Radar n° 12: Edição Especial sobre Mão de Obra e Crescimento
IPEA, Brasília, 15/03/2011
Fabiano Mezadre Pompermayer Paulo A. Meyer M. Nascimento Aguinaldo Nogueira Maciente Divonzir Arthur Gusso Rafael Henrique Moraes Pereira
POTENCIAIS GARGALOS E PROVÁVEIS CAMINHOS DE AJUSTES NO MUNDO DO TRABALHO NO BRASIL NOS PRÓXIMOS ANOS
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Impactos imediatos da escassez de mão de obra qualificada Aumento da demanda provoca aumento de salários, e consequente atração de pessoas fora do mercado ( desemprego) ou de outras atividades ( desvio ocupacional)
Preço unitário
D
pE
S
E
S 0
A ampliação da oferta através do sistema educacional (novos profissionais ou treinamento de profissionais com qualificação próxima) só ocorre no longo prazo D
qE
Alguns tipos de escassez de mão de obra qualificada Quantitativo
• Oferta (projeção) inferior à demanda prevista com o reaquecimento econômico
Qualidade
• Oferta suficiente, mas de qualidade inadequada para as funções demandadas
Áreas específicas
• Oferta insuficiente apenas em áreas de formação específica (ex. eng. Naval e de Telecom)
Regional
• Crescimento econômico (e demanda por profissionais) em novas regiões
Experiência
• Relativa escassez de profissionais de maior experiência
Caminhos de Ajuste CURTO PRAZO
LONGO PRAZO
• Aumento de salários Inibe demanda Atrai engenheiros em outras ocupações • Mobilidade Espacial • Retenção de profissionais em vias de se aposentar e retorno dos já aposentados Reduz o problema de falta de experiência • Capacitação e treinamento • Flexibilizar vistos de trabalho
• Ampliar oferta via sistema educacional número de vagas atração e retenção de alunos • Garantir qualidade de formação Aprimorar formação nas áreas em que engenheiros concorrem com outros profissionais • Garantir formação básica com qualidade, permitindo a expansão do nº de jovens aptos para o mundo do trabalho e para o ensino superior
IPEA, Brasília, 15/03/2011
Sergei Suarez Dillon Soares Paulo A. Meyer M. Nascimento
EVOLUÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO DO BRASIL DE 2000 A 2009 FACE AOS DEMAIS PAÍSES
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
% da população de 15 anos elegível BRASIL, 2000, 2003, 2006 E 2009
Notas médias das aplicações do Pisa BRASIL E DEMAIS PAÍSES, 2000 E 2009 600 16 melhoraram 550
Coréia ‐ 0,3
PISA 2009
500
Reino Unido ‐ 28,0 Austria ‐ 27,0
Luxemburgo + 38,3 450 México + 9,7 400
Brasil + 32,7
350 15 pioraram 300 300
350
400
450 PISA 2000
500
550
600
Notas médias das aplicações do Pisa BRASIL E DEMAIS PAÍSES, 2006 E 2009 600 32 melhoraram 550
Finlândia ‐9,2
500 PISA 2009
Portugual + 18,7 450
Turquia + 22,7 Chile +8,5 México + 11,4 Brasil + 16,76 Colombia + 17,6 Argentina +13,6
400
350 23 pioraram 300 300
350
400
450 PISA 2006
500
550
600
Distribuição acumulada das notas BRASIL, PISA (OCDE), MATEMÁTICA, 2000, 2003, 2006 E 2009
Nota em Matemática
700
2009 2006 2003 2000
600 500 400 300 200 100 0
20
40 Centésimo
60
80
100
Distribuição das notas (ano‐base=2000) BRASIL, PISA (OCDE), MATEMÁTICA, 2000, 2003, 2006 E 2009 80
Variação desde 2000
2009 70
2006
60
2003
50 40 30 20 10 0 0
10
20
30
40
50 Centésimo
60
70
80
90
100
IPEA, Brasília, 15-03-2011
Divonzir Arthur Gusso Paulo A. Meyer M. Nascimento
CONTEXTO E DIMENSIONAMENTO DA FORMAÇÃO DE PESSOAL TÉCNICO‐CIENTÍFICO E DE ENGENHEIROS
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Perfil das conclusões da graduação BRASIL 2009, por área (classificação OCDE) Outras e ND
Engenharias
C.Sociais e Direito
Artes, Humanidades e Educação
Matemática e C. da Computação
C.Físicas e Biológicas e Agricultura
Saúde e Bem Estar ‐
Univ Públicas
20.000
40.000
60.000
Univ Privadas
80.000
100.000
120.000
Outras Públicas
140.000
160.000
180.000
Outras Privadas
200.000
Disponibilidade de vagas e concorrência BRASIL, 2000-2009, Engenharias x Todas as áreas 7.000
nº de candidatos (todas as áreas)
nº de candidatos (Engenharias)
nº de vagas (todas as áreas)
nº de vagas (Engenharias)
900 6.223,4 800 777,5
700
5.000 600
4.039,9 4.000
500 3.164,7
3.000
400
327,6 322,2
2.000 1.216,3
300 200
1.000
100 93,9
0
0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
nº de vagas (em milhares)
nº de candidatos (em milhares)
6.000
Evolução das conclusões nas engenharias BRASIL, 1999‐2009, por tipo de IES 20000
Eng_univ_Publ
18000
Eng_univ_Priv
16000
Eng_Out_Publ 14000
Eng_Out_Priv
12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Distribuição por tipo de IES e nível de desempenho BRASIL, 2005 e 2008, Engenharias
Fonte: INEP, Enade 2005 e 2008. Elaboração dos autores. Obs: os concluintes de cursos sem conceito foram redistribuídos entre os conceitos de 1 a 5, na mesma proporção verificada para a distribuição dos concluintes dos cursos com conceito.
% de concluintes com alto desempenho BRASIL, 2005 e 2008, Engenharias
TIPO DE INSTITUIÇÃO Universidades Públicas Universidades Privadas Outras IES Públicas Outras IES Privadas Fonte: INEP, Enade 2005 e 2008. Elaboração dos autores.
% com alto desempenho (conceitos 4 ou 5) Enade Enade 2005 2008 85,3% 73,7% 2,7% 10,9% 6,7% 4,8% 5,2% 10,7%
IPEA, Brasília, 15/03/2011
Rafael Henrique Moraes Pereira (DIRUR) Thiago Costa Araújo (Consultor Estat./DISET)
OFERTA DE ENGENHEIROS NO BRASIL: PROJEÇÕES INICIAIS PARA 2020
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Contribuições da Demografia Equação de Equilíbrio Populacional
Pt n Pt B(t ,t n) D(t ,t n) I(t ,t n) E(t ,t n) Cresc. Vegetativo
Saldo Migratório
Força de Trabalho Qualificada
Pt n Pt E(t ,t n) A(t ,t n) D(t ,t n) I(t ,t n) E(t ,t n) Políticas
Mort.
Saldo Migrat.
Metodologia População Base (estoque)
Fonte: Censo Demográfico, 2000 (IBGE)
População com diploma nas áreas de egenharias
Menos de 70 anos de idade
Metodologia Entrada (fluxo)
Fonte: Censo da Educação Superior, 2000-2008 (INEP/MEC)
Egressos universitários (volume e estrutura etária*)
Projeção: 3 cenários 1.
Inercial (linear);
2.
Intermediário (polinomial)
3.
Otimista (exponencial)
Metodologia Saída – Mortalidade (fluxo)
Fonte: Censo Demográfico e PNADS, 2000-2007 (IBGE)
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (DATASUS/MS)
Taxas específicas de mortalidade (sexo e grupos etários)***
Projeção: projeções oficiais do IBGE (2008) • •
Projeção logística do Ln(Mx) *Mortalidade Limite 2100 razões de sobrevivência
Metodologia Saída – Aposentadoria (fluxo)
ad hoc: 70 anos como idade de corte Goic (1994, 1999), Bastías et al. (2000) Rodrigues (2008)
Consistência do corte: PNAD (2009) apenas 18,5% das pessoas acima de 70 anos e com mais de 12 anos de estudo se inseriam na força de trabalho (PEA).
Migração internacional
Desconsiderada
Resultados Egressos de engenharias (em milhares)
9,49% 148
160 140 120
Observado
Estimado
Projetado (Linear)
Projetado (Polinomial)
8,46%
Projetado (Exponenciall)
123
6,54%
100 80
86
8,7%a.a.
60 40 20
47 24
0 2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
Resultados Estoque de engenheiros (em milhares)
6,1%
2.000 1.800 1.600
Observado
Estimado
Projetado (Linear)
Projetado (Polinomial)
5,7%
Projetado (Exponenciall)
1.655 1.528
1.400
4,7%a.a.
1.200
1.794
5,1%
1.000 800
798
600 400
550 2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
IPEA, Brasília, 15/03/2011
Aguinaldo N. Maciente (DISET) Thiago Costa Araújo (Consultor Estat./DISET)
A DEMANDA POR ENGENHEIROS E PROFISSIONAIS AFINS NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Projeção para o crescimento econômico Obtenção das tendências de crescimento do valor agregado setorial, entre 2000 e 2010: Extrapolação dessas tendências para o período 2011‐2020 Assume‐se que os setores que mais cresceram entre 2000 e 2010 continuarão a fazê‐lo no período seguinte
Projeção para o crescimento econômico Crescimento médio entre 2000‐2010 foi de aproximadamente 3,5% ao ano Projeções para 2011‐2020: Cenário médio: crescimento de 4% ao ano Cenário mais otimista: taxa média de 6% a.a. Cenário mais pessimista: crescimento de 2,5% ao ano
Crescimento anual do valor agregado setorial, para diferentes cenários de crescimento econômico 2000‐2010
2011‐2020 6% ao ano
4% ao ano
2,5% ao ano
Petróleo e Gás
3,7%
5,8%
3,8%
2,3%
Extrativa Mineral
0,9%
3,0%
1,0%
‐0,4%
4,2%
6,5%
4,5%
3,0%
10,6%
13,2%
11,1%
9,5%
2,6%
4,6%
2,6%
1,1%
3,2%
5,4%
3,4%
1,9%
8,7%
12,2%
10,1%
8,5%
Infraestrutura
5,0%
7,0%
5,0%
3,4%
Total
3,5%
6,0%
4,0%
2,5%
Adm. púb, saúde e educação Construção Residencial Demais Serviços de informação, interm. fin e serv. Prest. empresas Indústria de Transformação
Estimação das elasticidades Regressão do emprego versus o valor adicionado setorial, entre 2000 e 2010 Obtém‐se a relação entre o crescimento do setor e o crescimento de sua demanda por engenheiros e profissionais afins
Utilização dessas relações e das projeções de crescimento setorial para 2011‐2020 para obter o crescimento esperado do emprego desses profissionais
Elasticidade do emprego de engenheiros relativamente ao valor adicionado Setor
Elasticidade
Indústria de Transformação
2,84
Adm. púb, saúde e educação
2,64
Construção Residencial
2,21
Demais Setores
1,69
Petróleo e Gás (extração e refino)
1,53
Serv. de inform., interm. fin e serv. prest. empr.
1,33
Extrativa Mineral (exceto petr. e gás)
0,92
Infraestrutura
0,89
Crescimento anual do emprego de engenheiros, para diferentes cenários de crescimento econômico
2000‐2010
2011‐2020
Petróleo e Gás
17,6%
6% ao ano 19,3%
4% ao ano 2,5% ao ano 15,9% 13,3%
Extrativa Mineral
10,3%
12,1%
10,1%
8,7%
Adm. púb, saúde e educação Construção Residencial
11,0%
16,0%
10,3%
6,2%
8,4%
13,4%
8,7%
5,3%
Demais
7,9%
11,3%
7,7%
5,1%
Serviços de informação, interm. fin e serv. Prest. empresas Indústria de Transformação
6,3%
9,4%
6,7%
4,6%
8,4%
13,5%
7,5%
3,2%
Infraestrutura
3,1%
4,8%
3,0%
1,7%
Total
8,1%
13,0%
8,4%
5,1%
Demanda por engenheiros para diferentes cenários de crescimento entre 2011e 2020
Indícios de aquecimento da demanda relativamente à oferta Pressões salariais Pressões demográficas
Razão entre o salário de engenheiros e o de demais empregados de nível superior 2,4 2,2 2 1,8 1,6 1,4 1,2 1996 1998 2000 Infraestrutura Construção Residencial Indústria de Transformação Petróleo e Gás
2002
2004 2006 2008 Demais Setores Adm. púb, saúde e educação Extrativa Mineral Serv. de inf., financ. e prest. empr.
Engenheiros e afins com maiores aumentos dos salários entre 2004 e 2009 Família Ocupacional Profissionais da biotecnologia
Número médio de Crescimento do Crescimento do empregados em emprego entre 2004 salário real entre 2009 e 2009 (% a.a.) 2004 e 2009 (% a.a.) 1.905 35,5 24,4
Profissionais da metrologia
791
27,2
12,8
Geólogos e geofísicos
298
43,1
10,9
Gerentes de obras na construção
4.307
16,7
5,7
Engenheiros de minas e afins
3.053
11,8
4,6
930
9,3
4,1
Engenheiros químicos
11.267
6,4
4,0
Engenheiros mecânicos
28.568
7,0
3,8
Engenheiros civis e afins
71.282
8,1
3,8
Engenheiros agrossilvipecuários
22.556
4,0
3,7
427
24,9
3,5
17.971
11,9
3,5
4.304
3,6
3,4
15.516
11,6
2,7
Engenheiros agrimensores e cartógrafos
Engenheiros mecatrônicos Analistas de sistemas computacionais Engenheiros metalurgistas e de materiais Arquitetos
Estrutura etária e dos engenheiros, por gênero
Percentual dos engenheiros formados requeridos pelo mercado de trabalho formal
Conclusões Crescimento econômico no ritmo 2000‐2010 parece ser sustentável, dado o atual ritmo de formação de profissionais Ainda assim, setores mais aquecidos podem enfrentar problemas Empresas provavelmente enfrentarão maiores custos de treinamento e retenção Possível déficit de experiência e qualidade
Um crescimento acima do cenário de 4% a.a. pode impor desafios
IPEA, Brasília, 15‐03‐2011
aguinaldo.maciente@ipea.gov.br divonzir.gusso@ipea.gov.br fabiano.pompermayer@ipea.gov.br paulo.nascimento@ipea.gov.br rafael.pereira@ipea.gov.br sergei.soares@ipea.gov.br thiago.araujo@ipea.gov.br
Obrigado