INDICADORES ECONÔMICOFINANCEIROS E DE BENEFICIÁRIOS Boletim da Saúde Suplementar ed. 05 março 2014
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 05
Apresentação
A
FenaSaúde - Federação Nacional de Saúde Suplementar apresenta a quinta edição do Boletim da Saúde Suplementar – Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários. Esta publicação reúne um conjunto de indicadores das associadas à FenaSaúde e da saúde suplementar. A fonte primária são os dados extraídos dos sistemas de informação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS): Documento de Informações Periódicas das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde (DIOPS), Sistema de Informações de Beneficiários (SIB) e do Sistema de Informações de Produtos (SIP). No início do ano, entrou em vigor o novo Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, editado pela ANS. As incorporações feitas no Rol, entre as quais se destacam os medicamentos antineoplásicos orais para tratamento de câncer, deverão encarecer o valor das mensalidades dos planos que contemplam essas novas coberturas, tornando-os menos acessíveis aos indivíduos, famílias e empresas. As novas tecnologias disponíveis para os diagnósticos e tratamentos devem ser utilizadas de forma responsável, visando torná-las mais acessíveis à população e menos dispendiosas para o sistema de saúde. É importante lembrar que elas contribuem significativamente para o aumento dos custos médicos. Um dos motivos é que as novidades tecnológicas
na área de saúde com frequência não substituem aquelas já existentes e tendem a ser cumulativas. Outro fator que eleva o custo da assistência à saúde é o crescimento da incidência de doenças crônicas, reflexo do aumento da longevidade da população. Essas enfermidades demandam internações e tratamentos mais prolongados. Se os recursos disponíveis não forem geridos e utilizados de forma adequada, a sustentabilidade do sistema ficará bastante comprometida. Nesta edição, ressalta-se que gasto per capita em saúde cresce de forma mais acentuada no Brasil do que em países de senvolvidos como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão e França. O aumento da despesa em saúde é um dos maiores desafios para o sistema de saúde público e privado. A crescente incorporação tecnológica em saúde de forma acrítica e a falta de transparência na formação dos preços na cadeia de comercialização das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) têm provocado um aumento injustificável dos custos na prestação dos serviços e ameaçam a sustentabilidade do setor. Boa leitura! Marcio Coriolano – Presidente José Cechin – Diretor-executivo Rio de Janeiro | Março de 2014
03
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 05
Sumário 03
Apresentação
05
Sumário executivo
06
Cap.1 – Panorama financeiro da saúde suplementar
10
Receita e despesa por modalidade
12
Resultado operacional
12
Inflação médica - desafio para a sustentabilidade do setor
14
04
Cap.2 – Operadoras e indicadores econômico-financeiros
15
Operadoras
16
Planos e seguros de saúde
17
Provisões técnicas
18
Sinistralidade
19
Índices econômico-financeiros
22
Cap.3 – Beneficiários
23
Mercado
26
Época de contratação
27
Tipo de contratação
28
Segmentação assistencial
29
Faixa etária
32
Cap.4 – Distribuição geográfica
33
Grandes regiões
36
Capital e Interior
37
Taxa de cobertura - Grandes regiões
38
Referências
39
Sobre a FenaSaúde Esta publicação está disponível para consulta e download no site da FenaSaúde: http://www.fenasaude.org.br/fenasaude/publicacoes/
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 05
Sumário executivo
N
as associadas à FenaSaúde e no mercado de saúde suplementar, nota-se um crescimento mais elevado da despesa assistencial nos últimos trimestres. Nas associadas à Federação, totalizou R$ 9,6 bilhões e cresceu 14,7% no 3º trimestre de 2013 em relação ao 2º trimestre de 2013. Com um ritmo de crescimento inferior, a receita de contraprestações somou R$ 11,2 bilhões e cresceu 11,0%. No mercado de saúde suplementar, a tendência é semelhante. A despesa assistencial totalizou R$ 24,8 bilhões e cresceu 13,7%, enquanto a receita de contraprestações totalizou R$ 29,1 bilhões e aumentou de 10,7%. As associadas à FenaSaúde constituíram mais de R$ 14,0 bilhões em reservas técnicas nos últimos anos, o que representa 53,6% do total do setor. Apenas no 3º trimestre de 2013, foi provisionado R$ 2,1 bilhões, 32,6% acima do valor provisionado no mesmo período de 2012. A taxa de sinistralidade alcançou o nível mais elevado desde o segundo trimestre de 2007. Foi de 85,7% nas associadas à FenaSaúde e 85,4% no mercado de saúde suplementar, no 3º trimestre de 2013. As 31 operadoras associadas à FenaSaúde foram responsáveis pela cobertura de 25,4 milhões de beneficiários, o que representa 37,1% dos vínculos do mercado de saúde suplementar. O crescimento foi de 2,4% no número de beneficiários na comparação com junho de 2013 e aumento de 5,5% nos últimos doze meses terminados em setembro de 2013. No mercado de saúde suplementar, o crescimento foi de
1,4% e 3,5% na mesma base de comparação, totalizando 68,6 milhões de beneficiários de planos e seguros de saúde, em setembro de 2013. Em setembro de 2013, nas associadas à FenaSaúde, 90,9% dos beneficiários de planos médicos e 97,3% dos planos exclusivamente odontológicos possuem planos novos, com as coberturas garantidas pela Lei 9.656/98. Na saúde suplementar, esses planos correspondem a 87,3% e 97,5%, respectivamente. O tipo de contratação mais frequente é de planos coletivos empresariais, considerando os planos de assistência médica no mercado de saúde suplementar. Nas associadas, eles correspondem a 78,3% do total. Os planos coletivos por adesão representam 8,0% e os individuais 12,4%. Nas associadas à Federação, 97,1% dos beneficiários possuem planos completos, ou seja, com a segmentação ambulatorial e hospitalar. Na saúde suplementar, esses produtos respondem por 93,1% dos vínculos. A região Sudeste concentra o maior número de beneficiários entre as regiões do país. São 10,9 milhões de beneficiários de planos médicos e 7,5 milhões de planos exclusivamente odontológicos das associadas à Federação. A taxa de cobertura dos planos de assistência médica alcançou 25,3% e, nos planos exclusivamente odontológicos, 10,1% da população.
05
PANORAMA FINANCEIRO DA SAÚDE SUPLEMENTAR
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C
onforme observado em períodos anteriores, a despesa assistencial das operadoras de planos e seguros de saúde aumenta mais que a receita de contraprestações e deve continuar crescendo nos próximos anos. O principal motivo para o incremento nas despesas está associado aos gastos com materiais e medicamentos de forma indiscriminada e a crescente incorporação tecnológica sem a comprovação de custo-efetividade. A inflação médica, crescente na maioria dos países, distancia a variação dos custos assistenciais do índice de inflação geral da economia, que serve de referência para o planejamento do orçamento familiar e das empresas. Em razão disso, a cada ano, a capacidade de pagamento da população diminui frente à elevação dos custos em saúde, colocando em risco a sustentabilidade do setor. A introdução de novas tecnologias em saúde de forma acrítica colabora para a formação desse cenário. É preciso seguir os exemplos de países como Canadá, França e Inglaterra, onde existe uma ou mais instâncias independentes capazes de avaliar a relação custo-benefício
da incorporação de novas tecnologias, garantindo resultados assistenciais favoráveis aos pacientes e ao setor. A formação dos preços na cadeia de comercialização necessita de transparência, especialmente nas indústrias de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), que atualizam os seus produtos e tecnologias constantemente elevando os custos do setor. No 3º trimestre de 2013, as receitas de contraprestações1 das associadas à FenaSaúde somaram R$ 11,2 bilhões e aumentaram 11,0% em relação ao trimestre anterior. As despesas assistenciais2 totalizaram R$ 9,6 bilhões e cresceram 14,7% no mesmo período (tabela 1). Conforme destacado na edição anterior deste boletim, permanece o crescimento acentuado da despesa assistencial, também no mercado de saúde suplementar. A receita de contraprestações totalizou R$ 29,1 bilhões, alta de 10,7%, enquanto a despesa assistencial totalizou R$ 24,8 bilhões e cresceu 13,7%.
O incremento na despesa assistencial está relacionado, entre outros fatores, aos gastos com materiais e medicamentos de forma indiscriminada e a crescente incorporação tecnológica sem a comprovação de custo-efetividade.
Receitas obtidas por meio das mensalidades – Prêmio Emitido Líquido. 2 Despesas assistenciais são as resultantes de toda e qualquer utilização, pelos beneficiários, das coberturas contratadas, tais como as consultas, os exames, os tratamentos, os atendimentos hospitalares (internações e outros) etc. 1
07
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Tabela 1 – Panorama da saúde suplementar – FenaSaúde e Mercado Setembro/13 Modalidade
Operadoras1
Total
(%)3
Receitas4
Despesas4 ASS
ADM
IMP
Total
Medicina de grupo
322
20,3
29,7
8,5
7,2
1,5
0,2
8,9
Cooperativa médica
320
18,6
27,1
9,9
8,4
1,5
0,2
10,1
12
7,3
10,7
6,2
5,3
0,7
0,0
6,1
Autogestão
190
5,3
7,8
3,0
3,0
0,4
0,0
3,4
Filantropia
81
1,6
2,3
0,6
0,5
0,4
0,0
0,9
Odontologia de grupo
228
12,4
18,1
0,5
0,2
0,1
0,0
0,4
Cooperativa odontológica
116
3,0
4,4
0,1
0,1
0,0
0,0
0,1
31
25,4
37,1
11,2
9,6
1,5
0,1
11,3
1.269
68,6
100,0
29,1
24,8
4,7
0,5
30,0
Seguradora especializada em saúde
FenaSaúde5 Mercado
4
08
Beneficiários
2
Notas: ¹Quantidade de operadoras com registro ativo e com beneficiários. ²Quantidade em milhões. 3 Market-Share por modalidade. 4Contempla os dados das Administradoras de Benefícios. ASS - Despesa assistencial / ADM - Despesas administrativas (considera as despesas com comercialização) / IMP - Impostos - R$ bilhões. 5Inclui todas as operadoras associadas à FenaSaúde em set/13 - R$ bilhões.
Nas associadas à FenaSaúde, a despesa assistencial totalizou R$ 26,1 bilhões nos nove primeiros meses do ano, aumento de 15,3% na comparação com igual período de 2012.
O resultado do 3º trimestre foi 18,9% maior na comparação com o 3º trimestre de 2012. A receita de contraprestações cresceu 14,0% e 16,8% na mesma base de comparação (tabela 2).
Crescimento da despesa assistencial – FenaSaúde
15,3%
18,9%
nove primeiros meses de 2013/2012.
terceiro trimestre de 2013/2012.
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Tabela 2 – Evolução recente do panorama financeiro da saúde suplementar – FenaSaúde e Mercado FenaSaúde
R$ milhões
Receita e despesa
3T13
9M13
3T12
9M12
∆ (%) 3T13/3T12
∆ (%) 9M13/9M12
Receita de contraprestações
11.230
31.605
9.618
27.712
16,8
14,0
(44)
736
(161)
544
–
–
11.275
30.869
9.779
27.168
15,3
13,6
Despesa assistencial
9.623
26.117
8.095
22.660
18,9
15,3
Despesa administrativa1
1.502
4.291
1.537
4.087
(2,3)
5,0
150
461
147
421
1,8
9,6
Receita e despesa
3T13
9M13
3T12
9M12
Receita de contraprestações
29.078
81.550
25.847
73.044
12,5
11,6
(922)
501
(38)
88
–
–
30.000
81.049
25.885
72.956
15,9
11,1
24.827
67.080
20.896
59.022
18,8
13,7
4.704
12.443
4.479
12.555
5,0
(0,9)
469
1.525
510
1.379
(8,0)
10,6
Resultado operacional Despesa total
Impostos
Mercado
Resultado operacional Despesa total Despesa assistencial Despesa administrativa1 Impostos
∆ (%) 3T13/3T12
∆ (%) 9M13/9M12
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS - Extraído em 3/1/14. Nota: 1Considera as despesas com comercialização.
A variação da despesa assistencial e da receita de contraprestações no mercado de saúde suplementar é semelhante à das associadas à FenaSaúde. Nota-se um crescimento mais acelerado da despesa assistencial nos últimos trimestres. O resultado é uma margem operacional baixa, num setor que demanda um volume cada vez maior de reservas técnicas. As operadoras de planos e seguros de saúde no país operam de acordo com o Regime Financeiro de Repartição Simples, no qual o valor das mensalidades de todos os beneficiários é destinado ao pagamento da despesa gerada por aqueles que utilizaram os serviços
médico-hospitalares, havendo o mutualismo entre todos. Não ocorre a formação de uma poupança individual, como no Regime Financeiro de Capitalização, na qual as mensalidades dos beneficiários são destinadas aos gastos individuais no presente ou no futuro.
No mercado de saúde suplementar a despesa assistencial totalizou R$ 24,8 bilhões no 3º trimestre de 2013.
09
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Receita e despesa por modalidade Nas seguradoras especializadas em saúde, a receita e a despesa aumentaram de forma significativa em relação às demais modalidades. A receita de contraprestações aumentou 20,3%, enquanto a despesa assistencial cresceu
22,5% no 3º trimestre de 2013, em relação ao mesmo período do ano anterior (tabelas 3 e 4). Nota-se que em todas as modalidades, a despesa assistencial aumentou de forma mais acentuada que a receita de contraprestações.
Tabela 3 – Receita de contraprestações por modalidade – Mercado R$ milhões
∆ (%) 3T13/ 3T12
2T13
∆ (%) 3T13/ 3T12
9M13
9M12
∆ (%) 9M13/ 9M12
8.797
12,5
9.257
6,9
28.176
25.482
10,6
8.533
7.127
19,7
7.624
11,9
23.626
20.730
14,0
Seguradora especializada em saúde
6.170
5.130
20,3
5.209
18,4
16.927
14.626
15,7
Autogestão
3.035
2.685
13,0
2.887
5,1
8.800
7.722
14,0
Filantropia
592
544
8,8
534
10,9
1.661
1.582
5,0
Odontologia de Grupo
456
420
8,7
448
1,8
1.345
1.235
8,9
Cooperativa odontológica
103
103
(0,2)
99
3,8
302
300
1,0
29.078
25.847
12,5
26.269
10,7
81.550
73.044
11,6
Modalidade
10
3T13
3T12
Cooperativa Médica
9.893
Medicina de Grupo
Total
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS - Extraído em 3/1/14.
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Nas seguradoras especializadas em saúde, a receita de contraprestações aumentou 20,3%, enquanto a despesa assistencial cresceu 22,5% no 3º trimestre de 2013, em relação ao mesmo período do ano anterior. Tabela 4 – Despesa assistencial por modalidade – Mercado R$ milhões
9M13
9M12
∆ (%) 9M13/ 9M12
7,9
23.202
20.694
12,1
6.195
16,9
19.129
16.551
15,6
22,5
4.479
19,4
14.469
12.401
16,7
2.557
17,8
2.633
14,4
8.129
7.330
10,9
508
461
10,0
446
13,8
1.383
1.315
5,1
Odontologia de Grupo
190
186
2,1
189
0,3
535
511
4,7
Cooperativa odontológica
65
67
(3,9)
61
5,6
183
194
(5,4)
24.827
20.896
18,8
21.839
13,7
67.080
59.022
13,7
Modalidade
∆ (%) 3T13/ 3T12
3T13
3T12
Cooperativa Médica
8.439
7.298
15,6
7.823
Medicina de Grupo
7.245
5.950
21,8
Seguradora especializada em saúde
5.348
4.365
Autogestão
3.012
Filantropia
Total
∆ (%) 3T13/ 3T12
2T13
11
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS - Extraído em 3/1/14.
O índice de reajuste anual regulado pela ANS, definido para o mercado de saúde suplementar, não acompanha o aumento dos gastos com a incorporação de novas tecnologias e o incremento na utilização de novos procedimentos. A inflação médica é superior à inflação que mede os demais preços da economia. Além disso, o aumento da despesa assistencial é ocasionado pelo crescimento dos preços unitários, a frequência de utilização e pela incorporação de novas tecnologias.
13,7% aumento da despesa assistencial na saúde suplementar nos nove primeiros meses de 2013, em comparação ao mesmo período de 2012.
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Resultado operacional Nos últimos anos, o crescimento da despesa total superou o da receita de contraprestações, comprimindo o resultado do setor. Cabe ressaltar que, nas associadas à FenaSaúde, a despesa assistencial corresponde a 85,4% da despesa total no 3º trimestre de 2013 e
84,6% nos primeiros nove meses do ano. No mercado de saúde suplementar, a participação da despesa assistencial é de 82,8%, em ambos os períodos, na mesma base de comparação. Em contrapartida, a participação da despesa administrativa é mais elevada.
Tabela 5 – Resultado operacional consolidado FenaSaúde e Mercado R$ milhões
FenaSaúde Receita e despesa Receita de contraprestações Resultado operacional Despesa total Despesa assistencial Despesa administrativa
1
12
Impostos
Mercado
3T13
Participação (%)
3T13
Participação (%)
11.230
100
29.078
100
(44)
(0,0)
(922)
(0,0)
11.275
100
30.000
100
9.623
85,4
24.827
82,8
1.502
13,3
4.704
15,7
150
1,3
469
1,6
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS - Extraído em 3/1/14. Nota: 1Considera as despesas com comercialização.
Inflação médica – desafio para a sustentabilidade do setor Um dos maiores desafios para a sustentabilidade do mercado de saúde suplementar é o aumento progressivo dos custos médico-hospitalares per capita em saúde, sempre superior à inflação dos preços ao consumidor. O aumento da inflação médica obriga a população a gastar uma parcela maior de sua renda em cuidados com saúde a cada ano. O gasto per capita em saúde3 cresce de forma mais acentuada no Brasil do que em alguns países desenvolvidos (gráfico 1). Entre 2002 e 2011, a variação acumulada no Brasil foi de 100,10%, maior do que nos Estados Unidos, 70,39%; Reino Unido, 65,97%; Canadá, 65,39%; Japão, 53,06% e França, 50,35%.
3
Organização Mundial da Saúde (OMS). Extraído em: 18/2/14.
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Gráfico 1 – Variação acumulada do gasto em saúde per capita (PPC US$)* – 2002-2011 120
Variação acumulada (%)
100 80 60 40 20 0
Brasil
2002
2003
2004
Estados Unidos
2005
2006
Reino Unido
2007
2008 Canadá
2009 Japão
2010
2011 França
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS). Extraído em: 18/2/14. Nota: *Paridade do Poder de Compra - US$.
O aumento dos custos médico-hospitalares per capita está associado, principalmente, a crescente incorporação tecnológica sem a comprovação de custo-efetividade. Além disso, o aumento, seja na frequência ou na utilização de exames, consultas e procedimentos de alta complexidade, alterações demográficas e o desperdício dos recursos, contribuem para esse cenário.
A decisão de utilizar tecnologias é baseada, muitas vezes, na experiência do passado de um médico. Além disso, a atual estrutura de pagamento fee for service4 (FFS) incentiva a utilização, em alguns casos desnecessária, dessas novas tecnologias.
Novos medicamentos, equipamentos de imagem e diagnóstico são redesenhados e ofertados no mercado com frequência. Essas novas tecnologias podem desempenhar um papel significativo no aumento da longevidade e na melhoria da qualidade de vida. Entretanto, são muitas vezes caras, e há escassez de evidência custo-efetividade que auxilie o médico e o paciente na tomada de decisão.
É um termo utilizado para definir uma forma de remuneração aos médicos. Para cada procedimento médico-hospitalar é definido e cobrado um valor específico. 4
13
OPERADORAS E INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS
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Operadoras
E
m setembro de 2013, havia 1.274 operadoras em atividade com beneficiários no Brasil (929 médico-hospitalares e 345 exclusivamente odontológicas). De janeiro a setembro de 2013, foram cancelados 79 registros (55 médico-hospitalares e 24 exclusivamente odontológicas). Deste total, 26 operadoras sofreram liquidação extrajudicial e 53 registros foram cancelados por outros motivos (tabela 6).
79 registros cancelados de janeiro a setembro de 2013.
Tabela 6 – Evolução do registro de operadoras – Mercado
Registros cancelados Liquidação extrajudicial¹ Cancelamentos (Exceto Liquidação extrajudicial)
Registros novos Operadoras em atividade Operadoras com beneficiários2 Médico-hospitalares Exclusivamente odontológicas Operadoras sem beneficiários
2007
2008
2009
2010
2011
2012
20133
199
199
101
142
74
100
79
22
13
13
17
16
20
26
177
186
88
125
58
80
53
62
31
34
65
56
37
31
1.928 1.760 1.693 1.616 1.598 1.535 1.487 1.576
1.521
1.477
1.410
1.369
1.322
1.274
1.168
1.117
1.087
1.044
1.006
964
929
408
404
390
366
363
358
345
352
239
216
206
229
213
213
Fontes: Caderno de Informação da Saúde Suplementar/ANS - dezembro/2013 e Resoluções Operacionais ANS. Notas: ¹Foram desconsideradas as Resoluções Operacionais revogadas. ²Contempla quatro operadoras que estavam ativas em set/13 no momento da coleta de dados e cujos registros foram posteriormente cancelados. O número de operadoras apresentado nesta tabela foi extraído do Caderno de Informações da Saúde Suplementar/ANS. Por esta razão, diverge da quantidade de operadoras apresentada na tabela 1, cujos dados foram extraídos no TABNET/ANS. 3Resultado até set/2013.
A exclusão de operadoras que não têm condições financeiras de atuar no mercado de saúde suplementar aperfeiçoa e garante maior segurança ao consumidor e sustentabilidade ao setor. A necessidade constante de constituição de reservas, acoplada ao aumento das despesas assistenciais e às novas exigências da regulamentação, tendem a formar um mercado consolidado,
5
Média de registros cancelados entre dez/07 e set/13.
com operadoras financeiramente sólidas, capazes de garantir o acesso aos cuidados médico-hospitalares e odontológicos aos seus beneficiários em uma atividade com enorme importância social. Desde 20075 , são cancelados em média 50 registros de operadoras com beneficiários por ano (79,1% médico-hospitalares e
15
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 05
20,9% exclusivamente odontológicas), por liquidação extrajudicial ou outros motivos. O cancelamento por liquidação extrajudicial, que representava em 11,1% em dezembro de 2007, aumentou para 32,9% em setembro de 2013. Os cancelamentos por motivos diversos correspondem a 67,1%. Atuam no mercado de saúde suplementar 929 operadoras de assistência médica
com beneficiários, distribuídas em medicina de grupo, 34,8%; cooperativa médica, 34,6%; autogestão, 20,5%; filantropia, 8,8% e seguradora especializada em saúde, 1,3%. Embora representem 1,3% das operadoras do mercado, as seguradoras especializadas em saúde possuem mais de 6,8 milhões de beneficiários, o que representa 14,0% do total de beneficiários na saúde suplementar em setembro de 2013.
Planos e seguros de saúde A oferta de planos e seguros6 de saúde de contratação individual ou coletiva (empresarial ou por adesão) é livre à iniciativa privada, conforme Lei 9.656/98 e a regulamentação da ANS.
16
Um ambiente regulatório e jurídico sujeito a incertezas, como é o da saúde suplementar, reflete na precificação, principalmente, dos planos individuais, razão do alto valor dos produtos disponibilizados ao mercado.
O número de registros de planos individuais totalizou 15.190 e aumentou 3,1%, entre setembro de 2013 e setembro de 2012. Estes planos correspondem a 46,7% do total disponível no mercado em setembro de 2013 (tabela 7). Isto demonstra claramente que as operadoras continuam ofertando planos individuais com características distintas.
Tabela 7 – Planos privados de assistência médica, com beneficiários, por tipo de contratação, segundo a época de contratação (set/13 – set/12) – Mercado
Época de contratação
Individual ou familiar
Coletivo empresarial
Coletivo por adesão
Total1
Set/13
Set/12
Set/13
Set/12
Set/13
Set/12
Set/13
Set/12
Total
15.190
14.738
11.573
11.115
5.688
5.505
32.534
31.445
Novos
7.938
7.831
8.414
7.788
3.554
3.372
19.989
19.078
Antigos
7.252
6.907
3.159
3.327
2.134
2.133
12.545
12.367
Fontes: Caderno de Informação da Saúde Suplementar/ANS - dezembro/2012. Tabnet/ANS - Extraído em: 14/1/14. Nota: 1 Considera o plano coletivo “Não identificado”.
É o produto oferecido pelas operadoras de planos e seguros de saúde, que se materializa por meio de um contrato e garante a cobertura dos serviços de assistência à saúde, na forma estabelecida pela legislação do setor de saúde suplementar. 6
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Provisões técnicas As associadas à FenaSaúde constituíram mais de R$ 14,0 bilhões em reservas técnicas nos últimos anos, o que representa 53,6% do total do setor, embora possuam apenas 37,1% dos beneficiários de planos de assistência médica e exclusivamente odontológicos (gráfico 2). No 3º trimestre de 2013, foram provisionados R$ 2,1 bilhões, 32,6% acima do valor provisionado no mesmo período de 2012.
O aumento das provisões técnicas reflete o crescimento das despesas assistenciais, prenunciando a necessidade de elevação das mensalidades no curto prazo. A constituição de provisões técnicas garante a sustentabilidade econômico-financeira das operadoras de planos de saúde, permitindo-as honrar os seus compromissos futuros de maneira proporcional aos riscos que assumem contratualmente com prestadores e beneficiários.
Gráfico 2 – Provisões técnicas por trimestre FenaSaúde e Mercado R$ bilhões
26,2
18,4 15,1 11,8 4,8
7,2
2008.3
8,3 5,2
2009.3
6,0
2010.3
FenaSaúde
14,0
17
9,5
7,8
2011.3
2012.3
Mercado
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS - Extraído em 7/1/14.
A constituição de provisões técnicas garante a sustentabilidade econômico-financeira das operadoras de planos de saúde.
2013.3
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Sinistralidade No 3º trimestre de 2013, a taxa de sinistralidade7 alcançou o nível mais elevado desde o segundo trimestre de 2007, 85,7% nas associadas à FenaSaúde e 85,4% no mercado (gráfico 3).
Mesmo considerando a sazonalidade observada no 3º trimestre de cada ano, o resultado recente está 4,4 pontos percentuais acima da média para o mesmo período, de anos anteriores.
Gráfico 3 – Sinistralidade por trimestre FenaSaúde e Mercado valores em %
85,7 83,5 80,4
80,2
81,0
18
2007.3
82,8
81,9
81,4 79,9
78,3
85,4
84,2
80,8
78,3
2008.3
2009.3
2010.3
FenaSaúde
2011.3
2012.3
2013.3
Mercado
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS - Extraído em 7/1/14.
O aumento na taxa de sinistralidade contribui para o cenário de incertezas nas operadoras de menor porte. As economias de escala na saúde suplementar fazem com que o número de beneficiários seja um fator importante para a sustentabilidade econômico-financeira das operadoras. Quanto maior a quantidade de beneficiários, menor é a incerteza quanto às despe-
sas com assistência à saúde. O maior número de beneficiários reduz a variabilidade da despesa assistencial em torno de sua média, aumentando sua previsibilidade. Isso não ocorre nas operadoras de menor porte e qualquer oscilação na frequência da utilização ou na incidência de eventos de maior complexidade podem elevar consideravelmente a taxa de sinistralidade e comprometer o resultado econômico-financeiro da operadora.
A sinistralidade demonstra a relação entre a despesa assistencial e a receita de contraprestações das operadoras de planos de saúde. 7
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Índices econômico-financeiros Os índices econômico-financeiros apresentados nesta seção auxiliam na análise da situação econômico-financeira das operadoras de planos de assistência médica e exclusivamente odontológicos, entre janeiro e setembro de 2013. Os dados foram extraídos das demonstrações
contábeis das operadoras por modalidade e não foram tratados estatisticamente, no sentido de excluir possíveis dados discrepantes (outliers), por este motivo, podem divergir das informações divulgadas pela ANS (tabela 8).
Tabela 8 – Índices financeiros FenaSaúde e Mercado (jan-set/13) Modalidade
SIN¹
DA²
DC³
IC4
ICA5
ROE6,7
FenaSaúde
82,8
8,6
5,1
96,5
93,9
10,3
Medicina de grupo
82,7
10,9
4,0
97,6
97,0
5,0
Seguradora especializada em saúde
85,4
6,1
5,7
97,3
93,0
12,4
Odontologia de grupo
40,3
17,9
9,7
68,0
68,4
32,9
Mercado
81,9
11,7
3,7
97,2
95,7
10,8
Medicina de grupo
81,4
13,2
3,7
98,2
97,6
3,3
Seguradora especializada em saúde
85,4
6,1
5,7
97,3
93,0
12,4
Cooperativa médica
82,4
13,1
2,1
97,5
96,9
16,3
Odontologia de grupo
39,8
22,3
9,9
72,0
72,4
32,6
Cooperativa odontológica
60,4
29,8
4,1
94,3
94,3
14,1
Fonte: Demonstrações contábeis das operadoras/ANS - Extraído em 7/1/14. Notas: ¹Sinistralidade (SIN) - Eventos indenizáveis líquidos/Contraprestações efetivas. ²Índice de despesas administrativas (DA) - Despesas administrativas/ Contraprestações emitidas líquidas. ³Índice de despesas de comercialização (DC) - Despesas de comercialização/ Contraprestações emitidas líquidas. 4Índice combinado (IC) - Despesas administrativas + Despesas de comercialização + Eventos indenizáveis líquidos/ Contraprestações emitidas líquidas. 5Índice combinado ampliado (ICA) Despesas administrativas + Despesas de comercialização + Eventos indenizáveis líquidos/ Contraprestações emitidas líquidas + Resultado financeiro líquido. 6Retorno sobre Patrimônio (Return On Equity - ROE) - Passivo circulante + Exigível a longo prazo/ Ativo total. 7Dados agregados excetuando-se as modalidades: administradora de benefícios, autogestão e filantropia. 8Não foram considerados os resultados da modalidade administradora de benefícios.
19
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Sinistralidade – SIN A relação entre as despesas assistenciais e as receitas de contraprestações das operadoras de planos médicos e odontológicos é denominada sinistralidade.
fator que contribui para elevação da sinistralidade é o desperdício, ocasionado pelo uso indevido ou desnecessário dos serviços médico-hospitalares.
A inclusão de novos procedimentos nas coberturas obrigatórias do novo Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde tende a elevar as despesas assistenciais das operadoras no curto prazo, aumentando o índice de sinistralidade. Outro
A sinistralidade média foi de 82,8% nas associadas à FenaSaúde, e 81,9% no mercado, de janeiro a setembro de 2013. As seguradoras especializadas em saúde apresentam índices de sinistralidade mais elevados, 85,4%.
Despesa administrativa – DA A despesa administrativa8 corresponde aos gastos com os recursos humanos, infraestrutura e terceirização, dentre outros. Esta despesa não está relacionada à prestação direta dos serviços de assistência à saúde. Nas associadas à FenaSaúde 20
corresponde a 8,6% da receita, enquanto no mercado a participação é de 11,7%. No segmento odontológico do mercado, a despesa administrativa corresponde a 22,3% da receita na odontologia de grupo e 29,8% na cooperativa odontológica.
Despesa de comercialização – DC Nas associadas à Federação, a despesa de comercialização9 representa 5,1% da receita, com destaque para odontologia de grupo, 9,7%. A participação na despesa de comercialização das seguradoras especializadas em saúde associadas à
8 9
FenaSaúde foi de 5,7% e nas medicinas de grupo, 4,0%. No mercado o índice foi de 3,7%, e a participação da despesa com comercialização foi maior na odontologia de grupo, 9,9%.
Relação entre despesa administrativa e o total da receita com operação de planos de saúde (contraprestações efetivas). Relação entre despesa de comercialização e o total da receita com operação de planos de saúde (contraprestações efetivas).
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Índice combinado – IC Nas associadas à FenaSaúde, 96,5% da receita foi comprometida com os gastos assistenciais, administrativos e de comercialização10. No mercado, este percentual foi de 97,2%. Na modalidade medicina de grupo, tanto nas associadas quanto no mercado, o comprometimento
da receita é ainda maior, com 97,6% e 98,2%, respectivamente. Em odontologia de grupo, por apresentarem uma taxa de sinistralidade menor, o comprometimento da receita é de 68,0% nas associadas à Federação e de 72,0% no mercado.
Índice combinado ampliado – ICA O índice combinado ampliado11 demonstra o comprometimento da receita de contraprestações em relação à despesa assistencial, administrativa e de comercialização. Em seu cálculo, é adicionado o resultado financeiro líquido, por este motivo, em geral, é inferior ao índice combinado (IC).
O comprometimento da receita com as despesas totais foi de 93,9% nas associadas à FenaSaúde e de 95,7% no mercado. Na medicina de grupo, nota-se o maior índice, com 97,0% nas associadas e 97,6% no mercado.
Retorno sobre o patrimônio líquido – ROE O retorno sobre o patrimônio líquido12 corresponde à rentabilidade do capital próprio. Comparado com outros setores da economia, é relativamente baixo, principalmente nas medicinas de grupo. O ROE foi de 10,3% nas associadas à FenaSaúde e 10,8% no mercado. Entre as modalidades, nas seguradoras especializadas em saúde foi de 12,4%, e na
medicina de grupo, 5,0% nas associadas à FenaSaúde, e de 12,4% e 3,3%, respectivamente, no mercado. Na odontologia de grupo os resultados são mais expressivos, tanto nas associadas quanto no mercado, com 32,9% e 32,6%, respectivamente.
Relação entre despesa operacional (administrativa, comercialização e assistencial) e a receita (contraprestações efetivas). Similar ao índice combinado, mas considera também o resultado financeiro. 12 Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido. Mostra a relação entre o resultado líquido e o patrimônio líquido. Deriva da expressão anglo-saxônica “return on equity”. 10 11
21
BENEFICIÁRIOS
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 05
Mercado
O
mercado de saúde suplementar cresceu 1,4% em relação ao trimestre anterior, totalizando 68,6 milhões de beneficiários13 de planos e seguros de saúde em setembro de 2013 (tabela 9). Apesar da variação positiva em relação aos dois trimestres anteriores, não se pode afirmar que o setor está recuperando o ritmo de crescimento observado em períodos anteriores.
Em doze meses, terminados em setembro de 2013, o crescimento observado foi o menor registrado nos últimos dez anos. O ciclo positivo de elevação do rendimento médio real e do nível de emprego contribui para o crescimento recente do setor. Além disso, o resultado atual é atribuído especialmente às micro e pequenas empresas (MPE).
Tabela 9 – Beneficiários por cobertura assistencial, segundo a modalidade da operadora – FenaSaúde e Mercado valores por mil
Modalidade da operadora
Set/13
Set/12
∆1 (%)
Jun/13
∆² (%)
Assistência médica com ou sem odontologia FenaSaúde³
14.211
13.513
5,2
13.951
1,9
Medicina de grupo
7.368
7.155
3,0
7.223
2,0
Seguradora especializada em saúde
6.843
6.359
7,6
6.728
1,7
49.033
47.511
3,2
48.587
0,9
Mercado
Exclusivamente odontológico FenaSaúde³
11.214
10.580
6,0
10.890
3,0
Medicina de grupo
2.102
1.777
18,3
2.031
3,5
Odontologia de grupo
8.608
8.329
3,4
8.379
2,7
503
474
6,2
479
5,1
19.532
18.741
4,2
19.048
2,5
25.425
24.093
5,5
24.841
2,4
Medicina de grupo
9.470
8.932
6,0
9.255
2,3
Odontologia de grupo
8.608
8.329
3,4
8.379
2,7
Seguradora especializada em saúde
7.347
6.832
7,5
7.207
1,9
68.565
66.252
3,5
67.635
1,4
Seguradora especializada em saúde Mercado
Total FenaSaúde³
Mercado Fonte: Tabnet/ANS - Extraído em: 14/1/14.
Notas: ¹Variação entre set/13 e set/12. ²Variação entre set/13 e jun/13. ³Os números de beneficiários contabilizados de set/12 a set/13 diferem daqueles informados nas edições anteriores do boletim porque nesta edição foi possível atualizar os dados de competências anteriores. Os dados de 2011 a 2013 abrangem os beneficiários das operadoras associadas à FenaSaúde em set/13.
13
O número de beneficiários refere-se à quantidade de vínculos informados ao Sistema de Informações de Beneficiários (SIB).
23
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No Brasil, existem 6,3 milhões de empresas, desse total, 99% são micro e pequenas empresas que respondem por mais de dois terços do total de empregos formais e informais do setor privado14. Neste segmento, o plano de saúde passou a ser incorporado como uma política efetiva de benefícios e de retenção de profissionais. Os planos de assistência médica cresceram 0,9% em setembro de 2013 na comparação junho de 2013, somando 49,0 milhões de beneficiários (25,3% da população). Nos planos exclusivamente odontológicos, o crescimento foi de 2,5%, contabilizando 19,5 milhões de beneficiários (10,1% da população).
24
Conforme destacado na edição especial do boletim, em outubro de 2013, mesmo diante das ações de aperfeiçoamento na gestão do cadastro de beneficiários, com objetivo de melhorar a qualidade das informações, muitos ajustes ainda serão necessários para regularizar as informações dos sistemas de saúde suplementar, de forma a reduzir cada vez mais a assime-
tria e evitar instabilidades expressivas nos dados divulgados, decorrentes do reenvio de informações por parte das operadoras ou qualquer outro motivo. A tabela 10 apresenta a variação do número de beneficiários dos planos de assistência médica, conforme o ano de competência e a edição do Caderno de Informações da Saúde Suplementar na qual o resultado foi divulgado. Segundo o Caderno de Informações da Saúde Suplementar da ANS, de março de 2008, a variação do número de beneficiários dos planos de assistência médica foi de 7,74% entre dezembro de 2007 e dezembro de 2006. Um ano depois, na edição de março de 2009, a variação foi de 5,09% para o mesmo período. Nota-se, também, que nas edições seguintes a variação permaneceu instável e o resultado do número de beneficiários foi ajustado 19 vezes para esta competência, desde a primeira divulgação do resultado.
Tabela 10 – Variação do número de beneficiários dos planos de assistência médica por edição do Caderno de Informações da Saúde Suplementar e competência (mar/08 – mar/13) valores em %
Edição do Caderno de Informações da Saúde Suplementar
TABNET Ajustes na em: competência 14/1/14
Competência
Mar/ 08
Mar/ 09
Mar/ 10
Mar/ 11
Mar/ 12
Mar/ 13
Dez/07
7,74
5,09
5,01
5,01
5,65
5,10
5,55
19
4,91
5,40
5,01
5,14
4,91
5,42
17
4,85
3,70
3,33
2,85
2,68
14
8,70
8,46
6,85
5,73
11
4,21
3,63
2,89
7
2,06
3,45
3
Dez/08 Dez/09 Dez/10 Dez/11 Dez/12
Fonte: Caderno de Informações da Saúde Suplementar/ANS – Todas as edições - Extraído em 14/1/14.
14
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
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Em algumas edições do Caderno de Informações da Saúde Suplementar da ANS, as variações foram superestimadas (edição mar/08 – competência dez/07, edição mar/10 – competência dez/09, edição mar/11 – competência dez/10, edição mar/12 – competência dez/11). Em outras, subestimadas (edição mar/09 – competência dez/08, edição mar/13 – competência dez/12). Na primeira edição de 2013, o crescimento do setor foi de 2,06%. Nove meses após a divulgação deste resultado, a variação
para a competência de dez/12, em relação à dez/11, aumentou para 3,45%, uma diferença de quase 1,5 p.p.. Por se tratarem de registros administrativos, a ANS ressalta que os dados publicados são preliminares, sujeitos a alteração em razão das atualizações dos cadastros das operadoras. De qualquer forma, a instabilidade nos dados pode gerar uma percepção equivocada dos diversos agentes econômicos sobre a evolução do mercado de saúde suplementar no Brasil.
FenaSaúde As 31 operadoras associadas à FenaSaúde foram responsáveis pela cobertura de 25,4 milhões de beneficiários, o que representa 37,1% dos vínculos do mercado de saúde suplementar, em setembro de 2013. O crescimento foi de 2,4 % no número de beneficiários na comparação junho de 2013 e de 5,5% nos últimos doze meses terminados em setembro de 2013. Nos planos de assistência médica, cresceu 1,9% e 5,2%; nos planos exclusivamente odontológicos, 3,0% e 6,0%, respectivamente, na mesma base de comparação. Entre as modalidades, nas seguradoras especializadas em saúde, o número de beneficiários nos planos de assistência médica, aumentou 1,7% em relação a junho de 2013. O crescimento em doze meses foi de 7,6%, passando de 6,4 milhões de beneficiários em setembro de 2012, para 6,8 milhões em setembro de 2013.
25,4
milhões de beneficiários foram assistidos pelas 31 operadoras associadas à FenaSaúde em setembro de 2013.
25
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Época de contratação Com a entrada em vigor da Lei 9.656/98, passaram a ser chamados de “planos novos” aqueles cujos contratos foram comercializados após a vigência da lei, a partir de 2 de janeiro de 1999. Esses produtos possuem coberturas assistenciais amplas, além de outras proteções regulamentadas pela ANS.
dos, mas permanecem válidos para quem não optou pela adaptação às novas regras. O beneficiário pode, a seu critério, adaptar seu contrato às regras de regulamentação dos planos novos. Nas associadas à FenaSaúde, 90,9% dos beneficiários de planos médicos e 97,3% dos planos exclusivamente odontológicos possuem planos novos, com as coberturas garantidas pela Lei 9.656/98. Na saúde suplementar estes planos correspondem a 87,3% e 97,5%, respectivamente (tabela 11).
Nos “planos antigos” ou não regulamentados, contratados antes da nova lei, prevalecem os termos firmados em contrato. Estes planos não podem ser comercializa-
Tabela 11 – Beneficiários por época de contratação set/13 – FenaSaúde e Mercado valores por mil
Época de contratação¹ 26 Total Antigo Novo
Assistência médica com ou sem odontologia
Exclusivamente odontológico
FenaSaúde
MarketShare (%)
Mercado
FenaSaúde
MarketShare (%)
Mercado
14.211
29,0
49.033
11.214
57,4
19.532
1.287
20,7
6.226
301
60,7
495
12.924
30,2
42.807
10.913
57,3
19.037
Fontes: SIB/ANS - 9/13 e Tabnet/ANS - Extraído em 14/1/14. Nota: ¹Antigo: plano de saúde contratado antes da vigência da Lei 9.656/98. Novo: plano de saúde contratado a partir de 2 de janeiro de 1999, ou seja, na vigência da Lei 9.656/98.
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Tipo de contratação Nas associadas à FenaSaúde, considerando os planos de assistência médica, o tipo de contratação mais frequente é de planos coletivos empresariais15, 78,3%. Os planos coletivos por adesão16 representam 8,0% e os individuais17 12,4% do total de beneficiários em setembro de 2013 (tabela 12).
Nos planos exclusivamente odontológicos, 81,9% dos beneficiários possuem planos coletivos empresariais e 12,4% individuais, nas associadas à Federação.
Tabela 12 – Beneficiários por cobertura assistencial segundo o tipo de contratação – FenaSaúde e Mercado valores por mil
Tipo de contratação
FenaSaúde Set/13
Distribuição (%)
Mercado Set/13
Distribuição (%)
Assistência médica com ou sem odontologia Total
1
Coletivo Empresarial Por adesão Individual
14.211
100
49.033
100
12.270
86,3
38.574
78,7
11.131
78,3
32.025
65,3
1.136
8,0
6.531
13,3
1.766
12,4
9.853
20,1
Exclusivamente odontológico Total1 Coletivo Empresarial Por adesão Individual
27
11.214
100
19.532
100
9.820
87,6
15.986
81,8
9.184
81,9
13.979
71,6
636
5,7
1.893
9,7
1.389
12,4
3.451
17,7
Total Total1 Coletivo Empresarial Por adesão Individual
25.425
100
68.565
100
22.090
86,9
54.559
79,6
20.315
79,9
46.004
67,1
1.772
7,0
8.424
12,3
3.155
12,4
13.304
19,4
Fontes: SIB/ANS. Tabnet/ANS - Extraído em 14/1/14 Nota: 1Inclui os beneficiários identificados como “Coletivo não identificado” e “Não informado”.
Delimitado e vinculado à pessoa jurídica por relação empregatícia ou estatutária. Delimitado à população vinculada a pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial. 17 Livre adesão de beneficiários, pessoas naturais, com ou sem grupo familiar. 15 16
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No mercado de saúde suplementar o número de beneficiários nos planos individuais cresceu 1,59% em setembro de 2013 na comparação com junho de 2013. Nos últimos doze meses terminados em setembro de 2013, o crescimento foi de 1,63%. A comercialização dos planos individuais ou coletivos é facultativa às operadoras de planos e seguros de saúde. A política de preços praticada atualmente na venda dos planos individuais pode comprometer e inviabilizar a assistência à saúde dos beneficiários vinculados a esses planos.
1,6% Crescimento do número de beneficiários nos planos individuais nos últimos doze meses terminados em setembro de 2013.
Segmentação assistencial Nas associadas à Federação, 97,1% dos beneficiários possuem planos completos, ou seja, com a segmentação ambulatorial e hospitalar, associada ou não à cobertura
obstétrica18. Na saúde suplementar, esses produtos respondem por 93,1% dos vínculos em setembro de 2013 (tabela 13).
Tabela 13 – Beneficiários por segmentação assistencial FenaSaúde e Mercado
28
valores por mil
Segmentação assistencial Total¹ Ambulatorial Hospitalar² Hospitalar² e ambulatorial Referência
FenaSaúde
Market-Share (%)
Mercado
14.211
29,0
49.033
13
0,6
2.107
221
32,9
671
12.949
32,4
39.981
853
15,0
5.678
Fontes: SIB/ANS - 9/13 e Tabnet/ANS - Extraído em 14/1/14. Notas: ¹ Inclui beneficiários, cuja segmentação assistencial não foi informada. ² Planos hospitalares com ou sem obstetrícia.
18
Corresponde à soma da segmentação assistencial hospitalar e ambulatorial + referência.
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Faixa etária Nos planos médicos das associadas à FenaSaúde, 67,1% dos beneficiários têm entre 20 e 59 anos. Esta faixa etária representa 69,0% dos beneficiários dos planos coletivos e 53,6% dos individuais (tabela 14).
O aumento neste grupo é impulsionado principalmente pelo avanço de beneficiários na faixa etária de 35 a 39 anos, que cresceu 1,9% e 6,7%, na mesma base de comparação.
No mercado de saúde suplementar, a faixa etária de 20 a 59 anos também é predominante, representando 63,1% dos beneficiários dos planos médicos, em setembro de 2013. A participação de beneficiários nesta faixa etária cresce 1,1% em média, por trimestre, desde setembro de 2009.
Em setembro de 2003, a faixa etária entre 0 e 19 anos, representava 29,2% dos beneficiários de planos médicos. Após dez anos, essa proporção caiu para 25,5%. Em contrapartida, a faixa de 20 a 59 anos passou de 59,5% para 63,1%.
Tabela 14 – Beneficiários de planos médicos por faixa etária e tipo de contratação – set/13 – FenaSaúde e Mercado valores por mil
Distribuição (%)
Market-Share (%)
Mercado
Distribuição (%)
14.211
100,0
29,0
49.033
100,0
0-19 anos
3.760
26,5
30,1
12.513
25,5
20-59 anos
9.531
67,1
30,8
30.954
63,1
≥ 60 anos
920
6,5
16,5
5.566
11,4
Coletivo²
12.270
86,3
31,8
38.574
78,7
0-19 anos
3.241
26,4
34,0
9.530
24,7
20-59 anos
8.468
69,0
33,1
25.587
66,3
561
4,6
16,2
3.457
9,0
1.766
12,4
17,9
9.853
20,1
0-19 anos
482
27,3
16,7
2.887
29,3
20-59 anos
946
53,6
18,9
5.006
50,8
≥ 60 anos
338
19,1
17,2
1.960
19,9
Faixa etária FenaSaúde Total¹
≥ 60 anos Individual²
Fontes: SIB/ANS - 9/13 e Tabnet/ANS - Extraído em 14/1/14. Notas: ¹ Inclui os beneficiários com tipo de contratação “Não informado”. ² Inclui os beneficiários de faixa etária “idade inconsistente”.
29
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 05
Acima de 59 anos, a participação se manteve relativamente estável, com 11,2% em 2003 e 11,3% em 2013. Todavia, em termos absolutos houve um incremento de dois milhões de novos beneficiários nesta faixa etária. Com relação à taxa de cobertura nos planos médicos, a faixa etária entre 30 e 39 anos foi a que mais cresceu, 7 p.p. entre setembro de 2009 e setembro de 2013. Nos planos exclusivamente odontológicos o crescimento ocorreu principalmente na faixa de 20 a 59 anos. (tabela 15).
Destaca-se o crescimento nas faixas de 1 a 4 anos, 5.5 p.p.; 5 a 9 anos, 4,6 p.p.; 30 a 39 anos, 7,0 p.p. e 80 anos ou mais, 4,6 p.p..
Tabela 15 – Taxa de cobertura por segmentação assistencial e faixa etária – Mercado valores em %
Faixa etária
30
Assistência médica com ou sem odontologia
Exclusivamente odontológico
Set/13
Set/09
∆ (p.p.)
Set/13
Set/09
∆ (p.p.)
Total
25,3
21,9
3,4
10,1
6,6
3,5
Até 1 ano
21,0
19,0
2,0
2,6
1,9
0,7
1 a 4 anos
24,7
19,2
5,5
5,4
3,4
2,0
5 a 9 anos
21,0
16,4
4,6
7,1
4,5
2,6
10 a 14 anos
16,6
16,3
0,3
6,7
5,0
1,7
15 a 19 anos
17,6
15,6
2,0
7,6
4,9
2,7
20 a 29 anos
25,8
23,0
2,8
13,3
9,3
4,0
30 a 39 anos
32,7
25,7
7,0
16,6
10,2
6,4
40 a 49 anos
27,4
25,1
2,3
12,1
7,9
4,2
50 a 59 anos
27,6
25,4
2,2
9,0
5,9
3,1
60 a 69 anos
25,7
23,5
2,2
5,2
3,2
2,0
70 a 79 anos
25,9
25,1
0,8
2,9
2,0
0,9
80 anos ou mais
31,9
27,3
4,6
2,7
2,1
0,6
Fonte: Tabnet/ANS - Extraído em 14/1/14.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
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Grandes regiões
A
região Sudeste concentra o maior número de beneficiários entre as regiões do país. São 10,9 milhões nos planos médicos e 7,5 milhões nos exclusivamente odontológicos nas associadas à Federação, em setembro de 2013.
Nos planos médicos, distingue-se o crescimento mais acelerado no Centro-Oeste, 13,1%, e Sul, 7,7%. Nos planos odontológicos, o aumento mais expressivo foi observado no Norte, 56,7%, e Nordeste, 9,2% (tabela 16).
Tabela 16 – Beneficiários por cobertura assistencial e região brasileira – FenaSaúde e Mercado valores por mil
Região
Set/13 FenaSaúde
Set/12
Mercado
FenaSaúde
Mercado
∆¹ (%) FenaSaúde
∆¹ (%) Mercado
Assistência médica com ou sem odontologia² Brasil CentroOeste Nordeste Norte Sudeste Sul
14.211
49.033
13.513
47.511
5,2
3,2
653
2.754
578
2.648
13,1
4,0
1.469
6.649
1.456
6.272
0,9
6,0
279
1.805
270
1.707
3,4
5,8
10.981
31.137
10.440
30.361
5,2
2,6
829
6.671
770
6.507
7,7
2,5
Exclusivamente odontológico² Brasil CentroOeste Nordeste Norte Sudeste Sul
11.214
19.532
10.580
18.741
6,0
4,2
997
1.433
963
1.376
3,6
4,1
1.485
3.869
1.360
3.668
9,2
5,5
367
852
235
770
56,7
10,7
7.456
11.380
7.170
11.085
4,0
2,7
907
1.998
853
1.843
6,4
8,4
Fonte: Tabnet/ANS - Extraído em 14/1/14. Notas: ¹Variação entre set/12 e set/13. ²Inclui os beneficiários classificados como “exterior” e “UF não identificada”.
33
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Na saúde suplementar, nos planos de assistência médica, o crescimento mais expressivo foi observado nas regiões Nordeste, 6,0%, e Norte, 5,8%, em setembro de 2013 (mapa 1). As regiões Sudeste e Nordeste tiveram o maior crescimento de beneficiários de planos médicos e odontológicos em nú-
meros absolutos, em setembro de 2013 na comparação com setembro de 2012. Na região Sudeste, foram incorporados 777 mil beneficiários de planos médicos e 295 mil de planos odontológicos. Na região Nordeste foram 377 mil e 201 mil, respectivamente.
2,3 milhões de beneficiários foram incorporados ao sistema de saúde suplementar nos últimos doze meses terminados em setembro de 2013, aumento de 3,5% em relação a setembro de 2012.
34
Boletim da Saúde Suplementar • Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários • edição 05
Mapa 1 – Beneficiários por grandes regiões (set/13 – set/12) – Mercado
AM
1,8
5,8%
EO
0,8
10,7%
AM
6,6
6,0%
EO
3,9
5,5%
35 AM
2,8
4,0%
EO
1,4
4,1%
AM
6,7
2,5%
EO
1,9
8,4%
AM
31,1
2,6%
EO
11,4
2,7%
Fonte: Tabnet/ANS – Extraído em 14/1/14.
AM – Assistência médica com ou sem odontologia EO – Exclusivamente odontológico O primeiro número refere-se à quantidade de benefíciários em setembro/13 em milhões. O segundo, à taxa de crescimento nos últimos 12 meses terminados em setembro de 2013.
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A intensificação do desenvolvimento econômico, a elevação do nível de renda e a redução das desigualdades sociais contribuem para o crescimento dos planos e seguros de saúde nas demais regiões do país. O PIB per capita, aumentou 288,0% no Centro-Oeste, 226,0% no Norte, 221,0% no Nordeste, entre 2001 e 201119. Entre 2004 e 2011, o índice de Gini, utilizado para medir a desigualdade na distribuição de renda entre as pessoas, reduziu
10,3% no Nordeste, 6,4% no Centro-oeste e 3,8% no Norte20. Ainda nessas regiões, nota-se que a elevação do rendimento médio mensal ficou acima da média observada nas regiões Sudeste e Sul, com alta de 40,3%, 40.7% e 30,9%, respectivamente, entre 2004 e 201121. Isto contribuiu para o aumento do consumo de planos e seguros de saúde em velocidade superior às demais regiões.
Capital e Interior Nas associadas à FenaSaúde, 56,7% dos beneficiários de planos de assistência médica concentram-se nas capitais, equivalente a 39,4% do mercado. No interior, estão 43,3% dos beneficiários, equivalente
a 21,5% do setor, em setembro de 2013 (tabela 17). Nos planos odontológicos, a distribuição foi semelhante, com 50,3% na capital, participação de 60,2% do mercado e 49,7% no interior, 54,8% do setor.
Tabela 17 – Beneficiários por cobertura assistencial e localidade – set/13 – FenaSaúde e Mercado 36
valores em %
Assistência médica com ou sem odontologia Localidade
FenaSaúde¹
Distribuição (%)
Market-Share (%)
Mercado
14.211
100
29,0
49.033
Capital
8.051
56,7
39,4
20.410
Interior
6.160
43,3
21,5
28.622
Total
Exclusivamente odontológico Localidade
FenaSaúde¹
Distribuição (%)
Market-Share (%)
Mercado
11.214
100
57,4
19.532
Capital
5.641
50,3
60,2
9.366
Interior
5.573
49,7
54,8
10.166
Total
Fonte: Tabnet/ANS - Extraído em 14/1/14. Nota: ¹O número de beneficiários considera as 31 operadoras atualmente associadas à FenaSaúde.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004/2009 21 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009/2011. 19 20
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No mercado de saúde suplementar, ocorre o inverso, 58,4% dos beneficiários de planos médicos encontra-se no interior
e 41,6% nas capitais. Nos planos odontológicos, 52,0% dos beneficiários estão no interior e 48,0% nas capitais.
Taxa de cobertura - Grandes regiões A taxa de cobertura22 dos planos de assistência médica alcançou 25,3% e nos planos exclusivamente odontológicos 10,1% da população, em setembro de 2013. O aumento foi de 0,8 p.p. e 0,4 p.p., respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior (tabela 18).
Nos planos médicos a elevação da taxa de cobertura foi mais intensa na região Sudeste. As demais regiões apresentaram aumento semelhante, tanto nos planos médicos como nos planos odontológicos.
Tabela 18 – Taxa de cobertura assistencial, segundo região brasileira – Mercado valores por mil
Assistência médica com ou sem odontologia
Região
Exclusivamente odontológico
Set/13
Set/12
∆ (p.p.)
Set/13
Set/12
∆ (p.p.)
25,3
24,5
0,8
10,1
9,7
0,4
Centro-Oeste
19,1
18,4
0,7
9,9
9,5
0,4
Nordeste
12,3
11,6
0,7
7,2
6,8
0,4
Norte
11,0
10,4
0,6
5,2
4,7
0,5
Sudeste
38,2
37,2
1,0
14,0
13,6
0,4
Sul
24,1
23,5
0,6
7,2
6,6
0,6
Brasil
Fonte: Tabnet/ANS - Extraído em 14/1/14.
22
Razão, expressa em porcentagem, entre o número de beneficiários e a população em uma área específica.
37
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Referências 1. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS). Caderno de Informação da Saúde Suplementar. Dezembro 2013. Rio de Janeiro. Disponível em: www.ans.gov.br 2. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Rio de Janeiro. Dezembro de 2013. Disponível em: www.ibge.gov.br 3. _______ Contas Regionais do Brasil. 2011. Rio de Janeiro: IBGE/Coordenação de Contas Nacionais. 2013. Disponível em: www.ibge.gov.br 4. _______ Contas Regionais do Brasil. 2002-2005. Rio de Janeiro: IBGE/Coordenação de Contas Nacionais. 2007. Disponível em: www.ibge.gov.br 5. _______ Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Síntese de Indicadores – 2011. Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: www.ibge.gov.br
38
Disclaimer 2014 - Federação Nacional de Saúde Suplementar – FenaSaúde. Esta publicação foi desenvolvida pela FenaSaúde com objetivo de fornecer informações sobre o mercado de saúde suplementar. A distribuição é gratuita. Esta publicação não deve ser reproduzida, total ou parcialmente, sem a citação da fonte. Todas as publicações da FenaSaúde podem ser acessadas, na íntegra, na área de publicações do site da FenaSaúde: http://www.fenasaude.org.br/fenasaude/publicacoes.
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Sobre a FenaSaúde Constituída em fevereiro de 2007, a Federação Nacional de Saúde Suplementar, FenaSaúde, representa 17 grupos de operadoras de planos privados de assistência à saúde, totalizando 31 empresas dentre 1.274 operadoras em atividade com beneficiários. A FenaSaúde tem como missão contribuir para a consolidação da saúde suplementar no país por meio da troca de experiências e elaboração Allianz Saúde Grupo Amil Saúde Grupo Bradesco Saúde Caixa Seguros Saúde Care Plus Medicina Assistencial Golden Cross Grupo Intermédica Itauseg Saúde
de propostas para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do setor. A Federação é presidida por Marcio Serôa de Araujo Coriolano, diretor presidente da Bradesco Saúde, e tem como diretor-executivo o economista e ex-ministro da Previdência Social, José Cechin. A atual diretoria da FenaSaúde é composta por 14 membros e foi eleita em março de 2013 para um mandato de 3 anos.
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39
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