INDICADORES ECONÔMICOFINANCEIROS E DE BENEFICIÁRIOS Boletim da Saúde Suplementar ed. 03 fevereiro 2013
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 03
Apresentação
A
FenaSaúde – Federação Nacional de Saúde Suplementar apresenta a terceira edição, em novo formato, do Boletim da Saúde Suplementar – Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários. Esta publicação reúne um conjunto de indicadores das operadoras associadas à FenaSaúde e do mercado de saúde suplementar, além de dados recentes da conjuntura macroeconômica. A fonte primária são os dados enviados pelas operadoras, periodicamente, à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), via Sistema de Informações de Beneficiários (SIB) e Documento de Informações Periódicas das Operadoras (DIOPS). As associadas à FenaSaúde oferecem cobertura assistencial a 25,0 milhões de beneficiários, 14,8 milhões com planos médicos e 10,2 milhões com planos odontológicos, concentrados principalmente nas capitais – 57,2% dos beneficiários de assistência médica e 53,6% dos planos exclusivamente odontológicos residem nos grandes centros urbanos.
Tem-se observado, no entanto, um crescimento mais expressivo nas regiões de menor concentração ou cobertura de planos, em linha com a tendência à descentralização da atividade econômica. Nota-se também que o crescimento no número de beneficiários de planos de saúde foi superior ao crescimento da atividade econômica e do emprego. Isso pode ser atribuído ao crescimento do setor de serviços, que é mais intensivo em mão de obra e conseguiu manter elevado nível de ocupação, suficiente para promover o crescimento real dos salários. A combinação de quase pleno emprego e aumento salarial real produz a percepção de confiança na continuidade dessa situação, o que tem levado as pessoas e as pequenas empresas a realizarem o intenso desejo de ter plano de saúde. O cenário para 2013 ainda é incerto, pois não está clara a recuperação das economias desenvolvidas e há sinais de exaustão do crescimento econômico baseado nos estímulos ao consumo. Boa leitura!
No total do mercado, alcançou-se a marca de 67,1 milhões (48,7 milhões de planos médicos e 18,4 milhões de planos odontológicos), sendo 44,1% localizados nas capitais.
Marcio Coriolano – Presidente José Cechin – Diretor-executivo Rio de Janeiro | Fevereiro de 2013
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Sumário
04
05
Sumário executivo
06
Cap. 1 – Beneficiários
10
Cap. 2 – Cobertura
15
16
Cap. 3 – Receitas e despesas assistenciais
19
20
Cap. 4 – Operadoras e indicadores econômico-financeiros
21
Quantidade de operadoras
22
Provisões técnicas
23
Ativos garantidores
25
Índices financeiros
26
27
Despesas administrativas – DA
Taxa de cobertura – Mercado
Sinistralidade
Sinistralidade – SIN
Despesa de comercialização – DC Índice combinado – COMB 28
Índice combinado ampliado – COMBA Retorno sobre o patrimônio líquido – ROE
29
Referências
30
Sobre a FenaSaúde
Esta publicação está disponível para consulta e download no site da FenaSaúde: www.fenasaude.org.br/publicacao
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Sumário executivo
A
s operadoras associadas à FenaSaúde foram responsáveis, em setembro de 2012, pela cobertura a 25,0 milhões de beneficiários, sendo 14,8 milhões vinculados à assistência médica, 4,7% a mais do que em setembro do ano anterior, e 10,2 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos, com aumento de 14,3% no mesmo período. O número total de beneficiários na saúde suplementar alcançou 67,1 milhões em setembro de 2012, com crescimento de 5,3% em relação a setembro do ano anterior. Os planos de assistência médica somaram 48,7 milhões e cresceram 2,9%, e os planos exclusivamente odontológicos atingiram 18,4 milhões e aumentaram 12,1%. Note-se que, nas operadoras associadas à FenaSaúde, o número de beneficiários de planos de assistência médica cresceu bem mais rapidamente do que no conjunto de todas as operadoras. Diferença no mesmo sentido, embora um pouco menor, também foi observada nos planos exclusivamente odontológicos. Em setembro de 2012, a taxa de cobertura (percentual da população que tem planos) alcançou 25,1% nos planos de assistência médica e 9,5% nos planos exclusivamente odontológicos. Destaca-se o mais acentuado crescimento da taxa de cobertura por planos médicos na região com a menor penetração – Norte, 122,9% entre setembro/2000 e setembro/2012. O crescimento também foi mais acentuado nas outras regiões que não o Sudeste, denotando uma tendência à difusão da cobertura para novas áreas de expansão da fronteira econômica. O desempenho positivo do mercado de saúde suplementar ocorre num cenário
de baixo crescimento da economia, ocasionado, entre outros fatores, pela retração da atividade industrial. Foi a expansão da demanda doméstica, em consequência da política fiscal pautada por sustentação da atividade econômica pelo incentivo ao consumo, que tem impulsionado o setor de serviços, mais intensivo em mão de obra. É por esse motivo que a queda da produção industrial e o baixo crescimento da economia são acompanhados por um elevado nível de emprego e crescimento dos salários acima da inflação – o que permitiu o crescimento da taxa de cobertura por planos de saúde. O cenário econômico para 2013 ainda é incerto, em decorrência das incertezas quanto ao desempenho da economia mundial. Há sinais preocupantes quanto à inflação e à continuidade do emprego e de exaustão da política em curso que, se materializados, poderão conter o crescimento do PIB, do emprego e das rendas e, portanto, dos planos de saúde. Nas operadoras associadas à FenaSaúde, as despesas assistenciais aumentaram em ritmo mais acelerado que as receitas de contraprestações. O total das despesas nos últimos doze meses terminados em setembro de 2012 foi de R$ 29,4 bilhões, com aumento de 20,7%, ante uma ampliação de 18,5% nas receitas de contraprestações, que totalizaram R$ 36,3 bilhões nesse período. As empresas integrantes da FenaSaúde constituíram R$ 9,5 bilhões de provisões técnicas até setembro de 2012, com crescimento de 21,4% em relação a setembro de 2011. As provisões técnicas das associadas representam 52,8% do total do mercado. O crescimento da reserva é a contrapartida do crescimento das despesas assistenciais.
05
BENEFICIÁRIOS
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O
número de beneficiários na saúde suplementar avançou 5,3% em setembro de 2012 em relação a setembro do ano anterior e totalizou 67,1 milhões de beneficiários. No mesmo período, nas associadas à FenaSaúde se observou um crescimento mais intenso, de 8,4%, totalizando 25,0 milhões de beneficiários (37,2% do total de beneficiários na saúde suplementar). O aumento de beneficiários nas associadas à FenaSaúde possibilitou a milhares de pessoas o acesso aos serviços médicos privados, e a participação destas operadoras no mercado demonstra a relevância que exercem no setor. As operadoras associadas à FenaSaúde foram responsáveis pela cobertura de
14,8 milhões de beneficiários de planos de assistência médica em setembro de 2012 e cresceram 4,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Nos planos exclusivamente odontológicos, foram 10,2 milhões de beneficiários vinculados, com aumento de 14,3% no mesmo período. Na tabela 1, observa-se um expressivo aumento no número de beneficiários das seguradoras especializadas em saúde afiliadas à FenaSaúde, de 7,3%, nos planos de assistência médica, que passaram de 5,8 milhões em setembro de 2011 para 6,2 milhões em setembro de 2012. Cabe ressaltar o crescimento acelerado no número de beneficiários dos planos exclusivamente odontológicos, de 14,3%, passando de 8,9 milhões para 10,2 milhões no período.
Tabela 1 - Beneficiários por cobertura assistencial, segundo modalidade da operadora valores por mil
Modalidade da operadora
Set/10
Set/11
Set/12
Δ%¹
12.617
14.142
14.800
4,7
Medicina de grupo
7.259
8.331
8.563
2,8
Seguradora especializada em saúde
5.358
5.811
6.237
7,3
44.772
47.281
48.661
2,9
Assistência médica FenaSaúde
Mercado de assistência médica
Assistência exclusivamente odontológica FenaSaúde
7.613
8.914
10.192
14,3
Medicina de grupo
1.359
1.559
1.927
23,6
Odontologia de grupo
5.972
7.027
7.928
12,8
282
327
337
3,0
13.927
16.456
18.440
12,1
Seguradora especializada em saúde Mercado de assistência excl. odontológica
Fonte: Tabnet/ANS – Extraído em: FenaSaúde 15/12/10 (set/10), 15/12/11 (set/11) e 18/12/12 (set/12); Mercado 18/12/12 (set/10, set/11 e set/12). Notas: 1 Crescimento entre set/11 e set/12. Os dados de 2010 e 2011 incluem os beneficiários de todas as operadoras associadas à FenaSaúde em setembro/12. Os dados do Sistema de Informações de Beneficiários (SIB) proveem de registros administrativos das operadoras e, por isso, são atualizados/corrigidos em competências subsequentes. No Tabnet/ANS não é possível obter dados atualizados por operadora de competências anteriores, razão pela qual não é possível obter dados atualizados das associadas à FenaSaúde para as posições de trimestres anteriores.
07
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O desempenho positivo do mercado de saúde suplementar ocorre num cenário de baixo crescimento da economia. O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2012 foi apenas 0,6% maior do que no segundo trimestre, mas nesse período observou-se um crescimento de 2,9% nos planos médicos e 12,1% nos
odontológicos. A taxa de crescimento do PIB acumulada em quatro trimestres, em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, ilustrada no gráfico 1, evidencia a contínua desaceleração da atividade econômica em todos os setores da economia.
Gráfico 1 - Variação PIB (%) por setor - taxa acumulada nos últimos quatro trimestres (em relação ao mesmo período do ano anterior) Crescimento da economia nos últimos 12 meses
0,9% 10,5 % 5,8 %
08
2,7 %
0,8 %
Agropecuária
5,7 %
2,9 %
Indústria
3,6 %
1,5 %
Serviços
-0,9 %
3º tri./10
7,6 %
3º tri./11
3,7 %
0,9 %
PIB
3º tri./12
Fonte: Contas Nacionais Trimestrais/IBGE – julho/setembro 2012.
O baixo desempenho da economia brasileira se deve, em parte, à situação das economias mais avançadas, que não têm conseguido equacionar seus problemas, e, em parte, à baixa capacidade de investimento, fruto da estrutura de gastos públicos e da timidez das iniciativas de maior envolvimento do setor privado via concessões ou parcerias. A política fiscal de estímulo ao consumo como forma de sustentar a atividade econômica resulta
em valorização do câmbio e em crescentes dificuldades competitivas do setor industrial. Isso conduz à perda progressiva da produção, preservando, no entanto, os serviços. Como são intensivos em mão de obra, o crescimento dos serviços teve o efeito de gerar empregos a ponto de manter uma situação de quase pleno emprego e permitir o crescimento dos salários. Salários crescentes com produtividade industrial estagnada conduzem ao aumento
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dos custos de produção industrial, que perde competitividade no cenário externo.
doméstica devido à baixa competitividade frente aos produtos importados. O gráfico a seguir evidencia a constante queda na taxa de desemprego, com a criação de novas vagas no mercado de trabalho formal, essencialmente no setor de serviços, acompanhada pelo aumento do rendimento real habitual.
A produção física da indústria de transformação permaneceu estagnada em 2011, apresentando sucessivas quedas em 2012. É provável que, em 2013, essa produção não consiga ter acesso à demanda
Gráfico 2 - Taxa de desemprego e Rendimento real habitual
Taxa de desemprego (%)
13
R$ 1.800
12 11
R$ 1.700
10
R$ 1.600
9
R$ 1.500
8 7
R$ 1.400
6
R$ 1.300
5
R$ 1.200
Taxa de desemprego
Rendimento
Fonte: Pesquisa Mensal de Emprego/IBGE - Extraído em 3/1/13. Baseado na apresentação de Hélio Zylberstajn na Comissão de negociação sindical - CNSeg em 24/8/12.
set/12
set/11
mar/12
set/10
mar/11
mar/10
set09
mar/09
set/08
mar/08
set/07
mar/07
set/06
set/05
mar/06
set/04
mar/05
set/03
mar/04
mar/03
set/02
4
Rendimento real habitual
R$ 1.900
14
09
COBERTURA
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O
s planos de saúde cresceram em maior velocidade em direção ao Centro-Oeste, Nordeste e Norte, regiões que apresentaram expressivo aumento no número de beneficiários nos doze meses terminados em setembro de 2012. Nos planos de assistência médica, o aumento foi de 11,2%, 7,4% e 5,1%, respectivamente, superior ao do mercado brasileiro, de 2,9%. O Sudeste cresceu 2,0% e, no Sul, houve redução de 0,4%, conforme tabela 2 e mapa 1.
O crescimento acentuado de beneficiários no Centro-Oeste pode ser atribuído à evolução do nível de emprego, que nos últimos doze meses avançou 4,9%1, o maior entre as regiões. No Sul, a redução de beneficiários foi observada nas modalidades de autogestão, -2,2%, e cooperativa médica, -1,2%, e pode ser explicada pelo ajuste na atualização na base de dados da ANS2, já que esta região apresenta, em períodos anteriores, a mesma tendência de crescimento em relação às demais regiões.
Tabela 2 - Beneficiários por modalidade, segundo região brasileira valores por mil
Região
Set/10
Set/11
Set/12
Δ%
Assistência médica Norte
1.514
1.659
1.744
5,1
Nordeste
5.666
6.092
6.545
7,4
Sudeste
29.131
30.574
31.172
2,0
Sul
6.237
6.536
6.510
-0,4
Centro-Oeste
2.211
2.406
2.675
11,2
44.772
47.281
48.661
2,9
Total
Assistência exclusivamente odontológica Norte
493
652
752
15,4
Nordeste
2.407
2.857
3.434
20,2
Sudeste
8.837
10.167
11.190
10,1
Sul
1.353
1.543
1.704
10,4
838
1.237
1.360
9,9
13.927
16.456
18.440
12,1
Centro-Oeste Total Fonte: Tabnet/ANS - Extraído em 18/12/12.
Nota: 1 Inclui os beneficiários classificados como “exterior” e “UF não identificada”.
Pesquisa Mensal de Emprego - PME. O número de beneficiários calculado para junho de 2012 foi corrigido e reduzido em mais de 200 mil beneficiários, como parte do processo de permanente atualização da base de dados da ANS. Cabe lembrar que o número de beneficiários ativos é calculado utilizando as datas de adesão (contratação) e cancelamento (rescisão) do plano de saúde atual do beneficiário, ambas informadas ao Sistema de Informações de Beneficiários (SIB). Esse procedimento garante que todo beneficiário será computado, independentemente do momento em que a operadora envia o cadastro à ANS, tornando a informação sempre provisória. Caderno de Informação da Saúde Suplementar – Dezembro de 2012. 1 2
11
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Mapa 1 - Número de beneficiários e percentual de crescimento no período por região do país (setembro/2011 - setembro/2012)
MH
1,7
5,1%
OD
0,8
15,4%
MH
6,5
7,4%
OD
3,4
20,2%
12 MH
2,7
11,2%
OD
1,4
9,9%
MH
6,5
-0,4%
OD
1,5
10,4%
Fonte: Tabnet/ANS - Extraído em 18/12/12.
MH - Médico-hospitalar OD - Exclusivamente odontológico O primeiro número refere-se à quantidade de benefíciários em setembro/12 em milhões. O segundo, à taxa de crescimento nos últimos 12 meses.
MH
31,2
2,0%
OD
11,2
10,1%
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A participação por região registra maior concentração no Sudeste, com 64,1% do total de beneficiários de assistência médica. A expansão de beneficiários no Nordeste posicionou a região como a segunda em número de beneficiários no país, com 13,5%, superando as regiões Sul, com 13,4%, Centro-Oeste, 5,5%, e Norte, 3,6%.
Nordeste, 9,2% no Sul, 7,4% no CentroOeste e 4,1% no Norte. No mercado de saúde suplementar, ressalta-se o expressivo aumento de 9,6% nos beneficiários de assistência médica das seguradoras especializadas em saúde, modalidade predominante nas associadas à federação, entre setembro de 2012 e setembro de 2011. A participação no número de beneficiários nesta modalidade passou de 12,1% para 12,9%. As medicinas de grupo concentram 37,7% dos beneficiários, as cooperativas médicas 35,7%, as autogestões 10,7% e a filantropia 3,0%.
Nos planos exclusivamente odontológicos, observa-se a mesma tendência na concentração de beneficiários entre as regiões. O Sudeste concentra a maior parte, com 60,7%, seguido por 18,6% no
Tabela 3 - Beneficiários por cobertura assistencial, segundo grandes regiões (setembro/2012) valores por mil
Grandes Regiões
Capital
Assistência excl. odontológica FenaSaúde
Mercado
Market Share %
41,5
5.461
9.182
59,5
1.167
17,4
241
562
43,0
983
3.858
25,5
659
2.112
31,2
6.370
11.993
53,1
3.512
4.690
74,9
Sul
429
1.809
23,7
307
772
39,7
CentroOeste
481
1.592
30,2
741
1.047
70,8
6.334
28.242
22,4
4.732
9.258
51,1
97
577
16,7
70
190
36,8
739
2.687
27,5
544
1.322
41,1
4.921
19.180
25,7
3.460
6.500
53,2
Sul
420
4.701
8,9
479
932
51,4
CentroOeste
157
1.083
14,5
179
313
57,2
FenaSaúde
Mercado
8.466
20.419
Norte
204
Nordeste
Brasil¹
Sudeste
Brasil¹ Norte Interior
Assistência médica
Nordeste Sudeste
Market Share %
Fonte: Tabnet/ANS - Extraído em 18/12/12. Nota: 1 Inclui os beneficiários classificados como “exterior” e “UF não identificada”.
13
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No Brasil, 55,9% dos beneficiários dos planos de saúde estão localizados no interior. Nas associadas à FenaSaúde, os beneficiários de assistência médica, 57,2%, e de planos odontológicos, 53,6%, estão nas capitais, de acordo com dados de setembro de 2012. As operadoras associadas à federação atuam primordialmente nos locais mais desenvolvidos economicamente e com alta densidade populacional. O maior percentual de seus beneficiários está no Sudeste, com 53,1% dos beneficiários de assistência médica e 74,9% de planos exclusivamente odontológicos.
41,5% 14
Dos beneficiários da assistência médica residentes em capitais, 43,6% pertencem às medicinas de grupo, 26,0% às cooperativas médicas e 17,5% às seguradoras especializadas em saúde. No interior, predomina a modalidade cooperativa médica, com 42,6%, seguida por medicina de grupo, 33,4%, autogestão, 9,8%, e seguradora especializada em saúde, com 9,5%. Nos planos exclusivamente odontológicos, a modalidade odontologia de grupo predomina tanto na capital quanto no interior, com 66,8% e 64,6% respectivamente, seguida por medicina de grupo com 17,5% e 12,1%, em setembro de 2012.
dos beneficiários de assistência médica e 59,5% de planos exclusivamente odontológicos das capitais pertencem às associadas da FenaSaúde.
Tabela 4 - Beneficiário por cobertura assistencial e localização, segundo modalidade da operadora (setembro/2012) valores por mil
Modalidade da operadora
Assistência médica
Assistência excl. odontológica
Capital
Interior
Total
Capital
Interior
Total
20.419
28.242
48.661
9.182
9.258
18.440
Autogestão
2.464
2.754
5.218
33
27
59
Cooperativa médica
5.318
12.037
17.355
179
137
316
156
1.320
1.476
10
84
94
Medicina de grupo
8.900
9.438
18.338
1.606
1.123
2.729
Seguradora especializada em saúde
3.581
2.693
6.273
213
131
344
Cooperativa odontológica
...
...
...
1.004
1.774
2.778
Odontologia de grupo
...
...
...
6.137
5.982
12.119
Mercado de saúde suplementar
Filantropia
Fonte: Tabnet/ANS – Extraído em 4/1/13.
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Taxa de cobertura3 – Mercado Os planos de assistência médica cobrem 25,1% e os exclusivamente odontológicos, 9,5% da população, em setembro de 2012. O Sudeste apresenta a maior taxa de cobertura entre as regiões, com 38,2% nos planos médicos e 13,7% nos exclusivamente odontológicos.
Nos planos exclusivamente odontológicos, o crescimento foi ainda maior, apresentando taxas elevadas em todas as regiões, conforme tabela 5. O crescente aumento na taxa de cobertura nestas regiões pode ser atribuído à crescente descentralização regional da atividade econômica. Enquanto a população do país cresceu 2,3%, entre 2008 e 20124, o número de beneficiários na assistência médica aumentou 20,6%, e, nos planos exclusivamente odontológicos, 85,1%.
Nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste, o crescimento de longo prazo (entre setembro de 2000 e setembro de 2012) da taxa de cobertura dos planos de assistência médica foi mais expressivo, 122,9%, 69,1% e 55,5%, respectivamente.
Tabela 5 - Taxa de cobertura do mercado por cobertura assistencial, segundo região brasileira
Região
Médico-hospilalar (%)
Exclusivamente odontológico (%)
Set/00
Set/12
Δ
Set/00
Set/12
Δ
Norte
4,8
10,7
122,9
0,2
4,6
2.200,0
Nordeste
8,3
12,1
45,8
0,7
6,4
814,3
Sudeste
30,1
38,2
26,9
2,4
13,7
470,8
Sul
13,9
23,5
69,1
1,3
6,1
369,2
CentroOeste
11,9
18,5
55,5
0,5
9,4
1.780,0
Brasil
18,4
25,1
36,4
1,4
9,5
578,6
Fontes: Tabnet/ANS – Extraído em 18/12/12 e Caderno de Informação da Saúde Suplementar – dezembro/2012.
Razão, expressa em porcentagem, entre o número de beneficiários e a população em uma área específica. Dados de junho/2000 e junho/2012, de acordo com as estimativas populacionais do IBGE enviadas para o TCU, com data de referência de 1º de julho. 3 4
15
RECEITAS E DESPESAS ASSISTENCIAIS
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N
crescimento de 14,0%, comparado com os doze meses imediatamente anteriores, enquanto as despesas assistenciais somaram R$ 76,5 bilhões e cresceram 15,1% na mesma base de comparação.
As receitas de contraprestações do mercado de saúde suplementar totalizaram R$ 94,3 bilhões nos últimos doze meses, terminados em setembro de 2012, com
O crescimento mais acelerado das despesas com assistência médica do que o das receitas eleva a sinistralidade e pode acarretar maiores dificuldades financeiras para as operadoras. Em algum momento no futuro, o aumento da sinistralidade, provocado pelo crescimento das despesas assistenciais, deverá ocasionar o aumento dos preços dos planos de saúde para contratantes e beneficiários.
as operadoras associadas à FenaSaúde, as despesas assistenciais aumentaram em ritmo mais acelerado que as receitas de contraprestações5. O total das despesas nos últimos doze meses, terminados em setembro de 2012, foi de R$ 29,4 bilhões, com aumento de 20,7%, ante um crescimento de 18,5% nas receitas de contraprestações, que totalizaram R$ 36,3 bilhões no mesmo período.
Tabela 6 - Receita de contraprestações e Despesa assistencial por modalidade de operadora (acumulado 12 meses² – 4º trimestre/2011 – 3º trimestre/2012)
Modalidade da operadora (com beneficiários)
Despesa assistencial²
Quantidade de OPS¹
Beneficiários¹ (mil)
Receita²
Autogestão
196
5.277
10,5
12,1
Cooperativa médica
321
17.671
35,1
35,0
Cooperativa odontológica
117
2.778
0,5
0,4
84
1.570
2,2
2,2
Medicina de grupo
355
21.068
28,9
28,2
Odontologia de grupo
248
12.119
1,8
1,0
Seguradora especializada em saúde
13
6.618
20,3
21,0
FenaSaúde
29
25,0 milhões
R$ 36,3 bilhões
R$ 29,4 bilhões
1.334
67,1 milhões
R$ 94,3 bilhões
R$ 76,5 bilhões
Filantropia
Mercado³
(%)
(%)
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS – Extraído em 18/12/12. Nota: 1 Dados de setembro/2012. 2 Total acumulado do 4º trimestre/11 ao 3º trimestre/12. Desconsiderado o aumento de provisões técnicas do 3º trimestre de 2012. 3 Para o total do mercado foram considerados os dados das Administradoras de Benefícios. 5
Receitas obtidas por meio das mensalidades.
17
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 03
R$ 29,4 38,5% bilhões
foi o total das despesas assistenciais das associadas à FenaSaúde nos doze meses terminados em setembro de 2012, com crescimento de 20,7%. A constante busca de recomposição das margens e preços por parte dos prestadores de serviços e o aumento na frequência de uso dos recursos médico-hospitalares, induzido tanto pelos próprios prestadores como por parte dos beneficiários, explicam boa parte da elevação dos custos da assistência médica, hospitalar e odontológica. 18
Além disso, a utilização de OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) sem critérios específicos contribui para a elevação das despesas médicas. Estes materiais apresentam custos elevados e a sua utilização foi crescente nos últimos anos. O crescimento das despesas com serviços médico-hospitalares é uma tendência que se pode chamar de secular e universal, porque vem sendo observada em todos os países da OCDE há mais de meio século. Nos Estados Unidos, por exemplo, estudos da Kaiser Family Foundation mostram que, enquanto o índice de preços ao consumidor cresceu 195%, as despesas médicas per capita cresceram 732%, entre 1980 e 2009. As despesas assistenciais das operadoras no mercado de saúde suplementar cresceram 63,9% nos doze meses terminados em setembro de 2012 em relação ao mesmo período de 2008, enquanto as
da receita de contraprestações e 38,4% das despesas assistenciais no mercado de saúde suplementar foram realizadas pelas empresas integrantes da FenaSaúde. receitas de contraprestações cresceram 59,3% nesse mesmo período. Essa maior velocidade de crescimento das despesas assistenciais em relação às receitas das mensalidades pode ser uma razão subjacente ao crescente número de operadoras sob intervenção da ANS.
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 03
Sinistralidade6
N
os planos de assistência médica, a taxa de sinistralidade7 nas empresas integrantes da FenaSaúde foi de 85,5% no terceiro trimestre de 2012 e, no mercado de saúde suplementar, foi
de 84,3%, as maiores observadas desde o início da série, em 2007. Nas operadoras exclusivamente odontológicas, a taxa de sinistralidade foi de 48,0% no mercado de saúde suplementar e 42,6% nas operadoras associadas à FenaSaúde.
Gráfico 3 - Sinistralidade Assistência médica 100% 90% 80% 70%
2011.2
2011.3
2011.4
2012.1
2012.2
2012.3
2011.2
2011.3
2011.4
2012.1
2012.2
2012.3
2011.1
2010.4
2010.3
2010.2
2010.1
2009.4
2009.3
2009.2
2009.1
2008.4
2008.3
2008.2
2008.1
2007.4
2007.3
2007.2
2007.1
60%
Assistência exclusivamente odontológica 60% 50% 40% 30%
Mercado de saúde suplementar
2011.1
2010.4
2010.3
2010.2
2010.1
2009.4
2009.3
2009.2
2009.1
2008.4
2008.3
2008.2
2008.1
2007.4
2007.3
2007.2
2007.1
20%
FenaSaúde
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS – Extraído em 18/12/12.
Para este boletim, o efeito do aumento das provisões técnicas no prêmio ganho no 3º trimestre de 2012 foi desconsiderado por ser um evento específico. 7 Relação expressa em porcentagem entre a despesa assistencial e a receita de contraprestações das operadoras. 6
19
OPERADORAS E INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 03
Quantidade de operadoras
N
o mercado de saúde suplementar, o número de operadoras tem diminuído nos últimos anos. Em setembro de 2012, havia 1.338 operadoras em atividade com
beneficiários no país (973 operadoras de assistência médica hospitalar e 365 exclusivamente odontológicas). Em dezembro de 2007, o total era de 1.575, conforme dados da tabela 7.
Tabela 7 - Evolução do registro de operadoras
2007
2008
2009
2010
2011
2012
199
199
101
142
73
80
22
13
13
17
16
11
177
186
88
125
57
69
62
31
34
65
56
21
1.930
1.762
1.695
1.618
1.601
1.542
Operadoras com beneficiários
1.575
1.522
1.479
1.411
1.369
1.338
Operadoras sem beneficiários
355
240
216
207
232
204
Registros cancelados Liquidação extrajudicial¹ Cancelamentos (exceto Liq. Extrajud.) Registros novos Operadoras em atividade
Fontes: Caderno de informações da Saúde Suplementar – dezembro/12 e Resoluções Operacionais ANS. Nota: 1 Foram desconsideradas as Resoluções Operacionais que foram posteriormente revogadas.
O número de operadoras com beneficiários caiu de 1.575 em 2007 para 1.338 em 20128 (237 operadoras a menos). Nesse período, foram cancelados 92 registros por liquidação extrajudicial e 702 por motivos diversos não explicitados; e abertos 269 novos registros. O número de operadoras sem beneficiários caiu de 355 para 204 – uma redução líquida de 151 operadoras sem beneficiários. Assim, o encolhimento no número de operadoras não pode ser atribuído às aquisições e fusões, pois nesse período ocorreram apenas 24 cancelamentos de registro por aquisição e fusão. 8
Dados consolidados até setembro.
Em 2012, foram cancelados 80 registros de operadoras, 63 de assistência médicohospitalar e 17 exclusivamente odontológicas. Desse total, 11 operadoras sofreram liquidação extrajudicial e 69 registros foram cancelados por outros motivos. Nota-se o fechamento das operadoras de pequeno porte (até 20.000 beneficiários), principalmente na modalidade medicina de grupo. Isso demonstra que as operadoras de pequeno porte enfrentam maiores dificuldades financeiras e administrativas, principalmente em decorrência das exigências advindas da regulamentação do setor.
21
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 03
Segundo a ANS, os principais motivos para o cancelamento do registro das operadoras são: o não atendimento das normas de autorização de funcionamento (baixa qualidade na assistência à saúde) e o descumprimento de regimes especiais de direção fiscal (risco de insolvência, situação econômico-financeira irregular), que podem ensejar em liquidação extrajudicial.
As 973 operadoras de assistência médica em atividade com beneficiários estão distribuídas entre as modalidades medicina de grupo, com 36,6%, cooperativa médica, 33,1%, autogestão, 20,2%, filantropia, 8,7%, e seguradora especializada em saúde, 1,3%. Apesar do número reduzido de seguradoras especializadas em saúde, 12,9% dos beneficiários são cobertos por esta modalidade.
Provisões técnicas
O 22
mercado de saúde suplementar envolve riscos e eventos imprevisíveis, o que gera a necessidade de prover reservas financeiras para fazer face à utilização dos serviços médico-hospitalares e odontológicos. A constituição desses recursos financeiros, além de garantirem o cumprimento dos compromissos das operadoras, contribui para a formação de
No terceiro trimestre de 2012, o montante constituído pelas operadoras associadas à FenaSaúde alcançou R$ 9,5 bilhões, com crescimento de 21,4% em relação a igual trimestre de 2011. Este valor corresponde a 32,4% do total de despesas assistenciais realizadas nos doze meses terminados em setembro de 2012.
poupança, essencial para o financiamento de investimentos. O aumento das provisões técnicas é o reflexo da elevação das despesas assistenciais que, em algum momento, deverão ser passadas para os contratantes e consumidores. No mercado de saúde suplementar, mais da metade das provisões técnicas, 52,7%, foi constituída pelas associadas da federação, embora tenham 37,2% dos beneficiários. Este fato é explicado porque as seguradoras especializadas em saúde sempre tiveram que constituir reservas, enquanto que essa obrigação para as outras operadoras foi instituída em 2007, com prazo até 2017 para a constituição plena desses fundos. As provisões técnicas constituem o montante a ser contabilizado no balanço patrimonial da operadora de plano de saúde, proporcional aos riscos que assume contratualmente. O objetivo é dimensionar as suas obrigações futuras decorrentes de riscos ocorridos ou não, além de permitir que os ativos garantidores sejam prudencialmente alocados para riscos futuros.
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 03
Bilhões (R$)
Gráfico 4 - Provisões técnicas das operadoras por trimestre
20,0 15,0 10,0 5,0 -
2008.3
2009.3
FenaSaúde
2010.3
2011.3
2012.3
Mercado
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS – Extraído em18/12/12.
Saiba mais sobre ativos garantidores Os ativos garantidores são ativos financeiros, constituídos por bens imóveis, ações, títulos ou valores mobiliários de titularidade da operadora ou de seu controlador, direto ou indireto, que lastreiam as provisões técnicas e seguem, de acordo com o previsto na regulamentação vigente, os critérios de aceitação, registro, vinculação, custódia, movimentação e diversificação estabelecidos na Resolução Normativa RN nº 159, de 2007. As operadoras constituem mensalmente, atendendo às boas práticas contábeis, as seguintes provisões técnicas, conforme a RN 209/2009 e RN 227/2010: I - Provisão de Eventos/Sinistros a Liquidar, para garantia de eventos/sinistros já ocorridos, registrados contabilmente e ainda não pagos; II - Provisão para Eventos/Sinistros Ocorridos e Não Avisados – PEONA, estimada atuarialmente para fazer frente ao pagamento dos eventos/sinistros que já tenham ocorrido e que não tenham sido registrados contabilmente pela OPS; III - Provisão para Remissão, para garantia das obrigações decorrentes das cláusulas contratuais de remissão das contraprestações/prêmios referentes à cobertura de assistência à saúde, quando existentes, sendo de constituição obrigatória a partir da data da efetiva autorização; IV - Outras Provisões Técnicas necessárias à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, desde que consubstanciadas em Nota Técnica Atuarial de Provisões – NTAP e aprovadas pela DIOPE, sendo de constituição obrigatória a partir da data da efetiva autorização; V - Provisão para Prêmios ou Contribuições não Ganhas – PPCNG, constituída para a cobertura dos eventos/sinistros a ocorrer (incluído pela RN nº 314, de 23 de novembro de 2012). Fonte: Resolução Normativa – RN nº 209, de 22 de dezembro de 2009 – Resolução Normativa – RN nº 227, de 19 de agosto de 2010.
23
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 03
24
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 03
Índices financeiros
O
s índices financeiros trazem informações relevantes do setor de saúde suplementar, permitindo uma análise sobre o comportamento econômicofinanceiro das operadoras. São extraídos periodicamente das demonstrações
contábeis das operadoras de planos de saúde. Nesta edição, foram desconsideradas as variações extraordinárias das provisões técnicas no prêmio ganho, para a manutenção dos conceitos clássicos dos índices financeiros.
Tabela 8 - Indicadores econômicos por modalidade (acumulado até o 3º semestre/2012)
Modalidade
SIN¹
DA²
DC³
COMB4
COMBA5
ROE6, 7
81,8%
9,5%
5,2%
96,5%
92,7%
1,1%
Medicina de grupo
81,2%
12,7%
4,0%
97,9%
97,3%
-4,8%
Odontologia de grupo
42,6%
19,3%
9,4%
71,4%
63,4%
4,8%
Seguradora especializada em saúde
84,8%
6,2%
6,0%
97,0%
91,0%
3,1%
80,8%
12,4%
3,7%
96,9%
93,9%
0,9%
Cooperativa médica
81,2%
13,2%
2,1%
96,6%
95,3%
0,6%
Cooperativa odontológica
64,2%
29,2%
4,1%
97,5%
95,1%
2,2%
Medicina de grupo
80,2%
14,7%
3,5%
98,4%
97,2%
-3,3%
Odontologia de grupo
41,4%
23,7%
9,2%
74,3%
64,8%
5,0%
Seguradora especializada em saúde
84,8%
6,3%
6,0%
97,1%
89,7%
3,0%
FenaSaúde
Mercado de saúde suplementar8
Fonte: Demonstrações contábeis/ANS – Extraído em 18/11/12 Notas: 1 Sinistralidade (SIN) – Eventos indenizáveis líquidos/Contraprestações efetivas. 2 Índice de despesas administrativas (DA) – Despesas administrativas/Contraprestações efetivas. 3 Índice de despesas de comercialização (DC) – Despesas de comercialização/Contraprestações efetivas. 4 Índice combinado (COMB) – Despesas administrativas + Despesas de comercialização + Eventos indenizáveis líquidos/Contraprestações efetivas. 5 Índice combinado ampliado (COMBA) – Despesas administrativas + Despesas de comercialização + Eventos indenizáveis líquidos/Contraprestações efetivas + Resultado Líquido. 6 Retorno sobre Patrimônio (Return On Equity – ROE) – Passivo circulante + Exigível a longo prazo/Ativo total. 7 Dados do 3º trimestre/2012. 8 Dados agregados excetuando-se as modalidades: Administradora, Autogestão e Filantropia.
25
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Sinistralidade – SIN9 A sinistralidade demonstra a relação entre as despesas e as receitas de contraprestações das operadoras. A sinistralidade aumenta sempre que as despesas assistenciais crescem mais do que as receitas das contraprestações. Isso acontece nos surtos epidemiológicos, na liberação de demandas reprimidas (como nos casos de inclusão de novos procedimentos nas coberturas obrigatórias fixadas no rol de procedimentos) ou, ainda, na utilização in-
devida e desnecessária de serviços médicohospitalares, o chamado desperdício. A sinistralidade nos três trimestres de 2012 nas associadas à FenaSaúde foi de 81,8% e, no mercado de saúde suplementar, 80,8%. Nas modalidades exclusivamente odontológicas são observados índices de sinistralidade menores. Na odontologia de grupo a sinistralidade foi de 42,6% nas associadas e 41,4% no mercado.
26
Mostra a relação entre despesas assistenciais e o total das receitas com operação de planos de saúde (contraprestações efetivas). 9
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Despesas administrativas – DA10 Corresponde à soma das despesas não relacionadas à prestação direta dos serviços de assistência à saúde, excluídas as despesas com comercialização e os tributos. Nas associadas à FenaSaúde, a despesa administrativa foi de 9,5% ante 12,4% no mercado de saúde suplementar, explicado pela diferença de porte médio e de eficiência administrativa e operacional, entre outras.
6,2% índice de despesa administrativa nas seguradoras especializadas em saúde
12,7%
O segmento odontológico apresenta os maiores índices, tanto no mercado de saúde suplementar quanto nas associadas da FenaSaúde. Na modalidade odontologia de grupo das associadas, as despesas foram de 19,3% e, na saúde suplementar, 23,7%.
índice de despesa administrativa nas medicinas de grupo
Despesa de comercialização – DC11 As despesas de comercialização constituem um importante componente nos custos totais das operadoras. Nas associadas à FenaSaúde, essas despesas foram de 5,2%. A participação nas despesas de
comercialização das seguradoras especializadas em saúde associadas à FenaSaúde foi de 6,0% e, nas medicinas de grupo, 4,0%. Na modalidade odontologia de grupo estas despesas foram de 9,4%.
Índice combinado – COMB12 Também conhecido como sinistralidade total, o Índice Combinado demonstra o comprometimento das receitas de contraprestações em relação às despesas operacionais totais – assistenciais, administra-
tivas e comercialização. Nas associadas à FenaSaúde, no terceiro trimestre de 2012, este índice foi de 96,5%, semelhante ao do mercado de saúde suplementar, de 96,9%.
Mostra a relação entre despesas administrativas e o total das receitas com operação de planos de saúde (contraprestações efetivas). 11 Mostra a relação entre despesas de comercialização e o total das receitas com operação de planos de saúde (contraprestações efetivas). 12 Mostra a relação entre despesas operacionais (administrativas, comercialização e assistenciais) e as receitas (contraprestações efetivas). 10
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Índice combinado ampliado – COMBA13 O índice COMBA demonstra o comprometimento real das receitas de contraprestações, pois acrescenta o resultado financeiro líquido ao cálculo do Índice Combinado. Nas associadas à FenaSaúde,
este índice foi de 92,7%. Nas seguradoras especializadas em saúde, 91,0%, e na medicina de grupo, 97,3%. Na odontologia de grupo o índice foi de 63,4% no terceiro trimestre de 2012.
Retorno sobre o patrimônio líquido – ROE14 O ROE demonstra a taxa de retorno sobre o patrimônio líquido. Em outras palavras, corresponde à rentabilidade do capital próprio. Comparado com outros setores econômicos, é relativamente baixo nas operadoras de assistência médica. A taxa de retorno sobre o patrimônio líquido nas operadoras associadas à FenaSaúde no
terceiro trimestre de 2012 foi de 3,1% nas seguradoras especializadas em saúde e -4,8% nas medicinas de grupo associadas, resultando uma média de 1,1%, comparada com 0,9% no mercado de saúde suplementar como um todo. Na odontologia de grupo, o resultado foi 4,8%.
28
Similar ao índice combinado, mas considera também o resultado financeiro. Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido. Mostra a relação entre o resultado líquido e o patrimônio líquido. Deriva da expressão anglo-saxônica “return on equity”. 13 14
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 03
Referências 1. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS). Caderno de Informação da Saúde Suplementar. Setembro 2012. Rio de Janeiro. Disponível em: www.ans.org.br 2. _______ Anuário ANS – Aspectos Econômico-financeiros das operadoras de Planos de Saúde. Ano Base 2011. Rio de Janeiro. Disponível em: www.ans.org.br 3. _______ Foco – Saúde Suplementar. Setembro 2012. Rio de Janeiro. Disponível em: www.ans.org.br 4. Kaiser Family Foundation. Percent Annual Increase in National Health Expenditures (NHE) per Capita vs. Increase in Consumer Price Index (CPI), 1980-2009. Disponível em: http://facts.kff.org/chart.aspx?ch=212 5. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Contas Nacionais Trimestrais: Indicadores de volume e valores correntes. Julho/Setembro 2012. Rio de Janeiro. Coordenação de Contas Nacionais. 2012. Disponível em: www.ibge.gov.br 6. _______ Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: www.ibge.gov.br 7. _______ Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: www.censo2010.ibge.gov.br 8. _______ Contas Regionais do Brasil. 2010. Rio de Janeiro: IBGE/Coordenação de Contas Nacionais. 2012. Disponível em: www.ibge.gov.br 9. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED. Lei 4923/65. Disponível em: www.mte.gov.br
Disclaimer 2013 Federação Nacional de Saúde Suplementar – FenaSaúde. Esta publicação foi desenvolvida pela FenaSaúde com objetivo de fornecer informações sobre o mercado de saúde suplementar. A distribuição é gratuita. Os dados apresentados foram cedidos gentilmente pela ANS, a partir das informações fornecidas pelas associadas da FenaSaúde à ANS. Esta publicação não deve ser reproduzida, total ou parcialmente, sem a citação da fonte. Todas as publicações da FenaSaúde podem ser acessadas, na íntegra, na área de publicações do site da FenaSaúde: http://fenasaude.org.br/publicacao.
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Sobre a FenaSaúde
C
onstituída em fevereiro de 2007, a Federação Nacional de Saúde Suplementar, FenaSaúde, representa 15 grupos de operadoras de planos privados de assistência à saúde, totalizando 29 empresas dentre 1.338 operadoras em atividade com beneficiários. A FenaSaúde tem como missão contribuir para a consolidação da saúde suplementar no país por meio da troca de experiências e elaboração
de propostas para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do setor.
Allianz Saúde Grupo Amil Saúde
Grupo técnico da diretoria executiva da FenaSaúde:
Grupo Bradesco Saúde
Sandro Leal Alves
Care Plus Medicina Assistencial
Vera Queiroz Sampaio de Souza
Golden Cross Assistência
A Federação é presidida por Marcio Serôa de Araujo Coriolano, diretor presidente da Bradesco Saúde, e tem como diretorexecutivo o economista e ex-ministro da Previdência, José Cechin. A atual diretoria da FenaSaúde é composta por 14 membros e foi eleita em fevereiro de 2013 para um mandato de 3 anos.
Mônica Figueiredo Costa
Internacional de Saúde 30
Grupo Intermédica
Karla Pérez de Souza
Itauseg Saúde
Sandro Reis Diniz
Metlife Planos Odontológicos
Paula Gonçalves
OdontoPrev Omint Serviços de Saúde Porto Seguro – Seguro Saúde Grupo SulAmérica Saúde
Consultor técnico Álvaro de Almeida
Tempo Saúde Unimed Seguros Saúde
Assessoria de comunicação:
Marítima Saúde Seguros
Approach Comunicação Integrada
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www.fenasaude.org.br Rua Senador Dantas 74, Centro, 8º andar, Rio de Janeiro - RJ CEP 20031-205 / Tel. (21) 2510-7777