Maio de 2016 | Presto e Veloce 4

Page 1

STRA FORTISSIMO Nº 8 — 2016

VINS

KYMA 05/05 PRESTO 06/05 VELOCE



MINISTÉRIO DA CULTURA E GOVERNO DE MINAS GERAIS APRESENTAM

05/05 PRESTO 06/05 VELOCE


FOTO: RAFAE L MOT TA


Caros amigos e amigas,

Duas obras de inspiração oriental,

seis textos de poetas chineses para

mas com características estéticas

celebrar a Terra e, assim, celebrar os

das mais contrastantes, são

seres humanos que a habitam, suas

apresentadas nesta noite pela

ansiedades e suas angústias, naquela

Filarmônica de Minas Gerais.

que é uma obra única do repertório sinfônico: A Canção da Terra. Com as

Stravinsky se utiliza de elementos

vozes de Denise de Freitas e Fernando

típicos da música chinesa para

Portari, seremos imersos num universo

ilustrar a estória de um velho

de grandes emoções e reflexões.

e deprimido imperador que só

se encanta e rejuvenesce ao

A todos, um bom concerto.

escutar o canto do rouxinol. Já Mahler, sempre um compositor

FABIO MECHETTI

filósofo e humanista, inspira-se em

Diretor Artístico e Regente Titular

3


FOTO: AL E XAN DRE RE Z E N DE

D

esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável

pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais

4


FABIO MECHETTI diretor artístico e regente titular

de verão nos Estados Unidos, entre

No Brasil, foi convidado a dirigir a

eles os de Grant Park em Chicago

Sinfônica Brasileira, a Estadual de

e Chautauqua em Nova York.

São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de

Realizou diversos concertos no México,

São Paulo e do Rio de Janeiro.

Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu

Trabalhou com artistas como Alicia

as orquestras sinfônicas de Tóquio,

de Larrocha, Thomas Hampson,

Sapporo e Hiroshima. Regeu também a

Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,

Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia,

Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil

a Orquestra da Rádio e TV Espanhola

Shaham, Midori, Evelyn Glennie,

em Madrid, a Filarmônica de Auckland,

Kathleen Battle, entre outros.

Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos

Vencedor do Concurso Internacional de

dirigindo a Ópera de Washington.

Regência Nicolai Malko, na Dinamarca,

No seu repertório destacam-se

Mechetti dirige regularmente na

produções de Tosca, Turandot, Carmem,

Escandinávia, particularmente a

Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a

Madame Butterfly, O barbeiro de

de Helsingborg, Suécia. Recentemente

Sevilha, La Traviata e Otello.

fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere e na Itália,

Fabio Mechetti recebeu títulos

dirigindo a Orquestra Sinfônica de

de mestrado em Regência e em

Roma. Em 2016 fará sua estreia com a

Composição pela prestigiosa

Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

Juilliard School de Nova York. 5


S

M 6


FABIO MECHETTI, regente DENISE DE FREITAS, mezzo-soprano FERNANDO PORTARI, tenor

PROGRAMA

Igor STRAVINSKY O Canto do Rouxinol INTERVALO

Gustav MAHLER A Canção da Terra Das Trinklied vom Jammer der Erde | A Canção de Beber da Tristeza da Terra Der Einsame im Herbst | O Solitário no Outono Von der Jugend | Da Juventude Von der Schönheit | Da Beleza Der Trunkene im Frühling | O Bêbado na Primavera Der Abschied | A Despedida

7


DENISE DE FREITAS

FOTO: PAULO L AC E RDA


Denise de Freitas é uma das mais

do Rio de Janeiro, e pelo papel de Irmã

importantes artistas líricas do Brasil

Marie em Les Dialogues des Carmélites,

na atualidade. Com voz de grande

no Festival Amazonas de Ópera.

extensão e timbre escuro, ela tem conquistado o público e a crítica

Seu repertório inclui também

com intensas e sensíveis atuações

Nicklausse em Les Contes d’Hoffmann;

tanto no drama como na comédia.

Hänsel em Hänsel und Gretel; Siebel

“... Denise é uma das maiores cantoras

em Fausto; Orfeu em Orfeu e Eurídice;

e maiores artistas do Brasil”, escreveu

Marquise de Berkenfield em La Fille

Arthur Nestrovski no jornal

du Régiment; Laura em La Gioconda;

Folha de São Paulo.

o papel título em Carmem; Adalgisa em Norma e Charlotte em Werther.

Seus trabalhos, sempre com sucesso de crítica, incluem Azucena em

Como concertista Denise de Freitas

Il Trovatore, no Theatro Municipal

interpretou obras como El Amor Brujo

de São Paulo e no Festival de Ópera

de Manuel de Falla; Das Lied von

do Teatro da Paz, em Belém. Cantou

der Erde, Sinfonias números 2 e 3,

Fricka em A Valquíria e Suzuki em

Kindertotenlieder e Des Knaben

Madame Butterfly, no Teatro Municipal

Wunderhorn de Mahler; Stabat Mater

do Rio de Janeiro. No Teatro Municipal

de Dvorák; Stabat Mater de

de São Paulo participou de O Ouro

Pergolesi; Shéhérazade de Ravel;

do Reno e brilhou como Waltraute

O Messias de Haendel; Magnificat

em O Crepúsculo dos Deuses.

de Bach; Magnificat-Aleluia de Villa-Lobos e Sinfonia nº 9 de

A artista apresentou-se em uma série

Beethoven. Seu CD Lembrança de

de concertos com a ópera Yerma, de

Amor, com composições de Osvaldo

Villa-Lobos, em Berlim, Paris e Lisboa.

Lacerda e Eudóxia de Barros ao piano, recebeu, em 2003, o Prêmio

Denise de Freitas conquistou o Prêmio

APCA (Associação Paulista de Críticos

Carlos Gomes em 2004, 2009 e 2011

de Arte) de Melhor CD do Ano.

por suas interpretações de Fricka em A Valquíria, o Menino em L’enfant et les

Denise nasceu em São Paulo e

Sortilèges, Dalila em Sansão e Dalila,

teve como orientadora a renomada

e o Compositor em Ariadne auf Naxos,

cantora Lenice Prioli. Em Nova

produções do Theatro Municipal de

York, aperfeiçoou-se com Catherine

São Paulo. E também por sua atuação

Green e Patricia McCaffrey e,

em Nabucco, no Theatro Municipal

na França, com Sylvia Sass.

9


FERNANDO PORTARI

FOTO: JOSE LUI Z L AMOSA


Fernando Portari é carioca, de Vila Isabel.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro interpretou a maioria de seus papéis:

Com uma carreira internacional em

Rodolfo, Romeo, Pynkerton, Don José,

franca ascensão, estreou em 2010 com

Hoffmann, Pelléas, Nadir, Des Grieux,

grande sucesso no mítico Teatro alla

Ernesto, Nemorino, Almaviva, Ramiro,

Scala de Milão em Fausto de Gounod,

Ottavio, Cassio, Fenton, Rake, Edipo,

ao lado de Roberto Scandiuzzi.

Roderick Usher. Cantou as estreias

Contracenou com Anna Netrebko na

mundiais das óperas A Tempestade,

Staatsoper de Berlim na ópera Manon

de Ronaldo Miranda, sobre texto de

de Massenet, sob a direção do maestro

Shakespeare, e Olga, de Jorge Antunes,

Daniel Barenboim. Apresentou-se

baseada na vida de Olga Benario.

nos teatros La Fenice de Veneza, na Ópera de Roma, no Teatro São

Portari gravou o oratório Colombo

Carlos de Lisboa, na Deutsche Oper

de Carlos Gomes, trabalho que lhe

de Berlim, Comunale de Bologna,

deu o Prêmio Sharp. Gravou ainda

Novaya Theater de Moscou, Theatro

as canções de Gilberto Mendes com

Municipal de São Paulo, Theatro

Rosana Lamosa e o pianista Rubens

São Pedro, Theatro Municipal do

Ricciardi; A Canção da Terra de Mahler

Rio de Janeiro, Teatro Amazonas e

pelo selo Algol; o DVD da ópera

também em Tokyo, Helsinki e Varsóvia.

Il Crociato in Egitto de Meyerbeer,

Portari atuou em Anna Bolena com

produção do Teatro La Fenice de

Mariella Devia no Teatro Massimo de

Veneza, com Patrizia Ciofi, regência de

Palermo e em La Traviata, na Ópera de

Emmanuel Villaume e direção de Pier

Hamburgo e em Colônia, Alemanha.

Luigi Pizzi, realizado pela Dynamic; e o

Apresentou-se em La Boheme em

DVD da ópera La Rondine de Puccini,

Berlim e em Sevilha e representou

produção do La Fenice de Veneza,

Werther no Teatro Bellini de Catania,

com Fiorenza Cedolins, regência de

Itália, e em La Coruña, Espanha.

Carlo Rizzi e direção de Graham Vick.

Fernando Portari recebeu o Prêmio

Fernando Portari cantou na Ópera de

APCA (Associação Paulista de Críticos

Genebra interpretando Henri em

de Arte) e por duas vezes o Prêmio

Les Vêpres Siciliennes de Verdi e no

Carlos Gomes, tornando-se rapidamente

Teatro Liceo de Barcelona no papel

nome presente nas temporadas líricas

título de Fausto de Gounod. No Teatro

em Manaus, São Paulo, Belo Horizonte,

alla Scala de Milão interpretou Romeu

Rio de Janeiro e outros centros artísticos.

em Romeu e Julieta de Gounod.

11


Igor

S

STRAVINSKY Rússia, 1882 – Estados Unidos, 1971

O CANTO DO ROUXINOL (1917)

20 min

O nome de Stravinsky está mais diretamente relacionado a

obras de sua fase russa, particularmente aos balés Petrushka,

A Sagração da Primavera e O Pássaro de Fogo. Na verdade, a extensa e multifacetada obra desse criador prolífico é pouco conhecida e o Canto do Rouxinol é, por assim dizer, uma pequena joia, extraída dos atos 2 e 3 da ópera O Rouxinol, que merece revisitações e

redescobertas. Esse poema sinfônico, que ilustra e ilumina sentidos

do conto original de Andersen, é uma história sem palavras, contada através de uma orquestração cheia de cores, contrastes, densidades e rarefações, claro-escuros, tutti e momentos camerísticos.

Já de início, estamos imersos em um universo de fantasia — uma festa no castelo do imperador da China; burburinho, intensa

movimentação, fragmentos melódicos, breves gestos musicais e uma orquestração feérica, que fazem lembrar Petrushka e o colorismo

orquestral de Rimsky-Korsakov. A primeira evocação do rouxinol se

contrapõe a essa atmosfera: um solo de flauta emerge de um fundo de cordas, harpas e celesta. Volta a festa, apenas para uma breve

conclusão com materiais musicais anteriores, após a qual tem lugar a

Marcha Chinesa. Nesta, embora as cordas estejam sempre presentes, em diversos momentos atuam como coadjuvantes para um emprego preferencial dos sopros — madeiras e metais — e da percussão.

O piano e a celesta têm papel relevante nessa paleta de multicores e de

vivacidade rítmica, que antecede a seção dedicada ao canto do rouxinol, que agora aparece em sua plenitude. Aqui, a flauta, embora solista, é por vezes secundada pela requinta e pelo flautim, e dialoga com um violino solo, enquanto piano, celesta, harpas e as pontuações de um

triângulo concorrem para uma cortina de delicadeza e transparência. Mais um retorno à festa, que agora é interrompida pelo estridente

anúncio de um presente do imperador do Japão: um rouxinol mecânico. O cenário para o pássaro mecânico é tingido de ironia: o protagonista 12


S

INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, clarinete, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, celesta, piano, cordas.

principal — o oboé — é aprisionado

em uma orquestração de meias-tintas que lembra uma soturna caixinha de

música. Diante da preferência de todos pelo rouxinol mecânico, o verdadeiro

rouxinol abandona o castelo. A melodia serena de um trompete solista, que retornará ao final da obra, precede

um episódio no qual um coro de vozes

graves — fagote, trombone e tuba — é

PARA  OUVIR

CD Le chantdurossignol — The Cleveland Orchestra — Pierre Boulez, regente — Deutsche Grammophon — 2006 Orquestra Sinfônica de Chicago — Cristian Macelaru, regente Acesse: fil.mg/srouxinol PARA  LER

Eric White e Jeremy Noble — Stravinsky — LP&M — 1991

Robert Siohan — Stravinsky — Éditions du Seuil — 1982

entrecortado por reminiscências do canto do rouxinol mecânico. O imperador, gravemente enfermo, será salvo pelo

canto do verdadeiro rouxinol, canto que novamente dialoga com a melodia do

violino solo. O canto do pássaro manda

embora a morte. A marcha fúnebre que

o sucede é apenas a expectativa da corte diante do desenlace que não ocorrerá. O rouxinol recusa o convite para

permanecer no palácio, mas promete

voltar sempre para um canto noturno, até o amanhecer. O cantabile do trompete, que paira sobre cordas e harpas, traz,

da ópera, a voz de um pescador e sua mensagem: o canto dos pássaros é a

voz do céu. Ao encerrar, dessa forma, a música para a alegoria de Andersen — celebração da necessidade da arte —, Stravinsky surpreende o ouvinte pelo

recolhimento, simplicidade e delicadeza,

evocações do canto do mistério e da noite.

OILIAM LANNA Compositor, professor da

Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. 13


Gustav

MAHLER

Boêmia, atual República Tcheca, 1860 — Áustria, 1911

A CANÇÃO DA TERRA (1907/1909)

60 min

Gustav Mahler foi o grande elo entre, de um lado, Wagner e Bruckner e, de outro, a Segunda Escola de Viena. Divide-se entre o século XIX e o século XX, o que o coloca em um não lugar entre a valsa e a guerra. Sua personalidade dilacerada por conflitos psicológicos (o que o leva a consultar o próprio Doutor Freud) faz crescer nele um forte sentimento de alteridade, que transparece em toda a sua obra. Escreveria um dia: “sou três vezes apátrida: como natural da Boêmia, na Áustria; como austríaco, na Alemanha; como judeu, no mundo inteiro. Por toda parte um intruso, em nenhum lugar desejado” (apud Roland de Candé). Seus conflitos internos o opõem a seu tempo... e a todos os outros. Em sua música, as marchas, as fanfarras, as danças e as canções parecem ora evocar a morte, ora a loucura. Mesmo os trechos de aparente serenidade são imbuídos de uma angústia que sempre desassossega. Talvez movido por esse sentimento de alteridade, Mahler foi atraído por uma compilação de poemas antigos chineses vertidos para o alemão por Hans Bethge (que se baseou em traduções anteriores), em 1908, sob o título de Die chinesische Flöte (A Flauta Chinesa). Do contato com essa obra e do momento atribulado pelo qual o compositor passava nasceu A Canção da Terra. Em 1907 Mahler tinha sido diagnosticado com uma doença cardíaca congênita, vira morrer sua filha mais velha e fora forçado a renunciar ao cargo de diretor da Ópera da Corte de Viena por causa de manobras políticas e de crescente sentimento antissemita. Escreveria a Bruno Walter, seu amigo e também grande regente, “que de um só golpe vira ruir tudo o que construíra, e que teria que reaprender seus primeiros passos”. Movido pela imagem de beleza e transitoriedade telúrica dos versos chineses que encontraria no ano seguinte, pôs-se a trabalhar na Canção da Terra, concluída em 1909. Sua estreia se deu em 1911, seis meses após a morte do compositor, no Tonhalle de Munique, sob a regência de Bruno Walter. 14


INSTRUMENTAÇÃO

2 piccolos, 3 flautas, 3 oboés, corne inglês, requinta, 3 clarinetes, clarone, 3 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, bandolim, tímpanos, percussão, 2 harpas, celesta, cordas.

PARA  OUVIR

Quando publicada, a obra foi intitulada sinfonia. Na verdade, ocupa um lugar híbrido, que associa o Lied acompanhado de orquestra ao próprio sinfonismo. Composta para tenor e contralto (embora o tenor possa ser substituído por um barítono), os solistas se alternam na

CD Gustav Mahler — Das Lied von der Erde — Orquestra Filarmônica de Nova York — Bruno Walter, regente — Mildred Miller, Ernst Haefliger, solistas — Sony — 1995 PARA  ASSISTIR

Orquestra Filarmônica de Israel — Leonard Bernstein, regente — Christa Ludwig, contralto — René Kollo, tenor Acesse: fil.mg/mterra

obra. O hibridismo da Canção da Terra

PARA  LER

consegue o grande feito de associar dois

Bruno Walter e Ernst Krenek — Gustav Mahler — Dover — 2014

gêneros, mantendo, de um, a linha melódica franca e certo tom intimista e, de outro, a complexidade do tratamento temático e da arquitetura instrumental.

Roland de Candé — História Universal da Música — vol. 2 — Eduardo Brandão, tradução — Martins Fontes — 1994

Consegue, ainda, fazer transitar um gênero pelo outro: note-se, por exemplo, a similaridade do terceiro, quarto e quinto movimentos com o scherzo sinfônico, a do último movimento com um finale, a do primeiro e segundo movimentos com seus equivalentes de qualquer outra sinfonia de Mahler, guardadas as devidas especificidades. Nesse sentido, as integridades de ambos os gêneros, embora unidos, paradoxalmente se mantêm, mas estabelecem diálogo permanente. Se Mahler está dividido entre os séculos XIX e XX, a inteligente originalidade dessa empresa (e a sua linguagem) faz a modernidade reclamá-la para si.

MOACYR LATERZA FILHO Pianista e

cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística. 15


FOTO: AL E XAN DRE RE Z E N DE



Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Fabio Mechetti REGENTE ASSOCIADO

Marcos Arakaki

PRIMEIROS VIOLINOS

Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla Associado Ara Harutyunyan – Spalla Assistente Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Matheus Braga Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira Aline Pascutti ***** SEGUNDOS VIOLINOS

Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch Thiago Mello ***** Samuel Dias ***** VIOLAS

João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina

VIOLONCELOS

TROMPAS

GERENTE

Philip Hansen * Felix Drake *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Eneko Aizpurua Pablo Lina Radovanovic Robson Fonseca

Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata

Jussan Fernandes

TROMPETES

Débora Vieira

CONTRABAIXOS

Nilson Bellotto **** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano

Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado   TROMBONES

Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa

OBOÉS

Alexandre Barros * Ravi Shankar *** Israel Muniz Moisés Pena CLARINETES

Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva

Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

ARQUIVISTA

Ana Lúcia Kobayashi ASSISTENTES

Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM

Rodrigo Castro

FLAUTAS

Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova

INSPETORA

TUBA

Eleilton Cruz * TÍMPANOS

Patricio Hernández Pradenas *

MONTADORES

André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar

PERCUSSÃO

Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA

Giselle Boeters * TECLADOS

FAGOTES

Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva

Ayumi Shigeta * BANDOLIM

Eliseu Barros *****

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** músico convidado


GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Fernando Damata Pimentel

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Antônio Andrade

João Batista Miguel

Instituto Cultural Filarmônica

(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)

Conselho Administrativo PRESIDENTE EMÉRITO

Jacques Schwartzman PRESIDENTE

Roberto Mário Soares CONSELHEIROS

Angela Gutierrez Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Mauricio Freire Mauro Borges Octávio Elísio Paulo Brant Sérgio Pena

Diretoria Executiva DIRETOR PRESIDENTE

Diomar Silveira DIRETOR ADMINISTRATIVOFINANCEIRO

Estêvão Fiuza DIRETORA DE COMUNICAÇÃO

Jacqueline Guimarães Ferreira

DIRETOR DE PRODUÇÃO MUSICAL

Kiko Ferreira

Equipe Técnica GERENTE DE COMUNICAÇÃO

Merrina Godinho Delgado GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL

ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO

Eularino Pereira ASSISTENTE DE PRODUÇÃO

Rildo Lopez

Equipe Administrativa

AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS

Ailda Conceição Márcia Barbosa MENSAGEIROS

Bruno Rodrigues Douglas Conrado MENOR APRENDIZ

Mirian Cibelle

Sala Minas Gerais

Claudia da Silva Guimarães

GERENTE ADMINISTRATIVOFINANCEIRA

ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICAL

Ana Lúcia Carvalho

GERENTE DE INFRAESTRUTURA

GERENTE DE RECURSOS HUMANOS

Renato Bretas

Quézia Macedo Silva

GERENTE DE OPERAÇÕES

ANALISTAS ADMINISTRATIVOS

Jorge Correia

João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi

TÉCNICO DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃO

Carolina Debrot PRODUTORES

Luis Otávio Rezende Narren Felipe ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO

Mauro Rodrigues

Marciana Toledo (Publicidade) Mariana Garcia (Multimídia) Renata Gibson Renata Romeiro (Design gráfico)

ANALISTA CONTÁBIL

ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO

Cristiane Reis

Mônica Moreira

Graziela Coelho

TÉCNICO DE ILUMINAÇÃO E ÁUDIO

SECRETÁRIA EXECUTIVA Rafael Franca

Flaviana Mendes ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

ASSISTENTE OPERACIONAL

Rodrigo Brandão

ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOS

Vivian Figueiredo

FORTISSIMO maio

ANALISTAS DE DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé

RECEPCIONISTA

DIRETOR DE OPERAÇÕES

AUXILIAR ADMINISTRATIVO

Godinho Delgado

Pedro Almeida

Berenice Menegale

Itamara Kelly Mariana Theodorica

Ivar Siewers

Ilustrações: Mariana Simões

Lizonete Prates Siqueira

nº 8 / 2016 ISSN 2357-7258 EDITORA Merrina EDIÇÃO DE TEXTO

19


FILARMÔNICA ONLINE www.filarmonica.art.br

VISITE A CASA VIRTUAL DA NOSSA ORQUESTRA

OLÁ,  ASSINANTE

AMIGO DA FILARMÔNICA,

Para que sua vinda aos concertos seja mais cômoda e o atendimento da bilheteria ágil e eficiente, traga, sempre que possível, seus ingressos originais. A reimpressão é um benefício gratuito ao Assinante, porém, sua utilização em excesso gera, além de lentidão no atendimento, desperdício de papel, tinta e o que tem mais valor: seu tempo.

No dia 25 de maio, quarta-feira, às 20h30, será realizado o concerto de encerramento do Festival Tinta Fresca.

Leia mais em filarmonica.art.br/ingressos

Esperamos por você.

CONCERTOS

mai

5 e 6 / mai, 20h30

Stravinsky, Mahler 8 / mai, 11h

Dia das Mães na Praça da Assembleia 14 / mai, 18h

Mozart — Tudo em família 19 e 20 / mai, 20h30

Britten, Bruch, Elgar 25 / mai, 20h30

Obras finalistas 29 / mai, 11h

PRESTO VELOCE CLÁSSICOS NA PRAÇA

FORA DE SÉRIE

ALLEGRO VIVACE FESTIVAL TINTA FRESCA JUVENTUDE

Poemas sinfônicos — Dvorák, Liszt, Debussy, R. Strauss Veja detalhes em filarmonica.art.br/ concertos/agenda-de-concertos.

Lembre-se de que você é nosso convidado. Faça sua reserva de ingressos até o dia 18 de maio e garanta o seu lugar.

Saiba mais em: filarmonica.art.br/educacional/ festival-tinta-fresca filarmonica.art.br/apoie/doacao-depessoa-fisica

CONHEÇA  AS  APRESENTAÇÕES  DA  FILARMÔNICA • Séries de assinatura: Allegro, Vivace, Presto, Veloce, Fora de Série • Concertos para a Juventude • Clássicos na Praça • Concertos Didáticos • Festival Tinta Fresca • Laboratório de Regência • Turnês estaduais • Turnês nacionais e internacionais • Concertos de Câmara Visite filarmonica.art.br/ filarmonica/sobre-a-filarmonica e conheça cada uma delas.

Para que sua noite seja ainda mais especial, nos dias de concerto, apresente seu ingresso no restaurante Haus München e, na compra de um prato principal, ganhe outro de igual ou menor valor. Rua Juiz de Fora, 1.257, pertinho da Sala Minas Gerais.


PARA  APRECIAR  UM  CONCERTO

CONCERTOS COMENTADOS

Agora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal, das 19h30 às 20h, para as primeiras 65 pessoas a chegar.

CUMPRIMENTOS

Após o concerto, caso queira cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções.

ESTACIONAMENTO

0 PROGRAMA DE CONCERTOS O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo. O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso site www.filarmonica.art.br.

Para seu conforto e segurança, a Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto.

PONTUALIDADE

CONVERSA

APARELHOS  CELULARES

CRIANÇAS

FOTOS  E  GRAVAÇÕES EM  ÁUDIO  E  VÍDEO

COMIDAS  E  BEBIDAS

Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

Não são permitidas durante os concertos.

APLAUSOS

Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.

A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.

Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

Seu consumo não é permitido no interior da sala de concertos.

TOSSE

Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. 21


MANTENEDOR

PATROCÍNIO

APOIO INSTITUCIONAL

DIVULGAÇÃO

REALIZAÇÃO

SALA MINAS GERAIS

Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG (31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030 WWW.FILARMONICA.ART.BR

/filarmonicamg

/filarmonicamg

@filarmonicamg

/filarmonicamg


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.