G U A FORTISSIMO Nº 14 — 2016
RNIE 28/07 PRESTO 29/07 VELOCE
RINO
B R E
Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú
28/07 PRESTO 29/07 VELOCE
apresentam
FOTO: AN DRÉ FOSSAT I
Caros amigos e amigas,
O programa desta noite é totalmente
do Concerto para orquestra nº 1
dedicado à música brasileira,
de Marlos Nobre, obra de grande
representada aqui pelo grande
complexidade, vigor, energia,
Camargo Guarnieri – duas de suas
com sonoridades amplas, ritmos
peças mais importantes para piano
envolventes e grande dinamismo
e orquestra serão introduzidas
técnico. Certamente uma das
pela consagrada pianista Cristina
obras sinfônicas mais importantes
Ortiz. Essas obras refletem a forte
do repertório brasileiro.
influência nacionalista na obra do compositor, mas também exemplificam
Espero que aproveitem esse
a simplicidade e naturalidade
momento de descoberta.
com que Guarnieri escrevia. Ainda neste concerto a
FABIO MECHETTI
Filarmônica faz a estreia mundial
Diretor Artístico e Regente Titular
3
FOTO: RAFAE L MOT TA
D
esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável
pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais
4
FABIO MECHETTI diretor artístico e regente titular
de verão nos Estados Unidos, entre
No Brasil, foi convidado a dirigir a
eles os de Grant Park em Chicago
Sinfônica Brasileira, a Estadual de
e Chautauqua em Nova York.
São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de
Realizou diversos concertos no México,
São Paulo e do Rio de Janeiro.
Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu
Trabalhou com artistas como Alicia
as orquestras sinfônicas de Tóquio,
de Larrocha, Thomas Hampson,
Sapporo e Hiroshima. Regeu também a
Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia,
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil
a Orquestra da Rádio e TV Espanhola
Shaham, Midori, Evelyn Glennie,
em Madrid, a Filarmônica de Auckland,
Kathleen Battle, entre outros.
Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos
Vencedor do Concurso Internacional de
dirigindo a Ópera de Washington.
Regência Nicolai Malko, na Dinamarca,
No seu repertório destacam-se
Mechetti dirige regularmente na
produções de Tosca, Turandot, Carmem,
Escandinávia, particularmente a
Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a
Madame Butterfly, O barbeiro de
de Helsingborg, Suécia. Recentemente
Sevilha, La Traviata e Otello.
fez sua estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica de Tampere, e na Itália,
Fabio Mechetti recebeu títulos
dirigindo a Orquestra Sinfônica de
de mestrado em Regência e em
Roma. Em 2016 fará sua estreia com a
Composição pela prestigiosa
Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
Juilliard School de Nova York. 5
G N ESTREIA MUNDIAL
6
N
FABIO MECHETTI, regente CRISTINA ORTIZ, piano
PROGRAMA
Camargo GUARNIERI Concertino para piano e orquestra de câmara Festivo Tristonho Alegre (Rondo)
Camargo GUARNIERI Choro para piano e orquestra Cômodo Nostálgico Alegre
INTERVALO
Marlos NOBRE Concerto para orquestra nº 1, op. 116 Intrada Elegia Perpetuum Mobile Finale
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CRISTINA ORTIZ FOTO: SUSSI E AH L BURG
A musicalidade natural de Cristina
Seu disco mais recente pela Naxos,
Ortiz, sua perícia magistral e seu
com música de câmara de Saint-Saëns
comprometimento sem limites, aliados
acompanhada do Fine Arts Quartet, foi
a uma performance refinada, asseguram
elogiada pelo jornal The Observer. Outro
seu lugar entre os mais respeitados
álbum feito com o grupo, com música
pianistas do mundo. Em sua longa
de câmara de Franck, foi Escolha do
carreira, já se apresentou com a
Editor na Gramophone. A mesma revista
Filarmônica de Berlim, Filarmônica
descreveu sua gravação da música de
de Viena, Sinfônica de Chicago,
câmara de Fauré como “simplesmente
as orquestras Philharmonia e Royal
a melhor: uma versão incomparável, um
Concertgebouw, entre muitas outras.
pilar do catálogo”. Em abril de 2014, a
Trabalhou com regentes como Neeme
Naxos lançou sua gravação dos trabalhos
Järvi, Mariss Jansons, Kurt Masur,
para piano solo de York Bowen.
André Previn e David Zinman. Cristina Ortiz é uma professora Com uma técnica notável e um
comprometida e apaixonada.
perspicaz senso de ousadia musical,
Leciona masterclasses em todo o
particularmente evidente em seu vasto
mundo e se dedica também a aulas
repertório, Ortiz é uma artista popular
particulares peripatéticas. Há pouco
com convites e público por todo o
tempo, organizou workshops no
mundo. Recentemente, trabalhou com
Centro Cultural de Hong Kong,
a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar,
na Academia Nacional Australiana
Sinfônica do Estado de São Paulo,
de Música, no Centro Nacional
Filarmônica de Hong Kong, Sinfônica
para as Artes, México, na Escola de
do Principado de Astúrias e Staatstheater
Música de Tóquio, no Per Piano Solo,
Kassel. Momentos importantes das
Itália, e por todo o Reino Unido.
próximas temporadas incluem estreias com as filarmônicas Nacional Húngara
Cristina Ortiz começou seus estudos
e do Qatar, a Orquestra Haydn, de
no Brasil, antes de se mudar para
Bolzano e Trento, as sinfônicas de
Paris, onde recebeu uma bolsa de
New West e Presidencial, e também
estudos e trabalhou com Magda
recitais no Southbank Centre, como
Tagliaferro. Depois de vencer a medalha
parte da International Piano Series,
de ouro na terceira Competição
no Reino Unido e na França.
Van Cliburn, no Texas, seguiu para um período de estudos de inestimável
Cristina Ortiz já gravou cerca de trinta
valor sob a orientação do lendário
álbuns com repertório variado pela EMI
Rudolf Serkin, no Instituto Curtis
Classics, Decca, Collins Classics e, mais
de Música, na Filadélfia, antes de
recentemente, pela Intrada, Naxos e BIS.
estabelecer moradia em Londres. 9
Camargo
G
GUARNIERI Tietê, Brasil, 1907 – São Paulo, Brasil, 1993
CONCERTINO PARA PIANO E ORQUESTRA DE CÂMARA (1961) CHORO PARA PIANO E ORQUESTRA (1956)
14 min
17 min
O compositor paulista Mozart Camargo Guarnieri é reconhecido
no cenário musical por seu interesse pelos aspectos nacionalistas na composição. No Brasil, no decorrer da primeira metade do século
XX, a produção musical encontrava-se em processo de consolidação, destacando-se a atuação de compositores que enfatizavam, em suas obras, elementos diretamente ligados à cultura brasileira.
A aspiração pela afirmação de um nacionalismo musical brasileiro já vinha sendo promovida desde o século XIX por compositores
como Brasílio Itiberê da Cunha (1846-1913), Alberto Nepomuceno
(1864-1920) e Alexandre Levy (1864-1892), considerados precursores do nacionalismo musical, movimento que se estendeu no decorrer
do século XX e conquistou grande visibilidade com a participação de Villa-Lobos (1887-1959) na Semana de Arte Moderna, em 1922.
Nos períodos posteriores a essa Semana, protagonizada no campo
musical por Villa-Lobos, surgiram outras gerações de músicos que se
lançaram no âmbito da composição brasileira e alcançaram repercussão internacional, dentre eles, Camargo Guarnieri. A relação mais direta entre Guarnieri e o ideário do nacionalismo musical começou a ser tecida a partir de suas aulas com seus primeiros professores:
Ernani Braga (1888-1948) e Sá Pereira (1888-1966). Ambos tendiam,
claramente, a uma produção musical de cunho nacionalista, articulada a pesquisas realizadas sobre o acervo folclórico-cultural do Brasil. Ernani Braga empenhou-se em recolher esse tipo de
material para empregá-lo no repertório do canto coral,
chegando a organizar concertos orfeônicos com cinco mil
participantes. Postura similar foi promovida por Sá Pereira, que também associava o folclore ao canto coral. 10
G O pensamento de Guarnieri, no
As duas obras apresentadas neste
decorrer de toda a sua trajetória, realça
programa destacam-se no conjunto
o comprometimento com o ideário
das dez obras para piano e orquestra
nacional, aliando o nacionalismo
compostas por Guarnieri ao longo de
estético, por integração dos elementos
56 anos, sendo a primeira o Concerto
culturais, à adoção de inovações aduzidas
nº 1 para piano e orquestra, de 1931,
da estética musical contemporânea.
e a última o Concerto nº 6 para
Guarnieri destacava, ainda, que o
piano, cordas e percussão, de 1987.
folclore brasileiro é um dos mais ricos do
mundo, embora ele mesmo pouco tivesse
O Concertino para piano e orquestra
adotado, diretamente, em sua obra,
de câmara é considerado a obra mais
temas folclóricos brasileiros. Não deixava
executada dentre as peças para piano
de incluir, porém, elementos marcantes
e orquestra de Guarnieri. Essa obra
do populário nacional, em que a
composta em 1961 foi dedicada à
referência aos elementos folclóricos
sua esposa Vera Sílvia e, no mesmo
não se efetiva de maneira explícita. Tais
ano, teve sua estreia mundial nos
elementos são reelaborados e se tornam
Estados Unidos com o pianista João
recriações do compositor, resultando
Carlos Martins, acompanhado pela
em composições impregnadas de
Orquestra de St. Louis, sob a regência
intenso e peculiar brasileirismo. Nessa
de Guarnieri. Em 1963, o Concertino
conjuntura, as representações musicais
recebeu da Associação Paulista de
tecidas por Guarnieri não se restringem
Críticos Teatrais a medalha de prata
a um perfil identitário nacional
como melhor obra sinfônica do
de cunho apologético, monolítico
ano. Guarnieri substitui os termos
ou associado simplesmente a uma
internacionais para designação de
autenticidade respaldada pela suposição
andamentos e de expressões por
das origens. Guarnieri traduzia tal
vocábulos brasileiros equivalentes:
imaginário sociocultural na perspectiva
Festivo, Tristonho e Alegre. O piano abre
de uma erudição e técnica apuradas.
o primeiro movimento, denominado
11
G
Festivo, com um tema que remete à atmosfera da música nordestina
e estabelece o caráter alegre e vivo da obra. Em contraste ao primeiro movimento, o segundo, Tristonho, cheio de lirismo e introspecção,
apresenta uma delicada linha melódica que faz lembrar as modinhas brasileiras. Em contraste ao segundo movimento, o Alegre, em forma de rondó, ressalta o caráter dançante e vivaz por meio dos temas
inspirados em fontes folclóricas, tais como o frevo e a embolada. Já o Choro para piano e orquestra, escrito em 1956, recebeu
o primeiro prêmio no Festival Latino-Americano de Caracas; foi dedicado ao pianista Arnaldo Estrella e executado em primeira audição no ano de 1957 pelo próprio Estrella,
acompanhado pela Orquestra Sinfônica de São Paulo sob a
regência de Souza Lima. Nessa obra, Guarnieri enfatiza o caráter nacional, denominando-a de Choro, ao mesmo tempo em que
adota a estruturação usual dos concertos para instrumento solo e
orquestra, geralmente compostos de três movimentos contrastantes. Ao denominá-lo Choro, Guarnieri faz alusão tanto aos grupos instrumentais seresteiros urbanos, quanto ao gênero bastante
explorado por diversos compositores brasileiros da música popular.
Em seus três movimentos (Cômodo, Nostálgico, Alegre), evidencia-se
uma estrutura rítmica referente aos temas originais criados pelo próprio compositor que, com grande refinamento, alia elementos repletos de brasilidade a uma escrita que privilegia elementos típicos da
composição contemporânea, tais como o cromatismo e a bitonalidade. No primeiro movimento, Cômodo, em caráter seresteiro, Guarnieri adota o princípio da variação temática. O piano dialoga com 12
G INSTRUMENTAÇÃO — CONCERTINO
Flauta, oboé, clarinete, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, percussão, harpa, cordas. INSTRUMENTAÇÃO — CHORO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.
a orquestra, atingindo grande
expressividade ressaltada pela
dinâmica, do pianíssimo ao fortíssimo, para, em seguida, retomar a atmosfera
intimista inicial, que encerra o Cômodo e prepara o movimento central,
Nostálgico. Esse movimento, inspirado
PARA OUVIR E ASSISTIR
Concertino para piano e Orquestra de Câmara – Chech National Symphony Orchestra – Paul Freeman, regente – Caio Pagano, piano | Acesse: fil.mg/gconcertino
Choro para piano e orquestra – Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina – Norton Morozowicz, regente – Caio Pagano, piano | Acesse: fil.mg/gchoro
numa melancólica canção sertaneja,
é marcado por uma atmosfera obscura
provocada por harmonização expressiva e dinâmica muito suave. Uma
sentida melodia é introduzida pelo
clarinete e, em seguida, reafirmada e ampliada pelo piano. A parte central desse movimento atinge grande
dramaticidade no discurso musical,
pela densidade da massa orquestral,
até voltar a acalmar-se com a retomada do tema inicial e a finalização por
PARA LER
Cesar Maia Buscacio – Americanismo e nacionalismo musicais na correspondência de Curt Lange e Camargo Guarnieri (1934-1956) – Editora UFOP – 2010 Flávio Silva (org.) – Camargo Guarnieri: o tempo e a música – Funarte RJ/ Imprensa Oficial SP – 2001
Márion Verhaalen – Camargo Guarnieri: expressões de uma vida – Editora da Universidade de São Paulo/ Imprensa Oficial – 2001
uma coda conduzida pelo piano. Já o terceiro movimento, Alegre,
evoca o caráter dançante recorrente na música brasileira. Observa-se o predomínio de uma rítmica
contundente, na qual o compositor
reafirma humor e vivacidade por meio dos ritmos sincopados, e da ênfase na
orquestração, que coloca em destaque
CÉSAR BUSCACIO Professor da
os instrumentos de metal e percussão.
Universidade Federal de Ouro Preto.
13
Marlos
NOBRE Recife, Brasil, 1939
CONCERTO PARA ORQUESTRA Nº 1, OP. 116 (2011)
35 min
Um dos compositores brasileiros mais executados no mundo, Marlos Nobre inaugurou sua carreira composicional em 1959 com o Concertino para piano e orquestra de cordas. Pela obra, recebeu o prêmio Música e Músicos do Brasil, concedido pela Rádio MEC. Mudou-se para a Argentina em 1963, para um curso intensivo de dois anos no Instituto Torcuato Di Tella com Alberto Ginastera. Naquele ano, compôs o politonal e, por vezes, dodecafônico Divertimento para piano e orquestra. Em 1969, Marlos Nobre estreou mais um concerto: o Concerto breve para piano e orquestra. De forma livre e caracterizado pelo uso de clusters (acordes compostos de um conjunto de notas adjacentes), o Concerto breve redirecionou não apenas a estética de Marlos Nobre, como também a música de concerto brasileira, que, à época, encontrava-se presa a estruturas tonais e às fórmulas clássicas do nacionalismo musical. O fascínio pelas formas concertantes levaria Marlos Nobre a compor ainda mais uma dezena de obras do gênero. O Concerto para orquestra nº 1 foi composto por encomenda do maestro José Antonio Abreu, criador do El Sistema, programa venezuelano de orquestras jovens. Embora terminada em 2011, a obra jamais foi executada. A opção pelo gênero concerto para orquestra advém de uma combinação entre a predileção por gêneros concertantes, o fascínio pelos concertos para orquestra de Béla Bartók e Witold Lutoslawski e o desinteresse pelo gênero sinfonia, que o compositor acredita estar associado a uma tradição formal mais rígida. Ilustrativo das tendências formais e estéticas atuais do compositor, fundamentalmente descritas como “pluralismo estético e técnico”, o Concerto para orquestra nº 1 caracteriza-se pela exploração do total cromático. Para Marlos Nobre, a música contemporânea ainda não se valeu da escala de doze sons em tudo o que ela pode oferecer musicalmente. Seu cromatismo, no entanto, não se associa ao serialismo 14
INSTRUMENTAÇÃO
e à escala de doze tons, que são, a seu ver, uma forma simplista de
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 3 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, celesta, cordas.
organização do total cromático. Por “pluralismo” Marlos Nobre entende uma linguagem musical que fuja ao simplismo e às doutrinas das escolas musicais e que seja orientada para integração e transformação profunda dos diversos elementos e estímulos que um artista absorva ao longo da vida. Multifacetado e contrastante, o Concerto apresenta quatro movimentos. No primeiro movimento, Intrada, os elementos rítmicos e melódicos iniciais desenvolvem-se numa grande estrutura sinfônica. O segundo movimento, Elegia, expressa num andamento lento a necessidade de um momento de respiração e tranquilidade. Musicalmente envolvente, o movimento
PARA OUVIR
CD Marlos Nobre – Orchestral, vocal and chamber works – Vários artistas – Lemán Classics, LC 44.100 – 2004 (2 CDs) PARA ASSISTIR
O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro – Glauber Rocha, roteiro e direção – 1968 (Na trilha sonora, Ukrimakrinkrin e Ritmetron de Marlos Nobre) PARA LER
José Maria Neves – Música Contemporânea Brasileira – Ricordi – 1981 Tomás Marco Aragón – Marlos Nobre: El sonido del realismo mágico – Fundación Autor – 2006 PARA VISITAR
www. marlosnobre.com.br
evoca atmosferas sensuais e mágicas. O terceiro movimento, Perpetuum Mobile, ocupa o lugar do tradicional scherzo e faz da percussão seu solista máximo. O quarto movimento, Finale, é não apenas o mais longo e o momento conclusivo, no qual todos os naipes solam igualmente, mas também o ponto de máxima densidade estrutural da obra. Nele, as grandes linhas melódicas e as a microinflexões convergem num movimento final que desafia a forma sinfônica clássica, calcada na supremacia de um primeiro movimento em forma sonata.
IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música
pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3. 15
FOTO: EUGÊNIO SÁVIO
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti REGENTE ASSOCIADO
Marcos Arakaki
PRIMEIROS VIOLINOS
Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla Associado Ara Harutyunyan – Spalla Assistente Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira
VIOLONCELOS
TROMPAS
GERENTE
Philip Hansen * Felix Drake *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Lina Radovanovic Robson Fonseca William Neres
Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata
Jussan Fernandes
TROMPETES
Débora Vieira
CONTRABAIXOS
Nilson Bellotto * Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano
SEGUNDOS VIOLINOS
Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch
FLAUTAS
VIOLAS
CLARINETES
João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina
Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado TROMBONES
Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa
INSPETORA
Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA
ARQUIVISTA
Ana Lúcia Kobayashi ASSISTENTES
Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM
Rodrigo Castro
Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova
TUBA
Eleilton Cruz * TÍMPANOS
Patricio Hernández Pradenas *
OBOÉS
Alexandre Barros * Ravi Shankar *** Israel Muniz Moisés Pena Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva
MONTADORES
André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar
PERCUSSÃO
Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA
Giselle Boeters * TECLADOS
FAGOTES
Ayumi Shigeta *
Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva GUARNIERI Editora: Editora
Criadores do Brasil
* principal
** principal associado
*** principal assistente
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(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)
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FORTISSIMO julho
nº 14 / 2016 ISSN 2357-7258
ANALISTAS DE DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé
RECEPCIONISTA
Lizonete Prates Siqueira
EDITORA Merrina
DIRETOR DE OPERAÇÕES
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
EDIÇÃO DE TEXTO
Itamara Kelly Mariana Theodorica
Ivar Siewers Ilustrações: Mariana Simões
Pedro Almeida
Godinho Delgado Berenice Menegale
19
FILARMÔNICA ONLINE www.filarmonica.art.br
VISITE A CASA VIRTUAL DA NOSSA ORQUESTRA
FORA DE SÉRIE MOZART EM DOSE DUPLA Uma boa notícia para os amantes de Mozart. Dois concertos da série Fora de Série serão repetidos. Em agosto, a ópera semiencenada Così fan tutte acontecerá nos dias 20 e 21. E em dezembro, o último concerto da série, com grandes obras, entre elas o Requiem, acontecerá nos dias 9 e 10.
Fique de olho em filarmonica.art.br/ingressos.
Ópera 20 AGO 21 AGO
sábado, 18h domingo, 18h
apresentação extra
Como em todas as apresentações da série, os ingressos começarão a ser vendidos um mês antes da data do concerto.
Último capítulo
CONCERTOS
CONHEÇA AS APRESENTAÇÕES DA FILARMÔNICA
7 / ago, 11h
ago JUVENTUDE
Forma ABA 11 e 12 / ago, 20h30
J. Reis, Shostakovich, Respighi 20 e 21 / ago, 18h
Mozart — Ópera 26 / ago, 20h
Caeté — Quinteto de Sopros
ALLEGRO VIVACE
FORA DE SÉRIE
TURNÊ ESTADUAL
Veja detalhes em filarmonica.art.br/ concertos/agenda-de-concertos.
09 DEZ 10 DEZ
sexta, 20h30 sábado, 18h
apresentação extra
• Séries de assinatura: Allegro, Vivace, Presto, Veloce, Fora de Série • Concertos para a Juventude • Clássicos na Praça • Concertos Didáticos • Festival Tinta Fresca • Laboratório de Regência • Turnês estaduais • Turnês nacionais e internacionais • Concertos de Câmara Visite filarmonica.art.br/ filarmonica/sobre-a-filarmonica e conheça cada uma delas.
Para que sua noite seja ainda mais especial, nos dias de concerto, apresente seu ingresso no restaurante Haus München e, na compra de um prato principal, ganhe outro de igual ou menor valor. Rua Juiz de Fora, 1.257, pertinho da Sala Minas Gerais.
PARA APRECIAR UM CONCERTO
CONCERTOS COMENTADOS
Agora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal, das 19h30 às 20h, para as primeiras 65 pessoas a chegar.
CUMPRIMENTOS
Após o concerto, caso queira cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções.
ESTACIONAMENTO
0 PROGRAMA DE CONCERTOS O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo. O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso site www.filarmonica.art.br.
Para seu conforto e segurança, a Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto.
PONTUALIDADE
CONVERSA
APARELHOS CELULARES
CRIANÇAS
FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO
COMIDAS E BEBIDAS
Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.
Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.
Não são permitidas durante os concertos.
APLAUSOS
Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.
A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.
Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.
Seu consumo não é permitido no interior da sala de concertos.
TOSSE
Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. 21
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