Primeiro capítulo simples perfeição

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WOODS Minha mãe não falou comigo durante o funeral do meu pai. Eu fui confortá-la, mas ela virou-se e foi embora. Das muitas coisas da vida que eu esperava, esta não era uma delas. Nunca. Nada do que eu tinha feito tinha afetado a vida da minha mãe. No entanto, ela ajudou meu pai quando ele tentou destruir a minha. Vendo-o deitado frio e inerte no caixão não tinha me impressionado do jeito que eu imaginava. Tudo era muito novo. Eu não tinha tido tempo para perdoá-lo. Ele havia machucado Della. Eu nunca poderia perdoar isso. Mesmo com ele morto e enterrado eu não poderia perdoar o que ele tinha feito com ela. Ela era o centro do meu mundo. Minha mãe tinha sido capaz de ver a falta de emoção nos meus olhos. Eu não era de fingir. Pelo menos não mais. Uma semana atrás, eu teria fugido desta vida em que fui criado sem um pingo de remorso. Não tinha sido difícil deixar tudo isso. Meu foco estava em encontrar Della. A mulher que entrou na minha vida e mudou tudo. Della Sloane se tornou meu vício, quando eu não estava disponível. Em toda a sua louca perfeição ela me fez cair insano de amor por ela. Uma vida sem ela parecia inútil. Muitas vezes me perguntei como as pessoas encontram alegria na vida sem conhecê-la. Com a morte repentina do meu pai, a vida que eu tinha acabado de largar agora estava sendo colocada completamente sobre meus ombros. Della tinha ficado ao meu lado em silêncio desde o momento em que coloquei o pé em Rosemary Beach, Florida. Sua pequena mão escondida na minha, ela sabia quanto eu precisava dela, sem eu dizer nada. Um aperto de mão que me lembrava de que ela estava ali ao meu lado e que eu poderia fazer isso. Exceto neste momento, ela não estava comigo. Ela estava na minha casa. Não queria trazê-la aqui, para a casa da minha mãe. Minha mãe poderia querer fingir que eu não existia, mas eu agora tinha a propriedade de tudo em sua vida, incluindo a casa em que ela vive. Ela veio com o clube, pois meu avô teve a certeza de que quando o meu pai falecesse, tudo se tornaria meu. Nem uma vez meu pai achou que isso poderia ser algo que eu precisasse saber. Ele colocou na minha cabeça que ele controlava a minha vida. Se eu quisesse este mundo, então tinha que ceder a sua vontade. No entanto, o tempo todo, tudo mudaria meu no meu vigésimo quinto aniversário ou em caso de morte do meu pai. O que viesse primeiro. Não tinha como escapar disso agora. Pensei em bater na porta e mudei de ideia. Minha mãe precisava parar de agir como uma criança. Eu era tudo que lhe restava. Era hora ela aceitar Della na minha vida, porque eu estava colocando um anel em seu dedo assim que conseguisse convencê-la disso. Conhecia Della bem o suficiente para saber que não seria fácil convencê-la a se casar comigo. Com o meu mundo se transformando completamente em algo que eu não


esperava, eu queria a segurança de saber que, quando eu chegasse em casa, Della estaria lá. Comecei a alcançar a maçaneta da porta, quando esta se abriu. Meus olhos se levantaram para ver Angelina Greystone em pé na porta da casa dos meus pais com um sorriso inocente no rosto. O olhar mal em seus olhos não poderia ser mascarado por sua tentativa de parecer legal. Eu quase me casei com essa mulher para que eu pudesse ter o clube que iria se tornar meu de qualquer maneira. Meu pai me fez acreditar que eu tinha que casar com Angelina para conseguir a promoção e o futuro que eu merecia. O que meu pai não tinha esperado era Della entrando na minha vida e me mostrando que havia mais para mim do que um casamento sem amor com uma cadela sem coração. "Nós estávamos esperando por você. Sua mãe está na sala de estar com um pouco de chá de camomila que eu fiz para ela. Ela precisa te ver Woods. Fico feliz que você levou em consideração seus sentimentos e não trouxe a garota." A única coisa que eu sabia, apesar do que esta bruxa tinha acabado de dizer, era que ela sabia o nome de Della. Ela poderia querer fingir que ela nunca tinha ouvido falar dela e não tinha ideia, mas ela sabia. Ela estava apenas sendo rancorosa. O que eu não sabia era porque motivo ela estava na casa da minha mãe. Eu passei por ela e entrei na casa sem responder a ela. Eu sabia chegar onde minha mãe estava sem a sua ajuda. A sala de estar era o lugar a minha mãe sempre estava sozinha. Ela sentava-se no sofá branco de veludo, que tinha sido da minha avó, e olhava para a água através das grandes janelas panorâmicas que se alinhavam na sala. Eu ignorei o clique de saltos de Angelina que seguiam atrás de mim. Tudo me irritava. Ela estar aqui no meio de uma situação familiar no dia do funeral do meu pai só aumentou meu desgosto. Por que ela estava fazendo isso? O que ela acha que conquistaria com isso? Eu possuía tudo agora. Meu. Não o meu pai. E, certamente, não minha mãe. Eu era agora o Kerrington no controle. "Mãe" eu disse enquanto caminhava para a sala sem bater. Ela não precisa de uma chance para me mandar embora. Não que eu fosse sem ter esta conversa. Mesmo ela tendo agido errado, eu a amava. Ela era a minha mãe, embora ela sempre estivesse ao lado de meu pai e nunca pensasse em mim. Ele sempre tinha feito o que quis para mim. Mas isso não me fez amá-la menos. Ela não virou a sua atenção da vista para o Golfo. "Woods, eu estava esperando por você." Nada mais. Doeu. Tínhamos ambos perdido uma parte de nossas vidas com a morte do meu pai. Ela não vê dessa forma. Ela nunca faria isso. Fiquei na sua linha de visão. "Nós precisamos conversar", eu respondi simplesmente. Ela olhou mim. "Sim, nós precisamos." Eu poderia ter deixado ela ter o controle desta conversa, mas não deixei. Era hora de definir alguns limites. Especialmente agora que eu tinha Della comigo e estávamos de


volta em Rosemary. "Pelo menos ele veio sozinho." A voz de Angelina veio da porta e virei minha cabeça para olhá-la pela intrusão. Ela não era uma parte disso. "Isso não lhe diz respeito. Você pode sair", respondi em um tom frio. Ela se encolheu. "Ela é parte disso. Ela vai ficar comigo. Eu preciso de alguém aqui, para que não fique sozinha e Angelina entende isso. Ela é uma boa garota. Teria sido uma excelente nora." Eu entendia que a dor da minha mãe com a perda de meu pai estava fresca, e ela estava com dor. Mas eu não iria deixá-la controlar isso. Era o momento de eu deixar algumas coisas muito claras para ambas. "Ela teria sido uma nora cadela mimada e egoísta. Eu tive sorte o suficiente para perceber isso antes que fosse tarde demais e arruinasse a minha vida." Ouvi sua respiração ficar aguda, mas não estava disposto a deixá-las falar. "Eu controlo tudo agora, mãe. Vou cuidar de você. Eu vou ter certeza que tem tudo que precisa. No entanto, não vou aceitar ou reconhecer Angelina na minha vida. Mais importante, não vou permitir que ninguém machuque Della. Vou protegê-la de ambas. Ela é minha perfeição. Ela segura meu coração em suas mãos. Quando ela se fere me deixa de joelhos. Não há maneira de explicar para você o que eu sinto por ela. Basta compreender que não vou permitir que alguém a machuque novamente. Eu não vou perdoar isso. Perco um pedaço da minha alma quando eu a vejo sofrendo." A linha apertada da boca da minha mãe era a única resposta que eu precisava. Ela não estava aceitando isso. Hoje não era o dia para tentar convencê-la sobre os meus sentimentos por Della. Ela estava de luto e eu ainda estava irritado com o homem por quem ela estava de luto. "Se precisar de algo, me ligue. Quando você estiver pronta para falar comigo sem ressentimento por Della, então me chame. Vamos falar. Você é minha mãe e eu te amo. Mas não vou deixar você perto de Della, nem vou colocá-la na sua frente. Entenda que se você me fizer escolher, vou escolhê-la sem pensar duas vezes." Fui até ela e dei um beijo no topo da sua cabeça, antes de passar por Angelina sem uma palavra. Era hora de eu voltar para casa. Della não se saia bem sozinha. Eu ficava sempre ansioso quando a deixava.


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