Studio ghibli1

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POSTER CURIOSIDADES

A VIAGEM DE CHIHIRO NOVO LANÇAMENTO


“O Vento Quente do Deserto do Saara”

A historia de um dos maiores studios de animação

Conheça as mentes por trás de filmes como A Viagem de Chihiro, Meu Amigo Totoro, Princesa Mononoke e Ponyo: Uma amizade que Veio do Mar. “O Quente Vento do Deserto do Saara”. Para muitos, essa frase pode não fazer sentido algum, mas para Hayao Miyazaki, esse vento que se chama Ghibli seria aquele que mudaria para sempre a história da animação mundial. O estúdio foi criado no ano de 1985, pelos diretores Hayao Miyazaki e Isao Takahata, juntamente do produtor Toshio Suzuki. Miyazaki e Takahata trabalhavam em vários projetos juntos quando perceberam, que para fazer as animações de alta qualidade, como desejavam, precisariam de um tipo de mídia onde os prazos não fossem tão apertados como são nas séries de televisão. Foi assim que

surgiu a ideia da criação de um estúdio para produzir filmes cuidadosamente desenhados, com enredo e qualidade impecáveis, e o mais importante, de seu próprio jeito. O logotipo da empresa apresenta o Totoro, personagem favorito dos fãs de Hayao Miyazaki “Meu Vizinho Totoro”. Muitas e muitas vezes o Studio Ghibli foi chamado “Disney do Japão” e Hayao Miyazaki “Walt Disney do Japão”. Dificilmente podemos discordar disso – Miyazaki e Ghibli são ambos muito mágicos. Ao longo dos anos o Studio Ghibli ganhou muitos prêmios por suas criações extravagantes e em 2002, A Viagem de Chihiro ganhou um urso de ouro e um Oscar de melhor filme de animação. Até hoje “A Viagem de Chihiro” continua a ser o único anime

Seu primeiro filme, estreado em 1986, Laputa: o castelo no céu foi um sucesso de bilheteria levando aos cinemas 775 mil pessoas. E 2 anos depois já lançaram 2 filmes simultaneamente Meu Vizinho Totoro, dirigido por Hayao Miyazaki e Túmulo dos Vagalumes, de Takahata que são considerados obras primas até hoje. O longa seguinte da empresa foi O Serviço de Entregas da Kiki, visto por mais de 2,6 milhões de pessoas. Para se ter uma dimensão maior do sucesso, a animação foi o filme mais visto no Japão em 1989! O lucro fez com que o Studio Ghibli pudesse se profissionalizar de fato, passando por uma grande transformação interna. Um dos diretores executivos do Ghibli, Toru Hara, definiu a política do Studio Ghibli como “3As”: Alto Custo, Alto Risco e Alto Retorno.


Os lucros adquiridos pelos filmes não eram para os financiadores, mas sim para pagar os animadores responsáveis pelos trabalhos e garantir novos longas. . No ano de 1994 o Studio Ghibli já contava com 99 funcionários. 46 animando, 8 pintando, 12 desenhando, 4 fotografando, 12 dirigindo e produzindo, 5 divulgando e 12 administrando. E em 1997, Hayao Miyazaki concluiu o filme que lhe deu a maior projeção internacional até então. Princesa Mononoke (Mononoke Hime) surpreendeu o mundo todo com um filme muito maduro e sincero. Tratando de um assunto que a cada dia que passa fica mais atual, Mononoke mostrou na época a capacidade do diretor de atingir qualquer público com suas animações. Como ficou evidente até aqui, um dia de trabalho no Studio Ghibli é sempre um desafio a ser vencido, o que faz com que haja um esgotamento muito grande por parte dos animadores.

Por causa disso, depois de Mononoke, Hayao Miyazaki anunciou que se aposentaria da escrivaninha, trabalhando apenas ocasionalmente fazendo roteiros e dando assistência. Com isso, o diretor desejava também dar um espaço maior para os jovens animadores.

Em 2002, o filho de Miyazaki, Goro Miyazak produz seu primeiro filme Contos de Terramar que causou estranheza pelo público pois apesar da qualidade da Ghibli ele tinha um estilo bem diferente. Em 2014, Studio Ghibli produziu “As memórias de Marnie” do diretor Hiromasa Yonebayashi, o filme foi No ano seguinte, porém, indicado ao Oscar de melhor a trágica morte de Yoshifumi animação mas perdeu para Kondo abalou fortemente o Divertida mente. Studio Ghibli. Vítima de um Vale ressaltar que na aneurisma, Kondo mobilizou seus vários fãs e colegas de maioria dos seus filmes os trabalho com a perda de um protagonistas são mulheres, e dos melhores animadores de diferente de outros estúdios de Studio Ghibli. Com isso alguns animação que os protagonistas meses depois, Miyazaki volta são guiados por um amor meio ao Studio Ghibli, com novos platônico, os do Ghibli sempre são guiados por seus princípios planos. e valores alem de ter seus Ao longo dos anos o conflitos internos e lutarem Studio Ghibli ganhou muitos pelas verdades universais prêmios por suas criações como o respeito pela natureza extravagantes e em 2002, A e cuidar das pessoas e coisas Viagem de Chihiro ganhou um que são importantes para eles. urso de ouro e um Oscar de melhor filme de animação. Até hoje “A Viagem de Chihiro” continua a ser o único anime até hoje que faturou esse Oscar de melhor animação.


A VIAGEM DE CHIHIRO

Lançado no Brasil em julho de 2003, a tradução literal é algo como O arrebatamento de Sen e Chihiro), e também é bem conhecido por Spirited Away, já que ocupa a posição #36 entre os 250 melhores filmes já produzidos, segundo o IMDB. A obra fez tanto sucesso que foi o primeiro longa de animação a ganhar o Urso de Ouro no Festival de Berlin em 2002, além de levar o Oscar de Melhor Animação no ano seguinte (além de mais 35 prêmios e 19 indicações…

A família Ogino está de mudança para uma nova cidade. O casal, Akio e Yuko, está muito empolgado com a viagem. Mas, o mesmo não acontece com sua filha Chihiro, uma garotinha de dez anos que está muito chateada por ter que deixar todas as suas lembranças e amigos de infância para trás. Nas mãos, ela carrega um buquê de flores, o último presente que ganhou antes de ir embora.

Chegando à nova cidade, o pai pega um atalho e a família acaba parando na frente de um imenso prédio vermelho, no qual um túnel infinito boceja como uma boca gigantesca. Atraídos pela curiosidade, os três seguem caminhando através do túnel. Mesmo com muito medo, Chihiro acompanha os pais.

Do outro lado do estranho prédio, os três encontram uma cidade misteriosa e deserta. Depois de andar alguns passos, Akio e Yuko, avistam um suculento banquete e começam a devorá-lo. Chihiro deixa os pais por um instante, para conhecer o local, até que para numa ponte. De repente, aparece Haku, um misterioso jovem que pede a ela para sair dali antes do anoitecer. Ela corre para encontrar seus pais, mas, quando chega perto deles, vê que os dois se transformam em porcos, e fica apavorada.

Perdida e sozinha, a pequena Chihiro se vê diante de um mundo repleto de espíritos, monstros e deuses. Para sua sorte, Haku vai ajudá-la. Ele ensina a Chihiro o melhor caminho para se chegar até a bruxa Yubaba, a dona da casa de banhos, e sugere que ela peça para trabalhar na mesma. No caminho, ela conhece Kamaji e Lin. Os dois, assim como Haku, ajudam-na a se acostumar com esse mundo. A feiticeira revela que todos os humanos que entram em seus domínios são transformados em animais, antes de serem devorados. Aqueles que não têm o triste destino precisam provar seu valor no trabalho, ou são condenados à morte. Sem alternativa, a menina faz um trato com Yubaba para trabalhar na casa de banhos, renunciando à sua humanidade e mudando de nome, que passa a ser Sen.


MUSEO STUDIO GHIBLI

Projetado pelo próprio diretor do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, o Museu oficial do Studio se localiza em Mitaka, uma cidade japonesa dentro da província de Tóquio. O Museu pode ser considerado algo semelhante a um santo Meca para os fãs, um lugar divino para fazer peregrinação. E não é pra menos, já que ele oferece um entretenimento maravilhoso erepleto de uma diversão super criativa, que acho que já é algo que se espera do StudioGhibli, mesmo se você não é um fã mortal e incondicional (tipo eu, rizoz). O lema do Museu é: “Vamos perder o nosso caminho jun-

tos” Parece chamativo? Intrigante? Emocionante, sim! O projeto de construção do Museu foi influenciado pela arquitetura europeia, como a vila de Calcata, na Itália. Seu planejamento começou em 1999 e a construção em Março de 2000, sendo oficialmente aberto no dia 01 de Outubro de 2001. É realmente um lugarzinho mágico aonde todas as obras do Studio se encontram. O primeiro andar do museu apresenta a história e as técnicas de animação e tem um pequeno auditório onde são projetados curtas metragens produzidos ex clusivamente pelo Studio

Ghibli para o local, com uma programação nova a cada mês. O segundo andar abriga exposições temporárias especiais. O Museu tem ainda um café, um parque infantil, um jardim na cobertura e uma loja de souvenir. Além de exposições Ghibli orientadas, o Museu abriga uma área onde traz outros trabalhos de animação. Essas exibições não são permanentes. O horário de funcionamento do Museu é das 10:00 às 18:00. Ele fica a 15 minutos a pé da estação de Mitaka. Há também um ônibus (hiper cute) que vai da estação Mitaka ao Museu a cada 10 minutos.


O TUMULO DOS VAGALUMES Seita e Setsuko são irmãos que passam por vários apuros durante a parte final da Segunda Guerra Mundial. Entre brincadeiras e diversões eles vivem a dura vida daqueles que ficaram para trás, nas cidades atacadas pelos bombardeiros aéreos. Seita é um adolescente tentando ser responsável e cuidando da sua irmã, último pedido de sua mãe antes de morrer. Setsuko é muito nova, gosta de drops e de brincar de correr. Agitada como toda criança de sua idade, Setsuko vai ter que aprender a lidar com a perda desde muito nova.

A mãe dos dois morre vítima de um ataque aéreo. Não sobrevive a acaba deixando os dois sozinhos antes de chegar ao abrigo. Uma das muitas cenas fortes desse filme é Seita vendo sua mãe completamente deformada devido às queimaduras e contusões do ataque aéreo. O pai de Seita é um marinheiro a bordo da poderosa esquadra japonesa que também se rende no final da guerra. Seita tenta de todas as formas entrar em contato com o seu pai, mas ele nunca responde e Seita não entende porquê (só vai entender o motivo quase no final).

Então Seita e Setsuko precisam se hospedar na casa da tia deles por algum tempo. Mas, se inicialmente a tia os recebe de braços abertos com o tempo a situação muda de figura e os dois acabam se tornando um peso. Com as críticas da tia, os dois irmãos acabam saindo da casa dela e se mudando para um abrigo antiaéreo abandonado. A perda é o grande tema por trás do enredo do filme. Com a guerra, Seita e Setsuko perdem muita coisa: os pais, a casa, a infância, a inocência e até a vida. Vemos esta terrível batalha ao longo de toda a


história, sempre torcendo para que algo positivo possa acontecer a um dos dois. Mas, esta esperança não passa de uma ilusão. Aliás, a esperança é a última das perdas dos dois irmãos na história. Quando esta se vai, tudo se perde. No início do filme, Seita aparece caído como um mendigo na estação de trem em Tokyo. É uma cena poderosa que o espectador só vai entender mais tarde. Naquele momento, Seita perdeu tudo, e seus olhos refletem o vazio de quando uma pessoa tem tudo retirado de si.

Hayao Miyazaki quis mostrar nesse filme que a guerra não é bonita. Fala-se muito de glória e de honra quando quem sofre mais são aqueles que ficaram para trás. Em um mundo em que a cada minuto podemos perder a vida nas mãos de um ataque aéreo, a vida das pessoas se transforma. Todos aqueles ao redor dos dois irmãos se transformam. Vemos a tia se transformar de uma mulher doce e carinhosa em uma fanática pelo militarismo japonês.

Os irmãos não fazem nada pelo Japão, logo não tem o direito de habitar a mesma casa daqueles que trabalham para o poderoso imperador Hirohito. O fazendeiro que prestava pequenos favores dando arroz em troca de alguns kimonos da mãe de Seita, de repente se torna amargo e egoísta guardando a comida para si. E, em tempos de guerra, será que estas pessoas são tão erradas assim? Ou é o jeito delas de sobreviver e manter a sanidade? Um dos maiores obstáculos para Seita e Setsuko se torna a busca por comida mais para o final do filme. Não tenho como explicar essa parte sem dar spoilers dos filmes, mas, a morte de Setsuko é muito tola. Ela morre com alguma bactéria ou parasita que poderia facilmente ter sido tratado com algum remédio e muita comida. A sensação de impotência de Seita diante da aflição de Setsuko demonstra tudo: como algo tão bobo pode acabar com sua querida irmã? Acredito que Seita poderia ter passado por cima de tudo o

que lhe aconteceu no filme, desde a perda da casa até se tornar órfão, mas ver sua irmã morrer nos seus braços foi o prego final no caixão. Por falar em caixão, não tem como se emocionar ao ver Seita colocando Setsuko dentro de uma caixa de palha com todas as coisas que lhe eram queridas e cremando sua própria irmã. É de partir o coração de qualquer pessoa. O filme é belíssimo visualmente. A atmosfera do filme é vibrante na maioria das cenas. A praia que os irmãos visitam, a beira do lago em que eles brincam de pega-pega, a floresta de vagalumes à noite. Se alguém pensa que o visual do filme é sombrio, esqueçam. Apenas algumas cenas marcam uma palheta mais cinza que é durante os ataques aéreos. Na maior parte do tempo, vemos Setsuko sorrindo e feliz. O clipe de imagens de Setsuko que aparece após sua morte também corrobora esta vibração de cores. Em alguns momentos, o espectador se questiona se esse é um filme de guerra mesmo.




FUNDA HAYAO MIYAZAKI Nascimento: 5 de janeiro de 1941 (75 anos) Local: Tóquio, Japão Área(s) de atuação: Diretor de cinema, roteirista e character designer Prémios: 2001 - Óscar de Melhor Animação por A Viagem de Chihiro 2014 - Óscar Honorário

ISAO TAKAHATA Nascimento: Outubro 29, 1935 (age 80) Local: Ujiyamada, Japan Formação: University of Tokyo Ocupação: Diretor, roteirista, produtor


DORES YASUYOSHI TOKUMA Nascimento: 25 de outubro de 1921 Local: Yokosuka, Kanagawa, Japão Falecimento: 20 de setembro de 2000, Tóquio, Japão Educação: Universidade de Waseda

TOSHIO SUZUKI Nascimento: 19 de agosto de 1948 (67 anos), Nagoia, Aichi, Japão Educação: Universidade Keio Filha: Mamiko Suzuki Indicações: Oscar de Melhor Filme de Animação, Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Filme Estrangeiro Organização Fundada: Studio Ghibli


1-

Ao contrário do que muitos pensam, Nausicaa – A Princesa do Vale dos Ventos (1984) não foi o primeiro filme do Studio Ghibli. Embora o estúdio tenha surgido graças a seu sucesso, o primeiro filme na verdade foi Laputa: O Castelo no Céu (1986).

2-

CURIOSI

Após o fiasco da distribuição internacional de Nausicaä do Vale do Vento – o filme foi completamente editado e teve seu roteiro alterado – o estúdio adotou uma política de preservação da integridade de seus filmes. Quando a Miramax tentou reeditar A Viagem de

Chihiro para tornar o filme mais atraente aos ocidentais o Studio Ghibli enviou uma mensagem para os responsáveis dizendo “Sem Cortes” – a mensagem chegou através de uma katana (um tipo de espada japonesa).


IDADES 3-

Os estúdios Walt Disney, Pixar e o Studio Ghibli sempre tiveram um bom relacionamento, com membros dos dois lados visitando uns aos outros no trabalho.

4-

Quando o presidente do Studio Ghibli, Toshio Suzuki, se aposentou quem assumiu o cargo foi Koji Hoshino – antigo presidente da Walt Disney Japão.

5-

A Viagem de Chihiro é o único anime a ganhar o Oscar de Melhor Filme de Animação.


Choju Giga

O novo curta metragem do Studio Ghibli O Studio Ghibli revelou uma das três animações em curta metragem que está desenvolvendo para a empresa Marubeni Corporation of Japan. São campanhas para promover novas formas de energia elétrica no Japão que a Marubeni Power está oferecendo para lares como uma alternativa à energia nuclear. O Studio Ghibli, especialmente Hayao Miyazaki, são fortemente

contra a energia nuclear desde o devastador terremoto e tsunami que levou Fukushima à crise de energia em 2011. A animação é baseada nos antigos rolos de imagem chamado “Choju-JinbutsuGiga Emaki”. Criado nos séculos 12 e 13, é considerado o mais antigo mangá do Japão. A história mostra a cooperação mutua e compaixão entre uma lebre e um sapo em um velho pano de fundo, que acom-

panha a jornada desses dois viajantes.Neste trabalho, Katsuya Kondo, que trabalhou como supervisor de animação em Ponyo, produziu as ilustrações e a composição. A música foi composta e tocada pelo pianista japonês Nobuyuki Tsuji e a narração final é feita pelo produtor do Studio Ghibli, Toshio Suzuki.


O curta estรก disponiveis no youtube, no canal do Studio Ghibli.


UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ CURSO: DESIGN VISUAL ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS PROFESSOR: ME. ALEXSANDRO STUMPF DISCIPLINA: PROJETO EDITORIAL ACADEMICOS: FIDEL SIQUEIRA E GISELELAMONATTO


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