FORTIS SIMO
Nº 8 / 2014
setembro
Sempre nossa, onde for.
SETEMBRO 2014
1
S UMÁRIO A LLEG RO
4 /
SETEMBRO
p.
Fabio Mechetti, regente Fabio Martino, piano
8
MIGNONE Fantasia Brasileira nº 4 SHOSTAKOVICH Concerto para piano nº 2 em Fá maior, op. 102 BARTÓK Concerto para Orquestra
VIVACE
16 /
Fabio Mechetti, regente
SETEMBRO
MOZART Sinfonia nº 38 em Ré maior, K. 504, “Praga” MAHLER Sinfonia nº 9 em Ré maior
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p.
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CAROS AMIGOS E AMIGAS,
Em setembro, a estrela do mês é nossa própria Orquestra. Nos concertos do Grande Teatro, ela apresentará dois desafios da literatura sinfônica da primeira metade do século XX. O Concerto para Orquestra, do húngaro Béla Bartók, foi encomendado pela Sinfônica de Boston para celebrar o alto nível de virtuosismo que aquela orquestra alcançara. Nele, todos os naipes, assim como solistas individuais, são apresentados de forma a mostrar o potencial técnico e expressivo que caracteriza suas respectivas seções. Com essa imensa paleta de cores e de possibilidades artísticas, Bartók construiu uma das obras mais importantes para orquestra, que provavelmente representa também uma de suas obras-primas mais significativas. A última sinfonia completa de Gustav Mahler, a nº 9, evoca o fim do Romantismo e propõe questões estéticas que permeariam todo o início do século XX, assim como representa um profundo estudo filosófico da natureza da vida e da inevitabilidade da morte. Uma sinfonia carregada de grandes emoções, executada por uma orquestra que se torna a cada dia mais madura. O pianista brasileiro Fabio Martino volta a se apresentar com a Filarmônica. Jovem estrela em ascensão, Martino interpreta Shostakovich e traz sua dedicação à música brasileira por meio da obra de Francisco Mignone. Vale a pena lembrar a realização, no Sesc Palladium, de mais uma edição dos Concertos para a Juventude, desta vez enfocando os diferentes estilos da música sinfônica brasileira. E também os Concertos Didáticos, que, oferecidos às escolas públicas e privadas de BH, mostram a uma nova geração a beleza da música sinfônica de qualidade. Tenham todos um bom concerto.
Fabio Mechetti DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
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FOTO EUGÊNIO SÁVIO
SETEMBRO 2014
FABIO MECHE T TI Diretor Art íst ico e R egente Titula r
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor Regente brasileiro. Muito recentemente, foi convidado a levar ao Oriente o seu talento e capacidade de solidificar orquestras, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse, Orquestra Sinfônica de Spokane e da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, sendo, agora, Regente Emérito destas últimas duas.
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Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norteamericanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá, e a Filarmônica de Tampere, na Finlândia. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia,
particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente, estreou na Itália conduzindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2014 voltará ao Peru, desta vez regendo a Orquestra Nacional do Peru, e à Espanha, onde se apresenta pela primeira vez com a Orquestra da RTV Espanhola. No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson,
Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor. Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.
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FOTO EUGÊNIO SÁVIO
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SÉRIE ALLEGRO
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SE TEMBRO
Fabio Mechetti, regente Fabio Martino, piano
quinta, 20h30 Grande Teatro do Palácio das Artes
PRO GR A M A
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Francisco MIGNONE Fantasia Brasileira nº 4 [13 min] fabio martino,
2
piano
Dmitri SHOSTAKOVICH Concerto para piano nº 2 em Fá maior, op. 102 [20 min] Allegro Andante Allegro fabio martino,
— 3
i n t e r va l o
piano
—
Béla BARTÓK Concerto para Orquestra [36 min] Introduzione: Andante non troppo – Allegro Vivace Giuoco delle coppie: Allegretto scherzando Elegia: Andante non troppo Intermezzo Interrotto: Allegretto
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Finale: Presto
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FABIO MARTINO
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Já aos cinco anos de idade Fabio Martino começou a tocar piano no instrumento de sua avó, uma professora em São Paulo. Dezessete anos mais tarde – após uma rigorosa formação nas principais universidades do Brasil e da Alemanha –, Martino compra seu primeiro instrumento Steinway. O dinheiro para tal veio do primeiro lugar no maior concurso internacional de piano da América Latina, o BNDES, com quantia equivalente a 48 mil dólares. Na final, seus concorrentes eram um japonês e um russo com respectivos 28 e 29 anos de idade. Um ano mais tarde, 2011, Martino conquista o primeiro lugar com um prêmio de dez mil euros no concurso internacional de piano Ton und Erklärung (som e palavra), promovido pelo Círculo Cultural da Economia Alemã. Martino é
considerado ousado e ao mesmo tempo aberto a desafios no cenário pianístico internacional. Como uma marca registrada, apresenta-se sempre com uma gravata borboleta de laço feito a mão.
decisiva, demonstrando prazer nas passagens harmoniosas, mas também vigor e brilho nos momentos de virtuosismo”. O Hannover Allgemeine Zeitung o considera “mágico ao piano”.
Como próximo importante marco em sua carreira está o lançamento do seu primeiro CD solo com obras de Brahms, Schumann e as primeiras audições mundiais da 3ª Sonata para piano de York Höller e dos 3 Estudos intervalares de Edino Krieger. O compositor Höller elogia “a sua expressividade, o seu poder, a sua sensibilidade, sem deixar de mencionar a sua perfeita técnica ao piano...”. O Frankfurter Allgemeine Zeitung escreve, após um de seus concertos: “Fabio Martino reviveu energicamente o 5º Concerto para piano e orquestra de Beethoven com uma força criadora
Como solista, Fabio Martino interpreta internacionalmente concertos para piano e orquestra de Prokofieff, Rachmaninov, Beethoven, Schumann, Medtner, Mozart, entre outros, acompanhado por importantes orquestras nacionais e internacionais, como Osesp, OSB, Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera, Orquestra Filarmônica de Duisburg, entre tantas outras. Seus concertos e recitais no Festival Internacional de Piano de Miami, no Gilmore Festival ou no
Heidelberger Frühling, na Rádio NDR em Hannover ou no Gasteig em Munique deixaram o público e a crítica especializada extremamente impressionados. Em setembro de 2014, Martino tocará novamente com a Filarmônica de Minas Gerais em Belo Horizonte e com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, na Sala São Paulo, além de realizar dois recitais solo na série de solistas da Osesp.
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FOTO FRIEDRUN REINHOLD
SÉRIE ALLEGRO
SÉRIE ALLEGRO
MIGNONE
(B ras il , 1897 – 19 86)
Fantasia Brasileira nº 4 (1936)
Instrumentação: piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, cordas.
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Francisco Mignone, paulistano, formou-se em composição, piano e flauta pelo Conservatório Dramático Musical de São Paulo, em 1917. Até aquele ano, antes de lançar-se de fato como músico de tradição clássica, Mignone tinha atuado sob o pseudônimo de Chico Bororó, compondo valsas, maxixes e tango de inspiração popular, enquanto participava ativamente das rodas de choro no Brás, Bexiga e Barra Funda, em São Paulo. No Conservatório, Mignone aproxima-se da tradição musical italiana por influência de seus professores Sílvio Motto, Savino de Benedictis, Luigi Chiaffarelli e, principalmente, Agostino Cantù. Em 1920, muda-se para a Itália para estudar com Vincenzo Ferroni no Conservatório de Milão. Ali escreve sua primeira ópera, O contratador de diamantes, em 1921. A esta ópera segue-se outra, poucos anos
mais tarde, L’innocente (1927). O sucesso desta última obra faz com que Mignone seja convidado para lecionar harmonia no Conservatório Dramático Musical de São Paulo, retornando então ao Brasil em 1929. A volta para o país, o contato com Mário de Andrade e suas ideias sobre música nacional, combinados a sua ampla experiência como músico popular, desencadeiam em Mignone novos interesses estéticos. Gradualmente, harmonias e estruturas de tradição romântica e operística, características de suas composições do período italiano, cedem espaço às fórmulas e referências folclóricas e populares. Esse momento nacionalista de sua produção – considerado sua segunda fase – prolonga-se até 1959/1960. Mignone consolida então uma linguagem nacional acessível e clara, na qual figuram estereotípicos
ritmos afro-brasileiros, assim como estruturas e melodias derivadas da música popular urbana. Entre as inúmeras produções dessa época, destacam-se os balés característicos Maracatu de Chico Rei (1933) e Leilão (1941) e as peças sinfônicas Batucajé (1936) e Babaloxá (1936). No entanto, são talvez as quatro Fantasias brasileiras para piano e orquestra o mais eloquente exemplo do nacionalismo do compositor. Compostas entre 1929 e 1936, essas Fantasias brasileiras foram consideradas por Mário de Andrade como a definitiva aceitação, por parte de Francisco Mignone, de uma linguagem nacional, como seu ponto de ruptura com o universalismo e a música italiana, e, finalmente, como um dos melhores exemplos do sinfonismo e da orquestração do compositor. No fim do ano de 1933, Mignone transferira-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde se realizou a primeira audição do Maracatu do Chico Rei, em 1934. Nesse ano, o compositor sucedeu Walter Burle Marx na cadeira de regência do Instituto Nacional de Música.
Para ouvir
CD Francisco Mignone – Fantasias Brasileiras for piano and orchestra – Kalamazoo Symphony Orchestra – Raymond Harvey, regente – Alexandra Mascolo-David, piano – White Pine Music – 2010 – B0049PQGF0 CD/LP Francisco Mignone e Maria Josefina Mignone – Dois Pianos – Francisco Mignone e Maria Josefina Mignone, piano – Funarte/Atração Fonográfica/Instituto Itaú Cultural – 1984
Para ler
Francisco Mignone – A parte de anjo: autocrítica de um cinquentenário – Editora Mangione – 1947 Vasco Mariz – História da música no Brasil – Nova Fronteira – 4ª ed. – 1994 Vasco Mariz – Francisco Mignone: O homem e a obra – Funarte/Ed. UERJ – 1997 Bruno Kiefer – Mignone: vida e obra – Editora Movimento – 1983
A Quarta Fantasia Brasileira é como uma rapsódia, na qual o piano solista realiza ora recitativos e cadências virtuosísticas, de caráter espontâneo e improvisativo – inspiradas em Ernesto Nazareth –, ora passagens rítmicas e dançantes, integrando-se perfeitamente aos tutti orquestrais. Sua estreia deu-se em novembro de 1937, pela Orquestra Municipal de São Paulo sob a regência do autor, tendo Souza Lima como solista.
ILUSTRAÇÕES MARIANA SIMÕES
FR A NCISCO
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igor reyner | Pianista, Mestre em Música pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.
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SÉRIE ALLEGRO
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DMITRI
SHOSTAKOVICH (R ú ss i a , 19 0 6 – 1975)
Concerto para piano nº 2 em Fá maior, op. 102 (1957)
Instrumentação: piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, tímpanos, percussão, cordas.
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Para sua primeira filha, Galina, Shostakovich costumava compor pequenas peças para piano. Seis delas foram agrupadas na suíte Caderno Infantil (op. 69). Uma sétima peça, Aniversário, escrita em 1945, quando Galina completou nove anos de idade, foi mais tarde incluída na mesma coleção. Seu segundo filho, Maxim, também mostrara desde cedo um talento musical excepcional; quando Galina abandonou a música para estudar biologia, seus esforços se concentraram em Maxim. Shostakovich acompanhou sempre, de perto, a formação musical dos filhos, e hoje encontramos seus nomes em gravações e programas de concertos. Quando Maxim encontrava-se no último ano de estudos na Escola de Música
Central, Shostakovich escreveu o Concerto para piano nº 2, para que o filho o utilizasse como uma espécie de cartão de visitas para a admissão no Conservatório de Moscou. O Concerto ficou pronto em 5 de fevereiro, e Maxim pôde estreá‑lo no dia de seu 19º aniversário, em 10 de maio de 1957, no Conservatório, acompanhado pela Orquestra Sinfônica da URSS, sob a regência de Nikolai Anosov. Escrito sem muita pretensão, Shostakovich não podia prever que o Concerto para piano nº 2 acabaria se tornando um sucesso mundo afora. O que mais chama a atenção não é apenas a leveza do Concerto, mas o fato de Shostakovich ter conseguido imprimir esse caráter em um momento tão conturbado
de sua vida. Na primavera de 1956 ele havia iniciado uma estafante turnê de concertos que duraria até a primavera de 1958: “Estou empreendendo uma grande turnê de concertos. Em cada cidade dou dois concertos com o mesmo programa. Infelizmente, não tenho tempo para passear. Os ensaios e os concertos consomem toda a minha energia”. O início da turnê foi marcado por seu casamento com Margarida Kainova, uma líder entusiasta da Liga Comunista Leninista da Juventude (Komsomol). Kainova não compartilhava dos interesses de Shostakovich e era inadequada para conviver com seus filhos. O casamento foi infeliz e durou apenas até o verão de 1959. Não bastasse o tumulto em sua vida privada, Shostakovich recebera uma encomenda do governo soviético para as celebrações dos quarenta anos da revolução de 1917. Essa encomenda o preocupava e tomava-lhe todo o tempo: viria a ser a Sinfonia nº 11, obra dramática retratando o massacre dos inocentes em frente ao Palácio de Inverno do Czar, em 1905.
Para ouvir
CD Shostakovich – Piano concerto No. 2, op. 102; Symphony for strings, op. 118a – I Musici de Montreal – Maxim Shostakovich, regente – Dmitri Shostakovich Jr., piano – Chandos – 1992
Para assistir
Orquestra Sinfônica do Teatro Mariinsky – Valery Gergiev, regente – Denis Matsuev, piano Acesse: fil.mg/spiano2
Para ler
Pauline Fairclough & David Fanning (ed.) – The Cambridge companion to Shostakovich – Cambridge University Press – 2008
Em meio a tanto desassossego, Shostakovich pôde ainda compor uma obra despretensiosa que, ao evitar o excesso de virtuosismo típico do gênero, busca apresentar de forma sensível e original os talentos de um jovem pianista de dezenove anos, especialmente numa íntima relação entre solista e orquestra. O Concerto para piano nº 2 é construído em três movimentos. O primeiro (Allegro), extremamente alegre, apresenta os temas transitando livremente entre o pianista e a orquestra. A suavidade do segundo movimento (Andante), com sua atmosfera de terna melancolia, contrasta com o ímpeto e a vivacidade do terceiro (Allegro).
guilherme nascimento | Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.
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SÉRIE ALLEGRO
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BÉL A
BARTÓK
(Hu ng r i a , 18 81 – Esta d os Uni d os, 194 5)
Concerto para Orquestra (1943)
Instrumentação: piccolo, 3 flautas, 3 oboés, corne inglês, 3 clarinetes, clarone, 3 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, cordas.
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O Concerto para Orquestra é uma obra de síntese e de superação. Nele, temas e procedimentos composicionais inspirados em tradições populares e na música erudita convivem, de forma orgânica, em um tecido composicional exuberante. A obra, por sua riqueza de atmosferas, de contrastes e, particularmente, por sua força e vitalidade, não deixa entrever as provações e os sofrimentos pelos quais passava o compositor. Exilado nos Estados Unidos em virtude da ascensão do nazismo na Hungria, Bartók enfrentava dificuldades materiais, sentia falta da terra natal e, já nessa ocasião, sofria da doença que viria a vitimá-lo. Apesar disso, o Concerto dá mostras de transcendência diante das adversidades, como podemos
depreender dos comentários do próprio compositor, em nota de programa na qual ressalta o percurso dos cinco movimentos. Para Bartók, essa obra, apesar do espírito extrovertido do segundo movimento, “apresentava uma transição gradual da severidade do primeiro” e da “lúgubre canção de morte do terceiro” em direção à “afirmação de vida” que marca o movimento conclusivo. Essa trajetória tem como ponto de partida uma atmosfera de música noturna – que lembra o quarto movimento da Suíte para piano, Ao ar livre, que Bartók havia composto em 1926 – e culmina no vigor e trepidação rítmica do movimento final. O título – Concerto para Orquestra – pode levar à inferência de que se trata de obra virtuosística, no
sentido atribuído aos concertos com solistas, que fizeram história a partir do início do século XVIII. Aqui, muito embora o virtuosismo individual apareça em passagens breves, Bartók faz lembrar sobretudo o concerto grosso, em que um grupo de solistas – o concertino – se destaca do ripieno, a massa orquestral. Tal procedimento se faz notar, por exemplo, na seção central – o desenvolvimento da forma sonata –, no fugato entregue ao naipe dos metais, do movimento de abertura. No entanto, mais que a questão puramente virtuosística, o Concerto apresenta, sobretudo, um jogo de timbres, como ocorre no segundo movimento, no tratamento solista por grupos instrumentais. Esse Giuoco delle coppie – jogo dos pares – expõe, sucessivamente, após uma curta abertura entregue à percussão, cinco grupos instrumentais que se encarregam, na primeira seção, de materiais composicionais em caráter de scherzo, dançante, nitidamente de inspiração folclórica. Além das diferenças timbrísticas, cada grupo – ou par, de instrumentos iguais: fagotes, oboés, clarinetes, flautas e trompetes – mantém intervalos harmônicos paralelos específicos. Na seção central,
Para ouvir
CD Bartok – Concert for Orchestra; Music for Strings, Percussion and Celesta – New York Philharmonic – Leonard Bernstein, regente – Sony – 1998
Para assistir
Orquestra Filarmônica de Berlim – Pierre Boulez, regente | Acesse: fil.mg/bconcorquestra
Para ler
Roland de Candé – História Universal da Música – Editora Martins Fontes – 1994
os metais se encarregam de um coral, solene, que contrasta com a seção anterior, mas na qual a caixa-clara faz lembrar, em breves interpolações, a pulsação dançante inicial. Na seção conclusiva, voltam os pares, agora em diversas combinações entre si. Em todo o movimento, vale ressaltar o papel do naipe das cordas que, apesar de pontuar ou secundar as intervenções dos sopros, sem um material verdadeiramente temático, intervém, juntamente com as harpas, com um tratamento instrumental rico e refinado. Na seção inicial da Elegia, Bartók recupera algo da ambiência que abre o concerto, evocando o material composicional da introdução, através das melodias das cordas, em que predominam intervalos de quartas, material
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SÉRIE ALLEGRO
uma melodia de intenso lirismo confiada às cordas – inicialmente às violas – irrompe uma citação da Sinfonia Leningrado, de Shostakovitch. O contexto em que ocorre a citação, ricamente trabalhada pela orquestra, mas com tons intencionais de ironia e de vulgaridade, torna manifesta uma provável intenção de Bartók em ridicularizar a selvageria nazista. Ao final do movimento, a retomada do lirismo põe fim ao “indesejável” e restabelece o clima inicial. No movimento conclusivo, três seções, de texturas variadas – a segunda, inclusive, um novo fugato – apenas tornam ainda mais manifesta a fonte de força e de vida que brota de um movimento incessante, um perpetuum mobile que domina o cenário com sua energia rítmica. Aqui, o Concerto para Orquestra toma seu significado mais imediato. O virtuosismo, cuidadosamente construído ao longo da obra, agora é para todos e está a serviço de uma orquestração rutilante.
oiliam lanna | Regente e compositor, Doutor em Letras (Análise do Discurso), professor da 18
Escola de Música da UFMG.
FOTO NETUN LIMA
que prepara nova atmosfera de música noturna, com um solo de oboé envolto pela escritura requintada de cordas e de harpas, e pelos arabescos de flauta e clarinete. A textura de harmonias densas e cromáticas que se segue, explorando a escritura antifonal entre madeiras e cordas, leva a um solo de flautim, ao qual respondem oboé, corne inglês e trompa. A delicadeza desse momento, espécie de prelúdio, evidencia o contraste da seção central, dramática, na qual, logo de início, os violinos, em oitavas, encarregam-se do material melódico que se opõe ao restante da orquestra. Esta seção evolui, através de texturas densas e complexas, antes que se restabeleça o clima noturno, à maneira de um poslúdio. É, no entanto, no breve quarto movimento – Intermezzo Interrotto – que ocorre a mais brusca mudança de atmosfera do Concerto. Após uma cantilena nos sopros e
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S É R I E SVÉI R VA I EC EV I V A C E
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Fabio Mechetti, regente
terça, 20h30 Grande Teatro do Palácio das Artes
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Wolfgang Amadeus MOZART Sinfonia nº 38 em Ré maior, K. 504, “Praga” [24 min] Adagio – Allegro Andante Presto
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i n t e r va l o
—
Gustav MAHLER Sinfonia nº 9 em Ré maior [88 min] Andante comodo No tempo de Ländler – Um pouco grosseiro e rude Rondo – Burleske: Allegro assai Adagio – Muito lento e contido
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SÉRIE VIVACE
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WOLFG A NG A M A DEUS
MOZ ART
(Áus t r i a , 1756 – 1791)
Sinfonia nº 38 em Ré maior, K. 504, “Praga” (1786)
Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.
No final de 1786, Mozart concluiu duas peças magistrais – o Concerto para piano nº 25 e a Sinfonia nº 38 –, obras em que a densidade do pensamento musical e o pleno domínio dos recursos composicionais sinalizam o derradeiro período criativo do compositor. Ambas destinavam-se ao público de Praga e apresentam a particularidade de não usar clarinetes (instrumento muito querido de Mozart, mas com os quais, ao que parece, ele não contaria na orquestra de Praga).
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O consagrado rótulo de Sinfonia de Praga se presta, portanto, muito bem à obra, homenageando a cidade tão amada pelo compositor e onde sua música era acolhida com entusiasmo. O sucesso triunfal de As bodas de Fígaro no teatro local
contrastara com a fria recepção da estreia vienense. Confiante no caloroso público tcheco, Mozart não precisou fazer concessões: a composição da nova Sinfonia marca um nítido salto qualitativo em sua criação sinfônica. E, mais uma vez, Praga mostrou apreciar as inovações, encomendando-lhe uma nova ópera. E, de fato, há vários episódios no Don Giovanni que lembram trechos da Sinfonia de Praga. No primeiro movimento da Sinfonia, o clima do grande Adagio introdutório se assemelha ao da música que, na ópera, acompanha a estátua vingativa do Comendador. Mozart utiliza a mesma figuração dos pesados passos do Convidado de Pedra. Essa introdução, de dimensão incomum, possui solidez e unidade notáveis.
A música da transição para o Allegro seguinte é quase exatamente a do sexteto do segundo ato de Don Giovanni. Além disso, o começo do próprio Allegro lembra a Abertura da ópera. Todo esse primeiro movimento da Sinfonia apresenta a particularidade de ser construído sobre breves motivos (ao contrário dos habituais amplos temas de Mozart), procedimento que já foi interpretado como uma homenagem a Haydn. A instrumentação revela o domínio magistral da paleta orquestral, exibindo rica variedade de recursos tímbricos. Notáveis também são os efeitos polifônicos e a naturalidade com que se tecem proezas contrapontísticas, quando ideias temáticas reaparecem entrelaçadas com suas próprias imitações ou associadas a novas figurações. O segundo andamento (Andante) apresenta uma sequência de melodias. A primeira, introduzida pelos primeiros violinos, reaparece logo a seguir em uma variante, na flauta e no fagote. No terceiro desenho melódico, cordas e sopros dialogam. O desenvolvimento
Para ouvir
CD Mozart: Symphonies Nos. 29, 30, 38 (Prague) – Capella Istropolitana – Barry Wordsworth, regente – Naxos, Alemanha – 1988
Para assistir
Orquestra Filarmônica de Viena – Karl Böhm, regente | Acesse: fil.mg/mpraga
Para ler
François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
emprega modulações que embelezam o tema inicial com seu variado colorido. O terceiro movimento (Presto) descreve uma estonteante trajetória, repleta de animação, força e vitalidade. Constrói-se, sobretudo, sobre um primeiro tema, inicialmente apresentado pelo quarteto das cordas e retomado, com caráter irônico, pela flauta, o oboé e o fagote. Tal tema vem diretamente de uma cena cômica de As bodas de Fígaro, referente ao personagem Cherubino. Mozart termina assim a Sinfonia de Praga, demonstrando brilhantemente sua capacidade inigualável de realizar a representação teatral também na música instrumental.
paulo sérgio malheiros dos santos | Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado.
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SÉRIE VIVACE
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GUSTAV
MAHLER
(R ep ú bli ca Tch eca , 1860 – Áus t r i a , 1911)
Sinfonia nº 9 em Ré maior (1909/1910)
Instrumentação: piccolo, 4 flautas, 4 oboés, corne inglês, requinta, 3 clarinetes, clarone, 4 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, cordas.
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As sinfonias de Mahler convidamnos a bem mais que um deleite. Exigem atenção, retorno, escuta ativa e participativa. Parecem estabelecer, há mais de um século, um diálogo inconcluso, do qual somos chamados a tomar parte, não para completá-lo, mas para descobrir novas interrogações. E, ainda que não conhecêssemos qualquer dado a respeito do contexto em que foram concebidas, ainda que não tivéssemos a menor informação acerca da biografia do compositor, essas obras certamente nos surpreenderiam. Para dizer da maneira mais simples e espontânea, nelas parecem pulsar, de forma contundente, vastos cenários das alegrias e tristezas da vida... de todos nós. Associar cada sinfonia de Mahler à bonança ou às intempéries de sua própria existência é um
exercício que parece frutífero, mas reduz o compositor a um mundo fechado, de quem dá conta ou que se ocupa apenas de suas idiossincrasias. Mahler olha bem mais além. Paradoxalmente, encontra cada um de nós quando mergulha em si mesmo. Ouvir, em concerto, uma sinfonia de Mahler, é uma rara oportunidade de celebração, um ritual em que nos colocamos em comunhão com os ideais do compositor, com a meditação sinfônica que nos leva a participar de sua visão particular do humano. Mas é também um exercício de escuta musical que requer esforço e acuidade. Cada instrumento é explorado na plenitude de sua capacidade expressiva e, nesse sentido, Mahler não nega a tradição, mas a leva a
limites até então impensados. Por seu turno, a orquestração, em seus momentos mais densos, veicula não um, mas vários materiais temáticos que se superpõem. Além disso, como se não bastasse a trama polifônica, a variedade de timbres sob a qual um mesmo material temático é frequentemente apresentado enriquece uma única melodia, como se a iluminasse de ângulos diversos. Mahler antecipa, de perto, a Klangfarbenmelodie (Melodia de timbres) da Segunda Escola de Viena, em um entretecido composicional complexo que seria explorado, de forma sistemática, mas com influência nitidamente mahleriana, em obras como o opus 6, para orquestra, de Alban Berg, ou ainda em obras camerísticas, como Noite transfigurada, para sexteto de cordas, de Schoenberg. A complexidade textural levou mesmo esses compositores a diferenciar, para os intérpretes, as funções dos materiais temáticos, com as anotações Hauptstimme (voz principal) e Nebenstimme (voz secundária). Na Nona Sinfonia, essas vozes criam, como em um quadro, verdadeiras perspectivas sonoras e podemos acompanhar a complexidade textural crescente
Para ouvir
CD Mahler – Symphony No. 9 – Berliner Philharmoniker – Leonard Bernstein, regente – Deutsche Grammophon – 2010
Para assistir
Orquestra Real do Concertgebouw – Bernard Haitink, regente | Acesse: fil.mg/msinf9
Para ler
Michael Kennedy – Mahler – Jorge Zahar Editor – 1988
já no tema de abertura que, aos poucos, começa a exigir uma espécie de audição difusa. Mesmo no segundo movimento, a textura é frequentemente cerrada, e o Ländler austríaco se distancia da expressão despreocupada de uma simples alegria de viver. Mahler, no entanto, sabe não apenas preparar, conduzir o ouvinte em direção às texturas espessas, como sabe também equilibrá-las com passagens transparentes, mesmo em tutti, como ocorre na seção central do Rondo – Burleske ou na elegia das cordas, no Adagio final. Mahler chega, com uma espécie de trilogia da despedida – A Canção da Terra, a Nona Sinfonia e uma sinfonia inacabada, a Décima – ao final de uma busca obstinada. Dialoga com a tradição, assimila,
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SÉRIE VIVACE
Vale ressaltar que o diálogo com a obra mahleriana, empreendido pelas gerações posteriores, a partir dos compositores da Segunda Escola de Viena, dá continuidade ao diálogo empreendido pelo
próprio Mahler, a partir de um vasto repertório que ele frequentava. Assim, na lenta elaboração temática deste Andante Comodo, antes do primeiro fortissimo, a presença insistente de uma célula melódica em intervalos de segundas descendentes faz lembrar, talvez não por acaso, o início da Sonata para piano Les Adieux, ainda mais porque está entregue de modo particular às trompas, evocadas na introdução daquela obra beethoveniana. A menção à despedida é também uma reiteração, uma lembrança, pois o mesmo motivo melódico já havia pontuado as últimas intervenções da voz na obra anterior de Mahler, Das Lied von der Erde (A Canção da Terra), precisamente no movimento intitulado Der Abschied (O adeus). Ao final da Nona, o parêntese se fecha, longa e lentamente. A obra parece não querer terminar, em um processo inverso ao da elaboração inicial, e as cordas, quase inaudíveis, reconduzem a Sinfonia ao silêncio do qual havia nascido.
oiliam lanna | Regente e compositor, Doutor em Letras (Análise do Discurso), professor da 26
Escola de Música da UFMG.
FOTO ALEXANDRE REZENDE
transforma, depura, como podemos verificar no diálogo entre suas próprias criações. Última obra concluída de Mahler, a Nona Sinfonia parece um longo parêntese entre dois silêncios. Nasce em dinâmicas suaves, ao apresentar fragmentos melódicos que constroem pacientemente o tema de abertura, antes que ele ganhe toda a orquestra. Desse processo de elaboração temática lembrou-se Alban Berg na primeira peça para orquestra de seu op. 6 (Três peças para orquestra), mesmo porque havia examinado detidamente a partitura da Sinfonia, recebida das mãos do próprio compositor, e manifestou sua admiração, afirmando que o movimento inicial da Nona era o que de “mais celestial” Mahler havia escrito.
SETEMBRO 2014
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olá, assinante TEMPORADA 2015 A nova temporada da Orquestra não mais ocorrerá no Palácio das Artes e sim na nova sala de concertos da Filarmônica, a Sala Minas Gerais. A obra está em curso com previsão de entrega até o fim do ano. O primeiro concerto será numa quinta-feira, dia 05 março de 2015. Estamos fazendo todos os preparativos para a nova temporada, que incluirá mais apresentações e novas séries de concertos. Aguarde as novidades. No dia 04 DE NOVEMBRO daremos início à CAMPANHA DE ASSINATURAS DA TEMPORADA 2015 .
Você irá receber informações que o ajudarão a compreender melhor o novo espaço e toda a temporada.
ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO assinatura@filarmonica.art.br 3219-9009 28
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, de 9h a 18h www.filarmonica.art.br
ENQUANTO ISSO, VOCÊ PODE COMEÇAR A CONHECER A SALA MINAS GERAIS.
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Plateia Central
Mezanino
Balc達o Lateral
Coro
Balc達o Principal
Camarotes
Balc達o Palco
Terra巽o
ACOMPA NHE A FIL A RMÔNIC A EM
OUTR AS SÉRIES DE CONCERTOS Concertos para a Juventude
Laboratório de Regência Atividade
Realizados em manhãs de domingo, são concertos dedicados aos jovens e às famílias, buscando ampliar e formar público para a música clássica. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.
inédita no Brasil, este laboratório é uma oportunidade para que jovens regentes brasileiros possam praticar com uma orquestra profissional. A cada ano, quinze maestros, quatro efetivos e onze ouvintes, têm aulas técnicas, teóricas e ensaios com o regente Fabio Mechetti. O concerto final é aberto ao público.
Clássicos na Praça Realizados em praças da Região Metropolitana de Belo Horizonte, os concertos proporcionam momentos de descontração e entretenimento, buscando democratizar o acesso da população em geral à música clássica.
Concertos de Câmara Realizados
Concertos Didáticos Concertos
Turnês Estaduais As turnês estaduais
destinados exclusivamente a grupos de crianças e jovens da rede escolar, bem como a instituições sociais, mediante inscrição prévia. Seu formato busca apoiar o público em seus primeiros passos na música clássica.
levam a música de concerto a diferentes cidades e regiões de Minas Gerais, possibilitando que o público do interior do Estado tenha contato direto com música sinfônica de excelência.
para estimular músicos e público na apreciação da música erudita para pequenos grupos. A Filarmônica conta com grupos de Metais, Cordas, Sopros e Percussão.
Turnês Nacionais e Internacionais Festival Tinta Fresca Com o objetivo
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de fomentar a criação musical entre compositores brasileiros e gerar oportunidade para que suas obras sejam programadas e executadas em concerto, este Festival é sempre uma aventura musical inédita. Como prêmio, o vencedor recebe a encomenda de outra obra sinfônica a ser estreada pela Filarmônica no ano seguinte, realimentando o ciclo da produção musical nos dias de hoje.
Com essas turnês, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais busca colocar o Estado de Minas dentro do circuito nacional e internacional da música clássica. Em 2014, a Orquestra volta a se apresentar no Festival de Campos do Jordão.
PRÓXIMOS CONCERTOS SE TEMBRO Dia 7 Inhotim domingo, 16h Marcos Arakaki, regente GUERRA-PEIXE / RIMSKY-KORSAKOV / BINICKI / STRAVINSKY / BARTÓK / SHOSTAKOVICH
Dia 25 Concertos de Câmara Quarteto de Cordas quinta, 19h e 20h30, Memorial Minas Gerais Vale MOZART / VILLA-LOBOS
Dia 16 Série Vivace terça, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regente MOZART / MAHLER
Dia 21 Concertos para a Juventude Encontro com o Modernismo no Brasil domingo, 11h, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regente Heleno Feitosa, saxofone AMARAL VIEIRA / GNATTALI / VILLA-LOBOS / NOBRE / KRIEGER
Dias 22 e 23 Concertos Didáticos (concertos fechados) segunda e terça, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regente WAGNER / F. MORAIS / KABALEVSKY / BIZET
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ORQUESTR A FIL ARMÔNICA DE MINAS GER AIS / SE TEMBRO 2014 Diretor Artístico e Regente Titular
Regente Associado
Fabio Mechetti
Marcos Arakaki
Primeiros Violinos Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla Associado Ara Harutyunyan – Spalla Assistente Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Baptiste Rodrigues Bojana Pantovic Dante Bertolino Eliseu Martins de Barros Hyu-Kyung Jung Marcio Cecconello Megumi Tokosumi Rodrigo Bustamante Rodrigo de Oliveira Rodrigo Monteiro Braga Segundos Violinos Frank Haemmer * Leonidas Cáceres ** Jovana Trifunovic Leonardo Ottoni Luka Milanovic Marija Mihajlovic Martha de Moura Pacífico Mateus Freire Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch
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Violas João Carlos Ferreira * Roberto Papi ** Flávia Motta
*
principal
**
Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Marcelo Nébias Nathan Medina
Israel Muniz Moisés Pena
Violoncelos Elise Pittenger *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Eneko Aizpurua Pablo Lina Radovanovic Robson Fonseca Francisca Garcia **** Contrabaixos Colin Chatfield * Nilson Bellotto ** Brian Fountain Hector Manuel Espinosa Marcelo Cunha Pablo Guiñez William Brichetto Flautas Cássia Lima * Renata Xavier ** Alexandre Braga Elena Suchkova Marina Pierucci **** Oboés Alexandre Barros * Ravi Shankar **
principal assistente
***
Clarinetes Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno ** Ney Campos Franco Alexandre Silva Fagotes Catherine Carignan * Altair Venâncio ** Andrew Huntriss Cláudio de Freitas Trompas Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov ** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata Trompetes Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal Trombones Mark John Mulley * Wagner Mayer ** Renato Lisboa Tuba Eleilton Cruz *
principal
/
assistente substituto
Tímpanos Patricio Hernández Pradenas * Percussão Rafael Alberto * Daniel Lemos ** Werner Silveira Sérgio Aluotto Harpa Giselle Boeters * Angélica Vianna **** Teclados Ayumi Shigeta * gerente
INSTITUTO CULTUR AL FIL ARMÔNICA / SE TEMBRO 2014
Conselho Administrativo
Equipe Técnica gerente de
Equipe Administrativa
presidente emérito
comunicação
analista
Jacques Schwartzman
Merrina Godinho Delgado
administrativo
presidente
gerente de produção
Paulo Baraldi
Roberto Mário Soares
musical
analista contábil
conselheiros
Claudia da Silva Guimarães
Graziela Coelho
assessora de
Thais Boaventura
programação musical
analista de
Carolina Debrot
recursos humanos
produtores
Quézia Macedo Silva
Geisa Andrade Luis Otávio Rezende Narren Felipe
secretária executiva
analistas de
administrativos
comunicação
Cristiane Reis João Paulo de Oliveira
Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Drumond Marco Antônio Pepino Marcus Vinícius Salum Mauricio Freire Octávio Elísio Paulo Paiva Paulo Brant Sérgio Pena
analista financeiro
Flaviana Mendes assistentes
assistente
Diretoria Executiva
administrativo
diretor presidente
Débora Vieira
Diomar Silveira
arquivista
diretor
Andréa Mendes – Imprensa Marciana Toledo – Publicidade Mariana Garcia – Multimídia Renata Romeiro – Design gráfico
Sergio Almeida
administrativo-
analista de marketing
assistentes
financeiro
de relacionamento
Ailda Conceição Claudia Regina
Ana Lúcia Kobayashi Claudio Starlino Jônatas Reis
Estevão Fiuza
Mônica Moreira
mensageiros
diretora de comunicação
analista de marketing e projetos
Jeferson Silva Pablo Faria
supervisor de
Jacqueline Guimarães Ferreira
Mariana Theodorica
menor aprendiz
montagem
diretora de marketing
assistente de
Pedro Almeida
Rodrigo Castro
e projetos
comunicação
montadores
Zilka Caribé
Renata Gibson
André Barbosa Jussan Meireles Risbleiz Aguiar
diretor de operações
assistente de
Ivar Siewers
marketing de
diretor de produção
relacionamento
musical
André Rozenbaum
Jussan Fernandes inspetora
Karolina Lima
****
Marcos Souza músico convidado
auxiliar administrativo
Vivian Figueiredo recepcionista
Lizonete Prates Siqueira auxiliares de serviços gerais
FOR TI S SIMO setembro Nº 8 / 2014 ISSN 2357-7258
editora
Merrina Godinho Delgado edição de texto
Berenice Menegale
SETEMBRO 2014
PA R A A PRECIA R UM CONCERTO
Fotos e gravações em áudio e vídeo
Pontualidade
Aparelhos celulares
Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.
Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro. E também evite usar o celular durante o concerto, pois a luz atrapalha quem está perto de você.
Aplausos
Tosse
Crianças
Comidas e bebidas
Aplauda apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de dois ou mais movimentos. Veja no programa o número de movimentos e fique de olho na atitude e gestos
Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.
Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.
Seu consumo não é permitido no interior da sala de concerto.
Não são permitidas na sala de concertos.
Conversa A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.
do regente.
CUIDE DO SEU PROGR A M A DE CONCERTOS
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Programa disponível no site: www.filarmonica.art.br//index.php/blog/programas
FOTO EUGÊNIO SÁVIO
O programa mensal é elaborado com a participação de diversos especialistas e oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música, compositores e intérpretes. Desfrute da leitura e estudo. Em 2014, ele ganha o nome Fortissimo e o registro do ISSN, um código que o identifica, permite a citação de seus textos como referência intelectual e acadêmica e sua indexação nos sistemas nacional e internacional de pesquisa. Para evitar o desperdício, traga sempre o seu programa. Caso o esqueça, use o exemplar entregue pelas recepcionistas e, ao final, deposite-o em uma das caixas colocadas à saída do Grande Teatro. 35
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em outubro você tem um encontro especial
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SETEMBRO 2014
Pedro e o Lobo de sergei prokofieff
com a filarmônica eo
FOTO DIVULGAÇÃO
giramundo teatro de bonecos
DIA 10
DIA 11
DIA 12
20h
16h e 19h
16h e 19h
Sesc Palladium
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CA 0230/001/2013
PAT R O C Í N I O
A P O I O C U LT U R A L
DIVULGAÇÃO
INCENTIVO
Projeto executado por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais
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