Vida e Obra de Guimarães Duque
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Vida e Obra de Guimarães Duque | Imprimir | José Guimarães Duque (1903 – 1978) O Nordeste do Brasil é sem sombra de dúvidas uma das regiões mais estudadas do globo terrestre nos seus mais variados aspectos. Geógrafos, historiadores, sociólogos, meteorologistas, religiosos, médicos, jornalistas, engenheiros, biólogos, poetas, economistas, professores, entre outros têm se ocupado dos distintos problemas existentes na região nordestina, máxime na sua porção semi-árida. Dentre aqueles que se dedicaram a estudar e apresentar sugestões objetivando o equacionamento dos problemas regionais, lugar de destaque é conferido a José Guimarães Duque, que durante mais de 40 anos implementou ações voltadas especialmente para o aproveitamento racional dos recursos hídricos e pedológicos do Nordeste semi-árido.Natural do município de Lima Duarte, Estado de Minas Gerais, José Guimarães Duque nasceu a 20 de novembro de 1903, filho de Manoel Jorge Duque e de Maria Pia Guimarães Duque. Descendente de família de origem rural, seu genitor era proprietário da Fazenda Sumidouro.No período de 1911 a 1915, fez os primeiros estudos na cidade de Juiz de Fora-MG, enquanto o ginasial e os preparatórios foram realizados no Instituto Grenbery (1916-1918) e no Instituto Gammom (1922-1924) na cidade de Lavras-Estado de Minas Gerais.
Em 1924, matriculou-se na Escola Superior de Agricultura, também situada em Lavras, onde concluiu o curso de agronomia em 1928. Convém assinalar que, a Escola Superior de Agricultura de Lavras e os Institutos Grenbery e Gammom, foram fundados por missionários e mestres católicos oriundos dos Estados Unidos da América do Norte e se constituem centros educacionais responsáveis pela formação de técnicos dos mais competentes e respeitados. Ao mesmo tempo, desde a mais tenra idade, José Guimarães Duque começou a lidar com os problemas do campo. Assim, em 1918 quando ainda estudava no Instituto Grenbery ocorreu a epidemia da febre espanhola e o jovem Guimarães Duque regressou à Fazenda Sumidouro, levado por seu genitor, passando a desempenhar as funções de administrador durante quatro anos, tendo a oportunidade de se dedicar à agricultura cultivando feijão, fumo e milho e à pecuária de leite, mediante a criação de bovinos da raça holandesa além de suínos. Naturalmente, essa experiência seria por demais importante não somente no decorrer do curso superior, como também no desempenho das funções de Engenheiro Agrônomo, já que aliaria o conhecimento prático à teoria. Após concluir o curso de agronomia, Guimarães Duque ingressou no magistério, na qualidade de professor da Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa-ESAV, atual Universidade Federal de Viçosa-UFV, localizada na cidade de Viçosa-MG, onde permaneceu de 1929 a 1932. Em 1932, atendendo a um convite do Engenheiro Agrônomo José Augusto Trindade, Guimarães Duque veio trabalhar no Nordeste, na Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas-IFOCS, atual Departamento Nacional de Obras Contra as Secas-DNOCS.
Atuação de Guimarães Duque no Nordeste Semi-Árido.
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Preliminarmente, faz-se mister lembrar que, no período 1930/1932, o Nordeste foi assolado por uma grande seca, que ocupou uma superfície de 650.000 Km2, estendendo-se do Piauí a Bahia, afetando uma população de 3000.000 de pessoas. Naquela época, a IFOCS se constituía no único organismo do Governo Federal a atuar na Região, subordinado ao Ministério da Viação e Obras Públicas-MVOP, cujo titular era o Dr. José Américo de Almeida. A presença de José Américo de Almeida no MVOP foi por demais proveitosa para o Brasil e particularmente para a região nordestina, pois graças a sua atuação, a IFOCS foi contemplada com recursos financeiros significativos, fato que só ocorrera durante o governo do Presidente Epitácio Pessoa, quando os dispêndios em obras de combate aos efeitos das secas atingiram a 15% da renda global do país, conforme HIRSCHMANN (1965). Afora isso, o Ministro José Américo fez proceder a estudos direcionados para elaboração do Plano Geral de Viação Nacional, mandado executar pelo Decreto Nº 24.497, de 29.07.1934, dando inicio ao planejamento na Administração Pública; aprovou um novo regulamento da IFOCS, quando eliminou a complexidade dos serviços-Decreto 19.726, de 20.02.1931-; executou grandes obras principalmente no tocante a açudagem; e criou através de Portarias datadas de 12.11.1932, a Comissão Técnica de Piscicultura e a Comissão Técnica de Reflorestamento e Postos Agrícolas do Nordeste. Essas comissões ligadas diretamente ao Gabinete do Ministro foram em seguida transferidas para a administração da IFOCS. O primeiro chefe da Comissão Técnica de Piscicultura foi o Dr. Rodolpho Theodor Wilhelm Gaspar von Ihering, Zoólogo natural do Rio Grande do Sul, nascido em 1883 e falecido em São Paulo em 1939. Por seus trabalhos no campo da ictiologia é considerado o criador da piscicultura brasileira. Para chefiar a Comissão Técnica de Reflorestamento e Postos Agrícolas do Nordeste, depois transformada em Comissão de Serviços Complementares, foi designado o renomado Engenheiro Agrônomo José Augusto Trindade, mineiro nascido no município de Oliveira, em 1896 e formado pela Escola de Agronomia de Pinheiros, Estado do Rio de Janeiro, na turma de 1915. José Augusto Trindade aportou pela primeira vez no Nordeste em 1918, quando participou dos trabalhos da Comissão de Combate à Lagarta Rosada, no Estado da Paraíba. Em 1921, passou a dirigir as obras de construção do então Patronato Agrícola Vidal de Negreiros situado na cidade de Bananeiras-PB, que foi solenemente inaugurado em 07.09.1924, permanecendo à sua frente até 1929, quando retornou a Minas Gerais, para integrar a corpo docente da Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa-ESAV, passando a lecionar a cadeira de Botânica Prática, no Curso Técnico Agrícola. Em 22 de novembro de 1932, passou a trabalhar no Instituto de Meteorologia sediado na cidade do Rio de Janeiro, quando recebeu o convite do Ministro José Américo de Almeida para chefiar a novel Comissão Técnica de Reflorestamento e Postos Agrícolas do Nordeste. Segundo GUERRA (1981), “Ao instalar a Comissão, Trindade trouxe vários colaboradores de Viçosa, entre os quais o professor José Guimarães Duque, que aqui criou raízes e estudou a fundo o Nordeste, tornando-se um dos maiores expoentes no terreno da agricultura e da sócioeconomia nordestinas.” Objetivando a consolidação de suas ações, José Augusto Trindade começou a implantar os Postos Agrícolas da IFIOCS em 1933, preferencialmente junto as grandes barragens. Concomitantemente, levando em conta a necessidade de incrementar a pesquisa agrícola em irrigação, em 1937 transformou o Posto Agrícola de São Gonçalo, localizado no município de Sousa-PB, em Instituto Experimental da Região Seca, que foi inaugurado em 16 de outubro de 1940, quando da visita do Presidente da República, Getulio Vargas a São Gonçalo. Naquele dia, acompanhado do Interventor Federal do Estado da Paraíba, Dr. Ruy Carneiro, do Interventor Federal do Estado do Rio Grande do Norte, Dr. Rafael Fernandes, do Inspetor de
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Secas, Dr. Luis Vieira e de outras autoridades, o PresidenteGetulio Vargas percorreu as instalações da instituição, que a partir dai passou a existir, sendo o primeiro centro de pesquisa agronômica instalado no Nordeste. Com a morte prematura do Dr. José Augusto Trindade ocorrida no Recefe-PE, em 09.03.1941, o Instituto Experimental da Região Seca passou a denominar-se Instituto José Augusto Trindade posteriormente designado Instituto Agronômico José Augusto Trindade. De acordo com CARNEIRO (1999), “Como reconhecimento do trabalho pioneiro do Engenheiro Agrônomo José Augusto Trindade, no tocante à irrigação, a Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem-ABID instituiu em 1982, a Medalha do Mérito da Irrigação e Drenagem José Augusto Trindade, que se destina a premiar, anualmente, pessoas físicas nacionais e estrangeiras, que no campo das atividades cientificas, educacionais, administrativas, empresariais, políticas e de comunicação relacionadas com irrigação drenagem, se hajam distinguido de forma relevante e notável”. Como foi dito anteriormente, em 1932, José Guimarães Duque iniciou as suas atividades na IFOCS, como chefe da 2ª Inspetoria Regional da Comissão Técnica de Reflorestamento e Postos Agrícolas do Nordeste, cuja área de atuação compreendia os Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, sediada no Posto Agrícola do Açude Público Cruzeta, município de Cruzeta-RN. Posteriormente, passou a chefiar a 1ª Inspetoria Regional da referida Comissão, com sede em Fortaleza-CE. Em 1936, a sede da 1ª Inspetoria Regional foi transferida para o Posto Agrícola São Gonçalo, localizado no Açude Público São Gonçalo, município de Sousa-PB. Em 1938, o Dr. José Guimarães Duque afastou-se da IFOCS, fixando-se em Fortaleza-CE, como professor da Escola de Agronomia e prestando também assessoria técnica a firma Quixadá & Comercial representante de tratores e implementos agrícolas. Com a investidura do Dr. Ruy Carneiro, em 1940, na Interventoria Federal da Paraíba, o Dr. Guimarães Duque foi nomeado Secretário de Agricultura, Viação e Obras Públicas do Estado da Paraíba, permanecendo no cargo até 15 de agosto de 1941, quando foi chefiar a Comissão de Serviços Complementares da IFOCS, dando continuidade às atividades pioneiras desempenhadas por José Augusto Trindade, objetivando o aproveitamento hidro-agrícola no Nordeste. A respeito de saída de Guimarães Duque do cargo de Secretario de Estado da Paraíba, Ruy Carneiro, em depoimento prestado ao CEPDOC, da Fundação Getulio Vargas, em março de 1977 afirmou: “O Presidente da República necessitou do Dr. Guimarães Duque, que é uma grande figura e o levou para dirigir o Serviço de Reflorestamento das Obras Contra as Secas”. Em 1945, a IFOCS transformou-se em DNOCS-Departamento Nacional de Obras Contra as Secas e a Comissão de Serviços Complementares, passou a denominar-se Serviço Agro-Industrial, permanecendo sob o comando do Dr. José Guimarães Duque, com sede em Fortaleza-Ce, desde outubro de 1941. Durante vários anos foi professor da cadeira de Recursos Naturais, na Escola de Engenharia de Universidade Federal do Ceará. Representou por muito tempo o Ministério da Viação e Obras Públicas junto ao Conselho Deliberativo da SUDENE-Superintendencia de Desenvolvimento do Nordeste, marcando sua presença nos inúmeros pareceres que emitiu por escrito e através de sua palavra fluente e franca. Foi também um dos fundadores da Companhia Cearense de Desenvolvimento AgropecuárioCODAGRO, tendo exercido o cargo de Superintendente Técnico, na sua primeira diretoria. Aposentou-se do DNOCS por tempo de serviço, a pedido, em 1963, no cargo em comissão de Chefe do Serviço Agro-industrial, sendo posteriormente designado membro do Conselho Administrativo da autarquia. O Dr. José Guimarães Duque, faleceu no dia 12.05.1978. Era casado com Laurinha Moreira Duque, descendente de tradicional família cearense, filha de George Moreira Pequeno e Laura Fiúza Pequeno. Quando da morte de Guimarães Duque, o Engenheiro Agrônomo Inácio Ellery Barreira que durante muitos anos exerceu com competência e honestidade, o cargo de seu Adjunto-
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Substituto, no Serviço Agro-Industrial do DNOCS, em trabalho publicado no jornal O POVO, edição de 21.05,1978 declarou: “O ilustre extinto era possuidor de vastos conhecimentos técnicos e científicos, os quais transmitia com sua palavra fácil e atraente. Era convidado, constantemente para proferir palestras em vários Estados do Brasil. Falava fluentemente inglês e francês. Por mais de uma vez esteve nos Estados Unidos da América, inclusive em Congresso de Irrigação e Drenagem. Escreveu vários livros e colaborou no Boletim do DNOCS e em revistas técnicas. São de sua autoria, dentre outros “,Solo e Água no Polígono das Secas” já na sua 3ª edição e “ O Nordeste e as Lavouras Xerófilas”, em 2ª edição, que são verdadeiras obras clássicas, no seu gênero, tendo o autor recebido, pela primeira vez um premio em dinheiro, do Governo Federal”. Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao Nordeste, recebeu a Medalha de Ouro dos Grandes Moinhos do Recife, sendo igualmente agraciado com a Sereia de Ouro, comenda instituída pela Televisão Verdes Mares e destinada a premiar personalidades que mais se destacam em prol do desenvolvimento do Ceará. A obra de Guimarães Duque
No levantamento que procedemos, o primeiro trabalho técnico de Guimarães Duque intitula-se “ Notas Sobre a Ensilagem ” e foi publicado no Boletim da Inspetoria de Obras Contra as Secas, Nº 4-Vol-2-Outubro 1934. Em seguida, o Boletim da Inspetoria de Obras Contra as Secas, Nº5-Vol-2-Novembro 1934, publicou o trabalho “ Notas Sobre a Fenação ”, igualmente de autoria de José Guimarães Duque. Em 1935, Guimarães Duque publicou dois trabalhos intitulados: “ Notas Sobre o Posto Agrícola Lima Campos ”. Referidos estudos constam dos Boletins da Inspetoria de Obras Contra as Secas de Nº6-Volume 3-Junho 1935 e Nº1-Volume 4- Julho 1935. Em 1937, Guimarães Duque publicou no Boletim da Inspetoria de Obras Contra as SecasNº2-Volume 8- Out. a dez. 1937 um trabalho intitulado “ O Problema da Alimentação Animal no Sertão do Nordeste ”. Este trabalho foi republicado no Boletim Téc. DNOCS, Fortaleza, 38(2): 119-129 jul/dez. 1980, em homenagem a memória, do Dr. José Guimarães Duque. Em 1938, Guimarães Duque publicou “Ensaio Preliminar Sobre a Formação de Mudas de Oiticica”, constante do Boletim da Inspetoria de Obras Nº 1-Vol. 9-Jan. a mar. 1938 , e “ Ensaio Preliminar de Irrigação na Cultura do Algodão “ Express ”, no Boletim da Inspetoria de Obras Contra as Secas, Nº 2-Vol. 9- Abril a jun. 1938. Em 1939, Guimarães Duque voltou a escrever no Boletim da Inspetoria de Obras Conta as Secas. Assim, o Boletim Número I, volume II, que circulou nos meses de janeiro a março daquele ano, publicou o trabalho de sua autoria e do Engenheiro Agrônomo Paulo de Brito Guerra intitulado “ Observações para a Cultura da Oiticica ”, e o Boletim número 2, volume II, que circulou de abril a junho, publicou o trabalho de sua autoria “ O fomento da Produção Agrícola ”. Ainda em 1939, o Boletim da Inspetoria de Obras Contra as Secas que circulou no quarto trimestre, publicou o trabalho de sua autoria e dos Engenheiros Agrônomos Paulo de Brito Guerra e Teófilo A. Pacheco Leão, denominado “Resultado do Ensaio de Competição de Variedades de Tomates”. Em 1944, publicou “Algumas Questões da Irrigação no Nordeste ”. Em 1949, vem a lume a sua grande obra “ Solo e Água no Polígono das Secas ”. Este livro já foi reeditado varias vezes. Em 1950 publicou “Apreciações Sobre os Solos do Nordeste” e no ano seguinte, “A Exploração
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dos Açudes Públicos”. Em 1959, em parceria com os Engenheiros Agrônomos Inácio Ellery Barrreira, Francisco Edmundo Souza Melo e Jairo Padilha, elaborou o trabalho “ Os Serviços Agronômicos do DNOCS ”, que foi publicado no Boletim do DNOCS Nº 6, Volume 20, novembro de 1959. Na década de sessenta do século passado, Guimarães Duque lançou outro grande livro “ O Nordeste as Lavouras Xerófilas ”, que a exemplo de “ Solo e Água no Polígono das Secas ” é uma obra das mais importantes, não somente pelos problemas ecológicos levados em consideração, como também, pelos questionamentos agronômicos relacionados com o aproveitamento das plantas xerófilas. Em 1972, atendendo a um convite da CNI-Confederação Nacional da Indústria, Guimarães Duque esteve naquela entidade, para pronunciar uma conferencia que foi assistida por diversas autoridades civis e militares, abordando os principais problemas regionais. A sua exposição intitulada “Nordeste Ecologia e Desenvolvimento” alcançou grande repercussão em virtude do conhecimento demonstrado pelo conferencista. Em 1973, quando ocupávamos o cargo de Diretor da Diretoria de Irrigação do DNOCS, contratamos o Dr. José Guimarães Duque para ministrar um Curso de Semi-Aridez e Lavouras Xerófilas. O curso foi realizado no auditório da Direção Geral, do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, em Fortaleza-CE, sendo assistido por diversos técnicos daquela autarquia. No decorrer do treinamento, o Professor Guimarães Duque abordou as causas e conseqüências das secas, área de abrangência do fenômeno, ecologia, solos, vegetação e regiões naturais existentes no Nordeste, aprofundando-se nas questões relacionadas ao melhoramento da pastagem nativa e das lavouras xerófilas. Outrossim, especialmente para esse curso, o Dr. José Guimarães Duque preparou duas apostilhas mimeografadas, que se constituíram nos últimos trabalhos publicados em vida por aquele inesquecível profissional. Em 1982, o Banco do Nordeste do Brasil, atendendo a uma solicitação da Escola Superior de Agricultura de Mossoró e da Fundação Guimarães Duque, publicou “ Perspectivas Nordestinas ” trabalho deixado inédito pelo Dr. José Guimarães Duque. Fonte: Osterne Carneiro
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José Guimarães Duque (1903 – 1978) O Nordeste do Brasil é sem sombra de dúvidas uma das regiões mais estudadas do globo terrestre nos seus mais variados aspectos. Geógrafos, historiadores, sociólogos, meteorologistas, religiosos, médicos, jornalistas, engenheiros, biólogos, poetas, economistas, professores, entre outros têm se ocupado dos distintos problemas existentes na região nordestina, máxime na sua porção semi-árida. Dentre aqueles que se dedicaram a estudar e apresentar sugestões objetivando o equacionamento dos problemas regionais, lugar de destaque é conferido a José Guimarães Duque, que durante mais de 40 anos implementou ações voltadas especialmente para o aproveitamento racional dos recursos hídricos e pedológicos do Nordeste semi-árido.Natural do município de Lima Duarte, Estado de Minas Gerais, José Guimarães Duque nasceu a 20 de novembro de 1903, filho de Manoel Jorge Duque e de Maria Pia Guimarães Duque. Descendente de família de origem rural, seu genitor era proprietário da Fazenda Sumidouro.No período de 1911 a 1915, fez os primeiros estudos na cidade de Juiz de Fora-MG, enquanto o ginasial e os preparatórios foram realizados no Instituto Grenbery (1916-1918) e no Instituto Gammom (1922-1924) na cidade de Lavras-Estado de Minas Gerais.
Em 1924, matriculou-se na Escola Superior de Agricultura, também situada em Lavras, onde concluiu o curso de agronomia em 1928. Convém assinalar que, a Escola Superior de Agricultura de Lavras e os
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Institutos Grenbery e Gammom, foram fundados por missionários e mestres católicos oriundos dos Estados Unidos da América do Norte e se constituem centros educacionais responsáveis pela formação de técnicos dos mais competentes e respeitados. Ao mesmo tempo, desde a mais tenra idade, José Guimarães Duque começou a lidar com os problemas do campo. Assim, em 1918 quando ainda estudava no Instituto Grenbery ocorreu a epidemia da febre espanhola e o jovem Guimarães Duque regressou à Fazenda Sumidouro, levado por seu genitor, passando a desempenhar as funções de administrador durante quatro anos, tendo a oportunidade de se dedicar à agricultura cultivando feijão, fumo e milho e à pecuária de leite, mediante a criação de bovinos da raça holandesa além de suínos. Naturalmente, essa experiência seria por demais importante não somente no decorrer do curso superior, como também no desempenho das funções de Engenheiro Agrônomo, já que aliaria o conhecimento prático à teoria. Após concluir o curso de agronomia, Guimarães Duque ingressou no magistério, na qualidade de professor da Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa-ESAV, atual Universidade Federal de Viçosa-UFV, localizada na cidade de Viçosa-MG, onde permaneceu de 1929 a 1932. Em 1932, atendendo a um convite do Engenheiro Agrônomo José Augusto Trindade, Guimarães Duque veio trabalhar no Nordeste, na Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas-IFOCS, atual Departamento Nacional de Obras Contra as Secas-DNOCS.
Atuação de Guimarães Duque no Nordeste Semi-Árido. Preliminarmente, faz-se mister lembrar que, no período 1930/1932, o Nordeste foi assolado por uma grande seca, que ocupou uma superfície de 650.000 Km2, estendendo-se do Piauí a Bahia, afetando uma população de 3000.000 de pessoas. Naquela época, a IFOCS se constituía no único organismo do Governo Federal a atuar na Região, subordinado ao Ministério da Viação e Obras Públicas-MVOP, cujo titular era o Dr. José Américo de Almeida. A presença de José Américo de Almeida no MVOP foi por demais proveitosa para o Brasil e particularmente para a região nordestina, pois graças a sua atuação, a IFOCS foi contemplada com recursos financeiros significativos, fato que só ocorrera durante o governo do Presidente Epitácio Pessoa, quando os dispêndios em obras de combate aos efeitos das secas atingiram a 15% da renda global do país, conforme HIRSCHMANN (1965). Afora isso, o Ministro José Américo fez proceder a estudos direcionados para elaboração do Plano Geral de Viação Nacional, mandado executar pelo Decreto Nº
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24.497, de 29.07.1934, dando inicio ao planejamento na Administração Pública; aprovou um novo regulamento da IFOCS, quando eliminou a complexidade dos serviços-Decreto 19.726, de 20.02.1931-; executou grandes obras principalmente no tocante a açudagem; e criou através de Portarias datadas de 12.11.1932, a Comissão Técnica de Piscicultura e a Comissão Técnica de Reflorestamento e Postos Agrícolas do Nordeste. Essas comissões ligadas diretamente ao Gabinete do Ministro foram em seguida transferidas para a administração da IFOCS. O primeiro chefe da Comissão Técnica de Piscicultura foi o Dr. Rodolpho Theodor Wilhelm Gaspar von Ihering, Zoólogo natural do Rio Grande do Sul, nascido em 1883 e falecido em São Paulo em 1939. Por seus trabalhos no campo da ictiologia é considerado o criador da piscicultura brasileira. Para chefiar a Comissão Técnica de Reflorestamento e Postos Agrícolas do Nordeste, depois transformada em Comissão de Serviços Complementares, foi designado o renomado Engenheiro Agrônomo José Augusto Trindade, mineiro nascido no município de Oliveira, em 1896 e formado pela Escola de Agronomia de Pinheiros, Estado do Rio de Janeiro, na turma de 1915. José Augusto Trindade aportou pela primeira vez no Nordeste em 1918, quando participou dos trabalhos da Comissão de Combate à Lagarta Rosada, no Estado da Paraíba. Em 1921, passou a dirigir as obras de construção do então Patronato Agrícola Vidal de Negreiros situado na cidade de Bananeiras-PB, que foi solenemente inaugurado em 07.09.1924, permanecendo à sua frente até 1929, quando retornou a Minas Gerais, para integrar a corpo docente da Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa-ESAV, passando a lecionar a cadeira de Botânica Prática, no Curso Técnico Agrícola. Em 22 de novembro de 1932, passou a trabalhar no Instituto de Meteorologia sediado na cidade do Rio de Janeiro, quando recebeu o convite do Ministro José Américo de Almeida para chefiar a novel Comissão Técnica de Reflorestamento e Postos Agrícolas do Nordeste. Segundo GUERRA (1981), “Ao instalar a Comissão, Trindade trouxe vários colaboradores de Viçosa, entre os quais o professor José Guimarães Duque, que aqui criou raízes e estudou a fundo o Nordeste, tornando-se um dos maiores expoentes no terreno da agricultura e da sócio-economia nordestinas.” Objetivando a consolidação de suas ações, José Augusto Trindade começou a implantar os Postos Agrícolas da IFIOCS em 1933, preferencialmente junto as grandes barragens. Concomitantemente, levando em conta a necessidade de incrementar a pesquisa agrícola em irrigação, em 1937 transformou o Posto Agrícola de São Gonçalo, localizado no município de Sousa-PB, em Instituto Experimental da Região Seca, que foi inaugurado em 16 de outubro de 1940, quando da visita do Presidente da República, Getulio Vargas a São Gonçalo. Naquele dia, acompanhado do Interventor Federal do Estado da Paraíba, Dr. Ruy Carneiro, do Interventor
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Federal do Estado do Rio Grande do Norte, Dr. Rafael Fernandes, do Inspetor de Secas, Dr. Luis Vieira e de outras autoridades, o PresidenteGetulio Vargas percorreu as instalações da instituição, que a partir dai passou a existir, sendo o primeiro centro de pesquisa agronômica instalado no Nordeste. Com a morte prematura do Dr. José Augusto Trindade ocorrida no Recefe-PE, em 09.03.1941, o Instituto Experimental da Região Seca passou a denominar-se Instituto José Augusto Trindade posteriormente designado Instituto Agronômico José Augusto Trindade. De acordo com CARNEIRO (1999), “Como reconhecimento do trabalho pioneiro do Engenheiro Agrônomo José Augusto Trindade, no tocante à irrigação, a Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem-ABID instituiu em 1982, a Medalha do Mérito da Irrigação e Drenagem José Augusto Trindade, que se destina a premiar, anualmente, pessoas físicas nacionais e estrangeiras, que no campo das atividades cientificas, educacionais, administrativas, empresariais, políticas e de comunicação relacionadas com irrigação drenagem, se hajam distinguido de forma relevante e notável”. Como foi dito anteriormente, em 1932, José Guimarães Duque iniciou as suas atividades na IFOCS, como chefe da 2ª Inspetoria Regional da Comissão Técnica de Reflorestamento e Postos Agrícolas do Nordeste, cuja área de atuação compreendia os Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, sediada no Posto Agrícola do Açude Público Cruzeta, município de Cruzeta-RN. Posteriormente, passou a chefiar a 1ª Inspetoria Regional da referida Comissão, com sede em Fortaleza-CE. Em 1936, a sede da 1ª Inspetoria Regional foi transferida para o Posto Agrícola São Gonçalo, localizado no Açude Público São Gonçalo, município de Sousa-PB. Em 1938, o Dr. José Guimarães Duque afastou-se da IFOCS, fixando-se em Fortaleza-CE, como professor da Escola de Agronomia e prestando também assessoria técnica a firma Quixadá & Comercial representante de tratores e implementos agrícolas. Com a investidura do Dr. Ruy Carneiro, em 1940, na Interventoria Federal da Paraíba, o Dr. Guimarães Duque foi nomeado Secretário de Agricultura, Viação e Obras Públicas do Estado da Paraíba, permanecendo no cargo até 15 de agosto de 1941, quando foi chefiar a Comissão de Serviços Complementares da IFOCS, dando continuidade às atividades pioneiras desempenhadas por José Augusto Trindade, objetivando o aproveitamento hidro-agrícola no Nordeste. A respeito de saída de Guimarães Duque do cargo de Secretario de Estado da Paraíba, Ruy Carneiro, em depoimento prestado ao CEPDOC, da Fundação Getulio Vargas, em março de 1977 afirmou: “O Presidente da República necessitou do Dr. Guimarães Duque, que é uma grande figura e o levou para dirigir o Serviço de Reflorestamento das Obras Contra as Secas”. Em 1945, a IFOCS transformou-se em DNOCS-Departamento Nacional de Obras Contra as Secas e a Comissão de Serviços Complementares, passou a denominar-se Serviço Agro-Industrial, permanecendo sob o comando do Dr. José Guimarães Duque, com sede em Fortaleza-Ce, desde outubro de 1941. Durante vários anos foi professor da cadeira de Recursos Naturais, na Escola de Engenharia de Universidade Federal do Ceará. Representou por muito tempo o Ministério da Viação e Obras Públicas
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junto ao Conselho Deliberativo da SUDENE-Superintendencia de Desenvolvimento do Nordeste, marcando sua presença nos inúmeros pareceres que emitiu por escrito e através de sua palavra fluente e franca. Foi também um dos fundadores da Companhia Cearense de Desenvolvimento Agropecuário-CODAGRO, tendo exercido o cargo de Superintendente Técnico, na sua primeira diretoria. Aposentou-se do DNOCS por tempo de serviço, a pedido, em 1963, no cargo em comissão de Chefe do Serviço Agro-industrial, sendo posteriormente designado membro do Conselho Administrativo da autarquia. O Dr. José Guimarães Duque, faleceu no dia 12.05.1978. Era casado com Laurinha Moreira Duque, descendente de tradicional família cearense, filha de George Moreira Pequeno e Laura Fiúza Pequeno. Quando da morte de Guimarães Duque, o Engenheiro Agrônomo Inácio Ellery Barreira que durante muitos anos exerceu com competência e honestidade, o cargo de seu Adjunto-Substituto, no Serviço Agro-Industrial do DNOCS, em trabalho publicado no jornal O POVO, edição de 21.05,1978 declarou: “O ilustre extinto era possuidor de vastos conhecimentos técnicos e científicos, os quais transmitia com sua palavra fácil e atraente. Era convidado, constantemente para proferir palestras em vários Estados do Brasil. Falava fluentemente inglês e francês. Por mais de uma vez esteve nos Estados Unidos da América, inclusive em Congresso de Irrigação e Drenagem. Escreveu vários livros e colaborou no Boletim do DNOCS e em revistas técnicas. São de sua autoria, dentre outros “,Solo e Água no Polígono das Secas” já na sua 3ª edição e “ O Nordeste e as Lavouras Xerófilas”, em 2ª edição, que são verdadeiras obras clássicas, no seu gênero, tendo o autor recebido, pela primeira vez um premio em dinheiro, do Governo Federal”. Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao Nordeste, recebeu a Medalha de Ouro dos Grandes Moinhos do Recife, sendo igualmente agraciado com a Sereia de Ouro, comenda instituída pela Televisão Verdes Mares e destinada a premiar personalidades que mais se destacam em prol do desenvolvimento do Ceará. A obra de Guimarães Duque
No levantamento que procedemos, o primeiro trabalho técnico de Guimarães Duque intitula-se “ Notas Sobre a Ensilagem ” e foi publicado no Boletim da Inspetoria de Obras Contra as Secas, Nº 4-Vol2-Outubro 1934. Em seguida, o Boletim da Inspetoria de Obras Contra as Secas, Nº5-Vol-2-Novembro 1934, publicou o trabalho “ Notas Sobre a Fenação ”, igualmente de autoria de José Guimarães Duque.
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Em 1935, Guimarães Duque publicou dois trabalhos intitulados: “ Notas Sobre o Posto Agrícola Lima Campos ”. Referidos estudos constam dos Boletins da Inspetoria de Obras Contra as Secas de Nº6-Volume 3-Junho 1935 e Nº1-Volume 4- Julho 1935. Em 1937, Guimarães Duque publicou no Boletim da Inspetoria de Obras Contra as Secas-Nº2-Volume 8Out. a dez. 1937 um trabalho intitulado “ O Problema da Alimentação Animal no Sertão do Nordeste ”. Este trabalho foi republicado no Boletim Téc. DNOCS, Fortaleza, 38(2): 119-129 jul/dez. 1980, em homenagem a memória, do Dr. José Guimarães Duque. Em 1938, Guimarães Duque publicou “Ensaio Preliminar Sobre a Formação de Mudas de Oiticica”, constante do Boletim da Inspetoria de Obras Nº 1-Vol. 9-Jan. a mar. 1938 , e “ Ensaio Preliminar de Irrigação na Cultura do Algodão “ Express ”, no Boletim da Inspetoria de Obras Contra as Secas, Nº 2-Vol. 9- Abril a jun. 1938. Em 1939, Guimarães Duque voltou a escrever no Boletim da Inspetoria de Obras Conta as Secas. Assim, o Boletim Número I, volume II, que circulou nos meses de janeiro a março daquele ano, publicou o trabalho de sua autoria e do Engenheiro Agrônomo Paulo de Brito Guerra intitulado “ Observações para a Cultura da Oiticica ”, e o Boletim número 2, volume II, que circulou de abril a junho, publicou o trabalho de sua autoria “ O fomento da Produção Agrícola ”. Ainda em 1939, o Boletim da Inspetoria de Obras Contra as Secas que circulou no quarto trimestre, publicou o trabalho de sua autoria e dos Engenheiros Agrônomos Paulo de Brito Guerra e Teófilo A. Pacheco Leão, denominado “Resultado do Ensaio de Competição de Variedades de Tomates”. Em 1944, publicou “Algumas Questões da Irrigação no Nordeste ”. Em 1949, vem a lume a sua grande obra “ Solo e Água no Polígono das Secas ”. Este livro já foi reeditado varias vezes. Em 1950 publicou “Apreciações Sobre os Solos do Nordeste” e no ano seguinte, “A Exploração dos Açudes Públicos”. Em 1959, em parceria com os Engenheiros Agrônomos Inácio Ellery Barrreira, Francisco Edmundo Souza Melo e Jairo Padilha, elaborou o trabalho “ Os Serviços Agronômicos do DNOCS ”, que foi publicado no Boletim do DNOCS Nº 6, Volume 20, novembro de 1959. Na década de sessenta do século passado, Guimarães Duque lançou outro grande livro “ O Nordeste as Lavouras Xerófilas ”, que a exemplo de “ Solo e Água no Polígono das Secas ” é uma obra das mais importantes, não somente pelos problemas ecológicos levados em consideração, como também, pelos questionamentos agronômicos relacionados com o aproveitamento das plantas xerófilas.
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Em 1972, atendendo a um convite da CNI-Confederação Nacional da Indústria, Guimarães Duque esteve naquela entidade, para pronunciar uma conferencia que foi assistida por diversas autoridades civis e militares, abordando os principais problemas regionais. A sua exposição intitulada “Nordeste Ecologia e Desenvolvimento” alcançou grande repercussão em virtude do conhecimento demonstrado pelo conferencista. Em 1973, quando ocupávamos o cargo de Diretor da Diretoria de Irrigação do DNOCS, contratamos o Dr. José Guimarães Duque para ministrar um Curso de Semi-Aridez e Lavouras Xerófilas. O curso foi realizado no auditório da Direção Geral, do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, em Fortaleza-CE, sendo assistido por diversos técnicos daquela autarquia. No decorrer do treinamento, o Professor Guimarães Duque abordou as causas e conseqüências das secas, área de abrangência do fenômeno, ecologia, solos, vegetação e regiões naturais existentes no Nordeste, aprofundando-se nas questões relacionadas ao melhoramento da pastagem nativa e das lavouras xerófilas. Outrossim, especialmente para esse curso, o Dr. José Guimarães Duque preparou duas apostilhas mimeografadas, que se constituíram nos últimos trabalhos publicados em vida por aquele inesquecível profissional. Em 1982, o Banco do Nordeste do Brasil, atendendo a uma solicitação da Escola Superior de Agricultura de Mossoró e da Fundação Guimarães Duque, publicou “ Perspectivas Nordestinas ” trabalho deixado inédito pelo Dr. José Guimarães Duque. Fonte: Osterne Carneiro
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Segunda, 18 Agosto 2014
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