Buscar as coisas do Alto!
Pe. LĂŠo scj
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Não te detenhas A primeira ordem de Deus para Lot e para nós é “não olhes para traz”. “Salva-te, se queres conservar tua vida. Não te detenhas em parte alguma da planície”. Essa é a segunda ordem de Deus para nós hoje. O que essa ordem significa para nós hoje? O que é descer nas planícies? É ir se agarrando nas pequenas coisas. Água parada é a maior fonte de pernilongo, de mosquito de dengue, e muitas vezes ficamos na planície parados nos agarrando em pequenas coisas. Se deter na planície significa cada um de nós quando não perseveramos, quando não caminhamos, quando não progredimos na vida porque vamos ficando presos nas coisinhas pequenas do dia-a-dia. No cultivo de pequenas mágoas, de pequenos ressentimentos. Se o primeiro passo é não olhar para trás, o segundo passo é não parar. Nunca na vida vamos receber diploma de ser cristão. Vocês sabem o que leva uma empresa a falência? É o êxito. A empresa começa falir quando ela publica nos jornais que é a melhor. Por que um casamento vai se acabando? Porque as pessoas se acomodam. Descer na planície significa se acomodar, esse espírito de preguiça, de falta de luta, de falta garra. Significa também deixar-se levar pela água como uma folha seca, a água a leva aonde quer. É aquela pessoa que só sabe reclamar da vida. Está sempre amarga e azeda. A vida espiritual é igual andar de bicicleta, se parar cai, porque o que dá o equilíbrio é ficar pedalando e andando. Antigamente, aprender andar de bicicleta era muito difícil. Hoje tem essas rodinhas no lado. Você montava em cima da bicicleta, ela caia para um lado, juntava, ia de novo, ela caia para o outro lado. E quando pegava equilíbrio, lá na
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frente tinha uma cerca de arame farpado, ali você chamava tudo quanto é santo, não aparecia nenhum deles, eu acho que não tem santo protetor de bicicletas. A vida cristã é assim também. Por isso que a bicicleta tem duas rodas, é a fé e a vida, e tem o guidão que você direciona. Você tem que saber a direção que você vai, e firmar essa direção. Mas é preciso pedalar, se parar de pedalar, cai. Na vida cristã e na vida em geral, quando paramos de pedalar, caímos. Quando eu acho que o meu namoro está muito bom, quando eu falo que minha vida espiritual está muito bem, eu estou acomodado. E Jesus chega a dizer que o reino dos céus é dos violentos. Deter-se na planície significa as pessoas que olham para as pequenas coisas com lente de aumento. Jesus também deu essa ordem para os apóstolos: “não fiquem parados pelo caminho”. Talvez a sua vida esteja uma água parada. Você tem que ter uma meta na vida, porque a pessoa que não tem meta vai a qualquer lugar, desiste diante do primeiro obstáculo. Quem não sabe para onde vai, não vai a lugar nenhum. Se alguém chegar pra você e falar: “Eu preciso ir lá no centro, na cidade vamos comigo?”. “Ah, eu não vou não, está calor, pode ser que chove”. Mas se você tiver um filho doente, você põe ele nas costas e vai, faça sol ou faça chuva. Porque tem uma meta. E a falta dessa meta está destruindo nossos jovens e nossas famílias, é o vício de querer viverem acomodados. Eu quero é que ninguém me incomode, por isso existem tantas pessoas vivendo a solidão. Ela não vive em comunidade, ela vive na comodidade. Aquela família que vive na comodidade, cada um em seu cômodo. Em meu cômodo ninguém entra. Eu não falo o seu defeito, você não fala o meu, fica quieto que eu também fico, um protege o erro do outro, ninguém têm meta na vida, ficam parados na planície. Quantos jovens de dezoito a vinte anos acomodados, já estão mais velhos do que pensam, se deixam levar por qualquer droga, têm medo da vida, são uma raça de gente
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fraca. A vida moderna é a coisa mais fácil que tem de se viver, hoje tem tudo, o conforto que existe. Imagine há vinte anos, para fazer um café, tinha que apanhar o café, pôr ele no terreiro para secar, mexer e virar ele, torrar, moer, buscar água, buscar lenha e graveto para fazer o fogo. Levava duas horas para fazer o café. E hoje põe o pó em uma máquina aperta um botão, o café já está pronto. Tem pessoas que já compram o vidro de café, só esquentam água no micro ondas, joga água em cima e já está pronto. Mais também aquilo não tem gosto nenhum de café. É assim que vamos criando uma raça de gente preguiçosa. Têm cozinhas que são um espetáculo, o forno acende sozinho, tudo automático. Então as pessoas deviam ter mais tempo para viver melhor a vida. Tem mais tempo para ficar a toa ou para falar mal da vida dos outros, tem tempo sobrando, e não faz nada. Aí diz: “Ah padre, eu estou pedindo a Deus para me curar, por que Deus não cura”. Curar para que? Pra atazanar a vida dos outros. Eu acho que foi essa a mágoa de Pedro com Jesus, por que Pedro pediu para Jesus dar a extrema unção em sua sogra, mas Jesus o curou, dizem que foi por isso que Pedro negou Jesus três vezes. Sabem como se diz sogra em russo? “Strossa” Mas a mulher quando ficou curada se colocou a serviço, isso tem que ser dinâmico, só se aprende a fazer fazendo. E nós queremos uma vida fácil, uma vida light. Não se detenhas na planície. A pessoa que se detém na planície se enrosca em qualquer coisinha, qualquer probleminha vira um problema enorme, porque não têm por que lutar. “Padre, eu não consigo dormir?” Eu queria ver se tivesse que levantar cedo todos os dias. Como eu e muitos outros que levantávamos antes das cinco da manhã, trabalhávamos até as quatro e quinze da tarde e estudava até meia noite. Eu queria ver se precisava de remédio para dormir, eu dormia no guidão da bicicleta, quantas vezes eu estava indo para a fábrica, esbarrava no barranco porque estava dormindo. Eu sou igual mamãe, que dormia em pé no circular. Só não dorme quem não está cansado. “Estou
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há três noites sem dormir” É porque dormiu a noite inteira, uma pessoa que trabalha e luta, dorme. Mas o encardido é terrível, ele quer colocar em nossa cabeça que somos gente fraca, gente pequena. Não é isso que fizeram com a família? Primeiro os meios de comunicação social vêm e dizem que têm que ter poucos filhos, um ou dois filhos, e hoje as pessoas não têm tempo para dois filhos. “Ah, eu quero deixar a melhor herança para meu filho, eu estou trabalhando para ele”. Ele precisa é de você, não de seu trabalho. Qual é o melhor que você vai deixar para seu filho? A melhor roupa? O melhor sapato? Uma herança? Ele perde tudo. Se não deixar o essencial, ele perde tudo. É o que está acontecendo hoje, uma família parada na planície, que não vai para frente, não no sentido financeiro, porque nunca nós vamos ter dinheiro para comprar tudo que inventam que a gente precisa para ser feliz. É o consumismo que consome a pessoa e você fica estagnado na vida. O ser humano tem uma ordem de Deus: “Crescei e multiplicai”. E não é crescer em tamanho, porque Adão não era anão. Esse crescer é em todos os sentidos e multiplicar os seus dons. É a parábola dos talentos. O sujeito ganhou um talento e enterrou. Depois veio com aquela desculpa que teve medo. Você tem que frutificar os seus dons, frutificar os seus talentos, você não pode se acomodar nunca. Não interessa a idade que você tem, se deter na planície é cruzar os braços. Se deixar uma casa durante uma semana fechada, ela enche de teias de aranhas, e nós fazemos isso com o coração. Vamos à missa aos domingos, abrimos nosso coração a Deus, deixamos ele entrar, terminou a missa, fechamos novamente até no próximo domingo com o coração já todo cheio de teias de aranha. Por isso, se torna uma pessoa grossa, desanimada, uma pessoa que não luta, porque está se acostumando com as coisas fáceis da vida e a vida não é fácil, o ser humano não nasceu para ser fácil, se fosse assim, tínhamos nascido uma ameba. O ser
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humano nasceu para crescer, e crescer muito, frutificar e partilhar os seus dons. Quem não partilha os seus dons acaba morrendo de fome na miséria. Não se deter na planície é não pede tempo com coisas pequenas. Uma vez lá no colégio veio um menininho chorando: _ Meu amiguinho me mandou ir a merda. _ E você foi? _ Não! _ Então não precisa ficar triste. É só não ir. Mas a pessoa passa o resto do dia comentando com um e com o outro. Será que você não está sendo essa pessoa. O ser humano tem que ter uma meta na vida e tem que lutar, e os pais precisam ensinar as crianças a lutarem. E eu tenho certeza que foi isso que o Papa quis dizer na beatificação do Francisco e da Jacinta, no dia treze de maio, dia de Nossa Senhora, quando ele revelou o terceiro segredo de Fátima. Ali tinha uma visão profética, aquilo que o papa falou do terceiro segredo, que o encardido estava com a arma na mão apontando para o rebanho e o pastor do rebanho. O papa está alertando principalmente a família cristã, porque as nossas crianças estão sendo criadas para viverem rolando e deitando na planície do pecado, na planície da acomodação. Primeiro diminuem o número de filhos e os pais não sabem o que fazer com um, dois ou os três filhos. Porque não põe limites, no põe respeito, a criança faz o que bem entende nas igrejas na missa. Tem missa que fica difícil fazer uma oração porque a criança corre na igreja, chora, come bolacha e a mãe não está nem aí. Dá um beliscão igual minha mãe fazia pra ver se não da certo. Deter-se na planície é perder tempo com coisas pequenas. Imagine a seguinte cena: Você sentado no sofá e no mesmo plano uma televisão, você senta ali às cinco horas
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da tarde até as dez da noite. Você fica cinco horas por dia se detendo na planície em frente aquela novela, ali parada sem sair para atender telefone, sem ter tempo para um filho. Quantas novelas você assiste? Não responda para não mentir. Você está se alimentando com o quê? Com as porcarias do mundo, desse encardido que quer nos fazer pessoas fracas, frágeis, acomodadas, medrosas. Como é que você cria resistência? Vocês vejam hoje o absurdo que o ser humano está chegando. O homem quer ficar forte, mas em vez de fazer ginástica, ele toma anabolizantes. A mulher quer ter um corpo bonito, ao invés de renunciar refrigerantes, doces e trabalhar para ficar com os músculos firmes, põe silicone. Mas não tem jeito de fazer implante de silicone no coração, por isso que está com o coração murcho, caído. E esse ser humano novo tem que vir de fora para dentro. Mas Deus já prometeu através de Ezequiel: “Dar-vos-ei um coração novo. Um novo ânimo, um novo entusiasmo“. Não olhes para trás, não te detenhas na planície”. Por que a pessoa se perde na floresta? Porque está no mesmo nível, olha para todos os lados e não enxerga. A família está acomodada em uma planície, o seu grupo de oração está acomodado em uma planície. É por isso que os grupos de oração estão morrendo. Hoje a coisa que menos se faz nos grupos de orações é rezar. Primeiro cantam duas horas em uma bandinha que precisa ir lá na frente, que treinam umas duas horas com os instrumentos numa altura que é impossível alguém rezar, depois vem o líder que já tem o diploma de Pedro Apóstolo, ali ele sabe tudo, mas não se reza mais. A Renovação Carismática do novo milênio tem que ser uma renovação que não se detém não planície com briguinhas, com divisões, a renovação não precisa de lideres. Quem precisa de lideres é o PT, o PMDB a CUTI. Eu fiz uma pesquisa para escrever meu livro Servir no Espírito, e achei muito interessante porque a palavra líder não se encontra na bíblia. Como que a Renovação Carismática que procura tanto conhecer a Palavra de Deus,
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usa pessoas com denominação de líder. Na bíblia, sempre que se aparece sinônimo de líder, é para falar do encardido. Pega definição de líder no Aurélio, líder é o melhor, é o que está na frente, é o que está acima dos outros, é o que se destaca mais. A renovação Carismática precisa de servos como Maria, como Jesus. É Jesus que diz: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve”. Mas se tem líder, está acomodado, a pessoa chega senta, é uma planície, todo mundo sentado ajeitadinho, interessa que eu seja atendido. Mas não rezam mais uns pelos outros, não tem mais orações espontâneas. Eu não acredito que alguém fale de Deus que não tenha calo nos joelhos. Está falando lorota, está fazendo palestra. A coisa mais fácil que tem é fazer palestra. Eu posso fazer uma palestra sobre um microfone. Mas o que tem a ver microfone com a minha vida? Eu posso fazer uma palestra sobre uma planta, eu posso fazer uma palestra sobre a importância da camada de ozônio. Os nossos grupos precisam de pregações, e a pregação é fruto da oração, é fruto da unção. Em quantas planícies nós estamos nos detendo? “Ah padre, mas o padre da minha paróquia não deixa rezar em línguas”. Então reza em línguas em voz baixa. Há algum tempo, eu cheguei em um lugar, uma mulher me falou: “Olha padre, aqui não pode rezar em língua”. Eu falei: “Então corta a língua”. Quando eu estou lá em meu banheiro, eu rezo do jeito que eu quero. Dentro de meu carro, eu vou cantando em língua, rezando em língua, é por isso que eu gosto de andar sozinho. Agora se a sua oração em língua for para você se mostrar na frente dos outros, aí aquele padre está certo. “Ah, eu não vou naquela igreja porque o padre não é carismático”. Talvez ele não seja carismático porque você não deu ainda um bom exemplo. Você, depois que fez experiência de oração, piorou muito. Tornou-se uma pessoa briguenta, parece que engoliu o Espírito Santo com pena e tudo. É preciso ser servo como Maria, que trabalhou de empregada doméstica
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na casa de Isabel. Em um encontro de cristão, cada um deveria cuidar do banheiro e limpar o seu lixo. Santa Terezinha, se ela via no pátio do convento um palito de fósforo e não ajuntava, ela ia se confessar, por causa do orgulho ela dizia: “Eu fui orgulhosa, pois não me achei digna catar, para deixar para um irmão ou irmã fazer isso. Eduque seu filho assim em casa, não ensine ele a arrumar a cama dele, a empregada arruma. Deixe ele deixar tudo jogado, no banheiro se ele deixar papel jogado, a empregada ajunta, ela está sendo paga para isso. Depois você vai visitar ele em uma clínica de recuperação, na cadeia ou no cemitério. O carro sem combustível só anda de morro abaixo ou sendo puxado. Assim é o cristão sem oração, ele pára na planície porque falta fibra, falta garra. Eu preciso ter motivos. E qual é o meu motivo? A quem estou servindo? Será que Josué não vai nos reunir nessa assembléia de Siquén hoje também e perguntar: A quem você quer servir? “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Se você quer salvar sua vida, não olhe para trás, não te detenhas na planície, não perca tempo com bobagens. “Se não for bem recebido em uma cidade bate o pé para deixar até mesmo o pó”. Com isso, Jesus está nos querendo dizer para não levar mágoa de ninguém. Limpa esse pó que está em seu coração. “Sacode a poeira e dá a volta por cima”. Não fique preso ao passado, não te detenhas nas coisas pequenas. Não desista por pouco. As crianças hoje em dia estão se acostumando assim, têm um monte de brinquedos e não estão contentes. Chega no natal, os pais compram aquele brinquedo com controle remoto, tudo automático. Aí eles já abrem, tiram as pilhas, jogam fora, arrancam a antena, e não querem mais. “Agora eu quero outro”. E a mãe vai lá e compra outro. “Agora eu quero outro”. Os jovens e adolescentes são iguais, qualquer coisinha estão emburrados. “Ah padre, o que eu faço, meu filho é muito difícil?”. É, enfia a mão na orelha dele, manda trabalhar. Mas se eu crio uma raça de gente fraca, acomodada. “Ah,
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ele vai ficar traumatizado se eu não emprestar o carro pra ele”. Empresta, depois você vai lá no hospital buscar ele e ainda mente porque deu o carro para o filho de menor. Me dá tristeza quando vejo uma obra de Deus que não vai para frente por causa de brigas, se detém com coisas pequenas. Se faz alguma coisa, já quer receber elogios, recompensas. Tem encontros que o sujeito antes de fazer a palestra, fica meia hora falando quem ele é. Como aqueles movimentos antigos de igreja que faziam um encontro de casais e convertiam trinta casais, aí não tinham o que fazer com esses casais, por isso colocavam esses trinta no próximo encontro de casais, e no próximo encontro de vinte casais já tinham sessenta casais na equipe, e no próximo já tinha oitenta casais, e precisavam arranjar serviço para eles. Equipe de apoio, equipe de recepção, equipe de alavanca, equipe pra levar água e pra trazer água, e fazem um monte de reuniões. E no final do encontro, começam a apresentar todos eles, quem cozinhou, quem arrumou. Onde estão os frutos? Cristão tem que dar frutos. Se não der frutos, seca, se ficar parado na planície, seca. E Jesus é firme nessas coisas quando ele passou em frente à figueira e viu que não tinha figo, ele só estendeu a mão para ela, no outro dia ela estava seca. Assim têm também carismáticos secos, e nem foi Jesus que secou, foi a própria pessoa que se secou sozinha mesmo. Por quê? Porque não rezam, não fazem jejum, nem penitência, quer tudo do bom e do melhor, e ainda quer ser louvado e aplaudido. Os líderes que gostam de se deter na planície. Você deve ver de vez em quando na televisão, se reúnem os líderes mundiais para discutirem a fome. Mas nunca fazem isso em um país que está passando fome. Ou nós somos de Jesus Cristo, ou nós somos um bando de samambaia, que tem que ser cortados e por fogo, porque não vale pra nada. Deter-se na planície é querer tudo sem buscar e sem conseqüências. É querer comer de tudo e não engordar,
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tem remédios pra tudo. Se morre alguém querido, eu não quero chorar nem sofrer, tomo um calmante e depois fico me descabelando. O povo de Deus não se acomoda. É interessante a dinamicidade da bíblia, toda história do povo de Deus mostra caminhando. É Moisés caminhando, atravessando o deserto, vencendo obstáculos, atravessando o mar. É Abraão e Lot caminhando e Jesus também não parava nunca. A igreja é dinâmica, e Espírito Santo em grego é dínamos, força do alto. E dínamos é aquele motorzinho que quando vem a água, a força da água gira a turbina e ela gera eletricidade. O cristão tem que ser esse dínamos que recebe a água viva do Espírito Santo pela Palavra, por uma pregação, pela oração dos irmãos que transforma isso em frutos para o mundo. O cristão não pode parar, tem que caminhar, e descansar de uma coisa fazendo outra. Como o mundo moderno é um mundo cansado que cansa fácil. Quantas pessoas que precisam descansar e vivem sempre cansadas, angustiadas, vivem tomando remédios. Ache um sentido para sua vida, vai servir em uma comunidade, vai lá na APAE, ajude uma criança daquela. Quando você vê uma criança que não consegue andar mais, vai quase nadando para pegar um brinquedo, e você tem as duas pernas, olha para elas pensa que não vale para nada. Como é bom quando convivemos com essas pessoas que têm certas limitações, que não enxergam direito. Nas olimpíadas, a nossa frota olímpica foi lá e gastaram bilhões de reais e não trouxeram nenhuma medalha de ouro. Depois foram lá os paraolímpicos. A Rosinha, aquela menina sem uma perna. A primeira mulher na história do Brasil que ganhou duas medalhas de ouro na mesma olimpíada. A outra atleta cega que ganhou uma medalha de ouro. Tenta correr com os olhos fechados pra ver. E você, enxerga pra quê? Só sabe enxergar o que não presta, enxerga defeito na vida dos outros. É isso que Deus fala pra cada um de nós, não podemos nos acomodar, e é por isso que o mundo está desse jeito, a família está
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destruída, o jovem está na droga e a prostituição toma conta. O casamento vai de mal a pior porque na hora que dá um problema qualquer, larga, arruma outra, ou outro. E vai largando, e deixando filhos revoltados. E o coração da pessoa vai ficando como água parada e o que é mais triste, às vezes, por uma coisinha de nada. Qual é o grande fruto do seu grupo de oração? Da sua comunidade? O Deus de muitos católicos não faz milagres porque ele é mendigo, eu dou a moedinha na oferta, eu dou o resto de meu tempo para Deus. E o melhor para o mundo e para o encardido, e ainda reclamo de Deus. Falta essa coragem de lançar-se em Deus, mas sem a força do Espírito Santo não é possível. Por isso, é muito fácil descobrir qual é o jovem sem o Espírito Santo, um casal sem o Espírito Santo. Quando um casal vai à igreja marcar o casamento, está mandando um convite para Deus. E Deus vai, e dá na bênção nupcial o maior de todos os presentes, que é o Espírito Santo, mas têm casais que já estão há vinte anos casados e não abriram até hoje o pacote, por isso estão produzindo os frutos do encardido. O casamento que está estagnado na planície está produzindo o fruto do ódio, da briga, das discussões. Sabe o que mais faz a pessoa se deter nessa planície? Pensar só em si mesmo. Um menino chegou para o mestre chinês e perguntou: _ Mestre, qual é a grande diferença do céu e do inferno? _ Nenhuma. _ Mas como nenhuma? Então para que lutar para ir para céu? E pra que lutar para não ir para o inferno? _ Vamos fazer uma comparação. Para você qual é a coisa mais importante do mundo? A China é o país mais populoso da terra por isso o maior problema da China é a fome, os chineses têm muito medo
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de morrer de fome, e a coisa que chinês mais gosta é arroz. Por isso, quando na China morre uma pessoa, em vez de pôr flores em cima do túmulo, eles põe arroz. Uma vez até um cara achou esquisito quando foi levar flores no túmulo da mulher e estava lá o chinesinho com um prato de arroz. Aí o cara começou a rir e perguntou: _ Escuta, que horas a sua mulher vai sair para comer o arroz? _ Na mesma hora que a sua sair para cheirar as flores. A coisa mais importante para eles é o arroz, aí ele falou para mim: _ Se o céu fosse uma panela de arroz que nunca acabasse? E o mestre disse ainda: _ O céu e a terra são os lugares que têm essas duas panelas de arroz. _ Então qual é a diferença? _ Filho, quando a gente morre a medida do nosso caixão é usado como modelo para fazer o cabo da colher eterna. _ Cabo da colher eterna? _ Conforme o tamanho da pessoa se faz o cabo da colher, e esse cabo é grudado em sua mão com super bonder especial e nunca mais sai. E o inferno é essa a tristeza, porque tem aquele panelão de arroz, e a pessoa tenta comer o arroz com uma colher com dois metros de cabo. Aí eles tentam comer, mas não conseguem, por isso começam a brigar: _ De que adianta ter arroz, de que adianta ter colher, se tem um braço desse tamanho? E o arroz não acaba, mas eles estão morrendo de fome. Isso é o inferno.
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_ E o céu mestre? _ Mesma coisa. _ Qual é a diferença então? _ Já sei, no céu o cabo é mais curto. _ É do mesmo tamanho, e às vezes chega a ser maior, porque acrescenta todas as boas obras que você fez. _ Aí é pior então, não entendo mestre. Qual é a diferença? _ A diferença é que no céu estão aqueles que aprenderam a encher a colher e tratar o outro, e o outro, que está satisfeito trata o outro, e o outro trata o outro. Essa é a visão do mundo, as pessoas que se detém na planície são aquelas que transformaram a panela de arroz em inferno. Aonde todo mundo tem dons e cada um recebeu muitos dons, mas está querendo os dons para si, e todos aqueles dons que queremos para nós mesmos acabam morrendo. É preciso aprender a partilhar, um precisa tratar o outro. Marido, você precisa esticar o seu braço nessa panela do amor de Deus e levar amor, misericórdia, ternura para sua esposa. Esposa, você precisa esticar essa mão e o seu coração, e quando a gente ama o coração alonga os braços para ir ao encontro do outro. É preciso partilhar os dons, é preciso dinamizar. Aí a gente cresce. Mas quem só pensa em si, vai se estagnando. Dois rapazes moravam na mesma fazenda quando o pai morreu, um era casado e morava na casa ao lado. E aquele que era solteiro ficou morando na casa que o pai morava. Eles tinham uma plantação imensa de arroz e um seleiro em comum, e eles combinaram em trabalhar juntos e dividir tudo. Colheram dez sacos de arroz, cinco para um e cinco para o outro, e assim fizeram dois seleiros. Fizeram uma boa colheita, estavam com o depósito cheio.
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No final da tarde, aquele irmão solteiro começou a pensar que aquela divisão não estava certa. Pensava ele: “Eu sou solteiro e meu irmão é casado, tem a mulher e filhos, ele precisa de mais arroz do que eu, pois eu sou sozinho”. À noite, ele se levantou, foi lá no seleiro dele, pegou um saco de arroz escondido, levou e colocou lá no seleiro do irmão. O irmão acordou na manhã seguinte e começou a pensar: “Essa divisão não está justa, pois eu sou casado, tenho a minha mulher e meus filhos. E eles vão crescer e vão poder me ajudar. Mas meu irmão, coitado, ele é sozinho. E se ele não casar. ele não vai ter ninguém por ele. O certo é ele ganhar uma parte a mais que eu”. Levantou, foi lá em seu seleiro, pegou um saco de arroz e colocou no seleiro do irmão. E assim foram vivendo, e a cada colheita, um levava para o outro. Eles só não entendiam como é que eles davam e sempre ficava a mesma quantidade. Uma bela noite, o relógio biológico confundiu. Horário de verão, os dois levantaram na mesma hora e foram indo devagarzinho e se encontraram no meio do caminho. Um olhou para o outro, colocaram o arroz no chão, se abraçaram, começaram a chorar e à partir daquele dia fizeram um único seleiro. Peça ao Senhor essa graça de fazer a experiência do seu amor infinito, que cura, que restaura e transforma minha história. Eu não quero olhar mais para trás, nesse momento eu tomo a decisão de não ficar mais parado na planície. Senhor, eu tenho sido essa pessoa amarga porque eu só penso em mim mesmo, me ensina a partilhar Senhor. Me ensina a frutificar os dons que o Senhor mesmo me deu, eu não quero mais ficar atolado na planície do pecado, da televisão, do boteco. Eu te suplico Senhor, transforma e restaura meu coração e liberta-me de todo comodismo, de todo egoísmo, de todo espírito de líder, e a exemplo de sua Mãe, dai-me a graça de ser servo. Eu preciso aprender a colocar o arroz na boca do outro, e mais que esse arroz, Jesus nos deixou a Eucaristia, que precisamos aprender a colocar um na boca do outro, dai-
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me Senhor, a graça de aprender a partilhar, eu quero amar, mas sozinho eu não posso mais, vem Espírito de Deus, e me ensina a partilhar aquilo que eu sou e aquilo que eu tenho, estica ainda mais os meus braços Senhor. Oxalá eu pudesse ter o cabo dessa colher que pudesse atingir a fome desse mundo inteiro. Mas sozinho eu sou fraco Senhor.
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Sinais dos dias de hoje Mateus 12, 38-42: Então alguns escribas e fariseus tomaram a palavra: “Mestre, quiséramos ver-te fazer um milagre.” Respondeu-lhes Jesus: “Esta geração adúltera e perversa pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal do que aquele do profeta Jonas: do mesmo modo em que Jonas esteve tre dias e três noites no ventre do peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no seio da terra. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta raça e a condenarão, porque fizeram penitência à voz de Jonas. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará com esta raça e a condenará, porque veio das extremidades da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está quem é mais do que Salomão” A Palavra de Deus, tanto no livro de Miquéias quanto no livro de Mateus, traz para nós alguns pontos muito concretos, em cima dos quais precisamos olhar a nossa vida. Quando lemos o livro de Miquéias e começamos a ver as profecias de destruição, as tristezas, até parece que estamos diante de um filme de terror, porque fala dessa destruição completa e total, de todas as cidades vizinhas e circunvizinhas onde o profeta, que deve ter sido contemporâneo ao profeta Isaías, anunciava o evangelho. No entanto, o próprio profeta compreende que existe uma saída, e é ele que vai anunciar que o Salvador vem de Belém. Belém que não era nada. E tu Belém, terra de Judá, um lugarejo que não vale porcaria nenhuma. É daí que virá o Salvador. Nesse trecho da palavra de hoje, o Senhor nos questiona: O que ele fez de errado para que nós vivamos tão longe dele, e ao mesmo tempo nos mostra que quando nós
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perdemos de vista a história da nossa salvação, então nos afastamos de Deus. Por exemplo, quando falamos nos mandamentos, no sentido negativo, aquilo que não pode, e esquecemos de falar o que fundamenta os mandamentos. É como se os mandamentos estivessem num grande quadro, já que estava numa pedra, pois Deus precisou gravar na pedra, já que no coração do homem não parava, pois o homem estava enchendo o coração com muitas outras coisas. É como se eu tivesse o quadro dos mandamentos, mas esquecesse o prego que segura esse quadro. Então eu ponho na parede e ele não pára. Assim que ensinamos de Deus para as crianças, ensinamos tudo que não pode, parece que os mandamentos de Deus são só “não”. Não pecar, não fazer isso, não fazer aquilo, não... E se fizer Deus manda desgraça na hora. Mas tanto Êxoto capítulo 20 como Deuteronômio capítulo 5, antes de falar dos mandamentos, se apresenta. E o profeta Miquéias hoje, na primeira parte desse capítulo seis, ele também apresenta: “Eu sou o Senhor teu Deus, eu te fiz sair da escravidão do Egito”. Enquanto o povo estiver presente essa experiência de libertação, desse Deus que entra em nossa vida através de fatos e através de pessoas. Veja Miquéias, 700 a.C., já tinha tão presente que a ação de Deus na vida humana se dá através de fatos, de acontecimentos e de pessoas. Pessoas que nos são enviadas, pessoas que anunciam Deus. Mas quando nós cerramos os ouvidos e os olhos, para não vermos os fatos e não ouvirmos a Palavra, nós nos distanciamos de Deus. E o salário do pecado é a morte. Longe de Deus, nós começamos a colher os frutos do nosso afastamento. Há na bíblia uma grande certeza, na vida colhemos o que plantamos. Não tem na bíblia a história de “eu não sei por que isso aconteceu”. E no evangelho, quando os fariseus, os doutores da lei, os homens que sabiam a bíblia de cor, pagavam o dízimo até do hortelã. E até hoje eles sabem a
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bíblia de cor, por exemplo, de sexta-feira, seis horas da tarde, até sábado, seis horas da tarde, o shabat, guardar o sábado. O judeu ortodoxo, como a bíblia não permite, ele não pode apertar o botão do elevador. E os doutores da lei, chegam para Jesus e dizem: “Nós queríamos que o Senhor fizesse algum milagre”. E Jesus olha para eles e vai na raiz, e diz: “Eu não vou fazer outro milagre. Vocês estão me pedindo sinais? Vai ter um único sinal, o que foi dado pelo profeta Jonas”. E qual foi o sinal do profeta Jonas? A história de Jonas é muito bonita, Porque Jonas era o profeta fujão. Quando Deus mandou ele pregar em Nínive, ele não quis ir, porque achou que o povo não iria se converter. Foi para a praia, sentou no barco e foi embora. Começou a tempestade, e ele lá tranqüilo. Foi preciso jogar ele para fora do barco para parar a tempestade, viram que ele era um peso morto. Quando não fazemos a vontade de Deus, viramos esse peso morto. Às vezes o barco da sua família, igual aquele que estava afundando por causa de Jonas, porque você é esse peso morto. Jogaram ele fora, foi engolido por um peixe, e lá na barriga desse peixe, ele resolveu rezar. E o peixe enjoou e vomitou ele depois de três dias e três noites. Parece que não teve jeito. E ele foi pregar: “Dentro de quarenta dias Nínive será destruída”. E o povo acreditou nele. E a começar pelo rei, todos se vestiram de saco de estopa e começaram a fazer penitência, se converteram, e Nínive não foi destruída. E Jonas entrou em deprê: “Agora não prego mais, o Senhor mandou pregar que iria ser destruída, e não foi”. O grande sinal de Jonas: a conversão. E não foi esse o grande sinal de Jesus? Não foi essa a grande palavra de Jesus? “Convertei-vos ao evangelho”. Mas nós ainda estamos pensando que essa conversão quem sabe seja para esses judeus, para os pagãos.
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Foi a cena de abertura do Concílio Vaticano II. Imaginem, na Basílica de São Pedro, mais de três mil padres e bispos, vestidos à caráter como um bispo se vestia quarenta anos atrás. E entra o Papa João XXIII rindo, e disse: “Meus irmão do episcopado do mundo inteiro, peçamos a Deus, a graça da nossa conversão”. Quando ele falou isso, teve bispo que desmaiou, teve bispo que se levantou e saiu. Pensaram: Esse papa está é doido. Conversão nós? Nós somos sucessores dos apóstolos, quem precisa se converter são os judeus, os pagãos”. Viraram as costas para o papa. Fundaram religiões paralelas. Porque quando falamos em conversão, achamos que é problemas dos outros. E esse sinal de Jonas e de Jesus é para nós. Ou nós mudamos a nossa vida, ou nós vamos colher a destruição que nós estamos plantando. E o encardido está adubando o quanto pode. E eu vejo isso como algo muito sério. E é uma pena que não estamos prestando atenção a esses sinais, que o papa deixou muito claro. Quando no dia treze de maio, em Fátima, na beatificação de duas crianças, o papa mandou que se comunicasse o terceiro segredo de Fátima. E teve gente que achou pouco. Há quanto tempo João Paulo veio preparando a igreja e o mundo para essa revelação? Ou vocês acham que o terceiro segredo é que pura e simplesmente o papa ter levado um tiro? Se fosse isso o papa tinha avisado no dia seguinte, pois ele não morreu. Mas o papa viu algo muito mais sério, e ele está falando isso com dificuldade na sua voz, com dificuldades físicas, mas está percorrendo o mundo inteiro para gritar isso, mas parece que o mundo está com os olhos e os ouvidos fechados para perceber a seriedade da mensagem que Deus está nos dando, dos sinais de Jonas que nós estamos tendo hoje, para a igreja e para o mundo. A começar quando o papa, dois meses antes, do dia doze de março, vestido de papa, se apresenta diante do mundo inteiro, assumindo a sua missão de chefe da nossa igreja, e pede perdão, se humilha, por erros que ele não cometeu,
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mas erros de toda a igreja. Ele teve a coragem, de enquanto o mundo vive acusando os outros de fazerem coisas erradas, se apresentar ao mundo, em nome da igreja, pedir perdão. Em seguida, ele vai à Terra Santa, vai peregrinar na terra de Jesus, e ali ele faz gestos. Que coisa impressionante o que João Paulo II foi fazer em Jerusalém, foi dizer para os judeus que eles são nossos irmãos maiores, que a nossa fé vem deles, e pediu perdão por todo erro que em nome do catolicismo foi feito ou dito contra os senhores. E o papa foi até o Muro das Lamentações, e a única coisa que sobrou do tempo de Salomão é esse muro onde os judeus vão para chorar e lamentar, e diante dele estão seis grandes estrelas de Davi, para lembrar os seis milhões de judeus que morreram sem ver aquele muro, e o papa vai até o muro e coloca um pedacinho de papel, onde estava escrito na língua deles: shalom, paz. Não vai existir nenhum gesto desse tamanho. E o papa celebrou uma missa no Monte das Bem Aventuranças, para o maior número de pessoas, e contou uma história: Eu era um padre novo, e um dia chegou até mim uma senhora, trazendo-me um menino, para que o batizasse. E eu perguntei: _ Por que o batizar se ele já está crescido? _ Esse menino não é meu filho, ele é filho de um casal de judeus que foi condenado ao campo de concentração. E a mãe dele me entregou o menino e me pediu que eu o educasse na fé. _ Nós não podemos batizar esse menino. _ Mas por que esse preconceito? Só porque ele é judeu? _ Não filha, não é preconceito, ele deve ser educado na fé judaica e a senhora na fé católica. E a encaminhei para que o entregasse ao rabino.
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Talvez aquela senhora pensou que por eu ser um padre novo, não quisesse trabalhar, mas eu digo a vocês, eu sentia já ali, naquela idade, a necessidade de respeitarmos um a religião do outro. E o povo judeu ficou impressionado com aquela fala, o aplaudiram demoradamente. Aquele menino cresceu, é um senhor respeitado em Israel, e estava assistindo pela televisão. Entrou em contato com o governo de Israel, e no dia seguinte, antes do papa ter o seu encontro público, esse senhor beijou emocionadamente as mãos de João Paulo II. João Paulo volta de Israel para Roma, ano santo, ano de conversão, no Domingo da oitava da Páscoa, um grande sinal para o mundo, o papa decreta o dia da Divina Misericórdia. Ensinando ao mundo que nós precisamos experimentar essa misericórdia de Deus com urgência. E apresenta para o mundo, a primeira santa do ano da redenção, uma menina, que com vinte anos de idade, largou tudo, e se consagrou, para ir trabalhar numa congregação religiosa que cuidava de moças prostituídas. E essa menina, que fez a linda experiência, da misericórdia de Deus no coração de Jesus, que flui dois grandes rios, azul e vermelho, água e sangue, que jorram do coração de Jesus. Essa menina morre aos trinta e três anos de idade, a mesma idade de Jesus, anunciando ao mundo, a divina misericórdia. Ganha a igreja, o grande modelo de santidade, Irmã Maria Faustina Covalsca. O papa estava preparando o terreno, para no dia 13 de maio, revelar esse terceiro segredo. Eu vejo aqui um grande sinal, esse grande convite de conversão não é acidental, essa caminhada feita pelo papa e convidando o povo para fazer, e lutar por uma sociedade nova, por uma igreja nova. Se lermos esses sinais, João Paulo está nos dizendo algo muito: quem está com essa arma de fogo é o demônio. A arma de fogo simboliza o demônio porque assim como a
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serpente fica escondida no meio do mato, pronta para dar o bote, a pessoa com aquela arma de fogo podia estar escondida numa árvore, lá de longe, e atirar em mim, e eu não veria. A simbologia de levar o tiro da arma de fogo, de levar o tiro de onde você não sabe, é que o demônio está nos olhando, o demônio está nos observando, tentando descobrir onde é o nosso ponto fraco, para nos derrubar. E depois de ter beatificado duas crianças, ele disse: “É hora de educarmos nossas crianças, nossos jovens, nossas, mulheres, a família pra Deus. Ou isso acontece, ou todos nós seremos destruídos”. E esse é um grande sinal que podemos ver hoje. O encardido tem armas apontadas o tempo todo, contra a família, e de modo especial contra as famílias. Veja os filmes e programas de televisão, os desenhos animados. Por que hoje estamos criando essa raça de crianças rebeldes, que não obedecem seus pais? Jovens que vão se rebelando, porque quando crianças foram criados soltos. Para impor obediência, ordem, tem que estar presente, tem que ter amor, e infelizmente a maioria dos pais nõ tem mais tempo para isso, pois estão tão ocupados em deixar herança para o filho, em dar o melhor sapato, a melhor roupa, que esquecem de dar amor, que é a única herança que o encardido não pode tirar. O resto ele tira tudo. O papa está nos mostrando que há uma arma apontada contra os sacerdotes, e ele mostrou isso nesse grande jubileu dos padres. Que nós precisamos viver a unidade da igreja, que não existe padre melhor ou pior, cada um tem o seu jeito de ser, mas todos precisam ser homens cheios do amor de Deus, revestidos da misericórdia de Deus. É a igreja que precisa dessa nova evangelização, dessa restauração. E isso é difícil! No Brasil tem quinze mil padres, sete mil ex-padres. Começar uma coisa é muito fácil, difícil é perseverar. Mas só quem perseverar será salvo. É difícil viver a santidade do matrimônio? E fácil viver como um jovem que tem
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coragem de dizer não a toda esta prostituição, pornografia, drogas violências. Não é fácil, e sem essa força do Espírito Santo nós vamos cair. Quando o papa disse que foi Nossa Senhora que puxou a bala, e por isso ele pegou aquela bala e entregou para o bispo de Fátima. E o bispo mandou colocar a bala que atingiu o papa na coroa de Nossa Senhora. Na mesma hora eu lembrei daquele texto de apocalipse 12, da mulher revestida de sol. O encardido está nos enganando, e você está deixando ele entrar dentro da sua casa através dessas novelas prostituidoras, desses filmes que destroem, programas de televisão que precisam mostrar sempre a mulher pelada. Ou fazem o povo rir mostrando a desgraça dos outros, humilhando pessoas. Como é gostoso rir do tombo que o outro caiu. Porque não é seu pai, sua mãe, seu filho, pois se fosse você correria para levantar. Vai criando uma insensibilidade, e quem ri com isso está participando essa premonição demoníaca que está por trás de tudo isso. Alguma vez você que é carismático rezou por aquela pessoa que passou por uma humilhação? E depois não sabem por que as coisas não vão bem na sua vida. Eu sei. Nós precisamos desse sinal. O demônio quer que você fique olhando para suas qualidades defeituosas. Se cada um de nós tivermos a coragem de investir naquilo que é de Deus. Aquilo que não é dele desaparece, aquilo que não é dele vai cair por terra. Mas é preciso perceber quais os sinais que Deus está dando na sua vida. Quais os sinais que nós estamos deixando entrar dentro da nossa casa? Eu vivo com jovens dependentes de droga, de álcool, de maconha, mas o mais triste é ver famílias dependentes de novela. Porque é muito pior do que a cocaína, muito pior do que a Aids, que podem matar meu corpo, vai morrer mesmo. Mas uma novela dessa mata o espírito, e mata o espírito de muita gente. Porque vai semeando a discórdia, a imoralidade.
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Vai precisar de muita Bethânia para nos desintoxicar dessas prostituições que entram em nossa casa através da televisão. O grande sinal de Jesus para nós é esse: se nós nos convertermos, se nós mudarmos de vida, Nínive não será destruída. Pode ser que você esteja no fundo do poço, mas o amor de Deus vai muito mais profundo do que o seu pecado, a sua miséria. A sua família não será destruída se você ouvir esse sinal de Deus. Estava tudo certo quando o rapaz pegou aquela arma e atirou no papa, mas como o papa disse, Nossa Senhora estava lá, e eu tenho certeza que Nossa Senhora está também com a mão em frente a porta da sua casa. Muitas vezes ela está com a mão no controle remoto a sua televisão, mas você tira o controle da mão dela, porque está viciado no pecado. Porque você não tem coragem de renunciar tudo que o encardido oferece. Mas você precisa dizer: “Eu não quero mais deixar-me contaminar pelas artimanhas do encardido”. O que você precisa jogar fora da sua vida? A hora é agora, essa é a hora da graça. A necessidade da cura interior Pedro tomou a Palavra e disse: “Explica-nos essa parábola?” Jesus respondeu: “Também vós ainda não entendeis, não compreendeis que tudo que entra pela boca, vai ao estômago e depois é evacuado na fossa. Mas o que sai da boca vêm do coração, e isso é que o torna impuro. È do coração que saem as más intenções: homicídios, adultérios, imoralidade sexual, roubos falsos testemunhos, calúnias. Isso é que torna alguém impuro.” (Mt 15,20a).
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Veja que maravilha a tradução da bíblia da CNBB, sem dúvida é uma das melhores traduções que nós católicos, temos a graça de ter em mãos. Até porque foi assumida pelas sete editoras católicas. O contexto dessa passagem nos ensina muito a respeito da cura interior, de modo especial a cura das mágoas e dos ressentimentos. O evangelho nos diz que Jesus fez um chicote. Foi intencional, ele fez o chicote, e ele entrou no templo com aquele chicote que tinha feito, derrubou as mesas dos cambistas, gritou com os vendedores e expulsou, porque o zelo pela casa do Pai devora o seu coração. E por que será que Jesus agiu dessa forma, de modo tão violento. Por que será que a imagem de Jesus que aparece no capítulo 2 de São João, é de um Jesus tão diferente daquele que muitas vezes nós estamos acostumados a enxergar? Ora, se aquilo não foi um descontrole emocional, porque se Jesus tivesse pego uma vara que estivesse ali perto, alguém poderia dizer que foi um momento de fraqueza, ou um descontrole. Mas São João, o homem que levou sessenta anos para escrever o evangelho e que pensou e repensou em cada detalhe do evangelho. Cada texto do evangelho de São João tem uma riqueza profunda nos detalhes, ele não quis pura e simplesmente reproduzir o que os outros evangelistas tinham escrito. Ao dizer para nós que Jesus fez com suas próprias mãos o chicote, ele quis nos dizer que Jesus estava muito consciente daquilo que fez. E se com tamanha consciência, Jesus, o filho de Deus, no lugar mais importante para o seu povo, que era o templo, é capaz de ter uma atitude dessa, é porque tem que ter uma causa muito séria. E qual é essa causa? A cura interior. É fabuloso quando nós entendemos que nem diante de doenças gravíssimas o Senhor teve atitudes tão sérias. E por que ele teve essa atitude tão séria? O capítulo 15 de Mateus nos ensina porque ele está no mesmo contexto de João capítulo 2. Assim como Marcos capítulo 7, Lucas capítulo 6, são textos que se comparam o contexto é o mesmo. E nesse capítulo de Mateus a partir
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do capítulo 15, quando Pedro pede a Jesus para explicar essa parábola. E essa parábola era quando Jesus estava dizendo que o que torna o ser humano impuro não é aquilo que ele come. Jesus falou isso porque os fariseus viviam de aparências. O capítulo 15,2-3 começa dizendo que os fariseus e os escribas dirigiram-se a Jesus perguntando: “Por que os seus discípulos desobedecem às tradições dos antigos? Por que não lavam as mãos antes de comer?”. Eles estavam preocupados com normas aparentes. Mas Jesus disse: “Isso não tem importância, porque o que você come entra pela boca vai ao estômago, e depois é evacuado na fossa”. E é essa mesma a tradução da bíblia CNBB. Quer tradução mais explícita? Mas o que contamina o ser humano não é aquilo que está na aparência, mas sim aquilo que vem do coração. E é interessante, que no capítulo 12, quando os discípulos chegaram para Jesus e perguntaram: “Soubesse que os fariseus ficaram indignados quando ouviram tuas palavras?” Jesus respondeu: “Toda planta que não foi plantada pelo meu pai será arrancada, deixai-os, são cegos guiando cegos”. Hora se um cego guia outro cego, os dois caem no buraco. E foi aí que Pedro falou: “Senhor, se a coisa é tão séria assim, então nos explica essa parábola?”. Aí nos entendemos porque Jesus foi tão violento e com atitudes tão determinadas como fazer o chicote, derrubar as mesas, brigar, e espalhar pelo chão as coisas. Porque trata de salvar o ser humano. A cura interior não é um momento de emocionalismo barato. A cura interior é uma oração de rebeldia e recusa às ciladas do encardido. Porque ele é o pai da mentira, ele é o senhor da inveja, ele é o autor do pecado e é o derrotado dos derrotados, porque pela inveja que ele tem do ser humano ele quer jogar o ser humano no buraco. Então ele quer contaminar o ser humano, mas nós não nos contaminamos pelas coisas exteriores. Jesus diz que nós nos contaminamos a partir de um coração ferido, um coração machucado, um coração que não ama, e que isso é fonte de desgraça, de sofrimento
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e de morte. A razão pela qual o mundo está vivendo tudo que está vivendo. A razão pela qual nós sofremos é que nós temos corações feridos e machucados. E o Senhor quer curar nosso coração. O ministério da cura interior em Jesus é tão fundamental, que é o único ministério que ele realiza antes de nascer, no nascimento, depois de nascer, na infância e adolescência, na juventude, na idade adulta, na morte e depois da morte. Jesus tinha tanta pressa de curar o coração da humanidade que antes de nascer ele já exerce o seu ministério. Quando Maria vai visitar Isabel, Jesus estava na barriga de Maria, e nessa visita Jesus cura o coração de Isabel e cura João Batista na barriga da mãe dele. Pois aquela criança não podia herdar da mãe os ressentimentos. Porque Isabel era uma senhora estéril e carregou durante muitos anos mágoas e ressentimentos até mesmo contra Deus, porque não podia ter um filho. Isso que a psicologia moderna descobriu há quarenta ou cinqüenta anos, a bíblia fala já há mais de dois mil anos, e ainda não faz só um diagnóstico do problema. Porque a psicologia pode nos ajudar muito, mas somente nos ajuda a fazer um bom diagnóstico do problema, pode até nos ajudar a compreender o problema, mas não passa disso, porque não cura. Jesus é o único que pode ir à raiz do problema, porque ele é a expiação de Deus, ele é o perdão de Deus, e ele é também o nosso Salvador. Isso é muito importante. Quando o Vaticano fez uma séria advertência à teologia da libertação, ele o fez porque muitas vezes os chamados teólogos da libertação estavam apresentando um Jesus Cristo puramente libertador social. E a igreja foi severa e disse: “Isso está errado!”. Jesus não é aquele que vem só ajudar-nos a se organizar socialmente. Pois hoje eu diria que está na hora da igreja mandar uma carta a muitos católicos que pregam um Cristo intimista, como se fosse o meu terapeuta, o cristo da Nova Era. A Nova Era não vai contra Jesus no sentido histórico de falar mal dela. A Nova Era quer mostrar um Jesus da era de aquários. E quem é
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esse Jesus da era de aquários? O Jesus da era de aquários é um profeta poético, é um cara que ensina parábolas bonitas, é um precursor do Paulo Coelho ou coisa que se valha. É alguém que sabe falar palavras bonitas e leva você a momentos emocionais. Esse não é o nosso Jesus Cristo apresentado no evangelho, esse não é o Jesus Cristo da cura interior. O Jesus Cristo da cura interior não é o Jesus Cristo da auto-ajuda. É o Jesus Cristo da rebelião, é o Jesus Cristo que arma um chicote para nos dizer que o primeiro passo para que possamos expulsar do coração a raiz disso que está nos contaminando é fazer também um chicote. Como era dolorido quando mamãe nos mandava ir no mato arrumar um galho de pitangueira para depois com ele apanhar. E se trouxesse um muito pequeno apanhava com aquele, depois tinha que buscar outro. Tinha um rapazinho que saiu da escola correndo muito. Então um senhor perguntou: _ Menino, por que você está correndo tanto? _ É porque saiu o boletim, eu vou mostrar para minha mãe. _ Que beleza! Nota boa não é? _ Boa nada, tudo vermelho em meu boletim . _ Mas você está correndo para mostrar para sua mãe? Ela não vai ficar aborrecida? _ Minha mãe vai me dar uma surra. _ Menino vem aqui que eu vou levar você para o nosso grupo de oração, para fazer para você uma oração de cura para você. Você deve ter algum problema mental. Você sabe que sua mãe vai bater em você. E mesmo assim você está indo para casa correndo? _ Estou sim.
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_ Você não deve estar muito bom da cabeça. Onde já se viu, você querer chegar logo em casa para poder apanhar? _ Não! Eu só quero chegar antes do meu pai, porque se eu estiver em casa, é ele quem vai me dar a surra. Então é duro você ter que ir buscar o chicote. Mas Jesus disse que tem que fazer um chicote. E o que significa fazer esse chicote? E um chicote de cordas é um monte de coisinhas que você tem que ir juntando, amarrando, e trançando. Isso quer dizer que eu tenho que fazer um exame da minha consciência, eu tenho que amar esse chicote e descobrir onde estão as minhas áreas fracas. Aonde que eu sou limitado, e em que áreas eu percebo a minha fraqueza. Muitas vezes, quando ouvimos falar em santidade, logo pensamos que para ser santo é preciso morar em um mosteiro, ou em um carmelo, ou para ser santo é preciso se afastar do mundo. Por que sempre escutamos a expressão ”quando eu estava no mundo, é preciso sair do mundo”. Porque no dia-a-dia, nós já descobrimos que é muito fácil ser santo sozinho. Mas, ser santo convivendo com determinadas pessoas, ser santo em nossa casa, ser santo morando ao lado daquele vizinho, ser santo tendo a sogra que tenho. “Ah padre, você fala bonito, padre Jonas fala bonito, eu queria ver se vocês tivessem uma sogra igual a minha”. E a sogra deve estar dizendo lá em outro padre: “Eu queria ver se você tivesse uma nora igual a minha”. É preciso fazer um diagnóstico para saber quais as áreas da minha vida que sou fraco, e isso é duro demais. Por que os fariseus ficaram bravos com Jesus? Porque tinham que tirar a máscara e reconhecer. E o arrependimento, que é o primeiro passo da cura interior é muito doloroso, e não é fácil. Eu me preocupo desde que o Senhor me chamou no ministério de cura interior e tenho medo das pessoas confundirem cura interior com auto-ajuda, com coisas mágicas.
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Como uma moça que entrou em uma livraria e lá viu: “Seção de auto-ajuda”. Imediatamente aquilo chamou sua atenção, e lá tinha um livro que logo pegou com as quatro mãos na hora, de tão impressionada que ficou, pois o título do livro era: “Resolva todos os seus problemas”. Ela já estava com o livro na mão para pagar e perguntou para o vendedor: _ Escuta, você já leu esse livro? _ Já, eu li sim. _ É verdade que ele resolve todos os meus problemas? _ Eu vou ser honesto com você, eu não diria que ele resolve todos os seus problemas, mas eu diria que ele resolve pelo menos a metade dos seus problemas. _ Então me dê dois por favor! Eu tenho medo das pessoas confundirem cura interior com preguiça espiritual, ou cura interior com uma vida muito fácil. “Ah Senhor, eu estou tão bem, que paz eu estou sentindo”. Outro dia eu recebi uma família amiga que tinham perdido um filho de dezenove anos, e eles foram até lá em casa pedir que eu fizesse uma oração por eles porque eles estavam sofrendo muito. Ficamos muito tempo conversando, eu tentando mostrar a eles que se eu fosse fazer uma oração, eu ia pedir a Deus para que eles sofressem mais. Um pai e uma mãe que perdem um filho de dezenove anos de idade, e não querem sentir nada! Hoje nós não aprendemos a trabalhar os sentimentos, e isso é um problema muito sério. Sabe por quê? A única coisa que revela quem você de fato é, são os seus sentimentos. As minhas idéias não refletem quem eu sou. Eu posso estar falando convictamente sobre algumas idéias que eu li em um livro. Não têm esses políticos que têm assessoria de imprensa, eles têm pessoas que preparam o texto, eles dão uma olhada no texto e se tiver
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facilidade de memorizar, pronto! Eu posso fazer um longo e bonito discurso, mas eu não estou mostrando quem eu sou. Pode ser idéias de outras pessoas que eu li e decorei. Quando eu tenho a graça de revelar os meus sentimentos, eu estou mostrando quem eu sou. Não é ouvindo uma música de uma pessoa que você o conhece, pois ele pode ter ido a um estúdio e gravado cada palavra, depois eles colocaram um aparelho chamado Prótus, aquilo acertou a voz dele e ficou uma beleza. Pode ser até alguém com voz parecida que canta no lugar dele. Muitos artistas famosos fazem isso. “Ah, eu conheço fulano, eu li um livro dele”. Talvez o livro não seja dele, porque se você copiar o livro de alguém, você pode ir preso por crime aos direitos autorais, mas se você copiar de diversos autores, você ganha diploma de Doutor, porque você fez uma ampla pesquisa. Sabe quando eu conheço a pessoa? Quando eu tenho a graça de partilhar os seus sentimentos, porque nos sentimentos, nós não temos como fingir. É por isso que a mulher diz: “Padre, meu marido é terrível, lá no serviço, precisa ver padre, ele é alegre com todos, está sempre rindo, mas quando ele chega em casa, ele entra já dando coices, e com aquela cara emburrada”. Talvez seja o único lugar que ele pode tirar a máscara. Por que o encardido faz através da televisão principalmente através das novelas, uma campanha contra a família? É porque a família é o único lugar que você pode ser você mesmo. E a coisa mais gostosa do mundo é quando vamos à nossa casa. Eu, quando fiquei padre, pedi para não ser chamado de padre dentro da minha casa. Antes de eu ser padre, eu sou filho do Quinzinho e da Nazaré, eu tenho que tomar a bênção de meu pai e de minha mãe, lá eu posso andar sem clesma, lá eu sou filho. A comunidade Bethânia também é a minha casa, e lá também é a mesma coisa. A minha alegria é quando um filho me chama de Léo ou de pai. Porque nós precisamos de um lugar aonde possamos tirar nossas máscaras,
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inclusive as máscaras boas onde podemos ser nós mesmos. E esse lugar privilegiado é a família, e a comunidade, por isso o encardido luta contra a família, e tenta criar famiilhas, onde cada um fica em seu cômodo para não deixar vir à tona os seus sentimentos. Você já percebeu quantos remédios existem para mudar os sentimentos? Se você quer alegria, tome prosac, pode acontecer qualquer coisa, você continua alegre. Não estou falando de pessoas que estão doentes e precisam fazer tratamento. Estou falando do uso desses remédios em qualquer situação. Quando morre uma pessoa, para dar a notícia, primeiro dão um comprimido para as pessoas da família. No velório é o melhor lugar para ver quando a pessoa ama de verdade, se a pessoa estiver se descabelando, fazendo escândalos, pode ter certeza, é peso de consciência. A pessoa do coração curado sofre, mas é diferente. Quando meu irmão mais velho morreu, uma morte absurda e estúpida, morreu de besta, porque bebia muito e não quis parar de beber. Dodô morreu com 44 anos de idade, e como dizia papai, mãe nenhuma cria filho para morrer. A morte dói, e muitos de nós pensávamos: Como será que mamãe vai reagir? Porque ela sempre foi muito amorosa conosco, e nossa família sempre foi muito unida. Como a capela fica ao lado da Santa Casa, se for preciso, chamamos um médico, porque dona Nazaré não vai agüentar. Levamos o corpo, quatro e meia da manhã cheguei em Itajubá, telefonei, trouxeram mamãe. Eu fui buscar ela, e papai na porta da capela, mamãe segurou em meu braço chorando, e mamãe chegou no lado do caixão, deu um beijo na testa do Dodô, e em silêncio Dona Nazaré enfiou a mão no bolso, tirou o terço, e começou: “Creio em Deus Pai todo poderoso, Criador do céu e da terra...”. Entende o que é coração curado? Ali eu entendi melhor ainda a mãe que eu tenho. A fé é sentimento, é emoção, mas não é aquela emoção descabelada desse povo que em vida não escreve nem um bilhete um para o outro, e depois
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que morre vai atrás dessas antas que têm por aí, para ver se manda alguma carta psicografada para a pessoa. É burro! Porque vejam, se o sujeito não sabe nem o endereço da casa dele para mandar a carta. O sujeito em vida nunca foi naquele lugar, depois de morto como é que ele acha aquele endereço. Têm pessoas que são bestas, e têm pessoas que parecem que gostam de ser bestas. Como é que você viveu sua vida? O encardido quer destruir nossos relacionamentos, e aqui está a seriedade do problema. Jesus não ia pegar o chicote só por isso, Jesus não é só um psicologozinho não. Jesus não veio ensinar uma terapia de auto-ajuda. Jesus é Salvador, e quando ele fala da necessidade da cura interior ele está falando. E ele está nascendo e morrendo por isso por quê? Porque a pessoa que não permitiu que o Espírito Santo fizesse a cura de seu coração, essa pessoa já comprou um ingresso carimbado de primeira classe para o inferno, e isso é muito grave. E foi Jesus que falou isso em todas as listas de pecados como essa de Mateus 15, Marcos capítulo 7, Lucas capítulo 6, Gálatas capítulo 5, Efésios capítulo 4, I Coríntios capítulo 3 e tantos outros textos. A Carta de Tito inteira, I de São João inteira, em todas elas há uma certeza: Quem não ama vai para o inferno. Quem não ama não pode ir para o céu, e já começa a criar o inferno e vivê-lo aqui. Olha o que Jesus falou: João capítulo 13, 34-35, e isso está em meu livro Cura interior. “Isto saberá o mundo que vocês são meus, se viverem o amor”. Qual é a carteira de identidade do cristão? O amor. E amar quem? A Deus sobre todas as coisas, com toda a tua força, com todo teu pensamento, e com todas as tuas emoções, com todo teus sentimentos e com todo o teu corpo, e ao próximo como a ti mesmo. Você consegue fazer isso? Talvez precisamos fazer igual aquele aluno quando o professor chegou com uma pilha de provas corrigidas somente com notas: zero, um e dois. Ele falou: “Eu fiquei
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impressionado ao ver uma turma de alunos burros na minha classe, o que adianta eu falar e explicar, se vocês são burros, o pior é que vocês não assumem que são burros, e eu estou falando para o bem de vocês, deixem de ser burros, ao menos pelo amor de Deus assumem que são burros. Mas eu quero ver se vocês têm essa coragem de assumir. O aluno que reconhecer que é burro fique de pé”. Todos continuaram sentadinhos. “O aluno que reconhecer que é burro, por favor, fique de pé, Vocês são burros e não aceitam que são burros?”. Genésio se levantou. O professor falou: “Muito bem Genésio, ao menos você reconheceu que é burro. Genésio meu filho, o que levou você reconhecer que é burro?” Genésio falou: “Professor, eu não acho que eu sou burro não, mas eu fiquei com dó de ver o senhor sozinho em pé aí, por isso eu levantei”. Por isso nunca devemos apontar para o outro com o dedo, porque quando você faz isso, você aponta um dedo para a pessoa, um para Deus e três para você. Honestamente, você vive esse amor que Jesus está nos falando? Eu não vivo, luto muito, mas não consigo, têm dias que é difícil para mim amar a mim mesmo. Têm dias que eu levanto, lavo a minha cara e me dá vontade de xingar a mim mesmo. Por isso eu entendo vocês, principalmente que são casados. Imagine se eu tenho dificuldade de viver comigo, e digo a vocês, se eu não tivesse calos em meus joelhos, eu não agüentaria viver comigo. Se não é Deus com sua misericórdia, um dia ter olhado para mim, o mundo ia me conhecer sim, mas por outras coisas. Eu sei que é muito difícil para nós reconhecermos isso. Em meu livro corações curados está escrito isso. A única coisa que nos impede de chegar em Deus não são os nossos pecados. Pelos nossos pecados Jesus morreu na cruz. A única coisa que nos impede de chegar em Deus é a máscara que nós colocamos, a casca que nós colocamos. Jesus disse: “Nisto o mundo saberá que vocês me pertencem”. Você é católico? Você é cristão? Você sabia que noventa e sete por cento de todos os fumantes são
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católicos? Tem um padre do Brasil que faz tese de doutorado de comunicação na Alemanha, e o tema dele é cinema. E ele foi estudar através dos filmes de todos os gêneros possíveis, como é que o cinema fala de Deus. Ele foi obrigado pelo estudo dele a assistir uma série de filmes pornográficos, e uma das coisas que mais deixou ele triste, foi ver em quase todos os filmes pornográficos, um crucifixo em uma das paredes. Isso não é um absurdo, isso é um retrato do nosso cristianismo fajuta, do nosso cristianismo que não nos compromete. O mundo tem muitos heróis, mas o maior herói que existe no mundo, e o único que entra no céu, é aquele que pela força do Espírito Santo aprende a dominar a si mesmo. É muito fácil dominar os outros, é muito fácil eu mandar os outros. Difícil é mandar a si mesmo, e o único exemplo é Maria de Nazaré. Ela conseguiu mandar em si mesma, quando ela disse: “Eis aqui a serva do Senhor”. E por isso, o encontro de Deus com Maria, e o encontro de Deus com Eva é completamente diferente. O encontro de Deus com Eva foi num paraíso, em um lugar maravilhoso. O encontro de Deus com Maria foi em uma casinha simples e pobre de Nazaré, de uma menina que estava fazendo os preparativos para o seu casamento. Eva tinha cometido o pecado, e quando Deus dá a chance de Eva voltar do pecado, ela inventa uma desculpa. Maria não tinha pecado, mas falou para Deus que ela era fraca. “Como vai ser isso, pois eu não conheço nenhum homem”. Foi aí que Deus achou a porta aberta para mudar a história da humanidade, porque achou um coração que era exatamente o contrário de Adão e Eva, embora os três tenham sido concebidos sem pecado. Adão e Eva também foram concebidos sem pecados. Maria na obediência: ”Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra”. Não segundo a palavra da serpente, porque serpente não fala, não segundo as desculpas que o mundo me ensinou. Se você quer ser feliz do jeito de Maria você tem que obedecer do jeito de Maria, não tem outro jeito. Mas isso
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não é fácil, cura interior não é fácil, cura interior é muito difícil, porque cura interior é um processo de uma vida inteira, cura interior é cair e levantar, mas é preciso saber para onde vai. Para chegar a graça da cura interior é preciso em primeiro lugar querer, e em segundo lugar revestir-se dessa força de Deus. Pó isso, por si só, você não consegue. “Padre, eu queria perdoar, mas não consigo”. E não consegue mesmo, e às vezes que conseguimos perdoar, não é perdão, é desculpa. Porque eu só consigo perdoar se a pessoa reconheceu seus erros, se a pessoa pediu muitas desculpas. Então eu, num excesso de bondade, desculpo, mas deixo bem claro: “que isso não se repita!”. Isso não é perdão. Perdoar é dar-se a quem não merece. É fácil isso? Mais do que isso, perdoar é dar-se a quem não merece, acha que merece e ainda me ofende. É fácil? Pois perdoar é mais do que isso. É dar-se a quem não merece, acha que merece, me ofende e ainda fala mal de mim para os outros. É fácil? Só tem um jeito de perdoar, é deixando seu coração ser revestido pela ternura e pela misericórdia do coração de Jesus. Esse é o segredo da cura interior, é o primeiro passo para a cura interior. Mas para que isso aconteça é preciso saber onde eu quero chegar. Você já deve ter visto na televisão quando eles mostram aqueles peixes que começam a nadar rio acima para se reproduzirem. Peixe fraco não se reproduz. Para se reproduzir, e reproduzir muito, porque cada peixe consegue reproduzir milhares de outros peixes, para isso é preciso ter coragem de nadar contra a corrente. Você devia assistir um especial sobre a reprodução dos salmões. O salmão é um peixe que vive no mar, mas ele nasce na água gelada do rio, e quando ele cresce ele começa descer pelo rio, pirambeiras, cachoeiras até chegar no mar e ali ele vive três a quatro anos em média. Com essa idade está chegando o fim da vida dele, e o final da vida dele é a hora da reprodução. Aí ele precisa sair do mar, achar o mesmo riacho, e começar nadar riacho acima. E ele vai subindo,
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vencendo as resistências, vencendo os pescadores, até chegar lá em cima, e isso é um longo processo. A cura interior é esse processo, se você não estiver disposto a iniciar esse processo, é bobagem, não vai conseguir. Para iniciar esse processo, a primeira coisa, é saber onde eu quero chegar. Se você quer chegar no céu, se você quer herdar o reino, se você quer viver a felicidade, o primeiro passo é querer chegar lá. Segundo passo, absolutamente fundamental: você não pode dar ouvidos aqueles que estão em sua volta. Era o aniversário do rei, e quando o rei fazia aniversário fazia uma grande festa para ser homenageado. Gostava de ser aplaudido, gostava que o povo lhe trouxesse presentes. Por isso, organizava uma festa linda. O principal dia da festa, que era no sábado, a festa era na praça principal da cidade que ficava em frente ao palácio. E naquele ano, o rei fez uma brincadeira diferente. O rei mandou colocar um poste de cinqüenta metros de altura. E nesse poste mandou colocar muita resina. Como nas festas juninas que tem o pau de sebo. Aquele poste enorme ficou tão liso, que até um mosquito que batia nele escorregava, não grudava nada. E lá em cima ele colocou uma caixa toda decorada com retratos de frutas, pedaços de carne, frango assado, churrasco, e dentro da caixa dois vales brindes. Um valia alimentação para a família durante um ano no supermercado. O outro vale brinde, era um pote de ouro no valor de um milhão de reais. Imagine quando aquele povo começou a olhar aquela caixa com aqueles retratos de comidas lá em cima daquele poste. Quem conseguisse subir no poste até na caixa, ganharia o prêmio. Então começou a luta para subir, a pessoa começava subir, escorregava, caía, e o povo começava a gritar: “sobe, sobe, sobe...” Cada um que tentava subir, caia, e vinha outro, caia também. Teve um, que pegou o celular e chamou o maior alpinista daquele país. O homem que já tinha subido a torre do World Trad Center, antes de ter acontecido aquele probleminha. O homem que já tinha escalado o
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Everest, e ainda tinha o título de alpinista urbano. Ele subia até paredes daqueles prédios. A chegada dele foi solene. Aquela fortaleza de músculos em cima do carro de bombeiros, com roupas especiais, sendo aplaudido. Ele chegou, pediu um momento de silêncio para se concentrar, se concentrou, olhou o poste, e disse: _ Difícil, mas não impossível. Abraçou o poste e se firmou. _ Sobe, sobe, sobe. Ele começou a subir, foi uns dez metros, de repente... TUM. _ É, é mais difícil do que eu pensava, mas na vida precisamos levantar quando caímos. Vou me concentrar melhor. Ele conseguiu uns quinze metros, ali começou a deslizar, parecia aqueles carros em estrada de terra, quanto mais gira, mais afunda. Ele caiu e aí se sentiu humilhado, pois todo mundo que cai é humilhado, o derrotado sempre quer alguém junto lá no fundo. Ele subiu em cima de um caixotezinho e falou: _ Com toda experiência que eu tenho, todos os meus títulos em jogo, eu digo a vocês, a aerodinâmica desse poste, já que o seu diâmetro, na sua área, a hipotenusa não corresponde a altura do cateto ao quadrado, a força é igual a mx2, 37 tirando o pi, digo a vocês, ninguém sobe, e digo mais, não como esportista, mas como cidadão, que me senti ofendido, porque não foi só eu que caí, porque eu já caí muitas vezes. Mas o que eu vejo aqui é uma afronta de sua majestade a cada um dos senhores e senhoras. Esse rei está é tirando um pêlo da nossa cara. Ele mandou fazer esse poste, e deve ter usado uma resina especial, porque ele é financiado pela empresa da Petrobrás, e garanto a vocês, ele deve estar lá no palácio de binóculo para cá, e rachando o bico de dar risadas de nós. Vocês acham que o rei ia dar de mão beijada um milhão de dólares? Vocês
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acham que o rei ia dar de mão beijada toda essa comida? Eu tenho uma saída: Abaixar o poste. Se esse poste não for abaixado dezessete metros, ninguém sobe. Vamos fazer uma manifestação ou uma passeata, vamos todos juntos gritar: Abaixe o poste. E no meio daquela baderna chegou um mineirinho, magrinho, sem camisa, dava pra ver o raio xis completo, descalço, com unhas sem cortar. O rapazinho olhou no poste, trançou as pernas, parecia uma lagartixa, e começou subir. E o povo gritava: _ Desce, desce, ninguém consegue, desce, abaixe o poste. E ele foi subindo. Subiu uns quinze metros, caiu também, mas ele caiu de bruços naquela areia, esfolou e grudou a areia, no que ele foi passar a mão para tirar a areia, percebeu que estava áspero, abaixou de novo, se sujou bem na areia, passou também as mãos na areia, fez um bife à milanesa. E de novo começou a subir, carcando aquelas unhas no poste e o povo gritando: _ Abaixa, desce, não consegue, não consegue. E o menino foi subindo, subindo, o povo silenciou quando viu o menino segurando aquela caixa. Ele nem conseguiu segurar, a caixa caiu, mas ele chegou no chão primeiro que a caixa. Pegou aquela caixa cheia de comidas, colocou nas costas e foi embora. _ Eu preciso conhecer esse menino, porque ele tem técnicas, que eu em todos os meus anos de estudo e aprofundamento não tenho, o alpinismo mundial não descobriu. Embarcou dentro de um carro chique e foi atrás do menino. O menino morava em uma favela, chegou lá, já tinha uma festa. Já tinham chego os tios, os vizinhos, estavam comendo, bebendo. Chegando lá ele disse: _ Eu queria falar com o pai do garoto prodígio. _ Não é prodígio não, é Valdemar o nome dele.
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_ Eu queria falar com o pai do senhor Valdemar. _ Ah, sou eu o pai de Valdemar. _ Eu sou alpinista. _ É, eu já vi o senhor na televisão, você sobe lá umas ladeiras, parabéns. _ Eu fiquei impressionado com a técnica do seu filho, eu vim aqui porque eu quero pagar uma bolsa de estudos, e gostaria de patrocinar o menino, e eu quero descobrir qual foi o segredo que levou esse menino a subir daquele jeito naquele poste. _ Existem dois segredos, primeiro é a fome. Essa é a primeira refeição que nós temos aqui em casa hoje. Quando esse menino viu que tinha comida lá dentro, ninguém segurou mais ele. _ Mas aquela pressão popular? Eram muitas pessoas gritando para que ele desistisse. O que levou esse menino a ser firme e não dar ouvidos a multidão? _ Aí é o segundo segredo, esse rapazinho teve a graça de Deus de ter nascido surdo. A cura interior exige duas coisas. Primeiro a fome, no dia em que a sua fome de Deus for maior do que qualquer outra fome, como fome de comida, fome de dinheiro, de aplausos, fome de sucessos. E no dia em que você tiver a graça de Deus de tornar-se uma pessoa surda como Maria, que guardava as coisas em seu coração. Surdos a todos burburinhos que o mundo nos faz, surdos a essas novelas, a essas músicas. Surdos aos discursos da Nova Era, que prega uma felicidade fácil. É preciso fechar os ouvidos a esses barulhos que há no mundo. E é preciso ter uma fome esganada de encontrar-se com Deus. E quando nós conseguimos isso, é certo que demos o primeiro passo para que Deus realiza em nós aquilo que ele quer realizar, porque Deus nos criou para que sejamos felizes e curados. Mas não é fácil. Fácil é ir para o inferno, porque o
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caminho do inferno é largo, e é descida. O caminho do céu é estreito, e é subida, mas é possível chegar lá. E a grande definição de cura interior, é seguir Jesus, ser uma pessoa do coração curado é ter a coragem de segui-lo. Não se perturbe o vosso coração
Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja a vossa amabilidade conhecida de todos os homens. O Senhor está próximo. Não vos preocupeis com coisa alguma! Mas em toda ocasião apresentai a Deus os vossos pedidos, em orações e súplicas, acompanhadas de ações de graça. E a paz de Deus, que supera todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos no Cristo Jesus. Quanto aos meus irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, digno de respeito ou justo, puro, amável, honroso com tudo o que é virtude ou louvável, praticai o que de mim aprendestes e recebestes e ouvistes, ou em mim observastes, e o Deus da paz estará convosco (Fil 4,4-9). Esse texto é fabuloso demais, quando lemos Filipenses capítulo 4-4 dá-nos a impressão de que alguém que nos escreveu, porque estava vivendo um momento espetacular de sua vida. Que situação você acha que alguém escreveria isso que Paulo acabou de escrever para nós? “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: Alegrai-vos! Em todas as circunstâncias daí graças”. A primeira impressão é de alguém que esteja vivendo um momento fantástico de sua vida. De alguém que esteja muito bem de saúde, de alguém que tem solução para todos os problemas. E é aí que nós vemos o sentido dessa paz que se repete no início e no final do texto acima. O Deus da paz que vai estar em sua vida e a paz de Deus que supera tudo vai estar na sua vida.
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Essa Carta, não chega a ser uma carta, é quase um e-mail de tão pequeno que é. Qual é a palavra que mais se repete nesses quatro capítulos? Quantas vezes? Nesses quatro capítulos Paulo fala dezesseis vezes na paz, ou seja, ele repete e dobra a repetição em cada capítulo. Alguém que escreveu quatro capítulos curtinhos, repetir dezesseis vezes essa ordem da alegria, só podia estar em que situação? Ele estava preso injustamente. Paulo escreveu essa carta na cadeia, e uma cadeia injusta. Quando logo no inicio ele diz: A vós paz e graça da parte de Deus. Dou graças a meu Deus cada vez que me lembro de vós em minhas orações, é com alegria que faço a minha oração. Irmãos, faço questão de que saibais o seguinte: o que me aconteceu tem contribuído para o progresso do evangelho. Com efeito, em todo o pretório e por toda a parte se ficou sabendo que eu estou na prisão, mas estou na prisão por causa de Cristo. E a maioria dos irmãos encorajados no Senhor pela minha prisão redobra a audácia proclamando sem medo a Palavra (Fil l,3-4;12-14). Aí nós entendemos de onde vem essa força. E aí também nós entendemos o que é a paz. Quando ele diz: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: Alegrai-vos. Seja a vossa amabilidade conhecida de todos”, e em todo o texto Paulo está afirmando uma coisa pura e simples para cada um de nós. A paz tem nome, a paz é uma pessoa, e eu só chego a essa paz a partir do momento que eu experimento uma pessoa, e jamais ela poderá vir de fora para dentro. Nada nem ninguém que estejam fora de nós pode nos fazer felizes ou infelizes. Nada nem ninguém que esteja fora de nós pode colocar ou tirar a nossa paz, porque a nossa paz tem que brotar de dentro, ela é fruto de uma experiência. Paulo está vivendo aqui, aquilo que ele viveu nos Atos dos Apóstolos capítulo 16,16, quando ele está pelado, todo machucado, meia-noite jogado lá no porão de uma prisão injusta. O que ele começa a fazer? Louvar o Senhor, e ele cantava tão alto e tão forte que as grades da cadeia caíram. E ainda diz para o carcereiro: “Eu estou aqui”, como quem
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diz o que me prende não são as grades. O carcereiro fica tão impressionado que pede um pouco daquela alegria. E Paulo reza por ele ali na prisão. E se você ler com atenção, vai perceber que só no final ele soube cuidar das feridas de Paulo, e põe a roupa em Paulo. Com dor, ferido e machucado. Nós precisamos experimentar o que Paulo experimentou. É aquilo que Jesus disse no evangelho de São João no capítulo 14 a partir do versículo 1: “Não se perturbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim”. “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não como o mundo dá. Mas tendes coragem. No mundo tereis preocupações. Não se perturbe vosso coração, nem tenhas medo! (Jô 14,l;27). E São João vai encerrar, logo antes da oração sacerdotal de Jesus. “Eu vos disse essas coisas para que em mim tenhais a paz. No mundo tereis aflições. Mas tendes coragem! Eu venci o mundo.” (Jo 16,33) Se nós queremos ser semeadores da paz, precisamos ter essa convicção. Nada que nos aconteça de bom ou de ruim pode tirar a nossa paz, quando sabemos aonde vamos. Quando passamos a olhar fatos isolados da nossa vida, quando nos detemos nesses fatos e ficamos ali cavucando aquele fato e comentando a cada um que chega. E você quer passar para o outro a emoção que você sentiu, mas como isso é impossível, você começa a aumentar o fato. É daí que vem a história de que quem conta um ponto aumenta um ponto. E enquanto você está contando a sua desgraça, a outra pessoa está tentando lembrar-se de uma dela pior para lhe contar. Se você isola o problema na vida, você não vê a vida. Havia um rei que era ateu. A maior raiva desse rei era um empregado carismático que ele tinha. Tudo que acontecia o empregado dizia: _ Deus seja louvado, Deus sabe o que faz e Deus é bom e maravilhoso. _ Aquilo irritava o rei, mas ele era um bom empregado que defendia o rei. Era o segurança pessoal do rei. Tudo
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que acontecia podia ser coisa boa ou ruim, ele sempre falava: _ Muito obrigado Senhor, louvado seja Deus, aleluia, glória. Um dia eles foram caçar. Estavam lá no meio do mato caçando, de repente uma fera atacou o rei. _ Deus seja louvado, aleluia, Senhor! _ Foi tocando a onça, mas não conseguiu impedir que a onça comece a ponta do dedo do rei. O rei ficou furioso, e quando voltava para o palácio ainda teve que escutar ele: _ Graças a Deus, louvado seja Deus que a onça foi embora. _ Louvado seja Deus, porque o dedo não é seu. Queria ver se o dedo fosse seu. O rei ficou muito nervoso, quando chegou em casa chamou os guardas e falou: _ Pode prender esse homem, ele não me defendeu. Mas todo dia lá na prisão ele estava louvando a Deus. O rei estava sossegado e tranqüilo, pois tinha tirado aquele traste de sua vida. Passado o susto, alguns dias depois ele foi caçar de novo. Estava lá na selva um bando de índios antropófagos, pegaram o rei. _ Eu sou o rei, não podem fazer mal a mim. Levaram o rei, apesar dos seus argumentos, puseram um caldeirão no fogo, começaram a dançar e gritar: UUUU, UUUU. O rei já estava começando a rezar. Quando estava tudo pronto para o sacrifício chamaram um sacerdote para examinar a oferenda, quando o sacerdote viu a falta do dedo. _ Não serve para oferenda, falta dedo, carne de segunda, deus não aceita. O rei foi para casa e começou pensar:
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_O meu empregado tinha razão, como podia imaginar, se eu tivesse todos os dedos estava morto essa hora. Bem que ele falou que Deus pode tirar muitas coisas boas a partir de uma coisa ruim. Eu fui injusto com aquele homem. O rei foi pessoalmente e com lágrimas nos olhos libertar aquele homem. _ Eu queria pedir perdão ao senhor, eu fui injusto, o senhor tinha razão, vou falar uma verdade, quando eu estava lá amarrado para ser sacrificado eu pensei nesse seu Deus, e pensei no jeito que o senhor rezava e louvava, e aquilo mexeu muito comigo, e me arrependi. O senhor me perdoa? _ O que é isso majestade! Deus seja louvado, que bom que o senhor está vivo, louvado seja Deus, Deus é bom. _ Tem uma coisa que eu não entendo? Deus é injusto. _ Que é isso seu rei! Você não pode falar um negócio desse de Deus. Deus é bom demais, Deus sabe o que faz, e tudo concorre para o bem daqueles que amam Deus. _ Se Deus é tão bom, e o senhor acredita tanto nele, por que então esse Deus permitiu que o senhor ficasse preso e injustamente? _ Oh seu rei, eu queria muito louvar e agradecer a Deus, esse tempo de prisão foi muito bom para mim. Glória a Deus, louvado seja Deus. Foi o tempo que eu precisei para me arrepender dos meus pecados, eu pude ler a Palavra, eu tive sossego para rezar, eu fiz uma reflexão de toda minha vida e percebi quantas coisas eu preciso mudar, eu vi o quanto Deus é maravilhoso e o quanto ele tem cuidado de minha vida. _ Mas como o senhor me explica essa injustiça de Deus? _ Olha seu rei, eu inclusive louvo muito a Deus, porque se não fosse a cadeia eu estava morto agora. _ Morto!
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_ Claro seu rei, meus dedos são perfeitos e se eu não estivesse preso, eu estava com o senhor, e se eles não comeram o senhor eles comeriam a mim. E é assim a vida, aquela prisão salvou a vida daquele homem. E Paulo está na prisão para ajudar salvar a vida dele, a minha e a sua. Não foi a vontade dele. O próprio rei disse: Você esteve jogado em uma prisão injustamente. Mas se você coloca sua vida nas mãos de Deus, mesmo que você seja aprisionado injustamente, o nosso Deus é poderoso o suficiente para transformar até prisão injusta em uma fonte de vida e salvação para você e para toda a sua família. Deus não permite o mal, o mal acontece pelo egoísmo humano, o mal é provocado pela calúnia humana, o mal nós mesmos provocamos, com o nosso jeito de comer, de beber, o nosso jeito de dormir. A nossa ânsia de querer ganhar mais e mais, nos leva ao egoísmo humano, a vaidade e a prepotência. Quantos absurdos se fazem no mundo? Quantas pessoas ricas que são infelizes? E muitas pessoas com tão pouco, mas quando se unem conseguem realizar coisas maravilhosas. Ah, se cada um partilhasse um pouco mais do seu dinheiro, do seu tempo, da sua inteligência. Viver da providência de Deus, não é viver na preguiça, é fazer a sua parte e confiar em Deus. Eu, muitas vezes falo para meus filhos em Bethânia que o que mata o pasto, não é o mata pasto, é a preguiça de arranca-lo. Essa é a nossa parte, Deus faz a parte dele e eu preciso fazer a minha. Se eu quero ser semeador de paz, a grande Palavra é: “Não se perturbe o vosso coração”. E esse “vosso” é para o meu sentido e o do outro. E quem está me falando isso? Paulo? Não! Jesus. É Jesus que olha para mim e para você e diz: “Não se perturbe o vosso coração”. Aconteceu uma desgraça? “Não se perturbe o vosso coração”. Primeira condição para não se perturbar o coração: Pegue o seu passado e entregue nas mão de Deus, tudo que você já fez ou deixou de fazer no passado, não volta mais.
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O Rio Iguaçu vai pequenininho acolhendo as águas, porque a meta dela é chegar ao mar, ele não volta, se ele voltar faz um estrago medonho. Se você quer ser semeador da paz, e se você quer fazer essa linda experiência de não perturbar o coração. Perturbar é turbar por todo. “Ah padre, eu já fiz tantas coisas erradas, será que Deus me perdoa?” Se você quer mesmo fazer a linda experiência de não perturbar seu coração, entregue seu passado a Deus, mesmo que tenha experiências difíceis do passado. A grande ordem de Jesus é também para os piores dos pecadores. É não olhe para trás. Não é por acaso que Jesus jamais, em nenhuma circunstância, fez nenhuma pergunta sobre o passado de nenhuma pessoa, por pior que ela foi. Essa foi a experiência que mais tocou meu coração de jovem e continua tocando meu coração de padre. Jesus nunca fez nenhuma pergunta sobre o passado de ninguém, e olha que ele teve contato com pessoas muito pecadoras. Imaginem o tamanho do pecado de Pedro. Pedro era papa, Jesus havia dito: “Tudo aquilo que você ligar na terra será ligado no céu, e tudo o que você desligar na terra, será desligado também no céu”. Ao negar Jesus, o que Pedro fez? Desligou Jesus da salvação. E para mostrar a gravidade do pecado, ele negou Jesus três vezes. E por que Pedro negou Jesus três vezes? Porque ele negou o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O absurdo dos absurdos da negação de Pedro está a condenação da Santíssima Trindade ao inferno, e Jesus foi. Nós rezamos no credo que Jesus foi ao inferno. Só que ele foi lá para salvar. Aonde chega o amor de nosso Deus! Em toda história da humanidade, ninguém nunca cometeu um pecado maior do que o de Pedro, nem mesmo na época em que a igreja cometeu pecados, em que papas cometeram pecados morais. Mas nesses dois mil anos de cristianismo, nunca tivemos nenhum papa que tenha cometido um erro teológico, nenhum papa que tenha cometido um erro de fé. É a assistência do Espírito Santo a essa igreja, porque
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Jesus disse: “As portas do inferno não prevaleceram contra ela”. Mesmo diante de Pedro. o homem que cometeu o maior pecado da face da terra, Jesus não fez nenhuma pergunta sobre o seu passado. Jesus apenas falou: “Pedro, tu me amas?”. Eu sou apaixonado por esse capítulo 21 de São João, cada vez que vou à Terra Santa, sinto a mesma emoção quando vou lá na beira daquela praia. Pedro tinha desistido de tudo e foi pescar, e os outros foram juntos. Voltou a vida antiga, voltou a ser o pescador de antes, mas tinha esquecido tudo de pescaria. Trabalharam a noite inteira e não pescaram nada. Sem Jesus, nada dá certo mesmo. Jesus chegou de manhã na praia, Pedro não reconheceu Jesus. Quando estamos em pecado nunca conseguimos reconhecer Jesus. Quando estamos olhando demais para nós mesmos, não conseguimos ver Jesus, mesmo que ele esteja ali ao nosso lado. Como quando ele caminhou um dia inteiro com os dois discípulos de Emaús, mas eles estavam com o coração tão fechado no pecado, tão perturbado, que eles não conseguiram enxergar Jesus que caminhava com eles. Eles não conseguiram sentir o cheiro de Jesus. Assim Pedro também não conseguiu perceber que era Jesus. E Jesus vai pedir comida, Jesus vai ao pecador como que se precisasse do pecador. Do mesmo jeito que Jesus falou para a Samaritana: “daime de beber”. Ele, a fonte da Água Viva, pede a uma mulher prostituída da Samaria que lhe dê de beber. Ele o Pão da vida pede de comer a um pescador da Galiléia que o havia negado três vezes. Ah! Que Deus é esse? Que Deus se faz pequenininho para ficar do nosso tamanho para nos levantar? Aquele homem que acompanhou Jesus a vida inteira, aquele homem que participou dos grandes milagres de Jesus e que viu todos os principais milagres de Jesus. E que esteve com Jesus sozinho rezando no monte. Mas quando Jesus lhe pede um pãozinho e um peixe ele diz: “Eu não tenho nada”. Esse Pedro sou eu e é você, depois de tantas vezes que Deus nos dá graças em cima de
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graças, nos continuamos dizendo: “eu não tenho nada Senhor”. Eu não dou nada para Deus, eu estou fechado em meu egoísmo, eu estou fechado no meu comodismo, fechado na minha miséria, e não saio de mim para o encontro com o outro. Jesus mais uma vez, diante da miséria do fechamento de Pedro, manda que ele jogue a rede no lado direito, como querendo dizer: “joga direito essa rede”. Ainda bem que Pedro obedeceu. Se apesar de tudo ainda sobrar essa obediência a Palavra é suficiente. Aí acontece uma coisa maravilhosa. A quantidade de peixes que eles pegaram foi tão grande que eles não conseguiam trazer sozinhos. É aí que João diz: “É o Senhor”. Pedro não teve dúvidas, vestiu rapidamente a roupa, pulou na água e foii nadando ao encontro de Jesus. Quando ele chega na praia, Jesus tinha feito uma surpresa, já tinha brasas preparadas. O que significa brasas preparadas? Significa que Jesus tinha feito uma fogueira. E por que Jesus tinha feito uma fogueira? Jesus preparou a fogueira para curar Pedro. Porque Pedro negou Jesus em torno de uma fogueira. Jesus sempre faz uma fogueirinha para esquentar nosso coração com seu amor. Quando Pedro viu a fogueira, ele lembrou-se: “É, na festa de São João do ano passado, eu andei fazendo umas bobagens”. Três vezes fala da rede. Na primeira, diz que eles pegaram tantos peixes que nem todos eles juntos conseguiram puxa-la. Aí Jesus chegou, Pedro chegou perto e quando Pedro estava perto de Jesus, os outros conseguiram arrastar as redes. Juntos eles não conseguiam trazer uma rede, aí Pedro largou eles e foi ficar perto de Jesus. Quando Pedro estava perto de Jesus eles tiveram forças suficientes para trazer as redes. Pedro perto de Jesus, a igreja tem força. Se você quer estar com a força da igreja, esteja na igreja que tem Pedro perto de Jesus. Quando estamos longe de Jesus somos fracos, não conseguimos nem puxar uma redinha de nada. Um probleminha de nada, uma dificuldade de nada. Mas se um de nós se coloca perto de Jesus na igreja de Pedro, os outros
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conseguem trazer as redes. E se a igreja está perto de Jesus, qualquer um de nós é Pedro para ir buscar essa rede, porque o que age em nós é a força do Espírito Santo e é essa força que o Senhor prometeu. A força do alto. A transformação já estava acontecendo. Mas por que será que Jesus foi lá na praia? Para dizer a Pedro: “Não se perturbe o vosso coração, pois o coração de Pedro estava perturbado demais. Tão perturbado que São João diz que Pedro logo depois que negou já começou a chorar. Tão perturbado que ele voltou para a pescaria. Pedro tinha perdido a paz e Jesus precisava devolvê-la. Então ele chama Pedro de lado e retoma tudo o que Pedro fez? Não! Jesus nunca fez nenhuma pergunta sobre o passado de ninguém. Para curá-lo, Jesus olha para Pedro e pergunta: “Pedro, filho de Jonas, tu me amas?” E Pedro diz: “Sim senhor, tu sabes que eu te gosto”. O grego tem três termos para falar amor. O amor divino é Ágape, o amor sexual é eros e o amor de irmão ou de amido é filos. E na tradução grega usa-se os dois termos. Jesus usou o termo grego ágape, e a resposta de Pedro foi fabulosa, Pedro não respondeu em ágape, Pedro falou filos, ele usou uma palavra mais fraca. Jesus olha de novo e pergunta pela segunda vez: “Pedro tu me amas?’ E Pedro é honesto: “Sim Senhor, tu sabes que eu te gosto”. Jesus queria queimar todos os pecados de Pedro na fogueira, e pergunta pela terceira vez: “Simão, Filho de Jonas, tu gostas mesmo de mim?”. Ai Pedro abre o coração e a resposta de Pedro é: “Senhor, sabes tudo, sabes que eu te gosto?”. Ah como é fabuloso nosso Deus. Jesus não força Pedro a fazer aquela proclamação de amor tenebrosa, fingida. Jesus abaixa o nível, e Pedro abre e escancara o coração: “Senhor, sabes tudo, sabes o monte de bosta que eu sou, sabes a miséria que eu sou, sabes os meus pecados, tu sabes tudo Senhor. E sabes que eu gosto barbaridade do Senhor, e sabes que eu quero um dia amar pra valer o Senhor a ponto de dar a minha vida se preciso for, e por isso está aqui o que eu sou, toma senhor”.
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Hoje, Jesus está marcando um encontro conosco na nossa praia. Não se perturbe o vosso coração, entregue seu passado ao Senhor, por pior que tenha sido. “Será que Deus perdoa aquele pecado tão grave padre?” É muito fácil de saber, é só colocar a mão no coração, se estiver batendo... Quem deu corda nele? Quem fez sua unha crescer, seu cabelo? Cada vez que nosso coração bate, é Deus dizendo: “Eu te amo, eu te amo” Ou é Deus dizendo: “Eu acredito em você, eu acredito em você”. “Ah padre, tantas coisas aconteceram de errado em minha vida”. Na minha também, mas estou vivo. Tinha um bêbado em um ônibus olhando para uma moça. A moça desajeitada e ele olhando, não tirava os olhos dela. Ela foi se irritando e perguntou: _ O que está olhando. _ Meu Deus! Eu estou observando aí, mas você é feia! Tá louco, Deus o livre, você é muito feia. _ Muito engraçado mesmo, você bêbado desse jeito falar de mim. _ Amanhã eu estou bom. Os problemas vêm e vão. “Ah padre, mas eu sofri muito na infância”. Sofreu, acabou. “Falaram mal de mim”. Sabe quando é que ficamos tristes quando falam mal de nós? Quando aquilo que falaram é uma coisa que estamos tentando esconder. Se não for verdade não dói. Se eu tiver com dor de dente e tomar um gole de água, a água vai doer meu dente. Mas não é a água que dói meu dente, é a carie ou a sensibilidade. Está com seu coração cariado? Se você está com seu coração ferido, cure seu coração. Por isso eu escrevi muitos livros de cura interior e cada dia Deus vai me mostrando aspectos importantes. Cure seu coração, a necessidade de deixar Deus ir curando toda a minha história. Cura interior, o coração de Cristo derrama sobre mim a graça da cura. Corações curados, pessoas que viveram a experiência de pecados e conseguiram sair.
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Rezando a vida, eu preciso colocar toda a minha vida na ótica de Deus. Em Bethânia, todo mês fazemos retiros de cura interior, e cada mês eu vou aprendendo como Deus vai me curando através daquilo que eu falo para as pessoas. Como Deus vai me curando através do meu relacionamento com as pessoas. Cada dia eu posso dizer que estou sendo uma pessoa curada. Eu amo celebrar a missa, é uma das coisas que eu mais gosto de fazer como padre. Mas as missas que eu mais gosto de celebrar não é com multidões, porque eu não consigo celebrar uma missa com pessoas falando, crianças chorando e andando pra lá e pra cá. Aquilo vai doendo meu coração. As missas que eu mais gosto de celebrar é na minha casa, na minha capelinha. Tanto que, todo dia para celebrar a missa, eu tomo banho antes, faço a barba, preparo o sermão, sublinho direitinho na bíblia como se fosse para uma multidão de pessoas. Mas não é só por isso que eu gosto de celebrar, além do silêncio. O que eu mais gosto é quando colocamos diante de Deus a nossa fraqueza e pedir perdão. As orações que meus filhos, fazem me jogam no chão, porque eles vão se desmascarando. É muito bom viver como eu vivo, numa comunidade de pessoas que tiveram experiências terríveis de drogas de prostituição. Porque ninguém precisa ter máscaras, todos que estão lá sabem que estão lá porque tiveram problemas sérios na vida. É por isso que ninguém fica julgando. As nossas orações são tão lindas, tão lindas que aquilo mexe no meu coração e me dá forças. Quando falamos: “agora vamos fazer os pedidos ao Senhor”, tem que cortar, porque senão vai uma hora só de pedidos. Eles colocam a vida, eles confessam pecado mortal na frente dos irmãos. É essa honestidade que falta, infelizmente na maioria dos cristãos católicos hipócritas que põem uma máscara de cristão, que se dizem muito santos e renovados, que se acham melhor do que os outros a ponto de poder julgar e condenar as pessoas. Tem pessoas que perdem tempo na
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vida falando mal da vida dos outros, julgando e condenando. Oh, meu Deus que bom que Jesus desce ao nosso nível, e fica do nosso tamanho igual ele fez com a Samaritana, ele sentou ao lado do poço. A prostituída que trouxeram até ele: “Essa mulher foi pega em flagrante adultério, pela lei tem que ser apedrejada”. E o que ele fez? Se agachou, ficou do tamanho dela, e disse: “Quem não têm pecado, joga a primeira pedra.” Zaqueu, aquela tampinha, ladrão, subiu na árvore porque se achava mais que os outros. “Desce daí Zaqueu, eu vou jantar em sua casa”. Ele não desce, ele deve ter caído no chão. E Jesus amou Zaqueu, não falou nada pra ele. Quando terminou a janta, Zaqueu abriu seu coração e disse: “Senhor se eu pequei, vou dar a metade de meus bens e, se tive defraudado alguém, restituirei o quádruplo” Jesus olhou para ele: “Oh meu menino, meu toquinho de amarrar bode, hoje a salvação entrou na sua casa”. Jesus condenou Zaqueu? A Samaritana, Pedro, Léo. É um Deus que nos ama e não está esperando o amanhã, ou depois de amanhã, ele quer é agora dizer para você: “Eu tenho esperado esse momento, tenho esperado que viesses a mim, tenho esperado que me fales, tenho esperado que estivesses assim. Eu sei bem o que tens vivido, sei também que tens chorado. Eu sei bem que tens sofrido, pois permaneço do teu lado. Ninguém te ama como eu. Deixe em seu coração se repetir essa frase: “ninguém, ninguém te ama como eu, e é por isso que você pode hoje fazer essa experiência de não deixar que nada nem ninguém perturbe o seu coração. Entregue seu coração ao Senhor, abra seu coração porque eu estou a porta e bato, se abrires eu entro e trago o Pai e o Espírito juntos e vamos fazer festa na sua vida, no seu coração. Festa na sua história, nunca mais a sua vida será a mesma, tome posse dessa graça, tome posse dessa cura, tome posse dessa restauração. Abra seu coração, estou batendo através de canção, através de pregações. Eu estou batendo através da
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Eucaristia, e eu estou batendo através de pessoas, eu estou esmurrando a porta de seu coração. Deixe eu entrar nesse coração ferido, fedido, machucado, empedernido. Mas só você pode abrir.
Amar o bem I Tessalonissenses 5, 21-22: Examinai tudo: abraçai o que é bom. Guardai-vos de toda a espécie de mal. Esse texto é uma grande palavra de ciência, uma grande palavra de profecia, para que se cumpra em nossa vida tudo que São Paulo falou antes de chegar nessa quase conclusão de sua carta. A Carta de Paulo aos Tessalonissenses é o primeiro texto do Novo Testamento, é um texto escrito depois do quinto ano do ministério de Paulo. Jesus morreu e ressuscitou no ano 30, Paulo se converteu no ano 35/36, ficou quatorze anos sem pregar, trabalhando em Tarsis, aprofundando a sua experiência de Deus. Portanto ele começa a pregar no ano 50, e essa carta é escrita por volta do ano 52. E se esse texto é tão próximo a Jesus, ele vai nos trazer pistas muito práticas, de como viver a nossa fé. Nessa carta aos Tessalonissenses e a nós, São Paulo está dizendo que Deus nos criou para que sejamos felizes, para a felicidade plena. E essa felicidade plena é possível, ela é revelada e chega até nós na pessoa de Jesus Cristo, na força do Espírito Santo. Mas para que isso aconteça, precisamos tomar algumas atitudes fundamentais na vida, e isso não é mágico. Essa cura total do ser humano, que Paulo vai falar nos versículos
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seguintes, 23, 24, 25, que são a conclusão dessa carta, onde ele fala que a graça de Deus precisa atingir o ser humano na sua totalidade, no corpo, na alma e no espírito, no coração. Portanto, essa cura completa, essa cura interior, ela é uma luta contínua. Mas essa luta tem que partir de algumas atitudes fundamentais do ser humano. São Paulo está falando que ser cristão é entrar na dinâmica do ser humano, e que a dinâmica do ser humano exige atitudes completas. O mundo está buscando uma espiritualidade mágica, uma espiritualidade light, uma religião que resolve tudo. E São Paulo vem nos trazer uma Palavra que deve ser uma linha de conduta. Como viver essa felicidade, que ele começa a falar resumidamente a partir do versículo 16: Viveis sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias dai graças, porque é a vosso respeito à vontade de Deus em Jesus Cristo. Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Sabe por que na grande maioria das vezes somos infelizes? Porque fazemos o contrário. A pessoa que não consegue experimentar a cura interior, sempre vai cumprir essa ordem ao contrário. Você já observou com que facilidade conservamos no coração aquilo que é mau? Com que capacidade olhamos com lente de aumento as coisas erradas e negativas? As coisas boas, vamos esquecendo. Por isso não somos felizes. Olhe para você mesmo. Você já aprendeu a conservar aquilo que é bom em você? Tente escrever algumas páginas de algumas coisas boas em sua vida e coisas boas que você tem? Alguns vão encontrar dificuldade. Porque parece mais fácil conservarmos o que é mau, o que é negativo. E por isso somos infelizes. Como viver sempre contente? Conservando o que é bom e se apartando do mau. E apartar é separar. Será que eu separo o mal da minha vida? Ou parece que eu tenho um arquivo onde eu vou registrando tudo aquilo que é negativo.
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A bíblia de Jerusalém começa o versículo 21 dizendo: “Discerni tudo...”. O que é discernir? É o dom do discernimento que o Espírito santo nos dá, é a capacidade de partir ao meio, é saber tomar o lado bom e o lado ruim. Lembra o discernimento que foi feito através de uma palavra de sabedoria por Salomão. Quando duas mulheres estavam brigando por uma criança. Qual era a verdadeira mãe? Ele mandou partir a criança ao meio. E aquela que não aceitou era a verdadeira mãe. Então o que é discernir? Discernir é partir, é examinar, estudar, olhar as coisas por outro lado. Isso é o difícil da vida, porque sempre olhamos um lado só, o nosso, e achamos certo sempre o nosso lado. Discernir é não julgar pelas aparências. Todo ponto de vista, é a vista a partir de um ponto. Discernir é olhar de todos os ângulos possíveis, todas as possibilidades que existem naquilo. Por que brigamos? Porque aprendemos a conservar no coração aquilo que é ruim, e nisso existe um grande especialista, o pau de toda essa escola, o encardido. Aquele que é de Deus dá fruto de Deus. Conhecemos uma pessoa pelos frutos. Conhecemos uma árvore pelos frutos e não pela casca. E o grande fruto de Deus é aprender a guardar no coração as coisas boas. Essa é a primeira coisa. E a segunda é afastar-se do mal. Veja a pedagogia de São Paulo, alguns salmos usam essa jogada de palavras: apartai-vos do mal, apegai-vos ao bem. E aqui neste texto, ele faz o contrário. Se você quer ser feliz em Deus a primeira coisa a fazer é guardar dentro do coração as coisas boas. Primeiro o bom, depois afastar-se do mal. Nós queremos primeiro afastar-nos do mal. Nós queremos consertar uma pessoa combatendo os defeitos das pessoas. A pessoa quer se converter combatendo seus defeitos. Coitado, vai combater defeitos a vida inteira. Se você quer ser feliz em Deus a primeira coisa a fazer é encher-se do bem, conservar no coração e na vida as coisas boas. Qual é o segredo da felicidade de Maria? O evangelho diz, Maria conservava todas estas coisas, a Palavra, no seu coração.
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Conservar tem dois aspectos. O primeiro aspecto é fazer conserva. No Sul é muito comum, na época de colheita, onde as coisas são baratas, coloca-las na conserva. Conservar é guardar com cuidado, com sabedoria. Na conserva já foi tirada a coisa ruim, pois o que está estragado já é jogado fora antes. Imagine se você colocasse na sua cozinha um caixote onde seria depositado todos os restos de comida estragados. O que iria acontecer? Primeiro iria apodrecer, depois iria feder, depois iria aparecer moscas, ratos e baratas, e por último iria apodrecer o caixote. E por que fazemos assim com as coisas da vida? Tem gente que tem o coração que é um caixote desse pisoteado de coisa que não presta. Tem gente que tem o dom de guardar coisa ruim no seu coração. Se eu quero ser feliz preciso conservar o que é bom, em primeiro lugar com relação a mim mesmo. O que eu tenho de bom? As minhas qualidades, as coisas boas que eu já fiz, as coisas boas que eu sinto. O encardido não quer que nos convençamos que temos qualidades. O encardido fica feliz quando achamos que não valemos nada, porque ficamos parecidos com ele. Qual é a grande característica de Deus na bíblia? Deus sempre vê o lado bom. Primeiro capítulo da bíblia, sete vezes: “e Deus viu que tudo era bom...”. E nós vemos que tudo é ruim. As pessoas ganham o dom de reclamar, a oração de lamúria, o louvor ao encardido. “Padre, eu sofro desde que eu era pequenininha, ninguém gosta de mim. O que eu faço?” Morre! Mas não quer morrer, é uma carência profunda. Por quê? Porque não conservou as coisas boas. Quem conserva as coisas boas no coração, mesmo que um dia se perder, vai conseguir voltar para Deus. Você já parou para pensar o que fez o filho pródigo voltar para o pai? A desgraça? Não, foram as coisas boas. Ele foi embora e tinha os três Ps que o mundo procura: possuir, poder e prazer. Veio uma miséria sobre a cidade. E ele teve que cuidar de porcos, então nessa hora ele se lembrou de que na casa de
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seu pai até os empregados têm comida em abundância, e ele estava passando fome. Resolveu voltar. Percebem a importância de conservar aquilo que é bom. E como devemos conservar as coisas que vem de Deus? Os nossos olhos estão sendo educados para enxergar o quê? Aquilo que é ruim. Qual foi o elogio que os chefes dos serventes fez ao noivo, quando a pedido de Maria, Jesus transformou a água em vinho? “Muito bem! É costume servir primeiro o vinho bom, depois que os convidados já estiverem embriagados, servir o vinho ruim. Você conservou o vinho bom até agora”. Por que ele recebeu esse elogio? Porque ele convidou para a vida dele duas pessoas importantíssimas, especialistas em conservar coisas boas: Maria e Jesus. Esse é o segredo. Você que é casado, você que é namorado, está conservando o vinho bom ou está vivendo o costume. No namoro o vinho é bom, tudo é bonito. Um casal de namorados estava na praça, parecia um, ela falou baixinho no ouvido dele: _ Bem, por que a lua se escondeu atrás das nuvens? _ Porque ela ficou com vergonha, pois você é mais linda do que ela. Alguns anos depois, na mesma praça, no mesmo banco, um de cada lado do banco, e ela perguntou a mesma coisa: _ Por que será que a lua se escondeu atrás da nuvem? _ Você não está vendo que vai chover não, sua égua. Por que será que isso acontece? Porque o amor humano, se não tiver Jesus e Maria, começa bom e depois vira uma tristeza, pois não consegue conservar as coisas boas. Se nós não aprendemos a conservar aquilo que é
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bom em nós, dos outros, de Deus, do mundo. Conservar significa cuidar. Por que será que o ser humano destrói a natureza? Porque não aprendeu a contempla-las com os olhos de Deus. E Deus viu que tudo era bom. Sabe por que nós não conservamos as coisas boas? Porque a graça de Deus tem quatro marcas principais, e o mundo não ensina a nos adaptarmos a essas quatro marcas. A primeira marca de Deus a ser conservada é o exagero, o amor de Deus é exagerado. São Paulo vai nos dizer em Romanos 5, 5: A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado. Digo-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós e vossa alegria seja completa. É exagero, tente contar as estrelas do céu, as plantas. Quantos milagres já aconteceram na sua vida hoje? Talvez você dirá nenhum. Mas você já agradeceu a Deus por acordar, estar vivo, andar? Parece que Deus não faz mais do que a sua obrigação. Você é um milagre ambulante. Você sabe qual é o instrumento mais perfeito que existe no universo? A mão humana, que é capaz de trinta e quatro movimentos e sensações diferentes e específicas, que nenhum computador até hoje consegue fazer. A sua unha é mais importante do que qualquer máquina já inventada, pois ela cresce sozinha, ela cresce até depois que você morre. E a segunda marca do amor de Deus é o silêncio, e talvez por isso que a gente não dê tanto valor. Uma flor quando se abre não faz barulho. O sol quando se põe, não faz barulho. Deus faz tudo no silêncio. Um bilhão de árvores crescendo não fazem barulho, mas uma árvore caindo faz um barulho medonho. Por que comemos mais ovo de galinha do que de pata? Porque a galinha faz mais barulho. A carpa é um peixe que põe milhões de ovos. Um dia a carpa escutou um barulhão, colocou a cabeça para fora d’água e viu que era a galinha, perguntou: _ O que aconteceu?
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_ Não soube? Eu pus um ovo. _ Meu Deus! Se eu fosse fazer uma barulhão desses para cada ovo que eu pusesse... E está cheio de carismáticos galinhas, que fazem uma barulheira, porque perderam a dimensão do silêncio. Terceira marca do amor de Deus é ser de graça. Você não paga nada, não tem mérito nenhum. O amor de Deus é gratuito, Infinitamente de graça. A vida é graça, é dom, é presente, é oferecido. Deus não obriga. Tem gente que faz grandes festas no dia do aniversário, por exemplo. No meu aniversário, pouca gente me acha, porque eu fujo, é dia só meu, Deus fez para a gente. O que eu fiz para estar vivo? Se tiver que dar os parabéns, é para ele. Acontece que nós aprendemos na vida que só tem valor o que é caro. Por que o mundo não valoriza a eucaristia? Porque é de graça. Jesus se dá de graça, em silêncio. E a quarta marca desse amor de Deus é manifestarse através de pequenos detalhes. Enquanto nós vivemos na generalização, não experimentamos o amor de Deus, e não aprendemos a conservar as coisas boas, não seremos felizes. Lembra do pequeno príncipe? Ele tinha uma rosa que era única para ele. E ele cuidava muito dela, colocava uma redoma de vidro em cima dela, colocava água. Mas quando o Pequeno Príncipe sai pelo mundo andando, e chega num jardim que tinha cinco mil rosas, ele fica decepcionado. “Se a minha rosa descobre isso, ela pensa que é única!”. Ele anda mais um pouco e encontra uma raposa, e ele diz: _ Brinca comigo? _ Não posso. _ Por que não pode?
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_ Porque você não passa de um menino para mim. E eu não sou par ti mais do que uma raposa. _ Então o que eu faço para você brincar comigo? _ Cativa-me. _ E o que é cativar? _ Guarda-me, cativar pe criar laços. Se tu me cativas, minha vida será como que ensolarada, eu serei para ti única no mundo. Tu serás para mim único no mundo. E é bom que tu venhas sempre na mesma hora. Pois se tu vens às quatro horas, desde as três eu começo a ser feliz. Mas a gente sempre corre o risco de chorar, quando se deixa cativar. _ Eu acho que eu sei o que é cativar. Eu tenho uma rosa, e ela é única no mundo. Sabe o que significa compreender e guardar o bem? Guardar esse amor infinito de Deus, que é exagerado, silencioso, de graça? É descobrir que esse universo inteiro é feito para você. Se você fosse a única pessoa no mundo, Deus não amaria mais você do que ele já ama. Porque você para Deus é único no mundo. O dia em que Jesus for para você, único no mundo, você já aprendeu esse segredo. ] Senhor eu quero guardar as coisas boas em meu coração, só as coisas boas no meu coração, quero abraçar o bem. Eu quero me apartar do mal. Por isso eu quero mais uma vez experimentar esse amor que é exagerado, que é silencioso, que é gratuito. E eu quero experimentá-lo nos detalhes da minha vida.
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Não olhes para trás Gênese 19, 17: Quando já estavam fora, um dos anjos disse-lhe: “Salva-te, se queres conservar tua vida. Não olhes para trás, e não te detenhas em parte alguma da planície; mas foge para a montanha, senão perecerás.” Aqui está falando da destruição de Sodoma e Gomorra, das armas que o encardido usa para destruir o ser humano. Porque ele não quer formar esse povo novo, ele quer esse povo novo fraco. Ele tem muitas armas, mas nós temos uma poderosa arma contra ele, e é essa arma que queremos usar agora. Talvez no mundo em que estamos vivendo, muitas coisas são parecidas com Sodoma e Gomorra. Se olharmos os versículos anteriores ao dezessete, o povo não acreditava naqueles sinais tão evidentes de destruição, ou pior, de auto-destruição. Mas Lot acreditou, o anjo gruda-o pela mão, o puxa para fora da cidade. Às vezes Deus faz isso conosco também, nos dá um puxão, por um acontecimento, por uma dificuldade da vida, e nos dá uma ordem. Eu penso que esta ordem de Deus para esse ano, esse século, esse milênio. Para de fato, iniciar esse novo tempo de Deus, através do anjo que diz a cada um de nós hoje: Salva-te, se queres conservar tua vida. A primeira e grande ordem de Deus. Conservar sua vida em Deus, salva-te de tudo isso, de todas suas armadilhas de destruição. Para que aconteça a salvação de Deus, ele dá a Lot e a nós três ordens. Primeira ordem: Não olhes para trás. Segunda ordem: não te detenhas em parte alguma da planície.
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Terceira e mais importante ordem: Foge para a montanha, senão perecerás. Essa é uma palavra muito forte para nós, para esse novo começo, para esse tempo novo, esse século novo, esse milênio novo. Nós estamos perecendo, o mundo está mergulhado como Sodoma e Gomorra nesses pecados que o encardido oferece, como se fossem coisas bonitas, boas e agradáveis. Esses inúmeros acidentes que acontecem nas estradas onde morrem muitas pessoas, e na maioria das vezes são causados em conseqüência do álcool e da alta velocidade. O mundo está perecendo, e essa é a primeira constatação que precisamos ter, porque também estamos mergulhados nesse mundo, estamos perecendo juntos, a família, a juventude, estão perecendo nas drogas, no álcool, no fumo, na prostituição. Deus não quer que nós pereçamos. Talvez seja a hora de gritarmos como os discípulos e São Pedro: “Salva-nos Senhor, nós estamos perecendo”. Jesus estende a mão, mas esse estender a mão de Jesus hoje, segundo Gen.19, 17, é algo dinâmico. Aliás, esta é uma constante na bíblia inteira: Acolher o novo de Deus. É impressionante que Deus só pôde realizar seu plano na vida daquelas pessoas que tiveram a coragem de acreditar no novo de Deus. Começa com Abraão no capítulo doze de Gênese, um velhinho que já estava esperando a morte em Ur da Caldéia, um homem que já estava com noventa anos. Nós sabemos que o velho gosta do lugar dele, aliás, nós vamos sabendo que estamos ficando velhos quando começamos a nos acostumar, só consegue sentar no mesmo lugar da sala, tem um lugar fixo a mesa, não consegue dormir fora do colchão, para viajar tem que levar seu travesseiro, a pessoa vai se acomodando, e isso é ser velho. Além de ser velho, ainda fica pensando: “No meu tempo era bom”.
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Abraão era velhinho, e Deus disse para ele: Sai da tua terra e vai onde eu te mostrarei, ele acreditou e saiu. Quando Deus viu que ele acreditou, disse: Você vai ser pai. Ele não acreditou muito, mas Sara começou a rir e disse: “Eu já estou com noventa anos, quarenta e seis anos na menopausa”. Tanto que ela deu a empregada para fazer o serviço. Mais acreditou no novo, Lot acreditou no novo. No começo ele também resistia, mais ele queria salvar sua vida. Então foi na casa de todos os seus genros, e todos estavam fazendo festa, pois eles não estavam preocupados com o fim e só queriam festa, fazer baderna. Lot estava vendo por esse caminho que o mundo estava indo, Sodoma e Gomorra só podiam ser destruídas, e eles estavam acomodados. Ele não era muito novo, Lot já era avô. Deus fez essa primeira e grande pergunta para Lot, e creio que Deus também dá a nós: Você quer de fato, salvar a sua vida para valer, ou quer entrar no novo milênio como esse cristão samambaia? Que cresce um monte, mais não serve para nada, e ainda enche a terra de acidentes. Quer salvar sua vida para valer? Então olhe para esse Salvador que nos dá três ordens lindas de cura interior, de restauração, de transformação, e de mudança de vida, são três ordens que vamos retomar muitas vezes ao longo dos nossos dias. A primeira e grande ordem de Deus. Não olhes para trás. Nós somos muito apaixonados pelo passado, tanto pelo passado bom, quanto para o passado ruim. Todo ano é feito a queima do calendário. Levávamos calendários do ano anterior, e fazíamos uma reflexão, sobre as coisas ruins, as coisas negativas que nos aconteceram, e naquele calendário tentávamos lembrar dos anos que já tinham passado, e eu pedia para escrever a data de seu nascimento em cima do calendário e depois nós queimávamos o calendário.
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A coisa que o encardido mais sabe e mais gosta de ver é o ser humano ficar preso ao passado. Por isso que as pessoas se deixam conduzir por ele, são pessoas que vivem no passado, que vivem olhando para trás, estão sempre com saudade do que já foi, e pior, não conseguem esquecer o passado. Têm uma memória impressionante, tem aquele dom de ficar remoendo o passado. As pessoas gostam de tratar o passado com carinho, tem gente que fica ensaiando discurso para falar a uma pessoa que a magoou. Quando o marido chega atrasado em casa, ela pergunta o porque do atraso, mais ela não escuta, porque já fica pensando no que ela vai falar quando ele terminar de se explicar, e marca tudo no calendário. A mulher de Lot, o que aconteceu com ela pôr ter olhado para trás? Virou uma estátua de sal, estátua é coisa parada, que não tem vida. Eu conheço um monte de pessoas estátuas, por exemplo, aqueles maridos que chegam em casa, sentam na frente da televisão e parecem estátuas. Jovem estátua, tente falar com um jovem chapado. Mulher estátua, que toma aqueles remédios de louco. A pessoa vira estátua, vai ficando abobada. É estátua de sal, é amarga, é azeda, coisa ruim, que tem o dom de guardar tudo que é ruim, da sua vida e da vida dos outros, e vive amargurando. Não olhes para trás. Por que você não é feliz? Porque você está preso ao passado, fica remoendo aquela amargura. Estátua de sal tem que dar para as vacas lamber, porque quem gosta de lamber sal é vaca. Não olhe para trás. Não faça como o governador de Minas quando inaugurou a nova ala da Fiat. Deram a ele um Uno novo, que tinha limpador de vidro traseiro, e ele foi de ré de Divinópolis até Belo Horizonte. Tem gente que engatou uma ré na vida. Você sabe dirigir carro? Quando é que usamos a ré? A ré você usa quando precisa fazer uma manobra onde é absolutamente impossível ir para frente, quando você está em um lugar muito estreito e você tem duas regras para usar a ré.
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Primeira: com muita atenção, e é por isso que você tem dois espelhos retrovisores. Segunda: Devagar, tem gente que engatou a ré na vida. Hoje tem uma ordem para você: não olhe para trás. São Jerônimo, o homem que traduziu a bíblia, viveu vinte e sete anos na gruta de Santa Catarina que fica embaixo da gruta de Belém onde Jesus nasceu. Jerônimo era um homem rico, bonito, largou tudo por Deus. Um homem muito inteligente, de uma cultura fabulosa. Todos os dias Jerônimo rezava, porque ele queria ser feliz, mas ele não conseguia ser feliz, não tinha aquela paz interior, então perguntou para Deus: “Deus, por que eu ainda não consigo ser feliz, ser esse homem livre que eu quero ser?”. Deus disse: “Jerônimo, você precisa me entregar a coisa que você mais ama.” Jerônimo ficava pensando o que ele mais amava: “Minhas roupas eu não amo mais, eu uso este habito simples, minha inteligência eu também não amo mais, tanto que eu não leio mais nenhum livro, só livros que me ajudem na minha missão de evangelizar, eu já entreguei o meu corpo, eu procuro viver no jejum, eu me consagrei inteiro na sexualidade, na castidade, o que será que eu preciso entregar para Deus?”. Vinte e sete anos depois ele descobriu, quando o Espírito Santo falou ao coração dele: “Jerônimo, entrega-me os teus pecados”. Você já observou que coisa absurda que o encardido faz conosco? Ele é tão terrível que ele faz você amar o pecado como a coisa mais importante do mundo. Tanto que você protege mais o pecado do que a sua vida. Tem pessoas que guardam seus pecados há anos, tem pessoas que tem cofre dentro do coração, e arruma serviço de segurança e monitores para ficarem vigiando para que o pecado não fuja do coração. Tem pessoas que estão com quarenta, sessenta anos de idade e estão guardando pecado de quando tinham cinco anos de idade, que muitas vezes nem pecado era, mas acabou se tornando pecado, porque se tornou um vício.
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Em Bethânia, o meu filho mais velho tem setenta e seis anos, fumava desde seus oito anos de idade, portanto fumou sessenta e oito anos, chegou em Bethânia e viu uma placa bem grande: “Não é permitida a entrada e o uso de cigarro”. Pegou o fumo que ele tinha, o cachimbo, resto de cigarro, entregou para a Margarida e falou: - Mãe, está aqui. - Você não tem mais vontade de fumar? Eu disse. - Eu deveria ter largado antes Padre, agora eu encontrei Jesus. Ele disse ao Dunga que foi a mesma coisa de pôr aqui, e colocar lá. Você consegue fazer isso com seu pecado? Nós amamos nossos pecados, nós amamos o vício. Fica igual os dois compadres que combinaram de irem pescar, mas como as mulheres deles sempre reclamavam de quando os dois iam pescar, eles só iam para beber, eles combinaram de não beberem. Quando se encontraram de manhã, um estava com dois embornais. O outro falou: -Que tem dentro desse bornal aí? -Eu estou levando cachaça. -Mais nós combinamos que nós não íamos beber. -Mais não é para beber mesmo, é que se caso aparecer uma cobra e nos morder, já temos a cachaça para desinfetar. -E o outro embornal? -Eu estou levando uma cobra, vai que não aparece nenhuma. Nós fazemos assim com o pecado. Eu quero parar de fumar, mas eu compro o cigarro. Diminuir piora, porque sabemos qual mato é ruim, quanto mais você corta, mais ele engrossa, e mais forte ele vem. Será que não amamos demais o pecado? Não olhe para trás. Quer salvar sua vida? Não olhe para trás.
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O encardido é especialista em gravar os nossos pecados, ele tem um sistema de Laptop de última geração, que é ligado à telefonia celular, chamada de infernet. Tudo que você faz de errado ele registra na hora, e os erros das pessoas que convivem com você ele registra e te manda um bekup. Tem um monte de pessoas que são funcionários do encardido, vivem mandando e-mail com os bekups dos erros dos outros. Você já notou que você já distribuiu algum disquete por aí, tem pessoas que compram aqueles Zip grande para caber mais coisas dentro, aquele disquete especial, tem pessoas que não se contentam apenas com um endereço, precisam ter um portal inteiro só para gravar os erros seus e dos outros. O padre Zezinho tem uma câmera de televisão que puxa três mil, quatrocentos e cinqüenta vezes mais perto. O encardido tem uma que puxa um milhão e meio, dois milhões, três milhões. Ele tem o jornal, a televisão, o rádio a serviço dele, só para falar mal e fazer fofoca da vida alheia. Não é fácil deixar o passado. Você quer começar um ano novo? Pensa que é só mudar o calendário? Você tem que se tornar uma pessoa nova. Isso é igual à mulher que foi comprar um vestido, ela falou: “Eu quero comprar um vestido preto que me deixe linda, maravilhosa e sensual”. A moça falou: “O vestido nós vendemos”. Não adianta só dizer adeus ano velho e feliz ano novo e levantar com aquela cara amarrotada, azeda, estátua de sal, desanimado, reclamando. Levanta e a primeira coisa que faz é abrir a página do diário, ou o seu calendário, e ficar lendo e relembrando tudo de ruim que aconteceu. Nós atualizamos todos os dias o nosso coração com o passado e o pecado. Não olhe para trás. Essa ordem é difícil, mais sem ela não vamos conseguir realizar as outras duas.
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Para que tenhamos certeza absoluta de que é possível viver o novo de Deus, Jesus se fez gente em nosso meio. Que maravilha a leitura tirada do Profeta Isaías: Aqueles que andavam nas trevas viram uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu a luz (Isa 9,1). Todos nós já andamos nas trevas, pelo pecado que fizemos, ou um erro, ou porque acabou a luz. Só que aqueles que habitam as trevas, são aqueles que vivem no escuro do pecado. Pode perceber que o lugar do pecado é lugar escuro, aquela rua escura onde vende droga, onde as pessoas se prostituem. Jesus veio inaugurar uma era nova, não essa era que o povo tanto fala. A única era que começa é Jesus, é aquele que era, que é e que será. Em João capítulo um versículo quatorze: O verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós. Jesus é o contrário de tudo que é religião, leiam as outras religiões, e eu posso falar isso de cadeira, pois sou professor de cultura religiosa. Todas as religiões, nós vemos as pessoas, o devoto, o fiel, ele tem que lutar muito para Deus ouvir a oração dele, ele tenta chamar a atenção de Deus de todas as formas, para ver se Deus olha para ele. O cristianismo é a religião do absurdo, ao invés do ser humano ficar chamando Deus, é Deus que vem e entra na nossa história e a assume. Não assume o pecado, mas a conseqüência do pecado. São Paulo diz aos Filipenses: “ele não se apegou ansiosamente a sua condição divina, mas tornou-se escravo, servo obediente até a morte de cruz”. O maior milagre de todas as histórias é o versículo quatorze do capítulo um de São João. O verbo de Deus se fez gente, gente de carne, gente fraca e que fica doente, que tem problemas, dificuldades. Jesus não veio fazer uma visita de helicóptero nem de ET, por isso eu não acredito em ET. Há algum tempo li uma matéria que diz que vê duende. Quem tem o olho doente,
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só pode ver duende. Tem pessoas que vêem ET, mais não vê o vizinho, não vê o pai, a mãe, o irmão. Moram na mesma casa, mas não se vêem, daí ficam vendo duende, vendo ET. Jesus não é um ET que baixa o disco, vem e diz: “Eu sou Jesus e vou salvar vocês”. O verbo de Deus se fez carne e habitou. Habitou vem de hábito de vestir roupa, de vício. Por isso São Pedro vai dizer: Sobre si ele carregou nossas enfermidades. Para que o ser humano acreditasse nesse novo, Jesus é a boa nova, e que boa nova é essa que de fato nos faz não olhar para trás? A boa nova é que Deus é Pai, que nos ama desesperadamente, que nos ama a ponto de entrar na nossa história e ficar nessa história eterna e perpetuamente, que o ser humano é a obra mais prima de Deus, e que não nasceu para ser essa estátua de sal, para viver parado, o ser humano tem vida. Jesus não falou isso apenas em um belo discurso, ele falou com a vida. Por isso as mais belas passagens da bíblia, as mais emocionantes são os encontros de Jesus com os grandes pecadores. Por que será que esses encontros de Jesus foram tão revolucionários? Porque eles já estavam tão mergulhados no pecado que eles não tinham mais no que se segurar. Enquanto temos nossas seguranças humanas, enquanto vivemos nas seguranças mundanas, nós não nos entregamos inteiramente ao Senhor. Enquanto vivemos com as preocupações nas coisas e não dermos esse passo ainda. No entanto, os grandes pecadores não, eles não tinham mais nada a perder. O que Zaqueu tinha a perder? Nada, ele já tinha descoberto que ele ficando rico, importante, ladrão, ele não era feliz. O que aquela prostituída, pega em flagrante adultério tinha a perder? O que aquela samaritana linda e maravilhosa, uma mulher que arrumou seis maridos tinha a perder? Nada, tanto que ela largou o balde que ela veio buscar água. Todos esses grandes pecadores se encontraram com Jesus, e a partir desse encontro, a vida foi completamente mudada.
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Eu pergunto para você e para mim, será que nós nos encontramos realmente com Jesus no Natal? Todos aqueles que se encontraram verdadeiramente com o Senhor, começaram uma vida nova sem nenhuma exceção. Primeiro os magos, que foram lá ver o menino, e diz o evangelho que foram embora andando por outro caminho. Foram lá entregar o ouro, incenso e mirra. Se entregassem somente isso não iria adiantar nada. Talvez no natal você também tenha dado presentes, mais voltou por outro caminho? Se não voltou, você não celebrou o natal ainda. Começar do mago, e ir até Dimas, o ladrão que estava preso na cruz, começou o novo caminho quando falou para Jesus: “Lembra-te de mim quando eu estiver no teu reino”. Jesus disse: ”Hoje você estará comigo no paraíso”. É hoje, não ontem e nem amanhã. Esse é o dia em que o Senhor nos fez, dia de alegria e de Júbilo. É Kairós, é agora. Todos aqueles que se encontraram com Jesus voltaram para suas casas curados, restaurados, transformados. Se isso não aconteceu conosco ainda, é porque estamos sendo cristãos samambaias, é porque ainda não tivemos esse encontro com o Senhor, e estamos olhando para trás. Quem olha para trás vai virar essa estátua de sal. Lot levou tão a sério a ordem de Deus, que ele nem olhou para trás quando sua mulher caiu e virou uma estátua de sal. Se você reclama de sua esposa, diz que ela é ruim e te atrapalha, larga essa estátua para trás, pra Deus. Se ela tiver que transformar em sal, em dois tempos Deus dá um clique nela. Só que se você for um homem cheio da água viva do Espírito Santo, joga água nesse sal que derrete. Não olhe para trás. Por isso Jesus jamais fez se quer uma pergunta para qualquer pessoa sobre seu passado. Isso me impressiona, cada vez eu fico mais apaixonado com Jesus. Será que foi só um esquecimento dele, que ele não perguntou para aquela prostituta o que aconteceu com ela? Se ela teve algum problema na infância, na adolescência,
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se algum namorado a abandonou? Perguntou? Vá e não peques mais. Zaqueu, hoje a salvação entrou na sua casa. Em Lucas capítulo oito, versículo três, mulher hemorroíssa. É muito linda essa passagem, aquela mulher tinha uma doença terrível, doença física incurável, doença afetiva terrível. Ninguém podia chegar perto dela, era uma doença espiritual pavorosa. Eu não sei se no evangelho aparece alguém, ou na história humana aparecesse alguém numa situação pior que daquela mulher. Primeiro por ser mulher, e sabemos quanto o povo judeu ainda hoje vive o machismo, eles rezam: “Eu te louvo Javé por eu ser judeu, e eu te louvo por eu não ter nascido mulher”. Vocês sabiam que a grande causa do homossexualismo é porque os gregos consideravam a mulher um ser inferior e por isso eles pegavam meninos, rapazes para ter relações com eles? Porque pelo menos eram da mesma raça e do mesmo sexo? Aquela mulher era uma mulher marginalizada, tinha uma doença, uma hemorragia, uma menstruação contínua, quase que uma leucemia, ela ia perdendo sangue e perdendo forças. Doze anos, doze tribos de Israel, doze apóstolos, doze meses do ano, a hora que Jesus foi crucificado. Doze é o completo, o número daqueles que serão eleitos no reino, doze vezes doze, os cento e quarenta e quatro mil. Aquela mulher fazia doze anos que sofria de uma doença horrível. São Lucas diz que ela tinha gasto todos os seus bens com os médicos, já cumprindo aquela grande profecia de Eclesiástico trinta e oito. Se você pecar você vai acabar caindo na mão do médico. Ela não tinha mais esperança nenhuma fisicamente, uma pessoa que perde sangue todos os dias durante doze anos. Economicamente não tinha mais nada, fisicamente miserável, afetivamente, quando a mulher estava menstruada, não se podia chegar perto dela, tudo que ela tocasse se tornava impuro, inclusive o marido, os filhos, ela não podia fazer comida, se fosse solteira não podia mais namorar, não podia cumprimentar
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um irmão, não podia ir a um velório, não podia ir a lugar nenhum. Era pior que uma leprosa, que quando saía na rua, todo mundo abria caminho, e é por isso que ela chegou em Jesus. Você imagina uma pessoa afetivamente destruída desse jeito, ninguém quer chegar perto de você, uma pessoa que fedia, imagine que na época de Jesus não tinham esses recursos de higiene que existem hoje, nem os recursos da facilidade do banho. Uma mulher que fedia no seu pecado, que vivia na mágoa. No dia do aniversário dela, imagine que ela ficava pensando porque ninguém ia dar um abraço nela, no natal, ou na igreja que ninguém ia lhe dar a paz de Cristo. Ninguém chegava perto dela. Fisicamente, economicamente zerada, afetivamente, marido, sexualmente zero, como mãe não podia chegar perto do filho, seu filho chorava e ela não podia troca-lo porque não podia tocar na criança. Espiritualmente no fundo do poço. A doença, um castigo de Deus, aquela doença era um castigo de Deus, ela deve ter cometido um pecado grave demais, imagine o que os vizinhos não falavam dela: “Deve de ser bruxa, já viu o jeito de ela olhar para gente? Ela não tem cor normal, ela é branca, tem aqueles olhos fundos, ela olha pra nós de um jeito que penetra. Eu fiquei sabendo que uma vez a vizinha dela passou perto dela com um neném, ela olhou para o bebê e deu mau olhado no neném, ele ficou com arca caída, ela chega a matar galinha só de olhar na franga, planta também, minha cunhada tinha uma flor na janela e o dia que ela passou, a flor murchou”. Já pensou a criançada, do jeito que não insultava aquela mulher? Quantos apelidos essa coitada tinha? Coloque-se no lugar dela. Tem pessoas que reclamam da vida e acham que têm problemas, imagine você no couro dessa mulher que estava financeiramente zero, fisicamente zero, afetivamente zero, sexualmente zero, familiarmente zero, comunitariamente zero, espiritualmente zero.
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Lá estava de longe aquela multidão em um profundo silêncio, e ela conseguia escutar aquele homem, e esse homem falava de um jeito muito diferente. “É ele que multiplicou os pães, que tocou no filho da viúva de Naim, é ele, eu ouvi falar que lá em Jericó ele fez dois cegos enxergarem”. Mais ela não podia chegar perto dele, estava proibida pelo sacerdote, os leprosos tinham que se apresentar ao sacerdote quando estavam curados, era o sacerdote que dizia se podia ou não voltar para a comunidade. Como ela iria chegar lá na frente? Aquela mulher fez um estudo estratégico. “Por onde eu vou chegar? Eu vou chegar escondida”. Olhe só que fé linda e maravilhosa. Foi escondida, e todos foram abrindo, porque ninguém queria chegar perto dela, ela foi e tocou só na orla do manto, ela não tocou na mão de Jesus porque ela não queria fazê-lo impuro, ela tocou só na parte de trás da orla do manto, porque ela não tinha coragem de se olhar, significava que ela vivia presa, escondida, estava sempre por trás das pessoas, por trás das coisas, ela não tinha mais coragem de olhar ninguém de frente. É isso que o pecado faz conosco, quando a gente peca. A criança faz algo de errado e quando dizemos: “olha pra mim”, ela abaixa a cabeça. Não é assim? Quem de nós já esteve nessa situação? Mais ela foi trás e pôs a mão na orla do manto de Jesus, e Jesus olhou para ela, e a cena é fabulosa, uma das cenas que nós lemos e damos risada meia hora. Jesus pára o sermão, e profeticamente fala: “Alguém me tocou”, São Pedro começou a rir, chegou no lado e começou a dizer: “Faz favor, o Senhor está tendo uma crise de estrelismo? O Senhor não está vendo aquela multidão que te aperta, cotovela, o povo ta pisoteando na gente e o Senhor vem perguntar quem tocou no Senhor?” Jesus olhou para Pedro, pensou, mas não falou: “Pedro querido, estimado, eu não estou perguntando quem foi que esbarrou em mim, disso estou cansado Pedrão, gente esbarrando em mim tem pra todos os lados, eu estou perguntando quem foi que me tocou”. A mulher levantou
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o dedo, mais ele já sabia quando ela estava indo, mas não porque ele tinha capacidade de enxergar atrás, mais pela reação das pessoas que estavam na sua frente. Jesus já percebeu, ele olhava para as pessoas e via os olhos das pessoas, ele era especialista no olhar, ele olhou para o jovem rico e amou, quando olhou para Pedro já sabia tudo. Quando ele olhou para aquele povo que estava na sua frente, viu o olhar deles ficando nervosos e brancos. “Foi eu Senhor”. Jesus olhou para ela e não ficou impuro, ela deixou de ser impura, ela ficou completamente curada, restaurada. Sabem porque ela teve que perder todo sangue? Para que a partir daquele dia, um sangue novo começasse a circular nas suas veias. A vida está no sangue, os doze anos dela significam o tempo que ela foi levando para ir deixando o passado, o pecado. Talvez ela tivesse tido uma vida irregular, talvez ela tivesse se contaminado com uma doença sexualmente transmissível, ou sofresse de uma espécie de Aids, leucemia. Ela não foi mais buscar soluções humanas, porque ela já tinha gasto tudo, ela não foi fazer um transplante para aquela leucemia, pedir para a mãe dela arrumar um homem para ter filho com ela para fazer um transplante da medula dela. Teve que escorrer todo sangue velho, como a galinha quando cortamos o pescoço, e escorre todo o sangue. Aquela mulher levou doze anos. Você já levou quanto? Quantos de nós estamos há doze, há quinze, há vinte, trinta anos na hemorragia do ódio, do pecado, da mentira, das drogas, da prostituição, da violência, do pessimismo, das máscaras de uma farisaísmo, e nos contemplamos em tocar, sermos tocados e aplaudidos pelo mundo. É preciso escorrer esse sangue velho, esse sangue contaminado, é preciso abrir-se inteiro, conversão, metanóia, é preciso partir o frango. Por isso que pra comer frango tem dois processos, primeiro é arrancar as penas, que é o que está do lado de fora e é o mais fácil, que são
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nossos vícios, as aparências. E depois é preciso partir o frango e tirar as entranhas, tirar pra fora aquilo que está escuro lá dentro. Aquela mulher tirou as penas e as entranhas durante os doze anos, ela foi perdendo tudo, gastou tudo que ela tinha, graças a Deus não gastou a esperança que a fez ao menos caminhar na direção certa uma única vez na vida. Hoje pode ser esse dia na sua vida, na minha vida. Quantas pessoas começam o ano na praia dando os sete pulinhos nas setes ondas? Nós queremos pular com os sete dons do Espírito Santo e pular para valer. Quantos entram no mar, põem o barquinho e saem de ré? Nós vamos entrar em um barco único, o barco que ele mesmo pilotou, que ele navegou, e não olhou para trás, mas olhar para o alvo, para a meta, para onde ele nos aponta, e acolher o novo de Deus. Senhor, hoje eu quero ser como essa mulher hemorroíssa, o Senhor me conhece, o Senhor sabe minhas fraquezas, minhas limitações, meus pecados. Eu estou pior que esta mulher, eu já estou há tantos anos na hemorragia do pecado, do ódio, da mentira. O senhor conhece isso que tira minha força Senhor, esse vício que eu não consegui vencer ainda, essa impureza que eu não conseguir vencer ainda. Eu quero ser como essa hemorroíssa, mas não tocar só na orla do seu manto, tocá-lo inteiro na eucaristia, e quero de fato começar essa vida nova, por isso eu suplico Senhor, derrama sobre mim, sobre meus irmãos o teu Espírito Santo de amor Senhor. Hoje eu olho para minha vida e berro como Pedro e os apóstolos: ”Salva-me Senhor, eu estou perecendo, nós estamos perecendo”. Nós estamos sendo enganados pelo inimigo que vai nos oferecendo o pecado, a mentira com o gosto gostoso da falsa liberdade. Eu estou a tanto tempo usando essa máscara, o Senhor sabe que lá dentro de mim eu estou cultivando e passando de um ano para o outro os meus pecados, meus egoísmos. Há quantos anos cultivo essa mágoa no meu coração? Essa doença? Mais hoje eu
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quero tomar posse dessa palavra, e eu não quero mais olhar para trás, eu não quero mais voltar para trás, eu não quero voltar a ser o que eu era Senhor. Eu quero, eu preciso ser tocado, o Senhor sabe o quanto eu já perdi, já perdi minha dignidade, amigos, pessoas, saúde, eu estou preso aos meus pecados, cultivando esses pecados. Eu quero ser um vaso novo Senhor, o presente novo do teu amor, a novidade absoluta, um homem novo, uma mulher nova, restaurado, curado, sarado, recriado segundo teu amor, eu não quero mais olhar para trás, te entrego meu passado, tudo que eu sou, tudo que eu tenho. Lava, purifica, restaura minha vida, eu te entrego meu coração em uma canção nova para ti e para Deus, eu não quero mais a canção velha do pecado, eu quero entregar-me inteiro nessa nova canção de Deus.
Milagre uma resposta de Deus Ao aproximar-se Jesus de Jericó, estava um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Ouvindo o ruído da multidão que passava, perguntou o que havia. Responderam-lhe: “É Jesus de Nazaré, que passa.” Ele então exclamou: “ Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Os que vinham na frente repreendiam-no rudemente para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais forte: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Chegando ele perto, perguntou-lhe: “Que queres que eu faça?” Respondeu ele: “Senhor, que eu veja.” Jesus lhe disse: “Vê! Tua fé te salvou.” E imediatamente ficou vendo e seguia a Jesus,
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glorificando a Deus. Presenciando isso tudo o povo deu glória a Deus. (Luc 18,35-43). Nós precisamos ter a graça de fazer a experiência que fez esse cego de Jericó. Jericó, a cidade mais antiga da terra, a cidade que ainda existe até hoje. Jericó fica situado entre Jerusalém, a Judéia e a Galiléia, é aquele lugar perigoso, onde machucaram aquele homem que foi socorrido pelo bom samaritano. É também a cidade de Zaqueu, e esse episódio precede o grande encontro de Jesus com o Zaqueu, e olhando para esse episódio, a cura desse cego de Jericó, eu vejo aqui um programa de vida para todos nós, que nos propõe uma dinamicidade progressiva da nossa experiência de Deus, do entusiasmo inicial é preciso chegar a experiência da fé que vem pela provação. Significa que a fé é dinâmica, que fé é dar passos concretos. Nesse texto, nós vemos três momentos: O cego ouve falar em Jesus, ele começa escutar um burburinho aí vem a curiosidade: “Que barulho é esse?”. Esse é o primeiro estágio, o estágio da curiosidade. O estágio do “oba-oba”, das pessoas que gostam de ir só pelo aspecto da festa, daqueles que ficam na superfície, daqueles que não deixam o fogo purificar e querem deixar baixar a poeira dos problemas para ficar lá no fundo do coração. O primeiro momento é de curiosidade, e a curiosidade leva a pessoa à bobagens, curiosidade que ainda não é essa adesão ao Senhor, mas é o primeiro passo, só não pode ficar nela se nós quisermos experimentar isso que o cego experimentou. Quando ele ficou sabendo que era Jesus que estava lá, ele teve um primeiro momento de ir ao encontro do Senhor, ele precisava tocar o Senhor, por isso ele grita e exclama: “Jesus de Nazaré, tende piedade de mim!”. Porque aquilo que ele ouviu sobre Jesus. Aqueles comentários que ele havia ouvido de Jesus, porque Jesus vinha caminhando e na frente de Jesus iam os comentários. Assim como quando vamos pregar em uma cidade as pessoas dizem: Venha participar desse encontro porque vai vir aquele
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padre, e vai ser maravilhoso, e aquele cantor vai estar lá. Era assim com Jesus também. Quando esse cego descobriu que era esse tal de Jesus que eles tanto falavam, ele começou a gritar: “Jesus Filho de Davi, tende piedade de mim!”. E aí vieram os problemas que ele teve que enfrentar. Os que estavam perto dele mandaram que ele ficasse quieto. O encardido já estava ali: “Não fica berrando não rapaz, não vê que está atrapalhando ele”. Mas ele continuou berrando, e berrou tanto que Jesus chegou perto dele. É impressionante o humorismo de Jesus, eu acho excepcional aquela cena daquele cego berrando e Jesus vira-se e fala para ele: “O que você deseja?”. “É claro que eu quero ver”. “É, então vê”. Nunca podemos esquecer que na bíblia o milagre é sempre uma resposta. E é por isso que não acontecem milagres na vida de muitos católicos, porque os católicos ficam esperando o milagre. Lembram-se do gaguinho Moisés? Deus sempre escolhe os piores, por isso escolheu eu e você. É uma marca registrada de Deus. Quando ele foi escolher o pai do seu povo, ele escolheu Abraão, velho e Sara já estava há mais de 46 anos na menopausa, ela era estéril. Tanto que, quando o anjo falou que ela iria ter um filho ela disparou a rir do anjo. Quando quis escolher um profeta para falar de sua Lei para o seu povo ele escolhe Moisés, um gago. Os grandes santos em primeiro lugar foram grandes pecadores, mas fizeram essa experiência de ir ao encontro do Senhor e provocar. Por isso todo milagre é sempre uma resposta. Deus abriu o Mar Vermelho, mas foi Moisés que teve coragem de pisar na água. Jesus curou esse cego, com a reposta daquilo que o cego estava buscando. Nas bodas de Caná, um milagre maravilhoso que transformou água em vinho. Quem carregou a água? Foi ele? Os servos carregaram 720 litros de água, o poço ficava pelo menos há um quilometro, e se eles tivessem colocado cem litros de água teriam somente cem litros de vinho. Deus sempre nos dá conforme nós buscamos, o milagre é sempre
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resposta. Aquele milagre lindo da multiplicação dos pães, um monte de pessoas que os apóstolos queriam mandar embora porque não tinham comida e nem dinheiro. Jesus virou-se para eles e disse: “Vocês mesmos devem dar de comer a eles”. Jesus viu que tinha ali um menino olhando para ele, e esse menino havia trazido merenda, porque a mãe daquele menino antes de pegar a máquina fotográfica falou: “Olha meu filho, você almoça direito e leva esses peixes que sobraram porque lá não tem Mac’Donald, e se você ficar com fome eu não vou sair para comprar comida para você”. O menino levou a merenda. Jesus gostou demais da criança e quando falou: “Vocês mesmos devem dar de comer”, falou para ver o jeito da criança. E o que o moleque fez? Levantou-se e deu tudo o que ele tinha, por isso o milagre se chama multiplicação. Jesus podia ter feito uma cena linda, poderia ter feito alguma coisa que desse ibope, um discurso, por exemplo, assim: “Silêncio por favor. Eu vejo que muitas pessoas estão com fome, Amém! Por isso eu vou pedir ao meu Pai, vocês estendam as suas mãos em minha direção, eu vou pedir e o Pai vai abrir essa nuvem, e dessa nuvem agora vai ser derramado pão em abundância para vocês”. O pai estava acostumado fazer isso, pois fez chover maná quarenta anos no deserto. Mas ia ter gente reclamando: “É, tem pão, mas não tem manteiga. Só pão? Não tem uma chimia pra pôr não?”. Mas o milagre chama-se multiplicação, porque Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes e foi multiplicando. A matemática nos ensina uma coisa muito simples, nos ensina que multiplicação é uma conta que nunca pode ser multiplicada por nada. Qualquer coisa multiplicada por zero dá zero. Por isso que não acontecem milagres em sua vida. Você tem um bilhão da graça de Deus, multiplicado pelo zero da sua fé é zero. O milagre é multiplicação. O que você é capaz de dar? O menino deu toda a sua merenda, e se fosse você que tivesse a merenda, ia ter milagre? Ou você ia pensar: “Cinco pães e dois peixes para esse povo todo não vai dar nada mesmo, então eu vou me esconder atrás de uma moita e comer sozinho, e ainda
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faço cara de fome”. Por isso não tem milagres, é uma lógica, Jesus é engraçado porque ele devolve o problema. Por isso ele pergunta para o cego: “O que você quer?” Ou seja, mostra o que você quer. Não adianta nada você querer com a boca e na hora de arregaçar as mangas você não querer nada, ou só quer para você. Milagres acontecem quando têm pessoas como o menino que teve coragem de dar tudo que tinha. Por isso que na missa têm os coroinhas, não é porque o padre não pode pegar sozinho o pão e o vinho. O que simboliza aquele menino ou menina que traz o pão e o vinho e põe em cima do altar? Eles simbolizam o menino que teve a coragem de dar a merenda. O pão e o vinho é a merenda. Jesus disse: “Eu sou o pão da vida, quem come a minha carne não morrera”. Mas, como vai acontecer milagres, como vão acontecer curas e prodígios se você está com os braços cruzados e só pensa em você? Em uma fazenda tinha um burro e um porco. O porco lá em seu chiqueiro só comia, e o burrinho trabalhava o dia inteiro, o porco ficava rindo do burrinho todos os dias: -Trabalha burrão, trabalha burrão. -O que eu posso fazer, eu tenho que trabalhar. -Tem nada, olha eu aqui, hoje eu levantei nove horas, comi uma bela lavagem, deitei aí nessa água, virei de um lado, virei do outro. Você é bobo, por isso que você se chama burro, devia se chamar de anta também, porque além de burro você é muito anta, é só não ir trabalhar, você não está vendo que o patrão está fazendo você de besta seu burro. -É, mas não tem jeito eu tenho que trabalhar, o que eu posso fazer porco? O burro já estava se deixando levar pelo porco. -Amanhã quando o patrão vir buscar você para trabalhar, não vá.
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-Mas de que jeito eu vou fazer isso? -Manca, finge que está com dor na perna. -Será que dá certo? No dia seguinte, o patrão foi pegar o burro, o burro relinchava, tentava andar mas mancava muito. -É, hoje não vai dá para trabalhar com o burro não. -Viu, eu falei pra você que dava certo. O Patrão chegou em casa e falou para sua mulher: -O burro está com problema na perna e eu não vou poder ir trabalhar hoje, então você esquenta água porque eu vou aproveitar para matar o porco. Por isso não têm milagres, porque o espírito de líder é igual ao do porco, só pensa em si. É preferível ser burro, porque foi o burro que levou Nossa Senhora para visitar sua prima santa Isabel, foi o burro que levou Jesus em Belém, foi o burro que levou Jesus para o Egito e ainda trouxe de volta, e ainda quando Jesus entrou em Jerusalém entrou em cima de um burro. É preferível ser burro, mas nós burros temos que ter um certo cuidado porque quando o burro entrou em Jerusalém, a multidão aplaudia, só que os aplausos não eram para ele, era para quem estava montado em cima do burro. Cuidado com os aplausos, nem sempre são para você. Dizem que aquele burrinho um dia resolveu voltar em Jerusalém, dizia ele: “Olha eu sou famoso, quando eu fui lá fizeram até fila, colocaram panos, tapetes”. Aí o burrinho voltou lá, ninguém nem conheceu mais ele. O milagre é uma resposta de Deus, eu preciso buscar esse milagre, e buscar através de minha fé, pela minha adesão ao Senhor. Eu tenho que fazer a minha parte, não ficar de braços cruzados, pedindo ajuda, esperando. Sabe por que há tantas doenças no mundo? Tantas pessoas vivendo na mágoa, no pecado no sofrimento e na doença. Você já notou que a medicina ultimamente descobre cada vez mais
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nomes de doenças. E as pessoas adoram falar em doenças e reclamar. A vida parece uma fila de INSS, cada um parece que gosta de sofrer mais que o outro. “Ah, eu sofri tanto”, “ih eu sofri muito mais”. “O meu marido era muito ruim”. “O meu era muito pior”. Porque nosso mundo é tão doente? A Palavra de Deus é a resposta de Deus para nós, mas se não lemos nem meditemos, não descobrimos. Jesus não é curandeiro, Jesus é Salvador. As pessoas correm atrás de curas, e pagam um preço terrível pela cura. São capazes de entregar a própria salvação pela cura. Nós estamos criando uma raça de gente fraca, de pessoas que não lutam, não têm garra. Por isso, com qualquer coisinha caem nas drogas, caem nos anti- depressivos, qualquer coisinha caem no alcoolismo, gente igual a beijaflor. Vão no padre que cura, vão no pai de santo, na mãe de santo. Muda-se de religião como se muda de roupas. “Ah mas o Deus é o mesmo, Jesus é o mesmo”. O meu Deus não é o Deus de muitas religiões por aí não. O Deus que eu acredito é o Deus de Jesus Cristo, não é um Deus que manda doenças. Quantas vezes ouvimos católicos falaram: “Vocês têm que se conformar, é a vontade de Deus”. O marido larga da mulher, vai embora, é sem vergonha, arruma outra... Isso é a vontade de Deus? Quando eu era pequeno eu tinha raiva de Deus. Mamãe nasceu sem alguns dedos. Quando eu era molequinho eu perguntei a ela porque ela não tinha aqueles dedos. “Vontade de Deus”. Eu rezava tanto, porque eu tinha muito medo que Deus arrancasse meus dedos. Um dia eu cheguei da aula, mamãe falou: _ Almoça rapidinho porque nós vamos lá na casa de Saana Tomé _ O que aconteceu com ela mamãe? _ Saana morreu. _ Porque Saana Tomé morreu?
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_ Foi Deus que quis. Arrancou os dedos de minha mãe, matou a Saana Tomé, e agora? Tinha um parente nosso que tinha um menino que caiu da porteira,quebrou a espinha e ficou meio torto. A mãe dele fez uma promessa de não cortar o cabelo dele, e acho que não lavava também. Um dia perguntei para mamãe porque o Chiquinho andava daquele jeito. ”É a vontade de Deus” Arrancou os dedos de minha mãe, matou a Saana Tomé, entortou o Chiquinho e ainda manda as doenças, que Deus é esse, eu morria de medo dele. Depois eu descobri o nosso Deus, e ele não é assim não, o nosso Deus é o Deus que ama, o Deus da cura e da vida. Procurem na bíblia católica se está escrito que Jesus falou que é preciso se conformar com as doenças, ou que foi Deus quem mandou as doenças ou permitiu para você mudar de vida. A doença é conseqüência do pecado da humanidade, a doença é conseqüência do nosso afastamento de Deus, e a doença ofende a Deus tanto quanto nos ofende. A doença pode até ser um grande caminho para chegar até Deus, mas não é ele que manda. Imagine uma mãe todos os dias falando para o filho: “Não fique descalço filho, o seu pai está construindo lá trás, é perigoso meu filho, põe sapatos”. Um dia ela não falou ele,não pôs sapato, no final do dia ele chegou chorando com um prego enorme atravessado no pé. “Mamãe não avisou? Mamãe tinha ou não tinha razão, mamãe quis ensinar você. Agora fale: Eu sou culpado, eu não devia ter desobedecido mamãe”. Agora você vai ficar uma semana com esse preguinho no pé para você aprender a obedecer mamãe”. Uma mulher dessas teria que ser internada em um hospício. E como é que Deus faz isso então? A bíblia diz que Jesus curou todos os doentes. E onde está o problema então? Em nós. Falta-nos um encontro pessoal, como o Papa João Paulo II fala: “De olhos abertos, de coração palpitante com o Senhor”. Falta-nos despir do homem velho, arrancar do nosso peito esse coração de
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pedra, tirar esses nossos vícios, esses nossos pecados, a maledicência, fofoca, o egoísmo, falta-nos essa mudança. Esse novo céu essa nova terra que foi profetizado para ser construído e para ser construído com gente que experimenta um Deus que ama, um Deus que cura, um Deus que sara, um Deus que liberta, e um Deus que está vivo, e que é o mesmo ontem, hoje e sempre. Um Deus que quer entrar na minha e na sua vida. Jesus diz: “Eu estou a porta e bato” E nós católicos não temos desculpas porque nós temos Jesus Cristo vivo. A Eucaristia é um encontro pessoal com Jesus Cristo vivo. Quando o sacerdote levanta aquele pão e aquele vinho e diz: “Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue”. Mas como nós católicos vivemos a Eucaristia? Vivemos muito mal a Eucaristia. Quando eu celebro a Eucaristia em alguns lugares, como diz o mineiro, é de dá dó. Vivemos mal demais a nossa fé, não nos preparamos para nosso encontro pessoal com Jesus na Eucaristia, que é o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo vivo. Sabem por que nós temos esse tesouro? Porque quem fundou nossa igreja não foi o bispo fulano, nem foi um pastor ou alguém que teve uma visão, quem fundou nossa igreja foi o próprio Jesus Cristo, e nos deu também Maria como mãe, ele nos deu a Eucaristia. Eucaristia que muitos católicos só vão quando estão afim. “Ah, eu não vou porque o padre não é carismático”. O padre pode ser até asmático, a Eucaristia quem celebra é Jesus Cristo. O padre pega a hóstia e diz: “Isto é o meu corpo”, o padre é o próprio Jesus Cristo. Na hora do sacramento da confissão e na hora da celebração eucarística é o próprio Jesus que assume a presença do padre. “Mas aquele padre é pecador”. É lógica, se Deus sempre escolhe os piores, para que a graça de Deus trabalhe em nós, como Paulo disse: “Eu pedi ao Senhor que me tirasse esse espinho na carne, e ele me disse: “Basta-me a tua graça”. A eucaristia é o encontro pessoal com Jesus. É a transubstanciação do Cristo que vai além da forma do pão e do vinho, ele
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acontece também na pessoa do sacerdote. O Espírito Santo é tão maravilhoso, e é ele que transforma o pão e o vinho, é ele que nós invocamos sobre os diáconos na sua ordenação. O Bispo e os outros sacerdotes impõem as mãos para transmitir o mesmo poder que veio dos apóstolos, de Pedro, depois de Paulo que não era do grupo dos apóstolos, mas que veio para a história da igreja. Esse mesmo Espírito Santo, é o mesmo Espírito de Jesus que está presente em todos e em cada um dos sacramentos da Igreja Católica. É o mesmo Espírito Santo no qual podemos absolver os pecados, é o mesmo Espírito Santo que está presente na unção dos enfermos, no sacramento do matrimônio. É o Espírito Santo que no dia de seu batismo marcou você com o selo de Deus. Nem mesmo o inferno tira essa marca, nada nem ninguém tira essa marca de Deus em nós. Essa é a fé da Igreja Católica, é uma marca que vai lá no profundo, no íntimo de nosso ser. Eu pertenço ao povo de Deus, eu pertenço a esse exército de Deus, e estou sendo convocado na construção desse novo céu, dessa nova terra, nessa civilização do amor. É esse o projeto de Deus para cada um de nós, e por isso nós precisamos nos convencer de que nós somos esse cego, e berrar ao Senhor: “Senhor, tende misericórdia de mim, tende piedade de mim Senhor, eu sou pecador, mas eu quero ver, eu quero enxergar esse mundo novo, eu quero enxergar as pessoas com os olhos diferentes. E basta virar uma página na bíblia, a continuação desse evangelho em Jericó é linda. É o encontro de Jesus com Zaqueu. Zaqueu era uma tampinha de gente, um toquinho de amarrar bode, eu estava estudando a personalidade de Zaqueu,. Porque será que Zaqueu se tornou ladrão? Falta de cura interior. Para os judeus é muito importante a figura do homem, a masculinidade, o homem é o centro da vida do povo judeu. Imagine o coitado do Zaqueu, pequeno, feinho, magrinho. Ele tinha uns apelidos feios: sapinho, estacionamento de sapo. Zaqueu foi crescendo cheio de mágoa. Pensando: eu queria ser grande, eu queria ser
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grande. E como ele não podia ser grande no tamanho, ele descobriu um jeito de ser grande roubando. “Quando eu for rico, eu quero ver se todas essas mulheres não vão gostar de mim também”. Aí Zaqueu começou a roubar, ficou rico e importante. Doutor José Aqueu, mas continuava aquele vazio em seu coração e por isso não era feliz. Quando ele ficou sabendo de Jesus, igual o cego, ele foi lá naquele acampamento mas ele não conseguia ver Jesus porque tinha muita gente e ele era muito pequeno. Então ele ficou imaginando onde Jesus ia sair, subiu em uma árvore e ficou lá olhando Jesus. Jesus vem vindo no meio daquele povo todo e para na frente de Zaqueu, olha para cima e fala: “Zaqueu, desce da árvore, hoje eu vou jantar em sua casa”. Zaqueu deve ter despencado lá de cima daquela árvore, saindo correndo com aquelas pernas tortas, parecia um toquinho de amarrar bode, chegou em casa suado e cansado chamando a esposa: -Zaquéia, Zaquéia, ele está vindo jantar aqui em casa, ele o Jesus está vindo aí. -Por que você não falou que ia convidar ele? -Eu não convidei, ele está vindo de oferecido mesmo, vamos fazer comida logo. Onde estão as crianças? -As crianças estão brincando lá fora. -Zaqueuzinho vem aqui, Zaquéinha vem tomar banho, eu quero vocês arrumadinhos, limpa esse nariz rapaz, você está muito feio assim, vai se arrumar antes do homem chegar. E outra coisa, a hora que ele chegar vocês não me dêem nem um pio, e vocês tomam a bênção dele e beijam a mão quando ele chegar. Quando Jesus chegou, estava o seu Zaqueu de banho tomado, dona Zaquéia naquela elegância, com um vestido de chita amarrado na cintura, sapato de chinelo salto alto, com os calcanhares todos rachados. O Zaqueuzinho e a Zaquéinha tudo ajeitadinho. Jesus chegou, deu três beijinhos em cada um, jantou, Jesus não falou nada do
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pecado dele, nem perguntou nada do passado dele, Jesus não recitou nenhum versículo da bíblia para ele. Jesus sentou, ficou do mesmo tamanho dele, conversaram muito, e na hora de ir embora, quando Jesus falou: “Agora está na hora, porque vocês sabem que amanhã é dureza, eu tenho que seguir viagem para chegar a Jeruzalém”. Nesse momento Zaqueu levantou-se e falou: “Senhor, se eu pequei eu vou devolver até quatro vezes mais”. Jesus olhou e disse: Oh Zaqueu, hoje a salvação entrou na tua casa”. Esse é o milagre, talvez hoje você esteja cego que não está enxergando a vida como Deus quer. Você está cego pelo pecado e pelo ódio. Às vezes, você até fala: “Eu estou cego de ódio”. E está mesmo cego pelo pecado e pelo ódio, não consegue enxergar as coisas, ou talvez você só consegue enxergar as coisas pequenininhas. Ou você está como Zaqueu, cheio de pecados, querendo achar que você vai ser importante só porque vai vestir uma roupa nova, ou um tênis da moda. Porque você pensa que você é mais que os outros, talvez você esteja perdendo sua vida gastando-a em comprar coisas, achando que vai ser importante, e quer ser amado, achando que quando você tiver muitas coisas você vai ser amado, vai ser importante, porque as pessoas gostam de quem têm sucesso no mundo. Tenha a coragem hoje de ser cego ou cega e falar: “Jesus Filho de Davi, tende piedade de mim!”. Tenha a coragem de hoje ser Zaqueu, e dizer: “Senhor, se eu pequei, onde foi que eu pequei, eu vou mudar de vida, e vou começar uma vida nova”. Zaqueu subiu em uma árvore para ver Jesus, só que ele não sabia que Jesus estava louco para vê-lo também. Na eucaristia você pega Jesus em sua mão, e ele entra dentro de você e se torna “um conosco” isso é um absurdo do absurdo. Amar é você acreditar nesse absurdo, e nosso Deus é o Deus do absurdo. Imagine ele se tornar um pedaço de pão e um pouco de vinho. Mas você entende por que o pão e por que o vinho? O pão para ser pão precisa que o trigo seja pisado, moído, triturado. O vinho para virar vinho, a
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uva tinha que ser pisada até mesmo com os pés. Por isso Jesus escolheu esse alimento. O alimento da humildade, esse pouquinho da humilhação pisado. “É Jesus que se coloca no meio de nós, como aquele que serve”. Você precisa abrir os olhos, porque não é só cego que não enxerga não. Jesus quer nos curar da cegueira que nos faz não enxergar o seu plano de amor em nossa vida, que nos faz não experimentar a sua misericórdia e não permitamos que o Senhor vai nos curando e sarando, mostrando o seu poder e transformando a nossa vida. O nosso Deus quer nos libertar. O cego teve coragem de gritar com Jesus, mesmo as pessoas interferindo. E você tem coragem de gritar, de dizer a Jesus o que você quer que Jesus faça a você. Mas essa fé que tem que passar como o ouro pelo fogo para ser purificado. E esse fogo é o fogo do Espírito Santo, que nos purifica, nos restaura e faz de nós uma obra nova, como esse monte de barro nas mãos do oleiro, molda-nos como o oleiro Senhor, limpando todas as sujeiras, impurezas, e molda-nos segundo o coração de Jesus. O TRIUNFO DA PAZ
Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede agradecidos. (col.3,15). Do Cristo que é a paz de Deus, que vem para fazer-nos participantes dessa paz. Por que eu escolhi este texto? Porque eu gosto de São Paulo, porque São Paulo é bem pé no chão. Eu não gosto quando a gente escuta estes pregadores, essas religiões que falam: “Entregue sua vida para Jesus e seus problemas terminarão”, “Eu já entreguei minha vida para Jesus e agora eu não tenho mais problemas, aleluia!”. Então você morreu.
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Eu me lembro no rebanha de carnaval, em Cruzeiro, uns dez anos atrás, eu ia fazer um seminário, e veio um menino chamado Cícero do Rio de Janeiro e me disse: “Frei, sobre o que o senhor vai falar?”. “Eu vou falar sobre a sexualidade”. “Então não vou fazer esse seminário pois a minha sexualidade eu já entreguei para Jesus”. “Meu filho então faz sim, porque Jesus devolveu para você”. Este é um problema seu. O que o Senhor quer nos dizer com essa palavra? O que Jesus quer nos ensinar de uma forma tão concreta e que todos nós experimentamos? Nós teremos problemas. “Vem aqui que vou orar por você e vão acabar seus problemas”. Isso é mentira, isso é falsa evangelização. Jesus nunca disse para alguém: “Eu vou resolver seus problemas”. Se você acha que você rezando terá uma predileção especial de Deus, pode parar de rezar, a nossa oração não muda Deus, Deus não tem que mudar, a nossa oração muda é a gente, e faz nós compreendermos que a vida Cristã é um contínuo constante combate. Por isso São Paulo usa esse termo tão determinante. Triunfe em vossos corações a paz de Cristo. O que quer dizer triunfo? Tem a ver com guerra, com luta. Paulo está dizendo que não será fácil. Não pense você que a paz de Deus é uma apatia. O cristianismo não tem nada a ver com o budismo. No zen budismo a pessoa fica lá sentada durante o dia inteiro, pode passar um mosquito, morder a orelha dele e ele não se meche. O budismo leva ao nada absoluto, e quem esta querendo essa religião de apatia, então vai ser budista. O cristão tem a ver com luta, com garra, com ser de fato guerreiro, interior e exteriormente falando. Jesus chega a dizer que o reino dos céus é dos violentos, que só os violentos vão conquistar esse reino. Que violência é essa? Ressucitados com Cristo, buscai as coisas lá do alto (col. 3,1). Na medida que vamos buscando as coisas do alto, na medida que vamos buscando construir a paz, nós vamos percebendo que existem dois grandes obstáculos interiores
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e exteriores, e que precisam serem vencidos, e não existe fórmula pronta, que não existe uma oração de apatia. “Senhor eu lhe peço que afaste de mim os problemas”. Deus não vai afastar. Por exemplo, no grande sermão da felicidade, a que São Paulo termina o versículo quinze dizendo: sede agradecidos. No grande sermão da felicidade, Matheus capítulos cinco, seis e sete, o grande sermão das bem aventuranças, da felicidade humana, da vitória e da paz, do buscar em primeiro lugar o reino de Deus, a conclusão é fabulosa: Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que constrói sua casa sobre a rocha, (Mat. 7,24). O evangelista no versículo 25 e depois o 27, repete uma seqüência de ataques que aquela casa vai sofrer. Vocês lembram qual foi o primeiro ataque? Caiu a chuva, sopraram os ventos, veio a enxurrada, investiram contra a casa. E ela não caiu. Depois a casa construída sobre a areia? Caiu a chuva, sopraram os ventos, veio a enxurrada, investiram contra casa. E ela caiu. Jesus quer nos ensinar que seremos atacados, de cima, de lado e de baixo. Caiu a chuva de cima, o vento do lado, e a enchente por baixo. O encardido vai tentar achar uma brecha na sua vida para te derrubar. Ou do seu passado, ou do seu presente ou do seu futuro. Ou em relação ao seu relacionamento familiar, ou seu namoro, ou seu matrimônio, ou sua vida econômica, ele fica igual um leão que fica rodeando até achar a hora de dar o bote. Ou fica como Gêneses 1 diz, fica igual uma serpente escondida no meio do mato olhando você disfarçada, e na hora que te dá um bote é para te derrubar. O cristão quando assume a missão de ser cristão, ele perde o sossego, ele perde o comodismo, ele não pode achar que paz é comodismo, que paz é ausência de problemas. A paz a ser construída, o shalom de Deus tem o modelo, e o modelo é Jesus.
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Isso significa luta, garra, cada vez eu me convenço mais que nós estamos criando uma raça de gente fraca. Uma raça de pessoas que a qualquer problema desistem, porque as coisas ficaram fáceis de mais. O mundo é rápido demais, você aperta um botão e resolve. Você entra dentro do carro, aperta um botão e o vidro sobe sozinho. Agora saiu um carro que você nem precisa passar a marcha. A gente vai se acostumando, tudo fica fácil, não precisa nem de fósforo porque o fogão já acende sozinho. Tudo fácil. A vida não é assim, não tem um botão que resolve a vida, e as pessoas estão atrás, e é essa a religião da Nova Era. A religião da Nova Era está se infiltrando dentro da igreja católica, até dentro da Renovação Carismática. Quando a pessoa acha que é católica “Eu sou católica, mais eu sou do meu jeito”. Se você é do seu jeito, isso o encardido também é. “Eu vou à missa quando eu quero, eu sigo os mandamentos aqueles que acho que estão certos, e aqueles que acho que estão ultrapassados vou deixando de lado”. No Recife, três pessoas conversavam atrás de mim, sem saber que eu era padre: “Porque a igreja precisa se atualizar, certos mandamentos não se usam mais”. Então eu vivo do meu jeito, e isso não é cristianismo, isso é religião da Nova Era, a religião do “eu”. A nossa religião é de um grande “eu” que é o Senhor, e a paz que vem é ele que pode nos dar, Cristo é a nossa paz, então Cristo vai ser nosso modelo. Se nós criarmos essa raça de gente fraca, de gente que espera tudo o que pede. Por exemplo, as crianças hoje quando pedem uma coisa e não ganham, começam a chorar, aí tem que dar porque senão a criança vai crescer com trauma, tem que comprar tudo que a criança quer. Você vai em uma igreja, a criançada corre dentro da igreja, pula dentro da igreja, tem mãe que leva lanche para a criança ficar comendo dentro da igreja. Minha mãe, tinha um dom muito interessante, na igreja tinha que ficar do lado dela, e a mamãe olhando para o padre, sem desviar o olhar dele, quando nós
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começávamos a olhar para o lado e fazer bagunça, a mamãe dava um beliscão no lado da gente, e se você começava a fazer barulho novamente, ela beliscava no mesmo lugar, só que beliscava o lado contrário. Nós estamos criando uma raça de gente fraca, o jovem quando não quer as coisas, ele se rebela, foge de casa. Os pais se esforçam para dar tudo o que ele quer, quando não conseguem o que ele quer, ele foge pelas drogas. Os adultos diante dos problemas o que fazem? Vão beber. Anti-depressivos é a doença do século, porque é a doença dessa gente fraca. Diante dos problemas, das dificuldades, morreu uma pessoa, dá calmante. Pois deixe chorar, tem que sofrer, tem que viver, tem que experimentar. Parece que nós estamos anestesiando as pessoas, e por isso não encontramos a paz verdadeira. Jesus disse que a paz que o mundo oferece não é a dele. A paz dele é diferente, essa paz é fruto da garra. São Paulo vai dizer: “Combati o bom combate”. Ele nos ensina que a vida espiritual é semelhante à vida civil, ao atleta que para perseguir o alvo, para correr, para lutar, para descruzar os braços, para sonhar com esse mundo novo, e trabalhar nessa construção desse mundo novo, e ir se violentando. Triunfe em vossos corações a paz. Isso também é no sentindo interior, essa paz, não é que você vai estar todo dia alegre, todo dia feliz. Por que muitos casamentos não dão certos? Porque não triunfam a paz. O que eles triunfam? Triunfam a guerra. Por que no namoro é uma beleza? Porque um fala baixinho, outro escuta suave, quando casam, no começo é a mesma beleza, um escuta o outro. Dez anos depois de casados, os dois falam e os visinhos escutam. É uma revolução terrível. Triunfam o quê? A discussão, a briga. O triunfo da paz significa uma conquista, significa que nós vamos passar por problemas, que vamos passar por dificuldades, que tem dia você vai estar para baixo e não com a mesma disposição de sempre, porque você é humano e você tem que botar o pé no chão, os olhos têm
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que estar fixos no nosso alvo, Jesus. Ele é nossa paz, o nosso modelo. A carta de Paulo aos Filipenses, não temos outro fundamento sobre o qual construir sem ser Jesus Cristo, esse é o nosso fundamento. É olhando para ele, no seu jeito de agir, no seu jeito de amar, no seu jeito de evangelizar, no seu jeito de lutar, que nós vamos descobrindo a nossa paz. Na carta aos Colossenses nos diz que a restauração em nós vai acontecendo gradativamente. Aqui está a grande diferença do batismo do Espírito Santo na igreja católica e na teologia protestante, na teologia evangélica. Para eles, batismo no Espírito é algo estático. Na Renovação também vemos esse erro, quando a pessoa diz: “Eu fui batizado no Espírito Santo no dia 29 de fevereiro de 1990 em um seminário de vida”. Que pena, ficou lá o seu batismo? O cristão tem que ser batizado no Espírito todos os dias, toda hora, a dinamicidade do Espírito em grego (Atos 1,5 e 8) é Dínamos, força do alto, sereis revestidos com a força do alto. O que é Dínamos? É aquela peça que gira, que a água cai, e com a força da água vai girando, isso cria eletricidade, força, movimento, esquenta. O Espírito Santo é Dínamos, é força dentro de nós, e não pense que ele agiu apenas uma vez, ele age a cada dia. “Orais sem cessar, em todas as circunstâncias dai graças”. Perseverar, caminhar, lutar, crescer. Cai, levanta. Por isso temos a confissão, por isso temos a Eucaristia que nos alimenta. A construção da paz nunca estará pronta. No dia que você cruzar seus braços porque ela esta pronta, ela começa a estragar de novo como uma casa que você constrói, ela fica linda nova, e começa a estragar e envelhecer, e você tem que reconstruí-la sempre, limpando, arrumar a infiltração se tem alguma goteira, e de vez em quanto fazer uma reforma, uma pintura. Assim é conosco. “Eu
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entreguei minha vida para Jesus, e ele resolverá meus problemas”, Jesus não resolve seus problemas. Uma mulher alemã, deu um testemunho: “Eu sou carismática, porque eu vivi guerra, terrível guerra, no guerra caiu pombas, muitas pombas caiu e meu família rezava, orava em línguas e minha casa não caiu nenhum pomba, todos caiu na casa do vizinha que não era carismática, aleluia glória a Deus”. Eu fico imaginando será possível que a pessoa pensa que Deus fica o tempo inteiro falando para o anjo: “Não deixa cair ali não, essa aí é carismática, joga na outra”. “Não vou ter doença”, claro que vai. Cristão vive na luta, cada dia ele vai caminhando um pouco, cada dia crescendo um pouco, não podemos perder nosso alvo. No dia em que a gente cruza os braços, nós começamos a cair. A vida cristã, a vida no Espírito, é feita entre o espiritual em nós, que envolve nosso Espírito, nossa alma e o nosso emocional. Espiritual físico, que envolve nosso corpo, nossas necessidades econômicas, financeiras. São dois aspectos, e que precisam ser equilibrados. A vida cristã, a construção, o triunfo da paz é parecido com andar de bicicleta. Andar de bicicleta, se parar você cai. Você tem que sempre estar em movimento, também tem que ter um guidão, uma direção, se não uma roda vai querer ir para um lado e a outra para o outro, tem que ter um destino. Na bìblia fala que o Espírito é um pneu, é o sopro, o ar de Deus. Quando eu paro, eu começo a cair. Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, isso significa também a nossa luta interior. Todos nós, conforme vamos vivendo, nos machucando. Isso acontece no namoro, em uma vida de comunidade, entre marido e mulher, entre pais e filhos. Não pense que você vai começar um relacionamento, ou uma amizade, ou um namoro, ou um casamento. ”Padre eu achei o homem da minha vida, ele é um sonho”. Cuidado, vai virar pesadelo, porque não existe ser humano perfeito, existe um ser humano limitado, um ser humano que está em constante luta, em constante
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crescimento interior, um ser humano que se perder a meta de sua vida ele cai e não levanta mais. Poucas pessoas caem no buraco e não levantam mais. Jesus não é aquele que veio ao mundo resolver nossos problemas. Eu me lembro que em um discurso em um colégio que eu era diretor, os alunos de primeira a quarta série, eu fui fazer um sermão para eles na missa de páscoa. Eu disse para eles: “Vocês imaginem crianças, que o pecado é como se fosse um buraco bem profundo, que não tinha saída e a humanidade estava caída lá dentro, caía sujeira lá dentro, a água das chuvas ia lá pra dentro mofando, as pessoas iam morrendo dentro daquele buraco e ninguém conseguia sair. Jesus foi aquele que por amor entrou dentro do buraco, para nos ensinar a saída, ele acabou morrendo dentro do buraco, mais nos mostrou a saída”. Eu cheguei no colégio alegre, pensei que tinha feito uma boa comparação. Um aluno de terceira série falou assim para mim: “Léo, eu acho que Jesus era meio besta”, eu perguntei por que. “Porque ele não precisava entrar no buraco, ele podia ter ficado lá fora, ter jogado uma corda e ir puxando a gente”. Eu me pus a pensar. Por que Jesus entrou no buraco? Pra nos ensinar a sair dele. Jesus não veio ensinar a salvação para depois da morte. Jesus vem ensinar a construir o reino de Deus. Você tem que ter uma missão, eu tenho que ser construtor da paz. E o que é construir a paz? Essa paz se constrói na luta, na garra, ela se constrói no dia-a-dia sem perder o alvo. Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, significa que nós vamos passar por situações difíceis em nossa vida, de mágoa, ressentimento, ódio, decepção, principalmente em nossos relacionamentos. Aliás, os relacionamentos que nós mais nos machucamos são com as pessoas que temos maior proximidade, uma pessoa longe de mim não me machuca. Mais aquele que vai vivendo comigo, este sim
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me machuca, me dificulta na caminhada e vai deixando marcas negativas. Eu penso: “Porque eu entreguei para Jesus aquele pecado”, quantos vão fazendo a experiência de muito tempo, o próprio São Paulo que ele lutou muito, fez jejum, abstinência, pediu ao Senhor que tirasse o espinho que ele tinha na carne, e ele escutou do Senhor: Basta-te a minha graça. Construir a paz, triunfo da paz quer dizer viver e estar sempre sob a ação de Deus. É um crescer, um contínuo, a ação do Espírito Santo. Deus é fabuloso, ele vai nos dando as coisas na medida em que vamos nos abrindo para ele. Existe uma pessoa no mundo em que precisamos ter paciência, é conosco. Enquanto não aprendemos a ter paciência conosco mesmos, não teremos paciência com os outros. Você cria o mundo ideal, um mundo de sonhos, e este mundo não existe, é uma alienação, é fuga, e isso não é de Deus. Na palavra já existe uma ordem. Crescei e multiplicai. Em que sentido essa ordem? Multiplicar no sentido físico de criar filhos? Então o crescer também seria físico. Nesse sentido então Adão e Eva seriam pequeninos. Deus teria criado uma raça anã, ou quem sabe criou a menininha e o menininho. Adão e Eva não eram adultos? Crescer para onde então? Ou seria crescer interiormente? Ou no sentido de ajudar a crescer e melhorar o mundo? O profeta, aquele que experimenta fé, ele vai mudando e transformando o mundo, ele não se conforma. Pela ação do pecado, o ser humano está destruindo o mundo. Por que temos tantas pessoas desabrigadas? Oitenta e três mil desabrigados apenas no estado se São Paulo e Rio. Por que isso? Por que Deus quis? Ou por que a ganância do ser humano começou a desmatar e não replanta? Vai cimentando todas as cidades e em todas
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áreas verdes. Na roça a água cai e penetra na terra. Na cidade só temos asfalto, telhado e cimento, a água cai e tem que escorrer para algum lugar, e acaba escorrendo para algum lugar que está sujo porque todo mundo joga lixo, e isso entope os bueiros. Imagine as margens do rio Paraíba, quantos milhões de litros de detritos industriais e humanos são jogados no rio sem nenhum tratamento? Nossos rios são verdadeiros esgotos a céu aberto. Cada um só pensa em si, cada um é na ganância, e isso vai acumulando, e enquanto o homem do campo esta feliz com a chuva, na cidade vem a enchente, e muitas pessoas são capazes de se revoltarem contra Deus. Porque sempre é mais fácil achar um culpado para os nossos problemas, para as nossa derrotas, para as nossas dificuldades, nós não queremos assumir que o problema está em nós, e passamos a achar sempre culpados. O discurso dos derrotados é aquele de que quando ele faz algo de errado ele acha uma justificativa para o seu erro, e a sua justificativa é achar erro dos outros. Por que as pessoas gostam de mostrar o erro dos outros? É para ver se desvia o seu erro. Se você quer triunfar a paz no seu coração, não ache culpados para as suas derrotas. Aceite uma coisa muito profunda, que você é limitado, você é fraco. No dia em que descobrimos esta verdade, a verdade que Paulo experimentou, quando ele pediu para o Senhor tirar o espinho da carne dele, e o Senhor disse: Basta-te minha graça. O Senhor estava ensinando que Paulo era fraco. Você pode ter muitos talentos, muitos dons, pode saber fazer muitas coisas, mais você vai cair, tanto que Paulo caiu do cavalo. Você precisa deixar se conduzir pelo Espírito Santo, e ele nos revela que somos fracos, mas que Deus trabalha a partir da nossa fraqueza. Deus que chama pessoas fracas, para que através da sua fraqueza manifeste a força e o poder de Deus. O triunfo da paz é vencer a paz e não o ódio, não as dificuldades, não os problemas. Então
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não preciso ficar achando culpados para as minhas derrotas. Eu dobro meu joelho no chão e reconheço que sou fraco, eu sou limitado, eu necessito da graça de Deus. O cristão não pode criar máscaras, máscaras interiores, e exteriores como a droga, o anti-depressivo, o álcool, as brigas, eu tentar mostrar as fraquezas e os defeitos dos outros para ver se de alguma forma ninguém enxergue a minha fraqueza. Ou eu tentar achar justificativas, como: “Por que eu sou assim?”, porque meus pais não gostavam de mim, porque no meu passado aconteceu isso comigo, porque eu sofri muito. A vida é hoje, é luta, é garra, e não interessa o que você foi ou deixou de ser. Essa é a grande mensagem de Jesus, a mensagem que mais me impressiona. Observe que Jesus nunca pergunta sobre o passado da pessoa. Sabe por quê? Porque o que Jesus está querendo dizer, não triunfe no seu coração, no seu passado, não triunfe suas experiências negativas, as mágoas, no ressentimento, na doença, na mentira, nos vícios. Triunfe em seu coração a paz de Cristo, essa é a sua vocação para qual fostes chamado, o grande chamado de Deus para nós é que permitamos que triunfe em nós, em nossa casa, em nossa vida, em nossas dificuldades. A paz do Cristo é a paz que cura, o shalom de Deus que cura, que restaura, transforma. Como a música do Dunga diz: “Pare de se maltratar não queira aos outros culpar...”, a sua história vai sendo construída por você, cada dia na luta, mas se você colocar o sucesso, a certeza da sua vitória, você mesmo vai ser um fracasso. Porque você irá nadar e morrer na praia, ou vai ser uma maria-vai-com-as-outras, que se deixa levar como uma folha jogada em um rio que vai para onde quer ir. O cristão não pode ser uma folha que se joga em um rio e se deixa levar pela água, o cristão tem que nadar contra corrente, o mundo é essa corrente, o mundo vai sempre nos pregar falso evangelho. Da fuga, do medo, solidão, do fracasso. Por que o mundo gosta tanto de notícia ruim? O encardido tenta fazer com que você vá se
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acostumando com as coisas erradas do mundo. Por que o mundo gosta de revelar os defeitos dos outros? Tem pessoas que sentem até alegria em descobrir defeitos nos outros. Uma vez uma pessoa me disse: ”Padre, eu fiquei tão alegre quando eu fiquei sabendo do defeito daquela pessoa, porque eu vi que não é só eu que caio”. Você tem que ficar alegre com a derrota dos outros? Você tem que pensar que como os outros, você também é fraco. Primeiro lugar para triunfar a paz de Cristo em nossa vida, é admitir que você é fraco, “eu preciso de Deus”. Isso não quer dizer cruzar os braços, isso não quer dizer se acomodar, isso quer dizer luta, que é iluminada na força do Espírito Santo, em ir vencendo os vícios, os pecados, as dificuldades interiores e exteriores, os problemas psíquicos, afetivos, espirituais, é ir caminhando através da cura interior. Se você descobre uma área na sua vida com mágoa, descobre que tem uma área com ressentimento, triunfe em seu coração a paz de Cristo. Você tem que dizer para você mesmo, naquela hora que você tem vontade de dar um soco em alguém, triunfe em seu coração a paz. Triunfe, tem que vencer a paz, eu tenho que ser um guerreiro, eu estou em uma luta, a nossa luta de São Paulo não é essa luta do mundo, a nossa luta é contra o encardido e seu exército. Ele vai tentar nos derrubar, ele tenta nos enganar. E ele nos engana como? Na auto-suficiência para aquelas pessoas que tem um problema para baixo, que tem uma imagem negativa de si mesmo, ele trabalha a auto-suficiência, como: “Eu posso e não preciso de ninguém”, ou ele trabalha ao contrário “Eu não posso, eu não sou ninguém”. Deus colocou em cada um de nós todas as condições que precisamos para sermos felizes. Essa palavra nos diz que temos uma vocação.
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Nós fomos chamados para viver a paz, a paz que é Jesus, a paz que os anjos cantam aos pastores, a paz que Jesus vem trazer aos seus discípulos, a paz que significa cura interior, que significa restauração, a restauração à imagem de Jesus e não à imagem do mundo. O nosso modelo é Jesus, é o caminhar, é ter uma meta, é saber para onde ir, é permitir que o Espírito Santo vá cada dia conduzindo a nossa vida. Se você for honesto com você mesmo, vai chegar um momento na vida que você vai perceber que não adianta tentar achar culpados. Que não adianta você tentar achar que seu pai, sua mãe, seu irmão, sua irmã, ou a vida, ou alguma experiência do passado, ou quem sabe na comunidade você não cresce porque na sua comunidade tem alguém melhor que você, e isso vai entrando no seu coração como sentimento de vingança, de ódio. O jovem é como um touro, ele não sabe a força que tem, o touro se soubesse que era forte ninguém colocaria uma canga nele. O jovem é assim, por isso muitas vezes dá com os burros n’água. Porque vai deixando se levar, acredita nesses sonhos e nesses ideais que não existem. O mundo quer nos iludir, o jovem precisa perceber essa força interior que Jesus vem nos mostra que está dentro de você, dentro de cada um de nós, mais está fora. Jesus quer nos ensinar de dentro para fora, na medida em você vai deixando triunfar a paz. Triunfo, como eu dizia, tem a ver com guerra. Que guerra interior você está vivendo? Talvez seja a guerra contra o vício. É muito fácil, por exemplo, você jogar fora um maço de cigarro se você tem dinheiro para comprar outro. Você tem que deixar o Espírito Santo cortar a raiz desse vício. O Dunga uma vez fez uma oração maravilhosa, ele pôs um cigarro na lado e mandou filmar, e disse: ”Olhe o tamanho desse cigarro, o que tem aí dentro? Nicotina, alcatrão e mais quatro mil substâncias químicas que provocam só no Brasil cem mil mortes por ano, e mais de
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um milhão de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. E está escrito no maço de cigarro: fumar faz mal para a saúde, fumar pode causar câncer, fumar causa impotência sexual. A pessoa quando não tem a experiência de Jesus é besta. Mesmo sabendo que mata, e mata quem está à volta, a ponta do cigarro pode chegar até setecentos graus, ali ele elimina todos os quatro mil produtos químicos mais de dois mil ele elimina ali em quem está em volta respirando. Não adianta apenas você jogar fora o maço de cigarros se você não jogar a raiz dessa dependência. A cada dia você tem que repetir: ”Por hoje eu não vou mais fumar”. Isso é igual ao trabalho que fizemos com jovens, aqueles que aprendem a dizer cada dia que, por hoje não, por hoje eu não vou pecar, por hoje eu não vou fumar, por hoje eu não vou cair na maconha, por hoje eu não vou cheira cocaína, por hoje eu não vou fazer fofoca, por hoje eu não vou reclamar, por hoje eu não vou mentir, por hoje eu não vou transar do jeito errado, por hoje eu não vou me masturbar, por hoje não vou me prostituir, por hoje não vou deixar o homossexualismo tomar conta de mim. Isso é o triunfo da paz, é muita luta, garra. Mais isso é possível vencer, o triunfo da paz é possível. Ainda há tempo, hoje é o tempo, esse é o tempo de Deus. Será que é por acaso que Deus reúne grandes multidões através do rádio, da televisão, pessoas estão se unindo a nós. É possível, mais eu tenho que resistir as ciladas do demônio. Cada dia você terá que dizer por hoje não, por hoje eu não vou deixar a mágoa tomar conta do meu coração, por hoje não vou deixar me levar por aquela fofoca, eu não vou alimentar as mágoas do meu coração, por hoje eu vou perdoar. O contrato precisa ser feito também, por hoje eu vou ler ao menos quatro capítulos da bíblia, se você ler de três a quatro capítulos por dia em um ano você lê a bíblia inteira, por hoje eu vou tirar dois minutos para rezar, por hoje eu vou rezar meu terço, por
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hoje quero sorrir para as pessoas, hoje eu vou chegar em casa e dar um abraço em meu pai. Você começa a encher o seu coração com esse triunfo da paz. Você tem dificuldade? Tem. Você tem problemas? Tem. Você tem pecados? Tem. Não pense você que vai existir um milagre, o Padre Léo, ou o Padre Jonas, ou a Lú, ou o Dunga, ou um grande Santo vai chegar e pôr a mão na sua cabeça e quando tirar a mão da sua cabeça ele tirou seus problemas, tirou seus pecados, tirou seu passado. Isso não existe. Existe a dinamicidade, existe o caminhar. Uma longa caminhada se faz com pequenos passos. Se você quer chegar logo, saia correndo. Mais se você tem uma longa caminhada, ganha quem está na resistência, quem está na persistência, quem está na luta. Nós vamos construindo essa paz, ser construtor da paz. O que mais aparece em uma construção? A pintura, o lustre, o verniz. Mais isso não é o mais importante em uma construção. O mais importante é o fundamento, é o aço, e é isso que fica caro. Quanto mais alto for o prédio, mais vai ter que ser para baixo. O ser humano precisa aprender a descobrir onde que ele precisa ir mudando na vida dele, onde precisa deixar o Espírito Santo transformar. É o que São Paulo fala em Romanos no capítulo doze: Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente. Da vossa mentalidade. Cada dia, eu quero que triunfe a paz em meu coração. Você precisa ter coragem de pegar a vida e colocar na mão. Pensar em quais são as áreas que o encardido tem mais facilidade em atacar. Cada pessoa tem uma área diferente, cada um sabe onde está seu ponto fraco. Quem sabe seu ponto fraco não é o cigarro, mais isso não da a você o direito de condenar quem fuma, pois quem sabe você tem um vício muito pior que não aparece. Talvez você seja viciado no cigarro da fofoca, da malícia,
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da mentira, da falsidade, do ódio, que é muito pior porque ele corrói a pessoa por dentro, dá impureza no olhar, no falar, no ouvir. Daquelas coisas que você faz escondido, porque talvez o vício do cigarro, da bebida, ou da droga apareça, mais não condena. Onde estão seus vícios? Ali você precisa triunfar a paz. Não adianta esconder, Jesus disse que tudo que está escondido um dia vem à tona. Não adianta você tentar pôr a máscara, se você tem um defeito, assuma seu defeito, brinque com seu defeito. Assuma sua fraqueza, isso é o triunfo da paz. “Eu tenho um defeito e quero disfarçá-lo”, não adianta, você vai achar alguém que queira ter alguém exatamente como você. Toda panela tem sua tampa, e se você não achar uma tampa é porque sua vocação é ser uma frigideira, então seja uma frigideira sem tampa. Triunfo da paz significa eu assumir quem eu sou com as minhas fraquezas, com as minhas misérias, com as minhas limitações. Deus me ama e me chama do jeito que eu sou. Eu não preciso ficar inventando disfarces, nem exteriores nem interiores. Você tem um vício? Você tem um pecado? Vá atrás de alguém, dobre seu joelho no chão e peça oração para as pessoas. Nunca julgue o outro, porque quando você aponta com um dedo para uma pessoa, acontece que um dedo vai para as pessoas, um dedo vai para Deus e três dedos vão para você, e a maioria ganha. Triunfo da paz significa: eu sou fraco, eu tenho fraquezas, eu tenho limitações, eu preciso de Deus e eu posso ser feliz com as minhas dificuldades. Triunfe em vossos corações a paz de Cristo para qual fostes chamados a fim de formar um único corpo, e sedes agradecidos. O que é esse único corpo? Alguma tradução diz: integro, inteiro, inteiro quer dizer que eu não estou despedaçado por aí.
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A pessoa que cria máscaras, é uma pessoa despedaçada. Em cada lugar que ela vai ela coloca uma cara, só que chega um momento que ela confunde a cara. A mesma coisa é com quem mente, que fica na dúvida, se já contou aquela mentira ou não, quando vai contar a mentira de novo não consegue contar igual. O encardido sempre da combustível e sempre você vai tentar aumentar, inovar a mentira. Ser inteiro, integro, integro significa que eu não estou despedaçado nem por fora, nem por dentro, que eu estou deixando Jesus ir curando e transformando a minha vida. Que eu estou deixando o Espírito Santo trabalhar no meu coração. Você quer que triunfe a paz na sua vida? Então aprenda a parábola do bambu: Depois de uma grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, chamou o avô lá fora no alpendre e falou: -Vovô, corre aqui vovô! Como é que você me explica que esta figueira, essa árvore tão frondosa e imensa, que gastava quatro homens para abraçar o seu tronco, como ela se quebrou e caiu no vento e na chuva, e este bambu tão fraco continua em pé? -Filho, o bambu permanece em pé porque ele teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento, o bambu nos ensina três coisas, se você tiver a grandeza e a humildade deste bambu, você vai experimentar o triunfo da paz no seu coração. A primeira coisa é humildade diante dos problemas, das dificuldades, eu me curvo. Mais eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, eu me curvo diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor. Segunda coisa, o bambu cria raízes profundas, é muito difícil arrancar um bambu, porque aquilo que ele
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tem para cima ele tem para baixo. Você precisa aprofundar a cada dia as suas raízes de Deus e na oração. A terceira coisa. Você já viu um pé de bambu sozinho? Ele está sempre grudado um no outro, tanto que você olha de longe e parece ser uma árvore, às vezes vamos tentar arrancar um bambu lá de dentro, corta e não consegue, porque ele está trançado no outro. Nós precisamos prender a nos trançarmos nos irmãos, criarmos raízes, na oração, nos sacramentos, na garra. Criar raízes é segurar firme, pode vir a enchente, pode vir que não leva porque ele está firme no chão. Você tem que estar firme na Palavra, sólido na Palavra, sólido na sua fé, não se deixe levar por qualquer sopro de doutrina, por qualquer imbecilidade que vem por aí. Você tem a solidez de uma palavra firme que é o Senhor. Você tem que ter a humildade de se curvar, fazer uma confissão, pedir desculpa aos outros, pedi perdão, o cristão tem que ser especialista em pedir perdão. Nós somos chamados ao perdão um ao outro, ao pai, á mãe. “Desculpa, eu errei”. Não existe pessoa que resista á um pedido de perdão. Vai pedir perdão para uma pessoa, e a pessoa acaba pedindo perdão para você, o olho dela se enche de lágrima. Não é assim que acontece? Tenha essa humildade do bambu. E a terceira coisa, aprenda que você precisa um do outro. Sozinho eu não posso, eu preciso do Espírito Santo, eu preciso do irmão. Pare de ficar lamentando da sua vida, pare de tentar culpar os outros, e deixa o Espírito Santo encher seu coração. Peça ao Senhor: Senhor tu me conheces, tu sabes da minha fraqueza, das minhas limitações, tu sabes que todas às vezes que eu quebrei a minha cara foi porque eu tentei ser essa figueira forte, que resiste à tempestade. Mais eu não resisti, e acabei caindo na tempestade do sexo, na tempestade da pornografia, da masturbação, do homossexualismo, do comodismo, do consumismo, do
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achar que eu sou mais que os outros, porque eu tenho alguma coisa. Eu acabei caindo na tempestade da mentira, do ódio, das mágoas, das drogas, da maconha, da cocaína, do cigarro. O Senhor sabe que inclusive no natal, no ano novo eu acabei caindo na tempestade do álcool. Mais agora eu quero me levantar Senhor. Eu sei que tu me amas, eu que sou chamado para a paz, e porque eu sei que só tu Senhor podes me dar esta paz. Eu já busquei essa paz em muitos lugares, em falsas religiões, nos prazeres e falsas alegrias, mais agora eu sei que é preciso que triunfe em meu coração sua paz. Senhor, eu quero que cada vez mais cresça em mim o seu amor, que ao exemplo de Paulo eu possa dizer cada dia: “já não sou eu que vivo em Cristo, mas é Cristo que vive em mim”. Já não é o ódio que vive em meu coração, mas Cristo que vive em mim, já não são as mágoas que sobrevivem em mim, mas Cristo que vive em mim, já não são os vícios que sobrevivem, mas Cristo que vive em mim. Eu te suplico Senhor, eu quero ser agradecido, quero ser inteiro diante de ti, eu quero te louvar, te bendizer, te glorificar Senhor, porque no obstante a minha fraqueza, a minha limitação, os meus pecados, as minhas misérias. Com seu infinito amor, sua bondade, sua misericórdia, me convida e me chama para esta paz, e eu quero Senhor ser construtor da paz, eu quero que triunfe o meu coração a sua paz. Venha com teu Espírito Santo ao encontro da minha fraqueza pra que eu possa por hoje não pecar mais, e deixar me conduzir pela sua graça, parar de lamentar, reclamar, murmurar, de culpar os outros, mais de deixar acontecer a graça de fazer essa pessoa nova vir à tona em teu amor, na tua bondade.
No alto está a vossa meta
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No capítulo três de Paulo aos Colossenses, e hoje também a nós, na bíblia Ave Maria o título desse capítulo três nos diz: “Vida nova”, e para ter vida nova somente “em Cristo”. Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não as da terra. (Col 3,1-2). Se no alto está a nossa meta, a nossa vida e não na terra é preciso afeiçoar-se a essas coisas lá de cima, é preciso fazer essa experiência de morte. Morrer para tudo aquilo que está nessa terra. Terra que no sentido pejorativo tudo é pecado, terra que no sentido profundidade é negativa e alto no sentido de céu. É no alto que está a vossa meta. Qual é a grande causa da infelicidade humana, se não buscar as coisas que estão aqui na terra? O mundo prepara suas coisas de um modo que parece muito atraente para nós. Há alguns anos houve uma greve dos lixeiros em Nova York, e foi o caos porque em Nova York não existe terrenos baldios, não há um lugar onde você possa jogar o lixo, é uma cidade feita de pedra, de edifícios e com uma boa fiscalização. Imaginem o que começou acontecer depois de dois ou três dias, já que o americano é o maior produtor de lixo do mundo. E o Brasil já está em segundo lugar, com uma grande diferença, porque o Brasil não sabe nem aproveitar seu lixo. Em poucos dias se instalou um caos em Nova York, o lixeiro não passava e a quantidade de lixo foi aumentando até que um sujeito teve uma idéia: Ele foi a uma papelaria, comprou umas vinte caixas de papelão, comprou papel de presente e algumas fitas, chegou em casa colocou todo seu lixo naquelas caixas de papelão, fechou, passou papel de presente, fez uns laços bem bonitos e pôs em seu carro que era do estilo de uma caminhonete e começou a dar voltas pela cidade, quando achou uma esquina bem movimentada sem guardas por perto, ele estacionou o carro e ficou de longe olhando. Passaram algumas pessoas olharam aqueles pacotes de presentes ali atrás, vieram outros olharam para um lado,
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para outro um teve coragem e pegou um pacote e saiu correndo, em seguida outro, e mais outro em três minutos depois não tinha mais nenhum pacote na caminhonete. Ele feliz da vida veio assobiando, fechou a tampa da caminhonete, ligou e foi embora. O encardido faz isso com a gente, ele pega o lixo do mundo, o lixo do pecado, o lixo das drogas e da pornografia, o lixo da mentira e vai empacotando, amarra com uma fita bonita, e vai deixando por perto da gente, e nós vamos passando, aquilo vai nos atraindo, você não quer ver mas os olhos parece que puxam naquela direção, você não quer pegar mas a mão parece que estica e vai naquela linha, e quando você percebe você levou para casa, você encheu o coração com o lixo do pecado. Enquanto não nos convencermos por experiência de que é no alto que está nossa meta e não na terra, nós vamos continuar levando lixo para casa, lixo para nosso coração, enfeitado, enfaixado de presentes que parecem bonitos. Não é isso que o mundo faz com a falsa alegria? A alegria é um dom de Deus dado ao cristão, a alegria é patrimônio nosso. O carnaval é uma festa que a princípio seria cristã, e era cristã, era a despedida da carne porque iria entrar no período de quarenta dias da quaresma, que é um período de penitências, jejum e abstinência de carne em preparação a grande festa da páscoa. Por isso a terça feira que antecedia a quarta feira de cinzas era a despedida da carne e por algo bonito, porque se fazia isso em vista da construção desse reino em nós, era um motivo de alegria, alegria que era retomada no segundo domingo da quaresma que é chamado o domingo da alegria. Mas com o tempo as pessoas vão deixando Deus de lado, e esse é um dos grandes problemas de nossa vida, com o tempo nós nos esquecemos que nossa meta é o céu. É como o menininho que voltava da escola com os colegas dizendo: -Eu não quero morrer não, porque morrer deve ser a coisa mais ruim do mundo, porque quando uma pessoa morre
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eles colocam dentro de um caixão, tampam e jogam para debaixo da terra. O outro falou: -Não! Eu escutei na Canção Nova que quando a gente morre, se estivermos com Jesus, iremos para o céu. -Não vai não rapaz, depois de morto como você vai para o céu? O menininho pensou e falou: -Alguma vez você já dormiu no sofá? -Já. -E quando você acordou no dia seguinte, você estava no sofá? -Não, eu estava na minha cama. -Como é que você foi para a cama dormindo? -Ah, meu pai ou minha mãe me pega dormindo no colo e leva eu do sofá e põe no quarto. -Então bobão, Jesus ensinou que quando morremos ficamos ali naquele caixão dormindo, e enquanto isso o Pai vem, nos pega no colo e nos põe no céu. Jesus veio nos dizer que nossa vida está escondida no coração do Pai, “Eu vou para o Pai preparar um lugar para você”. É como a mãe que vai lá no quarto arruma a cama, estica o lençol, mata os pernilongos, põe uma cortina, enquanto isso o pai pega a criança que dormiu no sofá deita ela ali na cama, às vezes até acorda, mas finge que está dormindo. Às vezes quando o pai pega ele até gruda ali no pai, está acordado, mas finge que está dormindo. O pai o deita na cama, dá um beijo. Jesus disse que ia para o Pai nos preparar um lugar, e é o que São Paulo nos diz nesse capítulo dos Colossenses: “Vossa vida está escondida com Cristo em Deus”, mas nós estamos atrás daqueles pacotes, e estamos
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levando lixo para nosso coração, porque só conseguimos ver as aparências, e somos iguais aquele menino que pensa que morre e vai para o inferno. É preciso fazer essa experiência da mãe que vai preparar o quarto e o pai leva o filho dormindo, que dorme na sala e acorda no quarto. Precisamos ter essa certeza de que um dia vamos dormir aqui e vamos acordar no coração de Deus porque Jesus foi nos preparar esse lugar, mas ele prepara esse lugar com o material que mandamos. E que material estamos mandando? Quantas e quantas pessoas estão construindo casas lindas, maravilhosas aqui na terra, até mansões, e talvez não está mandando nem um papelão velho para fazer um barraco lá no céu. Porque pensamos que nossa meta, nossa vida está aqui em baixo, e quando nós pensamos isso, nosso coração vai se enchendo dessas coisas negativas. “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá de cima, afeiçoai-vos às coisas lá do céu, e não as da terra, é no alto que está vossa meta”. Para onde nós estamos encaminhando a nossa vida? Tantas pessoas hoje estão infelizes, porque buscaram a felicidade, gastaram tudo pela felicidade. “Ah, padre eu trabalhei a vida inteira, economizei, eu juntei e agora veio uma enchente e carregou tudo, veio um terremoto e destruiu tudo, veio o ladrão e roubou”. Tem uma coisa que ninguém rouba, e é isso que o encardido quer, a sua liberdade, a sua decisão em proclamar ou não Jesus como único Senhor de sua vida, e isso, nada nem ninguém poderá tirar, nem nessa nem em outra vida, nem mesmo a morte poderá nos separar do amor de Deus por nós em Cristo Jesus, quando nós descobrimos que a nossa meta está no alto e não aqui na terra. Triste da pessoa que coloca sua meta aqui na terra. A história humana conta, quantas e quantas pessoas colocaram sua meta aqui na terra e morreram frustrados. Santos Dumont foi considerado um louco, aqui no Brasil ninguém acreditava nele, foi para a Europa e na França deram algum crédito a ele porque o sobrenome dele é um
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sobrenome francês. E ele que era considerado louco, conseguiu projetar e criar o avião, que é uma das maiores invenções da humanidade.. Foi a maior alegria da sua vida, mas Santos Dumont morreu deprimido e muito triste, morreu com o coração profundamente amargurado quando viu que a invenção que tinha feito estava sendo usada nas guerras para jogar bombas e matar as pessoas. Se Santos Dumont inventou o avião e morreu frustrado, deprimido porque viu essa invenção sendo usada para o mal, imagine Deus que criou cada um de nós à sua imagem e semelhança, colocou o céu dentro de nós, o nosso coração é o retrato desse céu, por isso nós somos chamados para o céu, o tempo todo somos atraídos para esse céu. E quando Deus vê que estamos gastando nosso tempo e nossas energias para o mal, e quando buscamos somente as coisas aqui da terra, somos infelizes. Quantas pessoas que são ricas, milionárias, famosas e infelizes. Michael Jackson, o homem que mais vendeu discos no mundo, já gastou alguns milhões de dólares para ver se fica branco, para esticar o cabelo, para afinar o nariz. Você pode arrumar dinheiro para mudar seu corpo inteiro por fora. Hoje, quantas mulheres estão aí, Inclusive no carnaval mostrando para o mundo inteiro ver os implantes que fizeram de silicone? Você pode colocar silicone, fazer plástica, você pode fazer lipoaspiração, pode ficar branco, pode fazer tudo por fora, mas não existe ainda nenhum silicone, nenhuma cirurgia capas de preencher um coração murcho, frio, ferido, vazio e machucado. Não adianta mudar a carcaça, isso apodrece, então as pessoas estão sendo um pacote de lixo socado. E Jesus falou aos Fariseus, por isso gritou com eles: “Vocês estão sendo sepulcros caiados”. E o que é um sepulcro caiado? O cemitério é o retrato da sociedade, lá é fácil perceber quem era rico. Aquele túmulo enorme, de mármore, com uma estátua enorme pelo lado de fora. E por dentro? Dá uma cavucada lá pra ver, osso podre. E qual é a diferença? Jesus falou que vocês estão sendo
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iguais a esses sepulcros caiados, se preocupam com aquilo que está por fora, com a moda, com esse pacote de presente, mas por dentro você está apodrecendo, por isso você anda angustiado e triste, vive amargurado. Onde está aquela sua alegria, aquela felicidade que brota de dentro, porque a felicidade para o mundo light é a felicidade do bem estar. O que é bem estar? Bem estar é quando estou me sentindo bem, não está nem frio, nem quente. Igual o Maguila quando desceu pela primeira vez em Nova York, escutou falarem no avião : “Em Nova York a temperatura está zero grau”. Ele falou: “Oh beleza, nem frio nem quente, é assim que eu gosto”. Bem estar é estar se sentindo assim, nem frio nem calor, não estar sentindo nenhuma dor, nenhum problema pra resolver, não ter ninguém atazanando as minhas idéias, e ainda ter dinheiro para comprar o que eu quiser. Isso é bem estar. Isso é dos budistas, o Buda é que fica sentado em cima do próprio pé, pode atravessar um arame em seu nariz, ele não está nem aí. Esse não é o ideal cristão, a felicidade que Jesus Cristo veio nos trazer é nos dar a paz, mas tira o nosso sossego, porque não é a felicidade dos acomodados. Buscar as coisas do alto, é busca, é luta, é garra, e não esse papel bonito em volta, porque o encardido sabe que para nos enganar tem que falsificar. A alegria é patrimônio nosso, a alegria é o primeiro fruto do Espírito Santo, mas como nós não buscamos a alegria em Deus, nós vamos atrás da alegria que o encardido dá. Quantas pessoas no mundo morreram frustradas. Merlin Morow, a grande atriz, a mulher que seduziu Presidentes da República, antes de morrer ela tinha que introduzir a droga, mórfica e a cocaína em forma de supositórios, pois não fazia mais efeito aplicar na veia, nem cheirar, nem fumar. Olha aonde a pessoa chega, olha o buraco que a pessoa se mete. Quantos morreram de overdose de drogas? A Elis Regina que morreu há vinte anos, de overdose. Porque a alegria do mundo é assim, o encardido vai dando aos pouquinhos, a pessoa vai acostumando, acostuma com um golinho de cerveja hoje, um cigarrinho amanhã, vai aumentando, vai
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esticando, quando percebe está presa. O encardido tem uma paciência medonha, tem mais paciência do que mineiro. Estava um casal de mineiro lá em uma fazenda sentados no alpendre, de repente eles viram na longe na estrada o compadre deles andando. Aí o marido falou: -Oh mulher, não é o compadre Adorfinho que está vindo lá? -É o jeito de andar é dele. -Eu estou achando que é o compadre Adorfinho! -É mesmo a parecência é. -Uaí onde será que o compadre Adorfinho está indo uma hora dessas? -Ah, não sei, ele está indo para algum lugar. -Tá indo sim, porque ele está andando. Oh mulher eu estou achando que ele está vindo aqui em casa! -É mesmo, ele entrou na porteira lá. -É mesmo o compadre Adorfinho está vindo mesmo. O compadre Adorfinho é sossegado né! Aí o compadre Adorfinho chegou. -Oh, compadre eu acabo de chegar. -Entra pra dentro compadre. -Vai fazer um café bem, vai. -Mas compadre Adorfinho o que devo uma visita tão solene uma hora dessas? Que surpresa? -Mas compadre eu tava lá em casa observando o sítio do senhor, e eu lá lembrei daquele cavalo que você comprou, aquele cavalo de raça, aquele cavalo caro. Ele fuma? -Não!
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-Então pegou fogo no seleiro. O encardido tem mais paciência que o compadre Adorfinho, ele vem devagarinho, e quando ele avisa, já faz tempo, o cavalo já tinha virado fumaça. Ele nos engana porque ele sabe esperar, vai nos enrolando. Por que na Bíblia fala que ele é uma serpente? Porque a cobra fica no meio do mato, quietinha olhando você, e você nem está notando ela. O encardido estuda cada um de nós, e vai descobrindo qual é o nosso ponto fraco? Será que meu ponto fraco é a língua? Aí ele estuda minha língua. O outro é especialista em oftamologia, aí ele fica observando meu olhar, onde eu sou tentado a olhar, o outro é os ouvidos. Porque os dois caminhos preferidos do encardido para entrar em nosso coração são os ouvidos e os olhos. Ele adora entrar em nosso coração pelo ouvido, ele vai nos seduzindo com as fofocas. O encardido gosta de nos seduzir para depois nos desafiar. Principalmente a pessoa orgulhosa, esse é o preferido. Esse compadre Adorfinho tinha uma mula velha, que não valia quase nada, só servia para dar algumas voltas. Mas no Biguá tinha um homem muito rico e chique, esse homem foi a um leilão de cavalos e comprou um cavalo de cem milhões de reais, era um cavalo de exposições. Um dia eles estavam inaugurando uma ponte, chegou o tal homem com seu cavalo maravilhoso. O compadre Adorfinho olhou o cavalo e falou: -
É um cavalo mais ou menos.
Que cavalo mais ou menos, é um cavalo de raça que custou cem milhões de reais. -
É, pode ser, mas eu não troco a minha mula nele.
Oh compadre Adorfinho, deixe de ser bobo sua mula não vale mais nada, se for vender por cem reais ninguém compra, isso aí já não tem mais nem dentes. faz.
Olha essa mula faz coisas que nem esse cavalão
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Aí o dono do cavalo escutou e perguntou: - Como é que é essa conversa aí? O senhor está comparando essa mula aí com meu cavalo? -Eu não estou querendo comparar, eu conheço animais e estou falando que minha mula faz coisas que o senhor não faz com seu cavalo. -Oh, senhor Adorfinho eu respeito o senhor porque o senhor já é um senhor de idade, mas o senhor não pode comparar uma mula pangaré dessa aí com um cavalo desse aqui, um cavalo de raça árabe, puro sangue, isso aqui é um cavalo especial. Mas eu faço coisas com minha mula, que o senhor não faz com seu cavalo. Começou a provocar o homem, e o povo foi se colocando em volta, o homem foi ficando nervoso. -Senhor Adolfo, o senhor respeita mais os outros também, eu gastei um dinheirão nesse cavalo, e agora o senhor fica aí me humilhando, fique sabendo que esse cavalo faz tudo que o senhor imaginar. -É, pode até fazer, mas eu faço coisa com minha mula que o senhor não faz com seu cavalo. Paga pro senhor ver. -Pagar o quê? -Nós podemos fazer uma aposta, vamos apostar dez mil? -Oh senhor Adorfinho onde o senhor vai conseguir dez mil? -Eu consigo, e eu sou um homem de palavra, e o senhor? Chamaram o pessoal para testemunha fizeram a aposta. O senhor Adorfinho pegou a mula, puxou e encostou-a na beira da ponte e empurrou ela no rio. Jogou
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a mula na pirambeira, e ainda ganhou dez mil. O encardido faz isso, a pessoa que tem sua meta aqui na terra, o encardido vai rodeando essa pessoa que quer ser mais que os outros e faz como compadre Adorfinho fez. Você jogaria seu cavalo de cem milhões na pirambeira para ganhar dez? O encardido faz isso, e faz você jogar algo que vale muito mais que dez mil. A sua vida ele faz você jogar na pirambeira do pecado. Quantas vidas eu tenho visto na pirambeira da droga, na pirambeira da prostituição e da mentira, na pirambeira do ódio, do desamor, e a pessoa está lá naquele buraco em uma depressão profunda, e não consegue sair de lá porque acreditou nos desafios do encardido e quis disputar com ele. Nós não temos que disputar com ele. “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto”. Eu não sou melhor do que ninguém, e preciso saber até onde vai a minha força e a minha fraqueza. E minha força vem do Senhor,.mas minha fraqueza vem do mundo, dos meus ouvidos, dos meus olhos, a minha fraqueza vem do meu orgulho e da minha prepotência, do querer ser mais que os outros. Qual é a isca que o encardido está usando para pegar você? E fazer com você que nasceu para o céu, você foi criado para Deus, e que coisa mais linda e fabulosa é a descrição da criação do ser humano, obra prima das mãos de Deus, feitos a sua imagem e semelhança desse Deus. Por isso o encardido fica com inveja, e quer nos destruir, ele quer que acreditemos que a nossa meta está aqui. Uma pessoa que acredita que sua meta está em ser aplaudido pelos outros vai fazer de tudo para ser aplaudido e elogiado. Uma pessoa que acredita que sua felicidade está em ter dinheiro e ter mais que as outras pessoas é capaz de vender a alma para o diabo, o coração inteiro para o encardido só para poder ter mais que os outros. “Ah, eu quero ser famoso”. Como o Gênese nos conta quando o povo de Deus chegou naquela planície e um quis ser mais que o outro. Então nós vamos edificar uma torre que chegue até o céu, para que sejamos o povo mais famoso da terra. Aí Deus diz: “Não, esse povo aí esta
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falando uma língua só, mas estão falando uma língua estragada, é preciso confundir essa língua”. E como surgiu a Torre de Babel, senão ser mais que o outro? Que tristeza quando o encardido enche nossos ouvidos e nossos olhos com a ganância, e quantas pessoas estão sendo destruídas pela ganância. Nós precisamos educar muito nossas crianças para Deus, porque a criança de hoje não sabe esperar, porque ela bate o pé, grita e berra, aí a mãe já atende. O adolescente quer na hora, ele não quer esperar. Antigamente pra gente comprar uma camisa levava um ano e a gente sabia esperar. A minha primeira comunhão foi muito bonita. Eu queria fazer a primeira comunhão, então eu entrei de penetra na turma. E minha mãe guardava a roupa que meu irmão mais velho usou em sua primeira comunhão, depois meu outro irmão. Calça curta branca e paletó branco. Eu já era coroinha e estudava muito para fazer a primeira comunhão. Quando faltava uma semana para o dia da primeira comunhão, a professora falou: _ O uniforme da primeira comunhão desse ano vai ser para os meninos calça comprida branca para lembrar a hóstia, e paletó vinho para lembrar o sangue de cristo e as meninas vão com saia vinho e blusa branca. Eu cheguei em casa e falei: _ Mãe, tem que ter calça comprida mãe! _ Ah, meu filho, mais não tem. Aí mamãe foi falar com a professora, mas ela falou: _ Não pode só ele ir diferente. A senhora dá um jeito de arrumar a calça pra ele. Mas onde ela ia arrumar dinheiro. Dinheiro só tinha quando vendia o leite, no final do mês ia lá na fábrica pegava o cheque ia na cidade e trocava, mas era muito pouco, e era só para comprar as coisas necessárias e
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já acabava.Como é que em uma semana ia comprar uma calça? Eu comecei a chorar. Mamãe falou: _ Ah, meu filho, não vai dar, dessa vez você tem que esperar. Mas eu queria tanto fazer a primeira comunhão, falei com a professora, chorei, e ela falou: _ Não pode, ordem é ordem. O padre chegava de tardezinha, tinha a missa da noite, de manhã cedo tinha outra missa, e às dez horas tinha a missa das crianças, que era a missa da primeira comunhão. E eu sonhava com aquela missa, minha maior vontade era saber que gosto tinha a hóstia. Eu deitava na cama e ficava imaginando o que será que a gente sente quando coloca a hóstia na boca, é Jesus, e não pode colar no céu da boca, mas eu não ia fazer a primeira comunhão. Eu chorava muito e lembro que via mamãe chorando, papai triste, mas onde ia arrumar dinheiro. Um dia mamãe me chamou e falou: _ Oh meu filho, não chora não! - Mas ela também estava chorando - olha quando o padre chegar aqui eu vou conversar com o padre. No dia que o padre chegou, eu estava roçando pasto, quando eu vi passar o carro do padre fui correndo contar pra minha mãe que o padre já tinha chegado. Tomei um banho e fomos lá falar com o padre. Chegando lá era padre Arlindo e padre Delfin Moreira. Padre Arlindo contou a história pra ele, e ele falou: _ Oh, Nazaré, você foi catequista de tantas crianças. Se você não tiver condição de dizer que seu filho pode fazer a primeira comunhão, ninguém tem aqui no Biguá. A primeira comunhão dele vai ser hoje. Eu fiz minha primeira comunhão sozinho, de terninho branco e calça curta branca porque não tinha dinheiro para comprar aquela calça. Meus colegas fizeram
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no outro dia, e eu já era coroinha, já tinha feito a primeira comunhão. Hoje eu não sei onde estão nenhum deles, e eu, pela graça de Deus, sou padre. Às vezes vale a pena a gente não ter dinheiro para comprar um metro de pano branco, porque me dá a graça de receber nas mãos milhões de panos brancos que é o corpo do Cristo que entra em nosso coração com calça curta, ou com calça comprida, pobre ou rico, mas ele vem. Hoje é muito fácil comprar roupas, se não tiver dinheiro, vai na loja, compra e vai pagando cada mês um pouquinho. Compra a camisa, compra a calça, compra a televisão, o rádio, a cama, o ventilador, e cada dia vai comprando e fazendo dívidas e mais dívidas, e tem que trabalhar, vai ficando nervoso, a família começa brigar, e não tem mais tempo de rezar. E tem pais que estão tão preocupados em pagar as dívidas que fizeram para comprar tudo que os filhos precisam, que não tem tempo de levar o filho na catequese de primeira comunhão. É no alto que está a vossa meta, e não na terra, coitada daquela professora, ela não sabia disso. Talvez até ela queria me proteger, ou que eu não me sentisse mal, ou que as pessoas falassem. Eu não condeno ela, muito pelo contrário, se não fosse isso eu não teria feito primeira comunhão um dia antes. Graças à pobreza de papai e mamãe que não podiam comprar um metro de pano branco, talvez ali era Cristo dizendo: “Léo, eu quero que um dia você esteja não só com a calça comprida, mas com a túnica inteira branca levando Jesus para as pessoas”. Hoje nós temos dinheiro para comprar muitas roupas coloridas, tantas e tantas coisas. E hoje as pessoas põe roupa e tira a roupa para servir o encardido. Que tristeza quando vemos esse mundo caminhando para esse buraco achando que é ali que está a felicidade. A felicidade do ter, do poder e do prazer. Nós estamos levando esses pacotes do lixo do pecado, do lixo da mentira e do egoísmo para nossas casas, para nossos corações e para nossa vida. É preciso despir-se do homem
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velho, e buscar a meta que está no alto, não na terra. O que eu estou buscando? A minha vida passa, num pequeno toque, em um tombo, e o que eu levo dessa vida? As calças compridas brancas. Quem sabe hoje você abre seu armário e ele está cheio de roupas, porque cada quarto tem que ter um armário. Lá no Biguá nós tínhamos um guardaroupa de duas portas, cabia a roupa de todos e ainda sobrava espaço para os travesseiros e cobertores. Mas quando passava o Jeep do padre Arlindo era dia de acabar o serviço mais cedo, tomar banho, e se a missa era às sete, as cinco e meia nós já estávamos indo em fila com o papai e a mamãe para a igreja. Que maravilha, e que maravilha esses pais que não deixaram herança para os filhos. Dinheiro, fazendas, carros, mas deixaram Deus, a única herança que o mundo não tira. Que maravilha esses pais que puderam mostrar a meta do alto, que conseguem enxergar além das aparências. Eu me lembro da mamãe sofrendo naquela semana, talvez até ela tivesse se revoltado contra Deus em algum momento e falado: “Oh, meu Deus, eu sempre agi certo, tentei sempre educar meus doze filhos na fé”. Quem sabe mamãe podia se revoltar, mas quem tem Deus, não se revolta, quem tem Deus sabe que nossa meta é lá no alto. Mas ainda hoje vimos na catequese as pessoas se reunirem muitas vezes para discutir como será a roupa, como será o enfeite, em alguns lugares já se reserva com um ano de antecedência o clube onde vai ser o almoço da primeira comunhão. E quem sabe não se tem tempo de sentar juntos e experimentar esse amor de Deus. Que maravilha aquele menino que tinha a experiência de um pai que o carregava no colo, se aquele menino não soubesse que quando ele dormia no sofá e acordava no quarto, era porque tinha um pai que o carregava no colo, ele não ia pensar em Deus. Quantas pessoas hoje não conseguem pensar em Deus porque os pais têm tanta coisa para comprar que não têm tempo de carregar o filho do sofá para colocar na cama. Por isso o filho não sabe que um dia vai ser
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carregado dessa vida para o alto, e acaba se afundando para o fundo do poço, para o abismo das drogas, da prostituição, da violência. Pai e mãe, no dia que você pegar seu filho que dorme na sala, no tapete às vezes, ou como o Bibi lá em Bethânia, um dos meus filhinhos pequeninos, que é capaz de deitar na perna do pai e dormir. O filho que um dia abriu os olhinhos só um pouquinho porque sentiu aquele cheiro do pai ou da mãe que o carregava do tapete ou do sofá, para aquela cama quentinha, cheirosinha. Pode ser que um dia ele perca tudo na vida, pode ser que ele não tenha dinheiro para comprar uma calça comprida, mas ele tem o cheiro do céu. Quem tem cheiro de pai, quem tem cheiro de mãe, tem cheiro do céu, tem cheiro de Deus, tem cheiro da vida. É preciso dizer: Senhor! Eu quero encontrar esse céu, eu quero experimentar esse céu, eu quero me encher desse céu. Hoje, Senhor eu sinto meu coração talvez como daquele menino que acha que quando morre vai para o fundo da terra, e tudo acaba, porque aqui no meu coração Senhor falta o calor, o cheiro do braço e do abraço, do meu pai e da minha mãe que tivesse me carregado do sofá da sala para a cama quentinha do quarto. Senhor, eu tenho dormido muitas e muitas vezes no pecado, dormido embriagado, dormido sob o efeito das drogas, dormido fedendo o cheiro do cigarro, da maconha. Eu tenho dormido Senhor, em quartos e camas de motéis, de lugares terríveis e quando eu acordo Senhor, eu estou pior do que antes de dormir, estou na ressaca, com dor de cabeça, eu estou com a boca amarga, estou com os olhos ardendo, porque ninguém me levou para o quarto Senhor. Jesus você que foi capaz de ficar nu, de se despir, hoje eu te peço, vem me buscar Jesus, aqui onde eu estou caído, vem me buscar Jesus aqui nesse buraco do pecado e me leve para o colo de Deus, para o coração de Deus, me leve para a ternura e misericórdia desse Deus. Esse Deus que muitas vezes eu já estive tão longe, mas hoje eu queria ficar perto.
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É preciso buscar a meta “Afeiçoa-vos as coisas lá do céu, e não as da terra”. Às vezes ficamos encasquetados com algumas coisas. Por que Deus nos pôs na terra? E para que? Para sofrer? Nós precisamos entender muito bem isso que São Paulo nos ensina, porque senão nós caímos em um perigo que a Renovação Carismática e outros movimentos já passaram, que é: “Eu entreguei minha vida para Jesus, eu entreguei meus problemas para Jesus”. Um Senhor chegou na igreja e falou: _ Padre, eu vim pedir uma oração. O padre falou: _ Pra você receber a graça, você precisa ter muita fé. _ Eu tenho muita fé padre, eu tenho tanta fé que eu vim a cavalo e larguei meu cavalo solto na frente da igreja, pois eu acredito que Deus cuida de meu cavalo.
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_ Vai amarrar seu cavalo, você não acha que Deus tem coisa mais importante pra fazer do que ficar segurando cavalo na porta da igreja? Então o que é essa fé? Quem escreveu isso foi São Paulo, e São Paulo era um homem de pé no chão, um homem que passou por um processo de conversão fabuloso, caiu do cavalo, cheirou pó da terra. Ele queria entrar em cima do cavalo imponente em Damasco, entrou cego sendo segurado. Paulo fez uma profunda experiência desse Deus e trabalhou mais do que ninguém, viajou pelo mundo, sofreu, esteve preso várias vezes. Não é uma frase idealista? “A vossa meta está no céu não na terra”. Não se preocupe com as coisas da terra, não se preocupe com as coisas do mundo. Então vai morrer, pois essa vida aqui na terra é muito importante, foi Deus que criou, tudo isso é obra de Deus, o ser humano é a mais preciosa obra de Deus, porque enquanto o universo inteiro é fruto da Palavra de Deus, o ser humano foi feito pelas mãos de Deus. E é essa a grande ofensa que o encardido quer fazer a Deus. Como ele não pode atingir a Deus, ele tenta atingir o ser humano que é à imagem e semelhança de Deus. São Paulo quer nos ensinar que o grande objetivo da nossa vida não está nas coisas terrenas. O alvo que nós aspiramos não pode ser os falsos valores que o mundo inventou e continua inventando para nós. O que faz uma pessoa se perder é quando ela perde essa meta, quando ela perde o alvo, ela não sabe mais para onde vai, e quem não sabe para onde vai se enrosca diante de qualquer coisa. Tem uma música que dá para fazer uma analogia com esse tema: “Só por ti Jesus eu quero me consumir”. Nós que conhecemos jovens drogados, jovens que chegam em nossa comunidade no fundo do poço, podemos entender bem essa música. Quando você vê uma vela acesa no altar, a vela vai se consumindo, ela ilumina e vai diminuindo até acabar. Mas a vela se consome para gerar luz. E se você pegar uma vela colocar em outra, e outra na outra, ela não diminui seu foco, ela partilha e aumenta, ela gasta-se mais
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ilumina. Quando vemos um jovem, uma menina, drogados ou prostituídos ou um pai de família alcoolizado, entendemos o que diz essa frase: “Só por ti Jesus eu quero me consumir”. Por quem eu estou consumindo a minha vida? No quê você está gastando a sua vida. “No alto está a vossa meta”. É uma frase que tem que iluminar sua vida em cada dia. O meu dinheiro, no que eu posso gastar, o meu corpo, a minha sexualidade, e sexualidade não é coisa feia, é uma coisa maravilhosa, mas é preciso olhar para minha sexualidade e para meu corpo e dizer: “É no alto que está a minha meta”. Quando nós olhamos para essa frase, nós entendemos o “para que” o objetivo e o “por que” é a razão. Por que eu vou viver a castidade? Se eu não tiver um motivo muito claro, por que viver e para que viver, isso não tem sentido. Se eu não sei que é no alto que está minha meta, se eu acho que minha meta está nas coisas, eu vou buscar ser aplaudido, vou buscar na vida ser mais do que os outros. E Paulo foi aquele que fez uma experiência fantástica, e porque ele tem uma meta muito clara ele encontra motivos para viver. O Papa escrevendo uma cartinha na campanha da fraternidade disse que o grande problema da juventude e dos adultos dependentes químicos, não é a droga em si, por isso que uma droga não pode curar outra droga. O grande problema é falta de um sentido para a vida. O mundo nos ensina um sentido muito pequeno: “Ah, eu preciso ser feliz, eu quero ser feliz, eu mereço ser feliz”. O ser humano nasce para ser feliz. Deus é feliz, a suprema felicidade, a bem aventurança por excelência., o primeiro capítulo do catecismo da igreja católica, e esse Deus que é feliz por excelência partilha felicidade, por isso ele nos criou para a alegria e essa tem que ser a marca registrada do cristão. Mais de oitocentas vezes aparece na bíblia a palavra alegria. A alegria é propriedade nossa, mas o encardido quer nos tirar a verdadeira alegria, nos propondo a falsa alegria. Ser feliz vira sinônimo de bem estar, ser feliz é
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fazer o que eu quero, do jeito que eu quero, e na hora que eu quero. “Ah, aquela fulana deve ser feliz porque ela tem dinheiro, aquele rapaz deve ser feliz porque ele é bonito”. Mas será que beleza é sinônimo de felicidade? Quantas pessoas lindas, a Ana Paula Arósio, uma mulher linda. Tem gente que diz: “Se eu tivesse uma mulher daquela eu não largava nunca, e ela já está no terceiro ou quarto casamento”. E Michael Jackson, o homem é podre de rico, e acho que hoje ele já está mais podre do que rico, porque não aceita ser negro, quer ser branco. Já fez um monte de operações para ficar branco, para afinar o nariz e para esticar o cabelo. Por fora da para mudar tudo. E por dentro? Onde estão os jovens que fizeram grandes sucessos no mundo? Elvis Presley, John Lenon, e no Brasil quantos artista ricos, bonitos. Quantos jogadores de futebol como Diego Maradona considerado o segundo maior jogador de futebol do século, mergulhou na cocaína, perdeu o sentido da vida. Tem dinheiro, tem poder, compra tudo que o dinheiro pode comprar, roupas, automóveis, compra tudo. Uma mulher chegou em uma loja de roupas e falou: _ Menina eu quero comprar um vestido preto, bonito e chique, não importa o preço, mas tem que ser um vestido que me deixe linda, sensual e maravilhosa. A moça falou: _ Nós temos vestidos pretos e chiques, o resto é com a senhora. “Ah, se eu usar aquela roupa eu fico bonito”. Vai ficar um feio mal arrumado, bem arrumado tanto faz. O consumismo consome, percebe a importância de saber a nossa meta, porque se a meta é o “ter” veja bem o círculo vicioso que vai criando nisso, e como faz você infeliz. Se fosse só o ter, a gente economizava, juntava dinheiro e comprava. Mas a meta não é só o ter, a meta é ter aquilo
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que inventam que a gente precisa “ter” para ser feliz. Essa é a meta do mundo, é o consumismo, e consumismo é eu ter que comprar. Tem pessoas que quando ficam nervosas precisam sair para comprar, mas não sabem nem o que comprar. Abrem o armário, tem trinta calças, vinte camisas, cinqüenta sapatos e não sabe que roupa vestir. O problema não está na roupa, mas nós acreditamos que está. E a pessoa fica triste, fica nervosa. “Ah, eu queria tanto comprar aquilo!”. Em meu livro Cura interior eu conto uma historinha de uma mulher que queria comprar um sofá novo, era seu maior sonho comprar um sofá novo, mas não tinha dinheiro para comprar, começou ficar triste emburrada. A mulher que foi ficando triste e deprimida. E o marido disse: -
O que você tem querida?
-
Compra um sofá novo pra mim!
Oh Bem, não tem jeito de comprar sofá não! A situação está difícil, não temos dinheiro. A mulher foi ficando ainda mais triste e deprimida, não gostava de receber visita porque tinha vergonha daquele sofá. Não se cuidava mais, o marido chegava do serviço cansado queria um carinho e nada. Vai lá pro sofá. Um homem que não consegue nem comprar um sofá. Compra um sofá novo pra mim!. Quando uma mulher põe uma coisa na cabeça é terrível, todo dia ela falava naquele sofá. Ele também foi ficando triste, chegava em casa ela estava sempre mal arrumada, despenteada, e se ele falasse alguma coisa, ela logo perguntava: -
Já comprou o sofá?
Não teve jeito, o coitado teve que comprar o sofá. Falou com o chefe, sai um pouco mais cedo do serviço,
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chegou em casa, mandou ela tomar um banho, que por sinal foi rapidinho, e foram na loja comprar o sofá. No dia seguinte ela acordou cedo, tomou um banho, limpou a casa, abriu as janelas, chamou as vizinhas pra tomar café e pra mostrar o sofá novo. Fez uma janta especial para o marido, depois foram namorar no sofá. De manhã os dois acordaram felizes, ele foi trabalhar também feliz, parecia que todos os problemas haviam desaparecidos, aquele matrimônio era só felicidade .Depois de uns quinze dias ao voltar para casa, encontrou de novo a mulher triste. -O que houve? -Repare o sofá! -É lindo o sofá, você tinha gostado tanto. -É claro que eu gostei. Mas e o tapete, não combina com o sofá. -E por que não comprou um sofá que combinasse com o tapete? -Esse tapete está fora de moda. “Bem”, compra um tapete novo pra mim? -Nem terminamos ainda de pagar o sofá, mesmo assim vamos comprar um tapete novo. Que alegria naquela casa, aquele tapete novo na sala combinando com o sofá, a felicidade reinava de novo naquela casa. Passados alguns dias novamente ela estava triste. -O que será dessa vez? -As cortinas! Não se usa mais essas cortinas floridas, eu queria de uma cor só, na cor pastel. Compra uma cortina nova pra mim? Já começou a ficar deprimida, sem entusiasmo, ele foi lá e comprou a cortina. Depois teve que trocar também a televisão. Porque o que adianta ter um sofá novo, tapete
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bonito e uma televisão daquelas que tem que levantar pra trocar de canal. Televisão, DVD, lustre. A sala estava completa, faltava o quarto. Agora tem que comprar uma cama com um colchão especial, fazer um closet pra trocar de roupa. O quarto estava completo. E pra cozinha? Era microondas, suggar, forno auto-limpante, geladeira... Em dois anos estava tudo novo: casa, carro, jardim, e ainda assim deprimida. Então tem que ir no médico: “depressão”. Ou então vai na mãe de santo, pode ser “mal olhado”, aquela vizinha invejosa. Começa a pôr minhoca na cabeça, vai usando incenso na casa, toma um montão de remédios, vai comendo demais, vai engordando, ficando igual a uma pantufa, aí precisa tomar ainda mais remédios. Um dia o marido chegou e ela estava deitada no sofá morta. O triste é que essa historinha não é inventada não, essa está sendo a história da grande maioria das pessoas que estão buscando sua meta aqui, e ao esquecer que a nossa grande meta está lá em cima, não vêem o sentido naquilo que faz, e quem vive uma vida sem sentido acaba perdendo primeiro o sentido da vida, e depois a própria vida, porque vai se consumindo pelo “ter”, vai buscando mais e mais, mas nunca vai estar satisfeito, porque cada vez vão inventar uma coisa nova que eu preciso para ser feliz. E você começa a gastar sua vida e seu tempo e não tem mais tempo nem de rezar, de ir a uma missa. As coisas de Deus são as primeiras que nós deixamos de lado. “Ah, padre eu não sei porque as coisas não vão bem em minha vida. Eu sempre fui tão bom, eu rezo, pago o dízimo lá na minha paróquia, eu dou dez reais”. E quanto paga de dízimo para o encardido? “Não padre! Eu não dou dinheiro para essas coisas não!”. Mas tem um maço de cigarros no bolso. O cigarro é o incenso do encardido. E as grandes empresas do tabaco investem bilhões de dólares especialmente voltados ao mercado brasileiro para fazer um cigarro mais light ainda, porque já tem o cigarro light, com menos alcatrão, menos nicotina, mas com 4.250
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substâncias nocivas. Então estão fazendo um mais light ainda porque sabem que o Brasil é o segundo maior consumidor de cigarros do mundo. O que nos deixa mais triste é saber que os países onde mais se consomem cigarros no mundo são países católicos: Alemanha, Holanda, Espanha e Brasil. Na Alemanha a maioria da população são cristãos, mas hoje em muitas regiões da Alemanha a igreja luterana já é a maioria, e do mesmo jeito que aumenta pessoas convertidas em outras religiões, vai diminuindo o número de consumo de cigarros. E onde o catolicismo está em expansão, como por exemplo a Espanha, a Polônia, a Índia que está tendo uma explosão do catolicismo maravilhosa, inclusive com muitas vocações sacerdotais, o Brasil e outros paises da América Latina, há ao mesmo tempo um aumento no consumo do cigarro e de bebidas alcoólicas. Países pobres pagam o dízimo. E para o encardido é o diário, ele me consome. O cigarro vai me consumindo, a bebida alcoólica vai me consumindo, a novela vai me consumindo. A novela cria um referencial falso, um modelo de vida light, onde tudo está bem, no final tudo da certo, pode viver de qualquer jeito, mas por dentro das novelas vai se passando uma mensagem contra a nossa fé. Eu não tenho medo de falar isso, hoje a igreja católica tem um grande inimigo nos meios de comunicação. Por quê? E vocês notaram que nos últimos anos os canais de televisão abertos no Brasil, estão aumentando o número de programas contra a fé. Programas inteirinhos escritos e baseados no roteiro do encardido. Por exemplo “No limite”, programa de grande audiência. Olhem que modelo de programa para encerrar o domingo, o dia do Senhor. Você sai de um acampamento, ou de uma missa, vai para a sua casa assistir o Fantástico que já foi um bom programa jornalístico, mas que em tese é um programa jornalístico. Quando não tem o Sai de baixo, que o nome já diz, sai lá de baixo. Quando não tem esse Sai de baixo, cria-se um No limite. Que é um modelo
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para as famílias católicas. Primeiro elimine os seus inimigos, a vida é uma batalha onde você tem que pisar nos outros. Se você perdeu, ou sua família está perdendo, ou sua comunidade, descubra quem é o culpado e elimineo faz uma votação e vai eliminando. E quando todos são eliminados sobra apenas um, começa um outro grupo. Eu elimino as pessoas quando lá no meu grupo começa a dar problemas, quando na minha comunidade tem problema eu vou para outra comunidade, crio outro grupo. Tem retrato mais fiel do inferno do que isso? È achar culpado e eliminar. É impressionante quando passamos a estudar a Palavra de Deus, e quando as coisas começam a ir mal na história do povo de Deus. “Onde foi que nós erramos?”. Essa pergunta eu até contei na bíblia Ave Maria, repete cinqüenta e quatro vezes. Quando as coisas iam mal o povo de Deus parava, perguntava e faziam um exame de consciência e chegavam a seguinte conclusão: “Nós nos afastamos do Senhor, deixamos o Senhor de lado, e por isso as coisas vão mal”. A pergunta que se faz não é: Quem é o culpado pela nossa derrota? Por que nossa família vai mal? Por que nossa comunidade vai mal? Por que nosso grupo de oração vai mal. A pergunta da bíblia é diferente: Por que nós não estamos bem? Por que e onde nós nos afastamos do Senhor? É comunidade e não comodidade. Leiam o livro do Êxodo, o livro de Josué e principalmente o livro de Juízes. No livro de Juízes, do princípio ao fim aparece isso. A comunidade se reúne e diz: “Pecamos contra o Senhor”. Cada vez que eles eram derrotados com uma batalha, cada vez que perdiam uma guerra eles paravam o resto do povo e faziam um exame de consciência: “No que nós precisamos mudar” E geralmente a resposta é: “Nós nos afastamos do Senhor Nosso Deus”. Nós nos afastamos de nossa meta. A história do povo de Deus nesses quarenta anos para entrar na terra prometida. Por que levou quarenta anos para sair do Egito e chegar até ali? Por que demorou tanto? Primeiro porque
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tinham uma meta, e porque sabiam aonde iam chegar. Mas cada vez que o povo errava, cada vez que o povo pecava, cada vez que o povo abandonava o Senhor e deixava Deus de lado, as coisas começavam a ir mal. E é por isso que vai mal a sua comunidade, é por isso que vai mal a sua família, é por isso que vai mal o seu namoro. É porque falta uma meta, você não sabe aonde ir, e quem não sabe aonde ir se enrosca diante de qualquer coisinha. Mas o mundo se afasta e deixa passar quem sabe aonde vai, mesmo que seja com uma cruz nas costas como Jesus Cristo fez. Portanto, achar uma meta significa também descobrir as causas: Por que não estamos bem? Não é quem é o culpado. Nem quem nós precisamos eliminar. O cristão não tem limite, nosso único limite é a cruz, e a cruz é salvação para nós. Hoje se eliminam pessoas como se fossem objetos descartáveis. A coisa que eu tenho mais horror é beber café em copos descartáveis, aquilo quebra, queima a mão. Eu me lembro que lá no conventinho, no curso de Teologia tinha de oitenta a noventa alunos e quando nós levávamos o café para eles no copo de vidro, depois tinha que lavar sozinho. Puxava aquele carrinho, noventa copos para lavar. Um dia Deus me falou assim: “Não , só tem um para lavar, você não lava noventa de uma vez só, lava um, depois lava outro, depois outro, depois lava outro, é assim.” Uma grande caminhada se faz com pequenos passos, observe o mecanismo de andar. Para você andar mais depressa é só mudar a perna de trás, esquece a outra, só muda aquele que ficou para trás. Faça o teste. O que me faz desistir da caminhada não é o cansaço, é não saber para onde ir, e nem por que ir. Em um dia de sol quente do meio dia, se alguém lhe convidar para ir a algum lugar, você vai dizer: “Um calor desses, ao meio dia, eu não vou não!”. Mas se um filho seu ficar doente, o médico ou o hospital leva quatro quilômetros debaixo de um sol de quarenta graus, você não fica olhando para o filho e dizendo que o sol está
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muito quente e o calor é de quarenta graus, você pega ele, põe nas costas se for preciso, e não tem quem te segure, você passa cerca de arame, você vai porque você tem uma meta, e você sabe para onde vai. É preciso ter uma meta, e a nossa meta é muito grande. Quem se acostuma com coisa pequena não pode ir para o céu. Quem se contenta com pouco, vai para o inferno que é muito fácil, vai cavando sua cova já. O céu é para quem sonha grande, pensa grande, ama grande e tem a coragem de viver pequeno, isso é o céu. Por que Maria é a grande mãe de Deus e da igreja? Eu não gosto muito dessas Nossas Senhoras que alguns mostram por aí. Uma Nossa Senhora chorona, uma Nossa Senhora faladeira. Engraçado que essas Nossas Senhoras aparecem a qualquer hora. Ela que foi a virgem do silêncio, no Novo Testamento ela apareceu apenas dezoito vezes, agora não sai da tela. Será que é essa a mãe de Deus? Ou estão inventando outra Nossa Senhora? Porque já falaram que a Iemanjá da novela Porto dos milagres é Nossa Senhora. Inclusive comemora-se Iemanjá no mesmo dia de Nossa Senhora dos Navegantes. Naquela novela uma das cenas mais caras foi a aparição de Iemanjá, quando o autor principal tinha problema ele recorria a ajuda dela, aí ela saia da água, e quem sai debaixo pode ajudar o quê? A Nossa Senhora é coroada com o sol, a lua debaixo de seus pés. A outra cena muito cara era quando mudava o temperamento do povo da cidade, mudava a cor do céu, quer dizer que Deus muda conforme o nosso temperamento. Olhem que terrível! Depois veio outra novela escrita pela Glória Peres. Ela me mandou quatro emails. Essa novela abordou o problema da dependência química e recuperação de drogados, então ela queria minha ajuda. Quando ela me falou que no roteiro um dos personagens, o principal iria ser Muçulmano, que iria ter duas ou três mulheres e um dos problemas ia ser a droga, eu nem respondi o e-mail para a mulher. No mesmo ano que a igreja fazia a campanha da fraternidade Vida sim,
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drogas não! Eles precisavam pescar o povo com a novela, inclusive o padre Léo deu uma ajuda. Por isso eu não gosto dessas nossas senhoras que vêm lá de baixo, a nossa vem lá de cima. Mas o hino que ela nos ensina é de servir, por isso ela diz: “Eu sou a serva do Senhor”, e é muito interessante na bíblia Ave Maria a palavra líder só aparece uma única vez, em (At, 24-5) e aparece como sinônimo de peste. Quando o homem está falando mal de São Paulo ele diz: “É uma peste, é um dos líderes da seita do Nazareno”. Por isso nossos grupos de orações vão tão mal, porque tem líder, é interessante que a Renovação Carismática que gosta tanto da bíblia, vai pegar uma palavra que aparece uma única vez na bíblia, e assim mesmo no sentido pejorativo. A palavra servo na bíblia Ave Maria aparece cento e trinta e oito vezes. O mundo precisa de servos como a Mãe de Deus, mas ela sai, atravessa o deserto inteiro, faz uma longa viagem para trabalhar de empregada doméstica na casa de Santa Isabel. A única mulher do mundo que teve o rei na barriga trabalhou de empregada doméstica. E nós que temo o pecado no coração, o orgulho, a vaidade, a prepotência queremos ser mais do que os outros, achando que quando nós formos ou tivermos mais que os outros seremos felizes. É no alto que está a vossa meta, mas você está aqui no chão, quanto melhor você se fizer, maior você será em Deus. Porque será que Deus sempre escolhe os piores? Porque se ele escolhesse os melhores, o que ele iria fazer com os piores? O que Deus iria fazer com quem quer ser mais que os outros? O encardido, lúcifer que vem da palavra luz era o responsável pela luz, ele jogava luz para iluminar os outros, mas ele quis jogar luz para si. É como olhar para o sol, cega. E quando uma pessoa não enxerga ela sai dando cabeçadas. O anjo responsável pela luz se cegou com a própria luz, porque não quis ser servo, porque não percebeu que sua meta estava no alto. Você está rezando para que? Você está trabalhando para que? Para alcançar essa meta? Para ser aplaudido? Para ser
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elogiado? Para que as pessoas amem você? Seja medíocre, viva na média que você será a pessoa mais adorável do mundo. Mas o que é viver na média? Média nós vimos na escola, se a criança tirou dez em matemática, tirou quatro em português, soma-se e divide por dois, média sete passou direto, mas não sabe nada de português. Se você estiver com a metade seu corpo dentro de um forno e a outra metade dentro de um freezer, você está na média. E esse é o tipo de cristão que existe hoje, primeiro ele coloca metade de seu corpo no forno do pecado, e a outra metade de seu coração na frieza do egoísmo, que vai fazendo com que as pessoas se tornem frias, feridas machucadas. Só tem um jeito de acharmos essa meta, e Jesus diz: É preciso olhar para aquele que foi transpassado. Senhor põe em mim um coração novo, eu quero viver essa dimensão de ser para os outros, e deixar-me consumir como tu mesmo Senhor consumistes inteiro na cruz até chegar a não ter mais sangue Senhor. Eu também estou me consumindo Senhor, só que eu estou me consumindo pelo ódio, eu estou sendo consumido por tantas mentiras em minha vida Senhor, eu comecei mentindo para o pai, para a mãe, de repente eu estava mentindo pra Deus, de tanto mentir para Deus, eu passei a mentir para mim mesmo. Estou me consumindo hoje Senhor pelo vício do sexo, o vício do sexo pelos meus olhos através da pornografia da internet, das revistas. Estou me consumindo pela pornografia dos meus ouvidos, das músicas que eu escuto Senhor, que vão entrando em meu coração e sujando meu coração. Eu estou me consumindo Senhor pelo consumismo.
Livro digitado pelas próprias mãos do Padre Leo. Somente aqui na TR.
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