STRA FORTISSIMO Nº 8 — 2016
VINS
KYMA 05/05 PRESTO 06/05 VELOCE
MINISTÉRIO DA CULTURA E GOVERNO DE MINAS GERAIS APRESENTAM
05/05 PRESTO 06/05 VELOCE
FOTO: RAFAE L MOT TA
Caros amigos e amigas,
Duas obras de inspiração oriental,
seis textos de poetas chineses para
mas com características estéticas
celebrar a Terra e, assim, celebrar os
das mais contrastantes, são
seres humanos que a habitam, suas
apresentadas nesta noite pela
ansiedades e suas angústias, naquela
Filarmônica de Minas Gerais.
que é uma obra única do repertório sinfônico: A Canção da Terra. Com as
Stravinsky se utiliza de elementos
vozes de Denise de Freitas e Fernando
típicos da música chinesa para
Portari, seremos imersos num universo
ilustrar a estória de um velho
de grandes emoções e reflexões.
e deprimido imperador que só
se encanta e rejuvenesce ao
A todos, um bom concerto.
escutar o canto do rouxinol. Já Mahler, sempre um compositor
FABIO MECHETTI
filósofo e humanista, inspira-se em
Diretor Artístico e Regente Titular
3
FOTO: AL E XAN DRE RE Z E N DE
D
esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável
pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais
4
FABIO MECHETTI diretor artístico e regente titular
de verão nos Estados Unidos, entre
No Brasil, foi convidado a dirigir a
eles os de Grant Park em Chicago
Sinfônica Brasileira, a Estadual de
e Chautauqua em Nova York.
São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de
Realizou diversos concertos no México,
São Paulo e do Rio de Janeiro.
Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu
Trabalhou com artistas como Alicia
as orquestras sinfônicas de Tóquio,
de Larrocha, Thomas Hampson,
Sapporo e Hiroshima. Regeu também a
Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia,
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil
a Orquestra da Rádio e TV Espanhola
Shaham, Midori, Evelyn Glennie,
em Madrid, a Filarmônica de Auckland,
Kathleen Battle, entre outros.
Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos
Vencedor do Concurso Internacional de
dirigindo a Ópera de Washington.
Regência Nicolai Malko, na Dinamarca,
No seu repertório destacam-se
Mechetti dirige regularmente na
produções de Tosca, Turandot, Carmem,
Escandinávia, particularmente a
Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a
Madame Butterfly, O barbeiro de
de Helsingborg, Suécia. Recentemente
Sevilha, La Traviata e Otello.
fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere e na Itália,
Fabio Mechetti recebeu títulos
dirigindo a Orquestra Sinfônica de
de mestrado em Regência e em
Roma. Em 2016 fará sua estreia com a
Composição pela prestigiosa
Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
Juilliard School de Nova York. 5
S
M 6
FABIO MECHETTI, regente DENISE DE FREITAS, mezzo-soprano FERNANDO PORTARI, tenor
PROGRAMA
Igor STRAVINSKY O Canto do Rouxinol INTERVALO
Gustav MAHLER A Canção da Terra Das Trinklied vom Jammer der Erde | A Canção de Beber da Tristeza da Terra Der Einsame im Herbst | O Solitário no Outono Von der Jugend | Da Juventude Von der Schönheit | Da Beleza Der Trunkene im Frühling | O Bêbado na Primavera Der Abschied | A Despedida
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DENISE DE FREITAS
FOTO: PAULO L AC E RDA
Denise de Freitas é uma das mais
do Rio de Janeiro, e pelo papel de Irmã
importantes artistas líricas do Brasil
Marie em Les Dialogues des Carmélites,
na atualidade. Com voz de grande
no Festival Amazonas de Ópera.
extensão e timbre escuro, ela tem conquistado o público e a crítica
Seu repertório inclui também
com intensas e sensíveis atuações
Nicklausse em Les Contes d’Hoffmann;
tanto no drama como na comédia.
Hänsel em Hänsel und Gretel; Siebel
“... Denise é uma das maiores cantoras
em Fausto; Orfeu em Orfeu e Eurídice;
e maiores artistas do Brasil”, escreveu
Marquise de Berkenfield em La Fille
Arthur Nestrovski no jornal
du Régiment; Laura em La Gioconda;
Folha de São Paulo.
o papel título em Carmem; Adalgisa em Norma e Charlotte em Werther.
Seus trabalhos, sempre com sucesso de crítica, incluem Azucena em
Como concertista Denise de Freitas
Il Trovatore, no Theatro Municipal
interpretou obras como El Amor Brujo
de São Paulo e no Festival de Ópera
de Manuel de Falla; Das Lied von
do Teatro da Paz, em Belém. Cantou
der Erde, Sinfonias números 2 e 3,
Fricka em A Valquíria e Suzuki em
Kindertotenlieder e Des Knaben
Madame Butterfly, no Teatro Municipal
Wunderhorn de Mahler; Stabat Mater
do Rio de Janeiro. No Teatro Municipal
de Dvorák; Stabat Mater de
de São Paulo participou de O Ouro
Pergolesi; Shéhérazade de Ravel;
do Reno e brilhou como Waltraute
O Messias de Haendel; Magnificat
em O Crepúsculo dos Deuses.
de Bach; Magnificat-Aleluia de Villa-Lobos e Sinfonia nº 9 de
A artista apresentou-se em uma série
Beethoven. Seu CD Lembrança de
de concertos com a ópera Yerma, de
Amor, com composições de Osvaldo
Villa-Lobos, em Berlim, Paris e Lisboa.
Lacerda e Eudóxia de Barros ao piano, recebeu, em 2003, o Prêmio
Denise de Freitas conquistou o Prêmio
APCA (Associação Paulista de Críticos
Carlos Gomes em 2004, 2009 e 2011
de Arte) de Melhor CD do Ano.
por suas interpretações de Fricka em A Valquíria, o Menino em L’enfant et les
Denise nasceu em São Paulo e
Sortilèges, Dalila em Sansão e Dalila,
teve como orientadora a renomada
e o Compositor em Ariadne auf Naxos,
cantora Lenice Prioli. Em Nova
produções do Theatro Municipal de
York, aperfeiçoou-se com Catherine
São Paulo. E também por sua atuação
Green e Patricia McCaffrey e,
em Nabucco, no Theatro Municipal
na França, com Sylvia Sass.
9
FERNANDO PORTARI
FOTO: JOSE LUI Z L AMOSA
Fernando Portari é carioca, de Vila Isabel.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro interpretou a maioria de seus papéis:
Com uma carreira internacional em
Rodolfo, Romeo, Pynkerton, Don José,
franca ascensão, estreou em 2010 com
Hoffmann, Pelléas, Nadir, Des Grieux,
grande sucesso no mítico Teatro alla
Ernesto, Nemorino, Almaviva, Ramiro,
Scala de Milão em Fausto de Gounod,
Ottavio, Cassio, Fenton, Rake, Edipo,
ao lado de Roberto Scandiuzzi.
Roderick Usher. Cantou as estreias
Contracenou com Anna Netrebko na
mundiais das óperas A Tempestade,
Staatsoper de Berlim na ópera Manon
de Ronaldo Miranda, sobre texto de
de Massenet, sob a direção do maestro
Shakespeare, e Olga, de Jorge Antunes,
Daniel Barenboim. Apresentou-se
baseada na vida de Olga Benario.
nos teatros La Fenice de Veneza, na Ópera de Roma, no Teatro São
Portari gravou o oratório Colombo
Carlos de Lisboa, na Deutsche Oper
de Carlos Gomes, trabalho que lhe
de Berlim, Comunale de Bologna,
deu o Prêmio Sharp. Gravou ainda
Novaya Theater de Moscou, Theatro
as canções de Gilberto Mendes com
Municipal de São Paulo, Theatro
Rosana Lamosa e o pianista Rubens
São Pedro, Theatro Municipal do
Ricciardi; A Canção da Terra de Mahler
Rio de Janeiro, Teatro Amazonas e
pelo selo Algol; o DVD da ópera
também em Tokyo, Helsinki e Varsóvia.
Il Crociato in Egitto de Meyerbeer,
Portari atuou em Anna Bolena com
produção do Teatro La Fenice de
Mariella Devia no Teatro Massimo de
Veneza, com Patrizia Ciofi, regência de
Palermo e em La Traviata, na Ópera de
Emmanuel Villaume e direção de Pier
Hamburgo e em Colônia, Alemanha.
Luigi Pizzi, realizado pela Dynamic; e o
Apresentou-se em La Boheme em
DVD da ópera La Rondine de Puccini,
Berlim e em Sevilha e representou
produção do La Fenice de Veneza,
Werther no Teatro Bellini de Catania,
com Fiorenza Cedolins, regência de
Itália, e em La Coruña, Espanha.
Carlo Rizzi e direção de Graham Vick.
Fernando Portari recebeu o Prêmio
Fernando Portari cantou na Ópera de
APCA (Associação Paulista de Críticos
Genebra interpretando Henri em
de Arte) e por duas vezes o Prêmio
Les Vêpres Siciliennes de Verdi e no
Carlos Gomes, tornando-se rapidamente
Teatro Liceo de Barcelona no papel
nome presente nas temporadas líricas
título de Fausto de Gounod. No Teatro
em Manaus, São Paulo, Belo Horizonte,
alla Scala de Milão interpretou Romeu
Rio de Janeiro e outros centros artísticos.
em Romeu e Julieta de Gounod.
11
Igor
S
STRAVINSKY Rússia, 1882 – Estados Unidos, 1971
O CANTO DO ROUXINOL (1917)
20 min
O nome de Stravinsky está mais diretamente relacionado a
obras de sua fase russa, particularmente aos balés Petrushka,
A Sagração da Primavera e O Pássaro de Fogo. Na verdade, a extensa e multifacetada obra desse criador prolífico é pouco conhecida e o Canto do Rouxinol é, por assim dizer, uma pequena joia, extraída dos atos 2 e 3 da ópera O Rouxinol, que merece revisitações e
redescobertas. Esse poema sinfônico, que ilustra e ilumina sentidos
do conto original de Andersen, é uma história sem palavras, contada através de uma orquestração cheia de cores, contrastes, densidades e rarefações, claro-escuros, tutti e momentos camerísticos.
Já de início, estamos imersos em um universo de fantasia — uma festa no castelo do imperador da China; burburinho, intensa
movimentação, fragmentos melódicos, breves gestos musicais e uma orquestração feérica, que fazem lembrar Petrushka e o colorismo
orquestral de Rimsky-Korsakov. A primeira evocação do rouxinol se
contrapõe a essa atmosfera: um solo de flauta emerge de um fundo de cordas, harpas e celesta. Volta a festa, apenas para uma breve
conclusão com materiais musicais anteriores, após a qual tem lugar a
Marcha Chinesa. Nesta, embora as cordas estejam sempre presentes, em diversos momentos atuam como coadjuvantes para um emprego preferencial dos sopros — madeiras e metais — e da percussão.
O piano e a celesta têm papel relevante nessa paleta de multicores e de
vivacidade rítmica, que antecede a seção dedicada ao canto do rouxinol, que agora aparece em sua plenitude. Aqui, a flauta, embora solista, é por vezes secundada pela requinta e pelo flautim, e dialoga com um violino solo, enquanto piano, celesta, harpas e as pontuações de um
triângulo concorrem para uma cortina de delicadeza e transparência. Mais um retorno à festa, que agora é interrompida pelo estridente
anúncio de um presente do imperador do Japão: um rouxinol mecânico. O cenário para o pássaro mecânico é tingido de ironia: o protagonista 12
S
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, clarinete, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, celesta, piano, cordas.
principal — o oboé — é aprisionado
em uma orquestração de meias-tintas que lembra uma soturna caixinha de
música. Diante da preferência de todos pelo rouxinol mecânico, o verdadeiro
rouxinol abandona o castelo. A melodia serena de um trompete solista, que retornará ao final da obra, precede
um episódio no qual um coro de vozes
graves — fagote, trombone e tuba — é
PARA OUVIR
CD Le chantdurossignol — The Cleveland Orchestra — Pierre Boulez, regente — Deutsche Grammophon — 2006 Orquestra Sinfônica de Chicago — Cristian Macelaru, regente Acesse: fil.mg/srouxinol PARA LER
Eric White e Jeremy Noble — Stravinsky — LP&M — 1991
Robert Siohan — Stravinsky — Éditions du Seuil — 1982
entrecortado por reminiscências do canto do rouxinol mecânico. O imperador, gravemente enfermo, será salvo pelo
canto do verdadeiro rouxinol, canto que novamente dialoga com a melodia do
violino solo. O canto do pássaro manda
embora a morte. A marcha fúnebre que
o sucede é apenas a expectativa da corte diante do desenlace que não ocorrerá. O rouxinol recusa o convite para
permanecer no palácio, mas promete
voltar sempre para um canto noturno, até o amanhecer. O cantabile do trompete, que paira sobre cordas e harpas, traz,
da ópera, a voz de um pescador e sua mensagem: o canto dos pássaros é a
voz do céu. Ao encerrar, dessa forma, a música para a alegoria de Andersen — celebração da necessidade da arte —, Stravinsky surpreende o ouvinte pelo
recolhimento, simplicidade e delicadeza,
evocações do canto do mistério e da noite.
OILIAM LANNA Compositor, professor da
Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. 13
Gustav
MAHLER
Boêmia, atual República Tcheca, 1860 — Áustria, 1911
A CANÇÃO DA TERRA (1907/1909)
60 min
Gustav Mahler foi o grande elo entre, de um lado, Wagner e Bruckner e, de outro, a Segunda Escola de Viena. Divide-se entre o século XIX e o século XX, o que o coloca em um não lugar entre a valsa e a guerra. Sua personalidade dilacerada por conflitos psicológicos (o que o leva a consultar o próprio Doutor Freud) faz crescer nele um forte sentimento de alteridade, que transparece em toda a sua obra. Escreveria um dia: “sou três vezes apátrida: como natural da Boêmia, na Áustria; como austríaco, na Alemanha; como judeu, no mundo inteiro. Por toda parte um intruso, em nenhum lugar desejado” (apud Roland de Candé). Seus conflitos internos o opõem a seu tempo... e a todos os outros. Em sua música, as marchas, as fanfarras, as danças e as canções parecem ora evocar a morte, ora a loucura. Mesmo os trechos de aparente serenidade são imbuídos de uma angústia que sempre desassossega. Talvez movido por esse sentimento de alteridade, Mahler foi atraído por uma compilação de poemas antigos chineses vertidos para o alemão por Hans Bethge (que se baseou em traduções anteriores), em 1908, sob o título de Die chinesische Flöte (A Flauta Chinesa). Do contato com essa obra e do momento atribulado pelo qual o compositor passava nasceu A Canção da Terra. Em 1907 Mahler tinha sido diagnosticado com uma doença cardíaca congênita, vira morrer sua filha mais velha e fora forçado a renunciar ao cargo de diretor da Ópera da Corte de Viena por causa de manobras políticas e de crescente sentimento antissemita. Escreveria a Bruno Walter, seu amigo e também grande regente, “que de um só golpe vira ruir tudo o que construíra, e que teria que reaprender seus primeiros passos”. Movido pela imagem de beleza e transitoriedade telúrica dos versos chineses que encontraria no ano seguinte, pôs-se a trabalhar na Canção da Terra, concluída em 1909. Sua estreia se deu em 1911, seis meses após a morte do compositor, no Tonhalle de Munique, sob a regência de Bruno Walter. 14
INSTRUMENTAÇÃO
2 piccolos, 3 flautas, 3 oboés, corne inglês, requinta, 3 clarinetes, clarone, 3 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, bandolim, tímpanos, percussão, 2 harpas, celesta, cordas.
PARA OUVIR
Quando publicada, a obra foi intitulada sinfonia. Na verdade, ocupa um lugar híbrido, que associa o Lied acompanhado de orquestra ao próprio sinfonismo. Composta para tenor e contralto (embora o tenor possa ser substituído por um barítono), os solistas se alternam na
CD Gustav Mahler — Das Lied von der Erde — Orquestra Filarmônica de Nova York — Bruno Walter, regente — Mildred Miller, Ernst Haefliger, solistas — Sony — 1995 PARA ASSISTIR
Orquestra Filarmônica de Israel — Leonard Bernstein, regente — Christa Ludwig, contralto — René Kollo, tenor Acesse: fil.mg/mterra
obra. O hibridismo da Canção da Terra
PARA LER
consegue o grande feito de associar dois
Bruno Walter e Ernst Krenek — Gustav Mahler — Dover — 2014
gêneros, mantendo, de um, a linha melódica franca e certo tom intimista e, de outro, a complexidade do tratamento temático e da arquitetura instrumental.
Roland de Candé — História Universal da Música — vol. 2 — Eduardo Brandão, tradução — Martins Fontes — 1994
Consegue, ainda, fazer transitar um gênero pelo outro: note-se, por exemplo, a similaridade do terceiro, quarto e quinto movimentos com o scherzo sinfônico, a do último movimento com um finale, a do primeiro e segundo movimentos com seus equivalentes de qualquer outra sinfonia de Mahler, guardadas as devidas especificidades. Nesse sentido, as integridades de ambos os gêneros, embora unidos, paradoxalmente se mantêm, mas estabelecem diálogo permanente. Se Mahler está dividido entre os séculos XIX e XX, a inteligente originalidade dessa empresa (e a sua linguagem) faz a modernidade reclamá-la para si.
MOACYR LATERZA FILHO Pianista e
cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística. 15
FOTO: AL E XAN DRE RE Z E N DE
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti REGENTE ASSOCIADO
Marcos Arakaki
PRIMEIROS VIOLINOS
Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla Associado Ara Harutyunyan – Spalla Assistente Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Matheus Braga Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira Aline Pascutti ***** SEGUNDOS VIOLINOS
Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch Thiago Mello ***** Samuel Dias ***** VIOLAS
João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina
VIOLONCELOS
TROMPAS
GERENTE
Philip Hansen * Felix Drake *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Eneko Aizpurua Pablo Lina Radovanovic Robson Fonseca
Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata
Jussan Fernandes
TROMPETES
Débora Vieira
CONTRABAIXOS
Nilson Bellotto **** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano
Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado TROMBONES
Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa
OBOÉS
Alexandre Barros * Ravi Shankar *** Israel Muniz Moisés Pena CLARINETES
Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva
Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA
ARQUIVISTA
Ana Lúcia Kobayashi ASSISTENTES
Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM
Rodrigo Castro
FLAUTAS
Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova
INSPETORA
TUBA
Eleilton Cruz * TÍMPANOS
Patricio Hernández Pradenas *
MONTADORES
André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar
PERCUSSÃO
Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA
Giselle Boeters * TECLADOS
FAGOTES
Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva
Ayumi Shigeta * BANDOLIM
Eliseu Barros *****
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** músico convidado
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(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)
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FORTISSIMO maio
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AUXILIAR ADMINISTRATIVO
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Pedro Almeida
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Ivar Siewers
Ilustrações: Mariana Simões
Lizonete Prates Siqueira
nº 8 / 2016 ISSN 2357-7258 EDITORA Merrina EDIÇÃO DE TEXTO
19
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Para que sua vinda aos concertos seja mais cômoda e o atendimento da bilheteria ágil e eficiente, traga, sempre que possível, seus ingressos originais. A reimpressão é um benefício gratuito ao Assinante, porém, sua utilização em excesso gera, além de lentidão no atendimento, desperdício de papel, tinta e o que tem mais valor: seu tempo.
No dia 25 de maio, quarta-feira, às 20h30, será realizado o concerto de encerramento do Festival Tinta Fresca.
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Esperamos por você.
CONCERTOS
mai
5 e 6 / mai, 20h30
Stravinsky, Mahler 8 / mai, 11h
Dia das Mães na Praça da Assembleia 14 / mai, 18h
Mozart — Tudo em família 19 e 20 / mai, 20h30
Britten, Bruch, Elgar 25 / mai, 20h30
Obras finalistas 29 / mai, 11h
PRESTO VELOCE CLÁSSICOS NA PRAÇA
FORA DE SÉRIE
ALLEGRO VIVACE FESTIVAL TINTA FRESCA JUVENTUDE
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Lembre-se de que você é nosso convidado. Faça sua reserva de ingressos até o dia 18 de maio e garanta o seu lugar.
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CONHEÇA AS APRESENTAÇÕES DA FILARMÔNICA • Séries de assinatura: Allegro, Vivace, Presto, Veloce, Fora de Série • Concertos para a Juventude • Clássicos na Praça • Concertos Didáticos • Festival Tinta Fresca • Laboratório de Regência • Turnês estaduais • Turnês nacionais e internacionais • Concertos de Câmara Visite filarmonica.art.br/ filarmonica/sobre-a-filarmonica e conheça cada uma delas.
Para que sua noite seja ainda mais especial, nos dias de concerto, apresente seu ingresso no restaurante Haus München e, na compra de um prato principal, ganhe outro de igual ou menor valor. Rua Juiz de Fora, 1.257, pertinho da Sala Minas Gerais.
PARA APRECIAR UM CONCERTO
CONCERTOS COMENTADOS
Agora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal, das 19h30 às 20h, para as primeiras 65 pessoas a chegar.
CUMPRIMENTOS
Após o concerto, caso queira cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções.
ESTACIONAMENTO
0 PROGRAMA DE CONCERTOS O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo. O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso site www.filarmonica.art.br.
Para seu conforto e segurança, a Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto.
PONTUALIDADE
CONVERSA
APARELHOS CELULARES
CRIANÇAS
FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO
COMIDAS E BEBIDAS
Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.
Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.
Não são permitidas durante os concertos.
APLAUSOS
Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.
A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.
Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.
Seu consumo não é permitido no interior da sala de concertos.
TOSSE
Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. 21
MANTENEDOR
PATROCÍNIO
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