Projeto final em design de mĂdia digital
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Fernanda Santos de Macedo
Professores titulares Maria Clรกudia Bolshaw Gomes Eliane Garcia Prereira Maria das Graรงas de Almeida Chagas
Professor tutor Eliane Garcia Pereira
Professor orientador Gabriel do Amaral Batista
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Agradecimentos Gostaria de agradecer aqui as pessoas que vêm me ajudando neste projeto. Pensar em desenvolver um projeto sozinha foi muito preocupante, mas o fato é que não estou fazendo esse trabalho por conta própria, várias pessoas vem me ajudando a concretizá-lo. Agradeço a Cláudia Bolshaw pelas dicas, conselhos e material fornecido; a Eliane Garcia por sempre mostrar interesse e ajudar em todas as etapas do projeto; ao Gabriel do Amaral pela paciência, disposição, e por ter esclarecido todas as minhas dúvidas, ajudando a me organizar e “me mantendo no cronograma”, além de me dar ideias criativas; ao Marcos Magalhães que no início do projeto me ajudou a achar meu caminho; ao Miguel pela grande ajuda com a identidade visual e outras referências; a Maria das Graças Chagas pela ajuda com o planejamento; e ao Marcelo Pereira, Leonardo Cardarelli e João Alegria pelas orientações ao longo das aulas; ao Ricardo Guimarães por ter se disponibilizado para entrevista e demonstrado interesse maior do que esperado; aos amigos Camila Queiroz e João Gabriel Batista por sempre me mostrarem conteúdos úteis e me ajudarem em várias etapas; ao Amilton Macêdo por fazer parte da arte do projeto; ao Bernardo Curvello por estar sempre me ajudando com ilustrações, ideias e críticas;
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Sumário Resumo............................................................................................... 8
A metodologia adotada ............................................................... 48
Introdução
Processo experimental
A Ideia .............................................................................................. 11
Fundamentação
Oportunidade................................................................................... 13 Os seres imaginários ................................................................... 23 A estética ....................................................................................... 30
Metodologia
Metodologias estudadas.................................................................. 44 A proposta ...................................................................................... 48
O conceito ...................................................................................... 53 O brainstorm .................................................................................. 60 Referência de animais ................................................................... 63 As silhuetas ..................................................................................... 73 O detalhamento ............................................................................. 78 Ilustração .......................................................................................... 85 Model sheet .................................................................................... 88 Observação de movimento ........................................................ 103 Estudo de animação ..................................................................... 125 Distribuição .................................................................................... 139 A pesquisa técnica ....................................................................... 145 Identidade visual............................................................................. 147 Planejamento ................................................................................. 148 Experimentação ............................................................................ 151 Conclusão ....................................................................................... 153
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Resumo O projeto mimetism busca desenvolver uma pesquisa no campo do concept art voltada para a observação de animais e o uso destes como referência na criação de personagens fantásticos visando a criação de um ser verossímil e carismático. Estudei alguns artistas que falam sobre o tema, e a partir de uma análise de seus métodos de trabalho foi desenvolvida uma metodologia pessoal de criação e esta foi aplicada em dois personagens: o monstro aqueronte descrito por Jorge Luiz Borges e um animal do conto “Relato de Arthur Gordon Prym, de Nantucket” de Edgar Allan Poe.
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Introdução Há duas questões principais que me levaram a fazer este projeto. A primeira, que também me levou a fazer graduação em design de mídia digital, é a beleza das animações como da Disney, Pixar e Dreamworks. Além de serem cativantes e fluidas, me faziam imergir em sua história, esses estúdios conseguem transmitir ao espectador a emoção que os personagens vivem ,tornando-os espetacularmente cativantes. Para isso é preciso atenção a diversos detalhes, um bom estudo de roteiro, personagens, composição, câmera e animação. Para mim, ver um desenho com animações características de pessoas e animais que conheço me trazem uma sensação prazerosa de identificação com o personagem que torna a imersão a esse outro mundo muito mais forte e significativa.
Outra questão veio da forma com a qual fui criada. Meus pais e avós gostavam e tinham muitos animais de estimação, desde criança eu vivi cercada por eles e vários momentos dessa convivência me marcaram, seja com o gato que tive desde criança e esteve comigo por 17 anos ou cães, gatos e até ratos que resgatamos da rua e abrigamos temporariamente. Nutri com todo esse contato um amor muito grande pelos animais em geral. Resolvi unir, então, a admiração por animações e o amor por animais no meu projeto final, afim de elaborar um estudo de movimentos e comportamentos característicos de alguns animais para serem usados como referência para animações.
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a ideia Meu tema central é o desenvolvimento de concept art e animações a partir de referências obtidas com o estudo observativo de animais reais. Nos primeiros pensamentos acerca do tema para o projeto busquei listar meus interesses dentro da área do design. Inicialmente me veio em mente fazer um projeto sobre modelagem 3D, mas sem muitas ideias do que desenvolver. Puxando para outra área de interesse, uma animação poderia ser uma boa solução. Tenho planos de fazer uma animação informativa sobre o abandono de animais há algum tempo e, recentemente, durante as aulas de adestramento do cachorro da minha mãe, tive uma ideia de animação mostrando o que a linguagem corporal dos cães deve representar, erros que cometemos sem saber que pode afetar negativamente seu comportamento, entre outras coisas. A ideia de observação do comportamento canino me levou a outra ideia: focar no estudo de animais em geral (seus hábitos, movimentos, comportamentos característicos, ... ) sendo usados como referência em animações.
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No making of de alguns filmes como O rei Leão ou A Viagem de Chihiro vemos que para animar os personagens foram feitas observações de animais reais para dar mais veracidade a seus movimentos, método adotado por vários estúdios e em muitas animações. Então as oportunidades voltaram a se abrir. Faria o estudo observativo de um único animal? Animais mais comuns usados em animações? Voltaria o estudo para pesquisa de criação de personagens? Como e porque as referências animais são usadas em animação? Como humanizar personagens animais (ao invés de usar suas características reais)? Para focar essa pesquisa em um animal já existia a ideia sobre a linguagem corporal dos cães. Aplicando a pesquisa a questão dos animais abandonados poderia mostrar um paralelo entre o antes e depois de um animal com lar e ao ser abandonado, o que muda em seus hábitos, e qual a diferença destes com os
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hábitos de seus parentes selvagens. Outras ideias que me foram apresentadas são: -mostrar fatos comuns de animais de estimação como uma forma de guia para donos de primeira viagem; -uma observação dos cães guias, como são escolhidos em uma ninhada e como são treinados; -mostrar o processo de domesticação de cães e gatos se ramificando em raças com características diferentes; Apesar de gostar das alternativas para animação, elas tem atreladas a si um tipo de história e o meu objetivo era focar no estudo de criação e animação de personagens e não em uma narrativa. Conversando com o Marcos Magalhães sobre meu tema, citei como um exemplo o processo de criação do “Banguela” de como treinar seu dragão (um dragão que, ao invés de se comportar como um lagarto, age como um felino). Então, ele deu a ideia de mostrar as etapas de desenvolvimento de uma criatura fantástica.
a oportunidade Segundo os artistas que vim a estudar, ao se criar um personagem de fantasia para filmes e animações não basta que ele tenha uma aparência interessante, é preciso fazer um estudo de como será sua ambientação e seus movimentos. Para tal, uma das possibilidades é recorrer aos animais reais com características que atendam aos conceitos estabelecidos e a personalidade que se quer ressaltar. Existe muito material sobre seres imaginários, técnicas de pintura e ilustração, mas pouco sobre processos de criação e animação dos mesmos. Quando penso em movimentação de animais logo me lembro de Muybridge, que desenvolveu trabalhos com sequências fotográficas de movimentações de pessoas e animais. Essas sequências são muito boas para estudo de animação, mas, até agora pelo menos, não consegui encontrar um estudo desse porte para aplicação em personagens fantásticos.
Eadweard Muybridge - Horses And Other Animals In Motion
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Seguindo com minha pesquisa procurei livros de ilustradores, principalmente em que eram expostos trabalhos sobre personagens animais ou do realismo fantástico. No ebook “creature sketches” da imaginism, Bobby Chiu mostra vários sketches feitos por ele e artistas convidados e no final dá algumas dicas sobre design de criaturas, dentre as quais:
“Before you go randomly designing a creature think about what you’re trying to accomplish. Just because your creature is fictional doesn’t mean you are free to throw down anything that crosses your mind. Consider this: the most complelling creatures have a purpose-they’re compelling because, even though they are not real they MAKE SENSE. A polar bear-type animal with thick fur living in the desert wouldn’t make much sense. The creature would be JARRING, not COMPELLING. So here’s your first consideration real life animals typically look the way they do for a practical, evolutionary reason. Every datail-like a leopard’s spots or a chimp’s opposable thumbs-exists for a logical purpouse. So kipping this in mind, imagine that you’re not so much CREATING your creature so much as you are watching the results of its natural evolution.” Ele apresenta uma forma de pensamento prévio ao concept art de duas de suas criaturas (kanga-mole-bunny e um animal tigrado), mas não se preocupa em mostrar todos os detalhes e passo a passo da sua criação. Ilustração de Bobby Chiu - Kangamole Banny Creature Sketches
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de um personagem para literatura, mas os passos podem ser muito bem empregados para um concept art e é muito próximo à minha proposta, no entanto, o site não apresenta recursos visuais ou demonstrações.
Ilustração de Terryl Whitelatch - Animals real and imagined
Assim como o ebook, o making of e artbooks de algumas animações como “Como treinar seu dragão” e “A viagem de Chihiro” mostram um pouco do processo de criação e animação, mas de modo um pouco superficial ou mostrando cenas específicas. Pesquisei produtos sobre design de personagens fantásticos e encontrei alguns resultados interessantes. “Animals real and imagined” da Terryl Whitlatch mostra criações de uma ilustradora e bióloga, “The art of animal character design” de David Colman mostra técnicas de ilustração e criação de personagens carismáticos, e um site com o artigo: ”10 Steps to Creating Realistic Fantasy Animals” da Ashley Lange que mostra uma metodologia bem detalhada, na verdade, voltada para a criação
Ilustração David Colman - Tigre sketch
Animatic de como treinar seu dragão The art of how to train your dragon
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Com essas referências foi possível aprimorar minha proposta, visando apresentar uma metodologia para ser usada na criação de seres fantásticos, tendo como base a observação de animais reais, levando em conta processos já existentes, com referências de criadores de grandes estúdios como Disney, Dreamworks, Pixar e Imaginism, entre outros, porém sob viés do design, mostrando em detalhes as etapas de produção e com suportes visuais e práticos. Meu objetivo é mostrar mais detalhadamente cada etapa desse desenvolvimento, então, será
escolhida uma criatura e mostrarei todos os detalhes do meu processo de criação. Este projeto é voltado para um público de ilustradores e designers iniciantes com interesse em concept art, que não têm conhecimento aprofundado sobre os processos de criação de personagens, sendo um exemplo que poderia ser usado, uma metodologia base, mas que não necessariamente é a única ou melhor metodologia para todos os casos.
Terrible terror The art of how to train your dragon
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a justificativa concept art De acordo com os artistas que venho estudando, antes de começar a desenvolver um personagem deve-se pensar no lugar que ele habitará, qual é a sua natureza (agressivo, ágil, dócil, sorrateiro, sábio... ), qual o seu propósito na história, entre outros aspectos. Quando não se pensa nessas questões pode-se criar um personagem fora de contexto, como, por exemplo, um animal gigante que deveria habitar uma floresta densa, ele não conseguiria se mover entre árvores. Além disso, trazer uma característica real pode gerar uma maior empatia com o personagem. Procurando por design e criação de personagens fantásticos, a maior parte dos resultados aborda técnicas de ilustração e pintura digital e nem todo ilustrador ou animador tem uma preocupação em criar um trabalho de design. A relevância do meu projeto é baseada nesses problemas e em propor uma metodologia baseada nos conceitos do campo do design, fundamentada em experiências e referências de concept artists de grandes estúdios.
“O trabalho do designer, concept artist, é esse: criar uma criatura extraordinária que foge da realidade, mas ao mesmo tempo tem características que existem na natureza o aproximando do espectador para despertar uma afeição” - Ricardo Guimarães.
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Terryl Whitelatch - Behemoth e cadeia montanhosa nas costas do Behemoth Animals real and imagined
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pesquisa Não consegui encontrar um trabalho que apresentasse similaridade em todos os aspectos (tema, metodologia e plataforma), mas em diversas referências isoladas. O livro “Animals real and imagined” da Terryl Whitlatch e “Creatures Sketches” do Bobby Chiu foram adotados por estarem mais próximos da minha proposta, são livros quase inteiramente gráficos com algumas informações a respeito da criação das criaturas: conceito, aspectos de biologia como anatomia, adaptações, camuflagem e até estudos de como o interior do corpo funcionaria (como no caso do Behemoth criado pela Terryl Whitelatch).
Terryl Whitelatch - animais e ecossistema nos intestinos de Behemot
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No Livro “Creature Sketches” Bobby Chiu fala um pouco sobre suas técnicas de ilustração e também apresenta um pouco do processo de criação de alguns de seus personagens, como o animal na página seguinte feito a partir de uma lista de requisitos.
Ilustração de Bobby Chiu Creature Sketches Imaginism
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Ilustrações de Bobby Chiu Creature Sketches
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Quanto a plataforma em vídeo encontrei um programa do Discovery Channel chamado “Stephen Hawking’s Universe: Aliens” que é basicamente o que o título remete, uma visão científica de ficção criada por um dos cientistas mais consagrados da atualidade. Em diversos quadros ele mostra possibilidades de formas de vidas alienígenas, dentre eles: um animal aquático
que produz luz própria e seres bípedes que habitam as paredes de um rochedo e que se seguram e se alimentam ao mesmo tempo com um tipo de sucção produzido por suas enormes bocas. O vídeo tem uma forma de pequenos documentários que atende ao caráter científico do programa.
Cenas de “Into the Universe with Stephen Hawking Ser aquático de um planeta líquido e sem iluminação, Animal peludo de um planeta gélido, Predadores de um planeta rochoso Discovery Channel’s
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os seres imaginários Seres imaginários são fantasiados desde o começo dos tempos. Segundo uma enciclopédia de literatura infantil da Oxford, criaturas místicas são registradas até em pinturas rupestres, datando de 17,490 A.C. Até hoje criamos esses seres fantésticos e acredito que esse hábito não mudará tão cedo. Essas criaturas estão tão incorporadas ao nosso subconsciente que culturas que nunca tiveram contato entre si possuem seres mitológicos com características ou propósitos parecidos. Assim, as vezes são classificados por esteriótipos, por mais estranho que estes sejam, como relata J. L. Borges:“Em uma certa enciclopédia chinesa que se intitula Empório Celestial de Conhecimento Benevolente, está escrito, em suas remotas páginas, que os animais se dividem em:
a) pertencentes ao imperador b) embalsamados c) domesticados d) leitões e) sereias f) fabulosos g) cães em liberdade
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h) incluídos na presente classificação i) que se agitam como loucos j) inumeráveis k) desenhados com um pincel muito fino de pêlo de camelo l) et cetera m) que acabam de quebrar a bilha n) que de longe parecem moscas.”
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No filme “A história sem fim” em um momento de tristeza o menino chamado Bastian foge para uma livraria onde começa a ler um livro. “A leitura do livro o transporta ao fantástico mundo de “Fantasia”, habitado por um caracol de corrida, um morcego planador, um dragão da sorte, elfos, uma Imperatriz Menina, o valente guerreiro Atreyu e uma pedra ambulante chamada Come-Pedra.”. Um mundo repleto de personagens que encantam o público e, como o dragão da sorte, foge da imagem comum que se tem das criaturas fantásticas.
Atualmente a computação gráfica facilita a criação desses mundos do imaginário e os torna quase reais em filmes como Avatar, Nárnia, A Bússola de Ouro, Senhor dos Anéis, Star Wars, Startrack, Alice no País das Maravilhas, Eragon, O último dobrador de ar e muitos outros.
Appa - O último dobrador de ar
Lyra e Yorick Bernisson - A Bússola de Ouro
Oliphants - Trilogia Senhor dos Anéis
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As possibilidades ao se pensar em criar um animal imaginário são tão vastas que é até mesmo difícil saber qual e como decidiria qual personagem eu desenvolveria. Para escolher uma criatura poderia optar por ilustrar um animal mitológico, alguns já possuem estereótipos, mas não impossibilitam uma releitura. Além dos mitos existem muitos contos com seres imaginários ou poderia criar minha própria criatura. Para tomar essa decisão, achei importante ter conhecimento prévio dos animais já imaginados. Existe muito além dos dragões e unicórnios, e é impossível ter conhecimento de todos os seres imaginários, mas lendo alguns livros (destaco aqui o Livro de seres imaginários de Jorge Luis Borges que envolve seres de mitos e contos antigos à relativamente modernos) e sites, registrei os que achei mais interessantes: A bao a qu É uma criatura encontrada na Torre da Vitória em Chitor. Diz-se que vive em estado letárgico, aos pés de uma escada em caracol, que leva ao topo da torre, até alguém suba as escadas e aos poucos vai tomando consciência, de transparente vai se tornando azul brilhante e só assume sua forma perfeita tendo, o visitante, alcançado o último degrau. Um animal sonhado por C S Lewis Pode-se ouvir seu canto na floresta, mas ao se aproximar o animal foge. Conseguindo se aproximar, é visto um animal negro exceto pela barriga branca, liso e brilhante, suas
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patas e cascos lembram a do camelo, o pescoço de um cavalo e uma cauda peluda. Um animal sonhado por Kafka Possui uma cauda com muitos metros de comprimento sempre em movimento e quase hipnotizante. Lembra o canguru, mas tem a cabeça oval e com traços humanos e dentes bem expressivos. Um animal sonhado por Poe Um animal terrestre com quatro pernas curtas com garras agudas de cor escarlate, o pelo era homogêneo e sedoso perfeitamente branco, a cabeça parecia de gato mas com orelhas de um sabujo. Bahamut Deus criou a Terra e abaixo dela para sustentá-la criou um anjo, por baixo dos pés do anjo um penhasco de rubi, abaixo do penhasco um touro com quatro mil olhos, orelhas, ventas,bocas línguas e pés, por baixo do touro o peixe chamado bahamut e sobre ele água e então a escuridão e a ciência humana não consegue ver além desse ponto. Behemoth Era um animal próximo ao elefante ou hipopótamo, um ser da terra, que faz nascer pasto por onde passa. Burak É uma cavalgadura celeste com rosto de um homem, orelhas de burro, corpo de cavalo e asas e cauda de pavão real.
Leucrocotas É um animal muito rápido, do tamanho de um burro, possui as patas de um cervo, pescoço, cauda e peito do leão, cabeça de texugo e sua boca abre até as orelhas e tem apenas um osso continuo ao invés de dentes. Um cruzamento Um animal de kafka metade gato, metade cordeiro, hora apresenta comportamento de um hora de outro, e em alguns momentos a natureza dos dois animais entram em conflito, como em sua alimentação: não come carne nem grama. Mantícora Um grande leão rubro com rosto humano e três fileiras de dente. Diz-se que sua voz lembra uma flauta ou trombeta. Monstro aqueronte Aqueronte, palavra que remete ao inferno, talvez seja um titã castigado, maior que uma montanha, lança chamas que nunca se estinguem.”Dentro do Aqueronte há lágrimas , trevas, ranger de dentes, fogo, calor intolerável, frio glacial, cães, ursos, leões e cobras. Nessa lenda, o inferno é um animal com outros animais dentro.” A peluda de la ferté-bernard Esse animal com cabeça de serpente, corpo esférico do tamanho de um touro com um aguilhão mortal, gostava de devorar seres inocentes, donzelas e crianças.
Do Livro de Julio Cortázar - Histórias de Cronópios e de Famas “Os pousa-tigres”, “História de um urso mole”, “Camelo declarado indesejável” e “Discurso do urso” são histórias de animais com conceitos muito interessantes. Na internet também encontrei muitas outras criaturas, como a Nove Caudas: uma raposa com nove caudas símbolo de fortuna, paz e sorte; Komainu: criatura parecida com o leão que guarda templos japoneses afastando os maus espíritos; Boitatá : uma gigantesca cobra de fogo que protege os campos daqueles que causam incêndios. Analisando estes e muitos outros seres observei que em geral existem dois tipos de criaturas: estereotipadas (com forma física já prédefinida como centauros e sereias) e conceituais (possuem um propósito ou características marcantes, mas não tem uma forma específica). Para testar se a metodologia atendia a esses dois padrões acabei por escolher dois animais: o monstro aqueronte e o animal de Poe. O primeiro por não conter muitas descrições físicas e não ser comparado a animais reais, deixando livre a minha interpretação de acordo com o seu propósito e descrições. Já o segundo descreve bem a aparência do animal, mas é um exercício interessante de criatividade para dar toques pessoais a um ser que já tem um tipo de “briefing”.
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Criaturas com formas fĂsicas esteriotipadas Fontes diversas (ver fontes consultadas)
Criaturas conceituais Fontes diversas (ver fontes consultadas)
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Pesquisa estética Atualmente uma das formas de animação mais adotadas são as animações em 3D. Uma técnica que é visualmente bela com efeitos especiais impressionantes e personagens muito simpáticos. Porém, para tal resultado, as empresas possuem uma larga equipe de produção. Kung fu Panda - Dreamworks
Brave - Disney Pixar
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Como referências para os personagens, no estilo 2D existem alguns artistas com traços dos quais simpatizo muito, como Chris Sanders, atual diretor de animação da Dreamworks. Seu estilo de desenho é muito característico: mulheres que parecem pin ups com corpos bem definidos, nas pontas dos pés, olhos puxados, nariz arrebitado e lábios carnudos. Seus animais costumam ter cabeça grande, olhos puxados e um focinho largo.Outro artista que usarei como referência é o David Colman. Possui um estilo cartoonizado e seus personagens são extremamente carismáticos e encantadores. Para trazer esse carisma a meus personagens irei empregar algumas características desses artistas.
sketches de urso David Colman Ilustração de Chris Sanders
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Júlia Sardà, uma artista espanhola, que desenvolve personagens muito interessantes, e com uma estética muito bonita. Usa cores bem vivas e textura bem trabalhada.
Character design Júlia Sardà
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Dentre outras referências que atribuirei ao meu projeto ( mais em questão de cenário e paleta de cor) estão: a escola de cinema e animação Gobelins que produz belíssimas animações, o game Journey da empresa thatgamecompany e um artista do deviantart nafah.
Com a palheta de cor que empregam, sua suavidade e cenários extraordinários trazem uma certa sensação de serem, de fato, lugares mágicos.
Animações da Gobelins: Monstera deliciosa, Le lac gelé, Fenrir e Trois petits points.
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Journey - thatgamecompany
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Screenshot do jogo journey
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Ilustraçþes do deviantart nafah
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Como a minha intenção é criar um livro apresentando meu processo, busquei analisar também a estética e diagramação dos livros que encontrei em minha pesquisa. Em geral adotam um formato horizontal com cerca de 29,7cm de largura e entre 23 e 26 cm de altura. Diagramação com 2 ou 3 colunas, usando pouca massa de texto e muitas imagens.
The art of how to train your dragon
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The art of Brave
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The art of Avatar
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The art of Bolt
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Animals Real and Imagined
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ebooks Procurei referências de ebook, pois seria uma outra forma interessante de expor um conteúdo teórico junto a suportes gráficos e vídeos, permitindo mais interação. Our choice É um livro digital da Al Gore sobre aquecimento global que apresenta um formato inovador e muito interativo. A navegação consiste em acessar os capítulos através de imagens principais que selecionadas mostram as outras páginas do capítulo em questão. Também apresenta várias imagens e vídeos que podem ser destacados e possuem diferentes possibilidades de interação.
Alice para iPad
Pop out! The Tale of Peter Rabbit
Our Choice Al gore
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Alice no país das maravilhas e Pop out! The Tale of Peter Rabbit para iPad apresentam contos de maneira bem ilustrativa e cada página também apresenta interatividade ao se clicar, balançar ou girar.
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Metodologias Estudadas Ashley Lange Procurando por metodologias de criação de personagens fantásticos, além das vistas nos livros já citados (Bobby Chiu, Terryl Whitelatch e David Colman),encontrei em um site o artigo da escritora Ashley Lange, que foi o mais completo e detalhado que encontrei e, embora seja voltado para a criação de personagem para uma narrativa, sua metodologia pode ser perfeitamente empregada para concept art. Sua metodologia é linear, mas certos tópicos retornam pontos abordados previamente (artigo completo citado nas fontes consultadas).
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Fluxograma de construção de personagens Ashley Lange
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entrevista com Ricardo Guimarães Ricardo Guimarães é um concept artist profissional, desenvolveu trabalhos para revistas, games e atualmente dá aulas de desenho e pintura digital. Entrei em contato e fiz uma entrevista direcionada a suas etapas de criação de personagens. Pude assim observar uma outra metodologia, que se resume em: -Propósito/natureza (agressivo, pacífico,..); -Ambientação (habitat); -Referências/análise de elementos (referências prévias de animais reais e que tipo de adaptações possuem: garras, pelagem e outros elementos que ele vai precisar para se defender ou atacar); -Silhuetas, muitas silhuetas; -Detalhamento a partir das silhuetas; -Análise aprofundada de detalhamentos; -Análise de cor e padronagem; -Finalização; -Rendering; Orcus pet e Silhuetas Ricardo Guimararães
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Palestra da Imaginism A palestra de alguns artistas da Imaginism em janeiro teve grande influência no meu projeto e como vejo atualmente o processo de concept art e animação. Durante a palestra apresentaram o processo de criação da imagem ao lado. Tinham como conceito uma criatura que se camuflava no ambiente e atraia seres menores dos quais se alimentavam. Assim, desenvolveram um animal com a pelagem semelhante a vegetação, galhos com flores e pequenos dentes afiados. Quanto a composição mostram que a princípio queriam destacar as flores, o mesmo que atraem as pequenas criaturas da florestas devem nos atrair para a imagem. O animal em si vai sendo, então, mais observado e o último detalhe que queriam que fosse visto são as asas na boca mostrando, enfim, sua verdadeira natureza. Falaram sobre outros processos, deram dicas e várias outras questões. A Imaginism é um dos estúdios cujos trabalhos mais me atraem e venho tentando seguir um pouco de seus passos, pois como venho observando nos artistas que tenho estudado é com esse trabalho de refinamento que se traz vida a um personagem fictício.
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Proposta
Metodologia
O objetivo principal é expor uma metodologia de criação de seres imaginários com caráter de design, mostrando-a através de um processo pessoal de concept e estudo de animação de duas criaturas retiradas de O Livro dos seres imaginários (Jorge Luiz Borges, 1957). De acordo com as etapas do processo, apresentarei também as pesquisas feitas para o projeto em forma de exemplos, que o espectador poderá usar como referência para um desenvolvimento próprio.
Juntando as metodologias estudadas durante o levantamento de dados formulei uma metodologia pessoal. O processo é experimental e durante o percurso do projeto é possível que venha a mudar ou adicionar algumas etapas. Para ilustrar resumidamente a metodologia fiz o fluxograma a seguir.
Pretendo disponibilizar essa pesquisa no formato de um livro digital em um pdf exposto em um site na web.
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Primeiramente deve-se definir o que será a criatura que se quer desenvolver, pensando em qual seria o seu propósito no mundo (como seria inserido em uma narrativa), como é sua personalidade (é um animal agressivo, curioso, brincalhão, ...), qual o seu habitat, e o que o diferencia de animais reais e o torna um personagem fantástico.
Depois da conceituação, pode-se fazer uma lista das características essenciais e um brainstorm com tudo que vier a cabeça, animais parecidos, características, referências, sem se preocupar em definir o que será o resultado final. A seguir, observar animais reais e como vivem, procurar observar como se adaptaram para o seu estilo de vida. Na fase das silhuetas deve-se testar diversas formas (quanto mais melhor), aproveitando o brainstorm. Assim, pode-se ver que formas se encaixam melhor e, como disse Ricardo Guimarães, “se funciona na silhueta vai funcionar com detalhamento”. Um bom personagem deve ser reconhecido com apenas sua sombra. Para definir os detalhes, deve-se lembrar que, em geral, a forma segue a função, se um animal vive em árvores deve ter patas e rabo adaptados, se tem uma boa audição provavelmente terá orelhas grandes. Definindo essas questões já pode-se fazer um desenho final e model sheet com suas expressões e algumas posições. Para o estudo de animação deve-se pensar quais serão os principais movimentos que a criatura fará: caminhada , corrida, salto, caça, e outros dependendo da conceituação que lhe foi dada. Para isso, usarei novamente referências de animais.
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Processo experimental criaturas escolhidas A princípio minha intenção era escolher apenas uma criatura, porém existiam duas opções que estavam me atraindo, uma de procurar um animal mais conceitual sem muita descrição física, assim teria mais liberdade na criação e traria forma a um ser abstrato, mas, durante a entrevista com o Ricardo Guimarães, ele falou que nos trabalhos profissionais geralmente há um briefing que limitam suas possibilidades, exemplificando com os concepts que fez para o jogo Diablo III: os personagens já existiam, eram os mesmos dos jogos anteriores, mesmo assim tentavam mudar e adicionar alguns detalhes que os deixavam mais interessantes. Esse comentário também me fez pensar em escolher um animal que tivesse descrições bem específicas, mas trabalhar com os detalhes e talvez torná-lo diferente do que se imagina superficialmente. Assim, acabei por adotar dois dos seres imaginários que Jorge Luis Borjes descreve em seu livro. O primeiro “um animal sonhado por poe“: “Recolhemos um ramo com frutos vermelhos como os do espinheiro e o corpo de um animal terrestre de conformação singular. Devia ter três pés de comprimento e seis polegadas de altura; as quatro pernas eram curtas e equipadas com garras agudas de cor escarlate de um material semelhante ao coral. O pêlo era homogênio e sedoso, e perfeitamente branco. A cauda era pontiaguda como a do rato, e tinha um
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pé e meio de comprimento. A cabeça parecia de um gato, com exceção das orelhas, que eram caídas como as de um sabujo. Os dentes eram do mesmo escarlate das garras.” Por ser um animal de “ilhas antárticas” que não foi nomeado no conto procurei palavras em islandês para lhe dar um nome. Variei junções de palavras ao ser (animal, gato, fera, criatura,...) e palavras que remetem a forma ou ao ambiente (longo, da neve, branco,...) das combinações a que mais me agradou foi lengi dýr que significa animal longo. O segundo “o monstro aqueronte”: “Um único homem, uma única vez, viu o monstro Aqueronte; o fato se produziu no século XII, na cidade de Cork. (...) Comecemos pela palavra “Aqueronte”. No livro X da Odisséia, é um rio do inferno e corre nos confins ocidentais do mundo habitável. Seu nome retumba na Eneida, na Farsália de Lucano e nas Metamorfoses de Ovídio. Dante o registra num verso: Uma tradição faz dele um titã castigado; outra, de data posterior, localiza-o não longe do pólo austral, sob as constelações das antípodas. Os etruscos tinham livros fatais que ensinavam a adivinhação, e livros aquerônticos que ensinavam os caminhos da alma depois da morte do corpo. Com o tempo, “Aqueronte” passa a significar “inferno”.
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Túndalo era um jovem cavaleiro irlandês, educado e valente, mas de atos não irrepreensíveis. Adoeceu na casa de uma amiga e durante três dias e três noites foi dado por morto, só que guardava um pouco de calor no coração. Quando voltou a sí contou que o anjo da guarda lhe mostrara as regiões ultraterrenas. Das muitas maravilhas que viu, a que agora nos interessa é o monstro Aqueronte. É maior que uma montanha. Seus olhos lançam chamas e sua boca é tão grande que nove mil homens caberiam nela. Dois réprobos, como dois pilares ou atlantes mantêm-na aberta; um está de pé, outro de cabeça para baixo. Três gargantas conduzem ao interior; as três vomitam fogo que não se apaga. Do ventre da besta sai a contínua lamentação de infinitos réprobos devorados. Os demônios dizem a Túndalo que o monstro se chama Aqueronte. O anjo da guarda desaparece e Túndalo é arrastado para junto dos outros. Dentro de Aqueronte há lágrimas, trevas, ranger de dentes, fogo, calor intolerável, frio glacial, cães, ursos, leões e cobras. Nessa lenda, o inferno é um animal com outros animais dentro. Em 1758, Emanuel Swedenborg escreveu:”não me foi dado ver a forma geral do inferno, mas me disseram que assim como o céu tem forma humana, o inferno tem a forma de um demônio”.”
Conceito propósito Todos os personagens tem um propósito, mesmo fora de uma história. Quando você cria um personagem existe uma ideia inicial que vai influenciar toda estrutura deste. Por exemplo, um guepardo tem sua forma porque é adaptado para correr, então tem o corpo mais esguio que outros felinos, seu peito é maior por causa do pulmão que precisa ser mais eficiente, as patas são longas para uma passada longa, a coluna é bastante flexível, o rabo é longo e funciona como um leme auxiliando no equilíbrio do movimento. Cada parte do corpo de um animal passou por uma adaptação de milhares de anos para suprir uma função. Então, um bom passo para iniciar o processo de criação de personagem é definir o seu papel no mundo e perceber como isso irá afetá-lo. No artigo “10 Steps to Creating Realistic Fantasy Animals” da Ashley Lange, ela mostra que em narrativas em que o animal não é o personagem principal eles seguem um propósito em relação à um personagem humano, em geral para atacar o herói, ser guardião de algum lugar ou objeto, fazer parte do cenário, ser um animal de companhia, ser uma raça inimiga ou aliada do herói, ser uma montaria, ser caçado, exercer um trabalho, criado para gerar alimento, para lutar ou mesmo para ser desenhado. Assim, cada um deverá ter uma forma apropriada para
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o papel que irá desempenhar, um animal que irá atacar o herói deverá ser ágil ou forte, com garras e dentes afiados, já um animal pensado para ser desenhado provavelmente será colorido e com formas sinuosas. Lengi Dyr O animal do conto do Poe vive a maior parte do tempo em árvores e como possui garras e dentes agudos, por isso imagino que caçaria pequenos animais como pássaros, roedores e insetos. Na narrativa do livro Relato de Arthur Gordon Prym, de Nantucket é um animal que apenas faz parte do cenário e o torna mais fantasioso, como descrevem seus dentes e garras interpreto que é um animal arisco, mas que mesmo pequeno é corajoso pois arrancaram o galho onde estava e ele não fugiu. Imagino também que poderia vir a ser um animal cativável, que segue o personagem principal como um animal de estimação, por ser um pequeno predador não ofereceria grande ameaça
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a um humano, mas possui habilidades de escalagem e caça que poderiam ser aproveitadas. Monstro Aqueronte Já o Monstro Aqueronte é um ser gigantesco, de regiões ultraterrenas, para mim, uma “terra dos mortos” como o Hades, uma paisagem desértica ou vulcânica onde não se cresce vida. Ele procura almas condenadas para devorá-las, como se dentro dele estivesse reservado um outro tipo de inferno. Penso então em um animal que vive em função de sua “caça de almas”, provavelmente teria algum dos sentidos mais apurados, como um tamanduá que caça formigas e por isso tem um focinho alongado, mas suas “presas” são almas condenadas, algo subjetivo aos nossos sentidos normais. Imagino então que ele teria um olfato muito apurado e teria um tipo de ecolocalização como de elefantes que conseguem encontrar água ou outras manadas pelas vibrações do solo.
temperamento Para ajudar a desenvolver uma personalidade busquei pelo arquétipo dos animais e encontrei o que cada um representa no xamãnismo (artigo em anexo). Lengi Dyr Os animais que são apontados com semelhança são o gato, rato e cão. Para o xamãnismo o gato representa entendimento de mistérios, sensualidade, e união do mundo espiritual com o mundo físico, o rato traz a capacidade de explorar detalhadamente e o cão simboliza a lealdade e a capacidade de amar. Pensando nessas características acredito que esse pode ser um animal misterioso, independente e recluso a princípio, mas curioso e que pode ser cativado por pessoas que lhe despertem interesse, é um animal sensitivo que percebe quando há perigo por perto e sempre encontra o que procura. Monstro Aqueronte Para esse que é um animal único, um titã, logo penso em longevidade, um animal poderoso e intimidador, mas que apresenta certa delicadeza pois em certo poema falam que ele anda na ponta dos pés, então, também tende a ser silencioso. Porém, sendo um animal “castigado”, solitário, sempre buscando cumprir seu propósito que nunca tem fim, pode ser um ser entediado, insatisfeito e mesmo triste.
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Lengi Dyr O conto se passa em “ilhas antárticas”, o animal é encontrado em um ramo com frutas vermelhas, e comentam que a água dos rios era consistente como uma infusão. É um ambiente gélido, a floresta possui árvores altas e espaçadas, com vegetação verde e frutas, mas cobertos por uma camada de neve, os rios parecem de pântanos, com um tipo de vegetação que cobre a superfície.
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Por causa do frio é importante que o animal tenha uma grossa camada de pelos, e gordura. Já é descrito com uma pelagem inteiramente branca que o ajuda a se camuflar, mas como raposas e lobos do ártico na primavera podem perder a pelagem externa e ganham uma pelagem mais escura. Por ter sido encontrado em árvores, deverá ter patas apropriadas para escalar e um rabo que auxilie no equilíbrio. Sua orelha é descrita como de sabujo, mas para se locomover facilmente pelas árvores não pode ser muito comprida e flácida.
Monstro Aqueronte Habita uma região ultraterrena, outro plano além da vida, um mundo para onde as almas vão temporariamente, cheia de dificuldades e provações, lembrando-me de Hades ou Mordor, uma terra seca, rochosa, com vulcões e montanhas, deserta, sem vegetação, sem animais e sem vida.
Para viver nesse ambiente o animal deve ter uma pele grossa, patas com algum tipo de proteção para andar pelo solo pontiagudo e o calor.
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Personalidade A personalidade vai influenciar principalmente na expressão corporal e no movimento do personagem. Lengi dyr Uma característica que predomina do gato é o orgulho, podem ter momentos em que se demonstrarão brincalhões e desajeitados, mas apenas quando não estão sendo vistos ou quando se sentem seguros, alternando, assim um comportamento sério do gato, brincalhão da lontra e curioso e investigador do rato, e do sabujo. Por essas qualidades penso em um animal que costuma ficar em uma posição altiva, geralmente esticado e com a cabeça alta, quando atento pode se erguer como um suricato, e levantar as orelhas, se abaixar como um gato em pose de caça, mas também tira uns momentos para brincar,rolar e escorregar pela neve. Monstro Aqueronte Por ser um titã castigado optei por um animal entediado e insatisfeito por isso, deve ter um andar arrastado, manter a cabeça, orelhas e o rabo baixos, mas como está constantemente caçando também deverá ter alguns movimentos nesse âmbito como parar, sentir as vibrações no solo e farejar o ar como leões. Ao detectar uma presa o Aqueronte irá ficar mais ativo , mas nunca corre, pelo seu tamanho pode percorrer grandes distâncias em pouco tempo e o solo requer certo cuidado ao se caminhar, não há motivo para correr.
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Diferencial Para se criar um personagem fantástico é importante que ele tenha um diferencial, algo que o destaque dos animais comuns e mesmo de outros seres fantásticos, fugindo de esteriótipos, assim, você terá um animal realmente único. Lengi dyr A característica mais marcante deste pequeno animal é seu corpo alongado, então, me aproveitando dessa característica atribui a ele uma propriedade de cobras, podendo torcer o corpo para se impulsionar em saltos ou estrangular presas. Outro diferencial é a cor escarlate de seus dentes e garras que parecem até pedras preciosas e ao se mostrarem destacam-se completamente no pelo e no cenário branco. Monstro Aqueronte Primeiramente, seu tamanho é o mais impressionante. Como é um animal com outros animais dentro, sobre seu corpo surge mais vida que no resto de seu mundo. Além disso procurei criar uma forma que foge as de criaturas mitológicas estereotipadas, mas que ainda lembrasse a figura de um demônio.
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Brainstorm Depois da conceituação fiz um tipo de brainstorm a partir das descrições retiradas do texto gerando diferentes interpretações e uma série de ideias relacionadas.
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Para o brainstorm do monstro aqueronte procurei outros textos, mas a única informação que encontrei foi um trecho de um poema que dizia: “Monstro aqueronte passeia. Na ponta dos pés”.
Para o lengi dyr usei apenas as descrições contidas no livro dos seres imaginários.
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Também fiz uma lista com as características principais ou que eram essenciais. Lengi dýr -adaptado ao frio; -adaptado para subir em árvores; -15cm de altura por 90cm de comprimento; -corpo branco; -orelha longa; -cabeça como de algum felino; -dentes e garras vermelhas;
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Aqueronte -tamanho de montanhas; -anda na ponta dos pés; -pele grossa; -longevidade; -olhos com cor de fogo; -grandes dentes mantêm a boca aberta; -plantas crescem em algumas partes do corpo; -emite som de outros animais;
Referência de animais Se pararmos para analisar os animais, a maioria mostrará fatos extraordinários, existe um ponto fantástico em quase tudo na natureza e explorar esses pontos pode tornar o seu personagem muito interessante e trazer uma conexão com o mundo real. Procurando por aspectos interessantes que poderia aplicar nos meus personagens fiz uma visita ao zoológico, mas pela pouca quantidade de animais atualmente e pelo comportamento anormal que desenvolvem no cativeiro achei pouco produtivo neste ponto do processo de criação. Mesmo não tendo visto grandes referências para o meu projeto, ver um animal de perto dá uma percepção totalmente diferente, ver um tigre na sua frente, ver, de fato, o seu tamanho, sua pelagem e seu olhar faz toda a diferença. Se tiver a oportunidade de observar animais de perto, com certeza será proveitoso. Para ver outros animais, que não tinham no zoológico, assisti vídeos, filmes e comprei o livro “the ultimate visual guide to everything on earth” que apresenta, realmente, uma quantidade enorme de animais, plantas e rochas. Existe poucos dados sobre cada um destes no livro, mas encontrando algum animal interessante buscava mais dados na internet.
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Lengi dýr Primeiramente pelo seu rosto parecer de um gato procurei por diferentes felinos pois possuem diversos formatos da cabeça,
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olhos, orelha, rabo, tipo de pelo e padronagem. O guia ilustrado Zahar de gatos mostra as raças de gatos domésticos.
Munchkin , Balines, Ragdoll, Maine coon, Selkirk rex Toyger, Siamês, American Bobtail, American curl, Bengal, Somali Siberian, Devon rex, Savannah, Sphinx, Scothish Fold, Persa Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
Procurei tambĂŠm por felinos selvagens por se tratar de um animal dessa natureza.
Black footed cat, Carcal, Serval, Leopardo da neve, Sand cat Lince, Jaguarindi, Asiatic golden cat, Ocelote Panpas cat, Puma, Leopardo nebuloso, Leopardo, Cheetah Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
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Em seguida procurei animais com corpo alongado, patas curtas ou rabos longos. As cobras dobram o corpo e se enroscam em árvores ou estrangulam presas. Lontras, fuinhas, furões e doninhas por suas patas curtas andam com pequenos saltos se curvando e esticando.
Fossas e o small spoted genet usam as caudas para equilibrar-se em árvores. O suricato se levanta esticando o corpo para ter uma visão melhor do ambiente a sua volta.
Doninha, fuinha, furão albino, cobra, fossa lontra, cobra, falanouc, small spotted genet, suricato Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
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Também era importante procurar animais que vivem em árvores e usam as mãos e rabos para se segurar.
Panda vermelho, loala, lemure, lemure, bushbaby, gambá pigmeu greater glider, aye aye, morcego, bicho preguiça, sugar glider, marmoset Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
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As orelhas eram descritas como de um sabujo, mas por ser longa e caída, então além de cães procurei por orelhas compridas de outros animais.
Jackrabbit, basset hound , morcego, mini lop, beagle, bloodhound, fennec fox Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
E por último a “cauda pontiaguda como de ratos”.
Jerboa, chinchila, dormouse, jumbing mouse, ratazana Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
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Monstro aqueronte Uma das descrições físicas mais fortes desse animal é a forma de um demônio, e ainda assim é uma descrição subjetiva. Demônios geralmente remetem a forma do gorila, cabra, bisão e cobra entre outros.
Cascavél, gaur, bisão, gorila, bisão cabra Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
Pelo aspecto de longevidade e proteção uma das referências usadas foram as tartarugas e elefantes.
Tartaruga de galapagos, tartaruga mata mata, tartaruga mordedora, elefante Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
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Pelo lado caçador temos os grandes felinos, lobos, hyenas e ursos.
Hyena, tigre, lobo, urso polar, leão Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
Procurei também animais conhecidos pela força.
Frisão, elk, rinoceronte, liger, brahman Fontes disponibilizadas nas fontes consultadas
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Outros animais que pesquisei foram jacarés, leões marinhos e javalis pelos dentes e o pangolim e o porco espinho por uma forma de proteção.
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Silhuetas Como o Ricardo Guimarães falou, silhuetas são muito importantes. Segundo Feng Zhu é uma etapa que funciona muito bem para a criação de personagens, principalmente para jogos, pois o público deve identificar seu caráter em frações de segundo e saber dizer se é um aliado ou inimigo. Até por isso é bom usar referências reais pois nós já temos algum conhecimento sobre eles e como se comportam, então você associa, mesmo que inconscientemente, ao comportamento, no caso, do animal original e identifica facilmente sua personalidade.
“Any good animator will tell you that a characters silhouette is an extremely important element in animation. A strong silhouette immediately informs the audience as to which character they are viewing as well as what that characters particular personality or emotional state may be.” ( autor desconhecido, retirado do site: http://www.houseofmove.com/cartoon-silhouettes).
Limbo Jogo da empresa Playdead
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A partir das referências coletadas criei silhuetas em uma forma de brainstorm criando diversas combinaçþes diferentes. Lengi dyr
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Com as silhuetas que mais me agradaram criei uma silhueta final.
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Monstro aqueronte Da mesma forma criei alternativas para o Monstro Aqueronte.
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Novamente, das silhuetas favoritas criei uma final.
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Detalhamento Mesmo com a silhueta definia ainda existe um trabalho de refinamento da forma, detalhando as partes do animal e para torná-lo estilizado. Lengi dyr O rosto losangolar com um focinho pequeno e bochechas e o peito mais peludos, garantindo um rosto felino clássico mais próximo dos felinos selvagens e com uma pelagem adequada ao clima.
Olhos grandes e com pupilas dilatáveis como do gato e vermelhos como das frutas nas árvores garantindo uma boa visão para esse animal sensível e explorador.
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Orelhas longas e caídas como a do coelho mini lop, mantendo a descrição do texto, mas também pode ficar em pé quando caça ou está mais atento, possibilitando uma maior expressividade corporal. Para deixar mais parecida com o gato a orelha deveria ser mais larga que a dos coelhos como a da fennec fox.
Como possui uma audição e visão muito apuradas faz sentido que o olfato não seja tão necessário, então, optei pelo perfil parecido com o do sand cat com a testa mais larga por causa dos olhos e orelhas, e o focinho curto com nariz pequeno.
O corpo todo é grosso por precisar de uma camada de gordura, não afinando nos quadris como a maioria dos felinos. Segui o formato do corpo de lontras com o rabo grosso no inicio.
Para ter um resultado ainda mais interessante fiz com que o rabo fosse uma continuação direta do corpo, quase como uma cobra curta. E apesar da cauda ser pontiaguda na ponta coloquei um pelo mais longo, pois as extremidades do corpo liberam calor e o pelo poderia ajudar a manter a temperatura.
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As patas serão como das fossas, mas com garras retráteis pois são apropriadas para se mover em árvores e cravar em presas, patas com polegares opositores como de macacos são uma ótima adaptação para subir em árvores, mas predadores não seguiram por essa evolução, então não segui por esse formato.
O pelo branco é perfeito para a camuflagem durante o inverno , mas como alguns animais como o lobo e a raposa do ártico lengi dyr pode trocar de pelo na primavera por uma pelagem escura.
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Com esse detalhamento teórico poderia criar o personagem de uma forma bem realista, mas o meu objetivo era criar personagens animados estilizados. Trabalhando com o line art cheguei ao resultado a seguir.
Aqueronte A boca do aqueronte, assim como o formato da cabeça, vem dos grandes felinos: tigres e leões.
Como defini o olfato como o sentido mais apurado do aqueronte fiz um nariz largo e com grande narinas parecidas com de camelos e de cavalos (apesar de não serem predadores para galopar por longas distâncias precisam de uma respiração eficiente).
Pela longevidade devido ao fato de ser um titã, queria que mesmo imortal esse animal fosse afetado pela idade, tendo um olhar pesado e cansado. Os olhos são uma das melhores partes para expressar a idade avançada de um personagem e tartarugas, com as rugas em volta dos olhos foi a referência escolhida.
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Para o corpo optei pelo físico do bisão e as patas do cavalo para ter um animal forte. As patas longas e finas com um casco ajudariam a se mover pelo ambiente vulcânico e rochoso, sem destruir tudo por onde passa, assim como o casco protegeria os pés.
Apesar de ser um animal enorme, que não seria ferido facilmente, queria dar um meio de proteção e unindo as escamas do pangolim com os espinhos do porco espinho e equidnas se tem um resultado bem intimidador.
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O aqeronte então ficou assim:
Estilização Ainda não estava completamente satisfeita com o resultado do Lengi dyr, e para torná-lo mais interessante tentei desenhá-lo no estilo de outros artistas procurando trazer características marcantes de cada um. Esse processo é um estudo muito bom para perceber os traços utilizados pelos artistas para criar um personagem carismático. Mais tarde fui descobrir que copiar o estilo de artistas favoritos é um exercício passado pelo Ricardo Guimarães no curso de desenho. No primeiro desenho procurei trazer um pouco do estilo de Scott Pilgrim de Bryan Lee O’Malley resaltando os olhos, que são muito característicos, deixei o perfil parecido com o dos personagens do quadrinho e arredondei as orelhas e o pelo.
Em seguida me inspirei no Chris Sanders e com personagens como do quadrinho kiskaloo. Aumentei um pouco o tamanho da cabeça, fiz o olho puxado, nariz grande e patas grossas.
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Peguei alguns pontos que gostei nos outros desenhos e apliquei no primeiro modelo do lengi dyr e consegui, então, ficar mais satisfeita com o resultado.
Outro artista foi o David Colman que costuma fazer olhos aredondados com um tom diferente ao redor dos olhos até a sobrancelha, linhas sinuosas no corpo e maior variação de grosso e fino, assim, a pata afina e engrossa no fim.
Recentemente conheci o trabalho da Julia Sardà com o qual simpatizei muito, não conheço muito sobre ela ainda, mas o que consegui perceber é que ela trabalha muito bem a textura, então, fiz um maior detalhamento dos pelos e os olhos mesmo simples são carismáticos.
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Ilustração Para finalizar os desenhos primeiramente os vetorizei no inkscape e escolhi a palheta de cor. Vetorizei cada parte do corpo separada para poder mudar a posição dos animais. Em seguida adicionei as sombras, iluminação e textura no photoshop. Usei principalmente os brushs dos presets: thick heavy brushes e natural brushes.
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Model sheet O model sheet é um estudo de posicionamento do personagem padronizando sua aparência. É muito importante pois define como o personagem irá se comportar em movimentos padrões e, também, irá mostrar parte de sua personalidade. Em grandes produções, em que vários artistas estão envolvidos na produção, serve também para impedir que a aparência do personagem se altere. Em animações 3d o model sheet auxilia na modelagem e é importante para que o personagem seja fiel aos desenhos originais Geralmente para animações são feitos desenhos de rotação do personagem, apresentando sua vista frontal, lateral, 3/4 de frente, 3/4 de costas e de costas; Rotação da cabeça e expressões; E diferentes poses demonstrando alguma ação.
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Lengi Dyr Os meus primeiros estudo foram para definir as vistas principais dos personagens. Os desenhos originais apresentavam uma vista lateral, ent達o, procurei representa-los na vista frontal e de 3/4.
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Durante as férias fiz algumas alterações no Lengi Dyr, pois não estava satisfeita com os olhos do personagem e com o pelo, que deveria aparentar ser mais longo.
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Para criar poses voltei aos animais que usei como referência e procurei listar seus pontos interessantes de seus comportamentos.
Observando o ambiente Animais pequenos como o arminho e o suricato ficam sobre as patas traseiras e se esticam para observar o ambiente e ver se há perigo por perto. Pensando em adaptar esse hábito para o Lengi Dyr, seria possível que ele se apoiasse completamente pela cauda, como uma cobra.
Aminho branco- http://1.bp.blogspot.com/_Tb0lPrx995U/TIeU9CrT3tI/AAAAAAAAAsQ/1ZzhgOu8Aj4/s1600/ermine.jpg Suricato - http://xt660.com.br/showthread.php?2495-Suricato-para-XT660-R-X-Z Arminho - http://educ.csmv.qc.ca/mgrparent/vieanimale/mam/Hermine/hermine.html
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Se pendurando em árvores Como um animal que vive em árvores, ele deve ser capaz de se segurar e passar de um galho para o outro com facilidade. Felinos usam as garras para se segurar, o rabo apenas auxilia no equilíbrio, já gambás e macacos usam suas caudas para se segurar nos galhos. Novamente a cauda longa do Lengi Dyr é um recurso a ser explorado.
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Os felinos são famosos pela caça e sua pose clássica espreitando a presa é o corpo abaixado, cabeça próxima ao chão, as orelhas levantadas e viradas para frente e pupilas dilatadas.
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Quando ameaçados, animais como gatos tendem a ouriçar o pelo para parecerem maiores, também curvam o corpo para fi-
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carem mais altos e, se querem demonstrar submissão, mantêm a cabeça abaixada.
Os animais dormem das mais diversas formas, mas a maioria costuma se enroscar na maior parte do tempo.
Gatos tem o costume de colocar uma das patas na frente dos olhos, talvez para diminuir a claridade para dormir. Como o rabo do Lengi Dyr tem um chumaรงo de pelo mais longo poderia usรก-lo para cobrir os olhos.
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Aqueronte TambĂŠm comecei o medel sheet do Aqueronte pelas vistas fontal e de 3/4.
Aqueronte em vista frontal e 3/4 de frente
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Farejando o ar Como é um animal do tamanho de montanhas o aqueronte não precisa fazer muito esforço para observar o ambiente, mas
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para encontrar pessoas há longas distâncias farejaria o ar como fazem muitos animais na natureza. Na maioria das referências que encontrei os animais fecham os olhos, elevam o nariz e abrem a boca, muitas vezes com a língua para fora.
Farejando
Esticando o pescoço até a cabeça ficar próxima ao chão e seguindo o rastro caminhando lentamente.
Outra forma de farejar, seguindo um rastro de cheiro no chão.
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Ataque Sendo um animal agressivo também precisaria de poses de ataque. Para cavalos e bisões é comum empinar e jogar o corpo contra o chão.
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Empinando
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Observação de movimento Para ajudar a dar vida aos meus personagens queria observar os movimentos característicos de animais mesmo nos menores detalhes como, quando suas orelhas devem estar em pé, ou para traz, quando a pupila está dilatada ou comprimida. Como no zoológico não consegui ver movimentos naturais dos animais e não teria como observar os animais realmente na natureza, então, fiquei restrita aos vídeos expostos na internet. Procurei pelos movimentos básicos como caminhada e corrida, mas também movimentos que dessem personalidade ao personagens. Assim, se eu queria um movimento mais sério e preciso para o Lengi Dyr eu buscava vídeos de gatos, já para um movimento mais atrapalhado e alegre optava pelas lontras, já as doninhas e arminhos tinham um movimento muito rápido, hiperativo. Para o aqueronte o movimento de cavalos são mais elegantes, os bisões por outro lado tem movimentos mais pesados e brutos. A seguir estão alguns vídeos que assisti e analisei durante essa etapa de observação dos movimentos de animais reais.
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Gato espreitando uma presa Nesse vídeo da whiskars podemos ver um movimento de caça, o gato anda com o corpo abaixado, orelhas em pé voltadas para frente e olhar fixo. Anda lentamente apoiando a pata de trás onde pisou com a da frente e antes de pular atrás da presa suas pupilas dilatam e as orelhas se voltam para trás.
Unbelievable Slow Motion Pouncing Cat - Whiskas cat network http://www.youtube.com/watch?v=3A9Dqdya6_w
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Salto Quando salta do chรฃo para um local mais alto o gato faz uma pequena pausa para avaliar o ponto em que irรก saltar. Em seguida se abaixa e impulsiona o corpo com as patas da frente e depois com as de trรกs.
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Gato correndo Quando corre, o gato salta criando um movimento ondulatĂłrio a orelha inicialmente acompanha o movimento, vai para trĂĄs quando salta e depois se mantĂŠm para frente quando pula para a presa.
Phantom HD - Kitten in Slow Motion http://www.youtube.com/watch?v=J1vpB6h3ek4
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Lontra correndo Esse vídeo mostra um movimento muito interessante das lontras em que correm na neve, se jogam no chão escorregando alguns metros e voltam a correr, repetindo esse movimento várias vezes. Outro ponto no movimento da lontra é que sua coluna se cuva muito mais do que os gatos.
Otter Chaos - National Geographic http://www.youtube.com/watch?v=mF6ijhSrbBQ
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Arminho Arminho é um animal que se move muito rapidamente, neste vídeo ele alterna um movimento de corrida e uma observação do ambiente em que se levanta e por alguns segundos olha ao redor.
L’Hermíne - A. George J. Brunet http://www.youtube.com/watch?v=bNhPujIln_s
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Raposa caçando Apesar de não ser um dos animais observados durante a conceituação do Lengi Dyr, encontrei esse vídeo durante a pesquisa e a forma como a raposa caça animais em baixo na neve, girando a cabeça buscando a localização exata do animal e depois salta e mergulha até alcançá-lo, é impressionante e achei que valia a pena ser registrado.
Fox Snow Dive,Yellowstone - BBC Two http://www.youtube.com/watch?v=dP15zlyra3c
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Raposa Fennec O movimento das orelhas diz muito sobre como o animal estรก se sentindo e como a raposa fennec tem grandes orelhas torna o movimento mais marcante.
Screeching Fennec Fox http://www.youtube.com/watch?v=yxanODfqves
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Cavalo andando Existe muita referência para caminhada de cavalo, mas busquei um movimento lento ou calmo. A cabeça está relativamente baixa, as orelhas voltadas para os lados e o rabo se move para frente e para trás acompanhando o movimento e ocasionalmente “chicoteia” o corpo.
horse walking 600fps http://www.youtube.com/watch?v=qC6kj0sqEjs
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BisĂŁo andando A caminhada do bisĂŁo ĂŠ parecida com a do cavalo, o rabo, no entanto, se move para os lados.
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Camelo andando O andar do camelo parece mais linear cruzando um pouco as patas ao andar, o rabo também se move para frente e para trás como o do cavalo, mas em um movimento mais ondulatório. As corcovas também se movem com as passadas.
Camel at the San Diego Zoo (in HD) http://www.youtube.com/watch?v=Ua1t2K41VnA
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Cavalo correndo O galope do cavalo, apesar se ser um animal pesado e forte, tem um ar de eleg창ncia e leveza, ressaltada pelo momento em que as quatro patas saem do ch찾o.
Highspeed recording thoroughbred horse training barefoot http://www.youtube.com/watch?v=TwMi462PUMs
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Bis達o correndo O bis達o galopa como o cavalo, mas os passos s達o menos elevados e tem uma pisada mais forte contra o ch達o.
Bison and Texas Longhorns in Geogia 2 http://www.youtube.com/watch?v=IvqNa4Ng7iQ
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Cavalo cavando Um hábito comum que encontrei em alguns vídeos tanto de cavalos como de bisões foi o de cavar a terra.
Horse digging and rolling, rollin & diggin... http://www.youtube.com/watch?v=1sULkTyMLHY
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Bisão cavando Os bisões também cavam a terra com as patas dianteiras e com pequenos saltos contra o chão.
Bison and Texas Longhorns in Geogia 2 http://www.youtube.com/watch?v=IvqNa4Ng7iQ
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Seleção de movimentos Sabia que faria os movimentos básicos de caminhada e corrida dos personagens, mas com esse estudo de movimentos decidi aplicar alguns detalhes entre os movimentos. Para o Lengi Dyr também é importante que ele salte por subir em árvores, e durante a caminhada ele iria parar para observar os arredores. O Aqueronte também teria um movimento de escavar a terra e de ataque para mostrar agressividade.
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Estudo de animação Inicialmente para facilitar animação pensei em animar os personagens usando o Adobe After Effects. Separei o personagem em pedaços articuláveis, mas não poderia ter uma distorção fluída e acabaria perdendo muito tempo para fazer diferentes vistas.
Rigging dos personagens no After Effects
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Como o rigging no After Effects não daria o resultado que eu queria, optei por usar o programa autodesk 3Ds max, usaria os bipedes para animar uma estrutura básica e depois desenharia utilizando essa estrutura. Essa ferramenta me permitiria criar um movimento e poder vê-lo em qualquer vista ou criar um movimento de câmera.
Os bípedes já vêm com rigging pronto, o que também economiza um pouco de tempo.
Os bípedes do 3Ds max podem ter apenas quatro estruturas: esqueleto, homem, mulher ou clássica. A partir dessas estruturas pode-se entrar no figure molde e alterar a composição dos esqueletos adicionando vértebras e ossos, editando-o para que fique com a estrutura que se deseja.
Rigging do Aqueronte
Esqueletos disponíveis no 3Ds max.
Rigging do Lengi Dyr
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Com os esqueletos prontos comecei a animá-los com os movimentos que foram selecionados.
Lengi Dyr- observação
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Lengi Dyr- caminhada
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Lengi Dyr- corrida
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Lengi Dyr- salto
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Aqueronte - caminhada
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Aqueronte - corrida
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Caminhada do Lengi Dyr Sem interpolação
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Animação Com as primeiras animações dos esqueletos terminadas, usei os frames chave da caminhada e fiz sketches dos personagens para ter uma ideia de como ficaria a animação finalizada. Chegando a um bom resultado fiz o clean up para que os frames para limpar o traço, assim o desenho fica mais simples de se entender.
Caminhada do Lengi Dyr Clean up
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Caminhada do Aqueronte Sketch
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Caminhada do Aqueronte Clean up
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Distribuição Para definir em que plataforma divulgaria minha pesquisa, busquei as formas como os artistas divulgam seus trabalhos e as principais formas que encontrei foram: livros, livros digitais, dvds, vídeos, artigos, sites e blogs. Procurei descobrir também quais eram as principais ferramentas usadas pelo público alvo para ver esses trabalhos. Não fiz um questionário ou pesquisa estatística, mas falando com amigos e alunos do curso de desenho do Ricardo Guimarães observei que a maioria gosta e tem alguns artbooks de algum filme ou artista, mas para um trabalho específico constumam pegar referências pela internet, em sites ou vídeos tutoriais. Assim, optei por apresentar meu trabalho em uma forma de livro digital, dividindo as etapas em capítulos (como já havia pensado), mas dispondo esse livro em um site. Assim, poderia ser acessado de diversas mídias de uma forma fácil e rápida. Por ser uma publicação online optei por um formato 1024px por 768px e fonte 18pt para facilitar a leitura.
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diagramação
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Pesquisa técnica arte Para criar as ilustrações usei inicialmente os programas vetoriais Adobe Illustrator e Inkscape que permitem a mudança de tamanhos sem perder qualidade. Para a finalização as imagens foram exportadas em camadas e no Adobe Photoshop foram adicionadas texturas, sombras e iluminação.
animação Para criar os estudos de movimentos usei o Autodesk 3ds Max animando bípedes personalizados com as proporções dos personagens. Em seguida exportei os frames chaves e fazendo o desenho final no Adobe Photoshop.
Artigo digital A versão digital expondo o processo do projeto foi desenvolvido no Adobe Indesign. Exportando um em formato pdf para ser enviado para o site issuu.
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Identidade visual Através do processo indicado nas aulas de gráfica, fiz um brainstorm a partir dos conceitos: observação, concept art, e animais reais. Também fiz um brainstorm com o o conceito de teatro (paralelo de outro contexto). E, com isso, acabei por renomear o projeto para “mimetism” pela técnica do mimetismo, usada por animais imitando a aparência de outras espécies.
Com a pintura do mascote pude chegar a um formato final. A logo pode ser aplicada com a marca junto ao nome:
Para algumas aplicações como a capa do artigo optei por usar apenas o nome, mas usando as manchas do dragão.
Acabei usando o desenho do dragão, que fiz no começo do período, como um mascote. A partir dele desenvolvi diversos logos. Usando o novo nome e trabalhando mais o ícone do dragão cheguei a um novo logo:
Fiz algumas alternativas mudando o formato da cabeça e a posição em relação ao nome.
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Planejamento
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Lista de tarefas
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Fontes Consultadas livros BORGES, J. L. O livro dos seres imaginรกrios, 2007. ZARNEKE, T.M. The art of how to train your dragon, 2010. WEATHERLY, J.The Art of Animal Character Design, 2007. WHITLATCH, T. Animals Real and Imagined, 2010. MUYBRIDGE, E. Horses and other animals in motion, 1985. CHIU, B. Creature Sketches,2010. The Natural History Book - The ultimate visual guide to everything on earth
sites http://pt.wikipedia.org/wiki/Eadweard_Muybridge, 01/03/2012. http://dsc.discovery.com/videos/stephen-hawking-aliens/, 06/03/2012. http://www.elfwood.com/farp/thewriting/animalash/animalash. html 06/03/2012. http://ricardoguimaraes.blogspot.com.br/ 28/03/2012. http://nacurvadaespiral.blogspot.com.br/2010/06/os-animais-como-arquetipos-de-poder.html 23/04/2012. http://pushpoppress.com/ourchoice/, 26/04/2012. http://www.magplus.com, 27/04/2012. http://robbvision.deviantart.com/ , 20/06/2012 http://blindekillen.wordpress.com/2011/06/21/xenobiology-xe-
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Imagens de criaturas http://3.bp.blogspot.com/-SiALQVIomnU/Td6QMNtnJVI/AAAAAAAAACM/CRNu1O_gjII/s1600/griffon.jpg http://fc05.deviantart.net/fs70/f/2010/259/f/5/sphinx__s_day_ off_by_sandara-d2ytq3z.jpg http://fc01.deviantart.net/fs25/f/2008/156/8/9/8940b57335c0e2 ffc54fdbb2e5283c22.jpg http://fc03.deviantart.net/fs70/i/2010/013/4/d/Boitata_by_ axt234.jpg http://fc06.deviantart.net/fs71/i/2011/292/9/9/baby_satyr_by_ veprikov-d4dauya.jpg http://th02.deviantart.net/fs71/PRE/i/2010/308/1/e/demon_
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Imagens de animais http://coolcatbreeders.com/wp-content/images/p29/munchkin_cats_pictures_50.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ca/Diva_
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