Amor e vingança

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Amor e Vingança Autora: Luciane Galhardo Mais um ano havia começado! Mais uma vez Sofia teria que encarar uma nova vida em uma nova escola. A cidade que o pai escolhera para eles morarem era ainda mais afastada do que ela pensava. Na verdade não era nem uma cidade, era uma pequena vila chamada Clancy localizada perto de Montana, mas o bom é que tinha uma excelente escola onde Sofia iria estudar, graças as suas boas notas que sempre tirava. Ainda deitada, pensava que poderia fingir que estava doente, assim não teria que se envolver novamente com pessoas de outro nível social. Já era a terceira vez que mudavam naquele ano. Seu pai era um vendedor que fazia vendas de porta em porta, ele não gostava de ficar muito tempo em um mesmo lugar, então, cada vez que enjoava, recolhia todos os pertences da família que não era muito e ia para outro ligar. Ás vezes ela achava que eles eram descendentes de ciganos, pois seu pai nunca se prendeu a nada na vida, costumava

dizer que assim eles conheciam várias cidades. Sua família se resumia em seu pai e seu irmão que não aparentava a idade que tinha, aos doze anos parecia mais que tinha uns dezoito, pois acostumado a viver as aventuras do pai, logo teve que se acostumar a fazer trabalho pesado. Mas ele não ligava, pois assim como o pai adora viver novas aventuras. Sua mãe morreu quando seu irmão nasceu com complicações no parto ela não conseguiu sobreviver deixando seu pai amargurado! Ela achava que por isso ele vivia viajando tanto, ele queria esquecer aquele episódio triste de sua vida, pois antes de sua mãe falecer, ela se lembrava que eles não levavam essa vida, tinham residência fixa, ia à escola todos os dias, eram uma família comum. - Sinceramente eu não estou muito a fim de ir não Eric. Respondeu ela colocando a cabeça dentro da coberta.  Mas o que é isso maninha? Você adora estudar.  É, mas eu estou ficando cansada dessa vida de cada semestre estudar em uma escola diferente. Falou ela desanimada.  É, eu sei do que você esta falando, mas temos que apoiar o pai, afinal ele dá duro para gente ter uma vida melhor e ainda podemos conhecer várias cidades durante o ano, coisa que muitos não podem fazer.  Eu sei disso Eric, mas você não gostaria de morar em uma casa de verdade? De ter amigos de verdade? Falava ela animada.  Você acha que é só você que pensa nisso? Respondeu Eric com uma certa angustia na voz.  Eu também sonho com isso, mas vamos fazer o que? Deixar o pai sozinho? Já basta a perda da mãe quando eu nasci, você já pensou se nós o deixássemos sozinho?  Mas a gente podia tentar falar com ele de novo.  Não adianta Sofia, às vezes quando eu saio com ele dou uma tocada no assunto, mas ele é cabeça dura sabe? Às vezes penso que ele faz isso só para me castigar porque a mamãe morreu por minha causa, mas ele não pode fazer isso com você, afinal você e a única que ainda fica com ele sem ter obrigação nenhuma.


 Eric quantas vezes eu vou ter que lhe dizer que não foi sua culpa?  É, mas você me disse uma vez que quando a mamãe estava viva, vocês não levavam essa vida, então sinto que foi eu quem prejudicou vocês, por isso eu não ligo muito para isso.  Mas temos que fazer o pai entender que ele ainda tem família e que temos que ficar mais tempo em um lugar, temos que ter amigos Eric e estudar direito como todas as outras crianças.  Bom eu não vou falar mais nada para ele Sofia e anda logo se não você vai chegar atrasada. Disse Eric saindo de seu quarto. “Droga”. Pensou ela se levantando, quem ouvia o irmão falando assim com ela jamais imaginaria que ele só tinha doze anos. Ela era a mais velha, pois tinha quinze incompletos que seria comemorado dali a alguns dias. Ela nem se lembrava mais de quando foi sua última festa de aniversário, quando sua mãe ainda estava viva ela fazia questão de sempre lhe preparar alguma surpresa, “Ah que saudade daquele tempo, que saudades de você mamãe”. Pensando nisso ela se lembrou do sonho que teve algum tempo atrás, quando mais uma vez tinha discutido com seu pai. Naquela mesma noite sonhou com sua mãe que lhe dizia para ter paciência com seu pai, que ele lhe amava muito e só estava meio perdido. Que ela sempre estava de olho neles. Foi tomar café, que era só café mesmo com alguns pãezinhos que havia feito no dia anterior.  Eric, você não precisa fazer tudo sabia? Você ainda é uma criança, devia estar brincando por aí e não trabalhando feito louco. Falou Sofia lhe passando as mãos pelo cabelo do irmão, no fundo ele era um adulto em um corpo de criança.  Não se preocupe maninha, para falar a verdade eu até que gosto dessa vida. Disse ele olhando para ela sorrindo. Mas ela pode notar que ele não era tão feliz e no fundo ele também queria ter uma vida diferente.  Eu já vou indo, diga ao papai que depois da escola eu irei ver aquele serviço de que falei para ele ontem, talvez eu consiga e o bom é que é só meio período.

 Mas você acha que eles vão te pegar? Você só tem quatorze anos. Disse o irmão.  Mas logo eu farei quinze.  Grande coisa, você continua sendo de menor. Dando de ombros ela disse:  Que seja, se ele for para ser meu, então será.  Você é quem sabe. Deu um beijo no irmão e foi para a escola. No caminho pensava em como o ela e o irmão tinham uma espécie de ligação, às vezes se pegavam pensando na mesma coisa e sempre que ela estava precisando dele, ele aparecia do nada. Uma vez tinha comentado isso com o pai mas ele só deu de ombros sem falar nada. Aliás ela não tinha ligação nem uma com o pai, às vezes achava que ele nem gostava dela, pois não lhe demonstrava nem um afeto, nunca lhe fazia um carinho, nem nela e nem no irmão. Até parecia que ele não queria que os filhos estivessem com ele e que ficava viajando de propósito para ver se os filhos cansavam daquela vida e resolvessem ficar para trás e o deixasse livre. Logo afastou os pensamentos, pois já estava chegando na escola. Sofia já estava terminado o colegial e queria muito fazer faculdade, por isso, iria tentar arrumar um emprego de meio período, assim teria tempo de estudar, pois como Eric havia dito, ela adorava estudar. Ela sempre foi esforçada nos estudos, sempre procurava obter o máximo de informação possível, pois do jeito que seu pai era, logo eles podiam estar viajando de novo. Chegando á escola, foi procurar sua classe, estava uma confusão só. Muita gritaria, amigos se reencontrando, em meio disso tudo estava ela sentada em um canto da sala esperando que o professor se apresentasse logo e acabasse com aquela algazarra toda. Logo o professor entrou pedindo silêncio e aos poucos cada um se acomodou em seus lugares e aí pode finalmente começar a aula. Tudo transcorreu bem, para sua surpresa havia até feito uma pequena amizade com algumas pessoas. Logo que saiu da escola, resolveu passar em uma pequena lanchonete que havia não muito longe dali e ver se conseguia um emprego, pois um dia anterior ela viu uma placa com um anúncio de uma vaga disponível, então resolveu tentar. Quando chegou ao local, foi falar com um rapaz que estava atrás do balcão:


 Oi, eu vim me candidatar para o emprego que vocês estavam anunciando, por acaso ainda estão precisando?  Olha não sei, porque eu não sou o dono. Mas espera aqui que eu vou chamá-lo. Sofia aproveitou para dar uma olhada no local. Até que estava limpo e arrumado, mas algumas mesas estavam precisando ser limpas, logo que estava cheia de pratos e copos descartáveis que precisavam ser jogados fora. O rapaz voltou pedindo que ela entrasse no escritório que ficava nos fundos. Sofia entrou pelo corredor e entrou em uma pequena porta que pelo jeito era o escritório. Ao entrar, se deparou com um sujeito meio gordo com uma cara fechada sentado atrás de uma mesa falando ao telefone. Assim que terminou sua conversa ele a olhou de cima a baixo fazendo uma revista geral.  Você já trabalhou de garçonete antes? Perguntou ele meio ríspido.  Já sim senhor, respondeu ela.  Quantos anos você tem?  Quinze senhor. O homem fez cara de desgosto e falou:  Ah, então eu não posso te pegar.  Mas senhor eu estou precisando desse emprego. Disse ela com insistência.  Mas você é de menor, eu não vou poder te registrar.  Mas o senhor não precisa me registrar, eu não estou pensando nisso eu só quero trabalhar, pois preciso do dinheiro para pagar uma faculdade.  Não sei não, você não vai me causar problemas? Disse ele desconfiado.  O senhor pode ficar despreocupado que eu não faria isso com quem está me ajudando e além do mais eu ainda nem tenho todos os documentos.  Mas você vai precisar um dia, sabia disso?  Sim senhor, assim que eu ficar de maior eu vou arranjar tudo. E aí eu posso ficar com o emprego?  Eu preciso de alguém que trabalhe só meio período e se acaso eu precisar que trabalhe nos finais de

semana o dia inteiro você aceitaria? É lógico que aí eu te pago por fora.  Então quer dizer que eu posso começar a trabalhar? Disse ela com um sorriso nos lábios.  Vamos fazer uma experiência de um mês, se você for bem então eu te contrato de uma vez, você concorda?  Claro que sim, quando eu posso começar a trabalhar?  Vem amanhã, á uma hora em ponto. Disse o homem se levantando.  A propósito qual é seu nome? Perguntou seu novo patrão.  Sofia e o senhor?  Henrique.  Obrigada Senhor Henrique, até amanhã. Ele acenou com a cabeça e ela saiu do escritório feliz da vida. Nossa mas que sorte, logo no primeiro emprego ela já foi aceita mesmo sendo de menor. Ah, ela não via a hora de falar para seu irmão que havia conseguido, já para seu pai ela falaria, mas não com o mesmo entusiasmo, pois ele parecia não ligar para o que ela fazia. Chegando em casa, tratou de fazer o almoço correndo, pois logo seu pai chegaria com fome. Olhou na pequena geladeira e viu que não tinha muitas opções, de novo seria arroz, feijão e salada. Ainda não acreditava na sua sorte, agora ela teria dinheiro para comprar o que quisesse, mas logo se lembrou da faculdade então ficou ainda mais feliz. Quando seu pai chegou, ele estranhou que a filha estava cantando, entrou na cozinha e a viu dançando sozinha. Meu Deus como a cada dia que passava ficava a cara escrita da mãe dela, até o corpo que já dava para ver que estava se tornando uma bela mulher assim como a mãe, cabelos negros sedosos, olhos verdes, altura mediana que chegava até seus ombros, é realmente sua filha ficava mais linda á medida que crescia. Sentiu uma pontada em seu coração ao se lembrar da esposa, por isso ele às vezes não conseguia ficar muito perto da filha, pois parecia que estava diante da esposa. Fez um barulho para ela perceber que ele havia chegado, ela se virou quase caindo de susto.  Nossa você quase me mata de susto pai.  Qual o motivo dessa cantoria toda? Quis saber ele, afinal ela ultimamente não tinha muitos motivos para estar contente, ele sabia que ela detestava levar aquela vida.


 O senhor se lembra daquele emprego que eu te falei?  O que é que tem? Falou ele olhando na geladeira.  Pois bem, hoje eu fui lá conversar com o dono e já começo a trabalhar amanhã. Falou meio com receio  E quem vai cuidar da casa? Você pensou nisso?  Eu posso cuidar na hora que chegar da escola e antes de ir trabalhar. Disse ela já ficando irritada.  Faça como você achar melhor então. Disse ele sem demonstrar nenhuma emoção pela filha.  O almoço já está pronto?  Sim, pode comer a vontade. Disse jogando o guardanapo em cima da mesa indo para seu quarto chorar de raiva. Jonhatan respirou fundo, porque ele não conseguia se entender com sua filha? Com Eric era tão mais fácil, mas ela tinha o mesmo temperamento que sua mãe, forte, decidida e cabeça dura feito uma mula. Pensou ele sorrindo e pegando um prato para almoçar. “Salada de novo! Já está na hora de comprar mistura descente para essas crianças”, pensou ele. Sofia chorou muito e logo adormeceu, novamente sonhou com sua mãe que desta vez pedia para ela ter muito cuidado, mas ela não sabia com o que. Eric chegou no final da tarde, estava cuidando do jardim de uma senhora e com isso estava com uma grande marca de queimadura de sol nas costas. Como estava muito calor, ele resolveu tirar a camisa e por isso se queimou todo. Logo que viu seu irmão entrando no quarto, Sofia levantou e disse:  Adivinha quem vai começar a trabalhar amanhã? Falou animada.  Não me diga que você mentiu sobre sua idade. Provocou Eric.  Não foi preciso mentir eu contei a verdade de cara, afinal você sabe que eu não gosto de mentir. Falou ela sentando na cama dele.  Nossa Eric, mas como você se queimou. Disse assim que viu as costas do irmão.  Eu nem lembrei que isso poderia acontecer e tirei a camiseta por causa do calor. Falou ele.  Espera que eu vou pegar uma pomada para queimadura.

 Deixa-me tomar um banho primeiro está bem? Depois você me fala de como conseguiu enganar o tal sujeito. Falou ele correndo para o banheiro para se livrar do chinelo que já voava em sua direção. Logo depois do banho, Sofia passava pomada no irmão e relatava sua entrevista com o futuro patrão.  Eu estou orgulhoso de você maninha, agora você vai poder realizar seu sonho de freqüentar uma faculdade não é?  É sim. Falou ela empolgada. Mal o dia amanheceu, Sofia já estava de pé pronta para ir a escola. Eric também acordou cedo, já estavam tomando café quando Jonhatan se juntou a eles na mesa para tomar o desjejum.  Sofia vai começar hoje no trabalho pai, isso não é demais? Falou Eric todo animado para o pai.  Eu acho que sim, agora você terá dinheiro para fazer sua tão sonhada faculdade. Falou Jonhatan olhando para Sofia.  Sim, meus sonhos aos poucos estão se realizando.  Mas eu te avisei que você não iria precisar trabalhar para isso, nem você e nem seu irmão. Disse John, como era chamado pelos outros.  E como o senhor acha que íamos ter condições de pagar uma faculdade? E ainda mais a gente sempre viajando desse jeito? Disse ela já ficando irritada.  Calma maninha, o pai ia dar um jeito não é pai? Falou Eric olhando para o pai como que pedindo para ele confirmar.  Sim, eu daria um jeito. Falou ele sem muito entusiasmo. Sofia ficou olhando para o pai na tentativa de ver ali um pouco de emoção, mas nada, parecia que aquele homem era feito de pedra. Sendo assim tratou de acabar logo seu café, pois não teria chance de discutir de novo com seu pai, aquele dia estava sendo muito especial para estragá-lo daquela maneira. Foi rápido para escola e estudou feito louca, não perdendo nem uma explicação sequer do professor. Na hora do intervalo, estava sentada em um canto esperando a começo das aulas quando sua nova amiga Michele veio conversar com ela, ela parecia ser uma boa pessoa e as duas estavam se dando bem. Michele tinha os cabelos meio


ruivos e os olhos tinham uma cor de mel, ela era muito bonita por sinal e por incrível que pareça ela não se achava bonita. Logo depois da aula, Sofia foi até sua casa dar um jeito nas coisas e correu para seu novo trabalho. Chegando lá, o Sr. Henrique a apresentou a outros funcionários e pediu para um deles lhe ensinar o serviço.  Olá! Disse o rapaz. Então você está começando hoje?  Sim.  O meu nome é Marcus e o seu?  Ah! Oi, o meu é Sofia.  Bem Sofia, vamos lá? Ela estava achando tudo meio complicado, mas logo Marcus disse que com o tempo ela se acostumaria, pois era seu primeiro dia e ela estava indo bem. Chegou em casa quase sete da noite e teve que correr para ainda fazer o jantar, nem jantou direito e foi direto para cama de tão cansada que estava, mas mesmo assim, dormiu com um pequeno sorriso no rosto. E assim o tempo foi passando, como sempre na escola ela procurava aprender de tudo e no serviço também se esforçava para agradar o patrão e ficar com a vaga, pois era dali que iria sair “seu futuro” pensava ela. Os meses foram passando, Sofia se adaptou bem ao trabalho e agora já sabia controlar o tempo para não ficar tão cansada e para sua surpresa, ás vezes quando chegava em casa a noite o jantar já estava pronto, pois seu pai dizia que “sentiu fome então resolveu fazer antes que ela chegasse”. Uma noite Sofia foi atender um pessoal que havia acabado de chegar e para sua surpresa era alguns alunos da sua escola que mais pareciam perdidos no meio daquilo tudo. Pelo jeito eles eram de família rica, ela sabia pelos modos que eles tinham, todos gentis e educados.  Oi boa noite, o que vocês vão querer? Perguntou ela.  Boa noite. Disse um deles olhando diretamente em seus olhos. Ela não saberia dizer, mas sentiu uma coisa estranha ao cruzar seu olhar com o daquele rapaz.  Por favor, nos traga três cervejas e um aperitivo. Disse ele mandando um sorriso lindo para ela. Enquanto fazia o pedido, podia sentir que ele a olhava da cabeça aos pés e foi buscar os pedidos. Retornando para mesa, Sofia colocou as taças na mesa e quando já ia se afastando, o rapaz a pegou pelo braço e perguntou:

 Você não estuda lá na mesma escola que nós?  Sim, eu estudo sim. Disse ela com um certo orgulho.  Ahá! Disse ele olhando para os amigos. Eu disse a eles que era você, mas eles tinham falado que eu havia me confundido.  Não, sou eu mesma.  Eu jamais iria esquecer um rosto tão bonito quanto o seu. Falou ele galanteador. Sofia não sabia o que fazer, pois era a primeira vez que alguém flertava com ela assim e ainda na maior cara de pau.  Desculpe-me, eu te deixei sem jeito. Falou ele ficando sério.  Não, pode deixar é que você me pegou de surpresa. Mentiu ela.  Então está bem, o meu nome é Alex e o seu?  Eu me chamo Sofia. Eles ficaram algum tempo se olhando até que Marcus gritou seu nome:  Sofia venha cá, pois preciso de você.  Olha é melhor eu ir indo, pois tenho que trabalhar.  È claro, a gente se vê na escola. Ela fez que sim com a cabeça e se afastou. Logo começou a dar mais movimento na lanchonete e quando Sofia notou já estavam indo embora. Não sabia direito o que estava sentindo, mas nunca ninguém tinha mexido com ela daquele jeito, não que já não tinham mexido com ela antes, ela estava se tornando uma linda mulher com um belo corpo, é lógico que os homens achavam que ela já era de maior e mexiam mesmo. De vez em quando seu irmão tinha que protegê-la dos marmanjos pelas cidades em que passavam. Os dias foram se passando, Sofia e Alex foram se tornando colegas e logo já estavam saindo juntos como amigos. Uma vez ele á levou a cidade e foram ao cinema, Sofia ficou encantada com tudo aquilo, nunca em sua vida tinha entrado em um cinema. Nessa mesma noite antes dela sair do trabalho, Marcus a convidou para irem a uma sorveteria depois que saíssem dali, pois o movimento naquele dia tinha sido fraco e eles iriam sair mais cedo, ela recusou gentilmente, porque já havia marcado com Alex de irem até a cidade.  Sofia eu posso te dar um conselho? Perguntou Marcus.  Claro que sim. Respondeu ela.


 Não confia muito nesse tal de Alex, a reputação dele não é nada boa. Sofia achou que já estava demorando para Marcus falar sobre suas saídas com Alex, pois ela tinha quase certeza de que Marcus sentia alguma coisa por ela.  Não se preocupe com isso, só somos amigos nada mais que isso. “Infelizmente” pensou ela.  Mas o que você quis dizer com isso?  È que dizem as más línguas que ele já foi expulso de várias escolas por aí e só está aqui porque o pai faz parte do conselho, e além do mais ele ajuda bastante a escola.  Mas você sabe que ás vezes o povo fala demais.  Bom eu só estou pedindo para você ter cuidado só isso. Disse ele saindo de perto dela. Alex á deixou na porta de sua casa e foi embora. Sofia ficou olhando o carro desaparecer e deu um suspiro. Nem notou que seu irmão a observava de longe. Finalmente chegou o final do ano, toda a escola estava animada para festa de formatura que teria na escola. Isso fez Sofia se perguntar onde que Alex tinha se metido, pois não tinha mais o visto na escola depois daquela noite que foram ao cinema. Será que ele estaria na festa? Não que ela iria, pois não tinha uma roupa apropriada para a ocasião. Alguns dias antes da festa, Michele lhe perguntou com que roupa ela iria à festa, mas ela disse:  Eu não vou à festa Michele.  Mas porque você não vai? Falou ela espantada.  Eu não tenho nenhum vestido apropriado para a ocasião. Disse ela com pesar.  Mas você não está trabalhando? Quis saber a amiga.  Sim, mas esse dinheiro está sendo guardado para a minha faculdade.  Eu achei que você iria com o Alex, já que agora você só sai com ele. Falou ela demonstrando um pouco de raiva.  Mas o que eu é isso Michele? Não vá me dizer que você está gostando do Alex? Pois se você estiver eu já vou te falar que somos só amigos.  Eu? Gostando do Alex? Eu não. Eu só estou chateada porque você quase não fica mais comigo, e

para falar a verdade eu não gosto muito desse tal de Alex não sabe? Ele não me parece ser uma boa pessoa.  Engraçado você não é a primeira pessoa que me fala isso. Disse ela em voz alta. Mas o que você vê nele de tão ruim assim? Perguntou ela.  Ah, isso eu não sei, eu simplesmente não gosto dele. Sofia fez uma cara de quem não entendia nada.  Eu acho que você não percebe porque está caidinha por ele, e quando a gente está assim é como se uma nuvem tampassem os nossos olhos impedindo a gente de enxergar. Avisou a amiga.  Sei lá, também pode ser coisa da minha cabeça, não se preocupa comigo não. Falou Michele não querendo deixar a amiga preocupada.  Bom, vamos fazer o seguinte, eu tenho alguns vestidos em casa e se você não se importar em colocar um vestido usado, eu posso te emprestar. Disse Michele.  Verdade Michele? Mas será que vai me servir? Falou Sofia dando um largo sorriso.  Se você quiser, depois da aula podemos ir até minha casa e experimentar alguns, aliás eu ainda tenho que ver com qual deles eu vou.  Genial. Desde já obrigada Michele. Disse abraçando a amiga.  Calma você nem sabe se vai servir ainda. Disse rindo Michele.  Mas valeu pela tentativa. Você é uma boa amiga Michele e me desculpe se me afastei, isso não vai acontecer de novo eu prometo. Falou Sofia agora séria. Assim que saíram da escola foram direto para casa de Michele e experimentaram vários vestidos. “Quanta coisa linda”, pensava Sofia , nunca em sua vida tinha provado tantos vestidos lindos assim.  Mas eles são lindos Michele.  São sim, mas a maioria já esta fora de moda. Disse ela.  Pois para mim eles são a coisa mais linda do mundo. Dizia ela enquanto rodopiava pelo quarto fazendo a amiga rir muito. Michele escolheu um vestido de cor bege que lhe caia perfeitamente no corpo e combinava com seus olhos. Sofia experimentou um vestido preto que parecia


que tinha sido feito sob medida para ela, pois realçava o contorno dos quadris e se misturava com os seus cabelos negros fazendo os olhos dela se destacarem ainda mais. Ao se olhar no espelho parecia que estava vendo uma outra pessoa, “estava linda”.  Uau! Esse ficou perfeito em você. Disse Michele com um olhar de admiração. Você esta fantástica minha amiga. - Estou mesmo? Perguntou.  Então você me empresta esse? Perguntou Sofia se virando para a amiga. Ela nem obteve resposta, pois as duas caíram na cama dando risadas. O dia da festa finalmente havia chegado, o Sr. Henrique concordou em deixa-lá sair um pouco mais cedo para que pudesse se aprontar. Ela foi direto para casa de Michele, pois ela iria arrumar seu cabelo e lhe passar um pouco de maquilagem. Depois de pronta, foi para casa tomar banho e colocar o vestido para a grande noite. Quando Sofia saiu do seu quarto, logo deu de cara com seu pai que a olhou boquiaberto.  Meu Deus, como você está linda. Disse ele. Até parece que estou diante de sua mãe.  Obrigada papai. Estranhou, pois era a primeira vez que ela o chamava de papai.  Não precisa me agradecer, você está mesmo linda. Disse ele emocionado.  Eu acho que terei que ir nesta festa também maninha, para te proteger dos marmanjos. Falou Eric logo que entrou na sala. Ela deu um riso meio nervoso e perguntou:  Vocês acham mesmo que eu estou bem?  Você está maravilhosa. Respondeu Eric pegando sua mão e fazendo ela dar rodopios pela sala. Ela nunca tinha se sentido tão feliz assim, parecia uma princesa que estava indo ao encontro do príncipe encantado. Só que ela não sabia se ele estaria lá.  Você quer que eu a leve até lá mana? Perguntou Eric.  Não precisa. O pai da Michele virá me buscar para eu ir com ela. Estou bem mesmo? Perguntou ainda com receio.

 Sim. Você está mesmo linda, não é papai? Perguntou Eric olhando para seu pai.  Realmente está muito bonita, você terá uma grande noite minha filha. Será que ela estava ouvindo coisas? Seu pai devia estar ficando velho mesmo, pois ele nunca a tinha tratado assim com tanto carinho quanto agora. Mas resolveu não falar nada para não estragar a sua noite. Quando o carro chegou, Eric foi até a porta se despedir da irmã, sem antes pedir para ela ter cuidado, “e qualquer coisa era só pensar nele que ele iria aparecer para ajudála”, disse ele sorrindo. As duas estavam contentes de irem á festa juntas e logo que chegaram foram até o salão principal onde já estava o maior agito. No começo ficaram lá em pé, Sofia procurando Alex para que ele pudesse ver como ela estava linda aquela noite e Michele procurava seu paquera que uns dias antes havia feito ela prometer que dançaria com ele naquela noite. Resolveram ir até o bar e se servirem de uma bebida, pois estavam muito nervosas. Michele encontrou seu paquera e foi dançar com ele, mas pedindo a Sofia que não se afastassem uma da outra. Sofia disse que não era para ela se preocupar e aproveitar a noite. Estava sozinha em um canto do salão quando sentiu um toque em seu ombro. Ao se virar, se deparou com um rapaz que ela já tinha falado uma ou duas vezes na escola, pois ele havia perdido algumas aulas e como ela tinha tudo no caderno, pediu emprestado para que pudesse colocar a matéria em dia.  Oi tudo bem? Perguntou ele.  Tudo e você? Respondeu ela.  Você está muito bonita hoje, eu quase não á tinha reconhecido. Falou ele meio nervoso.  Obrigada. Você também está muito bem. Devolveu o elogio.  Você quer dançar comigo? Perguntou ele meio sem jeito. Ela ficou parada por um momento olhando para ele e disse:  Olha! Me desculpe, mas eu estou esperando uma outra pessoa e se ele me ver dançando com você pode ficar chateado. Ela não queria estragar aquela noite por nada.  Você está esperando o Alex não é? Perguntou ele tentando disfarçar a raiva que estava na voz.


 Olha! Eu não sei o que está acontecendo, mas eu não vou dançar com você. Disse ela. Será que ele já estava bêbado? Que estranho, pois ele sempre lhe pareceu um bom rapaz.  Você não pode ficar com ele hoje, entendeu? Dizia ele em seu ouvido, mas com o som alto da música, ela não conseguia ouvir o que ele falava.  É uma aposta. Gesticulava ele..falando em seu ouvido.  Você não pode ficar com ele, fica comigo sim? Ele continuava a falar, mas ela não conseguia entender direito.  Qual é mesmo o seu nome? Perguntou ela já irritada querendo acabar com aquela situação. Ele falava alguma coisa, mas Sofia não conseguia entender o que era.  O que quer que seja eu sei tomar conta de mim ok? Disse ela se afastando dele. Enquanto ela ia se afastando, ele a pegou pelo braço fazendo com que ela se virasse para ele.  Você não está me entendendo, você tem que ficar comigo hoje. Falou ele em tom de súplica. Nisso ela sentiu um forte puxão para trás e para sua surpresa era Alex que a puxava para si.  Pelo jeito eu cheguei em cima da hora não? Disse olhando com raiva para o rapaz.  Ainda bem que você chegou, ele já esta começando a me assustar.  Pode deixar, agora você está segura. Vai embora daqui cara, isso não é assunto seu.  Deixa-a ir Alex, a aposta acabou. Sofia não conseguia entender o que estava acontecendo, só ouvia pequenos espaços da conversa. Aposta? Mas que aposta?  Ah, então quer dizer que você também entrou? Falou Alex. Nossa agora você conseguiu me surpreender.  Vamos embora daqui. Disse Alex para ela. Alex a levou para outro lado do salão, foi quando ela perguntou para ele:  Mas o que está acontecendo Alex? E que historia é essa de aposta?  Olha eu também não sei direito, mas me parece que fizeram

uma aposta de quem dançaria com você primeiro. È só o que eu consegui ouvir e pelo jeito aquele tal sujeito que lançou a tal da aposta.  Então é por isso que ele queria que eu dançasse com ele de qualquer jeito.  Sim eu acho que sim, mas agora não se preocupe que eu vou te proteger.  Ainda bem que você chegou, eu já não sabia o que faria para ele largar do meu pé.  Bom o importante é que você já está bem, e por falar em bem, você está linda. Disse olhando ela dos pés á cabeça.  Obrigada. Disse ela.  Não é que eu te ache feia, mas é que hoje você está uma princesa. Disse pegando suas mãos fazendo com que ela desse voltas. Assim que ela parou ele a tomou nos braços e lhe beijou os lábios. Foi um beijo rápido, mas para Sofia foi mágico. Ele se afastou e disse em seu ouvido:  Vamos sair daqui? Quero ficar sozinho com você, o que voce acha?  Eu adoraria. Falou ela meio hipnotizada por ele. E assim saíram e entraram no carro de Alex que estava estacionado perto dali. Sofia estava tão contente que achava que nada poderia estragar aquela noite. Alex estacionou o carro em uma estradinha de terra e começaram a se beijar. No começo foram beijos suaves, delicados, mas quando Sofia percebeu Alex já estava em cima dela tentando arrancar seu vestido de qualquer jeito, o que a deixou bastante furiosa, pois o vestido nem dela era.  Pare Alex, você está me machucando. Falava ela. Mas ele parecia determinado a arrancar sua roupa a todo custo.  Alex. O que você está fazendo? Eu já disse que você está me machucando. Esbravejou ela o empurrando.  Desculpe-me, mas eu achei que você também estava querendo. Se defendeu ele.  Querendo o que? Disse ela olhando para ele assustada.  Transar. Não é por isso que você veio comigo? Falou ele.  Não. Eu não vim aqui para transar com você. Achei que a gente


só fosse namorar um pouco. E além do mais, eu nem te conheço direito e nem somos tão íntimos assim para termos esse tipo de relacionamento. Falava ela temendo pelo pior. Alex não falava nada, a única coisa que ela podia escutar era o som de sua respiração profunda. De repente ela ouviu uma risada que fez com que gelassem até seus ossos.  Então me deixa ver se entendi. Você acha que eu vim até aqui simplesmente para ficar de namorico? Perguntou vindo na direção dela. Sofia foi se afastando até que sentiu o metal na sua costa, pela primeira vez sentiu um medo enorme lhe percorrer o corpo. Conseguiu abrir a porta e saiu correndo do carro, sendo seguida por Alex que corria atrás dela rindo. Logo ela foi alcançada por ele que a derrubou no meio das folhas dizendo:  É, pelo jeito eu ganhei a aposta. Disse ele caindo por cima dela arrancando o que restava de seu vestido.  Mas eu achei que você gostava de mim Alex. Dizia ela em desespero se debatendo.  Eu gosto, mas vou gostar mais ainda depois que você for minha. Falava ele se defendendo dela e rindo.  Ah, mas como eu sonhei com esse dia sabia? Eu não via a hora de estar assim com você, eu sabia que não seria fácil, mas você vai valer a pena. Então eu apostei com todos que eu conseguiria transar com você e agora você será minha. Sofia tentava a todo custo se livrar dele, mas era muito pesado. Alex a segurava pelos pulsos, a beijava e lambia como um verdadeiro animal, sentindo um enorme prazer pela dominação. Já quase sem forças e chorando muito, Sofia lamentava não ter dado ouvidos a seus amigos que a alertaram sobre aquele monstro. De repente em meio ao choro e a maquilagem borrada que já lhe corria pelo rosto, sentiu Alex sendo tirado de cima dela e pode notar a figura de seu irmão que estava lutando com Alex.  Fuja daqui. Falava Eric entre os dentes.  Mas eu não posso deixá-lo aqui. Falava ela tentando ajudar o irmão.

Alex a empurrou com força jogando Sofia para longe.  Saia daqui Sofia esse cara é doente. Gritava o irmão. Sofia pode ver o sangue que já escorria pela face de Eric que infelizmente estava apanhando, afinal Alex já era quase um homem, enquanto Eric não passava de um garoto defendendo a irmã.  Não vai não querida que quando eu acabar com seu irmão vamos voltar ao nosso namoro. Falava ele sorrindo para ela. Sofia pegou o que sobrou do vestido e correu pela mata em busca de ajuda, soltou um grito ao dar de encontro com alguém que a derrubou no chão.  Sofia onde está o Eric? Falava seu pai nervoso.  Ele está lá na estradinha. Está brigando com o Alex, falava ela chorando muito John correu em direção ao local indicado deixando Sofia caída ali no chão, apesar que ela não conseguiria levantar pois estava toda moída. Mas juntou forças e foi ao encontro de Eric pois sentiu que ele precisava de ajuda. Quando ia se levantando do chão, ouviu um grito. Ela não sabe como, mas sentiu como se lhe arrancassem o coração pelo peito, a dor foi tão forte que ela caiu de joelhos no chão. Aos poucos foi se levantando e andou lentamente até o local temendo pelo pior. Tudo parecia um grande pesadelo, balançou a cabeça para ver se conseguia sair dali, ao ver o corpo de seu irmão caído, e seu pai ao lado chorando em desespero. Ela nem precisa ir conferir, pois sabia que não existia mais vida ali naquele corpo. Ajoelhou-se e disso:  Porque tudo isso Alex? Perguntava .  Voce tirou a vida do meu irmão, por causa de sexo? Falava ela enjoada. Parecia que Alex não entendia o que ela falava, pois ele olhou para ela e disse:  Entra no carro que nós ainda temos que terminar o nosso encontro.  Voce é um louco, doente, miserável. Falava ela com uma raiva que nunca sentiu na vida.  Meu filho! Porque você fez isso com ele? Ele é só uma criança. Voce matou a minha criança, falava o pai dela desconsolado.  Hei! Eu não matei ninguém, ele que caiu e bateu a cabeça na


pedra, eu não tenho culpa se ele não foi homem o suficiente para brigar comigo seu velho. Alex estava alucinado.  Agora eu vou te ensinar como que se briga com um homem, seu miserável, disse John se levantando e partindo para cima de Alex. Os dois caíram no chão e Sofia não conseguia dizer quem estava batendo em quem, pois estava muita poeira. De repente escutou um estampido abafado de um tiro, e quando olhou para o lado, pode ver o corpo de seu pai caído imóvel.  Você está vendo o que aconteceu? E tudo isso por sua causa. Tudo isso por causa de uma transa. Falava Alex olhando para cima como se estivesse conversando com alguém lá em cima.  Voce é um monstro. Falou ela indo para cima dele. Ele deu um tapa em seu rosto fazendo ela cair, a puxou pelos cabelos e disse:  Eu falei que não tinha acabado com você ainda lembra? Disse em seu ouvido lhe mostrando uma arma. Virou ela de frente para ele e ali mesmo consumiu o ato que ele tanto queria aquela noite. Sofia não lutava, ficou inerte o tempo todo. Não conseguia esboçar nem uma reação, não sentia dor alguma, era como se sua alma estivesse deixado aquele corpo se recusando a participar daquilo. Logo que Alex acabou, se levantou com uma expressão de vitorioso como se finalmente tivesse ganhado seu prêmio pela vitória conquistada. Olhou para Sofia sorrindo, depois desviou o olhar, apontou a arma e puxou o gatilho com as mãos tremulas. Sofia acordou com uma sensação esquisita, estava toda dolorida e com terra sob seu corpo. Ergueu as mãos na esperança de tirar aquela terra toda de cima dela. Logo notou que estava sentada em um pequeno buraco ao qual a haviam jogado. Ao tentar se levantar sentiu uma enorme tontura, colocando a mão na cabeça, pode notar uma mistura de sangue com terra que havia ali. Levantou-se cambaleando sentindo muito frio pois estava nua. Na mesma hora se lembrou de seu pai e seu irmão e tentou mais uma vez se levantar e se equilibrar para não cair. Olhou em volta para ver onde estava, logo pode notar que não estava longe do lugar daquela tragédia, então

foi andando para estrada e logo viu o corpo de seu pai e do seu irmão que ainda estavam caídos naquele chão sujo. Ao se aproximar de seu irmão, notou que parecia que ele estava dormindo, estava tão sereno, como se fosse acordar e lhe sorrir. Ficou ali alguns minutos na esperança que aquilo pudesse se tornar realidade, mas nada. Já estava se preparando para levantar quando escutou um pequeno gemido, olhou depressa para o irmão, mas percebeu que o som não vinha dele e sim do pai que estava não muito longe dali.  Papai, papai você está bem? Perguntou correndo me direção a ele.  Papai você pode me ouvir? Disse o abraçando pelo pescoço fazendo força para que ele se levantasse.  Minha filha, disse ele sorrindo. Minha pequena filhinha. Repetia ele.  Sim papai eu estou aqui. falava ela chorando muito.  Você está bem minha filha? Falava ele com sofrimento.  Estou sim papai, mas nós precisamos sair daqui por favor, levanta. Pedia ela em desespero.  Eu não posso, minha hora está chegando minha filha.  Não ta não papai, você tem que ficar comigo.  Escuta filha, voce tem que sair daqui porque ele pode voltar, e se ele descobrir que voce esta viva ele pode mata-la também. Pedia o pai  Mas eu não posso te deixar aqui assim. E o Eric papai? Nós temos que tirá-lo daqui. Me ajuda. Dizia ela para o pai.  Escuta filha, falava ele com o sangue saindo pela sua boca. Eu tenho algum dinheiro na gaveta do meu quarto, ele esta embaixo do quadro de sua mãe, eu quero que voce o pegue e suma daqui entendeu?  Mas eu não vou deixar aquele miserável sair impune, ele tem que pagar pelo que fez, falava agora com raiva.  Filha, a família dele tem muito dinheiro, praticamente toda a cidade é deles. Faça o que eu te peço e vai embora daqui. Deixa que eu cuido do seu irmão. Falava já sem fôlego.


Sofia balançava a cabeça de um lado para outro, ela não podia aceitar aquilo, e como a sua cabeça doía.  Eu não vou deixar vocês aqui, não vou.  Mas é preciso! Vá embora e não olhe para trás, anda. Como ela não se movia do lugar ele falou:  Escuta! Eu jurei para sua mãe que tomaria conta de você, não me faça quebrar essa promessa.  Mas e o Eric, você também tinha que protegê-lo.  Eu sei, eu tentei mas não consegui, ele correu mais rápido que eu, e por isso chegou aqui primeiro. Olha eu já tenho que levar essa culpa por não ter protegido seu irmão, não me faça levar mais essa também, então agora fuja... falou ele tombando a cabeça de lado. Sofia não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, era para ser uma noite perfeita de conto de fadas. Olhou para seu pai mais uma vez,e se levantou andando em direção a sua casa. Depois de andar por algum tempo, chegou em casa. Notou que estava um pouco revirada como se alguém estivesse procurando alguma coisa. Pegou a primeira roupa que estava ao seu alcance e vestiu. Correu para o quarto de seu pai que estava todo revirado. Olhou na gaveta e pode comprovar que havia algum dinheiro ali. Saiu apressada sem olhar para trás. Mark não agüentava mais aquela vida de agente, já fazia quase doze horas que trabalhava sem parar. Tudo por causa de crime que haviam cometido na cidade, mas também a vitima era nada menos do que o vice-prefeito da cidade de Denver. Como ele morava na cidade, então foi designado para começar as investigações. Como estava cansado! Não vinha dormindo direito há algum tempo, às vezes ele tinha uns pesadelos, mas sempre quando acordava não conseguia se lembrar de nada, a não ser a sensação de que alguém precisava muito dele. Mas quem? Ele sempre perguntava mas nunca havia tido resposta. Voltando ao caso, ainda não tinha chegado a nenhuma conclusão. A única coisa que sabia era que tinha sido coisa de profissional, pois ele e sua equipe não haviam conseguido encontrar nem uma pista sequer. Sentindo os músculos ficarem tensos de cansaço resolveu ir para casa descansar um pouco.

Apesar de ainda ser dia, não estava conseguindo se concentrar no serviço. O estranho disso tudo, é que, esse já era o segundo caso que havia investigado que tinha ficado assim desse jeito, incluindo os pesadelos. A primeira vez estava investigando um caso de um assalto a mão armada que teria tirado a vida de um banqueiro já fazia uns quatro meses. Os ladrões entraram no banco e anunciaram o assalto, foram ate a sala do gerente onde estava acontecendo uma reunião juntamente com o dono do banco que estava ali para uma visita. Ao tentar deter o assalto, todos foram mortos inclusive dois bandidos, restando apenas um que consegui fugir sem levar nada. Quando ele foi chamado para investigar o caso, pode constatar que infelizmente o banqueiro estava no lugar errado e na hora errada. Tinha sido uma fatalidade, mas não sabia porque mas tinha alguma coisa de estranho naquilo tudo, e foi ai que começou a ter pesadelos noturnos. O que às vezes conseguia se lembrar era que parecia que alguém o alertava de algo, mas não conseguia saber o que. E ficou assim por um bom tempo, ate que o processo foi arquivado como sendo mesmo uma fatalidade e sem que ele percebesse os pesadelos haviam ido embora. Ele não agüentava mais aquela vida, porque eu não formei para ser advogado? Pensava ele. Pois era mais fácil tirar o bandido da cadeia do que colocá-lo lá pensou com ironia. Já fazia quinze anos que ele estava naquele serviço, logo que saiu da escola ele chegou a fazer faculdade de direito que sempre foi seu sonho desde pequeno, pois ele tinha um senso de justiça, de querer ajudar o próximo, mas sinceramente ele não sabia de quem havia herdado aquele sentimento. Talvez foi com o pai adotivo que ele teve desde os oito anos, quando foi adotado. O senhor Thomas, era um ex-policial que havia perdido a mulher muito cedo, e como a vida de policial não era fácil, pois não tinha hora para chegar em casa, então ele resolveu adotar Mark, para poder ter com quem conversar quando estava em casa. Ele o ensinou muitas coisas, o poder da justiça quando era usada de maneira justa e o poder que certas pessoas tinham sobre os homens da lei que se deixavam se levar pela ganância. Então até que ele tivera uma infância feliz, nunca tinha conhecido seus pais e também não teve vontade de conhecer,


afinal porque mudar o que já havia acontecido? E o importante é que ele estava muito feliz. Lembrou-se do primeiro dia em que foi morar com o “capitão”, era como ele o chamava fazendo continência, fazendo ele sorrir sempre. Um dia ele disse:  Por que o senhor me chama de Mark se o meu nome é Michael? Perguntou curioso.  Porque é mais fácil falar Mark. Respondeu simplesmente ele. Ele achou a explicação justa e a partir daquele dia ele se chamou Mark, lembrou com um sorriso. Chegando em seu apartamento foi direto para o quarto, tirou o paletó, se livrou de sua arma e caiu na cama exausto. Parecia que antes mesmo de fechar os olhos começou a sonhar. Era o tempo que ainda era jovem e estudava, chegava em casa e o pai dele dizia:  Tome cuidado com os gananciosos, eles destroem tudo e todos. Falava ele olhando Mark bem dentro de seus olhos. Logo depois ele já estava na escola, com os antigos amigos cada um dizendo o que queria fazer quando se formassem e ele disse: Eu quero ser policial, fazendo todos rirem dele, inclusive um rapaz que ele não tinha amizade na época, só que ele não conseguia se lembrar do nome dele. Ele falava para eles pararem de rir dele mas ninguém o ouvia, foi então que acordou suando e com muita raiva. Não muito longe dali, estava sendo inaugurada mais uma filial de uma importadora famosa no meio dos negócios J&E Imports. Essa importadora estava se tornando famosa pelo material que eles importavam, tudo da melhor qualidade e com preços acessíveis. Na inauguração estava presente quase toda a parte nobre da cidade, empresários, políticos e lógico a dona da importadora. Rachel, começou cedo a fazer importações, pois como estudava fora, vira e mexe ela podia notar que muitos alunos mandavam para seu lugar de origem, varias peças de arte ou algum presente para algum familiar. Mas como a maioria das importadoras elas cobravam muito caro para despachar as encomendas, fazendo com que muitos tinham que esperar as férias escolares para levarem pessoalmente as peças.

Logo ela começou a bolar uma idéia de montar uma equipe para levar as peças que os alunos precisavam por um preço mais baixo. E assim todo mês ela já tinha uma lista nas mãos para as entregas. Antes mesmo de se formar em economia, ela já estava com um pequeno patrimônio, mas mesmo assim em vez de sair gastando como os outros alunos faziam, ela aproveitou e expandiu sua firma, e hoje estava presente quase que no país inteiro. Rachel sempre teve mão firme em relação a dinheiro, desde pequena sabia economizar para pagar as suas contas, e logo já estava se formando como primeira da turma. Assim que ela chegou na inauguração, foi recebida pelas pessoas que ali estavam, a maioria eram empresários e políticos. Rodava pelo salão tentando dar um pouco de atenção a todos, mas não via a hora de sair dali, pois não gostava de puxa-sacos, afinal eles só estavam ali pelo poder, para poderem aparecer na mídia. Assim que pode ela se dirigiu até seu escritório para ficar um pouco sozinha. Não tinha dormido nada bem naquela noite, aliás, ela não vinha dormindo bem há algum tempo, sempre com o mesmo pesadelo. Interessante era que não conseguia se lembrar de nada quando acordava, somente da sensação de que algo ruim estava para acontecer, mas o que? Ao pensar em algo ruim, foi até um cofre que havia atrás de um quadro e de lá pegou um envelope pardo. Sentou em sua cadeira, e lentamente o abriu. Mais uma vez leu todos os relatórios, viu algumas fotos que ali estavam com um ar de tristeza, pois cada vez que o abria, era como se uma ferida estivesse queimando dentro de seu peito. Logo chegaria a hora de se livrar deles para sempre. Voltou a guardar o envelope dentro do cofre e sentou de novo para ler os jornais que estavam sobre sua mesa.Todos eles falavam sobre a morte do vice-prefeito da cidade que havia sido morto com um tiro a queima roupa e que o mais provável teria sido um assalto, pois sua carteira havia sumido. Ela tinha conversado várias vezes com o ex-prefeito e em todas às vezes ela tinha impressão que o conhecia de algum lugar, pois seu rosto não lhe era estranho. Deixou os jornais de lado e resolveu voltar a inauguração, e como sempre fingir que gostava da maioria daquelas pessoas. Não que ela era uma esnobe, nada disso, mas é que no passado quando ainda não tinha dinheiro, ela foi muitas vezes ignorada ou até mesmo discriminada por aquele tipo de pessoa. Nada


mais natural agora que ela os usasse para se dar bem na vida. Mark resolveu voltar até a delegacia onde tinha estalado um escritório especialmente para ele, além de contar com a ajuda de uma equipe do FBI, ele tinha ainda sob seu comando todos os policiais daquele destrito. Estava louco para solucionar aquele caso logo e sair de férias, pois estava se sentindo muito cansado.  O que temos de novo Alan? Perguntou Mark á seu braço direito e amigo.  Eu sinto te dizer isso, mas pelo jeito pode ter sido mesmo um assalto. Nós não conseguimos encontrar nada que dissesse o contrário disso. Respondeu Alan notando o olhar de cansaço de seu amigo.  Nossa você esta com uma cara péssima sabia disso?  É, eu devo estar mesmo, eu não venho dormindo muito bem à noite.  Vocês por acaso descobriram com quem ele conversou ou que ele estava fazendo antes de ser morto?  Bom, deixa-me ver, disse Alan olhando os relatórios. Pelo exame que fizeram no celular dele, ele tinha algumas chamadas de um escritório de advocacia.  E onde fica esse escritório? Quis saber Mark.  Fica em uma avenida não muito longe daqui. Mark cá, entre nós voce não acha que pode ter sido só um assalto mesmo?  Tudo indica que sim, mas eu não sei porque alguma coisa me diz que tem mais coisa por trás disso, falou ele ao amigo enquanto acendia um cigarro.  Você e suas intuições, quando você coloca alguma coisa na cabeça e difícil tirar não é?  È meu amigo, foram elas que me trouxeram até aqui, se não fossem os casos que graças a elas eu consegui decifrar, eu ainda estaria atrás de uma mesa, ou controlando o trânsito na rua, falou rindo da cara que o amigo fazia.  É sério Alan, sabe quando você tem a sensação de que tem alguma coisa errada?  Não, eu não sei. Respondeu Alan rindo.

 Então, é por isso que hoje eu sou seu chefe. Brincou Mark.  Aha, aha, você de vez em quando até que engraçado, sabia?  Sabia.  E então, vamos lá. Falou Mark se levantando.  Vamos para onde? Perguntou Alan.  Até o tal escritório de advogados.  Ah, sim, vamos lá. No caminho Mark foi lendo os relatórios para saber exatamente qual o roteiro que o vice-prefeito havia feito naquele dia. Quando chegaram ao escritório eles foram informados de que ali tinham vários advogados, Mark então perguntou:  Por acaso você poderia me dizer se esteve por aqui ontem, o senhor Robert Stevens?  Olha eu sinto muito, mas eu não posso dar informações de clientes, falou a secretária para Mark.  Eu sei disso, mas é que essa pessoa era o vice-prefeito, e consta no celular que ele recebeu algumas ligações daqui, inclusive no dia do assassinato. E como sou eu quem esta investigando o caso, dizendo isso ele lhe mostrou o distintivo. Eu vou te pedir mais uma vez se você pode olhar na agenda de cada um deles se por acaso ele esteve aqui nesse dia, será que voce pode fazer isso? Falou Mark deixando a moça um pouco sem graça.  Eu acho que sim. Falou ela pegando algumas agendas. Mark olhou para Alan, que o olhava com um olhar divertido.  Olha consta que realmente ele esteve aqui conversando com um dos advogados na parte de ontem.  E quem é o ilustríssimo advogado que eu vou ter o prazer de conversar? Perguntou Mark com desdém, pois ele detestava advogados.  È um novo advogado que chegou há pouco tempo na cidade.  Que legal, se já não bastasse os que têm aqui. Falou ele visivelmente irritado.  E então, será que nós poderíamos falar com ele?


 Sim, deixe-me só eu anunciar vocês, só um minuto, disse ela pegando o telefone. Mark aproveitou e puxou Alan pelo braço em um canto e disse:  Assim que entrarmos, você fala com ele que eu fico dando uma revisada no local, esta bem?  Claro que sim, mas você não perde mesmo essa mania não è? Falou Alan rindo.  É que eu não gosto muito de advogado, você sabe disso.  Pode deixar comigo chefe.  Por favor, me acompanhem, sim? Enquanto eles percorriam os corredores do escritório, Mark pode notar com tristeza que a maioria daquele luxo todo infelizmente vinha de muitas vezes de extorsões com criminosos. Não que todo advogado era desonesto, ele até que conhecia uns bons advogados, mas a maioria infelizmente era mesmo desonestos.  Chegamos, falou a secretária abrindo a porta para que entrassem.  Obrigado. Falou Alan. O advogado estava virado de costas para eles e pelo jeito estava falando ao telefone. Mark aproveitou e começou a andar pela sala em busca de algo.  Boa tarde senhores, falou ele se virando.  Boa tarde, responderam.  A que devo está visita? Perguntava ele enquanto mexia em alguns papéis.  Bom, como o senhor deve estar sabendo, o vice-prefeito veio a falecer ontem, e pelos os exames que foram feitos no celular da vítima, podemos identificar que ele teve várias chamadas vindo daqui de seu escritório. Falou Alan.  E o que eu tenho a ver com isso? Perguntou ele ao olhar para os policiais.  Por enquanto nada, mas é que sua secretária nos informou que ele esteve aqui ontem e conversou com o senhor.  E daí, ele era um cliente meu como qualquer outro. Disse ele se defendendo.  Eu sei disso, nós só queremos saber se o senhor por acaso podia nos dar algumas informações.

 Sinto muito, mas eu não posso falar da vida dos meus clientes.  Mas nós só queremos algumas informações, será que o senhor poderia nos ajudar?  Vamos fazer o seguinte, você me pergunta e aí eu vejo se posso responder ou não, combinado? Falou ele sorrindo. Nesse meio tempo, Mark aproveitava e olhava tudo o que podia, havia ali alguns quadros, alguns diplomas, tudo decorado com muito bom gosto.  Bom, então vamos lá. Falou Alan.  O senhor pode nos dizer se a vítima estava com algum problema financeiro? Se comentou alguma vez se estava com problema com algum determinado negócio? Ou se estava sofrendo algum tipo de ameaça?  Não, falou ele balançando a cabeça. Ele não se queixou de nada comigo, mas vocês já perguntaram para sua esposa? Ela deve saber mais do que eu.  Sim, nós já a interrogamos, mas ela não sabe de nada.  E por que você acha que eu saberia? Por acaso eu vou precisar de um advogado? Perguntou ele rindo de sua própria piada.  Não, como eu disse por enquanto o senhor não tem nada a ver com isso. Respondeu Alan já começando a ficar irritado.  Bom, mas se eu for precisar, por favor me avise, pois eu tenho que procurar por um, dizendo isso ele riu de novo. Alan olhou para Mark que observava tudo nos mínimos detalhes, inclusive a conversa deles.  Eu não sei quanto a vocês, mas eu tenho muito o que fazer ainda, então se não tiverem mais perguntas gostaria de voltar ao trabalho. Falou ele ficando sério de repente.  Não, por enquanto é só isso mesmo. Disse Alan. Obrigado pela ajuda.  Não tem de que, se precisarem de qualquer outra informação eu estou á disposição, falou ele com ironia.  Pode deixar, o senhor tem um cartão para o caso de eu ter outra pergunta? Falou Alan.  Mas é claro, aqui está.


Alan pegou o cartão, se despediu e assim que ia saindo Mark pegou o cartão de sua mão para ler o nome, quando de repente Alan notou que o amigo parou de andar.  Algum problema? Falou Alan para Mark.  Eu ainda não sei, mas já vou descobrir, falou ele baixo. Então ele se virou e foi andando na direção do advogado de novo.  O seu nome é mesmo Alex?  Pelo menos é o que esta escrito aí, não é? Falou ele sem tirar os olhos dos papéis que estavam em sua mesa.  Então seu nome é Alex Collins? O mesmo Alex da família Collins que fez o ginásio na escola de Saint Paul, na pequena cidade de Clancy perto de Montana? Enquanto Mark foi falando, lentamente o advogado foi levantando a cabeça e agora olhava fixamente para Mark, na esperança de reconhecê-lo, mas pelo jeito ele não sabia quem era ele.  Mas como você sabe de tudo isso? Falou agora prestando mais atenção a conversa.  É que eu também estudei nessa escola. Disse Mark com um olhar determinado.  E você por acaso vai me dizer o seu nome? Perguntou Alex intrigado.  Mas é claro que sim, o meu nome é Mark, está lembrado de mim? Falou Mark olhando para Alex.  Mark, Mark. Sinto muito mas eu não consigo me lembrar de você.  Pois eu me lembro bem de você, estava sempre metido em alguma coisa suja não é à toa que se tornou advogado. Falou Mark sorrindo.  Tenha um pouco mais de respeito “Mark”, pois eu também entendo de lei, e pelo que me parece, você está me insultando.  Imagina! Eu jamais faria isso com alguém, isso eu deixo com você, pois pelo jeito você não mudou nada.  Agora já basta, por favor, saiam já do meu escritório se não eu vou te processar por me insultar. Disse Alex se levantando de sua mesa indo em direção á Mark. Alan correu para entrar na frente deles, se não sairia pancada.

 Pode entrar na fila, respondeu Mark.  Agora estou me lembrando de você. Você é o garoto adotado metido a besta, que assim como seu pai adotivo não servia para nada. Falou Alex o provocando. Isso bastou para Mark partir para cima dele, e só não o encheu de pancadas porque Alan o segurou e o empurrou para longe dali.  Mas o que você esta fazendo Mark? Você ficou louco cara?  Eu ainda não fiz nada, pois você não deixou. Falou Mark furioso.  E nem vai fazer, saia já daqui Mark. Anda cara. Falou Alan vendo que o amigo continuava no mesmo lugar.  Olha me desculpe senhor, Alex não é? Desculpe, mas meu amigo não está bem ultimamente. Disse olhando para Mark que já ia saindo.  Ele esta mais nervosinho do que antigamente, vê se dá um remédio para ele se acalmar ou então interna de uma vez, porque eu acho que nem o remédio mais ajuda. Disse ele voltando para sua mesa.  Antes que ele mexa com alguém pior que ele. Ameaçou Alex.  Não se preocupe, eu já vou indo. Mark não podia acreditar que um dia veria aquele verme de novo, como ele tinha vontade de socar ele até que...mas o que ele estava pensando? Afinal ele representava a lei, e além do mais, isso tinha acontecido já fazia muito tempo. Ah, mas como ele tinha se arrependido de não tê-lo socado quando teve chance, foi logo no outro dia após aquele fatídico baile. Balançou a cabeça para se livrar daquelas lembranças, pois ele tinha outras coisas para pensar, em solucionar aquele crime por exemplo.  Mas o que você pensa que está fazendo Mark? Onde já se viu, você quase bateu no cara.  Eu ia bater, mas você entrou na frente, disse ele sorrindo.  Por isso mesmo que eu entrei, para você não fazer nem uma burrada.  É que eu ainda tenho algumas coisas para acertar com esse idiota. Falou Mark já saindo do prédio.  Eu não acredito que você vai querer acabar com sua carreira, só


por causa de uma desavença da época do colégio.  É que você não conhece esse calhorda, ele era um miserável, e pelo jeito ainda continua sendo.  Ele até pode ser, mas você tem que se concentrar em solucionarmos esse caso logo, então, por favor, nada de ficar pensando no passado ok? Falou Alan ao amigo.  É você tem razão, mas é que eu não esperava encontrar com ele de novo, e isso fez com que eu não estivesse preparado. Mas alguma coisa me diz que nós ainda vamos nos encontrar em breve.  Ah não Mark, não venha me dizer que você vai encher o saco dele de novo? Eu sei que você não gosta dele e ainda mais que ele é advogado, mas lembre-se que ele também entende de lei e não vai pensar duas vezes para te processar.  Eu sei disso Alan, mas eu vou ficar de olho nele por uma outra razão.  Ah é, e qual é essa razão? Quis saber Alan.  Eu acho que ele esta escondendo alguma coisa sobre esse caso. Você não notou que ele não estava nem aí pela morte do viceprefeito? Parecia até que ele estava se divertindo com a situação.  É verdade, eu também notei que ele estava tirando um sarro na minha cara.  Então meu amigo, vamos ficar de olho nele.  Mas você não acha que pode estar exagerando? Afinal se ele já não se importava com ninguém quando mais novo, imagina agora.  Exatamente por isso, se ele quando era mais novo já se metia em sujeiras, imagina agora que ele tem o conhecimento da lei ao seu favor?  Olha lá hem? Não vai se meter em encrenca. Falou Alan preocupado.  Lembra do que nós estávamos falando hoje sobre intuição? Disse Mark entrando no carro.  Sim, o que é que tem.  Então eu estou sentindo que nesse mato tem coelho, e é dos grandes meu caro amigo. Falou Mark

com uma convicção que até ele mesmo estranhou.  Nossa, agora estou vendo que nós vamos decifrar esse caso rápido, pois toda vez que você faz essa cara, logo os bandidos estarão na cadeia. Falou Alan rindo.  Pode apostar que sim, e se ele estiver envolvido nesse caso eu vou ter um grande prazer em joga-lo na cadeia e jogar as chaves fora. Disse Mark com raiva.  Nossa chefe, mas o que esse cara te fez para te deixar com tanta raiva assim?  É uma longa história meu amigo, uma longa e triste história. Falou Mark amargurado.  Deve ter sido mesmo, pois eu nunca tinha te visto assim com tanta raiva de uma pessoa, e olha que eu já te vi em ação muitas vezes hem? Principalmente com alguns advogados que você ama tanto, falou Alan morrendo de rir pela cara do seu chefe. Rachel já estava cansada, pois mal tinha chegado de viajem teve que ir a inauguração de sua mais nova filial. Andando pelo amplo salão repleto de peças de artes e de algumas alguns objetos que ás vezes só eram encontrados em seus países de origem. Todas as peças que ali estavam, foram escolhidas com muito bom gosto pela sua equipe que tinha escolhido a dedo. Rachel resolveu ir embora, então foi até sua sala pegar alguns documentos e aproveitou e disse a sua secretária que qualquer coisa ela estaria no celular. Sendo assim foi direto para sua casa descansar um pouco da viajem e tentar dormir, mas antes resolveu passar em seu massagista, pois estava se sentindo muito tensa essa semana. Ainda mais com os pesadelos que não a deixavam dormir direito. Assim que chegou logo foi levada para uma sala, onde ela se despiu e deitou em uma maca que estava ali. Logo apareceu uma moça que colocou uma pequena toalha em cima de suas nádegas, e começou a aplicar a massagem.  Nossa como você está tensa hoje? Aconteceu alguma coisa? Perguntou a massagista.  Ah Ângela, eu não sei porque, mas não estou conseguindo dormir bem à noite.


 È da para perceber, pois todos os seus músculos estão tensos. Mas logo você vai estar novinha em folha. Aos poucos Rachel foi se soltando e logo já estava bem relaxada. Assim que ia saindo da casa de massagem, Rachel deu um encontrão em um rapaz que estava entrando pela porta que quase caiu no chão. Quase, se não fosse a mão ágil do rapaz que a segurou junto ao seu peito, ela com certeza teria caído.  Desculpe-me, falou o rapaz. Rachel não disse nada, parecia até que estava em estado de choque.  Moça, esta tudo bem com você? Por acaso você está machucada? Falava ele procurando nela algum sinal de machucado. Ela estava em estado de choque sim, mas não pelo encontrão e sim ao se ver nos braços daquele homem que a olhava preocupado.  Não, eu não estou machucada não. Foi só o que conseguiu falar.  Você tem certeza? Pois você me parece meio pálida.  Não eu estou bem, eu acho que foi só o susto. Mas já esta passando.  Se você quiser eu posso levala em um médico para um exame mais detalhado.  Não vai precisar, eu já estou bem. Obrigada.  Porque você me agradeceu? Perguntou ele sem entender.  Eu te agradeci por você querer me levar ao médico.  Ah ta, eu pensei que você estava me agradecendo por ter trombado com você. Disse ele.  Você acha que eu iria te agradecer por você ter quase me jogado no chão? Falou ela demonstrando um pouco de raiva.  Hei calma, eu só estou brincando, nem parece que você saiu de uma massagem.  E quem te falou que eu fiz massagem? Encarou ela.  Mas o que você iria fazer aqui se não fosse ter uma massagem? Falou ele com um brilho nos olhos. Só se fosse mesmo para ter o prazer de trombar em mim. Ela ia retrucar, mas logo viu que ele estava brincando com ela, então resolveu dizer:

 Bom se fosse isso mesmo, aí sim eu precisaria de um médico, de cabeça, aliás. Mal acabou e falar e ele soltou uma gostosa risada, fazendo com que sem percebesse também sorrisse.  Nossa faz tempo que eu não ria tanto assim sabia? Falou ele enxugando as lágrimas.  Para falar a verdade eu também, falou ela corando.  Olha me desculpe à brincadeira, mas é que uma coisa levou a outra e eu não consegui evitar.  Tudo bem, pelo menos eu não me machuquei, falou ela dando uma rápida olhada pelo corpo.  Pelo jeito não machucou mesmo, não é? Perguntou ele agora sério.  Não, não machucou. Disse ela agora o olhando bem dentro de seus olhos, que por sinal eram de um azul tão forte que ela tinha quase certeza que eram lentes. Os cabelos pretos encaracolados, e a barba por fazer lhe davam um certo ar de selvagem. Se ela o tivesse encontrado em um lugar escuro e deserto, sinceramente teria ficado com medo. Mark estava encabulado com aquela moça, parecia que já a conhecia de algum lugar. Então ele deu uma olhada nela, para ver se conseguia reconhece-la, mas nada. A única coisa que ele pode perceber era que era muito bonita, cabelos castanhos claros que estavam presos em um coque, mas que teimavam em cair pelo seus ombros lhe dando um charme a mais, olhos verdes escuros e uma boca que parecia que tinha sido feita especialmente para ela. E o corpo então? Escultural, pensou ele dando um pequeno sorriso. Ao notar que estava sendo observada, corou levemente, pois fazia muito tempo que não ficava assim com alguém, mas logo tratou de se recompor, estava parecendo uma adolescente.  É melhor eu ir andando, disse ela passando por ele.  Eu estava aqui pensando, será que eu não te conheço de algum lugar? Você me parece familiar, mas eu não consigo me lembrar de onde eu tenha te visto. Falava ele olhando para ela pensativo. Ela se virou e olhou para ele lhe dizendo:  Bom! Eu não te conheço de nenhum, pois nunca esqueceria de


um esbarrão desses. Falou ela sorrindo fazendo com que ele também sorrisse.  É você tem razão, e mesmo se eu a tivesse visto antes nunca a teria esquecido, pois você é muito bonita. Quando ele viu já tinha saído.  Nossa isso é que eu chamo de cantada, você treinou isso por muito tempo ou bolou isso agora? Disse provocando ele, mas ao mesmo tempo tocada pelo elogio.  Eu não bolei e nem treinei nada, mas para falar a verdade eu nem queria dizer isso.  E porque você falou? Perguntou ela.  Sinceramente eu não sei, falou ele meio sem jeito. Ah! Mas não é que eu não a ache bonita, é que geralmente eu não saio falando isso para as mulheres que eu mal conheço. E realmente você é muito bonita.  Agora você quis ou não falar? Falou ela se divertindo com a bagunça que ele estava fazendo.  Não, agora eu quis falar mesmo, disse ele. Olha me desculpe, mas é que eu estou muito cansado e sinceramente precisando urgente de uma massagem para aliviar a pressão sabe?  Tudo bem, eu também estava assim agora á pouco. Então boa massagem. Disse ela já se afastando.  Obrigado. Dizendo isso ele se encaminhou até a recepção para fazer a tão desejada massagem. Rachel saiu sorrindo do estranho, ele parecia estar precisando mesmo de uma massagem, pois não falava coisa com coisa. Afastou os pensamentos para poder se concentrar no que faria mais tarde, pois teria muita coisa pela frente. Ao retornar a delegacia, Alan veio ao seu encontro dizendo:  E agora Mark, nós estamos praticamente sem pistas do homicídio do vice-prefeito. Será que já não é hora de darmos o caso por encerrado?  Mas de jeito nenhum, eu tenho uma idéia que talvez pode funcionar. Vamos sair para algum lugar. Disse ele assim que entrou em sua sala. Depois de estarem fora do prédio, Mark levou o amigo até um praça que existia ali perto, acendeu um cigarro e disse:

 Eu estou querendo dar um jeito de entrar na sala daquele safado e colocar uma escuta lá dentro.  Ah, não, eu não falei para você não se meter com aquele cara Mark. Será que você não esta vendo que isso é coisa da sua cabeça? E para voce colocar uma escuta, vai ter que ter autorização de algum juiz, e em base em que você vai pedir uma autorização dessas? Já imaginou?  Mas se eu fizer isso vai ser sem ninguém saber, só eu e você saberemos.  Mesmo que você consiga, nós não vamos poder usar isso como prova porque será uma coisa ilegal.  Eu sei, mas nós teríamos certeza de que ele estaria envolvido em alguma falcatrua. Pensa bem cara, nós poderíamos poupar muito tempo. Falava Mark tentando convencer o amigo.  Não sei não Mark, isso não esta me cheirando nada bem. Disse Alan.  Vamos, olha se alguma coisa der errado eu assumo toda e qualquer culpa.  E como você vai conseguir fazer isso?  Fácil, eu vou até lá e por enquanto que você fala com a secretária eu dou um pulo na sala do safado e planto a escuta lá.  Você só pode estar brincando.  Vai ser fácil você vai ver.  E porque eu tenho que falar com a moça?  Porque eu fui mal educado com ela, e além do mais parece que ela gostou de você, não reparou?  Não eu não notei nada.  Esse é mais um motivo deu ser o seu chefe, falou ele sorrindo.  Não por muito tempo se alguém descobrir sobre nós.  Vai dar tudo certo, é só você confiar em mim.  E quando você está pretendendo ir lá?  Que tal amanhã? A gente faz um plantão lá na frente e quando ele sair para o almoço, nós entramos e eu faço o serviço.  Não sei não, falava Alan passando a mal pelo rosto.


 Será como nos velhos tempos Alan, será que você já esqueceu de nossas aventuras?  Das suas aventuras você quer dizer né? Eu sempre fui apenas um mero espectador.  É, mas você já me ajudou muito.  É você tem razão, respondeu ele sorrindo se lembrando de quando tinha entrado no FBI. Logo no primeiro dia ele pode notar que Mark era muito inteligente e honesto.  E então? Vamos fazer ou não? Falava Mark ainda tentando convencer o amigo.  Está bem, seja o que Deus quiser.  É assim que se fala, falou Mark dando uns tapinhas nas costas do amigo.  Mas deixa eu te perguntar uma coisa. Você me trouxe para fora para falar sobre isso?  Sim, pois eu estou com uma sensação de que alguém está nos observando, e não quero que ninguém me atrapalhe nessa investigação.  Mas do que você está falando? Você acha que temos um espião entre nós? Perguntou Alan preocupado olhando para os lados.  Fica frio Alan, por enquanto eles só estão nos rondando.  Mas como é que você sabe disso?  Sei lá Alan, eu disse que é apenas uma sensação. Disse Mark se defendendo.  Cara, ás vezes eu tenho medo de você sabia? Falou Alan olhando sério para Mark. Já em sua casa Rachel estava preparando um banho de banheira que tanto adorava, pois logo mais á noite iria á uma festa, que provavelmente seria regada de muita bebida e muita gente rica que se aproveitavam daqueles momentos para saírem na mídia e assim manter suas agendas em dia. Entrando na banheira, ela pode finalmente relaxar depois de mais um dia exaustivo, não era nada fácil fingir que gostava daquele mundo de cobiça e desconfiança. Naquela vida que ela escolhera viver, só podia mais quem tinha muito dinheiro, por isso cada dia que passava ela não via a hora de acabar logo o que tinha planejado há muito tempo, e

assim poderia enterrar de vez seu passado e começar uma nova vida. Aos poucos ela foi se entregando ao sono e sem que percebesse já estava cochilando. Logo começou a sonhar, e mais uma vez teve o mesmo sonho de terror que sempre a assombrava nas noites não a deixando dormir. Em seu sonho ela tentava respirar, mas não conseguia como se alguém a tivesse sufocando, era quando começava a gritar mas tinha a sensação de quem ninguém a ouvia. Mas algo havia mudado nesse sonho, pois alguém a estava ajudando, ela não pode ver seu rosto, muito menos se era homem ou mulher só sabia que estava sendo salva por alguém. Acordou tossindo muito, pois havia entrado um pouco de água da banheira em sua boca, e então pela primeira vez conseguiu se lembrar de seu terrível pesadelo. Ela estava sendo enterrada viva. Mesmo com á água quente da banheira, sentiu seu corpo todo se arrepiar e um calafrio lhe percorrer a alma deixando-a com um medo que jamais achava que iria sentir de novo. Levantou da banheira e foi para seu escritório particular onde havia um cofre secreto de onde tirou alguns papéis. Já estava na hora de acabar com aquilo tudo que estava planejado, pois ela estava naquela cidade para somente colocar seu plano em ação. Deu mais uma olhada nos papéis e tornou á guarda-los com uma sensação de triunfo. Mark chegou da delegacia e ligou sua secretaria para escutar os recados que podia ter ali, a primeira voz que ouviu foi de sua namorada Christine, ela o estava lembrando que teriam uma festa para irem naquela noite, e que não a perderia de jeito nenhum. Mais essa pensou Mark desolado, pois achava que dormiria mais cedo aquela noite, mas estava enganado. Sendo assim resolveu tomar logo um banho e se trocar para pegar a namorada, pois ela detestava atrasos e ele detestava pessoas reclamando a noite inteira em seu ouvido só por causa de um simples atraso. Já no banho Mark notou que só agora ele havia pensado na namorada o dia inteiro, já fazia quase dois anos de namoro e ele não conseguia dar um passo mais a frente, ou seja, ele não sabia se ela era a mulher certa para ele. Christine infelizmente era advogada, mas era ela muito honesta. A única coisa que Mark não gostava muito era que como ela era de uma família mais ou menos rica, pois era filha única, os pais sempre a trataram com muito


mimo que ás vezes a deixava insuportável fazendo com que Mark desse desculpas para evitar sair com ela algumas vezes. Talvez já estava na hora de acabar com aquele namoro, pensava Mark. Então prometeu a si mesmo que naquela noite daria um jeito de acabar com ela, mas de uma forma amigável, porque ele gostava muito dela e não queria que ela ficasse magoada. Mark foi buscar a namorada e logo a avisou que teriam que conversar um assunto muito importante, então que não queria ficar até tarde na festa. Ela deu de ombros, e apenas concordou com ele. Chegando a tal festa, Mark foi conversar com alguns amigos de sua namorada, aproveitou e lhe perguntou:  Christine por acaso você conhece um advogado chamado Alex? Falou ele ao seu ouvido.  Alex? Por acaso é um tal de Alex Collins? Perguntou ela de volta.  Sim, é esse mesmo, então você o conhece?  Não pessoalmente, porque? Falou ela.  Você sabe alguma coisa sobre ele? Insistiu Mark.  Não muita coisa, só o que eu sei é que ele se mudou para cá há pouco tempo, e já chegou fazendo uma grande parceria com os antigos donos de uma rede de advocacia, mas porque esse interesse todo nele? Ele está metido em alguma coisa errada? Perguntou mais uma vez ela.  Não, eu espero que não, disse ele pensativo fazendo Christine dar um pequeno sorriso. Se esse tal de Alex tivesse metido em alguma coisa de errado, Mark não largaria de seu pé. Ainda mais que Mark detestava advogados corruptos. Mark disse a Christine que sairia um pouco para fora a fim de fumar um cigarro, mas que logo estaria de volta. Sendo assim saiu por um corredor que dava acesso para um lindo jardim que estava todo iluminado devido á ocasião da festa. Logo que chegou a festa, Rachel deu uma pequena circulada pelo salão e se dirigiu ao bar para pegar algo para beber. Enquanto esperava sua bebida, teve a sensação de que estava sendo observada, virou de lado para var quem poderia ser e logo teve a impressão de que conhecia aquela moça que a olhava tão intrigada. Rachel logo reconheceu sua velha amiga dos tempos de escola, desviou o olhar

tentando sair dali o mais depressa possível, mas não teve jeito e antes que pudesse dar um passo sequer, a moça já estava do seu lado.  Desculpe-me, mas eu acho que você não me é estranha. Você por acaso não estudou na escola de Saint Paul há algum tempo atrás, disse a moça. Não teve jeito, mesmo sem querer ser reconhecida Rachel não poderia deixar de cumprimentar sua amiga, mesmo que isso iria lhe trazer velhas lembranças. Então de virou e disse:  Sim, eu estudei lá sim porque? Falou ela.  Você não está lembrada de mim? Hei, eu sou a Michele, está lembrada? Disse a moça lhe dando um grande abraço. Rachel não teve outro jeito a não ser retribuir o abraço recebido.  Meu Deus eu não acredito! Falava a amiga. Eu não estou acreditando no que os meus olhos estão vendo, é você mesma? Dizia a amiga sem acreditar muito. Rachel ficou meio sem jeito, mas ela não teria coragem de desfazer da amiga que a tinha ajudado muito na juventude.  Sim sou eu mesma, mas com o foi que você me reconheceu? Pois como pode ver eu deu uma geral e agora estou um pouco mudada.  Eu estou vendo mesmo, eu acho que é porque nós éramos muito amigas, mas para falar a verdade eu nem sei como te reconheci, pois realmente você está muito mudada mesmo.  Eu sei, eu queria esquecer o passado sabe? Então resolvi fazer uma mudança radical.  Ah, me desculpe eu fiquei sabendo da sua família, que coisa mais triste que aconteceu! Eu senti muito mesmo por você, pena que você não estava lá para eu poder te dar os pêsames. Falou a amiga com pesar na voz.  Não se preocupe Michele, essa foi uma fase da minha vida que eu já deixei para trás, tudo o que importa agora é o futuro, não é mesmo? Disse tentando passar uma tranqüilidade na voz. Mas me conta, o que você tem feito? Pelo jeito você casou, pois estou vendo uma bela aliança no seu dedo, quem foi o sortudo? Perguntou ela sorrindo.


 Bom eu me formei em administração e comecei a ajudar o meu pai na empresa dele, e logo depois de algum tempo eu conheci o Albert, nos apaixonamos e já vamos fazer cinco que estamos casados. E você minha amiga o que tem feito? Falou Michele sorridente.  Eu não tive a mesma sorte que você, mas eu também me formei, mas foi em economia e logo depois eu adquiri uma empresa de importados e aqui estou eu. Ficaram conversando por um bom tempo, até que Rachel deu uma desculpa de que teria que conversar com alguém e logo ela saiu para respirar um pouco de ar, pois aquela conversa a estava mexendo com ela. Rachel andava de um lado para outro pensando se voltaria ou não para festa, quando de repente deu um encontrão em alguém.  Ai meu pé, disse ela sentindo uma dor enorme vindo de seu pé. Olhou para baixo para se certificar se ele ainda estava lá, pois a dor era terrível como se o tivessem arrancado fora.  Agora não foi minha culpa, se defendeu uma voz que já lhe era familiar. Rachel seguiu a voz que vinha do alto e sorriu ao se deparar com o sujeito que ela havia trombado num outro dia.  Mas tinha que ser você, não é mesmo? Ela não sabia porque, mas sentiu um arrepio lhe percorrer seu corpo inteiro.  Como eu disse dessa vez eu não tive culpa, você está bem? Perguntou ele olhando para seus pés.  Sim, parece que eu estou sem um pé, mas o restante está tudo bem. Falou ela ao ver que ele estava se divertindo.  Olha eu sinto muito, eu não tive a intenção de pisar no seu pé, mas você apareceu do nada e não deu tempo de parar. Venha se sentar aqui. Disse ele puxando ela pela mão e fazendo com que ela se sentasse em um banco perto dali. Ela então aproveitou e tirou o sapato para dar uma olhada no pé, e admirou ao ver que o sujeito já tinha se abaixado para lhe fazer uma massagem. Puxando o pé de volta ela disse:  Mas o que você pensa que está fazendo? Perguntou ela.

 Uma massagem no seu pé, disse ele a olhando lá de baixo.  Eu sei que é uma massagem, mas não precisa se preocupar que eu já estou bem, quase não estou sentindo mais dor.  Tem certeza que não quer mesmo uma massagem? Perguntou ele encarando ela.  Tenho sim, então se você quiser já pode se levantar. Falou ela se sentindo incomodada. Mas em vez dele se levantar como ela havia pedido, ele ficou lá a olhando como se fosse a primeira vez que há tinha visto. Mas como ela é linda, pensava Mark. Naquela primeira vez que a tinha encontrado, ele já havia reparado que ela era bonita, mas naquela noite ela estava especial. Ele não sabia dizer o que estava diferente nela, mas não conseguia tirar os olhos daquele rosto lindo que o olhava com um par de olhos azuis que estava fazendo seu coração bater mais rápido.  Está tudo bem com você? Perguntou ela ao ver que ele nem se mexia. Saindo de seu topor, Mark viu que ela estava falando alguma coisa.  O que você disse? Perguntou ele visivelmente perturbado com aqueles olhos.  Eu falei que se você quiser, pode se levantar, pois meu pé não está mais doendo.  Ah tá, se é você quem está dizendo. Falou ele se levantando.  Então, você costuma dar esbarrões em todos que conhece ou isso só acontece comigo? Falou colocando o calçado de volta.  Para falar a verdade é só com você que está acontecendo isso, eu nunca me esbarrei em ninguém antes. Não que eu não lembre.  Então acho melhor ficar longe de você, se eu não quiser ter alguma coisa mais séria.  Como assim? Perguntou ele confuso.  O que eu quis dizer foi que se caso nos encontrarmos mais alguma vez, eu terei que ter cuidado para não me machucar com alguma coisa mais séria, pois dessa vez doeu. Tentou brincar ela.  Não se preocupe que da próxima vez que nos encontrarmos


eu serei muito mais carinhoso com você, pois sempre está levando a pior. Ela tornou a sentir um calafrio andar pelo seu corpo, mas tentou disfarçar.  Tomara que sim, mas nós nem sabemos se vamos nos encontrar mesmo? Então acho melhor você não fazer promessas, porque talvez não vai precisar cumpri-las.  Mas se você quiser nós podemos nos encontrar, assim você poderá tirar a prova. Falou ele lhe mandando um olhar perturbador.  Você está me convidando para sair? Falou ela lhe devolvendo o olhar.  Só se você for aceitar, falou ele brincando.  Eu sinto muito, mas no momento não estou tendo tempo para encontros e ainda mais com estranhos.  Mas eu não sou um estranho. Veja! Em menos de uma semana nós já demos dois belos encontrões um no outro. Então já somos praticamente amigos. Falava ele rindo muito.  É pode ser, mas nós praticamente não nos conhecemos, e no momento acho melhor que continue assim.  Mas porque? Está com medo de levar a pior de novo?  Sim, estou sim. Falou ela com uma certa melancolia na voz que ele como um bom ouvinte logo percebeu.  Me desculpe, mas eu só estava brincando com você, pois jamais iria te machucar por querer.  É o que todos dizem, não é mesmo? Falou ela levantando para sair dali.  Hei, espera um pouco. Eu tenha a impressão de que não estávamos falando a mesma coisa, ou talvez você tenha me entendido mal. Falou ele a segurando gentilmente pelo braço. Ao sentir o toque dele em seu braço ela estremeceu, e se desvencilhando dele ela falou:  Olha não se preocupe sim, é que não estou me sentindo muito bem, então acho melhor ir embora. Disse se afastando.  Mas você não vai me dizer nem o seu nome? Pois da próxima vez que a gente se encontrar eu já vou

saber como te chamar. Disse ele sorrindo par ela.  Meu nome é Rachel, disse lhe estendendo a mão.  Muito prazer Raquel o meu nome é Mark, disse ele apertando levemente a mão dela. Parecia que ele tinha alguma tomada elétrica na mão, pois cada vez que encostava nela podia sentir um arrepio. Puxando sua mão falou:  Boa noite Mark.  Boa noite Rachel, tomara que você se recupere logo. Disse ele.  Tomara que sim, virou a costa e fugiu dali. Porém antes que passasse pelos portões sentiu um leve toque em seu braço, era Michele.  Mas você já vai? Me dá o número de seu telefone para que possamos colocar a conversa em dia, afinal eu nem imaginaria que te veria de novo. E nós temos muito que conversar. Rachel pode notar que havia sinceridade na voz da amiga, então disse:  È, realmente temos muita coisa para botar em dia. Eu vou te dar um cartão com o meu telefone particular, você pode me ligar quando quiser. Ela estava mesmo precisando conversar com alguém, pois já fazia muito tempo que não se abria com ninguém.  Aqui está. Disse lhe entregando o cartão.  Muito bem e aqui está o meu, nós podíamos marcar um almoço para amanhã o que você me diz?  Hum, pode ser, me liga para podermos combinar direito ok? Agora deixa eu ir embora porque estou com dor de cabeça horrível. Até mais Michele, disse abraçando a amiga.  Até, respondeu a amiga. Rachel saiu dali apressada, não sabia se fugia dali por causa de Michele ou por causa de seu mais novo “amigo” Mark. Entrou em seu carro e seguiu direto para casa. Passeando pelas ruas, Rachel se deixou levar pelas lembranças de quando era uma garotinha e de seus sonhos de um dia se tornar alguém muito importante. Mas agora que havia conquistado isso tudo, ela notou que não estava contente com aquela vida que escolhera, pois tudo o que havia conquistado estava sendo usado para reparar o seu


passado, todos os sonhos que tivera quando pequena havia se resumido em um só sentimento! Vingança. Mark voltou para junto de sua namorada sem muito entusiasmo, era como se estivesse entrando na cova dos leões, aquela festa estava sendo oferecida por um novo escritório de advocacia que procurava ajuntar fundos para serem doados a casas de caridades. Mas lá no fundo Mark tinha quase certeza de que o dinheiro arrecadado iria para ajudar os próprios advogados, ou pelo menos parte dele.  Escuta, será que não podemos ir embora? Já está bem tarde e ainda nós temos que ter uma conversa, lembra?  Sim, eu me lembro. Deixa eu me despedir do pessoal e já poderemos ir. Disse ela sumindo em meio ao salão. Mark aproveitou e foi até o bar se servir de mais uma bebida, talvez ela o ajudasse a dormir melhor à noite. Já com o copo na mão, ele se virou para o salão a fim de encontrar Christine, mas se deparou com Alex que acabara de entrar no salão todo sorridente com uma linda morena ao seu lado. Ainda bem que ele estava indo embora, pensou. Logo Christine chegou e assim puderam sair dali, mas antes que pudessem chegar até a porta, Mark sentiu um toque em seu ombro.  Mas que prazer ver você de novo, como é mesmo seu nome? Dizia Alex sorrindo para Mark.  Pois eu não tenho prazer algum, respondeu Mark puxando Christine para fora.  Mas que falta de educação! Não vai ao menos me apresentar essa linda jovem que está com você?  Não, não vou não.  O que foi? Está com medo da concorrência? Falava ele sem tirar os olhos de Christine. Não agüentando mais aquela provocação, Mark encarou Alex dizendo:  Cuidado Alex, está faltando pouco para eu arrebentar a sua cara, então não me tente sim?  Mas você teria coragem de fazer isso na frente de tanta testemunha? Você não tem medo de um processo? Falava ele com ironia. Afinal aqui tem bastante advogado.  Como eu disse antes, pode entrar na fila para me processar.  Eu vou deixar uma coisa bem clara para você Alex. Nós não estamos

mais na escola, e aqui não tem o seu querido paizinho para acobertar as sua falcatruas, então toma muito cuidado com o que você fala ou faz, porque estou de olho em você cara. Será que você me entendeu? Falou Mark entre os dentes bem perto de Alex.  Você está me ameaçando? Falou Alex agora num tom sério.  Não de jeito nenhum, eu só estou te falando que como um homem da lei, sou obrigado a ficar de olho em tudo o que acontece por aqui, e por isso tenho sempre que vigiar todos principalmente escrotos como você. Aliás eu trabalharia de graça para ficar de olho em você sabia? Falou sorrindo sarcástico. Alex ficou quieto por um momento, depois disse:  Eu estou vendo que você não mudou nada, ainda com a velha mania de herói não é?  Você também não mudou nada, pois para mim você sempre foi e ainda é um cafajeste.  Eu não vou permitir que você fale assim comigo ouviu? Você não sabe do que eu sou capaz. Ameaçou Alex.  Mas é claro que eu sei, está lembrado que eu estava lá naquela noite? Ou será que eu tenho que refrescar a sua memória? E por falar nisso, eu ainda estou te devendo algo daquela noite.  Ah é, e o que poderia ser? Será que é o dinheiro da aposta? Disse ele rindo.  Não. É isso. Mark nunca se sentiu tão bem ao dar um soco na cara de alguém como ele estava sentindo agora. Alex caiu ao chão com um pequeno corte no canto dos lábios, sentiu o sangue em sua boca e na hora se levantou indo para cima de Mark. Todos na festa correram para separar os dois, inclusive Christine, que não acreditava no que estava vendo.  Para Mark, pelo amor de Deus, você perdeu o juízo? Vamos embora daqui, anda. Disse ela empurrando ele para fora. Alex foi levado para um outro lado do salão, onde colocou gelo em sua boca. Ele sentia um ódio tão grande naquele momento que fazia seu corpo todo estremecer. Mark


não sabia, mas sua hora estava chegando, pensava Alex.  Mas o que aconteceu com você Mark? Você está ficando louco? Falava Christine louca de raiva.  Não! Isto é sim. Falava ele deixando ela confusa.  É, eu acho que você está mesmo ficando louco, só pode ser isso.  Calma Christine, o que eu quis dizer foi que não, eu não estou louco, e sim eu estava louco para dar um soco naquele safado já faz algum tempo. Enquanto ele falava olhava para sua mão, pois só agora percebia que estava doendo.  E quem é aquele cara, você pode me dizer? Falava ela furiosa com o vexame que ele a fez passar.  Alex, era dele que eu estava te perguntando hoje. Dizia ele massageando a mão.  Eu não acredito! Você acabou de socar um advogado de novo?  È fazer o que né? Falou ele sorrindo.  Mas o que ele pode ter feito para você, se pelo que eu saiba ele acabou de chegar á cidade?  É uma longa história. Suspirando fundo, Christine olhou para Mark. Mas como ele conseguia se meter em confusão com advogados desse jeito? Até parece que um atraia o outro.  Deixa-me pegar o carro para te levar para casa, está bem? Falou ele se afastando. Mark ainda sentia a mão doer. Vou ter que colocar um pouco de gelo, pensava ele. Enquanto levava Christine para casa, ele ia pensando em como lhe falar que não queria mais continuar com aquele relacionamento. Ao chegar em frente à casa de Christine, desligou o carro e disse:  Olha Christine, eu acho melhor a gente dar um tempo no nosso relacionamento, já vai fazer dois anos que estamos juntos e eu ainda não sei o que eu quero fazer. Eu não tenho uma expectativa sabe?  Você não me ama mais? Falou ela olhando para ele.  Eu não sei. Eu só sei que não posso mais ficar com você sem ter certeza do que eu realmente quero, entendeu? Falou ele com uma certa melancolia na voz.

Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, até que ela perguntou:  Você pode me responder uma coisa Mark?  Claro que sim, respondeu ele.  Por caso isso tem a ver com aquela moça que eu vi você conversando na festa? Ele olhou para ela com olhar confuso, então foi que percebeu que ela estava falando da Rachel.  Não, é claro que não.  Mas é que eu vi vocês conversando, e pelo jeito que vocês olhavam um para o outro eu tive a impressão que vocês estavam flertando.  Foi impressão sua, eu acabei de conhecê-la. Disse ele se defendendo.  Você tem certeza disso Mark? Pois eu senti algo mais naquele olhar.Falou ela mais uma vez. Mark olhou para ela sem dizer nada.? Infelizmente ele tinha que concordar com Christine, pois ele sentiu algo especial naquela noite. Ele não sabia dizer o que era, mas Rachel despertou alguma coisa dentro dele.  Como eu disse antes, foi impressão sua.  Se é você quem diz! Falou Christine se preparando para sair do carro.  Boa noite Mark. Falou ela antes de sair.  Esperai! Você não vai falar nada?  O que você quer que eu fale Mark? Que eu chore igual uma adolescente? Você pode não ter notado, mas eu já sou adulta. Falou ela com rispidez.  Não é isso, é que está parecendo que você não se importou muito com isso. Até parece que você ficou aliviada por eu ter começado a conversa. Falou ele a olhando diretamente em seus olhos.  Olha Mark. Eu posso não demonstrar, mas eu estou chateada sim. Só que você está certo, sabe? A nossa relação já não é a mesma já faz muito tempo, e eu realmente estava tentando falar com você já havia alguns dias.  Desculpe-me. Eu achei que conseguiria dar um passo a frente, mas eu não consigo sabe? Às vezes penso que o meu destino é ficar


sozinho! Afinal eu já não estou tão jovem assim.  Todos nós temos uma alga gêmea, a sua deve estar perambulando por aí esperando você ir a seu encontro. Disse ela com sinceridade na voz.  Você é muito boa Christine, eu não sei porque diabos se tornou uma advogada. Falou ele fazendo ela rir muito.  Mas eu estou do lado dos bonzinhos.  Graças a Deus. Disse ele erguendo as mãos para o céu. Eles se olharam por mais algum tempo, ate que ela falou:  E então? Te vejo por aí?  Com certeza sim. Ainda mais que provavelmente eu serei processado de novo, então conto com você para me tirar de mais uma enrascada. Disse sorrindo.  Tudo bem Mark, mas você tem que tomar jeito. Eu não estarei aqui para sempre sabia?  Mas para onde você vai? Eu sempre imaginei que você gostasse de morar e trabalhar aqui.  Eu gosto, mas é que eu quero conquistar meu próprio espaço. Aqui na cidade todos me conhecem por causa de meu pai, está me entendendo?  Sim, eu acho que você está certa. Mas o que seu pai acha disso?  Ele ainda não sabe, provavelmente ela vai me pressionar, depois vai pedir para minha mãe vir falar comigo, aquela coisa de sempre como você já conhece. Falou rindo.  Eu estou orgulhoso de você sabia?  Eu também. Bom mas deixame ir entrando porque amanhã terei muito trabalho pela frente. Boa sorte Mark. Disse lhe dando um beijo nos lábios.  Para você também Christine. Mark ficou olhando enquanto ela entrava, graças a Deus tudo tinha acabado bem entre eles. Pois ele detestaria magoá-la, ela era uma excelente pessoa e ele gostava muito dela. Agora quem sabe ele iria atrás de sua alma gêmea? Pensou ele sorrindo. Será que Rachel era sua alma Gêmea? Pois ele iria descobrir. Pensou ele sentindo uma sensação gostava percorrer seu corpo.

Rachel chegou em sua casa e logo foi para seu quarto tomar um belo banho. Desde que era jovem tinha esse costume de tomar longos banhos, se pudesse vivia embaixo de um chuveiro. Os seus pensamentos foram para a festa e Michele. Nossa mas quanto tempo não há via. E como ela a reconheceu? Pois Rachel tinha mudado muito desde que era jovem. Mas que saudades da amiga, ainda pode sentir o carinho que a amiga trazia nos olhos, sempre tão amável com ela. Pela manhã iria telefonar para Michele e marcar um almoço, ela sentia que poderia conversar com a amiga como há muito tempo não fazia com ninguém. Quando acabou o banho foi direto para cama. Não demorou muito e o sono veio rápido e com ele um sonho! Ela estava correndo de algum animal feroz em uma mata. Quando de repente ela tropeçava e caia, e logo pode sentir o bafo quente do animal em seu rosto, podia ver a saliva que escorria da sua boca louca para lhe dar uma mordida. A fera rosnava feroz a olhando de um lado para outro como que vendo o melhor lugar para lhe desferir a mordida fatal. Rachel tentava sair do lugar, mas não conseguia, estava como que hipnotizada pelos olhos do animal, ao olhar de lado, ela pode notar que alguém estava vindo e sua direção e num golpe só tirava o animal de sua frente. A fera lutava com aquela pessoa, tentando lhe morder para ficar com sua caça. Rachel não conseguia ver quem era que lutava com o animal, mas sentiu uma sensação de proteção, que há muito tempo não sentia. Ainda sentada no chão, Rachel não conseguia se mover. Mas logo ouviu um grito de dor, de repente tudo ficou nublado,estremeceu as sentir uma mão forte que a agarrava fazendo com que ela se levantasse. - Acabou, dizia uma voz rouca. Você está salva. Sentido que o estranho a abraçava, Rachel pode finalmente se sentir em paz. Levantando a cabeça para ver quem era seu salvador, ela sentiu que seus olhos estavam cheios de terra impedindo ela de ver seu rosto. Passando a mão pelos olhos, ela sentia uma mão que segurava as suas.  Calma que isso vai acabar logo. Falava a voz sumindo na mata.  Não me deixe, por favor não me deixe, gritava ela. Rachel acordou gritando e tremendo. Ao sentir que estava em seu quarto ela pode se acalmar um pouco. Mas que diacho de sonho


era aquele? Pensava ela. Mas uma coisa tinha que concordar, cada noite que passava ela ia se lembrando mais dos sonhos, mas porque ela não conseguia ver o rosto de seu salvador? Logo logo ela iria descobrir. Logo que amanheceu Mark e Alan trataram de colocar o plano deles em ação, foram para frente do escritório de Alex e ficaram esperando até que ele saísse.  Você acha mesmo que ele tem culpa no cartório no caso do viceprefeito Mark? Falou Alan entre uma mordida e outra de seu sanduíche.  Eu não sei como você consegue comer isso logo pela manhã, falou Mark. Olha alguma coisa de errado nós vamos achar, mesmo se não for nada ligado ao homicídio, pelo menos vamos descobrir os podres dele, que você pode ter certeza serão muitos.  Você não gosta mesmo desse sujeito não é?  Ele não vale nada Alan, vai por mim que eu o conheço bem.  Eu estou pensando no que eu vou falar para a secretária. Falou Alan pensativo.  Ah sei lá, fala que você quer conversar com os outros advogados.  Mas como você vai entrar escondido?  Eu não vou entrar escondido, eu vou estar lá com você.  Essa eu não entendi.  É simples meu amigo, enquanto você conversa com ela, eu dou um jeito de entrar e plantar a escuta, entendeu?  Não, respondeu o amigo.  Pode deixar que eu me viro ok? É só você jogar seu charme em cima dela que ela nem vai notar que eu não estarei mais lá.  Se é você que está dizendo. Ficaram ali por mais algum tempo, até que, antes do almoço eles viram Alex saindo e entrando em seu carro. Esperaram ele se distanciar e entraram no prédio.  Bom dia, disse Alan com um enorme sorriso para a secretária.  Bom dia, respondeu retribuindo o sorriso.  Será que você pode me fazer um favor? Dizia ele sorrindo. Eu preciso conversar com os outros advogados, será que você podia marcar um horário?

 Deixa-me ver....disse pegando as agendas. Nisso Mark perguntou?  Moça será que eu posso usar o banheiro? Parece que o café da manhã não bateu legal sabe? Dizia ele passando a mão pela barriga.  Claro que sim, é só seguir o corredor é a primeira porta á direita.  Obrigado. Disse ele correndo.  Desculpe meu amigo, mas eu vivo alertando ele para não comer essas porcarias de lanche logo de manhã, mas ele não me ouve sabe?  Você tem razão, não isso não é nada bom para saúde. Falava ela olhando para Alan encantada. Bom mas vamos lá, deixa eu ver os dias disponíveis deles. Mark correu para o escritório de Alex, abriu o bocal do telefone e plantou lá uma pequena escuta, mais parecia um mini microfone. Uma só já basta, pensou ele saindo logo dali. De volta a recepção ele se deparou com Alan e a secretária num longo papo. Ao chegar perto, notou um olhar de insatisfação que a moça lhe mandava.  Nossa essa foi por pouco, falou Mark passando a mão pela testa para limpar “o suor”.  Você está bem? Perguntou Alan.  Sim, eu estou ótimo. Graças a Deus deu tempo de fazer o serviço.  Você devia escutar seu chefe e comer mais coisas saudáveis no café da manhã. Falou a secretária mandando um olhar de reprovação para Mark. Alan olhou para o lado para não ter que encarar Mark, pois tinha certeza que ele estava sorrindo.  É você tem razão, meu chefe vive me dizendo para eu não comer essas porcarias de manhã, mas pode deixar que depois dessa eu farei igual meu chefe e só comerei coisas saudáveis. Falou ele olhando na direção de Alan.  Vamos embora chefe? Falou ele com um sorriso.  Claro, vamos sim. Falou Alan.  Depois eu ligo para você marcar um horário com os advogados ok? Desde já eu te agradeço, você foi muito gentil. Disse Alan dando um belo sorriso para a secretária.


 Não tem de quê! Falou ela sorrindo. Se você precisar de alguma coisa, é só você aparecer.  Muito bem então. Até mais. Despediu-se Alan encabulado. Mas não é que Mark tinha razão mesmo. Pensou ele saindo do escritório.  E então? Como foi lá dentro? Perguntou Alan á Mark.  Deu tudo certo, chefe. Falou Mark rindo muito.  Me desculpe cara, mas eu tinha que deixa-la impressionada.  Eu só estou brincando Alan. Você agiu certinho.  Você acha?  Mas é claro, agora será mais fácil a gente ter algum tipo de informação do safado. Alan concordou com a cabeça e entrou no carro seguido por Mark.  Agora vamos ligar a escuta e ver o que esse safado está escondendo. Dizendo isso Mark colocou um fone de ouvido para poder ouvir algum tipo de conversa, Alan ligou o carro e estacionou do outro lado da avenida, acima do escritório. Ficaram por ali um bom tempo esperando que Alex retornasse.  Mas e se realmente ele tiver culpa no caso, o que nós iremos fazer? Pois não poderemos usar isso como prova, porque provavelmente seremos expulsos as agência. Falou Alan.  Bom, eu vou adorar que ele esteja envolvido com isso, pois agora acabo com a raça dele. Falou Mark adorando a idéia, e aí continuou:  Nós vamos fazer o seguinte: Vamos investigar aos poucos para não chamar a atenção, e quando tivermos provas disso, nós vamos entrar com tudo nessa investigação e fazer da vida dele um inferno.  Cara você ta louquinho para acertar ele não ta? Perguntou Alan ao ver a expressão de seu chefe.  Agora até que não, pois eu já o acertei ontem em um jantar.  O que? Eu não acredito nisso. E você ainda teve a cara de pau de vir aqui hoje? Alan estava estupefato.  Não me olha assim não, pois foi ele quem começou tudo. Eu já estava saindo do jantar com a

Christine, e aí ele veio com aquela conversa mole dele para cima de mim. Como eu já estava doido pra socar ele, então derrubei ele no chão. Falou olhando para sua mão que ainda doía um pouco.  E você ainda estava com a Christine? Ela deve ter ficado louca com você. Alan balançou a cabeça imaginando a cena.  Ficou sim! Ela ficou furiosa comigo, ainda mais que ela terá que me defender de um possível processo e o pior é que nós nem somos mais namorados, falou ele pensativo.  Esperai deixa-me ver se entendi direito. Você socou o safado que é advogado, em uma festa em que os convidados eram a maioria advogados, acompanhado de sua namorada que por sinal também é advogada..  Ex-namorada...corrigiu Mark.  E que agora não é mais sua namorada e ainda assim terá que te defender de um possível processo? É isso mesmo? Perguntou Alan á Mark.  Sim, você entendeu tudo certinho. Falou ele com simplicidade.  Cara como você consegue se meter em tanta confusão com advogados desse jeito hem?  Eu não sei, parece que eu tenho alguma coisa que os atrai.  Então Christine terminou com você por causa disso?  Nós decidimos que nossa relação estava um pouco desgastada, só isso.  Então voce está “solteiro” de novo?  Eu espero que não por muito tempo. Respondeu Mark se lembrando de Rachel.  Hum, eu conheço esse olhar. Tem outra no pedaço, não tem? Perguntou Alan empolgado.  Engraçado, Christine também achou a mesma coisa.  Eu não falei? E pelo jeito ela está certa.  Não é nada disso! Ela me viu conversando com uma moça no jantar e achou que nós estávamos flertando um com o outro. Falou ele com desdém.


 Mas e aí, vocês estavam se flertando mesmo ou não? Vamos, você sabe que pode se abrir comigo. Depois de pensar um pouco, Mark disse:  Realmente eu não sei o que pensar! Eu já tinha conversado com ela antes, mas ontem foi como se eu a tivesse visto pela primeira vez. eu senti algo, mas não sei dizer o que, você está entendendo?  Um pouco. Respondeu Alan. Mark fez sinal para Alan de que Alex acabara de chegar.  Vamos lá Alex, me mostra o que você está escondendo, falou Mark consigo mesmo. Os dois colocaram os fones nos ouvidos, e ficaram esperando algo. E antes que falassem alguma coisa, puderam escutar que estavam discando o telefone. Era Alex.  Sou eu! Então já descobriu quem pode ter mandado esses emails?  Olha eu fiz de tudo, mas até agora nada. Quem fez isso é quem manja muito bem de computador.  Mas você deve conhecer alguém que mexe com esse tipo de serviço, não conhece? Perguntava ele demonstrando nervosismo na voz.  Conheço sim.  Então tira o traseiro daí e começa a fazer logo o que eu estou te pagando para fazer, será que você me entendeu? Eu não aceito nem um tipo de chantagem! Aliás quem faz chantagem sou eu. Então vê se descobre quem está fazendo isso, para que eu o ensine o que acontece com alguém que tenta me chantagear. E bateu o telefone. Mark deu um pequeno sorriso de satisfação.  Ah, então quer dizer que tem alguém provocando o nosso amigo? Eu não te falei que ele não presta Alan?  É você está certo Mark! Alías como sempre. Mas e agora?  Agora nós vamos continuar ouvindo o safado e ver se achamos alguma pista do chantagista.  Mas Mark? E se isso não tiver nada a ver com o vice-prefeito?  Aí infelizmente teremos que dar o caso por encerrado. E declararmos que ele foi morto em um assalto mesmo.  Ok então.

A tarde toda eles ficaram em alerta para algum telefonema que Alex viesse a ter. Alguns eram de clientes pedindo informações, e a maioria todas casual de todo escritório. Mas logo ao final da tarde, ao contrário de Alex eles tiveram uma boa notícia.  Alô, Alex você pode falar? Perguntou uma voz meio rouca.  Claro, o que você quer? Falou ele com rispidez.  Olha pela décima vez eu te peço que acredite em mim cara! Eu não tenho nada a ver com isso, e acho sinceramente que você andou fazendo burradas demais ultimamente. Fez uma pausa...Mas o que está acontecendo com você? Nós éramos tão unidos antigamente. Falava a voz rouca.  Olha aqui Joss, eu não quero saber o que você acha ou deixa de achar em relação ao que eu faço. E se para descobrir esse safado, eu tiver que matar mais uns dez, pode ter certeza que eu vou fazer isso sem pestanejar. E tem mais, se eu descobrir que você tem alguma coisa a ver com isso...ah, eu vou garantir pessoalmente que você e sua família sofram tanto, que vai se arrepender de algum dia ter se metido comigo. E bateu o telefone. Alan olhava assustado para Mark. Realmente o cara era um safado, pensava Alan. Ao ouvir aquelas palavras, Mark sentiu um calafrio lhe percorrer todo seu corpo, não era medo, mas era alguma coisa muito ruim, pensou Mark.  Eu vou te confessar que fiquei com medo desse cara chefe. Falou Alan preocupado.  Eu não te falei que ele não prestava?  E agora chefe?  Agora nós vamos ver quem é esse tal de Joss, e investigar sua vida. Como ele disse que era “como antigamente”, então quer dizer que deve ser algum colega do Alex. Talvez até colega de escola, quem sabe?  E depois?  Depois vamos tentar descobrir quem é o infeliz que está chantageando o nosso safado e talvez tentar impedir mais um crime.  Como assim?


 Vamos tentar avisar ao chantagista que ele está correndo risco de vida. E tentar convence-lo a nos deixar ajuda-lo a botar o safado na cadeia, que é o lugar dele. Falou Mark sorrindo.  E você está sorrindo porque?  Sabe que eu estou começando a gostar desse chantagista? E vou gostar mais ainda, ao botar as mãos nas provas que ele possa ter contra o Alex.  Mas ele falou algo sobre emails, não foi?  Sim, pelo jeito alguém está mandando cartas chantageando ele por alguma coisa que deve ter feito.  Mas você não acha melhor se pudéssemos ter como entrar no sistema dele?  Para que? Eles não nos serviriam de nada. Deixa eles descobrirem de quem são, aí sim nós procuramos essa pessoa e a protegeremos dele, simples, viu só? Falou ele com um sorriso.  Mas ainda você acha que isso tem a ver com o homicídio do viceprefeito? Perguntou Alan.  Isso eu não sei, mas agora é só termos calma. Já pensou? Eu matar dois coelhos com uma cajadada só? Disse Mark.  È seria excelente chefe. Falou Alan só agora dando conta da situação. Assim que Rachel entrou em seu escritório, foi informada pela secretária que uma moça chamada Michele havia ligado e pediu para ela retornar a ligação. Rachel sentiu o coração se remoer por dentro, e agora? Pensava ela. Ligava para amiga ou não? Sem dando muito tempo para a razão, ela pediu para sua secretária fazer a ligação. Menos de um minuto seu telefone tocou e foi informada que Michele já aguardava na linha para falar com ela. Pegou o telefone e disse:  Alô, Michele? Tudo bem?  Ah, eu nem acredito que você me ligou. Eu estou tão contente. E então vamos almoçar juntas hoje?  Vamos sim, pois eu tenho muito que lhe contar. Disse ela.  Eu também minha amiga. E assim Rachel resolveu convidar a amiga a almoçarem em sua casa, pois lá elas

teriam mais privacidade. Passou o endereço para Michele e disse que a estaria aguardando. Rachel não conseguia se concentrar no trabalho naquela manhã, então resistiu da idéia de ir para casa mais cedo. Ligou para sua governanta e lhe informou que iria ter uma visita para o almoço. Já em casa andava de um lado para outro, pois velhas feridas estavam se abrindo e com elas a dor que ainda queimava sua alma. Assim que Michele chegou, logo foi levada para sala de estar onde Rachel á esperava.  Michele! Falou Rachel lhe dando um abraço.  Como vai amiga? Respondeu Michele lhe abraçando.  Michele eu tenho tanta coisa para lhe dizer, que eu não sei por onde começar. Falou ela emocionada. Michele percebeu que a amiga estava precisando mesmo desabafar, pois parecia que estava carregando o mundo nas costas.  É para isso que eu estou aqui, pode se abrir comigo.  Então por favor, vamos nos sentar que a conversa será longa. Mas você não quer almoçar primeiro? Disse ela.  De jeito nenhum, do jeito que eu estou curiosa é bem capaz de nem almoçar direito. Disse fazendo Rachel sorrir. Então Rachel começou seu relato, desde quando saiu da cidade até quando pode finalmente ingressar em uma faculdade. Falou de toda a dificuldade e dos sofrimentos que tivera ao longo daqueles anos. Enquanto falava, pode notar que Michele já estava com os olhos vermelhos de emoção. Michele até que tentou segurar as lágrimas, mas ela não agüentou ao imaginar todo sofrimento que a amiga tinha passado. “Meu Deus, e pensar que ela passou por tudo isso sozinha.” Quando Rachel acabou de falar e de chorar, pode finalmente respirar fundo. Estava se sentindo mais leve, mais solta, era como se tivesse passado um pouco do peso do fardo que carregava para Michele.  Nossa amiga, eu sinto tanto não ter tido como te ajudar, como você deve ter sofrido. Dizendo isso, Michele abraçou Rachel lhe prometendo que a partir daquele dia ela não estaria mais sozinha, pois podia contar sempre com ela. Depois de conversarem por um pouco mais de tempo, foram almoçar.


Rachel decidiu que não iria mais para o escritório naquele dia, resolveu ficar conversando com Michele. Ficou sabendo que o marido dela era quem tomava conta das empresas que o pai dela havia deixado, já iria fazer cinco anos que ele havia falecido, só sobrou sua mãe que morava na mesma casa que eles moravam desde que chegaram a cidade. Já era tarde quando Michele foi embora, mas prometeu que almoçariam juntas novamente no outro dia, pois não a queria perder mais de vista. Rachel se sentia tão bem que resolveu mandar seu último e-mail logo de manhã e acabar logo com aquilo.Só assim poderia viver em paz consigo mesma. Mark e Alan resolveram ficar na espreita de Alex até que ele fosse embora do escritório. Todos já haviam saído, só restando Alex que logo recebeu uma última ligação. Eles podiam escutar o telefone chamando, um toque, dois toque e nada. Mark estava rezando para que alguém atendesse e assim ele poderia juntar as peças daquele quebra cabeça, pensava ele. Mas logo atenderam.  Seu tempo acabou, você tem alguma pista ou não?  Hei não precisa ficar bravo, pois estou fazendo o que posso. Mas vamos lá.  Eu fiz uma varredura e tudo que consegui encontrar foi que esse último e-mail saiu de um computador de uma empresa que mexe com objetos importados, mas eu já vou lhe avisando que isso pode dar em nada.  Porque não dar em nada?  Porque quem fez isso entende muito de computador, ele pode muito bem ter usado um terminal de uma outra pessoa para ter te mandado um e-mail. Veja bem, todos os outros e-mails foram mandados de terminais diferentes, isso quer dizer que ele não foi bobo de ter usado o próprio endereço eletrônico, ou seja, essas pessoas de quem você recebeu os e-mails nem sabe que o computador delas foram usados para esse fim.  Então você está querendo me dizer que eu vou ter que continuar sendo ameaçado por esse cafajeste? Que mesmo com a fortuna que eu estou te pagando, você não é capaz de me dizer quem é o cafajeste que está chantageando? É isso? Alex estava possesso de raiva.

 Olha, estou fazendo o máximo que eu posso. Defendeu-se a voz do outro lado da linha.  Pois não perece, porque até agora eu não vi nenhum resultado do seu trabalho.  Mas você tem que entender que tudo o que envolve internet é muito complicado, pois existem muitas formas de se usar computadores sem deixar um rastro sequer entendeu?  Eu não quero nem saber do que você está falando, simplesmente quero que você faça o que foi pago para fazer, será que deu para você me entender? E vê se não me liga só para dar desculpas e falar esse monte de lixo. Dizendo isso ele de novo bateu o telefone. Mark não se agüentava de contentamento, sentia que estava perto de colocar as mãos naquele crápula.  Muito bem, falou Mark. Agora sim temos por onde começar.  Começar por onde? Você mesmo não ouviu o outro dizendo que é quase impossível descobrir de onde vieram os e-mails? Perguntou Alan.  É lógico que eu ouvi, a questão é que eles já tenham uma pista só que ainda não sabem.  Uma pista? Que pista?  É simples, a voz não falou que um e-mail saiu de uma empresa? Então vamos investigar qual empresa é essa, e aí contar com a sorte de poder encontrar esse chantagista antes deles. Falava Mark animado.  Mas como vamos fazer isso chefe? Nós nem sabemos qual empresa é? Argumentou Alan.  Estou vendo que teremos bastante trabalho pela frente, pois vamos ter que investigar todas as empresas que mexe com esse setor. Disse Mark.  Bom se daí for sair alguma coisa, até que compensa todo o trabalho.  É assim que se fala garoto! Disse Mark desarrumando o cabelo de Alan. Alan sorriu ao ver o chefe tão animado, e quando ele se animava desse jeito podia ter certeza que alguém acabaria preso.


Sendo assim foram direto para delegacia e tentar investigar o máximo possível sobre as empresas. Logo que chegaram, Alan pegou endereços na lista telefônica das empresas, e Mark foi olhar mais uma vez os relatórios do homicídio do vice-prefeito. Não achou nada de estranho, foi aí que se lembrou da conversa do Alex com a voz rouca que ele havia ameaçado. “Joss” era o nome do dono da voz. Foi então que teve a idéia de procurar na internet os anuários da escola em que Alex havia estudado para ver se encontrava um rosto para aquela voz, talvez ele tivesse sorte, pensou. Ligou o computador e logo iniciou sua busca. Fez uma pesquisa para saber o e-mail da escola então entrou na página inicial, buscou as fotos dos ex-alunos e digitou o nome “Joss” na pesquisa. Não demorou muito quando apareceu frente a ele, a foto de um dos amigos de Alex do tempo de colégio. Mark sentiu seu estômago revirar ao se lembrar daquela terrível noite, chegou a fechar os olhos por algum momento para espantar as más lembranças que trazia consigo. Então foi olhando as fotos dos ex-alunos que se formaram naquele ano. As únicas que não estavam ali eram a dele e de Sofia, pois pelo que ele se lembrava ela não teria voltado para receber o diploma, assim como ele, ela tinha ido embora para nunca mais voltar. Continuou então a olhar para aquelas fotos e se sentiu congelar ao ver a foto seguinte. Era a foto do vice-prefeito que tinha sido morto, sentindo as mãos tremer, ele continuou a sua busca. Era como se alguma coisa ou alguém o mandasse continuar a pesquisa, foi quando apareceu diante dele mais uma foto que o deixou mais pasmo ainda. A foto que ele vira agora era nada mais nada menos que do último caso em que ele havia investigado e de novo tinha ficado sem solução. Era o caso do banqueiro que tinha morrido em um assalto dentro de seu banco. Mark encostou-se à cadeira para pensar direito, pois sua cabeça estava a mil. Vamos lá, pensou ele. Ficou por alguns minutos olhando aquelas fotos e aí gritou:  Alan corre aqui um minuto. Alan estava ainda olhando as possíveis empresas, mas logo foi ver o que o chefe queria.  Fala chefe, teve sorte com alguma coisa? Falou ele casual se sentando na cadeira em frente a Mark.

 Vem aqui Alan, pediu Mark. Fazendo um gesto para o amigo olhar para o monitor.  Me diga o que você vê nessas fotos que te chamam a atenção. E assim ele foi passando as fotos dos exalunos.  Bom, todos eles são de alunos de uma escola, respondeu.  Sim e o que mais? Alan se esforçava mas não conseguia saber o que aquelas fotos queriam dizer. Vendo que o amigo não estava entendendo ele disse:  Vou te dar uma ajuda, olha os nomes desses alunos aqui. Dizendo isso ele apontou para seus nomes.  Bom se eu estiver certo, esses dois são: o vice-prefeito e pelo nome desse aqui, é aquele que estava falando com Alex pelo telefone, é isso?  Meus parabéns Alan, a cada dia que passa você esta me surpreendendo mais sabia?  Eu tenho um excelente professor. Falou Alan todo empolgado.  Mas agora me explica que eu não estou entendendo nada. O que tem a ver que eles estudaram juntos?  Ah, eu esqueci de te falar. Todos eles estudavam com o Alex, e eram muito amigos na época. Sempre que o Alex estava metido em alguma confusão, podia ter certeza que eles também estavam. Era tudo farinha do mesmo saco.  Ta, mas e daí?  E daí que alguma coisa me diz que o Alex tem alguma coisa a ver com a morte deles.  Mas porque ele faria isso?  Simples. Nós já sabemos que ele está sofrendo uma chantagem não é?  Sim, mas não sabemos de quem e nem porque.  Calma que eu chego lá. E se ele acha que quem está fazendo essa chantagem são os seus próprios amigos? E assim ele mandou matar para ninguém ficar sabendo de nada, mas agora ele descobriu que não eram eles, por isso ele está com tanta raiva.


 Mas deixa eu te perguntar uma coisa chefe? Você não estudou com eles?  Sim, porque?  Mas você não reconheceu o vice-prefeito? E nem o banqueiro? Pois eles não eram do seu tempo?  Sim eles foram do meu tempo, mas é que primeiro: Eu não andava com o Alex e seus capangas e segundo: eu não os reconheci porque não fiquei muito tempo naquela escola, então eu só os conhecia mais pela fama de arruaceiros do que por fisionomia.  Será que esse cara é tão ruim assim Mark? E se for realmente isso, então eu acho que o que o chantagista esconde deve ser de grande valor, porque ele não iria mandar matar duas pessoas influentes por nada, não é mesmo? Falou Alan com sabedoria.  Você tirou as palavras de minha boca. Isso quer dizer que agora mais do que depressa vamos ter que achar esse sujeito, antes que ele amanheça comendo grama pela raiz. Falou Mark usando um jargão da policia que indicava que alguém iria morrer.  Você teve sorte com alguma coisa? Perguntou Mark a Alan.  Olha eu peguei alguns endereços de empresas, duas delas aqui perto e tem uma que acabou de inaugurar faz pouco tempo.  Vamos começar com essa que inaugurou agora, pois sendo nova na cidade, não vamos perder muito de nosso tempo. Disse pegando os endereços que o amigo lhe dava.  Bom, mas agora eu vou para casa dormir que amanhã será um dia duro. Você devia fazer o mesmo Alan, nada de ir tomar uma hoje em? Vai e descansa.  Pode deixar chefe. Disse Alan já pegando seu paletó para sair. Assim que se viu sozinho no escritório, Mark tornou a olhar as fotos da escola e mais uma vez sentiu aquela velha sensação de tristeza. Mágoa, revolta e ódio muito ódio. Desligou o computador e foi para casa, resolveu levar toda aquela documentação com ele, pois não confiava em ninguém ali. Mark chegou em seu apartamento e ainda deu uma olhada rápida em alguns papéis, lodo depois de tomar um banho, já estava caindo na cama de cansaço dormindo

em seguida. E mais uma vez sonhou com alguém lhe pedindo ajuda, mas dessa vez ele sentiu que estava chegando perto da voz que gritava por socorro. Apesar do sonho que teve a noite, Mark acordou se sentido muito bem, finalmente pode ter uma boa noite de sono coisa que não acontecia desde quando havia começado a investigar aquele caso. Chegando a delegacia, foi direto para sua sala sendo seguido por Alan que havia chegado quase junto com ele.  E então, o que vamos fazer hoje chefe? Perguntou Alan lhe entregando uma caneca com café.  Obrigado Alan. Eu acho melhor começarmos a verificar aquelas empresas para ver se achamos algo. Disse ele provando o café.  Mas eles não conseguiram achar nada, o que te garante que nós vamos conseguir?  Porque eles têm que fazer tudo escondido, e como nós somos do FBI, não vamos ter esse tipo de problema em mexer nos computadores dessas empresas. Falou ele calmamente.  Então voce vai pegar um mandato para cada empresa? Perguntou Alan já esperando pela resposta.  Mas é claro que não, qual juiz que me daria um mandato para investigar essas empresas sendo que elas não sabem do que se trata? Respondeu ele sorrindo.  Mas como nós vamos fazer para que eles nos deixem fuçar em seus computadores?  Deixa comigo, falou dando uma piscada. Foram direto para a empresa mais nova, a fim de acabarem mais rápido. No caminho, Mark ia bolando uma estratégia para poder mexer naqueles computadores, pois eles não podiam simplesmente chegar lá e falar:  Bom dia, eu queria dar uma olhadinha no seu computador para ver se não é você que está chantageando uma pessoa que no entanto é muito perigosa. Não que eu acho isso uma má idéia de você chantagear ele, mas é que infelizmente sua vida está correndo perigo. Pensou ele sorrindo. Até que seria uma boa idéia.


 Já chegamos chefe. Anunciou Alan parando o carro no estacionamento. Desceram do carro e foram até a porta, onde se lia J&E Import´s muito bonito por sinal. Ao andarem pelo vasto salão, Mark pode notar que as peças que ali estavam eram muito bonitas e pelo jeito muito caras também. Logo uma moça veio ao encontro deles e falou:  Bom dia, eu posso lhes ajudar em algo? Disse sorridente.  Sim, eu creio que sim. Falou Mark pausadamente.  Vocês se interessaram por alguma peça?  Não, me desculpe não é por isso que estamos aqui, disse ele. Nós estamos precisando falar com o dono ou com a gerente, será que tem algum deles por aí?  Vocês poderiam me dizer os seus nomes?  Claro que sim, disse ele pegando sua carteira e mostrando o distintivo. Meu nome é Mark e esse é meu parceiro Alan, somos do FBI e gostaríamos de falar com o responsável, por favor.  Muito bem. Falou ela. A pessoa responsável ainda não chegou, mas se vocês quiserem esperar podem ficar a vontade.  Obrigado, nós vamos esperar sim.  Eu vou pedir que lhes sirvam um cafezinho, então se quiserem aguardar sentados ali, e mostrou a eles algumas poltronas que estavam colocadas perto umas das outras no canto do salão. Assim que o responsável chegar eu aviso vocês ok? Disse a moça sorrindo mais uma vez.  Muito obrigado você é muito gentil, respondeu Mark sorrindo. Quando a moça se afastou, Alan disse:  Hum pelo jeito você logo estará namorando de novo em? falou ele olhando para Mark. Mark pensou por alguns segundos sobre aquilo, e se dirigiu á poltrona dizendo:  Mas como você tem uma imaginação fértil, não é nada disso que está pensando. Eu só a elogiei pelo jeito que ela nos recebeu, afinal nem todos os vendedores tratam a gente bem depois que descobrem que

você não está interessado em adquirir nem uma peça de arte.  É isso é verdade mesmo. Conformou-se Alan. Logo uma outra moça veio e lhes serviu um delicioso cafezinho saindo em seguida. Nossa quanta educação, pensava Mark saboreando o café, que realmente estava muito bom mesmo. Nesse meio tempo Alan conversava com Mark sobre sua desconfiança de ter alguém ali na delegacia que ele achava que era algum tipo de espião.  Olha no começo eu achei que era impressão minha, mas depois plantei algumas armadilhas e aí pude ver que tinha alguém mexendo nos papéis que eu deixava em cima da mesa ou dentro da gaveta.  Mas o que será que estão procurando?  Isso eu não sei, mas pode ser que alguém queira saber em que pé anda as investigações.  Mas não seria mais fácil vir perguntar para nós, em vez de ficar fuçando os papéis?  Mas já vieram me perguntar e eu disse que não podia comentar nada com ninguém, pois era tudo sigiloso. Falou ele sorrindo.  Ah, agora eu entendi. Respondeu Alan sorrindo também. Continuaram a conversar sobre o pessoal da delegacia, Alan foi citando alguns nomes e Mark ia dizendo se confiava ou não. Até que Alan pode notar que Mark ficou quieto de repente olhando para uma moça que entrava na loja. Alan pode notar que a moça era muito bonita, cabelos castanhos que vinha até os ombros, e um corpo maravilhoso. Não era à toa que o chefe havia perdido a fala. Mark se levantou como que hipnotizado, se aproximou dela e disse:  Bom dia.  Bom dia, disse Rachel reconhecendo aquela voz.  E o seu pé já melhorou? Perguntou ele se sentindo um idiota.  Porque? Você vai querer pisar nele de novo? Falou ela sorrindo.  Não, como eu já te disse antes eu jamais faria isso com ninguém muito menos com você. Falou ele em tom de sério.


 E então, você está comprando alguma peça? Disfarçou ela.  Não, infelizmente eu estou aqui á trabalho.  Ah, então você trabalha com peças de artes? Perguntou curiosa.  Também não. Falou ele sorrindo. E você veio comprar alguma peça?  Também não, falou devolvendo o sorriso.  Estou vendo que desse jeito nós não vamos chegar a lugar nenhum. Falou ele.  É, pelo jeito não mesmo. Os dois ficaram olhando um para o outro com um pequeno sorriso nos lábios, Alan observava a cena de boca aberta, mas como ele conseguia aquilo? Pensava. Raquel começou a andar pelo salão olhando as peças, sendo seguida por Mark que a olhava intrigado, mas o que será que ela estava fazendo ali?  Está bem, você venceu! Falou ele fazendo ela parar de andar. Eu falo o que vim fazer aqui e depois será a sua vez ok?  Ok. Respondeu ela sorrindo levemente.  Eu preciso conversar com o dono deste lugar. Falou ele.  Porque? Você mesmo me disse que não mexe com peças de artes.  E eu não mexo mesmo, mas é que o assunto é um tanto particular sabe? Falou ele não querendo deixar ele chateada.  Mas se você não falar o que veio fazer aqui, provavelmente ele não vai te atender.  E como você sabe disso?  É que eu conheço o dono desse lugar, e me parece que ele é bem ranzinza. Falou ela se divertindo.  Mas eu posso contar com um incentivo. Dizendo isso ele tirou seu distintivo do bolso e mostrou a ela.  Isso aí é de verdade? Falou ela.  Mas é claro que sim. Falou ele meio ríspido. Mas logo se arrependeu ao ver o olhar de divertimento dela.  Você é muito engraçadinha sabia disso?  Faço o que posso.

 E então, será que agora ele vai me receber? Falou ele com olhar de superioridade.  Eu acho que sim, disse ela. Por aqui por favor. Enquanto Rachel foi andando para seu escritório, nem reparou que Mark tinha ficado parado lá olhando para ela sem entender nada. Ela então parou, suspirou fundo e voltou para falar com ele.  Você não disse que queria falar com o dono? Ou já desistiu da idéia? Ela pode notar que ele estava confuso.  Sim, eu ainda quero falar com ele sim.  Então me siga. Pediu ela.  Você vai me levar até ele? Perguntava ele confuso.  Sim, não é para isso que você veio até aqui? falou ela se divertindo.  Sim, mas espera que vou chamar meu parceiro. Mark procurou Alan com o olhar e fez sinal para que ele o acompanhasse. Logo que Alan chegou perto deles Mark os apresentou:  Este é meu amigo Alan, ele também é agente do FBI.  Como vai Alan? Falou Rachel sendo gentil.  Eu vou bem, obrigado.  Bom então por favor me acompanhem. Alan olhou para Mark sem entender nada, mas será que eles já se conheciam? Ao chegarem no final do corredor, Rachel abriu uma porta e fez sinal para que entrassem e entrou logo depois deles. Deu a volta na mesa e se sentou à mesa em frente á eles.  Por favor podem ficar a vontade, falou ela sorrindo. Mark respirou fundo, mas como pode ter sido tão idiota, agora ele pode perceber que ela era a dona dali. Sendo assim deixou seu corpo se afundar na poltrona.  Porque você não me disse que era dona daqui?  Porque você não me perguntou, respondeu ela.  Como eu disse antes você é muito engraçada. Alan olhava a àquilo sem entender nada, só ficou olhando de um para o outro.  Mas já que vocês não vieram até aqui para comprar nada, para que foi então?


 Bom é um assunto sigiloso que nós estamos investigando, falou Mark. Nos últimos meses tivemos acesso a alguns documentos que estavam com um hacker de que ele poderia ter entrado em alguns computadores de algumas empresas e desviado algumas quantias de dinheiro. Rachel observava tudo o que ele falava com muita atenção, até que acabando a explicação ele pediu:  E então nós queríamos pedir que você nos deixasse dar uma verificada em seus computadores para que possamos ver se ele já fez algum estrago por aqui.  E como você sabe que ele mexeu nos nossos computadores? Perguntou ela desconfiada.  Porque pelos papéis, tudo indica que ele gosta mesmo é de entrar em empresas que mexem com importados, como a sua. Mark tinha certeza que ela não estava engolindo aquela mentira que ele contava, mas ele ia fazer o que?  Então só o que queremos é dar uma olhada e pronto.  Hum, está bem. Mas deixa eu te perguntar uma coisa.  Pode perguntar o que você quiser, falou ele já se levantando.  Você por um acaso tem um mandato?  Tem o quê? Falou ele espantado.  Um mandato, você deve saber o que é um mandato não é?  Mas é claro que eu sei o que é um mandato, mas porque eu iria precisar de um mandato?  Você acha que só porque me mostrou um distintivo eu vou deixar que vocês fucem documentos da empresa, só para ver se alguém entrou nos computadores? Eu mesma posso pedir que um técnico faça isso.  Mas você não está me entendendo. Falou ele se sentando novamente. Esse cara é muito bom no que ele faz, e além do mais, ele nos passou todas as informações de onde devemos procurar.  É mesmo? Então vocês podem muito bem passar essas informações para o meu técnico que ele dá uma verificada e vê se tem algo de errado. Se tiver faltando alguma

coisa eu aviso vocês. Falou ela sorrindo. Ficaram os dois ali, medindo forças com o olhar, até que Alan resolveu interferir.  Olha, se nós formos pegar um mandato vai demorar muito, e sinceramente precisamos acabar logo com esse caso porque nosso chefe está pegando em nosso pé. Falou Alan rezando para ela acreditar nele.  Ah, então por isso vocês querem passar por cima da lei, e fazer de qualquer jeito não é? Falou ela provocando eles. Mark que estava quieto resolveu tentar falar de novo:  O que meu amigo quis dizer foi que quanto mais cedo nós acabarmos com isso menos dinheiro você irá perder. Ele a olhava encantado porque já fazia tempo que alguém não batia de frente assim com ele. Ela o olhava de modo desafiador e ele estava adorando.  E então, chegamos a algum acordo? Perguntou ele.  Não, falou ela.  Mas como não? Você não entendeu o que eu disse?  Entendi perfeitamente o que você disse. Falou ela impassível.  Então você tem que concordar comigo que você pode estar perdendo dinheiro nesse exato momento?  Sim, eu acho que sim. Respondeu ela calma.  E você não liga de estar perdendo dinheiro?  Não, eu não ligo. O que eu não quero é ver vocês mexendo nos documentos da minha empresa. E eu já falei que vou mandar o meu técnico dar uma olhada em todos para ver se tem alguma coisa errada, se caso ele achar algo eu aviso vocês. Agora se vocês puderem me dar licença eu tenho muito trabalho pela frente. Falou ela sorrindo mais uma vez. Mark não conseguia esboçar nem uma reação, ficou ali sentado só olhando para aquele lindo rosto que lhe desafiava com o olhar. Finalmente saiu de seu estado de torpor e se levantou sorrindo.  Sabe que você tem razão? Ela fez cara de quem não entendeu o que ele disse.


 Realmente o dono daqui é bem ranzinza.  Eu te avisei não foi? Alan de novo não entendia nada do que estava acontecendo, mas logo que saíssem dali Mark iria lhe explicar tudo direitinho.  Você não me deixou outra opção, agora terei que voltar com um mandato.  Aí sim, você poderá mexer no que você quiser. Falou ela provocando ele.  Em tudo o que eu quiser? Disse ele lhe mandando um olhar sedutor.  Em tudo o que se referir em informática.  Ah, que pena. Falou ele desolado.  Então vamos, disse ele olhando para Alan. Porém antes mesmo de sair pela porta ele se virou e disse:  Eu tenho a impressão de que vamos nos ver em breve.  Será mesmo?  Vou torcer para que sim.  Então boa sorte com sua torcida. Mark saiu fechando a porta atrás dele. Rachel tirou o sorriso dos lábios e se afundou na poltrona, droga, pensou ela. Ele tinha que ser um policial? Pois ela já estava gostando da idéia de vê-lo de novo. Resolveu então que já estava mais do que na hora de acabar com aquilo tudo de uma vez. Sendo assim ligou seu computador entrou no serviço de e-mail e logo sua última mensagem já estava sendo enviada. Assim que saíram do escritório de Rachel, Alan perguntou:  Mas o que é que houve lá dentro? Parecia que vocês estavam duelando um com outro. E desde quando vocês se conhecem? Pois me pareceu que vocês já são bastante conhecidos.  Você está certo, nós já nos vimos algumas vezes.  Ah então você não sabia que ela era dona desse lugar?  Não, isso eu não sabia.  E o que mais você não sabe sobre ela?  Nada, eu não sei nada sobre ela.  Mas você não me falou que já se conhecem?

 Você se lembra que eu comentei com você da moça que eu estava conversando no jantar e que Christine achou que eu tinha alguma coisa com ela?  Não precisa nem falar, ta na cara que ela é aquela moça não é mesmo?  Sim, é ela mesma.  Pudera Christine ficar com ciúmes, pois ela é muito bonita.  Você também notou? Brincou Mark.  Mas é lógico que sim. Bom chefe, mas e agora? Você vai tentar conseguir mesmo um mandato?  Não, eu não tenho base nenhuma para fazer uma solicitação dessa a um juiz.  Mas eu acho que ela não tem nada a ver com esse tal de Alex, afinal pelo jeito ela também só chegou á cidade á pouco tempo não foi?  E como você sabe disso? Perguntou Mark.  Porque essa loja foi inaugurada á pouco tempo. E além do mais, estamos dando um tiro no escuro, porque nem sabemos o que estamos investigando. Falou Alan pensativo. Mark ficou quieto por um tempo para pensar, eles teriam que começar de algum lugar e para isso teriam que achar esse chantagista de qualquer jeito. - Vamos fazer o seguinte Alan, primeiro vamos verificar se esse chantagista usou mesmo o computador da Rachel, talvez ele possa ter deixado algum rastro que eles não conseguiram achar.  Mas como vamos fazer isso se ela não concordou com a idéia? Será que não seria mais fácil se nós falássemos a verdade para ela? Quem sabe assim ela cooperasse com a gente? Insistiu Alan.  E se mesmo assim ela não nos ajudar?  Aí você bola algum plano doido e damos um jeito de entrarmos no computador dela sem que ela saiba, que tal?  É você pode estar certo.  Então vamos voltar e esclarecermos as coisas para ela?  Vamos. Ele respondeu tão rápido que até ele mesmo estranhou.


Dirigiram-se de novo até a recepção e pediram para falar com Rachel de novo. Logo estavam na sala de Rachel lhe explicando tudo o que havia acontecido! Mark resolveu lhe contar tudo, menos o nome da pessoa que estava sendo chantageada, mas lhe contou desde as investigações de assassinato até as escutas do escritório dessa pessoa.  Então como você pode perceber, esse chantagista pode estar correndo um grande perigo neste exato momento. Falou Mark. Rachel escutou tudo calada. Parecia que agora eles estavam sendo sinceros em relação a mexer em seus computadores.  Porque vocês não me falaram isso desde o começo? Teriam poupado meus ouvidos de toda aquela conversa mole de vocês. Falou ela sorrindo.  Me desculpe mas é que essa investigação é muito sigilosa, e eu queria te pedir que não comentasse isso com ninguém, pois até mesmo a policia local não está sabendo.  Então do que vocês precisam? Disse ela calmamente olhando para Mark.  O Alan vai copiar só os arquivos que tenham relação com emails e passar para o nosso técnico poder analisar.  Mas você tem que ter cuidado, pois tenho muitos documentos sigilosos da minha empresa nestes computadores.  Não tem problema, assim que eles forem analisados eu mesmo vou deletar todos eles. Por onde podemos começar? Perguntou Mark.  Por mim por qualquer um.  Então pode começar pelo da recepção Alan que eu vou dando uma olhada no seu, tudo bem?  Sim, fique a vontade. Rachel levantou de sua poltrona e foi até o carrinho de café que estava em um canto da sala, Mark se sentou em frente ao computador dela e começou sua pesquisa.  Pode confiar em mim Rachel, disse ele olhando para ela.  Se eu não confiasse você não estaria sentado aí agora, falou ela.  Não é isso, é que mesmo você tendo deixado eu fuçar, me parece que você não está muito confortável com essa situação não è? Falou ele se levantando para pegar um café.

 Mas ninguém gosta de ficar sabendo que foi passado para trás em alguma coisa você não concorda? Perguntou ela misteriosa.  É você tem razão.  Por mais que você não queira pensar sobre isso, não tem jeito, você acaba se sentindo corrompida de alguma maneira. Mark se aproximou dela e pode notar que ela não estava falando sobre aquele caso, então perguntou:  Você não confia muito nas pessoas não é? Falou ele bem de pertinho. Rachel saiu de seu estado de paralisia, pois aquela conversa a estava deixando magoada e quando deu por si, Mark estava tão pertinho dela que dava para sentir seu hálito quente.  Não, eu não confio em ninguém, respondeu ela meio mole pois tinha certeza do que viria a seguir, parecia até que ela já tinha visto aquela cena. Sem conseguir resistir Mark abaixou a cabeça e beijou seus lábios. Foi um beijo doce, gentil, como se ela fosse quebrar se ele a beijasse com mais força. Quando ele levantou a cabeça pode notar que ela ainda estava de olhos fechados e não resistindo aqueles lábios que ainda estavam entreabertos a beijou de novo dessa vez exigindo mais, explorando mais, até que sentiu suas mãos em seu peito o empurrando de leve. Mark parou de beija-la, mas ainda ficou segurando ela em seus braços como se tivesse que protege-la de algum mal. Rachel tentou se recompor mas já era tarde demais, infelizmente o desejo havia falado mais forte pois já fazia tanto tempo. Ao pensar nisso um sinal de alerta ecoou em seu cérebro. Afastou-se dele dizendo:  Me desculpe, eu não sei o que aconteceu. Falou ela tremendo, não pelo beijo que aliás foi maravilhoso, mas as velhas lembranças que lhe doíam o peito.  Você é que deve me desculpar, falou ele sem jeito. Eu não sei o que aconteceu, mas quando eu dei por mim já estava lhe beijando. Não que eu não tenha gostado, aliás eu adorei, mas me perece que você não gostou muito. Falou ele virando ela para poder lhe olhar nos olhos.


 Não se preocupe, eu também tive uma parcela de culpa. Falou ela se virando de novo.  Então nisso nós estamos de acordo, mas e quanto ao beijo? Você não gostou? Disse ele a virando de novo. Rachel não sabia o que fazer ou dizer, estava totalmente sem reação nenhuma, tudo o que pode dizer foi.  Eu gostei.  Eu também gostei, falou ele abrindo um enorme sorriso. Rachel ficou ali perdida em meio aquele turbilhão de emoções, enquanto Mark teve que se afastar pois Alan entrava na sala.  Eu já copiei todos os arquivos dos outros computadores só está faltando esse daqui. Disse Allan sem notar o clima da sala.  Muito bem, então copia e vamos levar para ser analisado. Falou Mark.  Ok. Mark ficou o tempo todo olhando para Rachel em busca de alguma coisa reação, mas ela estava impassível de qualquer emoção. Logo Alan terminou e se dirigiu até a porta esperando por Mark.  Vai indo Alan que eu te encontro no carro.  Tudo bem. Só agora ele percebeu que tinha algo errado. Quando a porta foi fechada Mark se aproximou dela e disse:  E então como nós ficamos? Quis saber ele.  Ficamos como? Perguntou ela.  Exatamente isso que eu quero saber, como nós ficamos?  Ficamos do mesmo jeito de antes.  Mas depois de um beijo desse? Você mesma me disse que tinha adorado.  Gostado, eu disse que tinha gostado. Defendeu-se ela.  Gostado, adorado para mim é tudo a mesma coisa.  Mas não é. Gostado quer dizer que eu gostei mas consigo viver sem isso, agora adorado significa que eu vou sempre querer isso entendeu? falou ela provocando ele.  Bom então vamos mudar a sua opinião. Dizendo isso ele tomou seus lábios num beijo profundo,

sensual, fazendo ela se arrepiar toda de desejo! Meu Deus mas o que está acontecendo comigo? Pensava ela colocando suas mãos no peito forte para empurra-lo, mas em vez de suas mãos lhes obedecer elas foram direto para a nuca de Mark puxando ele mais para junto dela. Isso foi o suficiente para fazer com que ele encostasse-se a ela fazendo com que sentisse a força de seu desejo. Quando ele parou de beija-la perguntou:  E então, você acha que agora você adorou? Disse lhe dando pequenos beijos. Era incrível mas ele não queria parar de beija-la.  Pode se dizer que sim, falou ela meio zonza.  Você está bem? Perguntou ele.  Sim, parece que sim.  Pois você não me parece nada bem, venha se sentar aqui. Dizendo isso ele puxou uma cadeira e a colocou perto dela fazendo com que se sentasse.  Não precisa se preocupar, eu já disse que estou bem.  E eu digo que não está . Falou ele agora sorrindo. Eu não sabia que beijava tão bem assim.  Engraçadinho. Falou ela ficando vermelha. Eu concordo que estou um pouco tonta, mas pode tirar esse sorrisinho da cara que não foi por causa do beijo.  Ah é, então você ficou assim porque? Quis saber ele agachando ao lado dela para olha-la bem de perto.  Deve ser alguma coisa que eu comi de manhã que não caiu bem no estomago, só isso. Mentiu ela.  Mentirosa! Falou ele.  Você acredita no que você quiser, disse ela se levantando.  Eu vou te dizer no que acredito! Eu acredito que nunca mulher alguma mexeu e mexe comigo igual você, até perece que estou sob algum feitiço, pois toda vez em que nos encontramos tenho vontade de te abraçar e lhe beijar. Dizendo isso ele a abraçou mas não a beijou, só ficou lá lhe apertando sob o peito forte.  Se você achar que foi um simples beijo que aconteceu aqui tudo bem, mas se também sentiu algo mais é só me telefonar. Dizendo isso


tirou um cartão e colocou em cima da mesa saindo logo em seguida. Rachel ficou ali mais uma vez sem saber o que fazer, só conseguiu desabar na cadeira. Mas essa agora! Mas que diabos estava acontecendo com ela afinal? Onde já se viu ficar toda mole por um desconhecido? Afinal ela tinha feito um juramento de nunca mais se deixar levar por emoções, sejam sentimentais ou de compaixão essas palavras tinham sido riscadas de seu vocabulário. Mark entrou no carro em silêncio e assim ficou por um bom tempo, até que Alan tomou coragem e perguntou?  Está tudo bem chefe? Mas Mark estava com o pensamento longe, parecia que ainda não tinha saído daquela sala, estava tentando colocar em ordem suas emoções e pensamentos. Ele tinha sido sincero com Rachel, nunca em toda sua vida uma mulher havia mexido com ele daquela maneira. Era como se ele estivesse em busca daquilo por toda a vida e agora finalmente havia encontrado. Mas ele não sabia o que.  Chefe você está bem? Perguntou de novo Alan.  Sim, respondeu Mark olhando para Alan como se só agora notasse sua presença.  Aconteceu alguma coisa lá dentro? Pois você não me perece muito bem.  Não Alan, não aconteceu nada pode ficar tranqüilo.  Sei não, você ficou muito estranho depois que saiu de lá.  É só cansaço eu acho. Esse caso já está começando a me dar nos nervos. Falou ele irritado. Eu tenho quase certeza que o Alex tem alguma coisa a ver com isso, mas não posso fazer nada de novo.  Não pode fazer nada de novo? Perguntou Alan.  O que?  Você disse. “Eu não posso fazer nada de novo”.  Eu falei errado. Falou disfarçando.  É você está precisando dormir um pouco isso sim.  Talvez você tenha razão. Disse recostando no banco do carro. Foram direto para a delegacia e de lá Mark ligou para um amigo dele do FBI que mexia como ninguém com computadores, era um verdadeiro hacker.

Logo na parte da tarde seu amigo chegou e Mark mais que depressa lhe passou os arquivos que ele iria precisar.  Jonas eu tenho que sair agora mas por favor assim que você tiver alguma coisa me liga ok? Disse Mark lhe entregando os arquivos.  Mas o que você quer realmente saber?  Eu só quero que você tente ver se alguém pode ter entrado nesses computadores e mandado algum e-mail pra alguém.  Você só pode estar brincando? Falou Jonas.  Não estou não. Porque? Você não tem como fazer isso?  É quase impossível! Se alguém acessou esses computadores para mandar mensagens para alguém é lógico que ele apagou logo depois, o que torna isso quase impossível de se localizar.  Mas você disse quase e não impossível, então temos uma chance não è?  Eu diria que uma pequena chance, falou Jonas.  Pois para mim já é muita coisa. Me passa o que você puder ok?  Deixa comigo.  Vamos Alan?  Vamos para onde?  Voltar para nossa vigília. Respondeu Mark.  Eu pensei que não íamos mais vigiar ele.  E o que nós vamos ficar fazendo aqui?  É você está certo. E assim voltaram para vigiar Alex e ver o que ele estava aprontando. Rachel já estava quase fechando a porta quando o telefone tocou, olhou para o telefone fazendo uma careta, mas resolveu atender.  Senhora, Michele querendo lhe falar, a senhora vai atender?  Claro pode passar. Esperou alguns minutos e disse:  Michele que surpresa boa.  E aí amiga, quer ir almoçar comigo?  Eu já estava de saída.  Maravilha, aonde que nós vamos?


Sorriu ao imaginar a cara que ela devia estar fazendo agora. Michele adorava um programa de última hora.  Que tal naquele restaurante que fica aqui perto do escritório, eu só não sei o nome dele.  Augustus, o restaurante chama-se Augustus. Falou Michele. Daqui a pouco eu estarei aí, tchau.  Tchau Michele. Desligou o telefone sorrindo. Era estranho mas de um tempo para cá estava sorrindo demais. “Cuidado, quem ri muito hoje pode chorar muito amanhã” . Lembrou-se do que seu pai sempre dizia. Mesmo assim saiu de seu escritório sorrindo. Rachel nem precisou pegar o carro, apesar do restaurante não ficar muito perto da empresa ela decidiu ir a pé pois estava precisando espairecer um pouco. No caminho foi pensando no que havia acontecido no seu escritório, ainda podia sentir os a pressão dos lábios de Mark sobre os seus, fazia tanto tempo que não tinha intimidade alguma com nenhum homem, é lógico que já namorara, mas nunca sentiu aquela sensação que sentira agora a pouco. E Mark estava coberto de razão, pois quando estava com ele era como se entrasse em transe e a única coisa que conseguia fazer era se deixar beijar por aquele lindo homem. Mas de novo veio uma voz de dentro dela a recriminando, afinal e o seu juramento? Rachel não conseguia pensar em mais nada e quando reparou já estava passando do restaurante, deu meia volta e entrou pedindo uma mesa para duas pessoas. Logo Michele apareceu como sempre com um sorriso luminoso nos lábios.  Olá amiga, como tem passado? Perguntou Michele a abraçando.  Eu estou bem Michele obrigada. Disse retribuindo o abraço.  E aí, você já pediu alguma coisa?  Não eu acabei de chegar, respondeu Rachel. Eu resolvi vir andando e estava pensando em tanta coisa que quase passei do restaurante. Michele riu dela e disse:  Espero que seus pensamentos tenha sido bons pensamentos.  É, até que foram, respondeu ficando um pouco corada.

 Que bom, fico muito contente por você.  Bom, vamos fazer os pedidos? Pois estou morrendo de fome. Disse ela tentando disfarçar.  Claro, vamos sim.  Mark já estava ficando realmente cansado daquilo tudo, não via a hora de acabar logo aquele caso para que finalmente tirasse umas merecidas férias e aí veria o que fazer com seu futuro. O que mais gostaria de fazer seria se afastar da agência, e trabalhar em outro tipo de coisa que não envolvesse mortes, sofrimento, já estava cansado de conviver com aquilo tudo. Olhou no relógio e constatou que já passava do horário do almoço, seu estomago começou a reclamar de fome. Sendo assim pediu para Alan lhe buscar algo para comer, pois não queria perder um minuto sequer de qualquer tipo de conversa que Alex pudesse ter. Mas o telefone que ele ouviu tocar foi exatamente o seu, era Jonas.  Espero que tenha boas notícias para me dar, falou ele esperançoso.  Não sei se é exatamente uma boa notícia, eu fiz uma varredura em todos os arquivos e a única coisa que consegui achar foi que em um dos computadores foram apagados alguns e-mails todos de uma vez. E mais uma coisa interessante, nesse computador tem uma entrada que está ligada com um outro computador, mas toda às vezes que eu tentei acessar eu fui mandado para um outro computador.  Resume que não estou entendendo nada.  Está bem, mas presta atenção ok? Como eu não consegui descobrir nada do jeito convencional, então entrei no sistema desse computador e consegui acessar o endereço de email e aconteceu uma coisa interessante.  E o que é?  Eu pude notar que esse endereço de e-mail tinha uma outra conexão.  E o que ela faz exatamente?  Calma que estou terminando! Todas as vezes que você for mandar um e-mail para alguém e usar essa conexão você pode mandar com um


endereço falso de qualquer lugar do país ou do mundo. Mark ficou alguns minutos pensando naquilo tudo e logo disse:  Deixa-me ver se entendi! O que você está me dizendo é que nesse computador tem uma conexão que eu posso mandar uma mensagem para alguém desse mesmo computador, mas com um endereço falso de qualquer lugar do país, é isso?  Exatamente isso. Respondeu Jonas contente.  Mas você não tem como me dizer quem foi que mandou esses emails não é?  Bom só pode ter sido o dono do computador ou então alguém entrou no computador e implantou esse sistema sem que ninguém tenha percebido.  Mas você acha isso possível?  Acorda Mark, em se tratando de computador, hoje você pode fazer o que quiser se tiver as ferramentas certas. E sorte sua que eu tenho. Falou Jonas brincando.  Também pudera você tem todo o sistema do FBI para brincar.  Mas não adianta nada você ter tudo isso e não saber brincar não é?  É você tem razão. Bom então resumindo, a pessoa que estamos procurando acessou mesmo esse computador não é?  Sim, isso mesmo.  Agora me diga uma coisa, e esses e-mails que foram apagados? Você sabe me dizer quando eles foram apagados?  Claro que sim, espera só um pouquinho que te falo já. Mark já estava com a resposta na ponta da língua, mas achou melhor esperar o amigo dar o veredicto primeiro.  Ontem, eles foram apagados ontem.  Você tem certeza?  Claro que sim, porque?  Nada não é só uma pequena desconfiança que eu tenho. O que pode me sugerir Jonas?  Olha eu só posso te dizer que pelo jeito as mensagens passaram por esse computador, mas isso não quer dizer que foi o dono desse computador que as mandou. Então o

que eu te aconselho é, ficar de olho nessa pessoa para ver se consegue descobrir se ele tem culpa no cartório ou não.  Ta certo, só mais uma pergunta:  Foi fácil para você descobrir tudo isso?  Não, foi muito difícil. Sorte que eu tenho todas as ferramentas necessárias para mexer porque se fosse um racker comum provavelmente ele iria levar mais tempo que eu para achar essa conexão, pois ela estava muito bem disfarçada e protegida.  Então uma outra pessoa pode achar também essa conexão?  Ele vai ter um trabalhão, mas se tiver paciência ele vai achar sim.  Obrigado Jonas, fico te devendo mais uma cara.  Que isso Mark? Você sabe que eu adoro fazer esse tipo de coisa.  Eu sei, foi por isso que eu te chamei.  Era só isso? Você não precisa de mais nada?  Não, isso era tudo o que eu precisava saber.  Ok então, eu vou almoçar e irei embora em seguida.  Ah você pode me fazer um favor?  Mas é claro, você manda.  Antes de você sair para o almoço, pegue todos os arquivos que você mexeu e, por favor destrua todos eles.  Pode deixar, vou fazer isso agora mesmo.  Até mais Jonas.  Até Mark. Quando desligou o telefone Mark já tinha certeza que Rachel estava envolvida naquilo tudo, ele não sabia de onde vinha essa sensação, mas alguma coisa lhe avisava que ela escondia algo muito sério dele. Colocou o fone no ouvido para ver se escutava alguma coisa, mas nada, parece que naquele dia ninguém queria falar com ele. Alan chegou com os lanches e Mark aproveitou e lhe contou tudo o que Jonas havia descoberto. Alan não acreditava que Rachel tivesse alguma coisa a ver com aquilo, então decidiram ficar de olho em Alex para ver se eles descobriam mais uma pista.


E assim ficaram quase que a tarde inteira a espreita de Alex. Logo já no finalzinho da tarde, Alex recebeu uma ligação que fez Mark sentir um frio na espinha ao escutar a conversa.  Alo Alan, é o Pablo.  Espero que você tenha boas notícias.  Eu não sei se são boas notícias, mas nós estamos quase conseguindo descobrir a origem desses e-mails.  Mas vocês ainda não descobriram? Pois fique sabendo que hoje eu recebi mais um e pelo jeito as coisas vão ficar difíceis para mim, e sendo assim terei que me livrar de qualquer um que eu tenha tido contato nesses últimos dias. Falou ele pausadamente.  Mas nós não podemos fazer nada! Essa coisa está muito bem amarrada.  Eu não quero saber, vocês tem até amanhã para me dizerem quem está por trás disso ou não vou precisar mais de vocês! Será que você me entendeu?  Não se preocupe nem vamos dormir se for preciso.  E vocês ainda estão dormindo? Estou vendo que vocês não tem mesmo amor a vida.  Você não me entendeu...  Eu entendi sim! Eu entendi que enquanto que estou várias noites sem dormir, pagando um dinheirão para vocês fazerem uma porcaria de serviço você ainda tem coragem de falar que se for preciso não irão dormir hoje? Seu cretino, eu vou arrancar sua cabeça fora, aí você não vai mais precisar deitar ela em um travesseiro à noite, o que você acha disso?  Calma eu...  Você o que? Só agora você está dando conta de que mexeu com a pessoa errada? Você não tem idéia do que sou capaz... Fez um silêncio na linha telefônica que até Mark olhou para Alan como se alguém tivesse cortado a ligação. Alan arregalou os olhos e falou baixinho para Mark:  Será que ele achou a escuta?  Tomara Deus que não, respondeu Mark. E voltou sua atenção ao telefonema.

 Será que você pode me dizer o que está escrito nessa mensagem que você recebeu hoje? Perguntou Pablo voltando a falar.  Mas para que você quer saber?  Porque pode ser algum tipo de código.  Se você não sabe fazer o seu serviço, você acha que sendo um código você conseguira desvenda-lo?  Não custa nada tentar não é mesmo?  Idiota, você é um idiota de um amador. Falou Alex raivoso.  Olha talvez tenha algum código escondido na mensagem, sei lá.  Está bem, deixa-me abrir email.  “Essa será sua última chance de se declarar culpado, ou se não, trarei muitos mortos do seu passado para seu presente”. A linha ficou muda de novo. Nem mesmo Mark conseguia respirar. Alan olhou para seu amigo e disse:  Mortos do passado? Então você pode estar certo quando disse que ele fez mal a alguém no passado. E agora essa pessoa esta querendo fazer justiça.  Mas o pior é que essa pessoa não sabe que ele está bem pior do que antes. Alan vamos direto para a delegacia que eu tenho algumas coisas para ver.  Mas você não vai querer ouvir o final da conversa? Talvez eles nos levem até essa pessoa.  Eu sei tudo o que precisava saber, só não entendo ainda o porque.  Mas do que você está falando?  Depois eu te explico tudo ok?  Ok, vamos lá então. Saíram em disparada para a delegacia. Logo que chegaram Mark foi direto para seu computador e acessou de novo o site da sua antiga escola. Ele sabia que a resposta viria dali, mas de onde? Olhou uma dúzia de vezes e nada! Olhou nitidamente todas as fotos da turma daquele ano e mais uma vez constatou que poderia estar errado, pois as únicas fotos que não tinham ali eram a sua e a daquela moça chamada Sofia. Ele ficou olhando por um bom tempo aquele espaço em branco que dizia “aluno


ausente”, e ficou imaginando. E se Alex fez alguma coisa com aquela moça e agora ela voltou para fazer justiça? Afinal ela sumiu naquela mesma noite do baile e ninguém nunca mais a viu desde então. A única pessoa que tinha falado com ela antes dela partir foi o patrão onde ela trabalhava que havia dito que ela teria pedido seu salário adiantado e disse que iria embora dali para nunca mais voltar. Apesar de Mark ficar sabendo que Alex teria alguma coisa a ver com aquilo tudo, ele como alguns que desconfiavam de Alex, não tinham como provar nada. Mas ao se lembrar dos corpos estendidos no chão de terra como se fossem animais, Mark sentiu toda a angústia que havia sentido naquela noite voltar com tudo, fazendo com que ele ficasse com muita raiva. Logo tratou de deixar aqueles pensamentos tristes para trás e voltou sua atenção a sua imaginação. E se Sofia voltou para se vingar de Alex por algo que ele tenha lhe feito quando era jovem? E Rachel a estava ajudando a mandar aqueles e-mails? Então se Alex conseguisse chegar até Sofia provavelmente também chegaria até Rachel e aí só Deus para ajuda-las. Pensando nisso pegou o telefone e ligou para a única pessoa que poderia ajuda-lo naquele momento.  Jonas, sou eu novamente.  Eu sabia que você ainda iria precisar de mim. O que é que manda?  Eu quero que você descubra se tem alguma Sofia aqui na cidade.  Mas como assim? Existe um monte de Sofia aí cara.  Eu sei, deixa eu te explicar! Quando eu era mais jovem, estudei com essa moça e gostaria de saber de seu paradeiro entendeu? Mais precisamente se ela está aqui na cidade.  Puxa, agora você caprichou no pedido hem?  Só porque você é bom no que faz.  Vamos lá, você tem alguma foto dela?  Não.  Você sabe o sobrenome?  Não.  Essa vai ser difícil. Mas deixame ver. Em que escola você disse que estudou?  Sant Paul, respondeu Mark.  Então vamos entrar no sistema deles para eu poder ver quem é essa garota misteriosa que está te

dando dor de cabeça. Falou Jonas rindo.  E quem foi que disse que ela está me dando dor de cabeça?  É de duas ou uma. Ou ela está metida em alguma coisa ou é uma antiga paixão, acertei?  Quase! Até que poderia ter sido se eu tivesse tido uma oportunidade, pois pelo o que eu consigo me lembrar era que ela tinha um lindo cabelo preto e um corpo sensacional.  E porque ficou no “quase”?  Aconteceram algumas coisas e ela acabou indo embora.  Coitadinho de você, já sofreu desilusão desde cedo?  Se fosse só isso estava bom.  Entrei, disse Jonas num grito. Agora eu vou digitar o nome e ver seu histórico escolar. Deixa-me ver, aqui diz que ela se chama Sofia Watson, mas não tem nem um documento de identidade. Pelo jeito ela ainda iria tirar o documento, nome do pai Johnatan Watson e irmão Eric Watson, só não tem o nome da mãe. E realmente ela está muito linda aqui nesta foto, ela devia ter o que? Uns quatorze anos?  Eu não sei, não tinha muito papo com ela na época.  Agora me deixa jogar essa foto com o nome na rede do FBI para ver se consigo localiza-la, só um minuto.  Ok. Falou Mark cansado. Passaram-se alguns minutos até que Jonas disse:  Olha cara você não deu sorte, pois não apareceu ninguém com essa foto e nem com esse nome.  Mas como assim?  Olha o computador não localizou ninguém com esse nome, você tem certeza que esse era o nome dela mesmo?  Pelo que eu posso me lembrar, é sim.  Você disse que ela saiu da escola antes de você não é?  Sim foi isso mesmo.  Mark, e se esse não for o nome verdadeiro dela?  Como assim?


 E se ela depois que saiu da escola, resolveu se registrar com outro nome?  Então você quer dizer que ela pode ter saído da escola e se registrou com um nome diferente do de antes? Mas se for assim eu nunca vou descobrir quem ela é agora.  É vai ficar meio complicado mesmo, eu diria que até impossível. Mark já estava ficando com dor de cabeça, aquele caso estava mais complicado do que ele podia prever.  Obrigado Jonas, infelizmente eu queria dizer “obrigado pela ajuda” mas dessa vez você me deixou mais encucado ainda, falou ele cansado.  Desculpe-me cara, eu fiz o que pude.  Não se preocupe, é que eu tenho essa mania de só me meter em casos que são quase impossíveis de decifrar. Até mais, disse desligando o telefone.  Até. Respondeu Jonas contrariado por não poder ajudar o amigo. Recostando na poltrona, Mark passou a mão pelos cabelos, “Meu Deus me dá uma luz”, pediu ele em silêncio. Ficou quieto por um tempo tentando recobrar a linha de seus pensamentos. “Não tem mais jeito”, pensou ele! Iria falar com a única pessoa que teria respostas para suas perguntas, e as teria agora, pois sentia que ficaria louco se não decifrasse logo aquele jogo de esconde esconde. Deixou um bilhete para Alan e saiu apressado. Rachel tomava um banho de banheira totalmente relaxada, sorriu ao lembrar de seu almoço com Michele. Parecia que tinha voltado aos velhos tempos quando ficava conversando com Michele por horas, até parecia que eram irmãs. Estava muito contente em saber que a amiga estava feliz e que continuava a mesma pessoa de antes. Seus pensamentos foram deixados para trás ao ouvir o som do interfone. Virou-se e pegou o aparelho que ficava perto dos botões onde ligava a banheira.  Sim, disse ela para seu porteiro.  Senhora, tem um rapaz querendo lhe falar. Seu nome é Mark. Ela quase se afogou na banheira. Mas o que estava fazendo ali naquela hora? E como foi que ele descobriu seu endereço?

 Senhora? A senhora está aí? Perguntou o porteiro já se levantando para uma emergência.  Sim, estou sim. Mas o que ele quer uma hora dessa? Falou irritada.  Ele disse que é um assunto muito importante. Rachel ficou pensativa por alguns minutos. E agora? Será que ele havia descoberto alguma coisa sobre os e-mails? Passou a mão pelo cabelo que estava preso, e decidiu que iria recebe-lo.  Pode deixa-lo entrar, falou ela saindo da banheira e pegando uma roupa para vestir.  Sim senhora. Disse o porteiro desligando o interfone. Logo a campainha já tocava, sem muita pressa ela foi abrir a porta. Mark estava encostado no batente olhando para o chão, ao notar que a porta tinha sido aberta ele levantou a cabeça e a olhou bem nos olhos. Mark aspirou fundo o perfume que invadiu suas narinas assim que ela lhe abriu a porta. Ela estava linda com um vestido florido, até parecia que ia há alguma festa. Foi descendo os olhos pelo belo corpo e depois foi voltando seu olhar lentamente para seu rosto. Ela estremeceu só com o olhar dele, era uma mistura de medo e desejo que sentia cada vez que se encontravam. Mas como ele era cara de pau, estava literalmente a “comendo com os olhos” como se dizia por aí. Abrindo mais a porta ela disse:  Eu acho que não foi para ficar me olhando aí da porta que você veio até aqui não é? Disse provocando-o.  Não, falou devagar. Mas até que está valendo a pena. Disse devolvendo a provocação.  Você não que entrar? Falou ela se afastando da porta e dele também.  Claro. Entrou fechando a porta. Mark com muito custo conseguiu desviar seus olhos daquela mulher que o estava deixando doido, e aproveitou para olhar o interior da casa, que estava decorada com muito bom gosto. Nada muito luxuoso, mas ele pode notar algumas peças de arte que foram colocadas por toda sala dando um ar de conforto e beleza. Rachel se sentou em uma poltrona, e fez sinal para que ele fizesse o mesmo. Assim que se sentou Mark perguntou:  Você não vai me oferecer nem um cafezinho?


Rachel não podia acreditar na petulância dele. Além de vir aquele horário ainda queria ser servido com café? Ele só poderia estar brincando.  Não, respondeu ela secamente.  Mas que tipo de anfitriã é você que não oferece nem um café para sua visita?  Eu não sou sua anfitriã, e você não é minha visita.  Nossa mas quanta agressividade. Falou ele sorrindo pela primeira vez.  Mas o que você queria? Você vem aqui sem ser convidado, tarde da noite, você queria o que? Que eu lhe servisse um banquete? Falou ela indignada.  Engraçado! Falou ele. Eu não me lembro de você estar tão agressiva assim comigo da última vez em que nos encontramos. Falou massageando as têmporas, pois sua cabeça parecia que iria explodir. Ela sentiu um arrepio lhe percorrer o corpo todo ao se lembrar dos beijos que haviam trocado.  Mas naquela ocasião não era tão tarde da noite assim....quando viu já tinha falado, fechou os olhos para escutar a resposta dele.  Ah, então quer dizer que você só me beija daquele jeito durante o dia? Perguntou soltando uma risada. Eu acho melhor voltar amanhã cedo então. Falou entre uma risada e outra. Rache ficou olhando enquanto ele ria dela e não pode deixar de notar que ele era muito bonito, até demais para ser honesta.  Você sabe que não foi isso o que quis dizer, falou num tom mais suave.  Sim eu sei, respondeu ele.  E então você vai me dizer o que veio fazer aqui?  Vou sim, mas agora é sério. Você por acaso não tem nem um pouquinho de café aí, eu realmente preciso tomar um pouco se não, vou ter um treco já já. Falou ele sentindo a cabeça doer. Todas as vezes que tinha aquele tipo de dor de cabeça era só tomar um pouco de café que logo ela ia embora. Já havia ido em seu médico e ele lhe disse que era porque seu cérebro estava cansado então cada vez que tomava café, era como se ele o ligasse na tomada de novo. Mas ele tinha que ter

cuidado, porque isso mais cedo ou mais tarde iria lhe fazer mal. Rachel ficou por algum tempo olhando para ele e ver se ele estava tentando lhe pregar alguma peça. Mas pode notar que estava realmente com dor e pelo olhar estava também muito cansado. Sendo assim ela disse:  Eu não devia, pois você ficou rindo de mim, mas vou ser gentil com você só dessa vez. Falou indo para a cozinha. Ele sorriu e falou:  Muitíssimo obrigado. Rachel estava na cozinha fazendo o café quando sentiu que não estava mais sozinha e ao se virar, deu um verdadeiro encontrão em Mark fazendo cair à cafeteira no chão, por pouco não caiu em seu pé.  Mas que droga! Falou ela. Será que você nunca vai aprender a prestar atenção por onde anda? Mark não falou nada, olhou para o chão e viu que a cafeteira havia quebrado com a queda e que quase caiu nos pés de Rachel. Abaixou-se para pegar alguns cacos e pode notar que alguns estilhaços haviam ferido o pé esquerdo dela. Levantou-se e a empurrou gentilmente para uma cadeira próxima a mesa central. Rachel se deixou levar, sentou na cadeira e ficou olhando enquanto ele pegou um pedaço de guardanapo e se ajoelhou em frente á ela. Gentilmente ele passava o guardanapo no seu pé e só ai ela pode sentir um pequeno ardido na pele. “Que tortura” pensava ela sentindo um fogo percorrer seu corpo, mas como esse homem despertava sentimentos nela que jamais imaginaria sentir de novo. Mark limpava o pé de Rachel e ao mesmo tempo lutava contra a vontade que tinha de beijá-la inteirinha. Levantou a cabeça para se desculpar pelo ocorrido, quando notou que ela o olhava maravilhada. Aos poucos foi se levantando e capturou seus lábios em um beijo carinhoso, como se com aquele beijo ela pudesse desculpa-lo por ter mais uma vez machucado ela. Rachel entreabriu os lábios e se deixou levar por aquela doce tortura, sentia a língua de Mark lhe explorar toda sua boca e quando viu já estava o abraçando pelo pescoço. Não agüentando mais aquilo Mark decidiu que já era hora de saber de toda a verdade, afinal sentia uma coisa por Rachel que nem ele mesmo sabia dizer o que era. Então aos poucos ele foi diminuindo o beijo e se afastando dela. Rachel o olhava


confusa, ainda estava abraçada á ele e pode notar em seus olhos uma luta interna que ocorria ali. Mark gentilmente tirou as mãos dela de seu pescoço, se virou e acabou de pegar o restante de cacos que ainda estavam pelo chão. Olhou para o balcão e notou que ela já havia começado a fazer o café, só faltava ligar a máquina e colocar um outro recipiente no lugar para retirar o café.  Você tem alguma coisa que eu posso substituir pela jarra quebrada? Perguntou ele evitando olhar para ela.  Eu acho que deve ter algo dentro do armário. Disse como um robô. Mas o que você está fazendo?  Café, respondeu ele sem olhar para ela. Agora eu preciso dele mais do que nunca, disse baixinho. Mas o que estava acontecendo afinal? Perguntava ela sem entender nada olhando para ele. Logo que terminou de fazer o café Mark perguntou:  Você quer um pouco? Falou agora encarando ela.  Sim, só um pouquinho. Falou sem encará-lo. Então serviu duas pequenas xícaras com café, colocando uma das xícaras em frente a ela e se sentou sem falar nada. Ao virar a xícara, Mark sentiu um alívio e chegou a soltar um suspiro de satisfação. Olhou para Rachel que tomava seu café sem olhar para ele! Ficaram assim por algum tempo, até que Mark vendo que ela já havia terminado a pegou pela mão e a levou de volta até a sala fazendo-a sentar-se em frente a ele. Rachel não tinha o costume de se deixar levar desse jeito pelas pessoas, ainda mais pelos homens, mas com Mark era diferente. Ela sentia uma segurança quando estava com ele que não podia explicar. Mesmo ás vezes em que sem querer ele há havia “machucado”, mesmo assim ela sentia que podia confiar nele. Só não sabia até que ponto.  Rachel nós precisamos conversar, disse ele olhando em seus olhos.  É, se eu não me engano você veio até aqui para isso. Falou sem olhar para ele.  Olha para mim, por favor? Pediu ele erguendo seu queixo fazendo com que ela olhasse para ele.  O que você quer de mim Mark? Falou em num fôlego só.

 Eu quero tantas coisas, disse dando um pequeno sorriso. Mas antes, eu preciso que você me responda algumas perguntas. Falou ele ficando sério de repente. Ela ficou muda, só conseguiu concordar com a cabeça.  Rachel eu quero que você seja honesta comigo, pois você pode estar correndo perigo de vida nesse exato momento. Para ser sincero, você e a sua amiga.  Eu? Risco de vida? Perguntou ela assustada.  Sim, você e sua amiga.  Mas que amiga? É a Michele? O que tem a Michele Mark? Perguntou levantando-se do sofá.  Calma que eu vou te explicar, sente-se aqui por favor? Rachel sentou respirando fundo para tentar se acalmar. Mas afinal o que ele estava falando da Michele?  Rachel eu sei que foi do seu computador que saíram aquelas mensagens... Meu Deus, pensou Rachel.  Mas que mensagens?  As mensagens de chantagem para um certo advogado chamado Alex.  Eu não sei do que você está falando Mark. E o que Michele tem a ver com isso?  Olha eu vou ser sincero com você! Aquele caso que estou investigando, descobrimos que Alex pode estar envolvido nessa sujeira toda e por isso começamos a investigá-lo. E numa dessas investigações foi que encontramos pistas de que ele está sendo chantageado por alguém. Resumindo! Depois de todas as nossas investigações eu não tenho mais dúvidas de que elas saíram do seu computador. Falou ele olhando. Rachel olhava assustada para ele, não sabia o que fazer ou dizer. Fazendo um esforço disse:  E o que Michele tem a ver com isso? Perguntou ela ainda sem entender.  Eu acho que sua amiga é a chantagista da qual estamos falando e você há está ajudando.  Você só pode estar ficando louco. Disse ela sorrindo.


 Eu gostaria de estar Rachel, mas infelizmente é a pura verdade. Rachel não podia acreditar naquilo, ele achava que Michele tinha alguma coisa a ver com aquilo? Ela tinha que fazer alguma coisa.  E como você chegou a essa brilhante conclusão?  Bom depois de descobrirmos que Alex estava sendo chantageado, resolvemos investigar quem estava fazendo isso. E em uma conversa que Alex teve com um de seus comparsas, descobrimos que essa pessoa tinha estudado com ele na mesma escola aí foi só investigar e chegamos até ela. Mark falou torcendo para ela acreditar nele, pois durante todo o tempo que eles estavam conversado ele pode notar que cada vez mais ela ficava nervosa.  E porque você acha que ela está chantageando ele?  Olha, eu não sei se ela te contou mas quando Alex era jovem, ele andava com uma turma barra pesada, eles eram uns verdadeiros capangas dele e viviam aprontando na escola. E eu acho que ele deve ter feito algo com ela, algo muito sério que a fez ir embora para retornar agora e buscar sua vingança. Falou ele cabisbaixo. Rachel sentiu os olhos queimarem pelas lágrimas que teimavam em rolar pela sua face, mas aos poucos foi se controlando e encarando ele, perguntou com raiva:  E como você sabe tanto assim sobre ele? Por acaso você era um de seus capangas? Ao ouvir aquilo Mark estremeceu de raiva, não podia acreditar que ela estava pensando isso sobre ele. Então se levantou e ficou de frente á ela, que o encarou esperando uma resposta.  Eu não posso acreditar que você está me acusando de fazer parte daquele bando de animais. Falou ele triste.  Mas para você falar assim com tanta convicção, certamente você devia ter algum tipo de relação com eles, você não acha?  Mas você está tão enganada, falou ele abaixando a cabeça de novo.  Então me explique para que eu possa entender. Mark ficou olhando para o chão por alguns minutos, “mas como era doloroso falar

sobre aquilo”, e ele achava que já havia superado aquilo tudo.  Tudo aconteceu na noite do baile, quando alguém a quis proteger do Alex...mas ela preferiu ficar com aquele canalha...ele falava devagar como se estivesse em transe.  Eu não estou entendendo nada. Exclamou ela perdida. Finalmente ele olhou para ela, e pode notar que realmente não estava falando coisa com coisa, virou de costas para ela e então começou a falar:  Houve um grande baile da escola em que ela estudava e também uma grande aposta para ver quem conseguiria ficar com ela naquela noite...enquanto ele ia falando, Rachel se sentou e sem querer seus pensamentos voltaram para o passado. Exatamente naquela fatídica noite quando tudo aconteceu, enterrando para sempre os sonhos de uma linda jovem.  Os dois discutiram para ver quem conseguiria ficar com ela...mas infelizmente deu a lógica, pois ela ficou com Alex. Mas se pelo menos eu tivesse contado para ela a verdade, talvez tudo tivesse sido diferente naquela noite...continuava ele. Rachel voltou sua atenção ao que ele falava, verdade? Mas que verdade? Ela já estava ficando nervosa com tudo aquilo, então em um impulso se levantou e o pegou pelo braço gritando:  Mas do que você está falando afinal? Como você sabe de tudo isso? Falava ela aos prantos, as lágrimas corriam soltas pelo seu rosto, mas ela deixou, pois estava começando a ficar fora de si. Quem é você afinal? Conseguiu perguntar.  Eu sei de tudo isso porque eu também estava lá naquela noite! Eu sabia o tempo todo do que iria acontecer, eu devia ter agido mais cedo! Se eu tivesse a avisado mais cedo... falava ele se perdendo de novo. Olhou para ela e notou que estava pálida, parecia que tinha visto um fantasma. Rachel não conseguia parar de olhar para ele. Ele estava lá naquela noite? Meus Deus, então ele era um dos capangas do Alex e estava ali agora para terminar o serviço do chefe. Olhou para o telefone e pensou em chamar a polícia. Mas como iria fazer isso se a


polícia já estava ali diante dela? Sendo assim se encolheu mais no sofá e pela primeira vez desde que se conheceram, estava sentindo medo na presença dele. Mark passava a mão pelos olhos, parecia que dessa vez o café não tinha adiantado muito. Resolveu sentar ao lado dela e lhe explicar melhor a situação, mas ao se aproximar pode notar que ela se encolhia mais ainda no sofá.  Você está com medo de mim, Rachel? Falou ele chocado. Não conseguindo esboçar nem uma reação, ela simplesmente fez que sim com a cabeça. E só agora ele percebeu que ela tinha entendido tudo errado, por isso o medo estampado em seu rosto.  Não precisa ficar com medo de mim, disse ele. Eu estou aqui para te proteger e não para te fazer mal. Falava ele calmamente.  Eu não sei mais o que pensar de tudo isso, murmurou ela. Pois se você estava lá aquela noite, por mais que você negue, só posso chegar a conclusão que você “era” ou ainda “é” um dos colegas do Alex.  Mais uma vez você não sabe do que está falando, falava ele com calma.  Mas então me explica, por favor. Pediu ela.  Rachel eu sou o rapaz que tentou tirar sua amiga das garras do Alex. Falou ele a encarando. Na noite do baile, fui eu que discuti com o Alex para deixar ela fora das maldades dele. Mas como ela não me conhecia então decidiu ficar com ele naquela noite, e eu nunca mais a vi. Falou ele com tristeza. Rachel olhava para ele e aos poucos as imagens daquela noite invadiu sua mente. Lembrou-se nitidamente daquele momento em que um rapaz pediu para que ficasse com ele naquela noite, mas como não o conhecia e estava apaixonada por Alex recusou veemente o convite. De volta a realidade, ela estava catatônica. Então Mark era aquele rapaz da noite do baile? Mas como estava diferente, pelo que conseguia lembrar ele já era alto, mas um pouco magro. Agora que descobriu a verdade, pode notar uma pequena semelhança nos olhos que pelo jeito não tinha mudado em nada a cor. Mark tentava adivinhar no que ela estava pensando, pois ela o estava encarando já fazia alguns minutos sem dizer nada.

 Você está bem Rachel? Perguntou preocupado. Aos poucos foi voltando sua atenção de novo á Mark que a olhava intrigado.  Estou sim, falou ela devagar. Então você era o rapaz que tentou ajudá-la naquela noite?  Sim, eu tentei mas não obtive muito sucesso.  Você também estava no meio daquela aposta Mark? Mark a olhou espantado.  Você não entendeu nada do que eu te falei agora não é? Falou ele desanimado.  Só me responde isso, sim? Perguntou ela temendo pela resposta.  Não! Eu não tinha nada a ver com aquilo, aliás foi por esse motivo que eu queria que ela ficasse comigo naquela noite. Quando eu soube da aposta e do que Alex dizia o que iria fazer com seu prêmio...eu senti que não poderia deixar que ele ficasse com ela naquela noite.  E porque você não avisou ninguém do que estava acontecendo?  Eu avisei, eu fui até a direção da escola mas ninguém acreditou em mim. Só me restou pedir a Deus que a protegesse dele, mas pelo jeito também não obtive muito sucesso nisso também. Agora você entende do perigo que você e sua amiga podem estar correndo? Falou ele a encarando mais uma vez. Rachel não sabia o que falar, será que podia confiar nele? E se ele estivesse mentindo para ela? E se ele estivesse falando tudo aquilo só para fazer ela falar onde estava sua “amiga”? E logo depois ele iria até Alex e lhe contaria tudo? Mas não, alguma coisa lhe dizia que ele estava sendo honesto com ela, pois realmente parecia que ele odiava o Alex assim como ela.  E se eu lhe disser que minha amiga não tem nada a ver com isso? Falou ela cautelosa.  Mas como assim?  Eu estou lhe dizendo que minha amiga Michele nem imagina que essas mensagens existem.  Se não é ela quem mandou as mensagens, então quem foi? Perguntou ele vendo que ela tinha ficado pálida de repente. Foi você? Você quem mandou as mensagens? Mas porque? Perguntava ele angustiado.


 Porque como você imaginou, Alex fez mesmo um grande mal para uma garota no passado e agora ela voltou para obter a sua vingança, pois aquela garota “era eu”. Disse de supetão. Mark a olhava intrigado balançando a cabeça como que não acreditando no que tinha acabado de ouvir. Não podia ser ela...como estava diferente.  Eu não acredito nisso, falou ele se levantando e a olhando de longe. Você só está querendo proteger a sua amiga, não é isso?  Não Mark, sou eu mesma.  Mas como...  Plástica, respondeu ela antes dele terminar a pergunta.  Não, eu não posso acreditar...porque tudo isso Rachel? Falou ele inconformado andando de um lado para outro.  Porque? Sou eu que não quis ficar com você naquela noite do baile! Sou eu quem preferiu ficar ao lado daquele canalha, pois achava que ele gostava de mim. Mark nem a escutava mais, sua cabeça estava zunindo de tanto que ele pensava, tentando entender tudo aquilo. Rachel se levantou foi andando até ele lentamente falando:  Sou eu Mark, que foi levada para uma estrada de terra e viu sua família ser assassinada por um covarde! Sou eu que fui estuprada e depois recebeu um tiro quase fatal e logo depois jogada em uma vala para esconderem o corpo. Sou eu quem se levantou logo depois e pode constatar que sua vida tinha sido destruída por um cretino sem escrúpulos. Sou eu quem passou a vida toda com medo dele ter descoberto que não me matou e por isso tive que trocar de nome com medo dele me encontrar e terminar o serviço. E agora sou eu quem vai cobrar todos esses anos de tortura, de sofrimento e de injustiça. Por isso eu mandei aquelas mensagens, eu queria ter certeza que pelo menos ele ficaria algumas noites sem dormir assim como eu fiquei. E você me pergunta “porque”? Falou ela de uma vez só, fazendo com que sua voz saísse quase rouca no final. Mark estava pasmo, nem por um minuto ele desconfiaria daquilo. Meu Deus, como ela devia estar sofrendo. Não era á toa que Alex

estava desesperado em pegar aquela pessoa. Mas agora as coisas tinham se complicado mais, porque mais um inocente estava correndo perigo de vida, e esse alguém era Michele. Sentindo o sangue gelar em suas veias, ele se controlou para não sair dali e ir a caça daquele cretino. Iria fazer ele pagar por todo o mal que fizera. Rachel chegou perto de Mark que a abraçou apoiando sua cabeça em seu peito. Ela chorava muito e nem Mark pode deixar de segurar as suas próprias lágrimas. Os dois ficaram ali abraçados sem se moverem por um bom tempo. Mark pensava na possibilidade de Alex conseguir decifrar aquele mistério, só de pensar nisso se sentiu estremecer então decidiu agir.  Rachel, falou ele. Nós temos que sair daqui urgente, pois se Alex descobrir vai vir atrás de você com tudo. Falou ele a pegando pelos ombros.  Mas é isso mesmo que eu quero.  O que? Perguntou ele incrédulo.  Eu quero que ele saiba que estou viva e pronta para denunciá-lo para a justiça, pois agora eu também tenho muito dinheiro para pagar um bom advogado.  Você só pode estar maluca, falava ele. Você não sabe do que esse cara é capaz.  Ah! Eu sei sim.  Pois eu sinto te informar que pelo jeito ele está um pouco pior do que antes.  Não tem problema, eu já não tenho mais medo dele.  Mas ele pode te matar, você não tem medo de morrer?  Sinceramente Mark? A única coisa que eu quero neste exato momento é justiça, e se para isso eu tiver que morrer, então não vejo outra alternativa. Ele a olhava agora com raiva, pegou ela pelos braços e disse:  Então você fez tudo isso para nada? Trocou de nome, fez plástica, deixou tudo para trás e agora vai jogar tudo isso para cima? Sinceramente eu não sei para que você voltou.  Eu voltei para fazer justiça, gritou ela.


 Mas você só pode fazer justiça se estiver viva, falou ele gritando também. Pois se for enfrentá-lo cara a cara pode ter certeza que você vai levar a pior... de novo. Falou ele emocionado.  Mas ele não tem como escapar dessa vez, porque eu estou viva Mark será que você não entende?  Você estará viva por pouco tempo. Falou ele. Pensa bem, ele foi capaz de matar duas pessoas influentes e que eram amigos dele no passado, só porque achou que eles que estavam chantageando ele entendeu? Imagina o que ele não fará com você? Dizendo isso ele a abraçou dessa vez com força fazendo com que ela se sentisse protegida.  Mas Mark ele precisa pagar por tudo o que fez, falou ela emocionada.  Eu sei meu amor, eu sei. Falou ele com carinho passando as mãos pelo seu rosto para enxugar as lágrimas. Não resistindo mais, Mark ergueu seu queixo e deu um beijo em seus lábios, com muito carinho.  Você me perdoa? Perguntou ele.  Porque? Disse ela.  Por não ter te protegido. Falou ele triste. Olhou para ele com carinho e passou os braços pelos seus ombros.  Eu só tenho que lhe agradecer por você ter tentado me ajudar...pena que eu não fiquei com você aquela noite, pois tudo seria diferente...disse ela pensativa.  Sabe. Eu sempre imaginei que tinha acontecido alguma coisa muito séria com você...eu não conseguia acreditar que você tinha ido embora, assim como Alex espalhou pela cidade. E quanto mais eu pensava nisso, mais eu ficava com ódio dele e de todos que o protegiam.  É, parece que ficaremos marcados para sempre não é mesmo?  É, parece que sim. Ficaram se olhando por um tempo, como se tivessem se reencontrado agora. Ele a acariciava no rosto e ela fazia um pequeno cafuné em seus cabelos. Logo seus lábios foram se aproximando e se entregaram num beijo apaixonado. Rachel estava encantada por Mark, pena que esse

encanto não surgiu na época de escola. Mark queria dar um motivo para que Rachel desistisse daquele plano de encarar Alex, por isso intensificou mais o beijo a deixando sem fôlego.  E então? Vamos sair daqui? Perguntou ele.  Como assim sair daqui?  Ir para um lugar mais seguro Rachel.  O único lugar em que me sinto segura é em minha casa Mark. E além do mais, Alex não teria coragem de vir até aqui tentar algo comigo.  Estou vendo que você não sabe a gravidade da situação...  Eu sei sim senhor, mas eu me recuso a viver me escondendo de novo.  É só até eu botar as minhas mãos nele Rachel. Pedia Mark.  Mas como você vai fazer isso? Você mesmo disse que não tem prova nenhuma de que ele está por trás de toda essa sujeira.  Eu sei, mas eu vou dar um jeito Rachel...eu te prometo que dessa vez ele não vai sair impune...eu não vou permitir isso. Dizendo isso ele voltou a beijá-la.  Você já parou para pensar que eu sou sua única testemunha que pode incriminá-lo? Perguntou ela o desafiando.  Esse é um motivo a mais para você ficar escondida por um tempo. Falou ele entre um beijo e outro tentando persuadi-la. Olha vamos primeiro fazer do meu jeito está bem? E se não der certo, aí sim bolamos um plano para pegá-lo. Mas nada de você enfrentar ele sozinha está bem? Pediu ele mais uma vez. Depois de pensar um pouco, ela balançou a cabeça concordando.  Mas você me promete que não vai deixar ele escapar?  Não se preocupe, pois farei de tudo para que ele tenha o que merece. Pode confiar em mim.  Eu confio em você, aliás você é a única pessoa em que eu volto a confiar já faz alguns anos.  Eu sinto muito, disse ele. Eu vou fazer de tudo para te proteger Rachel.  Eu sei, respondeu ela se aconchegando á ele.


 E então? Onde você vai ficar?  Sinceramente eu não sei, disse ela desolada. Eu tenho algumas casas em que posso ficar...parou de falar ao ver ele discordando. O que foi?  Você não pode ficar em nenhum lugar que seja ligado a você! Porque a primeira coisa que ele fará é te procurar nesses lugares. Eu faria isso, respondeu ele.  Então o jeito será ficar por aqui mesmo.  De maneira alguma! Aqui não. Depois de pensar um pouco ele disse:  Que tal você ficar comigo? Disse ele sorrindo. Eu acho um excelente lugar, pois ele jamais vai imaginar que você está com a polícia e que nós já sabemos de tudo.  Será? Perguntou ela em dúvida.  Mas é claro que sim.  Você tem certeza que esse é o verdadeiro motivo de você me querer em seu apartamento? Disse ela desconfiada.  Esse e mais alguns que está me passando pela cabeça, mas depois eu te mostro quais são. Respondeu sorrindo. Rachel sentiu um friozinho no estômago ao imaginar os tais “pensamentos” dele.  Eu acho melhor ir embora, disse ele se afastando. Eu te pego amanhã ok?  Mas já? Só de for depois do expediente de trabalho.  Mas você está pensando em trabalhar amanhã? Perguntou ele curioso.  Sim, qual o problema?  Você acha que estará mais segura no emprego do que aqui na sua casa?  Você tem razão, me desculpe...disse ela sentando-se.  Olha, disse ele sentando perto dela. Será por pouco tempo, logo esse canalha estará atrás das grades que é o lugar dele.  Tomara que você tenha razão. Respondeu ela passando as mãos pelos cabelos.  Então você vai comigo agora. Falou ele já se levantando.  Agora? Falou ela espantada.

 Sim, agora. Rachel o Alex não é trouxa, logo ele vai descobrir isso tudo e aí poderá ser tarde demais. Rachel não conseguia se decidir, sua mente no momento estava mais focada em como conseguiria ficar sob o mesmo teto com Mark sem terem um envolvimento mais profundo. Pensou em como o havia beijado agora a pouco se sentindo corar. Não conseguia entender o que acontecia, mas quando estava perto dele era como se algo a atraísse para seus braços como um imã. “Pena que não tinha acontecido isso no passado”, pensou ela desanimada. Mark estava perdido em seus próprios pensamentos, “será que não seria melhor se ela ficasse em um hotel ou coisa assim”? Como iria resistir a ela, se cada vez que se encontravam parecia que seu coração ia saltar pela boca? E a vontade louca que tinha de beija-la cada vez que chegava perto dela? Mas não. Tinha certeza que ela teria que ficar com ele, pois só assim poderia ficar sossegado enquanto bolava um plano de colocar Alex na cadeia. E depois nada como um bom banho frio para esfriar a cabeça.  Ok, você venceu, disse ela. Eu vou pegar algumas roupas e já volto. Mark não disse nada, apenas balançou a cabeça concordando e foi até a cozinha tomar mais um pouco de café, pois alguma coisa lhe dizia que aquela seria uma noite tensa, muito tensa. Rachel pegou o que pode e enquanto arrumava a mala, não pode deixar de se lembrar daquela noite em que mais uma vez tivera que deixar sua vida para trás. E agora ela estava ali mais uma vez abdicando de sua vida por causa da mesma pessoa que a fizera sofrer. Será que tinha valido a pena mesmo ter se escondido esse tempo todo? Ou não era melhor se tivesse ficado e lutado por justiça? Não conseguia mais ter certeza de nada, mas a única coisa que tinha em mente agora era que não deixaria que aquele canalha escapasse de novo. Rachel deixou instruções ao seu segurança de que iria viajar por alguns dias e que ninguém estava autorizado a entrar na casa somente sua governanta e o pessoal da faxina, ninguém mais. Sendo assim foram direto para o apartamento de Mark. Quando já estavam dentro do carro Mark resolveu puxar assunto e curioso, perguntou a Rachel como ela havia conseguido sobreviver nesse tempo todo.  É que eu estou curioso, mas se você não quiser me contar, eu vou


entender. Disse ele fazendo um carinho de leve em sua mão. Rachel se sentiu estremecer diante daquele contato, ela ainda ia perguntar a ele se não tinha escondido alguma máquina que dava choque em algum lugar de sua mão, pois era só encostar que ela sentia um formigamento percorrer seu corpo todo.  Não tudo bem, disse puxando a mão de leve. Quando eu fui embora, consegui uma carona com um caminhoneiro que vendo que eu estava machucada me levou para uma cidade e me deixou sob os cuidados de uma velha senhora que era um tipo de “curandeira”. Fiquei desacordada por algum tempo, e logo que voltei a consciência ela me explicou tudo o que ela tinha feito para me salvar. Fiquei alguns dias com ela, e depois fui embora porque eu temia que Alex soubesse que tinha sobrevivido e viesse terminar o serviço.  Sendo assim, continuou ela. Fui embora para outra cidade mais longe ainda e como não tinha nem um documento, me vi obrigada a me registrar com outro nome. Mark ouvia tudo sem dizer nada, pois imaginava que ele era a única pessoa que sabia sobre aquilo e podia sentir que ela estava precisando desabafar com alguém. Rachel contou tudo o que aconteceu com ela nos últimos anos, inclusive até agradeceu ao pai porque achava que tinha conseguido sobreviver todo esse tempo sozinha devido à experiência que tinha na vida que levava com seu pai e seu irmão. E logo ela já estava de volta com os estudos e trabalhando muito para chegar aonde chegou. Meia hora depois já estavam instalados no apartamento de Mark. Ele levou sua mala para um quarto aproveitando e lhe mostrando o apartamento onde morava.  Aqui é o banheiro, disse ele seguindo por um corredor com ela logo atrás. Aqui é a cozinha, aqui é o meu escritório e aqui, parou ele em frente a uma porta. È o meu quarto, disse dando um pequeno sorriso enquanto abria a porta. Rachel achou tudo muito aconchegante, inclusive o quarto dele. Mas logo deu meia volta e tratou de sair dali antes que fizesse uma loucura. Mark notou seu embaraço e sorriu.

 Voce quer tomar uma xícara de café? Perguntou ele se dirigindo a cozinha.  Eu acho que vou aceitar sim, respondeu ela.  Que bom! Só espera um pouco que vou colocar a água para ferver.  Ok. Você gosta mesmo de café em? Perguntou ela.  Sabe, eu vivo muito no limite... e além do mais eu fumo, então como pode ver uma coisa puxa outra.  Ah, então está explicado. Mark colocou a água no fogo e se sentou próximo a ela, ficando os dois se ter muito o que falar, pois ele achava que tinha invadido muito a privacidade dela por enquanto. Ela não queria lhe fazer perguntas pessoais pois assim daria a entender que estava fuçando a vida dele, e no momento tentava entender o que estava acontecendo com ela afinal que não podia chegar perto desse homem que já passava mal, e quanto mais eles se conheciam, mais ela sentia essa sensação de ser puxada para ele. Mark ainda não podia acreditar que depois de muito tempo estariam ali frente a frente depois de tudo o que passaram na vida, era como se o destino os colocassem de novo juntos para poderem resolver assuntos que ficaram pendentes no passado e que só eles pudessem resolver. Mark levantou para fazer o café e logo já estava servindo uma fumegante xícara para ela, sentou de volta e tomaram o café em silêncio que só foi quebrado pelo som do celular de Mark que chamava.  Fala Alan... disse Mark ao ver o nome do amigo na bina.  Onde você se meteu chefe? Falou Alan.  Como assim onde me meti? Eu estou em casa, você não achou meu bilhete lá na delegacia?  Ah eu não fui para lá, eu estou em um bar aqui perto de casa. E adivinha só quem está aqui tomando um drinque?  Pela sua voz deve ser o nosso amigo, acertei? Perguntou ele ficando tenso.  Como sempre, respondeu Alan.  Ele está sozinho?  Ele estava, mas agora chegou um rapaz mal encarado e já faz meia hora que estão conversando.


 Me faz um favor sim? Pediu Mark. Vê se você consegue guardar a fisionomia do mal encarado para depois a gente fazer um retrato falado para saber de quem se trata ok?  Pode ficar sossegado que eu já estou fazendo isso.  Valeu cara, a gente se vê amanhã na delegacia! E Alan, falou Mark. Tenha muito cuidado.  Pode deixar chefe, boa noite.  Boa noite, disse Mark desligando o telefone e olhando para Rachel.  Pela sua cara, você só podia estar falando daquele patife... acertei? Perguntou ela.  Sim, você acertou. Voltaram a ficar em silêncio, cada um perdido em seus pensamentos, até que Mark disse:  Olha eu não sei quanto a você, mas eu estou exausto. Então eu vou tomar um banho e tentar descansar um pouco...você deveria fazer o mesmo, disse ele.  Eu também farei isso pois também estou cansada, mas pode tomar seu banho a vontade que eu espero. Disse ela evitando olhar para ele. Mark fez que sim com a cabeça e tratou de ir logo para seu banho antes que fizesse uma besteira, pois à vontade que tinha era de pegá-la nos braços e leva-la para tomar banho junto com ele. Girou nos calcanhares rumo ao banho frio. Quando foi a vez de Rachel tomar seu banho ela pode notar que se sentia muito bem ali, era como se já estivesse ali há algum tempo. Que estranho, pois levou algum tempo para se sentir bem em sua casa, mas ali se sentia protegida de um jeito que jamais sentiu. Talvez fosse porque Mark era um policial ela sentia essa proteção toda... Mark estava correndo por uma mata tentando localizar de onde vinha o grito de terror que chamavam por socorro. Ele parou por um instante... pois estava muito cansado, a respiração estava difícil, “é melhor eu parar de fumar” pensou ele ofegante. Mais uma vez ecoou um grito! Mas agora era pelo seu nome que chamavam, saiu desesperado sentindo os galhos das árvores batendo em seu rosto como chicotadas, mas por mais que corria, não conseguia achar o caminho certo...até que finalmente acordou com um grito atravessado na garganta.

Quando deu por si estava sentado em sua cama todo suado sentindo uma dor horrível no rosto, ainda podia ouvir os gritos mesmo estando acordado. “Rachel”, pensou correndo desesperado para seu quarto. Ao chegar no quarto em que ela estava, pode notar que ela estava tendo um pesadelo. Gritando e se debatendo na cama, ele a tomou pelos braços falando palavras gentis tentando tira-la daquele sofrimento.  Rachel, falava baixinho. Calma, eu estou aqui...é apenas um pesadelo. Mas nada, ela continuava a se debater e gritar por socorro, aquilo fazia com que Mark se sentisse mais culpado ainda por não tê-la protegido mais cedo.  Por favor Rachel acorde...falava ele passando as mãos pelos seus cabelos. Eu estou aqui, você nunca mais estará sozinha...Calma que eu vou te proteger... Aos poucos ela foi ficando mais calma, sua respiração voltava ao normal e logo depois ela já estava dormindo de novo. Mark estava colocando ela de volta na cama, quando ela acordou assustada e se encolheu na cama.  Calma, disse ele. Você estava tendo um pesadelo.  Ah, meu Deus...De novo? Disse ela revirando os olhos.  Então quer dizer que essa não é a primeira vez?  Infelizmente não. Falou ela triste olhando para ele intrigada.  O que foi? Perguntou ele.  É que seu rosto está sangrando, falou ela chegando perto dele.  Está? Disse ele.  Sim, bem aqui. Falou ela chegando mais perto.  Eu não estou sentindo nada, falou ele evitando olhar para seu corpo, pois a camisola que ela vestia não escondia quase nada do seu corpo fazendo ele sentir dificuldade em respirar.  Espere que vou pegar um pedaço de papel, falou ela saindo. Mark sentiu que deveria sair dali, mas algo o impedia. Então tentou se concentrar em seu pesadelo. Estranho eles estarem tendo pesadelos na mesma noite. Mas o dela pelo jeito foi bem mais feio que o dele, pois estava muito agitada.


Rachel entrou trazendo um pedaço de papel para limpar o ferimento. Ela sentou na cama fazendo ele agora se encolher para não relar nela, se não perderia todo o resto de controle que ainda tinha. Rachel o olhava fixamente, Mark podia sentir sua respiração em seu rosto. Tentou mudar o rumo de seu olhar mas ela o puxou de volta fazendo com que ficassem mais próximos ainda. Mark deixou seus olhos darem uma “geral” nela, boca macia, seios fartos, cintura e pernas que estavam roçando nas suas numa doce tortura. Rachel parou de limpar o rosto dele ao perceber o caminho que seus olhos tomavam, sendo assim aproveitou e resolveu tirar uma “casquinha” também. Ele estava só com a parte de baixo do pijama! Ombros largos, peito musculoso com vários fios de cabelos da mesma cor dos cabelos que entravam dentro de seu pijama deixando ela com uma vontade louca de descobrir até onde eles iriam. E um par de pernas cabeludas que roçavam nas suas fazendo ela encostar mais nelas para sentir a maciez daqueles pelos. Parecem até que tinham combinados, pois ao mesmo tempo em que Mark voltava seu olhar para o rosto dela ele notou que ela fazia o mesmo! Então não agüentando mais aquela tortura, pegou seu rosto entre suas mãos e a beijou com fervor fazendo ela soltar um pequeno gemido. Rachel passou seus braços pelo pescoço dele e o puxou para mais junto de si, não conseguia resistir a ele, seu corpo todo chamava por ele. Era como se ele tivesse o poder de alimentar sua alma sofrida. O resto do controle que ainda restava para Mark se perdeu em meio aos beijos e abraços que ambos trocavam. Não demorou muito para que as mínimas roupas que eles vestiam fossem atiradas ao chão. Mark sentia um desejo quase de urgência de fazer amor com ela, era como se estivesse sempre esperando por aquilo, era o mesmo que tivesse sede e só ela seria capaz de saciar sua sede por ela. Com carinho a empurrou para cama deitando em cima dela, queria acabar com aquela tortura que lhe invadia a alma de uma vez, pois não estava mais nem conseguindo raciocinar direito. Quando já estava na posição de possuí-la, sentiu que foi empurrado para trás, de leve, mas pode notar que ela não estava mais com tanta vontade assim de fazer amor com ele. Olhou para ela quase suplicando, mas não teve jeito, ela já estava se levantando e saindo do quarto deixando-o sem qualquer

tipo de reação. Será que essa mulher é doida? Pensou ele. Como ela podia fazer ele subir pelas paredes e depois sem dizer nada o deixar sentado ali sem ao menos lhe dar uma explicação? Cabisbaixo foi até o banheiro tomar mais um banho frio, acabou o banho, se vestiu e saiu. Rachel não sabia o que tinha acontecido, como pôde deixar que ele chegasse tão perto assim dela? Como ela iria encará-lo depois daquilo? Como iria lhe explicar que já fazia muito tempo que nem um homem chegava tão perto assim? “Burra, burra” pensava. Mark ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido, será que ele foi com muita sede ao pote? Tratou de tirar aqueles pensamentos da cabeça...mas como? Ainda podia sentir o sabor de seus beijos em sua boca, a maciez de sua pele em seu corpo...levantou e foi tomar um pouco de café. Ainda eram seis horas da manhã e ele já estava na delegacia “tentando” trabalhar. Teria que protege-la de qualquer jeito de Alex, mas quem o protegeria dela? Acendeu um cigarro e voltou para sua mesa para tentar espairecer um pouco, foi salvo por Alan que já chegava lhe dando bom dia.  E aí como foi lá ontem? Quis saber Mark.  Tudo muito bem, respondeu Alan. Eu não vejo a hora de fazer o retrato falado daquele sujeito e descobrirmos quem ele é. Falava ele animado.  Você vai ter de esperar um pouco porque eu acho que o rapaz que faz o retrato falado ainda não chegou, falou Mark tomando seu café calmamente. Quem o via assim tão calmo jamais imaginaria que por dentro ele estava quase explodindo de frustração por ter sido rejeitado daquela maneira. “Até parecia brincadeira, mas ele tinha conseguido ser rejeitado duas vezes pela mesma mulher”. Pois de agora em diante daria um jeito de nunca mais chegar perto dela, nem que para isso tivesse que dormir na delegacia. “Mas e aí, quem iria protege-la”? Pensou ele amargurado. “Mas ninguém sabia que ela estava no apartamento dele, e além do mais, por enquanto ela não estava correndo perigo”! Ainda! O restante do dia Mark mergulhou de cabeça no trabalho, logo no final da tarde resolveu dar uma ligada em seu apartamento


para ver se estava tudo bem, mas desistiu assim que escutou o primeiro toque. Rachel ouviu o telefone tocar e ficou em dúvida. Atendia ou não? Mas não pensou muito sobre isso porque o telefone parou de tocar logo no primeiro toque. Ficou a tarde toda andando de um lado para outro, sem nada para fazer, resolveu sair um pouco para espairecer. Mark chegou exausto, assim que entrou no apartamento notou que Rachel não estava. Sentiu um alívio mas ao mesmo tempo ficou apreensivo por não saber onde ela estava e só naquele momento lembrou que não tinha um número de celular dela para ligar em caso de alguma emergência. O jeito foi ter que ficar esperando por alguma notícia seja ela boa ou ruim. Quando Rachel chegou, mal colocou a chave na fechadura e a porta se abriu fazendo ela levar um susto. Mark estava diante dela com uma cara de poucos amigos, olhando para ela perguntou:  Mas onde foi que você se meteu? Perguntou visivelmente raivoso.  Eu saí para dar uma volta, porque? Falou ela passando por ele e entrando no apartamento.  Você não podia ao menos ter deixado um bilhete? Disse ele fechando a porta.  Para que? Disse com desdém. Por acaso você tem que saber todos os meus passos?  Sim, eu tenho sim.  Mas para que você quer saber?  Para eu poder te proteger está lembrada?  Pois para mim não parece.  O que você está querendo dizer com isso?  Nada. deixa pra lá Mark. Falou ela já ficando irritada.  Deixo nada, disse ele. O que você quis dizer com isso? Disse ele a pegando pelo braço. Mark notou que ela o olhava assustada e então tentou se acalmar.  É que eu fiquei preocupado, disse soltando seu braço.  Mas não parece, porque você nem apareceu na hora do almoço e nem mesmo ligou para saber como eu estava. Desabafou ela evitando olhar para ele.

Mark suspirou fundo. “Isso está ficando mais difícil do que ele podia imaginar”.  Me desculpe mas vida de policial é assim mesmo, ás vezes não temos tempo nem de almoçar. Disse disfarçando. O que ele havia dito era em “parte” verdade, mas ele tinha tido um tempo para ir embora, só que preferiu não ir.  Tudo bem, eu estou reclamando a toa, disse ela. E além do mais estou acostumada a ficar sozinha. Mark observava enquanto ela tirava algumas coisas de dentro de uma sacola, pelo jeito tinha ido ás compras.  Rachel você não pode ficar saindo daqui assim, se não, daqui a pouco saberão onde te encontrar.  Mas eu tinha que comprar algumas coisas e já que você não apareceu, tive que ir eu mesma. Falou se defendendo.  Me desculpe por isso também, eu devia ter feito compras.  Como eu disse antes, está tudo bem.  Eu vou deixar o número do meu celular perto do telefone, se caso você precisar de mim é só me ligar.  Ok. Respondeu seca.  Você pode por favor me dar o seu número no caso de precisar falar com você? Perguntou.  Claro. Falou ela sem nem mesmo olhar para ele. Pegou uma caneta e marcou em um pedaço de papel deixando sobre a mesa. Mark pegou o telefone guardou no bolso e foi tomar banho, pois pretendia sair aquela noite. Quando entrou na sala ela o olhou surpresa.  Você vai sair? Perguntou ela.  Sim, respondeu sem encarála. Não tinha muito costume de sair á noite, mas só de imaginar ficar em casa á noite ao lado de Rachel sem poder toca-la...e ainda mais que nem um dos dois haviam tocado naquele assunto que ficou inacabado. Sendo assim preferiu sair um pouco e esfriar a cabeça, tomaria algo bem forte para que pudesse chegar em casa e caísse na cama de “cansaço ou bêbado”.  Rachel olhou para a porta se fechando, nunca em toda sua vida havia se sentido tão abandonada dessa maneira. Mark tinha esse


poder sobre ela, entre eles não precisava de palavras para ela saber como ele estava se sentindo, afinal ela basicamente o “expulsou” de sua cama depois de quase deixá-lo louco de desejo. Queria conversar com ele sobre aquilo mas não conseguia nem encará-lo. Voltou sua atenção para a tv, pois estava tentando acompanhar o canal de economia para se atualizar. Já era tarde quando Rachel acordou, percebeu que havia dormido no sofá com a tv ligada. Desligou e foi direto para seu quarto, mas antes deu uma pequena espiada no quarto de Mark e descobriu que ele ainda não havia chegado. Desolada foi para seu quarto e antes que entrasse escutou um barulho vindo da sala. Ficou paralisada de medo, não sabia se ficava ali ou se ia ver quem era. “Deve ser Mark voltando de sua noitada” pensou ela! Mas e se não fosse ele? Sentiu o coração gelar, assim resolveu ir bem devagar para uma espiada, mas como estava escuro não conseguia ver nada. Foi apalpando os móveis para tentar se localizar até que sentiu alguém a pegar pelos ombros! Deu um grito no escuro, se virou e correu para a direção de onde tinha vindo quando soltou um outro grito ao tropeçar em alguma coisa que a fez sentir uma dor dos infernos levando ela ao chão. Os olhos arderam ao sentir a luz que alguém havia acendido lhe queimar os olhos, fechou os olhos por um momento ficando no chão e aos poucos foi abrindo devagar para se acostumar com a claridade. Ficou uma fera ao ver que Mark a olhava sem ao menos lhe ajudar a levantar.  Tinha que ser você não é mesmo? Falou brava.  Você devia dar graças a Deus por ser eu quem está aqui agora, você não acha? Perguntou ele sorrindo.  Não eu não acho, pois toda às vezes que eu te encontro algo ruim acontece comigo. Antes de ter acabado de falar, pode ver como o semblante de Mark tinha ficado tenso, pensou em se desculpar mas viu que já era tarde demais. Mark olhava decepcionado para Rachel, “então era isso” pensou ele. Ela o culpava por tudo o que havia acontecido a ela naquela noite. Ele então a pegou no colo e gentilmente a levou para o sofá, abaixou para ver onde ela havia machucado e constatando que havia uma marca roxeada em sua perna, foi até a cozinha pegar um pouco de gelo para por no local. Mark estava desapontado com ela e com ele também, afinal ela até que tinha uma certa

razão pois todas as vezes que se encontraram, ela sempre levou a pior. Tinha que resolver aquele caso o mais rápido possível e sumir de uma vez por todas da vida dela. Voltou a sala trazendo um pano com algumas pedras de gelo para colocar na perna de Rachel, pegou sua perna e a esticou de forma que pudesse equilibrar o pano na região do machucado. Rachel se sentiu estremecer, não pelo frio do gelo, mas pelo toque das mãos de Mark em sua perna! Fechou os olhos e respirou fundo por um instante para poder se controlar.  O que você estava tentando fazer quando eu cheguei? Disse ele.  Como assim? Disse ela abrindo os olhos. Eu não entendi.  Porque você estava escondida na escuridão quando eu cheguei?  Eu não estava escondida, eu escutei um barulho e resolvi dar uma espiada para ver quem era. Defendeu-se ela.  E você não deduziu que podia ser eu já que moro aqui? Perguntou sarcástico.  Sim e não! Falou ela . Sim eu achei que poderia ser você, mas e se não fosse? Já imaginou o que eu iria fazer sendo que você me deixou sozinha? Disse ela sentindo lágrimas em seus olhos. Mark ficou sem jeito ao pensar em suas palavras, ela devia ter ficado desesperada. Abaixou a cabeça e continuou a segurar o pano em cima de seu machucado.  Desculpe-me, disse ele. Eu não devia ter deixado você sozinha, pode deixar que isso não irá acontecer mais.  Tudo bem Mark, eu só fiquei um pouco assustada.  Não você está certa, eu não devia ter te deixada aqui sozinha. Falou encarando ela.  Sabe. Eu já estou acostumada a ficar sozinha, mas eu não sei o que está acontecendo que de uns tempos para cá estou ficando assustada a toa. Mark não falou nada, só ficou observando enquanto ela desabafava.  Eu também tenho que lhe pedir desculpas, pois você tem sua vida particular e não pode tomar conta de mim vinte quatro horas por dia não é? Falou ela olhando para ele.


 Eu errei Rachel, não devia ter te deixado sozinha. E se você estivesse com razão e fosse o Alex e não eu que tivesse entrado aqui? Eu nunca iria me perdoar por mais uma coisa que acontecesse com você sem que eu pudesse impedir. Afinal eu já falhei uma vez não é mesmo? Disse ele se levantando e indo para a cozinha.  Mas Mark...ela queria lhe dizer que aquilo não foi culpa dele, mas não deu tempo pois ele já havia saído da sala. Foi mancando até a cozinha atrás dele e se sentou ao perceber que sua perna doía muito.  Eu preciso falar com você! Falou ela fazendo uma careta.  Pode falar. Disse ele se virando.  Você não pode se culpar pelo que me aconteceu no passado, afinal você até que tentou me ajudar, então a culpada de tudo isso sou eu e não você.  Eu não penso assim e além do mais, você deixou bem claro que todas as vezes que nos encontramos algo de ruim lhe acontece. Então acho melhor dar um jeito de acabar logo essa investigação para que eu possa sair de seu caminho antes que mais “alguma coisa ruim” lhe aconteça. Dizendo isso foi para seu quarto. Rachel respirou fundo e pode constatar que ele havia interpretado mal suas palavras, mas achou melhor conversar com ele num outro dia quando ele estivesse mais calmo. Levantou e foi para seu quarto tentar dormir um pouco e dormiu quase de imediato. Quando amanheceu, Rachel sentiu um cheiro delicioso de café fresco. Levantou-se, tomou um banho e foi seguindo aquele cheirinho gostoso de café. Chegando na cozinha pode notar que Mark estava preparando o café da manhã, ele estava de avental e com uma espátula na mão. Quando se virou a brindou com um sorriso nos lábios que a deixou desconcertada! Afinal onde estava aquela tensão toda da noite anterior? Deu de ombros e resolveu aproveitar aquele momento de descontração.  Espero que esteja com fome, informou ele puxando uma cadeira para ela.  Para ser sincera eu não sou muito de comer de manhã não, mas devo confessar que o cheiro está

delicioso. Falou com os olhos brilhando. Já estavam se preparando para comer, quando ouviram o som da campainha. Mark notou que ela ficou assustada e falou calmamente:  Calma! É que temos um convidado para o nosso café da manhã, disse ele se levantando para abrir a porta. Quando ia se levantar entrou na cozinha o parceiro de Mark que a brindou com um sorriso:  Bom dia, disse Alan á Rachel.  Bom dia, respondeu Rachel.  Hum, mas que maravilha chefe. Isso tudo é só por minha causa? Perguntou provocando Mark.  Sim, pelo menos eu sei que hoje você irá trabalhar saudável.  Há,há você é muito engraçado, até parece que eu não sou saudável. Você acha que minha aparência não é saudável? Perguntou Alan olhando para Rachel  Eu não estou entendendo nada, falou Rachel olhando para eles. Os dois deram risada e resolveram explicar:  È que Mark acha que eu só vivo comendo porcaria. Defendeu-se Alan.  Acho não, eu tenho certeza, falou Mark rindo.  Só porque eu como um lanche ao invés de café da manhã com torradas e pãezinhos, ele acha que isso é porcaria. Rachel sorriu ao ouvir a conversa dos dois, e lembrou de uma conversa que teve uma vez com seu irmão quando mais uma vez ele teve que socorre-la de mais um que a estava dando em cima dela. Ela lembra que falou:  Vamos chamar a polícia, disse ela.  Pra que? Os policiais só sabem ficar comendo doces e lanches o dia inteiro, é por isso que não agüentam correr atrás de bandidos. Respondeu Eric fazendo ela rir muito na época. Voltando a realidade, agora ela não podia deixar de concordar com o irmão. Vendo que Rachel sorria, Mark resolveu falar:  Viu só? Até Rachel concorda comigo.  Como? Falou Rachel sem entender.


 Eu disse que você concorda comigo, pois estava sorrindo.  Eu concordo com o meu irmão, respondeu ela fazendo um olhar para o outro sem entenderem nada. Então resolveu explicar:  È que uma vez eu estava conversando com meu irmão sobre a possibilidade de chamarmos a polícia por causa de um incidente que tivemos e ele me falou que policial só sabia ficar comendo lanche ou doces o dia inteiro e por isso não conseguiam correr atrás de bandidos. Ao ver a cara que eles fizeram ela não pode deixar de soltar uma gostosa gargalhada como há muito tempo não fazia. Mark e Alan ficaram olhando um para o outro e depois se juntaram á ela. Os três riram muito, até que ainda enxugando as lágrimas Mark falou:  Viu o que dizem por aí sobre nós? E tudo por sua causa que vive engordando com esses lanches fora de hora e não consegue correr atrás de ninguém.  Ah, mas eu não estou gordo coisa nem uma, defendeu-se Alan. E muito menos perdi algum bandido.  Por enquanto, disse Mark sorrindo. Bom, vamos comer enquanto está quente. E assim os três atacaram o pequeno banquete que Mark havia preparado. Logo depois já estavam saindo para a delegacia deixando Rachel sozinha que se encarregou de lavar a louça. Depois que terminou todo o serviço ela resolveu ligar para sua amiga Michele, pois ela devia estar preocupada com a falta de notícias e também Rachel estava sentindo falta de alguém com quem conversar.  Alô, Michele? Tudo bem? È a Rachel.  Rachel? Até que enfim voltou de viagem hem? E aí, correu tudo bem? Quis saber a amiga.  Sim, foi tudo bem.  Que tal nós almoçarmos hoje juntas hoje?  Eu acho ótimo e aonde nós vamos?  Pode ser naquele restaurante perto do seu escritório mesmo. Rachel pensou por alguns minutos, não seria boa idéia almoçar perto do escritório pois havia dito que estava viajando e não seria bom se alguém a visse por ali.

 Será que podemos almoçar em outro restaurante? Perguntou Rachel.  Mas é claro que sim. Depois de planejarem onde iriam almoçar, Rachel deu uma ajeitada no seu quarto e tomou um banho revigorante. Pensou se devia ligar para Mark e lhe avisar que iria almoçar fora, saiu do banho e fez a ligação:  Mark? Sou eu Rachel.  Está tudo bem? Perguntou preocupado.  Sim, está sim. Eu só estou te ligando para lhe avisar que irei almoçar fora hoje.  Almoçar fora? Sozinha?  Não, eu vou me encontrar com a minha amiga Michele.  E aonde vocês vão?  Vamos em um restaurante chamado Peperoni, você conhece?  Sim.  Bom era só isso, deixa eu desligar pois você tem que trabalhar bastante para perder toda a caloria que comeu hoje. Provocou ela.  Pois eu sinto te informar que estou em uma ótima forma, sabia? Nossa e como ela sabia que ele estava em forma. Lembrou-se da noite em que quase fizeram amor! Ainda podia sentir o calor do corpo másculo em contato com o seu, seus beijos que quase a levaram a loucura... - Rachel você ainda está aí?  Bem, eu preciso ir...falou ela embaraçosa.  Você está bem? Perguntou ele.  Sim, estou sim.  Tudo bem então...e bom almoço. Desejou ele.  Obrigada. Já ia desligando o telefone quando escutou ele falar:  Rachel?  Sim, respondeu ela.  Obrigado por você ter me ligado para avisar. Disse ele gentil.  Sou eu quem tem que te agradecer por estar me protegendo. Significa muito para mim.  Para mim também. Ficaram alguns minutos sem falarem nada, até que ela resolveu dizer:  Onde você costuma almoçar?  Bom, quando da tempo eu geralmente almoço em alguns


restaurantes aqui por perto, mas para ser sincero eu iria almoçar em casa com você hoje. Ao escutar isso Rachel sentiu um aperto no coração.  Desculpe-me, mas eu achei que ficaria sozinha aqui de novo então liguei para Michele e resolvemos almoçar fora. Disse meio desolada.  Não tem problema Rachel, eu devia ter te avisado antes!  Mas porque você não vem almoçar conosco? Perguntou Rachel com a respiração em suspense.  Você tem certeza que não vou atrapalhar?  Claro...quero dizer não, você não vai atrapalhar. Disse ela se enrolando toda fazendo ele sorrir.  Então está bem, á que horas vocês marcaram? Perguntou ele olhando no relógio.  Onze horas. Respondeu ela.  Ok então até as onze.  Até, respondeu desligando o telefone. “Droga o que tinha dado nela afinal”? Pensou Rachel olhando para o telefone! Mas agora já era tarde demais. Mas ao mesmo tempo ela estava contente em ver que o “gelo” que ele estava dando nela pelo jeito já tinha derretido, pois ele mesmo disse que pretendia almoçar com ela. Assim que chegou no restaurante Rachel notou que Michele já havia chegado, então foi até a mesa onde a amiga estava e lhe deu um forte abraço.  Ah, que saudade Rachel, disse Michele.  Eu também senti sua falta, falou Rachel com sinceridade.  Vamos fazer o pedido agora ou vamos papear um pouquinho antes? Perguntou Michele.  Ah, será que podíamos esperar mais um pouco, disse olhando no relógio.  Algum problema Rachel?  Não! disse ela. Não é bem um problema, mas é que sem querer eu chamei uma pessoa para vir almoçar conosco. Falou Rachel cabisbaixa. Michele no começo não havia entendido direito, mas ao notar que Rachel estava vermelha ela logo entendeu o significado daquelas palavras. Então sorrindo ela disse:

 Essa eu não entendi, como a gente chama uma pessoa sem querer para um almoço? Falou Michele rindo da amiga.  Ah Michele! Minha vida tem sido tão tumultuada que você nem imagina. Disse Rachel passando as mãos pelos cabelos.  E por acaso quem está tulmutuando é um belo rapaz moreno que está entrando no restaurante agora e não tira o olhar de você? Falou Michele sorrindo fazendo Rachel ficar mais vermelha ainda. Rachel nem olhou para trás para saber de quem se tratava, ela podia sentir ele dali da porta mesmo. Olhou para Michele com um olhar de “me ajuda” , que Michele fingiu que não via. Assim que parou na porta do restaurante Mark sentiu a presença de Rachel, ela estava de costas para ele conversando com uma mulher na mesa. Fixou seus olhos nela e entrou no restaurante indo direto para a mesa.  Bom dia para vocês, disse Mark animado.  Bom dia, responderam as duas juntas. Mark ficou ali em pé parado junto à mesa olhando para Rachel como se nunca há tivesse visto antes. E Rachel a mesma coisa, não falava nada só fitando ele. Michele olhava de um para o outro se divertindo com a cena. “Estão caidinhos um pelo outro” pensou sorrindo. Vendo que se ela não fizesse nada eles não almoçariam tão cedo, Michele resolveu agir.  Pode sentar que não paga nada, falou olhando para Mark. Olhando para Michele Mark respondeu:  Ah sim, obrigado. Disse se sentando. Vocês já fizeram algum pedido? Perguntou olhando para Rachel e depois para Michele.  Não, ainda não. Respondeu Michele. Enquanto Mark olhava o cardápio, Michele mandou um sinal de aprovação para Rachel. Notando que tinha instalado um silêncio constrangedor na mesa, Mark resolveu dizer: Muito prazer, eu me chamo Mark. Disse ele estendendo a mão para Michele.  O prazer é meu Mark, o meu nome é Michele. Respondeu ela.  Gente me desculpe, acho que esqueci de apresentar vocês...falou Rachel desconcertada. Já estava


achando que tinha sido uma má idéia tê-lo convidado para almoçar com elas. Os dois caíram na risada ao ver a cara que Rachel fazia, e aos poucos ela também foi se soltando e até riu um pouco daquela situação. Ao contrário do que achava, até que o almoço transcorreu bem. Rachel se divertiu muito com as histórias que Mark contou de quando ele ainda era um aspirante a agente. Aos poucos Rachel foi descobrindo mais da vida dele e apesar de Michele estar ali com eles, Rachel sentiu que ele estava falando aquilo só para ela. Era como um desabafo de sua vida. Logo Mark teve que ir, pois recebeu um telefonema e pela sua fisionomia era uma coisa muito importante fazendo ele sair apressado do restaurante. Assim que ele saiu, Michele soltou um assobio, fazendo Rachel rir muito da amiga. Era bom ver que ela não havia mudado.  Onde foi que você encontrou essa peça rara? Perguntou Michele.  Você nem imagina, minha amiga. Respondeu fazendo ar de mistério.  Ah, mas você vai me contar tudo desde o começo...vamos pode começar a falar. Insistiu Michele. Rachel olhava para a amiga e se perguntava se ela iria entender o rumo que havia traçado para sua vida, então resolveu que não contaria nada sobre seu plano de colocar Alex atrás das grades.  Você também não se lembrou dele não é?  Não! Porque? O que você está querendo dizer com isso? Por acaso eu já o tinha visto antes? Perguntava ela afobada.  Sim, respondeu Rachel sorrindo. Ele estudou conosco na mesma escola, só que era de outra turma e muito diferente naquela época.  Ele estudou conosco? Puxa vida, mas que mundo pequeno em?  É, muito pequeno mesmo...falou ela pensativa.  Mas como foi que conheceu ele?  Um dia ele apareceu lá na empresa e daí começamos a jogar conversa fora, você sabe uma coisa leva a outra...e aqui estamos. Ela não gostava de mentir para a amiga, mas não gostaria de envolve-la naquela situação.

 Nossa eu realmente estou impressionada, disse Michele. Olhando no relógio Rachel se assustou com o horário, decidiu que já era hora de ir embora, pois Mark há havia orientado de que não ficasse muito tempo fora.  Bom, eu tenho que ir andando. Mas vamos nos encontrar mais vezes está bem?  Sim, é claro que sim. Você bem que podia ir jantar em casa num dia desses, o que você acha?  Eu adoraria, mas terei que sair de viagem de novo. Disse ela mentindo de novo.  Mas de novo? Exclamou Michele.  Fazer o que? Infelizmente sou eu quem compra a maioria das peças para as lojas, e por isso tenho sempre que estar viajando. Mas não fica chateada que logo vamos ter mais tempo para estarmos juntas ok?  Ok, disse a amiga. Mark chegou a delegacia e foi direto para sua sala onde Alan o aguardava com alguns papéis nas mãos. Quando viu Mak, ele se levantou e disse:  Ainda bem que você chegou.  O que você tem para mim Alan?  Eu passei as características daquele sujeito que estava falando com o Alex para o desenhista e depois joguei no computador, e olha só o que eu descobri. Mark pegou os papéis e começou a folhear ficando com o semblante mais sério ao ler aquelas páginas.  Bom trabalho Alan. Disse ele recostando na cadeira. Pelo jeito nosso amigo está pretendendo fazer mais uma vítima, será que foi esse mesmo sujeito que matou os outros amigos dele? Perguntava Mark intrigado.  Isso eu não sei chefe! Mas uma coisa eu lhe digo, se o Alex chamou esse cara é porque já está bem perto ou descobriu quem está lhe mandando aqueles e-mails ameaçadores.  É, você está certo. Agora mais do que nunca teremos que proteger Rachel e dar um jeito de acabar com ele.  Quem diria que Rachel está por trás de tudo isso não? falou Alan.


 Ainda bem que pudemos descobrir primeiro que ele, se não, ela estaria em grandes apuros. Falou Mark escolhendo bem as palavras, pois não havia contado toda a história para Alan. Não que não confiasse nele, mas foi mais para preservar a imagem de Rachel e também só havia omitido a parte do estupro.  Mas eu ainda tenho uma dúvida chefe? Como vamos pegar o Alex se não temos nada contra ele? Afinal esse sujeito aí pode ter a ficha mais suja que pau de galinheiro, mas como vamos fazer para liga-lo á Alex? E se fizermos isso ele pode alegar que esse rapaz é um cliente dele.  É por isso que eu ainda não botei minhas mãos nele Alan! É realmente frustrante saber que ele está por trás disso e não poder fazer nada. Disse Mark passando as mãos pelos cabelos em sinal de cansaço.  E então o que vamos fazer?  Eu ainda não sei, mas temos que agir rápido antes que ele descubra toda verdade. Rachel chegou no apartamento e foi tomar um banho como sempre fazia, aliás desde que estava morando ali com Mark foram poucas ás vezes em que havia tomado banho fora de hora. Já era tarde quando Mark chegou, assim que abriu a porta sentiu um aroma delicioso que vinha da cozinha. Logo foi ao encontro de Rachel que estava entusiasmada em terminar o jantar. Assim que sentiu a presença de Mark na cozinha ela sentiu um arrepio pelo corpo, virou e notou que a olhava admirado.  Espero que esteja com fome, disse ela sorrindo.  Agora estou...falou ele olhando para ela de cima a baixo. Rachel sentiu-se corar com o comentário, mas resistiu da vontade que teve de correr para seus braços e sentir mais uma vez aqueles lábios sobre os seus.  Eu espero que sim, respondeu se virando para o fogão.  Eu vou tomar um banho e depois te ajudo com o jantar ok? Disse Mark saindo da cozinha. Rachel respirou fundo ao notar que ele havia se afastado, estava se tornando difícil resistir á ele. Só Deus sabe como ela queria se entregar àquela paixão que á estava deixando louca, mas seu corpo ainda não havia se

recuperado da dura lição que Alex tinha lhe dado. Por isso a necessidade de tomar vários banhos durante o dia, pois algumas vezes ainda podia sentir toda a sujeira daquela noite em seu corpo. Mark mais uma vez tentava aplacar com um banho frio o desejo que sentia cada vez que estava perto de Rachel, tinha prometido para si mesmo que não chegaria mais perto dela, pois não queria correr o risco de ser rejeitado de novo. Acabou logo banho e foi ajuda-la com o jantar, mas para sua surpresa quando chegou a cozinha o jantar já estava pronto. Mark se sentou a mesa e juntamente com Raquel aproveitou o delicioso jantar. Rachel notou que Mark estava muito quieto naquela noite, talvez estivesse cansado por estar trabalhando demais. Mas não! Algo lhe dizia que era muito mais do que aquilo e que no fundo ele estava preocupado com alguma coisa. Resolveu deixar esse assunto para mais tarde, não queria atrapalhar jantar pois fazia tanto tempo em que ela não jantava em casa assim com alguém! Ela realmente se sentia segura ali com Mark. Logo depois que acabaram de jantar Mark insistiu em ajudar a lavar a louça, mas ela acabou convencendo ele a ir descansar um pouco pois estava com cara de abatido. Sendo assim ele foi até a sala assistir um pouco de tv para tentar se distrair um pouco. Mas como ele iria conseguir se distrair quando sua cabeça doía de tanto pensar em como iria fazer para ligar Alex aqueles crimes bárbaros? E o que era pior, com que cara ele iria dar essa notícia para Rachel? Afinal ele jurou protegela e disse que dessa vez não deixaria ele escapar. Mas ele não tinha escolha, teria que deixa-la à par da situação. Raquel acabou de limpar toda a louça e se juntou a ele na sala. Sentou em uma poltrona e esticou as pernas para alcançar a mesinha central repousando elas ali para um descanso. Mark não pode deixar de seguir seus movimentos, afinal ela estava bem perto dele. “Mas que droga” pensou ele, estava parecendo um adolescente diante da primeira garota que conhecera. Já estava na hora de alerta-la sobre o andamento da investigação.  Rachel, disse ele sem encarala. Eu preciso falar com você. Rachel sentiu o coração bater mais rápido dentro do peito, olhou para ele e pode notar que o assunto era sério, parecia que ele não conseguia olhar para ela.


 Pode falar. Respondeu ela não deixando de olhar para ele. Quando Mark olhou para ela, Rachel pode notar que ele estava com um olhar de sofrimento. Era como se ele tivesse uma trágica notícia para lhe dar! Ao pensar nisso, sentiu um frio percorrer sua espinha de cima a baixo.  O que foi Mark? Falou ela séria. As notícias não são boas não é?  Não Rachel! Não são nada boas. Falava ele com agonia. Mark se levantou do sofá e ficou andando pela sala em busca de palavras que o pudessem ajuda-lo naquela triste missão que tinha pela frente. Ele já estava ficando cansado daquela vida! Não agüentava mais lidar com aquele tipo de gente como Alex, não gostava de ficar com as mãos “amarradas” sem poder fazer nada.  Mark você poderia por favor me falar logo o que está acontecendo? Pediu ela já começando a ficar nervosa. Ele finalmente parou de andar e olhou fixamente para ela, puxou uma poltrona perto da dela e se acomodou dizendo:  Olha Rachel, eu sei que prometi que cuidaria de você e vou cuidar. Falava ele receoso.  Mas quanto a colocar o Alex atrás das grades, eu acho que vai ser mais difícil do que eu imaginei.  Eu não estou entendendo.  Eu vou ser franco com você...explicou ele. Infelizmente eu não tenho nenhuma prova de que Alex esteja envolvido em todos esses crimes...  Mas como você não tem provas? Falava ela confusa. Eu sou sua prova viva de tudo o que ele aprontou na adolescência.  Eu sei disso Rachel, eu também estava lá você se lembra?  Então é mais um motivo para você coloca-lo na cadeia.  Mais é aí que está a questão! Dizia ele. Você não tem provas nenhuma de que ele fez tudo aquilo e além do mais, o pai dele tomou todas as medidas para não incriminarem o filho.  Você não pode estar certo Mark. Falava ela sem acreditar no que estava ouvindo.  Eu queria não estar Rachel, falou ele desolado. Mas infelizmente

perante a justiça, você não tem nada contra ele.  Mas e as mortes de seus comparsas?  Nós não temos provas alguma que possam ligar elas á ele. Agora quem andava de um lado para o outro era Rachel. Ela estava sentindo muito ódio naquele momento, sua vontade era de acabar ela mesma com aquele safado. Mark não agüentava vê-la sofrendo daquele jeito, estava se controlando da vontade que tinha de ir atrás do Alex e ele mesmo dar fim àquela situação.  Então o que você está me dizendo é que ele vai sair impune mais uma vez? Perguntava ela já alterada.  Olha Rachel, estou fazendo tudo o que está ao meu alcance para botar minhas mãos nele, mas como eu disse antes até agora eu não consegui provar nada. Eu sei que ele é culpado mas não posso fazer nada. Ela continuava a andar de um lado ao outro, tentando de alguma maneira achar uma solução. Mas nada, sua raiva era tanta que não conseguia nem pensar direito.  E agora Mark? Falou ela já derramando algumas lágrimas.  A única coisa que nos resta é que você continue escondida e vamos rezar para ele cometer algum vacilo, aí sim vamos joga-lo atrás das grades.  Ah! Então esse é seu brilhante plano. Eu tenho que ficar escondida enquanto aquele crápula anda solto por aí? Eu terei que passar o resto da minha vida escondida só porque você não tem provas concretas de que ele é um assassino? É isso?  Olha Rachel eu sei que isso tudo é muito duro, mas no momento essa é a nossa única opção.  Não! Essa é “sua” única opção, não minha. Disse ela balançando a cabeça.  Mas do que você está falando?  Eu estou falando que realmente eu não devia ter confiado em você. De agora em diante quem vai fazer alguma coisa sou eu, pois não vou deixar esse cafajeste sair impune mais uma vez nem que para isso eu mesma tenha que acabar com ele. Falou ela irritada.


 Rachel, eu já tentei todas as possibilidades e infelizmente você não pode fazer nada.  Aí é que você se engana porque se eu não conseguir fazer tudo dentro da lei então terei que fazer ao modo dele, ou seja, terei que sujar as minhas mãos para acabar com ele. Ao ouvir essas palavras Mark a olhou diretamente em seus olhos e pode constatar que ela realmente faria isso sem pestanejar.  Eu não posso deixar que você faça isso Rachel, disse ele chegando perto dela.  Não há nada que você possa fazer está lembrado? Disse ela sendo sarcástica.  Eu não acredito que você seria capaz de fazer uma coisa dessas, falou ele incrédulo.  Pois fique sabendo que eu farei qualquer coisa para coloca-lo atrás das grades. Disse ela desafiando ele.  Mas eu não posso permitir que você cometa um crime.  Por que não? Isso não tem nada a ver com você Mark! Aliás eu não sei porque deixei você tomar conta de tudo, pois a única coisa que você conseguiu até agora foi me trancafiar aqui na sua casa. Bradou ela furiosa com ele.  Eu estou fazendo o possível, mas tem que ser de acordo com a lei. Defendeu-se ele.  Vá pro inferno você e a sua lei! Explodiu ela. Onde é que estava essa tal de lei quando eu fui levada para aquela estrada e além de ser estuprada...ela já não conseguia segurar as lágrimas que agora corriam soltas pelo seu rosto...Eu ainda presenciei a morte de minha família? Falava ela entre soluços. Onde estava essa lei quando eu fui atingida por uma bala na cabeça que “graças a Deus” eu consegui sobreviver? Onde vocês estavam Mark? Gritava ela...Responda-me Mark, onde vocês estavam? Ficaram alguns minutos um olhando para o outro. Mark pode notar que ela estava totalmente revoltada, “mas também pudera” passar por tudo isso que ela passou e não poder fazer nada para vingar a morte de sua família, pensava Mark.

 Você acha que só você que sofreu nesses anos todos Rachel? Perguntou ele melancólico. Você acha que só você que tem sede de vingança? Você não sabe como isso tudo que aconteceu mudou minha vida para sempre, pois eu também tive uma grande perda no passado. Falava ele sentindo as lágrimas lhe queimar os olhos.  Acontece que logo depois daquela noite, surgiram vários boatos de que Alex seria um dos culpados de ter feito aquela barbaridade, então eu comecei a investigar por conta própria, pois eu não acreditava que você tinha saído da cidade assim sem mais nem menos. Até que um dia eu recebi um bilhete dizendo que se eu continuasse a fazer “perguntas” eu iria sofrer as conseqüências dos meus atos. Ele parou de falar ao sentir um ódio enorme tomar conta dele.  Na hora eu não dei muito crédito para aquilo porque estava decidido a revelar a todos que Alex era o verdadeiro culpado. Mas aí um dia quando eu voltava para casa me deparei com uma viatura da polícia em frente de casa. Ele fez uma pausa para se recuperar. Quando eu entrei, vi o corpo de meu padrasto caído no chão. Alguns policiais até que tentaram impedir que eu ficasse ali vendo aquilo, mas não conseguiram me fazer sair dali. Então me ajoelhei ao lado dele e chorei muito, como nunca havia chorado em toda a minha vida. Logo depois eu perguntei a um dos policiais o que havia acontecido e ele me disse que pelo jeito tinha sido uma tentativa de assalto e que pelo jeito o meu “pai”...Disse ele chorando ao pronunciar aquela palavra...Pelo jeito ele havia reagido e entrado em luta com o assaltante que depois que conseguiu domina-lo, o atingiu na cabeça com alguma coisa que até hoje ninguém conseguiu descobrir o que era. Na hora eu tive a certeza de que isso seria trabalho de Alex, então sem pensar muito fui até a casa dele para fazer com que confessasse...mas que erro o meu. Pois quando cheguei lá os seguranças do pai dele não me deixaram entrar, então fiquei lá parado e aí começou a chover mas eu nem ligava, a única coisa que importava para mim naquela hora


era ter minha vingança contra aquele miserável. Rachel ouvia tudo com muita atenção, até parecia que ela tinha estado lá, pois conforme ele ia falando ela podia sentir todo o sofrimento que ele havia passado e não se contendo deixou as lágrimas caírem livremente pelo seu rosto.  Eu me lembro que fiquei lá parado por um bom tempo na chuva, quando eu vi uma silhueta escondida na janela. Quando eu menos esperava Alex surgiu de trás das cortinas e eu juro para você que eu o vi “sorrindo”... eu até passei as mãos pelos olhos para ver se estava enxergando direito e pude constatar que realmente ele estava sorrindo. Falou ele balançando a cabeça como se estivesse vendo aquilo ali na sua frente.  E depois, o que você fez? Perguntou ela emocionada.  Depois, eu fui até a delegacia apresentar uma queixa contra ele, contei tudo ao delegado sobre o ocorrido e das minhas desconfianças sobre Alex, mas como eu não tinha prova nenhuma daquilo, simplesmente o caso foi encerrado como tentativa de assalto. Logo na primeira semana de aulas eu pude finalmente ter um pouco de minha vingança sobre Alex, pois eu fiquei escondido esperando ele chegar na escola aí eu esperai que o pai dele se afastasse e fui falar com ele, eu disse á ele:  Porque você fez aquilo com meu pai Alex?  Eu não fiz nada seu bastardo, defendeu-se ele saindo de perto de mim.  Eu tenho certeza que foi você, falei segurando ele pelo braço.  Olha! Disse ele voltando sua atenção para mim. Eu não sei o que aconteceu com aquele velho, mas uma coisa eu posso te garantir. Foi muita sorte você não estar lá se não você não estaria aqui agora me enchendo a paciência.  Então você confessa que foi você? Eu disse apertando seu braço.  E se foi? O que você vai fazer? Você não tem prova nenhuma disso, e eu acho melhor você me soltar antes que você se junte a ele também, falou ele sorrindo para mim como se fosse a coisa mais natural do mundo. E

quando dei por mim, eu já estava enchendo ele de porrada, naquela hora eu só conseguia pensar no meu pai, em você e sua família e quanto mais eu pensava nisso mais eu batia nele... E só parei porque os outros meninos me tiraram de cima dele se não, eu não sei se conseguiria parar de bater nele. Falou ele se sentando de volta na poltrona com as mãos no rosto. Depois daquilo é lógico que eu fui expulso da escola, então o delegado que era muito amigo do meu padrasto me deu alguns conselhos. Ele disse que por enquanto era para eu tentar esquecer daquilo tudo e tentar ser alguém na vida, e que depois mais tarde eu teria a minha vingança. Então eu disse a ele:  Então o senhor sabe que foi o Alex que fez isso não è? Perguntei curioso.  Eu suspeito, mas não posso fazer nada baseado em suspeitas.  Mas porque o senhor não investiga como eu fiz?  Porque o caso já foi encerrado Mark, e mesmo se eu quisesse fazer isso eles tem excelentes advogados que logo dariam um jeito de me tirar do caso. Falou ele alisando seu bigode.  Eu sei que é duro, mas não há nada que você possa fazer agora. Eu sinto muito meu filho.  Por isso que até hoje detesto advogado, depois daquele dia eu vendi a casa onde morávamos e com um pouco de dinheiro que tínha, me mudei para bem longe dali e assim que me surgiu uma oportunidade eu me ingressei na carreira de policial. E assim estou até hoje e como diz Alex “tentando dar uma de herói”. Falou ele olhando para ela pela primeira vez. Rachel não sabia o que dizer diante de tudo aquilo que tinha ouvido, e sem pensar muito no que fazia foi até ele e se ajoelhou na sua frente dizendo:  Desculpe-me Mark, eu jamais poderia imaginar que você sofreu tanto assim também por causa daquele cafajeste. Falou ela passando suas mãos pelos seus cabelos. Mark se sentia como uma criança novamente que precisava de apoio e sem


perceber a abraçou forte como se isso pudesse diminuir a dor que assolava sua alma. Rachel retribuiu o abraço, pois alguma coisa lhe dizia que ela era a única pessoa que sabia sobre aquilo. Sendo assim tentou passar todo carinho que sentia por ele naquele abraço. Ficaram algum tempo abraçados até que Mark se levantou e saiu da sala deixando-a sozinha. Mark foi até o banheiro lavar o rosto que estava todo molhado pelas lágrimas, ao se olhar no espelho pode constatar que era a primeira vez que tinha comentado isso com alguém. Passou mais uma vez as mãos pelo rosto esperando que a água pudesse levar toda sua tristeza que ele carregava consigo até pouco tempo atrás. Mais calmo ele resolveu voltar á sala a fim de tentar convencer Rachel a não seguir adiante com aquele plano de cometer um crime mesmo em se tratando daquele safado, não que ele não merecia, mas ele como um homem da lei não podia deixar ela fazer tal coisa. Assim que entrou na sala viu que Rachel estava sentada no sofá e resolveu puxar assunto.  Olha Rachel eu sei que você tem todos os motivos do mundo para querer fazer justiça, mas como você pode ver eu também tenho motivos para isso e mesmo estando do lado da lei estou de mãos amarradas. E acredite, eu mais do que ninguém gostaria de coloca-lo atrás das grades que é o que ele merece, mas por enquanto não posso fazer nada a não ser continuar a te proteger.  Agora eu estou te entendendo Mark! E mais uma vez eu tenho que lhe pedir desculpas, pois se naquela época você não tivesse tentado me proteger quem sabe agora o seu “pai“ ainda estaria vivo? Falou ela sentindo de novo as lágrimas em seus olhos. Eu realmente sinto muito pelo seu padrasto Mark.  Você não tem que se sentir culpada por isso Rachel, aliás foi eu quem mexeu com ele na época.  Mas você fez isso para mostrar quem ele realmente era e ainda é “um monstro”, disse entre dentes. Rachel não podia acreditar que podia existir uma pessoa tão ruim, mas de onde vinha tanto ódio assim? E agora Mark? Depois de saber

de tudo isso eu não posso deixar ele ficar ileso.  Mas você não entendeu nada do que eu te disse? Falou ela pegando ela pelos ombros.  Entendi sim, respondeu ela. È por isso mesmo que eu tenho que tomar uma atitude urgente contra ele.  Mas eu não te dei um bom exemplo do que ele é capaz de fazer? Eu perdi meu padrasto justamente por ter mexido com ele lembra?  Por isso mesmo que eu tenho que fazer alguma coisa.  Você não tem que fazer nada Rachel a não ser ficar escondida por enquanto.  Mas eu não vou fazer nada disso! Você tentou me defender uma vez, agora está na hora de eu fazer o mesmo por você. Falou ela tentando se soltar de suas mãos.  Você não pode com ele Rachel, por favor entenda isso. Pedia ele. Você sabe muito bem o que ele irá fazer se descobrir que você esta viva.  Sim eu sei, ele vai querer me matar. Mas se eu tiver que morrer para que ele vá para a cadeia então eu não vejo outra alternativa. Falou ela encarando ele. Ao ouvir tais palavras Mark a abraçou e disse:  E eu Rachel? Como é que eu fico nessa história? Eu não posso te perder também para ele. Rachel olhou para ele e pode notar que realmente ele estava com medo de perde-la. Então passou os braços pelo seu pescoço e disse:  Voce não vai me perder.  Espero que não, disse ele quase roçando seus lábios nos dela. Pelo bem dele espero que não. Rachel por sua vez encostou seus lábios nos dele fazendo ele soltar um leve gemido que a deixou inflamada de desejo. Em seguida entreabriu os lábios para receber aquela língua quente que logo começou uma leve exploração pela sua boca fazendo agora ela soltar um pequeno gemido. Mark ainda tentava se controlar com medo de ser rejeitado de novo, mas estava ficando cada vez mais difícil porque seu desejo por ela fazia ele reagir justamente ao contrário. Não agüentando mais, ele passou a explorar toda sua boca mas de forma mais


carinhosa, mais sensual pois ele não queria assustá-la de novo. Rachel não entendia a atitude de Mark, parecia que ele não estava gostando daquele beijo, pois a beijava devagar quando ela queria mais paixão.  Algum problema Mark? Perguntou ela se afastando um pouco dele. Mark a olhou tentando entender o que ela estava falando e então disse:  Problema algum, porque?  Porque parece que você não está gostando de me beijar, só isso. Falou ela meio envergonhada.  Pelo ao contrário, eu estou adorando beija-la. Dizendo isso a puxou para mais perto de si. Eu só não quero assusta-la de novo. Ao ouvir isso ela entendeu a sua atitude, ele estava com medo dela fugir dele de novo.  Pode ficar despreocupado que isso não vai acontecer hoje. Garantiu ela se deixando envolver. Isso era tudo o que Mark queria ouvir, pois ao terminar de ouvir aquelas palavras a tomou nos braços novamente e a beijou com sofreguidão fazendo ela se sentir ferver por dentro. Aos poucos ele foi tirando suas roupas, peça por peça fazendo ela arrepiar ao sentir o toque de cada roupa que passava pela sua pele rumo ao chão. Ela por sua vez tirou gentilmente sua camisa deixando a mostra o peito coberto de pelos densos onde ela enterrou as suas mãos fazendo ele ficar mais desejoso. E aos poucos foi abrindo seu zíper notando todo o desejo que aquele homem sentia por ela e finalmente viu onde os pelos densos descansavam. Ao vislumbrar aquela paisagem, ela deixou para trás o resto de controle que tinha e seu único pensamento era de se entregar para que ele saciasse seu desejo. Mark a levou para seu quarto e mal a colocou na cama já sentia o desejo de possuila com urgência, mas se conteve ao ver um olhar de confusão que havia em seu rosto.  Não se preocupe, eu vou devagar. Disse ele carinhoso.  É que faz tanto tempo, falou ela encabulada.  Não tem problema, disse ele ao perceber que pelo jeito era sua primeira experiência depois do estupro. Então começou a acaricia-la bem devagar com pequenos beijos por todo seu corpo, e aos poucos ela foi se soltando, se sentindo segura

de novo para recebe-lo dentro dela. Ela o puxou de volta para cima entrelaçando suas pernas em volta de sua cintura fazendo com que ele ficasse na posição de possuí-la. Aos poucos Mark foi penetrando aquele corpo que o deixava louco devagar mas ao mesmo tempo intenso, ele fazia com que ela aos poucos se juntasse a ele naquela doce aventura de amor. Rachel já não conseguia pensar em mais nada a não ser em dar e receber todo o carinho que pudesse para aquele homem que em seu íntimo ela tinha certeza que o amava. E sem conseguir se controlar mais, ela se entregou a ele como nunca imaginara que se entregaria assim a alguém. Mark estava se sentindo nas nuvens, pois sentia que Rachel o completava de uma forma como nenhuma outra mulher havia feito. Aos poucos as respirações foram voltando ao normal, Mark ainda dava pequenos beijos sem eu pescoço e quando se virou para olha-la ele ficou em choque, pois ela estava chorando. É lógico que ela tentou esconder o rosto dele mas não deu tempo.  Meu Deus! Disse ele já se preparando para sair de cima dela. Me desculpe Rachel. Eu te machuquei não foi? Falava ele entrando em desespero.  Não é nada disso, falou ela segurando ele com as pernas enquanto tentava enxugar as lágrimas. Você não me machucou Mark. Ela o olhava de forma carinhosa e sorrindo.  Então porque você está chorando? Perguntou ele confuso.  De felicidade. É que tudo foi tão maravilhoso que eu não pude resistir as lágrimas. Disse ela dando um beijo nele.  Você também achou? Perguntou ele lhe dando um longo beijo.  Sim, você foi perfeito.  Você também. Respondeu carinhoso. Ficaram os dois ali naquela posição um olhando para o outro como se não quisessem se separar nunca mais, até que o desejo voltou e Mark em pouco tempo a levou a loucura novamente. Logo depois já estavam dormindo um nos braços do outro. Mark tentou se virar na cama mas foi impedido por um corpo que estava junto ao seu, aos poucos cenas da noite anterior foram passando pela sua mente fazendo ele dar um longo suspiro de felicidade. Virou-se devagar


para não acorda-la, e ficou olhando enquanto ela dormia. Como ela era linda, mas do que ele podia se lembrar. Aos poucos ela foi abrindo os olhos como se percebesse que estava sendo observada, se deparou com Mark a olhando com carinho. Sorriu para ele e lhe deu um pequeno beijo nos lábios.  Bom dia, disse ela sorrindo.  Bom dia, respondeu ele lhe devolvendo o sorriso.  Que horas são agora? Mark virou para olhar no relógio e disse levantando da cama apressado:  Oito e meia, disse correndo para o banheiro mas voltou em seguida e com um sorriso maroto a convidou:  Eu vou tomar um banho, você não quer vir comigo? Disse a beijando de leve nos lábios.  Por acaso você está querendo me seduzir?  Porque? Por acaso está dando certo? Dizia ele descendo a cabeça para lhe beijar o corpo todo.  Sim, falou ela rouca.  Maravilha, falou ele a carregando para o chuveiro. Ela imaginou que fazer amor com ele na noite anterior tinha sido uma experiência única, mas estava enganada, pois nada poderia se comparar a fazer amor com ele no chuveiro. Mark era muito habilidoso com as mãos, e ainda mais quando elas estavam cheias de espumas. As carícias dele eram algo de outro mundo, ela nunca mais precisaria ir a clínica de massagem. Assim que os desejos foram saciados eles voltaram para o quarto, Mark se trocava apressado porque já estava atrasado para o trabalho e Rachel se divertia vendo ele brigar com as roupas.  Posso saber o motivo do riso? Falou ele enquanto colocava a calça.  Claro que sim, respondeu ela. Você está perecendo um adolescente que acabou de fazer amor com a namorada e tem que ir embora antes que o pai dela chegue. Mark terminou de se trocar e a pegou pelos ombros dizendo:  Realmente, com você eu me sinto um adolescente de novo sabia? E eu estou adorando isso. Falou ele a beijando profundamente. Rachel ficou maravilhada ao ouvir tais palavras e se entregou ao beijo com fervor.

 Deixa-me ir andando se não eu não vou conseguir sair daqui desse quarto hoje. E além do mais eu tenho que repor as minhas energias, pois você acabou comigo.  Ah, deixa de ser mole.... Ninguém mandou você me provocar, agora agüente as conseqüências. Disse ela fazendo um leve carinho em seu rosto.  Meu Deus! Eu criei um monstro, disse ele levantando as mãos para cima. Rachel caiu na risada ao vê-lo fazendo cara de desespero.  Agora é sério, vou indo antes que eu fique mais atrasado ainda.  Se você precisa mesmo ir, eu vou fazer o que? Disse provocando ele.  Não faz isso Rachel!  Não fazer o que? perguntou inocente.  Olhar-me desse jeito. Disse ele hipnotizado pela boca dela. E além do mais tenho muito que fazer, inclusive tentar achar um jeito de colocar uma certa pessoa na cadeia está lembrada?  Estraga prazer, disse ela ficando séria.  Olha! Tudo foi muito maravilhoso o aconteceu entre nós, mas infelizmente temos que voltar a realidade e tentar acabar de vez com esse problema que temos em comum, pois só assim poderemos seguir com nossas vidas.  Tudo bem, você está certo. Vai antes que se atrase mais. Você não vai trabalhar a noite toda, vai? Disse ela dando um risinho maroto.  Você não tem jeito mesmo não é? Disse ele a abraçando.  È que você me faz muito bem Mark. Disse ela.  Você também me faz muito bem. Respondeu ele. Até mais tarde.  Até, disse ela se despedindo. E assim Mark conseguiu sair de casa e foi direto para a delegacia, mas não conseguia esquecer os momentos que tinha passado ao lado de Rachel e podia sentir que estava totalmente apaixonado por ela. Quando Mark saiu Rachel se sentiu sozinha, mas começou a lembrar daqueles momentos mágicos que haviam passados juntos e toda aquela sensação de estar aos poucos foi desaparecendo como num passe de


mágica. Mas logo tratou de deixar aqueles pensamentos de lado e procurou se dedicar em como poderia ajudar Mark a colocar o Alex na cadeia. Ficou andando de um lado para outro na esperança de ter uma chance de ajuda-lo, foi quando de repente a imagem de seu irmão lhe veio na cabeça e quando menos esperava teve uma idéia que tinha certeza que Mark não iria gostar nem um pouco. Ficou pensando por um tempo sobre aquela idéia a fim de amadurece-la mais antes de falar alguma coisa para Mark. Ele poderia não gostar nada da idéia dela, mas alguma coisa lhe dizia que essa era a única chance que eles teriam de poderem finalmente colocar Alex em seu devido lugar. Mark chegou na delegacia e foi direto para sua sala onde Alan o aguardava com um sorriso nos lábios.  Boa tarde, disse ele sorrindo.  Aha, você é muito engraçado, respondeu Mark sentando á sua mesa.  Pelo jeito a noite foi boa não é?  Foi sim, como todas as outras, desconversou ele.  Até parece, respondeu Alan sorrindo. Com esse sorriso na cara?  Quem ouve você falar vai imaginar que eu não dou muita risada, ou que não sou feliz sabia?  Para falar a verdade ultimamente você não está lá essas coisas, ainda mais depois que pegou esse caso do Alex.  É que esse caso me trouxe velhas e amarguradas lembranças.  Mas nada como uma boa noite de sono para deixar a gente contente não é? Provocou Alex.  Não enche Alan, falou ele tentando disfarçar o riso.  Está bem, vamos deixar a zoação para mais tarde. Falou Alan.  E então conseguiu encontrar uma maneira de pegar o Alex? quis saber Alan.  O duro é que não...mas o pior fui eu ter de dizer isso para Rachel, pois ela contava que eu podia ajudala mas infelizmente estamos de mãos amarradas.  Para ser sincero, eu também andei quebrando a cabeça tentando achar uma saída, mas nada. Temos que ser honestos chefe...O cara fez

tudo certinho não deixando pistas nenhuma.  È, e o duro é que a única pista que temos é Rachel, mas assim que ele descobrir que ela está viva fará de tudo para terminar o serviço.  É você tem razão. Mas que droga, eu achei que sendo policial poderíamos prender esses cafajestes mas não podemos fazer nada porque não temos prova nenhuma de que foi ele. Desabafou Alan fazendo Mark soltar um pequeno sorriso.  É duro não é? Você ter certeza de que alguém é culpado e simplesmente não poder fazer nada para prendê-lo.  Mas chefe? E se por acaso a gente der uma prensa naquele amigo dele? Será que ele não iria abrir o bico?  Eu também já pensei nisso, mas e se ele se negar a nos falar alguma coisa e aí correr para o Alex e nos dedurar? Imaginou a confusão? Primeiro ele iria nos processar e até mesmo pedir nossa expulsão da agência por plantar escutas em seu escritório, segundo nós correríamos o risco de espantá-lo e terceiro ele viria atrás de Rachel com tudo, porque não teríamos como protegê-la dele.  Filho da mãe, xingou Alan.  É eu também acho! Mas temos que concordar que ele é um filho da mãe esperto.  Mas e aí, o que vamos fazer?  Sinceramente, eu não sei Alan...disse deprimido.  Então vamos ter que rezar para ele aprontar mais uma e aí tentaremos pegá-lo.  Eu não sei não Alan, mas alguma coisa me diz que se esperar muito tempo ele vai terminar escapando de nossas mãos.  Mas que droga de novo, disse Alan. Mas dessa vez Mark não achou graça nenhuma do comentário feito por Alan. Rachel não via a hora de Mark chegar e poder contar para ele a sua idéia, ela já estava preparando mentalmente um discurso para poder rebater todas as críticas que Mark lhe diria sobre sua “grande idéia”.


Quando Mark retornou ao apartamento foi recebido por Rachel que lhe presenteou com um longo beijo.  Hum! Mas que maravilha, disse ele entre um beijo e outro. Rachel queria contar a ele assim que chegasse, mas resolveu primeiro preparar o terreno antes de lhe convencer de sua grande idéia.  Mark! Falou ela chamando sua atenção.  Sim, respondeu ele sem parar de beija-la.  Espera um pouco que eu preciso falar com você...falou tentando se livrar dele.  Pode falar, disse ele sem parar de lhe beijar. À vontade que ela tinha era de não falar nada e aproveitar aquele momento de carinho, mas ela concordava com Mark quando ele disse que teriam que colocar um ponto final naquilo para poderem seguir com suas vidas. Sendo assim ela conseguiu empurrá-lo gentilmente.  Eu realmente preciso falar uma coisa para você, disse ela segurando suas mãos.  Estraga prazer. Falou ele sorrindo. Então? O que é tão importante assim que eu preciso ouvir com tanta atenção? Falou ele fazendo drama.  Sabe o que é? Eu acho que descobri uma maneira para te ajudar a colocar o Alex atrás das grades. Falou ela com os olhos brilhando. Mark ficou alguns minutos olhando para ela sem dizer nada, só estudando sua fisionomia para ver se descobria alguma coisa.  Porque eu tenho uma sensação de que não vou gostar nem um pouco dessa sua “maneira”? falou ele desconfiado.  Bom, se você vai gostar ou não isso é problema seu, mas eu acho que é a única “maneira” que daria certo.  Então vamos ouvir seu grande plano, falou ele indo se sentar no sofá.  Muito bem. Disse ela se sentando perto dele.  Bom, o que você acha de lançar uma isca para o Alex?  Como assim isca? Perguntou ele.  Uma isca tipo assim...Eu por exemplo.

 Você está brincando comigo não é?  Não, infelizmente não.  Então você só pode ter perdido o juízo, falou ele se levantando.  Mas você nem ouviu o plano todo?  E nem quero ouvir. Falou ele andando de um lado para outro.  Mas Mark, deixa só eu te contar o que planejei e se no final você não concordar eu não toco mais nesse assunto. Falou ela segurando sua mão. Por favor? Respirando fundo ele voltou a sua posição no sofá.  Eu estava pensando em ir ao escritório dele, e lógico que ele vai ter um grande choque, mas voltando ao assunto. Eu vou ao escritório dele e assumo que fui eu quem mandou aqueles e-mails á ele e que se ele não se entregar para a polícia eu vou denunciá-lo pelas mortes de minha família e de seus comparsas. Ele já ia retrucando quando ela falou:  Espera que eu ainda não terminei. È lógico que estarei com escutas que voce vai me por e por isso terá provas de que ele cometeu aqueles crimes e ele jamais ira saber que a polícia esta envolvida nisso. Pensa bem Mark, vou mentir para ele e dizer que ao longo dos anos eu fiz uma profunda investigação sobre ele e descobri os seus podres. E você pode ter certeza de que ele vai acreditar, pois tirando você e o Alan ninguém sabe dessas informações não é? Falou ela com veemência. Mark não falou nada, pois estava muito confuso naquele momento, pensando bem até que a idéia era boa, mas muito arriscada.  Eu agradeço por você querer fazer isso Rachel, não que a idéia não seja boa, mas é que ela me parece ser muito arriscada, pois nós dois sabemos do que Alex é capaz.  Exatamente por isso que temos que fazer, e sinceramente eu não vejo outra alternativa.  Eu não sei Rachel, falou ele olhando fixamente para ela. E se isso não der certo? E se ele tentar alguma coisa contra você lá dentro mesmo?  Por isso eu estarei com a escuta e se ele tentar algo você estará lá para me proteger. Falou ela. Vamos


lá Mark. Esse plano tem tudo para dar certo.  Sinceramente eu não sei Rachel...falou ele pensativo. Mark imaginava na reação que Alex teria ao vê-la em sua frente, seria um choque e tanto até mesmo para ele, pois pelo jeito ele era acostumado a não deixar pistas das suas trapaças, imagina o que ele poderia fazer ao ter noção de que havia falhado uma vez e agora a sua vítima estava ali na sua frente cobrando por justiça? Então não pode controlar a imagem que veio em sua mente do corpo de seu padrasto caído no chão com a cabeça encharcada de sangue e sem querer imaginou Rachel deitada naquele chão no lugar de seu padrasto.  Não! falou ele alto. Você não pode fazer isso Rachel.  Mas Mark, você não quer acabar com isso logo?  É lógico que sim! Mas se para isso eu tiver que colocar sua vida em risco então pode esquecer.  Mas você não está vendo que eu já estou correndo risco de vida? Eu nem posso sair por causa daquele verme. Se for para viver assim Mark...Então eu prefiro mil vezes me arriscar e continuar viva do que viver escondida com medo de morrer. Disse já sentindo lágrimas nos olhos. Olha...Se der alguma coisa errada e eu vier a me dar mal, mas ele ir para a cadeia, então você pode ter certeza de que morrerei em paz. Mas eu quero acabar com isso logo Mark, seja de um jeito ou de outro. Desabafou ela chorando. Mark a abraçou comovido, ele sabia que ela estava certa mas só de imaginar Alex colocando as mãos nela de novo...balançou a cabeça para afastar tais pensamentos.  É isso mesmo que você quer Rachel? Perguntou ele segurando seu rosto entre suas mãos.  Sim, menos à parte de me dar mal...Falou dando um risinho em meio ao choro.  Como você pode brincar com uma coisa tão séria? Falou ele.  Eu não estou brincando, só tenho certeza que dará certo.  Tomara que sim...pois eu não suportaria perder você Rachel, falou ele.  Você não vai me perder Mark...

Ela não teve tempo de terminar, pois ele se inclinou para beijar-lhe os lábios. Foi um beijo sofrido, intenso e doloroso porque ela também estava com medo de perde-lo e isso fazia com que ela se entregasse totalmente a ele. Mark a levou para o quarto e a colocou gentilmente na cama caindo sobre ela logo em seguida. Fizeram amor até a noite chegar e junto com ela o cansaço, fazendo com que dormissem abraçados. Quando Mark acordou pela primeira vez se lembrou de que não tivera nem um pesadelo naqueles dias “estranho” pensou ele olhando enquanto ela dormia. Será que aquele plano daria mesmo certo? Ele rezava a Deus que sim, porque não saberia o que fazer se Alex tocasse nela de novo. Rachel acordou e sentiu um delicioso cheiro de café, olhou de lado e percebeu que Mark já não estava mais ao seu lado. Levantou-se e resolveu tomar um banho, foi quando percebeu que já fazia alguns dias que não tomava tantos banhos como de costume, pois já não se sentia mais suja. Assim que terminou foi se juntar a Mark na cozinha, e para sua surpresa Alan estava sentado á mesa esperando para tomar café. Quando ele á viu se levantou e disse:  Bom dia Rachel. Disse sorrindo fazendo Mark se virar para eles.  Bom dia Alan, respondeu ela.  Bom dia, falou Mark dando um beijo de leve em seus lábios pegando ela de surpresa. Vendo que ela parecia ter ficado surpresa com aquele gesto ele disse:  Não se preocupe que o Alan já sabe sobre nós, falou ele calmamente.  Então você falou para ele sobre nós.  Não, ele descobriu sozinho, afinal ele é um investigador não é? E além do mais foi eu quem o treinou.  Que nada, eu que descobri sozinho mesmo. Falou Alan rindo dele. Sabe o que é Rachel, é que ultimamente ele estava mais contente, mais relaxado com aquela cara de bobo que todo homem fica quando está apaixonado... Ao ouvir aquilo os dois se entreolharam, Rachel notou que realmente ele estava apaixonado por ela, então mandou um olhar apaixonado para ele.


Os dois sorriram ao ver que Alan não parava de falar e nem percebeu a troca de olhares entre os dois.  É você é realmente muito bom Alan, falou ele dando uma piscada para Rachel.  Realmente, falou ela concordando.  Agora vamos comer antes que esfrie, porque temos muito que fazer hoje. Falou Mark olhando para Rachel com um olhar que dizia tipo assim “você tem certeza disso?” então Rachel disse:  Sim, vamos ter muita coisa para fazer. Disse mostrando a ele que havia entendido a mensagem. Depois de tomarem o café da manhã preparado por Mark, eles se sentaram na sala e Mark pode dar detalhes do plano de Rachel para Alan. Explicou que se fossem levar aquilo adiante mesmo, seria só eles dois para dar apoio para Rachel porque daí é que iriam conseguir que ele sem saber, fizesse uma confissão de todos seus crimes. Alan escutou tudo calado só ia concordando com a cabeça e ao mesmo tempo já imaginando a cena.  E então você vai me ajudar a pegar aquele canalha Alan? Perguntou Mark.  Mas é claro que sim, respondeu Alan estranhando a pergunta. Você não devia nem ter perguntado.  Mas é claro que eu tenho que perguntar, afinal você estará arriscando a sua carreira se isso não dar certo porque estaremos fazendo tudo escondido.  Eu sei disso chefe...E obrigado pela preocupação com a minha pessoa, mas eu não perderia isso por nada. Falou ele empolgado.  Bom então vamos colocar nossas idéias para funcionar e bolar um plano que seja infalível. Falou Mark se animando.  Alan...disse Rachel. Obrigada por você nos ajudar com isso, falou sincera.  Não tem de que...Mas deixa para me agradecer depois que tudo isso acabar e aquele calhorda estiver atrás das grades.  Ok, falou ela sorrindo. E os três passaram a tarde toda tentando bolar um plano e coloca-lo em prática logo.

Já era bem tarde quando Alan foi embora, já estava quase tudo pronto para eles agirem. A única coisa que faltava era marcarem um dia em que quase todos os advogados estivessem no escritório, porque se Alex tentasse alguma coisa contra a vida de Rachel pelo menos estaria cheio de testemunhas contra ele. E assim eles foram dormir pensando sobre tudo o que poderia acontecer no grande dia que ainda não estava marcado, mas o medo de que alguma coisa desse errada já estava se instalando em seus corações. Um novo dia chegou e com ele as duvidas de que se aquilo iria dar certo ou não. Mark estava angustiado com aquilo, mas não deixava Rachel perceber. Ele tentava lhe passar uma imagem positiva de que tudo daria certo, mas ele mesmo se pegava rezando pedindo a proteção dos céus. Ele não se lembrava de ter ficado assim nessa angústia toda em outro caso que tinha resolvido ou tentado resolver, mas também os riscos não tinham sido tão grande quanto esse, porque ele corria o risco de perder a mulher que amava e vingar a morte de seu padrasto de uma vez só. Isso ele não poderia permitir, dessa vez Alex não escaparia da justiça como aconteceu e vinha acontecendo...não dessa vez, nem que para isso ele colocasse a lei de lado e fizesse justiça pelas suas próprias mãos. Rachel aproveitou o dia e deu uma pequena passada em seu escritório e avisou sua equipe que iria viajar, aproveitou também e almoçou com Michele há avisando de que iria sair em uma viagem de negócios, mas assim que terminou de falar pode perceber que Michele não tinha acreditado muito naquela desculpa dela.  Você não quer me dizer o que está acontecendo Rachel? Perguntou Michele sempre prestativa. Rachel ficou sem graça por ter sido pega numa mentira, como detestava mentir para Michele, mas ela não poderia coloca-la em perigo.  Desculpe-me Michele! Eu realmente gostaria de poder falar alguma coisa mas...Vamos fazer o seguinte? Assim que voltar dessa viajem eu juro que te conto tudo ok? Apesar de não ter gostado muito, Michele concordou. Sendo assim Rachel se despediu da amiga e voltou para o apartamento de Mark. Enquanto isso, Mark aconselhou Alan a dar uma paquerada na secretária de Alex para tentar descobrir quando estariam todos ou


pelo menos alguns dos advogados trabalhando no mesmo dia. Alan gostou da idéia porque até que tinha achado a secretária legal, quem sabe depois de tudo aquilo ele não levaria a sério aquele lance com ela? Sendo assim na manhã seguinte, Alan foi até o escritório de advocacia depois de ter certeza que Alex havia saído e bateu um papo com a secretária.  Bom dia, disse ele ensaiando seu mais bonito sorriso. Você está lembrada de mim?  Oiii! Mas é claro que sim, disse ela animada. Eu nunca esqueceria seu belo rosto.  Imagina, você é que é difícil de esquecer, disse ele fazendo ela ficar mais animada ainda.  E então? Será que nós podemos conversar? Por acaso seus chefes estão aí?  Só dois deles, mas não se preocupe que eles são gente boa. Falou ela. O Alex que é mais cri cri saiu há pouco tempo.  Xi, parece que você não gosta muito dele, acertei?  Se fosse só eu dava-se um jeito, mas até os outros advogados não gostam muito dele sabe? Ele é muito grosso e mal educado. Você acredita que um dia ele deu em cima de mim? Falou ela inconformada.  Eu não acredito! Disse Alan exagerando. Ah se eu pego ele fazendo isso com você.  Ah é? E o que você iria fazer? Falou ela meiga.  Bom como eu sou um homem da lei não poderia fazer muita coisa, mas eu ia dar um chega pra lá nele que ia dar até dó dele. Pronto, isso bastou para que ele obtivesse todo tipo de informação que ele quisesse. Ele ficou sabendo de tudo, horários, datas de reuniões tudo o que ele achava útil ele conseguiu, dando uma desculpa de que estava querendo saber tudo aquilo para checar em sua agenda e assim pudessem marcar alguma coisa para fazerem quando ela estivesse de folga. Despediu-se dela e lhe pediu para não comentar nada com ninguém, pois ele estava em horário de serviço e se alguém descobrisse que ele estava usando seu horário para “marcar um encontro” ele se daria muito mal. Ela ficou radiante com o interesse dele e lhe prometeu não dizer nada a ninguém.

Alan foi direto para a delegacia se encontrar com Mark e lhe passar todas as informações que tinha obtido. Mark o elogiou muito pelo seu trabalho, pois poderiam marcar um dia certinho para colocarem o plano em ação e pelo jeito seria no dia seguinte à tarde. Ao chegar em seu apartamento naquela noite Mark deu a notícia para Rachel de que se ela estivesse pronta, eles iriam colocar o plano em prática no dia seguinte.  Eu já estou pronta faz tempo, disse ela abraçando ele.  Rachel eu não quero ser pessimista mas, você tem mesmo certeza de que quer fazer isso? Insistiu ele.  Eu não queria fazer isso Mark...Mas esse é o único jeito de acabarmos com todo esse sofrimento você sabe disso.  Mas não se acaba com um sofrimento provocando outro...  Mas do que você está falando?  Pode parecer egoísmo meu, mas você já pensou se algo der errado e eu te perder? E o meu sofrimento? Você já pensou nisso?  Eu já disse que você não vai me perder.  Mas como você pode ter tanta certeza disso? Falava ele impaciente.  Porque eu sinto isso...  Eu queria sentir isso também, mas não consigo...  Mark...  Eu te amo Rachel, e se alguma coisa lhe acontecer eu sinceramente não sei o que farei da minha vida. Desabafou ele. Se você não estivesse correndo perigo eu deixaria esse meu ódio que tenho pelo Alex para lá e jamais colocaria sua vida em risco.  Você deixaria de vingar a morte de seu padrasto, por mim?  Sim...Meu amor por você é muito maior do que o ódio que eu tenho dele, e eu sei que meu padrasto entenderia isso. Ela se emocionou ao ouvir tais palavras, e nesse momento levou seu pensamento a seu irmão lhe pedindo para que a protegesse naquele dia, pois ela tinha que sair ilesa para passar o resto de sua vida com Mark.  Eu também te amo Mark, o meu amor por você é muito grande, eu sei que você sofreu e ainda sofre


com o que aconteceu com o seu padrasto, mas comigo foi diferente...Não foi só a mim que ele fez maldade, mas também com meu pai e meu irmão e tenho certeza de que se eles estivessem aqui no meu lugar fariam o mesmo por mim. Disse ela emocionada.  Tomara que isso tudo acabe logo, assim poderemos ficar juntos e em paz. O que você me diz?  Eu não entendi.  O que eu estou querendo dizer é? Quando tudo isso acabar e podermos finalmente ter alguma paz...Você quer se casar comigo? Perguntou ele sorrindo.  Você está falando sério?  Sim, respondeu ele. Muito sério. E então? Você aceita?  Mas é claro que sim, respondeu ficando na ponta dos pés para lhe dar um beijo.  Então tome bastante cuidado amanhã Rachel, por favor, sim? Pediu ele.  Pode deixar.  E no menor sinal de que ele vai lhe fazer algum mal, eu quero que você saia de lá mesmo se ele não tiver feito nem um tipo de confissão, você entendeu?  Sim, eu já entendi...agora vamos parar de ficar falando disso, porque quero curtir esse momento. Disse já agarrando o pescoço dele. Mark aos poucos foi se esquecendo de suas preocupações e logo já estava na cama se entregando um ao outro, mas dessa vez fizeram amor bem devagar, tentando guardar cada detalhe que pudessem um do outro. Quando terminaram de se amar, Mark a puxou fazendo com que ela ficasse em cima dele e assim ficaram, ele fazendo cafuné em seus cabelos e ela ouvindo as batidas de seu coração que aos poucos ia voltando ao ritmo normal. Logo amanheceu e como se tivessem combinados eles acordaram juntos, apesar de que Não havia dormido quase nada de tanta preocupação. Por mais que tentasse, não conseguia ficar calmo como deixava transparecer. Naquele dia ele resolveu não ir até a delegacia e ficou em seu apartamento junto com Rachel e repassar cada detalhe o mínimo sequer. Alan chegou cedo também trazendo todo o equipamento de que precisavam, e os dois

aproveitaram para passar todo o procedimento passo a passo.  Alan eu quero lhe pedir uma coisa, pedir não eu vou te mandar fazer uma coisa e você não pode deixar de me obedecer está me entendendo?  Bom se você puder me falar primeiro o que eu tenho que fazer talvez eu possa até concordar com você...eu estou brincando, falou ele ao ver a cara de Mark.  Se caso der alguma coisa errada e Alex descobrir do nosso plano eu quero que você saia de lá e negue que teve alguma coisa a ver com isso entendeu?  Tudo bem, mas eu só não entendi porque tenho que negar que participei disso.  Porque você ficará isento de qualquer culpa e assim não vai prejudicar sua carreira.  Mas eu não posso deixar você levar toda a culpa chefe, isso não seria digno de minha parte.  Não seria digno de minha parte se eu deixasse você queimar sua carreira por minha causa, e além do mais o Alex já destruiu muitas vidas e não quero que ele destrua a sua também. Então meu amigo, caso acontecer algo eu quero que você se mande de lá, estamos entendidos?  Entender eu entendi, agora se vou conseguir fazer isso já é uma outra história.  Meu Deus! Eu não sabia que você era tão teimoso assim sabia?  Advinha com quem eu aprendi? Falou Alan sorrindo. Rachel se divertia vendo os dois discutindo daquele jeito e se lembrou de seu irmão e das vezes em que discutia assim com ele. “Que saudade” pensou ela.  Bom já está na hora, estão prontos? Perguntou Mark olhando para Rachel.  Sim, estamos, responderam eles. Raquel foi trocar de roupa e Mark aproveitou para lhe colocar uma escuta em seu corpo. Enquanto colocava o pequeno aparelho ele não pode deixar de olhar mais uma vez aquele belo corpo que fazia com que perdesse a linha de seus pensamentos. Ao terminar, Mark esperou que ela se trocasse e lhe abraçou forte por um momento e depois disse:


 Boa sorte meu amor...E por favor, lembre-se que você prometeu se casar comigo, então trate de voltar para mim ok?  Eu não vejo a hora de poder ficarmos juntos Mark...Eu te amo e aconteça o que acontecer...Eu sempre vou te amar. Quando voltaram para a sala, Alan a abraçou lhe dando apoio naquele momento e disse:  Pode ficar tranqüila e se depender de mim eu mesmo acabo com ele.  Ah Alan! Eu não sei como vou poder te agradecer sabia?  Não precisa, só de poder estar fazendo parte disso eu já me sinto recompensado.  Uau! Falou Mark. Além de policial o rapaz é um Don Juan? Se eu não te conhecesse tão bem, eu juro que te quebrava a cara agora mesmo. Disse Mark fazendo os dois rirem.  Vamos que já está na hora. Falou ele. Rachel saiu em seu carro sendo seguida de perto por Mark e Alan que iam logo atrás dela. Assim que chegaram, Rachel esperou enquanto eles se preparavam e recebendo um sinal feito por eles ela entrou no escritório. Assim que entrou Rachel se sentiu mal, o coração batia descompassado. Aproximou-se da secretária e disse:  Bom dia! Eu gostaria de falar com o Sr. Alex. Disse ela séria.  A senhora tem hora marcada? Perguntou a moça.  Não.  Bem eu não sei se ele vai atende-la, pois ele não gosta de atender pessoas sem ter hora marcada, sabe. Ele diz que gosta de saber com quem ele vai falar.  Ah, isso não é problema porque ele já me conhece, falou ela calmamente. Diz para ele que é uma velha amiga de escola.  Tudo bem, disse a moça já pegando o telefone e fazendo a ligação.  Sr. Alex, tem uma moça aqui na portaria querendo lhe falar.  Ela tem hora marcada? Perguntou Alex do outro lado da linha.  Não senhor, mas...

 Então eu não vou atender, pede para ela marcar uma hora e voltar depois. E quantas vezes eu vou ter que lhe dizer que não atendo ninguém sem ter hora marcada? Você é surda ou retardada? Disse Alex sem nem mesmo deixar a coitada terminar de falar.  Eu sei disso, mas é que ela falou que é uma amiga do tempo de escola.  Amiga? Que amiga? Como é o nome dela?  Como é seu nome mesmo? Perguntou a moça visivelmente nervosa.  Sofia, meu nome é Sofia.  E então? Falou Alex nervoso.  Sofia, o nome dela é Sofia.  Não conheço ninguém com esse nome. Falou Alex.  Ele disse que não te conhece.  Ah, eu não acredito que ele esqueceu de mim! Diga a ele que é a mesma Sofia que ele dançou no baile de formatura na escola Sant Paul. Falou Rachel sorrindo. Do outro lado da rua Mark sentia o sangue gelar em suas veias, “meu Deus o que estamos fazendo?” Pensava ele resistindo à vontade que sentia de entrar e tirar ela dali.  Como é que é? falou Alex engasgando.  É isso mesmo senhor, falava a secretária. Ela disse que é a moça que o senhor dançou no baile de formatura.  Mas não pode ser, falou Alex.  Olha eu posso deixa-la entrar? Afinal vocês já se conhecem mesmo. Disse a secretária inocente. O telefone ficou mudo por alguns minutos, a moça inclusive olhava para ver se ele tinha desligado na sua cara.  O senhor ainda está aí?  É claro que estou aqui? Essa moça...ela está sozinha?  Sim, está sozinha sim. “Covarde” pensou Rachel.  Bem pode deixa-la entrar.  Ok, ele vai recebe-la. Por favor me acompanhe. Rachel sentia como se estivesse passando pelo corredor da morte, não sabia qual seria sua reação ao se ver cara a cara com aquele cafajeste. Assim que aporta se abriu, Rachel ficou parada sem poder se mover. Todas as imagens


que ela havia reprimido ao longo dos anos voltaram com tudo na sua frente e ao invés de sentir medo, aquilo deu mais força para ela dar aquele passo decisivo em sua vida. Agradeceu a secretária e entrou. Assim que escutou o barulho da porta se fechando, Alex que até este momento estava sentado de costas para ela, se virou e a brindou com um sorriso:  Mas que surpresa agradável, disse ele. Do outro lado da rua Mark disse a Alan:  Prepare-se Alan...que o jogo começou. Disse sério com o coração acelerado no peito. “Mas que ordinário” pensava Rachel observando que ele tinha o mesmo sorriso cínico de antigamente.  Deixe-me olhar para você, falou ele se aproximando dela.  Uau! Você era bonita naquela época, mas devo concordar que agora você está linda. A que devo a honra da visita? Falava ele cinicamente.  Você já devia saber! Afinal eu te mandei vários recados, você não recebeu? Falava ela calmamente. Alex a olhou intrigado, tentando descobrir o que ela fazia ali exatamente.  Recados? Perguntou ele confuso.  Sim, por acaso você não lê os seus e-mails? Disse ela olhando para a mesa dele e lhe mostrando o computador em tom de ironia.  Ah, então é você quem me mandou os e-mails? Falou ele sério.  Não vá me dizer que você não sabia?  Se você tivesse colocado seu nome nele eu saberia que foi você. Mas você preferiu o anonimato.  Porque eu achei que você iria gostar de jogar um pouco, afinal você adorava isso lembra? Alex ficou visivelmente pálido, então ele se sentou no canto de sua mesa e disse:  Não venha me dizer que você ainda está chateada com o que aconteceu? Falou sorrindo.  Bom, um estupro seguido de uma tentativa de homicídio é algo que você não consegue esquecer muito fácil não é mesmo? Disse ela seca. Alan encarou Mark para ver se teria ouvido direito e fechou os olhos em sinal de pesar ao obter uma resposta positiva que Mark fez com a cabeça. Mark não sabia como Rachel estava agüentando tudo aquilo, ela era

mais forte do que ele imaginava até mais do que ele, pois se fosse ele que estivesse ali já teria enchido a cara dele de porrada. Mas voltou sua atenção á conversa.  Se eu me lembro bem você estava doidinha por mim na época lembra?  Não! Eu gostei do papel que você desempenhou para me conquistar, um rapaz romântico e sensível até a parte do estupro.  Mas você também me queria aquela noite, afinal você saiu da festa comigo não foi?  Eu saí porque fiquei assustada e achei que você fosse me proteger. Falou ela agora com raiva.  E foi o que eu fiz! Eu te protegi daquele palhaço que dava uma de herói. Ele que estava te importunando aquela noite.  Não! Ele estava tentando me alertar do que você queria fazer comigo, mas infelizmente eu não acreditei nele.  De graças a Deus pois ele era um fracassado e você não merecia ficar com alguém como ele e sim com alguém como eu. Rico...Poderoso. Rachel começou a sentir um pouco de medo dele, pois parecia que ele acreditava que o que havia feito não tinha sido nada demais.  Então você acha que o que você fez foi uma coisa normal?  Eu não fiz nada demais, simplesmente eu transei com você e daí? Nós éramos quase namorados mesmo.  Mas você não transou comigo! Você me estuprou seu cafajeste.  Bom para mim foi uma transa, agora se você não gostou é problema seu. Agora fala logo o que você veio fazer aqui porque tenho muito que fazer. Como pode ver continuo um homem rico e poderoso, então anda lodo que não tenho tempo a perder. Falou ele calmamente.  O que eu quero eu já te disse nos e-mails que lhe enviei.  Ah...O que você escreveu neles mesmo? “Que é para eu confessar os meus crimes se não vou para a cadeia?” Era isso? Rachel não podia acreditar em como ele não demonstrava nem um arrependimento do que tinha feito á ela, como podia existir uma pessoa tão maldosa assim?


 Era não! É isso mesmo. Falou ela entre dentes.  Mas me explica uma coisa! Como você vai fazer isso? Pelo que eu me lembre não existe prova alguma do que aconteceu aquele dia! Falava ele irônico. Se naquele tempo ninguém conseguiu provar nada creio eu que se você tivesse alguma prova disso, não teria esperado todo esse tempo para se vingar de mim você não concorda? Rachel parou para recuperar a linha de seus pensamentos, não poderia se deixar envolver pelo medo e ódio que ele conseguia despertar nela, sentia que estava perto de acabar com tudo aquilo.  Você está certo. Concordou ela. Alan olhou para Mark assustado e disse:  Mas o que ela está fazendo?  Eu também não sei, mas o que for que ela fizer espero que de certo. Falou ele apavorado fazendo sinal para Alan ficar quieto. Alex a olhava com cara de vitorioso, mais uma vez tinha se superado.  Eu sabia! Então vamos fazer o seguinte? Que tal a gente esquecer o passado e começarmos de novo? Como nos velhos tempos. Falou ele chegando perto dela.  Calma lá Don Juan, eu ainda não acabei.  Mas você mesma concordou comigo que não tem nada contra mim. Falou debochando dela.  Eu disse não ter prova alguma que prove que você me estuprou e que matou meu pai e meu irmão...  Esperai, realmente eu não os matei...Aquele estúpido do seu irmão que veio para cima de mim, e eu simplesmente me defendi. Depois ele caiu e bateu com a cabeça direto naquela pedra...  Mas ele fez isso para me defender de você.  Mas você não precisava da ajuda dele, pois você estava comigo.  Mas você estava me estuprando...ela não acreditava que ele achava aquilo normal.  Eu já disse que eu transei com você...  Mas você é burro? Quando você tenta transar com alguém a força, isso é considerado estupro.

 Meu bem entenda uma coisa! Na hora você pode até não querer, mas depois de um tempo você acaba gostando.  Eu não acredito! Você é mais doente do que eu pensava.  Eu não sou doente, eu sou esperto isso sim. Falava ele orgulhoso.  E o meu pai? Você atirou nele lembra?  Esse é outro idiota que eu não matei, afinal foi legítima defesa. Falava ele sorrindo. Raquel não acreditava que aquilo estava acontecendo. Será que ele pensava isso mesmo ou só estava fazendo aquilo para deixa-la mais louca ainda?  E os seus comparsas Alex? Eles também foram legítima defesa? Não! Eu acho que não. Falou ela sorrindo ao ver o sorriso dele desaparecer de seus lábios.  Eu não sei do que você está falando. Disse ele andando até a janela.  Então me deixe te explicar. Eu estou falando do seu ex-capanga Brad Johnson está lembrado? Ele era um banqueiro muito importante até que um dia seu banco foi assaltado e convenientemente ele foi assassinado e do Jason? Você lembra? Ele era o vice-prefeito da cidade, Jason Brown que também veio a falecer em um assalto há algum tempo atrás, você lembra deles? Mas é claro que sim não é? Pois foi você que mandou matá-los.  Eu não sei do que você está falando...disse encarando ela.  Pois eu tenho o maior prazer em te esclarecer...Você os eliminou porque achou que eram eles que estavam te chantageando, quando na verdade esse alguém era eu. Aqui se faz, aqui se paga! Você destruiu a minha vida e agora eu vou destruir a sua. Falou ela com raiva. Contrariando Rachel, Alex começou a rir dela como se tivesse contado alguma piada. “ele é mesmo louco” pensou ela.  Então é isso que você acha tem contra mim?  Acho não! Eu tenho certeza disso.  Mas você tem provas disso? Falou ele ficando sério de repente.


 Como você acha que eu sei de tudo isso? Pois como você deve saber e eu também sei, nem mesmo a polícia sabe disso. Você acha que eu seria idiota o bastante para vir até aqui sem ter prova concreta disso? Pois fique sabendo Alex que nesse tem todo que fiquei escondida levantei muita coisa a seu respeito, afinal agora eu também tenho muito dinheiro e você mais do que ninguém sabe que com dinheiro pode-se comprar tudo não é mesmo? Falou ela com ironia.  Você sabia que eu posso acabar com você como eu fiz com todos os outros e sair ileso Sofia? Falou ele em tom ameaçador indo em direção a ela. Essas palavras foram suficientes para Mark sentir que Alex tinha perdido a cabeça.  Sai daí Rachel, falava Mark. Alan o olhava confuso e amedrontado com tudo aquilo que acabara de ouvir. Alex finalmente havia confessado que tinha envolvimento com todos aqueles crimes. Agora o que mais lhe chamou a atenção foi quando descobriu que Rachel tinha sido estuprada por ele, não era à toa que ela queria se vingar, afinal além de ser estuprada ainda tinha sido testemunha do assassinato de sua família.  Mas porque ela não sai de lá? Falava Mark impaciente. Ele já confessou tudo o que queríamos. Mas mal acabou de falar e seu sangue gelou nas veias ao ouvir uma parte da conversa.  Você quer tanto voltar ao passado que eu decidi levar você para lá de novo, assim vou poder terminar o que comecei. Disse ele dando um tapa em seu rosto. Rachel sentiu medo, muito medo ao vê-lo se aproximar dela, de repente sentiu uma forte dor em seu rosto e tudo ficou escuro. Mark saiu do carro desesperado quase caindo no chão seguido por Alan que vinha logo atrás. Passaram correndo pela mesa da secretária que não entendendo nada correu atrás deles gritando:  Hei, vocês não podem entrar aí... Os dois nem ouviram o que ela gritava e continuaram a correr até que chegaram na porta. Ficaram cada um de um lado da porta e puxaram suas armas do coldre.

 Saia já daqui mocinha porque você pode se machucar. Disse Mark nervoso.  Mas o que eu está acontecendo afinal?  Tem uma moça aí dentro com seu chefe não tem? Falou Alan.  Tem sim, disse ela.  Depois nós te explicamos. Os dois entraram na sala e para surpresa de todos não havia ninguém ali. Mark ficou surpreso por um momento e começou a olhar de lado para ver se conseguia encontrar alguma outra porta, quando viu a porta do banheiro que estava semi-aberta. Devagar foram checar se havia alguém ali, mas nada, estava tudo vazio. Mark já não sentia nem o coração bater em seu peito, aliás não conseguia nem pensar direito. Aí ele teve um sobressalto.  Existe uma outra saída desse prédio que não seja a porta da frente? Perguntou ele a secretária.  Sim, respondeu ela tremendo.  E onde é? perguntou ele alterado.  Vem que eu te mostro. E saíram correndo pelo corredor, passando por várias portas até que saíram em outra parte que dava acesso a outro lado da rua. Nesse momento Mark pode ver Alan dentro de um carro saindo em alta velocidade. Memorizou o número da placa e saiu correndo sendo seguido por Alan em direção ao carro deles que estava estacionado no lado oposto da rua. Dirigiam a toda velocidade tentando encontrar o carro de Alex, mas infelizmente o trânsito estava um inferno aquele dia e depois de muito procurarem eles chegaram a triste observação...ele havia conseguido escapar.  Mas que droga! Esbravejou Mark. E agora Alan? disse ele ao amigo.  Calma chefe! Vamos voltar no escritório e ver se encontramos alguma pista de onde ele pode ter ido. Alan falou numa calma que até ele se surpreendeu.  È você está certo. Dizendo isso voltaram voando para o escritório de Alex. Assim que chegaram, os outros advogados deviam ter percebido o ocorrido, pois estavam todos na recepção conversando. Mark entrou e falou a secretária:  Nós temos que entrar no escritório dele de novo para


sabermos onde que ele foi. Falou ele já se dirigindo a sala. Mas nesse meio tempo um dos advogados entrou na frente de Mark lhe impedindo de prosseguir.  Esperai! Da para vocês explicarem o que está acontecendo aqui? Perguntou a Mark.  Depois que você sair da minha frente, vociferou Mark.  Você não vai há lugar algum sem antes me responder o que eu te perguntei. Falou o advogado encarando Mark. Respirando profundamente Mark pegou o advogado pelo colarinho e foi empurrando ele até á parede e disse:  Eu vou te explicar o que está acontecendo...O seu amigo está envolvido em uma porção de crimes de pessoas que você não conhece e eu duvido que você ligaria para isso, mas tem um que é especial. Ele é o mandante de ter assassinado o viceprefeito que era outro que também não prestava nem um pouco e nesse exato momento ele raptou a mulher que eu amo e em vez de eu estar procurando alguma pista de onde ele pode ter levado ela eu estou aqui perdendo com você. Agora se nesse tempo ele fizer alguma maldade com ela ...Você vai me pagar. Falou ele soltando o advogado e entrando na sala. Mark e Alan reviraram tudo e nada, até mesmo a secretária os ajudou mas infelizmente não tiveram sucesso.  Eu sabia que ele não prestava, dizia a secretária. Alguma coisa me dizia que ele era um canalha.  Eh, qual é mesmo o seu nome? Perguntou Mark.  Suelen, disse ela.  Muito bem Suelen, você por acaso não sabe se Alex tem alguma propriedade por aqui onde ele poderia se esconder?  Sinto muito mas eu não sei, eu evitava o máximo esse sujeito sabe. Ele sempre me deu medo.  Tudo bem. Falou Mark desanimado.  Mas não desanima não que vocês vão conseguir acha-la.  Espero que você esteja certa.  Tenha fé em Deus que você consegue. O celular de Alan tocou e ele disse a Mark:

 Chefe! Já conseguiram localizar o carro deles. O carro foi encontrado em uma casa que fica aqui nos arredores, mas nem sinal dos dois. E já fizeram barreiras em todas as saídas da cidade, ninguém sai sem ser identificado. Alan nem notou na cara que Suellen fez ao vê-lo chamar Mark de chefe.  Chefe? Exclamou ela. Ele é seu chefe? Disse ela olhando para Alan. Se a situação não fosse tão desesperadora Mark cairia na risada ali mesmo só de ver a cara que Alan fez ao ser pego na mentira.  Olha eu posso explicar...falava Alan.  Então me explique...  É meio complicado... Alan não sabia o que fazer diante daquela situação, olhou para Mark pedindo ajuda, mas recebeu um sinal tipo “eu não posso fazer nada” . Mas sentindo dó de Alan Mark resolveu intervir:  Será que daria para falarmos disso depois que isso tudo terminar Suellen? Eu sei que você está chateada, mas eu lhe garanto que o Alan não fez isso por mal. Ele é uma excelente pessoa, e eu tenho certeza que depois ele vai te explicar tudo ok?  Ok! Respondeu ela calmamente.  Ufa! Mas e agora chefe? O que vamos fazer? Será que depois de tanto trabalho vamos voltar a estaca zero? Disse Alan. Mark aos poucos tentava colocar os pensamentos em ordem e mentalmente revia tudo o que aconteceu ali e como num passe de mágica lhe veio um pensamento em sua cabeça.  Alan, você é um gênio.  Sou é?  Sim. Disse ele se levantando. Quanto tempo você acha que levaríamos para chegar até Montana?  E o que iríamos fazer lá? Falou Alan seguindo Mark que saia pela porta.  E para onde eu acho que ele está levando Rachel.  Mas como você chegou a essa conclusão?  Porque Alex disse a ela que ele iria leva-la de volta ao passado e acabar o que começou não foi?


 Sim.  Então se eu o conheço bem, ele é uma pessoa que não admite erros sendo assim, ele vai leva-la até aquela estrada onde ele cometeu aquela barbaridade e vai terminar o que ele não fez naquela época.  Então ele vai estupra-la de novo? Mas isso ele já fez. Falava Alan confuso.  Não! Ele vai mata-la. As palavras passaram raspando pela sua garganta.  Mas então ele tentou matála?  Sim, depois que ele a estuprou ele deu um tiro nela, direto na cabeça. Mas graças a Deus o filho da mãe é ruim de mira e o tiro só pegou de raspão fazendo ela desmaiar. Ele achando que ela estava morta a enterrou e foi embora. O resto você já sabe. Falou Mark com pesar olhando alguns mapas. O telefone de Alan tocou de novo com mais notícias.  Mark o nosso pessoal foi informado de que Alex alugou um helicóptero particular em um hangar. O pessoal do hangar está tentando falar com o piloto mas ninguém responde.  Bom se ele alugou um helicóptero foi porque ele iria longe, então eu posso estar certo em meu palpite. Liga para esse hangar e pede para deixarem um helicóptero a nossa espera que nós vamos atrás dele. Disse Mark correndo para o carro. No caminho Mark pedia silenciosamente para que Rachel estivesse bem, ele não iria suportar se alguma coisa acontecesse a ela. Chegaram rápido ao hangar e entraram no helicóptero rumo a cidade de Montana. Seria a primeira vez que Mark voltava aquela cidade ou mais precisamente vila. Em toda sua vida de adulto Mark nunca tivera vontade de voltar ali, ao contrário, ele queria era distância, pois ela lhe trazia lembranças dolorosas demais e rezava para que terminasse ali toda essa história de terror, mas que dessa vez tivesse um final feliz. Rachel acordou se sentindo meio zonza, parecia que tinha sido drogada, sua cabeça doía muito. Passou as mãos pelos olhos e aos poucos foi se lembrando de tudo o que tinha acontecido. “Meu Deus de novo não”! pensou ela se levantando.

Mal deu dois passos e notou que estava algemada em uma corrente que prendia seu pé em uma janela velha. Ao abrir a janela para ver onde estava teve uma desagradável surpresa. Estava na sua antiga casa que morava com seu pai e seu irmão naquela mesma vila onde tudo aconteceu. Sentiu um calafrio lhe percorrer toda a espinha, então se virou e pode ver que estava em seu velho quarto que um dia dividiu com seu irmão. Tudo estava muito sujo e empoeirado, mas inda pode reconhecer alguns móveis do tempo em que morava ali e achou estranho. Será que ninguém havia morado ali depois deles? Levou um susto ao ver que Alex a olhava da janela pelo lado de fora. Ele entrou na casa e logo estava junto dela.  Está matando a saudade? Ela não disse nada, só conseguiu se afastar dele.  Vamos lá, cadê a alegria de estar em casa novamente?  Porque você me trouxe até aqui? Perguntou ela.  Para te mostrar a diferença entre eu e você.  Eu não entendi. Falou ela.  Eu só queria te mostrar onde é o seu lugar! Disse ele a pegando pelo braço. Você pertence a esse buraco sujo, então não venha querer se igualar a mim que você nunca vai ser como eu. Onde já se viu? Você, uma qualquer me chantagear? Olha só de onde você veio? Ele estava alucinado, parecendo que estava drogado.  Eu jamais me igualaria a você, pois você é um verme. Disse ela se livrando dele.  Eu adoro quando você fica brava. Falou ele a pegando pelo queixo. Você sabia que depois que a poeira abaixou o dono dessa espelunca nunca mais conseguiu alugar essa velharia para ninguém? Todos que vinham ver a casa falavam que tinham visto algo aqui que os colocava para correr e assim a casa nunca mais foi alugada. Disse ele rindo. Você acredita? Eles falavam que era uma maldição. Rachel se arrepiou toda ao ouvir tais palavras, não era á toa que de vez em quando ela tinha a nítida impressão de que seu irmão estava ao seu lado. Não seria nada estranho se o espírito de seu pai estivesse rondando por ali, afinal aquela foi á ultima casa em que eles


tinham ficado e todas as coisas deles ainda estavam ali.  Se eles estão aqui é por sua culpa. Disse ela. Pois foi você quem os matou.  Eu já te disse que eu não matei ninguém. Gritou ele. Eles que se meteram onde não foram chamados. Entenda de uma vez por todas que quando eu faço uma coisa eu não permito que ninguém se intrometa, entendeu? Disse gritando furioso. Rachel pode ver que ele não estava drogado não, ele era doido daquele jeito mesmo. “Meu Deus” pensava ela olhando para ver se tinha como fugir dali. Lembrou-se de que estava com a escuta, mas não iria adiantar nada porque Mark não poderia ouvi-la dali de tão longe. “Mark” ao pensar nele sentiu o coração de contorcer de saudade, como gostaria que ele estivesse ali, nem se ele não pudesse ajuda-la, mas pelo menos poderia se despedir dele. Alex andava de um lado para outro parecia que não sabia o que fazer com ela, então ele saiu para fazer alguma coisa e ela aproveitou para desabar em sua velha cama que ainda permanecia de pé. Filho da mãe de um doente, ele a tinha trazido até ali para terminar o que havia começado e dessa vez ela tinha certeza de que ele iria se certificar de que estaria morta antes de abandonar o corpo como ele fez antes. Ao ver a linha que seus pensamentos estavam tomando ela se apegou à imagem de seu irmão, “Eric eu sei que sua jornada aqui na terra já acabou, mas onde quer que você esteja, por favor eu lhe peço, me ajude só dessa vez meu irmão” pediu ela em pensamento. Alex entrou apressado no quarto e apegou pelos cabelos levando-a para fora. Rachel pode notar que parecia que tudo estava abandonado, mas não saberia dizer se estava certa, pois sua antiga casa era um pouco afastada então era quase impossível ver alguém dali. Alex a puxava pelo mato alto, e como ela pode notar ele estava tomando o mesmo rumo que ela fizera há muito tempo atrás. Aos poucos sentia que o destino de ambos finalmente teria um fim, mas ela não temia mais ele, pois sabia que de um jeito ou de outro ele iria para a cadeia, e conhecendo Mark do jeito que ela conhecia o destino dele seria pior do que o dela. Ela só lamentava por Mark, ele iria ficar muito deprimido, mas ele tinha um bom amigo ao seu lado que lhe daria muito apoio.

Assim que chegaram até a velha estrada de terra, Alex a jogou no chão e disse: - Eu tenho que lhe dar os meus parabéns Sofia! Afinal, até hoje ninguém conseguiu me surpreender como você fez. Quem diria que você sobreviveu e agora “acha” que pode fazer algo contra mim?  Viu só? Eu sempre venço minha querida. Disse ele erguendo os braços para cima. E dessa vez não terá ninguém aqui para tentar defende-la. Será somente eu e você como deveria ter sido desde o começo e sem a intromissão de ninguém! Isso porque eu sou perfeito, eu faço tudo nos mínimos detalhes, por isso ninguém me pegou até hoje. É lógico que o dinheiro ajuda nessas horas, mas o que vale mesmo é a perfeição. Olha só o caso do nosso vice-prefeito por exemplo. Se eu não tivesse sido perfeito eu teria sido pego. Ah, eu esqueci de te dizer. Advinha só quem estava à frente do caso do prefeito? O nosso bom e velho Mark sempre dando uma de herói, você se lembra dele não é? Ele é aquele rapaz que tentou tirar você de mim na noite do baile lembra? Até que eu menti e disse que ele tinha feito a aposta para ficar com você, está lembrada? Falava ele sorrindo.  Você acredita que depois de tudo aquilo ele teve a coragem de começar uma “investigação” sobre a minha participação na morte de vocês? É verdade. Ele saiu pela cidade especulando sobre aquela noite...Até que eu dei um jeito na situação sabe. Um dia eu juntei minha turma e fomos até a casa dele, esperamos ele sair e fomos bater um papo com o velho “capitão” era como ele chamava o velho dele. Dizia ele com ironia. Então eu falei para ele pedir para o “herói” parar de fazer aquilo que eu já estava ficando nervoso porque meu pai estava me enchendo o saco, pois ele estava tendo que “comprar” a cidade inteira para ficarem com a boca fechada e olha que não era pouco dinheiro não em? O povo daqui sempre foi explorador. Aí ele me deu a triste notícia de que iria me prender pois ele era da polícia e não aceitava aquele tipo de coisa. Nessa hora eu não pensei duas vezes e dei um belo de um soco na cara dele que o fez cair de lado. Nessa hora todos ficaram


desesperados, então eu mandei o Brian pegar alguma coisa que eu pudesse usar como arma, ele foi até lá fora e me trouxe uma pedra e sem pestanejar eu num golpe só e ele já estava morto. Ele falava com uma simplicidade que nem parecia se tratar de uma história cruel de assassinato. Rachel sentiu como se estivesse presenciado tudo aquilo, podia sentir na pele todo sofrimento que o padrasto de Mark passou e sem notar ela já estava chorando. Não chorava por ela nem por sua família, mas por Mark e pelo padrasto dele.  Mas sabe a parte de que eu mais gostei? Falou ele se ajoelhando em frente á ela. Foi quando eu estava em casa e fui informado por um dos guarda-costa de meu pai que não era para eu sair porque o Mark estava no portão de casa e pelo jeito queria acertar as contas comigo. Eu até que teria saído, mas meu pai não deixou e falou que eu já tinha aprontado demais. Mas eu não pude resistir de ver acara dele por ter mexido comigo, então fui até a janela do meu quarto e quando eu olhei para fora, lá estava ele...todo molhado olhando para cima, e eu como sempre acima de tudo e de todos. Disse ele levantando mais uma vez as mãos para cima em sinal de vitória.  Mas como você é patético, disse Rachel com raiva.  Eu patético? Disse ele indo para cima dela. Você esqueceu de que eu estou no comando? Falou ele tirando uma arma da cintura.  Como você pode ver é a mesma arma que usei aquele dia. Dizia ele orgulhoso.  Eu não tenho medo de você Alex! Para mim você não passa de um pobre coitado.  Vê lá como fala comigo piranha. Falta um pouco ainda para eu terminar o serviço, mas se você me insultar de novo eu te mato agora mesmo, está ouvindo? Falou ele puxando seu cabelo.  Eu não tenho medo de morrer. Pois minha missão está cumprida. Falou ela sorrindo. Fique sabendo seu verme que mesmo você me matando você vai apodrecer na cadeia e agora nem todo o dinheiro do mundo vai te livrar dessa.

 Mas do que você está falando? Disse ele nervoso.  Lembra que você me perguntou se eu me lembrava do Mark? Pois fique sabendo que eu me lembro muito bem dele sim, muito mais do que você pode imaginar. Disse ela enfiando a mão dentro da roupa e tirando o pequeno microfone que estava até então escondido.  Aqui seu cafajeste! Disse ela balançando ele no ar. Agora você vai apodrecer na cadeia, pois ele escutou toda a sua confissão! Ele e todo o FBI. Quem é “perfeito” agora? Alex a olhava perplexo!  Desgraçada! Disse ele arrancando o microfone de suas mãos. Eu iria fazer você sentir prazer de novo em estar comigo, mas agora eu vou te matar de uma vez. Falou ele levantando ela pelo braço. Você não passa de uma piranha, disse mirando a arma em sua cabeça.  Pode ficar tranqüila que dessa vez eu não vou errar. Raquel fechou os olhos para não ver a cara de felicidade dele. Escutou o som da arma se armando e depois uma voz gritando:  Alex! Largue essa arma e coloque as mãos sobre a cabeça. Rachel abriu os olhos e viu Mark a poucos metros deles apontando a arma para Alex.  Eu acho melhor você fazer o que eu estou te mandando, porque sinceramente não vou pensar duas vezes em estourar seus miolos. Disse Mark se aproximando deles com cuidado.  Está bem. Disse Alex. Você venceu “herói”. Disse ele com desdém. Mas ao fazer um movimento rápido ele conseguiu pegar Rachel pelos cabelos, colocando a arma em sua cabeça gritou:  Eu acho melhor você soltar a sua arma Mark! Se não, é os miolos dela que você vai ver caído pelo chão. Disse ele sorrindo.  Você não tem saída Alex, o FBI todo está atrás de você. Dizia Mark ainda com a arma em punho.  E daí? Eu não tenho mais nada a perder Mark. Agora você vai me deixar ir embora ou vai arriscar a vida dela?  Mas para onde você for será preso, pois tem retrato falado seu em todo canto do país. Falava Mark.


 Eu posso dar um jeito nisso! Agora solta a sua arma, se não eu juro por Deus que vou estourar os miolos dela Mark! E vai ser agora. Disse ele engatilhando a arma. Mark olhou para Rachel e seus olhares se encontraram, então temendo por sua vida, Mark resolveu abaixar a arma. Rachel gritou:  Mark! Não faz isso! Ele vai matar nós dois, saia já daqui. Pedia ela.  Fica quieta. Gritou Alex. Coloca a arma no chão, disse ele.  Não! Gritava Rachel. Não faça isso Mark, por favor.  Eu mandei você calar a boca. Disse Alex mais uma vez. Nesse meio tempo Rachel lhe deu uma mordida em sua mão fazendo com que ele a soltasse, ela saiu correndo em direção á Mark ouvindo os gritos de dor que Alex ainda gritava, quando de repente parou ao escutar o estampido de tiros. Sentiu como se alguém a tivesse empurrado ao chão, então caiu tampando os ouvidos. Foi tudo muito rápido, mas para Rachel parecia ter sido uma eternidade. Aos poucos ela foi se levantando e conforme a poeira foi abaixando Rachel pode notar que não tinha sido ferida. Olhou em direção de Alex e viu que ele estava caído no meio de uma poça de sangue, então devagar se virou para a direção de Mark e gritou ao vê-lo caído também e junto dele alguns agentes lhe prestando os primeiros socorros. Quando notou Alan estava ao seu lado a abraçando e pedindo que ficasse calma. Mas mesmo assim ela caminhou lentamente até Mark e de novo como já havia feito uma vez naquele mesmo chão de terra, se ajoelhou sobre o corpo de quem amava pedindo a Deus que ficasse tudo bem.  Não! Gritava ela. Você não. Chorava passando as mãos pelos cabelos dele. Sentindo uma dor que a sufocava, Rachel não acreditava que depois de tanto sofrimento fosse mais uma vez passar por tudo aquilo de novo. E agora concordava com o que Mark havia dito uma vez, “Não se acaba um sofrimento com outro sofrimento” disse ele. Mas ela nunca imaginava que quem iria acabar se dando mal naquela história toda era Mark, pois agora ela dava qualquer coisa para tê-lo de volta. Não pode deixar de notar a ironia do destino que sutilmente os haviam reunidos ali para aquele triste acerto de contas.

 Pode ficar sossegada que você não vai se livrar de mim assim tão fácil. Disse Mark tossindo pelo esforço. Ela olhou para baixo e viu que ele sorria.  Mas eu pensei que você tinha morrido! Falou o encarando para se certificar de que estava bem mesmo.  Eu confesso que foi por pouco, mas graças ao meu parceiro eu ainda estou aqui. disse ele cansado.  Moça da licença. Temos que leva-lo rápido para o hospital. Disse um paramédico.  Qual o estado dele? É muito sério? Perguntava aflita.  Eu sinceramente não sei! Só saberemos quando fizermos alguns exames. Falava ele enquanto ajudava a colocar Mark em um helicóptero.  Mas ele vai ficar bem não é?  Parece-me que sim, disse o rapaz sorrindo. A gente se vê no hospital.  Calma Rachel ele vai ficar bem. Não se preocupe. Falou Alan ao seu lado. Agora eu acho melhor irmos já para o hospital para te medicarem também, iremos no meu carro.  Espera um pouco Alan. Disse Raquel se dirigindo a sua ex-casa sendo seguida por Alan. Quando chegaram Rachel entrou e depois de tanto tempo pode finalmente se sentir em paz. Pode sentir a presença de seu pai e seu irmão que parecia estar lhe dando adeus.  Obrigada meu irmão! Disse ela chorando sentindo um calor lhe invadir a alma. Ao longe escutou a voz de seu irmão que disse:  De nada maninha. Disse a voz em um som de eco sumindo em seguida. Ao sair da casa, Rachel pode notar que a “maldição” como Alex mesmo disse, havia acabado e agora todos estavam em paz. Alan passou seu braço por seu ombro e a levou até o carro. Raquel ainda pode ver de longe o corpo de Alex estendido sob aquele chão onde ele tinha feito aquela barbaridade e pensou nas palavras que havia lhe dito:  “Aqui se faz, aqui se paga”. Mas olhando ele agora, não conseguia mais sentir raiva dele, sentia era pena daquela pobre alma que tomara Deus descansasse em paz. Alan a levou direto para o hospital onde Mark estava e logo que chegaram foram


informados de que ele estava sendo operado naquele instante para a retirada da bala que por pouco não atingiu seu pulmão direito. Rachel foi levada para uma sala de exames onde recebeu cuidados, pois tinha alguns arranhões pelo corpo que ela só havia percebido naquele momento. Mas nem se abalou muito com aquilo, pois estava mesmo era preocupada com Mark. As enfermeiras deram um medicamento para que ela dormisse um pouco, pois mesmo sem ela sentir tinha passado por um estresse dos grandes. Aos poucos Raquel foi acordando e notou que tinha uma pessoa sentada perto de sua cama. Tinha trocado suas roupas, ela agora estava com uma daquelas camisolas de hospital. Olhou em volta e se lembrou de tudo. Do seqüestro, da confissão de Alex, da intervenção de Mark...Mark? Meu Deus como será que tinha sido a cirurgia? Mas ao tentar se levantar, foi impedida por uma voz que lhe era familiar. Michele a pegou pelos ombros e gentilmente a deitou de novo na cama.  Onde você pensa que vai? Perguntou ela sorrindo. Meu Deus Rachel! Eu achei que ia ter um troço sabia?  Por que? O que houve?  O que houve? Imagina que eu fiquei sabendo que aquele cafajeste tinha te seqüestrado tudo pela televisão? Eu quase tive um ataque. Disse ela levando a mão ao coração.  Desculpe-me Michele. Mas eu não podia te colocar em risco também. Alex era muito perigoso.  Eu sei disso! Falou ela lhe abraçando. Bem que eu sabia que estava me escondendo algo, mas eu achei que tivesse brigado com Mark.  Oh! Meu Deus! E como ele está? Perguntou ela se levantando.  Calma! Ele está bem Rachel...Agora trate de ficar bem quietinha. Disse Michele a empurrando de novo para cama.  Mas está bem mesmo? Perguntou duvidosa.  Sim, eu já até te dei um oi...E ele me pediu que tomasse conta de você enquanto ele está de molho. Falou ela sorrindo.  Esse é o Mark que eu conheço... As duas ficaram quietas por um tempo, Rachel pensava em tudo o que havia acontecido naquele curto espaço de tempo.

Como sua vida tinha tomado um novo curso e ela estava tão bem que dava vontade de sair correndo e gritar para todos que agora estava livre.  Rachel eu não sei como você teve coragem de ficar frente a frente com aquele canalha depois de tudo o que ele te fez passar...se fosse comigo eu sinceramente não sei se teria essa coragem toda sabia?  Olha para ser franca...eu também não sei de onde tirei aquilo sabia? A única coisa que eu queria era colocar ele na cadeia.  Mas também depois de ficar sabendo de toda a dor que ele lhe causou, eu entendo de onde você tirou essa força toda. Ah, minha amiga, porque você não me falou do estupro? Eu teria tentado te ajudar a pegar ele.  Por isso mesmo que eu não te falei nada sobre isso, pois sabia que você faria justamente isso. E além do mais, não tínhamos nada que pudéssemos fazer porque não eu não tinha prova nenhuma do que ele fez comigo. Nem mesmo o FBI podia botar as mãos nele.  E por falar em FBI, Alan me contou sobre o padrasto de Mark. Disse Michele pesarosa. Eu não entendo, como pode uma pessoa ser tão ruim assim?  Se você o ouvisse falando Michele! Ele sentia prazer em me contar nos mínimos detalhes de como matou o padrasto do Mark. Ainda bem que Mark não o ouviu.  Pois ele ouviu sim! Disse Michele. Pelo que Alan me disse, eles chegaram bem no momento em que ele lhe apontava a arma e por isso não puderam fazer nada com medo de que ele a matasse. E logo depois ele começou a fazer toda aquela louca confissão.  Meu Deus! Mark ouviu tudo aquilo? Ele me parecia tão calmo.  Pelo jeito ele só aparentava estar calmo. Mas a verdade é que ele ouviu tudo. Rachel sentiu uma angústia muito grande no seu peito ao imaginar o que ele devia ter sentido ao escutar aquele louco dizer sorrindo de como acabou com a vida de uma pessoa que ele amava. Mas ainda bem que essa era a última página daquela triste história de suas vidas.


Assim que foi liberada correu para ver Mark, pois estava com muita saudade dele. Ao entrar no quarto onde ele estava, sentia a emoção lhe invadir a alma ao vê-lo deitado naquele leito de hospital. Aproximou-se dele e notou que estava dormindo, então ficou ali em pé admirando seu rosto sereno. Não demorou muito e ele abriu os olhos de leve, fazendo ela abrir um largo sorriso de boas vindas. Abaixou-se e depositou um delicado beijo em seus lábios e logo sentiu os braços dele em volta de seu corpo.  Acabou meu amor! Disse ele emocionado. Finalmente estamos livres.  Sim! Foi á única coisa que ela conseguiu dizer pois todo o medo, a insegurança e todo o terror que ela havia passado a fizeram cair em um choro profundo. Já haviam se passado quase dois meses desde aquele triste episódio que ambos haviam enfrentado. Rachel ainda continuava no apartamento de Mark enquanto eles decidiam onde iriam morar depois que se casassem. Estava arrumando algumas coisas quando ouviu o barulho da porta se abrindo e foi até a sala para receber Mark que chegava mais cedo do serviço.  Hum! Chegou cedo! Que bom. Disse ela se jogando em seus braços.  Eu tenho duas boas notícias para lhe dar. Disse ele a pegando pelas mãos e fazendo com que se sentasse no sofá perto dele.  Boas notícias? Eu adoro boas noticias. Disse ela sorrindo.  Bom primeiro. Eu finalmente consegui concluir o caso do viceprefeito e também o caso do gerente de banco, colocando os devidos culpados na cadeia.  Devidos culpados?  Sim! Alex era só o mandante, eu ainda precisava pegar quem tinha realmente puxado o gatilho. Disse sorrindo.  Segundo. Eu pedi demissão da agência. Disse ele ficando em suspense.  Então você decidiu mesmo pedir demissão?  Sim! Sabe. Eu sinto que minha missão em ser policial foi concluída e com êxito deve acrescentar.

 Fico feliz por você meu amor. Disse ela abraçando ele. Mas eles deixaram você sair assim?  Eles não gostaram muito não, por enquanto estão achando que é só estresse por causa de tudo o que houve, inclusive me mandaram tirar umas férias prolongadas. Mas eu tenho certeza de não quero mais fazer parte disso. Eu já vi tragédias suficientes para toda essa vida. Agora a única coisa que quero é ter uma vida de paz e sossego ao seu lado.  É, você está certo. Concordou ela. E quanto a Alan? Como foi que ele reagiu a tudo isso?  Bom ele não gostou muito, mas me deu todo apoio em minha nova carreira.  Nova carreira? O que você está pensando em fazer?  Estou seriamente pensando em abrir uma firma de segurança particular...mas por enquanto ainda é só uma idéia. Disse ele sonhador.  Eu acho que seria perfeito para você, pois você tem muita experiência nisso. Falou ela dandolhe apoio.  Eu também vou fazer uma recomendação aos meus superiores para que Alan assuma o meu cargo aqui na cidade, eles inclusive estão pensando em abrir um escritório central aqui e nada mais justo de que Alan fique como responsável de tudo. E às vezes posso até dar uma mão de vez em quando.  É muito nobre de sua parte, disse ela.  E você? Você não vai ficar viajando o tempo todo, não é? Falou ele lhe dando pequenos beijos.  Não! Eu já fiz uma reunião com minha equipe e distribui cada um para uma determinada função, assim terei mais tempo livre para dedicar ao meu “futuro marido”.  Deixa eu te perguntar uma coisa? O que significa J&E que você colocou na sua empresa? Perguntou ele curioso.  Ah! É simples. J de Jonhatan nome de meu pai e E de...  Eric...Respondeu Mark. Nome de seu irmão. Disse antes mesmo dela acabar de falar.  Exatamente! Disse ela se emocionando. Sabe Mark! Naquele


dia quando tudo aconteceu, na hora que corri para você, pude sentir que alguém me empurrou para o chão. E tenho certeza que foi meu irmão que me ajudou lá naquele dia.  Para falar a verdade eu também senti como se tivesse alguém lá comigo aquele dia, principalmente quando eu o ouvi dizendo como matou meu padrasto...era como se alguém me dissesse para ter paciência que tudo daria certo.  Eu acho que tivemos uma ajuda extra naquele dia. Falou ela encarando ele.  Pode ter certeza que sim, disse ele concordando com ela.  E agora? O que vamos fazer? Perguntou provocando ele.  Agora vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo. Disse ele a pegando no colo indo em direção ao quarto. Embalados no amor que os uniam, Mark e Rachel agora só pensavam no futuro que tinham pela frente. Um futuro que a cada página virada seria marcada por muita alegria e paz que tanto necessitavam. Pois afinal, eles “estavam livres”. FIM


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