Boletim Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiário - 4ª Edição

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INDICADORES ECONÔMICOFINANCEIROS E DE BENEFICIÁRIOS Boletim da Saúde Suplementar ed. 04 junho 2013



Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 04

Apresentação

A

FenaSaúde – Federação Nacional de Saúde Suplementar apresenta a quarta edição do Boletim da Saúde Suplementar – Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários. Esta publicação reúne um conjunto de indicadores das associadas à FenaSaúde e da saúde suplementar, além de aspectos econômicos relacionados ao setor.

O setor de saúde suplementar também cresceu, porém com menor intensidade em relação aos últimos anos. Em 2012, aumentou 4,2% em relação ao ano anterior, alcançando mais de 66,5 milhões de beneficiários. Os planos de assistência médica cresceram 2,1% e totalizaram 47,9 milhões de beneficiários e os planos exclusivamente odontológicos, 10,0%, com 18,6 milhões de beneficiários.

A fonte primária são os dados enviados pelas operadoras, periodicamente, à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), via Sistema de Informações de Beneficiários (SIB) e Documento de Informações Periódicas das Operadoras (DIOPS).

Conforme destacado nas edições anteriores, tem-se observado um crescimento mais intenso nas regiões de menor concentração ou cobertura de planos, em convergência com o desenvolvimento das atividades econômicas nessas regiões.

Nesta edição, ressalta-se que as despesas com assistência à saúde ampliam-se a cada ano, sendo objeto de preocupação por diversos motivos. Somente em 2012, foram gastos R$ 30,5 bilhões com assistência aos beneficiários das associadas à FenaSaúde, aumento de 18,5% em relação ao ano anterior.

Boa leitura!

Em 2012, as 29 operadoras associadas à FenaSaúde tiveram um crescimento de 2,5% no número de beneficiários em relação ao ano anterior, totalizando 24,3 milhões. Apesar de representarem 36,5% dos vínculos da saúde suplementar, responderam por 38,2% das despesas assistenciais.

Marcio Coriolano – Presidente José Cechin – Diretor-executivo Rio de Janeiro | Junho de 2013

03


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Sumário

04

03

Apresentação

05

Sumário executivo

06

Cap.1 – Fontes e usos

09

Resultados do Mercado

10

Resultados da FenaSaúde

12

Conta de Poupança de Saúde - “VGBL Saúde”

14

Cap. 2 – Operadoras e indicadores econômico-financeiros

15

Quantidade de operadoras

16

Provisões técnicas

17

Sinistralidade

18

Sinistralidade – A importância do porte nas operadoras

20

Cap. 3 – Beneficiários

21

Evolução da quantidade de beneficiários

23

Época de contratação

25

Segmentação assistencial

26

Tipo de contratação

27

Faixa etária

28

Cap. 4 – Distribuição geográfica

29

Grandes regiões

32

Taxa de cobertura por grandes regiões

34

Cap. 5 – Índices financeiros

37

Referências

38

Sobre a FenaSaúde Esta publicação está disponível para consulta e download no site da FenaSaúde: www.fenasaude.org.br/publicacao


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Sumário executivo

A

s despesas com assistência à saúde dos beneficiários das associadas à Federação ampliam-se a cada ano. Em 2012 cresceram 18,5% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 30,5 bilhões, correspondentes a 38,2% do total na saúde suplementar. Com uma variação muito acima dos índices de inflação, os custos assistenciais ameaçam a sustentabilidade dos sistemas de saúde porque sobrecarregam financeiramente as pessoas e as empresas contratantes de planos de saúde. Nos últimos cinco anos, as despesas assistenciais das associadas cresceram 133,8%, enquanto que as receitas de contraprestações aumentaram 117,7%. O setor de saúde suplementar totalizou mais de 66,5 milhões de beneficiários em dezembro de 2012, tendo crescido 4,2% em relação a dezembro do ano anterior. Os planos de assistência médica cresceram 2,1%, chegando a 47,9 milhões, e os planos exclusivamente odontológicos cresceram 10,0%, totalizando 18,6 milhões. Nas associadas à FenaSaúde, o aumento do número de beneficiários foi de 2,5%, totalizando 24,3 milhões em dezembro de 2012. No entanto, nos planos de assistência médica houve retração de 2,9%, após um crescimento de 9,3% em 2011. Parte desse resultado é atribuído à reestruturação das carteiras de beneficiários em algumas operadoras na modalidade medicina de grupo. Nos

planos exclusivamente odontológicos, o resultado foi novamente expressivo, com alta de 10,7%. A forma de contratação mais frequente nas associadas à FenaSaúde é de planos coletivos empresariais, 75,3%. Os planos coletivos por adesão representam 8,0% e os individuais 13,5% do total de beneficiários em 2012. Na saúde suplementar, a taxa de cobertura dos planos de assistência médica alcançou 24,7% e dos planos exclusivamente odontológicos 9,6% da população em 2012. As regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, mantiveram a trajetória de crescimento observada em 2011 e encerraram 2012 com avanço significativo no número de beneficiários. Nos anos recentes, aumentou o número de operadoras em regime especial1, bem como o número em liquidação extrajudicial. A pressão de custos aprofunda dificuldades de todas as operadoras, principalmente médias e pequenas, resultando em dificuldades de solvência. As associadas à FenaSaúde constituíram mais de R$ 9,5 bilhões em reservas técnicas nos últimos anos, o que representa 51,2% do total do setor, embora possuam apenas 36,5% dos beneficiários. Somente em 2012, foram provisionados R$ 1,5 bilhão, crescimento de 19,1% na comparação com 2011.

Direção técnica ou fiscal instaurada em operadoras com graves anormalidades de atendimento, administrativas ou econômico-financeiras manifestas em insuficientes indicadores de qualidade. 1

05


FONTES E USOS


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O

incremento das despesas assistenciais no setor deve ser objeto de preocupação, por diversos motivos. Este crescimento acelerado é repassado sistematicamente aos contratos coletivos, o que, no médio e longo prazos, contribuirá para diminuição dos vínculos em vista das evidentes restrições orçamentárias de empresas e famílias. Note-se que, no caso dos contratos individuais e familiares, a ANS define o reajuste anual que poderá ser aplicado. O valor definido nos últimos anos foi insuficiente para cobrir a variação dos custos. Com isso, será inevitável uma recomposição adequada dos preços para manter a solvabilidade das operadoras, especialmente aquelas que têm elevada proporção de planos individuais. Nos EUA, as mensalidades dos planos e seguros de saúde cresceram em linha com os aumentos das despesas per capita com saúde2.

assistenciais somaram R$ 30,5 bilhões em 2012, com aumento de 18,5% em relação ao ano anterior, as receitas de contraprestações totalizaram R$ 37,7 bilhões, com aumento de 16,5% (tabela 1).

As despesas assistenciais3 das associadas à FenaSaúde crescem de forma mais acentuada do que as receitas das contraprestações4. Enquanto as despesas

Outro aspecto relevante que contribui para o aumento nas despesas assistenciais está relacionado ao uso indiscriminado dos recursos médico-hospitalares.

16,5% receitas de contraprestações

Essa tendência também se observa no mercado de saúde suplementar. Em 2012, as despesas assistenciais, que totalizaram R$ 79,9 bilhões, cresceram 15,9%, enquanto as receitas de contraprestações, que totalizaram R$ 97,2 bilhões, aumentaram 14,0% em relação ao ano anterior. Esse constante crescimento pode ser explicado pelo aumento das margens de rentabilidade dos prestadores de serviços médico-hospitalares, norteadas pela venda de materiais, medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), constituindo uma importante fonte de receita para os hospitais e de despesa para a sociedade.

FenaSaúde

18,5% despesas assistenciais

McKinsey Center for U.S. Health System Reform. Accounting for the cost of U.S. health care. Dec. 2011. Despesas assistenciais são as resultantes de toda e qualquer utilização, pelos beneficiários, das coberturas contratadas, tais como as consultas, os exames, os tratamentos, os atendimentos hospitalares (internações e outros) e etc. 4 Receitas obtidas por meio das mensalidades – Prêmio emitido líquido. 2 3

07


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Estes recursos devem ser utilizados de maneira responsável, sem adiar a assistência à saúde e nem utilizá-la de forma desnecessária. As mensalidades pagas pelos contratantes dos planos de saúde se destinam à formação de um fundo de reserva financeira. Essas reservas são empregadas para custear a assistência à saúde daqueles beneficiários que, eventualmente, necessitarem dos profissionais e serviços de saúde. Esse sistema, baseado em regras contratuais e estatísticas, é denominado mutualismo. Desta forma, todos os beneficiários devem ter preocupação com os seus hábitos de vida e com as consequências que suas escolhas provocam em si mesmo e em todos aqueles que coletivamente incorrem no custo da reparação e da recuperação da saúde.

As incorporações de novas tecnologias na saúde nas últimas décadas contribuíram para melhorar a saúde da população e reduzir as taxas de mortalidade. No entanto, alguns novos procedimentos e técnicas de tratamento têm sido incorporados sem evidências suficientes que comprovem sua segurança, eficácia e efetividade. Além dos benefícios, ao disponibilizar uma nova tecnologia no sistema de saúde, devem ser avaliados os riscos e custos para o uso racional. O ciclo de desenvolvimento de uma nova tecnologia geralmente é dispendioso e por isso ingressa no mercado com custo elevado. É evidente que isso eleva a precisão e a precocidade na detecção de doenças, reduzindo a quantidade de procedimentos invasivos.

Tabela 1 – Panorama da saúde suplementar em 2012 FenaSaúde e Mercado

08

Modalidade (OPS com benef.)

Dezembro/2012

2012 (R$ bilhões) Despesas

Quantidade de OPS

Beneficiários (milhões)

Receita

Autogestão

196

5,3

10,5

11,3

9,9

Cooperativa médica

320

17,9

34,2

33,9

28,0

Cooperativa odontológica

117

2,8

0,5

0,5

0,3

84

1,6

2,1

3,5

1,8

Medicina de grupo

348

20,2

28,0

28,1

22,4

Odontologia de grupo

242

12,0

1,8

1,5

0,8

Seguradora4

13

6,7

20,1

19,3

16,7

FenaSaúde2

29

24,3

37,7

36,7

30,5

1.320

66,5

97,2

98,6

79,9

Filantropia

Mercado

3

Total

Assistenciais¹

Fontes: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS – Extraído em 18/4/13 e Tabnet/ANS – Extraído em 4/4/13. Notas: 1 Desconsiderado o aumento de provisões técnicas do 3º trimestre de 2012. ²Inclui todas as operadoras associadas à FenaSaúde. 3 Foram considerados os dados das Administradoras de Benefícios. 4 Seguradora especializada em saúde.


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Participação da FenaSaúde no Mercado – 2012 Assistência médica e odontológica

36,5%

38,2%

38,8%

Beneficiários das associadas

Despesas assistenciais

Receitas de contraprestações

Mercado A saúde suplementar, como parte integrante do setor serviços, é caracterizada pela sua elevada sensibilidade a aspectos macroeconômicos, como a taxa de juros, rigidez dos fatores de produção, incorporação constante de novas tecnologias e a taxa de câmbio (dependência dos mercados internacionais).

FenaSaúde Entre outras peculiaridades, essas têm um traço notável: os custos crescentes em saúde como um fenômeno persistente no tempo e mundial, caracterizados por uma taxa média de crescimento das despesas superior à inflação e mesmo ao crescimento das rendas e do Produto Interno Bruto (PIB) per capita.

Resultados do Mercado Nos últimos cinco anos, as receitas de contraprestações aumentaram 79,5%, enquanto as despesas totais cresceram 83,4% (tabela 2). As despesas em saúde per capita cresceram com uma variação muito acima dos índices de inflação, gerando aumento de custos para a sociedade e colocando em risco a sustentabilidade do setor. No mesmo período, as despesas assistenciais cresceram de forma mais acentuada, 91,4%, mais que o dobro da variação dos reajustes concedidos pela ANS, 47,7%. Distingue-se, entre as despesas, o aumento dos impostos, 98,9%, que neste resultado não contempla a totalidade dos tributos pagos pelo setor.

O resultado é uma margem operacional baixa, num setor que demanda um volume cada vez maior de provisões técnicas em virtude do aumento das despesas assistenciais, em um cenário de incertezas.

09


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Tabela 2 – Fontes e usos da receita – Mercado valores R$ bilhões

Fontes e usos

2007

2008

2009

2010

2011

2012

∆ %¹

Receita

54,2

61,5

66,6

73,4

85,3

97,2

79,5

Despesa total

53,7

61,5

68,3

75,2

86,0

98,5

83,4

0,4

-0,0

-1,7

-1,8

-0,7

-1,3

-388,4

Despesa assistencial

41,7

48,4

54,1

60,0

68,9

79,9

91,4

Despesa com administração2

11,0

12,1

13,0

13,9

15,5

16,7

51,6

Resultado operacional

Impostos

1,0

1,0

1,1

1,3

1,6

1,9

98,9

Margem operacional3

0,8

-0,1

-2,6

-2,5

-0,8

-1,3

-260,7

IPCA %

4,5

5,9

4,3

5,9

6,5

5,8

37,8

Reajuste ANS %

5,8

5,5

6,8

6,7

7,7

7,9

47,7

Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS - Extraído em 18/4/13.

10

Notas: ¹Variação entre 2007 e 2012. 2 Considera as despesas com pessoal próprio, serviços de terceiros, despesas com localização e funcionamento, publicidade e propaganda institucional, além das despesas com comercialização. 3 Para composição das Receitas foi considerada a conta contábil 3.1.1 – Contraprestações líquidas/Prêmios retidos - Plano de contas da ANS – RN 290. Para mensurar as receitas foi utilizada a conta de prêmios emitidos, seguindo a mesma metodologia dos demais setores seguradores e para dirimir eventuais acréscimos às provisões técnicas por força regulatória ou liberalidade das operadoras; por isso, as receitas divulgadas pela ANS diferem das receitas divulgas neste boletim. Além disso, somam-se às despesas de assistência médica-hospitalar-odontológica as despesas com administração, de comercialização e com pagamento de impostos, o que não consta no Caderno de Informação da Saúde Suplementar da ANS. Por essa razão, no cômputo geral, somando lucros e prejuízos de 1.320 operadoras, o setor de saúde suplementar observou um prejuízo de R$1,3 bilhões em 2012. Tal prejuízo significa que, não obstante o resultado líquido positivo observado nas operadoras pertencentes à FenaSaúde, as demais operadoras apresentaram resultado negativo. A soma global apresentou prejuízo não obstante algumas operadoras tivessem apresentado resultado positivo. Tais empresas, que apresentaram prejuízo, devem observar as regras de acompanhamento econômico-financeiro da ANS que atualmente consta com diversas operadoras em estágio de direção fiscal por inadequações com relação à situação de solvência. Outras muitas operadoras estão sob regime de plano de recuperação econômico-financeiro, e são observadas de perto pela ANS para terem chance de se recuperar antes de se submeterem a regimes de intervenção. A atualização dos dados de receita e despesa no ANS TabNet é trimestral (março, junho, setembro e dezembro). Trata-se de uma correção dos valores apresentados para o ano, uma vez que, por ser um sistema atualizado mensalmente pela operadora, o DIOPS permite a correção de dados de períodos anteriores à competência de envio. Assim, é possível ocorrer, em períodos passados, a alteração dos valores já informados. Dessa forma, a partir de cada atualização feita pela operadora, os dados dos períodos anteriores poderão ser alterados, gerando assim novas informações.

Resultados da FenaSaúde Entre 2007 e 2012, nas operadoras associadas, o crescimento das despesas totais, 129,9%, superou o das receitas, 117,7%, taxas essas superiores às correspondentes no mercado como um todo (tabela 3). Neste período, a despesa total cresceu mais rapidamente do que a receita, o que comprimiu o resultado. Merece desta-

que o fato de a despesa assistencial ter crescido mais do que despesa total, o que foi parcialmente compensado pelo menor crescimento da despesa com administração, não obstante os investimentos realizados pelas associadas com objetivo de garantir maior qualidade e eficiência no atendimento aos beneficiários.


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Aumento de despesas

Internações 223,3% Terapias 150,8% Exames 143,3% Tabela 3 – Fontes e usos da receita – FenaSaúde valores R$ bilhões

Fontes e usos

2007

2008

2009

2010

2011

2012

Receita

17,1

19,7

21,9

24,7

31,8

37,2

117,7

Despesa total

15,7

18,7

21,2

24,0

30,5

36,1

129,9

Resultado operacional

∆ %¹

1,4

1,0

0,7

0,7

1,3

1,0

-23,6

12,9

15,4

17,6

19,8

25,2

30,1

133,8

Consultas

2,6

2,7

2,6

3,0

4,1

4,7

81,6

Exames

2,9

3,2

3,8

4,1

6,0

7,0

143,3

Terapias

0,5

0,8

0,8

1,0

1,3

1,4

150,8

Internações

4,9

6,9

8,1

9,0

14,6

15,8

223,3

Outros

2,0

1,9

2,2

2,7

-0,9

1,2

-38,4

Despesa com administração2

2,5

3,0

3,3

3,8

4,7

5,4

114,9

Impostos

0,3

0,3

0,3

0,4

0,6

0,6

90,6

Margem operacional

8,0

5,0

3,2

2,7

4,0

2,8

-64,9

IPCA %

4,5

5,9

4,3

5,9

6,5

5,8

37,8

Reajuste ANS %

5,8

5,5

6,8

6,7

7,7

7,9

47,7

Despesa assistencial

3

Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS – Extraído em 18/4/13. Notas: 1Variação entre 2007 e 2012. 2 Considera as despesas com pessoal próprio, serviços de terceiros, despesas com localização e funcionamento, publicidade e propaganda institucional, além das despesas com comercialização. Consideradas 27 das 29 operadoras associadas. 3 Margem operacional = Resultado Operacional/Receita. Para composição das Receitas foi considerada a conta contábil 3.1.1 Contraprestações líquidas/Prêmios retidos - Plano de contas da ANS. Considera as glosas nas receitas, por este motivo o receita de contraprestações é superior.

As despesas com consultas cresceram mais do que o crescimento combinado do número de beneficiários e do IPCA, revelando uma importante recuperação do valor médio das consultas. O crescimento das despesas assistenciais vem do aumento da frequência de utilização e do aumento dos preços unitários dos bens e serviços de saúde. Os diversos

componentes da saúde do IPCA fornecem uma ideia aproximada da variação desses preços unitários. Em 2012, os componentes saúde e cuidados pessoais do IPCA sofreram variação de 11,9%; os serviços médicos e dentários, 10,1%; os serviços laboratoriais e hospitalares, 6,6%; e os gastos com hospitalização e cirurgia, 7,1%. Neste período, os planos de saúde foram reajustados em 7,9%.

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As despesas com saúde no mundo somaram mais de US$ 7 trilhões5 em 2011, o que é equivalente a 9,0% do PIB mundial. Os Estados Unidos, com 4,5% da população, respondeu por 37,0% do total. Essa concentração das despesas está associada ao efeito renda (os gastos com saúde crescem mais que proporcionalmente as rendas), à maior idade média de suas populações, às doenças crônicas não transmissíveis que lhe são associadas e à incorporação de novas tecnologias. Esse é um bom espelho do Brasil do amanhã, isto é, pode-se esperar uma elevação

considerável nas despesas em saúde nas próximas décadas. Nos países em que a participação do setor público nas despesas com saúde é elevada, especialmente nos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os governos financiam, em média, 72,2% dos gastos e a despesa per capita em saúde é de aproximadamente US$ 2.3776. Nesses países, nota-se o crescimento da participação do setor privado para aliviar as pressões econômicas e fiscais sobre os gastos públicos.

Conta de Poupança de Saúde – “VGBL Saúde”

12

Com o envelhecimento da população, a sociedade tem como desafio financiar a saúde dos idosos. Esse tema é relevante porque na idade avançada, depois da saída do mercado de trabalho, as pessoas estão em etapa da vida de alto gasto médio com saúde e baixa renda da aposentadoria. Durante a idade ativa, o risco em saúde é baixo, comprometendo uma fração reduzida do rendimento do trabalho, que segue uma trajetória típica, com crescimento até em torno dos 45 anos de idade e declínio suave a partir de então, até uma queda abrupta na saída do mercado de trabalho7. Já o risco ou gasto médio com saúde segue uma trajetória de crescimento suave até pouco antes dos 60 anos de idade, a partir da qual os gastos crescem vertiginosamente. Normalmente, a mensalidade dos planos de saúde a partir dos 59 anos de idade absorve uma fração importante da renda dos aposentados. Para conciliar essa divergência, pode-se desenvolver produtos com uma componente capitalizada, no estilo dos planos de previdência privada. Proposta nesse

5 6 7

sentido, o “VGBL-Saúde” foi aprovado pela SUSEP e pela ANS, encontrando-se em exame no governo federal. O produto “VGBL-Saúde” teria um incentivo fiscal como forma de estimular a adesão de pessoas e empresas. Há inúmeras vantagens nesse produto. Além de conciliar a divergência entre os perfis de renda e risco em saúde, permitirá a formação de reservas para o pagamento das despesas com planos de saúde na idade avançada, elevará a taxa de poupança nacional e formará recursos de longo prazo para investimentos de que o País é muito carente. Além disso, tornará as pessoas mais responsáveis para o seu planejamento financeiro e custeio da assistência à saúde na idade avançada. Um modelo bem sucedido de poupança destinada às despesas em saúde na idade avançada é o HSA – Health Savings Account, criado em 2003 nos Estados Unidos. Trata-se de uma das alternativas em que o indivíduo assume maior responsabilidade com a gestão de suas finanças pessoais e de sua saúde.

Países membros da Organização Mundial da Saúde - Banco Mundial. OECD Health Data 2012. O benefício médio pago pelo INSS aos aposentados urbanos é de pouco mais de R$ 1.000.


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OPERADORAS E INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS


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Quantidade de operadoras

D

esde 2001, a ANS vem editando normas cada vez mais rígidas para o setor. A necessidade de as operadoras constituírem reservas financeiras e de atenderem às novas exigências relacionadas à qualidade da assistência à saúde, aliadas ao crescimento vertiginoso dos custos desse serviço, contribui para colocar em dificuldades financeiras um conjunto crescente de operadoras de planos de saúde. Esta exigência é positiva, pois traz mais segurança ao consumidor e contribui para a sustentabilidade econômico-financeira do setor.

O número de operadoras na saúde suplementar mantém a trajetória de queda observada em períodos anteriores. Nos últimos cinco anos, 813 operadoras tiveram seus registros cancelados, e o número passou de 1.929, em 2007, para 1.538 em 2012, redução de 20,3%. No mesmo período, foram concedidos 285 registros novos (tabela 4). O cancelamento por liquidação extrajudicial por decisão da ANS representa, em média, 12,4% do total ao ano, enquanto os cancelamentos por motivos diversos correspondem a 87,6%.

Tabela 4 – Evolução do registro de operadoras – Mercado

Registros cancelados

2007

2008

2009

2010

2011

2012

199

198

101

142

73

100

22

13

13

17

16

20

177

185

88

125

57

80

62

31

34

65

56

37

Liquidação extrajudicial¹ Cancelamentos (exceto liq. extrajud.) Registros novos Operadoras em atividade

1.929

1.762

1.695

1.618

1.601

1.538

Operadoras com beneficiários

1.576

1.522

1.479

1.411

1.368

1.320

Operadoras sem beneficiários

353

240

216

207

233

218

Fontes: Caderno de Informação da Saúde Suplementar/ANS – março/2013 e Resoluções Operacionais ANS. Nota: 1 Foram desconsideradas as Resoluções Operacionais revogadas.

Em 2012, havia 1.320 operadoras com beneficiários em atividade no Brasil (961 de assistência médica e 359 exclusivamente odontológicas). Foram cancelados 100 registros, 77 de assistência médica e 23 exclusivamente odontológicas. Deste total, 20 operadoras sofreram liquidação extrajudicial e 80 registros foram cancelados por outros motivos. As 961 operadoras de assistência médica em atividade

com beneficiários estão distribuídas em medicinas de grupo, 36,2%; cooperativas médicas, 33,3%; autogestões 20,4%; filantropias 8,7%; e seguradoras especializadas em saúde, 1,4%. Não obstante, o pequeno percentual de seguradoras especializadas em saúde (1,4%), mais de 6,2 milhões de beneficiários são cobertos por esta modalidade, equivalentes a 13,1% do total de beneficiários na saúde suplementar.

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1,4%

13,1%

Embora representem apenas 1,4% do mercado, as seguradoras especializadas em saúde concentram 13,1% do total de beneficiários dos planos médicos da saúde suplementar, somando 6,2 milhões de beneficiários em todo o Brasil. Mercado

Provisões técnicas

16

A constituição de provisões técnicas garante a sustentabilidade econômico-financeira das operadoras de planos de saúde, permitindo-as honrar os seus compromissos futuros de maneira proporcional aos riscos que assumem contratualmente com prestadores e beneficiários. Com 36,5% dos beneficiários, as associadas à FenaSaúde constituíram mais de R$ 9,5 bilhões em reservas técnicas nos últimos anos, o que representa 51,2% do setor (gráfico 1). Somente em 2012, foi provisionado R$ 1,5 bilhão, crescimento de 19,1% na comparação com 2011, enquanto no mercado de saúde suplementar foram provisionados R$ 3,3 bilhões, com alta de 21,9% no mesmo período. É importante notar que o aumento das provisões técnicas reflete diretamente o crescimento das despesas assistenciais, prenunciando a necessidade de elevação das mensalidades no curto prazo.

Seguradoras

R$ 9,5 bilhões

em reservas técnicas constituídas pela associadas à FenaSaúde, o que representa 51,2% do total do setor.

R$ 1,5 bilhão

montante provisionado pelas operadoras associadas à FenaSaúde em 2012, crescimento de 19,1% na comparação com 2011.


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Bilhões (R$)

Gráfico 1 – Provisões técnicas das operadoras por trimestre FenaSaúde e Mercado

20,0 15,0 10,0 5,0 -

2008.4

2009.4

2010.4

FenaSaúde

2011.4

2012.4

Mercado

Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS – Extraído em 18/4/13.

Sinistralidade8 A taxa de sinistralidade varia consideravelmente entre as modalidades de operadoras e também no tempo. Entretanto, nos planos médicos, em decorrência do crescimento mais acentuado das despesas assistenciais em relação às receitas

de contraprestações, nos últimos anos, a taxa de sinistralidade tem alcançado níveis elevados em todas as modalidades (gráfico 2). A sinistralidade total em 2012 foi a mais elevada dos últimos dez anos.

Gráfico 2 – Sinistralidade – FenaSaúde e Mercado 84,0%

Sinistralidade

82,0% 80,0% 78,0% 76,0% 74,0% 72,0%

2007

2008

2009

FenaSaúde

2010

2011

2012

Mercado

Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS – Extraido em 18/4/13. A sinistralidade demonstra a relação entre as despesas assistenciais e as receitas de contraprestações das operadoras de planos de saúde. 8

17


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Em 2012, na saúde suplementar, a taxa foi de 82,1% com elevação de 1,4 p.p. Este foi o maior resultado desde o início da série, em 2001. Nas associadas à FenaSaúde, a taxa foi de 80,9%, com acréscimo de

1,3 p.p em relação a 2011. No segmento exclusivamente odontológico, o resultado foi de 44,4% nas associadas à Federação e 48,8% na saúde suplementar.

Sinistralidade – A importância do porte nas operadoras Na saúde suplementar existem importantes economias de escala que fazem com que a quantidade de beneficiários seja um fator importante para a sustentabilidade do equilíbrio econômico-financeiro das operadoras. Os ganhos de escala proporcionados pelo porte significam menores custos per capita com administração. Os

dados da ANS mostram que, em 2012, os custos per capita com administração para as operadoras de maior porte (acima de cem mil beneficiários) são, em média, de R$ 17,54, enquanto que para as menores (até vinte mil beneficiários) chegam a R$ 53,11 – uma diferença considerável frente ao valor médio das mensalidades.

Gráfico 3 – Sinistralidade por porte das operadoras de assistência médica – dez/12 – Mercado

18

Sinistralidade mercado 82,1%

< 5.000 5.001 - 10.000 10.001 - 20.000 20.001 - 30.000 30.001 - 50.000 50.001 - 100.000 >= 100.001

50%

70%

90%

110% Sinistralidade

Fonte: Tabnet/ANS – Extraído em 4/4/13.

9

Caderno de Informações da Saúde Suplementar/ANS – março/2013

130%

150%

170%


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Existe outro importante ganho de escala, relacionado à lei dos grandes números: quanto maior o número de beneficiários de uma operadora, menor é a incerteza quanto às despesas com assistência à saúde. O maior número de beneficiários reduz a variabilidade da despesa em torno de sua média, ou em termos técnicos, o desvio padrão é menor. Por isso é que a previsibilidade das despesas assistenciais é maior. Na medida em que aumenta o número de beneficiários, diminui o desvio padrão e o valor das despesas médicas fica cada vez mais próximo da média do grupo, tornando os eventos e as despesas assistenciais mais previsíveis. As operadoras foram agrupadas por porte, este definido pelo número de beneficiários. O gráfico 3 ilustra a distribuição da taxa de sinistralidade para cada conjunto de operadoras agrupadas por porte. A linha vertical é a sinistralidade observada em todo o setor em 2012. Nota-se que a taxa de sinistralidade tende a aumentar com o porte do grupo. Mas, em compensação, as curvas são mais estreitas para os grupos com maior número de beneficiários, denotando menor desvio padrão e, portanto, maior previsibilidade das despesas.

Para garantir maior segurança ao resultado, foram excluídas as operadoras com taxas de sinistralidade muito deslocadas do que se pode considerar como variação aceitável. Portanto, quanto menor o porte das operadoras, menor a previsibilidade dos eventos, com isso, pequenas oscilações na frequência da utilização ou na incidência de eventos de maior complexidade (mais caros) podem elevar consideravelmente a taxa de sinistralidade e comprometer o resultado econômico-financeiro da operadora. As operadoras de maior porte estão distribuídas próximas à taxa de sinistralidade média do mercado. Embora apresentem taxas mais elevadas, as despesas assistenciais são mais previsíveis. Esta breve análise demonstra estatisticamente que as operadoras de menor porte, particularmente aquelas com até 20.000 beneficiários, são mais suscetíveis às oscilações dos eventos assistenciais, e, por isso, apresentam maior dispersão na taxa de sinistralidade, menor previsibilidade dos eventos assistenciais e maior risco de insolvência.

As operadoras de maior porte acompanham a taxa de sinistralidade média do mercado. Embora apresentem índices mais elevados, na casa dos 80%, as despesas assis­tenciais são mais previsíveis para essas empresas, o que garante segurança ao consumidor.

19


BENEFICIÁRIOS


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Evolução da quantidade de beneficiários Mercado

O

setor continua crescendo, porém com menor intensidade em relação aos últimos anos. Em 2012, cresceu 4,2% em relação ao ano anterior, alcançando mais de 66,5 milhões de beneficiários em dezembro de 2012 (tabela 5). Os planos de assistência médica cresceram 2,1% e totalizaram 47,9 milhões de beneficiários. Entre as modalidades, nota-se o aumento mais acentuado

nas seguradoras especializadas em saúde, 7,5%. Nas medicinas de grupo, o ritmo de crescimento foi menos intenso, 0,5%. Nos planos exclusivamente odontológicos o crescimento continua acima de dois dígitos, 10,0%, totalizando mais de 18,6 milhões de beneficiários. Nas odontologias de grupo, o aumento foi de 7,5% e nas cooperativas odontológicas, 3,8%.

Tabela 5 – Beneficiários por cobertura assistencial, segundo modalidade da operadora – FenaSaúde e Mercado valores por mil

Modalidade da operadora

Dez/10

Dez/11

Dez/12

∆%¹

Assistência médica FenaSaúde Medicina de grupo Seguradora especializada em saúde Mercado

13.008

14.217

13.802

-2,9

7.598

8.426

7.553

-10,4

5.410

5.792

6.249

7,9

45.327

46.974

47.943

2,1

Assistência exclusivamente odontológica FenaSaúde

8.223

9.461

10.476

10,7

Medicina de grupo

1.367

1.630

1.986

21,9

Odontologia de grupo

6.548

7.509

8.067

7,4

308

322

423

31,3

14.471

16.920

18.606

10,0

Seguradora especializada em saúde Mercado

Fonte: Tabnet/ANS - Extraído em: FenaSaúde 15/4/11 (dez/10), 15/4/12 (dez/11) e 4/4/13 (dez/12); Mercado 4/4/13 (dez/10, dez/11 e dez/12). Notas: 1Crescimento entre dez/11 e dez/12. Os dados de 2010 e 2011 incluem os beneficiários de todas as operadoras associadas à FenaSaúde em dez/12. Os dados do Sistema de Informações de Beneficiários (SIB) provêem de registros administrativos das operadoras e, por isso, são atualizados/corrigidos em competências subsequentes. No Tabnet/ANS não é possível obter dados atualizados por operadora de competências anteriores, razão pela qual os dados das associadas à FenaSaúde não foram atualizados.

21


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FenaSaúde

22

As associadas foram responsáveis pela cobertura de 24,3 milhões de beneficiários de planos de saúde em 2012, com aumento de 2,5% em relação ao ano anterior. A assistência à saúde compreende as ações necessárias à prevenção da doença, recuperação, manutenção e reabilitação da saúde, dentro da abrangência e dos limites fixados na Lei e no contrato celebrado entre as partes.

A maior renda e a geração de empregos contribuíram para o crescimento do número de vínculos na saúde suplementar. O desempenho favorável do mercado de trabalho evidenciado no período recente pode ser explicado, em parte, pela recuperação do setor de serviços, responsável por mais da metade dos empregos gerados no país. Além disso, o PIB deste setor cresceu 1,7% em 2012.

Nos planos de assistência médica, houve retração de 2,9%, após um crescimento de 9,3% observado em 2011. Parte desse resultado é atribuído à reestruturação das carteiras de beneficiários em algumas operadoras na modalidade medicina de grupo. Nos planos exclusivamente odontológicos, o resultado foi novamente expressivo, com alta de 10,7%.

As alterações demográficas observadas por meio da redução das taxas de fecundidade e a diminuição na população na faixa etária de 0 a 24 anos, reduzem a taxa de variação da População em Idade Ativa (PIA), que marcha rapidamente para zero, tornando-se negativa em dez anos.

Nas seguradoras especializadas em saúde, nota-se o aumento significativo no número de beneficiários nos planos de assistência médica pelo segundo ano consecutivo, (tabela 5). O crescimento foi de 7,9%, passando de 5,8 milhões em 2011 para 6,3 milhões em 2012. Em 2011, o aumento desta modalidade havia sido de 7,1% em relação ao ano anterior.

Estes fatores associados têm contribuído para a redução das taxas de desemprego (gráfico 4). O Brasil ocupa atualmente a primeira posição, entre 42 países, no ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI), com a maior redução da taxa de desemprego desde 2008. Neste período, apenas 15 dos 42 países analisados apresentaram queda no indicador.

O aumento da renda das famílias e a maior geração de empregos impulsionam o crescimento do nú­mero de vínculos na saúde suplementar. O desempenho favorável do mercado de trabalho pode ser explicado pela recu­peração do setor de serviços, que além de criar novas vagas, experimentou uma elevação do PIB setorial em 1,7% em 2012.


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16,0% 14,0%

2,5

2,2 12,3%

1,8

11,4%

12,0%

9,8%

9,9%

10,0%

9,3% 7,8%

1,5

8,1%

8,0%

2,0

6,7% 6,0%

6,0%

5,5%

4,0% 2,0% 2,0%

1,8%

1,7%

1,4%

1,6%

1,4%

1,7%

2004

2005

2006

2007

2008

2009

1,0

Taxa de fecundidade

Taxa de desemprego e variação anual da PIA

Gráfico 4 – Taxa de desemprego, população em idade ativa e taxa de fecundidade

0,5 1,1%

1,2%

1,1%

2010

2011

2012

0,0

0,0% 2003

Taxa de Fecundidade1

PIA - População em idade ativa2

Taxa de Desemprego3

Fontes: IBGE e IPEA – Extraído em: 4/4/13. Notas: 1Taxa estimada para o período. 2Variação percentual ano a ano. 3Taxa anual.

Época de contratação Os planos de saúde novos ou regulamentados são aqueles contratados após 2 de janeiro de 1999, e, portanto, sujeitos à Lei 9.656/98. Esses produtos possuem coberturas assistenciais amplas, além de outras proteções regulamentadas pela ANS. Nos planos antigos, contratados antes da nova lei, prevalecem os termos firmados em contrato. Estes planos não podem ser comercializados, mas permanecem válidos para quem não optou pela adoção às novas regras. Em 2012, nas associadas à FenaSaúde, 87,8% dos beneficiários de planos médicos e 97,4% dos planos exclusivamente odontológicos possuem as coberturas garantidas pela Lei 9.656/98 (planos novos). Na saúde suplementar, estes planos correspondem a 85,3% e 97,5%, respectivamente (tabela 6).

23


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24


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Tabela 6 – Beneficiários por época de contratação dez/12 – FenaSaúde e Mercado valores por mil

Época de contratação Total

Assistência médica FenaSaúde 13.802

Mercado

Assistência excl. odontológica

MarketShare (%)

47.943

28,8

FenaSaúde 10.476

Mercado

MarketShare (%)

18.606

56,3

Antigo

1.680

7.052

23,8

275

472

58,4

Novo2

12.122

40.891

29,6

10.201

18.135

56,3

1

Fontes: SIB/ANS – 12/12 e Tabnet/ANS – Extraído em 29/4/13. Notas: 1 Antigo: plano de saúde contratado antes da vigência da Lei nº 9.656/98. 2 Novo: plano de saúde contratado a partir de 2 de janeiro de 1999, ou seja, na vigência da Lei nº 9.656/98.

Segmentação assistencial Nas associadas à Federação, 95,1% dos beneficiários possuem planos completos, ou seja, com a segmentação ambulatorial e hospitalar, associada ou não à cobertura

obstétrica10. Na saúde suplementar, esses produtos respondem por 92,1% dos vínculos em 2012 (tabela 7). 25

Tabela 7 – Beneficiários de planos médicos por segmentação assistencial dez/12 – FenaSaúde e Mercado valores por mil

Segmentação assistencial Total¹ Ambulatorial Hospitalar² Hospitalar² e ambulatorial Referência

FenaSaúde

Mercado

13.802

47.943

Market-Share (%) 28,8

17

2.108

0,8

225

680

33,1

12.256

38.371

31,9

866

5.805

14,9

Fontes: SIB/ANS – 12/12 e Tabnet/ANS – Extraído em 29/4/13. Notas: 1 Inclui beneficiários, cuja segmentação assistencial não foi informada. 2 Planos hospitalares com ou sem obstetrícia.

10

Corresponde à soma de segmentação assistencial “hospitalar e ambulatorial” e “referência”.


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Tipo de contratação Na assistência médica, considerando as associadas à FenaSaúde, a forma de contratação mais frequente é a de planos coletivos empresariais11, 75,3%. Os planos coletivos por adesão12 representam 8,0% e os individuais13, 13,5% do total de beneficiários em 2012 (tabela 8).

Na assistência exclusivamente odontológica, 80,8% dos beneficiários possuem planos coletivos empresariais, os planos individuais compreendem 10,8%, nas associadas à Federação em 2012.

Tabela 8 – Beneficiários por cobertura assistencial e tipo de contratação – dez/12 – FenaSaúde e Mercado valores por mil

Assistência médica Tipo de contratação Total¹ Coletivo Empresarial Por adesão

26

Individual

Assistência excl. odontológica

FenaSaúde

Mercado

MarketShare (%)

FenaSaúde

Mercado

MarketShare (%)

13.802

47.943

28,8

10.476

18.606

56,3

11.504

37.062

31,0

9.342

15.320

61,0

10.396

30.482

34,1

8.464

12.769

66,3

1.106

6.549

16,9

878

2.392

36,7

1.860

9.887

18,8

1.128

3.188

35,4

Fontes: SIB/ANS – 12/12 e Tabnet/ANS – Extraído em 4/4/13. Notas: 1 Inclui beneficiários de planos cujo tipo de contratação não foi informado. 2 Inclui beneficiários de planos coletivos não identificados como empresarial ou adesão.

11 12 13

Delimitado e vinculado à pessoa jurídica por relação empregatícia ou estatutária. Delimitado à população vinculada a pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial. Livre adesão de beneficiários, pessoas naturais, com ou sem grupo familiar.


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Faixa etária Nos planos médicos, em todos os tipos de contratação, tanto nas associadas à Federação quanto no mercado, observa-se a predominância de beneficiários na faixa etária de 20 a 59 anos (tabela 9). Esse resultado é atribuído ao perfil dos beneficiários das associadas, formado em sua maioria por pessoas em idade ativa e vinculadas a planos coletivos empresariais. Consequentemente, observa-se que, na saúde suplementar, a proporção de idosos nos planos médicos foi de 11,2%, maior do que nas associadas à Federação, em que a faixa etária de 60 anos ou mais correspondeu a 6,6%.

Em 2007, a pirâmide etária dos beneficiários de planos médicos possuía 27,2% dos seus integrantes nas faixas entre 0 e 19 anos. Em 2012, essa proporção caiu para 25,3%. Em contrapartida, as faixas de 20 a 59 anos passaram de 61,6%, em 2007, para 63,4% em 2012. Acima de 59 anos, a participação se manteve relativamente estável, com 11,2% em 2007 e 2012. Todavia, em termos absolutos houve um incremento de quase um milhão de novos beneficiários nesta faixa.

Tabela 9 – Beneficiários de planos médicos por faixa etária e tipo de contratação dez/12 – FenaSaúde e Mercado valores por mil

Faixa etária Total¹

FenaSaúde

Mercado

Market-Share (%)

13.802

47.943

28,8

0-19 anos

3.514

12.140

28,9

20-59 anos

9.377

30.418

30,8

911

5.381

16,9

≥ 60 anos Coletivo²

11.504

37.062

31,0

0-19 anos

2.914

9.065

32,2

20-59 anos

8.046

24.704

32,6

543

3.290

16,5

1.860

9.887

18,8

≥ 60 anos Individual² 0-19 anos 20-59 anos ≥ 60 anos

502

2.893

17,4

1.021

5.084

20,1

337

1.910

17,6

Fontes: SIB/ANS – 12/12 e Tabnet/ANS – Extraído em 4/4/13. Notas: 1 Inclui os beneficiários com tipo de contratação “não informado”. 2 Inclui os beneficiários de faixa etária de “idade inconsistente”.

27


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA


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Grandes regiões

A

região Sudeste concentra maior quantidade de beneficiários dos planos médicos e odontológicos, 63,7% e 60,0%, respectivamente. Entretanto, comparada com as demais regiões, observa-se uma redução gradual nesta participação no decorrer dos últimos anos. Por outro lado, distingue-se o crescimento na região Nordeste, posicionando-a como a segunda região do país em número de beneficiários em 2012. Mais de 2,6 milhões de beneficiários foram incorporados ao sistema de saúde suplementar no último ano, o

que representa elevação de 4,2% em relação a 2011. Na saúde suplementar, nos planos de assistência médica, o crescimento mais expressivo foi na região Centro-Oeste, 8,6%. As regiões Nordeste e Norte apresentaram taxas de crescimento semelhantes, 6,6% e 6,1%, respectivamente (mapa 1). Em números absolutos, destaca-se a região Nordeste, com a incorporação de mais 400 mil beneficiários, o que corresponde a 41,4% do total, seguida pela região Sudeste, 300 mil, e Centro-Oeste, 209 mil (tabela 10).

Tabela 10 – Beneficiários por cobertura assistencial e região brasileira – Mercado valores por mil

Região

Dez/10

Dez/11

Dez/12

∆%²

Assistência médica Brasil

1

Norte

45.327

46.974

47.943

2,1

1.566

1.665

1.767

6,1

Nordeste

5.800

6.109

6.510

6,6

Sudeste

29.329

30.220

30.521

1,0

Sul

6.366

6.536

6.491

-0,7

Centro-Oeste

2.257

2.436

2.646

8,6

Assistência exclusivamente odontológica Brasil1 Norte

14.471

16.920

18.606

10,0

532

653

786

20,5

Nordeste

2.525

2.979

3.537

18,7

Sudeste

8.864

10.380

11.161

7,5

Sul

1.405

1.610

1.747

8,5

Centro-Oeste

1.144

1.298

1.375

5,9

Fonte: Tabnet/ANS – Extraído em 4/4/13. Notas: 1 Inclui os beneficiários classificados como “exterior” e “UF não identificada”. 2 Crescimento entre dez/11 e dez/12.

29


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Mapa 1 – Número de beneficiários por grandes regiões – Mercado (dezembro/2011 - dezembro/2012)

MH

1,8

6,1%

OD

0,8

20,5%

MH

6,5

6,6%

OD

3,5

18,7%

30 MH

2,6

8,6%

OD

1,4

5,9%

MH

6,5

-0,7%

OD

1,7

8,5%

Fonte: Tabnet/ANS – Extraído em 4/4/13.

MH – Médico-hospitalar OD – Exclusivamente odontológico O primeiro número refere-se à quantidade de benefíciários em dezembro/12 em milhões. O segundo, à taxa de crescimento nos últimos 12 meses.

MH

30,5

1,0%

OD

11,2

7,5%


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Crescimento de beneficiários na Região Nordeste - 2012

400 mil novos beneficiários de planos de saúde de assistência médica.

558 mil novos beneficiários em planos odontológicos.

Na região Nordeste, o aumento foi mais intenso nas medicinas de grupo, com acréscimo 179 mil beneficiários, e nas seguradoras especializadas em saúde, 141 mil. O crescimento na região Centro-Oeste foi impulsionado pelas cooperativas médicas, medicinas de grupo e seguradoras especializadas em saúde, com aumento de 105 mil, 75 mil e 33 mil, respectivamente. Nos planos exclusivamente odontológicos, o aumento mais expressivo ocorreu no Sudeste, 781 mil, com destaque para odontologias de grupo, 514 mil. No Nordeste, foram incorporados 558 mil beneficiários, principalmente nas medicinas de grupo, que comercializam planos odontológicos, 404 mil em 2012.

A expansão dos planos de saúde nessas regiões pode ser justificada pela intensificação do desenvolvimento econômico, que reduziu as desigualdades sociais e econômicas observadas no passado. Entre 2004 e 2011, o índice de Gini, utilizado para medir a desigualdade na distribuição de renda entre as pessoas, reduziu 10,3% no Nordeste, 6,4% no Centro-Oeste e 3,8% no Norte14. Ainda nessas regiões, nota-se que a elevação do rendimento médio mensal ficou acima da média observada no país, com alta de 5,1%, 7,3% e 5,9%, respectivamente, entre 2009 e 201115, favorecendo o aumento do consumo em velocidade superior às demais regiões.

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004/2009. 15 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009/2011. 14

31


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Taxa de cobertura por grandes regiões A taxa de cobertura16 dos planos de assistência médica alcançou 24,7%, e nos planos exclusivamente odontológicos, 9,6% da população em 2012. Observa-se uma expansão de 0,3 p.p nos planos de assistência médica e de 0,8 p.p nos planos exclusivamente odontológicos em relação ao ano anterior.

(tabela 11). Nos planos exclusivamente odontológicos, todas as regiões apresentam crescimento na taxa de cobertura, com destaque para o Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Este crescimento tem acompanhado o desenvolvimento econômico e a elevação do nível de renda. O PIB per capita aumentou 284,0% no Centro-Oeste, 228,1% no Norte, 218,9% no Nordeste e 197,0% no Sul, entre 2000 e 2010. Além disso, as taxas de desemprego nessas regiões seguiram trajetória declinante.

Nos planos de assistência médica, o crescimento da taxa de cobertura foi mais intenso nas regiões Norte, Sul e Nordeste, com aumento de 120,4%, 67,1%, e 65,8%, respectivamente, entre 2000 e 2012

Tabela 11 – Taxa de cobertura assistencial, segundo região brasileira – Mercado Região 32

Assistência médica

Assistência excl. odontológica

Dez/00

Dez/12

∆%

18,2

24,7

35,7

1,5

9,6

540,0

Norte

4,9

10,8

120,4

0,3

4,8

1.500,0

Nordeste

7,3

12,1

65,8

0,7

6,6

842,9

Sudeste

30,3

37,4

23,4

2,5

13,7

448,0

Sul

14,0

23,4

67,1

1,3

6,3

384,6

Centro-Oeste

12,2

18,3

50,0

0,5

9,5

1.800,0

Brasil

Dez/00

Dez/12

∆%

Fonte: Tabnet/ANS – Extraído em 4/4/13.

Crescimento da assistência médica por região – 2012

Norte 120,4% Sul 67,1% Nordeste 65,8% 16

Razão, expressa em porcentagem, entre o número de beneficiários e a população em uma área específica.


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ÍNDICES FINANCEIROS


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A

ANS divulga índices financeiros utilizados para mensurar a capacidade econômico-financeira das operadoras (tabela 12).

Estudos demonstram que a solvência das operadoras de planos de saúde está diretamente relacionada ao volume de capital e à presença de reservas técnicas17.

Tabela 12 – Índices financeiros – 2012 – FenaSaúde e Mercado Modalidade FenaSaúde

SIN¹

DA²

DC³

IC4

ICA5

ROE6

80,9

9,5

5,3

95,8

91,2

12,3

Medicina de grupo

81,1

12,7

4,1

98,0

97,0

3,9

Odontologia de grupo

44,4

18,6

9,5

72,6

63,7

22,4

Seguradora especializada em saúde

83,8

6,4

6,0

96,2

88,5

14,9

80,7

12,7

3,7

97,1

92,5

11,3

Cooperativa médica

81,8

13,5

2,1

97,4

96,8

10,3

Cooperativa odontológica

63,5

30,6

3,5

97,5

97,3

9,9

Medicina de grupo

80,0

14,9

3,6

98,5

97,8

4,2

Odontologia de grupo

42,4

25,8

9,2

77,4

78,3

22,5

Seguradora especializada em saúde

83,8

6,4

6,0

96,2

85,5

14,8

Mercado

Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS – Extraído em 18/4/13 Notas: 1 Sinistralidade (SIN) – Eventos indenizáveis líquidos/Contraprestações efetivas. 2 Índice de despesas administrativas (DA) – Despesas administrativas/ Contraprestações emitidas líquidas. 3 Índice de despesas de comercialização (DC) – Despesas de comercialização/ Contraprestações emitidas líquidas. 4 Índice combinado (COMB) – Despesas administrativas + Despesas de comercialização + Eventos indenizáveis líquidos/ Contraprestações emitidas eíquidas. 5 Índice combinado ampliado (COMBA) – Despesas administrativas + Despesas de comercialização + Eventos indenizáveis. líquidos/ Contraprestações emitidas líquidas + Resultado financeiro líquido. 6 Retorno sobre Patrimônio (Return On Equity – ROE) – Passivo circulante + Exigível a longo prazo/Ativo total. 7 Dados agregados excetuando-se as modalidades: administradora, autogestão e filantropia.

Despesas administrativas – DA18 As despesas administrativas incluem os gastos com recursos humanos, infraestrutura e terceirização, dentre outros. Nas associadas à FenaSaúde correspondem a 9,5% das receitas, enquanto na saúde suplementar a participação foi de 12,7% em 2012.

17 18

Nota-se no segmento odontológico os índices mais elevados, principalmente no mercado de saúde suplementar. Nas associadas à Federação e no mercado de saúde suplementar em odontologia de grupo, o índice foi de 18,6% e 25,8%, respectivamente, em 2012.

R.Bras. Risco e Seg., Rio de Janeiro, v.2, n.3, p. 125-155, abr/set., 2006. Relação entre despesas administrativas e o total das receitas com operação de planos de saúde (contraprestações efetivas).

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Despesas de comercialização – DC19 Nas associadas à Federação, as despesas de comercialização consumiram 5,3% da receita, enquanto no mercado foi de 3,7%. Nas modalidades odontologia de grupo, os

gastos com comercialização foram mais elevados, com 9,5% nas associadas e 9,2% no mercado em 2012.

Índice combinado – IC20 Nas associadas à FenaSaúde, 95,8% das receitas foram comprometidas com os gastos assistenciais, administrativos e de comercialização em 2012. No mercado de saúde suplementar, este percentual foi de 97,1%. Na modalidade medicina de grupo, tanto nas associadas quanto no mercado, o comprometimento das

receitas foi ainda maior, com 98,0% e 98,5%, respectivamente. Em odontologia de grupo, por apresentarem uma taxa de sinistralidade menor, o comprometimento das receitas foi de 72,6% nas empresas associadas e de 77,4% no mercado.

Índice combinado ampliado – ICA21 36 Também conhecido como sinistralidade total, este índice demonstra o comprometimento das receitas de contraprestações em relação às despesas operacionais totais: assistenciais, administrativas e comercialização.

O comprometimento das receitas foi de 91,2% nas associadas à Fenasaúde e de 92,5% na saúde suplementar em 2012. Em medicina de grupo, nota-se o maior índice, com 97,0% nas associadas e 97,8% no mercado de saúde suplementar.

Retorno sobre o patrimônio líquido – ROE22 Nas associadas à FenaSaúde, a taxa de retorno sobre o patrimônio liquido (ROE), foi de 12,3%. No mercado de saúde suplementar foi levemente inferior, com 11,3% em 2012. Entre as modalidades, nas seguradoras especializadas em saúde foi de 14,9%, e em

medicina de grupo, 3,9% nas associadas à FenaSaúde, e de 14,8% e 4,2%, respectivamente, no mercado. Em odontologia de grupo, os resultados são mais expressivos, tanto nas associadas quanto no mercado, com 22,4% e 22,5%, respectivamente.

Relação entre despesas de comercialização e o total das receitas com operação de planos de saúde (contraprestações efetivas). Relação entre despesas operacionais (administrativas, comercialização e assistenciais) e as receitas (contraprestações efetivas). Similar ao índice combinado, mas considera também o resultado financeiro. 22 Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido. Mostra a relação entre o resultado líquido e o patrimônio líquido. Deriva da expressão anglo-saxônica return on equity. 19 20 21


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Referências 1. ALVES, S.L. Insolvência Financeira de Operadoras de Planos de Saúde: Investigação Empírica. Revista Brasileira de Risco e Seguro, Rio de Janeiro, v.2, n.3, p. 125-155, abr.set., 2006. 2. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS). Caderno de Informação da Saúde Suplementar. Março 2013. Rio de Janeiro. Disponível em: www.ans.org.br 3. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Contas Nacionais Trimestrais: Indicadores de volume e valores correntes. Outubro/Dezembro 2012. Rio de Janeiro. Coordenação de Contas Nacionais. 2012. Disponível em: www.ibge.gov.br 4. _______ Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: www.ibge.gov.br 5. _______ Censo Demográfico 2010. Nupcialidade, fecundidade e migração. Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: www.censo2010.ibge.gov.br 6. _______ Contas Regionais do Brasil. 2010. Rio de Janeiro: IBGE/Coordenação de Contas Nacionais. 2012. Disponível em: www.ibge.gov.br 7. _______ Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Rio de Janeiro. 2011. Disponível em: www.ibge.gov.br 8. Mckinsey Global Institute: Accounting for the cost of U.S. health care: Pre-reform trends and the impact of recession. Dec. 2011.

Disclaimer 2013 Federação Nacional de Saúde Suplementar – FenaSaúde. Esta publicação foi desenvolvida pela FenaSaúde com objetivo de fornecer informações sobre o mercado de saúde suplementar. A distribuição é gratuita. Os dados apresentados foram cedidos gentilmente pela ANS, a partir das informações fornecidas pelas associadas da FenaSaúde à ANS. Esta publicação não deve ser reproduzida, total ou parcialmente, sem a citação da fonte. Todas as publicações da FenaSaúde podem ser acessadas, na íntegra, na área de publicações do site da FenaSaúde: http://fenasaude.org.br/publicacao.

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Sobre a FenaSaúde

C

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onstituída em fevereiro de 2007, a Federação Nacional de Saúde Suplementar, FenaSaúde, representa 15 grupos de operadoras de planos privados de assistência à saúde, totalizando 29 empresas dentre 1.320 operadoras em atividade com beneficiários. Em abril de 2013, foram admitidas como associadas mais duas seguradoras: Caixa Seguros Saúde e Salutar Saúde, que juntas somam 49 mil beneficiários. A FenaSaúde tem como missão contribuir para a consolidação

da saúde suplementar no país por meio da troca de experiências e elaboração de propostas para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do setor.

Allianz Saúde Grupo Amil Saúde

Grupo técnico da diretoria executiva da FenaSaúde:

Grupo Bradesco Saúde

Sandro Leal Alves

Caixa Seguros Saúde

Vera Queiroz Sampaio de Souza

Care Plus Medicina Assistencial

A Federação é presidida por Marcio Serôa de Araujo Coriolano, diretor presidente da Bradesco Saúde, e tem como diretorexecutivo o economista e ex-ministro da Previdência Social, José Cechin. A atual diretoria da FenaSaúde é composta por 14 membros e foi eleita em março de 2013 para um mandato de 3 anos.

Mônica Figueiredo Costa

Golden Cross Grupo Intermédica

Karla Pérez de Souza

Itauseg Saúde

Sandro Reis Diniz

Marítima Saúde Seguros

Paula Gonçalves

Metlife Planos Odontológicos OdontoPrev Omint Serviços de Saúde Porto Seguro – Seguro Saúde

Consultor técnico Álvaro de Almeida

Salutar Saúde Grupo SulAmérica Saúde

Assessoria de comunicação:

Tempo Saúde

Approach Comunicação Integrada

Unimed Seguros Saúde



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Rua Senador Dantas 74, Centro, 8º andar, Rio de Janeiro - RJ CEP 20031-205 / Tel. (21) 2510-7905 www.fenasaude.org.br


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