TFG ARQUITETURA E URBANISMO - MATERNIDADE GAIA FORTALEZA

Page 1


FELIPE PEIXOTO FERREIRA

MATERNIDADE GAIA Trabalho apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário Estácio do Ceará, como requisito de avaliação da etapa final da disciplina TFG em arquitetura para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Autor (a): Felipe Peixoto Ferreira Orientador (a): Marcílio Lopes

FORTALEZA – CE 2020


RESUMO O seguinte trabalho, com o tema Maternidade Gaia, tem como objetivo a proposta de trazer a priorização do parto normal, pois, desde os primórdios, o ato de dar à luz era natural e restrito à mãe e a maternidade traz para aquelas que querem o parto natural a oportunidade de ter um local apropriado. O objetivo é transformar a visão dos usuários com uma arquitetura afetiva e trazer o conforto ambiental. A Maternidade Gaia traz ambientes que possuem uma integração com o verde e que proporcionem calma para os usuários, pois o dia do nascimento é um dia que vai ser lembrado por toda a vida, e a arquitetura tem um papel fundamental nesse momento. O presente trabalho se baseia em uma metodologia de 5 passos para ser realizado com clareza, levando em conta a pesquisa, levantamento de dados, estudo de caso, a proposta projeto e ao fim as considerações finais. O projeto trará acesso da população a um ambiente hospitalar de acolhimento e conforto; o produto desse trabalho trará aspectos da psicologia ambiental e da arquitetura bioclimática em sua arquitetura, buscando ,através dela, melhorar a qualidade do ambiente hospitalar, que hoje é visto como um ambiente frio e que não traz conforto para seus usuários.

Palavra-chave: Parto normal, arquitetura, Maternidade, Psicologia ambiental, Arquitetura bioclimática.


LISTA DE FIGURAS Figura 1: Logo de nome fantasia da Maternidade Gaia. .......................................... 12 Figura 2: Rua Jorge Ralpp com Rua Coronel Tibúrcio. ............................................ 21 Figura 3: Rua Oscar Benevides com Rua Coronel Tibúrcio. .................................... 22 Figura 4. Av. Godofredo Maciel com Rua Oscar Benevides..................................... 22 Figura 5. Rua Jorge Ralpp com Av. Godofredo Maciel............................................. 22 Figura 6: Vista do Hospital Materno Infantil São Luís ............................................... 30 Figura 7: Acomodações quarto de internação individual .......................................... 31 Figura 8: Vista lateral do Hospital Maternidade São Luís, com destacando as varandas.................................................................................................................... 32 Figura 9. Vista da fachada com pele de vidro........................................................... 32 Figura 10: Jardim do Hospital................................................................................... 33 Figura 11: Corte esquemático e setorizado do Hospital São Luiz ............................ 34 Figura 12: Varandas do Hospital São Luiz ............................................................... 34 Figura 13: Vista do Hospital Nemours. ..................................................................... 35 Figura 14: Jardins do Hospital Nemours. ................................................................. 36 Figura 15: Lobby do Hospital Nemours .................................................................... 36 Figura 16: Espaço de encontro do Hospital Nemours. ............................................. 37 Figura 17: Fachada do Hospital Neumours. ............................................................. 38 Figura 18. Partido Arquitetônico – 3 setores............................................................. 62 Figura 19. Partido Arquitetônico - Setorização ......................................................... 64 Figura 20. Partido Arquitetônico - Acessos.............................................................. 65 Figura 21. Planta de Implantação ............................................................................. 66 Figura 22. Planta baixa - Subsolo............................................................................ 67 Figura 23. Planta baixa -Térreo ............................................................................... 68 Figura 24. Planta baixa - Primeiro pavimento ........................................................... 69 Figura 25. Planta baixa - Segundo pavimento .......................................................... 70 Figura 26. Planta baixa - Terceiro Pavimento........................................................... 71 Figura 27. Planta baixa - Pavimento Técnico ........................................................... 71 Figura 28. Corte AA e BB. ........................................................................................ 72 Figura 29. Corte CC e DD. ....................................................................................... 73 Figura 30. Detalhamento jardineira. ......................................................................... 74 Figura 31. Cortes EE FF. .......................................................................................... 75


Figura 32. Fachadas. ................................................................................................ 76 Figura 33. Vista da Avenida Godofredo Maciel. ....................................................... 77 Figura 34. Vista da Rua Jorge Ralpp. ....................................................................... 78 Figura 35. Vista Rua Coronel Tibúrcio. ..................................................................... 78 Figura 36. Vista de esquina da Rua Coronel Tibúcio e Oscar Benevides. ............... 78 Figura 37. Vista frontal da maternidade. ................................................................... 79 Figura 38. Vista de entrada da clínica. ..................................................................... 79 Figura 39. Vista de entrada do laboratório................................................................ 80 Figura 40. Vista da Avenida Godofredo Maciel noturna. .......................................... 80 Figura 41. Vista da Avenida Godrofredo Maciel noturna. ......................................... 81 Figura 42. Vista pátio central com iluminação RGB.................................................. 81 Figura 43. Quarto PPP. ............................................................................................ 82 Figura 44. Quarto PPP. ............................................................................................ 82 Figura 45. Quarto de internação. .............................................................................. 82 Figura 46. Recepção da maternidade....................................................................... 83 LISTA DE MAPAS Mapa 1: Hospitais com maternidade em Fortaleza ................................................... 10 Mapa 2: Terreno para implantação do equipamento ................................................ 12 Mapa 3: Mapas de vias bairro Mondubim ................................................................. 19 Mapa 4: Mapa de Fortaleza com destaque na Regional V. ...................................... 20 Mapa 5: Mapa do entorno. ........................................................................................ 20 Mapa 6: Zona de requalificação urbana 2. ................................................................ 40 Mapa 7: Zonas especiais de dinamização sócio econômica..................................... 41 Mapa 8: Classificação viária de Fortaleza................................................................. 42 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Extrema pobreza por regionais – 2010. .................................................... 10 Tabela 2: Distribuição populacional e de jovens segundo as regiões administrativas de Fortaleza. ............................................................................................................. 11 Tabela 3: Os dez bairros com maior população jovem. ............................................ 11 Tabela 4. Ficha técnica do projeto do Hospital Maternidade São Luís ..................... 30 Tabela 5: Ficha técnica do Hospital Infantil Nemours: .............................................. 35 Tabela 6: Tabela com índices urbanísticos da ZRU 2 .............................................. 39


Tabela 7: Tabela com índices urbanísticos da ZEDUS............................................. 40 Tabela 8: Tabela com subgrupo de serviços de saúde ............................................ 41 Tabela 9: Tabela com adequação dos usos ao sistema viário ................................. 42 Tabela 10: exigência de vagas para carga e descarga, táxi e embarque e desembarque ............................................................................................................ 42 Tabela 11: Tabela resumo de normas, portarias ..................................................... 44 Tabela 12: Média de nascidos vivos em Fortaleza ................................................... 46 Tabela 13: Nascidos vivos em Fortaleza por estabelecimento ................................. 47 Tabela 14. Estacionamento ...................................................................................... 48 Tabela 15. Programa de necessidades - Atendimento Clínico ................................. 48 Tabela 16. Programa de necessidades - Imagenologia ............................................ 49 Tabela 17. Programa de necessidades - Anatomia patológica e Citopatologia ........ 50 Tabela 18. Programa de necessidades - Serviços administrativos ........................... 51 Tabela 19. Programa de necessidades - Atendimento de urgência e emergência adulto......................................................................................................................... 51 Tabela 20. Programa de necessidades - Centro Obstétrico ..................................... 52 Tabela 21. Programa de necessidades - Centro de parto normal ............................. 53 Tabela 22. Programa de necessidades - Banco de leite humano ............................. 54 Tabela 23. Programa de necessidades - Internação intensiva UTI........................... 55 Tabela 24. Programa de necessidades - Internação intensiva neonatal UTIN ......... 56 Tabela 25. Programa de necessidades - Internação geral........................................ 56 Tabela 26. Programa de necessidades - Internação recém-nascido ........................ 57 Tabela 27. Programa de necessidades - Farmácia .................................................. 58 Tabela 28. Programa de necessidades - Central de material esterilizados .............. 59 Tabela 28. Programa de necessidades - Processamento de roupa ......................... 59 Tabela 30. Programa de necessidades - Nutrição ................................................... 59 Tabela 31. Programa de necessidades - Central de administração de materiais e equipamentos ............................................................................................................ 60 Tabela 32. Programa de necessidades – Limpeza e zeladoria e Infraestrutura predial .................................................................................................................................. 60 Tabela 33. Programa de necessidades - Necrotério ................................................. 61 Tabela 34. Programa de necessidades - Quadro de áreas totais ............................. 61


SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7 1.1.

Justificativa ..................................................................................................... 8

1.2.

Objetivo geral ............................................................................................... 12

1.2.1. 1.3. 2.

3.

4.

5.

Objetivos específicos ................................................................................ 13 Metodologia .................................................................................................. 13

CONTEXTUALIZAÇÃO...................................................................................... 15 2.1.

Humanização no ambito hospitalar .............................................................. 15

2.2.

Arquitetura como meio de humanização ...................................................... 16

ÁREA DE INTERVENÇÃO ................................................................................. 18 3.1.

Caracterização da área ................................................................................ 18

3.2.

Diretrizes de escolha do terreno................................................................... 19

3.3.

Mapas de localização ................................................................................... 19

3.4.

Registros fotográficos ................................................................................... 21

REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................. 24 4.1.

Ambiente x Usuário ...................................................................................... 24

4.2.

Adequação da Construção ao Clima ............................................................ 26

REFERENCIAL PROJETUAL ............................................................................ 30 5.1. 5.1.1. 5.2.

Hospital Maternidade São Luís – Unidade Anália Franco ............................ 30 Sobre o Hospital Maternidade São Luís – Unidade Anália Franco ........... 31 Hospital infantil Nemours – Orlando, EUA ................................................... 35

5.2.1. Sobre o hospital infantil Nemours – orlando, EUA ....................................... 35 5.3.

Legislação Urbana ....................................................................................... 39

5.3.1. Macrozona de ocupação urbana e zonas especiais .................................... 39 5.3.2. Grupo e subgrupo ........................................................................................ 41 5.3.3. Classificação viária ...................................................................................... 41 5.4. Normas, manuais e portarias .......................................................................... 43 6.

PROJETO ARQUITETÔNICO ............................................................................ 46 6.1 Programa de necessidades.............................................................................. 46 6.1.1 Setor 1........................................................................................................... 48 6.1.2 Setor 2........................................................................................................... 51 6.1.3 Setor 3........................................................................................................... 58 6.2 Partido Arquitetônico ........................................................................................ 61


6.3 Implantação...................................................................................................... 65 6.4 Plantas baixas .................................................................................................. 66 6.5 Cortes .............................................................................................................. 72 6.6 Fachadas ......................................................................................................... 75 6.3.4 Maquete eletrônica ........................................................................................ 77 7.

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 84

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 85


6


7

1. INTRODUÇÃO

O projeto tem como tema a implantação de uma maternidade, um estabelecimento destinado à assistência das parturientes, do pré-natal, do pós-parto e do puerpério, e à inclusão do parto humanizado. A proposta inclui a humanização do ambiente hospitalar, a priori; o respeito à mulher e ao seu filho, garantindo seu direito à saúde e bem-estar; e a apropriação aos usuários, a posteriori. O equipamento tem, em suas características, o foco no atendimento de mulheres gestantes com acompanhamento médico e ambiente humanizado, através da Lei Nº16.836, 17 de janeiro de 2019. Art. 1º. A presente Lei institui e disciplina o Estatuto do Parto Humanizado com o objetivo de garantir melhor assistência às mulheres em seu período gravídico-puerperal nos estabelecimentos hospitalares do Estado do Ceará que atendem às necessidades das parturientes através da Rede Cegonha e das exigências da ANVISA. A prioridade é que a maternidade ofereça educação para gestantes desde o pré-natal ao puerpério e ofereça serviços necessários para um período gestacional saudável no mesmo estabelecimento de saúde. O equipamento disponibilizará atendimento aos vários tipos de parto, mas dará prioridade ao parto normal. A maternidade será localizada em Fortaleza, capital do Estado do Ceará, no bairro Mondubim, pertencente à Regional V. O bairro é considerado o mais populoso da Regional V, com uma população de 76.044 (setenta e seis mil e quarenta e quatro) habitantes, segundo o perfil socioeconômico de Fortaleza elaborado em 2012 pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE). Esta regional não apresenta estabelecimentos de saúde com maternidade que disponha de atendimento humanitário, fazendo com que gestantes tenham que se deslocar muito para um atendimento de qualidade.


8

1.1. JUSTIFICATIVA

O Brasil ocupa atualmente o segundo lugar no mundo em número de cesarianas. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece em até 15% a proporção recomendada, no Brasil esse percentual chega a 57%. (BRASIL, 2018). Essa taxa surgiu de uma declaração feita por um grupo de especialistas em saúde reprodutiva durante uma reunião promovida pela OMS em 1985, em Fortaleza, no Brasil, e que diz: “Não existe justificativa para qualquer região do mundo ter uma taxa de cesárea maior do que 10-15%” (NCBI, 1985). O grupo de especialistas baseou essa afirmação em uma revisão dos poucos dados disponíveis na época, provenientes principalmente de países no norte da Europa, que mostravam ótimos resultados maternos e perinatais com essas taxas de cesárea. Desde essa declaração, por diversos motivos, as cesáreas vêm se tornando cada vez mais frequentes tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento (Vogal et. Al., 2015). Quando realizadas por motivos médicos, as cesáreas podem efetivamente reduzir a mortalidade e a morbidade materna e perinatal (Hanna et. Al., 2000). Porém não existem evidências de que fazer cesáreas em mulheres ou bebês que não necessitem dessa cirurgia traga benefícios. Assim como qualquer cirurgia, uma cesárea acarreta riscos imediatos e a longo prazo. (Organização Mundial da Saúde, 2015).

A escolha do tema provém da importância de implementar estabelecimentos de saúde que sejam capazes de proporcionar mudanças na quantidade de partos cesáreos, sendo esse realizado, na maioria das vezes, sem necessidade por diversos motivos.

Quanto às justificativas para a escolha da cesárea, constam motivos relacionados à mãe e ao bebê, tais como: “o outro parto também foi”, “eu tinha problema na gravidez”, “cesárea dói menos”, “para fazer laqueadura” e “o bebê tinha problema”. As justificativas alegadas revelam que o desejo pela cesárea é determinado pelo receio de sofrer dores e pela possibilidade de ter complicações com o recém-nascido e consigo mesma, entre outros fatores. Chama a atenção que os justificativos “partos mais rápido/ melhor”, experiência do parto anterior” e “dói menos” são compartilhadas por mulheres que desejavam o parto e por aquelas que desejavam a cesárea. Essa aparente contradição pode ser interpretada a partir da subjetividade e experiência de cada mulher. (Oliveira et. al., 2002)

Segundo a Lei Nº16.836, 17 de janeiro de 2019 no art2°, para a realização do parto humanizado, a mulher em seu período gestacional tem os seguintes direitos:


9

respeito à intimidade, privacidade e ser tratada com dignidade; ser ouvida, ter suas dúvidas esclarecidas e receber todas as informações e explicações que desejar, em especial as que a impedem de optar pelo parto normal, quando cabível; dispor de acompanhante de sua escolha, independentemente do sexo, durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto; escolher a melhor posição durante o trabalho de parto e, para o parto, ser incentivada a adotar posições, mais favoráveis à boa evolução do parto, como sentada ou de cócoras; ter acesso a métodos não farmacológicos para conforto e alívio da dor, como massagens, banhos, cavalinho, bola, entre outros; não ser submetida, bem como seu bebê, à intervenções e procedimentos desnecessários; receber apoio físico e emocional de doula durante o trabalho de parto, o parto e o pósparto, sempre que solicitar; estando seu bebê sadio, ser-lhe facultado contato pele a pele precoce e prolongado com seu bebê logo após o nascimento e serem-lhe propiciadas condições para amamentação na primeira hora de vida, ainda no local do parto. Fortaleza possui 18 hospitais com maternidade (Mapa 1), dos quais 13 atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 5 são de rede particular. Em sua maioria, os hospitais ficam localizados no norte da capital, dentre eles, 5 possuem a estrutura para concepção de partos humanizados, sendo eles: Hospital Regional Unimed, Hospital São Camilo Cura Dars, Hospital Distrital Gonzaga Mota Messejana, Maternidade Escola Chateaubriand e Hospital da Mulher.


10

Mapa 1: Hospitais com maternidade em Fortaleza

Fonte: Extraindo do Google Earth, e editado pelo autor. Acesso: dezembro de 2019.

Em grandes cidades, é comum que hospitais que oferecem todos os tipos de serviços sejam localizados dentro de seus centros. Isso Faz com que a população periférica, que normalmente é a que mais utiliza o SUS, fique distante dos hospitais públicos. Tal problemática é apresentada no Mapa 01, no qual vemos a localização de maternidades concentradas na região central da capital. A escolha do projeto da maternidade mostra sua importância ao possibilitar assistência às mulheres da Regional V, onde reside a maior concentração da população absoluta e relativa em condições de extrema pobreza em comparação com as outras regionais, como visto abaixo na Tabela 1; e onde reside a 1° maior concentração de jovens, com o bairro Mondubim sendo o 2° maior (Tabela 2,3). Tabela 1: Extrema pobreza por regionais – 2010. Extrema pobreza Regionais

N° de bairros

População total

Regional I 15 363.912 Regional II 21 363.406 Regional III 16 360.551 Regional IV 20 281.645 Regional V 18 541.511 Regional VI 29 541.160 Total 119 2.452.185 Fonte: Mapa de extrema pobreza – IPECE.

%

5,42 3,48 4,83 3,05 7,12 6,85 -

19.730 12.634 17.417 8.583 38.554 37.074 133.992

% sobre o número total de extremamente pobres 14,72 9,43 13,00 6,41 28,77 27,67 100,00


11

Tabela 2: Distribuição populacional e de jovens segundo as regiões administrativas de Fortaleza. Regional

População Total

Regional SER 1 363.912 Regional SER 2 363.406 Regional SER 3 360.551 Regional SER 4 281.645 Regional SER 5 541.511 Regional SER 6 541.160 Fonte: Perfil da juventude em Fortaleza – IPECE.

Jovens

Proporção de Jovens

105.559 101.867 106.272 81.890 161.633 161.392

29,0 28,0 29,5 29,1 29,8 29,8

Tabela 3: Os dez bairros com maior população jovem. Bairro 15-19 anos 20-24 anos Barra do Ceará 7,382 8.015 Mondubim 7.242 7.578 Vila Velha 5.696 6.248 Granja Lisboa 5.585 5.433 Jangurussu 5.585 5.012 Passaré 4.891 4.993 Quintino Cunha 4.799 5.079 Vicente Pinzon 4.158 4.723 Pici 4.380 4.550 Genibau 4.303 4.568 Fonte: Perfil da Juventude de Fortaleza – IPECE.

25-29 anos 7.180 7.486 5.892 5.015 4.920 4.955 4.878 4.650 4.069 3.973

Jovens 22.577 22.306 17.836 16.033 15.196 14.839 14.756 13.531 12.999 12.844

O objetivo do equipamento é de proporcionar melhorias no serviço de maternidade através da humanização do espaço arquitetônico, trazendo conforto para seus usuários em um momento tão importante da vida. A maternidade seguirá as diretrizes da Rede Cegonha, segundo a PORTARIA Nº 1.459, DE 24 DE JUNHO DE 2011 o Art.1°. A Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério; bem como garantir à recém-nascido o direito ao nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis. O equipamento será implantado no terreno de forma que haja disponibilidade de área para ampliação futura no terreno vizinho. O local é bastante acessível, pois está localizado entre as avenidas Godofredo Maciel e Presidente Costa e Silva; e as ruas Coronel Tibúrcio, Oscar Benevides e Jorge Ralpp (Mapa 2). Ademais, o terreno é próximo à estação de metrô Mondubim, que liga Pacatuba ao Centro de Fortaleza. Uma das razões para a implantação de tal obra é ausência de equipamentos voltados ao atendimento humanizado na Regional V.


12

Mapa 2: Terreno para implantação do equipamento

Fonte: Extraído do Google Earth, e editado pelo autor. Acesso: dezembro de 2019.

A maternidade será intitulada de Maternidade Gaia, nome esse derivado da mitologia grega, onde segundo SILVA, Larissa (2018) Gaia na mitologia representava uma deusa primordial a Mãe Terra onde se deu a origem a muitos deuses (Noite, dia, Mar, Oceano ...). Figura 1: Logo de nome fantasia da Maternidade Gaia.

Fonte: criado pelo autor.

1.2. OBJETIVO GERAL

Realizar um anteprojeto de arquitetura que idealiza uma Maternidade na cidade de Fortaleza que atenda às necessidades das parturientes, através da Rede Cegonha e das exigências e normas da ANVISA, visando a conclusão do bacharelado em Arquitetura e Urbanismo.


13

1.2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Implementar itens de humanização no espaço hospitalar para gestantes e recém-nascidos, contando com a integração dos espaços interiores e exteriores, visando a eficiência desses espaços. • Propor jardins no entorno da maternidade que possam ser utilizados para melhorar o conforto ambiental. • Utilizar diretrizes sustentáveis, evidenciando o uso da iluminação, da ventilação, da acústica, das cores e das texturas.

1.3. METODOLOGIA

O seguinte trabalho será desenvolvido com base em uma pesquisa que conta com apoio de dados quantitativos oriundo de fontes apresentadas nas referências. Contará, além disso, com estudos sobre o tema abordado, seguindo normas essenciais para o projeto. Para que este seja realizado, deve ser seguido um plano de ação descrito como: PESQUISA – O primeiro seguimento para realização do trabalho é realização de uma pesquisa bibliográfica de artigos voltados para especificidade do estudo em questão e sites relacionados ao tema, com o intuito de aprimorar os objetivos a serem atendidos para realização do projeto arquitetônico. LEVANTAMENTO DE DADOS – O segundo seguimento é baseado em pesquisas sobre o local para que seja possível conhecer, entender e analisar o atual estado do local onde será implantado o equipamento, fazendo uso de mapas, leis e diagnósticos para fundamentação do projeto e analises regionais, a fim de conceber um diagnóstico do local para realização do projeto. PROPOSTA – O terceiro seguimento é apresentar um anteprojeto de arquitetura com um plano para a implantação de uma maternidade que atenda a todos os objetivos gerais e específicos citados neste trabalho.


14


15

2.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Este tópico apresentará a construção do tema do trabalho através das subseções a seguir e será de grande importância para sua compreensão, pois caracteriza o tema de humanização de ambientes hospitalares e a importância do parto humanizado.

2.1. HUMANIZAÇÃO NO AMBITO HOSPITALAR

O sentido do termo “humanização” no âmbito do atendimento médico é: “Humanizar em Saúde é resgatar o respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas, presentes em todo o relacionamento humano”. (BRASIL, 2000). No ambiente hospitalar, principalmente em maternidades, a humanização é essencial entre médico e paciente, pois o médico passa a ser tratado como humano acima de tudo, e não como uma máquina para a qual o que importa é o lucro ou desocupar rapidamente uma sala. O tratamento precisa ser focado reais necessidades do paciente, de modo que ele fique confortável e seja de fato ouvido pela equipe. É preciso, também, que o ambiente seja acolhedor e deixe de ser somente uma “caixa fria”. João Figueiras, mais conhecido como Lelé, diz que:

“Ninguém se cura somente da dor física, tem de curar a dor espiritual também. Acho que os centros de saúde que temos feito provam ser possível existir um hospital mais humano, sem abrir mão da funcionalidade. Passamos a pensar a funcionalidade como uma palavra mais abrangente: é funcional criar ambientes em que o paciente esteja à vontade, que possibilitem sua cura psíquica. Porque a beleza pode não alimentar a barriga, mas alimenta o espírito”. (LIMA, 2004 pág. 50)

A humanização do ambiente consiste em promover às pessoas que o utilizam conforto e bem-estar através de elementos como iluminação, cor, ventilação.


16

2.2. ARQUITETURA COMO MEIO DE HUMANIZAÇÃO

Para Corbella (2003), uma pessoa está confortável em um ambiente quando se sente em neutralidade em relação a ele. No caso dos edifícios hospitalares, a arquitetura pode ser um instrumento terapêutico quando contribui para o bem-estar físico do paciente através da presença de espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de convívio mais humanas (MARTINS, 2004). A arquitetura possui um papel de suma importância para que o ambiente hospitalar deixe de ser um local incômodo e se torne um ambiente de conforto e alívio para seus usuários. Existem escolhas nas quais o projetista precisa ter cautela, como a cor e a iluminação, visto que elas afetam diretamente no psicológico do ser humano, principalmente em um ambiente como o hospitalar (VASCONCELOS, 2004). O conforto acústico, também, é de grande importância no projeto de uma maternidade, pois, em certos casos, é capaz de causar estresse, irritação e frustração, alterando o humor e afetando a percepção visual dos usuários (VASCONCELOS, 2004). É responsabilidade do projetista, ao planejar um ambiente hospitalar, levar em consideração todas essas diretrizes que proporcionam um ambiente hospitalar mais agradável para quem o utiliza.


17


18

3.

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Este tópico apresentará as características e os dados sobre o local de implantação da maternidade com o intuito de apresentar o local escolhido, mostrando fotos do local, seu entorno, mapas e aspectos socioeconômicos da área.

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

O Terreno está localizado na capital do Estado do Ceará, Fortaleza, e está situado no Mondubim, bairro com a maior extensão territorial da Regional V, entre as avenidas Godofredo Maciel e Presidente Costa e Silva; e as ruas Coronel Tibúrcio, Oscar Benevides e Rua Jorge Ralpp. A Regional V possui o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Fortaleza, sendo de 0,440, de acordo com o IPECE em 2012. A região é caracterizada também com fortes índices de violência e falta de infraestrutura de esgoto. Além disso, possui uma população de 541.511 (quinhentos e quarenta um mil quinhentos e onze) habitantes, dos quais 161.633 (cento e sessenta e um mil seiscentos e trinta três) são jovens de 15 (quinze) à adultos 30 (trinta) anos, sendo 22.306 (vinte e dois mil trezentos e seis) deles pertencentes apenas ao bairro Mondubim. O bairro, além de servido por importantes vias que o conectam ao resto da cidade de Fortaleza e à Região Metropolitana de Fortaleza, como as avenidas Godofredo Maciel e Presidente Costa e Silva, que possuem proximidade com a Avenida Gen. Osório de Paiva (Mapa 03), possui uma estação de metrô. O terreno escolhido está localizado em uma das Zonas Especiais de Dinamização Urbanística e Socioeconômica (ZEDUS) – porções do território destinadas à implantação e/ou intensificação de atividades sociais e econômicas, com respeito à diversidade local, e visando ao atendimento do princípio da sustentabilidade (FORTALEZA, 2017).


19

Mapa 3: Mapas de vias bairro Mondubim

Fonte: Extraído do Google Earth, e editado pelo autor. Acesso: dezembro de 2019

3.2. DIRETRIZES DE ESCOLHA DO TERRENO

Considerando a grande concentração de pessoas jovens e de população em condições de extrema pobreza, que por vezes não têm conhecimento da importância de um local adequado para seu período gestacional; e a falta de um espaço que possua equipamento adequado para o parto humanizado. Além disso, o terreno possui potencial de conexão viária e de transporte público que facilitam o acesso à maternidade tanto de pessoas da regional como de outros municípios da Região metropolitana de Fortaleza. 3.3. MAPAS DE LOCALIZAÇÃO

Os mapas de localização a seguir são para o melhor entendimento geográfico de onde está situado o local de implantação para realização do trabalho.


20

Mapa 4: Mapa de Fortaleza com destaque na Regional V.

Fonte: Extraído do Google Earth, e editado pelo autor. Acesso: dezembro de 2019

O mapa 4 é referente à localização da Regional V na cidade de Fortaleza, com destaque para o bairro Mondubim. Mapa 5: Mapa do entorno.

Fonte: Extraída do Google Earth, e editada pelo autor. Acesso: dezembro de 2019

O mapa 5 é referente ao que o entorno do terreno possui, dentro de uma porção do bairro.


21

3.4. REGISTROS FOTOGRÁFICOS

Para análise da atual situação do entorno do terreno escolhido, esse tópico mostrará algumas imagens das vias para que seja possível o entendimento da atual situação do local e para a realização da implantação do equipamento. De acordo com a imagem (Figura 01), é possível ver a Rua Jorge Ralpp somente com muros, apresentando insegurança, e calçadas pavimentadas de forma irregular. Figura 2: Rua Jorge Ralpp com Rua Coronel Tibúrcio.

Fonte: Arquivo pessoal do autor. Novembro de 2019.

De acordo com as demais imagens (Figura 02, 03, 04), é possível ver a falta ou desgastes de sinalização e falta de pavimentação das calçadas.


22

Figura 3: Rua Oscar Benevides com Rua Coronel Tibúrcio.

Fonte: Arquivo pessoal do autor. Novembro de 2019. Figura 4. Av. Godofredo Maciel com Rua Oscar Benevides.

Fonte: Extraído do Google Earth. Acessado em: 20 de fevereiro de 2020. Figura 5. Rua Jorge Ralpp com Av. Godofredo Maciel.

Fonte: Extraído do Google Earth. Acessado em: 20 de fevereiro de 2020.


23


24

4.

REFERÊNCIAL TEÓRICO

Para o referencial teórico, em relação à fundamentação do tema, o projeto Maternidade Gaia tem em suas atribuições a Relação ambiente e usuário e A integração da edificação ao clima.

4.1. AMBIENTE X USUÁRIO

Segundo Campos de Carvalho (2011, pág. 23), a psicologia ambiental contribui com os conhecimentos sobre a forma de agir das pessoas, isto é, todo indivíduo se encontra dentro de campo de força no qual é atraída ou repelida pelos objetos presentes em seu espaço vital. Na perspectiva sistêmica, pessoa e ambiente não são abordados de forma separada, posto que são intrínsecos. Seguindo essa perspectiva, a concepção de um ambiente na psicologia ambiental é caracterizada por uma visão multidimensional disposta em três dimensões (CAMPOS-DE-CARVALHO et. Al, 2011): •

Componentes

físicos:

arquitetura,

decoração,

acústica,

iluminação,

temperatura, equipamentos, mobiliário, objetos, etc. •

Componentes não físicos: aspectos psicológicos ou pessoais dos usuários daquele ambiente.

Aspectos sociais: papeis, atividades e valores dos participantes daquele contexto; crenças, autoestima, etc. Os ambientes podem ser divididos em três termos: 1) suas propriedades

objetivas/observáveis representando seus aspectos físicos; ou subjetivas, sendo aquelas em que são percebidas por quem utiliza; 2) sua escala de imediaticidade, a saber, ambientes que aproximem ou distancie. Dentre os estudos sobre ambientes existe a abordagem de ambientes ecológicos, na qual o ambiente é concebido, como afirma Campos-de-Carvalho (2011), “em termos multidimensionais e molares, e o foco de analise está nas interrelações entre pessoas e seus meios sociofísicos [...] muito mais do que nas conexões


25

entre estímulos discretos e respostas comportamentais”. Segundo Campos-deCarvalho (2011), uma abordagem ecológica sobre percepção visual é levada em consideração o ambiente como campo de oportunidades, um conjunto de recursos (arranjos físicos, grupais e etc.) de possibilidades de ação ou comportamento onde a pessoa é livre para dotar ou não. Pesquisadores adeptos da abordagem ecológica possuem o senso comum de certos pressupostos básicos da noção de ambiente, apesar de se diferenciarem nas dimensões ambientais focalizadas, como por exemplo, em aspectos físicos, sociais, culturais, psicológicos, etc. Esses pressupostos são divididos em quatro e contribuem para a compreensão e a noção de ambiente: 1) visão bidirecional da relação de pessoa-ambiente, na qual as características da pessoa e do contexto interagem, modificando-se mutualmente. Sendo assim, não é apenas o ambiente que exerce influência sobre o usuário, mas o usuário também age e modifica o ambiente, em especial quando o mesmo não atende às suas necessidades e objetivos (CAMPOSDE-CARVALHO et. Al, 2011); 2) interdependência de variáveis: esse pressuposto evidencia a visão multidimensional de ambiente, na qual o ambiente é composto por aspectos físicos e não físicos (CAMPOS-DE-CARVALHO et. Al, 2011). O ambiente físico é envolvido pelo sistema social, econômico, político e cultural em que se encontra e é intrínseco a eles; 3) não neutralidade dos contextos ambientais: o ambiente do cotidiano e habitual influencia e é influenciado pelo modo como os usuários do ambiente o percebem, como se sentem e se comportam naquele contexto ambiental especifico. A ausência de consciência dessa influência não inibe a ação do espaço sobre o usuário, assim como, mesmo sem falar ou agir, sua presença não está isenta de modificá-lo, como explica Campos-de-Carvalho et. Al (2011). Os contextos ambientais não são isentos de valores: a organização de um ambiente transmite significações, tais como intenções e valores das pessoas que os construíram e os controlam. Dessa forma, a organização do ambiente gera expectativas sobre quem será seu usuário e que tipo de comportamento se espera que ele adote; 4) unicidade do ambiente: o ambiente pode ser composto por vários aspectos, sejam eles do usuário ou do ambiente, ambos em mútua modificação. O ambiente é utilizado pelo usuário como um todo, o que, segundo Campos-de-Carvalho et. Al (2011), não significa que suas dimensões não possam ser lembradas separadamente, e, sim, que a natureza fenomenológica da experiência proporciona um sentido de campo unitário.


26

Bittencourt (2008, pág. 67) traz, em ‘’Arquitetura do ambiente de nascer’’, que em edifícios de assistência de saúde, particularmente em centros obstétricos, são frequentes as situações críticas de estresse envolvendo relações interpessoais e indivíduos com algum grau de sofrimento, seja ele físico ou psíquico, e que os fatores ambientais

de

conforto

assumem

responsabilidade

significativa

durante

o

desenvolvimento da concepção arquitetônica. De acordo com Pallasmaa (2011, pág. 119), a arquitetura não possui somente a função de promover abrigo físico, facilitar a realização das atividades humanas e estimular prazeres sensoriais, mas, além de serem exteriorizações e extensões das funções corporais humanas, as edificações também são extensões e projeções mentais; são exteriorização da imaginação, da memória e da capacidade de conceptualização. Em seu livro “A imagem corporificada’’, Pallasmaa ainda aborda o tema arquitetura como um verbo, isto é: a edificação emoldura e estrutura, articula e relaciona, separa e une, proíbe e facilita. A edificação é encontrada e não apenas vista, ela é acessada, confrontada, adentrada, relacionada com o nosso corpo, percorrida e utilizada como um contexto e uma condição para diversas atividades e coisas. A psicologia ambiental e a arquitetura possuem uma relação fundamental entre as expectativas do usuário e as ações desenvolvidas no ambiente, sendo assim, ao estabelecer a qualidade do ambiente, o projeto arquitetônico toma decisões projetuais que, segundo Bittencourt (2008, pág. 68), vão desde o impacto da edificação no terreno em função das suas condições de ventilação natural e da orientação solar. São esses os principais pontos para o conforto hidrotérmico e a qualidade do ar. Que podem ser estudados a partir do conhecimento da arquitetura bioclimática.

4.2. ADEQUAÇÃO DA CONSTRUÇÃO AO CLIMA

De acordo com Peren (2006), a arquitetura tem o usuário como objetivo central, porém, carrega também toda a discussão que o engloba; questões pertinentes a suas necessidades e limitações físicas, suas atividades, sua cultura e realidade socioeconômica, assim como questões relativas à sua subjetividade. Peren (2006) também fala que fazer arquitetura representa considerar todos os problemas que


27

atingem o homem. A arquitetura bioclimática é o meio de fazer arquitetura de forma que ela adeque ao clima do local, proporcionando conforto ao usuário. Corbella (2011) acrescenta que, além de se preocupar com a adequação da construção ao clima, visando ao conforto térmico, acústico e visual do usuário, a arquitetura bioclimática regula a relação do externo com o interno, como uma membrana que é permeável e controlada. Dessa forma, o arquiteto deve selecionar materiais convenientes, que levem em conta suas variáveis climáticas externas. Por isso, se faz necessário conhecimento do clima do local, como afirma Corbella (2011), e o conhecimento do comportamento dos materiais a serem usados, do ponto de vista térmico, luminoso e acústico, para que a membrana do edifício seja eficiente. Atualmente, o Brasil sofre considerável influência da arquitetura internacional. Corbella (2011) afirma que o país perdeu sua harmonização com o clima tropical e passou a depender da energia elétrica para dispositivos como ar-condicionado e iluminação artificial. Essa dependência cultural de tecnologias importadas, assim como falta de preocupação com o consumo de energia ou o impacto ambiental, levam a disseminação da ideia de que qualquer projeto arquitetônico poderia ser desenvolvido sem consideração do clima local. A maior parte dos ambientes construídos atualmente só se tornam habitáveis graças à utilização de sistemas artificiais de climatização. Para Corbella (2011), o caso dessas edificações onde não há a preocupação com o clima local, trata-se apenas de uma arquitetura de forma, que é desprovida de conteúdo e ignora o conforto do usuário. Por isso, a arquitetura bioclimática se torna necessária para que os seus usuários fiquem confortáveis com o ambiente, não só no tocante ao conforto térmico, mas que se possa utilizar a iluminação natural disponível, e que sua acústica seja livre de ruídos externos que possam desconcentrar o usuário e lhe causar estresse. O projeto bioclimático – além de considerar todos os parâmetros tradicionais de projeto – precisa integrar o programa a local, considerando os fenômenos climáticos e as necessidades energéticas ambientais. Ao agregar valores ao projeto de arquitetura, sem deixar de lado a tecnologia, a forma e o estilo, contribui-se para poupar energia, evitar o desperdício dos recursos naturais, prevenir a poluição resultante da geração e do uso da energia convencional e melhorar a qualidade de vida do usuário. (CORBELLA, 2011, p.20).

Maternidades, normalmente, fazem uso de climatização artificial para o centro obstétrico, particularmente para a sala de parto, na qual exige-se um eficiente nível de controle hidrotérmico das condições físicas do ar (BITTERCURT, 2011). Nesse


28

caso, a construção deverá ser pensada de maneira a diminuir ao máximo trocas térmicas com o exterior, permitido somente a renovação de ar por razões higiênicas Corbella (2011, pág. 73).

Segundo Corbella (2011, pág. 72), existem estratégias para edificações que possuem climatização artificial, em que todo o envelope da área climatizada deve possuir uma difusividade pequena. Esta estratégia visa reduzir a potência do sistema e permitir um menor consumo de energia, reduzindo o valor da conta de energia. Como o conhecimento do clima é um dos principais fatores para melhor adequação da edificação ao clima, faz-se necessário apontar que a cidade onde o projeto da maternidade será implantado é Fortaleza, que é classificada como Aw segundo a classificação de Köppen-Geiger, o que significa que a cidade é tropical e possui estação invernosa ausente e temperatura média do mês mais frio do ano maior que 18°C; além disso, a cidade tem as chuvas mais concentradas no verão e invernos secos. Outras estratégias para a arquitetura no clima tropical segundo Corbella (2011, pág. 22), são a redução da área de vidro sem proteção solar como meio de evitar o efeito estufa; utilizar a ventilação para reduzir umidade para promover a renovação do ar e adaptar a edificação ás características do entorno (relevo, vegetação, etc.). Para que a maternidade possua uma ligação entre o usuário e o ambiente construído, diretrizes da psicologia ambiental e da arquitetura bioclimática possuem um papel fundamental. Esses fatores teóricos devem ser levados em consideração, deixando explicita a vontade de trazer para as usuárias da maternidade, que irão ter um dos momentos mais importantes de suas vidas ali, que a arquitetura lhe proporcione conforto e tranquilidade.


29


30

5.

REFERENCIAL PROJETUAL

Os projetos apresentados a seguir foram usados como referência para realização do projeto de intervenção do presente trabalho. Assim, serão destacados os pontos utilizados como referência, além de mostrar um pouco das edificações em questão.

5.1. HOSPITAL MATERNIDADE SÃO LUÍS – UNIDADE ANÁLIA FRANCO

A unidade Anália Franco do Hospital e Maternidade São Luiz é a terceira da rede e a maior em extensão. O hospital está localizado no bairro Tatuapé e é considerado o primeiro de alto padrão da Zona Leste. Figura 6: Vista do Hospital Materno Infantil São Luís

Fonte: Marcelo Scandaroli. Tabela 4. Ficha técnica do projeto do Hospital Maternidade São Luís Hospital Maternidade São Luís – Unidade Anália Franco, São Paulo - SP Projeto de arquitetura Zanettini Arquitetura Início do projeto 2003 Conclusão do projeto 2007 Área do terreno 7.950 m² Área construída 43.816 m² Fonte: Elaborado pelo autor.


31

5.1.1. SOBRE O HOSPITAL MATERNIDADE SÃO LUÍS – UNIDADE ANÁLIA FRANCO

A referência a ser utilizada para o projeto será o seu programa de necessidades, que segue as instruções normativas da RDC n° 50, segundo Aquino et. al. (2012), conforme o programa físico e funcional desta tipologia de arquitetura. Outra referência a ser apresentada será de uma construção horizontal que, por se tratar de um edifício hospitalar, sua prioridade é funcionalidade e comodidade. A unidade Anália Franco possui um programa complexo, visto que possui 43.000 m² de área construída com 185 apartamentos, 6 suítes de maternidade, 1 suíte no hospital, 36 leitos de UTI, 37 leitos de UTI neonatal, 8 leitos de UTI infantil e 6 leitos de semi-intensiva neonatal. Além disso, possui centro cirúrgico com 18 salas, centro obstétrico com 9 salas, 2 salas para parto normal e 4 salas de pré-parto. Seus apartamentos seguem um padrão e apresentam o seguinte programa: acomodação para acompanhante, poltrona, mesa para refeição, TV, armário e banheiro; as suítes da maternidade incluem ainda um berço, uma poltrona e uma almofada para amamentação como apresenta a figura 7. Figura 7: Acomodações quarto de internação individual

Fonte: Rede São Luiz

A sua volumetria é composta de volumes escalonados, assim, abrindo espaço para transformar o terreno em uma praça, como podemos ver na figura 8; o espaço que se cria se transforma em um lugar de convívio. O escalonamento tem grandes


32

vãos que exigem uma complexa solução estrutural. Seus pavimentos são divididos em setores, cada um com sua funcionalidade. Figura 8: Vista lateral do Hospital Maternidade São Luís, com destacando as varandas.

Fonte: autor desconhecido.

As fachadas abertas do hospital são destinadas às internações avarandadas e as fachadas fechadas são os blocos cirúrgicos e obstétricos, pavimento técnico e UTI. Zanettini aponta que para dar leveza estética à acentuada volumetria horizontal, foram criadas varandas, passarelas, panos de vidro e cores na fachada. Figura 9. Vista da fachada com pele de vidro

Fonte: Marcelo Scandaroli.


33

Um marco na divisão do edifício é que em seu espaço central, foi permitida a implantação de um jardim com espelho d’água no quarto piso, para o qual se voltam todos os ambientes de estar dos andares superiores. “Boa parte do térreo é ajardinada, configurando uma praça de passeio, circulação de pedestres e veículos e jardins”, relata Zanettini. Figura 10: Jardim do Hospital

Fonte: Marcelo Scandaroli.

A setorização do edifício se dá para que este possa atender as demandas da maternidade e da parte clínica e médica do hospital, na qual seja possível otimizar o uso de equipamentos e o trabalho das equipes do hospital, como observa-se a figura De acordo com AQUINO et. al. (2012), a setorização foi pensada no conforto térmico da edificação, para que este forneça o melhor aproveitamento do terreno e valorize o entorno. Segundo Zanettini, o conforto térmico e luminoso foi uma das premissas para a idealização da volumetria e de como foi adotado o tratamento de suas fachadas, de modo que elas possam privilegiar a iluminação e a ventilação natural. Alguns elementos da edificação assumem a função de proteção solar, como na sua malha estrutural junto com as varandas dos quartos, emoldurando e sombreando a fachada, como pode ser visto na figura 11.


34

Figura 11: Corte esquemático e setorizado do Hospital São Luiz

Fonte: AQUINO et. al. (2012)

Figura 12: Varandas do Hospital São Luiz

Fonte: Marcelo Scandaroli.

O estudo do hospital e Maternidade São Luiz – Unidade Anália Franco serve como referência para decisões do projeto, como por exemplo: a otimização do uso de espaços com a sua setorização, a criação de jardim visando o conforto ambiental, a ideia de varandas que funcionem como proteção e tragam uma sensação de conforto para o ambiente.


35

5.2. HOSPITAL INFANTIL NEMOURS – ORLANDO, EUA

O hospital em questão está localizado em Lake Nona Medical City. O empreendimento é de uso misto, o diferencial do projeto é que um dos arquitetos autores do projeto pediu a colaboração de pais e crianças para o desenvolvimento do projeto com o intuito de desenvolver um ambiente de cura que seja acolhedor e que promova um ambiente que encanta as crianças. Figura 13: Vista do Hospital Nemours.

Fonte: Jonathan Hillyer. Tabela 5: Ficha técnica do Hospital Infantil Nemours: Obra Projeto de arquitetura Ano do projeto Área do terreno Área total construída Fonte: Elaborado pelo autor

Hospital Infantil Nemours, Orlando-EUA Stanley Beaman & Sears 2012 600.000 m² 192.000 m²

5.2.1. SOBRE O HOSPITAL INFANTIL NEMOURS – ORLANDO, EUA No projeto, o arquiteto se preocupou em conectar natureza com ambiente hospitalar, além da criação de espaços externos, onde as famílias e crianças internadas podem ter um ambiente de descanso e lazer ao mesmo tempo, o que traz tranquilidade a quem usufrui do ambiente, como visto na figura 13.


36

Figura 14: Jardins do Hospital Nemours.

Fonte: Jonathan Hillyer.

Uma outra preocupação foi a criação de fazer ambientes de encontro, com isso provendo espaços de interação entre pacientes, como visto na figura 14 e 15. Além do cuidado médico, o hospital é destinado a tranquilizar e inspirar, encorajar e divertir, pois uma de suas filosofias é o cuidado central com a família em todas as esferas da vida. Figura 15: Lobby do Hospital Nemours

Fonte: Jonathan Hillyer.


37

Figura 16: Espaço de encontro do Hospital Nemours.

Fonte: Jonathan Hillyer.

Em seu programa o hospital possui: quarto de pacientes com acomodações para até dois responsáveis, lavanderia e um balcão de atendimento no lobby do elevador de cada pavimento para guiar os usuários; amplas salas de estar e recreação com vistas e acesso a grandes espaços ao ar livre projetados para descanso e lazer que incluem terraços ajardinados na coberta, instalações aquáticas interativas e um palco comunitário ao ar livre. É possível acomodar 32 leitos e 24 salas de exames. O projeto possui espaços para expansão hospitalar e ambulatorial. A paleta de cores do hospital inclui sistemas pré-moldáveis, terra cota, painéis de metal e vidro. Dando um aspecto estético simples e moderno, enquanto o mobiliário colorido e as ilustrações gráficas pontuam os espaços. A iluminação nos quartos pode ser escolhida de acordo com o gosto da criança estimulando a criatividade com a utilização de cores e criando uma fachada noturna dinâmica, como na figura 16.


38

Figura 17: Fachada do Hospital Neumours.

Fonte: Jonathan Hillyer.

O clima da região de Orlando é subtropical, o sol intenso e a umidade foram uma grande preocupação no projeto (ARCHDAILY, 2019). Além da criação de espaços externos sombreados, a luz natural é muito presente no projeto por possuir aberturas. A equipe de projeto se preocupou também com a sustentabilidade, por isso foi incentivado o plantio de árvores no início do processo construtivo para que a paisagem já estivesse madura na data de sua inauguração. O hospital infantil traz autenticidade, com uma arquitetura madura e cheia de vida, uma atmosfera interior enriquecedora e fresca, e um paisagismo que celebra o papel que a natureza pode exercer no processo de cura. O estudo do Hospital Infantil Nemours serve como referência para decisões do projeto como: o paisagismo e como o projeto criou esses espaços de cura, os espaços de convívio e de encontro, os usos de materiais no projeto que trazem uma estética moderna e como o hospital aborda a imaginação, com espaços criativos usando a iluminação e outros espaços.


39

5.3. LEGISLAÇÃO URBANA

Nesta subseção será apresentada toda as leis e normas utilizadas como diretrizes para concepção do anteprojeto arquitetônico para a Maternidade Gaia, localizada no bairro Mondubim na cidade de Fortaleza-CE.

5.3.1. MACROZONA DE OCUPAÇÃO URBANA E ZONAS ESPECIAIS

O bairro Mondubim se encontra na macrozona de Zona de Requalificação Urbana 2 (ZRU 2), como podemos ver no mapa 6, sendo assim por caracterizar-se, segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), pela insuficiência ou precariedade da infraestrutura e dos serviços urbanos, principalmente de saneamento ambiental, carência de equipamentos e espaços públicos e a incidência de núcleos habitacionais de interesse social precários, destinando-se à requalificação urbanística e ambiental e à adequação das condições de habitabilidade, acessibilidade e mobilidade. Tabela 6: Tabela com índices urbanísticos da ZRU 2 ZRU 2 – ZONA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA 2 Índice de aproveitamento máximo

1,5

Índice de aproveitamento básico

1,5

Índice de aproveitamento mínimo

0,1

Taxa de permeabilidade

30%

Taxa de ocupação

60%

Taxa de ocupação de subsolo

60%

Altura máxima da edificação 48 metros Fonte: Tabela elaborada pelo autor com informações da LUOS de Fortaleza (2017).


40

Mapa 6: Zona de requalificação urbana 2.

Fonte: Mapa elaborado pelo autor com informações da LUOS de Fortaleza (2017).

O bairro encontra-se também na zona especial ZEDUS Corredor Perimetral – Sul, que, segundo a LUOS, são porções do território destinadas à implantação e/ou intensificação de atividades sociais e econômicas, como podemos ver no mapa 7, com respeito à diversidade local, e visando o atendimento do princípio da sustentabilidade. Tabela 7: Tabela com índices urbanísticos da ZEDUS. ZEDUS – ZONAS ESPECIAIS DE DINAMIZAÇÃO SÓCIO ECONÔMICA Índice de aproveitamento máximo

1,5

Índice de aproveitamento básico

1

Índice de aproveitamento mínimo

0,1

Taxa de permeabilidade

30%

Taxa de ocupação

60%

Taxa de ocupação de subsolo

60%

Altura máxima da edificação 48 metros Fonte: Tabela elaborada pelo autor com informações da LUOS de Fortaleza (2017).


41

Mapa 7: Zonas especiais de dinamização sócio econômica.

Fonte: Mapa elaborado pelo autor com informações da LUOS de Fortaleza (2017)

5.3.2. GRUPO E SUBGRUPO Conforme a LUOS, o equipamento que será implantado tem características do grupo de serviços e aplica-se ao subgrupo SS – SERVIÇOS DE SAÚDE, no qual será aplicado ao seguimento de maternidade, como apresentado na tabela 8. Tabela 8: Tabela com subgrupo de serviços de saúde ATIVIDADE

CLASSE SS

PORTE m²

N° MÍNIMO DE VAGAS DE ESTACIONAMENTO 1 vaga/ 100m² A.C.C.

3 ATÉ 1000 PGV1 1001 a 2500 Maternidade PGV2 2501 a 5000 Será definido pelo RIST PGV3 5001 a 10000 PGV4-EIV Acima de 10000 Fonte: Tabela elaborada pelo autor com informações da LUOS de Fortaleza (2017)

5.3.3. CLASSIFICAÇÃO VIÁRIA De acordo com a LUOS, o terreno se encontra entre duas vias arteriais 1, sendo essas a Avenida Godofredo Maciel e a Avenida Presidente Costa e Silva, e as vias locais Rua Coronel Tibúrcio, Rua Oscar Benevides e Rua Jorge Ralpp. Estas vias são apresentadas no mapa 8 e, na tabela 9, sua adequação aos usos ao sistema viário.


42

Mapa 8: Classificação viária de Fortaleza

Fonte: Mapa elaborado pelo autor com informações da LUOS de Fortaleza (2017)

Tabela 9: Tabela com adequação dos usos ao sistema viário VIA ARTERIAL I VIA LOCAL FRONTAL LATERAL FUNDOS FRONTAL LATERAL 3 10 10 10 10 10 PGV1 10 10 10 PGV2 10 10 10 PGV3 10 10 10 PGV4 10 10 10 Fonte: Tabela elaborada pelo autor com informações da LUOS de Fortaleza (2017) CLASSE

FUNDOS 10 -

É apresentado na LUOS de Fortaleza que o grupo de serviços de saúde deverão obedecer ao número mínimo de vagas, como mostrado na tabela 10. Tabela 10: exigência de vagas para carga e descarga, táxi e embarque e desembarque GRUPO E SUBGRUPO

PORTE m²

NUMERO MÍNIMO DE VAGAS EMBARQUE E ESTACIONAMENTO TÁXI DESEMBARQUE 1 vaga 1 VAGA

ATÉ 1000 ATÉ 1001 a SERVIÇO DE 2 vagas FACULTADO 2 VAGAS 2500 SAÚDE - SS Acima de RIST RIST RIST 2500 Fonte: Tabela elaborada pelo autor com informações da LUOS de Fortaleza (2017).


43

5.4. NORMAS, MANUAIS E PORTARIAS Nesta subseção será abordado as diretrizes que devem ser seguidas para concepção deste trabalho e são elas: as leis, normas técnicas e portarias. Apresentaremos cada uma dessas diretrizes, assim como suas respectivas funções, e mais adiante, na tabela 11, será apresentado um breve resumos das mesmas. 1. ABNT NBR 9050/2015 de outubro de 2015: Estabelece critérios e parâmetros técnicos relacionados às condições de acessibilidade a serem seguidos nos projetos de edificações. 2. ABNT NBR 9077/2001 de dezembro de 2001: Estabelece as condições exigidas que as edificações devem possuir para que sua população possa abandoná-las, em caso de incêndio, completamente protegida em sua integridade física. 3. ABNT NBR 13532/1995 de novembro de 1995: Estabelece as condições exigíveis para a elaboração de projetos de arquitetura para a construção de edificações. 4. ABNT NBR 15220-3/2005: Estabelece o desempenho térmico de edificações necessário. 5. ABNT NBR 10152/1987 de dezembro de 1987: Estabelece os níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos. 6. RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002: Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. 7. RDC nº 51 de 6 de outubro de 2011: Dispõe os requisitos mínimos para a análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). 8. RDC nº 36 de 08 de julho de 2008: Dispõe de ações para a segurança do paciente em serviços de saúde, entre outras providências. 9. RDC nº 7 de 24 de fevereiro de 2010: Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. 10. Portaria n° 1.459 de 24 de junho de 2011: Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede Cegonha. Esta estimula a implementação de um novo


44

modelo de atenção à saúde da mulher e da criança, com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero a vinte e quatro meses. 11. Portaria n° 650 de 5 de outubro de 2011: Dispõe sobre os Planos de Ação regional e municipal da Rede Cegonha, que são os documentos orientadores para a execução das fases de implementação da rede. 12. NT 005 de fevereiro de 2008: Norma municipal que estabelece os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das saídas de emergência, para que sua população possa abandoná-las, em caso de incêndio ou pânico, completamente protegida em sua integridade física, e permitir o acesso de guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas.

Tabela 11: Tabela resumo de normas, portarias ABNT NBR 9050/2015 de outubro de 2015 ABNT NBR 9077/2001 de dezembro de 2001 ABNT NBR 13532/1995 de novembro de 1995 ABNT NBR 15220-3/2005 ABNT NBR 10152/1987 de dezembro de 1987 RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002 RDC nº 51 de 6 de outubro de 2011 RDC nº 36 de 08 de julho de 2008

RDC nº 7 de 24 de fevereiro de 2010 Portaria n° 1.459 de 24 de junho de 2011 Portaria n° 650 de 5 de outubro de 2011 NT 005 DE 2008 Saídas de Emergência Fonte: elaborado pelo autor.

Norma de acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Saídas de emergência em edifícios Elaboração de projetos de arquitetura Desempenho térmico de edificações Níveis de ruído para conforto acústico Norma que regulamenta o planejamento físico e a inspeção de todos os estabelecimentos assistenciais de saúde Requisitos para aprovação de projetos físicos de estabelecimentos de saúde Dispõe sobe regulamento técnico para funcionamento dos serviços de atenção obstétricos e neonatal Requisitos mínimos para funcionamento de unidades de terapia intensiva e outras providencias Institui, no âmbito do SUS, a rede cegonha Dispõe sobre os planos de ação regional e municipais da rede cegonha Dispõe de normas para saídas de emergências


45


46

6.

PROJETO ARQUITETÔNICO

O presente tópico dará início à apresentação do projeto da Maternidade Gaia, apresentando desde o programa de necessidade até a concepção final do anteprojeto de arquitetura.

6.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades da Maternidade Gaia é elaborado a partir da RDC n° 50 de 21 de fevereiro de 2002, que conta nas orientações para elaborações de projetos arquitetônicos Rede Cegonha de 2018, e um estudo das capacidades dos hospitais e maternidades presentes em Fortaleza, que definirá as capacidades de leitos da maternidade. Os usuários serão mulheres gestantes, cujo acompanhamento será feito por todo o período da gestação, ao puerpério. A maternidade contará com atendimento neonatal, obstétrico, ginecológico, nutricionista e acompanhamento psicológico. Além disso, a unidade estará disponível para atendimento de urgência e emergência obstétrica, destinado a mulheres gestantes, setor de imagenologia e exames ambulatoriais e análise clínica. A quantidade de partos feitos pelos hospitais de Fortaleza e estabelecida pelo Célula de sistemas de informação e analise em saúde (CEINFA), seguindo as informações disponibilizadas pela CEINFA, é, em média, de 31.714, como vemos na tabela 12. Seguindo essa média disponibilizada pela CEINFA, foram selecionados hospitais e maternidades de maior importância na cidade de fortaleza e de maior capacidade para determinar a média de capacidade da Maternidade do projeto. Tabela 12: Média de nascidos vivos em Fortaleza NASCIDOS VIVOS EM FORTALEZA (CEINFA) 2017-2019 2017 2018 2019 47.869 47.237 38.206 MÉDIA 31.714 Fonte: Célula de sistemas de informação e analise em saúde (CEINFA) e editado pelo autor.


47

Os hospitais selecionados para uma média de nascimentos por dia foram: Hospital Distrital Gonzaga José Walter, Hospital São Camilo Cura D’ars, Maternidade Escola Assis Chateaubriand, Hospital Maternidade Zilda Arns Neumann. A média na maioria dos hospitais foi acima de dez nascimentos por dia, alguns aproximando-se de vinte nascimentos, como pode ser visto na tabela 13. O estudo da média de nascimentos nesses hospitais é essencial para fundamentar a capacidade de atendimento da Maternidade Gaia. Por estar localizada em uma avenida que liga várias regiões metropolitanas de Fortaleza, a maternidade terá uma demanda maior de parturientes, isso poderá acarretar no acréscimo de cinco nascimentos por dia ao valor médio apontado anteriormente. Tabela 13: Nascidos vivos em Fortaleza por estabelecimento NASCIDOS VIVOS EM FORTALEZA POR ESTABELECIMENTO HOSPITAL

2017

2018

2019

MÉDIA TOTAL

MEDIA DIA /

H. DISTRITAL GONZAGA JOSÉ 2.412 2.194 1.887 2.164,33 6 WALTER H. CURA DARS 5.488 4.776 3.353 6.808,5 18 MATERNIDADE ESCOLA ASSIS 4.929 4.829 3.095 6.426,5 17 CHATEAUBRIAND HOSPITAL MATERNIDADE 2.459 2.455 2.181 3.547,5 10 ZILDA ARNS NEUMANN Fonte: Célula de sistemas de informação e analise em saúde (CEINFA) e editado pelo autor.

Com base no estudo da capacidade, o resultado obtido foi de 10 a 20 nascimentos por dia somado ao acréscimo de 5 para a região metropolitana de Fortaleza. O resultado final da capacidade chega a 25 nascimentos por dia. O funcionamento da maternidade é de 24 horas por dia: durante o dia a maternidade conta com uma maior quantidade de pessoas, dentre elas estão usuários da maternidade e funcionários, e à noite, têm-se uma menor quantidade, em sua maioria funcionários de plantão. O projeto é dividido em 3 blocos, sendo esses: O bloco 1 consiste no setor de atendimento clinico, imagenologia, diagnostico e laboratorial. O bloco 2 é voltado para o atendimento emergencial de parturientes, centro obstétrico, centro de parto normal, neonatal e setor de internação. O bloco 3 é onde setores de serviços como logístico e


48

administrativo estão concentrados, junto com o setor de carga e descarga e conveniência de funcionários. Tabela 14. Estacionamento ESTACIONAMENTO AMBIENTE Estacionamento para acompanhantes (carro) Estacionamento para acompanhantes (moto) Estacionamento funcionários (carro) Estacionamento funcionários (moto) Estacionamento ambulâncias Estacionamento Táxi Estacionamento policial Guarita Fonte: elaborado pelo autor.

QNT. 18 10 10 10 2 2 2 1

6.1.1 SETOR 1 O Atendimento Clínico servirá de apoio para a maternidade e terá a função de recepcionar, registrar e marcar consultas e exames obstétricos, pediátricos, ortopédicos, psicológicos e nutricionais. O atendimento clínico pode ser alugado para empresas particulares. Tabela 15. Programa de necessidades - Atendimento Clínico ATENDIMENTO CLÍNICO AMBIENTE ÁREA m² QNT. Recepção 70 1 Consultório Obstetrícia 10 2 Sanitário - Consultório Obstetrícia 3 2 Consultório Ginecológico 10 2 Sanitário - Consultório Ginecológico 3 2 Consultório Indiferenciado 8 4 Sala de aplicação de medicamentos 8 1 Depósito - Medicamentos 3 1 AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² QNT. Sanitário - Masculino e Feminino 12 2 Sanitário (PNE) - Masculino e 3 2 Feminino Administração 10 1 Funcionários - Sala de Lazer 10 1 Funcionários - Copa 3 1 Funcionários – Banheiro 3 1 DML 3 1 TOTAL Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor.

OBSERVAÇÕES Com Sanitário Com Sanitário

Com depósito

OBSERVAÇÕES Público Público

356,9 m²


49

O setor de imagenologia tem o objetivo de proceder a consulta e exames clínicos de pacientes com serviços de radiologia, tomografia, ultrassonografia e endoscopia digestiva e respiratória. Será realizado o processamento de imagens e interpretação dos mesmos. O setor de imagem pode ser alugado para empresa particular Tabela 16. Programa de necessidades - Imagenologia

AMBIENTE Recepção Administração Sala de digitalização Laudo Laudo – Sanitário Recuperação Recuperação - Posto de enfermagem Recuperação - Sanitário

EXAMES - IMAGENOLOGIA ÁREA m² QNT. 100 1 10 1 10 1 14 1 3 1 50 1 8

OBSERVAÇÕES

1

3 1 RADIOLOGIA ÁREA m² QNT. 4 1

AMBIENTE OBSERVAÇÕES Sala de comando Sala de exames – (tele 17 1 comandado) Depósito 3 1 Câmara escura 8 1 Câmara clara 8 1 TOMOGRAFIA E RESSONANCIA MAGNETICA AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Sala de comando 20 1 Sala de exame de tomografia 30 1 Deposito 3 1 Equipamentos 18 1 Sala de exame de ressonância 40 1 magnética ULTRA SONOGRAFIA AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Sala de exames 10 2 Sala de ecocardiograma 9 1 1 com sanitário Sanitário para pacientes 3 3 ENDOSCOPIA DIGESTIVA E RESPIRATORIA AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Sala de endoscopia 17 1 Com área de limpeza de 3m² Sala de exame colonos 14 1 AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Expurgo 5 1 Sanitário – masculino e feminino 12 2 Sanitário – (exames) 3 2 Sanitário para pacientes 3 1 (recuperação)


50

Banheiro Funcionários DML Deposito Funcionários - Sala de Lazer Funcionários - Copa Funcionários – Banheiro TOTAL Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor.

3 2 3 10 3 3

1 2 1 1 1 320,1 m²

O setor de anatomia patológica e Citopatologia realiza exames macroscópicos e/ou

processamento

técnico

de

materiais

a

serem

examinados,

exames

microscópicos de materiais teciduais ou citológicos. O setor armazena, registra e faz análise desses materiais e emitem laudos dos exames. O Laboratório pode ser alugada por empresa particular Tabela 17. Programa de necessidades - Anatomia patológica e Citopatologia EXAMES – PATOLOGIA CLÍNICA AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Recepção 70 1 Coleta 3,50 1 Coleta - Maca 3,50 1 Área para recepção e classificação 8 1 Laboratórios 17 2 Reagentes 13 1 Limpeza 13 1 Esterilização 13 1 AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Vestiário - Masculino e Feminino 3 2 funcionários (Barreira) Sanitário - Masculino e Feminino 12 2 Público Sanitário (PNE) - Masculino e 3 2 Público Feminino Funcionários - Sala de Lazer 10 1 Funcionários - Copa 3 1 Funcionários – Banheiro 3 1 TOTAL 105,1 m² Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor

O setor administrativo tem a função de prestação de serviços de apoio à gestão e à execução administrativa, na qual se dirige serviços administrativos; à assessoria e à direção do hospital, à informações administrativas de usuários e funcionários, à direção de serviços clínicos, aos registros de movimentação de pacientes e ao agendamento de consultas e exames.


51

Tabela 18. Programa de necessidades - Serviços administrativos

AMBIENTE Recepção Sala de direção Banheiro direção Sala de reuniões Sala administrativa Arquivo administrativo Sala de seguranças Arquivo médico (Arquivo ativo, Arquivo passivo) Vigilância

SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS ÁREA m² QNT. 70 1 15 1 3 1 30 1 40 3 10 1 10 1 10

1

10 1 AMBIENTES DE APOIO ÁREA m² QNT. 2 1 2 1 10 2 3 2

AMBIENTE Copa DML Sanitário feminino masculino Sanitário - PNE TOTAL Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor.

OBSERVAÇÕES

OBSERVAÇÕES

227 m²

6.1.2 SETOR 2

O atendimento de urgência e emergência será acessado por ambulâncias e carros particulares em um acesso de veículos específico para esse fim. A função do setor emergencial é prestar o primeiro atendimento ao paciente, realizar procedimentos de enfermagem, atendimentos e procedimentos de emergência de alta complexidade, e, ainda, prestar apoio diagnóstico e terapia 24 horas. Tabela 19. Programa de necessidades - Atendimento de urgência e emergência adulto ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Área externa para desembarque de 1 ambulâncias Sala de triagem médica e/ou de 30 1 enfermagem Sala para exame indiferenciado 10 2 Sala de observação 85 1 8,5m² por leito Posto de enfermagem e serviços 6 2 AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Área de recepção de pacientes 70 1 Sanitário - Masculino e Feminino 12 2 Rouparia 5 1 Sala administrativa 10 1


52

Copa Quarto de plantão Lazer funcionários Serviço social Quarto motorista ambulância TOTAL Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor

2 20 20 10 10

1 1 1 1 1

Com banheiro Com banheiro Com banheiro Com banheiro 200

O centro obstétrico é a unidade do hospital destinado a realização de partos normais, cirúrgicos (cesarianas) e serviços de curetagem. O Setor terá ligação direta com a urgência e emergência. Esse setor é preferencialmente chamado de andar fechado, adjacente ao centro cirúrgico, UTI/CTI, CRO e centro de materiais esterilizados. Tabela 20. Programa de necessidades - Centro Obstétrico

AMBIENTE Área de recepção de parturiente Sala de exame, admissão e higienização de parturientes Sala de pré-parto

CENTRO OBSTÉTRICO ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Suficiente para o recebimento de uma 20 1 maca 8

2

14

2

Banheiro sala de pré-parto

3

2

Posto de enfermagem Sala de guarda e preparo de anestésicos

2,5

1

4

1

Área de indução anestésica

10

1

Área de escovação

1,10 por torneira com dim. mínima = 1,0 m

3

20

2

6

2

Sala de parto cirúrgico / curetagem e AMIU Posto de enfermagem e serviços

Área de recuperação pósanestésica

AMBIENTE

2 Leitos Sendo 1 lavatório, 1 bacia s. e 1 chuveiro a c/ 4 leitos

No mínimo, 2 macas, com distância entre essas igual a 0,8 m e entre macas e paredes, exceto cabeceira, igual à 0,6 m e com espaço suficiente para manobra da maca junto ao pé da mesma. Até 2 salas cirúrgicas (2 torneiras por cada sala). Mais de 2 salas cirúrgicas (2 torneiras a cada novo par de salas ou fração) Com dimensão mínima = 3,45 m.

No mínimo, 2 macas, com distância entre elas igual a 0,8 m; entre macas e paredes, exceto cabeceira, igual à 0,6 m e com espaço 30 = 4 Leitos 1 suficiente para manobra da maca junto ao pé da mesma. O nº de macas deve ser igual ao nº de salas de parto cirúrgico AMBIENTES DE APOIO ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES


53

Sala de espera para 20 1 acompanhantes Copa 2 1 Banheiros com vestiários para funcionários – feminino e 10 2 Setor de partos cirúrgicos masculino (barreira) Banheiros com vestiários para 7 2 funcionários – PNE (barreira) Sanitários para acompanhantes – feminino e 3 1 masculino Sala administrativa 10 1 Sala de estar para 10 1 funcionários DML 2 2 Deposito 4 1 TOTAL 552 m² Obs.: - O acesso às salas de exame, admissão e higienização de parturientes, pré-parto e AMIU não se dá através dos vestiários de barreira. A sala para AMIU pode se localizar em ambulatório, desde que esse esteja inserido em um estabelecimento hospitalar. - Os ambientes de apoio podem ser compartilhados com os do centro cirúrgico quando as unidades forem contíguas, observando-se para esses ambientes dimensões proporcionais ao nº de salas de parto e cirúrgicas. Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor

O centro de parto normal tem seu programa segundo as orientações para elaboração de projetos arquitetônicos da Rede Cegonha, no qual o foco é a realização de partos normais com quartos com todo o equipamento nescessário para a realização dos partos: quartos com banheira, cadeira especial para o parto. Tabela 21. Programa de necessidades - Centro de parto normal

AMBIENTE Sala de registro e recepção para acolhimento da parturiente e seu acompanhante Sala de exames e admissão de parturientes Sanitário anexo à sala de exames Quartos para pré-parto/parto/ pós-parto – PPP (com banheira) Banheiro anexo ao quarto PPP Área para higienização das mãos Área para deambulação (varanda/ solário) – interna e/ou externa Posto de enfermagem

CENTRO DE PARTO NORMAL ÁREA m² QNT. 50

1

9,0

2

2,4

1

18

5

4,8

5

1

5

20

1

2,5

1

OBSERVAÇÕES

Suficiente para o recebimento de uma maca

1 lavatório para cada quarto


54

Sala de serviço AMBIENTE Sala de utilidades Quarto de plantão para funcionários Banheiro anexo ao quarto de plantão Sanitário para funcionários masculino e feminino Rouparia

5,7 1 AMBIENTES DE APOIO ÁREA m² QNT. 6,0 1 5,0

1

2,3

2

1,6

2

5

1

DML 2,0 Depósito de equipamentos e 3,5 materiais Copa 4 Refeitório 12 Área para guarda de macas e 3,5 cadeiras de rodas TOTAL Fonte: Rede cegonha 2018, elaborado pelo autor

OBSERVAÇÕES

Pode ser previsto um armário com duas portas.

1 1 1 1 1 215,6 m²

O lactario é o setor que irá registrar e fazer a triagem das doadoras. É onde acontece a preparação da doadora e a coleta do leite, após esse procedimento, o leite é processado e é feita a estocagem no banco de leite humano e o controle de qualidade. Esse setor deve proporcionar condições de conforto as lactentes e aos acompanhantes. Tabela 22. Programa de necessidades - Banco de leite humano

AMBIENTE Sala para recepção, registro e triagem de doadoras Sala de preparo da doadora Área de recepção de coleta externa Arquivo de doadoras Sala para coleta Sala para processamento, estocagem e distribuição de leite. Seleção • Classificação • Pasteurização • Estocagem • Estocagem • Liofilização Laboratório de controle de qualidade Sala para lactentes acompanhantes

BANCO DE LEITE HUMANO ÁREA m² QNT.

OBSERVAÇÕES

12

1

4

1

3

1

5 5

1 1

A depender da tecnologia utilizada 2,3 m² por cadeira de doação

17

1

- Seleção, Classificação e Pasteurização = 15,0 m² - Estocagem = 2,0 m² por freezer ou geladeira. A depender do equipamento, no caso do uso de câmaras fria

15

1

4,4

1

Sala com dois berços, no mínimo


55

AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Sala de esterilização de 15 1 materiais Copa 4 1 Banheiros com vestiários para funcionários – feminino e 10 2 masculino Banheiros com vestiários para 7 2 funcionários - PNE Sala administrativa 10 1 Consultório 10 1 DML 2 1 TOTAL 140,4 m² Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor

O setor de internação de adultos disporá de internação intensiva, uma vez que maternidade atenderá gravidez e parto de alto risco. O setor tem o objetivo de proporcionar condições para a internação de pacientes, em ambientes individuais ou coletivos. Ademais, o setor executa assistência medica diária, presta assistência nutricional e distribuição alimentação a pacientes e acompanhantes. Tabela 23. Programa de necessidades - Internação intensiva UTI

AMBIENTE Posto de enfermagem / área de serviços de enfermagem

INTERNAÇÃO INTENSIVA (UTI/CTI) ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES 6

2

Quarto (isolamento)

10

1

Banheiro

3

1

Área coletiva de tratamento

Sanitário para área coletiva– feminino Sala de higienização e preparo de equipamentos / material AMBIENTE Copa Banheiros com vestiários para funcionários – feminino e masculino

90

1

3

2

4

1

Com distância de 1 m entre paredes e leito, exceto cabeceira e pé do leito = 1,2 m. 7 Adultos 8 pediátricos 9,0 m² por leito, por leito com distância de 1 m entre paredes e leito, exceto cabeceira, de 2 m entre leitos e pé do leito = 1,2 m (o espaço destinado a circulação da unidade pode estar incluído nesta distância

Com dimensão mínima igual a 1,5 m

AMBIENTES DE APOIO ÁREA m² QNT. 2 1 4

2

OBSERVAÇÕES


56

Sala de espera para 40 1 acompanhantes (aquário) Sanitários para acompanhantes – feminino e 3 2 masculino Sala administrativa 10 1 Sala de estar de funcionários 10 1 Quarto para plantão 5 1 Banheiro anexo para quarto 3 1 de plantão Rouparia 5 1 . DML 2 2 Deposito 4 1 TOTAL 388,5 m² Observações: - Os boxes das áreas coletiva de tratamento devem possuir dispositivos que permitam a privacidade dos pacientes quando necessário. - A sala de espera pode ser compartilhada com setores afins do hospital, desde que seja dimensionada de forma a atender à demanda das unidades a que se destina. - O posto de enfermagem deve estar instalado de forma a permitir observação visual direta ou eletrônica dos leitos ou berços. No caso de observação visual por meio eletrônico, deverá dispor de uma central de monitores. Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor Tabela 24. Programa de necessidades - Internação intensiva neonatal UTIN INTERNAÇÃO INTENSIVA NEONATAL (UTIN) AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Posto de enfermagem / área 6 1 de serviços de enfermagem Com distância de 1 m entre paredes e leito, exceto Observação 10 1 cabeceira e pé do leito = 1,2 m. 7 Adultos 8 pediátricos AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Administração/controle 12 1 Lavabo 10 1 Expurgo 3 1 DML 3 1 Higienização de 5 1 equipamentos Preparo lácteo 7 1 Repouso funcionários UTIN 10 1 Copa 4 1 Banheiro funcionários UTIN 4 1

Tabela 25. Programa de necessidades - Internação geral

AMBIENTE Posto de enfermagem / prescrição médica Sala de serviço Sala de exames curativos

INTERNAÇÃO ÁREA m² QNT. 6

1

5,7 7,5

1 1

OBSERVAÇÕES


57

Quarto Puérpera Quarto Puérpera - Banheiro Quarto Isolamento Quarto Isolamento Antecâmara de acesso Quarto Isolamento - Banheiro

20 4 15

11 11 1

1,8

1

Cada quarto com 2 leitos

4 1 AMBIENTES DE APOIO ÁREA m² QNT.

AMBIENTE Banheiro para acompanhantes Banheiros com vestiários para funcionários – Masculino e Feminino Repouso médico Repouso enfermagem Expurgo Lixo Rouparia DML Guarda macas Lavagem de macas TOTAL Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor

12

2

5

2

15 15 3 5 10 2 15 4

1 1 2 1 2 2 1 1

OBSERVAÇÕES

700,8 m²

A internação de recém nascidos tem o objetivo de alojar e manter sob cuidados recém nascidos sádios, e proporcionar condiçoes de internação para recém nascidos patológicos, prematuros e externos que nescessitam de observação e assistência medica diária. Tabela 26. Programa de necessidades - Internação recém-nascido

AMBIENTE Posto de enfermagem / prescrição médica Área de cuidados e higienização

INTERNAÇÃO RECEM-NASCIDO ÁREA m² QNT. 4,5

OBSERVAÇÕES

2

A área de cuidados e higienização deve possuir uma pia de despejo. 18 = 2,2 m² Mantendo uma distância mínima de 0,6 Berçário de sadios por berço m (sadios) e 1 m (outros) entre berços e entre esses e paredes, exceto entre cabeceira do berço e parede. Para alojamento conjunto, o berço Berçário de cuidados 21= 4,5 m² por deve ficar ao lado do leito da mãe e intermediários berço afastado 0,6 m de outro berço. Devem existir 4 berços a cada 80 RN/ano de baixo peso (-2500 g) AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Dieta neonatal 10 1 TOTAL 150 m² Obs.: - Os berçários devem possuir painéis de vidro na área de visão instalados nas paredes. Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor 4

1


58

6.1.3 SETOR 3

A farmácia terá a função de receber e inspecionar produtos farmacêuticos e manter o controle e a distribuição deles. Além disso, oferecerá serviços de preparação de nutrições parenterais e prestação de informações sobre produtos farmacêuticos. Tabela 27. Programa de necessidades - Farmácia

AMBIENTE Área para recepção e inspeção Área para armazenagem e controle Área de distribuição Laboratório de controle de qualidade Sala de limpeza e higienização de insumos (assepsia de embalagens) Sala de manipulação de nutrição parenteral

FARMACIA ÁREA m² QNT. 10

1

20

1

5

1

6

1

4

1

6

1

OBSERVAÇÕES 10 % da área para armazenagem

10 % da área para armazenagem

AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² Banheiros com vestiários para 4 funcionários Sala administrativa 10 Sala de Esterilização 5 Depósitos 4 DML 2 TOTAL Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor.

QNT.

OBSERVAÇÕES

1 1 1 1 1 116 m²

O centro de material esterelizado é responsável por receber, lavar, desinfetar e separar os materiais. A esterilização dos materiais é feita através de métodos de calor úmido, calor seco, ionização e métodos químicos de líquido e gás. O setor é responsável ainda pela a distribuição e materiais já esterilizados.


59

Tabela 28. Programa de necessidades - Central de material esterilizados CENTRAL DE MATERIAL ESTERELIZADO AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Área de recepção, descontaminação e separação 20 1 de materiais Lavagem de materiais 10 1 Subunidade para esterilização 10 1 Sala de armazenagem 10 1 AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Banheiros com vestiários para 4 2 funcionários – (barreira) DML 2 1 Sala administrativa 10 1 TOTAL 131 m² Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor.

O serviço de rouparia da maternidade será terceirizadas sendo necessário os ambientes de armazenagem de roupa limpa e roupa suja, ambos se localizam próximo a carga e descarga. Tabela 29. Programa de necessidades - Processamento de roupa PROCESSAMENTO DE ROUPA AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Sala de roupa limpa 10 1 Sala de roupa suja 5 1 Sala de lavagem de carrinhos 3 1 TOTAL 20 m² Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor.

A nutrição irá atender a dieta das pacientes e da equipe da maternidade, o setor possui cozinha com cabines de preparo, tudo sendo administrador por nutricionista. Tabela 30. Programa de necessidades - Nutrição NUTRIÇÃO AMBIENTE ÁREA m² QNT. Cozinha tradicional 50 1 Lavagem e guarda de 10 1 utensílios Despensas 3 3 Sala nutricionista 7 1 Vestiário funcionários 4 2 Masculino e Feminino Refeitório 90 1 Sanitário Masculino e feminino 10 2 TOTAL Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor.

OBSERVAÇÕES

1 frigoríficos

279 m²


60

A central de administração de materiais e equipamentos terá como objetivo o recebimento, a inspeção e o registro dos materiais e equipamentos; além da separação por categoria e tipos e a distribuição desses. Tabela 31. Programa de necessidades - Central de administração de materiais e equipamentos

AMBIENTE Área De Recebimento, Inspeção E Registro Depósito De Equipamentos Almoxarifado Manutenção de equipamentos Deposito manutenção

MANUTENÇÃO ÁREA m² QNT. 5

OBSERVAÇÕES

1

20 2 15 2 30 1 50 1 AMBIENTES DE APOIO ÁREA m² QNT.

AMBIENTE Banheiros com vestiários para 4 funcionários DML 2 TOTAL Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor.

OBSERVAÇÕES

1 1 126 m²

O objetivo da limpeza e zeladoria é zelar pela limpeza e higiene do edifício, das instalações, das áreas externas e dos materiais, instrumentos e equipamentos de assistência, além de fazer o gerenciamento de resíduo sólido. Tabela 32. Programa de necessidades – Limpeza e zeladoria e Infraestrutura predial

AMBIENTE Abrigo de recipientes de resíduos (lixo) Depósito (com no mín. 2 boxes. resíduos biológicos e comuns) - Depósito de resíduos químicos - Higienização de recipientes coletores AMBIENTE Sala para subestação elétrica

LIMPEZA E ZELADORIA ÁREA m² QNT.

5

3

OBSERVAÇÕES

Depósito: Cada box deve ser suficiente para a guarda de dois recipientes coletores Depósito químicos: a depender do PGRSS ² do EAS Higienização: box para1 carro coletor

INFRAESTRUTURA PREDIAL ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES 1. A depender da demanda de carga 20 1 elétrica do estabelecimento O pavimento abriga os ar-condicionado 15 3 das salas cirúrgicas

Sala para equipamentos de ar condicionado Área para centrais de gases 10 (cilindros) TOTAL Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor

1

externo 170 m²

O necrotério terá a função de proporcionar condições de armazenamento, conservação, velório e retirada de cadáveres.


61

Tabela 33. Programa de necessidades - Necrotério

AMBIENTE Sala de preparo e armazenamento de cadáver Sala para velório Área externa para embarque de carro funerário

NECROTÉRIO ÁREA m² QNT. 14

1

15

1

21

1

OBSERVAÇÕES 14,0 m² (área para 2 cadáveres no mínimo)

AMBIENTES DE APOIO AMBIENTE ÁREA m² QNT. OBSERVAÇÕES Sanitário - Masculino e 3 2 Para o público, pois haverá velório Feminino TOTAL 77,4 m² Fonte: RDC n°50, elaborado pelo autor.

Tabela 34. Programa de necessidades - Quadro de áreas totais ATENDIMENTO CLÍNICO IMAGENOLOGIA LABORATÓRIO SERVIÇOS ADMNISTRATIVOS ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA CENTRO OBSTETRICO CENTRO DE PARTO NORMAL BANCO DE LEITE HUMANO INTERNAÇÃO INTENSIVA (UTI/CTI) INTERNAÇÃO GERAL INTERNAÇÃO DE RECEM NASCIDO FÁRMÁCIA CENTRO DE MATERIAIS ESTERELIZADOS (CME) PROCESSAMENTO DE ROUPA COZINHA MANUTENÇÃO LIMPEZA E ZELADORIA INFRAESTRUTURA PREDIAL NECROTERIO TOTAL TOTAL + 35% DE CIRCULAÇÃO Fonte: elaborado pelo autor.

320,1 320 105,1 227 200 552 215 140 388 700 150 116 131 20 170 126 170 77 4127,2 5327,2

6.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO

O projeto da maternidade tem o objetivo de distribuir os seus setores de forma que facilite a circulação da equipe do hospital, como visto no Hospital São Luiz. Além disso, serão utilizados jardins que os pacientes e seus acompanhantes poderão utilizar, assim como no Hospital Nemours. Será utilizada a verticalização da maternidade para criação de ambientes de lazer no entorno do prédio, onde será


62

implantado vegetação com o objetivo de amenizar a propagação de ruídos vindo das avenidas movimentadas próximas a maternidade. Ao dar início aos estudos de volumetria para o partido arquitetônico da Maternidade Gaia, temos como primeiro passo a criação de três blocos, dos quais as fachadas de menor dimensão serão voltadas para a avenida Godofredo Maciel e para a Rua Coronel Tibúrcio, como vemos na figura 18; e que a edificação tenha um recuo de 10 metros em todo o terreno, como previsto na legislação. Após a criação dos três blocos e feita a verticalização do bloco um e dois, e a criação do subsolo com o objetivo para ser implantado o setor de diagnóstico por imagem e manutenção. Figura 18. Partido Arquitetônico – 3 setores

Fonte: elaborado pelo autor.

Ao analisar a figura 18, vemos que o edifício apresenta as fachadas de menor dimensão direcionadas para o leste e o oeste, pois estas são as fachadas em que ocorrem os maiores picos de insolação durante o dia, e, dessa forma, as fachadas de maior dimensão ficarão voltadas para norte e sul, onde a radiação solar não é direta. Nessa região, o vento é predominante vindo do Sudeste e com essa disposição dos dois blocos cria-se um átrio central, no qual a passagem dos ventos predominantes


63

será eficiente e ajudará no conforto térmico do hospital. Esse estudo de fachadas tem como base a arquitetura bioclimática vista no referencial teórico. Ademais, o estudo da insolação e dos ventos predominantes pode ser visto na figura 18, em que a direção do sol do leste ao oeste está em amarelo e a direção dos ventos em azul, vindo do Sudeste. Um dos objetivos do projeto é promover mais conexão com a natureza através da criação de jardins na maternidade. Por isso, com a implantação dos blocos em U, um jardim central pode ser identificado na figura 18. Dado a volumetria do hospital, é feita a setorização distribuindo-o em 5 pavimentos, como pode ser visto na figura 18. O estudo de setorização inicia com o primeiro edifício, onde estão localizados os setores de urgência e emergência, centro obstétrico, centro cirúrgico e internações, necrotério e banco de leite humano. No segundo edifício, estão os setores de imagem e diagnostico, laboratórios, administração e no terceiro edifício os serviços de apoio, nutrição e manutenção.


64

Figura 19. Partido Arquitetônico - Setorização

Fonte: elaborado pelo autor.

Após a setorização dos pavimentos na figura 19, é destacado na figura 20 os acessos a maternidade, com acessos de embarque e desembarque e ambulância pela avenida Godofredo Maciel, estacionamento tendo acesso pela rua Oscar Benevides e serviços pela rua Coronel Tibúcio.


65

Figura 20. Partido Arquitetônico - Acessos

Fonte: elaborado pelo autor.

6.3 IMPLANTAÇÃO

A implantação proposta (Figura. 21). O acesso de ambulância à maternidade será pela Avenida Godofredo Maciel com duas vagas, assim como o embarque e desembarque com vaga de estacionamento para dois carros policiais e dois táxis. A entrada para o estacionamento estará localizada na Rua Oscar Benevides, sendo controlado por uma guarita. O acesso ao necrotério será pela Rua José Raupp onde também é proposto um estacionamento de motos para funcionários e o acesso de serviços pela rua Coronel Tibúrcio. O projeto também comtempla áreas ajardinadas em todo seu entorno e o pátio central da maternidade.


66

Figura 21. Planta de Implantação

Fonte: elaborado pelo autor.

6.4 PLANTAS BAIXAS

Este tópico irá apresentar de forma ilustrativa e explicativa as plantas baixas da maternidade trazendo consigo as decisões projetuais ao longo da concepção do projeto, abrangendo o programa de necessidades estabelecido. O pavimento subsolo (figura 22) possui o setor de diagnóstico por imagem, devido a equipamentos que emitem radiação e de grande peso. Para a ventilação do pavimento e feito o uso de jardins com pergolados. O setor de imagem é dividido em dois, onde na primeira parte se encontra a sala de exames como ultrassom, endoscopia e a recuperação de pacientes onde terá vista para um jardim. A segunda parte do pavimento possui salas de exames como raio-x, tomografia, ressonância magnética, ambientes esses que emitem radiação, devido a esse fator e feita a utilização de alvenaria de tijolo de barro maciço com argamassa baritada.


67

O pavimento também abrange o setor de manutenção onde é feita a manutenção de equipamentos ou consertos, o setor possui oficina para atender diversos tipos de consertos a serem feitos e um deposito que possui ventilação estilo chaminé com pergolados. Figura 22. Planta baixa - Subsolo

Fonte: elaborado pelo autor.

O pavimento térreo (figura 23) é caracterizado pelos setores de atendimento clinico, laboratório onde há uma separação de ambos por um corredor com espaço de convivência. Os espaços de recepção possuem uma vasta visão para o jardim central. O setor de serviços e manutenção possui o controle de acesso para funcionários e controle do acesso de carro funerário, sendo esse acessado por dois portões onde a garagem do carro possua uma separação do corredor de serviço. O setor de emergência obstétrica onde a ambulância estaciona em frente a porta de acesso a triagem e direcionada à observação obstétrica para primeiros cuidados. E o acesso também pode ser feito pela recepção onde a paciente é direcionada à urgência obstétrica onde terá os primeiros cuidados.


68

Figura 23. Planta baixa -Térreo

Fonte: elaborado pelo autor.

No primeiro pavimento (Figura 24) encontra-se o setor de internação e o setor administrativo. No setor de internação foram feitas varandas para as pacientes internadas com vista para o jardim central o pavimento possui uma área de descompressão onde terá janelas altas em fita para os usuários não terem visualização do telhado. Nesse mesmo setor há uma área de higienização e uma área de cuidados de recém nascidos e descanso da equipe da maternidade. Já o setor administrativo é acessado através da clínica, nele teremos três salas de administração com staffs, a sala da diretoria e a sala de reunião e duas salas de arquivo.


69

Figura 24. Planta baixa - Primeiro pavimento

Fonte: elaborado pelo autor.

No segundo pavimento (Figura 25) localiza-se a UTI neonatal, a UTI adulta e o banco de leite humano. As UTIs são de acesso restrito, apenas com autorização, enquanto que no banco de leite humano tem-se um acesso mais facilitado para a chegada de doadoras. Na UTI possui uma área técnica para a alocação de ar condicionados deste setor. A UTIN possui um ambiente de observação externa onde acompanhantes do recém-nascido podem ter visualização dos leitos, e na UTI adulta possui um espaço de aquário onde será um ambiente de espera e observação para acompanhantes das pacientes internadas.


70

Figura 25. Planta baixa - Segundo pavimento

Fonte: elaborado pelo autor.

No terceiro (Figura 26) localiza-se o centro obstétrico, onde há os quartos PPP, setor de CME, área de cuidados de recém nascidos e duas salas de cirurgia, que servirão tanto para o parto cirúrgico, curetagem e AMIU. Os quartos de parto normal possuem varandas e uma banheira que será usada no parto feito na água. O setor possui uma sala de pré-parto para o centro cirúrgico com dois leitos, e os acompanhantes da paciente terão uma sala de espera separada. O acesso ao centro cirúrgico é feito de duas maneiras, um para médicos, e enfermeiros com vestiário de paramentação e propé, e o acesso de paciente pelo passa maca. O centro cirúrgico possui ligação com o centro de materiais esterilizados para que após a cirurgia os equipamentos sejam levados ao setor para esterilização e voltar as salas cirúrgicas de forma rápida


71

Figura 26. Planta baixa - Terceiro Pavimento

Fonte: elaborado pelo autor.

No pavimento técnico (Figura 27) localizam-se as centrais de ar condicionado das salas cirúrgicas e da maternidade, e a casa de máquina dos elevadores. Figura 27. Planta baixa - Pavimento Técnico

Fonte: elaborado pelo autor.


72

6.5 CORTES

O pé direito proposto para maternidade é de 3,50 metros e no pavimento técnico é de 2,50 metros. A estrutura proposta é de laje nervurada protendida, com o objetivo de vencer o vão de 7,20 metros da malha estrutural. A solução de coberta é a de calha de metal galvanizado central com telha termo acústica de 8% de inclinação e lajes impermeabilizadas de 1% de inclinação. No corte AA (Figura 28) é possível perceber os pavimentos do bloco dois onde se encontra a clínica, laboratório e setor de imagenologia, já no corte BB é possível perceber a relação do pátio central em relação ao bloco dois onde recepção e as salas administrativas possuem vista para o pátio central, o pergolado serve de coberta para a rampa e escada de acesso a maternidade. O pátio central possui um jardim onde esse é circundado de bancos, onde à noite terá iluminação variando a cada mês de conscientização da saúde como exemplo: o setembro amarelo, outubro rosa e novembro azul. Figura 28. Corte AA e BB.

Fonte: elaborado pelo autor.


73

No corte CC (Figura 29) é possível ver a relação do bloco 1 com o pátio, onde as varandas dos quartos proporcionam vista dos pacientes para ele. Além da relação do bloco 1 com o pátio central e possível notar a relação do pátio com o refeitório. O corte DD (Figura 29) referente ao bloco 1 mostra como funciona as jardineiras que circundam o edifício e a proteção de brises adotados para a recepção de cada pavimento. Na figura 30 notasse o detalhamento de como funciona a proteção solar e a jardineira, onde os brises possuem o afastamento de 10 centímetros e são fixos por parafusos nas jardineiras. Figura 29. Corte CC e DD.

Fonte: elaborado pelo autor.


74

Figura 30. Detalhamento jardineira.

Fonte: elaborado pelo autor.

A figura 31 referente ao corte FF observa-se a relação entre a edificação com o pátio e a ventilação do subsolo. Como havia sido dito anteriormente, a pérgola de concreto está servindo de coberta para a escada e a rampa de acesso. Notasse o um distanciamento de 30 cm entre cada peça. Já no corte EE (Figura 31) observa-se as escadas de emergência e caixa d’água dos dois blocos sendo duas de 30 mil litros para o bloco 1, atendendo a maternidade, cozinha e serviços de apoio e uma de 20 mil litros para o bloco 2, atendendo a clínica, laboratório e administração.


75

Figura 31. Cortes EE FF.

Fonte: elaborado pelo autor.

6.6 FACHADAS

Nas fachadas (Figura 32) da edificação utilizou-se revestimentos em porcelanato, cerâmicos e revestimento que imita o tijolo aparente. Utilização de vidro duplo nas peles de vidro com proteção solar por meio de brises, para minimizar a incidência de sol no edifício e ainda permitir visualização do externo. As fachadas são apresentadas no trabalho com intuito de representar de forma visual os materiais aplicados no seu exterior.


76

Figura 32. Fachadas.

Fonte: elaborado pelo autor.


77

6.3.4 MAQUETE ELETRÔNICA

.

É possível notar nas imagens de estudo volumétrico o uso dos materiais e o

paisagismo, que tem a intenção de se integrar com as pessoas que usarão maternidade. Os ambientes internos onde estes possuem o objetivo de acomodar e acolher as pacientes e seus acompanhantes. As figuras 33 a 37, são referentes as vistas das vias que circundam o projeto, nota-se nas figuras das fachada a implementação dos materiais ultilizados, com tons neutros e terrosos. A ultilização de vegetação no entorno do projeto, tem o objetivo de reduzir o impacto térmico e vizual na região, pois o terreno se encontra murado causando um bloqueio vizual. Figura 33. Vista da Avenida Godofredo Maciel.

Fonte: elaborado pelo autor.


78

Figura 34. Vista da Rua Jorge Ralpp.

Fonte: elaborado pelo autor. Figura 35. Vista Rua Coronel Tibúrcio.

Fonte: elaborado pelo autor. Figura 36. Vista de esquina da Rua Coronel Tibúcio e Oscar Benevides.

Fonte: elaborado pelo autor.


79

Figura 37. Vista frontal da maternidade.

Fonte: elaborado pelo autor.

O pátio central tem o objetivo de ponto de encontro dos diversos setores da maternidade tanto de pacientes como funcionários. O pátio possui no seu eixo central a criação de jardins em quem serão circundados de acentos, como pode ser observado nas figuras 38 e 39.

Figura 38. Vista de entrada da clínica.

Fonte: elaborado pelo autor.


80

Figura 39. Vista de entrada do laboratório.

Fonte: elaborado pelo autor.

As figuras 40 e 41, referente as perspectivas noturnas do projeto mostram a iluminação onde os letreiros serão iluminados ter continuidade a sua sinalização a noite. Já na figura 42, observa-se a iluminação noturna do pátio central sendo ela feita em fitas de LED RGB, com o objetivo de seja alterada de acordo com o mês de conscientização da saúde. Figura 40. Vista da Avenida Godofredo Maciel noturna.

Fonte: elaborado pelo autor.


81

Figura 41. Vista da Avenida Godofredo Maciel noturna.

Fonte: elaborado pelo autor. Figura 42. Vista pátio central com iluminação RGB.

Fonte: elaborado pelo autor.

Os ambientes internos da maternidade possuem o objetivo de dar acolhimento as usuárias da maternidade, de início é proposto utilização de cores neutras, para que deixem o ambiente mais acolhedor e não causem agitação. A utilização de cores neutras são ideais para a visão de recém nascidos, e já para acolhimento dos ambientes e proposto a utilização de texturas amadeiradas para aquecer o ambiente, sendo utilizado o laminado melamínico pois possui fácil manutenção e limpeza. A aplicação desses materiais pode ser observada nas figuras 43 a 47.


82

Figura 43. Quarto PPP.

Fonte: elaborado pelo autor. Figura 44. Quarto PPP.

Fonte: elaborado pelo autor. Figura 45. Quarto de internação.

Fonte: elaborado pelo autor.


83

Figura 46. Recepção da maternidade.

Fonte: elaborado pelo autor. Figura 47. Recepção da clínica.

Fonte: elaborado pelo autor.


84

7.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O intuito deste trabalho final de graduação partiu da importância de implementação de estabelecimentos de saúde na cidade de Fortaleza seguindo exigências estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde que visa no aumento do número de partos normais. Em Fortaleza, existem estabelecimentos que buscam adequar essa demanda como visto no levantamento das intuições que atendem essa demanda de partos normais. A pequena abrangência dos serviços faz com que Fortaleza precise ampliar este serviço para que seja possível universalizar a assistência humanizada ao nascimento para toda a população. A Maternidade Gaia tem o intuito de propor uma alternativa a uma demanda existente na saúde. Oferecendo uma outra possibilidade em um setor que vem passando por um longo processo de padronização de um acontecimento de grande significado e emoções. Ainda não é possível reduzir o nascimento cesáreo de uma forma extremamente rígida. Sendo assim necessário criar espaços que valorizem a escolha e individualidade de cada gestante. O projeto da Maternidade Gaia tem o objetivo de oferecer a população, mostrar e priorizar a importância do parto normal, lembrando que todos tipos de parto são importantes e necessários, pois cada gestante tem sua individualidade. Sendo assim, a maternidade possui o centro obstétrico para atender emergências, assim como UTI para gestantes e UTI neonatal. Oferecendo segurança para a gestante e garantindo que seja possível ao atendimento de forma rápida em caso de urgência. A maternidade também terá consultórios ginecológicos, obstétricos e consultórios indiferenciados; exames laboratoriais e exames por imagem. Onde esses setores podem ser alugados para empresas particulares servindo como suporte financeiro para suprir os altos custos hospitalares. A maternidade teve o objetivo de foco no conforto das gestantes, valorizando e facilitando a qualidade de atendimento em um grande acontecimento. Respeitando suas necessidades através da arquitetura.


85

REFERÊNCIAS AQUINO et. al. ANALISE DA ENVOLTÓRIA DE EDIFÍCIO HOSPITALAR PELO MÉTODO PRESCRITIVO DO RTQ-C: HOSPITAL ANÁLIA FRANCO EM SÃO PAULO, SP. XIV ENTEAC – Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Juiz de Fora, 2012. ARCHDAILY, Brasil HOSPITAL INFANTIL NEMOURS / STANLEY BEAMAN & SEARS" [NEMOURS CHILDREN’S HOSPITAL / STANLEY BEAMAN & SEARS] 26 DEZ 2013. (Trad. Marcon, Naiane). ISSN 0719-8906. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/163632/hospital-infantil-nemours-slash-stanleybeaman-and-sears >. Acessado em: 17. out.2019. BITENCOURT, Fábio. ARQUITETURA DO AMBIENTE DE NASCER: REFLEXÕES E RECOMENDAÇÕES PROJETUAIS DE ARQUITETURA E CONFORTO AMBIENTAL. Rio de Janeiro: Rio Books, 2008, 129 p.; il. BRASIL, Agencia Senado. ESPECIALISTAS APONTAM EPIDEMIA DE CESARIANAS NO BRASIL. Disponível em: < https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/especialistasapontam-epidemia-de-cesarianas/especialistas-apontam-epidemia-de-cesarianas >. Acessado em: 29 de AGOSTO, 2019 BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.459, DE 24 DE JUNHO DE 2011. INSTITUI, NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - A REDE CEGONHA, Brasília, DF, mar. 2011. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html>. Acessado em: 29. AGOSTO.2019. BRASIL. Ministério da Saúde. PROGRAMA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR; 2000. CAMPOS-DE-CARVALHO, Mara Ignêz; CAVALCANTE, Sylvia; NÓBREGA, Lana Mara Andrade. AMBIENTE. IN: TEMAS BÁSICOS EM PSICOLOGIA AMBIENTAL [S.L: S.N.], 2011. CEARÁ, Instituto de Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceara. PERFIL SOCIO ECONÔMICO DE FORTALEZA. Org. MENEZES, AS. B.; MEDEIROS, C.N. IPECE,2012. CÉARA, PERFIL SOCIO ECONÔMICO DE FORTALEZA. Instituto de Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceará - IPECE, Informe - nº 47 – dezembro de 2012. Disponível em: < https://www.ipece.ce.gov.br/wpcontent/uploads/sites/45/2012/12/Ipece_Informe_47_03_dezembro_2012.pdf>. Acessado em: 29. AGOSTO.2019. CORBELLA, Oscar. EM BUSCA DE ARQUITETURA SUSTENTÁVEL PARA OS TRÓPICOS – CONFORTO AMBIENTAL. Rio de Janeiro: Revan, 2003. CORBELLA, Oscar. MANUAL DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA TROPICAL. - Rio de Janeiro: Revan, 2011.


86

DINIZ, C. S. G. (2005). HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA AO PARTO NO BRASIL: OS MUITOS SENTIDOS DE UM MOVIMENTO. Departamento de Saúde MaternoInfantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente. Lei Complementar N° 236 DE 11 DE AGOSTO DE 2017. PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO MUNICÍPIO DE FORTALEZA, Fortaleza- CE, ago. 2017. Disponível em: < https://portal.seuma.fortaleza.ce.gov.br/fortalezaonline/portal/legislacao/Consulta_Ad equabilidade/1Lei_Complementar_N236%20de_11_de%20agosto_de_2017_Lei_de_Parcelamento _Uso_Ocupacao_do_Solo-LUOS.pdf>. Acessado em: 29. AGOSTO.2019 GOVERNO ESTADUAL DO CEARÁ. Lei Estadual Nº 16.837, de 17 de janeiro de 2019. INSTITUI E DISCIPLINA O ESTATUTO DO PARTO HUMANIZADO NO CEARÁ. Diário Oficial Estadual: p.1, Fortaleza, CE, 17.jan. 2019. Disponível em: < http://imagens.seplag.ce.gov.br/PDF/20190118/do20190118p01.pdf#page=1>. Acessado em: 10. SETEMBRO.2019. HANNAH ME, Hannah WJ, Hewson SA, Hodnett ED, Saigal S, Willan AR. PLANNED CAESAREAN SECTION VERSUS PLANNED VAGINAL BIRTH FOR BREECH PRESENTATION AT TERM: A RANDOMISED MULTICENTRE TRIAL. TERM BREECH TRIAL COLLABORATIVE GROUP. Lancet. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11052579>. Acessado em: 15. SETEMBRO.2019. LIMA, João Filgueiras. O QUE É SER ARQUITETO: MEMÓRIAS PROFISSIONAIS DE LELÉ (JOÃO FILGUEIRAS LIMA). Depoimento a Cynara Menezes. Rio de Janeiro, Record, 2004. MARTINS, Vânia. A HUMANIZAÇÃO E O AMBIENTE FÍSICO HOSPITALAR. Anais do I congresso nacional da ABDEH – IV seminário de engenharia clínica – 2004 MEZZOMO, A et al. FUNDAMENTOS DA HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR: UMA VISÃO MULTIPROFISSIONAL. São Paulo: Loyola; 2003. NCBI, APPROPRIATE TECHNOLOGY FOR BIRTH. Lancet. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2863457>. Acessado em: 10. SETEMBRO.2019. Oliveira SMJV, Riesco MLG, Miya CFR, Vidotto P. TIPO DE PARTO: EXPECTATIVAS DAS MULHERES. Rev Latino-am Enfermagem 2002 setembrooutubro; 10(5):667-74. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v10n5/v10n5a7.pdf>. Acessado em: 12. SETEMBRO.2019. OMS – Organização Mundial de Saúde. DECLARAÇÃO DA OMS SOBRE TAXAS DE CESÁREAS. Organização Mundial da Saúde – OMS. 2019. Disponível em: < https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/161442/WHO_RHR_15.02_por.pdf?s equence=3>. Acessado em: 12. SETEMBRO.2019.


87

PALLASMA, Juhani, A IMAGEM COPORIFICADA: IMAGINAÇÃO E IMAGINÁRIO NA ARQUITETURA. - Porto Alegre (2013). PEREN, J. I. (2006). ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO NATURAIS NA OBRA DE JOAO FELGUEIRAS LIMA “LELÉ”: ESTUDO DOS HOSPITAIS DA REDE SARAH KUBITSCHEK FORTALEZA E RIO DE JANEIRO. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006. PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA. PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE FORTALEZA. Disponível em: < https://urbanismoemeioambiente.fortaleza.ce.gov.br/images/urbanismo-e-meioambiente/catalogodeservico/pdp_com_alteracoes_da_lc_0108.pdf >. Acessado em: 10. SETEMBRO.2019. SILVA, Larissa. A COSMOGONIA EM HESÍODO, OVÍDIO E TOLKIEN: A ETERNA CONTEMPORANEIDADE DA MITOLOGIA NA COMPREENSÃO DE UNIVERSOS. Florianópolis, 2018. VASCOCELOS, Renata Thaís Bomm. HUMANIZAÇÃO DE AMBIENTES HOSPITALARES: CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS RESPONSÁVEIS PELA INTEGRAÇÃO INTERIOR/EXTERIOR. Florianópolis, 2004 VOGEL JP, Betrán AP, Vindevoghel N, Souza JP, Torloni MR, Zhang J et al. on behalf of the WHO Multi-Country Survey on Maternal and Newborn Health Research Network. USE OF THE ROBSON CLASSIFICATION TO ASSESS CAESAREAN SECTION TRENDS IN 21 COUNTRIES: A SECONDARY ANALYSIS OF TWO WHO MULTICOUNTRY SURVEYS. LANCET GLOBAL HEALTH 2015. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25866355>. Acessado em: 15. SETEMBRO.2019. YE J, Betran AP, Vela MG, Souza JP, Zhang J. SEARCHING FOR THE OPTIMAL RATE OF MEDICALLY NECESSARY CESAREAN DELIVERY. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24720614>. Acessado em: 15. SETEMBRO.2019.


88


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.