FORTISSIMO Nº 13
Presto Veloce
20 JUL 21 JUL
008 009 010 011 012 013 014 015 016
VOCÊ ESTÁ AQ U I
2017
Festival Wagner e Verdi Os concertos de julho, inclusive em Campos do Jordão e Paulínia, foram dedicados aos 200 anos de Verdi e Wagner. As apresentações tiveram a parceria de corais e um time de solistas, entre eles Eliane Coelho (foto), regidos pelo maestro Fabio Mechetti.
www.sonhosesons.com.br
or AMZ Mídia Industrial S.A. - Av. Solimões, 505 - Bloco D - Distrito Industrial - Manaus – AM - CNPJ: 14.919.768/0001-78 rasileira. Sob Encomenda de INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA - CNPJ 07.837.375/0001-50
A Sinfonia nº 9 em Dó maior, “A Grande”, de Schubert, foi escolhida para a estreia em gravação comercial. A Filarmônica registrou sua evolução até aquele momento, esperando que, nas palavras do maestro Fabio Mechetti, “o caminho traçado para esta Orquestra seja tão grande quanto a majestade e beleza desta sinfonia”.
FOTO: RAFAEL MOTTA
Lançamento do primeiro CD comercial
4 jul
Turnê Estadual Ouro Preto
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FOTO: MARIANA GARCIA
A Filarmônica já tinha tocado em Ouro Preto, na Matriz de Santo Antônio. Desta vez na Praça Tiradentes e incluído no Festival de Inverno, o concerto foi assistido por um emocionado público de cinco mil pessoas. O repertório nacional, regido pelo maestro Marcos Arakaki, completou esse fim de tarde de beleza ímpar.
017
Exposição Primeiros passos na música clássica
FOTO: MARIANA GARCIA
Entre os diferentes meios de difundir a música clássica, a Filarmônica organizou textos, livros, áudios, vídeos e fotos em uma exposição itinerante. A primeira montagem, dirigida a estudantes, ficou aberta ao público durante um mês em Ipatinga, com apoio do Instituto Cultural Usiminas. Depois, a exposição foi ao Aeroporto de Confins e à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Hoje, parte de seu conteúdo pode ser visitado no site da Filarmônica.
4, 16, 25, 26 jul
10 out
21 jul
17 a 19 out
Britten e Tao na Sala São Paulo Em mais uma residência na Sala São Paulo, a Filarmônica celebrou o centenário de Britten com o seu Concerto para piano, pelas mãos do jovem solista Conrad Tao. Wagner e Rachmaninov também estavam no programa dirigido por Fabio Mechetti.
A Sagração da Primavera de Stravinsky O centenário dessa obra revolucionária foi comemorado pela Filarmônica em um concerto cheio de expectativa e emoção. Levy e Dvorák completaram o repertório, regido por Fabio Mechetti com a presença do pianista Benedetto Lupo.
LINHA DO TEMPO — 7 de 12 Em cada programa de concerto das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce você encontra um pedacinho da nossa história. No fim do ano, teremos relembrado nosso percurso até a décima temporada.
3 dez
FOTO: EUGÊNIO SÁVIO
Caros amigos e amigas,
A história da música é, em quase sua totalidade, uma sequência natural e evolutiva da contribuição de compositores que emprestam de seus antepassados e entregam às gerações futuras novas propostas. Contudo, existem aquelas exceções que, de maneira totalmente imprevista, causam revoluções que exigem décadas para uma absorção total. Esse foi o caso da Sinfonia Fantástica de Berlioz. Escrita apenas quatro anos após a morte de Beethoven, ela surge como
um vulcão avassalador, ao mudar
com seus Concertos para piano, de
drasticamente o entendimento de
maneira a influenciar as gerações
não só o que uma Sinfonia deveria ser,
de pianistas que o seguiram.
mas do que a Música deveria ser. Na noite de hoje poderemos experimentar
Ainda no programa, esse sentido de
essa impetuosidade do jovem Berlioz,
descoberta é explorado pelo compositor
que introduz, sem concessões, ideias
carioca Ronaldo Miranda, em peça
formais, tímbricas e estéticas que
escrita para a celebração dos 500
eram impensáveis para a época.
anos do descobrimento da América.
Da mesma maneira, o jovem Chopin,
Revoluções, explorações, descobertas:
com seu virtuosismo e frescor,
a Música revendo a realidade
revolucionava a técnica pianística
e propondo novos rumos.
F A B I O M E C H E T T I Diretor Artístico e Regente Titular
Fabio Mechetti
FOTO: EUGÊNIO SÁVIO
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico
Realizou diversos concertos no México,
e Regente Titular da Orquestra Filarmônica
Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as
de Minas Gerais, sendo responsável pela
orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo
implementação de um dos projetos mais bem-
e Hiroshima. Regeu também a Orquestra
sucedidos no cenário musical brasileiro. Com
Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra
seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra
da Rádio e TV Espanhola em Madrid,
mineira nos cenários nacional e internacional
a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia,
e conquistou vários prêmios. Com ela,
e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.
realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu
regularmente na Escandinávia, particularmente
recentemente como Regente Principal
a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de
da Orquestra Filarmônica da Malásia,
Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua
tornando-se o primeiro regente brasileiro a
estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica
ser titular de uma orquestra asiática. Depois
de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra
de quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com
Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos,
a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica
No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica
de Syracuse e da Sinfônica de Spokane.
Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras
Desta última é, agora, Regente Emérito.
de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com
Foi regente associado de Mstislav
artistas como Alicia de Larrocha, Thomas
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Nacional de Washington e com ela dirigiu
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori,
concertos no Kennedy Center e no Capitólio
Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.
norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo
Fez sua estreia no Carnegie Hall de
a Ópera de Washington. No seu repertório
Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica
destacam-se produções de Tosca, Turandot,
de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras
Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte,
orquestras norte-americanas, como as de
La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro
Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix,
de Sevilha, La Traviata e Otello.
Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos
Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado
Estados Unidos, entre eles os de Grant Park
em Regência e em Composição pela
em Chicago e Chautauqua em Nova York.
prestigiosa Juilliard School de Nova York.
Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité apresentam
Presto e Veloce 20 e 21 / JUL
FAB I O M EC H ET TI, regente L EO N A R D O HI LSDO RF, piano
*
programa
RONALDO MIRANDA Horizontes
FREDERIC CHOPIN Concerto para piano nº 1 em mi menor, op. 11 • Allegro maestoso • Romanze: Larghetto • Rondo: Vivace
intervalo
HECTOR BERLIOZ Sinfonia Fantástica, op. 14 • Devaneios e paixões: Allegro agitato e appassionato assai • Un baile: Valse: Allegro non troppo • Cena no campo • Marcha ao cadafalso • Sonho de uma noite de Sabá
*
FOTO: MARIA CALFOPOULOS
LEONARDO HILSDORF Um dos principais expoentes da
Em 2014, a renomada revista francesa Pianiste
nova geração de pianistas brasileiros,
lançou CD com recital na Salle Cortot de Paris.
Leonardo Hilsdorf vem se apresentando com
Fora do Brasil, o músico já se apresentou no
sucesso no Brasil, Estados Unidos e Europa.
Concertgebouw, na Flagey, na Bozar, Maison de la Radio e BeethovenHaus, entre outras salas.
Aclamado pela crítica especializada, sua
Ele é regularmente solicitado a participar
performance foi saudada como “fenomenal”
de festivais ao redor do mundo, entre eles
(Fuldaer Zeitung), “encantadora e magistral”
o Festival de Ravinia, Estados Unidos.
(L’Independent). Atualmente é um dos seletos solistas em residência na Capela Musical
Leonardo Hilsdorf apresentou-se em
Rainha Elisabeth da Bélgica, onde trabalha
masterclasses com músicos como Leon Fleisher,
sob os cuidados de Maria João Pires.
Garrick Ohlsson, Jean-Yves Thibaudet, Robert Levin e Dmitry Bashkirov. Foi solista
Venceu competições na América e Europa –
com a Filarmônica da Radio France, Orchestre
Concurso Internacional de Piano Adilia Alieva
Royal de Wallonie e Orquestra Sinfônica
2012; Concurso Pianale KlavierAkademie 2011;
Brasileira, entre outras. Realizou gravações
União Europeia de Concursos de Música
para a France Musique e Musiq3 na Europa;
para a Juventude 2011. Em 2012 recebeu o
Rádio e TV Cultura e Rádio MEC no Brasil.
prestigioso prêmio Nadia et Lilit Boulanger. Obteve o terceiro prêmio no Concurso
Bacharel em Piano pela Universidade
Internacional de Colônia KRK 2016. No Brasil,
de São Paulo, sob os cuidados de
ganhou os concursos Jovens Instrumentistas do
Eduardo Monteiro, foi aceito, aos vinte
Brasil, Artlivre, Villa-Lobos e Paulo Giovaninni,
anos, no mestrado em Performance do
entre outros. Como vencedor do I Concurso
New England Conservatory de Boston.
Grieg Nepomuceno 2005, Leonardo gravou
Orientado por Wha Kyung Byun e Russell
CD dedicado aos dois compositores e fez
Sherman, concluiu o curso com mérito.
turnê pela Noruega. Em 2016, recebeu o primeiro prêmio, por unanimidade,
Em 2014 recebeu, por unanimidade,
no Concurso Internacional J. J. C. Yamaha
a mais alta distinção em Performance
do México e foi eleito, no Brasil, Jovem
da Ecole Normale de Musique de Paris
Talento do ano pela revista Concerto.
Alfred Cortot: o Diploma de Concertista. Atualmente estuda com Claudio Martinez
Em 2007, realizou a abertura de dois recitais
Mehner na escola de música de Colônia,
de Nelson Freire, na Sala Cecília Meireles,
Alemanha. Seus estudos no exterior foram
Rio de Janeiro, e no Theatro Municipal de
apoiados pelo BNDES e DAAD, além dos
São Paulo, com elogios da crítica especializada.
fundos Haas-Teichen e Buttenweiser.
RONALDO MIRANDA
12 min
Horizontes
Rio de Janeiro, Brasil, 1948
Nascido no Rio de Janeiro, Ronaldo
explorando desde o instrumento solo
Miranda cursou a Escola de Música da
até combinações camerísticas diversas e
Universidade Federal do Rio de Janeiro,
orquestra. Compôs também música para
quando foi aluno de piano de Dulce de
coro e ópera. Em sua produção dramática,
Saules e de Henrique Morelenbaum para
além de A tempestade (2006) e O menino e
composição. Estudou também Jornalismo,
a liberdade (2013), destaca-se Dom Casmurro
que exerceu paralelamente, no início
(1992), ópera escrita sobre o romance
de sua vida profissional, como crítico
homônimo de Machado de Assis, com
musical do Jornal do Brasil. Em 1977
libreto de Orlando Codá. Nessa obra,
obteve o primeiro prêmio no Concurso
empreende a difícil tarefa de traduzir em
de Composição da II Bienal de Música
música um dos mais conhecidos romances
Brasileira Contemporânea da Sala Cecília
de nossa literatura e fazer jus, inclusive,
Meireles. Participou posteriormente de
ao notório conhecimento musical do
vários concursos e festivais, inclusive
escritor e às sugestões sonoras do texto.
internacionais, dentre os quais se destacam o Concurso Internacional de
Horizontes, para grande orquestra, foi
Composição de Budapeste (1986) e a
composta em 1992 para as comemorações
X Bienal de Música de Berlim (1985).
dos 500 anos do descobrimento da América. Seu título parece fazer alusão
Segundo o próprio autor, sua obra pode
aos novos horizontes que se abririam –
ser dividida em fases: a estudantil; uma
nem sempre auspiciosos, diga-se de
segunda, quando pratica o atonalismo
passagem – com a chegada dos espanhóis
livre; uma terceira, em que opta pelo
a este lado do Atlântico. A peça realiza
neotonalismo ou neorromantismo; e
uma síntese das técnicas composicionais
realiza, na atualidade, uma síntese em
desenvolvidas nas diversas fases do
que se utiliza de técnicas composicionais
compositor. Com caráter descritivo, tem
tradicionais e modernas, construindo
três movimentos: no primeiro, A partida, o
uma expressividade própria.
autor sugere o clima de ansiedade causado pela viagem, talvez sem retorno, quando
Ao longo de sua carreira, Ronaldo Miranda
utiliza combinações musicais atonais e
tem composto para várias formações,
pontilhistas que se desenvolvem até atingir
1992/1997
uma massa sonora vigorosa com trompetes, em combinações neotonais. O segundo
INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas,
menor, em alusão ao aspecto de calmaria,
2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, celesta, cordas.
em uma opção neorromântica ou neotonal.
EDITORA
movimento, A espera, é uma canção (ou modinha) nostálgica e pungente em modo
Academia Brasileira de Música
O terceiro movimento, A descoberta, inicia-se com um solo de clarinete evocando o canto e o voo de um pássaro solitário que anuncia a terra firme. A seguir o autor desenvolve uma seção minimalista que sugere a ansiedade frente ao mundo novo e, após um tutti com caráter épico, direciona a obra para uma finalização novamente em estado de calmaria, realizando ainda a síntese de atonalismo (o desconhecido) e neotonalismo (o conhecido). Em toda a composição o autor articula, com grande mestria, a diversidade de timbres da grande orquestra, explorando-os de modo expressivo, que valoriza sobremaneira a obra,
PARA O UVIR CD Concerto de
Louvação – Orquestra Sinfônica Brasileira – Roberto Tibiriçá, regente – RioArte Digital – 1998 CD Brazilian Mosaic – Lontano Ensemble – Odaline de la Martinez, regente – Clélia Iruzun, piano – Lorelt – 2002 PARA A SSISTIR Orquestra
Sinfônica Municipal de Campinas – Ricardo Bologna, regente Acesse: fil.mg/mhorizontes PARA L ER Olga G. Cacciatore –
Dicionário biográfico de música brasileira – Forense Universitária – 2005
possibilitando novos horizontes de escuta.
Vasco Mariz – História da música no Brasil – Nova Fronteira – 2000
Horizontes teve sua estreia em 1993,
PARA V ISITAR
dentro da programação da Bienal
www.ronaldomiranda.com
Brasileira de Música Contemporânea, com a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro sob direção de Mário Tavares, no Theatro Municipal.
EDILSON VICENTE DE LIMA Doutor em Musicologia pela USP, Mestre em Artes pela Unesp, professor na Universidade Federal de Ouro Preto.
FREDERIC CHOPIN Concerto para piano nº 1 em mi menor, op. 11
Zelazowa Wola, Polônia, 1810
Os dois concertos para piano e orquestra
pelo piano. A forte personalidade
de Frederic François Chopin são obras
artística de Chopin manifesta-se já
de juventude. Constituíam, também,
nessas primeiras obras, pelo encanto
uma bagagem necessária para o jovem
de suas melodias, pelo atraente
compositor de dezenove anos, decidido
caráter eslavo, pelo brilhantismo de
a deixar a Polônia para se apresentar
uma escrita pianística que transforma
em Viena e Paris. A ordem de publicação
os arabescos virtuosísticos em
inverteu a ordem de composição dos
pura poesia. Raramente obras de
concertos. De fato, o Concerto em mi
juventude têm lugar permanente no
menor, o primeiro a ser publicado, é
repertório, como acontece com os
ligeiramente posterior ao Concerto em fá
concertos poloneses de Chopin.
menor e foi executado, pela primeira vez, no último dos recitais dados por Chopin
Os dois concertos incluem-se entre as
no Teatro Nacional de Varsóvia, em
poucas obras de Chopin não dedicadas
outubro de 1830. Com ele o compositor
ao piano solo. Nesse contexto, eles
despediu-se de sua terra, pois Chopin
demonstram, com sua inexperiente
jamais voltou à Polônia. Sepultado
genialidade, o fim de uma tentação: os
em Paris, só o coração do artista foi
conterrâneos do compositor esperavam
transportado para a catedral de Varsóvia.
que ele se dedicasse à ópera e à música sinfônica. Chopin concentrou-se no
Os concertos de Chopin ocupam um
que queria e acreditava poder fazer.
lugar de exceção na história desse
E, de fato, poucos artistas souberam,
gênero musical, enquanto afastam-se
como o grande compositor polonês,
do modelo ideal criado e consagrado
limitar-se tanto para chegar tão alto.
por Mozart. Nos concertos mozartianos a orquestra e o instrumento solista
O Allegro maestoso inicia uma longa
estabelecem um engenhoso diálogo.
exposição orquestral, em que são
Chopin limita consideravelmente o
apresentados os dois temas principais:
papel da orquestra que, praticamente,
o primeiro em mi menor e o segundo
apenas introduz os temas e interliga os
em mi maior. O solista faz, em seguida,
episódios, os quais serão desenvolvidos
a sua entrada, com o mesmo motivo
40 min
1830
Última apresentação desta obra — 30 abr 2009 — Fabio Mechetti, regente Ricardo Castro, piano
Paris, França, 1849
inicial da exposição. Uma vez afirmada a sua autoridade, o piano canta uma melodia lírica e expressiva, dominada pelo primeiro tema. Após nova intervenção orquestral, o solista repete todo o material inicial
INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas,
2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, trombone, tímpanos, cordas. EDITORA Breitkopf & Härtel
de maneira ainda mais virtuosística. PARA O UVIR CD Chopin,
O Romanze: Larghetto, em mi maior, tem o clima de um noturno. Sobre um delicado acompanhamento das cordas, com algumas intervenções suaves dos sopros, o piano canta uma melodia eminentemente lírica. A ornamentação caprichosa,
Complete Works for Piano and Orchestra – London Philharmonic Orchestra – Eliahu Inbal, regente – Claudio Arrau, piano – Decca – 1993 PARA A SSISTIR Israel Philharmonic
Orchestra – Zubin Mehta, regente – Evgeny Kissin, piano Acesse: fil.mg/cpiano1
tipicamente chopiniana, conforma
PARA L ER Tad Szulc – Chopin em
o virtuosismo à expressão poética.
Paris, uma biografia – Record – 1999
O Rondo: Vivace inicia-se com uma breve introdução orquestral. O piano então expõe uma primeira ideia que se desenvolve sobre um tranquilo acompanhamento das cordas. A orquestra apresenta, em seguida, o segundo tema, mais rítmico e vigoroso. Todo esse material temático presta-se a variações, com o piano brilhando em escalas e arpejos, em clima de alegria e vivacidade típicas da música popular eslava.
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
HECTOR BERLIOZ
50 min
Sinfonia Fantástica, op. 14
La Côte Saint-André, França, 1803
1830
Hector Berlioz é, sem dúvida, uma figura
um conteúdo dramático-poético
central do Romantismo musical europeu,
revelador das paixões humanas.
tanto por sua nova poética quanto pelo mito erguido em torno do autor
Nesse sentido, a Sinfonia Fantástica
como gênio romântico, considerado,
representa uma revolução na história do
com justiça, por Théophile Gautier,
gênero sinfônico. Partindo da sugestão
em sua Histoire du Romantisme,
descritiva beethoveniana da Sinfonia
um dos três maiores românticos da
Pastoral (na qual, no entanto, Beethoven
França, ao lado de Hugo e Delacroix.
anotara: “mais expressão de sentimentos
Essa visão tem origem com o próprio
que pintura”), referindo-se sempre às
Berlioz em suas Memórias (1865),
formas clássicas, a Fantástica inspira
uma narrativa poetizada da própria
os poemas sinfônicos de Franz Liszt,
biografia. Relatos inflamados, arroubos
cujas formas musicais têm potencial de
de criação artística, insatisfação com
suscitar imagens, de narrar histórias e
o meio artístico que o cercava, paixões
até de transmitir conteúdos filosóficos.
e desencontros pessoais devastadores
Nesta Sinfonia, Berlioz utiliza um tema
tornam as Memórias um compêndio de
recorrente, a idée fixe, célula musical
cenas dramáticas nas quais a vida real e
que percorre ciclicamente toda a
a visão artística de mundo misturam-se.
composição. Berlioz deu à Fantástica
A visão poetizada revela a aptidão do
o subtítulo Cenas da vida musical
compositor como importante ensaísta
de um artista, sendo seu programa,
e intelectual de seu tempo, com apreço
segundo alguns comentadores, uma
pelos clássicos antigos, Shakespeare e
autêntica autobiografia romântica.
Goethe. O comprometimento de Berlioz
A idée fixe, que representa a imagem
com uma visão poética transborda
obsessiva da amada do herói, seria
nas suas óperas (Les Troyens), nas
o elemento condutor da narrativa e
cantatas (La mort de Cléopâtre) e em
reaparece com variações, de acordo
suas sinfonias (Haroldo na Itália e
com o estado de espírito do sugerido
a Sinfonia Fantástica), expressando
eu-lírico. Berlioz descreve seu plano
Última apresentação desta obra — 16 ago 2012 Fabio Mechetti, regente
Paris, França, 1869
do drama instrumental em cinco movimentos: Devaneios e Paixões – com uma lenta introdução culminando num Allegro –, em que o herói oscila entre a experiência melancólica e o júbilo da expectativa de encontrar-se com a amada; Un baile, cuja valsa sugere o encontro dos amantes; Cena no campo, que descreve uma noite de verão campestre, na qual a amante reaparece, perturbando a paz almejada pelo herói; Marcha ao cadafalso, que representa o sonho da morte da amada, sugerindo uma procissão lúgubre; Sonho de uma noite de Sabá, em que uma cena fantástica é descrita com sons sobrenaturais, conduzindo para uma dança grotesca no momento do sepultamento da amada. A necessidade de exprimir vários estados conflitantes de espírito influencia a escrita musical desta obra:
INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas,
2 oboés, 2 clarinetes, 4 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, 2 tubas, 2 tímpanos, percussão, 2 harpas, cordas. EDITORA Breitkopf & Härtel
PARA A SSISTIR DVD Boston
Symphony Orchestra – Berlioz; Debussy; Ravel – Charles Munch, regente – VAI music – 1962 National Youth Orchestra – Semyon Bychkov, regente Acesse: fil.mg/bfantasticanyo Orchestre National de France – Leonard Bernstein, regente Acesse: fil.mg/bfantasticaonf PARA L ER François-René
Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 Otto Maria Carpeaux – O Livro de Ouro da História da Música – Ediouro – 2001
contrastes de dinâmica e orquestração dos temas expostos possibilitaram um novo universo de ritmos, melodias, harmonias, tendo seu desenvolvimento cíclico pela idée fixe dado um novo rumo ao gênero sinfônico no século XIX.
DANIEL SALGADO DA LUZ Musicólogo.
FOTO: RAFAEL MOTTA
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR REGENTE ASSOCIADO Marcos
PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla associado Ara Harutyunyan – Spalla assistente Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira SEGUNDOS VIOLINOS Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch VIOLAS João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina
* principal
Fabio Mechetti
Arakaki
VIOLONCELOS Philip Hansen * Robson Fonseca *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Lina Radovanovic Lucas Barros William Neres CONTRABAIXOS Nilson Bellotto * André Geiger *** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano FLAUTAS Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova OBOÉS Alexandre Barros * Públio Silva *** Israel Muniz Moisés Pena
TROMPAS Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata TROMPETES Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado TROMBONES Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa TUBAS Eleilton Cruz * Isac Macedo **** TÍMPANOS Patricio Hernández Pradenas * HARPAS Jennifer Campbell **** Marcelo Penido ****
CLARINETES Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva
PERCUSSÃO Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira
FAGOTES Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva
TECLADOS Ayumi Shigeta *
** principal associado
*** principal assistente **** músico convidado
GERENTE Jussan Fernandes INSPETORA Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira ARQUIVISTA Ana Lúcia Kobayashi ASSISTENTES Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM Rodrigo Castro MONTADORES André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar
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Instituto Cultural Filarmônica
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FORTISSIMO julho — nº 13 / 2017 ISSN 2357-7258 EDITORA Merrina Godinho Delgado EDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale ILUSTRAÇÕES Mariana Simões FOTO DE CAPA Rafael Motta O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.
FILARMÔNICA ONLINE WWW.FILARMONICA.ART.BR Concertos — julho
2018 está logo ali!
DIAS 6 E 7, 20h30
Com o novo ano, teremos uma nova programação
ALLEGRO / VIVACE
e o mesmo desejo de oferecer a beleza da música
Liszt Stravinsky Tchaikovsky
com qualidade e potencial de transformação.
DIA 15, 18h
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TURNÊ ESTADUAL / SABARÁ
Elgar Berlioz Schubert J. Strauss Jr. Carlos Gomes Tchaikovsky Liszt Bizet
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CRIANÇAS Não é recomendável a presença de menores de 8 anos nos concertos noturnos. Caso traga crianças, escolha assentos próximos aos corredores para que você possa sair rapidamente se elas se sentirem desconfortáveis.
PONTUALIDADE Seja pontual. Após o terceiro sinal as portas de acesso à sala de concertos serão fechadas. APARELHOS CELULARES Não se esqueça de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho eletrônico. O som e a luz atrapalham a orquestra e o público.
CONVERSA O silêncio é o espaço da música. Por isso, evite conversas ou comentários durante a execução das obras. COMIDAS E BEBIDAS Não são permitidas no interior da sala de concertos.
FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO Não são permitidas durante os concertos.
TOSSE A tosse perturba a concentração. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.
CUIDADOS COM A SALA Abaixe o assento antes de ocupar a cadeira. Também evite balançar-se nela, pois, além de estragá-la, você incomoda quem está na sua fila.
APLAUSOS Deixe os aplausos para o final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.
Nos dias de concerto, apresente seu ingresso em um dos restaurantes parceiros e obtenha descontos especiais.
RUA PIUM-Í, 229
RUA JUIZ DE FORA, 1.257
RUA LUDGERO DOLABELA, 738
CRUZEIRO
SANTO AGOSTINHO
GUTIERREZ
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MANTENEDOR
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