despretensioso, com triângulo amoroso e diálogos musicais, o filme trata de relacionamentos amorosos de forma clara e aberta, como só o cinema francês proporciona. Tendo Paris como cenário, fica difícil resistir.

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O Escafandro e a Borboleta -Le Scaphandre et le Papillon Drama baseado em romance de mesmo nome, esse foi o filme

que em 2007 representou seu país na escolha dos ganhadores ao Oscar. A história de como um homem conseguiu ultrapassar a barreira da fala para se comunicar com o mundo, é emocionante. Sob a película francesa ela ganha delicadeza e ultrapassa o sentimentalismo. A essa altura de nossa lista, não é nada que não se assista com prazer.


3

Bicicletas de Belleville - Les Triplettes de Belleville Disfarçado de animação infantil, passa despercebido na sua 1h30 de duração, que já estamos adentrando no interior da aura do cinema francês. Diferente, profundo e metafórico, ao longo

do filme percebe-se que este não é propriamente uma produção infantil. Além de inovações em termos artísticos, o filme acrescenta ao nosso percurso várias características típicas. O número reduzido de diálogos é uma delas. Nenhum sacrifício para quem já chegou ao item 3 da nossa lista.

2

Jules & Jim Já é hora do mais novo apreciador da sétima arte francesa ser apresentado a um filme verdadeiramente autoral. Ninguém pode negar, a princípio Jules&Jim é um longa intimidante. Além de

autoral, é um dos maiores clássicos da língua francesa e foi dirigido por ninguém menos do que François Truffault. Respire fundo e encare o desafio. A monotonia não será tão presente, tédio não será tão intenso e o resultado será recompensador.

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A Regra do Jogo – La Régre du Jeu Parabéns! Você está a um passo de completar nosso processo e se tornar um cinéfilo de mente aberta para o cinema frânces. Finalizando

com chave de ouro, essa obra de Jean Renoir é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos. Para os acostumados ao suspense holywoodianos, esse é um filme que desafia o expectador a encontrar pistas e indícios nos menores gestos e nos atos mais discretos. Concretizando essa etapa, fique à vontade para desfrutar qualquer Godard, Truffault ou Renoir que quiser conhecer. Depois de dez filmes, fica claro que para desfrutar qualquer filme diferente não é preciso mais que coragem e mente aberta. (Tá! E um pouco de paciência também!)


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