Boletim Indicadores Assistenciais - 3ª Edição

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INDICADORES ASSISTENCIAIS Boletim da saúde suplementar 3a edição | Novembro 2012


SUMÁRIO

3 4 6

apresentação SUmário executivo

1.2 - Consultas ou sessões outros profissionais de saúde

20 24 28 32

EXAMES COMPLEMENTARES – 2 TERAPIAS – 3 INTERNAÇÕES – 4 SAÚDE DA MULHER – 5 SAÚDE MENTAL – 6

2 | Boletim da Saúde Suplementar

VIGITEL BRASIL – 7 7.1 - Atividade física 7.2 - Tabagismo 7.3 - Excesso de peso

CONSULTAS OU SESSÕES – 1 1.1 - Consultas médicas

16

34

7.4 - Consumo de bebidas alcoólicas

40

INFRAESTRUTURA – 8 8.1 - Médicos 8.2 - Leitos 8.3 - Estabelecimentos

47

sobre a fenasaúde


APRESENTAÇÃO O Boletim da Saúde Suplementar é uma publicação periódica da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) que contém um amplo conjunto de indicadores assistenciais com o objetivo informar à sociedade, especialmente aos beneficiários, a importância e o volume da assistência médica prestada pelas operadoras associadas. No 1º semestre de 2012, os beneficiários das operadoras associadas à FenaSaúde realizaram 36 milhões de consultas médicas, uma frequência de 5,2 consultas/per capita/ano, taxa superior a de vários países desenvolvidos e levemente inferior à média dos países da OCDE que tem idade média bem superior. Em 2011, os beneficiários das associadas à FenaSaúde (29,6% do total do mercado) realizaram 2,9 milhões de exames de alta complexidade (ressonância nuclear magnética, tomografia computadorizada, cintilografia miocárdica e renal dinâmica), representando 37% do total de 8,4 milhões realizado pelo mercado de saúde suplementar (dado do mapa assistencial da ANS). Nesta edição, especialmente, são

apresentados dados da pesquisa Vigitel, que contempla um conjunto importante de informações sobre hábitos de vida como atividade física, alimentação, dentre outros. É possível observar avanços importantes, uma resposta positiva aos estímulos fornecidos pelos programas de promoção da saúde mantidos pelas operadoras de saúde suplementar. A prática de atividade física, em 2011, em relação a 2008, aumentou 18,4 pontos percentuais entre os beneficiários de planos de saúde, enquanto que na população que depende do SUS, o aumento foi de 13,9. O percentual de beneficiários de planos de saúde que se declaravam fumantes caiu de 14% para 10,3%. Especial atenção é dada à questão da capacidade instalada da oferta de leitos no Brasil. É possível observar que, nos anos recentes, embora o número total de leitos no Brasil tenha se mantido praticamente estável, a parcela privada disponível para os beneficiários da saúde suplementar aumentou 13,5%. Um tema importante e que merece reflexão. Boa Leitura Marcio Coriolano – Presidente José Cechin – Diretor-executivo Rio de Janeiro | Novembro 2012

Indicadores da Saúde Suplementar | 3


sumário EXECUTIVO Número de consultas médicas FenaSaúde No 1º semestre de 2012, os beneficiários das operadoras associadas à FenaSaúde realizaram 36 milhões de consultas médicas, uma frequência de 5,2 consultas/per capita/ano, comparada com 3,9 nos Estados Unidos, 5,5 no Canadá, 2,9 no México, e 5,0 no Reino Unido, conhecido por ter um dos melhores sistemas de saúde do mundo. Número de estabelecimentos de saúde disponíveis para saúde suplementar Segundo a ANS, os beneficiários de planos de saúde, que representam 25% da população brasileira, têm acesso a 49% das clínicas ou ambulatórios, 58% dos consultórios isolados, 39% dos hospitais especializados, 30% dos hospitais gerais, 38% das policlínicas, 39% do pronto socorro especializado e 41% das unidades de serviços ambulatoriais, diagnósticos e terapias existentes. Vigitel 2008 e 2011 Aumento da atividade física A pesquisa Vigitel mostra aumento da prática de atividade física, entre as

duas datas. Na saúde suplementar, o aumento foi de 18,4 pontos percentuais enquanto que entre a população que depende somente do SUS foi de 13,9. No entanto, o excesso de peso e a obesidade também aumentaram no mesmo período. Tal fato contraintuitivo pode ser explicado pela redução no consumo de frutas e hortaliças e pelo o aumento do consumo de refrigerantes, também constatado na pesquisa. Redução da hipertensão arterial e diabetes Essa pesquisa mostra ainda que os beneficiários da saúde suplementar tiveram reduzido o diagnóstico de hipertensão arterial em 3,1 p.p e do diabetes em 0,3 p.p em relação a 2008. Estas quedas podem ser explicadas pelo aumento da prática de atividades físicas, 18,4 pontos percentuais, no mesmo período, e também pelos programas de promoção de saúde e prevenção de doenças desenvolvidos pelas operadoras. Redução de fumantes No Brasil, o percentual de beneficiários de planos de saúde que se declaravam fumantes caiu de 14% para 10,3% no período entre 2008 e 2011, percentuais


esses menores do que os observados na população dependente do SUS. Parte desta redução pode ser creditada às politicas governamentais e aos programas de promoção de saúde e prevenção de doenças desenvolvidas pelas operadoras. Participação da FenaSaúde sobre os exames de alta complexidade Em 2011, os beneficiários das associadas à FenaSaúde (29,6% do total do mercado) realizaram 2,9 milhões de exames de alta complexidade (ressonância nuclear magnética, tomografia computadorizada, cintilografia miocárdica e renal dinâmica), representando 37% do total realizado pelo mercado de saúde suplementar de 8,4 milhões (dado do mapa assistencial da ANS).

Redução de Leitos no Brasil Entre março de 2007 e março de 2012, o número de leitos de internação e leitos complementares permaneceu estável no Brasil. Entretanto, no mesmo período, o número de leitos disponíveis ao SUS reduziu 5,1%, enquanto o número de leitos disponíveis para a saúde suplementar aumentou 13,5%. Fica claro que entidades privadas reduziram seus leitos conveniados ao SUS. Cabe indagar o que teria motivado essa mudança, se foi perda de interesse por parte da administração pública em conveniar com hospitais privados ou, ao contrário, se os hospitais privados perderam interesse em conveniar com o SUS.


1 Consultas ou Sessões – FenaSaúde

6 | Boletim da Saúde Suplementar


1.1 Consultas Médicas

O

número de consultas médicas no Sistema de Saúde Suplementar cresce em linha com o número de beneficiários, mas com certo atraso. No primeiro semestre de 2012, os beneficiários das associadas à FenaSaúde realizaram mais de 36 milhões de consultas, registrando aumento de 8,0% em relação ao mesmo período de 2011, acima do crescimento de 5,7% no número de beneficiários. Este mais rápido crescimento da quantidade de consultas não indica necessariamente que houve um aumento no número médio de consultas per capita (frequência de consultas), pois para essa medida devese utilizar o número de beneficiários que já cumpriram carência, que cresceu 12,6% (reflexo de elevado crescimento do semestre anterior).

Por isso, a taxa de consultas médicas per capita1 no primeiro semestre de 2012 foi de 2,50, levemente inferior à observada no mesmo período em 2011. As consultas médicas em pronto socorro somaram mais de seis milhões no primeiro semestre de 2012, com redução de 15,5% em relação ao primeiro semestre de 2011. Em

contrapartida, as consultas médicas ambulatoriais cresceram 14,8%, somando cerca de 29 milhões. Dessa forma, a proporção de consultas em pronto socorro caiu de 22,5% no primeiro semestre de 2011 para 17,6% no primeiro semestre de 2012, e aumentou a proporção de pessoas que passaram a buscar consultas em ambulatório – de 77,5% para 82,4%. Esse movimento é positivo, pois os prontos socorros devem ser reservados para atendimentos de urgência e emergência; utilizá-los para simples consultas significa uso de um recurso mais caro do que o necessário, representando, portanto, desperdício. Muitas pessoas procuram os prontos socorros pela facilidade de acesso, pois não é necessário agendamento prévio e alguns exames complementares são realizados de imediato na própria unidade. Como reflexo deste comportamento, tem-se unidades superlotadas, prejudicando o atendimento daqueles que realmente estão em situação de urgência e emergência. Trata-se de uma mudança de comportamento? É possível, dado que

A taxa de consultas médicas per capita é calculada pelo total de consultas ou sessões realizadas no semestre, dividido pela média dos beneficiários expostos no semestre.

1

Indicadores da Saúde Suplementar | 7


Tabela 1 – Quantidade de consultas médicas I FenaSaúde Consultas Consultas médicas

1o sem. 2011¹ (a)

2o sem. 2011¹ (b)

1o sem. 2012² (c)

c/a %

c/b %

33.391.427

35.814.717

36.058.961

7,99

0,68

25.868.739

27.743.604

29.702.420

14,82

7,06

Alergia e Imunologia

160.244

184.860

164.468

2,64

-11,03

Angiologia

135.859

143.053

141.630

4,25

-0,99

Cardiologia

782.733

815.888

782.575

-0,02

-4,08

Cirurgia geral

153.102

192.868

176.657

15,39

-8,41

Consultas médicas ambulatoriais

Clínica Médica

3.729.889

3.734.761

3.719.992

-0,27

-0,40

Dermatologia

877.859

951.559

860.819

-1,94

-9,54

Endocrinologia

513.544

571.092

505.253

-1,61

-11,53

282.307

326.086

319.372

13,13

-2,06

34.621

37.758

34.223

-1,15

-9,36

Gastroenterologia Geriatria Ginecologia e Obstetrícia

1.745.682

1.926.128

1.799.636

3,09

-6,57

Hematologia

35.220

37.248

35.955

2,09

-3,47

Mastologia

51.829

63.262

61.842

19,32

-2,24

Nefrologia

76.979

92.930

102.031

32,54

9,79

Neurocirurgia Neurologia Oftalmologia

68.253

81.764

71.637

4,96

-12,39

225.196

253.647

230.642

2,42

-9,07

1.121.717

1.172.618

1.131.799

0,90

-3,48

Oncologia

120.598

132.786

157.958

30,98

18,96

Otorrinolaringologia

515.132

616.559

546.645

6,12

-11,34

1.444.538

1.513.722

1.453.902

0,65

-3,95

Proctologia

54.706

63.304

58.348

6,66

-7,83

Psiquiatria

191.075

231.132

215.427

12,74

-6,79

96.079

107.287

97.092

1,05

-9,50

Pediatria

Reumatologia Tisiopneumologia Traumatologiaortopedia Urologia Consultas médicas em Pronto Socorro

76.544

89.347

76.366

-0,23

-14,53

902.204

946.934

918.239

1,78

-3,03

342.850

396.852

377.205

10,02

-4,95

7.522.688

8.071.113

6.356.541

-15,50

-21,24

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12. Nota: As especialidades mastologia, nefrologia e oncologia sofreram alterações na metodologia de coleta dos dados, afetando as variações percentuais no período entre 2011 e 2012. Estas informações estão sujeitas a alterações.

8 | Boletim da Saúde Suplementar


em 2011, a ANS publicou a Resolução Normativa 259, vigente desde dezembro, que fixou prazos máximos para realização dos procedimentos – sete dias nas especialidades básicas (pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia), 14 dias nas demais especialidades e 21 dias para cirurgias eletivas. A tabela 1 apresenta o número de consultas por especialidades médicas. Em apenas seis especialidades foi observada redução na quantidade de consultas entre o primeiro semestre de 2011 e mesmo período de 2012. Mas a quantidade aumentou nas especialidades que têm relação direta

com as Doenças Crônico-Degenerativas Não Transmissíveis (DCNT), tais como oncologia, psiquiatria e reumatologia. Parte dos altos percentuais observados pode ser atribuída a mudanças na metodologia de coleta dos dados. As doenças infectocontagiosas cederam seu lugar às Doenças CrônicoDegenerativas Não Transmissíveis (DCNT), tendência comum a todos os países que experimentam um processo de desenvolvimento ou rápido envelhecimento. O crescimento da proporção de idosos na população brasileira nos próximos anos trará consigo um aumento na prevalência das DCNT, com consideráveis impactos

Tabela 2 – Consultas ou sessões per capita I FenaSaúde Consultas/sessões

1o sem. 2011¹

2o sem. 2011¹

1o sem. 2012²

2011

12 meses (jul/11 a jun/12)

Médicas

2,60

2,65

2,50

5,26

5,14

Outros profissionais de saúde

1,59

1,59

1,46

3,18

3,04

Fisioterapeutas³

0,36

0,38

0,32

0,74

0,69

Fonoaudiólogos³

0,04

0,05

0,04

0,09

0,09

Nutricionistas³

0,01

0,01

0,01

0,02

0,02

Psicólogos³

0,07

0,09

0,08

0,16

0,17

Terapeutas ocupacionais³

0,00

0,00

0,00

0,01

0,01

Outras consultas/sessões4

1,11

1,05

1,00

2,16

2,05

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12. Notas: ³ Consultas ou sessões. 4 Outras Consultas/sessões/atendimentos ambulatoriais (acupuntura, atendimento pediátrico a gestantes, aconselhamentos e atividades educativas para o planejamento familiar, acompanhamento pós-transplantes etc.).

Indicadores da Saúde Suplementar | 9


nas despesas dos sistemas de saúde. O envelhecimento populacional deverá levar o Brasil a ocupar a 5ª posição mundial em população com 60 anos ou mais em 2050, e a 68ª posição na proporção sobre o total da população. Para conter, ao menos parcialmente, a escalada das DCNT será necessária a ampla adoção de programas que

estimulem a adesão a hábitos saudáveis de vida. Doenças cardiovasculares e neoplasias malignas estarão entre as principais causas de morte na América Latina. Essas doenças são evitáveis por estarem associadas a fatores genéticos e a outros determinantes socioeconômicos e, especialmente, aos estilos de vida.

Tabela 3 - Taxa de consultas médicas per capita ano em diversos países País

2008

2009

2010

20112

Brasil Sistema Público (SUS)¹

3,3

3,5

...

3,5

Saúde Suplementar

5,4

5,5

5,4

5,6

7,9

8,4

8,9

8,9

Austrália

Alemanha

6,4

6,5

6,5

6,7

Canadá

5,5

5,5

...

5,5

Chile

3,0

3,2

...

3,2

Estados Unidos

3,9

...

...

3,9

França

6,7

6,7

6,7

6,7

México

2,8

2,9

2,9

2,9

Portugal

4,3

4,1

4,1

4,1

Reino Unido

5,9

5,0

...

5,0

Turquia

6,3

7,3

7,3

7,3

Fontes: Ministério da Saúde/DATASUS e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), SIP/ANS, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Extraído em 3/7/12. ¹ Não inclui a população beneficiária da saúde suplementar. (...) Dado numérico não disponível. 2

2011 ou ano mais recente.

10 | Boletim da Saúde Suplementar


Indicadores da SaĂşde Suplementar | 11


As consultas em Clínica Médica, ginecologia e obstetrícia, pediatria, oftalmologia traumatologia e ortopedia, dermatologia, cardiologia e otorrinolaringologia, representaram quase 80% das 11 milhões de consultas no primeiro semestre de 2012 entre as especialidades listadas na tabela 1, com 0,8% a mais do que no mesmo semestre de 2011.

12 | Boletim da Saúde Suplementar

A taxa de consultas médicas per capita/ano entre os beneficiários das operadoras associadas à FenaSaúde situou-se acima das observadas no México, Chile, Estados Unidos, Portugal e Reino Unido, e levemente abaixo da média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, de 6,4 consultas médicas per capita/ano.


1.2 Consultas com outros profissionais Nas empresas associadas à FenaSaúde, as consultas realizadas por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais da saúde totalizaram quase 21 milhões no primeiro semestre de 2012, com aumento de 3,9%. As maiores variações foram percebidas em psicologia, nutrição e de fonoaudiologia, com elevação muito alta de 33,4%, 28,2% e 21,9% respectivamente, possivelmente motivadas pelas alterações trazidas pelas Resoluções Normativas 262 e 211, que incluíram no rol da cobertura obrigatória 60 novos procedimentos – 13 exames complementares e 47 procedimentos terapêuticos (dos quais 41 cirurgias por vídeo). Essas resoluções estabeleceram Diretrizes de Utilização (DUT) para consultas ou sessões com nutricionista, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo, que fixaram quantidades mínimas em substituição às quantidades máximas até então existentes, como destacado na tabela 5. Desta forma, o número de consultas e sessões ainda poderá apresentar aumentos sucessivos nos próximos trimestres.

Indicadores da Saúde Suplementar | 13


As consultas com terapeutas ocupacionais nas associadas à FenaSaúde representam 29% do mercado de saúde suplementar Tabela 4 – Quantidade de consultas e sessões com outros profissionais de saúde I FenaSaúde Consultas/sessões Outros profissionais de saúde Fisioterapeutas³

1o sem. 2011¹ (a)

2o sem. 2011¹ (b)

1o sem. 2012² (c)

c/a %

c/b %

20.182.125

21.366.942

20.961.552

3,86

-1,90

4.520.914

5.131.201

4.536.429

0,34

-11,59

Fonoaudiólogos³

525.302

680.846

640.072

21,85

-5,99

Nutricionistas³

118.419

149.601

151.790

28,18

1,46

Psicólogos³

887.907

1.174.358

1.184.260

33,38

0,84

Terapeutas ocupacionais³ Outras consultas/sessões4

49.881

57.371

50.752

1,75

-11,54

14.079.702

14.173.565

14.398.249

2,26

1,59

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12. Notas: ³ Consultas ou sessões. 4 Outras consultas/sessões/atendimentos ambulatoriais (acupuntura, atendimento pediátrico a gestantes, aconselhamentos e atividades educativas para o planejamento familiar, acompanhamento pós-transplantes etc.).

14 | Boletim da Saúde Suplementar


Tabela 5 – RN 211 alterada (RN 262) Como ficou a cobertura para SAÚDE MENTAL (após 01/01/12) Procedimento

Quantidade

CID¹ (DUT) - Pacientes com pelo menos um dos seguintes critérios: *F20 a F29 - diagnóstico primário ou secundário de esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes;

Terapia ocupacional e/ou psicólogo

No mínimo 40 consultas/sessões por ano de contrato

*F31 e F33 - diagnóstico primário ou secundário de transtornos do humor; *F50 - diagnóstico primário ou secundário de síndromes comportamentais associadas a disfunções fisiológicas e a fatores físicos; *F84 - diagnóstico primário ou secundário de transtornos globais do desenvolvimento. *F00 a F03 - diagnóstico primário ou secundário de demência;

Terapia ocupacional

No mínimo 12 consultas/sessões por ano de contrato

*F70 a F79 - diagnóstico primário ou secundário de retardo; *F82 a F83 - diagnóstico primário ou secundário de transtornos do desenvolvimento psicológico. *G00 a G99 - disfunções de origem neurológica; *M00 a M99 - disfunções de origem traumato-ortopédica e reumatológica. *F10 a F19 - diagnóstico primário ou secundário de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas; *F30, F32, F34, F38, F39 - diagnóstico primário ou secundário de transtornos do humor;

Psicoterapia

No mínimo 12 consultas/sessões por ano de contrato

*F40 a F48 - diagnóstico primário ou secundário de transtornos neuróticos, relacionados com o “stress” e somatoformes; *F51 a F59 - diagnóstico primário ou secundário de síndromes comportamentais associadas a disfunções fisiológicas e a fatores físicos; *F80, F81, F83, F88, F89 - diagnóstico primário ou secundário de transtornos do desenvolvimento psicológico; *F90 a F98 - diagnóstico primário ou secundário de transtornos do comportamento e emocionais da infância e adolescência. *F10 e F14 - portador de transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa;

Internação em hospital-dia psiquiátrico

Ilimitada

*F20 a F29 - portador de esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes; *F30 e F31 - portador de transtornos do humor (episódio maníaco e transtorno bipolar do humor); *F84 - portador de transtornos globais do desenvolvimento.

COBERTURA NÃO É OBRIGATÓRIA NOS CASOS NÃO ENQUADRADOS NAS DIRETRIZES ACIMA Fonte: ANS. Elaboração própria. Nota: ¹CID - Codificação internacional de doenças, composto por letras e números. Ex: F90.

Indicadores da Saúde Suplementar | 15


2 Exames Complementares – FenaSaúde

16 | Boletim da Saúde Suplementar


O

desenvolvimento de novas tecnologias em medicina diagnóstica eleva a qualidade e precisão dos diagnósticos e isso tem induzido os profissionais a solicitarem quantidades crescentes de exames complementares, muitas vezes em substituição aos procedimentos mais tradicionais, como uma anamnese mais detalhada. A incorporação dessas tecnologias nas práticas cotidianas deveria ser precedida de criteriosa avaliação de seu custo-efetividade, para que sejam incorporadas aquelas que produzem resultados melhores a custos compatíveis com as possibilidades financeiras dos beneficiários ou dos orçamentos públicos. A simples notícia da existência de uma inovação gera uma forte pressão da sociedade e de partes interessadas pela sua imediata adoção, mesmo que muito dispendiosa,

no pressuposto nem sempre verdadeiro que a tecnologia mais recente e cara seria a melhor. Os beneficiários das associadas à FenaSaúde realizaram, no primeiro semestre de 2012, mais de 93 milhões de exames complementares de imagem, laboratoriais e outros, 15,8% a mais que no primeiro semestre de 2011. Portanto, aumentou a taxa de exames per capita por ano. Crescimento ainda mais intenso foi observado nos exames de alta complexidade, mencionados na tabela 6 (ressonância nuclear magnética, tomografia computadorizada e cintilografia miocárdica e renal dinâmica), 29,3% em média entre o primeiro semestre de 2012 e igual período em 2011. Segundo a ANS, foram realizados mais de 8 milhões

Tabela 6 – Quantidade de exames selecionados I FenaSaúde Exames

1o sem. 2011¹ (a)

2o sem. 2011¹ (b)

1o sem. 2012² (c)

c/a %

c/b %

Demais exames complementares

80.426.966

91.845.409

93.131.821

15,8

1,4

Endoscopia - via digestiva alta

411.533

526.034

551.126

33,9

4,8

Densitometria óssea (DO)

244.445

264.003

257.866

5,5

-2,3

Ressonância nuclear magnética (RNM)

658.936

754.420

859.063

30,4

13,9

Tomografia computadorizada (TO)

662.729

742.880

855.744

29,1

15,2

61.959

73.668

82.720

33,5

12,3

Cintilografia miocárdica Cintilografia renal dinâmica Teste ergométrico

5.174

5.547

6.432

24,3

16,0

365.680

400.896

469.537

28,4

17,1

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12.

Indicadores da Saúde Suplementar | 17


Tabela 7 – Índice de exames por consulta médica I FenaSaúde Exames Demais exames complementares

1o sem. 2011¹

2o sem. 2011¹

1o sem. 2012²

240,9

256,4

258,3

Endoscopia - via digestiva alta¹

6,9

8,6

9,2

Densitometria óssea (DO)²

3,1

3,2

3,2

Ressonância nuclear magnética (RNM)³

2,0

2,1

2,4

Tomografia computadorizada (TO)³

2,0

2,1

2,4

Cintilografia miocárdica4

1,4

1,6

1,8

Cintilografia renal dinâmica5

0,1

0,1

0,1

Teste ergométrico

6,8

7,3

8,7

6

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12. Notas: Considerado as consultas em: ¹ Clínica médica, gastroenterologia, pediatria, endocrinologia ² Pediatria, clinica médica, ginecologia e obstetrícia, geriatria, reumatologia, traumatologia-ortopedia ³ Todas as epecialidades inclusive pronto socorro 4 Cardiologia, clínica médica 5 Clínica médica, nefrologia, urologia, ginecologia e obestetrícia 6 Cardiologia, clínica médica, traumatologia-ortopedia.

de exames desse tipo na saúde suplementar em 2011, 36,8% dos quais pelas associadas da FenaSaúde. O índice de exames por consulta1 médica aumentou em seis dos sete exames selecionados entre o primeiro semestre em 2011 e o mesmo período em 2012, conforme demonstrado na Tabela 7. Em outros países, é observada a mesma tendência de aumento na realização de exames complementares. No Reino Unido, por exemplo, o total de exames de imagem realizados passou de 25 milhões em 1997 para mais de 37 milhões em 20102, o que representa um aumento de quase 50%, 1

2

frente ao aumento populacional de apenas 6,5% no período. Em 2011, a taxa de ressonância nuclear por 1.000 habitantes nas operadoras da FenaSaúde foi superior à observada nos países membros da OCDE listados na tabela 8. Frequência tão alta de realização desse tipo de exame suscita a inevitável indagação se estaria havendo prescrições em excesso ou inadequadas ou, ainda, desnecessárias. Em tomografia computadorizada, a taxa de utilização por 1.000 beneficiários, entre 107 e 118 nos últimos quatro anos, se mostra compatível com a que se observa no

O índice de exames por consulta médica é calculado pelo número de exames selecionados dividido pelo número de consultas médicas no semestre (para cada 100 consultas). Imaging and radiodiagnostics, NHS organisations in England.

18 | Boletim da Saúde Suplementar


mundo. Em alguns países, essa taxa é muito mais elevada, como na Grécia (320) ou nos Estados Unidos (265), mas em outros se observam taxas bem menores. Nos doze meses terminados

em junho de 2012, os beneficiários das operadoras afiliadas à FenaSaúde realizaram 115,4 tomografias por 1.000 beneficiários.

Tabela 8 - Taxa de ressonância nuclear magnética por 1.000 habitantes País

2008

2009

2010

Tabela 9 - Taxa de tomografia computadorizada por 1.000 habitantes

20112

Brasil Sistema Público (SUS)¹

País

2008

2009

2010

20112

10,6

12,4

15,3

17,6

...

116,7

118,4

107,8

...

117,1

...

117,1

Brasil Sistema Público (SUS)¹

2,1

2,6

3,4

4,2

...

98,6

103,5

108,4

...

95,2

...

95,2

Alemanha

Austrália

19,7

20,9

23,0

23,9

Austrália

86,6

91,5

93,0

90,6

Bélgica

52,8

...

...

52,8

Bélgica

179,3

...

...

179,3

Canadá

40,3

42,5

46,7

46,7

Canadá

118,2

122,2

126,9

126,9

FenaSaúde Alemanha

FenaSaúde

Chile

6,0

7,4

...

7,4

Chile

41,9

50,2

...

50,2

Coreia

12,6

13,1

14,7

18,2

Coreia

80,2

92,6

106,2

118,5

Dinamarca

42,3

51,0

57,5

61,7

Dinamarca

81,1

91,5

105,2

117,2

Estados Unidos

93,4

95,9

97,7

97,7

Estados Unidos

240,3

252,7

265,0

265,0

França

48,3

55,1

60,2

60,2

França

129,6

138,3

145,4

145,4

Grécia

97,9

...

...

97,9

Grécia

320,4

...

...

320,4

Holanda

38,6

43,6

49,1

49,1

Holanda

Israel

14,2

15,6

18,1

18,1

Israel

República Tcheca

27,4

32,2

33,5

33,5

Turquia

48,8

67,6

79,5

79,5

Fontes: Ministério da Saúde/DATASUS e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), SIP/ANS, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Extraído em 3/7/12. 1

Não inclui a população beneficiária da saúde suplementar.

(...) Dado numérico não disponível. 2

2011 ou ano mais recente.

60,1

65,2

66,0

66,0

115,7

122,8

127,2

127,2

República Tcheca

82,0

87,5

86,5

86,5

Turquia

77,7

96,3

103,5

103,5

Fontes: Ministério da Saúde/DATASUS e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), SIP/ANS, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Extraído em 3/7/12. 1

Não inclui a população beneficiária da saúde suplementar.

(...) Dado numérico não disponível. 2

2011 ou ano mais recente.

Indicadores da Saúde Suplementar | 19


3 Terapias - FenaSaúde

20 | Boletim da Saúde Suplementar


A

s Terapias custeadas pelas associadas à FenaSaúde tiveram aumento de 10,3% no primeiro semestre de 2012 em relação ao mesmo período de 2011. As variações excepcionalmente

altas observadas nos procedimentos de quimioterapia e implante de Dispositivo Intrauterino (DIU), de 86,9% e 43,2% respectivamente, podem ser devidas a variações na metodologia de coleta dessa informação.

Tabela 10 – Quantidade de terapias I FenaSaúde Terapias

1o sem. 2011¹ (a)

Transfusão ambulatorial Quimioterapia

2o sem. 2011¹ (b)

1o sem. 2012² (c)

c/a %

c/b %

24.428

21.416

21.469

-12,1

0,2

92.448

100.566

172.825

86,9

71,9

Radioterapia megavoltagem

232.250

249.819

227.302

-2,1

-9,0

Hemodiálise crônica

136.950

130.825

138.583

1,2

5,9

6.337.612

7.533.578

6.989.862

10,3

-7,2

Demais terapias

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12. Nota: O procedimento de quimioterapia sofreu alteração na metodologia de coleta dos dados, afetando as variações percentuais no período entre 2011 e 2012. Estas informações estão sujeitas a alterações.

Gráfico 1 - Terapias I FenaSaúde Por mil

300 250 200 150 100 50 0 Transfusão ambulatorial

Quimioterapia

1º Sem. 20111 (a)

Radioterapia megavoltagem

2º Sem. 20111 (b)

Hemodiálise crônica

1º Sem. 20121 (c)

Indicadores da Saúde Suplementar | 21


A incidência dos casos de câncer no Brasil tem aumentado nos últimos anos, em linha com o envelhecimento da população, tendência que deverá permanecer pelos próximos anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer – (INCA), o câncer de próstata e de mama feminina serão responsáveis por 30,8% e 27,9%, respectivamente, dos novos casos no Brasil (estimativas para o ano de 2012 do número de casos novos por

22 | Boletim da Saúde Suplementar

câncer e das taxas brutas de incidência por 100 mil habitantes, segundo sexo e localização primária). Convém ressaltar, entretanto, que diversos estudos sugerem que alterações no estilo de vida, com a adoção de hábitos saudáveis e, principalmente, alterações no padrão alimentar, como o aumento na ingestão de frutas e verduras, podem contribuir para reduzir a incidência de câncer na população.


Tabela 11 – Estimativas para o ano de 2012 das taxas brutas de incidência por 100 mil hab. e de número de casos novos por câncer, segundo sexo e localização primária1 I Brasil Localização Primária Neoplasia Maligna Casos Próstata

Estimativa dos Casos Novos Homens Casos

Taxa Bruta

Mulheres Distribuição %²

Casos

Taxa Bruta

Distribuição %²

-

-

-

60.180

62,5

30,8%

Mama Feminina

-

-

-

52.680

52,5

27,9%

Colo do Útero

-

-

-

17.540

17,5

9,3%

Traqueia, Brônquio e Pulmão

17.210

17,9

8,8%

10.110

10,1

5,3%

Cólon e Reto

14.180

14,8

7,3%

15.960

15,9

8,4%

Estômago

12.670

13,2

6,5%

7.420

7,4

3,9%

Cavidade Oral

9.990

10,4

5,1%

4.180

4,2

2,2%

Laringe

6.110

6,3

3,1%

-

-

-

Bexiga

6.210

6,5

3,2%

2.690

2,7

1,4%

Esôfago

7.770

8,1

4,0%

2.650

2,7

1,4%

-

-

-

6.190

6,2

3,3%

5.190

5,4

2,7%

4.450

4,4

2,4%

Ovário Linfoma não Hodgkin Glândula Tireoide

-

-

-

10.590

10,6

5,6%

Sistema Nervoso Central

4.820

5,0

2,5%

4.450

4,5

2,4%

Leucemias

4.570

4,8

2,3%

3.940

3,9

2,1% 2,4%

Corpo do Útero

-

-

-

4.520

4,5

Pele Melanoma

3.170

3,3

1,6%

3.060

3,1

1,6%

43.120

44,8

22,1%

38.720

38,6

20,5%

Outras Localizações Subtotal

195.190

202,9

100,0%

189.150

188,6

100,0%

Pele não Melanoma

62.680

65,2

-

71.490

71,3

-

Todas as Neoplasias

257.870

268,0

-

260.640

259,9

-

Fonte: Estimativas de Câncer 2012 - INCA/MS. Notas: ¹ Números arredondados para 10 ou múltiplos de 10. ² não considerado pele não melanoma.

Indicadores da Saúde Suplementar | 23


4 Internações - FenaSaúde

24 | Boletim da Saúde Suplementar


O

número de internações médicas no 1º semestre de 2012 foi de 853 mil, alta de 14,1% em relação ao primeiro semestre de 2011. Note-se que o crescimento alto das internações psiquiátricas, 59,0%, pode estar associado às alterações na política assistencial para enfermidades mentais, com internações em hospitais-dia para saúde mental, e também a mudanças na forma de contabilização. Quanto às internações obstétricas, é possível que tenha havido um problema com os dados de 2011. Neste período, o total de internações realizadas passou de 31.910 para 39.048, registrando um aumento de 22,3%. Em 2012, até

setembro, foram realizadas 30.058 internações, uma alta de 3,0% em relação ao mesmo período de 2011. Entre as internações cirúrgicas destaca-se o crescimento, no primeiro semestre de 2012 em relação ao mesmo período de 2011, dos procedimentos de vasectomia, com aumento de 80,4%; implantação de marcapasso, 32,9% e obstetrícia, este já comentado. O aumento na realização de vasectomias pode estar relacionado à lei de planejamento familiar e à RN 192, que passaram a determinar um conjunto de coberturas para a fecundidade.

Tabela 12 – Quantidade de internações I FenaSaúde Internações Clínica³

1o sem. 2011¹ (a)

2o sem. 2011¹ (b)

1o sem. 2012² (c)

c/a %

c/b %

287.719

290.783

315.105

9,5

8,4

311.908

358.603

355.566

14,0

-0,8

Obstétrica5

86.279

82.799

112.532

30,4

35,9

Pediátrica

51.128

50.784

53.144

3,9

4,6

Cirúrgica

4

Psiquiátrica Total

10.540

13.821

16.763

59,0

21,3

747.574

796.790

853.110

14,1

7,1

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12. Notas: ³ As internações clínicas destinam-se à realização de acompanhamento clínico ou diagnóstico em ambiente hospitalar. Por exemplo: tratamento de pneumonia, pressão alta, diagnóstico de dor abdominal etc. 4 As internações cirúrgicas destinam-se à realização de ato cirúrgico em ambiente hospitalar. Por exemplo: cirurgia para apendicite, cirurgia cardíaca etc. 5 As internações obstétricas ocorrem tanto para a realização do parto, como para diagnosticar, acompanhar ou tratar as intercorrências do processo gestacional. Por exemplo: pressão alta na gravidez, enjoos, ameaça de parto prematuro, diabetes na gravidez etc.

Indicadores da Saúde Suplementar | 25


Gráfico 2 - Internações I FenaSaúde Por mil

400 350 300 250 200 150 100 50 0 Clínica3

Cirúrgica4

Obstétrica5

1º Sem. 2011 (a) 1

O número de internações para realização de implantes de marcapasso cresceu também no Sistema Único de Saúde (SUS): 7% ao ano, em média, entre 2008 e 20111. Nesse período, o total de internações realizadas passou de 31.910 para 39.048, registrando um aumento de 22,3%. Em 2012, até setembro, foram realizadas 30.058 internações, uma alta de 3,0% em relação ao mesmo período de 2011. O aumento nas doenças cardiovasculares é evidente desde a década de 40. Em 2010, as doenças do sistema cardiovascular foram a principal causa

Pediátrica

2º Sem. 2011 (b) 1

Psiquiátrica

1º Sem. 2012 (c) 1

de óbito no Brasil, responsáveis por 28,7%2 do total. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 17 milhões de pessoas morrem por ano no mundo vítimas de doenças cardiovasculares, e quase 20% destas ocorrem na população com idade inferior aos 60 anos. Uma parte considerável dessas mortes poderia ser evitada com medidas de prevenção e redução dos fatores de risco (tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada e álcool). Nas afiliadas à FenaSaúde, as taxas

Foram realizadas mais de 850 mil internações na rede credenciada pelas associadas à FenaSaúde no 1º semestre de 2012 Procedimentos hospitalares do SUS - por local de internação - Brasil – DATASUS - Situação da base de dados nacional em 20/10/2012 - Dados de 2012 (até setembro) sujeitos a retificação. A partir do processamento de junho de 2012, houve mudança na classificação da natureza e esfera/regime dos estabelecimentos. - ‘ Até maio de 2012 estas informações estão disponíveis como “Natureza” e “Regime”. A partir de junho de 2012, estão como “Natureza Jurídica” e “Esfera Jurídica”.

1

26 | Boletim da Saúde Suplementar


de internação hospitalar3 clínica e psiquiátrica mantiveram-se estáveis nos três trimestres, enquanto que a cirúrgica foi mais alta no segundo semestre de 2011. As Diretrizes Assistenciais em Saúde Mental na Saúde Suplementar concedem atenção especial aos portadores de transtornos psiquiátricos graves e persistentes e

preconizam a “redução da atenção hospitalar por meio da substituição por serviços ambulatoriais, de atenção diária ou outros similares”4. Este é um dos paradigmas estabelecidos pela ANS como base para a assistência à saúde mental, assim como o Programa de Volta para Casa, criado pelo Ministério da Saúde com objetivo de reintegrar pessoas portadoras de transtornos mentais.

Tabela 13 – Taxa de internação hospitalar por semestre Internações

1o sem. 2011¹

2o sem. 2011¹

1o sem. 2012²

2011

12 meses (jul/11 a jun/12)

Clínica³

2,3

2,3

2,3

4,6

4,6

Cirúrgica4

2,5

2,8

2,6

5,3

5,4

Psiquiátrica

0,1

0,1

0,1

0,1

0,2

Total

6,0

6,3

6,3

12,2

12,5

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12. Notas: ³ As internações clínicas destinam-se à realização de acompanhamento clínico ou diagnóstico em ambiente hospitalar. Por exemplo: tratamento de pneumonia, pressão alta, diagnóstico de dor abdominal, etc. 4 As internações cirúrgicas destinam-se à realização de ato cirúrgico em ambiente hospitalar. Por exemplo: cirurgia para apendicite, cirurgia cardíaca, etc.

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM A taxa de internação hospitalar por semestre é calculada pelo número de internações no semestre dividido pela média dos beneficiários expostos no semestre multiplicado por 100. 4 Diretrizes Assistenciais em Saúde Mental na Saúde Suplementar 2 3

Indicadores da Saúde Suplementar | 27


5 Saúde da mulher - FenaSaúde

28 | Boletim da Saúde Suplementar


A

mulher ao longo dos tempos obteve grandes conquistas perante a sociedade e o mercado de trabalho, acumulando funções sociais no lar, no emprego e na sociedade. O Ministério da Saúde, na década de 80, desenvolveu um programa específico para reorientar a saúde integral da mulher, permitindo maior atenção no controle clínico, no planejamento familiar e no atendimento clínico e ginecológico. Atualmente, o aumento nos casos de doenças cardiovasculares entre as mulheres é preocupante. Considerada até recentemente como uma doença tipicamente masculina, vem se convertendo nos últimos anos na principal causa de morte entre as

mulheres. Entre 2001 e 2011 foram registrados entre as mulheres mais de 1,5 milhão de óbitos1 provocados por doenças do aparelho circulatório, um aumento de 25,0% no período, enquanto o número de óbitos do sexo masculino foi de 1,3 milhão, registrando uma alta de 22,9%. Em relação ao câncer de colo de útero, a vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) é uma importante forma de prevenção, com benefícios mais significativos se realizada antes do inicio da vida sexual. O câncer de mama pode ser prevenido com a adoção de hábitos de vida saudáveis, especialmente com dieta equilibrada, prática regular de exercícios físicos e não abuso de álcool.

Os problemas cardiovasculares se tornaram a principal causa de morte entre as mulheres, fator que precisa ser acompanhado de perto por essa população

1

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Indicadores da Saúde Suplementar | 29


A tabela 14 mostra os procedimentos típicos relacionados à saúde da mulher. Em 2011, foram realizadas mais de 3,7 milhões de consultas ginecológicas/ obstétricas e mastológicas e, no primeiro semestre de 2012, o número foi 3,1% maior do que no primeiro semestre de 2011. Expressivo também foi o número de exames em citopatologia cérvico-vaginal oncótica, mamografia e ultrassonografia

obstétrica morfológica, de 1,8 milhão no primeiro semestre de 2012, com aumento médio de 7,2% relativamente ao primeiro semestre de 2011. As operadoras afiliadas da FenaSaúde realizaram mais de meio milhão de ultrassonografias obstétricas morfológicas, o que representou mais da metade do total realizado pelo mercado de saúde suplementar.

Tabela 14 – Quantidade de eventos para saúde da mulher I FenaSaúde Eventos

1o sem. 2011¹ (a)

2o sem. 2011¹ (b)

1o sem. 2012² (c)

c/a %

c/b %

1.745.682

1.926.128

51.829

63.262

1.799.636

3,1

-6,6

61.842

19,3

Citopatologia cérvico-vaginal oncótica³

892.984

-2,2

933.811

934.586

4,7

0,1

Mamografia Ultra-sonografia obstétrica morfológica

519.702

569.805

562.091

8,2

-1,4

248.333

254.792

270.148

8,8

6,0

2.380

3.303

3.407

43,2

3,1

840

774

880

4,8

13,7

Internação obstétrica

86.279

82.799

112.532

30,4

35,9

Parto normal

12.132

12.051

21.182

74,6

75,8

Cesarianas

49.851

46.847

64.272

28,9

37,2

Consulta ginecologia/obstetrícia Consulta mastologista

Implante de dispositvo intrauterino - DIU Laqueadura tubária

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12 Notas: ³ Em mulheres de 25 a 59 anos. Os procedimentos de implante de dispositivo intrauterino, parto normal e cesarianas sofreram alterações na metodologia de coleta dos dados, afetando as variações percentuais no período entre 2011 e 2012. Estas informações estão sujeitas à alterações.

30 | Boletim da Saúde Suplementar


Indicadores da SaĂşde Suplementar | 31


6 Saúde mental - FenaSaúde

32 | Boletim da Saúde Suplementar


A

importância da saúde

causas de morte relacionadas em 20101.

mental é reconhecida pela Organização Mundial

Pode-se esperar para o futuro

da Saúde (OMS) e vem

próximo um aumento da incidência

ganhando destaque nos últimos anos

de perturbações mentais e

com os avanços na neurociência

comportamentais em virtude do

e nas ciências comportamentais,

acelerado processo de prolongamento

tornando possível compreender como

da estimativa de vida.

o funcionamento mental influencia a A tabela 15 traz a quantidade de

saúde física, e vice-versa.

atendimentos feitos pelas afiliadas à Pesquisas demonstram, por exemplo,

FenaSaúde relacionados à saúde mental.

que os sintomas da depressão

O número de consultas psiquiátricas

podem precipitar ou antecipar a

cresceu 12,7% no primeiro semestre de

incidência de doenças cardíacas

2012, em relação ao mesmo período do

(Ferketich e col., 2000). Na

ano anterior. O aumento foi ainda maior

Alemanha, a taxa de mortalidade

na quantidade de consultas e sessões

provocada por transtornos mentais

com psicólogos, 33,6%, possivelmente

e comportamentais ocupa a oitava

como resultado das alterações nas

posição entre as dezenove principais

Diretrizes de Utilização.

Tabela 15 - Quantidade de eventos em saúde mental I FenaSaúde Eventos Consulta psiquiátrica Consulta/sessão com terapeuta ocupacional Consulta/sessão com psicólogo Internação psiquiátrica

1o sem. 2011¹ (a)

2o sem. 2011¹ (b)

1o sem. 2012² (c)

191.075

231.132

215.427

12,7

-6,8

49.881

57.371

50.752

1,7

-11,5

887.907

1.174.358

1.184.260

33,4

0,8

10.540

13.821

16.763

59,0

21,3

c/a %

c/b %

Fonte: SIP/ANS - ¹ Extraído em 25/4/12 ² Extraído em 25/9/12.

1

https://www.destatis.de/EN/FactsFigures/SocietyState/Health/CausesDeath/Tables/NumberOfDeath.html

Indicadores da Saúde Suplementar | 33


7 VIGITEL Brasil - Saúde Suplementar

34 | Boletim da Saúde Suplementar


C

riado em 2006 pelo Ministério da Saúde, o Vigitel – Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico – monitora todas as capitais dos 26 estados do Brasil e o Distrito Federal e acompanha a evolução dos principais fatores de risco e de proteção para as Doenças CrônicoDegenerativas Não Transmissíveis (DCNT). O conhecimento adquirido sobre hábitos alimentares, excesso de peso, obesidade, sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo, entre outros, desempenha um papel fundamental e contribui para o desenvolvimento do plano de enfrentamento dessas enfermidades. Com base nos resultados dessa publicação periódica é possível

estabelecer e analisar algumas tendências. Em 2008, aproximadamente 63% das mortes no mundo estavam relacionadas às DCNTs, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Há que se ressaltar que grande parcela dos custos da assistência médica também se destina a tratar enfermidades associadas a hábitos de vida, portanto, passíveis de serem evitadas ou, ao menos, atenuadas. O Vigitel, nas edições de 2008 e 2011, distingue a população que depende exclusivamente do SUS da população que tem plano de saúde. Uma síntese da evolução dos principais indicadores é apresentada a seguir.

7.1 Atividade Física O percentual da população que praticou o volume recomendado de atividade física no tempo livre certamente apresentou os resultados mais surpreendentes entre os itens da pesquisa. O aumento registrado entre 2008 e 2011 foi de 18,4 p.p, para os beneficiários do sistema de saúde suplementar, e 13,9 p.p. para os usuários do SUS.

Entre os homens beneficiários do sistema de saúde suplementar, foi observada uma frequência maior na prática de atividades físicas, chegando aos 64,8% nas idades entre os 18 e 24 anos. Entre as mulheres, o percentual para a mesma faixa etária foi de 34,6%. Em ambos os sexos, foi observada a redução gradual na prática de atividades físicas com o avanço da idade.

Indicadores da Saúde Suplementar | 35


7.2 Tabagismo Observa-se, entre os anos de 2008 e 2011, a redução na prevalência de fumantes de 14,0% para 10,3% entre os beneficiários dos planos de saúde. Entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), pela primeira vez o percentual de fumantes ficou abaixo de 15%. Um importante fator que auxilia na redução e no controle do tabagismo

36 | Boletim da Saúde Suplementar

é a disseminação de campanhas desenvolvidas pelo governo federal advertindo sobre os danos que o cigarro provoca na saúde. Medidas tributárias e proibição de fumo em ambientes fechados também têm sido efetivas. Estes fatores, entre outros, têm elevado o custo de fumar, tanto em termos econômicos como sociais.


7.3 Excesso de Peso No conjunto da população adulta, tanto masculina quanto feminina, a incidência de pessoas com excesso de peso1 aumentou de 43,3% em 2008 para 48,5% em 2011 nas 27 capitais do país. Entre os homens beneficiários dos planos de saúde com idade entre 18 e 24 anos, a prevalência é de 37,4%. Com o avanço da idade, entre os 45 e 54 anos, o percentual aumenta para 60,3%. Entre as mulheres, o percentual de excesso de peso é mais baixo do que entre os homens em cada faixa etária, mas também cresce com a idade, passando de 10,8% entre 18 e 24 anos para 51,0% entre os 45 e 54 anos. O excesso de peso pode evoluir para obesidade mórbida, ocasionando problemas respiratórios, ortopédicos e cardiológicos, entre outros. Interessante ressaltar que, mesmo diante do aumento da população que praticou o volume recomendado de atividade física no tempo livre, o percentual com excesso de peso aumentou. Este fato sugere que apenas a atividade física, sem a adoção de hábitos alimentares saudáveis, pode não ser suficiente para o controle e redução do peso.

1

Mesmo com o aumento da prática de atividade física, o percentual de excesso de peso na população aumentou

Pessoas com excesso de peso possuem o Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 29,9 kg/m²

Indicadores da Saúde Suplementar | 37


7.4 Consumo de Bebidas Alcoólicas

A pesquisa Vigitel constatou uma discreta redução no percentual de pessoas que fizeram uso de bebidas alcoólicas entre 2008 e 2011. Esse hábito tem sido mais frequente entre os homens do que entre as mulheres. Em 2008, os beneficiários dos planos de saúde que declararam ter consumido álcool foi de 22,4% entre os homens e 8,9% entre as mulheres. O consumo tem sido mais frequente na faixa etária entre os 18 e 24 anos para os homens,

2

com 25,7%, e entre os 35 e 44 anos para as mulheres, com 15,2%. O consumo de bebidas alcoólicas contribui para o número de mortes provocadas por doenças e acidentes, contabilizando enormes prejuízos financeiros e sociais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o uso abusivo do álcool provoca a morte de aproximadamente 2,5 milhões2 de pessoas por ano no mundo.

Global status report on alcohol and health - World Health Organization 2011

38 | Boletim da Saúde Suplementar


Tabela 16 - Comparação Vigitel - Saúde Suplementar (2008-2011) Saúde Suplementar

SUS

Percentual das 27 cidades estudadas pelo VIGITEL

2008

2011

Diferença (p.p.)

2008

2011

Diferença (p.p.)

Excesso de peso²

46,9

48,0

1,1

43,3

48,5

5,2

Obesidade³

14,1

14,5

0,4

13,0

15,8

2,8

Atividade física7

16,4

34,8

18,4

16,4

30,3

13,9

Consumo de frutas e hortaliças4

36,1

32,8

-3,3

31,5

30,9

-0,6

Consumo de refrigerantes

23,6

29,2

5,6

27,8

29,8

2,0

Consumo de álcool6

17,6

15,2

-2,4

19,0

17,0

-2,0

Fumantes1

14,0

10,3

-3,7

15,2

14,8

-0,4

3,8

3,8

0,0

4,5

4,8

0,3

94,1

93,7

-0,4

86,1

87,8

1,7

Citologia oncótica (preventivo)¹

92,1

89,7

-2,4

86,5

86,5

0,0

Hipertensão arterial11

23,4

20,3

-3,1

23,1

22,7

-0,4

5,6

5,3

-0,3

5,2

5,6

0,4

5

Avaliação do estado de saúde (ruim)8 Mamografia9 0

Diabetes12

Fontes: Pesquisa VIGITEL Brasil 2008 e 2011 e Pesquisa VIGITEL Brasil Saúde Suplementar 2008 e 2011 Nota: ¹Percentual de fumantes no conjunto da(e) população/beneficiários adulta(os) (≥ 18 anos) ²Percentual de indivíduos/beneficiários com excesso de peso (Índice de Massa Corporal ≥ 25 kg/m²) no conjunto da(e) população/beneficiários adulta (os) (≥ 18 anos) ³Percentual de indivíduos/beneficiários com obesidade (Índice de Massa Corporal ≥ 30 kg/m) no conjunto da(e) população/beneficiários adulta(os)(≥ 18 anos) 4 Percentual de indivíduos/beneficiários que consomem frutas e hortaliças, cinco ou mais dias da semana, no conjunto da(e) população/beneficiários adulta(os) (≥ 18 anos) 5 Percentual de indivíduos/beneficiários que consomem refrigerantes cinco ou mais dias por semana, no conjunto da(e) população/beneficiários adulta(os) (≥ 18 anos) 6 Percentual de indivíduos/beneficiários que, nos últimos 30 dias, consumiram quatro ou mais doses (mulher) ou cinco ou mais doses (homem) de bebida alcoólica, em uma mesma ocasião, no conjunto da(e) população/beneficiários adulta(os) (≥ 18 anos) 7 Percentual de indivíduos/beneficiários que praticam o volume recomendado de atividade física no tempo livre, no conjunto da(e) população/beneficiários adulta(os) (≥ 18 anos) 8 Percentual de indivíduos/beneficiários que avaliaram seu estado de saúde como ruim ou muito ruim, no conjunto da(e) população/beneficiários adulta(os) (≥ 18 anos) 9 Percentual de mulheres/beneficiárias (50 a 69 anos de idade) que realizaram mamografia em algum momento de suas vidas e nos últimos dois anos 10 Percentual de mulheres/beneficiárias (25 a 59 anos de idade) que realizaram citologia oncótica para câncer de colo do útero em algum momento de suas vidas e nos últimos três anos ¹¹Percentual de indivíduos/beneficiários que referem diagnóstico médico de hipertensão arterial, no conjunto da(e) população/beneficiários adulta(os) (≥ 18 anos) ¹²Percentual de indivíduos/beneficiários que referem diagnóstico médico de diabetes, no conjunto da(e) população/ beneficiários adulta(os) (≥ 18 anos)

Indicadores da Saúde Suplementar | 39


8 Infraestrutura - SaĂşde no Brasil

40 | Boletim da SaĂşde Suplementar


8.1 Médicos

N

a última década, observou-se um aumento no número de médicos de 24,9%, passando de 291 mil em 2000 para 364 mil em 2010. Nesse período, a população brasileira aumentou 12,5%. Estes dados foram publicados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) no relatório de pesquisa Demografia Médica no Brasil – Dados gerais e descrições de desigualdades – Volume I. Segundo o estudo, a grande maioria dos médicos opta por prestar serviços no setor privado, que conta com quatro vezes mais médicos do que o Sistema único de Saúde.

Ainda segundo a pesquisa, em 2011, o Brasil possuía 1,95 médicos por 1.000 habitantes, número inferior à média de 3,1 dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com população de maior idade média do que a brasileira. O número de médicos por habitante varia consideravelmente entre os países: França, 3,28, Alemanha, 3,64, México 2,89, e Estados Unidos, 2,67. A conclusão do trabalho é que não faltam médicos no país, mas a concentração é desigual, determinada por disparidades regionais, principalmente relacionadas ao desenvolvimento econômico.

Tabela 17 – Quantidade e participação percentual de médicos nas especialidades selecionadas nas diversas Regiões (out/2011)

Regiões

Médicos

Pediatras Participação¹ (%)

Clínico geral Total

Geriatras

Ginecologista/ Obstetra

Total

Total

Participação¹ (%)

Total

Participação¹ (%)

Total

Participação¹ (%)

Sudeste

209.801

15.088

7,2

5.430

2,6

448

0,2

11.753

5,6

Nordeste

62.969

4.067

6,5

1.832

2,9

86

0,1

3.855

6,1

Sul

55.478

4.863

8,8

1.939

3,5

128

0,2

4.124

7,4

Norte

15.631

980

6,3

446

2,9

8

0,1

896

5,7

Centro Oeste

27.916

2.234

8,0

993

3,6

46

0,2

2.187

7,8

Brasil

371.788

27.232

7,3

10.640

2,9

716

0,2

22.815

6,1

Fonte: Pesquisa Demográfica Médica no Brasil, 2011. Nota: ¹ participação sobre o total de médicos nas regiões.

Indicadores da Saúde Suplementar | 41


8.2 Leitos O setor público brasileiro concentra mais de 70% do número total de leitos hospitalares, 494 mil, em março de 2012, número levemente inferior ao de de 2007, de 394 mil leitos. Essa quase estabilidade aconteceu pela redução de 5,1% nos leitos ofertados para pessoas que dependem exclusivamente do SUS, de 373 mil em 2007 para 354 mil em 2012, e expansão de 13,5% nos leitos disponíveis para beneficiários de planos de saúde. O número de leitos nos hospitais pertencentes à administração pública das três esferas de governo aumentou, mas em quantidade insuficiente para compensar a redução da oferta de leitos do setor privado para atendimentos pelo setor público. Cabe indagar o que teria motivado essa mudança, se foi perda de interesse por parte da administração pública em conveniar com hospitais privados ou, ao contrário, se teria sido o setor

2,48

leitos em hospitais públicos para cada mil habitantes 1

privado que reduziu o interesse em conveniar com o sistema único de saúde. Os dados também mostram que o setor privado vem investindo na construção de leitos para atendimentos aos beneficiários de planos de saúde (já que restam poucos atendimentos pagos do próprio bolso)1 . Entre as regiões do país, o Nordeste e Norte apresentaram as maiores taxas de crescimento na quantidade de leitos disponíveis no período, 22,6% e 16,2% respectivamente. A disponibilidade de leitos hospitalares no Brasil em 2011 era 2,64 para cada mil habitantes. No sistema único de saúde, esta proporção era 2,48, ante 3,14 no sistema privado de saúde, porém não é possível comparar estes resultados com os dados de outros países por motivo de diferenças nas metodologias utilizadas.

3,14

leitos no sistema privado de saúde para cada mil habitantes

97% dos pagamentos hospitalares são provenientes dos planos de saúde – Observatório ANAHP.

42 | Boletim da Saúde Suplementar


Tabela 18 – Quantidade de leitos de internação1 e complementares2 I SUS e Privados3 (mar/07 - mar/12) Regiões Norte

mar/07 SUS 24.592

mar/12

Privado 6.537

SUS 26.141

Variação (%)

Privado

SUS

Privado

7.600

6,30

16,26

Nordeste

111.607

17.820

104.702

21.861

-6,19

22,68

Sudeste

149.692

67.144

138.911

75.130

-7,20

11,89

58.390

20.360

80.645

22.345

38,11

9,75

Sul Centro-Oeste Brasil

28.965

10.988

27.385

12.539

-5,45

14,12

373.246

122.849

354.148

139.475

-5,12

13,53

Fonte: CNES/MS - Extraído em 6/9/12. Notas: ¹ LEITOS DE INTERNAÇÃO: leitos hospitalares cirúrgicos, clínicos, obstétricos, pediátricos, hospital-dia e outras especialidades. ² LEITOS COMPLEMENTARES: leitos hospitalares de UTI e Unidade Intermediária. ³ Considerados apenas os leitos privados, filantrópicos e sindicato. Não são considerados os leitos de observação.

Indicadores da Saúde Suplementar | 43


Tabela 19 - Taxa de leitos hospitalares por 1.000 hab. I Diversos Países País

2008

2009

2010

20115

Austrália

3,78

Brasil - SUS¹ ² ³

2,46

3,73

...

3,73

2,50

2,44

2,48

3,58

3,47

3,32

3,14

Canadá

3,24

3,19

...

3,19

Chile

2,27

2,26

2,04

2,04

Estados Unidos

3,13

3,08

...

3,08

França

6,90

6,66

6,42

6,42

México

1,70

1,67

1,64

1,64

Portugal

3,37

3,35

3,35

3,35

Reino Unido

3,36

3,29

2,96

2,96

Turquia

2,42

2,49

2,52

2,52

Brasil - privado¹ ²

4

Fonte: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Extraído em 18/10/12. Notas: ¹ Não é possível realizar a comparação com os dados do CNES devido à diferença de metodologia. Os dados da OECD consideram os leitos de emergência e não consideram os leitos para internações psiquiátricas ² Considerados leitos de internação e complementares, com base no mês de março ³ Excluída a população de planos de saúde no período. 4 considerado apenas os beneficiários de planos médicos. 5 2011 ou ano mais recente.

44 | Boletim da Saúde Suplementar


8.3 Estabelecimentos O número de estabelecimentos de saúde2 por tipo de prestador no Brasil vem crescendo, mas a velocidade de crescimento tem sido maior nos estabelecimentos do setor privado do que nos do setor público. Em dezembro de 2005, 55,8% dos estabelecimentos pertenciam ao setor privado, proporção que atualmente chega a 71,8%. O total de estabelecimentos privados em agosto de 2012 chegou a mais de 174 mil, com alta de 5,4% nos doze meses anteriores, enquanto que os do setor público totalizaram mais de 68 mil, com alta de 7,5% no mesmo período.

isolados, 58,4%, atende a beneficiários dos planos de saúde e quase a metade, 49,4%, das clínicas ou ambulatórios especializados também atende a beneficiários de planos de saúde3.

De acordo com o Caderno de Informação da Saúde Suplementar de Setembro de 2012 da ANS, o número de estabelecimentos de atendimento a planos privados de saúde somou mais de 99 mil no segundo trimestre de 2012, com aumento de 2,13% em relação ao trimestre anterior. A proporção dos estabelecimentos que atendem a planos privados de saúde excede a 25% do total, percentual equivalente a participação de beneficiários na população, com a única exceção dos prontos-socorros que atendem essencialmente ao SUS. A grande maioria dos consultórios médicos

2 3

Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil - CNES Fonte: Foco Saúde Suplementar – Junho 2012 – Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS

Indicadores da Saúde Suplementar | 45


Referências 1. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER

Medicine,160(9): 1261-1268.

(Brasil). A situação do câncer no Brasil Volume 1. Rio de Janeiro, 2006. 119 p.

7. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).

2. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE

Coordenação de População e Indica-

(ANS) Caderno de Informação da Saúde

dores Sociais. Gerência de Estudos e

Suplementar – Março 2009. Disponível

Análises da Dinâmica Demográfica.

em: <http://www.ans.org.br>.

Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 1980-2050

3. COLLEGE OF AMERICAN PATHOLO-

- Revisão 2008. Disponível em: <http://

GISTS (CAP). Disponível em: <http://

www.ibge.gov.br>

www.cap.org>. 8. CONSELHO REGIONAL DE ME4. WORLD ASSOCIATION OF SOCIE-

DICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO E

TIES OF PATHOLOGY AND LABORA-

Conselho Federal de Medicina. Demo-

TORY MEDICINE WASPALM). Disponível

grafia Médica no Brasil – volume I – São

em: <http://www.waspalm.org>.

Paulo: 2011.

5. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE

9. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE

(ANS) Diretrizes assistenciais para a

SUPLEMENTAR (Brasil). Foco da Saúde

saúde mental na saúde suplementar

Suplementar – Junho 2012. Rio de Ja-

/ Agência Nacional de Saúde Suple-

neiro: 2012. Disponível em: <http://www.

mentar (Brasil). – Rio de Janeiro: ANS,

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Frid DJ, Moeschberger ML (2000).

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Depression as an antecedentto heart

Prospects: The 2010 Revision. Disponível

disease among women and men in the

em: <http://esa.un.org/unpd/wpp/Excel-

NHANES I study. Archives of Internal

Data/population.htm>

Disclaimer Esta publicação foi desenvolvida pela FenaSaúde com objetivo de fornecer informações sobre o mercado de saúde suplementar. A distribuição é gratuita. Os dados apresentados nas sessões de 1 a 6 foram cedidos gentilmente pela ANS a partir dos dados fornecidos pelas associadas da FenaSaúde à ANS via sistemas SIP e SIB sendo tabulados pela FenaSaúde. Esta publicação não deve ser reproduzida, total ou parcialmente, sem a citação da fonte.


Sobre a FenaSaúde

C

onstituída em fevereiro

Allianz Saúde

de 2007, a FenaSaúde

Grupo Amil Saúde

(Federação Nacional

Grupo Bradesco Saúde

de Saúde Suplementar)

Care Plus Medicina Assistencial

representa 15 grupos de operadoras

Golden Cross Assistência

de planos privados de assistência à

Internacional de Saúde

saúde, totalizando 29 empresas dentre

Grupo Intermédica

1.361 operadoras em atividade com

Itauseg Saúde

beneficiários. A FenaSaúde tem como

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missão contribuir para a consolidação

Metlife Planos Odontológicos

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aperfeiçoamento do setor.

Grupo SulAmérica Saúde Tempo Saúde

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Unimed Seguros Saúde

Serôa de Araujo Coriolano, diretorpresidente da Bradesco Saúde, e tem

Grupo técnico da diretoria

como diretor-executivo o economista

executiva da FenaSaúde:

e ex-ministro da Previdência, José

Sandro Leal Alves

Cechin. A atual diretoria da FenaSaúde

Vera Queiroz Sampaio de Souza

é composta por 11 membros e foi eleita

Mônica Figueiredo Costa

em março de 2010 para um mandato

Karla Pérez de Souza

de 3 anos.

Sandro Reis Diniz Paula Gonçalves Consultor técnico Álvaro de Almeida

Assessoria de Comunicação: Approach Comunicação Integrada


www.fenasaude.org.br Rua Senador Dantas 74, Centro, Rio de Janeiro - RJ CEP 20031-205 Tel. (21) 2510-7777


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