Relatório de Gestão 2014-2018

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GESTÃO 2014-2018

PARCERIAS PARA O

DESENVOLVIMENTO

FIESC articulou a sociedade catarinense para avançar em ambiente institucional, educação, tecnologia e saúde, tornando a indústria mais competitiva



RELATÓRIO DE GESTÃO 2014-2018


F293m Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Parcerias para o desenvolvimento: relatório de gestão 2014-2018 / Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina. – Florianópolis: FIESC, 2018.

68 p. : il. color ;

1. Indústria e Educação. 2. Trabalho. 3. Sustentabilidade. I. Federação das Indústrias de Santa Catarina. II. Título

CDU: 377(047)

Ficha catalográfica elaborada por Juliano Alberto Alves CRB14/1082 - Biblioteca da FIESC - Direção Regional.


GESTÃO 2014-2018

PARCERIAS PARA O

DESENVOLVIMENTO

FIESC articulou a sociedade catarinense para avançar em ambiente institucional, educação, tecnologia e saúde, tornando a indústria mais competitiva


Presidente Glauco José Côrte 1º Vice-Presidente Mario Cezar de Aguiar Diretor 1º Secretário Edvaldo Ângelo Diretor 1º Tesoureiro Alfredo Piotrovski Diretor 2º Tesoureiro Egon Werner

Textos e edição Vladimir Brandão Projeto gráfico e edição de arte Luciana Carranca Revisão Lu Coelho Produção executiva Maria Paula Garcia Produção gráfica Luciana Miller Fotos Assessorias de imprensa da ACI, Alesc, BMW, Ciser, CNI, Costão do Santinho, Embrapii, FIESC, Governo do Estado de SC, Marisol, SED e Sintricomb. Cleber Gomes, Edson Junkes, Eduardo Cesar, Shutterstock


SUMÁRIO Carta do presidente.............................................. 6 Apresentação........................................................ 8 Ambiente Institucional...................................... 12

Gestão

2014/2018

O empreendedorismo moldou Santa Catarina, e é preciso aprimorar o ambiente para que ele possa continuar frutificando

Educação............................................................. 22 Os países que se desenvolveram foram exatamente os que escolheram dar prioridade à educação. Por isso, esse é o nome do desenvolvimento

Inovação e Tecnologia........................................ 36 A FIESC procurou não apenas acompanhar, mas se antecipar às transformações da indústria, oferecendo soluções inovadoras para

A revolução da indústria 4.0 é um caminho rápido e sem volta. É necessário pavimentar o terreno e apoiar a indústria na produção de inovações

Saúde e Segurança............................................. 46

bém se empenhou em informar a

A indústria conviverá com trabalhadores mais velhos, em função das mudanças demográficas. Investir na saúde deles é fator de competitividade para o setor

sociedade acerca das transforma-

Gestão................................................................. 56

ções tecnológicas e do mundo

A FIESC consolidou sua reestruturação organizacional e se gabaritou para atender a indústria com mais eficiência e atenta às transformações digitais

elevar a sua competitividade. Tam-

do trabalho que estão em curso, e suas consequências. O relato dessa trajetória está organizado em tópicos que representam os focos de atuação da FIESC.


Alianças para

fortalecer a indústria

A

mbiente institucional, educação,

construtivo e colaborativo que buscamos

tecnologia, inovação, saúde, se-

evocar nas pessoas e instituições respon-

gurança e gestão foram os temas

sáveis pelo desenvolvimento do Estado, em

dominantes da gestão 2014-2018 da FIESC.

todas as nossas ações. Nessa jornada, tive-

Não poderia ser diferente, pois essas são as

mos o privilégio de contar com a parceria

chaves para a superação da crise vivencia-

de empresários, trabalhadores, gestores

da no período e das limitações estruturais

públicos, parlamentares, pesquisadores,

brasileiras, processo que passa pela cons-

comunicadores, estudantes, professores e

trução de uma indústria mais competitiva.

dos profissionais da FIESC. Foi assim que

Mas a gestão também foi marcada pelo di-

pudemos levar adiante o projeto de fortale-

álogo, pela parceria, pela criação de fortes

cer a indústria e tornar Santa Catarina um

laços e pela amizade. Muitos relacionamen-

estado mais próspero.

tos, alguns de longa data, foram consoli-

6

Conseguimos

costurar

alianças

ao

dados e aprofundados, enquanto outros,

evidenciar que o desejo da indústria é o

novos e profícuos, foram cultivados. Bene-

mesmo de todos que almejam desenvolvi-

ficiaram a nossa instituição e a sociedade

mento humano e social. Afinal, quem não

catarinense, e seguirão frutificando.

quer educação, saúde, segurança, tecno-

Batizamos duas grandes iniciativas da

logia e infraestrutura? Ou empregos de

FIESC de “movimento” e “aliança”: o Movi-

qualidade, investimentos e oportunidades?

mento Santa Catarina pela Educação e a

Demonstramos que essas dimensões são

Aliança Saúde Competitividade. São pala-

interdependentes, e que o engajamento em

vras agregadoras, que exprimem o espírito

torno de agendas comuns é essencial para


a obtenção de resultados. Somando-se a isso, a maior conexão da indústria com a sociedade catarinense ajudou a disseminar a cultura do empreendedorismo e da busca pela excelência. Estas qualidades já são evidentes em milhares de jovens que se relacionaram conosco ao longo desses anos. Isso é muito gratificante e permite vislumbrar um futuro auspicioso. A FIESC também buscou se posicionar sempre à frente dos temas de interesse da indústria com a oferta de produtos e serviços diferenciados. Destaco a produção de inovações tecnológicas em parceria com a indústria, formatos educacionais voltados ao novo mundo do trabalho e sistemas de gestão da saúde que geram produtividade e redução de custos. Este relatório traz uma síntese do trabalho realizado pela FIESC nos últimos quatro anos para apoiar a indústria em sua busca constante por competitividade.

Glauco José Côrte - Presidente da FIESC

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APRESENTAÇÃO

Conquista de resultados em ambiente crítico A gestão 2014-2018 navegou nas águas turbulentas da crise, mas o cenário deu oportunidade para a FIESC consolidar sua liderança e relevância para o desenvolvimento do Estado Os últimos anos foram marcados pela profunda crise econômica e política enfrentada pelo País. A indústria foi severamente afetada. O setor responde por quase um terço das riquezas produzidas em Santa Catarina, proporção bem mais elevada do que a média nacional. Dificuldades na indústria penalizam o Estado como um todo, pois a indústria é bem distribuída pelo território. Diante dos desafios, a FIESC ganhou ainda mais relevância e trabalhou para fortalecer a indústria e unir o Estado em busca de soluções. Obteve êxito. A indústria catarinense liderou a geração de empregos no País a partir de 2017. No primeiro trimestre de 2018 a produção e as vendas industriais locais cresciam acima da média brasileira, enquanto o índice de desemprego era metade do nacional. Parte desse resultado é decorrente de ações empreendidas pela FIESC, em frentes que vão da qualificação de trabalhadores à melhoria do ambiente de negócios, passando por suporte à gestão, apoio à inovação, serviços tecnológicos e negociações trabalhistas, além da articulação intersetorial para o encaminhamento de grandes projetos.

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TEMPO DE SUPERAR DESAFIOS Legitimidade junto ao setor industrial, capacidade de articulação intersetorial e quebras de paradigmas caracterizaram a gestão

Desde sua criação, em 1950, a FIESC vem liderando o desenvolvimento industrial de Santa Catarina. Na gestão atual, firmou-se como a mais importante e dinâmica instituição do setor produtivo no Estado. A parceria com a CNI vem rendendo ótimos resultados em diversas áreas. Estou certo de que continuaremos unidos nos esforços para aumentar a competitividade da indústria catarinense e brasileira”

Robson Braga de Andrade,

Presidente da CNI

U

ma forma positiva de enfrentar problemas é encará-los como de­safios e oportunidades de transformação. Foi dessa forma que a FIESC se posicionou na gestão 2014-2018, superando limitações e ousando propor um salto qualitativo para a indústria e o Estado de Santa Catarina. Os desafios não se limitaram à crise enfrentada pelo País, o que já não seria pouca coisa. Iniciou-se no período, em ritmo acelerado, a revolução digital da indústria, que transforma profundamente o setor e ameaça as fábricas tradicionais. Era preciso criar um ambiente propício à conversão tecnológica, mas para isso não bastariam softwares ou máquinas de última geração. Logo ficou claro que a indústria 4.0 é feita essencialmente por pessoas, então era urgente requalificar os trabalhadores e preparar os jovens para o novo mundo do trabalho, ao mesmo tempo que seria

necessário fortalecer o ecossistema de inovação da indústria. Também se percebeu que mudanças na pirâmide etária brasileira, o aumento da longevidade e as limitações da seguridade social sinalizavam para a necessidade de mais anos dedicados ao trabalho, porém aumentava a incidência de doenças crônicas na população, penalizando trabalhadores e a indústria. A solução seria investir na promoção da saúde por meio do trabalho, demonstrando que o bem-estar é fator de competitividade. O período descrito neste relatório é marcado por quebras de paradigmas e ressignificação das atividades diante de novos contextos, o que confere especial relevância às ações empreendidas. Mudanças organizacionais feitas na gestão 2011-1014 deram sustentação às novas abordagens. Todas as entidades do Sistema – FIESC, SESI, SENAI, IEL e CIESC – passaram a atuar de forma in-

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Indústrias atendidas

15.728

12.369

13.969

11.317

2014

2015

2016

2017

500 MIL trabalhadores atendidos em 2017

tegrada, com planejamento estratégico, atendimento ao mercado e estrutura de apoio unificados. Mais objetiva e enxuta, com um port­ fó­lio redimensionado e redirecionado, a FIESC atendeu melhor a indústria. Não só com produtos e soluções, mas com conceitos e inovações. Ao mesmo tempo que ouviu atentamente as demandas do setor, conectou-se ao que há de mais avançado no mundo no que diz respeito às suas diretrizes estratégicas: educação; saúde e qualidade de vida; tecnologia e inovação; e ambiente institucional. Grandes mudanças não se fazem isoladamente. Era preciso conscientizar a sociedade catarinense da necessidade de se enfrentar grandes desafios para a construção de uma indústria competitiva e um estado mais próspero. Também seria necessário alinhar o setor produtivo, os poderes constituídos, as organizações do terceiro setor e os trabalhado-

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res para a ação, em busca de soluções concretas, estimulando a competitividade da indústria catarinense.

Agendamento:

Por meio de mobilizações e programas a FIESC definiu algumas das principais agendas prioritárias para o Estado, em linha com suas diretrizes estratégicas: educação para o mundo do trabalho, cultura de promoção da saúde, tecnologia 4.0 e planejamento estratégico para a indústria.

Um exemplo é o Movimento Santa Catarina pela Educação. Iniciado pela indústria em 2012, em 2016 abarcou os demais setores da economia. Ganhou dinâmica própria e passou a influenciar políticas públicas, oferecendo soluções inovadoras. Envolveu milhares de empresas, trabalhadores e sindicatos patronais e laborais. Na raiz desta grande articulação está a necessidade da indústria de contar com capital humano qualificado para as mudanças organiza-


Pesquisa de Imagem e Reputação (% de reputação positiva)

FIESC

SESI

2014

83

75

2016

86

84

SENAI

IEL

2014

75

60

2016

79

81

cionais e tecnológicas do setor. O mesmo vale para a Aliança Saúde Competitividade, criada em 2016 para engajar a sociedade na causa da qualidade de vida e transformar a indústria em agente de promoção de saúde e bem-estar. Nas dimensões da educação e da saúde a FIESC conduziu um processo de mudança de mentalidade em todo o Estado ao identificar o fator humano como o grande fator de competitividade hoje e no futuro. A abordagem trouxe resultados para a indústria e valorizou os trabalhadores. Na frente da tecnologia e inovação, o destaque foi a criação da rede de Institutos SENAI de Inovação e de Teconologia. O sucesso do trabalho pode ser medido pelo alcance das mobilizações, a reputação conquistada e o número de indústrias atendidas: mais de 15 mil empresas utilizaram ao menos um produto ou serviço oferecido pela FIESC em 2017,

um crescimento de 25% em relação a 2014. O número de trabalhadores atendidos também cresceu: 500 mil somente em 2017 – o equivalente a mais de 60% do total de trabalhadores da indústria catarinense. O mais relevante é que a FIESC é reconhecida – fato constatado por pesquisas – pelas indústrias como agente de elevação da competitividade. Por isso sua missão foi cumprida.

A indústria enfrenta desafios importantes: ambiente político conturbado, perda de competitividade e uma revolução tecnológica disruptiva. A FIESC conduziu seus esforços não para buscar proteção, mas para construir um ambiente de negócios que permita à nossa indústria competir em igualdade de condições, com especial atenção ao trabalhador” Carlos Rodolfo Schneider, presidente da Ciser

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AMBIENTE INSTITUCIONAL

Uniรฃo para o crescimento

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Relatรณrio FIESC 2014-2018


A

política é o espaço para a sociedade eleger suas prioridades, conciliar suas diferenças e construir um ambiente propício ao bemestar e ao desenvolvimento. A qualidade deste ambiente define as oportunidades

Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2015, organizado pela FIESC em Joinville: apoio à internacionalização da indústria

para seus cidadãos, a confiança em suas instituições e o interesse de investidores. Representando a indústria de Santa Catarina,

a FIESC ocupou o espaço da política dialogando sem descanso com todas as partes envolvidas na complexa teia de interações que resulta no processo de desenvolvimento social e econômico. Sob a inspiração da cultura empreendedora característica do Estado, trabalhou para construir um ambiente favorável à produção, de valorização da livre iniciativa e do trabalho, pois este é o meio para se conquistar uma sociedade mais desenvolvida, justa e repleta de oportunidades. A FIESC liderou amplas mobilizações e articulações em torno de temas como educação, saúde, tecnologia, tributos, acordos salariais, reformas, investimentos e infraestrutura, preocupada em construir um debate qualificado e de alto nível, baseado em informações e conhecimentos sólidos e avançados. Também esteve à frente da elaboração de projetos de desenvolvimento para Santa Catarina, realizando diagnósticos e agindo para a atração de investimentos e a dinamização de setores industriais, a modernização da legislação e o acesso a recursos para a modernização da indústria. E costurou alianças com instituições, estados e países, facilitando a realização de negócios.

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Ambiente Institucional

Articulação ampla construiu agendas Credibilidade é essencial para o exercício da liderança. A FIESC consolidou sua legitimidade ao aperfeiçoar e ampliar sua rede de conexões na indústria e fora dela Uma instituição só tem peso político se é amplamente reconhecida como representante de seu setor e se é respeitada por seus posicionamentos firmes e claros. Isto é essencial, mas não é tudo. É necessário também estar articulada com todos os seus públicos de interesse, mantendo as portas abertas ao diálogo e à negociação em favor do bem comum. A FIESC ouviu atentamente a indústria, para entender e incorporar todas as suas demandas e construir seus posicionamentos. Ouviu também trabalhadores, governantes, legisladores, promotores, juízes e especialistas das mais diversas áreas, além de outros setores empresariais, para conhecer seus pontos de vista acerca das questões de interesse da indústria. Com isso, procurou a união de todos os envolvidos em busca de soluções possíveis. É dessa maneira que a FIESC realiza ações que se traduzem em melhoria do ambiente institucional para a indústria catarinense.

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CAMPO FÉRTIL AO EMPREENDEDORISMO FIESC leva adiante o legado da cultura empreendedora de Santa Catarina, melhorando o ambiente de negócios por meio de parcerias e geração de conhecimento de alto nível

A

s barreiras à produção e ao empreendedorismo no País são burocráticas e estruturais – o chamado Custo Brasil – e até mesmo ideológicas. Ainda que muitas dessas barreiras atrapalhem Santa Catarina, no Estado o ambiente é mais favorável ao desenvolvimento industrial. A valorização da cultura do empreendedorismo deve muito à visão e à ação do industrial que demonstrou, ao longo de décadas, que a geração de riqueza e de empregos é propulsora do desenvolvimento socioeconômico. Não foi por outro motivo que Santa Catarina se tornou um dos estados mais desenvolvidos e o mais socialmente justo do País. A FIESC leva adiante esse legado por meio de sua atuação institucional, procurando envolver toda a sociedade na causa do desenvolvimento. Sua atuação se orienta pela visão holística. Todos, e não apenas a indústria, têm a ganhar com educação de quali-

O Governo se valeu da capacidade técnica da FIESC para consolidar e fundamentar decisões importantes. Graças ao bom relacionamento, somamos forças e ajudamos o Estado a vencer momentos difíceis”

Raimundo Colombo, governador de

Santa Catarina entre 2011 e 2018

dade, a adoção de hábitos de vida saudáveis ou com a melhor infraestrutura – estas são algumas das agendas defendidas pela FIESC. E toda a sociedade tem a ganhar com o desenvolvimento industrial. Consolidada essa visão, a FIESC conseguiu chamar a atenção de todos os segmentos para os desafios do setor. Os resultados apareceram.

Governança:

A ação da FIESC é ditada pela indústria. Suas demandas são detectadas nas bases com o apoio de 16 vice-presidências regionais e dos sindicatos. O Conselho Estratégico da Indústria alinha prioridades e as Câmaras Setoriais fornecem informação para orientar os posicionamentos e ações.

O ambiente favorável explica por que o Estado foi o primeiro a sair da recessão que assolou o País entre 2014 e 2016, com a indústria puxando o crescimento da produção e a geração de empregos. Um bom exemplo é o fato

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Ambiente Institucional

Aprofundamos a relação entre a Assembleia Legislativa e a FIESC. O trabalho conjunto, baseado no constante diálogo e troca de informação, resultou no aperfeiçoamento dos projetos do Parlamento. Esperamos fortalecer cada vez mais a parceria” Sílvio Dreveck, deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 2017/2018

de que Santa Catarina foi uma das poucas unidades da Federação em que não houve aumento de impostos no período. É somente com abertura ao diálogo e a visão clara de que o setor privado sustenta o desenvolvimento que o setor público pode assumir essa postura. A sintonia entre os setores privado e público se materializou na criação, em 2015, da Investe SC, a agência oficial para a atração de investimentos para Santa Catarina. A maneira como ela foi estruturada não tem paralelo no País, pois é uma parceria entre a FIESC e o Governo Estadual. Localiza-se na sede da Federação e pauta sua atuação pelo Programa para o Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC 2022), estudo que se tornou o planejamento estratégico da indústria. No plano legislativo, a FIESC aperfeiçoou a interlocução e acompanhou, se posicionou e buscou convencer deputados estaduais e federais e senadores a encaminhar projetos e a votar em favor do desenvolvimento. Teve contribuição decisiva em uma das reformas mais significativas para a indústria, a da legislação

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trabalhista, aprovada em 2017. Além do diálogo com os legisladores e o posicionamento firme por meio de campanhas institucionais e da presença na mídia, a FIESC incluiu no projeto a questão do intervalo intrajornada. Também contribuiu para a elaboração de projetos de lei em temas como previdência, licenciamento ambiental e tributos, e colaborou para o aprimoramento da NR-12, norma do Ministério do Trabalho que regulamenta o trabalho em máquinas. No âmbito do Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM), a FIESC se posicionou em conjunto com todo o setor produtivo em temas de interesse local e nacional.

Representação: A FIESC levou pro-

postas da indústria diretamente para o presidente da República, ao presidente da Câmara dos Deputados e aos ministros da Fazenda, Planejamento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Educação, Cultura, Transportes, Trabalho, Agricultura e Secretaria-Geral da Presidência, dentre outras autoridades.

A Federação construiu pontes com o Judiciário por meio de projetos conjuntos e o diálogo que permitiu o avanço do conhecimento da realidade do setor junto a entidades como Tribunal de Justiça, Tribunal Regional do Trabalho, Tribunal Regional Eleitoral e Associação dos Magistrados Catarinenses. A interlocução junto aos trabalhadores foi constante, com sindicatos e centrais se engajando nos grandes movimentos propostos pela Federação, com destaque para educação e saúde. Durante os oito últimos anos a FIESC liderou a


Com Observatório da Indústria, câmaras especializadas e comitês, FIESC é reconhecida como melhor fonte de informações sobre Santa Catarina

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Ambiente Institucional negociação com sindicatos de trabalhadores para a definição do piso salarial regional em Santa Catarina, sempre com sucesso e por consenso. Toda essa articulação não faria sentido se a FIESC não fortalecesse as suas bases, os sindicatos de indústrias. Em todo o Brasil, a Federação catarinense é a que congrega o maior número de sindicatos filiados – 141 ao final de 2017. A FIESC mantém programas de desenvolvimento associativo, de gestão e o prêmio Boas Práticas Sindicais, além de oferecer cursos em áreas como normas regulamentadoras e capacitações para os dirigentes sindicais. O objetivo é sensibilizar as empresas para a necessidade de agir coletivamente para defender melhorias no ambiente de negócios. Os programas levaram a FIESC a ser reconhecida, por dois anos consecutivos, como referência nacional em desenvolvimento associativo pela CNI. Para endereçar as ações e obter ainda mais reconhecimento no plano institucional, a FIESC investiu em informação e geração de conhecimento. O PDIC é um exemplo. O projeto foi iniciado em 2012 com a participação de 1.700 especialistas. Avançou para a conclusão na atual gestão, com a agenda de desenvolvimento regional. O programa passou a orientar ações da FIESC e de órgãos de estado ligados ao desenvolvimento econômico e social. Nasceu, a partir do programa, a Agenda Estratégica da Indústria para o Desenvolvimento. Outra fonte de geração de conhecimento de alto nível é o conjunto de câmaras especializadas, que foi reforça-

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do na última gestão. A informação qualificada sobre infraestrutura logística, por exemplo, gerada pela Câmara para Assuntos de Transporte e Logística, permitiu à FIESC elaborar uma agenda específica para o setor. Por meio da câmara são avaliados continuamente todos os aportes de recursos realizados e milhares de quilômetros de rodovias são percorridos para verificação das condições. Os projetos mais importantes são avaliados enquanto o andamento das obras é acompanhado em tempo real. Pesquisas sobre os custos logísticos das indústrias passaram a ser realizadas. Evidenciou-se empiricamente que o Estado tem um retorno incompatível com as suas contribuições nessa área: recebe menos de um terço do necessário e o seu patrimônio se deteriora rapidamente por falta de manutenção.

Conteúdo:

O Guia da Indústria, base de dados do setor, foi comple­ tamente repaginado pelo CIESC. Tornou-se uma publicação on-line, reunindo dados de 10 mil indústrias e 17 mil fornecedores.

Informações de qualidade também embasaram as ações em questões como os custos da energia e o fornecimento de gás natural, assim como nas áreas tributária, trabalhista, ambiental ou internacional, e ainda em ações como a defesa do Sistema S e a inserção internacional da indústria. A base de dados e o conhecimento gerado sobre os setores estão agregados num projeto pioneiro e único no Brasil, o Observatório da Indústria Catarinense. Estrutura-


NOVO MODELO TORNOU A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ACESSÍVEL A TODOS

A

Previsc, Sociedade de Previdência Complementar do Sistema FIESC, preencheu uma lacuna no mercado em 2015 ao lançar o Indústriaprev. Trata-se do primeiro plano instituído setorial do Bra-

sil. Até então, os planos instituídos eram todos vinculados a entidades de classe, aos quais apenas os profissionais da categoria podem aderir. No caso dos planos patrocinados, vinculados a empresas, as de menor porte não têm condições de estruturá-los. O Indústriaprev é aberto a qualquer trabalhador da indústria, tendo como instituidor o CIESC. Trabalhadores e seus familiares podem aderir mesmo que o empregador não ofereça o plano. E este, se quiser oferecer, não precisa fazer contribuições regulares ou com valores fixos. Além de flexível, o Indústriaprev é competitivo – não possui taxa de carregamento e as taxas de administração estão entre as menores do mercado. Até o fim de 2017, cerca de 1.200 trabalhadores e 34 empresas haviam aderido. A meta é chegar a 8 mil em 2020. A Previsc completou 30 anos em 2017, administrando 19 planos de previdência com mais de 15 mil participantes e com um patrimônio de R$ 1,2 bilhão.

do sobre uma plataforma de Business Intelligence, o Observatório é constantemente atualizado, e as informações podem ser acessadas no Portal Setorial. Responsável por monitorar os fatores determinantes da competitividade da indústria, é a plataforma de gestão do PDIC e fornece soluções de inteligência competitiva para as empresas.

R$ 1,2 bilhão Patrimônio da Previsc em 2017

Graças ao Observatório a FIESC passou a ser reconhecida como a melhor fonte de informações e dados sobre Santa Catarina, inclusive por órgãos oficiais. Por consequência a Federação se consolidou como uma das principais formadoras de opinião do Estado, conquistando o respeito e a parceria da imprensa e de todas as instituições catarinenses.

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Ambiente Institucional

50 MIL

INDÚSTRIAS DE SANTA CATARINA REPRESENTADAS PELA FIESC

735 MIL

20

TRABALHADORES DA INDÚSTRIA CATARINENSE

141

SINDICATOS FILIADOS À FIESC (2017)

A FIESC implantou escritórios regionais em todas as sedes de suas 16 vice-presidências, ampliando a interiorização

Programa Indústria Solar, para viabilizar a geração própria de energia no setor, foi articulado pela FIESC envolvendo fornecedores e bancos de fomento

O Portal Indústria SC, plataforma de comércio eletrônico gerenciado pelo CIESC, disponibilizou um ambiente único para divulgação e venda de produtos da indústria catarinense

A criação do Comitê da Indústria da Defesa aproximou o setor das demandas das forças armadas, visando fornecimento e projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento

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Indústria globalizada

A Investe SC atrai investimentos | Em 2017 listavam-se 50 projetos em negociação e 21 já operando ou em instalação no Estado, representando R$ 2,1 bilhões em investimentos e 1.800 empregos.

As micro e pequenas de SC correspondem a: 98%

das indústrias do Estado

51,4%

dos empregos

10%

promoção da internacionalização da indústria se faz por meio de uma série de ações empreendidas pela FIESC. A realização de missões empresariais é uma delas – na gestão 2014-2018 foram mais de 50, para dezenas de países. A FIESC também assessora empresas, faz capacitações e seminários e emite certificados de origem. Recepciona delegações estrangeiras, fornece informações e propõe parcerias a representações diplomáticas de diversos países. Tem programa próprio (Exporte Agora) e acordos com diversas instituições e com o Governo Federal para fornecer informações e qualificar empresas para a exportação, além de realizar promoção comercial. Em 2015, Joinville se­ diou a 33a edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que foi organizado pela FIESC. Na edição, as rodadas de negócios envolveram mais de 150 participantes dos dois países.

do total de indústrias brasileiras deste porte

Em 2016 foi criada a Câmara de Desenvolvimento da Micro e Pequena Indústria para apoiar as empresas de até 100 funcionários. Centenas delas participaram, por intermédio da FIESC, de programas para melhorar a gestão, elevar a produtividade e se integrar às cadeias produtivas das grandes indústrias.

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EDUCAÇÃO

No topo da agenda do Estado

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N

ão são recursos naturais, não são máquinas, não é dinheiro. O mais importante recurso de uma sociedade é o capital humano. Assim é a mentalidade nos países que investiram em educação e se desenvolveram social e economicamente. O Brasil era mais rico do que várias nações europeias no século 19, mas negligenciou a educação e ficou para

trás. Hoje não ganha produtividade e perde competitividade. Em Santa Catarina, menos da metade dos trabalhadores da indústria possuía o ensino básico completo, enquanto o setor iniciava uma revolução tecnológica e precisava de pessoas qualificadas. A constatação motivou a criação do Movimento A Indústria pela Educação, lançado em 2012. Na gestão 2014-2018 o Movimento ganhou corpo e a educação se tornou agenda central da sociedade catarinense. Passou a se chamar Movimento Santa Catarina pela Educação, com a adesão das demais federações empresariais: Fecomércio, FAESC e Fetrancesc. O envolvimento do setor público foi crescente, institutos renomados trouxeram metodologias e experiências exitosas foram compartilhadas. Jovens, pais, professores e gestores foram chamados a participar. Com o número crescente de adesões e a oferta de novos cursos pelo SENAI e SESI, elevou-se o nível educacional. Em 2016, mais de 59% dos trabalhadores da indústria tinham o básico completo – um salto de 10 pontos percentuais em cinco anos.

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Educação

Mudança de mentalidade no setor produtivo Empresas acordaram para o fato de que educação e qualificação do trabalhador são estratégias competitivas e se tornaram protagonistas do processo educacional Uma nova consciência se firmou no meio industrial. O baixo nível educacional do trabalhador sempre foi um fator limitante à competitividade, mas se entendia, até há pouco tempo, que o encaminhamento do problema cabia exclusivamente ao setor público. O entendimento preponderante passou a ser o de que educação e qualificação do trabalhador integram a estratégia competitiva da empresa, ou seja, devem estar alinhadas ao planejamento estratégico. A mudança de ponto de vista posicionou a indústria como protagonista do processo educacional. Além de oferecer mais oportunidades aos trabalhadores, com a criação de cursos in company, a concessão de bolsas de estudos e a liberação do horário de trabalho, as empresas se tornaram mais exigentes quanto à qualidade do ensino. Esta demanda, que é associada às transformações do mundo do trabalho e do patamar tecnológico da indústria, levou a FIESC a repensar e a reformular sua oferta de educação básica, profissional, continuada e executiva.

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MOVIMENTO SUPEROU LIMITES E ROMPEU PARADIGMAS União inédita de diversas entidades para elevar os indicadores educacionais do Estado foi idealizada e animada pela FIESC

A FIESC exerceu liderança para agregar pessoas em torno da causa da educação, que permitiu a construção de pautas comuns. Não conheço um movimento como este no Brasil que se configure numa efetiva parceria entre os setores público e privado”

Eduardo Deschamps, secretário de Estado da Educação entre 2012 e 2018

A

elevação da produtividade do trabalho é um dos grandes desafios econômicos e sociais do Brasil. Em média, um trabalhador norte-americano gera cinco vezes mais riqueza do que um brasileiro. Diminuir essa distância é uma oportunidade de elevação da competitividade e da riqueza do País, mas a realidade é que a distância aumenta ao invés de diminuir. Por outro lado, não é possível exigir mais produtividade do trabalhador brasileiro se ele não possui escolaridade e qualificação compatíveis com o exercício de funções avançadas. Essas constatações motivaram a FIESC a criar o Movimento A Indústria pela Educação, em 2012. Os objetivos iniciais eram que todos os trabalhadores do setor tivessem educação básica completa e formação profissional adequada às suas funções até 2024. O Movimento logo contou com a adesão de centenas de indústrias, que se comprometeram a criar ambientes que

valorizassem o estudo e oferecessem oportunidades aos colaboradores. Muitas desenvolveram programas educacionais próprios com o auxílio do SESI e do SENAI, oferecendo salas de aula e bolsas de estudos para os funcionários. Ao mesmo tempo ficava claro que não bastava qualificar quem já estava empregado, mas também era necessário preparar melhor os jovens para as rápidas transformações do mundo do trabalho.

Fronteira:

A manufatura avançada, ou indústria 4.0, é uma nova e revolucionária forma de organização produtiva, que exige dos trabalhadores habilidades técnicas associadas a competências socioemocionais, como criatividade, capacidade de resolução de problemas e eficiência no trabalho em grupo. A educação convencional, entretanto, está desconectada dessa realidade.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, cerca de 35% das habilidades

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Educação mais demandadas pela maioria das ocupações devem mudar até 2020, enquanto boa parte das próprias ocupações deixará de existir e novas profissões surgirão. Neste contexto, ao invés de se buscar conhecimentos estanques, é necessário aprender a aprender, continuamente. Não são apenas os empresários que estão atentos a esta realidade, mas também os próprios trabalhadores. Tanto que, por meio de suas federações, eles aderiram ao Movimento e passaram a cobrar dos empregadores mais oportunidades de qualificação. O setor público percebeu a gravidade dos argumentos e a seriedade do Movimento, tornando-se parceiro por meio da Secretaria de Estado da Educação, da União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de Santa Catarina (Undime-SC) e do Conselho Estadual de Educação. Entidades privadas de atuação nacional e internacional também aderiram, dentre elas o Instituto Ayrton Senna, Movimento Todos pela Educação, Instituto Natura, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Google, Itaú BBA, Mind Lab, Rotary Club, a seção catarinense da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) e a instituição educacional finlandesa HAMK. Entre 2015 e 2016 o Movimento ganhou ainda mais envergadura, influência e poder de mobilização com a adesão das Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), dos Transportes (Fetrancesc) e da Agricultura (FAESC). Foi rebatizado para Movimento Santa Catarina pela Educação e se tornou conhecido em todo o

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País, inspirando iniciativas similares em outros estados.

Articulação:

Todos os parceiros do Movimento compartilham da visão de que a educação passa por grandes transformações no mundo e que elas precisam chegar a Santa Catarina. No ambiente de um Conselho de Governança plural, integrado por representantes de empresas, instituições de ensino e trabalhadores, conseguiu-se o que até então se demonstrava impossível: alinhar ações para elevar a qualidade da educação em Santa Catarina.

O alinhamento e as parcerias permitem influenciar, na prática, os rumos da educação no Estado. Metodologias desenvolvidas em países europeus, Singapura, Estados Unidos e pelos institutos Ayrton Senna, Natura e Itaú BBA, por exemplo, são compartilhadas e incorporadas pela rede pública e entidades do Sistema S em projetos de educação integral, desenvolvimento de competências socioemocionais, formação continuada de professores e melhorias na gestão escolar. Ferramentas como a plataforma Google for Education são utilizadas em escolas públicas, enquanto informações valiosas são geradas por pesquisas apoiadas pelo BID. Iniciativas do Movimento tornaram-se lei, como a instituição da educação integral em Chapecó e do Dia da Família na Escola em Santa Catarina. Este dia leva mais de 1 milhão de pessoas às escolas todos os anos, conscientizando os pais sobre a importância de participarem da vida escolar dos filhos. O programa Conexão Jovem mobiliza estudantes para melhorar a educação – workshops rea-


CÂMARAS REGIONAIS DE EDUCAÇÃO, DIRIGIDAS POR INDUSTRIAIS, DESCENTRALIZAM E DÃO ESCALA AO MOVIMENTO

O

modelo de gestão descentralizada da FIESC, com 16 vice-presidências regionais, gera proximidade com as diversas regiões do Estado, e por consequência melhor compreensão das demandas e a entrega

de resultados mais efetivos. A mesma lógica foi aplicada para a governança do Movimento Santa Catarina pela Educação. Em 2015 foram criadas 16 Câmaras Regionais de Educação, comandadas pelos vice-presidentes regionais da FIESC, que demonstraram o profundo engajamento da indústria à causa. São elas que dão escala ao Movimento, mobilizando as organizações locais, compartilhando ideias e soluções ou realizando eventos. Identificam boas práticas educacionais locais, em escolas ou em empresas, para que sejam replicadas regionalmente ou em outras regiões. Sua composição básica inclui secretarias e conselhos municipais de educação, gerências estaduais, escolas, empresas, sindicatos, estudantes e representantes de entidades do Sistema S.

lizados em 2017 tiveram a participação presencial de 3.800 pessoas, além de mais 92 mil nas redes sociais. Mais de 3.200 pessoas prestam serviços voluntários no âmbito do Movimento. O engajamento dos parceiros e o ambiente favorável aos avanços educacionais em Santa Catarina são legados do Movimento. Sua relevância é comprova-

139 MIL PESSOAS foram diretamente impactadas por ações realizadas pelas Câmaras Regionais de Educação em 2017

da também pela elevação da escolaridade dos trabalhadores da indústria: em 2011 apenas 49% contavam com educação básica completa, ao passo que em 2016 a parcela era de 59%, segundo o Ministério do Trabalho. Quanto à totalidade dos trabalhadores formais de Santa Catarina, o índice passou de 60% para 70% no período.

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Educação

Dia da Família na Escola tornou-se lei estadual graças ao Movimento, e mobiliza mais de 1 milhão de pessoas por ano em Santa Catarina

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META: EDUCAÇÃO BÁSICA PARA TODOS FIESC alinhou soluções educacionais às necessidades das empresas e dos trabalhadores, com foco na elevação da escolaridade e requalificação

A

o criar, em 2012, o Movimento A Indústria pela Educação, que se tornou em 2016 o Movimento Santa Catarina pela Educação, a FIESC ajudou a disseminar a mentalidade predominante nos países desenvolvidos, que associa a boa formação do capital humano ao desenvolvimento socioeconômico e à competitividade empresarial. Evidenciou-se, nesse processo, a urgência e a necessidade de se oferecer educação de qualidade, que faça sentido para o estudante e que esteja em sintonia com as mudanças do mundo do trabalho. A cobrança, dirigida pela FIESC e o Movimento a todo o sistema de ensino de Santa Catarina, só teria lógica se a oferta de soluções educacionais da própria Federação, por meio de suas entidades, estivesse profundamente alinhada às demandas atuais das empresas do setor industrial. A FIESC se lançou com determinação nessa busca, com foco em

A liderança da FIESC procurou agregar tanto o lado patronal quanto o laboral. Hoje, a educação de Santa Catarina é referência, até fora do País, e se deve muito disso à FIESC”

Izaias Otaviano, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e Região (Sintricomb)

resultados. Um exemplo é a elevação da qualidade do ensino na modalidade de educação básica para o trabalhador, oferecida pelo SESI por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Escolaridade:

Entre 2014 e 2017 o SESI realizou 145 mil matrículas em Educação de Jovens e Adultos (EJA), colaborando para elevar a escolaridade básica do trabalhador e o cumprimento da meta do Movimento Santa Catarina pela Educação, de que todos os trabalhadores possuam educação básica completa até 2024.

Um dos desafios a ser superado era o alto índice de evasão na EJA. Trata-se de um problema nacional: de cada três pessoas matriculadas em escolas públicas na modalidade apenas uma conclui o curso, em média. No SESI, a evasão era de 45%. Uma das causas é a idade relativamente avançada de boa parte dos

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Educação trabalhadores-estudantes. Por acumularem experiências profissionais ao longo da vida e já terem definido suas trajetórias, muito do conteúdo básico oferecido não faz sentido ou se torna desinteressante. Some-se o cansaço acu­mulado após a jornada de trabalho e cursos que podem durar anos e se tem os motivos para a alta evasão. O SESI desenvolveu soluções para atacar cada uma das causas da alta evasão. Elas incluem uma metodologia que reconhece os saberes acumulados na vida e propõe matriz curricular por área do conhecimento e competências, aplicada em planos individuais de estudos. Isso permitiu trabalhar com alunos de diferentes idades, histórias de vida e motivações. Outra solução é a EJA Profissionalizante: ensino médio articulado com educação profissional, oferecido pelo SESI e SENAI, que reforça a empregabilidade do trabalhador em um curto espaço de tempo. Em todos os casos, 80% dos conteúdos são oferecidos na modalidade de educação a distância (EaD). A aplicação de novas metodologias permitiu inverter os índices, elevando a taxa de conclusão da EJA para 70%. E se criou a consciência entre os trabalhadores que o estudo continuado é fundamental ao exercício profissional, além de ser recompensador e prazeroso. Por meio do Movimento, as metodologias passaram a ser compartilhadas com as demais federações empresariais e também com o setor público. Ao mesmo tempo que atualizava seus cursos a FIESC disseminou, no âmbito

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do Movimento, o conceito de educação como estratégia competitiva da indústria. Um exemplo foi a realização, em 2015, de 16 workshops no Estado para engajar profissionais de RH e apresentar boas práticas de indústrias catarinenses líderes em seus setores. Os eventos foram feitos em parceria com a seção catarinense da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SC), que resultou na edição de um livro e de um plano de desenvolvimento de pessoas.

Plataforma: Em articulação en-

tre FIESC, Fecomércio, Fetrancesc, FAESC, Undime-SC e Secretaria de Estado da Educação, foi lançada, em 2017, uma plataforma de geolocalização que permite a qualquer pessoa encontrar a unidade de EJA mais próxima de casa. Em paralelo foi lançada campanha para estimular os trabalhadores a retomar e concluir seus estudos.

Outra iniciativa, também com a ABRHSC, foi a realização, em 2017, do Fórum Empresarial Educação e Desenvolvimento Econômico: Transformando Ideias em Ações, em Jaraguá do Sul, que privilegiou o compartilhamento de soluções entre indústrias. A Carta de Jaraguá do Sul definiu os princípios para a adesão de empresários com a causa em suas empresas, comunidades e regiões. Mais de 2.300 organizações, a maior parte delas indústrias, já aderiram ao Movimento, comprometendo-se a criar ambientes favoráveis ao ensino e à qualificação. Todas essas iniciativas colaboraram para a substancial elevação da escolaridade do trabalhador da indústria.


BASE PARA A TRANSFORMAÇÃO Alicerçada em conhecimentos de ponta e referências internacionais, a educação profissional é reformulada com o objetivo de preparar pessoas para a manufatura avançada

E

ducação profissional de qualidade, adequada às necessidades da indústria e adaptada a demandas específicas de setores, regiões e polos industriais, é um dos mais consolidados serviços do SENAI. A tradição, entretanto, não é suficiente para dar resposta à altura dos novos desafios da indústria. Diante da chamada quarta revolução industrial, o setor demanda profissionais capacitados não só a entender e acompanhar as tendências, mas a inovar e sair na frente. A FIESC, que se posiciona como protagonista dessa revolução no País (leia capítulo sobre Tecnologia e Inovação), não poderia deixar de orientar seus serviços de educação profissional para essa nova realidade. O esforço começa, na verdade, ainda antes da etapa do ensino profissionalizante. Há preocupação em despertar nos jovens o interesse pela tecnologia, pela matemática e pelas ciências, áreas

As transformações tecnológicas da indústria precisarão de lideranças como a da FIESC, que tem visão holística, preocupando-se com causas sociais que são ao mesmo tempo causas empresariais, como a educação”

Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da CNI

do conhecimento associadas à indústria 4.0. O trabalho é desenvolvido nas oficinas de Ciências, Matemática e Games, Tecnologia e Robótica e Comunicação e Mídias, oferecidas no contraturno escolar nos espaços de Educação Maker.

Espaços:

O SESI tem a maior rede de Educação Maker de Santa Catarina, articulada para apoiar o desenvolvimento de projetos de educação básica e continuada. A criação da rede iniciou-se em 2017. Haverá 13 unidades espalhadas pelo Estado até o fim de 2018.

Crianças, jovens e adultos matriculados em educação infantil, ensino fundamental e EJA têm acesso à nova pedagogia inspirada na cultura Maker, que valoriza aspectos como o aprendizado colaborativo e coletivo e o conceito de aprender fazendo, com o uso de ferramentas como impressoras 3D, drones, robôs e componentes eletrônicos. Esses

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Educação conteúdos oferecem novos significados aos jovens, despertando o seu interesse pelos estudos. Na educação profissional e no ensino médio, um dos focos é estreitar relações com a realidade do mercado e da sociedade. Por meio de projetos como o SENAI Challenge e os Grand Prix de Inovação, os estudantes do SENAI são desafiados a resolver problemas reais de indústrias e de cidades. No ensino superior, um novo formato foi criado com o conceito da Faculdade SENAI. Empresas parceiras mantêm representantes e equipamentos na faculdade. Elas compartilham conhecimentos com os estudantes, que por sua vez se empenham em desenvolver soluções e inovações para as indústrias. Um novo curso de engenharia mecânica foi desenvolvido pelo SENAI em parceria com a UFSC, para ser ministrado dentro dos Institutos de Inovação. Um dos diferenciais é que o aprendizado da matemática avançada é realizado por meio da resolução de problemas. Em tempos de rupturas tecnológicas e mudanças no mundo do trabalho, inovar em formatos e conteúdos educacionais tornou-se busca constante. Uma das estratégias é incorporar as tecnologias de comunicação, utilizadas pelos jovens, a novas metodologias. Um exemplo é o curso técnico 2.0, em que boa parte da transmissão de conteúdos e discussões relacionadas é realizada por meio de smartphones e ferramentas como podcasts, videocasts e hangouts. Outra inovação é o SENAI Conecte, curso de ensino médio em que os alu-

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nos saem também formados técnicos em tecnologia da informação. As disciplinas do dia a dia são apoiadas por itens tecnológicos como sensores, que dão sentido prático ao aprendizado, e no período vespertino os alunos se organizam em clubes de temáticas diversas.

Novidades:

O SENAI criou um centro de desenvolvimento de produtos para educação, orientado pelas transformações do mundo do trabalho. O objetivo é que 40% da receita seja obtida com soluções que não existiam quatro anos antes.

A FIESC acessa conhecimentos avançados para empregar na área de educação. Um exemplo é a parceria firmada com a NASA, a agência espacial americana, para compartilhamento de conhecimentos e metodologias e intercâmbio de profissionais. Também nos EUA, parcerias foram costuradas com entidades como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), CompTIA e Learning Tree, para ampliar a capacidade de formação em áreas relacionadas à Tecnologia da Informação, o que inclui a capacitação de professores. Nos últimos anos o SENAI dobrou o número de unidades de ensino em Santa Catarina e atualiza constantemente seus professores. Seus cursos têm os custos mais baixos do País, e a qualidade está entre as mais altas: de cada 10 profissionais formados, nove foram contratados, mesmo durante a crise. Com a nova estrutura associada às inovações metodológicas, a FIESC se gabarita a formar os melhores profissionais para a indústria do futuro em Santa Catarina.


400 mil

trabalhadores

precisam ser permanentemente requalificados, por meio de soluções de educação continuada, qualificação ou aperfeiçoamento profissional

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Resultados para a indústria % de trabalhadores do setor com escolaridade básica completa

2011 | 49,2%

2016 | 59,3%

2,2 mil Indústrias signatárias do Movimento Santa Catarina pela Educação

NÚMERO DE MATRÍCULAS

Total acumulado das entidades da FIESC entre 2014 e 2017

Educação profissional

(Aprendizagem industrial e cursos técnicos)

Educação básica

(Ed. infantil e fundamental, EJA e ensino médio)

Desenvolvimento de trabalhadores

(Ed. continuada, qualificação, aperfeiçoamento e iniciação profiss. e desenv. de carreiras)

Educação superior

(Cursos superiores, pós-graduação e extensão profissional)

Estágios TOTAL

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140 mil

171,8 mil 821,8 mil 14,3 mil 32,9 mil 1,18 milhão

Foi visionária a decisão da FIESC de criar o Movimento Santa Catarina pela Educação, mobilizando milhares de pessoas e empresas em prol de uma educação de qualidade para todos os catarinenses, estabelecendo como lema a educação como o novo nome do desenvolvimento” Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna

ESTRUTURA SENAI 66 unidades fixas 23 móveis 726 laboratórios didáticos fixos 107 móveis 454 salas de aula SESI 58 unidades de educação 12 móveis


O SESI ampliou sua estrutura de educação

com a abertura de unidades em Pinhalzinho, Xanxerê, Joaçaba, São José do Cedro, Rio do Sul, Ibirama e Indaial, além de revitalizar outras unidades

Por meio de programas de educação executiva

oferecidos pelo IEL, centenas de empresas acessaram conhecimentos de padrão internacional a custos acessíveis. Os conteúdos são elaborados sob demanda dos participantes, em temas como estratégia, liderança e inovação

O IEL agenciou a contratação de milhares de estagiários

e, por meio do Programa Profissional do Futuro, desenvolveu nesses jovens as competências socioemocionais requeridas pelas indústrias

Programa de desenvolvimento de lideranças

do SESI capacitou mais de 3 mil gestores de indústrias. A modalidade é um dos formatos da educação continuada, que realizou mais de 400 mil matrículas no período 2014-2017

Movimento Reconhecido O Movimento Santa Catarina pela Educação foi reconhecido nos EUA (participação no Diálogo Empresarial das Américas, em Washington – 2016) pelo Senado Federal da Argentina (liderança promotora do desenvolvimento latinoamericano – 2017) e pelo Tribunal Superior do Trabalho (Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho – 2014), e venceu o prêmio Top de Marketing e Vendas (ADVB-SC) em 2016.

Oportunidades para a vida

800 JOVENS

egressos de casas de acolhimento passaram pelo programa Novos Caminhos, de capacitação profissional, parceria da FIESC com TJ-SC, OAB/SC, Associação dos Magistrados, Ministério Público do Estado e Fecomércio

O programa Novos Caminhos, realizado pela FIESC e parceiros, abre perspectivas para jovens em situação de acolhimento em Santa Catarina. Quando completam 18 anos, os jovens são obrigados a deixar os abrigos, porém geralmente não são preparados para isso. Traumatizados pelo abandono e sem formação adequada, têm poucas chances de sucesso. O Novos Caminhos oferece preparo emocional, capacitação, profissionalização e encaminhamento ao mercado de trabalho, com o objetivo de assegurar autossuficiência, dignidade e cidadania. A formação é oferecida pelo IEL, SESI, SENAI e SENAC em 76 municípios.

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TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Liderando a transformação

Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura, em Joinville

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A

indústria é revolucionária em sua essência: a Revolução Industrial mudou o mundo. Ao longo do tempo, o próprio setor passou por transformações intensas. Vivemos a era da quarta revolução industrial, em que emerge a chamada indústria 4.0. Baseada em internet das coisas, big data e inteligência artificial, ela transforma pro-

fundamente a maneira de produzir, pois é capaz de dar eficiência e flexibilidade à produção e reduzir custos. Um exemplo é o da customização em massa, em que linhas podem manufaturar produtos com características diferentes em série, de acordo com pedidos individuais de clientes, de forma muito mais eficiente do que as linhas tradicionais, de repetição infinita de tarefas. A escalada tecnológica ameaça a indústria tradicional, mas ao mesmo tempo é uma oportunidade para o Brasil e Santa Catarina se alinharem às novas tendências. A FIESC decidiu ser protagonista neste processo, ao lado da indústria catarinense. O conjunto de ações empreendidas passa por reorientar a oferta de educação profissional, apoiar o surgimento de novas empresas e provedores de soluções para a indústria 4.0 e apoiar a modernização da indústria tradicional.

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Tecnologia e Inovação

Preparando o ambiente para a manufatura avançada FIESC trabalha para a formulação de uma política setorial nacional e criou, juntamente com empresas, a Associação Brasileira de Internet Industrial, em Joinville O ambiente para o florescimento da indústria 4.0 requer a formulação de uma Política Nacional de Manufatura Avançada que crie regulamentos modernos e facilite a interação entre empresas e instituições de pesquisa. Também é necessário ampliar a infraestrutura de banda larga, criar estruturas de compartilhamento de dados e integração de protocolos de comunicação, fomentar a integração de cadeias produtivas e ajustar a legislação trabalhista. O assunto foi tratado com centralidade pelo Conselho de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da CNI, presidido por Glauco José Côrte, presidente da FIESC. A Federação realizou e apoiou ações em Santa Catarina, como workshops com especialistas e empresários para elaborar proposições que subsidiaram a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0, lançada pelo Governo Federal. A Associação Brasileira de Internet Industrial, sediada em Joinville, foi criada por iniciativa da FIESC e das empresas Pollux e Embraco, firmando o município como um dos centros de soluções para o setor. Em 2017 o SENAI-SC tornou-se integrante do consórcio internacional de organizações ligadas à internet industrial.

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PONTE PARA A INDÚSTRIA DO FUTURO Institutos de Inovação fazem pesquisa com foco no mercado, coordenando redes que envolvem empresas, entidades de fomento, academia e setor público

Santa Catarina se consolidou como polo de inovação, pesquisa e desenvolvimento, e a Embrapii tem cinco unidades no Estado. A FIESC tem sido parceira fundamental no processo de sinergia para fortalecer a capacidade inovadora da indústria. Investir em inovação é garantir um novo modelo de desenvolvimento”

Jorge Guimarães, diretor-presidente da Embrapii

A

maior rede de apoio à modernização tecnológica da indústria brasileira foi montada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com as federações estaduais: 25 Institutos SENAI de Inovação e 60 Institutos SENAI de Tecnologia foram instalados no Brasil a partir de 2013, com investimentos de R$ 2 bilhões. Santa Catarina conta com três Institutos de Inovação e sete de Tecnologia. Os Institutos de Inovação transformaram o cenário até então existente no Estado, ao estabelecer novos laços com a indústria e instituições de pesquisas e de fomento para a criação de soluções inovadoras para o mercado. Permitem superar os maiores entraves à inovação apontados pelas empresas: altos custos, riscos elevados, falta de pessoal qualificado e dificuldade de financiamento. A forma de organização da rede é, em si, inovadora. Em Joinville, o mesmo pré-

dio que abriga o Instituto de Inovação em Sistemas de Manufatura e o de Laser sedia estruturas de P&D de empresas privadas, como a Embraco, além da Associação Brasileira de Internet Industrial. Em Florianópolis, o Instituto de Sistemas Embarcados funciona no mesmo prédio em que se instalou a Fundação Certi, desenvolvedora de soluções para a manufatura avançada, e o Centro de Inovação do SESI. Em função da convivência de diversas organizações as unidades se chamam Institutos da Indústria. Eles são abertos ao empresariado e também à comunidade, para fortalecer a cultura da inovação. Os equipamentos são de ponta, a exemplo da máquina de microusinagem da unidade de Sistemas de Manufatura, capaz de realizar cortes em medidas equivalentes à da centésima parte de um fio de cabelo, ou o equipamento de manufatura aditiva a laser que permite prototipagem rápida em metal. O time de

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Tecnologia e Inovação pesquisadores é formado por mestres e doutores com origem em universidades, o que facilita a criação de elos de conhecimento entre academia e indústria. O Instituto de Sistemas Embarcados, por exemplo, reúne mais de 40 pesquisadores de áreas como inteligência artificial, automação e computação em nuvem, todas ligadas ao conceito de manufatura avançada, o que torna a unidade de Florianópolis uma referência nacional em soluções para a indústria 4.0.

Cooperação: Alemanha e EUA são

referências globais em manufatura avançada. O SENAI firmou parcerias com dois de seus expoentes – o Instituto Fraunhofer e o Massachusetts Institute of Technology (MIT). O Fraunhofer identifica e coordena oportunidades para atuação em rede dos 25 institutos de inovação nacionais. O MIT ajuda a desenvolver novos ecossistemas de inovação no Brasil.

O ambiente propício à inovação é sublinhado pelo fato de que os institutos são unidades credenciadas da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), fonte de recursos não reembolsáveis para projetos de risco. São habilitados, portanto, a realizar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação para empresas, financiados pela instituição, que aporta até um terço dos recursos totais. Um terço cabe às empresas e a outra parte é desembolsada pela unidade credenciada, não na forma de dinheiro, mas de salários de pesquisadores, know-how e infraestrutura. Ao fim de 2017 os projetos envolvendo os Institutos SENAI de Inovação, con-

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siderando a Embrapii e outras fontes, mobilizavam R$ 36 milhões. A qualidade da inovação produzida não é medida pelo número de projetos, mas pelo impacto da inovação na receita das empresas e no desenvolvimento da cadeia de fornecedores. O conceito é da escola de negócios alemã Steinbeis. A FIESC editou o livro Qualidade da Inovação – sobre o valor do novo, escrito por Werner Faix, CEO da Steinbeis. A FIESC coordena a rede de inovação criando vínculos fortes com as indústrias, preocupando-se em não tratá-las apenas como clientes, pois as empresas devem se sentir parte integrante de um sistema abrangente de inovação. Dentre os desenvolvimentos conjuntos destacam-se satélites, sistema remoto para controle de máquinas de construção e sistemas de processamento de dados de produção por meio da utilização de sensores e big data, para automatizar e otimizar processos industriais. Os institutos também funcionam co­ mo laboratórios abertos para apoiar startups, ajudando a conectar novos empreendedores às cadeias de suprimento de grandes indústrias. Uma das missões dos institutos é apoiar empresas que não têm áreas próprias de P&D. Companhias assim também têm à disposição os Laboratórios Abertos do SENAI, inaugurados em 2017 em Joinville, Criciúma e Florianópolis. Equipados com impressoras 3D e ferramentas de corte a laser, podem ser utilizados por profissionais das indústrias e estudantes para a criação de protótipos. Além disso, a FIESC mantém no Estado um núcleo da


Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), que ajuda empresas a articular seus esforços em inovação.

Saúde: Por meio do Centro de Ino-

vação instalado em Florianópolis, no Instituto da Indústria, o SESI passou a desenvolver soluções tecnológicas para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Seus pesquisadores atuam em áreas ligadas à saúde e tecnologias digitais, criando soluções no conceito saúde 4.0, baseada em big data.

O projeto Despertar 4.0 levou novos conceitos ao setor industrial, em todo o Estado. Foram realizados 45 encontros em 2016, com 4.500 participantes presenciais. Os eventos tiveram ampla cobertura da rede de rádios AM e FM do Estado, o que potencializou os resultados. Em 2018 iniciou-se nova etapa do programa, o Agir 4.0, que analisa o estágio atual das empresas para o início da implementação de soluções tecnológicas.

Enquanto o SENAI fomenta a inovação tecnológica de produtos de processos, o IEL oferece consultoria para implantação de processos de gestão da inovação. O projeto Inova Mais Indústria, por exemplo, ajuda micro e pequenas empresas a criarem ambientes internos propícios à apresentação de novas ideias, estabelecimento de estratégias e estruturação de carteiras de projetos. O IEL também auxilia a captação de recursos para inovação em diversas fontes, além de prover talentos para a realização de inovações nas empresas. O alinhamento da FIESC na área de inovação complementa-se com a atuação do SESI em pesquisa e desenvolvimento para as áreas de saúde e segurança. No plano estadual, as entidades são signatárias do Pacto pela Inovação, que envolve todas as organizações catarinenses voltadas ao tema em um esforço de conexão e convergência de ações para potencializar os resultados.

Instalações do Instituto da Indústria no Sapiens Parque, em Florianópolis

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Rede de metrologia ligada aos Institutos SENAI de Tecnologia realizou cerca de

1 MILHร O

de ensaios laboratoriais

entre 2014 e 2017

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SERVIÇOS DE APOIO À COMPETITIVIDADE Institutos de Tecnologia, laboratórios de metrologia e programas especiais ajudaram centenas de empresas a sobreviver à crise e a sair dela fortalecidas

S

e os Institutos de Inovação exploram as fronteiras do conhecimento em busca de novas tecnologias, os Institutos SENAI de Tecnologia dedicam-se à tarefa não menos importante de desenvolver soluções com base em tecnologias existentes. São sete os Institutos de Tecnologia sediados em Santa Catarina (veja o quadro). O primeiro a entrar em operação foi o de Logística, sediado em Itajaí, em 2014 – os demais foram entregues a partir de 2015 em Chapecó, Blumenau, Florianópolis, Jaraguá do Sul, Criciúma e Blumenau. Alguns foram construídos do zero, outros concebidos a partir de estruturas já existentes que receberam investimentos em atualização tecnológica e ampliação do escopo de atuação. Todos são referências nacionais em seus setores. É relevante o impacto dos serviços técnicos especializados de consultoria e metrologia para a competitividade das indústrias. A unidade de Itajaí foi a responsável

Consultorias de baixo custo para a implementação de metodologias avançadas de organização da produção permitem a elevação da produtividade e a redução de desperdícios de micro, pequenas e médias indústrias de Santa Catarina

pela implantação em Santa Catarina do programa Brasil + Produtivo, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que atendeu 321 indústrias no módulo manufatura enxuta e dez empresas no módulo de eficiência energética, em fase de projeto piloto.

Metodologia: Além de executar o

programa Brasil + Produtivo no Estado, a equipe do Instituto de Tecnologia em Logística treinou 500 consultores do SENAI que participaram do programa em todo o País e desenvolveu a metodologia de consultoria utilizada nas intervenções com as empresas.

As consultorias possibilitaram às empresas participantes a implantação de mé­ todos como o kaizen e o lean manufacturing, o que lhes proporcionou ganhos médios de 42% em produtividade, 62% na redução da movimentação e 59% na redução do retrabalho, nas áreas em que o programa foi executado. Em algumas

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Tecnologia e Inovação empresas as perdas de processos caíram pela metade e a rentabilidade das operações dobrou. O retorno foi considerável e, em muitos casos, permitiu que elas sobrevivessem ao período mais difícil enfrentado pela indústria em décadas. O Instituto também fornece soluções avançadas em logística, a exemplo de sistemas de simulação computacional que permitem aprimorar processos ou projetar ampliações com a melhor configuração possível. Os institutos são focados em gerar resultados para a indústria. O Instituto SENAI de Tecnologia Ambiental, sediado em Blumenau, por exemplo, realiza ensaios laboratoriais e análise de indicadores capazes de definir não somente a conformidade com a legislação, mas também identificar deficiências em processos e apontar soluções para otimizá-los. Laboratórios vinculados aos institutos prestam serviços metrológicos de controle de qualidade de matérias-primas e produto final, atendimento a requisitos legais e classificação para registro de produtos, além da realização de pesquisas aplicadas. A rede de laboratórios de metrologia é a maior e mais bem estruturada de Santa Catarina: realizou cerca de 1 milhão de ensaios entre 2014 e 2017, em um universo de mais de 500 tipos de ensaios acreditados pelo Inmetro e 148 credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O apoio à competitividade da indústria, especialmente as de pequeno porte, também é realizado por meio de programas, muitas vezes subsidiados, a exemplo do já citado Brasil + Produtivo. O Programa de Apoio à Competitividade das Micro e

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Pequenas Indústrias (Procompi) é uma iniciativa da FIESC com apoio da CNI e do Sebrae Nacional, envolvendo empresas dos setores têxtil, metalmecânico e de base florestal para aumento de produtividade e aperfeiçoamento de produtos e serviços. O trabalho também é ofertado a grupos de empresas, os coletivos empresariais. A prática catarinense foi reconhecida pela CNI, em 2017, como uma das melhores do Brasil em termos de resultados para os participantes.

Mapa

da indústria: O PDIC, o planejamento estratégico do setor no Estado, orienta a oferta de soluções técnico-tecnológicas da FIESC e o trabalho dos Institutos de Inovação, de Tecnologia e os programas que visam o aumento de competitividade e o fortalecimento de cadeias produtivas.

O Programa de Capacitação Empresarial para Pequenos Negócios, coordenado pelo IEL e com a participação do SENAI, em execução desde 2015, abrange gestão de processos e financeira, governança, liderança, inovação e sucessão empresarial. A oferta de cursos é ajustada de acordo com a demanda, detectada junto a sindicatos patronais. Por isso Santa Catarina detém a maior média de empresas e de pessoas participantes por curso, em comparação com os números nacionais deste convênio, além de responder por um elevado percentual das metas nacionais. Já no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Cadeias Produtivas (PDCP), no formato de coletivos empresariais, destacam-se os resultados das empresas de madeira e construção da região do Planalto Serrano.


1,4

MILHÃO

DE HORAS

Serviços de inovação e tecnologia prestados pelo SENAI e IEL (em mil horas de consultoria)

2014............292,8 2015.............365,6 2016............. 377,7 2017.............386,8

Rede estruturada Institutos SENAI de Inovação Sistemas de Manufatura........... Joinville Laser........................................ Joinville Sistemas Embarcados....... Florianópolis

Centro de Inovação do SESI ................................................... Florianópolis

Institutos SENAI de Tecnologia Alimentos e Bebidas................. Chapecó Ambiental............................... Blumenau Automação e TIC............... Florianópolis Eletroeletrônica...............Jaraguá do Sul Logística........................................Itajaí Materiais..................................Criciúma Têxtil, Vestuário e Design....... Blumenau

A gestão da FIESC entrou no curso da história catarinense com suas destacadas ações em dois campos: educação e tecnologia” Fernando Marcondes de Mattos, acionista da Inplac e presidente do Costão do Santinho

Design industrial Como agregar valor com investimento relativamente baixo? Um dos caminhos mais eficientes é o desenvolvimento do design industrial, tema que esteve no foco de atenção da FIESC nos últimos anos, o que incluiu a realização da Bienal Brasileira de Design, em 2015, em Florianópolis. Parte integrante da Bienal, a exposição Design Catarina, que exibiu produtos da indústria do Estado, teve mais de 14 mil visitantes.

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SAÚDE E SEGURANÇA

Ser saudável é ser competitivo

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S

aúde do trabalhador é gasto ou investimento? O trabalho adoece ou é um vetor para a vida saudável? Estes conceitos foram sistematicamente confrontados nos últimos anos pela FIESC, que ofereceu um novo ponto de vista para a indústria: qualidade de vida é fator de competitividade. Se os gastos diretos com saúde são altos – representam a segunda maior despesa da indústria com

pessoal, menor somente do que a folha de pagamentos –, mais altos são os gastos com a falta de saúde. Segundo estudos internacionais, 70% dos custos totais das empresas com saúde são gerados pela baixa produtividade – o “presenteísmo” – e pelo absenteísmo. Ambos quase sempre têm origem em doenças crônicas como hipertensão, diabetes, doenças musculoesqueléticas e patologias mentais ou emocionais. As pesquisas apontam retorno para as empresas de até 6 dólares para cada dólar investido na resolução desses problemas. A FIESC se qualificou para sustentar essa virada conceitual integrando-se a iniciativas internacionais voltadas à construção de ambientes de trabalho saudáveis. Em Santa Catarina, criou o movimento Aliança Saúde Competitividade. O SESI desenvolveu novas soluções para a gestão da saúde na indústria e ampliou e qualificou sua rede de serviços e produtos voltados à saúde, segurança e qualidade de vida. O movimento marcou um reposicionamento do SESI nessas frentes, e também em educação, permitindo à entidade oferecer soluções avançadas para a competitividade da indústria.

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Saúde e Segurança

Santa Catarina no mapa do trabalho sustentável FIESC trouxe encontros internacionais para o Estado, integrou aliança global e apresentou suas iniciativas em diversos países

A decisão de patrocinar e levar para Florianópolis a terceira edição do Global Healthy Workplace Awards & Summit, em 2015, inseriu definitivamente a FIESC nas discussões globais sobre o bem-estar no trabalho. A Federação já havia participado da edição de 2014, realizada em Xangai, e enviou delegações aos eventos de 2016 e 2017, que ocorreram em Washington e Singapura. Especialistas de diversos países e lideranças empresariais participam anualmente do principal fórum global do setor, compartilhando conclusões de pesquisas e resultados de empresas. Eles integram, juntamente com a FIESC, a Aliança Global para Ambientes de Trabalho Saudáveis, que tem o objetivo de promover a saúde dos trabalhadores em todo o mundo. A Aliança Saúde Competitividade foi lançada em Santa Catarina em 2016, aos moldes da Aliança Global, agregando empresas, federações de trabalhadores, poder público e pesquisadores em favor da causa. A iniciativa catarinense, apresentada em diversos eventos internacionais da área de saúde, tornou-se referência para o setor.

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UMA NOVA AGENDA PARA A INDÚSTRIA Aliança Saúde Competitividade propõe visão estratégica sobre o tema, enquanto o SESI se reinventa para oferecer soluções integradas com foco em resultados

A estratégia da FIESC de atuar em temas que objetivam contribuir, ao final, com o aumento de produtividade, merece destaque. A atuação descentralizada, se aproximando das regionais, especialmente em ações de saúde e educação, aumentou em muito a capacidade dos projetos serem compreendidos e aplicados com excelência”

Giuliano Donini, presidente da Marisol

D

istorções regulatórias e ideias mal concebidas ou ultrapassadas sobre saúde e segurança no trabalho influenciam relações trabalhistas, legislação, políticas públicas e a ação da indústria, gerando custos elevados, ineficiência e sofrimento para empresas e trabalhadores. Recursos são aplicados de forma ineficiente porque são voltados aos trabalhadores doentes, quando seria melhor investir em prevenção. Empresas gastam muito e gastam mal, arcando com a maior parte das despesas com saúde no Brasil. No setor público, a Previdência Social gasta R$ 70 bilhões por ano com pessoas afastadas do trabalho e elas raramente são reabilitadas, o que gera custos sociais permanentes. Já o aumento da longevidade do brasileiro implica na necessidade de mais anos dedicados ao trabalho. Porém, se aumentar a incidência de doenças crônicas, que hoje afligem 40% da população,

crescerão os gastos do sistema de saúde do País e das empresas.

Bom

negócio: A gestão da qualidade de vida no trabalho é positiva para as empresas, porque dá retorno com a diminuição dos custos de saúde, aumento de produtividade e mais engajamento, além de servir à atração e retenção de talentos e melhorar a imagem da organização. Já a ocorrência de acidentes de trabalho tende a se tornar barreira comercial entre nações.

Todos esses temas, e muitos outros correlacionados, são trazidos à tona de forma sistemática e qualificada pela Aliança Saúde Competitividade, uma iniciativa da FIESC coordenada pelo SESI, lançada em 2016. A Aliança é organizada em quatro eixos de atuação: conhecimento, para levar o tema à pauta estratégica das organizações; sensibilização, para engajar lideranças empresariais, trabalhadores e poder público; mobili-

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Saúde e Segurança zação, para a realização de ações concretas; e oferta de soluções em saúde e segurança do trabalho, para a conquista de resultados na redução de acidentes e adoecimentos e de maior iniciativa dos trabalhadores para cuidar do próprio bem-estar. Além do setor produtivo, a Aliança envolveu diversas organizações no debate e na busca de soluções para problemas como a reabilitação de trabalhadores afastados e a redução de custos dos planos de saúde empresariais. Destacam-se na articulação os trabalhadores da indústria, representados por diversas federações e sindicatos. No setor público, envolveram-se instâncias como a Justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), além do Ministério Público de Santa Catarina. Dentre as entidades empresariais e de classe engajadas na Aliança incluem-se o Instituto Coalizão Saúde, que representa o segmento de saúde privada no País, e os conselhos regionais de medicina e de contabilidade de Santa Catarina. A adesão da Fecomércio, federação empresarial do comércio e serviços do Estado, deu caráter multissetorial à iniciativa. Workshops realizados em 15 regiões de Santa Catarina em 2016 e 2017 envolveram mais de 700 lideranças. Além de receber informações, elas foram ouvidas com o objetivo de identificar as necessidades da indústria, considerando especificidades setoriais e regionais. Esta ação inicial contribuiu para estimu-

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lar a mudança de mentalidade no setor. Tradicionalmente, segurança e saúde do trabalhador são temas vinculados aos departamentos de recursos humanos ou à contabilidade das empresas, por serem percebidos como custos associados ao cumprimento de aspectos legais. Mas a difusão de informações como a de que oito horas de trabalho semanal são perdidas por cada trabalhador que sofre de doenças crônicas, segundo o INSS, começou a demonstrar que o cuidado com o ser humano é um poderoso fator de competitividade.

Em pauta: O objetivo da Aliança é

que segurança e saúde sejam temas cada vez mais importantes na pauta de líderes empresariais e governamentais. Pesquisas indicam que o tema ainda não é considerado estratégico para as organizações. Para mudar essa visão vários seminários foram organizados, sendo um deles em São Paulo, o Fórum Internacional Saúde Competitividade, realizado em 2016.

Núcleos de SST em Concórdia, Joaçaba e Itajaí foram criados em 2017, de um total de 16 a serem articulados até o final de 2018. Os objetivos são gerar e compartilhar conhecimentos e obter engajamento. A ação dos núcleos é um dos projetos no âmbito da Aliança. Outros envolvem a formatação de cursos para lideranças, mecanismos para inclusão de pessoas com deficiências, mobilizações em favor de cidades mais saudáveis e articulação para obtenção de incentivos e financiamentos. O SESI também desenvolve uma plataforma para apoiar a tomada de deci-


PROGRAMA PARA O SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL ALMEJA TORNAR A INDÚSTRIA CATARINENSE A MAIS SEGURA DO PAÍS

O

s índices de acidentes de trabalho na construção civil de Santa Catarina são altos. Isso motivou o SESI a elaborar um programa específico para o setor, o Construção Mais Segura,

lançado em 2016 em parceria com o Sinduscon e o Seconci, o serviço social do segmento. O objetivo é tornar a construção catarinense a mais segura do País até 2022. O desenvolvimento de metodologias e ferramentas caracteriza uma nova linha de atuação do SESI, voltada a soluções setoriais. Elas levam em consideração questões peculiares, como a exigência do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil (PCMAT). As metodologias desenvolvidas incluem gestão de riscos de multas e embargos e gestão de equipamentos de proteção coletiva. O sistema Ágil Obras identifica riscos, quantifica possíveis prejuízos e oferece soluções para mitigá-los. O programa inclui comunicação, treinamento e capacitações, além de ampliação de acesso aos serviços do SESI. Seu maior diferencial é o sistema SmartSafety, composto por software, hardware e wearable (tecnologia vestível), que automatiza o monitoramento de áreas de risco e alerta os trabalhadores para perigos e áreas para as quais não estão autorizados. O software, baseado em plataforma web, registra ocorrências, faz relatórios e possibilita consulta ao perfil de cada trabalhador, dentre outras funções.

R$ 169 MIL Custo para empresas do setor de construção por afastamento acidentário, em função do Seguro Acidente de Trabalho (SAT) Fonte: CBIC

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O Alimenta SESI, que oferece serviços de restaurante in company, promove a saúde por meio da alimentação equilibrada. Entre 2014 e 2017, uma média diária de 89,3 mil refeições foi servida para trabalhadores da indústria

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sões estratégicas em SST, com informações de diferentes fontes integradas em um big data de saúde. Esta ação está associada à plataforma SESI Viva +, um serviço nacional que permitirá integrar toda a gestão de saúde das empresas em um único ambiente virtual.

Soluções: O SESI passou a atuar

como consultoria, oferecendo soluções customizadas aos clientes. Passou também a uma abordagem setorial, em lugar da genérica. Várias inovações tecnológicas em SST estão em desenvolvimento para os setores da construção civil e a agroindústria, por exemplo.

As iniciativas proporcionadas pela Aliança dão novas dimensões e sentidos aos serviços oferecidos pelo SESI. Alinhadas às estratégias das indústrias, elas se qualificam como ferramentas de ganho de produtividade e de qualidade de vida, tornando-se mais relevantes. Uma dessas soluções é o sistema Gestão Integrada da Saúde, que organiza informações da empresa, identifica os fatores de risco de doenças e acidentes e aponta oportunidades de redução de gastos com planos de saúde e diminuição do absenteísmo, dentre outras funções. Voltada a pequenas empresas, a ferramenta Calculadora de Indicadores de SST, on-line e gratuita, permite a comparação com indicadores da concorrência e estima o impacto do imposto previdenciário a ser pago pelo usuário. Dessa forma, os serviços tradicionais, como os relacionados ao cumprimento de normas de SST, são cada vez mais incorporados a uma visão sistêmica e

estratégica das indústrias. O SESI tem demonstrado para as empresas que ações obrigatórias como o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) não devem ser tratados de forma protocolar, pois podem se traduzir em melhorias dos ambientes de trabalho e na diminuição de acidentes. Cada vez mais integrados à estratégia também são os programas voltados à adoção de hábitos saudáveis pelos trabalhadores, como academias de ginástica, organização de torneios esportivos e a ginástica laboral, que chega a mobilizar 100 mil pessoas diariamente. Para apoiar a mudança de hábitos, um aplicativo foi criado pelo Centro de Inovação do SESI, em Florianópolis, que permite acompanhamento personalizado a distância. Grupos de Emagrecimento Saudável e o programa Medida Saudável fornecem orientação para perda de peso e geram competições entre empresas – vence a que soma maior perda de medidas na circunferência abdominal dos trabalhadores. A ação tem efeito multiplicador, porque a mudança de hábitos estimula familiares e outras pessoas a tomarem decisões no mesmo sentido. As ações contribuem para mudanças culturais nas empresas, envolvendo acionistas e trabalhadores. Conceitos ultrapassados apontam o trabalho como fonte de doenças físicas e mentais, mas as iniciativas da FIESC demonstram o inverso: o trabalho é um vetor de saúde e bem-estar, beneficiando trabalhadores e empresas.

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Crescem os atendimentos em

SAÚDE E SEGURANÇA

(MIL TRABALHADORES) 429,3

464,5

383,1

77

336,9

2014

2015

2016

1,26 MILHÃO

2017

NÚMERO DE FARMÁCIAS DA REDE SESI

491,5 MIL

MÉDIA DE ATENDIMENTOS MENSAIS NAS FARMÁCIAS, ENTRE 2014 E 2017

TOTAL DE DOSES DE VACINAS CONTRA GRIPE APLICADAS EM SC ENTRE 2014 E 2017

Novo formato

O

Centro de Promoção da Saúde do Trabalhador, inaugurado em 2015 em Criciúma, deu início à remodelação da rede SESI Clínica. A novidade é que foram integrados os serviços de assistência médica – que oferece consultas e exames – e de promoção da saúde, antes inexistentes nesse formato. Por meio de questionário eletrônico, o sistema oferece um guia personalizado para o trabalhador adotar práticas saudáveis. Daí ele pode percorrer espaços interativos do Centro, onde recebe orientação sobre atividades físicas, alimentação saudável, gerenciamento de estresse, saúde sexual e prevenção de doenças. O espaço ainda oferece uma academia completa, disponível para os trabalhadores da indústria. O formato une os conceitos de saúde curativa e preventiva.

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Processo de reposicionamento da rede de farmácias do SESI

foi iniciado em 2017. A marca FarmaSesi e o slogan Faz por Você, Faz por Todos reforçam a atuação social e traduzem o objetivo de melhorar a saúde das pessoas e beneficiar consumidores, colaboradores e comunidade

Diversas unidades do SESI que realizam atendimentos de saúde, segurança e qualidade de vida em todo o Estado foram inauguradas ou receberam investimentos para ampliação e modernização nos últimos quatro anos, sustentando ampliação no número e na qualidade dos atendimentos

A pesquisa CDC Health Scorecard (HSC)

identificou as práticas mais desenvolvidas nos ambientes de trabalho em Santa Catarina para a adoção de hábitos saudáveis: controle do tabagismo e suporte organizacional

A segunda edição da pesquisa que determina o índice de Qualidade de Vida do Trabalhador da Indústria foi realizada em 2015, revelando que 77,3% têm percepção positiva com relação à qualidade de vida

Em 2017, ações de promoção de vida saudável como Jogos do SESI, Academias e Ginástica Laboral

atenderam 81 mil trabalhadores, enquanto os Clubes de Atividade Física, Jogos da Indústria e Escola de Esportes registraram 228 mil atendimentos. O circuito da Corrida do Bem reuniu mais de 15 mil participantes

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GESTร O

Preparada para o futuro

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A

consolidação da reestruturação organizacional tornou a FIESC mais competitiva e mais capaz de dar sustentabilidade ao desenvolvimento da indústria catarinense. O processo se iniciou na gestão 20112014, com destaque para a integração entre as entidades. Planejamento estratégico, operações e área de mercado da

FIESC, SESI, SENAI, IEL e CIESC foram unificados, dando início a uma nova forma de atuação e de interação com a sociedade. A gestão 2014-2018 consolidou o processo e colheu resultados significativos, que se refletem na diminuição de custos operacionais, maior eficiência nos serviços, vendas mais qualificadas, aumento da cobertura de mercado e ganhos de imagem. Ganhos significativos de eficiência operacional foram registrados, por exemplo, nas áreas contábil, financeira e de serviços de engenharia. Na área de relacionamento com o mercado, a união das marcas corporativas, a estruturação do portfólio e o reposicionamento de marcas, dentre outras ações, destacaram-se no Sistema Indústria. A FIESC recebeu, somente em 2017, mais de 10 visitas de benchmark de outras federações estaduais, e se situou em segundo lugar no índice de maturidade de gestão mercadológica, indicador elaborado pela CNI/FGV e aplicado a federações de indústrias de todos os estados.

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Gestão

Mobilização constante em todo o Estado Eventos realizados pela FIESC estreitam relações com stakeholders, que se envolvem com temas relacionados a educação, saúde e tecnologia

As parcerias, mobilizações e conexões intersetoriais que marcam a gestão da FIESC são apoiadas por um eficiente sistema de realização de eventos, que se articula em todo o Estado. Considerando eventos próprios como seminários, workshops e feiras, além de ações realizadas por terceiros em suas dependências, são realizados cerca de mil eventos por ano. A integração das entidades permitiu centralizar a área na Coordenação de Eventos, com elevação de eficiência e redução de custos. A estrutura serviu à consolidação do Movimento Santa Catarina pela Educação. Em 2017, por exemplo, foram realizados seminários voltados à educação integral em Chapecó (2 mil participantes) e aos educadores em Jaraguá do Sul (1.500 participantes), e o Seminário Internacional de Educação em Florianópolis, com palestrantes dos Estados Unidos, Finlândia e Singapura, que mobilizou cerca de 500 pessoas. Já a Aliança Saúde Competitividade contou com a realização de 16 workshops regionais que atraíram 700 pessoas. Ações como o Mundo SENAI, Torneio de Robótica e Corrida do Bem mobilizaram milhares de pessoas, aproximando ainda mais a FIESC da comunidade.

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Seminário para educadores realizado em Jaraguá do Sul, em 2017


MAIS EFICIÊNCIA NA RETAGUARDA E NOS SERVIÇOS FIESC aprimorou processos internos e reestruturou a área de mercado, fortalecendo também a comunicação e os projetos sociais

A FIESC deu várias demonstrações de respeito à atividade jornalística e implementou ações que valorizaram a comunicação da entidade. O fortalecimento da assessoria de imprensa e do Prêmio FIESC de Jornalismo são exemplos dessa postura”

Ademir Arnon, presidente da Associação Catarinense de Imprensa

A

FIESC é um ponto de apoio para a competitividade da indústria catarinense e não poderia deixar, ela mesma, de ser competitiva em suas ações empresariais. Por isso passou por reestruturação operacional que envolveu do back office ao relacionamento com o mercado. Ela perpassou todos os níveis da organização, que ainda levou a cabo um grande plano de investimentos. Ele incluiu a construção e modernização de Institutos de Inovação e Tecnologia e várias unidades voltadas a serviços de educação, saúde e bem-estar. A infraestrutura foi erguida em sintonia a uma nova estratégia comercial, que calibrou o portfólio, modificou a abordagem e obteve significativa elevação na venda de produtos e serviços. No back office, a área de serviços compartilhados, um dos pilares da modernização estrutural, implementou ações como o mapeamento de processos, es-

tabeleceu acordo de nível de serviços e integrou o sistema de RH. Em 2015 foi criada a Central de Atendimento, que unificou e amplificou o acesso aos serviços. Em 2016 iniciaram-se as operações do Núcleo de Administração da Sede. Também foram implantados a integração de processos em um sistema único ERP e um sistema de Business In­telligence (BI), para o gerenciamento de informações corporativas. A área de TI ganhou nova arquitetura tecnológica para dar suporte à digitalização dos processos. O setor de informática da FIESC tornou-se uma referência para outras Federações de Indústrias.

Satisfação:

Tornou-se amplo o reconhecimento da FIESC como uma das melhores empresas para se trabalhar no Estado. Na pesquisa Great Place to Work 2016 a instituição posicionou-se entre as 50 melhores do País e quarta em Santa Catarina.

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Gestão A gestão de recursos humanos avançou em vários aspectos, a começar pela implantação da nova cultura organizacional, que exigiu esforços de adaptação dos cerca de 9 mil funcionários do Sistema. Graças a um programa de investimentos em desenvolvimento profissional, dezenas de milhares de oportunidades de treinamento são oferecidas anualmente. Um programa corporativo de desenvolvimento de lideranças foi instaurado. Em paralelo, a FIESC implantou iniciativa para a inclusão de pessoas com deficiência, que resultou na contratação de mais de 400 profissionais. O Código de Ética adotado orienta processos de tomada de decisão e atitudes e comportamentos dos profissionais. Foram implantadas Ouvidoria e o Canal de Ética, para receber relatos de violação do código de ética, além do Portal da Transparência, para o aprimoramento da governança. Na ponta do mercado, a Diretoria de Marketing e Relacionamento com o Mercado (COMAR) aproximou ainda mais a FIESC das empresas. Antes as áreas de mercado das entidades eram autônomas e ofereciam produtos próprios. O total de produtos somava 3.100 itens. A oferta foi consolidada e atualizada, resultando em um portfólio de menos que 400 produtos. A abordagem do mercado tornou-se sistêmica, realizada por agentes de vendas capacitados a entender em profundidade as necessidades da indústria e propor soluções integradas que abrangem as áreas de educação, SST, tecnologia e gestão, dentre outras. Foram instaurados processos de aná­

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lise de mercado, que incluíram sistemas de monitoramento da concorrência, es­tudos e pesquisas de mercado e a utilização de softwares de Business Intelligence (BI) e relacionamento com os clientes (CRM). Outra ação foi a precificação corporativa, que referenciou os preços às práticas de mercado e possibilitou preços diferenciados para sindicatos, estimulando o associativismo patronal. A maior aproximação com a indústria deu-se também por meio da regionalização. Junto a cada uma das 16 vice-presidências instalaram-se Comitês Regionais de Mercado, com políticas e diretrizes técnicas específicas, de acordo com as características de cada região.

Proximidade:

A regionalização facilitou o acesso às indústrias de pequeno e médio porte, o que foi relevante para a ampliação do índice de cobertura do mercado. Se antes da reestruturação cerca de 8% das empresas do setor – quase todas grandes indústrias – utilizavam alguma solução da FIESC, o índice atual se aproxima dos 22%.

Posicionamentos da FIESC em defesa dos interesses da indústria, como as reformas trabalhista e da previdência, além do estímulo à educação, foram alvos de campanhas de cunho institucional. Dentre as diversas campanhas promocionais realizadas destacam-se o reposicionamento da rede de farmácias e do serviço de alimentação do SESI e o lançamento de cursos do SESI e do SENAI. Parcerias com entidades do setor de comunicação social e a edição da revista Indústria & Competitividade permitiram


Novo portfólio Após análise detalhada dos produtos das entidades, a FIESC priorizou 337 itens, que são comercializados de forma corporativa

à FIESC disseminar os conteúdos de interesse da indústria. O fortalecimento do Prêmio FIESC de Jornalismo também estreitou os laços com o setor de mídia. A produção e a propagação de conteúdo próprio foram potencializadas por assessorias de imprensa ligadas a cada uma das vice-presidências regionais. Destacam-se ainda ações de cunho social abrangendo FIESC, empresas, governo e entidades do terceiro setor. Um exemplo é o projeto Fundo Social, instituído pela FIESC/SESI, com o apoio da área de mercado, em 2017. O objetivo é sensibilizar e mobilizar organizações para a utilização de leis que permitem às empresas aplicar parte dos impostos devidos em projetos voltados à cultura, crianças, idosos, pessoas com deficiências ou tratamento de câncer. A FIESC capacita entidades a elaborar projetos e estimula empresas a patrociná-los. Destacam-se ainda o Plano de Sustentabilidade para a Indústria Catarinense, estruturado em diversas dimensões, e as

44%

Aumento da receita proveniente de pessoas jurídicas entre 2014 e 2017

34%

Crescimento do número de indústrias atendidas no período, com a criação da rede de mercado

ações de cidadania realizadas em todo o Estado, com destaque para a Ação Global, que oferece desde serviços médicoodontológicos gratuitos a emissão de documentos. Outras ações dedicam-se à inclusão de pessoas deficientes pela indústria e de jovens em situação de abandono, só para citar algumas iniciativas. Mas é importante notar que a noção de sustentabilidade da indústria e do Estado de Santa Catarina está presente em cada uma das ações da FIESC, e na integridade de sua atuação. Quando estimula e oferece soluções em educação, saúde e segurança, quando apoia o desenvolvimento industrial com soluções em inovação e tecnologia e quando luta pela construção de ambiente mais favorável ao empreendedorismo, a FIESC se posiciona como um agente relevante para o desenvolvimento social e econômico de Santa Catarina. A reestruturação e o aumento de competitividade decorrente prepararam a Federação para seguir cumprindo esse papel no futuro.

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DIRETORIAS E CONSELHOS FIESC Diretoria Presidente Glauco José Côrte 1º Vice-Presidente Mario Cezar de Aguiar Diretor 1º Secretário Edvaldo Ângelo Diretor 1º Tesoureiro Alfredo Piotrovski Diretor 2º Tesoureiro Egon Werner

Vice-presidentes para Assuntos Regionais Alto Uruguai Catarinense Álvaro Luis de Mendonça Alto Vale do Itajaí Lino Rohden Centro-Norte Gilberto Seleme Centro-Oeste Márcio Luís Dalla Lana Extremo Oeste Astor Kist Foz do Rio Itajaí Maurício Cesar Pereira Litoral Sul Michel Miguel Norte-Nordeste Evair Oenning Oeste Waldemar Antônio Schmitz Planalto Norte Arnaldo Huebl Serra Catarinense Israel José Marcon Sudeste Tito Alfredo Schmitt Sul Diomício Vidal Vale do Itajaí Ronaldo Baumgarten Júnior Vale do Itajaí Mirim Ingo Fischer Vale do Itapocu Célio Bayer

Vice-Presidentes para Assuntos Estratégicos Mário Lanznaster Ney Osvaldo Silva Filho Rui Altenburg

Diretores Adalberto Roeder Albano Schmidt Aldo Apolinário João Alexandre D’Ávila da Cunha André Armin Odebrecht Bárbara Paludo Carlos Júlio Haacke Júnior César Murilo Barbi Charles Alfredo Bretzke Charles José Postali Conrado Coelho Costa Filho Giordan Heidrich Henrique de Bastos Malta Ida Áurea da Costa José Sylvio Ghisi Olvacir José Bez Fontana Osni Carlos Verona Osório Dal Bello Otmar Josef Müller Pedro Leal da Silva Neto Roberto Marcondes de Mattos Rogério Pedro Mendes Vianei Amilcare Zappellini Volmir Antônio Meotti Walgenor Teixeira Wanderley Zunino

Conselho Fiscal Efetivos Celso Panceri Fred Rubens Karsten Leonir João Pinheiro Suplentes Amauri Eduardo Kollross Flávio Henrique Fett Rita Cássia Conti

Conselho Emérito José Fernando Xavier Faraco Osvaldo Moreira Douat

Delegação junto à CNI Efetivos Glauco José Côrte Mario Cezar de Aguiar Suplentes Jair Philippi João Stramosk

CIESC Diretoria Presidente Glauco José Côrte 1º Vice-Presidente Mario Cezar de Aguiar Diretora 1ª Secretária Silvia Hoepcke da Silva Diretor 2º Secretário Marcelo Rodrigues Diretor 1º Tesoureiro Luciano Flávio Andriani Diretor 2º Tesoureiro José Fernando da Silva Rocha

Conselho Consultivo Adolfo Fey Cláudio Ávila da Silva Cláudio Roberto Grando Evandro Müller de Castro Hilton Siqueira Leonetti Joachim Gerecht José Adami Neto José Antônio Philippi Luiz Gonzaga Coelho Nivaldo Pinheiro Noiodá José Damiani Odelir Battistella

Conselho Fiscal Efetivos Juarez de Magalhães Rigon Newton João Fabris Valcir José Zanette Suplentes Amilcar Nicolau Pelaez Edson Osvaldo Amaral Fernandes Luiz Andretta

SESI Conselho Regional de Santa Catarina Presidente Glauco José Côrte 1º Vice-Presidente Mario Cezar de Aguiar


Representantes da Indústria

Representantes Institucionais

Representação Institucional

Titulares Giuliano Donini Luis Carlos Guedes Luiz Gonzaga Coelho Sergio Luis Pires

Titulares Trabalhadores da Indústria Carlos Alberto Baldissera Ministério da Educação Maria Clara Kaschny Schneider Ministério do Trabalho e Emprego Cley Capistrano Maia de Lima

BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul Fapesc – Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina Fundação Certi – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras Sebrae/SC – Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa Sistema Acafe – Associação Catarinense das Fundações Educacionais Udesc – Universidade do Estado de Santa Catarina UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

Suplentes Ademir José Pereira Fernando Mayer Giordan Heidrich Jorge Luiz Correia de Sá

Representantes Institucionais Titulares Trabalhadores da Indústria Ewaldo Gramkow Governo do Estado Paulo Cesar da Costa Ministério do Trabalho e Emprego Cley Capistrano Maia de Lima Suplentes Trabalhadores da Indústria Miguel Padilha Governo do Estado Sergio Luiz Gargioni Ministério do Trabalho e Emprego Djanes Ricardi Maciel

SENAI Conselho Regional de Santa Catarina Presidente Glauco José Côrte 1º Vice-Presidente Mario Cezar de Aguiar

Representantes da Indústria Titulares César Augusto Olsen Guilherme Marco de Lima Hilton José da Veiga Faria Osvaldo Luciani Suplentes Hans Heinrich Bethe Luís Antônio Stramosk Orlindio da Silva Reginaldo José Chechinel

Suplentes Trabalhadores da Indústria Ari Oliveira Alano Ministério da Educação Francisco José Montório Sobral Ministério do Trabalho e Emprego Djanes Ricardi Maciel

IEL Conselho Regional de Santa Catarina Presidente Glauco José Côrte Diretor Tesoureiro Luciano Flávio Andriani Representante da FIESC Carlos Frederico da Cunha Teixeira

Conselho Consultivo Efetivos Angela Teresa Zorzo Dal Piva Hans Heinrich Bethe Liandra Nazário Nóbrega Marco Antônio Corsini Mircon Roberto Becker Paulo Rubens Obenaus Valério Gomes Neto Suplentes Álvaro Schwegler Celso Marcolin Eduardo Seleme Flávio José Martins Heleny Mendonça Meister Márcio Vaccaro Sérgio Luiz Moretto

Conselho Fiscal Efetivos Ilton Paschoal Rotta Marcus Schlösser Norberto Viana Suplentes Alexsandro da Cruz Barbosa Harry Perusin Joacir Antônio Dalvit

DIRETORES, ASSESSORES E GERENTES EXECUTIVOS DA FIESC E DE SUAS ENTIDADES Antônio José Carradore Assessor para Assuntos do Movimento A Indústria pela Educação Carlos Henrique Ramos Fonseca Diretor de Desenvolvimento Institucional e Industrial Carlos José Kurtz Diretor Jurídico Carlos Roberto de Farias Diretor de Marketing e Relacionamento com o Mercado Elmar Meurer Assessor de Imprensa Fabrizio Machado Pereira Superintendente SESI/SC Fernando Pisani de Linhares Gerente de Auditoria Jefferson de Oliveira Gomes Diretor Regional do SENAI/SC Marco Aurélio Prass Goetten Diretor Técnico do SESI/SC Maurício Cappra Pauletti Diretor Técnico do SENAI/SC Natalino Uggioni Superintendente do IEL/SC Paulo de Tarso Guilhon Assessor de Economia Rodrigo Carioni Chefe do Gabinete da Presidência Silvestre José Pavoni Superintendente de Serviços Compartilhados




Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina fiesc.com.br | 0800 48 1212 | faleconosco@fiesc.com.br Rodovia Admar Gonzaga, 2765 - Itacorubi - 88034-001 - Florianópolis/SC


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