EXPOSIÇÃO "POLIFONIAS DO CORAÇÃO"

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MUSEU HISTÓRICO DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP

Exposição

POLIFONIAS DO CORAÇÃO

8 de março de 2012 Ribeirão Preto-SP


Desde a antiguidade, o coração foi considerado não apenas órgão do corpo como, também, sede de outras capacidades e poderes, provavelmente devido ao seu movimento autônomo e ao seu envolvimento nos efeitos fisiológicos correlatos às emoções. Mesmo sem abandonar a concepção metafórica do coração, William Harvey, no século XVII, assentou as bases da fisiologia moderna ao demonstrar experimentalmente sua função enquanto constituinte do sistema circulatório. Contribuiu também, junto com Descartes, para a visão mecanicista do organismo ao assimilar o coração a uma bomba. Embora as pesquisas desenvolvidas nos séculos subseqüentes tenham acrescentado novos conhecimentos acerca das funções cardiovasculares, para a mentalidade comum do homem contemporâneo o coração continua a exercer funções que ultrapassam a de uma bomba de sangue. A presente mostra, inspirada no curso do mesmo nome, busca, no acervo do Museu Histórico, na coleção de peças anatômicas do setor de Anatomia e em estudos desenvolvidos no Departamento de Fisiologia, elementos que permitam abordar a pluralidade de sentidos que comporta o coração.


O CORAÇÃO E SEUS SIGNIFICADOS.


A mais antiga ilustração do coração data da PRÉ-HISTÓRIA: é uma pintura rupestre de cerca de 30000 anos atrás: um artista desconhecido traçou numa gruta da Espanha a figura de um mamut com uma mancha em forma de coração: o caçador pré-histórico sabia da necessidade de atirar neste ponto do corpo para abater o animal.


Nos tratados médicos do antigo EGITO o coração era considerado órgão essencial da vida e sede do espírito, da alma e da razão. No processo de embalsamação apenas o coração ficava em seu lugar, pois no livro dos mortos estava escrito: “O teu coração está contigo como quando tu estavas na terra”. Os Egípcios acreditavam que após a morte, a alma chegava até Osíris, que pesava o coração numa balança: se ao longo da vida, a pessoa não cometera faltas, o coração era leve como uma pluma e a alma entrava no reino dos deuses; se o coração era pesado, a alma era devorada por um monstro. Um papiro descoberto em Tebas no ano de 1862 e que leva o nome de seu descobridor, Edwin Smith, é atribuído a Imhotep, o primeiro médico conhecido na história, e data de 3000-2500 a.C. Nele o coração é descrito como o centro de um sistema de vasos que se estendiam para a periferia do corpo, sem fazer referência ao que estes distribuíam. Nele também encontramos referência à existência de uma correlação direta entre o pulso e a função do coração.

A palavra “coração” em escrita hieroglífica


Cláudio Pastro

Nas SAGRADAS ESCRITURAS o coração é sede da inteligência, da reflexão, da meditação. O coração concebe os pensamentos, forma as idéias (vide livro dos Provérbios 6,18), conserva as lembranças. Como centro das faculdades espirituais e da vida moral, o coração da Bíblia, o leb hebraico, é também sede da sabedoria, da memória, da vontade, das disposições da alma, sejam elas boas ou más, das paixões e sentimentos, dos desejos, da consciência. O NOVO TESTAMENTO reforça a importância do coração como órgão da pessoa psicológica e espiritual por excelência. Ele é, essencialmente, o lugar da vida espiritual e da habitação divina.


A perspectiva cardiocêntrica pode ser observada na GRÉCIA antiga nos textos fundamentais como os de Homero, Hesíodo e Ésquilo, em que o termo kardia remete a todo um universo de significados e ações que identificam a pessoa na sua integralidade. PLATÃO (428-348 a.C) parece ter sido o primeiro a “destituir” o coração humano de sua hegemonia incontestada e central. Em sua célebre teoria tripartite da alma, exposta no Timeu, localiza a alma humana, em sua dimensão intelectual e imortal, na cabeça, mais especificamente no cérebro. Ao coração e mais genericamente ao peito Platão associa a “alma sensitiva” ou “emocional”, princípio dos sentimentos e paixões como a cólera ou a coragem. Situado espacialmente no centro do corpo, entre a cabeça e as “partes baixas”, onde habita a alma vegetativa, sede dos instintos, o coração humano e, de maneira geral todo o seu entorno, desempenha papel fundamental, por ser o órgão mediador entre a razão e os apetites. Na fisiologia de ARISTÓTELES (384-322 a.C), o coração é o órgão principal, enquanto princípio único no corpo humano, a partir do qual todos os outros se desenvolvem. O coração é também produtor, recipiente e distribuidor do sangue, que é considerado como o alimento do corpo. Além disto, como os órgãos da percepção são ligados ao coração pelos vasos sanguíneos, as diversas sensações acabam por confluir no coração, onde as impressões do mundo exterior são coordenadas. Contradizendo Platão, que situava a coordenação dos sentidos no cérebro, Aristóteles define o coração como o lugar responsável pela percepção e, ao mesmo tempo, como centro das emoções. O coração coopera no exercício do pensamento, mesmo que ele não seja a causa única pois, a inteligência em seu sentido estrito, não depende de um órgão corporal específico: o pensamento discursivo e o pensamento prático são tributários do sangue, cuja fonte e distribuidor é o coração.


Na MEDICINA OCIDENTAL DO PRIMEIRO SÉCULO, destaca-se a concepção de GALENO (c. 131-201 d.C.) segundo a qual o funcionamento do corpo humano é governado pela interação de três órgãos fígado, coração e cérebro dos quais todos os outros dependiam. Os alimentos absorvidos no intestino sob a forma de kilo, são levados pela veia porta para o fígado, onde se transformam em sangue, impregnando-se de uma essência especial, constituída de espíritos naturais, responsáveis pelas atividades primárias, menos nobres, do organismo. As veias que partem do fígado distribuem pelo corpo os espíritos naturais, os quais dão origem em cada órgão às substâncias que lhes cabe produzir. Dentre elas, a bile amarela e a bile negra, que constituem ao lado do sangue e da fleuma, os quatro humores, dos quais depende o estado de saúde do indivíduo. A movimentação do sangue venoso não se faz por fluxo contínuo, mas depende de um dinamismo de fluxos e refluxos: durante o período de descida, as veias absorvem os resíduos produzidos pelo organismo. O fígado é o centro do sistema venoso e dele parte um grosso vaso, a veia cava, que conduz o sangue impuro para o ventrículo direito. Do ventrículo direito, através de outro vaso calibroso, a artéria pulmonar, o sangue é levado aos pulmões, onde os resíduos se vaporizavam para serem eliminados na expiração. Parte do sangue chega ao ventrículo esquerdo através de poros e canais invisíveis existentes no septo interventricular. No ventrículo esquerdo, o sangue entra em contato com o ar que penetra nos pulmões durante a inspiração e que é levado àquela câmara pelas veias pulmonares. Ao entrar em contato com o ar, o sangue se impregna dos espíritos vitais e por isso muda de cor, tornando-se mais vermelho. Por intermédio da aorta, o sangue se dirige ao cérebro e ali se impregna dos espíritos animais, os elementos mais nobres da economia humana. Pelo mesmo mecanismo, comparável ao das marés, o sangue vitalizado se distribuí por todo o corpo. Na concepção de Galeno, inspirada em Aristóteles, a principal função do coração é a formação do calor corporal, fonte primária da vida: o ar que chega aos pulmões em baixa temperatura é levado ao coração que funcionava como uma câmara de combustão gerando calor pelo encontro do ar com o sangue. Cabe aos pulmões controlar o excesso de calor gerado, expelindo-o junto com os resíduos na expiração. A concepção de Galeno prevaleceu por vários séculos.


Entre os médicos ÁRABES da Idade Média, Ibn Sina (980-1037), conhecido também como Avicena, elaborou um tratado de medicina chamado Canone da Medicina, obra monumental utilizada na prática e no ensino médico até o século XVIII. Avicena pensava o coração como um órgão inteligente que controlava e dirigia os demais, produtor do sopro vital, ou calor inato do corpo.

Leonardo Da Vinci

A retomada dos estudos anatômicos no RENASCIMENTO permitiu lidar diretamente com os achados anatômicos, proporcionando evidências de que o coração é dividido em quatro partes com dois ventrículos e duas aurículas. Ainda no século XVI europeu, é o coração e não o cérebro quem, nas imagens dos filósofos e médicos, é caracterizado como o centro não apenas da vida física e emocional, mas também intelectual e moral. No Renascimento, prolifera também o uso das metáforas e analogias políticas entre o coração e o rei: o coração é soberano do corpo humano, assim como o rei é soberano do corpo social.

Com a publicação da obra de ANDREAS VESALIUS (1514-1564), De Humani Corporis Fabrica (1543), o primeiro texto completo de anatomia humana, os conceitos galênicos foram refutados e o coração foi colocado no centro da circulação vascular, abrindo o caminho para outras descobertas.


Quando o médico inglês WILLIAM HARVEY (1578-1657) escreveu seu livro Exercitatio Anatomica de Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus (1628) foi estabelecido o conceito de uma circulação impulsionada pelo coração, que colocou os fundamentos da fisiologia moderna. Harvey examinou cuidadosamente as diferentes partes do coração e suas funções, sobretudo a operação das válvulas nas veias para manter o fluxo centripetamente e, apesar de não ter a chance de prová-lo diretamente, sugeriu a existência dos capilares arteriais. No entanto, o médico inglês em seus escritos nunca questionou a interpretação metafísica do coração, metaforicamente descrevendo-o como o “rei” do corpo, ainda que tenha contribuído de forma fundamental para o fenômeno da chamada “mecanização do coração”.

No final do século XVII, o conhecimento anatômico e funcional do coração se tornou muito preciso. O filósofo francês RENÉ DESCARTES (1596-1650) foi um dos primeiros a aceitar as novas teorias de Harvey, que se associava bem com a sua concepção mecanicista do homem. Para Descartes, o coração podia ser concebido como uma bomba ou, melhor ainda, uma máquina de combustão.


No SÉCULO XVIII, os vários ramos do conhecimento humano começaram a se estruturar com base numa metodologia científica comum reconhecida e compartilhada. Os desenvolvimentos da neurologia e da psicologia transferiram a razão, emoções e sentimentos do coração, para a mente e o cérebro. Desde a segunda metade do século XVII, filósofos como Willis, Locke e Bonnet, começam a estabelecer as bases para a construção do sujeito cerebral, que será mais tarde consagrado pelas neurociências e pela abordagem da “inteligência artificial” de nossa época. O cérebro parece assim tornar-se o órgão definidor do eu. Mesmo assim, no imaginário popular, o coração continua a ser percebido como sede dos sentimentos e das paixões.

Henri Matisse


A palavra coração deriva do grego kardia e do latim cor. Ambas têm origem na palavra kurd do sânscrito, que significa saltar. O coração, o kardia helênico e mais tarde o cor latino aparece nos poemas épicos, líricos e nas tragédias não apenas como sede dos sentimentos e das paixões, mas também da inteligência, dos pensamentos e ainda como lugar de encontro com os deuses.


BLEEDING Cleido Vasconcelos, INSTALAÇÃO 2012


CORAÇÃO Cleido Vasconcelos, INSTALAÇÃO 2012



O CORAÇÃO: BOMBA BIOMECÂNICA OU ÓRGÃO COMPLEXO?


Cirurgia experimental em cão realizada por Ruy Ferreira-Santos e sua equipe

Bomba coração-pulmão artificial para circulação extra-corpórea.


O CORAÇÃO E A CONCEPÇÃO MECÂNICA DO CORPO Apesar de William Harvey, o precursor dos estudos experimentais sobre circulação conceber o coração de forma metafórica como “princípio da vida e sol do microcosmo”, dentro de uma visão corrente no período em que viveu, organizou os resultados de suas pesquisas dentro de um modelo mecanicista. Considerava o coração como uma bomba e as artérias e veias como tubos, o sangue em movimento um líquido sob pressão e as válvulas das veias cumpriam uma função mecânica. Descartes posteriormente estenderá a todos animais a idéia- já exposta em Leonardo da Vinci e presente em Galileu-segundo a qual todos seres vivos são máquinas. Esta visão do coração como bomba persiste ainda em nossos dias e motivou vários pesquisadores a desenvolver artefatos mecânicos que pudessem substituir, de forma temporária ou permanente, o coração de animais experimentais, com a perspectiva de usá-los em pacientes humanos. Ao lado de modelos de coração concebidos para substituir o órgão propriamente dito, foram desenvolvidas máquinas complexas denominadas “coração-pulmão”, de grande utilidade durante a execução de cirurgias torácicas nas quais se faz necessário desviar o sangue do órgão para melhor corrigir eventuais patologias.

Esquema de um modelo hidráulico do sistema circulatório, extraído de um livro de Fisiologia Humana

Projeto de coração artificial desenvolvido no Instituto Dante Pazzanese (Revista Pesquisa FAPESP, 2011, 185:72)


CORAÇÃO Paló P. INSTALAÇÃO 2012 Ribeirão Preto-SP


O SONHO DE OTTO LOEWI (1873-1961) “Na noite de domingo de Páscoa, em 1921, acordei, acendi a luz e fiz algumas anotações em uma pequena tira de papel. Então adormeci novamente. Às 6 horas da manhã ocorreu-me que eu havia escrito uma coisa muito importante, mas não fui capaz de decifrar os rabiscos. Aquele domingo foi o mais desesperado dia em toda minha vida científica. Na noite seguinte, porém, acordei às 3 horas e lembrei o que era. Dessa vez não corri nenhum risco: fui imediatamente ao laboratório fazer o experimento com corações de rãs, conforme descrito, e às 5 horas da manhã a transmissão química do impulso nervoso estava conclusivamente provada.”


O EXPERIMENTO DE OTTO LOEWI Otto Loewi isolou dois corações de rã que manteve em atividade por meio da perfusão com uma solução fisiológica. Estimulou com corrente elétrica o nervo vago (parassimpático) que inervava um dos corações, e observou uma parada transitória dos batimentos. Recolheu a solução salina que banhava este coração e perfundiu-a no outro coração e observou que também este parava de bater. Postulou a liberação de uma substância química, que denominou Vagusstoff (do alemão, essência ou substância vagal), pelo nervo estimulado, substância esta que mais tarde foi identificada com a acetilcolina. Provou assim diretamente, a transmissão química do impulso nervoso.


O CONTROLE NEURAL DA ATIVIDADE CARDÍACA OU COMO AS EMOÇÕES AFETAM NOSSO CORAÇÃO O desenho mostra como todas as vísceras são inervadas por fibras que tem origem no sistema nervoso central. O conjunto destas fibras recebe o nome de sistema nervoso autônomo. Este é dividido em dois sub-sistemas: simpático e parassimpático. No caso do coração, o simpático acelera e o parassimpático reduz os batimentos cardíacos. Percebemos ainda que os corpos celulares das fibras dos sistemas simpático e parassimpático estão situados nas partes mais baixas do sistema nervoso central: medula espinhal (simpático) e tronco cerebral (parassimpático). Estes corpos celulares recebem conexões de feixes de fibras que procedem de regiões mais altas do sistema nervoso central, envolvidas na organização de comportamentos (mesencéfalo e hipotálamo) e emoções (amígdala). Isto nos mostra como nossas funções viscerais, sobretudo a cardíaca, podem ser emocionalmente afetadas.


É POSSÍVEL CONTROLAR AS FUNÇÕES CARDÍACAS? Em 1935, Thérèse Brosse, uma cardiologista francesa, movida pelas notícias de que pessoas altamente treinadas (yogis) conseguiam controlar sua freqüência cardíaca, a ponto de induzir parada dos batimentos, foi para a Índia equipada com um eletrocardiógrafo portátil e registrou a atividade cardíaca de praticantes de meditação. A partir da década de 1950 outros cientistas tomaram o mesmo caminho, incluindo em seus estudos praticantes do Zen Budismo. O budismo vem sendo considerado como um sistema rigoroso de treinamento da mente e observação de processos mentais e seus praticantes tem participado, junto com cientistas ocidentais, de estudos interdisciplinares sobre a consciência. Normalmente a função cardíaca, como as demais funções viscerais, está fora de nosso controle consciente. Mas os estudos efetuados em praticantes do budismo mostram como estas funções podem ser controladas, com benefícios para o organismo. Além da prática regular da meditação a tradição budista encoraja práticas que despertem emoções positivas que promovem bem estar como compaixão e alegria. A ciência ocidental dirige seu foco principalmente para estados mentais negativos como medo, ansiedade e depressão.


O CORAÇÃO COMO ÓRGÃO ENDÓCRINO O ANP (peptídeo natriurético atrial) é produzido pelas células do coração (cardiomiócitos) e tem a função primordial de abaixar a pressão arterial: produz vasodilatação sistêmica e diminui a reabsorção renal de sódio o qual é eliminado pela urina juntamente com a água. Podemos constatar de uma forma prática a ação do ANP sobre a excreção urinária de sódio e água ao mergulhar numa piscina: a pressão da água contra o corpo faz aumentar o retorno de sangue venoso ao coração. Disto resulta um aumento de pressão dentro do coração com a conseqüente liberação do ANP que, agindo nos rins, aumenta a produção de urina. A vinculação entre submersão e aumento da produção de urina já era conhecida na Antiguidade. No período Romano, soldados treinados para executar tarefas que exigiam submersão, eram denominados urinatores.


O CORAÇÃO: FORMA E FUNÇÃO.


FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO Diretor: Benedito Carlos Maciel Vice –Diretor: Geraldo Duarte COMISSÃO DE CULTURA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Presidente: Maria de Lourdes Veronese Rodrigues Suplente: Eucleia Primo Betioli Contel MUSEU HISTÓRICO DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO Comissão Coordenadora: Anette Hoffmann, Antônio Carlos Duarte de Carvalho, Gutemberg de Melo Rocha, Maria de Lourdes Veronese Rodrigues e Geraldo Passos EXPOSIÇÃO “Polifonias do coração” Curadoria e expografia: Cleido Vasconcelos e Anette Hoffmann

Comissão organizadora: Anette Hoffmann Robson de Castro Escudeiro Fernando Luís Tassinari Silvana Moreira Delfino

Textos e material ilustrativo: Marina Massimi, Anette Hoffmann, Rubens Fazan Júnior e Luis Fernando Tirapelli

Design Gráfico: Maristela Medeiros Santos da Silva Edição do catalogo: Fernando Luís Tassinari Bolsistas Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária: Thaís Koga Fonsêca, Sarah Carvalho Lima e Tamiris Ciccilini Guerra


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