Revista Salve SP

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S A LV E S P 5 celebridades fitness para você dar follow Onde curtir a noite em

Paulo?

São

Trazemos dicas para vocês.


ÍNDICE Sessão Fitness.......................

Noite em SP.............................. Dicas de lugar em SP

Comportamento.................... Histórias Relacionamentos

Cultura.................................. Monsters of rock Tatuagens Criativas


SAMPA FITNESS


A ERA DO FITNESS CALISTENIA STREET WORKOUT

Por: Charles Campos São Paulo- 22/05/15 Sedentarismo, Preguiça, Indisposição essas palavras não existem para uma galera de jovens adultos e idosos que se encontram todos os domingos no parque do Ibirapuera em São Paulo, para praticar o Calistenia street work. Todos nós já praticamos o Calistenia sem saber nas aulas de Educação física quando o professor nos forçava a fazer abdominal, flexão de braço, saltos e corrida para aquecer antes das atividades. A Calistenia foi criada e fixada pelo Dr. Lewis e pela A.C.M (Associação Cristã de Moços), Afim de promover saúde e aptidão física em pessoas que não são atletas, pois a prática esportiva de alto rendimento exigia uma seleção natural e óbvia. Dr. Lewis constatou que uma atividade física de execução simples e com resultados reais, poderiam ser realizados por qualquer pessoa mesmo aquelas que não possuíam um acervo motor abrangente.

Todos nós já praticamos o Calistenia sem saber nas aulas de Educação física quando o professor nos forçava a fazer abdominal, flexão de braço, saltos e corrida para aquecer antes das atividades. Para praticar essa modalidade esportiva não são necessários de aparelhos você irá utilizar apenas barras paralelas e o peso do seu próprio corpo.


5 FITNESS CELEBRITIES DO INSTAGRAM QUE VOCÊ PRECISA SEGUIR Quem acompanha o Instagram sabe que a rede social conta com diversas personalidades fitness de sucesso. Há aquelas que gostam de postar sobre dietas, outras sobre malhação, as que compartilham dicas e segredos para queimar as gordurinhas extras e até mesmo as que dividem as experiências do famoso ‘antes e depois’. Além de causar uma invejinha branca com suas curvas perfeitas – sim, temos que confessar –, as musas fitness são ótimas inspirações para quem quer modificar o corpo e levar uma vida saudável. Pensando nisso, o Guia da Semana listou algumas personalidades do Instagram que você precisa começar a seguir. Se liga:

Carolina Magalhães é uma mulher super versátil. Além de ser atriz, modelo e apresentadora, a morena ainda é referência quando o assunto é vida saudável. Seu Instagram, com mais de 200 mil seguidores, conta com dicas sobre exercícios e alimentação saudável.

@GABRIELAPUGLIESI

Gabriela Pugliesi é um fenômeno da web. A baiana, que vive em São Paulo, ganhou fama ao compartilhar dicas de tudo que envolve o assunto “vida saudável”, como alimentação, receitas funcionais, musculação, esportes, suplementação, beleza, novidades do mundo fitness, entre outros assuntos. Além de uma conta no Instagram com mais de 650 mil seguidores, a loira ainda tem um blog chamado Tips4Life, em que ela divide dicas dos treinos que pratica e outras dicas do mundo fitness.

@CAROLMAGALHAES1

Há quem duvide que Michelle Franzoni já pesou mais de 100kg. A gata, que hoje esbanja beleza e curvas de dar inveja a qualquer mulher vaidosa, mudou o corpo e o estilo de vida com reeducação alimentar e exercícios. Autora do ‘Blog da Mimis’, a loira tem 400 mil seguidores no Instagram. @BLOGDAMAMIS

@ BELLAFALCONI_FITNESS

Bella Falconi é a grande inspiração para muita gente que quer entrar em forma. A mineira que mora em Orlando, nos EUA, tem nada menos do que 890 mil seguidores no Instagram. Além disso, a morena ainda tem um blog que leva o seu nome e está finalizando um e-commerce. Por fim, a gata, que tem um corpo de dar inveja a qualquer mulher em busca de um corpo perfeito.

@ CAROLBUFARRA

Sócia da Nag Nag Store, famosa loja de multimarcas de luxo em Ipanema, no Rio de Janeiro, Carol Buffara também é uma celebridade do mundo fitness. A hashtag #projetocarolbuffara, criada para dividir sua rotina de exercícios e alimentação, lhe rendeu uma estrelinha na calçada da fama da web.


Esta é a conclusão de um estudo da Universidade Estadual do Arizona, que aplicou um novo método para o cálculo Se o seu objetivo é perder peso, o melhor é investir nos exercícios aeróbicos, como corrida, bike e natação, certo? Não necessariamente. Uma nova pesquisa realizada pelo departamento de exercício e bem-estar da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, defende que os exercícios anaeróbicos podem ser igualmente eficientes. Com um método atualizado de cálculo, os pesquisadores descobriram que sequências de flexões, abdominais, agachamentos e barra são capazes de queimar o dobro de calorias do que se imaginava anteriormente. De acordo com as fórmulas tradicionais, qualquer tipo de corrida entra na classificação de atividade intensa, enquanto a maioria dos treinos de força é considerada atividade moderada. No entanto, para os pesquisadores do Arizona, isso seria consequência de limitações provocadas pela utilização de uma equação inadequada do gasto de energia.

Para encontrar uma estatística mais verdadeira, 12 homens saudáveis com experiência mínima de um ano em treino de força foram designados a realizar três séries de um determinado circuito. Dois métodos diferentes foram aplicados para estimar a queima calórica: o tradicional, que calcula o consumo médio de oxigênio durante cada atividade, e um segundo, inovador, que calcula a média de consumo de oxigênio durante o período de recuperação. A diferença dos resultados foi dramática, com o segundo método apontando praticamente o dobro de gasto de energia em relação ao primeiro. A média de queima calórica durante as flexões, por exemplo, passou de 4,1 calorias por minuto para 8,56 calorias por minuto. Os abdominais subiram de 4,09 calorias por minuto para 7,29, agachamentos de 5,28 calorias por minuto para 9,33 e exercícios na barra de 4,03 calorias por minuto para 9,95. Com o novo cálculo, todos esses exercícios anaeróbicos, com exceção dos abdominais, passaram a se enquadrar na classificação de “atividade intensa”.


NOITE EM SP


Onde curtir a noite em São Paulo?

4) Ó

Quando todos os bares já estão jogando balde de água no chão para espantar os últimos fregueses, o samba come solto nessa casa em Pinheiros. No salão, todos se apertam e requebram ao som do batuque, sem frescura!

São Paulo não dorme, é verdade. E para quem curte sair de madrugada, não faltam opções.

O Hypeness selecionou algumas dicas, seja para tomar uma, dançar, comer, cantar e dar boas risadas, sem hora para voltar para casa. Confira a Seleção Hypeness da semana:

1) Karaokê

e Choperia Liberdade

O karaokê da Mamma é um verdadeiro clássico da madrugada na cidade. Depois de muitos saquês e caipirinhas, turmas de descolados e quarentões disputam o microfone em meio a uma infinidade de painéis, lanternas orientais, penduricalhos e luzes coloridas.

do Borogodó

5) Boi na Brasa Ponto tradicional das madrugadas carnívoras no centro de SP. Não fecha antes das 5 da matina, oferecendo combinações de churrasco com fartas porções de acompanhamento;

6) Estadão Famoso pelo sanduíche de pernil, o Estadão é um dos poucos lugares onde você pode bater uma feijoada às 4 da manhã em SP (quartas e sábados).

2) Superafter A tradicional balada afterhours da D-Edge, acontece semanalmente aos sábados, a partir das 5 da matina, na Barra Funda. Há mais de dez anos a casa é a opção certeira para os fãs da música eletrônica. A pista 3D, com seus 200 retângulos de luz revestindo todos os lados, é uma das grandes atrações. Às segundas, o lugar abre espaço para o rock com a noite On the Rocks. Não é raro cruzar com DJs internacionais nos toca-discos da Moving, às quintas, e Mothership, aos sábados. 7)

3) Salgaderia Uma verdadeira fábrica de salgados para matar a fome pós-balada gastando 10 contos e se entupindo de risoles, coxinhas, pães de queijo e empadas.

Um giro na Praça Roosevelt

Para uma noitada boêmia de primeira: comece com uma peça no Satyros ou no Parlapatões, ali por volta da meia noite, e depois caia na gandaia no Lekitsch ou no Papo, Pinga & Petisco;


12) Cine Joia

8) Joakin’s Taí uma opção pós-balada recorrida por muitos paulistanos. O cheese bacon salada é o carro chefe da casa localizada no bairro do Itaim.

9) Nos embalos do baixo Augusta Comece a noite fazendo um aquecimento no Ibotirama. Depois é só escolher onde quer dançar: tem o Beco 203, o Inferno Club, o Mono, o Lab, o Sarajevo, a BlitzHaus e a FunHouse. Saindo, a dica antes de cair na cama, é bater um burrito no Tollocos que fica aberto até 6 da matina.

10) Chicohamburger A tradicionalíssima lanchonete da Avenida Ibirapuera salva a madrugada de muitos paulistanos há mais de 50 anos. Se você gosta de catupiry, vá sem medo de errar: eles não economizam.

11) Sujinho Seja no Ipiranga ou na unidade da Consolação, não dá para deixar de provar numa madrugada dessas uma das duas especialidades do Sujinho: o frango caipira e a chuleta, a qualquer hora da madrugada. A salada de repolho faz parte do show.

O que era um cinema especializado em projeções de cineastas japoneses tornou-se palco para algumas das melhores festas da cidade. Nessa sexta, dia 10, por exemplo, tem uma imperdível festa cigana por lá. Aberto em novembro do ano passado, o empreendimento dos empresários André Juliani, Facundo Guerra, Lúcio Ribeiro e Marcelo Beraldo fincou raízes em uma charmosa sala de cinema que funcionou até os anos 80. A casa de shows, localizada no bairro da Liberdade e com capacidade para até 1 200 pessoas, chegou com uma programação de qualidade. Mayer Hawthorne, The Rapture, Arnaldo Antunes e outras boas atrações internacionais e nacionais apresentaram-se ali, mas tiveram sua performance prejudicada pelo sistema de som. Em fevereiro, o espaço passou por uma reforma acústica para sanar o problema. Ponto para o clube, que virou querido dos moderninhos e agora esbanja alta tecnologia em som e projeção. 13) Paris 6 O bistrô é reduto de muitas celebridades na madrugada paulistana. Come-se bem, mas é bom preparar o bolso. Uma multidão se apinha em frente à entrada deste restaurante todos os dias. A clientela não arreda pé nem mesmo em noites frias ou de chuviscos. A julgar pela insistência, pode- -se pensar que ali está um dos melhores representantes gastronômicos da cidade. Longe disso. Como costuma dizer o proprietário Isaac Azar, o que vale é a “experiência”. As pessoas aparecem para provar pratos com o nome de artistas que de vez em quando dão as caras por lá. Também se empenham em incontáveis selfies compartilhadas à exaustão em redes sociais. E a comida? Não possui um prato memorável, ainda que todos eles sejam preparados com o acomp a n h a m e nt o de um chef e de uma nutricionista. Há no cardápio até um cheeseburger de queijo emmental gratinado com salada e fritas dedicado à atriz Fernanda Paes Leme (R$ 46,00). De inspiração italiana, o coelho (R$ 71,00), pouco macio e antes servido com polenta, tem agora a companhia de batata noisette. Essa é uma homenagem ao novelista Silvio de Abreu. De sobremesa, o inevitável grand gâteau. O bolinho quente de chocolate com um picolé Diletto enterrado não é de todo ruim, em especial para os fãs de doses elevadas de açúcar. A versão de chocolate à Paloma Bernardi vem com creme de chocolate e avelã, leite condensado e morangos. Custa R$ 26,00. Para dar conta de


um público tão numeroso, Azar, que já era dono do minúsculo Petit Paris 6 (3060-9343), logo na esquina, abriu em junho o Paris 6 Vaudeville ( 2548-2790) com sócios globais como o ator Murilo Rosa. Fica na mesma rua e a apenas 70 metros do original.

14) Comedians Comedy Club Localizado na rua Augusta, o Comedians é o primeiro bar do país voltado exclusivamente para apresentações de stand up comedy. Nas sextas-feiras, a programação começa normalmente à meia noite e é garantia de boas risadas na madrugada. Inaugurado em 2010, o estabelecimento é fruto da parceria entre os comediantes Danilo Gentili e Rafinha Bastos e o empresário Ítalo Gusso. Estruturada sob moldes tradicionalmente norte-americanos, o espaço é um híbrido de bar, restaurante e teatro, com show de humor, noite de improviso e espetáculos de stand-up comedy. O palco é um tablado baixo que aproxima os comediantes dos espectadores.

15) Padarias 24 horas Não faltam opções para fechar a noite numa padaria 24hs em SP. Eis algumas opções: Galeria dos Pães, Villa Grano, Bella Paulista, Sagres, Paneteria ZN, Empório Juventus…


Comportamento

O PESO DOS DIAS 06.05.2015 | Texto: Antonia Pellegrino | Ilustração: Hannah Rampley

Mas a pauta fica borrada pela baba grossa do ódio, pela espuma da vingança e do revanchismo de um país cuja elite bate palma pra Suécia

A

dor nasce na cervical, imobiliza o pescoço, que gira tanto pra esquerda quanto pra direita como se repuxasse um anzol enfiado no trapézio. A carne retesada envolve a escápula, morde os tendões do ombro e irradia até o ombro, que estala. Uma pré-tendinite, diz a médica, fruto do levantamento de crianças de 14 quilos, engendrada por carregá-las com o braço esquerdo e realizar as tarefas com o braço direito. Fruto do cansaço de dois meses sem babá, sem um domingo de rolar na cama. A estrutura capengando logo agora que o mestrado começa, que meu companheiro inicia em um novo trabalho que o tira de casa. E a cada manhã as notícias do sangramento do país, narradas por jornalistas de caninos brilhantes no escuro. Hienas atrás de carniça, contentes com a confusão. Penso nos versos de Paulinho da Viola: “Faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar”. Mas nada nunca foi tão rápido. Tempos de ódio e, novamente, da chance de realizar uma verdadeira reforma política – a única maneira de evitar que o país seja engolido pela lama de futuras Lava-jato. Mas a pauta fica borrada pela baba grossa do ódio, pela espuma da vingança e do revanchismo de

um país cuja elite com nostalgia do meu bate palma pra paraíso, ao correr os Suécia, mas olhos pelas ruas e se revolta praias devoradas porque por humanos, suas emesta espécie pregadas cuja aventura domésticas na Terra parece já não se estar chegando ao comportam fim. Penso nos meus como antigafilhos, minha alegria, e mente. Um país de gente no sofrimento que passarão, preocupada com o aquecipenso em como construir mento global, mas incapaz alternativas menos piores de discutir o pré-sal sem ter para eles, penso num legaa vista turvada pelos cifrões. do possível, mas penso que, O anzol enfiado no trapézio apesar do meu egoísmo, vai repuxa a carne. Amigos ser melhor pro planeta, pros vão pras ruas empunhando bichos, plantas e pedras que bandeiras retrógradas. Os os deixemos em paz. cartazes reviram o estômaNão há como não acordar go. A náusea, a tristeza, a amarga no dia 16 de março. decepção. E aqui a menina Há 30 anos o Brasil estava cai doente. Presencia uma nas ruas pelas diretas, e hoje briga dos pais e tem febre. volta a elas pedindo, também, Não posso mas tiro a mana volta dos militares. Não tem hã pra ficar com ela, minha consolo. As agulhas da médprincesinha. Que país estaica não resolvem a dor na mos construindo pra ela? Um cervical. A dor permanece. E país que debate os destinos isso é bom. Não se pode mais de uma petroleira sem ques- virar os olhos da realidade. tionar o fato de ela ser uma Pior do que sonhar com o PETROLEIRA? Uma das Antropoceno é acordar nele. empresas responsáveis pela E quem não sabe o que é encruzilhada dos tempos em Antropoceno, procure saber. que a humanidade se meteu, uma das responsáveis por Antonia Pellegrino, 35 anos, é roteirista e estarmos serrando o galho escritora. Autora do livro Cem sobre o qual estamos sentaideais que deram em nada e ganhados. dora do Grande Prêmio do Cinema Legado possível Brasileiro pelo roteiro do filme O menino abalado com a Bruna Surfistinha. Seu e-mail: saída da babá fica feliz com a.pellegrino@terra.com.br a viagem ao litoral. Trinta anos indo a Búzios. Lembro


A incerteza de tudo

Sobre como a possibilidade de ver você morrer me ensinou a viver

F

oi apenas quando entrei no salão e tirei o elástico do cabelo, desfazendo aquela espécie de coque que usei por anos, e sentindo os fios caírem sobre meu pescoço que entendi como estava nervosa. Até ali a ideia de raspar a cabeça em solidariedade ao seu câncer não me parecia nada além de exótica. Mas frente a frente com o profissional que rasparia o cabelo bateu uma palpitação. Levemente trêmula, sentei na cadeira e pedi que ele passasse máquina três. O barulho do aparelho ligado me deixou ainda mais tensa e fechei os olhos. Quando abri, estava com uma trilha do lado esquerdo da cabeça e com o couro cabeludo bastante exposto porque a penugem que restou não era capaz de escondê-lo. Três minutos depois, me vi completamente careca. Andando para casa enxerguei meu reflexo no vidro de uma loja e quase desmaiei: não me reconhecia mais. Para piorar, fazia muito frio e minha cabeça estava gelada. Descobri que passando a mão em movimentos rápidos para cima e para baixo eu conseguia esquentá-la um pouco. Cheguei em casa e decidi postar uma selfie no Instagram. Pouco tempo depois, Bruna, a sobrinha de 9 anos, fez um comentário na foto e, via Instagram, lembrei de alertála que a Nonna – minha mãe – não poderia saber. “Não fala nada para a Nonna”, implorei. Tarde demais. Como antecipado, minha mãe deu aquela despirocada básica avisando minhas irmãs e meu irmão que só voltaria a falar comigo quando meu cabelo crescesse. Aparentemente ela tinha sido capaz de superar meu lesbianismo, meu corintianismo, meu comunismo, mas o carequismo foi o que rompeu a corda. Entrei no banho e deixei a água bater em minha cabeça. Senti a temperatura, a textura e ela escorrer até meu rosto, depois até minhas costas. Fiquei ali um tempo assimilando a nova experiência. Na saída, me olhei com mais calma no espelho. Não era exatamente eu, mas começava a ser uma versão de mim mesma que poderia até me conquistar. O tempo de banho foi reduzido à metade, o gasto com xampus e cremes também. Não havia mais a necessidade de pentear – não que eu fizesse muito isso antes – nem de secar. Não haveria mais o “good hair day” e o “bad hair day”, nem o “ai, saco, esqueci o elástico!” antes da ioga. Havia alguma outra coisa diferente em mim, uma noção, uma consciência que eu não era capaz de decifrar. Muito tempo depois fui entender que gosto era aquele: o de liberdade. Acontece que o contrário de liberdade não é bem o aprisionamento, mas a segurança; escolher um é abrir mão do outro. Nos dias seguintes entenderia que meu cabelo, que não tinha na real nada de muito especial mas cumpria a função de agasalhar minha cabeça, me deixava segura e protegida, e que agora estava exposta. O diabo da liberdade é que ela é tão rara, tão especialmente rara, que provar apenas uma pequena dose dela às vezes pode ser demais. E eu, que sempre disse por aí que não tinha nenhuma tendência à depressão, sem motivo aparente entrei num quarto escuro, frio e cheio de monstros.

Lugares desconhecidos

C

laro que não foi apenas o cabelo, ou a falta dele, mas o medo de perder você para o câncer e de ter que conhecer uma vida que não contivesse você a um telefonema de distância, e seu colo quando a vida castigasse, e suas palavras quando as dúvidas batessem. E uma vez iniciado o processo, uma vez tendo aberto a porta que me levaria a lugares desconhecidos, só me restava seguir e tentar achar uma saída do lado de lá. Voltar, eu sabia, já não era possível. Enquanto você deixava que a quimioterapia entrasse em seu corpo e fizesse o trabalho, do outro lado do oceano eu tentava ficar de pé e me reconhecer. A mente é um excelente servo, mas um senhorio terrível. Permitir que ela nos conduza é pedir para ver monstros porque a mente existe para tumultuar, para perturbar e infernizar, e por isso precisa ser escravizada, controlada, dominada. Educar o pensamento, David Foster Wallace ensinou, é a verdadeira liberdade. Demorei para entender o que ele queria dizer, mas finalmente no meio daquela escuridão pude ver uma faísca. E um certo dia, depois de muita dor e de muita escuridão, dei a volta completa. Temos tantos interesses em nossas vidas, disse Proust, que não é incomum que, em certas ocasiões, as fundações de uma alegria que ainda não existe estejam alinhadas à intensificação de uma dor que ainda estamos sofrendo. E era isso o que estava acontecendo comigo. Calmamente você me explicou que estava bem, que estava forte e que tinha sacado como a doença poderia ser um presente. Você me disse que toda vez que saía de casa para ir à quimio olhava para trás, para seu jardim, para o terraço, para a sala e agradecia ter podido fazer aquela casa e morar nela com a pessoa que você ama. Você me disse que já não dava as coisas como certas e que entendia perfeitamente que poderia não voltar a rever tudo o que amava. Você me explicou que as coisas são especiais porque elas estão passando e acabando, dia após dia, e que o câncer havia aberto seus olhos. Você me disse para levantar da cama e encarar a vida, com ou sem você nela, porque, embora você não pretendesse ir a lugar algum tão cedo, não podemos ter certeza de nada. Você pediu que eu aceitasse as incertezas da vida, mandou que eu parasse de tentar ajustar as verdades a mim e que começasse a me ajustar às verdades. Quando entendi que você, no meio de um tratamento contra o câncer, estava cuidando de mim, e que parecia estar muito mais forte do que eu, comecei a acordar – e foi só nessa hora que consegui absorver toda a liberdade que batia à porta. O câncer já não está entre a gente, e ele nos deixou como presente uma versão ainda mais forte e madura de você. E eu, que de alguma forma escolhi mergulhar nessa escuridão ao seu lado, também ganhei de presente uma versão menos infantilizada e mimada de mim mesma, uma que aceita o tempo e a incerteza das coisas, e que entende que temos pouco tempo junto A cario-– e que por isso cada segundo conta. daqueles que amamos aqui neste planeta maluco ca Milly Lacombe, 46 anos, já exercitou a paixão pelo futebol no SporTV e na Record, como comentarista esportiva. Também já colaborou com diversas revistas e com o portal Terra, mas gosta mesmo é de escrever livros em seu cubículo em Nova York, onde foi passar uma temporada com duas cadelas e uma gata. Seu e-mail: millylacombe@gmail.com


Relacionamento: Baixa estima é fator fundamental para relações nocivas Foco em ter uma relação a qualquer preço é sintoma importante e deve ser levado em conta. Relacionamentos tóxicos Algumas pessoas vivem "relacionamentos tóxicos", infelizmente. Essas pessoas se relacionam com quem acaba lhe fazendo mais mal do que bem. Mas nunca é só mal, por isso existe a relação. Esse tipo de comportamento não é o mais comum e nem deve ser incentivado, mas acontece. As principais características dos "relacionamentos tóxicos" são: • Causar mal estar ao próximo(a); Desvalorizar o(a) parceiro(a); Ofender; Não respeitar as necessidades do(a) outro(a); Não prestar atenção ao contrato e regras criadas na relação; Ações egoístas e impensadas; Atitudes grosseiras e mesquinhas. Perfil psicológico atrai dominadores Existem pessoas que tem tendência a buscar relacionamentos tóxicos, justamente pelo perfil psicológico. Algumas pessoas permitem que outras as desvalorizem por: 1. Baixa autoestima; 2. Dificuldade de saber dizer não; 3. Dificuldade de se impor; 4. Dificuldade de respeitar os próprios limites e acabar sempre ou na maioria das vezes cedendo à vontade do outro; 5. Submissão. Submissão Pessoas com esse perfil de submissão tendem a ter dificuldade de relacionamento. Mas não significa que terão relações tóxicas. É preciso, também, escolher alguém que tenha uma personalidade forte ou até mesmo negativa para provocar sentimentos ruins ao outro. Isso acontece justamente pela dificuldade de se valorizar. Pessoas com essa dificuldade de se valorizar costumam não conhecer a si mesmas bem o suficiente, assim não sabem as habilidades que possuem, muitas vezes vêem de formação familiar sem carinho, por isso sonham com habilidades que não tem e passam a não dar valor as que possuem. Há pessoas que vivem (vez ou outra) uma relação complicada, pois logo que identificam o padrão negativo do outro se afastam. Mas há aquelas pessoas que tem como padrão relações assim. O perfil de pessoas que insistem em relacionamento no qual não são valorizados e muitas vezes sofrem abuso físico e moral é: • Submissão; Desvalorização de si próprio; Foco no status de haver uma relação custe o que custar por medo do abandono, da dor da separação; Medo de ficar sozinho. Perfil do agressor no relacionamento tóxico O perfil do agressor é ter domínio da situação e da relação e muitas vezes está apenas reproduzindo o que viveu na infância traumática. Uma forma de lidar com esse tipo de pessoa agressiva e manipuladora é se afastar. Mas essa não é o único caminho. Existem outras formas de lidar com a situação:

1. Aprender a se impor; 2. Saber o que se quer; 3. Dar valor a si próprio; 4. Respeitar a si mesmo e ao próximo; 5. Gostar de si próprio e de quem gosta de você. Algumas pessoas tem dificuldade para identificar que estão numa relação doentia, tóxica, que faz mal, e outras não. Quem sente dificuldade, normalmente: • Tem baixa autoestima. É certo que qualquer pessoa pode entrar numa relação assim, mas quem tem melhor equilíbrio emocional sairá mais rápido; Vive um conflito interno muito grande, pois relações assim nunca são sempre ruins, normalmente o agressor costuma se sentir culpado e compensa sua vítima com atenção e carinho redobrado em outros momentos, o que leva a um conflito e dúvida se a relação é boa ou realmente ruim; • Para mudar é preciso buscar ajuda profissional. Durante o processo terapêutico a pessoa poderá entender seus padrões comportamentais e evitar novas armadilhas.


MONSTERS OF

ni

P

por Fernanda Giachi-

orto Alegre recebeu nos últimos dias de Abril o Festival Monsters os Rock, o maior festival de rock do sul do Brasil. O evento ocorreu no Estádio do Zequinha e reuniu os principais nomes do Metal internacional: Ozzy Osbourne, Judas Priest e Motörhead. Os ingressos custaram de R$ 170 a R$ 700. O último show da noite foi feito pela banda Kiss, que mesmo tendo mais de 40 anos de carreira, continua levando multidões a loucura. O show começou as 23h10 e acabou perto da uma da madrugada, com “Rock n´Roll all Nite”, mas todos os sucessos foram tocados anteriormente. Apesar de não ser mais jovem, Paul Stanley ainda leva o show como ninguém. Ozzy Ousbourne também fechou a noite, porém do primeiro dia. ma O evento já aconteceu algumas vezes aqui em Sao Paulo, a últitinha sido em 2013.


As tatuagens criativas inspiradas na cultura pop deste artista Alguns tatuadores são marcados por seus traços, cores e surrealismo. O tatuador coreano Kim Michey ficou conhecido por criar um trabalho original e diferente em suas tatuagens. Personagens da cultura pop, como os Smurfs, Lego, Mickey e Simpsons, ganham vida e ficam marcados para sempre sobre a pele. Seus desenhos são cômicos, despojados e inconfundíveis. Com criatividade e humor, o artista transforma o famoso Ronald McDonald em uma mulher, com os seios cobertos por hambúrgueres. Em um outro, vira o Mickey do avesso e ainda cria um Smurf gigante e musculoso com um azul gritante. Seus traços são inconfundíveis e carregam um toque de bizarrice que já faz parte de seu estilo.




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