Paraná recebe investimento de R$ 20 milhões em centro de recepção de laranjas
O governador Ratinho Junior participou da inauguração da unidade de Cutrale em Paranavaí, no Noroeste do Estado. Foto: Ari Dias/AEN
Escolas estaduais em tempo integral do Paraná cresceram acima da média no Ideb
A estratégia do Governo do Estado de ampliar o número de escolas em tempo integral em todo o Paraná já tem apresentado resultados. As unidades escolares que funcionam neste modelo obtiveram um crescimento acima da média na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 tanto nos últimos anos do ensino fundamental quanto no ensino médio, o que ajudou o Paraná a manter-se como a melhor educação do Brasil e derrubou pela metade a distância entre o ensino público e privado. Entre as escolas estaduais do ensino fundamental II, que abrangem estudantes do 6º ao 9º ano, 65,6% das unidades que funcionam no modelo integral aumentaram as notas no Ideb entre 2021 e 2023, com uma variação positiva de 14,3% na média das notas. O avanço ficou quase 12 pontos percentuais acima das demais escolas, cuja proporção de melhoria na avaliação foi de 53,9%.
Governador lança programa de irrigação no campo com juros subsidiados pelo Estado
O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou nesta quinta-feira (22) o Programa Estadual de Irrigação (Irriga Paraná). O lançamento ocorreu em Paranavaí, no Noroeste, região com a maior área agricultável coberta com sistema de irrigação do Estado e uma das que mais sofre pela falta de chuvas. A iniciativa visa incrementar em 20% a área irrigada no Paraná com investimentos que somam cerca de R$ 200 milhões, entre linhas de crédito com juros subsidiados e pesquisa científica. Ratinho Junior ressalta que o objetivo do programa é fomentar o uso da irrigação no Estado, garantindo mais renda e previsibilidade para quem produz. “É uma visão moderna da agricultura que o mundo vem fazendo. Com as mudanças climáticas e a necessidade de ampliar a nossa produtividade, decidimos implantar esse programa, que vai facilitar a vida do agricultor, tanto na parte de projeto técnico quanto das licenças e outorgas ambientais, além de juros subsidiados”, destacou o governador.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta sexta-feira (23), em Paranavaí, no Noroeste, da inauguração da primeira unidade da Cutrale no Estado, empresa que atua no ramo de laranjas in natura e suco. Trata-se de um novo centro de recepção da fruta, com investimento de R$ 20 milhões. A região Noroeste é a maior produtora de laranjas do Paraná. Ratinho Junior destacou que a produção da fruta é mais rentável do que outras culturas, e a chegada da empresa é um incentivo a mais para os citricultores. “A Cutrale é uma das maiores do setor de laranja do mundo. Uma empresa brasileira que nós temos muito orgulho e que agora planta a sua semente no Paraná, em especial na região de Paranavaí, que já é consolidada na citricultura, com mais de 50 anos como uma grande produtora de laranja de qualidade”, afirmou o governador. “Tendo aqui um centro de seleção de frutas, isso ajuda a consolidar essa vocação do nosso Estado. Passa a ser também mais um incentivo para o agricultor, como uma opção de cultivo para ele no dia a dia”, complementou. “A Cutrale produz 50% do suco de laranja do Brasil para exportação e escolheu Paranavaí como mais uma opção da sua casa. É mais uma opção para o agricultor”.
Segundo o diretor-executivo da Cutrale, Ricardo Franzini Krauss, a escolha do Paraná foi estratégica, um movimento planejado há, pelo menos, oito anos. “Nós tivemos muito apoio do Estado. É um município que já tem a citricultura no sangue e o Paraná tem na sua essência essa capacidade de produção”, ressaltou. “São importantes produtores, eficientes, e nós estamos vindo exatamente para ajudá-los a serem ainda mais eficientes, oferecendo mais um ponto de opção de entrega de frutos”.
Com base em São Paulo, estado que tem sofrido com o greening, a empresa tem buscado alternativas e viu no Paraná a oportunidade de manter a qualidade de seus produtos. “Essa doença é um problema do mundo. Regiões como os Estados Unidos, México e até mesmo o Brasil estão tendo dificuldade, mas o Paraná tem conseguido trabalhar nessa questão, de forma integrada com a iniciativa privada, o que tem sido muito importante para a citricultura na região”, explicou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Natalino Avance de Souza.
População idosa vai superar jovens com menos de 15 anos em 2027 no Paraná
Até 2027, o número pessoas com mais de 60 anos de idade residindo no Paraná deve superar a proporção daquelas com menos de 15 anos. A informação consta nas mais recentes projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feitas a partir de dados do Censo 2022 e analisadas pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Chamado de Índice de Envelhecimento , o indicador reflete a relação entre a população oficialmente classificada pelo IBGE como idosa (pessoas com 60 anos ou mais) e a população jovem (pessoas com menos de 15 anos). O cálculo é feito a partir da divisão do primeiro grupo etário pelo segundo, multiplicado por 100. Na prática, quando o índice supera o valor de 100, significa que há mais idosos do que jovens entre a população geral. No Paraná, isso ocorrerá pela primeira vez em 2027, quando o Índice de Envelhecimento chegará a 100,1 – atualmente, ele está em 87,6. No Brasil, a inversão na proporção entre jovens e idosos deve acontecer dois anos depois, passando dos atuais 81,3 para 102,2 em 2029. O cenário traçado pelo IBGE aponta que esta é uma tendência que deve se acentuar ao longo das próximas décadas. Em 2046, o Índice de Envelhecimento projetado para o Paraná passará de 200, momento em que o número de idosos será o dobro dos jovens. Outra marca emblemática deve acontecer em 2069, quando haverá três pessoas com mais de 60 anos para cada um com menos de 15 residindo no Estado.
Copel recebe prêmio nacional de inovação no setor elétrico
As ações realizadas pela Copel no âmbito da inovação receberam quinta-feira (22) um importante reconhecimento da organização que reúne as empresas atuantes em distribuição de energia, no Brasil. O Prêmio Abradee de Inovação foi entregue em Brasília, destacando o papel da empresa paranaense enquanto protagonista nas transformações vividas pelo setor elétrico, como a participação na mobilidade veicular e a crescente presença de redes inteligentes, na cidade e no campo. Esta é a primeira vez que esta categoria entrou no prêmio. Para o diretor de Mercado e Regulação, André Gomes da Silva, que representou a Copel no evento, o troféu inédito é resultado do trabalho realizado ao longo dos últimos anos, afirmando a disposição da empresa em buscar maior dinamismo e eficiência. “Temos muito orgulho do trabalho feito pelo time da Copel e pelo reconhecimento como a melhor distribuidora em Gestão de Inovação, no primeiro ano em que esse troféu é entregue pela Abradee. Vamos em frente, buscando sempre o melhor para o nosso cliente”, afirmou.
A Copel é responsável por um dos maiores programas de digitalização e melhoria da rede de distribuição de energia em andamento no Brasil, com mais de 820 mil medidores inteligentes instalados em residências, comércios, empresas e propriedades rurais de 94 municípios do Paraná. O avanço tecnológico reduz a abrangência e o tempo de desligamentos acidentais, além de representar uma revolução na forma como os consumidores da Copel gerenciam o consumo de energia, por meio do próprio celular.
Outo programa consolidado é o Copel Volt. Com duas edições em pouco mais de
três anos, o programa de inovação aberta realizou parcerias com startups nacionais e internacionais, que têm aberto caminhos para a aplicação de soluções nas áreas de negócio relacionadas à energia elétrica. Esse movimento ganhou ainda mais força em 2023, quando a Copel anunciou a criação de um fundo para buscar novas oportunidades de investimento em empreendimentos de inovação em energia elétrica. Há um mês o projeto ganhou corpo e agora o Copel Volt foi lançado como hub de inovação que vai congregar todas as ações neste sentido que acontecem dentro da companhia.
INCENTIVO
À PESQUISA
O braço de distribuição da empresa está investindo fortemente em projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) voltados para a criação de novas soluções para os problemas enfrentados pelo setor. Entre as principais áreas de atuação, destacam-se a automação de redes, monitoramento inteligente de falhas, e o uso de inteligência artificial para otimização de processos.
Apenas em 2023, foram R$ 15 milhões investidos nesta área, que inclui ainda o trabalho com desenvolvimento de sistemas para classificação automática de vegetação sob redes elétricas utilizando imagens multiespectrais de nanossatélites, a criação de ferramentas para planejamento automatizado de redes de comunicação em zonas rurais e urbanas, e a implementação de plataformas integradas para a recuperação automática de redes, considerando a geração distribuída. Esses esforços têm como objetivo melhorar a qualidade do serviço, reduzir interrupções de energia e aumentar a eficiência operacional da companhia.
Escolas estaduais em tempo integral do Paraná cresceram acima da média no Ideb
A estratégia do Governo do Estado de ampliar o número de escolas em tempo integral em todo o Paraná já tem apresentado resultados. As unidades escolares que funcionam neste modelo obtiveram um crescimento acima da média na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 tanto nos últimos anos do ensino fundamental quanto no ensino médio, o que ajudou o Paraná a manterse como a melhor educação do Brasil e derrubou pela metade a distância entre o ensino público e privado. Entre as escolas estaduais do ensino fundamental II, que abrangem estudantes do 6º ao 9º ano, 65,6% das unidades que funcionam no modelo integral aumentaram as notas no Ideb entre 2021 e 2023, com uma variação positiva de 14,3% na média das notas. O avanço ficou quase 12 pontos percentuais acima das demais escolas, cuja proporção de melhoria na avaliação foi de 53,9%.
No ensino médio, houve aumento no Ideb em 51,6% das escolas estaduais em tempo integral, con-
tra 46,2% das demais, uma diferença de mais de 5 pontos percentuais. Na média, a nota das escolas integrais cresceu 18% entre 2021 e 2023. Os dados constam nas notas individualizadas por escola, divulgadas pelo Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Índice de cada instituição educacional foi definido por um cálculo que leva em consideração o desempenho escolar dos alunos, embasado pelas taxas de aprovação, e o resultado deles nas provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). As avaliações do Saeb são aplicadas pelo Inep aos estudantes de todo o País dos últimos anos de cada etapa escolar – 9º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio – nas disciplinas de língua portuguesa e matemática. Na média de todas as escolas (públicas e privadas) os alunos paranaenses obtiveram as maiores notas em português no ensino médio e em matemática no ensino fundamental II.
Os dados completos do Saeb por estado, nível de ensino, tipo de instituição educacional e escola podem ser consultados no site do Inep.
AMPLIAÇÃO CONTÍNUA
Desde 2019, o Governo do Estado tem investido na ampliação do número de escolas que funcionam em tempo integral por meio do Programa Paraná Integral. Naquele ano, 73 unidades funcionavam neste sistema, passando para 82 em 2020 e 92 em 2021. Em 2023, a iniciativa ganhou status de política permanente de Estado com a instituição da Lei Estadual nº 21.658/2023.
Após a relativa estagnação em função da pandemia e a retomada das aulas presenciais, o maior crescimento proporcional do ensino integral ocorreu em 2022, chegando a 167 escolas, 82% a mais do que no ano anterior. Em 2023, ano que serve de referência para a avaliação do Ideb, já eram 253 unidades integrais, chegando às atuais 412 neste ano letivo.
Os estudantes do ensi-
no fundamental parcial (termo que se refere ao modelo regular) assistem a cinco aulas diárias, totalizando 25 horas semanais, enquanto no ensino médio são seis aulas diárias e 30 horas semanais. Já no ensino integral, as aulas ocupam 9 horas do dia e 45 horas da semana dos estudantes. Neste sistema, cada aula dura 50 minutos, com uma hora de almoço e dois intervalos de 15 minutos: um pela manhã e outro à tarde, com os alunos fazem cinco refeições ao dia na escola.
“A ideia central da educação integral é proporcionar uma experiência educacional mais ampla, que visa desenvolver não apenas o conhecimento acadêmico, mas também socioemocionais dos alunos”, defendeu o secretário estadual da Educação, Roni Miranda. “Os ganhos alcançam tanto os estudantes quanto os pais, que podem ir trabalhar tranquilamente sabendo que os seus filhos vão passar o dia na escola, inseridos numa gama diversificada de atividades, em segurança e sendo bem assistidos”, acrescentou.
Com novos equipamentos, Tecpar moderniza laboratórios para ampliar serviços e ensaios
O complexo laboratorial do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) está sendo modernizado com novos equipamentos que trazem mais eficiência, precisão e agilidade para a realização de análises de materiais.
O instituto pretende aprimorar os ensaios voltados para a indústria farmacêutica, além de contribuir para expandir sua atuação e alcançar novos mercados na avaliação de materiais para a sinalização viária. Os dois novos instrumentos possuem tecnologia de ponta e oferecem resultados com alta confiança, que atendem as rigorosas normativas nacionais e internacionais para ensaios.
O valor investido totaliza R$ 341 mil, recursos do Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico, administrado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O montante faz parte dos investimentos que o governo estadual está destinando para o fortalecimento de projetos e programas estratégicos em 2024.
EQUIPAMENTOS
Um dos equipamentos é chamado espectrofotômetro UV-VIS. O seu diferencial é que ele possui um acessório acoplado, chamado de esfera de integração, que possibilita a realização de ensaios inéditos para o mercado farmacêutico. Importado do Japão, o equipamento conta com software moderno e tecnologia de ponta. Atualmente apenas três fornecedores mundiais possuem essa tecnologia e a fabricação é feita somente sob demanda.
“No Paraná, existem somente três equipamentos como esse, mas o Tecpar é o único laboratório público que vai prestar esse serviço para aplicação na área farmacêutica no Estado. A partir de agora poderemos oferecer uma tecnologia de ponta que não existe no Paraná. Vamos abrir um campo de potencial e pesquisa inédito no Tecpar”, diz a química e técnica em desenvolvimento tecnológico do Tecpar, Cyntia Soave.
Além da esfera de integração, o equipamento conta com outros acessórios como: suporte para análise de filmes/películas plásticas, e suporte para análises de materiais em pó, o que possibilita que o instituto possa realizar outros tipos de análises em pó e líquidos, filmes, plásticos (para a área farmacêutica e alimentícia) e sinalização viária.
Cyntia explica que o Centro de Tecnologia de Materiais do Tecpar já realiza alguns ensaios da farmacopeia brasileira em vidro grau farmacêutico, no entanto, com o novo equipamento, a unidade poderá implementar o ensaio de transmissão em vidro, atendendo a uma demanda crescente da indústria farmacêutica.
“Existem três níveis de vidro grau farmacêutico, e agora o Tecpar poderá atender a todos, devido ao nível de precisão do equipamento. Esse ensaio é importante porque o medicamento necessita de proteção contra a luz, afim de evitar a sua fotooxidação, que é a degradação pela luz. Esta análise é medida com o auxílio do espectrofotômetro UV-VIS adquirido”, pontua.
SINALIZAÇÃO VIÁRIA
O segundo equipamento é o espectrofotômetro portátil MiniScan, conhecido como medidor de cor, e será utilizado na avaliação de tintas para sinalização viária. Reconhecido mundialmente por ser extremamente preciso, este instrumento analisa, por exemplo, a composição de cores de tinta para veículos, placas ou cones, desde que a amostra apresente uma área plana de oito milímetros.
A aquisição do medidor de cor possibilita que outras soluções tecnológicas sejam acrescentadas ao portfólio do Tecpar. Uma das oportunidades é que o instituto poderá solicitar credenciamento junto à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para ser um dos laboratórios habilitados para avaliação de placas de trânsito padrão Mercosul, por exemplo.
As normativas do Mercosul determinam que apenas este equipamento pode fazer a avaliação das placas, já que elas possuem cores próprias, definidas de forma matemática e numérica. A partir de agora, o Tecpar está entre os poucos laboratórios no Brasil que possuem o instrumento e que podem ser credenciados para fazer esta avaliação de conformidade.
Com experiência de mais de quatro décadas no segmento, o Tecpar é referência em avaliações de materiais para sinalização viária, sendo o único laboratório na região Sul e um dos mais reconhecidos no Brasil a prestar esse serviço ao mercado público e privado.
Startup apoiada pelo Governo produz digitalmente próteses faciais e biomodelos
Passar por um trauma facial ou mesmo por uma cirurgia em decorrência de um câncer de pele no rosto pode necessitar de extração parcial ou total do nariz, orelha ou olho de um paciente. Situação que pode deixar sequelas estéticas e psicológicas, mas que podem ser minimizadas com o uso de próteses faciais de silicone, um dispositivo assistivo essencial para a recuperação psicoemocional destes pacientes. Com o objetivo de substituir um procedimento antes moroso e realizado manualmente, empresas vêm investindo em inovação para tornar este processo mais ágil e acessível. Este foi um dos motivos que contribuiu para que a startup Regenera fosse aprovada a participar do Programa Centelha. O programa, realizado com recursos da Fundação Araucária e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora. O trabalho realizado pela startup substitui alguns procedimentos manuais necessários quando o trabalho é realizado por um protesista, por operações virtuais para casos de próteses nasais, auriculares e óculo-palpebrais toman-
do como base uma digitalização da face do paciente que possibilita esculpir a prótese virtualmente, projetar um molde para silicone partindo desta geometria e fabricar o molde usando impressão 3D.
“A área médica é muito deficitária e queríamos fazer algo na engenharia voltado para a área da saúde. Todo o apoio que recebemos participando do Centelha foi primordial para a existência da Regenera. Nossa startup foi criada, em 2021 para participar deste edital. Não teríamos conseguido sem o recurso para iniciar a produção e a capacitação fornecida pelo Centelha”, disse o engenheiro mecatrônico e um dos sócios da startup, Felipe Mateus Franco.
A empresa de biomodelagem presta serviços a hospitais e clínicas. Além da produção de próteses faciais, a startup também atua na impressão de biomodelos usados nos estudos de casos antes da realização de procedimentos cirúrgicos. A produção nacional ainda é muito pequena e muitas clínicas e profissionais precisam importar as peças. “Tem muita coisa que está disponível lá fora mas no Brasil os médicos não sabem como ter acesso. Às vezes fazendo alguma adap-
tação a gente consegue produzir”, relata o engenheiro.
PERSONALIZAÇÃO
O grande diferencial do trabalho realizado na startup é a personalização minuciosa. “Produzimos a peça personalizada, que pode ser um osso, para que o médico possa estudar o caso antes da realização da cirurgia de um osso que apresenta alguma deformidade, por exemplo. Não é um osso qualquer. É um osso daquele paciente que o médico só poderia visualizar no momento da cirurgia para saber da condição dele. Já fizemos ossos, mandíbulas, estômago”, detalha.
A Regenera também produz mamas de silicone, usadas por mulheres que passaram por uma cirurgia de retirada da mama, principalmente, acometidas por câncer. A startup está instalada na incubadora de inovações da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Curitiba.
“A gente adora o nosso trabalho como empresa de impressão 3D que está ligada à área da saúde, então a gente vê que isto é uma entrega de valor imensa para todos os pacientes que a gente ajuda e todos os médicos, na expectava de que eles continuem no melhor tratamento possí-
vel e com um custo que não seja exorbitante pra eles”, afirma Franco.
CENTELHA
O Programa Centelha oferece capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso. A iniciativa contou com o investimento da Fundação Araucária e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) de R$ 4,6 milhões em suas duas edições. O número de empresas apoiadas deve passar de 70, com o valor de até R$ 60 mil por projeto.
O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, ressaltou que o movimento das startups está entre as principais agendas que o governo estadual tem encaminhado desde 2019 e que a Fundação Araucária se posiciona como a instituição que mais apoia financeiramente as startups no estado.
“O Centelha é uma excelente oportunidade de estimular o empreendedorismo inovador. Este ano nós devemos chegar a quase R$ 270 milhões já investidos nas startups somando as edições dos programas como o Snapse, Tecnova e Centelha além de outro conjunto de programas”, afirma o diretor.
Paraná recebe investimento de R$ 20 milhões em centro de recepção de laranjas
O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta sexta-feira (23), em Paranavaí, no Noroeste, da inauguração da primeira unidade da Cutrale no Estado, empresa que atua no ramo de laranjas in natura e suco. Trata-se de um novo centro de recepção da fruta, com investimento de R$ 20 milhões. A região Noroeste é a maior produtora de laranjas do Paraná. Ratinho Junior destacou que a produção da fruta é mais rentável do que outras culturas, e a chegada da empresa é um incentivo a mais para os citricultores. “A Cutrale é uma das maiores do setor de laranja do mundo. Uma empresa brasileira que nós temos muito orgulho e que agora planta a sua semente no Paraná, em especial na região de Paranavaí, que já é consolidada na citricultura, com mais de 50 anos como uma grande produtora de laranja de qualidade”, afirmou o governador. “Tendo aqui um centro de seleção de frutas, isso ajuda a consolidar essa vocação do nosso Estado. Passa a ser também mais um incentivo para o agricultor, como uma opção de cultivo para ele no dia a dia”, complementou. “A Cutrale produz 50% do suco de laranja do Brasil para exportação e escolheu Paranavaí como mais uma opção da sua casa. É mais uma opção para o agricultor”. Segundo o diretor-executivo da Cutrale, Ricardo Franzini Krauss, a escolha do Paraná foi estratégica, um movimento planejado há, pelo menos, oito anos. “Nós tivemos muito apoio do Estado. É um município que já tem a citricultura no sangue e o Paraná tem na sua essência essa capacidade de produção”, ressaltou. “São importantes produtores, eficientes, e nós estamos vindo exatamente para ajudá-los a serem ainda mais eficientes, oferecendo mais um ponto de opção de entrega de frutos”. Com base em São Paulo, estado que tem sofrido com o greening, a empresa tem buscado alternativas e viu no Paraná a oportunidade de manter a qualidade de seus produtos. “Essa doença é um problema do mundo. Regiões como os Estados Unidos, México e até mesmo o Brasil estão tendo dificuldade, mas o Paraná tem conseguido trabalhar nessa questão, de forma integrada com a iniciativa privada, o que tem sido muito importante para a citricultura na região”, explicou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Natalino Avance de Souza. O Estado conta com uma rede robusta de cuidado para erradicar a doença nas plantações, por meio do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), em especial com o trabalho dos técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
OPERAÇÃO
No Centro de Recepção de Paranavaí, as laranjas são coletadas diretamente dos produtores rurais antes de serem processadas na indústria. O processo inclui a recepção, classificação e armazenamento das frutas. O BIN, nome dado a estrutura de armazenagem, tem capacidade para até 15 mil caixas de laranjas com 40 quilos cada.
O produtor chega na unidade, descarrega e, na mesma hora, outro caminhão já faz o carregamento, que será enviado para a fábrica da empresa em São Paulo. Com isso, o produtor não precisa se preocupar com frete, o que barateia os custos. No início das operações, a Cutrale está com um turno, com 16 funcionários diretos, fora os indiretos, envolvidos com o transporte. A expectativa é que, com a consolidação das operações, sejam quatro turnos, triplicando o número de empregados.
LARANJA
A citricultura é o ramo mais representativo na fruticultura paranaense. Dados preliminares do Valor Bruto de Produção (VBP) de 2023 apontam que os principais citros – laranjas, tangerinas e limões – foram cultivados em 29,3 mil hectares no Estado. A laranja é o destaque, com 20,8 mil hectares. Os citros tiveram produção de 860,6 mil toneladas, sendo 731,5 mil toneladas de laranjas. Em rendimento monetário, a fruta foi responsável por R$ 751,8 milhões em todo o Paraná. Paranavaí figura como a principal produtora de laranjas do Estado, com 184 mil toneladas no ano passado, pouco mais de 25% da produção estadual, com um ganho de R$ 189,1 milhões, em uma área de 4,6 mil hectares. Os dados consolidados de 2022 também confirmam a liderança na produção. Dos 399 municípios paranaenses, 268 registraram a produção da fruta. A cidade do Noroeste foi a que mais produziu no Estado, com 126 mil toneladas e um VBP de R$ 116,1 milhões, bem acima do segundo colocado, Alto Paraná, na mesma região, que produziu 90 mil toneladas com ganho de R$ 83,7 milhões. Das 10 cidades que mais produzem a fruta, seis estão na região. As outras quatro estão ao lado, no Norte.
Com o programa Irriga Paraná, agricultores familiares e produtores rurais contarão com taxas de juros subsidiadas integral ou parcialmente
Governador lança programa de irrigação no campo com juros subsidiados pelo Estado
O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou nesta quinta-feira (22) o Programa Estadual de Irrigação (Irriga Paraná). O lançamento ocorreu em Paranavaí, no Noroeste, região com a maior área agricultável coberta com sistema de irrigação do Estado e uma das que mais sofre pela falta de chuvas. A iniciativa visa incrementar em 20% a área irrigada no Paraná com investimentos que somam cerca de R$ 200 milhões, entre linhas de crédito com juros subsidiados e pesquisa científica. Ratinho Junior ressalta que o objetivo do programa é fomentar o uso da irrigação no Estado, garantindo mais renda e previsibilidade para quem produz. “É uma visão moderna da agricultura que o mundo vem fazendo. Com as mudanças climáticas e a necessidade de ampliar a nossa produtividade, decidimos implantar esse programa, que vai facilitar a vida do agricultor, tanto na parte de projeto técnico quanto das licenças e outorgas ambientais, além de juros subsidiados”, destacou o governador. “A irrigação nos dará a oportunidade de fazer até cinco safras a cada dois anos. Ou seja, nós vamos ter um aumento de renda para o agricultor e automaticamente o volume da nossa economia no agronegócio também crescerá. O Paraná é o maior produtor de alimentos por metro quadrado do mundo, e tudo isso com sustentabilidade, sendo eleito pela quarta vez consecutiva o estado mais sustentável do Brasil”, complementou.
O Paraná conta com um baixo número de áreas irrigadas. Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apenas 3% da área utilizada para lavouras conta com sistema de irrigação, o equivalente a 170 mil hectares. Desse total, 100 mil hectares ficam no Noroeste (área onde
há menor disponibilidade de água e temperaturas mais elevadas), 15 mil hectares na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e o restante, 55 mil hectares, distribuídos pelas outras regiões. Em fevereiro, Ratinho Junior liderou uma comitiva para o estado de Nebraska, nos Estados Unidos, referência em sistemas de irrigação. O objetivo foi conhecer as soluções desenvolvidas por grandes empresas do setor e ver como o poder público de lá conseguiu desburocratizar e apoiar a instalação desses sistemas. O Irriga Paraná é um dos resultados concretos da missão.
RECURSOS
Assim como outros programas de apoio ao produtor paranaense, como o Energia Rural Renovável (RenovaPR), que incentiva a instalação de fontes próprias de energia sustentável, com o Irriga Paraná o Governo do Estado apoiará a instalação de sistemas de irrigação nas lavouras por meio de linhas de crédito com juros subsidiados. Isso garante maior produtividade das safras paranaenses, evitando que longos períodos de seca prejudiquem a produção.
Dos R$ 200 milhões que serão investidos dentro do Irriga Paraná, R$ 150 milhões são para linhas de crédito para estímulo à instalação de sistemas de irrigação. São R$ 78 milhões via Banco do Agricultor Paranaense (por meio da Fomento Paraná, com subsídio da taxa de juros), R$ 42 milhões pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e R$ 30 milhões via Fundo de Equipamento Agropecuário do Paraná (FEAP), gerido pela Seab. A execução do programa será feita pelo Sistema Estadual de Agricultura (Seagri). Agricultores familiares enquadrados nas linhas do Plano Safra terão juros zero
por meio do Banco do Agricultor Paranaense, com bônus de até R$ 20 mil em casos de adimplência. Para os demais produtores, haverá subvenção de cinco pontos percentuais até o limite de financiamento, de R$ 1,5 milhão.
No BRDE, haverá uma linha de crédito específica com recursos livres, com subvenção dos juros que vão de 7% até 12% ao ano, conforme valor do financiamento, disponíveis durante todo o ano. Pelo FEAP, os projetos serão encaminhados pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). Serão cadastradas empresas de serviços e equipamentos via chamada pública, que ficarão responsáveis pelos projetos a serem encaminhados ao Fundo. Caso a unidade técnica do programa aprove, o FEAP irá repassar o recurso diretamente ao produtor.
O Governo do Estado também apoiará a implantação de sistemas irrigados para a agricultura familiar com subvenção direta ao beneficiário final, de até 80% do valor do projeto, limitado a R$ 20 mil.
Entre os itens apoiados estão a captação e reservação de água superficial e subterrânea (poços), sistemas de distribuição de água para irrigação, equipamentos (conjunto motobombas, tubulação, sistemas de distribuição, pivô central, sistemas autopropelidos), instalações elétricas, sistemas de monitoramento de solo e clima (como estações meteorológicas compactas e sensores), sistemas de automatização, entre outros.
Para o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, o programa será fundamental para que o Estado possa se preparar para os efeitos das mudanças climáticas. “O Irriga Paraná é a materialização de um sonho do Governo do Paraná de ajudar as pequenas proprieda-
des a criarem condições de enfrentamento para a crise hídrica. As adversidades climáticas têm se tornado cada vez mais frequentes, então precisamos pensar em uma forma de que a agricultura não sofra tanto”, afirmou. “A preocupação que o governo tem é de criar soluções e é isso que o programa está trazendo. Nós estamos mudando de fase. Será um Paraná antes e um depois do programa”, disse o secretário. “A nossa meta é ambiciosa, de chegar nos próximos dois anos a 35 mil hectares irrigados.”
Na área de pesquisa, serão destinados R$ 20 milhões com recursos do Banco do Agricultor, FEAP, Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FERH) e Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Entre os investimentos estão o aprimoramento da gestão dos recursos hídricos em bacias estratégicas, com instalação de radar e estações; o estímulo ao uso de diferentes matrizes energéticas na agricultura irrigada, por meio do RenovaPR; e a promoção da utilização de água para reúso na irrigação, sobretudo em regiões de produção de proteína animal.
Além disso, serão incentivados cursos de capacitação sobre sistemas irrigados sustentáveis. O primeiro, realizado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), teve início em 2022 e envolveu 15 técnicos do IDRParaná. Uma segunda turma será aberta em outubro com mais 20 vagas.
O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, salientou a importância da capacitação dos profissionais para que possam auxiliar os produtores rurais. “Não adianta ter um programa de fomento e de estímulo à irrigação se você não tem, da parte da assistência rural, profissionais capacitados, bem formados
para acompanhar esse trabalho e orientar tecnicamente os produtores”, opinou. “A nossa contribuição nesse processo é a capacitação, a formação de pessoas.” Visão também compartilhada pelo reitor da UEM, Leandro Vanalli. “Nós temos um corpo docente muito experiente na área. Agora, com a formação dessa primeira turma que é muito competente, eles estão prontos para poder ajudar todo o Estado na área de irrigação, auxiliando os nossos agricultores”, finalizou.
PARANÁ RURAL
O Irriga Paraná é fruto do Programa de Segurança Hídrica para a Agricultura, instituído por lei estadual no primeiro semestre deste ano. Trata-se de uma política pública para mitigar os efeitos da escassez hídrica, antecipando-se aos efeitos das mudanças climáticas. É também um passo complementar a outras iniciativas na área, como regulamentação mais simples para o licenciamento ambiental para a reserva de água e a isenção de ICMS para equipamentos de irrigação.
O Paraná possui quase 15 milhões de hectares com cultivo, com 74% da área total do Estado coberta por terras agrícolas, sendo a segunda maior área plantada do País. Incentivar a irrigação é mais uma maneira de fortalecer a principal atividade econômica do Estado, que é a agricultura. Nas últimas cinco safras paranaenses, o prejuízo estimado foi de aproximadamente R$ 40 bilhões, devido às condições climáticas desfavoráveis, sobretudo por déficit hídrico. Mesmo o Estado tendo uma boa média de chuvas, nos últimos anos têm se intensificado grandes volumes de precipitação em pouco espaço de tempo, seguidos por longos períodos de seca, o que prejudica o andamento das lavouras.
O Estado ocupa apenas 2,34% do território brasileiro e responde por cerca de 5,44% da população, com 11,5 milhões de habitantes. Cerca de 1,53 milhão, ou 13,3%, são de residentes em áreas rurais. O Paraná é líder nacional na produção de frangos, peixes, seda, mel, erva-mate, cevada e feijão; segundo na produção de suínos, leite, aveia, ovos, trigo e mandioca; e terceiro em soja, milho, açúcar e laranja. O Valor Bruto de Produção (VBP) em 2023 foi de R$ 197,8 bilhões. Mas não é só isso. O Estado também tem aumentado os índices de investimentos na agricultura. Somente no primeiro semestre de 2024, os aportes mais que quadruplicaram na comparação ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, o Estado empenhou R$ 147,8 milhões no setor entre os meses de janeiro e junho, segundo levantamento da assessoria econômica da Secretaria da Fazenda (Sefa), com base nos dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
PRESENÇAS
Participaram do evento de lançamento do Irriga Paraná os secretários estaduais da Fazenda, Norberto Ortigara, do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, da Justiça e Cidadania, Santin Roveda, e do Turismo, Márcio Nunes; o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Marcos Tordoro; os diretores-presidentes do IDR-Paraná, Richard Golba, do Instituto Água e Terra, José Luiz Scroccaro, e do Simepar, Paulo de Tarso; o diretor-administrativo do BRDE, Heraldo Neves; o deputado federal Tião Medeiros; os deputados estaduais Soldado Adriano José, Do Carmo e Luiz Corti; o presidente da Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, Mário Almeida Filho; o presidente do Sindicato Rural de Paranavaí, Ivo Pierin Junior; entre outras autoridades.