News 2012

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News 2012 Luis Roberto Nunes Padilla

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NEWS AGOSTO/2012 Objetivo: Divulgar e informar aos artistas marciais e à comunidade jurídica sobre as novidades, assuntos interessantes e as reflexões de grandes personalidades. Destaque: Alguns dos mais conhecidos professores de Direito do Brasil, também são faixas pretas de Karate. Esse tema é destaque na Revista Master 3ª edição, nas bancas em agosto de 2012. Detalhes sobre a entrevista inédita, após o histórico do Sensei Hinata. Importante: O Prof. Eduardo Neiva, da Universidade do Alabama (http://www.uab.edu/communication/faculty/30), apresenta uma interessante abordagem sobre “A linguagem da vida: como a comunicação impulsiona a evolução humana” sob o instigante título “Teoria dos Jogos e a seleção sexual” valiosa para quem deseja comprender a sociedade, a comunicação, ou a aplicação de regras legais, especialmente em contexto transdisciplinar, como o das Artes Marciais e lutas. Para escutar a Conferência, na PUC-RJ: http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=6727&sid=145&tpl=view_integra.htm Sensei Hinata, além de expert em Judo, no qual foi duas vezes Campeão Panamericano, também praticava o Karate Goju sob a supervisão do Mestre Akamine, introdutor desse estilo de luta no Brasil e, depois, no final dos anos setenta. Em Porto Alegre, prosseguiu, com o Mestre Akira Taniguchi. Desta forma, incorpora a história do Goju e da ACM. Ao final, perfil ilustrado, elaborado pelo Professor Augusto Acioli de Oliveira.

Sensei Hinata

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Criado o Sindicato dos Profissionais em Lutas, Artes Marciais e Instrutores de Defesa Pessoal. ONG com objetivo de defender os interesses comuns a todas as modalidades e, através da união, aglutinar as forças necessárias para um novo paradigma: Todos que conhecem Artes Marciais e lutas sabem que se constituem em um dos segmentos mais expressivos da sociedade e, contudo, sem influência política. Por que? O fracionamento, em centenas de modalidades, estilos, linhas e escolas, pulverizavam a força! Todas nascem como uma luta pela vida, a qual não premia o 2º colocado! A rivalidade inata acentuou quando, em meados do Sec. XX, espalham-se pelo mundo ocidental: http://www.padilla.adv.br/desportivo/artesmarciais/ A história do Sindiplam remonta a 1997, quando professores Nilo (Kempo), Nelson (Karate) e outros, realizaram Assembléia Geral para fundar a AFAL, Associação das Federações de Artes Marciais e Lutas. Contudo, como a AFERGS criou um Departamento de Artes Marciais e convidou, para o dirigir, o presidente Nilo, o qual faleceu algum tempo depois, a AFAL não foi registrada. Uma década depois, o movimento foi retomado, agregando novas lideranças interdisciplinares e, dia 6/7/2008, realizou-se assembléia, na Rua Comendador Caminha, em frente ao Parcão, com mais de cem praticantes de diversas modalidades quando se decidiu, para dimensão profissional, fundar um sindicato. As burocracias da legislação sindical, como a de publicar mais de um edital de convocação, obrigaram realizar nova assembléia. Em 5/4/2012, a categoria conquistou o registro da entidade! O SINDIPLAM/RS aglutina e oferece os resultados da força resultante dessa união a toda a categoria dos artistas marciais, sem exigir anuidades dos seus filiados. Para operacionalizar esse desiderato, a Diretoria idealizou uma estratégia corajosa para evitar as despesas com sede e divulgação: Para dispor de local, sem custo, negocia-se parceria com uma das uniões sindicais para obter espaço dotado de estrutura mínima. A diretoria mantém reuniões e negociações para concretizar esse objetivo. Para evitar despesas com o correio e divulgação, além de celebrar parcerias com entidades que divulguem, e de utilizar meios gratuitos como a Internet, a Diretoria está propondo convênios com as entidades de administração do esporte. Estas, terão a vantagem imediata de oferecer aos seus filiados, e sem qualquer custo para o filiado ou para a Federação ou Associação, a adesão ao Sindicato permitindo desfrutar de todos os benefícios da categoria, mediante a simples divulgação, em seus sites, informativos e eventos, e pelo repasse das fichas de filiação. Para consolidar essa política de adesão, sem custos, deliberou-se que não haverá cobrança de anuidade dos filiados ao Sindicato até que ser concedido, pelo Ministério do Trabalho, a Carta Sindical, o que costuma demorar anos, e depende de uma intrincada burocracia. Comprovando que a união faz força, em atividades que transcendem este breve relato, e somam centenas de horas de contatos, pessoais, por telefone ou internet, dezenas de reuniões e diligências, a Diretoria conseguiu a contratação de dois PLANOS CORPORATIVOS, um odontológico, e outro de assistência medica de emergência e ambulatorial, os quais incluem exames e outros benefícios, disponibilizado aos afiliados e extensivo aos seus familiares, na área da Capital. Atualmente, está envolvida em reuniões com uniões sindicais e diversos organismos, visando parcerias-convênios, da assistência jurídica a planos corporativos, a fim de assegurar vantagens aos associados, como a de comunicações via Internet e telefone; Estuda layout para confecção das carteiras, ficha de filiação e layout para blog/site, no registrado domínio http://www.sindiplam.org.br o qual será colocado no ar brevemente

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A “Teoria das Sensações” de Condillac Étienne Bonnot de Condillac (1715-1780) registrou a base de funcionamento dos seres vivos. Piaget só escreveria sobre o aprendizado um século depois, quando o “Essai sur l’origine des connaissances humaines”, Tratado sobre a origem do conhecimento humano, escrito em 1746, passava por um breve ocaso, ou o pensamento do epistemólogo suíço teria sido ainda mais claro: “About the former he believed that it is a fact of experience that the world, both natural and social, is a concatenation of things and events”. (Essay on the Origin of Human Knowledge trad. Hans Aarsleff, Princeton University, Cambridge p. XI) A “Teoria das Sensações” de Condillac (anexo, em inglês) trata do dilema sempre atual: Seres vivos (animais, vegetais, bactérias ou qualquer forma de vida) são guiados pela sensação, e escolhem aquilo que é “melhor” para si, segundo o seu próprio entendimento que aprenderam durante a formação da personalidade. As artes marciais e a meditação ajudam a aprendermos a dominar as sensações, o que nos faz menos animais, e mais humanos! A base das escolhas está uma questão simples: Evitar tudo o que aprendemos a acreditar ser “ruim” e nos aproximar do que aprendemos a consider “bom”. Trata-se da máxima da transdisciplinar NLP criada por Richard Bendler et Alli:Toda escolha decorre de uma boa intenção - isto é, “boa” segundo o sistema de crenças apreendido pelo aquele que está tomando a decisão... Assim, tudo se reduz a uma equação para maximizar o “prazer” e minimizar a “dor”, conforme os sistemas de crenças e valores de cada um, os quais são padrões aprendidos na vida do indivíduo. A pessoa “aprende” a fazer escolhas erradas... Como a de tomar decisões sem informações - isso é um aprendizado, péssimo, contudo, o é... A escolha não acontece de modo racional porque os seres aprendem, desde cedo, a deixarem muitas escolhas com o “piloto automático” do inconsciente, para agilizar as escolhas, a qual é uma estratégia necessária para a sobrevivência ao longo da evolução. No direito e política, Jeremy Bentham criou a Teoria do Utilitarismo, pouco conhecida por uma conjunção de fatores. Como Bentham, uma dos maiores filósofos do Direito, Bonnot de Condillac parece ter sido outro precursor da compreensão do funcionamento da nossa sociedade “moderna” na qual todos os problemas decorrem da manipulação de crenças e valores para que a maioria das pessoas não possa fazer boas escolhas! Exemplo disto, a falácia do aquecimento global... Supostos riscos climáticos foram espalhados, para justificar atos governamentais e estimular condutas da população. A mentira foi criada quando acontecia o fim do tempo de direito das patentes sobre a tenologia do CFC. Os detentores

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daquelas patentes criaram uma nova tecnologia para geladeiras, com outro gas, o qual não servia nas antigas, e espalharam a mentira para obrigar todos a trocarem de geladeira e eles ganharem zilhões! Agora, como termina o prazo da patente da tecnologia do CFC, inventaram outra mentira. Duvida: Assista à entrevista no Jô Soares, do climatologista Ricardo Augusto: http://www.youtube.com/watch?v=winWWplmyMk A jornalista Tania Jamardo Faillace salienta que estamos num período inter-glacial, a caminho de uma nova glaciação. O mundo, pois, está esfriando, e não aquecendo. O aquecimento ambiental dá-se em redutos específicos, urbanos, ou grandes plantas industriais. O desmatamento, o assoreamento dos cursos dágua, a impermeabilização do solo, a verticalização construtiva, os efluentes gasosos dos veículos e produção industrial, providenciam em ambientes de alta concentração e conservação do calor, dificultando as trocas térmicas entre dia e noite, e alterando o regime local de chuvas. Contudo, o espaço ocupado pelo ser humano é ínfimo diante da enormidade do planeta. As fotos espaciais, que mostram cidades brilhando para o espaço, são forjadas informaticamente. A milhares de quilõmetros de altura, tais cidades são impossíveis, o que é fácil de calcular mediante uma simples regra de três aplicada relacionando as extensões geográficas urbanas com o diâmetro da Terra. Nada mais enganoso que uma imagem manipulada. O advogado Edgar Granata enfatiza o exemplo de Buenos Aires, onde NÃO costuma nevar: A última nevasca-nevada ocorreu há quase 90 anos, na primeira década do século XX. Então, uns 3 anos atrás, NEVOU em Buenos Aires! Como NEVOU em plena era do “aquecimento”? São as “mentiras” da acultura da superficiualidade através dos meios de comunicação de massa objetiva a redução das mentes, atrofiar o senso crítico, e a capacidade de análise dos fenômenos, bem como a percepção de suas conexões. Fazem isto para manutenção do sistema econômico, político e social hegemônico no mundo, com objetivo matar na fonte qualquer possibilidade de contestação e oposição organizada. Então as pílulas do conhecimento das escolas em nada resultam, pois não acompanhadas por uma visão estratégica da realidade. As ARTES MARCIAIS ampliam a percepção, o que transforma o praticante em um ser menos sujeito aos engodos da mídia. Também ensinam a controlar as emoções primitivas, especialmente o medo, amplamente utilizados no processo de manipulação e de indução de crenças e de inversão de valores. Há três porções no cérebro: O medo atávico aciona a parte primitiva, o cérebro réptil, bloqueando o raciocínio, o qual acontece na parte moderna, neocortex. Ou seja, o medo entorpece o pensamento, e isso facilita a manipulação e a indução de falsas crenças e inversão de valores. Como saber mais sobre isso? TGP Transdisciplinar sobre a atividade humana acontecer em 4 planos e interdepender do processo de comunicação e de pensamento: http:// www.padilla.adv.br/processo/tgp/ om essas informações, cai a ficha, porque as artes marcias foram sufocadas pela mídia nas últimas décadas? Quem controla as informações o faz com intuito de lucro. Como as artes marciais ampliam a percepção e senso crítico, e reduzem a influência da mídia, esta agia com intenção de impedir sua difusão: http://www.padilla.adv.br/desportivo/artesmarciais

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Importância da DEFESA PESSOAL comprovada: Estatística revelam existir cerca de 50% de chances de óbito, caso o agente de segurança tenha somente a arma como opção de defesa. Leia mais, após o profile do saudoso professor de defesa pessoal R. S. Hinata. O histórico do Sensei Hinata, Ricardo Shunji Hinata Sensei, o Judoka Bicampeão Panamericano e que também integra a história do Karate Goju no Brasil e da ACM, anunciado no post n. 2: O judô brasileiro possui mestres e heróis – Homenagem a Shunji Hinata – 19 de maio de 2012 Mensagem do Autor (Professor Augusto Acioli de Oliveira) Corria o ano de 1960, eu tinha 15 (quinze) anos, era faixa-laranja, quando fui apresentado ao excepcional, eficiente e fulminante estilo de Judô praticado por Shunji Hinata, um dos mais completos e talentosos expoentes desse esporte já surgidos no Brasil. Sua primeira aparição internacional honrando a bandeira de nosso país deu-se aos 18 (dezoito) anos de idade no IIº Campeonato Panamericano de Judô realizado na cidade de Havana – Cuba no ano de 1956. É importante registrar que essa competição representou para o Brasil o início de uma história repleta de glórias em torneios no exterior, pois, até aquele evento, somente, deles tínhamos conhecimento a partir de episódicas e resumidas notas jornalísticas publicadas. Nessa ocasião ainda não existia a separação dos atletas em categorias, por peso, e sim, por faixa. Em outras palavras, um praticante pesando 50 (cinquenta) quilos poderia enfrentar, por exemplo, um outro inscrito com mais de 120 (cento e vinte) desde que, ambos, estivessem disputando o título da mesma graduação. Na citada competição, após emocionantes vitórias Shunji Hinata sagrou-se vice-campeão de faixa-preta do 2º° Dan sendo derrotado na luta final pelo atleta Lavern Raab (USA), então, o principal nome do Judô americano naquele evento. No torneio por equipes o Brasil foi vice-campeão. Em 1958, aos 20 (vinte) anos, disputou o III Campeonato Panamericano realizado nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, surpreendendo, mais uma vez, seus adversários e sagrando-se campeão panamericano de Faixa Preta 2º Dan ao derrotar na decisão o atleta Juan Moreno (Argentina). Naquele ano foi, também, campeão panamericano, por equipes. Em 1960, durante o IV Campeonato Panamericano na cidade do México, aos 22 anos, foi vice-campeão da categoria faixa-preta do 3º Dan, sendo derrotado na luta final pelo atleta Manfred Matt (Canadá). É importante destacar que esta luta foi dificílima para seu adversário e que o mesmo, no dia seguinte, sagrou-se campeão absoluto da competição. A participação de Hinata no torneio por equipes foi fundamental para o Brasil sagrar-se bicampeão dessa disputa. Repetiu suas vitoriosas performances nos anos seguintes, nos campeonatos estaduais, regionais e nacionais, em razão de possuir um estilo de luta,


extremamente, veloz, agressivo e rico em poderosos contragolpes e ataques sucessivos pelos lados direito e esquerdo, simultaneamente.Sua coragem e destreza combativa surpreendiam até mesmo os mais experientes oponentes. Certa ocasião assisti, em uma de suas lutas travadas na inesquecível Sede Velha do Clube de Regatas do Flamengo (Praia do Flamengo 66/68, Rio de Janeiro, RJ.) e a poucos metros de distância de onde me encontrava, um especialista em técnica no solo (ne-waza) com peso bem superior ao dele, aplicar e encaixar uma chave em seu braço direito, algo final para qualquer combatente. Por mais incrível que possa parecer Shunji Hinata flexionou suas pernas e o levantou do solo até a altura de seus ombros. O juiz central interrompeu a luta. Ao reiniciá-la, o mestre Hinata aplicou um fulminante uchimata, de esquerda, em seu oponente, derrotando-o por ippon (queda completa). A plateia explodiu em aplausos. Assim era o vitorioso atleta alvo desta homenagem, alguém que saiu da vida desportiva esquecido, abandonado e desassistido pelas autoridades, muito embora tenha honrado, inúmeras vezes, a bandeira de sua pátria em uma época que ainda engatinhávamos nas competições internacionais e nos contentávamos em ouvir a repetitiva, cansativa e passiva máxima, rotineiramente, declamada por alguns dirigentes para justificarem sucessivos fracassos: “o importante não é vencer é competir”. Estou convicto de que foram os exemplos deixados por praticantes e mestres do quilate de Shunji Hinata, Luiz Alberto Gama de Mendonça, Massayoshi Kawakami, Mateus Suguizaki, Oswaldo Cupertino Simões Filho, Rosicleia Campos, Hickari Kurachi, Fuyuo Oide, Rudolf de Otero Hermanny, Akira Yamamoto, Lhofei Shiozawa, Haroldo Brito, Chiaki Ishi, Leopoldo de Lucca, Manabo Kurachi, George K Medhi, Geraldo Bernardes, Takeshi Miura, Haruo Nishimura, Shigueto Yamazaki, Milton Rossi, Álvaro Loureiro e por centenas de outros expoentes, os principais responsáveis pelo judô brasileiro encontrar-se, nos dias de hoje, celebrado e em posição de destaque nas competições internacionais que participa.


O início de sua trajetória Ricardo (nome de batismo) Shunji Hinata, nasceu em São Paulo, no dia 9 de agosto de 1938 (mesmo ano de nascimento daquele que viria a ser seu principal adversário no futuro Estado do Rio de Janeiro: o judoca peso-pesado Luiz Alberto Gama de Mendonça). Foi o primogênito de 8 (oito) filhos do casal de imigrantes japoneses Meijiro e Sumiko Hinata, que desembarcaram no porto de Santos-SP, do navio África-Maru, pouco antes de eclodir a II Grande Guerra Mundial. Instalaram-se em Tapiraí, município do interior paulista distante 140 km da capital São Paulo. O Clã Hinata era composto por Meijiro Hinata (pai), Sra. Sumiko Hinata (mãe), Shunji Hinata (primogênito), Masao Hinata (Praticou até Sho-dan, 71 anos em 2012), Yasue Hinata (66 anos), Kimie Hinata (64 anos), Yoshio Hinata (Sho-dan – 62 anos), Sumie Hinata (60 anos), Hideo Hinata (55 anos). Um outro irmão chamado Toshio Hinata faleceu, prematuramente, aos 38 anos. Iniciou o aprendizado de Judô na cidade de Tapiraí, São Paulo, com o Prof. Inada. Teve uma trajetória brilhante já a partir dos 12 (doze) anos de idade. Cenário típico das competições que Shunji Hinata freqüentou desde a infância Anos mais tarde, a família – já bem maiormudou-se para a capital, instalando-se em uma casa no bairro de Vila Carrão. Ao passar a residir em São Paulo matriculou-se na Academia do Prof. Hickari Kurachi onde se consagrou vencendo todas as competições em que participou. Ficou famosa sua performance, em 1955, em torneio Katinuke (lutas seguidas até perder), realizado na Associação Budokan do Mestre Ryuzo Ogawa, quando bateu o recorde de número de vitórias sucessivas.


1955 – Equipe da Academia Kurachi-Budokan reconhecida como a Seleção da Cidade de Santos-SP. A foto original estava em estado tão precário que não foi possível reconstituir o rosto do atleta Hiroshi Minakawa (o primeiro a partir da esquerda). Este escriba pede ajuda aos internautas leitores que caso possuam uma cópia da imagem abaixo reproduzida e/ou algum dado adicional que possa enriquecer a presente matéria favor enviá-los ao endereço augao148@gmail.com para que sejam, imediatamente, incorporados ao texto.

1956 – II Panamericano de Judô – Havana – Cuba 1956 – Delegação Brasileira – Da esquerda para a direita: Massayoshi Kawakami, Augusto Cordeiro, Shunji Hinata, Paulo Falcão (dirigente), Hickari Kurachi, Luiz Alberto Gama de Mendonça e Milton Rossi. 16/05/1956 – Homenagem aos integrantes da seleção brasileira no IIº Panamericano de Judô, em Cuba, momentos


antes de competirem no Torneio da Budokan no Ginásio do Pacaembu, Cidade de São Paulo, SP. 1958 – III Panamericano de Judô – Rio de Janeiro – Brasil 1958 – Equipe do Brasil Campeã Panamericana Os inúmeros admiradores que Shunji Hinata reuniu em torno de si após o seu espetacular desempenho, aos 18 (dezoito), 20 (vinte) e 22 (vinte e dois) anos, nos campeonatos panamericanos de Judô realizados, respectivamente, em 1956 (Havana – Cuba), em 1958 (Rio, SP e BH -Brasil), e em 1960 (Cidade do México) considerado, à época, o mais importante torneio internacional desse esporte para os atletas do continente americano, permitiu a formação de um mito esportivo e, a partir daí, criadas condições para que ele se instalasse na cidade do Rio de Janeiro. Em 1958, fãs e entusiasmados judocas montaram a primeira Academia Japonesa de Judô na Rua Siqueira Campos, 43 (Centro Comercial de Copacabana). Em 1960 a entidade foi transferida para a sobreloja 202 da Rua Aires Saldanha 92, no mesmo bairro de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, endereço onde permaneceu até encerrar suas atividades.

Através da Academia Japonesa Shunji Hinata realizou um importante trabalho na cidade do Rio de Janeiro, então capital do antigo Estado da Guanabara, disciplinando, treinando, educando e formando centenas de qualificados desportistas, alguns dos quais se tornaram, ao longo dos anos, professores de sucessivas gerações de judocas. Embora temeroso de omitir alguns nomes, passeiam pela memória de todos nós as lembranças deixadas por inúmeros de seus discípulos ou daqueles em que muito contribuiu para formar e aperfeiçoar, tais como: Arlindo Costa (várias vezes campeão carioca), Egberto Alves (prof. universitário), Hélcio Gama (campeão carioca e ex-professor de judô do Clube Naval Piraquê), Guilherme Kurtz (campeão carioca, médico, prof. universitário), Henrique Pereira da Fonseca Netto (campeão carioca, Prof. Dr. da UFRJ) Oswaldo Alves de Albuquerque (mestre de judô e professor de lutadores do MMA), Sergio Tenius (campeão brasileiro militar), Carlos Bartholomeu Cavalcante (campeão carioca e brasileiro), Edson Leandro da Silva, o saudoso “Sansão” (campeão carioca e brasileiro), Yoshio Hinata (campeão carioca), José Carlos Sarkis (campeão carioca), Fernando Barcelos (campeão carioca), Marco Aurélio (campeão carioca), Benedicto Gomes (campeão carioca e vice-campeão brasileiro), Ângelo Antônio Guerra Póvoa “Presunto”, Antonio Carlos Melo “Chuca” (campeão carioca e brasileiro juvenil), Heitor Taborda, Julio Gargiulo, Klerman Wanderley Lopes (campeão carioca), Luiz Virgilio Castro de Moura (campeão carioca, brasileiro, pan-americano, ex-atleta olímpico), Correia Guimarães (campeão carioca e brasileiro juvenil, hoje, Almirante-de-Esquadra FN), além de um grande contingente de japoneses natos que o procuravam no Rio para a prática do Judô (Hirofume Fujikawa (naturalizado mais tarde, foi campeão carioca e brasileiro), Issao Okada, Hiroshi Yamagushi, Akira Sato, Hideo Nakatami e H. Tanaka, mestre de Karatê-do no Rio de Janeiro.


1960 – IV Campeonato Panamericano de Judô – Cidade do México – México 11/10/1960 – Shunji Hinata derrotando o representante da Argentina Yamasato sob o olhar atento do árbitro Frank Hatashita. Disputou a final da categoria Faixa-preta 3º Dan contra o campeão canadense Manfred Matt que após luta duríssima conseguiu derrotar o atleta brasileiro. No dia seguinte, Matt veio a sagrar-se campeão absoluto da competição superando o nosso representante Massayoshi Kawakami. 1960 – Cidade do México após a conquista do Bicampeonato Panamericano. 1960 – Sede Velha do C R Flamengo, Shunji Hinata concentrado, como sempre, aguardando o início de mais uma competição. Shunji Hinata em 1960 sendo cumprimentado após conquistar mais um título. No ano de 1965, em companhia dos conhecidos mestres Nagashima (ACM), Terazaki (SUZANO) e do prof. Pompílio (Academia Nippon). 1965 – Campeonato Brasileiro de Judô – Rio de Janeiro – Montanha Clube – Shunji Hinata (7º em pé) participante da equipe do antigo Estado da Guanabara. Cartão de Visita da Academia Japonesa Sede da Academia Japonesa de Judô (2º e último endereço) 01/10/1966 – Academia Japonesa – Hinata e sua Turma Infantil tendo ao fundo o Professor Assistente Milton PRINCIPAIS TÍTULOS CONQUISTADOS NA CARREIRA ESPORTIVA Campeonatos Ju-Kendô RemmeiSão Paulo – SP Diversos Títulos a catalogar Campeonatos da Budokan São Paulo – SP Diversos Títulos a catalogar Campeonatos Regionais S Paulo São Paulo Diversos Títulos a catalogar Campeonatos Estado de S Paulo São Paulo – SP Diversos Títulos a catalogar 1956 - II Pan-Americano Judô Havana – Cuba Vice-campeão 2º Dan 1957 - Campeonato Brasileiro Rio de Janeiro – RJ Campeão 2º Dan (São Paulo) Campeonato Brasileiro Rio de Janeiro – RJ Campeão Equipe (São Paulo) 1958 - Campeonato Estado Guanabara Rio de Janeiro – RJ Campeão 2º Dan 1958 - III Pan-Americano Judô RJ, SP, BH Campeão 2º Dan III Pan-Americano Judô RJ, SP, BH Campeão Equipe 1958 - Campeonato Brasileiro BH Campeão 2º Dan 1959 - Campeonato Estado Guanabara Rio de Janeiro – RJ Campeão 3º Dan 1959 - Campeonato Brasileiro Porto Alegre – RS Campeão 3º Dan Campeonato Brasileiro Porto Alegre – RS Campeão Equipe (Rio de Janeiro) 1960 - IV Pan-Americano Judô Cidade do México Vice-campeão 3º Dan IV Pan-Americano Judô Cidade do México Bicampeão Equipe



1960 Campeonato Brasileiro Brasília – DF. Campeão 3º Dan Campeonato Brasileiro Brasília – DF. Campeão Equipe (Rio de Janeiro) 1961 Campeonato Estado Guanabara Rio de Janeiro Campeão Open (Absoluto) 1962 Campeonato Brasileiro São Paulo – SP Campeão Peso-Médio 1965 Campeonato Estado Guanabara Rio de Janeiro – RJ Campeão Peso-Leve Obs.: os dados da tabela acima são passíveis de complementação visto não contemplarem a totalidade das colocações obtidas pelo mestre Shunji Hinata em campeonatos estaduais e regionais disputados no Estado de São Paulo ou nas edições em que participou dos torneios da Associação Budokan de Judô e do Ju-Kendô Remmei, ambos, realizados, anualmente, no mês de Julho, no Ginásio do Pacaembu, São Paulo-SP., com a presença de centenas de atletas dos principais centros de judô existentes no Brasil, do século passado. Revezes Sofridos Uma grave lesão na musculatura de seu braço esquerdo fez com que Shunji Hinata fosse, progressivamente, perdendo sua famosa pegada a ponto de não mais possuir força, sequer, para puxar a gola ou a manga do kimono de seus oponentes. A partir daí, em face de seu despreparo para lidar com situações administrativo-financeiras que exigissem um mínimo de organização e escolaridade, sua escola atravessou um período difícil, em parte, decorrente da asfixia psicológica que qualquer grande cidade pode causar naqueles que a procuram em busca da realização de sonhos de uma vida melhor, motivados por promessas, luzes, encantamentos e avaliações superficiais. Nessa mesma ocasião, inúmeros de seus alunos e atletas descontentes com a triste situação por que passava a Academia Japonesa, saíram da entidade e fundaram o Copa Judô Clube, que despontou, de imediato, como um novo centro de formação de excelentes praticantes que passaram a conquistar seguidos títulos em campeonatos estaduais, regionais e nacionais. Este fato agravou, ainda mais a crise emocional por que passava o mestre Shunji Hinata. Parou de treinar, afastou-se da Academia, carente de recursos participou de lutas de Tele-Catch, e procurou estabelecer-se com a família em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, para onde viajou, desligando-se das responsabilidades deixadas na cidade do Rio de Janeiro, a ponto de não comparecer a uma audiência judicial para a qual fora citado por motivo de dívida, sendo julgado a revelia e condenado a cumprir pena. [Texto agregado pelo editor deste news: No episódio da prisão por


processo de dívida que correu a revelia, Carlos Alberto Portolan, liderança da Federação de Pugilismo que, naquele tempo, congregava todas as artes marciais em Departamentos, lembra que, naquele ambiente hostil, controlado pelos bandidos impondo subserviência violentamente, Sensei Hinata se defendeu, nocauteando os agressores...] Seu irmão Yoshio em emocionado relato informou a desestruturação psicológica que tal episódio causou a um destemido competidor e competente educador esportivo com o histórico de Shunji Hinata.

Enfatizou, na oportunidade, o generoso e solidário papel desempenhado por alguns de seus amigos e admiradores, dentre eles, o Mestre de Judô e então Capitão do Exército Manuel Pacheco que conseguiram sua transferência para o estado do Rio Grande do Sul, onde já havia se estabelecido, para lá cumprir sua penalidade legal, ao mesmo tempo em que passou a dar aulas de Judô na Policia Estadual, o que lhe permitiu obter o seu primeiro registro em carteira profissional. Afirmou, também, que este fato permitiu, anos mais tarde, que sua esposa de quem não se separou, judicialmente, e seu filho pudessem beneficiar-se da integralidade de sua aposentadoria e, tempos após, de sua pensão. Em Porto Alegre ministrou aulas na Sogipa, Colégio Militar, Cia. de Guardas, Lansul, ACM, sendo indicado para o cargo de diretor-técnico da seleção gaúcha (gestão do Presidente Loanzi), dirigindo seus atletas no II Judogam, promovido no Ginásio do Maracanãzinho e no Campeonato Brasileiro realizado em São Paulo. Em 1980, aos 42 anos, sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou com graves sequelas, dentre elas uma paralisia em seu lado esquerdo.


Em face de um quadro de saúde debilitado, familiares optaram por transferi-lo para São Paulo, permanecendo naquela capital gaúcha sua esposa Maria Cecília e o filho Maurício Hinata que lhe deu, posteriormente, 2 (dois) netos. Foi residir na casa de seu irmão Masao, que já cuidava, também, de sua mãe Dona Sumiko. Shunji Hinata após o derrame, por não se tratar e muito menos aceitar qualquer ajuda que lhe fosse oferecida, talvez, até, por um sentimento de vergonha pelo que estava passando, ficou com sequelas na fala. Tentava comunicar-se e somente conseguia fazê-lo com muita dificuldade. Seu braço esquerdo não se movimentava, sua perna mancava, mas, mesmo assim, encontrava ânimo para viver, caminhando – por horas a fio e, diariamente – pelas ruas da cidade de São Paulo. Em uma dessa ocasiões conheceu uma senhora, Dona Maria, residente no centro daquele município e mãe de 2 (dois) filhos adultos. Esta cidadã lhe deu o importante amparo psicológico de que necessitava em fase tão difícil de sua vida. Relacionaram-se durante cinco anos, até que a mesma adoeceu e veio a falecer. Em meados de 1983 seu irmão Yoshio esteve com um de seus antigos companheiros de dojô, o conhecido médico e campeoníssimo judoca Dr. Haruo Nishimura que ao tomar conhecimento da difícil situação de Shunji Hinata, prontamente, se ofereceu para ajudar em sua recuperação através da Clínica que possuía no bairro de Paraíso, na cidade de São Paulo, pela grande admiração que nutria por ele, a quem considerava dono do judô mais eficiente e vistoso daquelas 03 (três) últimas décadas. Por mais que sua família lhe pedisse Shunji não quis ir se consultar de forma alguma. Ele não aceitava aparecer diante de amigos e contemporâneos de shiai-jôs no estado de saúde e na precária situação financeira em que se encontrava.


Yoshio Hinata relembrou que outros discípulos de seu querido irmão tentaram ajudá-lo, dentre eles Henrique Pereira da Fonseca Netto, que, durante uma visita que fez, em sua companhia, ao antigo mestre, em São Paulo, após abraçá-lo e ambos chorarem emocionados, naquele encontro, pediu para que ele o acompanhasse à cidade do Rio de Janeiro com vistas a propiciar-lhe um adequado tratamento. Embora agradecido, uma vez mais não aceitou qualquer ajuda. Em 12/10/1997, com o falecimento de sua mãe Dona Sumiko, Shunji Hinata foi morar na loja que seus irmãos Yoshio e Kimie possuíam, e aonde permaneceu até o dia de sua morte. No dia 14 de abril de 2006, vítima de uma grave pneumonia, veio a falecer aos 68 anos, em São Paulo, seu estado natal. A grande amiga e dedicada irmã Kimie que ficou a seu lado até seu último suspiro providenciou todo o procedimento religioso budista Sokka-Gakai, sendo seu corpo cremado e suas cinzas guardadas na urna da família Hinata. Em respeito à grande contribuição do Mestre Shunji Hinata ao desenvolvimento do Judô, no Brasil, gostaria de pedir aos internautas que meditassem e retivessem em suas mentes o conteúdo da última imagem que consegui obter sobre aquele valoroso atleta brasileiro. Ela apresenta um educador em final de carreira e, embora com saúde debilitada, ainda conseguindo motivar, inclusive, infantes a prosseguirem na árdua missão de disciplinar, educar, treinar e formar cidadãos de bem, como o hoje Mestre Kodansha Sergio Guido Zimermann, nascido em 07/07/1957 (rosto em destaque na lateral esquerda da fotografia), detentor da faixa-preta do 6° DAN desde 2001, formado e pós-graduado em Educação Física, exercendo, atualmente, o cargo de diretor de escola da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul, tendo trabalhado na Federação Gaúcha de Judô, durante vários anos na qualidade de diretor-técnico. Faz parte da Comissão Estadual de graus daquela entidade. Ele resumiu sua fala em relação àquele de quem foi discípulo com a seguinte reflexão: “Será que se naquela época não fosse o mestre Shunji Hinata o professor da SOGIPA, eu teria encontrado a necessária motivação para traçar minha trajetória profissional nessa direção? Devo, sim, e muito, a ele, pelo caminho pedagógico que escolhi e do orgulho que sinto por havê-lo trilhado.” Yoshio Hinata assim se expressou a respeito de seu inesquecível irmão e mestre: “O que mais poderia transmitir aos estudiosos e amantes do Judô sobre o meu saudoso e querido irmão Shunji Hinata, um atleta brasileiro que despontou, sozinho, precocemente, e com raro brilhantismo nos shiai-jôs brasileiros


e internacionais, carecendo, porém, de escolaridade que o amparasse, experiência de vida que o defendesse ou saber familiar que lhe orientasse, permitindo-lhe trilhar, em uma grande metrópole e em segurança, pelo dificílimo, enganador e passageiro caminho do sucesso profissional alcançado já a partir de seus 18 (dezoito) anos?” Finalizo agradecendo a preciosa colaboração prestada a este escriba por parte de Yoshio Hinata, Henrique Pereira da Fonseca Netto, José Carlos Sarkis, Paulo Vicente da Silva, Rudolf de Otero Hermanny, José de Almeida, Luiz Alberto Gama de Mendonça, Sergio Guido Zimermann, Oswaldo Cupertino Simões Filho, Chuno Mesquita, Emanuel Mattar e Harry Rutmann sem a qual não teria sido possível resgatar dados e imagens – alguns com mais de 06 (seis) décadas – inseridos nesta matéria biográfica de um inesquecível atleta do judô brasileiro. Autor Augusto Acioli de Oliveira

Judô Clube Juventude (1964-1971)

3º Dan diplomado pelo Prof. Fuyuo Oide da Associação Lapa-Budokan em 25/05/1969

Fonte: http://www.portaldojudo.com/?p=31912 Sensei Hinata, além de expert em judo, no qual foi campeão Panamericano duas vezes, também praticava o Karate Gojuryu sob a supervisão do Mestre Akamine, introdutor desse estilo de luta no Brasil e, adiante, no final dos anos setenta, prosseguiu em Porto Alegre, com outro Mestre, Akira Taniguchi, e se integrou à história do Goju e da ACM.


Ives Gandra Martins Um dos principais juristas brasileiros é faixa preta de Karate Nascido em São Paulo, o doutor em direito Ives Gandra da Silva Martins, não se destaca apenas no cenário jurídico brasileiro. aos 25 anos, quando terminou o curso de direito começou a se interessar pelo esporte que acabara de chegar ao país, o Karate, introduzido no país pelo Sensei Akamine, baseado no estilo Goju Ryu, que utiliza técnicas rígidas com formas suaves. Em poucos anos de prática, conquistou pela academia Brasileira de Karate a faixa preta (primeiro grau Shodan). Naquela época, o esporte que era pouco conhecido, gradativamente ganhou destaque em canais de TV, que convidavam os “karatecas” para fazer demonstrações técnicas de Kata e Kumite (méto do de treino que dá aplicação prática às técnicas ofensivas e defensivas). Gandra se recorda das exibições de quebra de madeiras, tijolos e telhas, pois estas atraiam a atenção do público e eram pouco conhecidas. Por ter aptidão em fazer tais apresentações com ambas as mãos, ele era convidado pelo Sensei Akamine para fazer demonstrações ao lado de faixas pretas com graduação maior, como era o caso de Sadao que estava no terceiro grau e de Watanabe, quinto grau. Em meados de 65, a primeira leva de faixas pretas do Brasil já chegava a dezessete, desse número, apenas sete não eram descendentes de japoneses. Em sua trajetória política, Ives Gandra conta que no período pré revolucionário em que foi presidente do Partido Libertador, em São Paulo, havia ameaças de possíveis atos de violência vindos da esquerda brasileira, mas por ser conhecido pela prática da arte marcial, os seus amigos correligionários se sentiam seguros ao seu lado. Na época, o Karate praticado era mais violento que aquele que se transformou em um esporte olímpico e seus rivais políticos não queriam “comprovar” isso. Leia mais na 3ª edição da Revista MASTER, nas bancas do Brasil em agosto de 2012 http://w w w.revistamaster.com.br/index. php?p=conteudo&cat=6&t=conteudo


Artes marciais aplicadas na área de segurança Estatística revela que existe aproximadamente 50% de chances de óbito, caso o agente de segurança tenha somente a arma como opção de defesa A área de segurança n ão explora com tanta frequência as técnicas marciais, vimos isso pela formação, muitas vezes incompleta, de policiais e vigilantes. As academias que prestam esse serviço contemplam a disciplina de defesa pessoal, mas não desenvolvem habilidades e atitudes para que o profissional se sinta plenamente seguro. Em muitas ocasiões, eles confiam apenas na arma de fogo como forma de resolver alguma ocorrência. Recentemente, um estudo americano relacionou em aproximadamente 50% as chances de óbito, caso o policial tenha somente a arma como opção de defesa. É nesse contexto que entra a habilidade marcial, como um recurso importante no quesito segurança. O uso correto e progressivo da força, adquirido com a prática das artes marciais, deve ser fundamentado em situações de risco. Um bom exemplo disso ocorre quando em uma instituição financeira, um cliente é impedido de entrar pela porta giratória. Geralmente, ele começa a discutir com o encarregado da segurança, chegando até mesmo a uma tentativa de agressão física. Para enfrentar essa situação, o agente ao invés de utilizar a arma como um mecanismo inibidor, poderá intervir com alguma técnica de arte marcial para retirar e conduzir o agressor, assegurando sua integridade física e moral. Para que tal medida possa ser empregada é necessário entender quais são os quatros princípios da força, consolidados em legalidade, necessidade, proporcionalidade e conveniência. Analisando sob o aspecto da legalidade, o agente de segurança só poderia atirar em legítima defesa. Outra questão que deve ser apurada é a necessidade de atirar naquele momento e analisar qual a atitude mais adequada. Em meio aos ânimos tensos, um funcionário do banco poderia intervir para resolver o conflito? Por sua vez, o princípio da proporcionalidade avalia a relação entre defesa e ataque e, no caso da arma de fogo, este recurso somente deve ser utilizado quando há uma ameaça letal contra a vida. Além disso, é importante analisar o local e o momento do incidente. Nesta situação nos baseamos no princípio da conveniência: um tiro em um banco lotado de clientes pode causar pânico e o tumulto pode resultar em uma tragédia ainda maior. Tendo em vista que a maior preocupação é a manutenção da vida humana, ao entender esses princípios e aplicá-los com assertividade, a defesa pessoal ao contrário do que se pensa, não é um estímulo à violência. Ela pode e deve ser utilizada para preservar a integridade física e moral do próprio agressor. Leia mais na 3ª edição da Revista MASTER, nas bancas do Brasil em agosto de 2012.

Falar em professores e mestres, permite lembrar que: Artes Marciais propiciam a percepção de que somos todos mestres e discípulos uns dos outros. Em http://www.padilla.adv.br/prof/ encontramos (bem no início) um acesso à inspirada poesia de Gibran Khalil Gibran sobre o “Ensino”, a arte de aprender, do livro “O Profeta” com a primorosa tradução de Mansour Chalitta e em uma magnífica interpretação de Tôni Luna. Boa leitura e, especialmente, parafraseando a Monja Isshin, boa escutatória!



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