2 minute read
ARQUITETURA PARA TODOS
A reestruturação do espaço deficiente como meio de inclusão
informações
Advertisement
Ano: 2022
Autores: Fernanda Casal
Disciplina: Trabalho Final de Graduação ( TFG)
Localização: Campo Grande, São Paulo – SP sobre o projeto piso em madeira laje alveolar protendida viga metálica 40x20cm viga metálica 60x30cm pilar metálico ø 150mm
Softwares utiizados: SketchUp, AutoCAD, Enscape, Photoshop O objetivo deste trabalho é realizar um ensaio sobre a relação do desenho universal e da acessibilidade com os espaços livres e desenhados de maneira inclusiva, para que os espaços possam abrigar a todos: desde às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, até as crianças, idosos, mulheres etc., uma vez que um espaço acessível para uma pessoa com deficiência torna-se um espaço acessível para toda a sociedade. Reconhece-se assim, o valor da inclusão social no espaço urbano.
O projeto consiste em um grande território, cujo ofício seja dar liberdade à toda e qualquer indivíduo que ali se encontra, fazendo com que o espaço deficiente se transforme e se ofereça às pessoas, trazendo vida, segurança, sustentabilidade e saúde ao local, de forma proporcional.
A essência se da pela Marquise. Com 341m de extensão. a Marquise percorre os dois lotes do projeto. Ela entrelaça os programas ali amarrados e cria um percurso interativo que brinca com cheios e vazios, luzes e sombras, descidas e subidas pelos dois níveis que ela ocupa, a cota 0.00m e a cota 4.00m. Ela passeia pela horta urbana e se sobrepõem à cozinha comunitária. Atravessa a via e conversa com a biblioteca. Caminha para a quadra poliesportiva e compreende qualquer jogo que se passe por ali. E por fim, abraça a pré-existência, que se tornou uma escola de Ensino Fundamental e Médio, e assim fecha o ciclo desta grande “avenida” elevada.
Como partido, a ideia é trabalhar com os cinco sentidos do ser humano ao longo do projeto, tanto com elementos naturais como água e vegetação, como com construções.
O território de intervenção constitui-se de duas quadras presentes Avenida Nossa Senhora do Sabará, na subprefeitura de Santo Amaro, distrito de Campo Grande, São Paulo.
Uma das inquietas contestações de Neruda, pode ser tida aqui como uma metáfora. Ora, se as abelhas perseguem o cego, ele deve se inclinar a isolar-se delas por proteção. Contudo, questiono: onde pode viver um cego a quem persegue a sociedade?
Não há mais espaço para se isolar. Não há mais espaço para desrespeito e intolerância. Acredito que estamos em tempos em que as pessoas estão cada vez mais conscientes da existência e da resistência das minorias. São tempos que, apesar de um forte discurso de ódio, também há uma forte união em prol do respeito e da igualdade. Cabe a nós e a este trabalho, ilustrar a importância de viver fora da curva Gauss.
A partir dos conceitos discutidos sobre mobilidade urbana, comprova-se a adaptação das cidades à novas formas de viver, dando espaço ao pedestre e ressuscitando espaços urbanos, como exemplificado por Jan Gehl. Entretanto, no Brasil, existe um grande déficit de incentivo governamental, além das constantes violências, as quais somos bombardeados diariamente. Seja a violência do carro, ou do espaço público pouco desenvolvido para pedestres, como a violência de espaços hostis que chega a ser muito mais angustiante para as pessoas com deficiência, por exemplo. Para conquista pela “cidade ideal” a qual descreve Gehl, é necessário a mudança do olhar sobre o mundo, as relações e os direitos.
Com o conhecimento das problemáticas culturais e estruturais acerca da acessibilidade e da cidade, foi possível aplicar de maneira prática e eficiente o anteprojeto. O objeto final resultou, de maneira satisfatória na proposta inicial: um Lugar que parta da premissa de que qualquer pessoa consiga caminhar por ele. Um espaço público agradável e convidativo e que, a partir dos conceitos aplicados tenha efetivamente se transformado de um agente deficiente para um espaço que abrace o usuário cumprindo a sua proposta de ser inclusivo.