Centro Integrado de Terapias Alternativas

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Centro Integrado de Terapias Alternativas: A arquitetura como agente de bem-estar

ALUNA: FERNANDA COSTA PROFESSOR/ORIENTADOR: DI OG O C ARV ALHO

BELO HORIZONTE JUNHO DE 2021


SUMÁRIO

1 2

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APRESENTAÇÃO

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INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA SOB SEUS USUÁRIOS

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Arquitetura Humanizada

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O Design Biofílico

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Psicologia das cores

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A luz

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O som

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O LUGAR

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A cidade de Belo Horizonte

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Critérios de escolha

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O local escolhido

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A n á l i s e d a l e g i s l a ç ã o u r b a n í s t ic a

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Diagnóstico do terreno

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Levantamento fotográfico

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ESTUDOS DE CASOS

31

Centro Maggie de Leeds

32

Spa Naman

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Fábrica na Floresta

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DETALHAMENTO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO

53

As Terapias alternativas

56 57

Acessibilidade financeira Os usuários

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Definição das intenções

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Programa de necessidades

61

REFERÊNCIAS

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O arquiteto que realmente projeta para seres h u m a n o s p r e c i s a c o n h e c e r m u it o m a is d o q u e a p e n a s o s c i n c o c â n o n e s d e V it r ú v io ." -Richard Neutra


APRESENTAÇÃO


O crescente número de pessoas diagnosticadas com transtornos de ansiedade e depressão nos últimos anos, colocou o Brasil nas principais posições nos rankings mundiais relacionados a essas doenças. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 5,8% da população brasileira sofre de depressão, o quinto maior índice entre todos os países do globo e o segundo maior índice entre os países da América. Já em relação ao transtorno de ansiedade, os dados são ainda mais preocupantes, o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com uma taxa de 9,3%, o que corresponde a um total de 18,6 milhões de pessoas com algum transtorno de ansiedade no país, segundo a OMS.

5,8%

9,3%

DA POPULAÇÃO BARSILEIRA

DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

SOFRE DE DEPRESSÃO

SOFRE DE ANSIEDADE

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde

As causas para os altos índices de casos estão em sua maioria relacionadas ao estilo de vida dos brasileiros, com longas jornadas de trabalho e uma rotina acelerada. Problemas como frustrações, desentendimentos familiares, adversidades no trabalho, competitividade, cansaço, cobrança excessiva, e a grande exposição nas mídias sociais também são fatores responsáveis por desencadear transtornos como ansiedade, depressão e estresse. Como agravante, a falta de tempo ou até mesmo a dificuldade financeira, fazem com que os cuidados com a saúde mental fiquem de lado ou restritos a uma pequena parte da população. A doutora em psicanálise pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Maria Rita Kehl, em uma reportagem da TAB UOL (2018), afirma que: "Podemos pensar que o aumento (de casos) das depressões denuncia alguns impasses do sujeito contemporâneo; entre eles, a aceleração da experiência com o tempo e o imperativo do gozo e da felicidade (...)”. Ela também ressalta, na mesma reportagem, a forma como a imposição do aproveitamento do tempo propicia os casos: "Tempo não é dinheiro. É tudo o que temos, e cabe a cada um de nós dispor do tempo de maneiras que produzam valor, sentido e prazer, mas não só prazer, para nossas vidas".

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Ademais, a conjuntura social do país também é um fator importante para a colocação do Brasil nas principais posições nos rankings. Segundo o professor do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Giovanni Abrahão Salum Júnior, problemas frequentes no país como desigualdade social, pobreza e traumas na infância podem propiciar o surgimento de transtornos de ansiedade. O cenário da pandemia do novo coronavírus e a mudança repentina na rotina das pessoas, também contribuíram para o surgimento e agravamento de muitos casos no último ano. Em uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entre os meses de maio a julho de 2020, foi comprovado que a população tornou-se mais ansiosa na pandemia - 80% das 1996 pessoas ouvidas acusaram sintomas de ansiedade e 68% sintomas de depressão. O Ministério da Saúde também constatou em uma pesquisa realizada nos meses de abril e maio de 2020, que 86,5% dos 17 mil brasileiros entrevistados em todo país possuíam algum tipo de ansiedade patológica. As consequências de toda essa situação, não se restringem apenas às pessoas de maneira individual, mas atingem também todo o país em diversos aspectos. Um exemplo é em relação a produtividade: crianças, jovens e adultos com problemas de ansiedade e depressão, tendem a apresentar um baixo rendimento, seja ele na escola, na universidade ou no trabalho. O psiquiatra, pesquisador, e professor universitário Dr. Wagner F. Gattaz, afirmou em um análise para EOnline em 2018 sobre a saúde mental dos trabalhadores ao redor do mundo, que: “A queda na produtividade gerada pela depressão tem um impacto na economia e na empresa. Só nos Estados Unidos a depressão gera anualmente custos diretos e indiretos que somam U$ 250 bilhões.” Além disso, outra consequência gerada por esse tipo de problema, é o afastamento do trabalho, segundo o jornal O Tempo, em 2016, a depressão afastou 75,3 mil pessoas do trabalho, uma taxa 16,5% maior do que no ano de 2015. Essa situação reflete diretamente na economia do país, fazendo desse quadro uma questão de saúde pública. No entanto, mesmo com os altos índices de casos e suas perspectivas de crescimento devido ao cenário atual, o Brasil está longe de reverter a situação, com cortes de verbas e encerramento de programas de saúde mental pelo SUS, principal meio de

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acesso à saúde no país. Segundo uma reportagem do final de 2020 da revista Época, o Ministério da Saúde iria revogar cerca de 100 portarias sobre saúde mental. Em contrapartida, o cuidado com a saúde mental, mesmo sem o diagnóstico de nenhum transtorno, é algo essencial para a qualidade de vida das pessoas, principalmente na sociedade contemporânea. Uma pesquisa feita pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, constatou que funcionários felizes são 12% mais produtivos que os demais. Desse modo, incluir na rotina cuidados com a mente reflete em um melhor desempenho em todas atividades e até em uma melhoria da saúde física, já que uma está diretamente ligada a outra. Existem hoje diversas maneiras de cuidar da saúde mental e prevenir ou tratar os transtornos de ansiedade e depressão, como por exemplo por meio da psicoterapia com profissionais da área, como psicólogos e psiquiatras, ou até mesmo por meio de algumas atividades complementares conhecidas como terapias “alternativas”. Práticas como yoga, meditação, acupuntura, massoterapia, aromaterapia, cromoterapia, entre outras, compõem o grupo dessas atividades que promovem benefícios à saúde e bem-estar as pessoas que praticam, além de serem grandes aliadas aos tratamentos tradicionais de saúde e ajudarem na prevenção de diversas doenças. É nesse contexto que surge a ideia de um Centro Integrado de Terapias Alternativas, não apenas para atender as pessoas que passam por transtornos como ansiedade e depressão, mas para todas que almejam uma qualidade de vida. Um espaço projetado para promoção do bem-estar físico e mental através da própria arquitetura, com atendimento terapêutico com psicólogos e psiquiatras e com atividades complementares, como yoga, acupuntura, cromoterapia, musicoterapia, meditação, entre outras. A ideia também prever tornar esse centro o mais acessível possível, já que cuidar da saúde mental é algo indispensável, mas que infelizmente até os dias atuais não é financeiramente disponível a todos. Em suma, este espaço anseia incluir o cuidado com a saúde mental na rotina das pessoas, promovendo um bem-estar, melhorando os relacionamentos e a produtividade, e contribuindo para uma qualidade de vida maior.

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A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA SOB SEUS USUÁRIOS


O espaço de vivência das pessoas, intencionalmente ou não, sempre influenciou no seu modo de vida. A moradia, o espaço de trabalho, os espaços públicos e a cidade como um todo são grandes influentes pelo comportamento de seus usuários. Georg Simmel em seu ensaio “The Metropolis and Mental Life” (A metrópole e a vida mental), analisa como cidades movimentadas influenciam nas condições comportamentais de seus moradores. Ele compara em diversos momentos aspectos da vida do campo com aspectos da vida metropolitana para exemplificar como o contraste entre esses locais resultam em modos de vida quase opostos - enquanto a vida no campo possibilita um ritmo mais lento e fortalece os laços e as ligações emocionais, a vida corrida da metrópole dá prioridade a aspectos mais racionais e calculistas. Para Simmel (1973 [1903]):

“A metrópole extrai do homem, enquanto criatura que procede a discriminações, uma quantidade de consciência diferente da que a vida rural extrai. Nesta, o ritmo da vida e do conjunto sensorial de imagens mentais flui mais lentamente, de modo mais habitual e mais uniforme. É precisamente nesta conexão que o caráter sofisticado da vida psíquica metropolitana se torna compreensível – enquanto oposição à vida da pequena cidade, que descansa mais sobre relacionamentos profundamente sentidos e emocionais.” (SIMMEL, tradução de SERGIO MARQUES DOS RBIS 1973 [1903], p.12)

Essa análise sobre as implicações do espaço aos seus usuários também é válida para a escala da arquitetura, assim como as cidades, as características de uma edificação refletem diretamente no modo de vida das pessoas, contribuindo positivamente ou negativamente. Essa relação do espaço com seus usuários é foco de estudo de uma ciência específica, a Psicologia Ambiental, um campo do conhecimento dentro da Psicologia, em que arquitetos, urbanistas, sociólogos e psicólogos trabalham em conjunto para investigar a relação do espaço com as pessoas. José Pinheiro, Hartmut Günther e Raquel Guzzo (2006), no livro “Psicologia Ambiental: Entendendo as relações do homem com seu ambiente”, definem esse campo como: “A Psicologia Ambiental estuda o homem em seu contexto físico e social. Busca suas Inter-relações com o ambiente, atribuindo importância às percepções, atitudes, avaliações ou representações ambientais, ao mesmo tempo considerando os

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comportamentos associados a elas. A Psicologia Ambiental se interessa pelos efeitos das condições do ambiente sobre os comportamentos individuais tanto quanto como indivíduo percebe e atua em seu entorno. Os efeitos destes fatores, físicos e sociais, estão associados à percepção que se tem deles, e, neste sentido, estudam-se as interações.” (PINHEIRO, GÜNTER E GUZZO, 2006, p.7)

Com estudos iniciados por volta dos anos 60 e 70, a Psicologia Ambiental segue se aprimorando até os dias atuais, tentando aprofundar cada vez mais na relação existente entre espaço e usuário. Desse modo, ela tornou-se uma grande aliada para o campo da arquitetura, uma vez que quanto maior entendimento da influência do ambiente sob as pessoas, mais propriedade os arquitetos têm para projetar espaços qualificados para a sociedade. Dessa forma, partindo da evidência de que a arquitetura se manifesta como uma grande influenciadora da vida dos indivíduos, podemos considerar que ela pode contribuir para saúde, qualidade de vida e bem-estar dos seus usuários, desde que produza espaços agradáveis a eles, como explica Renata Thaís Bomm Vasconcelos, em sua dissertação “Humanização de ambientes hospitalares: características arquitetônicas responsáveis pela integração interior/exterior” (2004): “É comprovado cientificamente que o ambiente influencia diretamente o bem estar dos usuários. Seus elementos provocam estímulos sensoriais nas pessoas e evocam respostas que geralmente se refletem no seu comportamento e nas suas atitudes.” (VASCONCELOS, 2004, p.24)

Até o momento, já são conhecidos e aplicados diversos mecanismos que favorecem positivamente essa relação espaço-usuário, fazendo da arquitetura um agente importante para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. O Centro Integrado de Terapias Alternativas nasce a partir desse conceito: criar um espaço voltado para cuidados com a saúde mental tendo a sua própria arquitetura como agente na promoção do bem-estar. Para cumprir com esse objetivo é fundamental o aprofundamento e a adoção dos mecanismos que contribuam para um espaço de qualidade para os usuários, como a arquitetura humanizada e o design biofílico. Aspectos como a psicologia das cores, a luz, e os sons também devem ser considerados importantes nessa busca por um espaço de bem-estar.

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ARQUITETURA HUMANIZADA A criação de espaços desconsiderando a ligação entre arquitetura e o emocional das pessoas, produziu por muito tempo diversos ambientes funcionais mas desconectados de seus usuários. Espaços voltados para tratamentos de saúde, como os hospitais, são grandes exemplos dessa produção em que a edificação cumpre apenas com seu papel funcional, auxiliando nas atividades que ali acontecem, mas não desenvolve nenhuma relação com os seus usuários, isso porque durantes muitos anos a funcionalidade era o suficiente para locais como esses. Para Vasconcelos, (2004, p.26) “Pelo menos, há 25 anos atrás, a ideia de que o ambiente poderia – positivamente ou negativamente – influenciar o corpo na habilidade de alcançar a cura, era considerada nada menos que revolucionária.” O conceito de arquitetura humanizada surge em contraposição a essa realidade, visando criar espaços de qualidade que promovam às pessoas benefícios físicos e psicológicos. Com grande aplicação em espaços hospitalares, por receberem diversas pessoas em estado de vulnerabilidade, a humanização pode ir além e ser empregada em qualquer lugar, uma vez que ela implica na colocação do homem (o usuário) como o foco principal do projeto, em busca de garantir a ele melhores condições. Desse modo, humanizar um espaço pressupõe pensá-lo com atenção não só nas finalidades funcionais e estéticas, mas também nas necessidades e na qualidade de vida dos seus usuários. Para a arquiteta, urbanista e psicóloga, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Gleice Azambuja Elali, em seu texto “Psicologia e Arquitetura: em busca do locus interdisciplinar” (1997), esse deve ser o principal objetivo da arquitetura: “(...)o principal objetivo da edificação (ou conjunto edificado) deve ser garantir a qualidade de vida da população. Sob esta ótica, o edifício deixa de ser encarado apenas a partir das suas características físicas (construtivas) e passa a ser avaliado/discutido enquanto espaço “vivencial”, sujeito à ocupação, leitura, reinterpretação e/ou modificação pelos usuários, ou seja, ao estudo de aspectos construtivos e funcionais do espaço construído acrescenta-se a análise comportamental e social essencial à sua compreensão.” (ELALI, 1997, p.353)

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Portanto, para projetar espaços humanizados apropriadamente, segundo Renata Thaís Bomm Vasconcelos, em sua dissertação “Humanização de ambientes hospitalares: características arquitetônicas responsáveis pela integração interior/exterior” (2004), é necessário em primeiro lugar entender a fundo as necessidades dos seus usuários, já que o princípio da humanização é o foco neles. Além disso, diversos aspectos devem ser levados em consideração, como a luz, os ruídos, o contato com a natureza e até a ventilação, buscando que eles provoquem uma qualidade espacial. Por fim, Vasconcelos (2004) ressalta, que a Arquitetura Humanizada ainda vai além de criar apenas espaços confortáveis e agradáveis, para ela é preciso aprofundar cientificamente nos efeitos causados pelos elementos do espaço e nas sensações provocadas por eles.

O DESIGN BIOFÍLICO Biofilia é um termo que se refere a necessidade humana de se conectar com a natureza. A palavra de origem grega pode ser traduzida ao pé da letra como “amor a vida” (bios=vida e philia=amor), e foi definida pelo psicólogo social, Erich From, em seu livro "The Anatomy of Human Destructivity" (1973), como “o amor à vida e por tudo aquilo que é vivo”. Mais tarde, o sociobiologista norte-americano Edward Wilson, foi o principal responsável por difundir esse termo através da aplicação em suas teorias e pelo seu livro lançado em 1984, “Biophilia”. Para Wilson, a biofilia é entendida como uma condição genética que faz com que os seres humanos busquem um contato com a natureza. Anos depois, em 2001, o pesquisador Howard Frumkin, em seu artigo “Beyond toxicity” (Além da toxicidade), analisou os efeitos positivos da exposição ao meio ambiente para a saúde. Baseado na teoria de Wilson, ele constatou uma significativa melhora da saúde e do bem estar das pessoas através de elementos naturais no interior e no exterior das edificações. Desse modo, considerando a relação positiva entre a natureza e o homem, na arquitetura, o design biofílico surge como um grande mecanismo na busca por desenvolver espaços que promovam qualidade de vida e bem-estar às pessoas. Esse design manifesta-se em oposição a um contexto de descaso à natureza no espaço construído, um cenário muito comum na maioria dos centros urbanos, em que as edificações não só ignoram, como suprimem os elementos naturais, dificultando o contato entre as pessoas e a natureza. PÁGINA 12


O design biofílico propõe então, uma incorporação dos elementos naturais na arquitetura, visando retomar e promover a ligação entre o homem e o meio ambiente e proporcionar uma melhoria nas condições de vida das pessoas. Além disso, ele é também um grande agente no aumento da concentração e da produtividade das pessoas, como comprovam Heerwagen e Iloftness (2012), no texto “The economics of biofilia: Why designing with nature in mind makes financial sense.” (“A economia da biofilia: por que projetar com a natureza em mente faz sentido financeiro.”): “A interação humana com a natureza proporciona um aumento da atividade parassimpática, resultando em melhor função corporal e redução da atividade simpática. O resultado é diminuição do estresse e irritabilidade, e a capacidade aumentada de se concentrar.” (HEERWAGEN; ILOFTNESS, 2012, p.5)

Esse benefício também foi comprovado por uma pesquisa de 2018 da CBRE sobre “healthy office” (escritório saudável), em que o design biofílico, nesse caso representado por plantas espalhadas pelo escritório, promoveu uma série de benefícios positivos às pessoas. Segundo a pesquisa, 10% dos participantes apresentaram uma melhora no desempenho cognitivo, além disso 76% se sentiram mais energizados, 78% se sentiram mais felizes e 65% se sentiram mais saudáveis. Outro benefício é a agilidade na recuperação de pacientes em ambientes hospitalares. Bruno Duarte Dias, em seu estudo “Beyond sustainability – Biophilic and regenerative design in architecture” (Além da sustentabilidade biofílica e design regenerativo na arquitetura) de 2015, evidenciou um teste feito em hospitais por Roger Ulrich, entre os anos de 1972 a 1981, em que os pacientes internados em um quarto com vista para um ambiente natural, apresentaram recuperações mais rápidas em comparação a pacientes internados em quartos com vista para uma parede. Além disso, Heerwagen e Iloftness (2012), evidenciam que a biofilia auxilia na vontade de permanência das pessoas nos lugares. Segundo estudos realizados por elas, espaços com a presença de elementos naturais não só atraem mais pessoas, como favorecem que elas permaneçam ali.

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Mediante o exposto, fica claro a importância da adoção do design biofílico para criação de ambientes que promovam benefícios aos seus usuários. A variedade de maneiras de adotar esse mecanismo facilita ainda mais a sua aplicação. Introduzir o verde nos ambientes arquitetônicos através da vegetação já é um grande passo, mas ainda não é o suficiente. O design biofílico também propõem uma iluminação e ventilação natural; grandes aberturas que permitam vistas para o exterior e escutas de fenômenos como chuva, vento e até do cantar dos pássaros; uso de materiais naturais, como a madeira e a pedra por exemplo; e até mesmo a adoção de formas mais orgânicas. Heerwagen e Iloftness (2012) ainda ressaltam a aplicação de elementos como clarabóias, jardins internos e calçadas arborizadas. Através da incorporação do design biofílico na arquitetura, arquitetos e designers podem criar espaços mais saudáveis e com melhores condições às pessoas. Esse é então um grande aliado na transformação das grandes cidades em espaços mais harmoniosos para a sociedade. Pra Okamoto, no livro “Percepção Ambiental e Comportamento” (2002): “(...) deveriam os arquitetos desenvolver o desejo de atender à permanente necessidade de uma interação afetiva do homem com o meio ambiente, favorecendo seu crescimento pessoal, a harmonia do relacionamento social e, acima de tudo, aumentando a qualidade de vida.” (OKAMOTO, 2002, p.11)

PISICOLOGIA DAS CORES A cor é uma grande responsável pela forma como o espaço influencia os seus usuários, uma vez que está ligada a diversas sensações e comportamentos humanos. Chamamos de psicologia das cores, os estudos de como cada uma delas induz psicologicamente as pessoas, e quais sensações no espaço elas são capazes de produzir. O professor Jose Arthur Fell, em seu artigo “Luz, cor, ambiente” (2002), explica que: . “As cores produzem sensações em nossa psicologia humana. Os fotons (diminutas partículas de energia eletromagnética) afetam os neuro-transmissores (substâncias químicas) que, conforme a onda luminosa, transmitem determinadas mensagens de nervo a nervo e de nervo para os músculos. A luz, ao chegar na retina

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do olho, ativa os neuro-transmissores do sistema nervoso central. Disso decorre a ativação ou a inibição de neorônios do hipotálamo e do sistema límbico e a devida modificação dos aspectos emocionais e motivacionais físicos e psicológicos. Por isso que certas cores despertam a fome, umas ativam e alertam ou alienam e deprimem; outras, acalmam, tranquilizam e alegram.” (FELL, 2002, p.8)

A Piscicologia das Cores tornou-se então, uma base importante para especificação correta de um projeto, e consequentemente para a criação de espaços mais confortáveis. O livro “A psicologia das cores: Como as cores afetam a emoção e a razão” da escritora Eva Heller, é uma grande referência para arquitetos, designers e outros profissionais que desejam entender e conhecer a relação das cores com as pessoas. Em seu livro, ela aborda o significado de cada cor e como elas se interligam aos nossos sentimentos. A metodologia tratada por Heller, foi uma grande referência para o estudo “Cor na arquitetura: estudo de caso da sua influência no comportamento humano”, realizado pela Professora Dra.Sc. Patrícia Cristina Cunha Nunes, e pelas alunas Rosangela Ribeiro Braga e Liz Betânia Oliveira Malta Ramos (2019). Nele, elas investigaram a variação do comportamento e do desempenho de alunos em salas de aula monocráticas, pintadas com cores que variam a cada 30 dias. No final da pesquisa foi constatado alterações na concentração e no humor dos alunos conforme a variação cromática, com base em relatos semanais sobre as experiências com cada cor. A pesquisa comprovou dessa forma, que a cor aplicada à arquitetura e ao mobiliário são capazes de interferir no comportamento humano. Segundo as autoras (2019, p.36), “A percepção humana das cores vai além da capacitação ótica de identificar diferentes comprimentos de onda”, sendo responsável por alterar as emoções dos usuários. Além de alterar o humor e a concentração, a influência da cor também se estende para o campo da saúde. A ligação entre ela e o corpo humano é tão intensa que a cor pode ser usada como um grande auxiliar nos tratamentos de saúde, como a cromoterapia, por exemplo. Vânia Costa Gusmão e Rachel Brotherhood, no artigo “A influência das cores no estado psicológico dos pacientes em ambientes hospitalares”, explicam que essa técnica pode

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promover o alívio de sintomas através da absorção das cores, levando em conta o significado de cada uma. Para as autoras, a cromoterapia considera a ligação entre corpo e mente e atua no corpo humano em seus aspectos físico, mental, emocional, energético e espiritual. Nessa perspectiva, a cor tem um papel crucial na criação de espaços que promovam o bem-estar das pessoas. Desse modo, elas não podem partir de uma escolha apenas baseada na estética do local, mas devem ser especificadas com base na sua psicologia. O professor Jose Arthur Fell (2002), em seu artigo “Luz, cor, ambiente”, apresenta de forma clara e completa as sensações produzidas pelas principais cores. A partir da análise dessas sensações, fica claro que uma única cor pode ser responsável por criar diversas percepções, já que essa influência também depende de um contexto no qual o espaço e seus usuários estão inseridos. Outro ponto, é sempre se atentar a combinação das cores, já que uma cor associada a outra pode propiciar diferentes sensações.

A LUZ A luz de maneira geral é um fator valioso para o bem estar das pessoas e para a concepção de espaços agradáveis. Quando proveniente de fontes naturais, ela se alia ao conceito de biofilia e auxilia na produção de um ambiente muito mais benéfico aos seres humanos. Mas muito além da qualidade do espaço, a luz natural é capaz de promover melhorias na saúde das pessoas, sendo um elemento não só importante, mas fundamental e indispensável a qualquer lugar. Para Vasconcelos (2004): A luz do sol é importante para a absorção do cálcio e do fósforo, para o crescimento e fortalecimento dos ossos, para o controle de profilaxia viral e de infecções e para a melhora da capacidade física, diminuindo a pressão arterial e aumentando a quantidade de oxigênio. (VASCONCELOS, 2004, p.49)

Desse modo, sempre que possível, a luz natural deve ser priorizada e aproveitada ao máximo no interior das edificações, uma vez que ela promove mais benefícios quando comparada à luz artificial. Segundo Vasconcelos (2004, p.49): “Biologicamente, a melhor luz para o interior das edificações é a luz vinda das janelas, átrios e zenitais, a luz do sol. Além disso, a luz natural influi positivamente no humor e na disposição das pessoas.”

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A iluminação do sol é também uma grande auxiliadora da saúde mental, além da melhoria do humor e da disposição das pessoas, ela provoca a sensação de calma e auxilia na regulação do relógio biológico, já que o corpo humano necessita da luz do solar para “despertar”, através de estímulos a uma região cerebral. Sem a presença da luz natural, esses estímulos não são enviados e o corpo permanece na sua condição de descanso. Para o neurocirurgião Fernando Gomes, em uma reportagem para a CNN de 2020: "A luz solar é muito importante para manter uma vida saudável. Temos um relógio interno no cérebro chamado hipotálamo e o contato da luz solar faz com que este relógio biológico funcione.” O neurocirurgião ressalta também a importância do sol para a produção de vitamina D, uma poderosa auxiliar do sistema imune e portanto da prevenção de diversas doenças. Outro benefício dessa vitamina, é também a sua contribuição para a saúde óssea. Uma revista americana, Consumer Reports, destaca ainda uma pesquisa em andamento que indica que a luz do sol pode auxiliar na redução do apetite, do risco de obesidade e da diabetes tipo 2. Segundo uma reportagem de 2019 da revista VEJA, outra contribuição da luz natural para saúde é o aumento da produção de serotonina, um importante hormônio para o sono, o humor e o apetite das pessoas, que quando encontrado em baixa concentração, pode gerar mau humor, dificuldade para dormir e até mesmo ansiedade e depressão. É por essa razão que países com baixa incidência de luz solar, apresentam um grande risco de desenvolvimento pela população da chamada “depressão sazonal”. Contudo, a luz artificial também é muito importante para a qualidade do espaço, devendo ser pensada com muita cautela. O ideal mesmo, é uma boa composição entre as duas fontes de luz, de modo que uma possa atuar na ausência da outra e os espaços se mantenham sempre iluminados. Para Deyse Koth, em seu estudo “A influência da iluminação e das cores no ambiente hospitalar: a saúde vista com outros” (2013, p.6), “Para fazer um bom uso da luz artificial, deve-se ter cuidado com o brilho excessivo da fonte de luz, tamanho e disposição inadequados, contraste em excesso entre os pontos de luz e sombra, entre outros”. Koth evidencia também um cuidado muito importante em relação à iluminação artificial: impedir que ela seja totalmente uniforme, visando evitar a configuração de ambientes monótonos. Desse modo, é ideal a adoção de mecanismos que permitam que a iluminação possa ser variada em um mesmo ambiente. PÁGINA 17


Diante do exposto, a iluminação de modo geral, apresenta uma grande importância para os espaços construídos. Desse modo, um bom projeto deve propiciar um aproveitamento da luz natural, visto os inúmeros benefícios decorrentes dela, e um planejamento adequado da luz artificial, já que ela também influencia os usuários do espaço, tudo isso em busca da construção de ambientes mais agradáveis e saudáveis às pessoas.

O SOM O som se apresenta para os seres humanos de diversas maneiras - tanto de formas agradáveis e tranquilizantes quanto de formas displicentes e estressantes. Para um ambiente arquitetônico confortável é necessário um levantamento de quais ruídos podem interferir negativamente para os seus usuários, em busca de inibi-los e promover a edificação de uma maior qualidade acústica. Barulhos desagradáveis, representados em geral por sons indesejáveis, estressantes ou incontroláveis pelas pessoas, como por exemplo as buzinas, segundo Vasconcelos (2004), podem causar problemas como irritação, frustração, mau humor, absenteísmo, dificuldade de concentração, e até insônia, sendo um péssimo interferente para saúde de qualquer ser humano. Dessa maneira, estratégias projetuais de bloqueio desses ruídos devem ser adotadas para impedir que eles originem problemas aos usuários e possibilitar a criação de um espaço com um conforto acústico. Vasconcelos, em sua dissertação “Humanização de ambientes hospitalares: características arquitetônicas responsáveis pela integração interior/exterior” (2004), ressalta algumas estratégias:

“A melhora acústica dos ambientes pode ser proporcionada pela escolha de revestimentos e móveis que não refletem ou amplificam as ondas sonoras. Paredes e tetos com superfícies irregulares são bons para dispersar o som. Carpetes, tecidos, madeira e painéis acústicos também podem proporcionar ambientes quietos e tranquilos.” (VASCONCELOS, 2004, p. 55)

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Por outro lado, os sons considerados agradáveis, como os provenientes de elementos naturais, podem ter efeito relaxante e calmante. O barulho da chuva, do vento, da água correndo e dos passarinhos, por exemplo, com base no princípio da biofilia, são ótimos contribuidores para o bem-estar das pessoas, uma vez que promovem um contato entre o homem e a natureza. Além da promoção de sons agradáveis, a natureza pode contribuir também para inibição de outros ruídos. Fábio Bitencourt, em seu texto “Conforto Acústico em Ambientes de Saúde: Música, Paisagismo e Materiais de Revestimento como Soluções Humanizadoras” (2014, p.35), explica que: “Um som que não desejamos pode ser perfeitamente amenizado pela ambientação paisagística e pelos resultados que a arborização, decorrente de sua densidade, pode estabelecer como barreira”. Ele ainda completa que a solução paisagística é uma boa possibilidade para amenizar o sons do trânsito e ainda de promover melhorias climáticas ao espaço.

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O LUGAR


A CIDADE DE BELO HORIZONTE A cidade escolhida para a implantação do Centro Integrado de Terapias Alternativas foi a capital do estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes, segundo o IBGE, que integra uma região metropolitana de 34 municípios.

REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

BRASIL

Minas Gerais Belo Horizonte

RMBH

ELABORAÇÃO: Autoral FONTE: IBGE

CRITÉRIOS DE ESCOLHA Partindo do princípio de tornar o Centro Integrado de Terapias Alternativas um espaço acessível a todos, e considerando a grande demanda por um espaço como esse, não só na cidade de Belo Horizonte, mas em toda sua região metropolitana, a facilidade de acessos, principalmente por transportes públicos como ônibus e metrô, foi um dos primeiros critérios para escolha do local de implantação.

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A região central da cidade e suas proximidades, foram então o ponto de partida para a busca do espaço ideal, visto que essa região concentra um grande número de linhas de transporte e é facilmente acessada por pessoas de qualquer região de Belo Horizonte e até mesmo outras cidades. Além disso, a proximidade de áreas públicas arborizadas como praças e parques, também foi um aspecto levado em conta, uma vez que muitas atividades do Centro poderiam ser praticadas nesses locais em determinados dias.

CRITÉRIOS Fácil acesso Próximo à região central Próximo à áreas livres

O LOCAL ESCOLHIDO O terreno escolhido para a implantação do Centro está localizado no Bairro Santa Efigênia, e é composto por 10 lotes que juntos totalizam uma área de 4041 m², sendo 5 lotes com frente para Av. do Contorno e os outros 5 com frente para Rua Professor Octaviano de Almeida. O terreno está a poucos minutos do hipercentro da cidade, e circundado pelos bairros Floresta, Santa Tereza, Paraíso, São Lucas, Funcionários, Centro e Boa Viagem.

ELABORAÇÃO: Autoral FONTE: BHMAP

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Vias importantes passam pelo entorno do local, como a Av. Brasil, a Av. dos Andradas e a própria Av. do Contorno, proporcionando uma rápida ligação com outras partes da cidade. Para facilitar mais ainda o acesso, 14 linhas de ônibus circulam pelo bairro, e um dos pontos está localizado em frente ao terreno, além da estação de metrô Santa Efigênia que está a apenas dois quarteirões de distância, fazendo desse local um espaço de fácil ingresso por vários meios.

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Terreno Av. do Contorno Av. Brasil Av. dos Andradas Pontos de ônibus Metrô

ELABORAÇÃO: Autoral FONTE: SIURBEMAP

Seguindo o critério de escolha, o terreno está próximo a uma das principais praças da cidade, a praça Floriano Peixoto, um excelente espaço para prática de atividades como meditação e yoga, por exemplo. Também conhecida como Praça do Quartel, ela é composta por espaços livres, playgrounds e academia a céu aberto, além de ser muito bem arborizada e sombreada, conformando um ótimo espaço de apoio ao Centro.

Terreno Praça Floriano Peixoto ELABORAÇÃO: Autoral FONTE: SIURBEMAP

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FOTOS: PRAÇA FLORIANO PEIXOTO - BELO HORIZONTE

FONTE: AUTORAL

O bairro de inserção do terreno, Santa Efigênia, também conhecido como a área hospitalar da cidade, é composto por uma grande quantidade de comércio e prestação de serviço, além de concentrar importantes centros médicos e hospitais da capital, sendo uma área de referência para saúde e um grande atrativo para todos que chegam a cidade em busca de tratamentos médicos. Além disso, é importante ressaltar alguns equipamentos relevantes inseridos no bairro e próximos ao terreno, como o Boulevard Shopping, o Primeiro Batalhão da Polícia Militar, e o Hospital Unimed. Terreno Hospital Unimed Primeiro Batalhão da Polícia Militar Boulevard Shopping Hospital da Polícia Militar Instituto Raul Soares - FHEMIG

ELABORAÇÃO: Autoral FONTE: SIURBEMAP

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ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA A partir da análise do novo Plano Diretor da cidade de Belo Horizonte, é possível constatar que a área de implantação do Centro está inserida no zoneamento Centralidade Regional, uma zona em que segundo a Lei n°11.181, de 8 de agosto de 2019, Art. 108, “se pretende direcionar maior adensamento construtivo e populacional e a concentração de atividades econômicas, complementarmente à qualificação urbanística do espaço urbano”. A partir dessa classificação podemos destacar os seguintes parâmetros urbanísticos: Zoneamento: CR - Centralidade Regional

MAPA DE ESTRUTURA URBANA ZONEAMENTO

FONTE: PBH

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Coeficiente Aproveitamento básico de transição: 1 Afastamento Frontal: Av. do Contorno (via arterial)= 4m Rua Professor Octaviano de Almeida (via local)= 3m Afastamento lateral: em função da altura Taxa de permeabilidade: 20% AEIS-Ambiental: Não Área de Diretrizes Especiais (ADE): ADE Vale do Arrudas Conexão Verde: Sim - Pelo menos 50% do AFmin deve ser vegetado e arborizado e terreno natural Lote inserido em área de proteção: Conjunto Urbano Praça Floriano Peixoto e Adj. Altura máxima: Altimetria máxima para novas edificações de 27 metros. Diretriz especial de projeto: Vedado o uso de empena cega.

DIAGNÓSTICO DO TERRENO Trânsito de veículos e pedestres Durante o período de segunda a sábado, o trânsito de veículos e pedestres na Av. do Contorno, uma via de mão dupla separada por um canteiro central, é intenso, gerando uma grande quantidade de ruídos devido a movimentação no local. No domingo, a intensidade é reduzida, mas ainda é perceptível um movimento, principalmente na região da Praça Floriano Peixoto. Já na Rua Professor Octaviano de Almeida, uma via classificada como local de mão dupla, o transito de veículos e pedestres é tranquilo e apresenta um baixo movimento em todos os dias da semana. FOTOS: AV. DO CONTORNO EM UM DOMINGO

FONTE: AUTORAL

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FOTOS: RUA PROFESSOR OCTAVIANO DE ALMEIDA EM UM DOMINGO

FONTE: AUTORAL

Insolação e ventos dominantes

Arborização

ELABORAÇÃO: Autoral FONTE: SIURBEMAP

ELABORAÇÃO: Autoral FONTE: SIURBEMAP

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Topografia O terreno apresenta uma topografia acidentada, com um desnível de 9 metros de altura em uma distancia de 66 metros entre a Av. do Contorno e a Rua Octaviano de Almeida.

ELABORAÇÃO: Autoral FONTE: PRODABEL

LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO FOTOS: FRENTE MURADA DO TERRENO E PASSEIO - RUA PROF. OCTAVIANO DE ALMEIDA

FONTE: AUTORAL

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FOTOS: FRENTE MURADA DO TERRENO E PASSEIO - AV DO CONTORNO

FONTE: AUTORAL

FOTOS: VISTA SUPERIOR DE SATÉLITE - 2021

FONTE: GOOGLEMAPS

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ESTUDOS DE CASOS


CENTRO MAGGIE DE LEEDS O Centro Maggie de Leeds é um dos centros do grupo Maggie, uma instituição filantrópica que presta apoio gratuitamente às pessoas em tratamento de câncer tanto de forma online, quanto através de um dos seus 30 espaços físicos, sendo 27 deles espalhados pelo Reino Unido e outros 3 em Hong Kong, Tóquio e Barcelona. O Centro Maggie da cidade de Leeds, na Inglaterra, está implantado dentro do Campus do Hospital Universitário St. James e foi projetado pelo Heatherwick Studio em 2019. O edifício de 462 m², foi pensado com base na premissa de que o espaço pode auxiliar no bem estar e na saúde dos pacientes em tratamento, fazendo com que eles se sintam melhor. Desse modo, esse projeto é então uma grande referência para o Centro Integrado de Terapias Alternativas, uma vez que a criação do espaço parte da premissa de que ele promova qualidade de vida às pessoas.

FONTE: Hufton+Crow

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FONTE: Hufton+Crow

Para alcançar o objetivo, o Centro Maggie de Leeds adotou alguns princípios biofílicos em seu projeto, como por exemplo a adoção e priorização da vegetação tanto no interior, quanto no exterior do edifício. A vegetação também está presente na cobertura, através de jardins projetados pelos paisagistas do escritório Balston Aguis, inspirados nas florestas de Yorkshire. Além disso, para promover ainda mais o contato dos pacientes com a natureza, segundo o site da instituição, o centro incentiva que seus visitantes ajudem a cuidar dos 23.000 bulbos e 17.000 plantas presentes no local, uma iniciativa inspirada no amor da Margaret Keswick Jencks, uma das fundadoras da instituição, pelo paisagismo. FACHADA LESTE

FONTE: Heatherwick Studio

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Outra relação do projeto com a biofilia, é concepção da sua estrutura, segundo a descrição de Paula Pintos (2020) no site Archdaily, ela foi toda feita a partir da madeira de origem sustentável, em um sistema préfabricado. Além disso, a forma e a orientação solar das aberturas do edifício possibilitaram o aproveitamento da ventilação natural, dispensando o uso de ar condicionado. As aberturas e a utilização do vidro também promovem uma ligação com a natureza, já que possibilitam um contato com os jardins externos.

FONTE: Hufton+Crow

O interior da edificação também está repleto de elementos biofílicos - a madeira além de estar presente em toda estrutura do Centro, também foi utilizada na escada, no guarda-corpo e em diversos mobiliários, inclusive nas mesas desenhadas pelo estúdio Heatherwick, inspiradas na própria estrutura do edifício, com formas biomórficas. A presença da vegetação no interior e a entrada da luz natural agregam ainda mais o espaço. PÁGINA 34


FONTE: Hufton+Crow

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FONTE: Hufton+Crow

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SPA NAMAN Localizado em Danang, dentro do Naman Retreat 5 estrelas, o melhor retiro de bem-estar do Vietnã, o Pure Spa é o espaço ideal para quem procura alcançar o equilíbrio do corpo e da mente. Um ambiente que conta com 15 salas de tratamento, academia, sauna e jacuzzi, oferece atividades como meditação relaxamento aos hóspedes.

e

ioga

em

busca

de

promover

um

O edifício, repleto de estratégias biofílicas, como os jardins naturais e o aproveitamento da luz solar, contribui para o bem-estar e para as terapias de seus usuários. Para a MIA Design Studio, responsáveis pelo projeto de 1600m², a intenção era criar um espaço que atendesse aos padrões de alto luxo do Naman Retreat, mas que aproximasse as pessoas da natureza, criando um espaço verde.

FONTE: Oki Hiroyuki

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Como estratégia projetual, segundo Fernanda Castro em uma matéria do Archdaily, nas fachadas, ao invés de paredes rígidas e opacas, foram utilizados jardins verticais e algumas placas vazadas para ajudar na proteção do sol tropical, resultando em um jogo de luz e sombra no interior da edificação. FACHADA

FONTE: MIA Design Studio

FONTE: Oki Hiroyuki

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FONTE: Oki Hiroyuki

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O pátio interno é uma estratégia para contribuir com a ventilação natural do local, mantendo um conforto térmico no edifício. Um espaço calmo e relaxante, esse pátio está repleto de espelhos d'água e contornado por uma vegetação adequada ao clima da cidade, que recai sobre o ambiente como uma “cortina verde”. CORTE

DIAGRAMA

FONTE: MIA Design Studio

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FONTE: Oki Hiroyuki

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FONTE: Oki Hiroyuki

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O Pure Spa é um grande exemplo de como a arquitetura pode contribuir para o relaxamento e bem-estar das pessoas, e portanto para sua qualidade de vida. Ele demonstra como a natureza pode ser uma grande aliada na criação de um espaço harmônico e de qualidade para os usuários, sendo desse modo, uma ótima referência para o Centro Integrado de Terapias Alternativas.

FONTE: Oki Hiroyuki

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FÁBRICA NA FLORESTA A Fábrica na Floresta localizada em Penang na Malásia, é um projeto desenvolvido pelo Design Unit Architects Sdn Bhd e vencedor de diversos prêmios, como o WorldGBC Asia Pacific Leadership in Green Building por exemplo, um prêmio que promove edifícios que adotam estratégias verdes e sustentáveis. Com uma área de 15000 m², o projeto é composto por duas partes, a da fábrica (produção) e de escritórios (administração), interligados por uma ponte que atravessa um pátio de uso comum.

FONTE: Lin Ho Photography

ESCRITÓRIOS

FÁBRICA PÁTIO

FONTE: Design Unit Architects Sdn Bhd com adaptações autorais

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Segundo a matéria escrita por Hana Abdel no Archdaily, a principal premissa do projeto foi a adoção de estratégias que possibilitassem a ele eficiência hídrica, energética, e a biofilia, para atender ao objetivo principal dos clientes de criar um espaço eficiente e consciente com o meio ambiente. Para tanto, ele foi pensado com o intuito de criar uma verdadeira “floresta”, através de uma composição entre a vegetação e o edifício, concebendo um espaço sustentável, e promovendo o máximo de contato entre as pessoas e a natureza, já que isso é fundamental para o bem-estar físico e psicológico dos trabalhadores.

FONTE: Lin Ho Photography

Na parte do escritório, a sua cobertura deu espaço a densos jardins abertos às pessoas. Um local amplo que busca promover uma interação entre os trabalhadores e a natureza, que segundo o conceito da biofilia, é uma necessidade de todo ser humano. Esse espaço é de livre uso, podendo ser utilizado para os mais diversos fins, como reuniões, confraternizações ou para descanso.

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FONTE: Lin Ho Photography

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FONTE: Lin Ho Photography

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FONTE: FONTE: Lin Ho Photography

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A ponte que liga a parte de escritórios a fábrica, também foi pensada com a mesma liberdade de usos, podendo ser muito além de um espaço apenas de passagem, já que ele atravessa um pátio rodeado por um jardim. Nesse pátio também está presente uma copa sombreada, que permite que os trabalhadores aproveitem o espaço com vista para a natureza. Todo o pátio e os escritórios são cobertos por um “pergolado” que auxilia na proteção solar, mas que não impede a entrada de luz natural.

FONTE: Lin Ho Photography

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FONTE: Lin Ho Photography

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Na parte da fábrica foram adotadas estratégias como aberturas zenitais com alguns elementos de concreto, o que possibilita a vista para o céu, mas também bloqueia a radiação solar intensa, e grandes janelas laterais que possibilitam a vista para o pátio. A luz natural de forma difusa durante o dia também foi aproveitada, uma forma de reduzir a utilização da luz artificial e, portanto, reduzir o consumo de energia. Outra forma de redução do consumo de energia foi através do resfriamento da laje com água gelada, através de uma tecnologia considerada mais eficiente que o sistema de ar condicionado convencional.

FONTE: Lin Ho Photography

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FONTE: Lin Ho Photography

Desse modo, esse projeto expressa uma maneira de conceber espaços integrados com a natureza e demonstrar os benefícios que ela pode provocar nos usuários. Essa integração resulta não só em espaços sustentáveis e ecologicamente corretos, como em espaços saudáveis e benéficos às pessoas. PÁGINA 52


DETALHAMENTO DO TRABALHO DE CONCUSÃO


AS TERAPIAS ALTERNATIVAS O Centro Integrado de Terapias Alternativas, é um local destinado a atividades que contribuam com a saúde mental das pessoas e com o tratamento de algumas doenças psicológicas. Para isso, o espaço contará com

atendimento

com

psicólogos

e

psiquiatras,

profissionais

responsáveis não só por diagnosticar e tratar doenças mentais, mas também por preveni-las, principalmente por meio das psicoterapias. Além disso, práticas denominadas de terapias alternativas, ou de práticas integrativas e complementares, também estarão presentes no Centro. Essas atividades complementam os tratamentos convencionais, previnem problemas de saúde, e auxiliam na manutenção da qualidade de vida e saúde mental das pessoas. No Brasil, 29 dessas atividades são reconhecidas pelo Ministério da Saúde e concedidas pelo SUS através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Entre todas elas, 12 estarão presentes no Centro Integrado de Terapias Alternativas, sendo elas: aromaterapia, arteterapia, biodança, cromoterapia, dança circular, acupuntura, meditação, musicoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa e yoga. A aromaterapia consiste em uma prática terapêutica que utiliza óleos essenciais para despertar diferentes partes do cérebro e alcançar diversas finalidades, como por exemplo ajudar na concentração, ou promover o alívio de dores físicas, estresse, ansiedade e depressão. Ela pode ser realizada de diversas formas, seja através da inalação direta do óleo, ou por meio de difusores, aromatizantes, ou até mesmo por meio do contato direto na pele em uma massagem. Assim, a aromaterapia pode e é facilmente associada a outras terapias alternativas, como a yoga e meditação, por exemplo, não necessitando de um espaço exclusivo para sua realização. A arteterapia, outra terapia alternativa presente no Centro, utiliza de diferentes expressões artísticas, como pintura, colagem, ou modelagem, contribuindo tanto nos aspectos mentais quanto físicos das pessoas. Já a biodança é uma atividade que promove o equilíbrio físico e mental através da música, de cantos e de movimentos da dança, melhorando as relações afetivas. Ela se assemelha à dança circular, uma prática ancestral

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que estimula a união das pessoas através da dança de roda, uma terapia coletiva em que todas as pessoas dançam e cantam sincronizadamente, praticando constantemente o ritmo e a memorização e contribuindo com a saúde física e mental. A música, presente na biodança e na dança circular, também está presente na musicoterapia como a sua peça fundamental. Nessa terapia, elementos musicais estimulam as pessoas e desenvolvem a sua comunicação e o seu aprendizado. Além da música, a cor também será usada como uma ferramenta de terapia no Centro, a partir da cromoterapia, uma técnica que auxilia em diversos tratamentos de saúde promovendo o equilíbrio físico e mental do corpo. Nele, as cores laranja, vermelho e amarelo, classificadas como cores quentes provocam sensações estimulantes para o corpo, já as cores azul, verde, anil e violeta, classificadas como frias, sensações calmantes. Outra terapia presente é terapia comunitária integrativa, uma prática que envolve diversas pessoas em uma reunião coletiva em que experiências são trocadas em busca de promover uma contribuição mútua entre as pessoas. Já acupuntura, uma técnica da medicina tradicional chinesa, consiste na aplicação de agulhas metálicas pelo corpo para estimular pontos que promovem benefícios à saúde e ajudam na prevenção e no tratamento de algumas doenças. Em busca de boas energias, equilíbrio e saúde, o reiki é uma terapia presente no Centro que através da imposição das mãos promove o equilíbrio energético das pessoas. Já a meditação, uma prática milenar, auxilia na concentração através do exercício da mente para controlar seus pensamentos, em busca de um equilíbrio. Outra prática milenar, a shantala, é uma atividade de origem indiana que envolve pais e filhos. Ela ocorre através de massagens feitas pelos pais em crianças ou bebês para fortalecer as ligações, acalmá-los e aliviar dores, produzindo uma série de benefícios, como por exemplo o equilíbrio físico e emocional. Por fim, a yoga, uma terapia também de origem indiana, consiste na prática de movimentos e posições que estimulam e exercitam o equilíbrio corporal e mental, contribuindo para saúde física e mental.

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Cada uma dessas atividades possuem suas especificações espaciais necessárias, mas muitas podem ser realizadas em um mesmo espaço, o que viabiliza a possibilidade de salas compartilhadas por mais de um prática, desde que elas ocorram em horários diferentes. Essa variedade de espaços e a grande área externa presente no Centro darão possibilidade também a flexibilização de usos, viabilizando que demais práticas sejam incorporadas ao programa no futuro. Além disso, o Centro Integrado de Terapias Alternativas contará com um espaço com piscina aquecida para realização de algumas terapias na água, como por exemplo o Watsu, uma prática que promove o relaxamento do corpo e da mente, alongamento e até auxílio na recuperação de enfermidades através de movimentos na piscina aquecida.

ACESSIBILIDADE FINANCEIRA O conceito de saúde para muitas pessoas se restringe apenas à inexistência de doenças físicas, mas para a Organização Mundial de Saúde, ele vai muito além dessa simples definição, englobando bem-estar físico, mental e social. Desse modo, cuidar da saúde envolve muito mais do que apenas praticar exercícios físicos, se alimentar bem e realizar exames periódicos, cuidar da saúde envolve uma atenção com a mente. Partindo desse conceito, fica claro que o acesso a cuidados com a saúde mental é essencial para uma sociedade saudável. Mas, infelizmente, nos dias atuais, este cuidado não está financeiramente disponível de forma simples e prática a todos. Dessa forma, o Centro Integrado de Terapias Alternativas busca criar e promover mecanismos que facilitem o acesso desse espaço ao máximo de pessoas possível. Para isso algumas estratégias foram pensadas, como parcerias com universidades e com algumas empresas, e a criação de planos acessíveis. A parceria com as universidades poderia promover o atendimento feito por alunos do curso de psicologia no espaço, uma forma de estágio supervisionado, esse atendimento teria um custo menor ou seria gratuito, contribuindo e possibilitando o acesso da psicoterapia para muitas pessoas. Já a parceria com as empresas visa adquirir um incentivo financeiro por parte delas para que seus funcionários possam realizar as atividades presentes no Centro, considerando os benefícios no âmbito profissional já citados anteriormente, como melhorias no rendimento e na produtividade.

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Por fim, o Centro visa a criação de planos acessíveis, com valores mínimos a serem pagos, ou com descontos para realização de mais de uma atividade, visando aproximar e incentivar as pessoas a incluir na rotina um cuidado com a saúde mental. No contexto espacial, a ideia é criar uma grande área pública no entorno do espaço, proporcionando que as pessoas se aproximem do local e tornando-o ainda mais acessível.

USUÁRIOS O Centro Integrado de Terapias Alternativas é um espaço criado para todas as pessoas que buscam incluir um cuidado com a saúde mental na sua rotina, e praticar atividades que contribuam para isso. Dessa forma, ele não possui uma faixa etária específica, sendo um espaço indicado para crianças, jovens, adultos ou idosos, visto que cuidar da saúde mental pode ser uma prática iniciada ainda na infância e que perdura até a velhice. Além dessas pessoas, os outros usuários estarão presentes no Centro, pessoas responsáveis pela administração e agendamento das terapias, pessoas responsáveis pela segurança e limpeza do espaço, e os profissionais responsáveis por ministrar cada uma das atividades.

DEFINIÇÃO DAS INTENÇÕES A primeira premissa para o Centro Integrado de Terapias Alternativas, é criar um espaço em que a arquitetura atue como agente de bem-estar, criando um espaço humanizado e pensado para contribuir positivamente com todos os seus usuários, sejam eles os paciente, os funcionários ou até mesmo os profissionais que estarão prestando o serviço. Dessa forma, todos os espaços, seja ele uma sala de espera, ou a administração, por exemplo, devem ser pensados com foco em garantir um conforto ao seu usuário. Quanto à faixa etária, alguns espaços também serão pensados para o público infantil, com dimensionamentos e mobiliários específicos para esse público. Ainda pensando em criar um espaço que promova o bem-estar para as pessoas, diversas estratégias biofílicas serão utilizadas, provendo uma aproximação das pessoas com a natureza e contribuindo para sua saúde. Para isso, jardins internos e externos serão adotados visando uma incorporação da vegetação no projeto. Grandes aberturas nas laterais ou na cobertura, irão viabilizar o aproveitamento da luz e da ventilação PÁGINA 57


natural, além de possibilitarem a vista para o ambiente externo. Um pátio central com o pé direito mais alto será criado com jardins e espaço de convivência, contribuindo ainda mais para a ventilação cruzada e para iluminação do espaço. Materiais naturais também serão utilizados, como a madeira e a pedra. Além disso, todas as cores do projeto serão baseadas na psicologia das cores, e a adoção de cada uma visa promover sensações agradáveis aos usuários, como azul, verde, branco, lilás e rosa, por exemplo. Para promover um conforto acústico, uma grande área externa deve ser pensada, criando um paisagismo que além da função de bloquear os ruídos da cidade, propiciará um conforto térmico e contribuirá com a biofilia do local. Essa área externa deve possibilitar a realização de atividades e apropriação das pessoas. Uma outra premissa é a criação, dentro do Centro, de um espaço que venda produtos que contribuam para o bem-estar das pessoas, como óleos essenciais, tapetes para yoga, difusores, incensos, etc. Por fim, o aproveitamento do desnível do terreno é uma outra premissa, tanto na parte interna, quanto na parte externa, possibilitando o acesso pelo nível das duas ruas (Av. do Contorno e Rua Professor Otaviano Almeida) e portanto o atravessamento de quadras.

E s p aços pensad o s p a r a g a r a n t i r u m c o n f o r t o a o s e u s u s u á rios; A l g u ns ambient e s p r o j e t a d o s p a r a c r i a n ç a s ; J a r d ins internos e e x t e r n o s ; G r a n des abertu r a s n a s l a t e r a i s e n a c o b e r t u r a ; A p r o veitamento d a l u z n a t u r a l ; A p r o veitamento d a v e n t i l a ç ã o n a t u r a l ; P á t i o central;

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M a t e riais natura i s ; P s i c ologia das c o r e s ; G r a n de área ex t e r n a ; A t r a vessamento d e q u a d r a ; A d e quação a to p o g r a f i a d o t e r r e n o ;

PROGRAMA DE NECESSIDADES

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REFERÊNCIAS


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