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Trabalho Final de Graduação Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL Arquitetura e Urbanismo
Monografia apresentada ao Curso de Arquitetura
e
Urbanismo
da
Universidade Cruzeiro do Sul, em cumprimento
aos
requisitos
necessários para a obtenção do grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação do Prof. Marlon Paiva.
Anderson Figueredo Brito
São Paulo, 2007.
Uma grande
cidade nada mais ĂŠ do que um retrato dela mesma,
e mesmo quando tudo estĂĄ dito e feito, o seu arsenal de cenas e imagens sĂŁo parte de um profundo plano em
movimento.
Mark Helprin
Figura 1 – Perspectiva Centro de São Paulo (2017) Fonte: http://www.jundiaqui.com.br/
Figura 2 – Pascal Campion (2014) Fonte: https://br.pinterest.com/
Ao alicerce da minha vida Minha famĂlia, dedico.
AGRADEÇO A DEUS, supremo e majestoso, meu amigo que no íntimo do meu coração em nossas conversas sempre me guiou e incentivou a seguir em frente, acreditar sempre na minha capacidade de lutar e conquistar meus objetivos. Aos meus pais, Jesuina Figueredo e Argemiro Brito pela compreensão, confiança e orações ao longo de toda minha vida. Aos meus familiares, que sempre acreditaram na minha determinação e depositaram toda a confiança. Por cada palavra de incentivo externada, por cada oração, pela preocupação e vibração em cada etapa vencida ao longo desses cinco anos, meu muito obrigado! Minha vitória, também é de vocês. As famílias de: Edna Brito, Marlene Araújo e Claudete Bomfim/Cida Gonsalez pela fraternidade, acolhimento e apoio. Em especial Claudia Bomfim e Sávio. A Gisélia Araújo, que no primeiro dia de aula pisou em sincronia comigo no primeiro degrau da escada da faculdade e a partir de então se tornou muito mais que uma colega de sala, é amiga, irmã, companheira de bons vinhos e conselheira. A Gabriela Gianoni, minha magrela, que entre tapas e beijos ao longo do curso se tornou peça fundamental na minha vida, que me ensinou a acreditar mais nas minhas capacidades e a não fraquejar. Aprendemos a ser espelho e reflexo um do outro e a subir cada degrau de mãos dadas.
Aos amigos que conquistei ao longo do curso e que compartilhamos diversas histórias e momentos que levarei para a vida. Em especial ao Jeff Santos, Lucas Galvani, Gabriela Medeiros e Ingrid Salles. De forma especial agradeço pela irmandade que se tornou o grupo de trabalho “A mão” (Anjelu Gagi – Anderson, Jeff, Lucas, Gabriela, Gisélia), pelo companheirismo e compartilhamento dos melhores e piores momentos vividos na faculdade. Ao meu orientador Marlon Paiva, pelo conhecimento transmitido, por ter apoiado e acreditado em meu trabalho. As meus professores da Unicsul que contribuíram para minha formação acadêmica em especial a Kathia Dias e Tarsila Miyazato. Enfim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse trabalho.
Figura 3 – Bicycle (2013) Fonte: www.bicyclecards.com/
RESUMO O espaço considerado vazio urbano pode ser oriundo a partir de uma série de fenômenos produzidos através de uma situação jurídica da propriedade, pelo tipo de solo, da localização, entre outros. Sendo assim, é fundamental a compreensão dos critérios que contribuíram para sua formação para posterior identificação das potencialidades de usos desses locais. O vazio urbano nesse trabalho refere-se a lote e/ou gleba que não foi concebido como espaço público livre e que está localizado no meio urbano sem ocupação/uso, e que devido sua improdutividade ou segregação na malha urbana possui caráter expectante para futura intervenção. O termo subutilizado é atribuído aos espaços que possuem edificações que apresentam uso e/ou ocupação, porém de forma temporária ou parcial, tornando parte desse espaço ocioso ou sem a exploração do seu real potencial. A partir de uma delimitação conceitual foram desenvolvidas categorias de análises para estudo desses distintos espaços, bem como selecionada a área subutilizada localizada na Zona Leste de SP entre as estações de metrô Penha e Vila Matilde para desenvolvimento de proposta projetual de requalificação do referido espaço. PALAVRAS-CHAVE: Espaço, Vazios urbanos, Lotes, Subutilizado, Revitalização, Requalificação.
ABSTRACT The space considered empty urban can originate from a series of phenomena produced through a juridical situation of the property, by the type of soil, of the location, among others. Therefore, it is fundamental to understand the criteria that contributed to their formation for later identification of the potential uses of these sites. The urban void in this work refers to a lot and / or farmland that was not conceived as a free public space and that is located in the urban environment without occupation / use, and due to its unproductivity or segregation in the urban network, it has an expectant character for future intervention . The term underutilized is attributed to spaces that have buildings that present use and / or occupation, but temporarily or partially, making part of this space idle or without the exploitation of its real potential. From a conceptual delimitation, categories of analysis were developed to study these distinct spaces, as well as the underutilized area located in the East Zone of SP between the subway stations Penha and Vila Matilde were developed to develop a design proposal to requalify the space. KEYWORDS: Space, Urban Void, Lots, Underutilized, Revitalization, Requalification.
Figura 4 – Cidades (2014) Fonte: : https://br.pinterest.com/
LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Perspectiva Centro de São Paulo (2017) ...........................................................................................................................................04 Figura 2 – Pascal Campion (2014) ........................................................................................................................................................................ 05 Figura 3 – Bicycle (2013) ........................................................................................................................................................................................ 08 Figura 4 – Cidades (2014) ......................................................................................................................................................................................... 10 Figura 5 – Casa Música (2009) ................................................................................................................................................................................ 11 Figura 6 – Vilareijo (2015) ........................................................................................................................................................................................ 14 Figura 7 – Marta Orlowska (2010) .......................................................................................................................................................................... 16 Figura 8 – Paris (2015) .............................................................................................................................................................................................. 17 Figura 9 – Projeto Urbanismo Caminhável (2016) .............................................................................................................................................. 19 Figura 10 – Metrópole (2014) ................................................................................................................................................................................... 21 Figura 11 – Arquitetura da Gentrificação (2015) ................................................................................................................................................. 24 Figura 12 – Vista panorâmica cidade de São Paulo (2016) ............................................................................................................................. 25 Figura 13 – Migração (2014) ................................................................................................................................................................................... 30 Figura 14 – Levantamento de Vazios Urbanos (2017) ........................................................................................................................................ 31 Figura 15 – O caminho (2015) .................................................................................................................................................................................. 34 Figura 16 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (1930) ............................................................................................................ 38 Figura 17 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (1954) ............................................................................................................. 38 Figura 18 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (2004) ........................................................................................................... 38 Figura 19 – Arquiteto Nuno Portas (2016) ...........................................................................................................................................................40 Figura 20 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Nuno Portas (2017) ............................................................................40 Figura 21 - Arquiteto Flávio Villaça (2012) ............................................................................................................................................................ 41 Figura 22 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Flávio Villaça (2017) ............................................................................ 41 Figura 23 – Arquiteto Joel Campolina (2012) ..................................................................................................................................................... 42 Figura 24 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Joel Campolina (2017) ....................................................................... 42 Figura 25 – Mosaico Vale do Anhangabaú e Região Central de São Paulo, SP (2013) ............................................................................ 46 Figura 26 – Parklets, SP (2015) .............................................................................................................................................................................. 49 Figura 27 - Largo da Batata, SP (2015) ................................................................................................................................................................. 49 Figura 28 – Parking Day, Dallas (2015) ................................................................................................................................................................. 49 Figura 29 – Up Beer Garden – Louisville, Kentucky, EUA (2015) .................................................................................................................... 49 Figura 30 – City (2000) ............................................................................................................................................................................................56 Figura 31 – Experiência humana na construção da arquitetura (2015) ....................................................................................................... 57 Figura 4 – Cidades (2014) Fonte: : https://br.pinterest.com/
Figura 32 – 01 - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) ........................................................................................................................................58 Figura 33 – Imagens - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015)............................................................................................................................59 Figura 34 – Planta baixa - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) .................................................................................................................... 60 Figura 35 – Planta baixa I / II / Corte AA - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) ...................................................................................... 61 Figura 36 – Imagem I - Parque Red Ribbon - Escritório Turenscape, (2007) .......................................................................................... 63 Figura 37 – Imagens II - Parque Red Ribbon - Escritório Turenscape, (2007) ........................................................................................ 66 Figura 38 – Imagem I – Praça Victor Vicita - Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch (2007) ................................... 67 Figura 39 – Perspectiva da Praça Victor Vicita - Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch (2007)............................ 73 Figura 40 – Pranchas de Arquitetura – Concurso Parque da Tamarineira – IAB/PE (2011) ................................................................. 76 Figura 41 – Área de intervenção – Projeto Nova Luz (2013) ........................................................................................................................... 78 Figura 42 – Tipificação e destinação de lotes e edificações (2011) ............................................................................................................... 79 Figura 43 – Manifestação contrária à Nova luz durante audiência pública (2011) ................................................................................... 80 Figura 44 – Mosaico – estudos de caso – imagens Archdaily (2017) ...........................................................................................................82 Figura 45 – Macro Mural Pachuca (2015).............................................................................................................................................................84 Figura 46 – Morro da Penha – Vista do viaduto Aricanduva (1986) .............................................................................................................85 Figura 47 – Adaptado. Área de intervenção (2017) ........................................................................................................................................... 86 Figura 48 – Adaptado. Mapa político administrativo (2017) ............................................................................................................................ 87 Figura 49 – Adaptado. Mapa Topográfico (2017) ............................................................................................................................................... 88 Figura 50 – Cortes 01 (2017)................................................................................................................................................................................... 89 Figura 51 – Cortes 02 (2017) ................................................................................................................................................................................... 89 Figura 52 – Mapa Topográfico Localização de Cortes (2017) ........................................................................................................................ 89 Figura 53 – Cortes 03 (2017) ................................................................................................................................................................................. 90 Figura 54 – Adaptado. Mapa Densidade Demográfica (2017 ............................................................................................................................ 91 Figura 55 – Adaptado. Mapa Hidrográfico (2017) ...............................................................................................................................................92 Figura 56 – Córrego Rincão canalizado (2017)...................................................................................................................................................92 Figura 57 – Canal trapezoidal (2017) .....................................................................................................................................................................92 Figura 58 – Adaptado. Mapa Estruturação Urbana (2017).............................................................................................................................. 93 Figura 59 – Eixo de Estruturação Urbana – Área de influência (2017) ....................................................................................................... 94 Figura 60 – Situação Urbana Ilustrativa (2017) ................................................................................................................................................ 94 Figura 61 – Adaptado. Mapa de Zoneamento (2017) ...........................................................................................................................................95 Figura 62 – Adaptado. Mapa de Outorga Onerosa e Eixos Viários (2017) ................................................................................................... 96
Figura 63 – Adaptado. Mapa de Equipamentos Urbanos Cultura e Lazer (2017) ....................................................................................... 97 Figura 64 – Clube Esportivo Comunitário Penha (2017) ................................................................................................................................... 97 Figura 65 – Adaptado. Mapa de Equipamentos Urbanos – Educação e Saúde (2017) ............................................................................. 98 Figura 66 – Residências Com Alguns Comércios no Térreo (2017) ............................................................................................................ 100 Figura 67 – Terminal Intermodal Penha (2017)................................................................................................................................................. 100 Figura 68 – Etec Prof Aprígio Gonzaga (2017) .................................................................................................................................................. 100 Figura 69 – Uso e Ocupação do Solo (2017) ...................................................................................................................................................... 100 Figura 70 – Rua Demini (2017)............................................................................................................................................................................... 102 Figura 71 – Rua Alvinópolis (2017)......................................................................................................................................................................... 102 Figura 72 – Rua Mirandinha (2017) ....................................................................................................................................................................... 102 Figura 73 – Av. Dr. Orêncio Vidigal I (2017) ....................................................................................................................................................... 102 Figura 74 – Av. Dr. Orêncio Vidigal II (2017) ...................................................................................................................................................... 102 Figura 75 – Cruzamento Rua Antônio Lamana (2017) ..................................................................................................................................... 102 Figura 76 – Sistema Viário (2017) ........................................................................................................................................................................ 102 Figura 77 – Gabarito de altura (2017) ................................................................................................................................................................. 103 Figuras 78, 79, 80 e 81 – Gabarito de altura das construções no entorno da área de intervenção (2017) .................................... 104 Figura 82 – Cheios, Vazios e Áreas Verdes (2017) .......................................................................................................................................... 105 Figuras 83 à 89 – Vegetação existente na área de intervenção (2017) ................................................................................................. 106 Figura 90 – Planta Tipificação (2017) ...................................................................................................................................................................107 Figura 91 – Área de intervenção – Perspectiva Parcial I (2013) ............................................................................................................... 108 Figura 92 – Área de intervenção – Perspectiva Parcial II (2013) .............................................................................................................. 108 Figura 93 – Mapa de Sensações (2017) .............................................................................................................................................................. 103 Figura 94 - Mosaico - Olhar Externo e Interno (2017) .....................................................................................................................................113 Figura 95 – Sujeira / mau cheiro (2017) ............................................................................................................................................................110 Figura 96 – Muros (2017) ........................................................................................................................................................................................110 Figura 97 – Mapa programa de necessidades (2017) .................................................................................................................................... 120 Figura 98 – Pesquisa (2005).................................................................................................................................................................................122 Figura 99 – Croqui de estudo para área de intervenção (2017) ................................................................................................................ 126 Figura 100 – Croqui de implantação para área de intervenção (2017) ..................................................................................................... 128 Figura 101 – Croqui de proposta para projeto de intervenção – Área I (2017) ....................................................................................... 132 Figura 102 – Croqui de implantação – Área I (2017) ...................................................................................................................................... 134
Figura 103 – Croqui proposta para projeto de intervenção - Área II (2017) ........................................................................................... 135 Figura 104 – Croqui de implantação - Área II (2017) ...................................................................................................................................... 138 Figura 105 – Croqui proposta para projeto de intervenção - Área III (2017) .......................................................................................... 140 Figura 106 – Croqui de implantação - Área III (2017) .....................................................................................................................................142 Figura 107 – Carta solar da área de intervenção (2017) ............................................................................................................................... 144 Figura 108 – Rosa dos ventos da área de intervenção (2017) ....................................................................................................................... 144 Figura 109 – Fluxograma - área de intervenção (2017) ................................................................................................................................ 144 Figura 110 – Organograma - área de intervenção (2017) ............................................................................................................................. 144 Figura 111 – Ópio do Trivial (2016) .........................................................................................................................................................................145 Figura 112 – A construção (2016) .......................................................................................................................................................................... 147 Figura 113 – Livros empilhados (2017) ................................................................................................................................................................ 148
Figura 6 – Vilareijo (2015) Fonte: : https://br.pinterest.co m/
LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Esquemático Conceitual e Característico, Por Autor ................................................................................................................. 36 TABELA 2 - Esquemático De Tipologias – Vazios Urbanos ............................................................................................................................. 39 TABELA 3 – Projeto Nova Luz – Uso Do Solo) .................................................................................................................................................... 80 TABELA 4 – Síntese De Estudos De Caso ............................................................................................................................................................... 81 TABELA 5 – Distritos Da Prefeitura Regional Penha ........................................................................................................................................ 87 TABELA 6 – Zoneamento ........................................................................................................................................................................................... 99 Figura 7 – Marta Orlowska (2010) .......................................................................................................................................................................... 16 Figura 8 – Paris (2015) .............................................................................................................................................................................................. 17
LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Esquemático de Categorização (2010) .......................................................................................................................................... 37 GRÁFICO 2 – Aspectos Norteadores (2010) ........................................................................................................................................................ 45 GRÁFICO 3 – Etapas da Gentrificação de Um Espaço (2010) ......................................................................................................................... 47 GRÁFICO 4 – Espaço Público E Suas Qualidades Fundamentais (2017)......................................................................................................... 49 GRÁFICO 5 – Diagrama De Avaliação Do Espaço Público (2017) .................................................................................................................. 50 GRÁFICO 6 – Programa Córrego Limpo ................................................................................................................................................................ 52 Gráfico 7 - Linha do tempo intervenções e propostas urbanas para Córrego e Piscinão Rincão (2017) .......................................... 57 GRÁFICO 8 – Dados Censitários Penha (2010) .................................................................................................................................................... 91
Figura 7 – Marta Orlowska (2010) Fonte: : https://br.pinterest.com/
Figura 8 – Paris (2015) Fonte: : https://br.pinterest.com/
LISTA DE SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AC – Área Construída CA – Coeficiente de Aproveitamento CIAM – Congresso internacional de Arquitetura Moderna TO – Taxa de Ocupação CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica EEU – Eixo de Estruturação Urbana EMEI – Escola Municipal de Educação Infantil ENCAC – Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído ETEC - Escola Técnica Estadual de São Paulo IAB-PE - Instituto de Arquitetos do Brasil de Pernambuco IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional PDE – Plano Diretor Estratégico PUE – Projeto Urbanístico Específico SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo UNICSUL – Universidade Cruzeiro do Sul USP – Universidade de São Paulo ZEU – Zona de Estruturação Urbana
Recorte Conceitual Pg. 33 Revitalização e Requalificação Pg. 44
Gentrificação x Placemaking Pg. 48
Córrego e Reservatório de Amortecimento Rincão Pg. 52
Linha do Tempo – Intervenções e Propostas Pg. 54
Capítulo
1
2
Elucidando o objeto de estudo Pg. 21 Apresentação Pg. 24 Justificativa Pg. 26 Objetivo Pg. 30 Metodologias Pg. 32
Figura 9 – Projeto Uurbanismo Caminhável (2016) Fonte: http://www.jundiaqui.com.br/
Capítulo
4
Intervenções Urbanas – Estudos de Caso Pg. 55 Estudo Referencial Urbanístico Pg. 57
Estudo I Pg. 58
Estudo III Pg. 67
Campos Corporativo Coyoacán Pg. 58
Praça Victor Civita Pg. 67
Estudo IV Pg. 75 Estudo II Pg. 63
Parque Municipal da Tamarineira Pg. 75
Parque Red Ribbon Pg. 63
Estudo V Pg. 78 Projeto Nova Luz Pg. 78
4
Ensaio Projetual Pg. 83 Área de implantação Pg. 86 Mapas Temáticos Pg. 88 Problemas e Potencialidades Pg. 112 Conclusão Pg. 116 Programa de Necessidades Pg. 117 Diretrizes Projetuais Pg. 124
3 5 Capítulo
O Projeto Pg. 145 Considerações Finais Pg. 156
Referências Bibliográficas Pg. 160
Capítulo
SUMÁRIO
Capítulo
1
Figura 10– Especulação imobiliária (2015) Fonte: http://portal.aprendiz.uol.com.br/
ELUCIDANDO O OBJETO DE ESTUDO
Figura 10 – Metrópole (2014) Fonte: www.pinterest.com
____________________________________________________________ _ Diante desse panorama, os arquitetos têm se Conhecer a dinâmica inerente ao ambiente urbano é imprescindível para a execução de
mostrado mais comprometidos e inseridos nessa
planejamento e gestão do território, uma vez que tais
realidade,
ações
interferências/operações urbanas e do desenvolvimento
salientam
os
impactos
antrópicos
nos
ecossistemas naturais, além de promover e garantir a sustentabilidade ecológica nos espaços urbanizados.
23
contribuindo
através
de
de uma arquitetura cada vez mais sustentável. O crescimento exacerbado da cidade de São
Diante da necessidade de buscar o equilíbrio
Paulo têm provocado drásticas mudanças em seu perfil
entre o meio urbano e natural, diversos ambientalistas,
urbano; decorrente da falta de planejamento eficiente e
geógrafos, arquitetos, antropólogos têm aprofundado em
fiscalização assídua, os bairros periféricos em suma, se
estudos e mitigado ações que possam colaborar para o
consolidam informalmente provocando uma série de
amadurecimento social, bem como promover diretrizes e
agravantes socioambientais, além de contribuir para o
tecnologias que beneficiem e auxiliem na qualificação e
surgimento de grandes áreas ociosas, fragmentando
revitalização dos espaços. O termo “revitalização”,
assim o tecido urbano e constituindo os chamados
conforme Luis Valentim (2005) compreende,
“vazios urbanos”. É fundamental considerar que a terra urbana
Práticas vinculadas à renovação seletiva de áreas deterioradas, desenvolvimento de áreas desocupadas, preservação de interesse histórico e cultural, reciclagem cuidadosa de usos em imóveis históricos, promoção de novos usos e recuperação ambiental. (VALENTIM, 2005, p 92)
constitui-se como vetor determinante na produção do espaço urbano e tende a tornar-se capital de disputa pelos agentes interessados que na maioria das vezes são motivados por interesses diversos e conflitantes.
_____________________________________________________________ APRESENTAÇÃO Geralmente, esses referidos agentes são os grupos_ Sendo, o mercado residencial privado no Brasil empresariais que defendem os interesses privados,
uma realidade ainda pouco acessível à população mais
órgãos públicos e a própria população que luta pelo
carente, torna-se evidente que os vazios urbanos nas
direito à moradia e infraestrutura eficiente.
cidades brasileiras são decorrentes principalmente da
As disputas pelo uso do solo urbano e seus
valorização e especulação imobiliária e econômica do
mecanismos que agregam valorização aos espaços
país; essa mesma condição analítica se aplica à cidade de
direcionam as pessoas a se estabelecerem em diferentes
São Paulo, foco para o desenvolvimento deste trabalho. Borde conceitua vazios urbanos como,
favorecida economicamente, tende a aglomerar e se estabelecer nas áreas adjacentes desprovidas de planejamento e/ou condições mínimas de sobrevivência como, por exemplo: terrenos com perfil topográfico inadequado, muitas vezes sujeito a alagamentos, entre outros aspectos. Essa
realidade
evidenciada
acima
é
caracterizada como segregação urbana que segundo Ferrari é o “processo de caráter dissociativo que leva indivíduos ou grupos a se isolarem, física e socialmente, de outros grupos ou indivíduos, em virtude de diferenças econômicas e sociais, como é o caso das pessoas que procuram moradias em condomínios fechados” (FERRARI, 2004).
24 [...] aqueles terrenos localizados em áreas providas de infra-estrutura que não realizam plenamente a sua função social e econômica, seja porque estão ocupados por uma estrutura sem uso ou atividade, seja porque estão de fato desocupados, vazios (BORDE, 2003, p.4).
Sendo assim, os vazios urbanos existentes podem ser originários a depender de vários fatores como: localização geográfica, perfil topográfico, leis de zoneamentos, uso e ocupação do solo, situação jurídica da propriedade, entre outros. Portanto, torna-se premissa o conhecimento dos fatores que contribuíram para sua formação, para posterior estudo das Figura 11 – Arquitetura da Gentrificação (2015) Fonte: Adaptado de_ https://www.catarse.me/ag
localidades dentro da cidade. Todavia, a população menos
potencialidades que o local de interesse pode oferecer. De forma mais objetiva e tecnicista, a ABNT NBR 14653-2:2014, define Gleba Urbanizável como: “terreno
espaços que contemplem a continuidade da malha urbana existente de forma mais sustentável e garanta a melhoria da qualidade de vida da população.
passível de receber obras de infraestrutura urbana,
Com base nessas primeiras indagações, o
visando seu aproveitamento eficiente, através de
escopo desse trabalho é identificar e caracterizar os
loteamento, desmembramento ou implantação de
vazios urbanos e subutilizados mais relevantes
empreendimento”.
localizados nas proximidades da malha ferroviária da
25
A escolha da Zona Leste como área de estudo,
Zona Leste de São Paulo.
se deve à complexidade e magnitude da região. Com aproximadamente 4 milhões de habitantes (INFOCIDADE, 2010), é a região mais populosa da cidade de São Paulo. Por se desenvolver demasiadamente pouco recebeu investimentos
em
infraestrutura,
ocasionando
crescimento disperso e difuso, com espaços vazios na malha urbana, lotes e galpões/fábricas subutilizados, além do surgimento de diversas favelas com ruas sem pavimentação ou em condições precárias, falta de saneamento básico, energia elétrica entre outros fatores. Esse cenário caótico facilmente identificado na Zona Leste de São Paulo, por sua vez, infere no meio ambiente e urbano, constituindo uma paisagem deficiente e desordenada. É importante salientar que a cidade de São Paulo tem intensificado em projetos de reorganização e restruturação urbana, com base principalmente nas diretrizes e premissas inseridas nas leis da Constituição brasileira como: o Estatuto da Cidade (LEI Nº 10.257) e o Plano Diretor Estratégico do Munícipio de São Paulo (LEI nº 16.050). Portanto, o desenvolvimento de projetos de intervenção urbana para esses espaços configura-se como
grande
oportunidade
de
melhoramento
promovendo a reflexão sobre propostas que se opõe ao atual modelo de desenvolvimento que desqualifica a cidade em seus aspectos socioeconômico-ambientais. Incitando, assim, intervenções projetuais urbanas de revitalização e requalificação, visando desenvolver
Figura 12 – Vista panorâmica cidade de São Paulo (2016) Fonte: Adaptado de_ http://www.lopes.com.br/
_____________________________________________________________ JUSTIFICATIVA _ A historiadora Françoise Choay em seu livro “O O processo de industrialização, como fenômeno
tipicamente urbano no período da Revolução Industrial,
urbanismo” reúne e revisa de forma crítica a obra de 37
impulsionou a urbanização principalmente na Europa,
autores que de forma sintetizada discorre sobre um
através da expansão das cidades. Na segunda metade do
largo ensaio sobre o urbanismo em questão. A autora
século XIX, a industrialização e a urbanização ganham
divide as obras em duas categorias: O “pré-urbanismo”
visibilidade mundial e consequentemente surgem os
compreendendo
debates inerentes aos problemas urbanos advindos dos
(historiadores, economistas ou políticos) e o “urbanismo”
países industrializados, devido à qualidade de vida da
propriamente dito abrangendo a teoria e prática de
população não ter se desenvolvimento paralelo ao
especialistas, com foco aos arquitetos. Para Choay
aceleramento urbano.
(2013), “Ainda que o pré-urbanism o tenha estado ligado
Nesse sentido, surgiram diversos precursores na defesa sobre a questão urbana e formuladores de
os
pensadores
generalistas
a opções políticas ao longo de toda a sua história, o urbanismo é despolitizado”.
teorias urbanísticas progressistas e reformistas, no
O exemplo mais ilustrativo de intervenção
entanto a intervenção urbana teve sua origem também a
urbana ocorrido a partir da segunda metade do século
partir de uma ótica conservadora, através das “soluções
XIX foi o projeto de remodelação de Paris, com o
paliativas” impostas pelo Estado para o combate à
desenvolvimento de largas avenidas, chamadas de
miséria, as questões sanitaristas e a diminuição das
“bulevares”, solicitado pelo prefeito Haussmann.
disparidades socioeconômicas.
O arquiteto Camilo Sitte, um precursor do
26
27
urbanismo, sempre defendeu a importância do espaço
arquitetônico foram marcados pelo funcionalismo e
público em promoção da qualidade de vida do homem
racionalismo (prático).
urbano. “Na vida pública a Idade Média e da Renascença
O primeiro grande evento de introdução dessas
houve uma valorização intensa e prática das praças da
novas técnicas em decorrência da vida moderna foi à
cidade e uma harmonização entre elas e os edifícios
fundação da Escola Bauhaus de Arquitetura, em 1919, por
públicos adjacentes” (SITTE, 1992, p.30). Com ideias
Walter Gropius, na Alemanha, onde além de se aplicar
humanísticas e posicionamento culturalista, serviu de
experiências funcionalistas desenvolvidas na Bauhaus, os
inspiração para diversos projetos no mundo inteiro,
ensinamentos estendiam-se também à escultura e a
inclusive no Brasil, com destaque nas cidades de São
pintura. Com o encerramento das atividades da escola,
Paulo, Santos e Rio de Janeiro, no início do século XX.
após a década de 30, Gropius passou a residir nos
Na Inglaterra, o modelo projetual urbano conhecido
como
cidades-jardins
(garden cities) é notório na paisagem
1 Carta de Atenas – Tratase de um manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), realizado em Atenas em 1933. Nota de aula tomada em discussão levantada pela Profª Priscila Henning na disciplina: História da Arquitetura e do Urbanismo – modernismo.
até os dias atuais. As habitações foram projetadas com amplos espaços verdes separando-as, além do planejamento de jardins entre as edificações e as ruas como também eixo intermediário entre os núcleos
2 Técnico-científicoinformacional Corresponde a evolução dos processos de produção e reprodução do meio geográfico. O tema é aprofundado na obra do Geógrafo Milton Santos “A Natureza do Espaço: Técnica e tempo, razão e emoção”.
Estados Unidos, onde deu continuidade às suas práticas. O segundo marco no urbanismo do século XX, foi à criação dos Ciam (Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna), que produziram seus princípios racionalistas a partir do documento conhecido como Carta de Atenas1. Seu movimento influenciou diversas obras arquitetônicas e urbanas em vários países, no Brasil, pode-se destacar a cidade de Brasília, projetada no final da década de 50 por Lucio Costa e Oscar
urbanos, chamados de “espaço rural
Niemayer, como exemplo de influencia do urbanismo
público”. Este modelo inglês, também
racionalista, além de peculiares princípios arquitetônicos
foi adotado nos Estados Unidos, obtendo assim, a interação do urbano com a natureza. Mesmo que essa ideia de planejamento tenha ocorrido apenas no inicio do século XX, elas são originarias do urbanismo culturalista do final do século XIX.
modernos da época. É evidente que o planejamento urbano do século XX não se restringiu apenas as tendências do urbanismo racionalista, mesmo esta, tendo sido tão bem difundida mundialmente. Hoje em dia, as grandes cidades apresentam um panorama bastante diferente das cidades industriais do Século XIX e início do século XX, pois atualmente se identificam principalmente pelas funções
No século XX, novas possibilidades no âmbito arquitetônico
foram
descobertas,
como
o
ligadas ao setor terciário, ao período técnico-científicoinformacional2 e pelas questões sustentáveis.
desenvolvimento de novos materiais (concreto armado,
A cidade de São Paulo está entre as maiores
ferro e o aço), que introduzidos às obras arquitetônicas
metrópoles do mundo, e sua magnitude sintetiza a
oportunizaram o surgimento de novas instalações
dimensão dos desafios do planejamento metropolitano.
urbanas como, por exemplo, o arranha-céu gerando
Desse modo, as condicionantes para o desenvolvimento
assim, o crescimento verticalizado e ampliação do
da cidade de São Paulo, especialmente da Zona Leste, é
adensamento populacional. Ainda na primeira metade do
marcado pela vulnerabilidade do seu crescimento
século XX, o planejamento urbano e o projeto
heterogêneo, onde alguns espaços são ocupados e outros
deixam de ser no decorrer desse processo. Esse
O Distrito da Penha faz parte da subprefeitura
fenômeno contínuo faz parte do método dialético da
homônima, juntamente com a Vila Matilde, Artur Alvim e
construção e desconstrução do tecido urbano, que nesta
Cangaiba. Segundo o IBGE (2010), o distrito da Penha é
dinâmica, fragmenta-se e gera os chamados “vazios”.
composto por 35 bairros e compreende uma área de
É importante salientar que nem todos os
aproximadamente 11,3 km², faz parte da região
“vazios” são considerados um problema. Podem ser um
administrativa “Leste 1”. Seus limites fronteiriços
espaço cívico, uma praça ou até mesmo um “respiro”
configuram-se: Guarulhos e Cangaíba a norte, Ponte Rasa
urbano, e neste sentido para a arquitetura, esses
e Artur Alvim a leste, Vila Matilde ao Sul e Tatuapé e Vila
espaços foram intencionais. Porém, quando os vazios,
Maria a oeste. 28
edificados ou não, são frutos de abandono ou
A região da Penha atualmente já possui uma
especulação imobiliária, se transformam em espaços
malha urbana estruturante com a linha 03 vermelha do
sem ocupação ou em situação subutilizada; constituindo
metrô paulistano com estação homônima, com saída para
assim, áreas ociosas no ponto de vista socioeconômico-
a Radial Leste e para o terminal intermunicipal, além de
ambiental. De acordo Sánchez (2001), “[...] o abandono é
diversos equipamentos urbanos disponíveis. No entanto o
ambientalmente perigoso, socialmente injusto, e,
grande problema da área de intervenção está
economicamente, pode representar um desperdício de
relacionado à intermitência existente na malha viária, que
recursos”.
dificulta o trafego principalmente no sentido norte/sul da
Aos olhos leigos da maioria da população frente às paisagens transformadas, esse cenário pode não parecer ofensivo, no entanto, esses espaços territoriais ociosos podem provocar sérios problemas urbanos, uma vez que muitos destes vazios não estão disponibilizados para a demanda do crescimento, devido condições legais e/ou privativas; além de restringirem o desenvolvimento da cidade, provoca bloqueios que fragmentam a continuidade da malha urbana, dificultando o direito de ir
região seja de pedestres ou motoristas. Outro fator relevante é o aspecto de subutilização da área que não usufrui de seu potencial de utilização. A área de estudo está localizada numa Zona Mista de Alta Densidade e possui Eixos de Estruturação Urbana (EEU) e Zonas de Estruturação Urbana (ZEU) que permitem coeficientes de aproveitamento mais altos ao longo de vias de transporte rápido. Esta zona oportuniza transformações importantes para a região ao longo dos seus eixos supracitados. Portanto, foi com base nos aspectos
e vir das pessoas; incentiva o crescimento horizontal e a ocupação ilegal pela população menos favorecida economicamente. A escola da Vila Carlos de Campos, localizada no Distrito da Penha, Zona Leste de São Paulo, para o desenvolvimento do projeto de intervenção urbana, devese em decorrência da forma na qual se concebeu sua existência, e nos dias atuais se configura como uma área que está inserida numa malha urbana já consolidada, porém representa um bloqueio na continuidade do tecido urbano e trata-se de uma área com grande potencial urbano, mas que é utilizado de forma subaproveitada.
mencionados anteriormente e na complexidade dos vazios urbanos, que o tema “Espaços Dormentes: Requalificação de vazios urbanos e seus entrelaces” foi desenvolvido. O presente trabalho seguirá uma temática peculiar e bastante explorada atualmente pelos diversos seguimentos, sendo estes também o público alvo a quem se destina este trabalho, seja educacional (cursos de arquitetura e urbanismo, geografia, entre outros) e/ou órgãos público-privados e indivíduos com interesses afins.
_________________________________________________________ _ A cidade de São Paulo enfrenta atualmente graves problemas de infraestrutura urbana e
29
verticalização dos edifícios entre outras ações; são as chamadas “operações urbanas”.
principalmente no âmbito ambiental decorrentes do
Dessa forma, faz-se necessário prover novas
acelerado crescimento da cidade que desde sua origem
possibilidades de ocupação urbana e melhoramento das
têm desconsiderado os aspectos ambientais em
áreas existentes embasado no Plano Diretor Estratégico
detrimento de seu desenvolvimento.
do Município de São Paulo, considerando todas as
O crescimento desordenado do município em
proposições inerentes ao comprometimento com o meio
potencial sem planejamento, sem a elaboração de
natural e urbano capaz de minimizar e/ou reverter o
parâmetros norteadores capazes de qualificar o
impacto ambiental e potencializar a qualidade de vida dos
território, permitiu que grandes massas arbóreas
habitantes, visando o desenvolvimento de uma sociedade
fossem devastadas em seus limites adjacentes sem
mais sustentável, a partir do estreitamento entre
considerar
as
condicionantes
e
naturais,
comprometendo
3 Bairros-dormitórios – Local onde a maioria dos moradores geralmente passam o dia fora de casa, seja trabalhando e/ou estudando (devido falta de infraestrutura no bairro) e retornam para a casa “apenas para dormir”. Nota de aula tomada em debate realizado pelo Prof. Marlon Paiva na disciplina: Planejamento Urbano e Regional II.
limitações
assim,
cidadão-cidade. O objetivo deste trabalho é propor um conjunto
a
de diretrizes urbanísticas e ambientais para as áreas
qualidade de vida na área urbana
pré-selecionadas, consideradas atualmente como vazios
consequência da falta de áreas
urbanos ou lotes subutilizados. As referidas áreas de
verdes,
estudo estão situadas geograficamente dentro do
impermeabilidade
agravante do solo, ocupação de
perímetro
várzeas e encostas, bem como
equipamentos, porém cada espaço possui peculiaridades
precárias
de
que determinarão as diferentes necessidades de
sanitário,
intervenção (todas as considerações realizadas neste
contaminação do solo, poluição
texto serão mais bem exploradas e fundamentadas nos
ambiental,
próximos capítulos).
esgotamento
condições
superlotação
no
urbano
e
já
possuem
importantes
trânsito, distribuição desequilibrada de equipamentos
A necessidade de projetar de modo a minimizar
urbanos que têm contribuído para a segregação da
a desigualdade sócio funcional, também se estreita no
cidade e quantificado a existência de bairros-
tocante à mobilidade urbana, no qual, o deslocamento
3
dormitórios .
pendular4 dos bairros-dormitório para o centro
Visando intensificar o controle politico-
expandido gera a saturação do sistema viário e de
administrativo do município de forma mais efetiva, a
transporte coletivo. Por esse motivo, o projeto de
cidade divide-se em zonas. A Zona Leste de São Paulo é
intervenção urbana prevê a priorização do pedestre,
uma região diversificada, tanto comercial, quanto
ampliação e melhoramento dos diversos modais de
residencial, que está em desenvolvimento contínuo e
mobilização, além de equilibrar oferta de emprego a
passa atualmente por um processo de urbanização e
partir do desenvolvimento de micro zonas de interesse
regularização de áreas de risco (favelas e comunidades
econômico,
carentes), canalização de diversos córregos da região,
empreendimentos mistos que combinados a outros
qualificação da malha estrutural existente, além da
promoção
de
espaços
livres
e
_____________________________________________________________ OBJETIVO _ vetores urbanísticos tornarão a região mais atrativa e menos migratória. Como ponto de partida, buscou-se análise crítica referente às ações incidentes sobre o espaço urbano, com base nas políticas públicas existentes, com objetivo de determinar o principio de atuação do poder público, compilando as diretrizes contribuintes para a
4 Pendular – Trata-se de “migração pendular”, ou seja, refere-se ao ir e vir diário das pessoas na cidade. O tema é aprofundado no artigo do Prof. Pesquisador Fausto Brito “A Urbanização Recente No Brasil e as Aglomerações Metropolitanas”.
reversão do quadro de precariedade e valorização das potencialidades das áreas de intervenções.
Figura 13 – Migração (2014) Fonte: http://geografandoemfoco.blogspot.com.br
30
_________________________________________________________ _ A primeira etapa se consolidou com a pesquisa de
desenvolvimento de pesquisas realizadas na região leste
gabinete,
da cidade de São Paulo em busca de identificar alguns
bibliográficos
espaços urbanos vazios localizados nas mediações de
compreensão do tema abordado; além de oportunizar a
importantes vias arteriais e linha de metrô/trem da
caracterização e conceituação do objeto de estudo, isto
região; além de caracterizar seus tipos de usos e
é, os “vazios urbanos”.
potencialidades
de
acordo
com
os
agentes
ou
documental,
socioeconômicos que os produziram.
seja, que
através
de
contribuíram
levantamentos para
melhor
A segunda etapa se deu através da pesquisa realizando
levantamento
de
dados
os
censitários e informações inerentes às áreas vazias da
resultados acima destacados, foi imprescindível a
zona leste de SP, considerando os critérios já
realização de leitura de diversos teóricos a cerca da
mencionados. Tal pesquisa foi realizada nas principais
temática, estes serão mencionados e criticados no
plataformas digitais dos órgãos públicos como IBGE,
Como
embasamento
para
alcançar
próximo capítulo. No entanto, para melhor estruturação e concretização do trabalho, foi necessária a divisão de etapas, a saber:
Figura14 – Levantamento de Vazios Urbanos Fonte: Elaboração própria (2017)
31
O presente trabalho constituiu-se a partir do
____________________________________________________________ ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS _ GEOSAMPA, portal da prefeitura de São Paulo entre
Por fim, na quarta etapa houve a compilação de
outros. Essa fase do trabalho já oportunizou o
todas as informações, a partir do uso de fontes citadas
mapeamento de glebas/vazios urbanizáveis e lotes
e/ou criação própria de tabelas, gráficos, cartografia
subutilizados; além da seleção das áreas para estudo e
pertinente ao tema; seguido do desenvolvimento escrito
possível intervenção.
do trabalho. Os principais recursos utilizados em todas
A terceira etapa compreendeu a visita in loco
as etapas foram: Livros, plataformas online, prancheta,
dos espaços pré-selecionados para maior compreensão
folhas para croqui, máquina fotográfica, notebook
dos fatores de sua produção. Para este momento, foram
(Photoshop, AutoCad, Sketchup entre outros).
desenvolvidas fichas técnicas, estudo visual e registro fotográfico da área de intervenção e seu entorno imediato.
32
2 Capítulo
RECORTE CONCEITUAL
Figura15 – O caminho (2015) Fonte: www.pinterest.com
_____________________________________________________________ _
35
Devido à pluralidade de conceito inerente ao
Outro aspecto relevante a destacar é o tipo de
“vazio urbano”, o estudo desse termo torna-se complexo,
aproveitamento do espaço, que pode ser considerado
pois é muito comum atribuí-lo à área fundiária sem
baixo, equiparado à qualidade exploratória da área. Para
ocupação primária, como também relacioná-lo a situação
Nuno Portas (2000, p.1) vazio urbano é uma expressão
de vacância, no qual o uso ou a ocupação por edificação
imprecisa, “até porque a terra pode não estar
se perdeu ao longo do tempo por esvaziamento. A notória
literalmente vazia, mas encontra-se simplesmente
ambivalência de expressão promove conotações muitas
desvalorizada com potencialidade de reutilização para
vezes conflituosas nos estudos urbanos, tornando-se,
outros destinos, mais ou menos cheios”. Para Magalhães
portanto, fundamental a delimitação da utilização do
(2005), “o conceito de vazio urbano é bastante amplo,
termo que será referido durante o desenvolvimento
envolvendo termos como terrenos vagos, terras
desse trabalho.
especulativas,
terras
devolutas,
terrenos
Não será estudado bibliograficamente, nem
subaproveitados, relacionando-se com a propriedade
tampouco serão consideradas como objeto empírico, as
urbana, regular ou irregular, ao tamanho e á localização”.
diversas manifestações designadas ao vazio urbano
Ainda de acordo Borde (2006, p.14), os vazios
constante na literatura como: terras improdutivas, os
urbanos também podem ser considerados os “terrenos
baixios de viadutos, interstícios, terrenos baldios, ruínas
localizados em áreas providas de infraestrutura que não
entre outras tantas atribuições aos vazios no espaço
realizam plenamente a sua função social e econômica,
urbano.
seja porque estão ocupados por uma estrutura sem uso Visando minimizar as imprecisões conceituais
ou atividade, seja porque estão de fato desocupados,
em torno da quantidade de termos que a palavra “vazio”
vazios”. Com base nesse panorama, a Constituição
recebeu com o passar do tempo, delimita-se aqui a
Federal Brasileira (1988) no parágrafo 2º do artigo 182
diferenciação que se estabelecerá no decorrer do
garante que “A propriedade urbana cumpre sua função
trabalho. O vazio urbano, nesta análise, compreende ao
social quando atende às exigências fundamentais de
espaço fundiário, não atribuído como espaço público
ordenação da cidade expressas no plano diretor”.
livre, desprovido de construção.
Já o Estatuto da Cidade (2008), regulamenta os
Já o termo subutilizado, corresponde aos lotes
artigos 182 e 183 da Constituição Federal (1988),
parcialmente utilizados. Porém, é pertinente frisar que
estabelecendo normas de ordem pública e social que
em ambas as categorias – vazio e subutilizado, também
regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem
podem receber conotação de atual improdutividade e
estar dos cidadãos coletivamente e da segurança,
imprevisibilidade relativo ao futuro. De acordo JANEIRO
norteado ainda através de diretrizes sobre o uso dos
(2007) “os vazios urbanos são bolsas vazias na cidade,
vazios urbanos e a própria subutilização do solo
áreas destituídas, ausentes, silenciosas, onde aquilo que
“ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar
lá acontecia, não mais acontece, ou onde lá nunca nada
(...) a retenção especulativa de imóvel urbano, que
aconteceu... são espaços dormentes”.
resulte na sua subutilização e não utilização”.
_____________________________________________________________ VAZIOS URBANOS _ Os vazios urbanos também podem ser originados a partir de outro fator bastante comum da
5 Revolução Industrial – Foi um processo de grandes transformações sócio- econômicas oriundas da Inglaterra no séc. XVIII. A principal característica dessa revolução foi à substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. O tema é aprofundado no livro do arquiteto “Arquitetura e tecnologias de informação: Da revolução industrial à revolução digital”.
5
cidade após a Revolução Industrial . Para Medeiros (2007), “o vazio urbano é um fenômeno típico da sociedade pós-industrial, podendo ser resultante de espaços residuais, zonas industriais obsoletas, de corredores e pátios ferroviários esquecidos, dos movimentos de especulação imobiliária, de catástrofes
36
ou mesmo de edifícios centrais abandonados”.
armazéns e depósitos industriais desocupados, edifícios centrais abandonados ou corredores e pátios ferroviários desativados (BRASIL, 2008 p. 142).
O Manual de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais (2008) corrobora a afirmação citada acima através da seguinte definição para vazios urbanos: (...) consistem em espaços abandonados ou subutilizados localizados dentro da malha urbana consolidada, em uma área caracterizada por grande diversidade de espaços edificados, que podem ser zonas industriais subutilizadas,
A partir dos termos e conceitos referidos acima, é possível desenvolver um esquemático utilizando as principais palavras que compõem a formação conceitual inerente aos vazios urbanos e caracterizá-las conforme a intencionalidade do autor:
TABELA 1 – ESQUEMÁTICO CONCEITUAL E CARACTERÍSTICO, POR AUTOR VAZIOS URBANOS AUTOR
PALAVRAS
CARACTERÍSTICAS
Nuno Portas (2000)
terra reutilização
vazio / desvalorização mais ou menos cheio
Magalhães (2005)
terra terreno propriedade
especulação / devolutas vazio / subaproveitado regular / irregular
Borde (2006)
terreno
ocupado / desocupado
Medeiros (2007)
espaço zona
residual obsoleta
Janeiro (2007)
bolsas áreas espaço
vazio destituição / ausência dormência
Solo
Especulação / subutilização
Espaço área zona
abandono diversificação subutilização
Estatuto da Cidade (2008) Manual Reab. de Áreas Urbanas Centrais (2008)
Fonte: Elaboração própria (2017) com base em Nuno (2000), Magalhães (2005), Borde (2006), Medeiros (2007), Janeiro (2007), Estatuto da Cidade (2008), Manual de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais (2008).
Com base nos atributos inerentes aos vazios
definições bastante peculiares, no entanto, é notória a
urbanos frequentes nas classificações estudadas,
percepção de vazios urbanos como sendo “espaços
desenvolveu-se um arranjo que distingue as categorias
vazios e/ou subutilizados” com base nas características
de análise a partir do espaço a ser identificado. Dentro
atribuídas. É evidente que a “subutilização” supracitada,
dessas categorias, será possível identificar lotes com
relacionado
ou
tipologias diversas que atendam aos atributos
subocupados, está subentendido, pois uma vez que o
mencionados, ou que, mesmo não atendendo todas as
terreno possui potencial construtivo para ampliação, as
especificidades, tenham a característica incutida de
chances de usufruir desse espaço são maiores; porém, é
improdutividade no espaço urbano.
aos
imóveis
subaproveitados
fundamental considerar para efeito de caracterização
O quadro 2 apresenta as categorias entre
como subutilizado, o imóvel no estado vigente, ou seja,
espaços subutilizados e vazios urbanos encontrados no
em que se encontra atualmente e não pelo potencial de
objeto empírico de estudo.
construção ou de ampliação futura. GRÁFICO 1 – ESQUEMÁTICO
________________________________________ D C ____________________ E
ATEGORIZAÇÃO
ESPAÇO SUBUTILIZADO
VAZIOS URBANOS
LOTE
LOTE
Ocupado parcialmente Subaproveitado
Não ocupado Desocupado vago
Na categoria dos espaços subutilizados,
crescimento informal das cidades, respectivamente. Em
encontram-se os lotes parcialmente utilizados, ou seja,
geral, o “esvaziamento” é decorrente de uma série de
com visível subaproveitamento relacionado à ocupação,
acontecimentos que seguem a mesma lógica, devido
onde consequentemente, o uso é desenvolvido em uma
ausência de intervenção/recuperação.
parte do lote. É o caso de lotes ocupados por pequenas
É possível atribuir à categoria dos “lotes não
bancas de jornal, estacionamentos e/ou campos de
ocupados”, além dos que já se encontram vagos em sua
futebol improvisados, feiras ambulantes ilegais a céu
totalidade, aqueles que possuem alicerces de
aberto entre outros.
construções abandonados, pois com a falta de projeção
Quanto aos vazios urbanos, classificam-se aqui
da edificação, não existe, consequentemente, taxa de
os lotes que se encontram atualmente sem uso
ocupação. São espaços improdutivos, devido à falta de
decorrente de esvaziamento ou abandono ou até mesmo
uso, função, ocupação. Por esses motivos, podem ser
os que nunca foram ocupados. Como exemplo, podem-se
categorizados como “vazios urbanos” dentro de uma
destacar antigas pedreiras, lixões aterrados e os
variação tipológica de lotes “não ocupados”.
espaços provenientes de recorte urbano devido o
Fonte: Elaboração própria (2017).
37
É importante notar que os autores buscaram
Para caracterizar um espaço urbano em
desses espaços vazios não é fixa, e cabe ao observador e
condição de “vacância” e conseguir identificar a tipologia
seus instrumentos desenvolverem ações ativas na coleta,
que melhor se adequa ao lote é preciso aprofundamento técnico e cientifico. Gil (2008) “Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação. Ou, em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a essa conhecimento”. O método em linhas gerais é o caminho percorrido para chegar a um determinado fim; já o método científico “é um conjunto de procedimentos
Figura 16 –eTrecho Radial Leste entre Penha e (Gil, Vila Matilde (1930) análise interpretação dos dados 2008). Fonte: GEOSAMPA (2017)
intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento” Gil, (2008, p.8). É preciso
por
generalizar
tanto, a
sistematizar
informação
e
e
suas
representações tornando-a um meio de análise e ação. O conhecer é uma relação que se gera entre o sujeito e o objeto (FACHIN, 2003). Dessa forma, no direcionamento
Figura 17 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (1954) Fonte: GEOSAMPA (2017)
metodológico são segregados os métodos e técnicas de pesquisa, o objeto de estudo e sua área de abrangência. Neste trabalho, após entendimento conceitual, o método como plano de ação foi escolhido decorrente as contínuas transformações que a cidade (como objeto) e o urbano (enquanto convívio e comportamento) sofrem. Dessa maneira, é fundamental compreender seus aspectos, relações e conexões para contemplação de uma visão dialética que permeia os estudos em questão.
Figura 18 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (2004) Fonte: GEOSAMPA (2017)
A referida pesquisa é de natureza aplicada, ou seja, gera conhecimentos para uso prático com ênfase na
Devido à abrangência do termo vazio urbano,
problemática dos vazios urbanos. Metodologicamente,
após a definição por categoria, faz-se necessário
com relação aos seus objetivos (Santos 2002); trata-se
também caracterizar esses espaços de acordo a
de uma pesquisa exploratória, no qual se espera alcançar
tipologia, ou seja, através de questões físicas, pelo
maior afinidade com o problema, propiciando uma visão
esvaziamento de uso ou até mesmo pelos dois fatores.
global do fato a ser pesquisado e oportunizando estudos
Abaixo, no quadro 3 estão definidos os três termos:
futuros. No entanto, é preciso considerar também o
remanescente urbano, áreas ociosas e espaços
método de pesquisa-ação, tendo em vista que a realidade
residuais:
TABELA 2 – ESQUEMÁTICO DE TIPOLOGIAS – VAZIOS URBANOS
VAZIO URBANO termo abrangente para se definir o que sejam áreas desocupadas em meio a malha urbana
7 Não-Lugares – Tratase de espaços de ocupação provisória/temporária sem identidade. O tema é aprofundado no livro do Antropólogo Marc Augé “Não-lugares: Introdução a uma Antropologia da supermodernidade”.
antigas áreas portuárias
VAZIO DE USO
REMANESCENTE URBANO
Espaço abandonado "antigo uso hoje inexistente"
Descontinuidades e rupturas remanescente de reconfigurações urbanas espaço em mutação.
antigas áreas portuárias
antigas áreas ferroviárias antigas áreas de rodovias antigas área de mineração
espaços não parcelados
8 Terrain Vague – Termo francês que significa “terreno vago” atribuído a lugares esquecidos, obsoletos. O tema é aprofundado no texto de Gustavo Gili (2002) “Territórios”.
VAZIO FÍSICO
ÁREA OCIOSA
Espaço subutilizado "em compasso de espera"
Elemento físico (com possível medição) associado a elevadas quantidades de terras
(glebas) frutos da especulação imobiliária loteamentos não
ocupados
orlas rodoviárias orlas ferroviárias
VAZIO FÍSICO E DE USO
ESPAÇO RESIDUAL
Espaço intersticial "sobras"
espaços de servidão de
Espaço desocupado ou subutilizado "
linhas de alta tensão
orlas de rios áreas junto aos viadutos miolos de quadras
Fonte: Elaborado com base em ABASCAL (2004), BRISSAC (2000), EBNER (1007), SOLÁ-MORALES (1995), SOUZA (2002), VILLAÇA (1983), apud DITTMAR (2006, p.69).
Conforme verificação do quadro esquemático
São
resultantes
do
processo
de
acima percebe-se que o vazio urbano possui um termo
desindustrialização, desorganizando o tecido urbano e
bastante amplo decorrente principalmente das múltiplas
criando áreas vazias de uso. São espaços indefinidos e
questões inerente ao termo e suas diferentes tipologias.
incertos, remanescentes de diversas operações de
O remanescente urbano deve ser compreendido
reconfigurações urbanas (BRISSAC, 2000).
como fenômeno instantâneo a partir das transformações
São nesses tipos de espaços supracitados que
intrínsecas entre o espaço e tempo urbanos e que
as políticas urbanas de renovação e recuperação são
consequentemente
e
aplicadas. Contudo, é com base na mutação desses
descontinuidade dos lugares da cidade. Para Carlos
espaços urbanos remanescentes, que as transformações
(2007) esses espaços se configuram “sob a forma de
tecnológicas esvaziam funções que eram exclusivas de
rupturas de ritmo, da realização desigual do poder, das
alguns locais (estações ferroviárias, portuárias etc.), não
relações entre classes diferenciadas, que se traduzem
fazendo mais parte da cidade que todos usam e vivem no
em movimentos de construção e transformação, lidas na
dia-a-dia (DUARTE, 2003). Portanto, os referidos espaços
morfologia urbana e passíveis a serem aprendidas na
não somem, eles recebem outras funções e significado,
vida cotidiana”.
decorrente da aplicabilidade de nova infraestrutura
provocam
a
continuidade
tecnológica que elucida novas espacialidades.
NUNO PORTAS, 2000. “São, muitas vezes o resultado de antiga atividade industrial ou de sítios de velhas infra-estruturas de transporte sem uso, ferroviárias ou portuárias, denotando áreas encravadas na cidade consolidada”.
Figura 19 – Arquiteto Nuno Portas (2016) Fonte: https://sigarra.up.pt
Figura 20 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Nuno Portas (2017) Fonte: Elaboração própria
40
41
Na década de 80, o foco no Brasil eram as
Levando em consideração as definições
áreas ociosas (vazios físicos) quanto tipologia de espaço
mencionadas, constata-se que as politicas de aplicação
a ser “aproveitado”. Conforme Villaça (1983), áreas
urbana voltam-se de fato para a ociosidade desses
ociosas são um elemento físico, sendo possível sua
espaços, devido à capacidade de promoção do
medição, associando-se a elevada quantidade de terras.
desiquilíbrio da estrutura física e socioeconômica da
Alvarez (1994) também define áreas ociosas como “áreas
cidade, e podem ser embasadas através da utilização
reservadas pelos proprietários para a especulação
irracional dos investimentos públicos associados
imobiliária, onde o processo de produção e reprodução
principalmente ao interesse imobiliário.
das parcelas da cidade não estão sendo utilizadas”.
FLÁVIO VILLAÇA, 1983. “áreas ociosas são um elemento físico, sendo possível sua medição, associando-se a elevada quantidade de terras.”
Figura 22 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Flávio Villaça (2017) Fonte: Elaboração própria
Figura 21 – Arquiteto Flávio Villaça (2012) Fonte: http://www.usp.com.br/
Quanto ao espaço residual físico e de uso; terrain vague (origem francesa); esses espaços são
depois que uma área foi desprovida da vida comunitária e memória histórica (BRISSAC, 2000).
aqueles desocupados ou subutilizados, caracterizados
Por fim, a partir de todos os recortes
como sobras do crescimento da cidade (FERRARA, 2000;
conceituais realizados ao longo desse texto, foi possível
PORTAS, 2000 apud DITTMAR 2006).
compreender a dinâmica a cerca da complexidade que
Podem ser denominados espaços intersticiais,
paira sobre os vazios urbanos e subutilizados da cidade e
muitas vezes imperceptíveis, representando o que restou
definir a linha de raciocínio utilizada para o desenvolvimento dos estudos aqui delimitados.
42
JOEL CAMPOLINA, 1992. “são, na maior parte das vezes, sobras típicas ou imprevistas de terrenos públicos, constituído fragmentos, localizados em setores valorizados, como vazios sob pontes, viadutos, orlas rodoviárias e ferroviárias, áreas junto às estações de trem ou metrô; espaços de servidão relativos à linha de alta tensão, dentre outros”.
Figura 24 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Joel Campolina (2017) Fonte: Elaboração própria
Figura 23 – Arquiteto Joel Campolina (2012) Fonte: http://estadodeminas.lugarcerto.com.br/
___________________________________________________________ _ ENTRELACES DO CONCEITO
43
Em linhas gerais a intervenção urbana está
Dessa forma, surge à necessidade de
associada a ações e medidas que possam agregar valor
compreensão crítica inerente ao tipo de intervenção
ao espaço, propiciando vida econômica e social. No
urbana que esses espaços têm sido expostos. As
entanto, a paisagem urbana é complexa e passível a
interferências urbanas devem objetivar a restauração da
variadas formas de intervenções, de maneira bastante
identidade dos espaços, além de promover funcionalidade
peculiar. Por esse motivo, faz-se necessário restringir a
e melhoria na qualidade de vida das pessoas.
compreensão do que de fato possa infligir à paisagem. Nos últimos anos tem ocorrido um fenômeno
O Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, em 1933 já relatava a necessidade de
global relacionado à revalorização das áreas urbanas
transformação dos aspectos da cidade em prol coletivo.
levando em consideração principalmente; “o uso da água,
“Serão consideradas as necessidades vitais do indivíduo
desenvolvimento sustentável, ocupação de áreas vazias,
e não o interesse ou o lucro de um grupo particular. O
requalificação dos espaços, otimização da mobilidade
urbanismo deve assegurar a liberdade individual e, ao
urbana destacando as potencialidades paisagísticas,
mesmo tempo, favorecer e se aproveitar dos benefícios
logísticas e imobiliárias” (GROSSO, 2008, p.22).
da ação coletiva” (Carta de Atenas, 1933).
As múltiplas transformações que têm ocorrido
Na atualidade existem diversos termos
no espaço urbano abrangem não somente os vazios e/ou
específicos para os variados tipos de intervenções
lotes subutilizados, mas também centros históricos,
urbanas, porém dois serão utilizados como delimitação
áreas periféricas, entre outros; e todas essas
conceitual para melhor compreensão das dinâmicas que
intervenções devem ocorrer embasados nos projetos
pretendem ser aplicadas no desenvolvimento deste
urbanos que almejam a renovação desses referidos
trabalho: Revitalização e Requalificação Urbana; também
espaços.
será explanada a questão da Gentrificação e do O
cenário
capitalista
também
infere
Placemaking.
diretamente no processo de intervenção urbana a partir
De acordo SOTRATTI in IPHAN (2015), a
de produções culturais da cidade, com vista ao lucro, ou
revitalização urbana pode ser compreendida “como uma
seja, retorno financeiro, conforme destaca Arantes,
prática projetual ou um processo socioespacial liderado
Maricato e Vainer (2000).
estrategicamente por determinados grupos associados
Tais iniciativas, sejam elas grandes investimentos em equipamentos ou culturais de preservação e restauração de algo, é alcançado pelo status do patrimônio, constituindo, pois uma dimensão associada à primeira, na condição de isca ou imagem publicitária. [...] A medida que a cultura passa a ser o principal negócio das cidades, fica mais evidente para os envolvidos que a cultura passa a ser o principal negócio das cidades. (ARANTES, MARICATO, VAINER 2000, p.47)
ao planejamento urbano contemporâneo”. Os projetos urbanos tornam-se grandes aliados na estruturação da cidade contemporânea, uma vez que promovem não somente melhorias no espaço de intervenção, mas ampliam as conexões em escalas diversas muitas vezes regionais
_____________________________________________________________ REVITALIZAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO _ O valor estratégico de tais projetos está subordinado [...] à sua capacidade de provocar transformações significativas no espaço metropolitano, aumentando seu poder de atratividade e influência. Mais do que simplesmente melhorias urbanas pontuais e específicas, o planejamento urbano contemporâneo se revela, na intencionalidade de seus defensores, como um instrumento capaz de promover a agregação do território metropolitano e de organizar os fluxos que evitam a dispersão funcional e espacial. (MEYER, 2000 apud SOTRATTI 2015).
Bezerra et al (2014) defende que a revitalização urbana não compreende apenas áreas de preservação histórica, ela se faz sempre que é necessária a revitalização de uma área degradada, que apresenta uma subutilização ou começa a torna-se obsoleta. Nessa lógica, a cidade ao passar por uma reestruturação socioespacial, promove naturalmente a necessidade de desenvolver novas funcionalidades nos espaços urbanos degradados. A revitalização consiste na refuncionalização estratégica de áreas dotadas de patrimônio, ou seja, permaneceram
de objetos antigos
inalterados
no
processo
que de
transformação do espaço urbano, de forma a promover uma nova dinâmica urbana baseada na diversidade econômica e social (MOURA et al., 2006 apud SOTRATTI
ações de um planejamento urbano, como por exemplo, nas interferências voltadas a cultura, comércio, turismo e principalmente em empreendimentos habitacionais, devido a grande especulação imobiliária. É evidente que se a revitalização de uma determinada área não estiver pautada em um projeto urbanístico elaborado em conjunto principalmente entre profissionais e a população residente na região afetada, poderá acarretar sérios problemas socioeconômicos e interferir diretamente na vida das pessoas, pois a revitalização consiste em agregar valor a um determinado espaço e este fenômeno pode refletir diversos aspectos positivos e negativos (a exemplificação dos referidos aspectos serão organizados no gráfico 1 para facilitar a compreensão). O termo revitalização claramente sugere uma conotação de exclusão dos usos e de grupos sociais que ocupavam tais áreas antes da implantação dessa estratégia. (OLIVEIRA, 2002; ARANTES, 2000 apud SOTRATTI 2015, p.1) Já
o
termo
requalificação,
possui
intencionalidade oposta referente ao sentido excludente do termo revitalização; conforme SOTRATTI (2015) “a requalificação apresenta propostas alicerçadas na recuperação e valorização das origens e das verdadeiras representações sociais, humanizando e controlando o sistema de exclusão das cidades contemporâneas [...] e,
2015, p.1) É importante considerar que a revitalização não é um processo específico de áreas patrimoniais, mas
reinventando identidades baseadas em produções socioculturais locais”.
pode ser desenvolvido em qualquer área que esteja em
Para Bezerra et al (2014) as principais
situação de degradação, desvalorização, desuso,
concepções nos processos de requalificações urbanas
subutilização entre outros aspectos. O grande vetor de
têm aparecido em destaque para que se possa
preocupação inerente ao refuncionalismo dessas áreas
compreender toda essa dinâmica urbana contemporânea,
supracitadas são as ações dirigidas estrategicamente em
ainda mais em se preocupando em assimilar a essa
função do capitalismo incentivado indiretamente nas
dinâmica todo o valor histórico, cultural e social.
44
infraestrutura de tais áreas devem
O grande intuito no processo de requalificação
também
urbana é a promoção da integração principalmente da
ser
consideradas
nas
estratégias a serem empregadas na
população menos favorecida nos espaços revalorizados
requalificação. (SOLÁ-MORALES, 2001
estabelecendo assim, o convívio social por intermédio
apud SOTRATTI 2015, p.2)
das novas funções desenvolvidas no local. Solá-Morales (2001) in Sotratti (2015) evidencia as premissas a serem consideradas no processo de requalificação urbana:
Torna-se evidente a preocupação em torno da arquitetura já estabelecida em uma área de requalificação. Para Moura et al (2005) “as
45 Primeiramente, partir da análise da
requalificações urbanas [...] são, sobretudo, um
importância simbólica e arquitetônica
instrumento para a melhoria das condições de vida das
do patrimônio cultural, antes de se definir a política urbana ideal das
populações, promovendo a construção e recuperação de
intervenções. Apreciação da história,
equipamentos e infraestruturas e a valorização do
valor da memória e qualidade
espaço público com medidas de dinamização social e
estético-arquitetônico são alguns
econômica”.
elementos de análise ressaltados pelo autor. Da mesma forma, a potencialidade
econômica
e
a
A seguir o gráfico destaca os principais aspectos que norteiam o processo de revitalização e requalificação de uma determinada área.
__________________________________________ GRÁFICO 2 – A N ____________________ SPECTOS
ORTEADORES
Projetar
Organizar
Transformar
Agregar
Atrair
Influenciar
Integrar
Redefinir
Requalificação
Refuncionalizar
Revitalização
Planejar
Recuperar
Revalorizar
Controlar
Humanizar
Fonte: Elaboração própria (2017).
É preciso desenvolver critérios e ações que
existentes para que as ações aplicadas possam suprir a
possam caracterizar e delimitar as intensidades
carência urbanística e provocar de fato uma integração
intervencionistas
socioespacial, potencializando a melhoria na qualidade de
nesses
espaços, considerar
população e seu modo de viver, além dos equipamentos
a
vida das pessoas.
Figura 25 – Mosaico Vale do Anhangabaú e Região Central de São Paulo, SP. Fonte: Basumara / SMDU (2013)
c n cnx cn xnc nxnc xn cn xnx cn nc xn cn bbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
____________________________________________________________ _ ELITIZAR REQUALIFICAR SEM sempre define o fenômeno da gentrificação como o
processo que envolve a revitalização ou até mesmo
processo de expulsão dos moradores pobres de
requalificação de uma determinada área, por mais
determinada região por consequência de um conjunto de
contraditório que pareça, pode gerar consequências
medidas
extremamente negativas na vida da população local. Esse
hipervaloriza os imóveis e encarece os custos. Nesse
efeito contingente está intrinsecamente ligado aos dois
mesmo sentido, para Siqueira (2014)
socioeconômicas
e
urbanísticas
é
um
processo
que
fenômenos que serão abordados a seguir: Placemaking e
Gentrificação
de
a gentrificação. Apesar de serem conceitualmente muito
redesenvolvimento urbano que leva a elitização social e expulsão de grupos
parecidos, os dois fenômenos possuem métodos e
vulneráveis. Por outro lado, ela é baseada
resultados bastante distintos.
no processo de criação destrutiva do
A expressão “gentrification” foi utilizada
espaço urbano para a promoção de um
inicialmente pela socióloga britânica Ruth Glass, em 1964,
novo arranjo socioespacial que privilegia
ao observar as mudanças no setor imobiliário em
usos e usuários ligados à economia neoliberal [..] baseados no consumo de
determinados distritos de Londres. No entanto, foi o
estilos de vida, desenhos urbanos e
geógrafo também britânico Neil Smith na década de 1980
projetos arquitetônicos apoiados em um
e 1990 que a partir de estudos mais detalhados
novo padrão sóciocultural pós-moderno
sistematizou diversos processos de gentrificação
(SIQUEIRA, 2014, p. 409)
É importante considerar que a gentrificação não
concluindo-o como um fenômeno social instaurado nas
provoca apenas a migração, mas também a precarização
cidades contemporâneas. A arquiteta e urbanista Raquel Rolnik em entrevistas e artigos relacionados às questões urbanas
da vida dos moradores. A seguir o gráfico convergente mostra as etapas que desenvolvem da gentrificação:
__________________________________________ ____________________ G U E
GRÁFICO 3 – ETAPAS DA
ENTRIFICAÇÃO DE
Especulação
M
Encarecimento
Expulsão
Estigmatização
Abandono
SPAÇO
Gentrificação
Comercialização
Fonte: Elaboração própria (2017).
47
Conforme já mencionado anteriormente, o
_____________________________________________________________ GENTRIFICAÇÃO X PLACEMAKING _ O inicio desse fenômeno está relacionado ao
Para contornar os efeitos supracitados, a ações
abandono e degradação de uma determinada área ou até
fomentadas no processo placemaking ganha destaque na
mesmo nos equipamentos urbanos que ofertam
atualidade por conter elementos bastante peculiares e
educação, saúde, esporte, lazer etc. A comunidade
divergir dos princípios norteadores do fenômeno da
inserida nesse cenário de descuido tende a diminuir a
gentrificação. O placemaking pode ser considerado como
sua qualidade de vida, bem como aumentar a margem de
um processo de planejamento qualitativo de espaços
pobreza e insegurança do local, que por sua vez, chama
públicos de forma a contribuir para o bem estar da
atenção da mídia que passa a intervir através de
população local. Para Heemann et al (2015) os
denuncia e exposição da realidade; esta é a etapa da
placemakings são espaços públicos que estimulam
estigmatização. Logo, grupos imobiliários começam especular imóveis e terrenos com potencial para o desenvolvimento
interações entre as pessoas em si e entre as pessoas e a cidade, promovendo
comunidades
mais
de empreendimentos e esse processo de desvalorização
saudáveis e felizes [...] abrange o
da região em paralelo à especulação imobiliária é
planejamento, o desenho, a gestão e a
gradativo e pode durar anos. Conforme as interferências
programação de espaços públicos. Mais
vão acontecendo, a revitalização tende a promover o
do que apenas criar melhores desenhos
encarecimento da região e consequentemente o aumento
no
custo
de
vida,
promovendo
urbanos
para
esses
espaços,
Placemaking facilita a criação de atividades
e conexões (culturais,
direta/indiretamente a expulsão dos moradores
econômicas, sociais, ambientais) que
originários por meio de acordos, à força ou até mesmo
definem um espaço e dão suporte para
por não conseguir manter-se no novo padrão de vida. Com a região revitalizada e o preço da propriedade já valorizado, surge a comercialização do “novo espaço”, atraindo novos olhares e promovendo um novo circuito cultural; este é o fenômeno da “gentrificação”. É importante salientar que a gentrificação pode ou não estar atrelada aos interesses do governo ou ser consequência de um projeto urbanístico mal elaborado. Muitas vezes, o fenômeno é espontâneo, guiado pelos interesses socioeconômicos inerentes no processo de valorização e desvalorização dos espaços urbanos ao longo do tempo. Outro elemento motivador é a migração da população de um bairro de classe alta para outros locais, devido, por exemplo, a saturação da região de origem.
a sua evolução. (HEEMANN et al 2015, p.10)
A idealização dos placemakings foi oriunda do escritor William Holly Whyte nos anos 1970 que consiste em promover ideias inovadoras sobre o desenvolvimento das cidades, focando na importância de espaços vivos e convidativos, primando sempre pela população residente do local e suas necessidades e aspirações. Heemann et al (2015) ainda ratifica a importância de saber olhar, ouvir e fazer perguntas para os moradores que vivem, trabalham e frequentam um determinado espaço; “a visão da comunidade é essencial para o processo de Placemaking, assim como a compreensão do espaço e das formas como ótimos lugares incentivam conexões sociais e iniciativas bem sucedidas”. Atualmente é cada vez mais necessário pensar em projetos urbanos que atendam não somente as
48
expectativas técnicas estruturantes da cidade, mas que promovam ações integradoras de socialização e interação homem-cidade. A ideia de desenvolvimento de
9 Project For Public Spaces – Conhecido como PPS, trata-se de uma organização sem fins lucrativos de Nova York, EUA. O tema é aprofundado pela Publicitária Jeniffer Heemann e a Marketeira Paola Santiago - no Guia do “Espaço Público Para Inspirar e Transformar”.
espaços públicos torna-se neste anseio uma excelente articulação para se alcançar tais objetivos. De acordo a Project For Public Spaces 9 in Heemann (2015) após realizar milhares de estudos concluiu que para o desenvolvimento de espaços públicos 49
são necessários o uso de quatro qualidades essenciais, a saber:
_________________________________________ ____________________ GRÁFICO 4 – E P S Q F SPAÇO
Pessoas de todas as idades e condições físicas devem conseguir chegar ao espaço e se locomover nele.
ÚBLICO E
UAS
UALIDADES
UNDAMENTAIS
O espaço deve ofertar diferentes atividades e permitir a realização de diversos usos
O espaço deve ser convidativo, possuir lugares para sentar, além de ter uma paisagem agradável
Ativo
Confortável
Acessível
Espaço onde as pessoas possam socializar, encontrar amigos ou até mesmo fazer novas amizades.
Sociável
Fonte: Elaboração própria (2017) com base em, Heemann (2015). Figura 26 – Parklets, SP Fonte: Guia do Espaço Público (2015)
Figura 27 – Largo da Batata, SP Fonte: Guia do Espaço Público (2015)
Figura 28 – Park(ing) Day, Dallas Fonte: Guia do Espaço Público (2015)
Figura 29 – Up Beer Garden – Louisville, Kentucky, EUA Fonte: Guia do Espaço Público (2015)
Evidente que os princípios que direcionam a
Espaço Público in Heemann (2015) estrutura os atributos
ideologia dos placemakings de fato são voltados à
norteadores para avaliar um espaço público de qualidade:
população. A seguir, o diagrama elaborado no Guia do
__________________________________________ ____________________ A E P
GRÁFICO 5 – DIAGRAMA DE
VALIAÇÃO DO
SPAÇO
ÚBLICO
50
Fonte: HEEMANN (2015)
Tomar decisões considerando a participação e
gentrificaçãofobia, segundo o crítico, “pode gerar um
opinião da comunidade é o que define o processo.
medo excessivo do progresso e atrasar projetos
Todavia, seja no projeto de revitalização, requalificação
necessários para comunidades. Avanços poderão
ou placemaking é preciso que o aprimoramento de locais
aumentar o valor dos terrenos, mas não precisam
(bairro, região etc) não veja visto como ameaça. O
desalojar os habitantes”. A forma de projetar bem como
urbanista Matthew Yglesias (2016) em um documentário
sua execução é que determinará os resultados.
Ponto de vista chama esse amedrontamento de
___________________________________________________________ _ O CÓRREGO
51
linha 11 da CPTM. Com o loteamento dos bairros da Penha
A cidade de São Paulo, fundada em 1554
iniciado na década de 30, a região começou a ser
incialmente era dotada de um vasto sistema de água
adensada, seguindo a tendência da Zona Leste, um
doce, formado de grandes áreas úmidas e de rios como o
adensamento residencial de classe baixa. Com o
Tietê e Tamanduateí, considerados eixos fluviais
adensamento populacional da Zona Leste se deslocando
estruturantes para a cidade.
para o centro de São Paulo, houve a necessidade de
Os rios em seu curso natural, tendem a
construção de vias arteriais que contribuíssem para a
direcionar o crescimento das cidades, assim como
fluidez do trânsito, por esse motivo a prefeitura de São
ocorreu em São Paulo, onde as primeiras edificações
Paulo construiu a Radial Leste ligando a Zona Leste ao
foram estabelecidas no triangulo da Rua Direita, Rua 15
centro da cidade, na década de 70.
de Novembro e Rua São Bento, na colina entre os rios
Como a Radial Leste não supria a demanda de
Tamanduateí e Anhangabaú. Nesse período, os rios
transporte da região, ainda na década de 70, teve inicio a
paulistanos tinham papel de configuração da paisagem da
implantação da linha 3 - vermelha do metrô, que só foi
cidade que se desenvolvia ao redor de suas várzeas.
concluída em 1986. Devido a esta obra, o córrego Rincão
No entanto, decorrente do crescimento urbano
foi canalizado e em muitos trechos foi soterrado.
ao longo dos anos, houve-se a necessidade de
Seguindo o Plano Diretor de Macrodrenagem da
estruturação da metrópole, interligando fluxos viários e
Bacia do Alto Tietê foram implantados três reservatórios
hídricos. Cronologicamente, esse processo é comandado
d’água para controle de enchentes, no trecho do córrego
pela implantação sucessiva de ramais ferroviários,
Rincão, na área de projeto deste trabalho, entre os
canalização de rios e córregos, ambos iniciados na
metrôs Penha e Vila Matilde, em 2002.
segunda metade do século XIX; pela implantação do
Como este córrego participa do projeto Córrego
sistema viário estrutural com a construção de marginais,
Limpo promovido pela SABESP em 2007, já está previsto
entre as décadas de 50 e 80; e pela aprovação de
para ele a ampliação e melhoria do sistema de coleta,
normas e regulamentações de uso e ocupação de terra
além de afastar por completo o esgoto da região do
que incidem diretamente sobre as várzeas, desde os
sistema fluvial.
anos 70 até os dias atuais.
O Plano Regional Estratégico da Subprefeitura
O Córrego Rincão, por estar inserido na área de
da Penha, em suas diretrizes para a rede estrutural
intervenção selecionada, faz parte do processo de
hídrica prevê para o local um caminho verde (Lei
análise e estudo in loco para entendimento de sua
13.885/04) com intuito de desenvolver formas de
importância e influência para a região. O referido
trabalhar a paisagem e a macro drenagem da região. A
córrego faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio
proposta projetual existente para o Córrego Rincão é a
Aricanduva que por muitos anos apresentou grandes
renaturalização das margens, que teria como
problemas de enchente, devido a região ter crescido
consequência um processo natural de purificação das
exacerbadamente, sem planejamento urbano.
águas, além de aumentar a área permeável do solo,
O córrego passou por diversos processos de
aumentando
consequentemente
o
potencial
de
intervenções urbanas, iniciando em 1886, com a
armazenamento dágua. Como o córrego segue lindeiro às
implantação da Estrada de Ferro São Paulo- Rio, atual
linhas de trem e metrô, um parque seria proposto ao
_____________________________________________________________ CÓRREGO E RESERVATÓRIO DE AMORTECIMENTO RINCÃO _ O monitoramento, limpeza e segurança dos piscinões é longo de todo córrego R prevendo áreas de interação INCÃO social e ambiental, percorrendo toda a extensão em
responsabilidade das prefeituras onde se localizam. O
paralelo desde o metrô Penha, onde o córrego deságua
município de São Paulo administra 20 piscinões (quatro
no rio Aricanduva, até o metrô Patriarca, de onde ele
construídos pelo DAEE, o Anhanguera, Jd. Maria Sampaio,
continuaria do outro lado da linha chegando até a sua
Sharp e Oratório).
nascente.
O Reservatório de Amortecimento Rincão, foi
Por fim, a proposta é satisfatória devido prevê
implantado no ano 2002 em caráter emergencial devido
diretrizes sustentáveis estabelecidas no PDE (Plano
as enchentes do Córrego Aricanduva, o que
Diretor Estratégico) que propõe um caminho verde,
descaracterizou a região que na ocasião era constituído
contribuindo para a melhoria ambiental e urbana da
de espaços esportivos e de lazer para os moradores. A
própria área e do seu entorno.
intervenção urbana efetuada sem dúvidas resolveu o
52
problema das enchentes e drenagens, no entanto, se não for realizadas intervenções de desassoreamento e
O RESERVATÓRIO DE AMORTECIMENTO
saneamento constante, o reservatório poderá sua eficiência de desempenho o que urbanisticamente
Visando primordialmente o combate às
representará um retrocesso.
enchentes na Região Metropolitana de São Paulo, por meio de uma abordagem integrada dos itens críticos em
A discussão sobre a implantação de atividades
todas as principais sub-bacias da bacia hidrográfica do
de lazer nestas áreas atravessa gestões governamentais
Alto Tietê, em 1998 foi elaborado o primeiro Plano Diretor
e sempre ficam barradas principalmente pela
de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, buscando
reclamação do risco de contaminação que estes espaços
complementar as necessárias obras de melhoria
podem gerar. Assim, o tempo passa e mais piscinões são
hidráulica dos rios Tietê e Tamanduateí com um conjunto
implantados e trancados por grades para evitar o
de soluções modulares, por sub-bacias, permitindo a
contato dos habitantes. O reservatório localizado na
execução das recomendações por etapas.
Penha segue o mesmo pressuposto de segregação
Com base nos estudos até então elaborados
urbana, apesar de possuir o parque linear ribeirinho e
pelo Governo do Estado, por meio do DAEE, a Região
ser usufruído pela população principalmente para
Metropolitana de São Paulo possui, atualmente, 51
caminhada, ainda apresenta vários problemas que
piscinões em operação e 2 em construção (um pelo DAEE
precisam ser sanados a partir de um projeto urbano
e outro pela Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos),
eficiente. Algumas propostas serão apresentadas nos
destinados ao armazenamento das águas das chuvas,
capítulos seguintes deste trabalho.
principalmente as pesadas chuvas do verão.
__________________________________________ C L (2012) ____________________
GRÁFICO 6 – PROGRAMA
ÓRREGO
IMPO
CÓRREGO
SUBPREFEITURA
POPULAÇÃO BENEFICIADA
Rincão
Penha
18.656
ÁREA (Km²) EXTENSÃO (Km) VAZÃO (L/s)
Zona Leste
0,97
0,32
0,22
Fonte: Elaboração própria
PROGRAMA CÓRREGO LIMPO
1998:início do Plano Diretor de Macrodrenagem
1930:Início do loteamento da Penha
1975:Início das obras do metrô
1986:Inauguração do metrô
1970:Construção da Radial Leste
Gráfico 7: Linha do tempo intervenções e propostas urbanas para Córrego e Piscinão Rincão Fonte: Elaboração própria (2017)
2008:Projeto corredor verde
2004:Início do Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Penha
2002:Costrução do Reservatório de amortecimento Rincão
2007:Início do projeto córrego limpo
INTERVENÇÕES E PROPOSTAS
3 Capítulo
INTERVENÇÕES URBANAS ESTUDOS DE CASO
Figura 30: City (2000) Fonte: www.pinterest.com
Estudo Referencial Urbanístico
Figura 30 – Adaptado. Dia Mundial da Arquitetura (2016) Fonte: http://www.au.pini.com.br
A realização de estudo de caso como premissa para o desenvolvimento de um projeto seja ele, de
respectivos
projetos
urbanísticos
que
estarão
organizados considerando as seguintes dimensões:
arquitetura ou de intervenção urbanística é uma 57
ferramenta de suma importância para a compreensão de
Programática:
Trata-se
de
um
projeto
elementos básicos que devem ser observados como a
urbanístico/paisagístico
implantação, forma, função e estrutura utilizada.
Corporativo Coyoacán na Cidade do México –
Compreender as estratégias aplicadas pelo
no
Campus
México.
arquiteto, às soluções apresentadas e seu embasamento
Linguagem/Plástica: Projeto referencial que
teórico; proporciona ao pesquisador/observador uma
atravessa o parque Qinhuangdao em Hebei –
análise crítica inerente à postura diante do
China.
desenvolvimento do projeto, bem como os resultados
Tectônica: Projeto da Praça Victor Civita,
alcançados que podem ser ou não satisfatórios. Todo
localizado no bairro de Pinheiros, São Paulo –
esse repertório adquirido através do estudo de caso
Brasil.
agrega conhecimento, referência e serve de inspiração e partido para o projeto que se pretende desenvolver. A seguir, serão criticados cinco estudos de caso através de uma leitura aprofundada de seus
Expressão Gráfica: Projeto Parque Municipal da Tamarineira. Projeto classificado 3º lugar no concurso nacional de projetos desenvolvido pela prefeitura de Recife / IAB-PE. Crítica: Projeto Nova Luz, localizado no bairro Santa Ifigênia, São Paulo – Brasil.
____________________________________________________________ _ Figura 31 – Experiência humana na construção da arquitetura (2015) Fonte: http://www.vitruvius.com.br/
ESTUDO DE CASO I CAMPUS CORPORATIVO COYOACÁN
58
O Campus Corporativo Coyoacán se destaca
entre
muitos
outros
conjuntos corporativos e complexos de escritórios em diferentes áreas da cidade do México. O contexto e o estado original do edifício ditaram consideravelmente a vocação deste a possuir caráter horizontal e adaptarse à escala de caráter mais humana de construções e ruas do entorno. (CORONA et al., 2013 apud Pedrotti
Figura 32 -DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) Fonte: www.archdaily.com.br/
(2015)
59
O projeto destina-se a um complexo de
O projeto externo é formado por plataformas de
laboratórios farmacêuticos com oficinas no térreo. O
madeira que se transformam em muros baixos, rampas e
destaque projetual está no exterior do conjunto a partir
platôs que contém a vegetação desenhados e planejados
das articulações que se desenvolvem entre um edifício e
para dar flexibilidade aos espaços sem bloquear as
outro; essa relação intrínseca entre o interior e o
vistas, dando a sensação de profundidade aos exteriores
exterior se faz mais visível com o uso de elementos
e assim integrando toda a paisagem.
arquitetônicos tanto nos edifícios como na paisagem.
Planta baixa – Implantação / Acessos
Figura 33 – Imagens DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) Fonte: www.archdaily.com.br/
LEGENDA 1 - Circulação pessoas 2 - Circulação veículos 3 - Rampa estacionamento 4 - Edifícios 5 - Doca 6 - Áreas verdes Entrada principal Entrada/saída doca Entrada veículos Saída veículos
Figura 34 – Planta baixa - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) Fonte: www.archdaily.com.br/
61
A
Planta baixa - Recorte Acesso principal.
A
N
N
62
Planta baixa I – Recorte pátio intermediário.
N
Corte AA – Acesso principal
N
Figura 35 – Planta baixa I / II / Corte AA - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) Fonte: www.archdaily.com.br/
Planta baixa II – Recorte pátio posterior.
ESTUDO DE CASO II
63
O Red Ribbon (fita vermelha) que atravessa o
O referido projeto torna-se inspirador quanto a
parque Qinhuangdao pode ser visto no contexto do
sua plástica devido à intencionalidade do escritório de
terreno natural e da vegetação, de cerca de 500 metros
arquitetura em respeitar a dinâmica natural já existente,
(547 jardas), integrando as funções de iluminação,
incorporando elementos integradores à paisagem natural
assentos, interpretação ambiental e orientação.
de forma a reorganizar o local que anteriormente era
Conservando o mais natural possível o corredor fluvial,
mal cuidado e inacessível. Todas as interferências
esse projeto demonstra como uma solução de design
realizadas ao longo do rio preservaram os habitats
minimalista pode alcançar uma melhoria dramática para
naturais, porém introduzindo ao espaço novas
a paisagem. (TURENSCAPE, 2007 apud MÁRQUEZ, 2013)
oportunidades de lazer e educação ambiental.
Figura 36 – Imagem I - Parque Red Ribbon - Escritório Turenscape, (2007) Fonte: www.archdaily.com.br/
PARQUE RED RIBBON
Planta Implantação
Figura 37 – Imagens II - Parque Red Ribbon - Escritório Turenscape, (2007) Fonte: www.archdaily.com.br/
ESTUDO DE CASO III PRAÇA VICTOR CIVITA O projeto representa exemplo do grande desafio urbanístico, social, político e cultural
que
as
grandes
(HELM, 2011)
metrópoles
No desenvolvimento do projeto, considerou-se
A Praça é um
como pré-requisito a sustentabilidade e a valorização da
presente à cidade que ganha não apenas uma área
cultura e necessidades da população local. A partir
recuperada da degradação e contaminação, como
dessa premissa foi elaborada diretriz e desenvolvida
também um Museu Vivo, onde a população tem a
ações para redução de entulho, reuso de água,
oportunidade de aprender e refletir sobre
manutenção da permeabilidade do solo, além de
processos de construção sustentáveis, economia
promover baixo consumo de energia, utilização de
contemporâneas enfrentam. 67
energética, e responsabilidade socioambiental.
materiais
reciclados, legalizados
e certificados.
Figura 38 – Imagem I – Praça Victor Vicita - Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch (2007) Fonte: www.archdaily.com.br/
LEGENDA 1
Exposição de arte temporária
6
Camarins
11 Deck suspenso
16 Salas urbanas
2
Oficina das crianças
7
Arquibancada e banheiros
12 Ginástica
17 Deck de concreto leve - permeável
3
Área de show
8
Centro de exposições
13 Centro da terceira idade
18 Jardins existentes
4
Play ground
9
Jardineiras - Lab de plantas
14 Área interativa - blocos de xadrez
19 Núcleo CETESB
5
Jardim vertical
10 Sistema de filtragem e reciclagem de águas servidas
15 Irrigação por gravidade
20 Entrada principal
69
Corte longitudinal 1
Corte longitudinal 2
Corte transversal
70
CORTE TÍPICO DECK DE MADEIRA
AXONOMÉTRICA DECK DE MADEIRA
LEGENDA 1
Fundação aflorada - estacas metálicas
6
Viga metálica
2
Viga I metálica
7
Captação de águas pluviais para reuso
3
Estrutura mista de madeira e metal
8
Estrutura mista de madeira e metal
4
Réguas de madeira legalizada
9
Réguas de madeira legalizada
5
Muro contenção - jardineiras tec-garden
AXONOMÉTRICA JARDINEIRA COM SISTEMA DE AUTOIRRIGAÇÃO TEC-GARDEN
CORTE TÍPICO-JARDINEIRA
LEGENDA 1
Regularização do terreno (areia e brita)
6
Terras para plantio
2
Manta de borracha
7
Ralo esférico
3
Placa ardósia (60x60cm)
8
Boia para controle do nível da água
4
Pedestal piso elevado
9
Espera para rega
5
Divisórias de ardósia
SISTEMA DE AUTOIRRIGAÇÃO TEC-GARDEN
72
LEGENDA 1
Placa de tec-garden
2
Vegetação
3
Infiltração
4
Armazenamento
5
Rega por capilaridade
Jardins Os jardins foram plantados obre este sistema de Tec Garden, construído 60 cm acima do nível do solo. A água da chuva, armazenada entre a manta de borracha e a ardósia, é transportada por absorção pela fibra de coco para irrigar os vegetais.
73
02
Deck Uma estrutura de 350 toneladas de aço, recoberta com 160 m² de madeira legalizada de 1600 m² de placas de concreto foi construída para isolar o passeio das áreas degradadas. A uma distância de um metro do solo original, os usuários ficam protegidos e ainda ganham um percurso de mais de 600 m para caminhadas.
01
Espelho D’água A água da chuva e o esgoto do prédio do museu – previamente tratado – são transportados por canaletas até o sistema de alagados. Depois de passar por filtro de cascalho e plantas aquáticas, a água cai, por gravidade, no espelho d’água para ser reutilizada.
03
04
Solo As cinzas geradas no incinerador foram enterradas no terreno da praça. Isso contaminou o solo e as águas subterrâneas. A solução foi colocar uma camada de 50 cm de terra nova em toda a área. Foi 3500 m³ de terra limpa, o suficiente para encher duas piscinas olímpicas.
Figura 39 – Perspectiva da Praça Victor Vicita - Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch (2007) Fonte: www.archdaily.com.br/
ESTUDO DE CASO IV PARQUE MUNICIPAL DA TAMARINEIRA
O referido projeto faz parte do
em 3º lugar – trabalho nº 18 – Curitiba/PR; autoria de
concurso nacional de projetos para a
Guilherme Mendes.
implantação do Parque Municipal da
A
proposta
projetual
possui
o
titulo
Tamarineira – Recife – Pernambuco,
“Preservação e Requalificação do ‘Oásis Urbano’” e tem
desenvolvido pela Prefeitura Municipal de
trata-se de um espaço público de valor simbólico,
Recife / IAB-PE. O projeto foi classificado
composto basicamente pelo edifício do Hospital Ulysses Pernambucano e uma densa área verde, “Oásis Urbano”. O novo parque vem representar esse valor com ações simples de preservação, conectividade e infraestrutura. (MENDES, 2011 apud EDITORES, 2011).
Figura 40 – Pranchas de Arquitetura – Concurso Parque da Tamarineira – IAB/PE (2011) Fonte: https://concursosdeprojeto.org/
O projeto supracitado foi selecionado como
layout com uma moldura central e seis caixas
expressão gráfica, primeiramente pelo padrão visual que
subdivididas nas áreas adjacentes, superior e inferior da
através do uso de tons acinzentados propôs uma
folha.
composição bastante singular ao projeto. Outro fator
Por fim, na quarta prancha o layout da primeira
importante a ser considerado no desenvolvimento das
foi retomado, utilizando a planta de implantação com
pranchas foi à estratégia de diagramação e organização
tonalidade mais clara, como fundo da folha, destacando
dos espaços da folha que foi aproveitado de maneira
apenas a planta baixa do projeto. Os cortes foram
eficiente utilizando todo o espaço disponível.
alocados na base da prancha findando a leitura sistêmica
É possível perceber pela grade de diagramação
de todo o projeto. O carimbo foi disposto nas duas
da prancha que o autor preocupou-se em desenvolver
primeiras folhas na parte superior e nas duas últimas na
uma ordem sistemática de leitura e interpretação onde:
parte inferior.
Todas as pranchas possuem fundo preenchido com
Com base na análise da organização e
imagem com tons mais suaves. Na primeira prancha o
apresentação do projeto, conclui-se que todo o conteúdo
memorial foi disposto em duas colunas ocupando duas
foi acomodado obedecendo a uma lógica de ordenação
caixas/molduras e o restante do espaço foi ocupado com
através de uma modulação imaginária que definiu toda a
elevações e planta de localização; a mesma sequência foi
organização das pranchas, bem como conduziu a leitura e
considerada na segunda prancha. Já na terceira, o autor
interpretação da mesma.
desenvolveu um mosaico de imagens organizando o
ESTUDO DE CASO V PROJETO NOVA LUZ O projeto Nova Luz, trata-se de um Projeto
O projeto urbanístico Nova Luz, dentre as
Urbanístico Específico (PUE) de responsabilidade da
diversas propostas previa a criação de bulevares,
Secretaria Municipal de Planejamento e do consórcio de
ciclovias, prolongamento de calçadas, qualificação dos
empresas que prevê soluções urbanísticas para o espaço
sistemas modais, revitalização do patrimônio histórico
público. Basicamente o projeto propunha a revitalização
entre outros. Foram propostos eixos de articulação
da região popularmente conhecida como
destinados a entretenimento, tecnologia e ocupação
“Cracolândia”, localizada no centro da
residencial, com objetivo de quantificar a oferta de
cidade, entre as avenidas Duque de Caxias,
unidades habitacionais, comerciais e de serviços da
Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero e a Rua
região.
78
Figura 41 – Área de intervenção – Projeto Nova Luz (2013) Fonte: https:// www.jaimelerner.com
Mauá – no bairro da Santa Ifigênia.
No entanto o que torna o projeto Nova Luz ruim?
executantes de obras: Quer dizer, vamos conseguir uma coisa que é muito importante: a democratização do espaço urbano, revertendo, portanto, essa tendência de segregar, de fechar, de ter uma Cidade dos ricos, uma Cidade dos pobres. O que se quer é uma área nobre, uma área qualificada, uma área de excelência, equipada com serviços públicos, equipada com transporte coletivo, exatamente para permitir o acesso de toda a população, uma área nobre, aberta ao desfrute de toda a coletividade (Processo nº 01-87/2009, p. 52)
Desde o início de seu desenvolvimento, o Projeto Nova Luz foi alvo de diversas críticas com primazia principalmente pela falta de participação popular efetivamente. A falta de clareza inerente aos objetivos, princípios, diretrizes e instrumentos que seriam utilizados
projeto
preocupou
moradores
e
comerciantes da região. Na audiência pública de 14 de abril 2009, Antônio Donato (vereador) disse que a concessão da Nova Luz seria um “cheque em branco”, devido à votação
Em entrevista concedida a Folha de São Paulo, o
da lei que permitiria a intervenção por parte da iniciativa
profº da Faculdade de Arquitetura e Urbanimo da USP –
privada antes mesmo de saber quais seriam as
Lucio Gomes Machado, concluiu que as ações da
intervenções em si, propriamente ditas. Tal inquietação
Prefeitura de São Paulo atenderiam apenas ao mercado
por parte dos moradores e comerciantes foi devido à
imobiliário “a prefeitura vem se omitindo do papel de
apresentação do projeto de lei de forma bastante
planejamento físico-territorial da cidade e abrindo frente
genérica realizada pelo jurista Adilson Dallari, que
para o mercado imobiliário”. (MACHADO, 2010 apud
defendeu a intervenção do poder público e a sociedade
SPINELLI, 2010)
civil, atribuindo as empresas privadas como apenas
Figura 42 – Tipificação e destinação de lotes e edificações (2011) Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/
79
no
De acordo o PUE DA Nova Luz, os princípios do
serviços, comércios e institucional. Na tabela abaixo, é
uso do solo baseiam-se no uso misto com ênfase
possível concluir entre os diferentes tipos de uso do solo,
principalmente aos empreendimentos habitacionais,
de fato a primazia para o aproveitamento residencial
porém considerarão também áreas destinadas a
seguido do comércio.
TABELA 3 – PROJETO NOVA LUZ – USO DO SOLO RENOVAR USO
MANTER AC (M²)
Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL
533.735 364.769 188.281 55.127 74.144 1.216.056
USO Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL
RENOVAR AC (M²) 504.665 190.096 144.921 51.559 40.719 931.960
USO Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL
PROPOSTO AC (M²) 29.070 174.673 43.360 3.568 33.425 284.096
USO Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL
CENÁRIO FUTURO AC (M²) 375.080 179.364 193.224 27.785 295.660 7.949 1.079.062
USO Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL
AC (M²) 879.745 369.460 338.145 79.344 336.379 7.949
2.011.022
Fonte: Elaboração própria (2011)
No entanto, quando o Estudo de Viabilidade
do Instituto Polis (Entrevista concedida ao Estadão, 2010)
Econômica, Mercadólógica e de Situação Fundiária para o
"É importante que esse projeto urbano evite a
projeto foi desenvolvido, observou-se que o ganho bruto
'espetacularização' da cidade, voltada somente para a
entre o que seria pago na desapropriação e o que seria
viabilização de negócios imobiliários."
cobrado dos novos empreendimentos da área seria
A ineficiência do projeto aos poucos passou a
bastante discrepante. O Estudo de Viabilidade (2011)
tornar-se desinteressante para o capital privado e as
apontou:
áreas já demolidas provocaram uma desordem Essa valorização delimita o público que terá condições de adquirir esses imóveis. (...) Estima-se que os imóveis HIS de 37 m2 serão acessíveis para famílias com renda mensal superior a 7 salários mínimos e, no caso dos imóveis HIS de 50 m2, serão acessíveis para famílias com renda mensal superior a 10 salários mínimos. Para alojar famílias de menor poder aquisitivo nessas áreas, necessariamente haverá a necessidade de transferências, que podem vir na forma de subsídio público (ESTUDO DE VIABILIDADE – PROJETO NOVA LUZ, 2011)
Através de um cenário duvidoso quanto às garantias em diversos pontos do projeto
Nova
Luz,
diversos
arquitetos
urbanistas externaram preocupação quanto ao desenvolvimento e contemplação da Operação Urbana Nova Luz, como também as ações que seriam tomadas em relação à população em situação de rua. Para o urbanista Kazuo Nakano,
Figura 43 – Manifestação contrária à Nova luz durante audiência pública (2011) Fonte: https://raquelrolnik.wordpress.com/
principalmente para o caos da chamada “Cracolândia”, que se deslocou para além do perímetro da Nova Luz, após intervenção da Policia Militar na região. Projetos mal planejados, pautados no interesse de capital e supervalorização de regiões, sem a participação efetiva da população, tendem a excluir os moradores, gerar uma desarmonia social e geográfica, provocando na maioria das vezes o processo de gentrificação da região e/ou “transferência de um problema social de uma região para outra”.
80
A seguir o quadro semântico sintetiza as principais características inerentes aos cinco estudos de caso supracitados: TABELA 4 – SÍNTESE DE ESTUDOS DE CASO ESTUDOS DE CASO PROJETO
DADOS
IMPLANTAÇÃO
● Localização: Bairro Coyoacán - Cidade do México / México
● Co ple o de la o ató ios farmacêuticos
● A uitetos: DLC Arquitectos
● Dese volvi e to de quatro edifícios
● A o do p ojeto:
● Dese volvi e to de pátios, plataformas e praças
Campus Corporativo Coyoacán
PROGRAMA ● Positivo: P ojeto fle ível, articula interior com o exterior de modo a promover vistas abertas ● Positivo: Utilizaç o de platôs em diferentes níveis dão sensação de profundidade e integra à paisagem. ● Negativo: T ata-se de u empreendimento particular que não se conecta com a comunidade
● Lo alizaç o: Cidade Qinhuangdao - Hebei / China
● O pa ue foi i pla tado no rio Tanghe na margem urbana central de Qinhuangdao
● A uitetos: Tu e s ape
● O local foi coberto por vegetações nativas, proporcionando habitats variados para diversas espécies; ● Impl a ntou-s e ci nco pa vi l hões a o l ongo da Fi ta
● A o do p ojeto:
7
● Á ea: . ● Tipo do p ojeto: Paisagístico
calçadão, iluminação, casa de chá e ciclovias
Vermel ha , a l ém de
● Impl a ntou-s e cruzamentos e passagens para animais de pequeno porte
● Localização: Bairro Pinheiros - São Paulo / Brasil
● Implantação: Praça
● A uitetos: Levisk Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch
● laboratório de plantas com espécies em pesquisa para produção de biocombustíveis, hidroponia, renovação de solos, fitoterapia e engenharia genética
● A o do p ojeto:
● Siste as o g i os pa a o reuso de águas pluviais e servidas
Praça Victor Civita
7
● Tipo do p ojeto: Urbanístico ● Ca a te ísti a espe il: Sustentável
SUSTENTABILIDADE
CONCLUSÃO
● Estilo: A uitetu a contemperânea
● Utilizaç o de ate iais de baixa manutenção e alta duração
● I teg aç o da a uitetu a com a paisagem
● Edifí ios: Utilizaç o de granito basáltico com acabamento rugoso nas paredes e pisos
● Forma: Geométrica com diferentes tamanhos e orientações
● Uso de vegetações endêmicas da Cidade do Méximo
● I te elaç o e t e diferentes áreas (interior e exterior)
● Edifí ios: Utilizaç o de tijolos vernacular
● A uitetu a ho izo tal
● E te o: Platafo madeira
LINGUAGEM as de
● O p ojeto da fita ve elha foi implantado considerando o curso fluvial natural do rio.
● Utilizaç o de adei a as passarelas, assentos
● O Red Ri o (Fita Vermelha) integra funções de iluminação, assentos, interpretação ambiental e orientação
● P ese vou-se os ha itats naturais ao longo do rio
● Utilizaç o de fe o a estrutura da casa de chá, luminárias
●O Red Ribbon foi concebido como um elemento vivo dentro de um ambiente de vegetação verde e água azul curvandose ao terreno.
● I se ç o de pla as de interpretação ambiental
● Positivo: Os pavilhões implantados fornecem proteção contra a luz solar intensa
● O p ojeto possui desig minimalista de forma a integrar a paisagem
● O p ojeto a te seus processos ecológicos e serviços naturais intactos
● Positivo: Área recuperada da degradação e contaminação
● Uso de de k de adei a certificada que pousa sobre o terreno, sustentada por estrutura metálica
● O de k se este de a diagonal do terreno, propondo um percurso que enfatiza a perspectiva natural do espaço e convida o usuário a percorrer os caminhos da Praça.
● P ojeto o t i ui pa a redução de entulho, baixo consumo de energia, reuso de água
● Uso de Pa alelepípedos e concreto
● O deck se desdobra do plano horizontal ao vertical com formas curvilíneas, criando ambientes que se delimitam pela tridimensionalidade da forma
● O p aça utiliza ate iais reciclados, legalizados e certificados
● Positivo: Toda a e te s o da Fita Vermelha possui fachos de luz no interior que brilha a noite, contribuindo para a iluminação do local.
● Positivo: A praça possui proposta educativa, que de maneira interativa conscientiza a população usuária inerente a soluções de recuperação e remediação de áreas contaminadas ● Positivo: A praça possui espaço para exposições temporárias e realização de cursos
● Arena coberta, revitalização do incinerador (atual museu de reabilitação), centro da terceira idade e Núcleo de
● A Fita Ve elha foi com fibra de vidro.
● Siste a te irrigação
iada
ológi o de
● Pa ue, pla g ou d
● De sa ea ve de "oasis urbano", biblioteca, restaurante e café
●Positivo: O pa ue é público e consiste em um excelente espaço de integração social
● Co eto utilizado as calçadas e estruturas e revestimentos préfabricados nos edifícios
● A o do o u so:
● Hospital Ul sses Pernambucano, centro de eventos
● Negativo: des ata e to de árvores existentes
● Utilizaç o de osai o português na área de lazer e comércio
● Tipo do p ojeto: Urbanístico
● Quios ues, ea esportiva, espaço de contemplação e lazer
Parque Municipal da Tamarineira e Me des
● O pa ue p o ove integração social, pois serve como espaço de encontros sociais.
● O pa ue possui ambientes convidativos e agradaveis como os quatro jardins de flores ornamentais perenes nas cores branco, amaelo, roxo e azul
● O projeto é considerado um "museu vivo" devido possibilitar a população aprender e refletir sobre processos de construção sustentável, economia energética e responsabilidade socioambiental ● O projeto busca usar o espaço como catalisador de desenvolvimento comunitário, cultural e educacional, a partir de parceria de instituições como Verdescola, CETESB, GTZ e MASP
● Ma ute ç o de permeabilidade do solo
● Utilizaç o de ate ial reciclado (canos) e naturais (Casca de côco) no sistema
● Pisos e i lovias de sai o, utilizando em suas bases "caco de tijolo"
● Auto : Guilhe
● Vegetaç o i teg ada arquitetura
● O Red Ri o (Fita Vermelha) atravessa o parque considerando o perfil natural topográfico e da vegetação
● Positivo: Dese volveu-se novas oportunidades de lazer e educação ambiental
●Positivo: O pa ue é totalmente aberto para a sociedade
● Localização: Recife Pernambuco / Brasil
● Utilizaç o do espaço externo pelos funcionários omo área alternativa para trabalho e reuniões informais.
● Edifí ios: Utilizaç o de estrutura mista (concreto e aço) ● Edifí ios: Utilizaç o de vidro nas fachadas
● Tipo do p ojeto: Arquitetura comercial
Parque Qinhuangdao
TECTÔNICA
● Racionamento energético alcançado com a utilização de placas solares
● O pa ue o o esposta de análise urbana e social propõe a recriação do ambiente natural, denominado de "afluente artificial" ● O pa ue possui característica delimitadora e de organização capaz de gerar permeabilidade visual com segurança para os usuários ● O talude i se ido a divisa do projeto tem objetivo de amenizar a sensação de parque x cidade
● Utilizaç o de adei a o eixo principal entre o centro de eventos e o estacionamento
● I se ç o da "infraestrutura verde" que funciona como bacia de contenção das águas pluviais ● Foi dese volvido o das no parque que coletam toda água excedente, além de vegetação que contribui para oxigenação da água ● Foi i pla tado u tu o coletor-extravasor que elimina água excedente por meio de gravidade
● O p ojeto visa o te pla ações básicas como: preservação, conectividade e infraestrutura
● As o e tu as s o símbolos que remetem as características climáticas locais, soltas como elementos leves que criam áreas sombreadas e bem ventiladas seguindo os princípios da sustentabilidade
● As vo es des atadas foram reaproveitadas nos edificios e áreas do parque
● Esta io a e to
Projeto Nova Luz
● Localização: Bairro Santa Ifigênia - São Paulo / Brasil
● Construção de bulevares e ciclovias
● Positivo: Criação de novos percursos com mais segurança e conforto aos pedestres
● A uitetos: Co essões urbanísticas
● P olo ga e to de calçadas e áreas arborizadas
● Positivo: Melhores conexões interno/extrerno atraves de avenidas e ciclovias
● A o do p ojeto:
● Dese volvi e to at aves de eixos: entretenimento, tecnologia e ocupação residencial
● Positivo: Melhores nos acessos ao transporte público metroviário, preservação de patrimônios e requalificação de edifícios
● Ilu i aç o e a igos de ônibus: alumínio e aço inoxidável
● Tipo do p ojeto: Urbanístico
● Qualifi aç o de ei os viários
● Negativo: Altos índies de demolição, assedio à imóveis por investidores e expulsão da população local
● Ba os: aço i o e concreto e lixeiras de chapa de aço galvanizado
● Negativo: Falta da participação efetiva da população no desenvolvimento do projeto e propostas de intervenção
● Golas de vo es: fe o fundido e concreto prémoldado
● Calçadas e uas: utilizaç o de granito e reuso de material de demolição no asfalto, além de blocos intertravado de concreto
● A i te ve ç o p oposta o projeto Nova Luz pretende resgatar a funcionalidade residencial da região, incorporando novos usos bem como ampliação e dinamização dos usos existentes
● O p ojeto possui u a aç o inclusiva com oportunidade para todos os grupos socioeconômicos, além da integração dos usos residenciais, comerciais, culturais, cívicos e educacionais
● Desenvolvimento de sistema integrado de água para qualificação de demanda de água na região
● Intensificação da gestão de mobilidade, fomento ao uso da bicicleta, aumento de áreas verdes através da criação de parques e praças
● I pla taç o de fo tes alternativas de água não potáel, como: aproveitamento de água da chuva e reuso ● Utilizaç o de d e age "bioretenção", através de jardins de chuva e instalação de sistema de energia solar
● O projeto Nova Luz apesar de possuir importantes vertentes de qualificação da região, torna-se insuficiente devido apresentar um desenho urbano excludente, principalmente da população local mais pobre.
● O odelo u a o apresentado, também carece de áreas potencializadas através da promoção de cultura voltados à prática cidadã local e do dia a dia.
Figura 44 – Mosaico – estudos de caso – imagens Archdaily (2017) Fonte: Elaboração própria
4
ENSAIO PROJETUAL
Figura 45 – Macro mural Pachuca (2015) Fonte: www.pinterest.com
_____________________________________________________________ _
85
Não diferente dos demais bairros de São Paulo,
Atualmente, apesar de o bairro ser considerado
a Penha surgiu a partir do aglomerado de famílias que
tipicamente residencial com a preservação de suas
viviam nas chácaras das redondezas, constituindo um
tradições, o mesmo vem atraindo o olhar da especulação
pequeno vilarejo. Com o processo de industrialização e
imobiliária principalmente nas áreas das intermediações
urbanização da cidade de São Paulo, a região tornou-se
das linhas de trem e metrô que cortam no sentido
uma
longitudinal praticamente toda a região leste de São
área
receptora
da
população
operária,
caracterizando o bairro até meados da década de 60
Figura 46 – Morro da Penha – Vista do viaduto Aricanduva (1986) Fonte: www.memorialdapenha/
como “bairro-dormitório”.
Paulo. O bairro da Penha possui um centro comercial
O desenvolvimento do bairro Penha inicia-se
que contribui para o desenvolvimento da região, além de
nos anos 70 timidamente através dos comércios locais;
possuir importantes vias/eixos viários estruturantes,
nesse período a região possuía poucas ruas
lojas de rua, o Mercado Municipal, Shopping Center e
pavimentadas, insuficiência no saneamento básico e
vários monumentos de sua história: famosa Basílica
equipamentos urbanos como saúde, educação e
Nossa Senhora da Penha, o Conservatório João Paulo II, a
transporte.
ladeira da Penha entre outros.
Em 1986, é inaugurada a estação Penha de
A proposta de estudo e desenvolvimento
Metrô que contribuiu consideravelmente para a
projetual deste trabalho está localizado em uma
modernização, promovendo o desenvolvimento de uma
complexa área entre as estações de metrô Penha e Vila
infraestrutura autossuficiente para a região com a
Matilde. Atualmente a área é subutilizada, agrega o
instalação de escolas particulares e públicas, aumento na
Piscinão Rincão, além de provocar a fragmentação da
frota de transporte coletivo, hospitais, bibliotecas e um
malha urbana existente, interferindo diretamente no
comércio bastante diverso.
deslocamento das pessoas.
_________________________________________________________ ÁREA DE IMPLANTAÇÃO _ INFORMAÇÕES GERAIS
Município: São Paulo – Zona Leste – SP Distrito: Penha Subprefeitura Regional: Penha Ruas: Av. Dr. Orêncio Vidigal (norte), Rua Alvinópolis (sul), Rua Mirandinha (leste) e Rua Cairo (oeste) Área de intervenção: 93.000 M² Bacia hidrográfica: Rio Aricanduva Córrego: Rincão (área de drenagem – reservatório de amortecimento) PDE – Lei 16.050/14: Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana
Figura 47 – Adaptado. Área de intervenção (2017) Fonte: https://www.google.com.br/maps
86
POLÍTICO ADMINISTRATIVO
Figura 48 – Adaptado. Mapa político administrativo (2017) Fonte: GEOSAMPA
Distritos
Distrito de intervenção
Divisa do município
Hidrografia
Área de intervenção
Logradouros
TABELA 5 – DISTRITOS DA PREFEITURA REGIONAL PENHA
Prefeitura Regional
Penha Fonte: Elaboração Própria. Dados: Infocidade (2017)
Distritos
Área (km²)
Artur Alvim
6,60
Cangaíba
16,00
Penha
11,30
Vila Matilde
8,90
TOTAL
42,80
TOPOGRAFIA
MAPAS TEMÁTICOS
Figura 49 – Adaptado. Mapa Topográfico (2017) Fonte: GEOSAMPA
Hidrografia
Curva de nível – Cota mestra
Área de intervenção
A topografia da região é bastante acidentada,
Córrego Rincão que funciona como receptor de afluentes
como é possível perceber no mapa topográfico acima. No
do Rio Aricanduva, além da construção do reservatório
entanto a área de intervenção está situada em um nível
de amortecimento que possui função de acumular
mais baixo em relação as áreas adjacentes.
temporariamente as águas pluviais para amortecimento
Essa baixa altitude na área de intervenção é decorrente principalmente devido a existência do
das vazões de cheias, bem como reduzir os riscos de inundações a jusante.
ESTUDO VOLUMÉTRICO Área de inserção do edifício
Área de inserção do edifício
Figura 50 – Cortes 01 Fonte: Elaboração própria (2017)
Rua Antônio Lamanna
Área de inserção do edifício
Calçada
Av. Dr. Orêncio Vidigal
Rua Antônio Lamanna
Córrego Rincão
Figura 52 – Mapa Topográfico Localização de Cortes Fonte: Elaboração própria (2017)
Figura 51 – Cortes 02 Fonte: Elaboração própria (2017)
CORTE 2
CORTE 1 Rua Mirandinha
25
0
Reservatório de Amortecimento / Parque Linear Ribeirinho
50
Córrego Rincão
CORTE 3
Reservatório de Amortecimento
Conforme imagem ao lado, a área de intervenção está evidenciada na coloração rosa, bem como demarcado a direção e posicionamento dos cortes volumétricos. A equidistância das curvas de nível é de 1 (um) metro. Por se tratar de um parque linear ribeirinho no entorno do Córrego Rincão e do Reservatório de Amortecimento Rincão, a área é desprovida de edificações; os espaços com potencial construtivo atualmente constituem vazios urbanos e subutilizados.
Para melhor compreensão das informações supracitadas foram elaborados 03 cortes volumétricos considerando toda a área de requalificação. A partir dos esquemáticos acima é possível verificar os lotes vazios que sofrerão intervenção direta construtiva e a relação desses espaços com as áreas que serão requalificadas mantendo suas atuais funções.
Figura 53 – Cortes 03 Fonte: Elaboração própria (2017)
Escala 1:1.800
Parque Linear Ribeirinho
Av Dr Orêncio Vidigal
200 m
100
Rua Alvinópolis
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
Figura 54 – Adaptado. Mapa Densidade Demográfica (2017) Fonte: GEOSAMPA
Dens. Demográfica (hab/ha) Até 92
146 - 207
351 – 30.346
92 - 146
207 - 351
Área de intervenção
GRÁFICO 8 – DADOS CENSITÁRIOS PENHA (2010) POPULAÇÃO
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
PENHA
PENHA
Com base no mapa acima, é possível identificar que a área de intervenção possui uma baixa densidade demográfica, principalmente se comparado aos arredores (predominantemente residencial). O espaço subutilizado proposto para requalificação, além de situar-se no eixo de
136.623
8539 (HAB/KM²)
estruturação urbana (consideravelmente comercial) está paralelo as linhas de trem/metrô, bem como vias arteriais que provocam diminuição
Fonte: Elaboração Própria. Dados: Infocidade (2017)
de população residente.
HIDROGRAFIA
Figura 55 – Adaptado. Mapa Hidrográfico (2017) Fonte: GEOSAMPA
Drenagem – Córrego Rincão
Bacia hidrográfica Aricanduva
Rio Aricanduva
Massa D’água Área de intervenção
Figura 56 – Córrego Rincão canalizado Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
Figura 57 – Canal trapezoidal Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
A área de intervenção está localizada na bacia hidrográfica do Rio Aricanduva, uma das principais bacias urbanas da cidade de São Paulo. Possui uma área de drenagem de 100,4 Km². Os cursos médio e inferior do Rio Aricanduva situam-se em áreas mais densamente ocupadas, que geram cheias de grande magnitude até o desemboque no Rio Tietê. Na década de 80, a Companhia de Metropolitano de São Paulo – Metrô efetuou a canalização do Córrego Rincão entre a sua foz e a estação Penha do metrô, por ocasião da Linha Leste. A Prefeitura de São Paulo deu continuidade à canalização do córrego no trecho sob a Radial Leste e entre as estações Penha e Vila Matilde, através da implantação de canal trapezoidal com revestimento de concreto, com incorporação de área de lazer lateralmente ao canal, na margem esquerda.
EIXO DE ESTRUTURAÇÃO URBANA
Figura 58 – Adaptado. Mapa Estruturação Urbana (2017) Fonte: GEOSAMPA
Ortofoto 2004 - MDC
Eixos de Estruturação da Transformação Urbana
Área de intervenção
Os Eixos de Estruturação da Transformação
potencializar o aproveitamento do solo urbano ao longo
Urbana articulam mobilidade e desenvolvimento urbano
da rede de transporte coletivo de média e alta
com o objetivo de reverter o modelo de estruturação
capacidade, bem como buscar a integração territorial
urbana e ampliar o direito da população à cidade,
das políticas públicas de transporte, habitação, emprego
reequilibrando a distribuição entre moradia e emprego.
e equipamentos sociais. (Gestão Urbana São Paulo 2017)
Trata-se de uma estratégica clara de otimização da infraestrutura existente que visa
Estes eixos de estruturação da transformação urbana são definidos pelas quadras inseridas na faixa de 150 metros
Figura 59 – Eixo de Estruturação Urbana – Área de influência (2017) Fonte: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br
de cada lado dos corredores de ônibus, bem como no raio de 400m ao longo das estações de metro e trem.
Vantagens para o eixo!
O que a cidade ganha!
Incentivo a construção de habitações; Uso misto e institucional; Implantação de equipamentos; Ampliação dos espaços públicos; Incentivo a fachada ativa e fruição pública no térreo; Estabelecimento da Cota Máxima do Terreno.
Tranquilidade para os bairros situados entre os eixos da rede; A cidade passa a ter maior ocupação onde a infraestrutura existente já está instalada; Os coeficientes de aproveitamento10 fora dos eixos urbanísticos passarão a ser no máximo 2.
10 Coeficiente de aproveitamento – Coeficiente de Aproveitamento é a relação entre a área edificada, excluída a área não computável, e a área do lote podendo ser:
a) básico, que resulta do potencial construtivo gratuito inerente aos lotes e glebas urbanos; b) máximo, que não pode ser ultrapassado; c) mínimo, abaixo do qual o imóvel poderá ser considerado subutilizado. Figura 60 – Situação Urbana Ilustrativa (2017) Fonte: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br
ZONEAMENTO
Figura 61 – Adaptado. Mapa de Zoneamento (2017) Fonte: GEOSAMPA
Área de intervenção
ZEUP
ZM
ZEU
ZEP
Praça canteiro
ZEIS-5
ZEIS-2
ZPR
ZEPAM
ZC
Zoneamento urbano é um instrumento utilizado
De acordo análise do mapa acima, percebe-se
nos planos diretores, através do qual a cidade é dividida
que a área de intervenção está localizada em uma Zona
em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas
Eixo de Estruturação da Transformação Urbana – ZEU; é
para o uso e a ocupação do solo, especialmente os
uma área organizada estrategicamente na cidade que
índices urbanísticos. (Ministério do Meio Ambiente 2017).
visa articular mobilidade e desenvolvimento urbano e aproximar emprego e moradia.
OUTORGA ONEROSA
Figura 62 – Adaptado. Mapa de Outorga Onerosa e Eixos Viários (2017) Fonte: GEOSAMPA
Área de intervenção
Ortofoto 2004 - MDC
Rede cicloviária
Linhas de Ônibus
Pontos de ônibus
Faixas exclusivas
Trem Metropolitano - Linha
Ferrovia
Outorga Onerosa A Outorga Onerosa é a contrapartida financeira paga para que um empreendimento possa construir além do coeficiente básico até o limite máximo. O Plano de Desenvolvimento Estratégico define as áreas dos eixos de transporte de média e alta capacidade, onde pode-se construir até 4x a área do terreno. Dessa forma, pretende-se induzir o adensamento construtivo e
habitacional ao longo dos eixos de transporte, preservando os miolos, conforme mapa acima, é possível identificar que a área de intervenção está localizada paralelo à via arterial Radial Leste, entre as estações Penha e Vila Matilde do metrô, no qual ambas possuem terminais de ônibus, respectivamente. Nesse mesmo trecho ainda consta faixa exclusiva de ônibus e ciclovia
CULTURA E ESPORTE EQUIPAMENTOS
Figura 63 – Adaptado. Mapa de Equipamentos Urbanos Cultura e Lazer (2017) Fonte: GEOSAMPA
Ortofoto 2004 - MDC
Teatro/Cinema/Shows
Monumentos
Museus
Área de intervenção
Bibliotecas
Espaços Culturais
Clubes da Comunidade
Nota-se neste mapa que a região possui bastante carência de equipamentos culturais e de esporte. Na área de intervenção está localizado um clube esportivo comunitário, que no projeto de intervenção será restruturado, devido o mesmo ocupar atualmente um espaço subutilizado e pertencer a uma zona de estruturação urbana com potencialidade de exploração econômica e habitacional.
Figura 64 – Clube Esportivo Comunitário Penha Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
EDUCAÇÃO E SAÚDE EQUIPAMENTOS
Figura 65 – Adaptado. Mapa de Equipamentos Urbanos – Educação e Saúde Fonte: GEOSAMPA (2017)
Ortofoto 2004 - MDC
CEU
Ensino técnico público
Área de intervenção
Rede Privada
Ensino Fundamental e Médio
Educação Infantil
Ambulatórios especializados
UBS/Posto/Centro de Saúde
Urgência / Emergência
Hospital
Senai / Sesi / Senac
De acordo o mapa supracitado é possível
distribuída pelo território atendendo assim aos raios de
concluir que a região possui elevada quantidade de
abrangência mínimos de oferta dos respectivos
equipamentos principalmente educacionais de forma
equipamentos.
Pronatec
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
TABELA 6 – ZONEAMENTO TABELA DE ZONEAMENTO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO TIPO DE ZONA
ZEU
C.A MÍNIMO
C.A BÁSICO
0,5
1
TAXA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA
C.A T.O LOTES MÁXIMO ATÉ 500 M² (M)
4
0,85
T.O LOTES IGUAL OU SUPERIOR A 500M²
0,70
GABARITO DE ALTURA MÁXIMA (METROS)
N/A
RECUOS MÍNIMOS (METROS)
FRENTE (i)
COTA PARTE MÁXIMA DE TERRENO POR UNIDADE (METROS²)
FUNDOS E LATERAIS ALTURA DA EDIFICAÇÃO MENOR OU IGUAL A 10m
ALTURA DA EDIFICAÇÃO SUPERIOR A 10m
N/A
3 (J)
N/A
20
Fonte: Adaptado. GEOSAMPA (2017)
( i )(Oirecuo será frontal facultatuvo quando o disposto nosquando artigos 67 ouatendido 69 da lei Nº 16.402. ) O frontal recuo seráatendido facultativo o disposto nos artigos 67 ou 69 da lei Nº 16.402. (J) Os recuos laterais de fundo para altura da edificação superior a 10m serão dispensados conforme disposições estabelecidas nos incisos II e III do artigo 66 da lei Nº16.402.
(J) Os recuos laterais de fundo para altura da edificação superior a 10m serão dispensados conforme disposições estabelecidas nos incisos II e III do artigo 66 da lei Nº16.402.
LEGENDA Área de intervenção
Comercial
Institucional
Industrial
Residencial
Serviços
Misto
Reservatório de amortecimento
Figura 66 – Residências com alguns comércios no térreo Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
Figura 67 – Terminal Intermodal Penha Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
Figura 68 – Etec Prof Aprígio Gonzaga Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
No sentido norte da área de intervenção a
trem/metrô, no entanto a Rua Alvinópolis conduz o
região possui uso predominantemente residencial entre 1
acesso a importantes serviços públicos como o terminal
e 2 pavimentos, com poucos comércios no térreo e
intermodal Penha, ao clube esportivo comunitário, área
alguns edifícios institucionais voltados a educação, como
de lazer no entorno do Rincão de amortecimento e ao
por exemplo a ETEC Prof. Aprígio Gonzaga localizada na
EMEI Nenê do Amanha (Escola Municipal de Educação
Av. Dr. Orêncio Vidigal.
Infantil).
100
Ao sul da área da intervenção existe um bloqueio urbano decorrente das linhas ferroviárias de
Córrego Rincão 0
25
50
100
200 m
Ciclovia Escala 1:1.800
Figura 69 – Uso e Ocupação do Solo Fonte: Elaborado pelo autor (2017)
SISTEMA VIÁRIO ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
101
A área de intervenção está localizada próximo
Ao sul, a Rua Alvinópolis torna-se um
ao eixo estruturante que articula com importantes vias
importante eixo viário, pois além de comunicar-se com o
da Região Leste. No entorno imediato, sentido norte a Av.
viaduto Carlos de Campos, recebe todo o tráfego de
Doutor Orêncio Vidigal apesar de ser uma via local
veículos das ruas locais (do sentido norte) em direção ao
funciona como receptora de diversas outras ruas locais
centro da cidade de São Paulo, além de comunicar-se
devido a região ser predominantemente residencial;
com a Radial Leste – Av. Conde Frontiin através do viaduto supracitado.
LEGENDA Área de intervenção Córrego Rincão
Via Arterial
Via Coletora
Ciclovia
Via Local
Figura 70 – Rua Demini Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 71 – Rua Alvinópolis Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 72 – Rua Mirandinha Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 73 – Av. Dr. Orêncio Vidigal I Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 74 – Av. Dr. Orêncio Vidigal II Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 75 – Cruzamento Rua Antônio Lamana Fonte: Arquivo pessoal (2017)
0
25
50
100
200 m
Escala 1:1.800
Figura 76 – Sistema Viário Fonte: Elaborado pelo autor (2017)
GABARITO DE ALTURA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
103
Conforme análise do mapa abaixo, o gabarito de
pavimentos, de forma bem dispersa é possível identificar
altura das edificações é predominantemente baixo,
alguns estabelecimentos comerciais no térreo. Todas as
devido o bairro ser tipicamente residencial. No entorno
informações supracitadas fazem referência ao norte da
imediato da área de intervenção existem apenas dois
área de intervenção, pois ao leste encontra-se a
condomínios residenciais com gabarito acima de 30m
continuidade do rincão de amortecimento, a oeste um
localizados na av Dr. Orêncio Vidigal e na Rua Demini,
vasto estacionamento pertencente à estação Penha e ao
respectivamente.
sul do entorno imediato não possuem edificações devido
As edificações residenciais possuem entre 1 e 2
a existência da linha férrea trem/metrô.
LEGENDA
Área de intervenção
6 metros
3 metros
7 a 12 metros
Figura 77 – Gabarito de altura Fonte: Elaborado pelo autor (2017)
Acima de 30 metros Ciclovia
Córrego Rincão
Figuras 78, 79, 80 e 81 – Gabarito de altura das construções no entorno da área de intervenção Fonte: Arquivo pessoal (2017)
0
25
Escala 1:1.800
50
100
200 m
CHEIOS, VAZIOS E ÁREAS VERDES ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
105
Conforme análise abaixo, é possível identificar
No entorno do reservatório de amortecimento e
ao norte da área de intervenção um considerável
do Córrego Rincão existe uma grande massa arbórea,
preenchimento dos lotes com construções residenciais,
devido a existência de um parque linear ribeirinho ao
sendo estes considerados espaços cheios. Já ao sul do
longo do córrego e do canal que tem por objetivo
mapa, é possível perceber áreas mais vastas e vazias
proteger a zona ribeirinha contra ocupações irregulares,
devido as largas vias da Radial Leste, as linhas férreas
restauração das várzeas, proteção das margens contra
trem/metrô, além de calçadas mais largas devido
erosão, redução da velocidade de escoamento com a
abranger o eixo de estruturação da transformação
redução dos picos de cheias, área de lazer e incremento
urbana.
da área verde no meio urbano.
LEGENDA
Área de intervenção
Espaços Cheios
Áreas Verdes
Ciclovia
Calçada
Espaços Vazios
Avenidas
Córrego Rincão
Figura 82 – Cheios, Vazios e Áreas Verdes Fonte: Elaborado pelo autor (2017)
Figuras 83,84, 85, 86, 87, 88, 89 – Vegetação existente na área de intervenção. Fonte: Arquivo pessoal (2017)
0
25
Escala 1:1.800
50
100
200 m
TIPIFICAÇÃO E DESTINAÇÃO DE ÁREAS PLANTA DE INTERVENÇÃO
107
O projeto de intervenção abrange uma área
requalificação corresponde ao Parque Linear Ribeirinho
total de ≅ 93.000m², onde está previsto a renovação
onde a comunidade faz uso para caminhada e exercícios
(construção) de ≅ 23.000m², a requalificação de ≅
físicos e o clube de futebol comunitário que necessita de
34.000m². O Córrego Rincão e o Reservatório de
intervenção, pois atualmente encontra-se degradado e
Amortecimento será mantido sem intervenção direta,
com equipamentos insuficientes para atendimento a
destacando apenas diretrizes de preservação e
população. Todos os critérios previstos para aplicabilidade
manutenção. As áreas destinadas à renovação compreendem
na área de intervenção supracitada são embasados a
a um estacionamento abandonado e um campo de futebol
partir das premissas do Plano Diretor Estratégico do
subutilizado, respectivamente; já o espaço de
Município de São Paulo.
LEGENDA Área de intervenção
Calçadas
Renovar
Quadras
Ruas
Requalificar
Figura 90 – Planta Tipificação Fonte: Elaborado pelo autor (2017)
Manter
0 25
Escala 1:1.800 50 100 200 m
Figura 92 – Área de intervenção – Perspectiva Parcial II Fonte: IzeKampus (2013)
Figura 91 – Área de intervenção – Perspectiva Parcial I Fonte: IzeKampus (2013)
MAPA DE SENSAÇÕES PLANTA DE INTERVENÇÃO
109
O mapa de sensações reúne sentimentos e
Ao andar pela Rua Antônio Lamanna em direção
impressões presentes no dia da visita técnica. Ao
a Estação Penha o acúmulo de lixo e resíduos verdes
transitar pela Rua Alvinópolis o extenso muro da linha de
(vegetais) sobre a calçada provoca uma impressão de
trem CPTM e dos gradis provocam desconforto e
descuido e abandono. Dentro do Parque, a pista de
insegurança. Já na Rua Dr. Orêncio Vidigal a sensação é
caminhada além de estreita, também possui resíduos
de medo, pois tanto a rua quanto a calçada são estreitas
verdes; na área da academia ao ar livre existe pouca
e completamente sombreadas decorrente dos fustes
lixeira e consequentemente lixo espalhado pelo chão.
elevados das árvores e do gabarito mediano das residências.
LEGENDA Área de intervenção
Lixo / abandono
Desconforto / insegurança
Quadras / ruas
Medo / sombrio
Sujeira / mau cheiro
Figura 93 – Mapa de Sensações Fonte: Elaborado pelo autor (2017) Figura 85 – Planta Tipificação Fonte: Elaborado pelo autor (2017)
Perigo / Risco de acidente
Outro fator a destacar é o mau cheiro em
perigosa, principalmente para as crianças que andam de
alguns pontos devido o esgoto a céu aberto do
bicicleta, pois as entradas supracitadas são declives
Reservatório de Amortecimento e do Córrego Rincão
acentuados que se findam diretamente dentro do esgoto
poluído. A falta de bloqueio aos acessos até o piscinão
e podem provocar acidentes graves.
para limpeza e manutenção torna a área altamente
110 Figura 94 – Sujeira / mau cheiro Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
Figura 96 – Desconforto / Insegurança Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
Figura 95 – Lixo / Abandono Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
Figura 97 – Medo / Sombrio Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
Figura 9 – Perigo / Risco de Acidente Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
0
25
Escala 1:1.800
50
100
200 m
__________________________________________________________
Pontos de ônibus degradados; Ausência de equipamentos culturais e de lazer; Academia de ginástica ao ar livre degradada; Fragmentação do tecido urbano decorrente das linhas estruturantes (trem/metrô) Ausência de comércio diversificado; Iluminação insuficiente decorrente da massa arbórea com fustes elevados que bloqueiam parte da luz; Calçadas estreitas e degradadas; Carência de lixeiras e bancos no entorno do Rincão;
Área bem equipada com equipamentos de saúde com ênfase aos ambulatórios especializados e UBS;
Área bem equipada com equipamentos de educação que variam desde o ensino infantil ao técnico profissionalizante;
Área no entorno de importantes eixos viários como: linha trem/metro, via arterial radial, ciclovias e faixas exclusivas de ônibus;
Bairro tipicamente residencial;
Área com potencial para desenvolvimento comercial;
Área com potencia arbóreo;
Área com potencial para lazer;
Córrego Rincão canalizado;
Existência de reservatório de amortecimento.
__________________________________________________________ PROBLEMAS E POTENCIALIDADES _
Área de intervenção paralela a radial possui calçadas e ciclovias com sinalização para pedestre e ciclistas;
Há uma diversidade de pontos de ônibus;
Existência de terminal de ônibus e estação de metrô;
Vias equipadas
Na área de intervenção sentido oeste, os pedestres não possuem leito apropriado para andar: calçadas estreitas, degradadas e interrompidas com árvores;
Necessidade de criação de pontes sobre o rincão para facilitar o deslocamento da população no sentido leste/oeste;
Córrego Rincão sem tratamento;
Reservatório de amortecimento sem tratamento;
Espaço de lazer deficiente;
Olhar
Foi realizada uma visita na área de estudo com objetivo de obter uma leitura adequada do local como um todo e compreender a dinâmica predominante in loco.
Externo
Estrategicamente a técnica de observação “de dentro para fora e de fora para dentro” contribuiu para o entendimento da relação existente entre a área de intervenção e seu entorno imediato. Todo o percurso tanto interno quanto externo foi registrado por imagens que contribuirão para o desenvolvimento projetual de novas infraestruturas urbanas, equipamentos, bem como na ordenação do território a partir de novos espaços de convívio/lazer e/ou requalificação dos existentes. O mosaico a seguir possibilita ao leitor a compreensão de como está configurado o espaço geográfico de intervenção e a qualidade de seus elementos existentes. 1.
01
Vazio urbano. Trata-se de um estacionamento abandonado.
2. Ruínas de uma passarela localizada na Rua Dr. Orêncio Vidgal. 3. Acesso principal ao Parque Linear Ribeirinho que circunda o Reservatório de Amortecimento Rincão. 4. Ponto de ônibus antigo, degradado e sem assento. 5. Calçadas mal cuidadas e com acúmulo de lixo.
01
03
03
04 07
Figura 113 – Mosaico - Olhar Externo e Interno Fonte: Elaborado pelo autor (2017)
05
06
01
06
6. Córrego Rincão canalizado, porém com risco de acidente devido falta de proteção em suas margens. 7. Acumulo de dejetos, esgoto e lixo no Reservatório de Amortecimento. 8. Bebedouros sujos e com problemas de infiltração e rachaduras. 9. Academia ao ar livre. 10. Pista de caminhada. 11. Acumulo de dejetos, esgoto e lixo no Reservatório de Amortecimento. 12. Acesso para manutenção do Reservatório de Amortecimento. 13. Ponte sobre o Reservatório de Amortecimento.
114
Olhar
10
07
Interno
08
09
10
11
12
13
13
___________________________________________________________ CONCLUSÃO _
A escolha da área de intervenção situada na região da Penha - SP se deu a partir de critérios voltados
a insuficiência de micro polos comerciais com habitação de interesse social.
ao meio urbano, uma vez que a área selecionada
O estudo dos mapas temáticos inerentes a
pertence a um importante eixo de estruturação urbana,
região de proposta projetual foi fundamental para
além de possuir áreas subutilizadas com grande
compreensão e conclusão dos meios eficientes a serem
potencial a ser desenvolvido.
aplicados na requalificação da área supracitada. diversos
Portanto, a partir do perfil socioeconômico,
equipamentos urbanos principalmente voltados a
cultural, bem como as carências urbanas identificadas, o
educação/saúde e importantes vias que interligam o
projeto proposto terá como objetivo a preservação da
centro expendido de São Paulo à regiões adjacentes, é
qualidade
visível a segregação causada pela linha de trem/metrô e
desenvolvimento de empreendimentos de uso misto, além
Apesar
da
região
possuir
urbana
e
ambiental
de aproximar emprego e moradia.
promovendo
o
Figura 115 – Lego (2016) Fonte: www.pinterest.com
O programa de necessidades proposto a seguir é resultado do estudo referencial realizado no capítulo anterior, no qual foram analisados diversos projetos arquitetônicos e urbanísticos que serviram de inspiração e embasamento para o desenvolvimento de um programa de necessidades que atenda aos requisitos que qualificação, preservação, ampliação de áreas verdes, espaços livres, oferta de serviços e equipamentos urbanos e sociais, com intuito de tornar a área de intervenção mais humana. O programa prevê a criação de dois eixos, sendo o primeiro uma micro centralidade polar a partir de um Campus Corporativo que atenda a função social da propriedade implementando a cota de solidariedade. O segundo, considerado uma centralidade linear, deve garantir a requalificação da área verde existente, desempenhando importante papel para biodiversidade, paisagem e práticas de lazer e sociabilidade em atendimento a toda população transeunte. Em cumprimento às premissas do PDE o Campus Corporativo também atende elementos como incentivo misto, fachada ativa e fruição pública, aproveitando a infraestrutura existente e comunicando-se diretamente ao Parque Linear Ribeirinho inserido na área de intervenção.
Figura 96 – Muros (2017) Fonte: http://www.pixaba.com.br
PROGRAMA DE NECESSIDADES PLAYGRAUND
54 M²
Será instalada uma área com
Será instalado uma área com equipamentos de lazer destinada às crianças. equipamentos de lazer
destinada às crianças.
BANHEIRO PÚBLICO
36 M²
O banheiro público será restaurado e sinalizado.
O banheiro público será restaurado e sinalizado.
ACADEMIA AO AR LIVRE
60 M²
A academia aoserá ar remanejada livre serápara um A academia ao ar livre espaço maior devido a proposta de ampliação remanejada para um espaço maise requalificação dos equipamentos. amplo e restaurado seus equipamentos.
PAVILHÃO
240 M²
Os pavilhões serão espaços a
Os pavilhões serão espaços destinados a descanso, alimentação, alimentação, leitura entre outras finalidades. descanso, leitura
entre outras finalidades.
PISTA DE CAMINHADA
4.720 M²
A pista de caminhada será mais
A pista de caminhada será mais larga, com coloração larga, epintada e com em lixeiras adequada lixeiras espalhadas sua extensão.
espalhadas em sua extensão.
p
MINHOCÃO
1.162 M²
O minhocao trata-se de um banco contínuo em formato O minhocão trata-se de um banco em orgânico que acompanha o perfil natural do terreno. Os formato orgânico será instalado usuários poderão usufruir que do equipamento que estará a pista circundando de caminhada paralelo paralelo a pista de caminhada todo o parque
circundando todo o parque.
JARDINS
TOTAL
31.487M²
PASSARELA
142 M²
2.073 M²
CONJUNTO CORPORATIVO 10.000 M²
Desenvolver o paisagismo no entorno do Rincão para Será desenvolvido o paisagismo tornar os percursos de caminhada mais agradaveis. A no entorno no Rincão na AvaDr. mesma proposta se aplica na calçadaeparalela Av. Dr. Orêncio Vidigal atualmente sombria e sem vida. Orêncio Vidigal para tornar os
Aumentar emprego e do Aumentar a ofertaadeoferta empregodee moradia a partir desenvolvimento de um Conjunto Corporativo com Cota moradia a partir do desenvolvimento de Solidariedade de um Conjunto Corporativo e com a
Promover a interação social a partir da instalação de Promover a interação social a partir microambientes tanto nas áreas livres do Conjunto da instalação de microambientes Corporativo quanto no Parque Linear Ribeirinho ao redor tanto nas áreas livres do edifício do Rincão.
Criar acesso pedestres através Criar acesso atravésaos de passarelas sobre o Córrego Rincãode interligando a Av. Dr. Orêncio Vidigal ao Parque passarelas sobre o Córrego Linear Ribeirinho. Rincão interligando a Av. Dr. Orêncio
Cota de Solidariedade.
quanto no Parque Linear.
Vidigal ao Parque Linear Ribeirinho.
percursos mais agradáveis.
PLACEMAKINGS
13.000 M²
b
0
25
Escala 1:1.800
50
100
200 m
Figura 97 – Mapa programa de necessidades (2017) Fonte: Elaboração própria
Figura 98 – Pesquisa (2005) Fonte: www.pinterest.com.br
__________________________________________________________ _ Com objetivo de desenvolver uma proposta de projeto que se adeque ao espaço de intervenção de maneira eficaz, será estudada a seguir através de croquis possibilidades de intervenções para a área supracitada, levando em consideração o contexto local e o referencial teórico já estudado nos capítulos anteriores,
123
DIAGNÓSTICO ÁREA DE INTERVENÇÃO
A área de estudo está dividida em dois setores,
de centenas de pessoas que contribuem para o comércio
sendo o primeiro correspondente aos espaços residuais,
local, além de dinamizar a região através das relações
decorrentes de antigos estacionamentos. Os dois lotes
interpessoais entre moradores e visitantes.
ociosos e subutilizados estão bem setorizados devido a
O segundo setor abrange toda a área do
aproximação com a estação de metrô Penha e
Reservatório de amortecimento Rincão e do Parque
interligação direta com importantes vias do eixo
Linear Ribeirinho, popularmente conhecido como
estruturante urbano. Os principais acessos aos referidos
“piscinão”. O parque é bastante utilizado pelos
vazios urbanos podem ocorrer pelas vias: Rua Dr.
moradores do bairro, devido possuir uma pista de
Orêncio Vidigal, Rua Antônio Lamanna, Rua Alvinópolis ou
caminhada e academia ao ar livre, porém alguns pontos
pela Estação de Metrô Penha, o que facilita a dinâmica
negativos podem ser destacados como: falta de acesso
urbana de transporte privado, público e dos pedestres.
ao parque pela Rua Dr. Orêncio Vidigal, mau cheiro
A
região
predominantemente
decorrente do esgoto sem tratamento no reservatório,
residencial possui poucos comércios instalados de forma
pista de caminhada estreita, falta de proteção (gradil) no
bastante
entorno do Córrego Rincão e do reservatório, pouca
distribuída,
por
no
ser
entanto
a
área
do
estacionamento da Estação Metrô Penha aos domingos é utilizada para feira livre o que promove a concentração
iluminação e falta de segurança a noite.
____________________________________________________ DIRETRIZES PROJETUAIS _ As análises ocorrerão em duas dimensões de observação: A escala macro, que abrange um recorte urbano mais amplo com finalidade de observar os componentes urbanos da região e sua correlação com a área específica de intervenção; e a escala micro, voltada para o detalhamento do local de requalificação, respectivamente.
124
PROPOSTA ÁREA DE INTERVENÇÃO
A área selecionada para o desenvolvimento do
Linear como um espaço de lazer ao ar livre que visa
projeto possui aproximadamente 93 mil m², dos quais
facilitar os fluxos de acessos dos pedestres por toda
serão aplicadas intervenções específicas afim de
extensão da área de intervenção. A paisagem verde da
requalificar
subutilizado,
massa arbórea em harmonia com jardins coloridos
valorizando as potencialidades existentes e repensando o
funcionam como um dispositivo estrutural que organiza o
espaço de modo a garantir melhoria na qualidade de vida
local anteriormente bastante mau cuidado e sem vida.
o
espaço
atualmente
da população residente nas proximidades, além de propor
A pista de caminhada será reformada
espaços livres, abertos que sejam agradáveis, seguros e
aumentando sua largura, bem como será necessário
convidativos.
ampliar os equipamentos urbanos como bebedouros,
A concepção do projeto busca inspiração nos
poste de iluminação, lixeiras entre outros. A proposta
partidos arquitetônicos estudados compilando as
paisagística também deverá abranger os espaços entre o
melhores soluções para o espaço como um todo,
Conjunto Corporativo, mantendo o térreo sempre livre
utilizando materiais sustentáveis e criando micro
para o vai e vem das pessoas.
ambientes para que as pessoas possam usufruir de
Por fim, as diretrizes estabelecidas nos estudos
maneira prazerosa e confortável, além de se tornar uma
a seguir foram traçadas a partir de conceitos e
excelente oportunidade para encontros sociais.
referências que orientam as intervenções urbanas nas
No setor A, a proposta do Conjunto Corporativo
diversas escalas, estabelecendo sempre a relação entre
com habitação de interesse social, visa criar um novo
as problemáticas identificados e suas soluções
micro polo comercial aproximando emprego e moradia.
projetuais.
Já no setor B, o segundo eixo corresponde ao Parque
ESTUDO PROJETUAL ÁREA DE INTERVENÇÃO
125 Córrego Rincão Ciclovia (existente) Proposta Conjunto Corporativo / HIS Estação Metrô Penha Acessos Limite da linha férrea CPTM Academia ao ar livre (local atual) Rua Alvinópolis Rua Dr. Orêncio Vidigal Av. Viaduto Carlos de Campos Radial Leste
Acesso principal (existente) Acesso por passarela (proposto) Acesso alternativo Acesso restrito (manutenção/limpeza do reservatório de amortecimento) Delimitação de áreas
126
Proposta de intervenção no clube esportivo Playground (proposto) Academia ao ar livre (proposto) Estacionamento e aos domingos feira livre Campos de futebol (atualmente) (proposto) Fluxo livre ao pedestre
Campo de futebol (espaços subutilizado) Clube esportivo comunitário (área de requalificação) Reservatório de Amortecimento Rincão
Figura 99 – Croqui de estudo para área de intervenção (2017) Fonte: Elaboração própria
Antigo estacionamento (vazio urbano)
IMPLANTAÇÃO ÁREA DE INTERVENÇÃO
127
Figura 100 – Croqui de implantação para área de intervenção (2017) Fonte: Elaboração própria
128
0 25
Escala 1:1.800 50 100 200 m
A seguir serão estudadas as micro áreas de cada eixo proposto, com finalidade de aplicar uma análise mais detalhada de cada ambiente a ser projetado. Para melhor organização do estudo, três espaços foram selecionados para realização de croquis representativos das principais ideias a serem projetadas neste trabalho; abaixo serão apresentadas as justificativas:
ÁREA I
129
CONJUNTO CORPORATIVO
O Conjunto Corporativo idealizado trata-se de um complexo de salas comerciais divididos em dois
inserido numa área com grande vetor de crescimento econômico.
grandes volumes que se interligam através de um eixo
Outro ponto relevante a observar é a forma
elevado sobre a Rua Antônio Lamanna. O térreo será
como será disposto o paisagismo externo, que fará um
totalmente livre para que as pessoas possam transitar
papel de transição articulando uma torre com a outra
com mais facilidade entre os diferentes sentidos que o
através da criação de uma série de pátios e plataformas
local oportuniza direcionar.
que se entrelaçam ao longo do conjunto.
Para
assegurar
o
direito
à
moradia
Os micros ambientes espalhados no térreo
principalmente para a população com renda de até três
deverão ser espaços convidativos e aconchegantes para
salários mínimos (conforme diretrizes estabelecidas no
descanso, realização de estudos ou até mesmo área
plano diretor da cidade de São Paulo), o empreendimento
alternativa para reuniões informais, seja pelos
destinará no mínimo o correspondente à 10% de sua área
funcionários, moradores ou simplesmente a população
construída para HIS – Habitação de Interesse Social. Esta
transeunte em seu dia a dia. É importante considerar que
ação visa diminuir o déficit habitacional, além de garantir
essa mesma linguagem será replicada na área do Parque
melhoria na qualidade de vida dos moradores devido a
Linear Rincão.
oferta de emprego e a localização do conjunto que será
ÁREA II PARQUE LINEAR RIBEIRINHO RINCÃO
A área II abrange atualmente o clube
O extremo oeste do parque linear receberá
comunitário de futebol, que notoriamente foi constituído
todas as propostas de requalificação supracitadas no
sem prévio planejamento, improvisando a implantação
capítulo anterior inerente ao programa de necessidades,
dos campos e consequentemente tornando o lote
No croqui a seguir, será possível identificar a disposição
subutilizado, sem equipamentos suficientes tanto para os
de um dos pavilhões que estará suspenso a partir do
usuários treinantes quanto para os visitantes. Como
nível da pista de caminhada. Para facilitar o acesso de
proposta,
pedestres nessa área, será projetado a criação de
os
campos
serão
redimensionados
paralelamente um ao outro, para que possam ser
passarela sobre o Córrego Rincão.
inseridas arquibancadas, como também será planejado área para banheiros e espaço de convivência.
ÁREA III PARQUE LINEAR RIBEIRINHO RINCÃO
A área III corresponde a porção leste do parque, na qual está instalada atualmente a academia ao ar livre.
ao lado será destinado à instalação de um playground para lazer das crianças.
Como proposta de requalificação, a academia será
O parque possui apenas um banheiro publico e
remanejada para uma porção maior do terreno e
dois bebedouros que se encontram degradados e por não
ampliado o número de oferta de equipamentos; o espaço
suprir a demanda dos usuários, novas instalações serão projetadas.
130
ÁREA I CONJUNTO CORPORATIVO / HIS
131
132
Proposta Conjunto Corporativo / HIS Limites – micro ambientes externos (proposto) Pavilhões (proposto) Parklets (proposto) Córrego Rincão Paisagismo (proposto) Estacionamento / Feira livre aos domingos (existente) Estação de metrô Penha
Figura 101 – Croqui de proposta para projeto de intervenção – Área I (2017) Fonte: Elaboração própria
Fluxos pedestres
IMPLANTAÇÃO CONJUNTO CORPORATIVO
Escala 1:350
Figura 102 – Croqui de implantação – Área I (2017) Fonte: Elaboração própria
134
ÁREA II Córrego Rincão
CLUBE ESPORTIVO COMUNITÁRIO
Quadras de futebol (layout proposto) Tratamento paisagístico (proposto) Banheiro público / Administrativo (proposto) Arquibancadas Área de convivência / alimentação (proposto)
Figura 103 – Croqui proposta para projeto de intervenção - Área II (2017) Fonte: Elaboração própria
Acessos (proposto)
136
IMPLANTAÇÃO CLUBE ESPORTIVO COMUNITÁRIO
Escala 1:450
Figura 104 – Croqui de implantação - Área II (2017) Fonte: Elaboração própria
138
ÁREA III PARQUE LINEAR RIBEIRINHO RINCÃO
Acesso por passarela (proposto) Pista de caminhada mais larga (requalificação) Reservatório de Amortecimento Rincão Córrego Rincão Parklets (proposto) Pavilhão (proposto)
Tratamento paisagístico (proposto) Banheiro público (existente) Academia ao ar livre (proposto) Academia ao ar livre (atualmente) Playground (proposto)
140
Acessos Acesso pela Rua Dr. Orêncio Vidigal (proposto) Acesso leste (existente)
Figura 105 – Croqui proposta para projeto de intervenção - Área III (2017) Fonte: Elaboração própria
Acesso restrito manutenção/limpeza (existente)
IMPLANTAÇÃO PARQUE LINEAR RIBEIRINHO RINCÃO
141
Escala 1:350
Figura 106 – Croqui de implantação - Área III (2017) Fonte: Elaboração própria
142
PARTIDO ARQUITETÔNICO A idealização da proposta projetual apresentada neste capítulo foi consequência de uma série de análises e estudos realizados a partir do levantamento de dados e modelos de intervenções urbanas concretizadas e de forma bem sucedidas. Ao compreender a dinâmica existente na área de intervenção, bem como identificar seus problemas e potencialidades foi possível extrair o partido urbanístico que melhor se adequa. Diante da complexidade exigida ao propor uma intervenção urbana, alguns fatores foram levados em consideração 143
como premissas na escolha dos principais elementos que compilados pudessem influenciar diretamente na proposta de projeto.
o Vazio Urbano: A área de intervenção selecionada é constituída por espaços residuais e subutilizados que se repensados de maneira projetada podem requalificar o espaço geográfico e promover melhoria urbana para a população. o Condicionantes Urbanísticas: Por estar inserida numa Zona Eixo de Estruturação e Transformação Urbana – ZEU, à área representa uma excelente condição de aproximar a população do transporte público, devido a aproximação com a estação de metro Penha, corredor de ônibus, terminal intermodal e ciclovia. Essa condicionante oportuniza a priorização do transporte publico, além de promover emprego e moradia de qualidade.
o Fator ambiental: o projeto se insere numa área constituída pelo Parque Linear Ribeirinho devido a existência do Córrego e do Reservatório de Amortecimento Rincão. A vegetação que intencionalmente deve proteger as margens da erosão do solo entre outros fatores intempéries, também proporciona espaço de lazer para os moradores. A requalificação proposta visa conciliar no mesmo espaço o homem de maneira harmônica com a natureza e seus elementos.
o Fator climático: A massa arbórea existente na área do projeto já contribui para amenização das ilhas de calor e inversões térmicas decorrentes da urbanização. As sombras projetadas pelos fustes elevados das árvores tornam um fator positivo para implementação de espaços abertos e agradáveis. A proposta de projeto deve atender as expectativas de conforto ambiental tanto no edifício a ser edificado quanto nas áreas externas. A carta solar e a Rosa dos ventos são instrumentos que auxiliam no desenvolvimento desses espaços adequados a cada necessidade, fornecendo conforto e atendendo a dinâmica climática local.
Portanto, o partido arquitetônico deste projeto visa contemplar a requalificação da área do Rincão localizado na Zona Leste de São Paulo, em atendimento as necessidades pré-estabelecidas na Lei de Zoneamento em vigor, embasadas no PDE-SP , respeitando a fluidez urbana e o meio natural.
144 Figura 108 – Rosa dos ventos da área de intervenção (2017) Fonte: SOL-AR
Figura 107 – Carta solar da área de intervenção (2017) Fonte: SOL-AR
FLUXOGRAMA
Figura XX – Fluxograma - área de intervenção Fonte: : Elaboração própria (2017) Figura 109 – Fluxograma - área de intervenção (2017) Fonte: : Elaboração própria
ORGANOGRAMA PROPOSTO
Conjunto Corporativo Clube Esportivo Comunitário
Figura 110 – Organograma - área de intervenção (2017) Fonte: : Elaboração própria
Parque Linear Ribeirinho Rincão Banheiro Público
Academia ao ar livre Playground
5 Capítulo
O PROJETO
Figura 111 – Ópio do Trivial (2016) Fonte: www.pinterest.com/
CONSIDERAÇÕES FINAIS Figura 112 – A construção (2016) Fonte: www.pinterest.com/
Figura 112 – A construção (2016) Fonte: www.pinterest.com/
CONSIDERAÇÕES FINAIS A cidade de São Paulo é sem dúvidas um emblemático
Paulo, entre as estações de metrô Penha e Vila Matilde.
espaço urbano constituído através das mais variadas
Consequência do crescimento da massa urbana
formas de intervenção, seja ela planejada ou não. Por se
descontrolada, trata-se de uma área lindeira às linhas de
tratar de uma de metrópole dinâmica, o processo de
trem e metrô que sofreu intensas intervenções ao longo
articulação e desarticulação estrutural constantemente
dos anos, com a canalização do Córrego Rincão, a
estabelece ações que conectam e desconectam de forma
criação do Reservatório de Amortecimento para controle
desordenada o tecido urbano.
de enchentes, terrenos residuais decorrentes de
A área selecionada para o desenvolvimento deste trabalho está localizada na Zona Leste de São
abandono e subutilização. A partir dos estudos realizados, foi possível traçar diretrizes de intervenção de modo a promover a inter-relação entre o meio urbano e natural buscando o equilíbrio necessário para contemplação da melhoria da qualidade de vida dos moradores, trazendo a sustentabilidade como principio norteador.
158
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Figura 113 – Livros empilhados (2017) Fonte: www.pinterest.com/
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