Maio de 2016 | Allegro e Vivace 5

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BRITT FORTISSIMO Nº 9 — 2016

ENBR 1 9/05 ALLEGRO 20/05 VIVACE

UCHE

LGAR



MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DE MINAS GERAIS E CEMIG APRESENTAM

19/05 ALLEGRO 20/05 VIVACE



Caros amigos e amigas, Recebemos com alegria a visita, pela primeira vez com nossa Orquestra, do regente britânico Justin Brown e da violinista canadense Lara St. John. Juntos, eles introduzem o admirado Concerto nº 1 de Bruch. A música inglesa será representada pela majestosa, complexa e romântica Sinfonia nº 2 de Edward Elgar, assim como pela contemplativa Passacaglia de Benjamin Britten, retirada de sua ópera Peter Grimes. A beleza e o contraste das obras, unidos ao talento de nossos convidados e à competência de nossa grande Orquestra, farão com que todos aqui presentes se lembrem desta noite com alegria e entusiasmo. Tenham todos um bom concerto.

FABIO MECHETTI FOTO: RA FA EL M OTTA

Diretor Artístico e Regente Titular

3


FOTO: AN DRÉ FOSSAT I

FABIO MECHETTI diretor artístico e regente titular

D

esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável

pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais

4


de verão nos Estados Unidos, entre

No Brasil, foi convidado a dirigir a

eles os de Grant Park em Chicago

Sinfônica Brasileira, a Estadual de

e Chautauqua em Nova York.

São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de

Realizou diversos concertos no México,

São Paulo e do Rio de Janeiro.

Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu

Trabalhou com artistas como Alicia

as orquestras sinfônicas de Tóquio,

de Larrocha, Thomas Hampson,

Sapporo e Hiroshima. Regeu também a

Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,

Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia,

Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil

a Orquestra da Rádio e TV Espanhola

Shaham, Midori, Evelyn Glennie,

em Madrid, a Filarmônica de Auckland,

Kathleen Battle, entre outros.

Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos

Vencedor do Concurso Internacional de

dirigindo a Ópera de Washington.

Regência Nicolai Malko, na Dinamarca,

No seu repertório destacam-se

Mechetti dirige regularmente na

produções de Tosca, Turandot, Carmem,

Escandinávia, particularmente a

Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a

Madame Butterfly, O barbeiro de

de Helsingborg, Suécia. Recentemente

Sevilha, La Traviata e Otello.

fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere e na Itália,

Fabio Mechetti recebeu títulos

dirigindo a Orquestra Sinfônica de

de mestrado em Regência e em

Roma. Em 2016 fará sua estreia com a

Composição pela prestigiosa

Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

Juilliard School de Nova York. 5


B B E 6


JUSTIN BROWN, regente convidado LARA ST. JOHN, violino

PROGRAMA

Benjamin BRITTEN Peter Grimes: Passacaglia, op. 33b

Max BRUCH Concerto para violino nº 1 em sol menor, op. 26 Prelúdio: Allegro moderato Adagio Finale: Allegro energico

INTERVALO

Edward ELGAR Sinfonia nº 2 em Mi bemol maior, op. 63 Allegro vivace e nobilmente Larghetto Rondo Moderato e maestoso


JUSTIN BROWN

FOTO: JOC H E N K L E N K


Reconhecido internacionalmente pelo

Toulouse, sinfônicas de Cincinnati,

seu repertório sinfônico e operístico, Justin

Colorado, Indianápolis e Dallas, Mainly

Brown é diretor artístico do Badisches

Mozart Festival Orchestra de San Diego,

Staatstheater Karlsruhe, Alemanha, e

filarmônicas da Malásia e de Tóquio,

diretor artístico laureado da Orquestra

sinfônicas de São Paulo e de Sydney.

Sinfônica do Alabama, Estados Unidos. Em ópera, estreou na English National Na temporada 2015/2016, no Badisches

Opera e Scottish Opera e também regeu

Staatstheater, Brown rege uma nova

no Covent Garden, Santa Fé, La Monnaie,

produção de Tristão e Isolda e a primeira

nas óperas Norueguesa, do Estado da

parte do Ciclo do Anel, Das Rheingold,

Bavária, de Stuttgart, Frankfurt, Nantes,

além das aclamadas produções de

Strasburgo e no Teatro San Carlo. Sob

Parsifal e Falstaff. Como convidado,

sua direção, o Badisches Staatstheater

fará seu début com a Ópera Nacional

Karlsruhe é reconhecido pela diversificação

Galesa na estreia mundial de Figaro

do seu repertório e em 2012 recebeu

Gets a Divorce, de Elena Langer, além

o prêmio dos Editores Alemães pela

da Filarmônica de Calgary, Canadá, e

programação inovadora e compromisso

Filarmônica de Minas Gerais, Brasil.

com a música contemporânea.

Em seis temporadas na direção da

A discografia de Justin Brown, pelos selos

Sinfônica do Alabama, Brown e a

Pan Classics, Bridge Records e Naïve,

orquestra foram primeiro lugar em três

inclui a Nona Sinfonia de Mahler elogiada

edições do prêmio ASCAP e receberam

na Diapason Magazine; nomeação ao

o prêmio John S. Edwards na categoria

Grammy 2007 e o WQXR Gramophone

Forte Compromisso com a Nova Música

American Award 2006 por The Six Realms

Americana. Seu legado inclui a criação

de Peter Lieberson; Escolha do Editor na

do programa Compositor em Residência e

Gramophone por gravações de Gershwin

a fundação da Orquestra Sinfônica Jovem.

e elogios da crítica pelos concertos para violoncelo de Elgar e Barber.

Como convidado, regeu muitas das melhores orquestras do mundo,

Natural da Inglaterra, Justin Brown

incluindo as sinfônicas de Londres e da

estudou na Universidade de Cambridge

BBC, Filarmônica Real, Orquestra da

e em Tanglewood com Seiji Ozawa

Cidade de Birmingham, filarmônicas de

e Leonard Bernstein. Foi assistente

Oslo e de Bergen, Sinfônica da Rádio

de Bernstein e de Luciano Berio e

Finlandesa, Orquestra de Câmara Sueca,

estreou como regente na première

filarmônicas de São Petersburgo e de

britânica de Mass, de Bernstein.

Dresden, Sinfônica da Rádio Holandesa,

Brown também é reconhecido como

Orquestra Nacional do Capitólio de

pianista nos dois lados do Atlântico. 9


LARA ST. JOHN

FOTO: K E VI N LOW E RY


A violinista canadense Lara St. John foi

o público correr, não caminhar, de volta

descrita como “algo fenomenal” pela

às salas de concerto em noites de música

The Strad e como “solista de extremo

nova”. Gravou Vivaldi e Piazzolla com a

poder” pelo The New York Times.

Orquestra Jovem Simón Bolívar em disco destacado pelo American Record Guide

Ela já se apresentou como solista com

em 2009: “Não consigo imaginar uma

as orquestras de Cleveland, Filadélfia,

performance mais agradável e intimista”.

São Francisco, Seattle, Boston Pops,

Sua gravação de Mozart venceu o prêmio

Queensland, Toronto, Montreal,

Juno 2011. Em 2014, seu álbum de

Vancouver, Orquestra Filarmônica Real,

Schubert com a harpista da Filarmônica

Sinfônica NDR, Orquestra de Câmara de

de Berlim, Marie-Pierre Langlamet, o

Zurique, Ensemble Orchestral de Paris,

violoncelista Ludwig Quandt e a soprano

filarmônicas de Strasburgo, de Auckland,

Anna Prohaska foi escolhido um dos

de Hong Kong e da China, sinfônicas de

“melhores CDs da primavera” pelo Der

Bournemouth, de Belgrado, de Amsterdã,

Tagesspiegel e recomendado pelo MDR

de Adelaide, de Tóquio, de Hangzhou,

Figaro por seu “encanto sem limites”.

de Shanghai, com a Camerata Ireland, Sinfônica Yomiuri Nippon e Orquestra

Seu trabalho foi noticiado também

de Câmara de Akbank, entre outras.

em veículos como US News & World Report, as revistas People e Strings,

Na América Latina, tocou com a

as redes CBC e BBC, os programas

Orquestra Jovem Simón Bolívar,

Showbiz Today da CNN, All Things

Venezuela, a Sinfônica de São Paulo e a

Considered da NPR e Bravo! Special:

Orquestra Sinfônica Brasileira, Brasil, e

Live At the Rehearsal Hall.

a Sociedad Filarmónica de Lima, Peru. Realizou recitais nas mais importantes

Lara começou a tocar violino aos dois

salas de concerto em Nova York, Boston,

anos de idade e aos quatro estreou

São Francisco, Ravínia, Wolf Trap,

como solista de orquestra. Sua estreia

Washington D. C., Praga, Berlim,

na Europa foi com a Orquestra

Toronto, Montreal e a Cidade Proibida.

Gulbenkian aos dez anos. Após turnês pela Espanha, França, Portugal e

Lara St. John possui seu próprio selo, o

Hungria, ingressou no Instituto Curtis

Ancalagon. Seu Bach: the Six Sonatas &

aos treze anos. Alguns de seus professores

Partitas for Violin Solo foi o álbum duplo

foram Felix Galimir e Joey Corpus.

mais vendido no iTunes em 2007. Sobre a sua gravação, em 2008, do inédito

Lara St. John apresenta-se com um

Concerto para Violino de Matthew

violino Guadagnini “Salabue” de

Hindson, a Gramophone escreveu:

1779 graças a um doador anônimo

“É o tipo de trabalho que deveria fazer

e Heinl & Co. de Toronto. 11


Benjamin

BRITTEN Inglaterra, 1913 – 1976

PETER GRIMES: PASSACAGLIA, OP. 33B (1945)

7 min

Sobre a estreia da primeira grande ópera de Benjamin Britten em junho de 1945, no Sadler’s Wells Theatre, em Londres, um correspondente do The New York Times escreve: “Um marco tanto na história da música britânica quanto na do famoso teatro, cujas portas foram reabertas após quase cinco anos para a apresentação do Peter Grimes do senhor Britten”. De fato, os amantes do gênero esperavam, desde a estreia de Dido and Aeneas de Henry Purcell em 1689, por uma ópera inglesa capaz de assegurar lugar cativo no repertório. Com Peter Grimes, Britten reinseriu a produção operística de seu país na história do gênero e projetou-se como a mais representativa figura do meio musical britânico do século XX. Antes de lançar-se à composição de óperas, Britten percorreu um tortuoso caminho em busca de sua identidade musical e pessoal. Em 1935, é contratado pelo cineasta brasileiro Alberto Cavalcanti como o compositor de trilha sonora do GPO Film Unit. Nos estúdios do GPO Britten viveu um momento de liberação artística, sexual e política. Conheceu o poeta W. H. Auden e o novelista Christopher Isherwood, duas de suas maiores influências, além de Montagu Slater, o futuro libretista de Peter Grimes. Foi ali que se assumiu homossexual — para amigos apenas — e posicionou-se publicamente como pacifista. O acirramento das tensões políticas na Europa e o anseio por novas experiências musicais levaram-no em 1939 a mudar-se para os Estados Unidos. Em 1941 seu companheiro, o tenor Peter Pears, mostra-lhe um artigo assinado por E. M. Forster sobre o poeta George Crabbe, publicado no semanário The Listener. A descoberta da obra de Crabbe, aliada à frustração com a crítica musical norte-americana, insufla-lhe profunda nostalgia em relação à terra natal. Assim, em 1942, decide retornar à Inglaterra e traz consigo um projeto (encomendado pelo regente Serge Koussevitzky) de composição de uma ópera a partir do poema The Borough, de Crabbe. Em abril do mesmo ano, Britten 12


INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, celesta, cordas.

PARA  OUVIR

convida Slater a escrever o libreto. Nos dezoito meses que se seguem, os dois discutem, corrigem e revisam o texto. Em janeiro de 1944, Britten dá início à composição da música. “Com Peter Grimes quis expressar minha consciência da perpétua luta de homens e mulheres cujas vidas dependem do mar”, declara Britten. O enredo conta a história de Peter Grimes, “um pescador — visionário, ambicioso, impetuoso e frustrado” que vive de modo irresponsável e isolado da comunidade local. Malvisto em seu isolamento, Grimes é perseguido pela comunidade da vila quando seus aprendizes morrem de modo suspeito em alto mar. Mesmo inocente — ao menos o Grimes de Slater —, o pescador internaliza culpa e rejeição, vindo a cometer suicídio.

CD Britten – Peter Grimes — Orchestra of the Royal Opera House — Covent Garden Chorus of the Royal Opera House — Benjamin Britten, regente — Peter Pears, Claire Watson, solistas — Decca, 00028947880233 – 20C Series - 2014 [1958] Orquestra da Casa de Ópera Real — Sir Colin Davis, regente | Acesse: fil.mg/bpassacaglia PARA  ASSISTIR

FILME Night Mail — W. H. Auden, roteiro — Basil Wright e Harry Watt, produção e direção — A. Calvalcanti, W. H. Auden e B. Britten, direção de som — 1936 (Documentário sobre a London, Midland and Scotish Railway, considerado um retrato da Grã-Bretanha, com música de Britten) PARA  LER

Lauro Machado Coelho — A Ópera Inglesa — Perspectiva — 2005 Conde Harewood (org.) — Kobbé: O Livro Completo da Ópera — Zahar — 1994 PARA  VISITAR

www.brittenpears.org

A ópera conta com um prólogo e três atos. Cada ato divide-se em duas cenas, cada uma delas introduzida por um interlúdio orquestral. Os quatro interlúdios que retratam o mar foram reunidos por Britten na suíte Four Sea Interludes, op. 33a. Já a Passacaglia, que separa as duas cenas do segundo ato, foi convertida numa peça isolada que expressa a ansiedade e a melancolia daquele que foge à normalidade.

IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música

pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3. 13


Max

BRUCH

Prússia, atual Alemanha, 1838 – Alemanha, 1920

CONCERTO PARA VIOLINO Nº 1 EM SOL MENOR, OP. 26 (1864/1867) 25 min Nascido apenas dez anos depois da morte de Schubert, Max Bruch foi contemporâneo das diferentes correntes musicais que dominaram o romantismo musical europeu na segunda metade do século XIX. Entretanto, manteve-se apegado a um conservadorismo radical — não apenas na música como em suas convicções político-sociais. Grande admirador de Mendelssohn, Bruch atacou duramente Liszt, Wagner e seus seguidores. Morreu dois anos após a morte de Debussy, ignorando as inovações revolucionárias dos grandes compositores do começo do século XX. Ao longo de sua carreira, Max Bruch ocupou postos de regente de orquestra e de coro em importantes centros musicais como Mannheim, Liverpool e Breslau. Foi professor de composição na Escola Superior de Música de Berlim até 1910. Obteve notoriedade, nas últimas décadas do século XIX, com uma obra extensa, abrangendo vários gêneros: concertos, óperas, sinfonias, corais e peças concertantes de inspiração folclórica. Entretanto, hoje em dia, seu nome permanece unicamente associado ao Concerto para Violino op. 26, cujo sucesso contrasta com a negação quase total de suas outras criações. O primeiro dos três concertos para violino de Max Bruch mantém inabalável prestígio entre os solistas e o público, atraídos pelo virtuosismo de sua escrita violinística e pela grande riqueza melódica. Foi dedicado a Joseph Joachim, amigo de Brahms e célebre concertista, cujos conselhos foram devidamente aproveitados, sobretudo na parte solo do concerto. No Allegro moderato inicial, Max Bruch evita a habitual forma do allegro de sonata — apesar de apresentar dois temas principais, o trecho é desprovido das seções de desenvolvimento e reexposição. Trata-se de um diálogo rapsódico entre solista e orquestra que cumpre o papel de introdução aos dois movimentos seguintes. (Por essa 14


INSTRUMENTAÇÃO

2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas. razão o compositor hesitou em dar à obra o título de concerto). Os dois temas são contrastantes. O primeiro, dramático, aparece nas madeiras que logo o entregam ao violino. O segundo tema, muito lírico, levará

PARA  OUVIR

CD Max Bruch — Violin Concerto no. 1, op. 26; Scottish Fantasy, op. 46 — Royal Philharmonic Orchestra — Rudolf Kempe, regente — Kyung Wha Chung, violino — Decca Classics, Reino Unido, 0289 478 3351 2 CD ADD DB – 2011

o solista ao registro mais agudo, num percurso fascinante. Dispensando um possível desenvolvimento, a orquestra retoma o diálogo inicial e conduz, sem interrupção, ao andamento seguinte. O Adagio, introduzido pelo solista,

PARA  ASSISTIR

Orquestra Sinfônica de Tóquio — Kazuyoshi Akiyama, regente — Itzhak Perlman, violino Acesse: fil.mg/bconcviolino1 PARA  LER

François-René Tranchefort — Guia da Música Sinfônica — Nova Fronteira — 1990

constrói-se essencialmente sobre um só tema em Mi bemol maior. A amplitude do movimento deve-se aos processos de ornamentação, variação e retomada desse tema, até atingir um clímax de grande efeito. Quando o silêncio parece inevitável, a flauta e a trompa preparam o solista para uma última exposição da melodia principal. O brilhante Finale, de andamento fogoso, revela a admiração de Bruch por Brahms, com a evocação dos ritmos ciganos consagrados pelo ilustre modelo. O Allegro energico apresenta seu tema principal em Sol maior, primeiro na orquestra, depois completamente dominado pelo solista. O segundo

PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS

tema tem maior envergadura.

Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

O jogo violinístico se desenvolve por todo o movimento em exuberante virtuosismo, embora sempre controlado pela naturalidade de sua escrita.

15


Edward

ELGAR Inglaterra, 1857 – 1934

SINFONIA Nº 2 EM MI BEMOL MAIOR, OP. 63 (1911)

53 min

A Inglaterra, que no passado havia dado ao mundo compositores da importância de William Byrd, John Dowland e Henry Purcell, parecia muda no século XIX. No reinado da rainha Vitória, quando aproximadamente um quarto das terras do globo estavam sob seu comando e o Império Britânico era chamado de “o império onde o sol nunca se põe”, os alemães gostavam de zombar da Inglaterra como a única nação culta que não tinha uma música própria. De fato, após Purcell, os ingleses passaram a importar cada vez mais música do continente sem conseguirem que sua produção atravessasse o Canal da Mancha em sentido contrário. Elgar seria o compositor responsável por mudar essa situação. Elgar foi um compositor essencialmente autodidata, que conseguiu dirigir-se a seus compatriotas em uma linguagem, acima de tudo, europeia, e não mais provinciana. Primeiro compositor moderno inglês reconhecido no exterior, ele atingiu o topo da fama em 1899, com o sucesso estrondoso de sua peça Variações Enigma, um sucesso mantido estável nos anos seguintes com as estreias triunfais, entre outras obras, do oratório O sonho de Gerontius (1900), da Sinfonia nº 1 (1908) e do Concerto para violino (1910). Sua Sinfonia nº 2 foi composta entre outubro de 1910 e 28 de fevereiro de 1911. Como habitual em sua escrita, Elgar lança mão de pequenos fragmentos melódicos que ele habilmente desenvolve ao longo da música através de repetições variadas e de combinações inventivas. O primeiro movimento (Allegro vivace e nobilmente) é dramático, repleto de uma agitação interna que dura até o último compasso. O segundo movimento (Larghetto), de orquestração delicada, apresenta, em seu caráter meditativo, algumas das mais belas melodias de todos os tempos. O Rondo é cheio de uma energia que, em crescendo, contagia toda a orquestra e leva-nos a um final imponente. O quarto 16


INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, cordas.

PARA  OUVIR

movimento (Moderato e maestoso) é grandioso, nobre, lento e melancólico.

CD Elgar — Symphonies 1 & 2; Cockaigne; In the south — London Philharmonic Orchestra — Sir Georg Solti, regente – Decca – 1995 PARA  ASSISTIR

A primeira apresentação se deu no dia 24 de maio de 1911 com a Orquestra do Queen’s Hall, no Festival Londres, regida pelo compositor. A Sinfonia foi dedicada ao rei Eduardo VII, filho mais velho da rainha Vitória, falecido em maio de 1910. A estreia foi um fracasso, não apenas

Orquestra Sinfônica de Londres – Daniel Harding, regente | Acesse: fil.mg/esinf2 PARA  LER

Michael Kennedy — Portrait of Elgar — Oxford University Press — 2004 Jerrold Northrop Moore — Edward Elgar: a creative life — Oxford University Press — 1984

porque os ingleses ainda choravam a morte do rei, mas, principalmente, porque ainda choravam a morte do Império. A era eduardiana marcou-se especialmente, para os ingleses, por tristeza e frustração pelo desfalecimento daquele que foi o maior império da história e por desejo de fuga para um passado idealizado. A Sinfonia nº 2 parece comportar todos esses sentimentos de uma época que não volta mais, embora lide exclusivamente com recordações íntimas do compositor, que nada têm a ver com o abatimento patriótico que assolava o país. A bem dizer, a dedicatória foi de conveniência, mas o conteúdo musical melancólico atingiu em cheio o moral do público. A obra só entraria para o repertório de concerto nos anos 1920.

GUILHERME NASCIMENTO Compositor,

Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor. 17


Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Fabio Mechetti REGENTE ASSOCIADO

Marcos Arakaki

PRIMEIROS VIOLINOS

Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla Associado Ara Harutyunyan – Spalla Assistente Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Matheus Braga Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira

VIOLONCELOS

TROMPAS

GERENTE

Philip Hansen * Felix Drake *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Eneko Aizpurua Pablo Lina Radovanovic Robson Fonseca

Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata

Jussan Fernandes

TROMPETES

Débora Vieira

CONTRABAIXOS

Nilson Bellotto **** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano

SEGUNDOS VIOLINOS

Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch

Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova OBOÉS

Alexandre Barros * Ravi Shankar *** Israel Muniz Moisés Pena CLARINETES

Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva

Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

ARQUIVISTA

Ana Lúcia Kobayashi ASSISTENTES

TROMBONES

Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa

Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM

Rodrigo Castro

FLAUTAS

VIOLAS

João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina

Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado

INSPETORA

TUBA

Eleilton Cruz * TÍMPANOS

Patricio Hernández Pradenas *

MONTADORES

André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar

PERCUSSÃO

Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA

Giselle Boeters * TECLADOS

FAGOTES

Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva

Ayumi Shigeta * BRITTEN Representante exclusivo:

Boosey & Hawkes

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto


GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Fernando Damata Pimentel

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Antônio Andrade

João Batista Miguel

Instituto Cultural Filarmônica

(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)

Conselho Administrativo PRESIDENTE EMÉRITO

Jacques Schwartzman PRESIDENTE

Roberto Mário Soares CONSELHEIROS

Angela Gutierrez Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Mauricio Freire Mauro Borges Octávio Elísio Paulo Brant Sérgio Pena

Diretoria Executiva DIRETOR PRESIDENTE

Diomar Silveira DIRETOR ADMINISTRATIVOFINANCEIRO

Estêvão Fiuza DIRETORA DE COMUNICAÇÃO

Jacqueline Guimarães Ferreira

DIRETOR DE PRODUÇÃO MUSICAL

Kiko Ferreira

Equipe Técnica GERENTE DE COMUNICAÇÃO

Merrina Godinho Delgado GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL

ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO

Eularino Pereira ASSISTENTE DE PRODUÇÃO

Rildo Lopez

Equipe Administrativa

AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS

Ailda Conceição Márcia Barbosa MENSAGEIROS

Bruno Rodrigues Douglas Conrado MENOR APRENDIZ

Mirian Cibelle

Sala Minas Gerais

Claudia da Silva Guimarães

GERENTE ADMINISTRATIVOFINANCEIRA

ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICAL

Ana Lúcia Carvalho

GERENTE DE INFRAESTRUTURA

GERENTE DE RECURSOS HUMANOS

Renato Bretas

Quézia Macedo Silva

GERENTE DE OPERAÇÕES

ANALISTAS ADMINISTRATIVOS

Jorge Correia

João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi

TÉCNICO DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃO

Carolina Debrot PRODUTORES

Luis Otávio Rezende Narren Felipe ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO

Mauro Rodrigues

Marciana Toledo (Publicidade) Mariana Garcia (Multimídia) Renata Gibson Renata Romeiro (Design gráfico)

ANALISTA CONTÁBIL

ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO

Cristiane Reis

Mônica Moreira

Graziela Coelho

TÉCNICO DE ILUMINAÇÃO E ÁUDIO

SECRETÁRIA EXECUTIVA Rafael Franca

Flaviana Mendes ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

ASSISTENTE OPERACIONAL

Rodrigo Brandão

ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOS

Vivian Figueiredo

FORTISSIMO maio

ANALISTAS DE DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé

RECEPCIONISTA

DIRETOR DE OPERAÇÕES

AUXILIAR ADMINISTRATIVO

Godinho Delgado

Pedro Almeida

Berenice Menegale

Itamara Kelly Mariana Theodorica

Ivar Siewers

Ilustrações: Mariana Simões

Lizonete Prates Siqueira

nº 9 / 2016 ISSN 2357-7258 EDITORA Merrina EDIÇÃO DE TEXTO

19


FILARMÔNICA ONLINE www.filarmonica.art.br

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OLÁ,  ASSINANTE

AMIGO DA FILARMÔNICA,

Para que sua vinda aos concertos seja mais cômoda e o atendimento da bilheteria ágil e eficiente, traga, sempre que possível, seus ingressos originais. A reimpressão é um benefício gratuito ao Assinante, porém, sua utilização em excesso gera, além de lentidão no atendimento, desperdício de papel, tinta e o que tem mais valor: seu tempo.

No dia 25 de maio, quarta-feira, às 20h30, será realizado o concerto de encerramento do Festival Tinta Fresca.

Leia mais em filarmonica.art.br/ingressos

Esperamos por você.

CONCERTOS

mai

5 e 6 / mai, 20h30

Stravinsky, Mahler 8 / mai, 11h

Dia das Mães na Praça da Assembleia 14 / mai, 18h

Mozart — Tudo em família 19 e 20 / mai, 20h30

Britten, Bruch, Elgar 25 / mai, 20h30

Obras finalistas 29 / mai, 11h

PRESTO VELOCE CLÁSSICOS NA PRAÇA

FORA DE SÉRIE

ALLEGRO VIVACE FESTIVAL TINTA FRESCA JUVENTUDE

Poemas sinfônicos — Dvorák, Liszt, Debussy, R. Strauss Veja detalhes em filarmonica.art.br/ concertos/agenda-de-concertos.

Lembre-se de que você é nosso convidado. Faça sua reserva de ingressos até o dia 18 de maio e garanta o seu lugar.

Saiba mais em: filarmonica.art.br/educacional/ festival-tinta-fresca filarmonica.art.br/apoie/doacao-depessoa-fisica

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Para que sua noite seja ainda mais especial, nos dias de concerto, apresente seu ingresso no restaurante Haus München e, na compra de um prato principal, ganhe outro de igual ou menor valor. Rua Juiz de Fora, 1.257, pertinho da Sala Minas Gerais.


PARA  APRECIAR  UM  CONCERTO

CONCERTOS COMENTADOS

Agora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal, das 19h30 às 20h, para as primeiras 65 pessoas a chegar.

CUMPRIMENTOS

Após o concerto, caso queira cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções.

ESTACIONAMENTO

0 PROGRAMA DE CONCERTOS O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo. O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso site www.filarmonica.art.br.

Para seu conforto e segurança, a Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto.

PONTUALIDADE

CONVERSA

APARELHOS  CELULARES

CRIANÇAS

FOTOS  E  GRAVAÇÕES EM  ÁUDIO  E  VÍDEO

COMIDAS  E  BEBIDAS

Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

Não são permitidas durante os concertos.

APLAUSOS

Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.

A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.

Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

Seu consumo não é permitido no interior da sala de concertos.

TOSSE

Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. 21


MANTENEDOR

PATROCÍNIO MÁSTER

PATROCÍNIO

APOIO INSTITUCIONAL

DIVULGAÇÃO

REALIZAÇÃO

SALA MINAS GERAIS

Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG (31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030 WWW.FILARMONICA.ART.BR

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