Revista Sweet Dream - Magazine for Teachers

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CEUNSP Centro Universitário N. Sra. do Patrocínio

FCAD Faculdade de Comunicação Arte e Design

ULTRA (Disciplinas/Professores) Design Ed.: Professor Jackeson Vidal História do D. Gráfico: Celina Fávero Produção Gráfica I : Felipe Luvizotto Webdesign III: Felipe Luvizotto

Curso: Design Gráfico 3º Semestre Alunas: Fernanda Honório - nº 10 Náthali Smirnof - nº 22 Rayane Lima - nº 24 Talita Medina - nº 26 Impresso na Gráfica: Formato: A4 Cores: 4 x 4 Papel: Couche 115 grs ( miolo ) Capa e Contra: Couche 170 grs Acabamento: Refile + Dobra + Grampo Tiragem: 4 unidades Valor unitário: R$ 17,00

Março/2014


EDITORIAL

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foi assim, em meio a Segunda Guerra Mundial que, o Tio Sam (Uncle Sam) teve que passar o chapéu para uma propaganda mais atraente não só para escalar o pelotão, mas que, o mantivesse em pé em meio as batalhas e, o revigorasse para voltar para a “American way of life”(estilo de vida americano) que evocava o paraíso na terra. Para tanto foi necessário que o Governo investisse nos artistas que através dos traços norteassem o caminho de vitória que desejava. A ideologia era traçada em meio a curvas sensuais, sutis e inocentes, estampando a proposta de um futuro feliz. Subliminarmente, esse futuro feliz trazia os produtos nacionais rodeando a família para qual cada soldado teria que voltar. Sim, a arma secreta usava saias! As Pin-ups, vieram vestidas de um

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setor de maquiagem e cabeleireiro, onde as operárias vestiam-se da ideologia, em meio a isso seus homens bombardeavam as terras inimigas. Enquanto, nazistas e aliados usavam balas, bombas, gazes e uma propaganda de ódio a América, além de armas, reforçava o patriotismo com a sua publicidade e usavam de seus “artistas” para formar o Exército Fantasma que se triplicava sonoramente e “inflava seus músculos”. Com o arrastar da guerrilha, as pin-ups sofreram transformações e, começaram a também usar fardas, foi o começo do alistamento militar. Agora além de enfermeiras, elas também tinham patente militar. As “Deusas da Guerra” vinham de dentro de revistas, eram distribuídas nos alojamentos juntamente com os maços de cigarro, afixadas na parede, geravam o torpor passageiro para

EDITORIAL

aqueles momentos, um escape visual que, habitava o subconsciente masculino. Tem-se relatos, de mapas e especificações de guerras escritos em cima das “Divas de Papel”, para conseguirem a atenção e a fixação dos planos. E foi assim, das revistas para parede, da parede para as tatuagens nos braços cansados e depois para o bicos dos aviões (Noise Art), e conforme a evolução do homem prega a sua relação íntima com o seu instrumento, elas vieram a fortalecer o elo americano também nos ares. Estavam por toda parte, atravessaram as fronteiras da Guerra e venderam o “American way of life” por todo mundo, a ideologia foi difundida, os americanos venceram a guerra e mesmo com o grande armamento, o seu maior trunfo surgiu do poder que traços, sonhos e arte podem dar a uma nação.

apelo patriótico que não só alcançou o fronte na Guerra, mas, cultivou-se dentro de cada mulher deixada para trás e então, enquanto os homens marchavam rumo a batalha elas iam para as fábricas e indústrias, a engrenagem americana não podia parar (inclusive na produção de materiais bélicos), comandadas por “Rosie the Riveter” (Rosie a Rebitadora, de J. Howard Miller) elas repetiram a frase estampada no cartaz: “ We Can Do It! ” (Nós podemos fazer isso!) E dois lados. As pin-ups eram desejadas pelos homens e as fizeram isso de forma a não perderem a sua feminilidade, graças aos traços de Vargas, Petty, Elvgren e tantos outros que, faziam dessas ilustrações algo a ser almejado pelos mulheres queriam ser como elas. Um exemplo, as Empresas Ford que, implantaram em suas instalações o 5



O CARTAZ

O CARTAZ VAI À GUERRA

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cartaz alcançou grande importância ainda na Primeira Guerra Mundial (19141918). Nesse contexto de Guerra, eles serviram como persuasão visual e importante meio de propaganda. Durante a Segunda Guerra Mundial os americanos utilizavam os cartazes como artificio para promover a vontade do povo americano a lutar. O exército precisava de soldados, as fábricas precisavam produzir e os feridos precisavam de assitência médica. Muitos cartazes enfatizavam que o povo deveria contribuir com o esforço da guerra apelando para o patriotismo. São muitos os cartazes que chama atenção nesse período. Por exemplo o cartaz

Cartaz: We Can Do it! - J. Howard Miller

Cartaz: Become a Nurse: Your Country Needs You, 1942

Become a Nurse: Your Country Needs You (Seja uma enfermeira: Seu país precisa de você.), foi criado em 1942 e enfatizava a mobilização do público, frente a guerra, apelando para o patriotismo. Era um cartaz de recrutamento para enfermeiras que retrata os braços de um homem com estrelas e listras nas mangas, provavelmente com a intenção de representar o Tio Sam, colocando uma toca em uma jovem americana. Um outro exemplo que merece destaque é o caartaz de J. Howard Miller, criado durante a Segunda Guerra Mundial, conhecido também como Rosie the Riveter ( Rosie a rebitadora). O pôster era representado por uma operária de uma fábrica em Michigan, mostrando um braço forte e uma fisionomia firme, porém com a delicadeza de um cabelo envolto em um lenço vermelho e branco. Foi criado como um ícone para as mulheres que assumiram o controle das indústrias, quando os homens foram enviados para a guerra. 9


ENTREVISTA

ENTREVISTA

Da onde surgiu o nome “Varga’s Girls”?

Na década de 1940, a revista americana Esquire, publicou um calendário inteiramente ilustrado por mim, com apenas garotas em posições provocativas e sensuais. O calendário foi um sucesso imediato e todos passaram a se referir àquelas garotas como Varga’s girls. Me tornei um dos principais ilustradores das pin-ups pelo mundo.

Albert Vargas, um dos principais pintores de Pin-ups, nasceu em 1896 no Peru. Estudou arte na Suiça antes da Primeira Guerra Mundial. Pintou mulheres notáveis como Olive Thomas, Billie Burke e Ruth Etting.

O que te influenciou no seu trabalho? Na Europa me deparei com a revista francesa La Vie Parisienne (uma revista francesa sobre romances, esportes, teatro, música e artes), com uma cobertura de Raphael Kirchner. Ele foi uma grande influência em meu trabalho.

Como iniciou-se sua Carreira? Trabalhei como artista desenhando cartazes para a série de espetáculos teatrais Ziegfeld Follies da Broadway na década de 1920 e para produções de Hollywood na década de 1930, mas apenas na década seguinte realizei aqueles que são considerados meus melhores trabalhos: as primeiras ilustrações de garotas pin-ups conhecido como “Vargas Girls”.

O trabalho mais famoso no cinema foi O trabalho mais para famoso no cinema foi em 1933, o cartaz o filme O Pecado em 1933, o cartaz paraZita o filme O Pecado de Nora Moran, mostra Johann quase de Nora Moran, mostra Zita Johann nua em em uma pose de desespero. quase nua em em uma pose de desespero.

Quais as características mais típicas de suas obras?

Meu trabalho é tipicamente uma combinação de aquarela e airbrush. Muitas vezes retratam mulheres elegantemente vestidas, semi nuas com proporções idealizadas. Meu traço artístico seria dedos finos das mãos e pés, com unhas, muitas vezes pintadas de vermelho.

Porque você parou de pintar?

A morte de minha esposa Anna Mae (também minha modelo e seu gerente de negócios) em 1974, me deixou devastado, (pausa) então parei de pintar. Entrevista feira em Julho de 1982. Vargas morreu de um acidente vascular cerebral em 30 de dezembro de 1982 com 86 anos. Muitas de suas obras estão no Museu de Arte Spencer, da Universidade de Kansas. Albert Vargas

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CASAMENTO E GUERRA

CASAMENTO E GUERRA

Harold e Ruth Knapke

Passaram mais de 65 anos de suas vidas juntos, se conheceram na infância e passaram a namorar durante a II Guerra Mundial por cartas. Harold serviu o país no campo de batalha e escreveu várias cartas a Ruth para manter vivo o sonho de um dia voltar para casa e reencontrar a namorada.

Trechos de cartas do casal

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urante a II Guerra Mundial, os soldados passaram por muitos momentos traumáticos nos campos de guerra, assistindo muitos soldados sendo mortos e mutilados. Em cada batalha, eles se apegavam a figura feminina para manter a sanidade mental, fotografias das mulheres era o que dava ânimo para manter o sonho vivo de a guerra acabar e no fim de tudo ter uma linda mulher esperando em casa. Muitas cartas foram escritas com o intuito de garantir um casamento pós guerra. O que de fato aconteceu, no período pós guerra houveram muitos casamentos. Um soldado para ir a guerra precisava em primeiro lugar ser viril, e todos estavam em um ambiente masculino e em abstinência sexual, e para manter a masculinidade eles se correspondiam e pregavam fotos das mulheres nas paredes. Carta original escrita por um soldado:“Eu sou um soldado muito solitário, não estou autorizado a dizer onde estou

atuando, mas quem sabe você adivinhe por algumas coisas que escreverei nesta carta. Achei uma linda foto sua, e gostaria de derramar algumas linhas , esperando que você não se importe de tê-las. Estou aqui há oito meses e tenho visto todos os ataques, eu tenho tido intervalos de sorte e tenho sobrevivido à tudo à distância. Acho melhor escrever sobre mim, no caso de você decidir escrever para mim como um amigo. Tenho 1,75 e peso 92 kg. Na vida civil eu sou um motorista da fronteira, na estação do meu pai em WaggaWagga. Tenho vinte e um anos. Espero ter notícias suas em breve, e por favor não pense mal de mim, por eu escrever para você. ps: escreva logo por favor”. Não encontramos relatos de que essa carta houve reposta, mas mesmo sem resposta, escrever cartas era o que os mantinham vivos e com esperança, manter fotos das mulheres nos campos de batalha foi que ajudou a muitos não morrer de depressão.

Carta de Harold para Ruth “Ruth, os dias aqui passam lentamente e mais uma vez não estou autorizado revelar onde estou, mas desejo em breve poder encontra-la. Aqui estamos lutando pelo futuro e teremos umlindo futuro pela frente. Com amor Harold” Resposta de Ruth “Querido Harold, meu desejo é que você volte para casa e que a guerra termine o mais rápido possível, passo os dias pensando se minha carta terá resposta. Estou te esperando. Com amor Ruth” Ruth e Harold se casaram pós guerra, tiveram filhos, netos e bisnetos e após 65 anos de casamento morreram com 11 horas de diferença.

Harold e Ruth Knapke/Arquivo pessoal

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Harold e Ruth Knapke/Arquivo pessoal

Pin up de Gil Elvgren/Pinterest

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DESIGN E A GUERRA Além dos cartazes e propagandas, em meio a Segunda Guerra Mundial, também surgiu outro tipo de ilustração, chamadas de pin ups. Nessas ilustrações eram retratadas mulheres com corpos e rostos bonitos, nas quais também tiveram grande importância para a nação americana. Essas imagens eram encontradas nas paredes dos soldados e os impulsionavam a urante a Segunda Guerra Mundial, terem algo para sonhar durante a guerra. As as propagandas desempenharam pin ups eram também retratadas nos aviões um papel premeditado, em de guerra (Norse Art), não somente como benefício ao governo e de idéia decorativa, mas também como escape fundamental importância nesse período. visual aos combatentes e moral para as tropas. Em meio ao cataclismo da guerra, O final da Segunda Guerra Mundial deuos governos recorreram aos cartazes e se em 1945 com a vitória dos Aliados. Os pôsteres, folhetos com intuitos claros de persuasão, apesar de terem sido peças fundamentais nos camuflagem, informação, alertas à conflitos, ficaram ultrapassados nos anos seguintes população e envilecimento dos inimigos. da guerra, sendo substituídos pelas revistas. Devido às dificuldades de informações Assim, como a propaganda foi importante do público americano diante da guerra, o no período da Guerra como meio de resolução governo dos Estados Unidos, criou em junho de de problemas, a Guerra teve grande influência 1942 a United States Office of War Information à criação e métodos do que hoje chamamos de (OWI), uma agência responsável pelos serviços design e ao pensamento deste como solução de informações e entregas de propagandas. em resolver problemas de comunicação. Por meio de cartazes e outras formas de mídias, essa agência serviu de conexão entre a frente de batalha e as comunidades civis, além de utilizar a propaganda também como meio de aterrorizar as tropas inimigas, espalhando folhetos nos quais se lia “Você está cercado”. Também foram criados cartazes que informavam que o silêncio significava segurança e que a população deveria ter muito cuidado com o que era falado.

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LEIA MAIS

BIBLIOGRAFIA

HOLLIS S, Richard. Design Gráfico: Uma história Concisa, São Paulo: Martins Fontes, 2001. PHILIP B, Meggs e Alston W. Purvis. História do Design Gráfico, São Paulo: CosacNaify, 2009. TASHJIAN, Dickran. A Ausência de Arte na Cultura Americana in América. MARTIGNETTE, Charles G. eMEISEL, Louis K. Gil Elvgren: The complete pin ups. Taschen. 2008. ETHELL, Jeffrey and SIMONSEN, Clarence. Aircraft Nose Art: From World War I to Today. Motorbooks International. 2003. Pg. 8. BOLOGNE, Jean Claude. História do pudor. Rio de Janeiro: Elfos, 1990, 445 p. BONADIO, Maria Claudia. Brasil na ponta do lápis: Alceu Penna, modas e figurinos (1939-1945). In: PROJETO FIGURINOS ALCEU PENNA, 1, 2007, São Paulo. Brasil na ponta do lápis: Alceu Penna, modas e figurinos (1939-1945). São Paulo: Senac, 2007. 21 p. JUNIOR, Gonçalo. Alceu Penna: moda e imprensa – 1933/1980. São Paulo: CLUQ, 2004. 144 p. LIMA, Laura Ferrazza de. Vestida de frivolidades: a moda feminina em suas visões estrangeira e nacional na revista O Cruzeiro de 1929-1948. 2009. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. PIPER, Rudolf. Garotas de papel: história da pinup brasileira em 170 ilustrações. Global: São Paulo, 1976. http://ahistoriafala.blogspot.com.br/2010/09/pin-ups.html (Acesso em 08/03/2014) http://www.revistabula.com/881-tras-10-fotos-famosas ( Acesso em 12/03/2014) http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2013/08/26/juntos-ha-65-anos-casal-doseua-morre-no-mesmo-dia-com-11-horas-de-diferenca.htm (Acesso em 09/03/2014) http://en.wikipedia.org/wiki/Alberto_Vargas ( Acesso em 112/03/2014) http://www.pinterest.com/davidhowton/the-art-of-alberto-vargas/ ( Acesso em 12/03/2014) http://pt.wikipedia.org/wiki/Pin-up ( Acesso em 08/03/2014) Imagens: http://www.flickr.com/ https://www.google.com.br/search?q=imagens+pin+ups&safe=off&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=7AAmU-K5MYTpkAe1-YDQAQ&ved=0CCsQsAQ&biw=1366&bih=664

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