GNARUS - 91
Artigo
SANTA ISABEL DA HUNGRIA E SANTA HILDEGARDA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA TRAJETÓRIA DA SANTIDADE FEMININA NOS SÉCULOS XII E XIII Por Leilane Araujo Silva RESUMO: Para a realização dessa proposta, nosso estudo fundamenta-se na análise da hagiografia da Santa Isabel da Hungria e da Santa Hildegarda, com o objetivo de mostrar a trajetória da santidade feminina na sociedade medieval. Contudo não iremos expor resultados definitivos, já que se trata de uma pesquisa que ainda está em fase inicial de desenvolvimento.
Introdução
O
intuito nessa pesquisa é apresentar um breve estudo sobre a história das mulheres na sociedade medieval, tendo em vista uma análise comparativa da trajetória da santidade feminina nos séculos XII e XIII, utilizando como modelo a Santa Isabel da Hungria e a Santa Hildegarda. A Idade Média ainda tida como “Idade das Trevas”, nos dá a impressão de que a submissão da mulher era reforçada pela religiosidade, pois a maioria das ideias e dos conceitos eram elaborados pelos eclesiásticos e eles possuíam acerca da mulher uma visão dicotômica, ou seja, Eva era vista como a pecadora e é uma das justificativas que tornaram as mulheres
responsáveis pelo pecado original, e ao mesmo tempo, eles vêm a Virgem Maria como um modelo a ser seguido pelas mulheres. E essa visão da Virgem Maria determina a constituição de outro olhar sobre as mulheres que se desenvolveu significativamente com o culto mariano, a reclusão das mulheres nos conventos e a canonização feminina. Os textos durante o cristianismo foram usados pelos clérigos durante toda a Idade Média. As mulheres passaram a serem consideradas pelo clero, criaturas débeis e suscetíveis ás tentações do Diabo, logo, deveriam estar sempre sob a tutela masculina. A Igreja utilizava a pregação, em especial no século XIII a que era feita pelos dominicanos e franciscanos, nas ruas das cidades para toda
Gnarus Revista de História - VOLUME XI - Nº 11 - OUTUBRO - 2020