FILME CONVIDADO N
o bagaço da cana, um Brasil adormecido’ e ‘não há honra que não caia debaixo da tamarineira’. As duas frases, espalhadas em um par de canções do novo disco de Cátia de França, mandam um recado sutil, advindo do que os especialistas chamam de ‘Brasil profundo’, algo que soa como tudo aquilo que não está inserido no eixo urbano sul-sudeste do país. É na voz áspera de uma artista de cabelos brancos, nordestina, à margem das grandes gravadoras e poderosas mídias que o país pode se desnudar, como um Dorian Gray se encarando no espelho e percebendo que o reflexo não é tão belo como gostaria que fosse. É nesse Brasil de incertezas futuras que chegamos a mais uma edição do Cineamazônia. Traduzir, compreender, refletir o momento que vivenciamos é tarefa complexa. Nessas horas são os artistas que tomam emprestado nossa voz, dando-nos, mesmo que em fragmentos, um painel-panorama do que sentimos, respiramos, tocamos, ouvimos, enxergamos. O cinema tem sido um desses canais de expressão. Há muitos exemplos de produções recentes que dizem e dirão mais sobre nosso tempo brasileiro presente. Faróis a iluminar os passos. ‘Que horas ela volta’ e ‘Aquarius’ são casos assim. É o que teremos também nessa edição. E começamos com o filme de
abertura. ‘Rondon, o desbravador’, é mais uma dessas luzes farolescas no meio do mar a nos dizer o que somos e como nos tornamos o que somos. Além disso, é produção do centro do país, Mato Grosso, provando, mais uma vez, a importância da descentralização de olhares e fazeres. Como o nosso, fincado na região sobre a qual todos possuem uma opinião formada e um futuro delineado, mas que conhecem pouco ou quase nada. Nosso olhar é de dentro, das entranhas, do mais fundo. E nossa voz é uterina, materna, vigorosa. Chegar a essa edição do Cineamazônia foi a vitória da permanência sobre a incerteza. Pés descalços sobre pedras pontiagudas, caminhamos, buscando um norte. O nosso norte. O Cineamazônia reflete o país que buscamos no cotidiano. É só reparar. Ele busca a integração das artes, misturando cinema, poesia, música, circo. Por isso temos essas atrações: o Cinema no Circo, os debates sobre a Poesia que o mundo precisa; os shows musicais que encerram o festival. O desse ano é de um craque, um virtuose de um instrumento elegante, o contrabaixista Arthur Maia e a música instrumental, convite para ouvidos plenos. Também caminhamos olhando as margens, o esquecido, o desvaloriza-
do. Por isso nosso cinema vai às periferias, com o Cinema no Bairro integrando e democratizando arte e cultura. Por isso temos a Escola vai ao Cinema, instigando novas gerações a dialogar com a sétima arte em filmes que fogem do tradicional. Novos olhares, novos sentidos. Quem sabe um novo futuro. É por querer um país múltiplo, rico em diversidade, que apostamos no Cinema no Terreiro, respeitando outras crenças, outros caminhos em direção à espiritualidade. E é por isso que o samba, outrora tão perseguido como manifestação negra e pobre, sempre teve espaço privilegiado em nossa programação. Ao longo do caminho, o Cineamazônia tem representado para nós, realizadores, uma forma de resistência, de diálogo, de cidadania. Nessa parte do Brasil, o sol e a chuva nunca são coadjuvantes. Chegam sempre com força plena. É assim que nos vemos também. E se a lembrança desses elementos da natureza vem dessa forma, é porque nos guiamos em mais um trecho de uma canção de um eterno resistente, Milton Nascimento. É com ele que damos as boas vindas ao festival. ‘Com sol e chuva você sonhava que ia ser melhor depois\Você queria ser o grande herói das estradas\Tudo que você queria ser’.
AINDA QUEREMOS. AINDA SEREMOS. PROGRAMAÇÃO GERAL RESUMIDA | CINEAMAZÔNIA 2016 10 de novembro
19 de novembro
CINEMA E MÚSICA 19h • Esc. Mun. de Música Jorge Andrade Rua Abunã 2805, Liberdade Filme XINGU CARIRI CARUARU CARIOCA
CINEMA NO BAIRRO Praça Bairro São Sebastião I Projeção de Filmes e Espetáculo Circense Exercícios de Palhaçaria
Datas/Horários
22 de novembro
23 de novembro
24 de novembro
25 de novembro
Período Matutino 8h às 12h
Recebimento dos Convidados
Oficinas A Escola Vai Ao Cinema
Oficinas A Escola Vai Ao Cinema
Oficinas Mesa Redonda É de poesia que o mundo precisa
Período Vespertino 14h às 18h
Entrevistas com Imprensa
Oficinas Mostra Competitiva
Oficinas Mostra Competitiva
Oficinas Mostra Competitiva
Período Noturno 20h às 23h
Abertura oficial do CINEAMAZONIA Filme convidado RONDON: O DESBRAVADOR
Mostra Competitiva
Homenagem a AILTON KRENAK
Mostra Competitiva
26 de novembro
Homenagem a MILTON GONÇALVES Encerramento Premiação Vencedores Troféu Mapinguari
CINEMA NO CIRCO Bairro Airton Senna Projeção de Filmes e Espetáculo Circense com Palhaço Xuxu
Mostra Competitiva
CINEMA NO TERREIRO Inst. Afro Desc. Azuntó R. Do Coqueiro, 266, Nova Floresta (fundos H. J. P. II)
AS ATIVIDADES: MOSTRA COMPETITIVA, ABERTURA, A ESCOLA VAI AO CINEMA, MESA REDONDA SERÃO REALIZADAS JUNTO AO TEATRO BANZEIROS
Show Musical ARTHUR MAIA
FILME SOBRE RONDON VAI ABRIR A 14ª EDIÇÃO DO CINEAMAZÔNIA U
ma produção do centro-oeste brasileiro vai abrir a edição 2016 do Cineamazônia. Dirigido por Marcelo Santiago e Rodrigo Piovesan e tendo no elenco nomes como Nelson Xavier e Marcos Winter, ‘Rondon, o Desbravador’ mostra mais uma vez a importância da descentralização na produção do cinema brasileiro, a partir de diversas iniciativas federais. É um longa-metragem produzido no Mato Grosso que estreou em pelo menos 20 salas de cinema no Brasil inteiro. É a primeira produção mato-grossense que consegue furar barreiras e incluir-se no circuito brasileiro de lançamentos mundiais. O filme
foi o convidado para a abertura do festival. A exibição irá contar com a presença do ator Marcos Winter, um dos principais personagens do longa. Com uma fotografia e uma paleta de cores irrepreensíveis, ‘Rondon, o Desbravador’ inicia a partir do fictício encontro entre o Marechal Cândido Rondon (Nelson Xavier) e um jornalista para uma entrevista. Já no fim da vida, praticamente cego, o militar, um grande líder, idealista e responsável por políticas de incentivo a convivência pacífica entre os povos indígenas e os brancos, revisita sua história. Não faltam momentos marcantes, como
a indicação ao Prêmio Nobel da Paz, em 1957. Rondon é um personagem marcante. Se ainda é necessário revisitar a fundo sua história num período em que o contato com índios deixou marcas profundas nos povos indígenas, como atesta outro filme que vai pela mesma seara, Xingu, que retrata a vida dos irmãos Villa-Boas, fato é que o Brasil não seria o mesmo sem a atuação do marechal. Cândido Rondon liderou expedições no território brasileiro, foi responsável pelo primeiro contato com dezenas de nações indígenas e, sob o lema “Morrer
Longa reitera importância da regionalização de produções culturais no Brasil se preciso for, matar, nunca”, possibilitou o início de uma convivência relativamente pacífica entre índios e brancos. Partindo dos acontecimentos históricos, o filme cria um encontro fictício entre um jornalista e o marechal para uma entrevista na residência do velho aventureiro. Durante todo um dia, Rondon encanta o jornalista com histórias cheias de aventura e lembranças, às vezes tristes, às vezes divertidas, mas sempre repletas de ternura e saudades. O filme é resultado de uma co-participação entre Mato Grosso e Rio de Janeiro. A co-direção e produção contam com
o cineasta cuiabano Rodrigo Piovesan, além do também diretor carioca Marcelo Santiago. Fruto de um trabalho construído em três etapas, o filme nasceu depois de vasta pesquisa. Antes de virar um longa de ficção, o resultado do trabalho da dupla originou um documentário, uma minissérie para televisão em cinco capítulos e, por fim, o longa-metragem. Para chegar às telas o filme passou por uma odisséia digna de Rondon. Foram dois anos de filmagem, produção e pós-produção. Mas o projeto, como um todo, durou quase uma década, entre captação, produção e finalização, divididos en5
tre a minissérie, o documentário e o longa-metragem. Grande parte da equipe foi recrutada em Cuiabá, ajudando a fomentar ainda mais o mercado local. Foram utilizados pelo menos 80 atores, entre locais e nacionais. Os figurinos, destacados devido a uma elogiada reprodução de época, foram produzidos por uma figurinista local (Jane Klitzke) e uma nacional, Pati Monteiro, cujo currículo inclui pelo menos um grande momento do audiovisual nacional, o filme “O Quatrilho”. O filme foi premiado no Los Angeles Brazilian Festival em 2015 e, a partir disso, conseguiu a distribuição da Europa Filmes.
HOMENAGEADO
HOMENAGEADO
MILTON GONÇALVES E A ARTE DE CRIAR O PRÓPRIO DESTINO crédito: especiais.ego.globo.com
Com cerca de 70 filmes na carreira, ator é um dos homenageados do Cineamazônia
S
e há um momento em que Milton Gonçalves mudou o script que o roteiro da vida parecia destinar a ele, foi quando assistiu a peça ‘A mão do macaco’, a convite de um amigo. Naquela noite o jovem mineiro, filho de camponeses que colhiam café no interior de Minas, decidiu que não queria interpretar um papel de figurante na própria existência. Foi ser protagonista, escolhendo, por si só, os papéis de seu próprio destino. Do final dos anos 50 até hoje, Milton se tornou um dos mais respeitados atores nacionais, com passagens marcantes pelo cinema, teatro e televisão. Milton Gonçalves será um dos homenageados da edição 2016 do Cineamazônia. Antes, homenageou o evento ao emprestar brilho e competência como a voz oficial da abertura da 14ª edição do festival. Só no cinema são cerca de 70 filmes, de todos os gêneros. De clássicos como ‘Eles não usam Black tie’ e ‘Lúcio Flávio, o passageiro da Agonia’, a produções infanto-juvenis, comedias,
cults e participações em filmes internacionais. Com Rainha Diaba, filme da década de 70, ganhou os quatro principais prêmios de cinema existentes à época. E foi o primeiro brasileiro a apresentar a importante premiação da televisão, o Emmy, em 2006. O talento de Milton o levou a extrapolar o papel de ator, mesmo que à frente das câmeras tenha feito filmes nos Estados Unidos, Itália e Portugal. Mas Milton faz questão de lembrar que também tem marcante atuação como diretor. Há a assinatura de Milton em produções como Irmãos Coragem, Escrava Isaura e Carga Pesada, por exemplo. “Sou uma pessoa realizada”, costuma dizer Milton, ao avaliar a própria vida e carreira. Mas isso não o impede de ser um profissional consciente do país em que vive. Militante do movimento negro, Milton Gonçalves chegou a tentar a carreira política, nos anos 90, ao candidatar-se a governador do estado do Rio de Janeiro, em 1994. Gonçal6
ves foi também o primeiro brasileiro a apresentar uma categoria na cerimônia de premiação do Emmy Internacional em 2006. Não é a toa que hoje é o ator mais antigo a integrar o quadro da maior emissora de televisão do País. À revista Nova Democracia, Milton Gonçalves deu um depoimento que mostra a importância que a carreira artística selou sobre sua vida. “Ser ator mudou o destino de Gonçalves, ele enfatiza. “Viajei pelo Brasil com o teatro, mudei de estado e município. Vi outras configurações humanas, outros ângulos da vida. Fui operário, gráfico e, por ler tudo que caía nas minhas mãos, trabalhei numa livraria. Isso, para a minha idade e para o meu tempo de pobreza me deu a oportunidade de ter uma visão acima dos meus contemporâneos. Assim, o teatro e o trabalho como ator para mim foi a grande salvação. Acredito que se não tivesse encontrado o teatro, teria me transformado em outra coisa que não sei o que seria”.
AILTON KRENAK: É O MOMENTO DE CANTAR, DANÇAR E SUSPENDER O CÉU Militante dos direitos indígenas é homenageado no Cineamazônia
Q
uem abrisse alguma revista nos anos 80 muito provavelmente talvez encontrasse em alguma página um perfil ou entrevista com Ailton Krenak. Afinal, os atos e palavras do indígena mineiro chamavam a atenção numa década em que muita gente parecia atrair para si os holofotes midiáticos. Krenak, nascido sob o nome de Ailton Alves Lacerda Krenak, já antecipava conceitos que eram partilhados por um número muito seleto de cientistas no mundo. O conceito de Gaia, a Terra Mãe, por exemplo, encontrava eco em nomes do estirpe de James Lovelock. A imagem do Ailton Krenak da Constituinte, protestando com o rosto pintado de preto contra os retrocessos aos índios parecem mais atuais que nunca. Não é por acaso que o militante dos direitos dos povos indígenas será homenageado na décima-quarta edição do Cineamazônia. Dos primeiros anos como militante aos dias atuais, Ailton Krenak protagonizou importantes avanços para as comunidades indígenas. Fundou e dirige o Núcleo de Cultura Indígena; é criador do Festival de Danças e Culturas Indígenas, na década de 1990, na Serra do Cipó (MG). Atuando como jornalista, Krenak foi apresentador da série de TV-Educativa“ Índios no Brasil”, em 1998 e da série
para TV-Canal Futura “TarúAndé” com temática indígena- 2007. Em Janeiro de 2016, foi distinguido com o diploma de ´Professor Honoris Causa´ pela Universidade Federal de Juiz de Fora-UFJF. Em 2015, no meio do turbilhão político vivido pelo país, Krenak preferia manter uma postura otimista em relação ao futuro. E essa é uma chave fundamental para se entender a militância desse índio sábio. À época, Krenak afirmou à revista Carta Capital não querer ‘ficar travado na engrenagem que estavam passando por aí’. “Se a gente sabe que essa pressão tem conexão com tudo que está acontecendo no mundo, na economia, esse aspecto macro, também penso que a política não teve criatividade de sair dessa roda, está subordinada ao mercado. Para mim, ainda existem visões de mundo que cantam e dançam para suspender o céu. Quando o céu está fazendo uma pressão muito grande sobre o mundo, uma parte desses humanos está cantando e dançando para suspender o céu. Se não fizerem isso, a pressão fica demais para nossa cabeça e ficamos sem saída. Eu não aceito o xeque-mate, fim do mundo ou fim da historia. Esse momento difícil para mim é quando eu mais evoco esse pensamento: cantar, dançar e suspender o céu”. 7
É A LIÇÃO QUE O CINEAMAZÔNIA RECEBE E PASSA ADIANTE.
SHOW DE ENCERRAMENTO
MESTRE DE CERIMÔNIAS
ARTHUR MAIA ENCERRA CINEAMAZÔNIA Considerado um dos mais versáteis músicos do mundo, contrabaixista fará o show de encerramento do festival, com produção musical de Bado
A música é uma constante no Cineamazônia, tanto em shows de abertura como de encerramento do festival. Na edição 2016 o festival abre as portas e estende um tapete vermelho para o que de melhor a música instrumental brasileira possui. O baixista Arthur Maia fará o show que encerra o festival, no dia 26 de novembro, às 20h, no Teatro Banzeiros. E como já é tradição, a entrada é gratuita. É uma atração a mais que encorpa a noite já por si só emocionante de entrega do troféu Mapinguari às melhores produções em competição no Cineamazônia. Ao longo dos anos, desfilaram nomes que são um verdadeiro ‘quem é quem’ da música de qualidade feita no Brasil, como Bado, Nilson Chaves, Eliakin Rufino, Jorge Mautner, Paulinho Moska, Sérgio Ricardo, DJ Man, Celso Viáfora, José Miguel Wisnik, Simone Guimarães, Flávio Venturini, Zezé Motta e Luiz Melodia, para ficar em alguns exemplos. Arthur Maia dará vez a algo, no entanto, pouco explorado no festival, a música instrumental. Nascido no Rio de Janeiro, Arthur Maia tem a ascendência de uma família extremamente musical. Em casa, os pais eram intensos amantes da música. O compositor Álvaro Nunes, conhecido por J. Cascata e o baixista Luizão Maia, com quem aprendeu as primeiras técnicas no baixo, são seus tios. E se herdou deles a sensibilidade musical, o instrumentista foi além. O começo, no entanto, não indicava que seria esse o destino de Maia. Ele Iniciou a carreira musical como baterista em bailes da Zona Norte carioca. Mas orientado pelo tio, o baixista Luizão Maia, começou a tocar contrabaixo aos 17 anos. Foi uma mudança radical e o início de uma trajetória ímpar no cenário musical brasileiro. Aos poucos, o contrabaixista passou a se tornar músico constante em álbuns e shows ao lado de grandes nomes da música nacional como Jorge Ben Jor, Gal Costa, Lulu Santos, Caetano 8
Veloso, Martinho da Vila, Djavan, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Marisa Monte, Leila Pinheiro, Mart’nália, Seu Jorge e César Camargo Mariano, entre outros. O talento ultrapassou fronteiras. Entre os artistas estrangeiros, Arthur Maia já tocou também com Ernie Watts, Sheila E., Pat Metheny, Carlos Santana, George Benson, Paquito de Rivera e Plácido Domingo. Foi ainda elemento fundamental em diversos grupos de música instrumental brasileira: Garage, Varanda, Pulsar e o Cama de Gato, na formação com o pianista Rique Pantoja, o baterista Pascoal Meirelles e o saxofonista Mário Senise. Arthur Maia participou também da banda Black Rio e do grupo de música pop Egotrip. Free Jazz, Heineken Concerts, Brazil - New York Jazz Festival e os Festivais de Jazz de Paris, Montreux e Montreal foram alguns dos principais eventos internacionais que contaram com a presença marcante do músico. Indicado em distintas categorias ao Grammy, Arthur Maia é ganhador dos prêmios por sua participação em discos como ‘Brasileiro - Sergio Mendes’ (Melhor Álbum de World Music - 1993); ‘Quanta Gente Veio Ver’ (Quanta ao Vivo) - Gilberto Gil (mesma categoria – 1997); ‘São João Vivo’, também do compositor baiano (Música Regional Brasileira - 2001) e mais recentemente por ‘Fé na Festa – Gilberto Gil’ (Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras/Regional – 2010). Em carreira solo Maia lançou cinco discos. O mais recente é de 2010, ‘O tempo e a música’, lançado pela Biscoito Fino. Para o show de encerramento, com produção musical do músico rondoniense Bado, Arthur Maia será acompanhado por uma banda que mistura Rio de Janeiro e Rondônia. Das terras cariocas virá o pianista Luiz Otávio. E de Porto Velho, Maia Serpa acompanhado pelo guitarrista Oséas Araújo, pelo saxofonista Betinho Paes e o baterista Catatau.
EDIÇÃO 2016 TERÁ MARCOS WINTER COMO MESTRE DE CERIMÔNIAS DO CINEAMAZÔNIA Ator também fará o lançamento de filme que inicia maratona de filmes
Q
uem acompanha o Cineamazônia a cada ano já fica na expectativa. Quem será o mestre de cerimônia da edição. Nomes como Cristina Lago, Gero Camilo, Rodrigo Lima, Cacá Carvalho, Ingra Liberato, por exemplo, já fizeram parte dessa lista especial. Na edição 2016, outro nome de respeito vem se juntar a essa galeria. É o ator Marcos Winter, atualmente sendo personagem protagonista de Magnífica 70, série dramática que foi uma das boas surpresas nacionais dos últimos tempos. Trazer mestres de cerimônias para o festival é uma ideia que se cristalizou como mais uma atração-tradição do Cineamazônia. A escolha recai em nomes não apenas famosos, simples celebridades, mas artistas cuja trajetó-
ria demonstra consciência ética profissional. É o caso de Winter, membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), além de militar na ONG Movimentos Humanos Direitos. O ator também aproveitará a ida a Porto Velho para divulgar o longa-metragem, Rondon, o Desbravador, uma produção que se destacou recentemente por fazer o Brasil voltar os olhos ao cinema feito em Mato Grosso. O filme conta a história do mítico Marechal Cândido Rondon e vai abrir o Cineamazônia, como filme convidado do festival. Marcos Winter é um dos personagens principais do longa. Formado em Artes Cênicas pela Universidade São Judas Tadeu, Mar9
cos Winter começou a atuar em 1984 e traz no currículo duas dezenas de peças de teatro - entre elas, ‘O Carteiro E O Poeta’, ‘O Despertar da Primavera’ e ‘Casa de Boneca’. Nesses anos de carreira, vem acumulando também uma grande experiência na televisão. Participou de novelas como ‘Pantanal’, ‘Felicidade’, ‘Fera Ferida’, ‘A Indomada’, ‘Duas Caras’ e na recente ‘Flor do Caribe’, como Reinaldo, além de minisséries - ‘Agosto’ e ‘Fim do Mundo’ -, de programas especiais e de uma série de reportagens para o Canal Futura. No cinema, esteve em três longas: ‘Barrela’, ‘Lua de Outubro’ e ‘Vestido de Noiva’. O ator também é conhecido pelo seu engajamento na causa dos direitos humanos.
ANIMANDO A AMAZÔNIA
A ESCOLA VAI AO CINEMA
SEM LIMITES PARA CRIAR C
riar algo novo é mais que apenas colocar uma ideia em prática. Significa também empoderar-se, colocar mais um pedaço seu no mundo. É assim que a arte funciona e foi isso que estudantes de colégios de comunidades e municípios de Jacy Paraná, Rio Pardo, Porto Velho, Cujubim e Resex Cuniã fizeram durante as oficinas de Pixilation do projeto Animando Na Amazônia. O projeto permite a alunos que geralmente tem pouco acesso
a atividades artísticas, a oportunidade de criar os próprios filmes de animação e é uma das ações mais efetivas surgidas a partir do Cineamazônia. A ideia é simples, mas revolucionária. O Animando Amazônia é um projeto que prevê a realização de oficinas para estudantes das escolas públicas que, através da técnica de animação conhecida como Pixilation, possibilita a produção de pequenos filmes que tenham como temá-
tica central o meio ambiente, estimulando dessa forma a produção de filmes e a utilização da linguagem cinematográfica como recurso didático e de construção de cidadania. Com a realização da oficina os alunos podem apropriar-se da técnica cinematográfica como linguagem educativa, voltada a consciência ambiental e valores de sustentabilidade inerentes as novas demandas da sociedade contem-
E EDUCA NOVOS OLHARES S
porânea. Ao final de cada oficina, os estudantes assistem comunitariamente o que produziram. O responsável pela realização das oficinas é Christian Ritse, ele próprio um criador que evoluiu a técnica em consequência do trabalho feito nas itinerâncias do Cineamazônia. Além de Ritse, a fotógrafa e educadora Bete Bullara organiza pequenas palestras e oficinas para conscientizar professores e diretores de escolas sobre a importância de atividades como o cinema e a fotografia como recursos didáticos importantes em sala de aula. Este ano as oficinas iniciaram com
certa antecedência em relação ao período do festival em Porto Velho. O pontapé inicial foi na Resex Cuniã, entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro, dia da exibição da animação criada e produzida. Ainda em outubro ocorreram mais duas oficinas. A primeira foi em Rio Pardo, no dia 17 de outubro. A segunda em Jacy Paraná no dia 24. Jacy recebeu duas oficinas. No dia 7 de novembro foi a vez de Cujubim, localidade onde os conflitos agrários são acirrados em Rondônia, com ameaças a lideranças de trabalhadores rurais. A oficina foi realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental 10
e o maior símbolo de resistência do Brasil de hoje são as escolas ocupadas a mostra ‘A escola vai ao cinema’ assume uma importância fundamental dentro da programação do Cineamazônia. A exibição
de filmes que proporcionam novos olhares pode, muitas vezes, funcionar como um dispositivo para fermentação de novas ideias entre os jovens estudantes de Porto Velho. A edição 2016 da mostra não
Deigmar Moraes de Souza. No mesmo período foi feita a oficina na capital Porto Velho. Em Cujubim, no entanto, a exibição foi feita no dia 11 de novembro. Em Porto Velho, um dia depois. A oficina Animando Amazônia será filmada, documentada em sua integralidade e transformada em DVD, para posteriormente, ser difundida e distribuída junto às escolas, bibliotecas e demais instituições públicas. Os resultados já surgiram. Desde 2014, por exemplo, a Associação Mapinguari já desenvolveu mais de 20 animações junto às comunidades dos distritos e região do Vale do Guaporé. 11
competitiva traz 31 filmes de todas as regiões brasileiras e um filme colombiano. Os 31 filmes serão exibidos nos dias 23 e 24 de novembro, no Teatro Banzeiros, a partir das 8h. Confira a programação.
OFICINAS
PROGRAMAÇÃO A ESCOLA VAI AO CINEMA 23 de Novembro • Quarta-feira • 8h
24 de Novembro • Quinta-feira • 8h
VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA
VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA
QUERO-QUERO CONTRA AS DERRUBADAS
A CAÇA AO JACARÉ
• Direção: Christyan Ritse com participação dos Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental de Rio Pardo • Animação.
• Direção: Christyan Ritse com participação dos Alunos da Esc. Mun. de Ens. Fund. Francisco Braga - Resex do Lago Cuniã. Animação
A MESMA VELHA ESTÓRIA
A ÁRVORE DE HUMBERTO
• Ramon Faria. Animação 02 min. MG.
• Alunos do Projeto Animação. Animação 15 min. ES.
AS AVENTURAS DE POTI E ANDA LUZ - CONSTRUINDO UM AVIÃO
AS AVENTURAS DO CHAUÁ
• Valu Vasconcelos. Animação 07 min. RJ.
• Alunos da Esc. Mun. Santo Antônio do Norte. Animação 04 min. ES.
OS OLHOS DE ARTHUR
BARBANTE
• Allan Deberton. Ficção 15 min. CE.
• Daniel Couto e Samir Hauahi. Ficção 20 min. MG.
VINHETA AMBIENTAL
VINHETA AMBIENTAL
INSUSTENTARTE
BOLA DE LIXO
• Thiago Ottoni. Animação 03 min. GO.
• Daniel Rabanéa. Animação 01 min. SP.
LIXOMAN
ETA, BICHO HOMEM... II
• Marcel o Branco. Animação 01 min. MG.
• Marcelo Branco. Animação 01 min. MG.
GAVIÃO REAL CONTRA O GANANCIOSO
JACI ANIMADA: DESEQUILÍBRIO DO PLANETA PROVOCADO PELO HOMEM / VÁ DE BICICLETA
• Direção: Christyan Ritse com participação dos Alunos da Esc. Mun. Dr. Tancredo de Almeida Neves • Extensão Centro Escolar Infantil Pequeno Gênio Porto Velho. Animação
• Direção: Christyan Ritse com participação dos Alunos do CTPM - Colégio Tiradentes da Polícia Militar, Unidade II - Jacy-Paraná. Animação.
MENINOS VERDES
A MENINA E A FADA DA LUZ- SUELEN ENCONTRA UMA AMIGA
• Rosa Berardo. Animação 10 min. GO.
Alan Nóbrega. Animação 7'36".
CURUPIRA E MAPINGUARI CONTRA A POLUIÇÃO DA ÁGUA
O FIM DO VERÃO
• Direção: Christyan Ritse com participação dos Alunos da Escola Mun. de Ensino Fundamental Deigmar Moraes de Souza - Cujubim Grande.
• Caroline Biagi. Ficção 13'43". PR.
BÁ
OXALÁ E A CRIAÇÃO DO MUNDO
• Direção: Leandro Tadashi. Ficção 14 min. SP.t
• Denis Leroy. Animação 07 min. MG.
ÒRUN ÀIYÉ - A CRIAÇÃO DO MUNDO
O LENHADOR
• Jamile Coelho e Cintia Maria.• Animação 12 min. BA.
• Fábio Teófilo do Nascimento. Animação 04 min. GO.
PULSO
SONHO NOVO
• HELENA CUNHA. ANIMAÇÃO. 5 min. RJ.
• Sandra Buriti. Ficção 15 min. PB.
HORA DO LANCHÊÊÊ
UMA AVENTURA PELO RIO
• Claudia Mattos. Ficção 14"48 min. RJ.
• Fosfenos Media. Animação 12 min. Colômbia.
TODA FORMA SE TRANSFORMA
O LEGADO DOS HERÓIS
• Danilo Belchior. Animação 1'22. SP.
Raniel Xavier. Documentário 13 min. SP.
TOQUE DA ALVORADA
A MESMA VELHA ESTÓRIA
• Luiz Henrique Marques. Animação 1'26 min. MG.
• Ramon Faria. Animação 02 min. MG.
A ÁRVORE DE HUMBERTO
XAVIER
• Alunos do Projeto Animação. Animação 15 min. ES.
• RICKY MASTRO. FICÇÃO 13 min. SP.
AS AVENTURAS DO CHAUÁ
VINHETA AMBIENTAL
• Alunos da Escola Mun.Santo Antônio do Norte. Animação 04 min. ES.
AS AVENTURAS DE POTI E ANDA LUZ - CONSTRUINDO UM AVIÃO
VINHETA AMBIENTAL
• Valu Vasconcelos. ANIMAÇÃO 07 MIN. RJ.
XAVIER
HORA DO LANCHÊÊÊ
• RICKY MASTRO. FICÇÃO 13 min. SP.
• Claudia Mattos. Ficção 14"48 min. RJ .
BARBANTE • Daniel Couto e Samir Hauahi. Ficção 20 min. MG. O LENHADOR • Fábio Teófilo do Nascimento. Animação 04 min. GO. UMA AVENTURA PELO RIO
OFICINAS MOSTRAM QUE CINEMA É PARA TODOS Cineamazônia oferece cursos e oficinas que desmistificam o fazer cinema e democratizam seu acesso como instrumento social
A
profundar-se no fazer cinema ou simplesmente iniciar nesse universo. Seja qual for o interesse pessoal, o Cineamazônia possibilita discussões práticas sobre o tema em duas oficinas ofertadas como parte da programação do festival. As oficinas ‘Cinema na Escola: ver e fazer’ e ‘Cinema de uma pessoa só’, mesmo com intenções diferentes apontam o mesmo caminho, o do acesso, da democratização e da plena iniciativa de contar suas próprias histórias a fazendo cinema. ‘Cinema na Escola: ver e fazer’ será realizada no Centro de Formação do Teatro Banzeiros, entre os dias 23, 24 e 25 de novembro, das 8h às 12h. Com inscrição limite de 25 pessoas, o curso visa oferecer, principalmente aos professores, informações e reflexões sobre a formação social do olhar e a construção das linguagens audiovisuais; o seu uso no cotidiano da nossa sociedade e sua utilização em sala de aula; o aprofundamento da leitura crítica das obras audiovisuais e sua importância para a educação no mundo contemporâneo. “Além disso, pensar a lei que torna a exibição de filmes e audiovisuais de produção nacional obrigatória nas escolas de ensino básico por, no mínimo, duas horas mensais e introduzir o professor nas questões da estética e linguagem do audiovisual para termos nas escolas uma curadoria que atinja os objetivos culturais e educacionais da lei”, explica a ministrante do curso Bete Bullara. Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF), jornalista e fotógrafa, Bete Bullara é Secretária executiva do CINEDUC desde 1975,
onde participou de treinamento de professores, mesas redondas e palestras, tanto no Brasil como no exterior. Preparou materiais didáticos, tanto teóricos como de exercícios e já realizou 67 oficinas para professores e para jovens em 16 estados brasileiros para o SESC Nacional no último ano. No curso Bete Bullara terá como assistente Maria Luzia Ferreira Santos, mestre em Educação pela Universidade Federal de Rondônia (2014), licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia/ UNIR (1998. Maria Luzia realiza oficinas de Animação em Stop Motion, como instrumento didático-pedagógico para alunos e professores.
EXÉRCITO DE UM HOMEM SÓ A outra oficina a ser ministrada será ‘Cinema de uma pessoa só’. Ministrada pelo cineasta Gustavo Spolidoro, será realizada no Centro de Formação do Teatro Banzeiros, também nos dias 23, 24 e 25, no horário de 08h às 12h e com inscrição limitada a 20 pessoas. O curso Cinema de Uma Pessoa Só é um desdobramento do trabalho de mestrado do cineasta e professor da PUC Gustavo Spolidoro e pretende abordar, de forma teórica (mas com intuito prático), os diversos cinemas de uma pessoa só, desde a pré-história do cinema até os dias de hoje, aonde todos somos potenciais cineastas. Ficção, documentário, ensaio ou tudo misturado, em busca de um cinema livre. “Fazer um filme, hoje, está mais próximo de nós do que pensamos. Em ‘Pa-
• Fosfenos Media. Animação 12 min. Colômbia.
12
13
cific’, Marcelo Pedroso usou imagens que turistas fizeram em um cruzeiro. Em ‘Doméstica’, Gabriel Mascaro deu câmeras a jovens e pediu que filmassem o cotidiano de suas empregadas domésticas por uma semana. Em ‘Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te amo’, as imagens captadas por Karim Aïnouz e Marcelo Gomes como pesquisa para outros filmes, acabaram virando uma das mais belas obras do cinema nacional”, explica Spolidoro. O curso “Cinema de uma pessoa só” pretende entender o processo destes e outros autores e instigar a possibilidade deste tipo de realização, seja ela documental, ficcional ou distinta de gêneros. Spolidoro dirigiu e roteirizou 21 curtas e médias e 4 longas, tendo recebido mais de 70 prêmios no Brasil e exterior e participado de festivais como Berlim, Rotterdam e Sundance. Foi homenageado na 9ª Goiânia Mostra Curtas (2009) e teve uma retrospectiva de sua obra no 15º Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira/PT (2011). Para esse curso terá a assistência de Jean Carla, realizadora rondoniense que já ganhou prêmios em edições passadas do Cineamazônia.
AS INSCRIÇÕES PARA OS DOIS CURSOS-OFICINAS PODEM SER FEITAS ATRAVÉS DO SITE DO CINEAMAZÔNIA (cineamazonia.com.br)
OFICINAS
OFICINEIRA:
CINEMA NA ESCOLA: VER E FAZER INSCRIÇÕES PELO SITE DO CINEAMAZONIA LIMITE ALUNOS: CARGA HORÁRIA:
CENTRO DE FORMAÇÃO TEATRO BANZEIROS
25 PESSOAS 12 HORAS
DIAS:
23, 24 E 25
HORÁRIO:
8H ÀS 12H
BETE BULLARA Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Jornalista e fotógrafa. Secretária executiva do CINEDUC desde 1975, onde participou de treinamento de professores, mesas redondas e palestras, tanto no Brasil como no exterior. Preparou materiais didáticos, tanto teóricos como de exercícios. Realizou 67 oficinas para professores e para jovens em 16 estados brasileiros para o SESC Nacional no
EMENTA: APRESENTAÇÃO Vivemos em uma sociedade que se expressa em múltiplas linguagens, às vezes utilizando-as simultaneamente, como na internet, onde temos escrita, fala, música, ruídos, fotografias, filmes, desenhos e vasta iconografia. Torna-se cada vez mais importante para a vida que saibamos compreender e nos expressarmos em todos esses
códigos. Nesse contexto, a linguagem audiovisual tem um papel predominante, embora nem sempre tenhamos plena competência para compreender a parte semântica, sutil, dessa linguagem e a influência que exerce sobre nosso subconsciente. É também papel da escola desenvolver essa competência.
OBJETIVO Oferecer aos professores informações e reflexões sobre a formação social do olhar e a construção das linguagens audiovisuais; o seu uso no cotidiano da nossa sociedade e sua utilização em sala de aula; o aprofundamento da leitura crítica das obras audiovisuais e sua importância para a educação no mundo contemporâneo. Pensar a
lei que torna a exibição de filmes e audiovisuais de produção nacional obrigatória nas escolas de ensino básico por, no mínimo, duas horas mensais e introduzir o professor nas questões da estética e linguagem do audiovisual para termos nas escolas uma curadoria que atinja os objetivos culturais e educacionais da lei.
METODOLOGIA Palestra com discussão de textos e apresentação de filmes de curta metragem, seguidos de debate; sensibilização para as estéticas e as linguagens diferentes das que são vistas com mais frequência nos cinemas comerciais e na televisão. Dinâmicas e exercícios para uso em sala de aula. Exer-
cícios de filmagem e de fotografia Pinhole, que é uma técnica de captura de imagens sem a câmera tradicional, utilizando apenas uma caixa comum. Depois, essa imagem é revelada em laboratório fotográfico, como era feito até pouco tempo atrás, antes do uso intenso da fotografia digital.
PALAVRAS CHAVE - EDUCAÇÃO; ESTÉTICA; LINGUAGEM AUDIOVISUAL. 1º DIA
2º DIA
3º DIA
• A formação social do olhar • A semântica da imagem - fotografia • A linguagem cinematográfica • Visionamento de filmes com debates
• A linguagem cinematográfica: ficção, documentário, animação • Visionamento de filmes com debates - continuação • Exercícios de fotografia pinhole
• Noções de roteiro e storyboard • Exercícios de som • Exercícios de criação de filmes • Avaliação
14
CURSO DE CINEMA DE UMA PESSOA SÓ
último ano; promoveu curso de professores para a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro; curso para professores no Festival Nueva Mirada, em Buenos Aires; oficina de leitura de imagens para jovens de vários países e em festivais de cinema em Porto Velho, Rio de Janeiro, Tiradentes, Niterói, Ouro Preto, Belo Horizonte e Gramado. Curadora da Mostra Geração do Festival Internacional do Rio de Janeiro.
INSCRIÇÕES PELO SITE DO CINEAMAZONIA LIMITE ALUNOS: CARGA HORÁRIA:
20 PESSOAS 16 HORAS
CENTRO DE FORMAÇÃO TEATRO BANZEIROS DIAS:
23, 24 E 25
HORÁRIO:
8H ÀS 12H
EMENTA: APRESENTAÇÃO Em 1948, o teórico Alexandre Astruc previu que um dia as câmeras estariam no bolso direito das calças. Essa hora chegou. Cabe a nós tirá-las do bolso e fazer filmes. O curso Cinema de Uma Pessoa Só é um desdobramento do trabalho de mestrado do cineasta e professor da PUC, Gustavo Spolidoro e pretende abordar, de forma teórica (mas com intuito prático), os diversos cinemas de uma pessoa só, desde a pré-história do cinema até os dias de hoje, aonde todos somos potenciais cineastas. Ficção, documentário, ensaio ou tudo misturado, em busca de um cinema livre. Antes mesmo de o cinema ser cinema, o fisiologista francês Étienne-Jules Marey experimentava formas de mover a imagem para registrar outro movimento, o dos corpos. Sua influência vai dos Irmãos Lumiére, passando pelos Futuristas e Duchamp e chegando em filmes como “Holy Motors”. A história mostra que a vontade da realização individual gerou grandes marcos do cinema mundial: Robert Flaherty vivendo um ano entre esquimós em “Nanook, o esquimó”; Jean Rouch inventando um novo cinema em “Eu, um
negro”; Chris Marker descobrindo um mundo em “Sans Soleil”; Agnès Varda e suas ligações ao acaso em “Os Catadores e eu”; e Jonathan Caouette em uma radical e longa experiência sobre a degradação pessoal e de sua família em “Tarnation”. São muitos os exemplos de um cinema que transcende modelos e permite uma criação econômica, livre e subjetiva. O cinema brasileiro está repleto de casos recentes aonde a realização converge para novas formas narrativas e técnicas, estejam elas em diálogo com as artes visuais ou com o próprio cinema. Fazer um filme, hoje, está mais próximo de nós do que pensamos. Em “Pacific”, Marcelo Pedroso usou imagens que turistas fizeram em um cruzeiro. Em “Doméstica”, Gabriel Mascaro deu câmeras a jovens e pediu que filmassem o cotidiano de suas empregadas domésticas por uma semana. Em “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te amo”, as imagens captadas por Karim Aïnouz e Marcelo Gomes como pesquisa para outros filmes, acabaram virando uma das mais belas obras do cinema nacional. Cao Guimarães filma a sua subjetividade. André Novais filma a sua 15
família. Criatividade, dispositivos ousados, ideias diferenciadas. Tudo isso, graças à câmera no bolso direito das calças. Técnica e narrativa lado a lado criando novos paradigmas audiovisuais.
CINEMA E MÚSICA
O curso “Cinema de uma pessoa só” pretende entender o processo destes e outros autores e instigar a possibilidade deste tipo de realização, seja ela documental, ficcional ou distinta de gêneros.
MÚSICA E CINEMA SE ENCONTRARAM NO CINEAMAZÔNIA
PROGRAMA AULA 1 DOS PRIMÓRDIOS DO CINEMA DE UMA PESSOA SÓ À CÂMERA NO BOLSO DIREITO DAS CALÇAS • Uma vontade irrefreável de mover a imagem: Marey e Muybridge • Lumiére, Mélies e as primeiras experiências do cinema • Flaherty e a intromissão no real • Cinéma Vérité, Cinema Direto, Política dos Autores e filme-ensaio, modificando conceitos técnicos, estrutura de equipe e permitindo um novo cinema • Experiências em direção, as formas de edição e as janelas de exibição de filmes feitos no celular
AULA 2 A REALIZAÇÃO INDIVIDUAL NO CINEMA CONTEMPORÂNEO • O cinema de uma pessoa só no Brasil: “33”, “Pacific”, “Doméstica”, “Andarilho”, “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo” • O cinema de uma pessoa só no Mundo: Warhol, “Quarto 666”, “Tarnation”, Jem Cohen • A câmera no bolso direito das calças: youtube/vimeo/facebook/vine, pais, artistas visuais, celulares como arma política, autor/artista
AULA 3 A PRODUÇÃO DE UM FILME DE UMA PESSOA SÓ
DOCUMENTÁRIO ‘XINGU CARIRI CARUARU CARIOCA’ INICIOU MOSTRAS PARALELAS DO FESTIVAL DE CINEMA
• As experiências no curta “Pequenos Tormentos da Vida” • A realização individual em “Morro do Céu” • um processo 100% individual: “Errante – um filme de encontros”
OFICINEIR0:
GUSTAVO SPOLIDORO Cineasta. Mestre em Comunicação Social pela PUC/RS. Dirigiu e roteirizou 21 curtas e médias e 4 longas, tendo recebido mais de 70 prêmios no Brasil e exterior e participado de festivais como Berlim, Rotterdam e Sundance. Foi homenageado na 9ª Goiânia Mostra Curtas (2009) e teve uma retrospectiva de sua obra no 15º Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira/PT (2011). Seu primeiro curta, VELINHAS, participou da Mostra Panorama, no Festival de Berlim (1999). Recebeu duas vezes o GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO (considerado o Oscar do cinema nacional), pelos curtas OUTROS (2000) e DE VOLTA AO QUAR16
TO 666 (2010 – que tem como “ator” o diretor alemão Wim Wenders). Seu curta INÍCIO DO FIM (2005) recebeu 16 prêmios e participou de festivais como Rotterdam e Sundance. É Diretor e Roteirista do longa, AINDA ORANGOTANGOS (2007). O filme participou de mais de 15 festivais no exterior, com destaque para Rotterdam, Munique, Bafici e Toulouse. Recebeu em Milão o prêmio de MELHOR FILME e em Lima o de MELHOR FILME DE ESTRÉIA e MELHOR ATOR (Roberto Oliveira). Produção da Clube Silêncio. Dirigiu o documentário GIGANTE – COMO O INTER CONQUISTOU O MUNDO, uma produção da G7 CINEMA e TGD FILMES.
X
ingu Cariri Caruaru Carioca’, da diretora carioca Beth Formaggini, abriu a nova programação criada pelo Cineamazônia na edição 2016. O encontro do cinema com a música na mostra ‘Cinema e Musica’. O filme utiliza a música para contar uma história que fala de mundos que se aproximam e se conectam. Em busca de suas origens musicais e as raízes das flautas, Carlos Malta é um dos músicos que se reúnem para conversar e tocar juntos os sons tradicionais das “culturas populares” e “cultura pop”. A exibição do documentário foi feita na Escola de Música Jorge Andrade, em Porto Velho no dia 10 de novembro. ‘Xingu Cariri Caruaru Carioca’ inaugura também uma novidade em relação às atividades paralelas do
Cineamazônia, com atividades paralelas ocorrendo mais cedo em relação a edições anteriores. Tradicionalmente todas as mostras, como Cinema no Bairro, Cinema no Terreiro e Cinema no Circo, por exemplo, ocorriam na mesma semana do festival. Esse ano, as atividades paralelas começaram mais cedo. O documentário tem pouco mais de uma hora e meia de duração e tem um enfoque no pífano, instrumento popularizado mundialmente graças à banda de Pífanos de Caruaru, grupo que também ganhou o Brasil a partir da gravação de Gilberto Gil de Pipoca Moderna, logo ao retornar do exílio londrino causado pela ditadura militar. No filme, o músico Carlos Malta viaja pelo Brasil encontrando músicos importantes na tradição do ins17
trumento, como João do Pife, e passa pelas paisagens de um Brasil que está às margens, ‘longe demais das capitais’. Malta vai do Rio ao Xingu, atravessando Ceará, Paraíba e Pernambuco em busca de um som que, segundo Malta, sempre o encantou. Ao explicar o filme a diretora Beth Formaggini enfatiza que o documentário é um registro de histórias de pessoas ao redor do Brasil e suas relações com o instrumento. Por conta disso, os diálogos “conversados” são poucos. Os de natureza musical são os que enchem a tela, junto com as paisagens por onde a equipe passou, como a aldeia da tribo Kuikuro do Alto Xingu. A música é o mais importante. As filmagens foram feitas entre maio e agosto de 2014.
CINEMA NO BAIRRO
FILMES E PALHAÇOS UNEMSE NO CINEMA NO BAIRRO
CINEMA NO CIRCO
CINEMA NO CIRCO MARCA A VOLTA DE XUXU A PORTO VELHO COM SETE FILMES E UM ESPETÁCULO CIRCENSE, BAIRRO SÃO SEBASTIÃO I, EM PORTO VELHO, RECEBE PROGRAMAÇÃO DO CINEAMAZÔNIA
Sete filmes e um espetáculo circense. Essa é a programação reservada pelo Cineamazônia, edição 2016, na mostra Cinema no Bairro. Esse ano, o ciPROGRAMAÇÃO CINEMA NO BAIRRO nema e o circo chegam de mãos PRAÇA DO BAIRRO SÃO SEBASTIÃO I dadas ao bairro São Sebastião I, 19 de Novembro • Quarta-feira • 20h no dia 19 de novembro. VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA A programação inicia às 20h FILME DIREÇÃO CATEGORIA/TEMPO/ESTADO com o curta em animação venezuelano El Columpio, um conto de EL COLUMPIO GEORGE ROJAS ANIMAÇÃO 8'52". VENEZUELA pouco mais de oito minutos, onde Um conto animado onde se entrelaçam de maneira inexorável a vida, o tempo, a natureza e a liberdade. se entrelaçam de maneira inexoFILME DIREÇÃO CATEGORIA/TEMPO/ESTADO rável a vida, o tempo, a natureza e A MOÇA E O a liberdade. A animação tem direANTONIO CARRILHO FICÇÃO 23 MIN. PE RAPAZ VALENTE ção de George Rojas. Um rapaz valente está a procura de um emprego e se envolve com a filha de um fazendeiro poderoso. Em seguida é a vez do curta ‘A FILME DIREÇÃO CATEGORIA/TEMPO/ESTADO Moça e o Rapaz Valente’, produção FÁBIO TEÓFILO pernambucana dirigida por AntoO LENHADOR ANIMAÇÃO 04 MIN. GO DO NASCIMENTO nio Carrilho. Com 23 minutos, conLenhador responsável por devastar uma grande área de florestas e transformá-la em deserto ta a história de um rapaz valente fica sensibilizado com a atitude de duas crianças e resolve mudar suas atitudes. à procura de um emprego que se FILME DIREÇÃO CATEGORIA/TEMPO/ESTADO envolve com a filha de um fazenRANIEL XAVIER O LEGADO DOS HERÓIS DOCUMENTÁRIO 13 MIN. SP deiro poderoso. ‘O Lenhador’, aniA importância dos quadrinhos de Super-heróis (como Homem-aranha, Batman, Superman) e mação goiana de 4 minutos criada a influência que podem ter na formação de valores e caráter das crianças e adolescente. por Fábio Teófilo do Nascimento é VINHETA AMBIENTAL exemplo típico de produção que FILME DIREÇÃO CATEGORIA/TEMPO/ESTADO encaixa no espírito do Cineamazônia. No filme, lenhador responsável DANIEL COUTO E BARBANTE FICÇÃO 20 MIN. MG SAMIR HAUAHI por devastar uma grande área de Barbante está sumido e Zeca tenta a todo custo encontrar o cachorro desaparecido. florestas e transformá-la em deserFILME DIREÇÃO CATEGORIA/TEMPO/ESTADO to fica sensibilizado com a atitude de duas crianças e resolve mudar BRAVURA GIOVANNI SCOZ GIRARDI. ANIMAÇÃO 4.13 MIN. SC suas atitudes. Descendente de uma linhagem nobre de toureiros, Paco Bravo tem agora um novo desafio em sua carreira: para celebrar a sua 100ª tourada. ‘O Legado dos Heróis’, filme a FILME DIREÇÃO CATEGORIA/TEMPO/ESTADO seguir, é um documentário de 13 minutos que mexe com o imagináHORA DO LANCHÊÊÊ CLAUDIA MATTOS. FICÇÃO 14"48 MIN. RJ rio a respeito do universo dos heSe não fosse pelo almoço na escola, os irmãos Joalisson, Joedson e Jowilson iriam ficar de barriga vazia. róis. O diretor Raniel Xavier mostra, ESPETÁCULO CIRCENSE: EXERCÍCIOS DE PALHAÇARIA nessa produção paulista, a impor18
tância dos quadrinhos de super-heróis (como Homem-aranha, Batman, Superman) e a influência que podem ter na formação de valores e caráter das crianças e adolescentes. A outra produção a ser exibida na sequência é ‘Barbante’. É uma ficção mineira de 20 minutos. Os criadores Daniel Couto e Samir Hauahi trazem uma história simples, mas emocionante a partir de um enredo comum nos dias de hoje. Barbante está sumido e Zeca tenta a todo custo encontrar o cachorro desaparecido. Uma história de amizade e lealdade. Giovanni Scoz Girardi traz em ‘Bravura’, animação catarinense de pouco mais de 4 minutos, o tema das touradas. Descendente de uma linhagem nobre de toureiros, Paco Bravo tem agora um novo desafio em sua carreira para celebrar a sua 100ª tourada. O último filme da noite é o curta-metragem ‘Hora do Lanchêêê’, produção carioca de Claudia Mattos. Nesta ficção de 14min48, as peripécias dos irmãos Joalisson, Joedson e Jowilson. Se não fosse pelo almoço na escola, os irmãos iriam ficar de barriga vazia. Encerrando a programação, Pipoca, Barina e Milonga estabelecem um jogo de improvisos e ações que levam ao riso e transitam pelos números circenses utilizando-se da imaginação para criar uma situação de lúdica, onde a brincadeira é a razão de todo o jogo, no espetáculo circense ‘Exercício de Palhaçaria’. No elenco, Amanara Brandão (Milonga), Flávia Diniz (Barina) e Chicão Santos (Pipoca) usam e abusam das ‘palhaçadas’ para encantar crianças de todas as idades.
E
le está de volta e pede silêncio total. Ele, no caso, é o ator Luiz Carlos Vasconcelos e seu marcante personagem, o Palhaço Xuxu. Depois de participar do festival e da itinerância diversas vezes, Xuxu e o espetáculo ‘Silêncio Total’ retornam a Porto Velho, integrando a mostra Cinema no Circo, que será exibida dia 23 de novembro, a partir das 20 horas. O bairro Ayrton Senna foi o local escolhido para receber a lona do circo cinematográfico nessa edição. Silêncio total’. O bordão usado como mote pelo ator Luiz Carlos Vasconcelos para dar vida ao Palhaço Xuxu, costuma ficar impregnado na cabeça da plateia dias depois de findo o espetáculo solo. É talvez um dos maiores termômetros indicativos do sucesso de um palhaço. Luiz Carlos Vasconcelos tem um carinho especial por seu personagem mais longevo. “Talvez, certos homens, para poder crescer, precisem se expor assim. Xuxu me acompanha desde muito tempo. Devo-lhe muito. Convivendo com ele aprendi a olhar o mundo e as pessoas com olhos mais atentos e sinceros. Aprendi também a olhar para mim, e após o primeiro susto, desatar a rir. Estou ampliado nele. Minha vaidade, por exemplo, expressão do meu egoísmo, se transforma em atitude generosa ao divertir os outros. A dimensão de um palhaço está diretamente relacionada à dimensão do real ridículo de quem o encarna. Tornar esse ridículo risível ou terno e oferecê-lo aos outros, é a missão dos palhaços. Portanto, ao olhar para o Xuxu, não tenha dúvida, somos assim mesmo”, costuma filosofar a respeito do personagem. O teatro e principalmente o circo sempre foram as grandes paixões de Vasconcelos, que, apesar de ser formado
em Letras, estudou artes cênicas na Dinamarca para depois incorporar-se ao grupo teatral Intrépida Trupe. Em 1978 criou o Palhaço Xuxu, que nunca mais o abandonou. O espetáculo ‘Silêncio Total’ encerrará uma programação de oito filmes, entre animação, ficção e documentários, como mostra a programação ao lado: PROGRAMAÇÃO CINEMA NO CIRCO CAMPINHO DO BAIRRO AIRTON SENA 23 de Novembro • Quarta-feira • 20h VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA
FILME
DIREÇÃO
CATEGORIA/TEMPO/ESTADO
EL COLUMPIO
GEORGE ROJAS
ANIMAÇÃO 8'52". VENEZUELA
Um conto animado onde se entrelaçam de maneira inexorável a vida, o tempo, a natureza e a liberdade.
FILME
DIREÇÃO
CATEGORIA/TEMPO/ESTADO
A MOÇA E O RAPAZ VALENTE
ANTONIO CARRILHO
FICÇÃO 23 MIN. PE
Um rapaz valente está a procura de um emprego e se envolve com a filha de um fazendeiro poderoso.
FILME
DIREÇÃO
CATEGORIA/TEMPO/ESTADO
O LENHADOR
FÁBIO TEÓFILO DO NASCIMENTO
ANIMAÇÃO 04 MIN. GO
Lenhador responsável por devastar uma grande área de florestas e transformá-la em deserto fica sensibilizado com a atitude de duas crianças e resolve mudar suas atitudes.
FILME
DIREÇÃO
CATEGORIA/TEMPO/ESTADO
O LEGADO DOS HERÓIS
RANIEL XAVIER
DOCUMENTÁRIO 13 MIN. SP
A importância dos quadrinhos de Super-heróis (como Homem-aranha, Batman, Superman) e a influência que podem ter na formação de valores e caráter das crianças e adolescente. VINHETA AMBIENTAL
FILME
DIREÇÃO
CATEGORIA/TEMPO/ESTADO
BARBANTE
DANIEL COUTO E SAMIR HAUAHI
FICÇÃO 20 MIN. MG
Barbante está sumido e Zeca tenta a todo custo encontrar o cachorro desaparecido.
FILME
DIREÇÃO
CATEGORIA/TEMPO/ESTADO
BRAVURA
GIOVANNI SCOZ GIRARDI.
ANIMAÇÃO 4.13 MIN. SC
Descendente de uma linhagem nobre de toureiros, Paco Bravo tem agora um novo desafio em sua carreira: para celebrar a sua 100ª tourada.
FILME
DIREÇÃO
CATEGORIA/TEMPO/ESTADO
HORA DO LANCHÊÊÊ
CLAUDIA MATTOS.
FICÇÃO 14"48 MIN. RJ
Se não fosse pelo almoço na escola, os irmãos Joalisson, Joedson e Jowilson iriam ficar de barriga vazia.
ESPETÁCULO CIRCENSE: A VOLTA DO PALHAÇO XUXU
19
É DE POESIA QUE O MUNDO PRECISA
CINEMA NO TERREIRO
A TOLERÂNCIA E A DIVERSIDADE PEDEM PASSAGEM
JOÃO VELHO
D
DIREÇÃO
CATEGORIA/TEMPO/ESTADO
JOÃO VELHO
DOCUMENTÁRIO. 16 MINUTOS. RJ
INSTITUTO AFRO DESCENDENTE AZUNTÓ RUA DO COQUEIRO 266 NOVA FLORESTA (fundos Hosp. João Paulo)
SINOPSE
DEPOIMENTOS
Documentário sobre a tensão entre tradição e inovação nas comunidades do candomblé brasileiro, em meio à crescente troca em âmbito global de saberes e ritos da religião dos orixás por sacerdotes de diferentes países. O filme tem como objeto central algumas das iniciativas recentes de recuperação do lendário culto do oráculo sagrado de Ifá, que havia se perdido no candomblé do Brasil mas sobrevivido principalmente na Nigéria e na santeria de Cuba.
Claudio F. Bastos | José Flávio P. de Barros Leonardo Fernandes Albuquerque Márcia Dória Pereira Maria A. H. Junqueira de Mello Muniz Sodré | Rafael Assef Rafael Zamora | Stefania Capone Willer de Almeida
esde 2006, o Cineamazônia abre espaço para filmes que contenham como pano de fundo a história de religiões afros e, principalmente, sem estereótipos, preconceitos e ideias superficiais. Uma atividade cada vez mais necessária na sociedade atual. Para a edição 2016 a programação inclui duas produções recentes. Icandomblé é um documentário carioca de 16 minutos, dirigido por João Velho e que mostra a tensão entre tradição e inovação nas comunidades do candomblé brasileiro, em meio à crescente troca em âmbito global de saberes e ritos da religião dos orixás por sacerdotes de diferentes países. O filme tem como objeto central algumas das iniciativas recentes de recuperação do lendário culto do oráculo sagrado
de Ifá, que havia se perdido no candomblé do Brasil mas que havia sobrevivido principalmente na Nigéria e na santeria de Cuba. Icandomblé utiliza depoimentos de pelo menos dez pessoas conhecidas no meio acadêmico e cultural, como Muniz Sodré e Maria Aparecida Homem Junqueira de Mello. O diretor é um realizador que vem galgando bons espaços no audiovisual. João Velho trabalha nas áreas de direção, edição, videografismo e efeitos visuais para cinema e vídeo digital. É autor de um livro e professor universitário. De 2011 a 2014 editou o blog VideoGuru especializado em vídeo digital profissional, onde atuou como editor-chefe e colaborador. Além do documentário a ser exibido no 20
A POESIA EM QUATRO QUADROS
LOCAL:
FILME ICANDOMBLÉ
Cineamazônia, tem como principais trabalhos de direção em cinema o curta-metragem de cinema digital “Toca Pra Diabo!” o curta-metragem 35mm “A Última Canção do Beco” (15’), de 1985; e o curta- metragem 35mm “A Balada das Dez Bailarinas do Casino” (15’). Na mesma noite será exibido outro curta-metragem, ‘Òrun Àiyé - A Criação do Mundo’, de Jamile Coelho e Cintia Maria. O filme é uma animação baiana de 12 minutos e mostra a trajetória de Oxalá (Carlinhos Brown) em sua missão para criar o Mundo. Ambos os filmes serão exibidos a partir das 20h do dia 25 de novembro, no Instituto Afrodescendente Azuntó, no bairro Nova Floresta, em Porto Velho, logo atrás do Hospital João Paulo.
É de poesia que o mundo precisa reúne autores essenciais para o mundo de hoje
A
prendi com meu filho de 10 anos que poesia é o descobrimento das coisas que nunca vira antes”. A frase do escritor e visionário modernista Oswald de Andrade resume com precisão o que pode vir a ser uma entre centenas de milhares de definições possíveis de poesia. Mas, se encontrar uma definição para a poesia é tarefa quase impossível, uma coisa é certa. O mundo precisa, mais do que nunca, dela, da poesia. E é isso que quatro escritores, cada um a seu modo e estilo, dirão em alto e bom som no Teatro Banzeiros, dia 25 de novembro, na programação ‘É de poesia que o mundo precisa’. De poesia, José Luís Peixoto entende bem. Nascido em Galveias, Portugal, em 1974, é um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. Sua obra ficcional e poética figura em dezenas de antologias, traduzidas num vasto número de idiomas, e é estudada em diversas universidades nacionais e
estrangeiras. Na poesia, o livro Gaveta de Papéis recebeu o Prêmio Daniel Faria e A Criança em Ruínas recebeu o Prêmio da Sociedade Portuguesa de Autores. Os romances de Peixoto estão traduzidos e publicados em mais de vinte idiomas. É um caminho de reconhecimento que também vem sendo trilhado por Paulo Lins. Apesar de poeta, teve reconhecimento internacional com o estupendo livro ‘Cidade de Deus’, que, levado para as telas, tornou-se um dos filmes mais influentes das ultimas décadas no cinema do mundo inteiro. A faceta de poeta de Lins pode ser encontrada nos livros ‘Sob o Sol’ ‘Esses Poetas’, coletânea com seleção e organização de Heloisa Buarque de Holanda. O romance ‘Desde que o samba é samba’ é outro livro que se destaca no currículo do escritor, também roteirista para o cinema e TV. ‘Cidade dos homens’, ‘Quase dois irmãos’ e os diálogos de ‘Faroeste Caboclo’ tem assinatura de Paulo Lins. 21
Sergio Santeiro vê no cinema um espaço para a poesia em movimento. Tanto que sempre preferiu filmes em pequenas taças. No caso, curtas, iniciados ainda nos anos 60. Santeiro é professor de cinema e criador de espaços importantes como canais públicos de TV, como a Unitevê, de Niterói. Santeiro acredita no cinema como espaço de experimentação e milita pelo reconhecimento adequado dos curtas-metragens no cenário fílmico brasileiro. Já Ailton Krenak fez da vida um espaço de resistência para a causa indígena. Mas seguindo um ensinamento antigo de Che Guevara, nunca deixou que a violência da realidade ofuscasse o fato de que a ternura é necessária. Talvez quem acompanhe o que esses autores têm a dizer não saia com a resposta sobre o que é poesia, mas entenderá que ela, num mundo que quer se tornar cada vez mais uniforme, não é necessária. É essencial.
PAULO LINS
JOSÉ LUÍS PEIXOTO Poeta, romancista, roteirista de cinema e televisão e professor licenciado em Língua Portuguesa e Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Publicações: Sob o Sol - livro de poemas. • Cidade de Deus - Romance - adaptado para o cinema com quatro indicações para o Oscar. • Esses Poetas - livro de poemas com seleção e organização de Heloisa Buarque de Holanda. • Desde que o Samba é Samba - Romance. • Videoclipes roteiro e direção com Kátia Lund e Breno Silveira. • Minha Alma do grupo O Rappa. • Grande prêmio Brasil de cinema (melhor curta metragem 2000). • Prêmio multi show (melhor vídeo clip 2000). • Prêmio vídeo-music Brasil da MTV (melhor diretor, melhor vídeo clip 1999). • Não se Preocupe Comigo do grupo F.U.R.T.O. Roteiros de longa metragem: • Orfeu
da Conceição. • Quase dois Irmãos. • Selecionado para o laboratório de roteiro Sundance/rio filme 2002. • Melhor roteiro pela APCA (associação paulistas de críticos de arte) 2005. • Era uma vez. • Argumento desenvolvido com Breno Silveira. • Selecionado para o laboratório de roteiros sundance/rio filmes 2004 • Televisão roteiro e direção com Kátia Lund. • Cidade dos Homens • Seriado para televisão exibido pela Rede Globo. • Décimo festival internacional de cinema e televisão suíço- cinema tout ecran melhor seriado de televisão (2004). • Suburbia Minissérie para Rede Globo de Televisão. • Roteiro com Luiz Fernando Carvalho. • Faroeste Caboclo longa-metragem. 2013 primeira versão do roteiro e diálogos. • Colaborador na telenovela I Love Paraisópolis na Rede Globo de Televisão.
Cineasta brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, formado em Sociologia e Política pela PUC-RJ em 1967. Como diretor e roteirista, realizou exclusivamente filmes de curta-metragem, em geral documentários e marcados por um forte sentido de experimentação. Em 1989, quatro de seus curtas (“O Guesa”, “Viagem Pelo Interior Paulista”, “Ismael Nery” e “Encontro com Prestes”) foram reunidos pela Funarte em videofonograma da série “Brasilianas” número 10 (VHS/NTSC, 55 min; recentemente relançado em DVD). Desde 1975 é professor de cinema na Universidade Federal Fluminense (UFF), aposentado em 2014, onde chefiou o Departamento de Cinema e Vídeo (1996-99) e dirigiu o Instituto de Arte e Comunicação Social (19992003), quando a partir de 2000 implantou no Instituto os dois canais públicos de televisão de Niterói: a Unitevê, canal universitário, e a Tv-Comunitária. Também lecionou cinema no CUP -
Centro Unificado Profissional, de 1975 a 1981; e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, de 1975 a 1979. Militante da causa do cinema independente brasileiro, foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Documentaristas, tendo integrado suas primeiras diretorias, vindo a ser presidente da ABD do Rio de Janeiro (198183) e posteriormente da ABD Nacional (1997-99). Foi um dos grandes batalhadores pela implantação da Lei do Curta nas décadas de 1970-80, e ainda hoje é um dos maiores defensores da volta da aplicação deste mecanismo. Foi também ator nos filmes “Pequenas Taras” (1978), “O Segredo da Múmia” (1982) e “A Terceira Morte de Joaquim Bolívar” (1998), e diretor-assistente em Os Herdeiros (1970), de Carlos Diegues escreve semanalmente às terças no jornal “A Trib una”, de Niterói. Publicou em 1979 “Saudades de Copacabana” (poemas) e “Um ano em 2014” (poemas), E-ditora (2015). RJ.
SÉRGIO SANTEIRO
22
Nasceu em Galveias, Portugal, em 1974. É um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. A sua obra ficcional e poética figura em dezenas de antologias, traduzidas num vasto número de idiomas, e é estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras. Em 2001, acompanhando um imenso reconhecimento da crítica e do público, foi atribuído o Prémio Literário José Saramago ao romance Nenhum Olhar. Em 2007, Cemitério de Pianos recebeu o Prémio Cálamo Otra Mirada, destinado ao melhor romance estrangeiro publicado em Espanha. Com
Livro, venceu o Prémio Libro d’Europa, atribuído em Itália ao melhor romance europeu publicado no ano anterior. As suas obras foram ainda finalistas de prémios internacionais como o Femina (França), Impac Dublin (Irlanda) ou o Portugal Telecom (Brasil). Na poesia, o livro Gaveta de Papéis recebeu o Prémio Daniel Faria e A Criança em Ruínas recebeu o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores. Em 2012, publicou Dentro do Segredo, Uma Viagem na Coreia do Norte, a sua primeira incursão na literatura de viagens. Os seus romances estão traduzidos e publicados em mais de vinte idiomas.
Ailton Krenak , ativista indígena dos direitos humanos. Nasceu em 1953, no Vale do rio Doce, Minas Gerais, pertence á etnia Krenak. Em 1987, no contexto das discussões da Assembléia Constituinte, liderou a luta pelos princípios inscritos na Constituição Federal do Brasil.Fundou e dirige no Núcleo de Cultura Indígena; criador do Festival de Danças e Culturas Indígenas, na década de 1990, na Serra do Cipó (MG).Jornalista, apresentador da série de TV-Educativa“ Índios no Brasil”, 1998;série para TV-Canal Futura “ TarúAndé” com temática indígena- 2007.Autor de textos e artigos publicados em coletâneas no Brasil e exterior.Em Janeiro de 2016, foi
distinguido como diploma de´Professor Honoris Causa´ pela Universidade Federal de Juiz de Fora-UFJF. Em 1987, recebe o Prêmio Internacional de Direitos Humanos para a América LatinaLetellierMoffite, da Fundação Letellier, em Washington DC Em 1989, recebeu o prestigiado Premio Onassis – Homem e Sociedade, da Fundação Aristóteles Onassis, em Atenas-Grécia; Em 2005, recebeu o Premio Nacional de Direitos Humanos – Brasil ;em 2008 a Comenda da Ordem do Mérito Cultural do Brasil; Grã Cruz da Ordem do Mérito Cultural do Brasil,2015.
AILTON KRENAK
BENEDICTO DOMINGUES JÚNIOR MEDIADOR DO DEBATE Escritor, jornalista, analista de marketing. Autor de Crônicas Domingueiras para se ler aos Sábados e Continhos Domingueiros; com microcontos publicados no Twitter. Superintendente de Comunicação do Governo do Estado de Rondônia, apresentador do Papo de Redação em rádio e TV, desenvolve, para lançamento em breve, o site Declameaqui.com. Com formação em Gestão Avançada Amana Key, especialista em Comunicação de Relacionamento, com projetos que criam ambientes felizes de trabalho em empresas públicas e privadas.
23
JURI
CHICO FRAGANELLO Outro jurado é Chico Faganello. Roteirista, diretor e produtor. Tem formação acadêmica no Brasil, Itália e Estados Unidos em Comunicação Social, História do Cinema e doutorado em Literatura. Realizou documentários, curtas-metragens, programas de TV e longas, entre os quais ‘Espírito de Porco’ e ‘Oração do Amor Selvagem’. Finaliza a série “Fanáticas”, comédia sobre diferenças religiosas no Brasil.
JUAN CARLOS CRESPO AVAROMA Escritor, professor, comunicador social e radialista. O boliviano Juan Carlos Crespo conhece o Cineamazônia como poucos. É autor dos livros “Decálogo de la Geohistoria Guayaramirense” (2006); ‘Ensayos del Paitití Volumen III’, ‘Guayaramerín Siempre Guayaramerín’ (2016) e a “La Musa del Paitití” (2016). É presidente fundador da Asociación Boliviana de Autores.
SÉRGIO SANTEIRO Santeiro é professor de Cinema na Universidade Federal Fluminense, militante pela causa do cinema independente e realizador de 19 curtas, sua especialidade, entre 1966 e 2011. Na luta pela democratização de todas as formas de produção audiovisual, também criou importantes espaços como canais de TV públicas. O Unitevê, em Niterói, é um dos exemplos bem sucedidos dessa atuação de Sérgio Santeiro.
GUSTAVO SPOLIDORO
JURADOS PRIMAM PELA DIVERSIDADE DE OLHARES Ú
nico festival amazônico que tem o meio ambiente como tema central e transversal, o Cineamazônia traz como novidade este ano o fato de no prêmio de Melhor Longa Metragem, principal premiação da
noite, concorrerem apenas documentários. Documentário, ficção, animação e filme experimental são as categorias que podem concorrer ao troféu Mapinguari. E cinco jurados serão responsáveis por
definir quem merece levar os 13 troféus Mapinguari da edição 2016 do Cineamazônia. São eles Sérgio Santeiro, Gustavo Ballesté, Gustavo Spolidoro, Chico Faganello e Juan Carlos Crespo.
GUSTAVO M. BALLESTÉ Já o cineasta mexicano Gustavo Ballesté tem no meio ambiente o principal foco de atuação. É o criador do Festival Internacional de Cinema e Meio Ambiente do México, que anualmente tem alcançado um público de cerca de 65 mil pessoas. Desde 2010 Ballesté tem trabalhado em diversas produções de cinema, bem como projetos comerciais nos departamentos de gestão e arte do México. Em 2016, realizou filmagens de seu primeiro longa metragem dedicado à questão da mudança climática. Foi jurado no Festival Filmambiente do Rio de Janeiro (2014) e no Festival de Cinema e Meio Ambiente de Seul, Coréia (2015). 24
Gustavo Spolidoro coleciona premiações. O cineasta dirigiu e roteirizou 21 curtas e médias e 4 longas, tendo recebido mais de 70 prêmios no Brasil e exterior e participado de festivais como Berlim, Rotterdam e Sundance. Foi homenageado na 9ª Goiânia Mostra Curtas (2009) e teve uma retrospectiva de sua obra no 15º Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira/PT (2011). Recebeu duas vezes o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (considerado o Oscar do cinema nacional), pelos curtas ‘Outros’ (2000) e ‘De Volta Ao Quarto 666’ (2010 – que tem como “ator” o diretor alemão Wim Wenders). Seu curta Início do Fim (2005) recebeu 16 prêmios e participou de festivais como Rotterdam e Sundance. Tendo essa diversidade de olhares e formação, os jurados da mostra competitiva do Cineamazônia terão as seguintes categorias de premiação. Todos os participantes (filmes e vídeos)
concorrem igualmente ao Troféu Mapinguari, nas seguintes categorias: documentário, animação, ficção e experimental. As premiações em disputa no Cineamazônia são:
Prêmio para Melhor Longa Metragem Documentário - Troféu Mapinguari COMPETIÇÃO PARA CURTA E MÉDIA METRAGEM: Prêmio Danna Merril: Melhor Documentário Prêmio Major Reis: Melhor Animação Prêmio Vitor Hugo: Melhor Ficção Prêmio Manoel Rodrigues Ferreira: Melhor Experimental Prêmio Chico Mendes: Melhor Roteiro Prêmio Povos Indígenas de Rondônia: Melhor Trilha Sonora Prêmio Silvino Santos: Melhor Fotografia Prêmio Capô (Maurice Capovilla): Linguagem
Prêmio Melhor Montagem Prêmio Melhor Direção Prêmio Melhor Ator Prêmio Melhor Atriz Prêmio Thiago de Mello: Júri Popular - Troféu Esperança Competição de Vídeos Rondonienses: Prêmio Lídio Sohn - Melhor Produção Rondoniense 25
MOSTRA COMPETITIVA
MOVIDOS PELA INDIGNAÇÃO
“Martírio traz uma profundidade inédita na cinematografia sobre a luta Guarani e Kaiowa. Um filme filmado de dentro, junto, e pelos indígenas também. E traz o que se pode chamar de o ‘outro lado’ do genocídio através dos vômitos racistas no Congresso Nacional, cenas deploráveis de um leilão da morte, a fala mansa dos matadores”. “O Jabuti e a Anta”, filme dirigido por
Eliza Capai e escrito por Carol Quintanilha, nasceu de uma indignação. Inquieta com as imagens dos reservatórios vazios no sudeste do Brasil, Eliza Capai buscou entender as obras faraônicas, agora construídas no meio da floresta Amazônica. Entre os rios Xingu, Tapajós e Ene, ecoam vozes de ribeirinhos, pescadores e povos indígenas, atropelados pela chegada do chamado desenvolvimento. Um
“boat movie” e uma reflexão sobre os impactos de nossos estilos de vida. O filme mostra no rio Xingu, a usina de Belo Monte. No rio Ene, no Peru, os Ashaninkas conseguiram forçar uma empreiteira brasileira a abandonar os planos da hidrelétrica que era planejada; e, no rio Tapajós, a urgente luta entre o jabuti e a anta é protagonizada. A seca em São Paulo é o ponto de partida da viagem.
atro Banzeiros, em Porto Velho. Já a premiação será no dia 26 de novembro, no mesmo local, sempre com entrada é franca. Destaque também pode ser dado à grande participação de filmes estrangeiros escritos no Cineamazônia deste ano. Ao todo, dezesseis países de três continentes diferentes foram representados
nas inscrições. Da África, foram inscritas obras de Guine-Bissau e Cabo Verde. Vindos da Europa, houve inscrições de filmes da Itália, França, Luxemburgo, Espanha, Suíça e Portugal. Já no continente americano, vieram EUA, Cuba, Venezuela, Argentina, Colômbia, Peru e Uruguai também tiveram filmes representantes entre os escritos.
Quatro documentários da mostra competitiva desnudam a violência do capital
Q
uando em 2009 Vincent Carelli trouxe ao Cineamazônia o longa ‘Corumbiara’, a reação do público ao final do documentário foi um pequeno –mas abissal- silêncio, seguido de palmas consagradoras. O fato é que ninguém saiu impune da saga violenta, triste e, de certa forma, desesperançada, da história que mostra como o extermínio indígena pode ocorrer das formas mais diferentes possíveis. Reações similares talvez ocorram com o mais recente documentário de Carelli, ‘Martírio’. Como ocorre com algumas produções cinematográficas, é daqueles filmes certos para os momentos exatos do cenário nacional. ‘Martírio’ concorre ao prêmio de melhor documentário do Cineamazônia 2016. Junto a ele, estão ‘A SuplicaçãoVozes de Chernobyl’, de Pol Cruchten; ‘Semente: A História Nunca Contada’, de Taggart Siegel e Jon Betz e ‘O Jabuti e a Anta’, dirigido por Eliza Capai. São quatro filmes que enfatizam a importância do cinema para a leitura da contemporaneidade e que se tornarão um desafio imenso para os jurados do festival. “Conseguimos filmes de qualidade excepcional”, diz a coordenadora do Cineamazônia Fernanda Kopanakis. Isso só atesta a relevância e o respeito que o Cineamazônia adquiriu ao longo dos anos
como festival engajado na luta pelo meio ambiente e direitos humanos. “A Suplicação- Vozes de Chernobyl” é um exemplo. O documentário de 86 minutos do realizador de Luxemburgo Pol Cruchten é baseado no livro homônimo do Prêmio Nobel da Literatura 2015, a escritora-jornalista bielorussa Svetlana Alexievich. O filme pode ser classificado como ‘um ensaio sobre o apocalipse’, com depoimentos e histórias de pessoas que direta ou indiretamente estão ligadas à chamada ‘Zona de Alienação’, o perímetro de segurança da central. Muitos são pessoas que depois de serem retiradas de casa, preferiram regressar e viver no local contaminado, escondida das autoridades. O que surge no filme são esses testemunhos, sempre em voz off, encenados por vezes em interiores de casas, de hospitais, de edifícios da era soviética, outras nas ruínas de Chernobyl, que já começam a ser tomadas pela natureza. Há no filme uma linha narrativa que segue a história de amor da viúva de um bombeiro, e que vai sendo entrecortada por outros relatos, que não surgem em forma de conversa. “Semente: a história nunca contada” é um documentário norte-americano de 94 minutos e abre uma importante dis26
cussão sobre o futuro alimentar da humanidade. No século passado, cerca de 94% de variedades de sementes da Terra desapareceram, mas um grupo de agricultores, cientistas e indígenas, defensores das sementes ainda estão travando uma batalha de David e Golias contra a grande indústria da biotecnologia procurando proteger a diversidade do nosso patrimônio agrícola. ‘Martírio’, de Vincent Carelli tem duas horas de duração e mostra a progressiva situação de genocídio vivido pelos índios Kaiowa e Guarani. O filme desperta a pergunta: “Como enfrentar o capitalismo que também é responsável pela destruição cultural, além da física e outras dimensões que afligem os indígenas?” Martírio é o segundo filme da trilogia ainda em andamento de Vincent Carelli, indigenista, documentarista, criador do projeto Vídeo nas Aldeias. O primeiro filme foi Corumbiara, o segundo, Martírio, e o final será Adeus, Capitão. Essa trilogia é ancorada no longo trabalho investigativo de Carelli, filmes produzidos ao longo de três décadas, onde a visão dele da luta indígena é apresentada junto de profundas mudanças no país. Como escreveu o jornalista Felipe Milanez,
Mostra competitiva tem mais 40 filmes Além dos quatro documentários concorrerão ao Troféu Mapinguari mais 40 filmes, selecionados entre 434 obras inscritas no Cineamazônia entre documentários, animações, ficções e filmes experimentais, nos formatos de curtas, médias e longas metragens. A exibição dos filmes da mostra será entre os dias 22 e 25 de novembro, no Te-
PROGRAMAÇÃO MOSTRA COMPETITIVA - TEATRO BANZEIROS 23 de Novembro • Quarta-feira • 8h
24 de Novembro • Quinta-feira • 8h
25 de Novembro • Sexta-feira • 8h
TARDE (14H às 17H30)
TARDE (14H às 17H30)
TARDE (14H às 17H30)
VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA
VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA
VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA
ARRUDAS
OBJECTS
PARA SALVAR BETH
SÁVIO LEITE. EXP. 0',40". MG
L
OXUM DENIS LEROY. ANIMAÇÃO 8'34. MG
L
LAMBARI
L
COMPOSTO SEVERINO NETO E RAFAEL DE CARVALHO. DOC. 15 MIN. MT
ANGEL PASCUALBERLANGA. ANIMAÇAO 09 MIN. ESPANHA
RODRIGO FREITAS. DOC. 15 MIN. RJ
GIOVANNI SCOZ GIRARDI. ANIMAÇÃO 4.13. SC
27
L
KONÃGXEKA: O DILÚVIO MAXAKALI
L
BRAVURA
L
THEODORO COCHRANE E ALAN MEDINA. FICÇÃO 19 MIN. SP
CHARLES BICALHO E ISAEL MAXAKALI. ANIMAÇÃO 13 MIN. MG
L
EL COLUMPIO
L
GEORGE ROJAS. ANIMAÇÃO 8'52". VENEZUELA
L
23 de Novembro • Quarta-feira • 8h
24 de Novembro • Quinta-feira • 8h
25 de Novembro • Sexta-feira • 8h
FALTA ÁGUA
EMPLATADO AL REVÉS
OLHOS DE BOTÃO
VITOR GRACCIANO. FICÇÃO 11 MIN. RJ
10
21 ANOS POR SEGUNDO
L
ANNONI - 30 ANOS DE MARCOS
CAINÃ TAVARES. FICÇÃO 17 MIN. MG
VALE DO RIO MORTO
12
L
GRÃOS DE ARROZ
L
CHRIS AGNESE E GIL CHAGAS. DOC. 15'39. RJ
GUGU SEPPI E ALLAN SOUZA LIMA. FICÇÃO 15 MIN. RIO DE JANEIRO
MANANCIAL
L
SON ARAÚJO. FICÇÃO 15 MIN. BA DESERTO VERDE
L
MARCELO BICHARA. DOC. 13'40.RJ
O QUE TERIA ACONTECIDO OU NÃO NAQUELA CALMA E MISTERIOSA TARDE DE DOMINGO NO JARDIM ZOOLÓGICO
"JEGUES"
THIAGO KÖCHE. DOC. 11 MIN. RS
L
MARLOM MEIRELLES. FICÇÃO 18 MIN. PE
CHEGAMOS ANTES
DIEGO DIENER. ANIMAÇÃO 12 MIN. RJ
14
O JABUTI E A ANTA
L
BRUNO SOARES. FICÇÃO 07 MIN. PB
L
ELIZA CAPAI. DOC. 71 MIN. SP
UM GRITO DE AMOR PELA NATUREZA
AS CORES DA CHUVA
L
JULIANA KROEGER. DOC. 29 MIN. SC MASSACRE RODRIGO VRECH. FICÇÃO 12'37". RS
L
LEON JUNQUEIRA. EXP. 13'57 MIN. SC
L
MÁRCIO CABRAL JR. ANIMAÇÃO 08 MIN. SP. GERAIS
10
AQUAMAZONIDA
L
TIAGO CARVALHO E ARTHUR FRAZÃO. DOC. 17 MIN.RJ FRONTEIRA EM COMBUSTÃO
L
JOÃO LEITE. DOC. 40 MIN. BÉLGICA/PORTUGAL
L
THIAGO BRIGLIA. FICÇÃO 19 MIN. RR TÚ NO ERES EL MÁS FUERTE
L
EMÍLIO YEBRA. ANIMAÇÃO 01 MIN. ESPANHA CORPO MANIFESTO
L
CAROL ARAÚJO. DOC. 28 MIN. SP
PROGRAMAÇÃO MOSTRA COMPETITIVA - TEATRO BANZEIROS 23 de Novembro • Quarta-feira • 8h
24 de Novembro • Quinta-feira • 8h
25 de Novembro • Sexta-feira • 8h
NOITE (19H30 às 23H)
NOITE (19H30 às 23H)
NOITE (19H30 às 23H)
VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA
VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA
VT INSTITUCIONAL DO CINEAMAZONIA
O TREM**
RIO DE LAMA
LUANA LOPES. EXPERIMENTAL. 4'00 MIN.RO
L
AUGUSTO PEDRO PEREIRA FICÇÃO 3'20. RO
L L
L
DANI SUZUKI. FICÇÃO 15 MIN. RJ
L
CARLOS BALSEIRO. ANIMAÇÃO 09 MIN. ARGENTINA
AUBADE
12
POL CRUCHTEN. LUXEMBURGO. DOC. 86 MIN
L
MAURO CARRARO. ANIMAÇÃO 05 MIN. SUIÇA DEPOIS DA INUNDAÇÃO - BELO MONTE
L
TODD SOUTGHATE. DOC. 53 MIN. SC
A SUPLICAÇÃO - VOZES DE CHERNOBYL (LA SUPPLICATION: VOICES FROM CHERNOBYL)
10
L
ANABEL RODRIGUES RIOS. DOC. 11 MIN. VENEZUELA
PAYADA PA SATAN
MARTÍRIO VINCENT CARELLI. DOC. 160 MIN. PE
MARI CORRÊA. DOC. 21'47 MIN. SP
L
EL GALÓN
PULSO
CATATUMBARI ORIANA CONTREAS. FICÇÃO 6 MIN. VENEZUELA
L
TADEU JUNGLE. DOC. 09 MIN. SP PARA ONDE FORAM AS ANDORINHAS?
O MAL CARLON HARDT. ANIMAÇÃO 02 MIN. PR
A TROCA JOELMA SILVA FERREIRA. FICÇÃO. 15 MIN. RO
L
L
MARIA CAROL CORREIA. FICÇÃO 07 MIN. PE
14
SEMENTE: A HISTÓRIA NUNCA CONTADA (SEED: THE UNTOLD STORY)
TAGGART SIEGEL E JON BETZ. DOC. 94 MIN. EUA
L
** (FILME NÃO CONCORRE A MOSTRA COMPETITIVA)
28
29
ITINERANTE
a expectativa era de um bom público e isso se confirmou. Assim como nas edições passadas, o local foi tomado por pessoas de todas as faixas etárias. Em Extrema, outro distrito de Porto Velho, a surpresa foi a presença significativa de adolescentes entre o público. Ao longo dos nove anos em que a itinerância do Cineamazônia é realizado, os organizadores já se acostumaram a ter mais crianças e adultos no público. Em Vista Alegre do Abunã os integrantes da caravana cultural sentiram um pouco do que é estar inseridos na floresta
amazônica. As estradas eram rodeadas de matas e florestas. Um alento em paisagens muitas vezes dominadas por áreas queimadas, pastagens e capoeiras. O distrito de Abunã, parada seguinte, já é um trecho obrigatório para o festival, que visita a localidade desde o começo da itinerância. Ao longo do tempo, o Cineamazônia vai testemunhando as próprias mudanças ocorridas na região. Gente, por exemplo, que sofre as conseqüências dos grandes projetos amazônicos. Como em Vila Jirau, um vilarejo peque-
no, construído às margens da BR 364, em Porto Velho. A segunda etapa da itinerância começou em julho. Iniciou por estradas, indo a comunidades como a Resex Rio Ouro Preto, distrito de Iata, e os municípios quase homônimos Guajará-Mirim e Guayaramerin, já em terras bolivianas. Depois, a itinerância seguiu pelos rios Mamoré e Guaporé, com apresentações em localidades que margeiam os rios, principalmente o Guaporé e que fazem a fronteira entre Brasil e Bolívia.
Nessas localidades, além dos filmes, foram realizadas oficinas de animação, com Christian Ritse, oficinas de fotografia, com Bete Bullara e apresentação dos palhaços Chiquita e Cotonete, com o espetáculo ‘Olha o palhaço no meio da rua’. Essa etapa da itinerância encerrou no dia 2 de agosto. E depois de viajar por terra, visitando distritos de Porto Velho e pela água, levando o cinema para comunidades ribeirinhas de Brasil e Bolívia no rio Guaporé, o Festival Cineamazônia ganhava os ares. A terceira fase
do Cineamazônia Itinerante ocorreu em setembro nas cidades de cidades portuguesas de Seia e São Romão respectivamente. Durante dois dias foram realizadas sessões de cinema em parceria com o Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente (CinEco). A relação do Cineamazônia com Portugal vem desde 2008. O festival brasileiro já realizou sessões de cinema nas cidades portuguesas de Coimbra, Évora, Seia, Sabugueiro e Lisboa e passou a integrar o país europeu em atividades im-
portantes, como o colóquio internacional ‘As Lutas Pela Amazônia no Início do Milênio’ presidido por Boaventura de Sousa Santos, um dos mais importantes intelectuais da atualidade. “Quando eu olho para trás vejo que o Cineamazônia tem nos feito acompanhar essas histórias amazônicas. Temos registrado em fotos e vídeos relatos e transformações de cidades, de pessoas. Isso é mais do que esperávamos quando inciamos essa itinerância de cinema”, avalia Jurandir Costa ao analisar a trajetória percorrida até aqui.
CINEAMAZÔNIA ITINERANTE INTEGRA PAÍSES ATRAVÉS DA ARTE COM UMA ABRANGÊNCIA QUE EM 2016 ALCANÇOU QUATRO PAÍSES E CHEGOU A 38 LOCALIDADES.
O
Cineamazônia firma o próprio nome como um dos mais importantes e significativos festivais itinerantes de cinema não só do Brasil, como da América Latina. A ideia parecia romântica. Levar cinema a lugares aonde o cinema nunca chegou. Essa era a intenção inicial de Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis quando decidiram ampliar o leque do Cineamazônia, um festival de cinema ambiental criado em 2013 na capital rondoniense de Porto Velho. O festival entrou no calendário cultural brasileiro. Mas, vindos de uma tradição de engajamento político e cultural, Fernanda e Jurandir ansiavam por algo a mais. Uma dessas coisas era conhecer as profundezas de uma panamazônia que sempre esteve perto, mas parecia sempre mais distante do que parecia.
Assim surgiu o Cineamazônia Itinerante. Uma mostra que desde 2008 já percorreu todas as capitais amazônicas, comunidades peruanas, bolivianas, colombianas, países africanos e Portugal. E o que parecia ser uma atividade cultural inovadora se transformou também em um encontro com as diversidades e complexidades amazônicas. Lugar de gente que luta em meio a adversidades e que vivencia transformações intensas numa região onde tudo é mais do que se pensa. Em 2016 a itinerância percorreu Brasil, Bolívia, Peru e Portugal. A primeira etapa, ainda em maio, alcançou pequenos municípios acreanos, rondonienses, peruanos e bolivianos. Filmes em curta-metragens e apresentações de uma dupla de palhaços deram o tom a um público diversificado. O ponto de 30
partida não poderia ser mais significativo. Um bairro pobre de Inapari, no Peru e a periferia de um bairro boliviano. Os mais interessados, claro, eram as crianças, que sempre apareciam curiosas com a notícia de que haveria apresentação de palhaços e filmes de animação. Depois de passar por Peru e Bolívia, é que ocorreu a primeira apresentação em solo brasileiro. O local escolhido foi Capixaba, município acreano fronteira com Bolívia e com o estado de Rondônia. Depois de Capixaba, o Acre foi substituído por Rondônia. O distrito de Nova Califórnia já está acostumado a receber o festival. Foi a sexta vez que o Cineamazônia fincou telões no distrito portovelhense.Com as exibições e o espetáculo circense feitos na quadra da escola municipal Nova Califórnia,
31