Junho de 2016 | Presto e Veloce 7

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G U A FORTISSIMO Nº 14 — 2016

RNIE 28/07 PRESTO 29/07 VELOCE

RINO

B R E



Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú

28/07 PRESTO 29/07 VELOCE

apresentam


FOTO: AN DRÉ FOSSAT I


Caros amigos e amigas,

O programa desta noite é totalmente

do Concerto para orquestra nº 1

dedicado à música brasileira,

de Marlos Nobre, obra de grande

representada aqui pelo grande

complexidade, vigor, energia,

Camargo Guarnieri – duas de suas

com sonoridades amplas, ritmos

peças mais importantes para piano

envolventes e grande dinamismo

e orquestra serão introduzidas

técnico. Certamente uma das

pela consagrada pianista Cristina

obras sinfônicas mais importantes

Ortiz. Essas obras refletem a forte

do repertório brasileiro.

influência nacionalista na obra do compositor, mas também exemplificam

Espero que aproveitem esse

a simplicidade e naturalidade

momento de descoberta.

com que Guarnieri escrevia. Ainda neste concerto a

FABIO MECHETTI

Filarmônica faz a estreia mundial

Diretor Artístico e Regente Titular

3


FOTO: RAFAE L MOT TA

D

esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável

pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais

4


FABIO MECHETTI diretor artístico e regente titular

de verão nos Estados Unidos, entre

No Brasil, foi convidado a dirigir a

eles os de Grant Park em Chicago

Sinfônica Brasileira, a Estadual de

e Chautauqua em Nova York.

São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de

Realizou diversos concertos no México,

São Paulo e do Rio de Janeiro.

Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu

Trabalhou com artistas como Alicia

as orquestras sinfônicas de Tóquio,

de Larrocha, Thomas Hampson,

Sapporo e Hiroshima. Regeu também a

Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,

Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia,

Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil

a Orquestra da Rádio e TV Espanhola

Shaham, Midori, Evelyn Glennie,

em Madrid, a Filarmônica de Auckland,

Kathleen Battle, entre outros.

Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos

Vencedor do Concurso Internacional de

dirigindo a Ópera de Washington.

Regência Nicolai Malko, na Dinamarca,

No seu repertório destacam-se

Mechetti dirige regularmente na

produções de Tosca, Turandot, Carmem,

Escandinávia, particularmente a

Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a

Madame Butterfly, O barbeiro de

de Helsingborg, Suécia. Recentemente

Sevilha, La Traviata e Otello.

fez sua estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica de Tampere, e na Itália,

Fabio Mechetti recebeu títulos

dirigindo a Orquestra Sinfônica de

de mestrado em Regência e em

Roma. Em 2016 fará sua estreia com a

Composição pela prestigiosa

Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

Juilliard School de Nova York. 5


G N ESTREIA MUNDIAL

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N

FABIO MECHETTI, regente CRISTINA ORTIZ, piano

PROGRAMA

Camargo GUARNIERI Concertino para piano e orquestra de câmara Festivo Tristonho Alegre (Rondo)

Camargo GUARNIERI Choro para piano e orquestra Cômodo Nostálgico Alegre

INTERVALO

Marlos NOBRE Concerto para orquestra nº 1, op. 116 Intrada Elegia Perpetuum Mobile Finale

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CRISTINA ORTIZ FOTO: SUSSI E AH L BURG


A musicalidade natural de Cristina

Seu disco mais recente pela Naxos,

Ortiz, sua perícia magistral e seu

com música de câmara de Saint-Saëns

comprometimento sem limites, aliados

acompanhada do Fine Arts Quartet, foi

a uma performance refinada, asseguram

elogiada pelo jornal The Observer. Outro

seu lugar entre os mais respeitados

álbum feito com o grupo, com música

pianistas do mundo. Em sua longa

de câmara de Franck, foi Escolha do

carreira, já se apresentou com a

Editor na Gramophone. A mesma revista

Filarmônica de Berlim, Filarmônica

descreveu sua gravação da música de

de Viena, Sinfônica de Chicago,

câmara de Fauré como “simplesmente

as orquestras Philharmonia e Royal

a melhor: uma versão incomparável, um

Concertgebouw, entre muitas outras.

pilar do catálogo”. Em abril de 2014, a

Trabalhou com regentes como Neeme

Naxos lançou sua gravação dos trabalhos

Järvi, Mariss Jansons, Kurt Masur,

para piano solo de York Bowen.

André Previn e David Zinman. Cristina Ortiz é uma professora Com uma técnica notável e um

comprometida e apaixonada.

perspicaz senso de ousadia musical,

Leciona masterclasses em todo o

particularmente evidente em seu vasto

mundo e se dedica também a aulas

repertório, Ortiz é uma artista popular

particulares peripatéticas. Há pouco

com convites e público por todo o

tempo, organizou workshops no

mundo. Recentemente, trabalhou com

Centro Cultural de Hong Kong,

a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar,

na Academia Nacional Australiana

Sinfônica do Estado de São Paulo,

de Música, no Centro Nacional

Filarmônica de Hong Kong, Sinfônica

para as Artes, México, na Escola de

do Principado de Astúrias e Staatstheater

Música de Tóquio, no Per Piano Solo,

Kassel. Momentos importantes das

Itália, e por todo o Reino Unido.

próximas temporadas incluem estreias com as filarmônicas Nacional Húngara

Cristina Ortiz começou seus estudos

e do Qatar, a Orquestra Haydn, de

no Brasil, antes de se mudar para

Bolzano e Trento, as sinfônicas de

Paris, onde recebeu uma bolsa de

New West e Presidencial, e também

estudos e trabalhou com Magda

recitais no Southbank Centre, como

Tagliaferro. Depois de vencer a medalha

parte da International Piano Series,

de ouro na terceira Competição

no Reino Unido e na França.

Van Cliburn, no Texas, seguiu para um período de estudos de inestimável

Cristina Ortiz já gravou cerca de trinta

valor sob a orientação do lendário

álbuns com repertório variado pela EMI

Rudolf Serkin, no Instituto Curtis

Classics, Decca, Collins Classics e, mais

de Música, na Filadélfia, antes de

recentemente, pela Intrada, Naxos e BIS.

estabelecer moradia em Londres. 9


Camargo

G

GUARNIERI Tietê, Brasil, 1907 – São Paulo, Brasil, 1993

CONCERTINO PARA PIANO E ORQUESTRA DE CÂMARA (1961) CHORO PARA PIANO E ORQUESTRA (1956)

14 min

17 min

O compositor paulista Mozart Camargo Guarnieri é reconhecido

no cenário musical por seu interesse pelos aspectos nacionalistas na composição. No Brasil, no decorrer da primeira metade do século

XX, a produção musical encontrava-se em processo de consolidação, destacando-se a atuação de compositores que enfatizavam, em suas obras, elementos diretamente ligados à cultura brasileira.

A aspiração pela afirmação de um nacionalismo musical brasileiro já vinha sendo promovida desde o século XIX por compositores

como Brasílio Itiberê da Cunha (1846-1913), Alberto Nepomuceno

(1864-1920) e Alexandre Levy (1864-1892), considerados precursores do nacionalismo musical, movimento que se estendeu no decorrer

do século XX e conquistou grande visibilidade com a participação de Villa-Lobos (1887-1959) na Semana de Arte Moderna, em 1922.

Nos períodos posteriores a essa Semana, protagonizada no campo

musical por Villa-Lobos, surgiram outras gerações de músicos que se

lançaram no âmbito da composição brasileira e alcançaram repercussão internacional, dentre eles, Camargo Guarnieri. A relação mais direta entre Guarnieri e o ideário do nacionalismo musical começou a ser tecida a partir de suas aulas com seus primeiros professores:

Ernani Braga (1888-1948) e Sá Pereira (1888-1966). Ambos tendiam,

claramente, a uma produção musical de cunho nacionalista, articulada a pesquisas realizadas sobre o acervo folclórico-cultural do Brasil. Ernani Braga empenhou-se em recolher esse tipo de

material para empregá-lo no repertório do canto coral,

chegando a organizar concertos orfeônicos com cinco mil

participantes. Postura similar foi promovida por Sá Pereira, que também associava o folclore ao canto coral. 10


G O pensamento de Guarnieri, no

As duas obras apresentadas neste

decorrer de toda a sua trajetória, realça

programa destacam-se no conjunto

o comprometimento com o ideário

das dez obras para piano e orquestra

nacional, aliando o nacionalismo

compostas por Guarnieri ao longo de

estético, por integração dos elementos

56 anos, sendo a primeira o Concerto

culturais, à adoção de inovações aduzidas

nº 1 para piano e orquestra, de 1931,

da estética musical contemporânea.

e a última o Concerto nº 6 para

Guarnieri destacava, ainda, que o

piano, cordas e percussão, de 1987.

folclore brasileiro é um dos mais ricos do

mundo, embora ele mesmo pouco tivesse

O Concertino para piano e orquestra

adotado, diretamente, em sua obra,

de câmara é considerado a obra mais

temas folclóricos brasileiros. Não deixava

executada dentre as peças para piano

de incluir, porém, elementos marcantes

e orquestra de Guarnieri. Essa obra

do populário nacional, em que a

composta em 1961 foi dedicada à

referência aos elementos folclóricos

sua esposa Vera Sílvia e, no mesmo

não se efetiva de maneira explícita. Tais

ano, teve sua estreia mundial nos

elementos são reelaborados e se tornam

Estados Unidos com o pianista João

recriações do compositor, resultando

Carlos Martins, acompanhado pela

em composições impregnadas de

Orquestra de St. Louis, sob a regência

intenso e peculiar brasileirismo. Nessa

de Guarnieri. Em 1963, o Concertino

conjuntura, as representações musicais

recebeu da Associação Paulista de

tecidas por Guarnieri não se restringem

Críticos Teatrais a medalha de prata

a um perfil identitário nacional

como melhor obra sinfônica do

de cunho apologético, monolítico

ano. Guarnieri substitui os termos

ou associado simplesmente a uma

internacionais para designação de

autenticidade respaldada pela suposição

andamentos e de expressões por

das origens. Guarnieri traduzia tal

vocábulos brasileiros equivalentes:

imaginário sociocultural na perspectiva

Festivo, Tristonho e Alegre. O piano abre

de uma erudição e técnica apuradas.

o primeiro movimento, denominado

11


G

Festivo, com um tema que remete à atmosfera da música nordestina

e estabelece o caráter alegre e vivo da obra. Em contraste ao primeiro movimento, o segundo, Tristonho, cheio de lirismo e introspecção,

apresenta uma delicada linha melódica que faz lembrar as modinhas brasileiras. Em contraste ao segundo movimento, o Alegre, em forma de rondó, ressalta o caráter dançante e vivaz por meio dos temas

inspirados em fontes folclóricas, tais como o frevo e a embolada. Já o Choro para piano e orquestra, escrito em 1956, recebeu

o primeiro prêmio no Festival Latino-Americano de Caracas; foi dedicado ao pianista Arnaldo Estrella e executado em primeira audição no ano de 1957 pelo próprio Estrella,

acompanhado pela Orquestra Sinfônica de São Paulo sob a

regência de Souza Lima. Nessa obra, Guarnieri enfatiza o caráter nacional, denominando-a de Choro, ao mesmo tempo em que

adota a estruturação usual dos concertos para instrumento solo e

orquestra, geralmente compostos de três movimentos contrastantes. Ao denominá-lo Choro, Guarnieri faz alusão tanto aos grupos instrumentais seresteiros urbanos, quanto ao gênero bastante

explorado por diversos compositores brasileiros da música popular.

Em seus três movimentos (Cômodo, Nostálgico, Alegre), evidencia-se

uma estrutura rítmica referente aos temas originais criados pelo próprio compositor que, com grande refinamento, alia elementos repletos de brasilidade a uma escrita que privilegia elementos típicos da

composição contemporânea, tais como o cromatismo e a bitonalidade. No primeiro movimento, Cômodo, em caráter seresteiro, Guarnieri adota o princípio da variação temática. O piano dialoga com 12


G INSTRUMENTAÇÃO — CONCERTINO

Flauta, oboé, clarinete, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, percussão, harpa, cordas. INSTRUMENTAÇÃO — CHORO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

a orquestra, atingindo grande

expressividade ressaltada pela

dinâmica, do pianíssimo ao fortíssimo, para, em seguida, retomar a atmosfera

intimista inicial, que encerra o Cômodo e prepara o movimento central,

Nostálgico. Esse movimento, inspirado

PARA  OUVIR E ASSISTIR

Concertino para piano e Orquestra de Câmara – Chech National Symphony Orchestra – Paul Freeman, regente – Caio Pagano, piano | Acesse: fil.mg/gconcertino

Choro para piano e orquestra – Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina – Norton Morozowicz, regente – Caio Pagano, piano | Acesse: fil.mg/gchoro

numa melancólica canção sertaneja,

é marcado por uma atmosfera obscura

provocada por harmonização expressiva e dinâmica muito suave. Uma

sentida melodia é introduzida pelo

clarinete e, em seguida, reafirmada e ampliada pelo piano. A parte central desse movimento atinge grande

dramaticidade no discurso musical,

pela densidade da massa orquestral,

até voltar a acalmar-se com a retomada do tema inicial e a finalização por

PARA  LER

Cesar Maia Buscacio – Americanismo e nacionalismo musicais na correspondência de Curt Lange e Camargo Guarnieri (1934-1956) – Editora UFOP – 2010 Flávio Silva (org.) – Camargo Guarnieri: o tempo e a música – Funarte RJ/ Imprensa Oficial SP – 2001

Márion Verhaalen – Camargo Guarnieri: expressões de uma vida – Editora da Universidade de São Paulo/ Imprensa Oficial – 2001

uma coda conduzida pelo piano. Já o terceiro movimento, Alegre,

evoca o caráter dançante recorrente na música brasileira. Observa-se o predomínio de uma rítmica

contundente, na qual o compositor

reafirma humor e vivacidade por meio dos ritmos sincopados, e da ênfase na

orquestração, que coloca em destaque

CÉSAR BUSCACIO Professor da

os instrumentos de metal e percussão.

Universidade Federal de Ouro Preto.

13


Marlos

NOBRE Recife, Brasil, 1939

CONCERTO PARA ORQUESTRA Nº 1, OP. 116 (2011)

35 min

Um dos compositores brasileiros mais executados no mundo, Marlos Nobre inaugurou sua carreira composicional em 1959 com o Concertino para piano e orquestra de cordas. Pela obra, recebeu o prêmio Música e Músicos do Brasil, concedido pela Rádio MEC. Mudou-se para a Argentina em 1963, para um curso intensivo de dois anos no Instituto Torcuato Di Tella com Alberto Ginastera. Naquele ano, compôs o politonal e, por vezes, dodecafônico Divertimento para piano e orquestra. Em 1969, Marlos Nobre estreou mais um concerto: o Concerto breve para piano e orquestra. De forma livre e caracterizado pelo uso de clusters (acordes compostos de um conjunto de notas adjacentes), o Concerto breve redirecionou não apenas a estética de Marlos Nobre, como também a música de concerto brasileira, que, à época, encontrava-se presa a estruturas tonais e às fórmulas clássicas do nacionalismo musical. O fascínio pelas formas concertantes levaria Marlos Nobre a compor ainda mais uma dezena de obras do gênero. O Concerto para orquestra nº 1 foi composto por encomenda do maestro José Antonio Abreu, criador do El Sistema, programa venezuelano de orquestras jovens. Embora terminada em 2011, a obra jamais foi executada. A opção pelo gênero concerto para orquestra advém de uma combinação entre a predileção por gêneros concertantes, o fascínio pelos concertos para orquestra de Béla Bartók e Witold Lutoslawski e o desinteresse pelo gênero sinfonia, que o compositor acredita estar associado a uma tradição formal mais rígida. Ilustrativo das tendências formais e estéticas atuais do compositor, fundamentalmente descritas como “pluralismo estético e técnico”, o Concerto para orquestra nº 1 caracteriza-se pela exploração do total cromático. Para Marlos Nobre, a música contemporânea ainda não se valeu da escala de doze sons em tudo o que ela pode oferecer musicalmente. Seu cromatismo, no entanto, não se associa ao serialismo 14


INSTRUMENTAÇÃO

e à escala de doze tons, que são, a seu ver, uma forma simplista de

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 3 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, celesta, cordas.

organização do total cromático. Por “pluralismo” Marlos Nobre entende uma linguagem musical que fuja ao simplismo e às doutrinas das escolas musicais e que seja orientada para integração e transformação profunda dos diversos elementos e estímulos que um artista absorva ao longo da vida. Multifacetado e contrastante, o Concerto apresenta quatro movimentos. No primeiro movimento, Intrada, os elementos rítmicos e melódicos iniciais desenvolvem-se numa grande estrutura sinfônica. O segundo movimento, Elegia, expressa num andamento lento a necessidade de um momento de respiração e tranquilidade. Musicalmente envolvente, o movimento

PARA  OUVIR

CD Marlos Nobre – Orchestral, vocal and chamber works – Vários artistas – Lemán Classics, LC 44.100 – 2004 (2 CDs) PARA  ASSISTIR

O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro – Glauber Rocha, roteiro e direção – 1968 (Na trilha sonora, Ukrimakrinkrin e Ritmetron de Marlos Nobre) PARA  LER

José Maria Neves – Música Contemporânea Brasileira – Ricordi – 1981 Tomás Marco Aragón – Marlos Nobre: El sonido del realismo mágico – Fundación Autor – 2006 PARA  VISITAR

www. marlosnobre.com.br

evoca atmosferas sensuais e mágicas. O terceiro movimento, Perpetuum Mobile, ocupa o lugar do tradicional scherzo e faz da percussão seu solista máximo. O quarto movimento, Finale, é não apenas o mais longo e o momento conclusivo, no qual todos os naipes solam igualmente, mas também o ponto de máxima densidade estrutural da obra. Nele, as grandes linhas melódicas e as a microinflexões convergem num movimento final que desafia a forma sinfônica clássica, calcada na supremacia de um primeiro movimento em forma sonata.

IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música

pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3. 15


FOTO: EUGÊNIO SÁVIO



Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Fabio Mechetti REGENTE ASSOCIADO

Marcos Arakaki

PRIMEIROS VIOLINOS

Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla Associado Ara Harutyunyan – Spalla Assistente Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira

VIOLONCELOS

TROMPAS

GERENTE

Philip Hansen * Felix Drake *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Lina Radovanovic Robson Fonseca William Neres

Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata

Jussan Fernandes

TROMPETES

Débora Vieira

CONTRABAIXOS

Nilson Bellotto * Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano

SEGUNDOS VIOLINOS

Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch

FLAUTAS

VIOLAS

CLARINETES

João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina

Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado   TROMBONES

Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa

INSPETORA

Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

ARQUIVISTA

Ana Lúcia Kobayashi ASSISTENTES

Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM

Rodrigo Castro

Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova

TUBA

Eleilton Cruz * TÍMPANOS

Patricio Hernández Pradenas *

OBOÉS

Alexandre Barros * Ravi Shankar *** Israel Muniz Moisés Pena Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva

MONTADORES

André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar

PERCUSSÃO

Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA

Giselle Boeters * TECLADOS

FAGOTES

Ayumi Shigeta *

Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva GUARNIERI Editora: Editora

Criadores do Brasil

* principal

** principal associado

*** principal assistente


GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Fernando Damata Pimentel

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Antônio Andrade

João Batista Miguel

Instituto Cultural Filarmônica

(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)

Conselho Administrativo

DIRETOR DE PRODUÇÃO MUSICAL

Kiko Ferreira

Eularino Pereira

PRESIDENTE EMÉRITO

Jacques Schwartzman PRESIDENTE

Equipe Técnica

Roberto Mário Soares

GERENTE DE COMUNICAÇÃO

CONSELHEIROS

Merrina Godinho Delgado

Angela Gutierrez Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Mauricio Freire Mauro Borges Octávio Elísio Paulo Brant Sérgio Pena

Diretoria Executiva DIRETOR PRESIDENTE

Diomar Silveira DIRETOR ADMINISTRATIVOFINANCEIRO

Estêvão Fiuza DIRETORA DE COMUNICAÇÃO

Jacqueline Guimarães Ferreira

ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO

GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL

ASSISTENTE DE PRODUÇÃO

Rildo Lopez

Equipe Administrativa

AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS

Ailda Conceição Márcia Barbosa MENSAGEIROS

Bruno Rodrigues Douglas Conrado MENOR APRENDIZ

Mirian Cibelle

Sala Minas Gerais

Claudia da Silva Guimarães

GERENTE ADMINISTRATIVOFINANCEIRA

ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICAL

Ana Lúcia Carvalho

GERENTE DE INFRAESTRUTURA

GERENTE DE RECURSOS HUMANOS

Renato Bretas

Quézia Macedo Silva

GERENTE DE OPERAÇÕES

ANALISTAS ADMINISTRATIVOS

Jorge Correia

João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi

TÉCNICO DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃO

Gabriela Souza PRODUTORES

Luis Otávio Rezende Narren Felipe ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO

Mauro Rodrigues

Marciana Toledo (Publicidade) Mariana Garcia (Multimídia) Renata Gibson Renata Romeiro (Design gráfico)

ANALISTA CONTÁBIL

ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO

Cristiane Reis

Mônica Moreira

Graziela Coelho

TÉCNICO DE ILUMINAÇÃO E ÁUDIO

SECRETÁRIA EXECUTIVA Rafael Franca

Flaviana Mendes ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOS

Vivian Figueiredo

ASSISTENTE OPERACIONAL

Rodrigo Brandão

FORTISSIMO julho

nº 14 / 2016 ISSN 2357-7258

ANALISTAS DE DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé

RECEPCIONISTA

Lizonete Prates Siqueira

EDITORA Merrina

DIRETOR DE OPERAÇÕES

AUXILIAR ADMINISTRATIVO

EDIÇÃO DE TEXTO

Itamara Kelly Mariana Theodorica

Ivar Siewers Ilustrações: Mariana Simões

Pedro Almeida

Godinho Delgado Berenice Menegale

19


FILARMÔNICA ONLINE www.filarmonica.art.br

VISITE A CASA VIRTUAL DA NOSSA ORQUESTRA

FORA DE SÉRIE MOZART EM DOSE DUPLA Uma boa notícia para os amantes de Mozart. Dois concertos da série Fora de Série serão repetidos. Em agosto, a ópera semiencenada Così fan tutte acontecerá nos dias 20 e 21. E em dezembro, o último concerto da série, com grandes obras, entre elas o Requiem, acontecerá nos dias 9 e 10.

Fique de olho em filarmonica.art.br/ingressos.

Ópera 20 AGO 21 AGO

sábado, 18h domingo, 18h

apresentação extra

Como em todas as apresentações da série, os ingressos começarão a ser vendidos um mês antes da data do concerto.

Último capítulo

CONCERTOS

CONHEÇA  AS  APRESENTAÇÕES  DA  FILARMÔNICA

7 / ago, 11h

ago JUVENTUDE

Forma ABA 11 e 12 / ago, 20h30

J. Reis, Shostakovich, Respighi 20 e 21 / ago, 18h

Mozart — Ópera 26 / ago, 20h

Caeté — Quinteto de Sopros

ALLEGRO VIVACE

FORA DE SÉRIE

TURNÊ ESTADUAL

Veja detalhes em filarmonica.art.br/ concertos/agenda-de-concertos.

09 DEZ 10 DEZ

sexta, 20h30 sábado, 18h

apresentação extra

• Séries de assinatura: Allegro, Vivace, Presto, Veloce, Fora de Série • Concertos para a Juventude • Clássicos na Praça • Concertos Didáticos • Festival Tinta Fresca • Laboratório de Regência • Turnês estaduais • Turnês nacionais e internacionais • Concertos de Câmara Visite filarmonica.art.br/ filarmonica/sobre-a-filarmonica e conheça cada uma delas.

Para que sua noite seja ainda mais especial, nos dias de concerto, apresente seu ingresso no restaurante Haus München e, na compra de um prato principal, ganhe outro de igual ou menor valor. Rua Juiz de Fora, 1.257, pertinho da Sala Minas Gerais.


PARA  APRECIAR  UM  CONCERTO

CONCERTOS COMENTADOS

Agora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal, das 19h30 às 20h, para as primeiras 65 pessoas a chegar.

CUMPRIMENTOS

Após o concerto, caso queira cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções.

ESTACIONAMENTO

0 PROGRAMA DE CONCERTOS O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo. O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso site www.filarmonica.art.br.

Para seu conforto e segurança, a Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto.

PONTUALIDADE

CONVERSA

APARELHOS  CELULARES

CRIANÇAS

FOTOS  E  GRAVAÇÕES EM  ÁUDIO  E  VÍDEO

COMIDAS  E  BEBIDAS

Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

Não são permitidas durante os concertos.

APLAUSOS

Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.

A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.

Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

Seu consumo não é permitido no interior da sala de concertos.

TOSSE

Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. 21


COMUNICAÇÃO ICF

MANTENEDOR

PATROCÍNIO MÁSTER

APOIO INSTITUCIONAL

DIVULGAÇÃO

REALIZAÇÃO

SALA MINAS GERAIS

Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG (31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030 WWW.FILARMONICA.ART.BR

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