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27o 14o
MÁXIMA
Não Conhecemos Assuntos Proibidos
MÍNIMA
ANO 1 NÚMERO 22
FIM DE SEMANA DE 22 A 24 DE AGOSTO DE 2014
FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS
NESTA EDIÇÃO
EXEMPLAR: R$ 1,00
Divulgação
Notícias do Poder O jornalista José Marcelo, de Brasília, conta como está o penteado dos marqueteiros de Dilma e Aécio diante do crescimento de Marina Silva. Não tem penteado. Estão todos com o cabelo em pé. Que coisa! Página 5
Cultura Academia Valadarense de Letras fomenta a cultura de Valadares Página 11
Entrevista Rubens Sobrinho e Ricardo Assunção, candidatos a deputado estadual e federal são nossos entrevistados Páginas 5 e 9
13o Encontro de Folclore de Penha do Cassiano - Neste fim de semana, o distrito de Penha do Cassiano se agita em torno das manifestações do folclore dos povos do campo com muita música de raiz, arrasta-pé, forró, violeiros, sanfoneiros, grupos folclóricos, capoeira e comidas típicas. Toda esta festança vai acontecer no 13o Encontro de Folclore de Penha do Cassiano, uma oportunidade de integração entre os membros da comunidade, dando destaque às suas manifestações e tradições culturais. Conheça a programação no site www.valadares.mg.gov.br
Transporte lento ainda não atrai O alto número de carros na região central estrangula o trânsito em ruas primordiais para os ônibus. Sem prioridade, os ônibus sofrem com o excesso de veículos nas ruas e levam longos minutos para percorrer uma distância ínfima. Deixar o carro em casa é uma necessidade contemporânea, mas vale a pena ir de busão? Páginas 6 e 7
Fábio Moura
Parlatório Eu escolhi esperar A mobilização Eu Escolhi Esperar, campanha coordenada por uma ONG chamada M.O.B (Mobilizando o Brasil), é desenvolvida por um grupo cristão que defende a santidade sentimental e sexual, em busca de reavivar bons costumes e o papel fundamental da família no equilíbrio da sociedade. E, então, esta campanha é uma boa? A nutricionista Aline Félix diz que sim, mas o assistente financeiro Victor Magalhães discorda. Leia o debate do Parlatório, que nesta semana avalia a campanha da ONG M.O.B. Página 2
E MAIS... Arquivo Pessoal
Mineiros na Seleção
Brava Gente!
O técnico Dunga convocou três jogadores mineiros para os amistosos da Seleção Brasileira: Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, do Cruzeiro, e Diego Tardelli, do Atlético. A convoção dos “mineiros” agradou e desagradou, afinal, os convocados vão desfalcar Cruzeiro e Atlético na reta final do primeiro turno do Brasileirão. Hadson Santiago e Rosalva Luciano falam sobre a convocação na página 12.
Fidel Fernandes Pereira é mais um jovem valadarense que conquista novos espaços por meio da educação. Formado em Engenharia do Petróleo, na UFES, agora ele fará o mestrado prossional no College States, Texas, EUA, depois de ser selecionado no Programa Ciências sem Fronteiras. Seus estudos vão durar 1 ano e 9 meses. Página 9
OPINIÃO
Editorial
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FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014
Tim Filho
A mídia feroz
Transparência e luz nos fatos Este Figueira foi dado à luz no Vale do Rio Doce, como alguma coisa ou alguém que chega de mansinho colocando luz em fatos e acontecimentos ocultos e varridos para debaixo do tapete da história, levantando questões consideradas tabu na região, agindo de forma corajosa e encorajando, anunciando tempos novos e precipitando na flor o fruto como faz a própria figueira na natureza. “Não conhecemos assuntos proibidos”, como estampa na página de capa, é uma frase que tem se mostrado mais que uma frase de efeito ou marketing, mas uma prática, um mantra de coragem. Em determinado momento, uma matéria mostra claramente a situação do transporte escolar municipal; no apimentado espaço do Sacudindo a Figueira, desvenda mais um desperdício de dinheiro público com a “farra” de alguns médicos no Hospital Municipal, denunciando de forma repetitiva a vergonha moral e a ilegalidade em diversos setores da sociedade local. E muito mais. Essa postura do jornal tem movimentado as redes sociais, provocando júbilos e iras, risos e ranger de dentes, recebendo apoio dos indignados com a imoralidade ou a ilegalidade e o ataque de outros. A informação corajosa e bem colocada, sem o comprometimento do nível de civilidade e educação e o compromisso fiel com a verdade e com o Jornalismo de alto nível, vem fazendo com que este jornal preencha uma lacuna de comunicação em uma cidade encravada no centro de uma região sombreada por um medo de décadas. Uma região que ainda vive à sombra do autoritarismo, do poder cheio de privilégios que poucos ousam se contrapor. Neste momento, em que este Figueira se firma no preenchimento desta lacuna de Jornalismo transparente e corajoso, um pequeno pormenor que pode parecer sem importância pode ter como propósito macular a imagem que se cria e se firma – a tentativa de imputar dúvida de confiança a um concurso da UFJF para o Campus de Valadares e de ligar dois dos fundadores do jornal a uma presumida influência em favor de jornalistas amigos. Ora, os fundadores deste jornal foram também fundadores do Curso de Jornalismo da Univale, assim como de todos os cursos da área de Comunicação, há 15 anos. A quase totalidade dos profissionais de comunicação de Valadares foram seus alunos, assim como a totalidade daqueles que tentaram o concurso da UFJF. Portanto, há relação, sim, com todos, não com alguns.
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A informação corajosa e bem colocada, sem o comprometimento do nível de civilidade e educação e o compromisso fiel com a verdade e com o Jornalismo de alto nível, vem fazendo com que este jornal preencha uma lacuna de comunicação em uma cidade encravada no centro de uma região sombreada por um medo de décadas.
Vivemos momentos em que, facilitadas pelas redes sociais, denúncias podem se transformar em condenações, ainda que se venha a comprovar posteriormente da natureza caluniosa e difamatória destas. Oportunizar a todos o direito a luz é tarefa da comunicação. Esclarecer todos os pontos de cada estória, é dever da boa comunicação. Ouvir todas as partes responsáveis, juízes e promotores em especial, para esclarecimento de qualquer dúvida que envolva dirigentes do jornal em denúncias que cheguem aos tribunais, é atitude imprescindível da direção do jornal. É questão de tratar os próprios assuntos da mesma forma como trata os alheios. Uma questão de coerência com a coragem e transparência propostas e praticadas. É o que certamente os bons leitores esperam. Não se pode permitir que o incerto, o duvidoso, o obscuro e improvável, e quem sabe o calunioso e difamatório prevaleçam sobre a verdade e o direito.
Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-83 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo
Conselho Editorial Aroldo de Paula Andrade Enio Paulo Silva Jaider Batista da Silva João Bosco Pereira Alves Lúcia Alves Fraga Regina Cele Castro Alves Sander Justino Neves Sueli Siqueira
Responsável pelo Portal da Internet Enio Paulo Silva http://www.figueira.jor.br
Artigos assinados não refletem a opinião do jornal
Parlatório O jogador David Luiz, da Seleção Brasileira na Copa, além de passar imagem de pura simpatia, posta mensagens de amor platônico para a sua namorada e participa de um movimento de jovens cristãos que reservam o sexo apenas para o casamento. Esta discussão ainda cabe na sociedade atual?
Eu escolhi esperar SIM
Aline Félix
A mobilização Eu Escolhi Esperar trata-se de uma campanha coordenada por uma ONG chamada M.O.B – Mobilizando o Brasil, um grupo cristão que defende a santidade sentimental e sexual, em busca de reavivar bons costumes e o papel fundamental da família no equilíbrio da sociedade. Vivemos num tempo em que as relações pessoais estão banalizadas e descartáveis, onde as relações amorosas iniciam e terminam na mesma noite, e os casamentos estão cada vez mais curtos: pesquisas recentes revelam que a cada quatro casamentos no Brasil pelo menos dois terminam em divórcio. Para analisarmos à luz da Bíblia, vamos nos referenciar em Isaque e Rebeca. Isaque era filho de Abraão e Sara, o filho da promessa, concebido na velhice de seus pais, contrariando as possibilidades, para fazer cumprir as palavras de Deus. Após a morte de Sara, Abraão pede a seu servo de confiança que busque na sua terra uma moça de sua família para ser esposa de seu filho, a fim de se cumprir nesse casal a promessa de Deus a Abraão de torná-lo pai de uma grande nação. Para tanto, a moça deveria estar na mesma visão de Isaque e pertencer ao povo escolhido por Deus. Fez então o servo conforme lhe foi ordenado, porém tão grande foi sua surpresa, pois enquanto ainda falava com Deus, apareceu uma moça junto a fonte de água, onde ele estava parado com seus camelos. O servo lhe pediu água e prontamente foi servido, assim como os seus camelos. Pronto, o sinal de Deus havia se manifestado naquele momento. Era aquela a moça: bela, obediente e ainda sobrinha-neta de Abraão! Quando se viram ao longe, Isaque e Rebeca se gostaram e ali surgiu um amor que perduraria até o fim de seus dias. Abraão poderia ter deixado que tudo acontecesse conforme o desejo de Isaque, mas ele sabia que as
paixões da mocidade são traiçoeiras e enganadoras, que talvez seu filho fizesse como Sansão que escolheu Dalila, mulher que agradava seus olhos e sofreu amargas consequências. Não quero dizer aqui que como nos tempos antigos, os casamentos devem ser escolhidos pelos pais ou que Rebeca e Isaque eram perfeitos e em momento nenhum erraram, não seria tola a tal ponto. Quero simplesmente mostrar que os relacionamentos podem e devem ser saudáveis e, quando Deus está no controle, tudo coopera para a nossa felicidade. Com a desmoralização da sexualidade, cada vez mais cedo nossas crianças iniciam a vida sexual e se tornam mães enquanto ainda deveriam brincar de boneca e ir à escola. A inocência da infância dá lugar às responsabilidades da vida adulta, formando jovens e adultos emocionalmente desajustados e mais tarde famílias e lares desestruturados, além de contribuir para o crescimento descontrolado de doenças sexualmente transmissíveis e a prática cada vez mais comum do aborto. A Bíblia fala em I Coríntios 6.19 que nosso corpo é templo do Espírito Santo, comprado com alto preço, com sangue puro e imaculado. Tão puro quanto esse sangue, Ele deseja que nossos corpos e mentes sejam. Afinal, quem gosta de morar em casa suja? Deus tem cuidado de seus filhos e por isso separou o sexo para o casamento, após se tornarem não mais dois, mas uma só carne (Marcos 10.8). O que quer dizer isso? Que agora o seu cônjuge chora com sua dor e se alegra com sua alegria. Quer dizer que, ao final da noite, ele (a) não vai simplesmente ir embora sem deixar sequer um número do telefone. Vale a pena esperar em Deus!
. Aline Félix é nutricionista
A raça humana é tragédia evolutiva do planeta NÃO
Victor Magalhães
A humanidade está em um período na história de extrema relevância para o seu processo existencial, nunca antes em toda nossa trajetória no planeta tivemos tantas ferramentas à nossa disposição, internet, TV a cabo, smartphones, e as informações são transmitidas para cada indivíduo de forma quase que simultânea com o fato. Mas, com toda essa comodidade vem o desconforto, as pessoas não estão preparadas para esse tipo de situação, e ainda não percebemos o impacto que a tecnologia fez em nossas vidas, muitas pessoas são extremamente manipuláveis pelos veículos que transmitem as informações, por meios muito rápidos surgem os formadores de opinião. E um dos temas atualmente é a questão da banalização da figura do “sexo” na vida dos seres humanos, e junto com esse tema a segregação entre moral e religião vem à tona. A raça humana nada mais é que uma tragédia evolutiva no planeta, e como todos os seres aqui viventes os humanos são passíveis de necessidades. Muito se diz em cunho religioso que sexo antes do casamento é pecado e que os praticantes serão condenados ao inferno, tal argumento é embasado em apenas uma passagem de todo o escrito da Bíblia, I Coríntios 7:9, em mais nenhuma passagem pode se verificar a condenação de quem pratica sexo antes do casamento. A proibição é uma forma que as entidades religiosamente inimputáveis criaram para manipulação em massa. A religiosidade é fundamentada na fé, que nada mais é que uma potência ao inexplicável, ao injustificável. Con-
trariando o próprio ensinamento que deixa explícito que todos seres humanos são dotados de livre arbítrio, essa imputação é totalmente autoritária, deve-se fazer uma escolha, mas tal escolha não pertence ao indivíduo. É uma escolha de “deus” para você, isso não é livre arbítrio, é obrigação, ou se faz ou se vai para o inferno. Para os cristãos, o corpo é santo, mas não é só para sexo, é para tudo que agride o corpo, refrigerante, gordura saturada, hidrogenada, fumaça, ninguém deixa de comer batata frita ou de respirar ar poluído por conta disso. Há um antagonismo nesse argumento. Um dos argumentos também é de que por culpa do sexo que a sociedade se encontra de forma promíscua e que os casamentos não duram por efeito da vida que o casal levava antes do casamento. Esquece-se que civilizações e povos muito mais antigos já tinham a prática da evolução pelo ato sexual, mas por imposição da colonização econômica e religiosa foram obrigados a se adaptarem ou seriam condenados à fogueira. O problema não é o sexo, é cultural. A promiscuidade é ruim não pelo fato de que a “igreja” condena, mas por questões biológicas, proliferação de DSTs, crescimento da taxa de natalidade (que agride a economia) dentre outros. A mesma crença que condena o sexo antes do casamento é a que condena o homossexual (Levítico 18:22) mas esse é protegido pelo menos por questões do “politicamente correto”.
Victor Magalhães é assistente financeiro
CIDADANIA & POLÍTICA
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FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014
Da Redação
Arquivo Pessoal
Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto
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Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino
No Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixaram de acontecer
Site CAM
Primeiras baixas - O ambiente conflitivo no condomínio PSB/Rede já resultou em saída do PSL da coligação e em ensaio de abandono pelo PMDB do Rio Grande do Sul, que estava com Eduardo Campos. Estava. Parece que também para o PSB/Rede será uma nova campanha.
Stanislaw Ponte Preta - cronista e humorista, criador do Febeapá (Festival de besteiras que assola o País) 1923/1968
Mais baixas- Entre as desistências de última hora, Carlos Siqueira, secretário geral do PSB e coordenador de campanha de Eduardo Campos rompeu com Marina alegando ter sido tratado com grosseria por ela. Saiu atirando: “de Marina quero distância”.
Depois do pedaço, o parque todo O clima não está bom na União Ruralista. A temperatura subiu nesta semana, com muitas queixas de associados quanto à insistência do presidente de vender o que sobrou do Parque de Exposições, depois da venda de parte do terreno para o Atacadão. As falas têm sido azedas.
Galo é Galo, não é partido - Alexandre Kalil, que já vinha mostrando desacerto com a política quando o seu PSB resolveu lançar candidatura própria e não endossar o candidato de Aécio ao governo de Minas, anunciou em coletiva na quinta-feira a sua desistência da candidatura a deputado federal. Justificou que é “para cuidar do Galo”. É outra baixa no PSB.
Parque moderno no campo Os motivos do presidente são razoáveis: indica a inadequação do parque dentro do espaço urbano, aponta os melhores parques do país – todos retirados da cidade, no clima rural próprio à atividade; aponta a necessidade de modernização e o risco que o adensamento urbano traz para o parque, descaracterizando-o; chega até a lembrar que é área inundável.
Novo parque Além da afeição e a comodidade na relação com o atual parque, muitos não veem garantia de transparência na solução defendida: aquisição de novo terreno, fora do meio urbano – na fazenda de quem? De qual amigo? A que preço? Aí a discussão desanda...
UPA da Região da Ibituruna
Escapar entre os dedos
O mini-hospital que a prefeita Elisa Costa incluiu em seu plano de governo para a região da Ibituruna está pronto. Será uma das maiores e melhores Unidades de Pronto Atendimento do país – uma UPA. Em vez de atendimento de urgência e emergência no Hospital Municipal, os 50 mil moradores da região da Ibituruna terão essa solução ali mesmo, inclusive com o SAMU local.
Mas, a inauguração da UPA já foi adiada várias vezes. Agora, a alegação é que parte da mobília ainda não chegou. À boca miúda, a mesma turma orientada para as candidaturas Aécio-Pimenta no Samaritano, declara o desejo de que aquela unidade não seja inaugurada antes das eleições, pois há chance de na eventual continuidade do atual governo do Estado, a UPA se tornar apenas uma extensão daquele hospital, sob controle do mesmo grupo político. A conferir.
Samaritano com Aécio
TSE
Facebook - Jairo Taborda
À boca miúda, funcionários do Hospital Samaritano revelam adesão fervorosa à candidatura de Aécio para presidente e a de todos os que ele escalou para Minas. Estão de fato empenhados, e a orientação vem de cima, ou melhor, de dentro.
As urnas
Qual é o coletivo de cavalos?
Os candidatos serão apresentados nas urnas nas eleições deste ano, na seguinte ordem:
Não é mais um de cada vez. Do Vale Verde à Lagoa Santa, da Ilha ao Vila do Sol, o quadro é o mesmo. Os cavalos estão soltos por todos os lados. Os donos fora da lei submetem uma cidade inteira aos riscos que esses animais representam no trânsito. Os serviços que a cidade dispõe para fiscalizar, recolher, multar, sacrificar se for o caso não se entendem e não funcionam. A cidade, bela e funcional, tem mais um motivo de acanhamento. Pelo desamor de muitos.
- deputado estadual – cinco dígitos - deputado federal – quatro dígitos - senador – três dígitos, incluindo fotos dos dois suplentes - governador – dois dígitos, inclui foto do vice - presidente – dois dígitos, inclui foto do vice.
Empresas recusadas por Marina
Assembleia de Deus
Na ética própria a Marina, a sua campanha recusará doações de empresas do fumo, de bebidas, de armas, dos agrotóxicos. Na contabilidade de campanhas do seu vice, o gaúcho de Passo Fundo, Beto Albuquerque, são justamente essas que figuram como maiores apoiadoras.
O pastor Everaldo, quarto colocado nas pesquisas, que teve a sua candidatura justificada pela ausência de Marina na cabeça de chapa para a Presidência, agora vê a sua irmã da Assembleia de Deus com uma candidatura realmente competitiva. Jogará a toalha e declarará apoio? Manterá a candidatura com uma justificativa nova?
Empresas recusadas por Marina II Na ética que tem sido triturada em quase todos os governos no Brasil, as empresas que mais fazem doações e mais condicionam os contratos dos governos posteriormente são as empreiteiras de construção civil, as empresas de coleta e destinação do lixo, as de transporte coletivo urbano. Ou seja, o risco de fraude em licitações, de processos viciados de contratação passa longe das empresas recusadas por Marina.
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As palavras servem para produzir beleza ou inquietação (Ruy Castro, escritor)
Desistir? Não vou desistir do Brasil”. E quem vai? Desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, só quem desistiu do Brasil foram os holandeses, em 1654. (Élio Gaspari, Folha de S. Paulo, em 20/08)
METROPOLITANO
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FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014
Projeto Educar aproxima crianças do patrimônio histórico da cidade Projeto vai beneficiar cerca de 500 alunos de 10 escolas municipais de Governador Valadares até o final de novembro
Farmácias e drogarias deixam de ser meros estabelecimentos comerciais Do Conselho Regional de Farmácia
Divulgação SMCEL
Gabriel Sobrinho / Repórter
Mais de 500 alunos de 10 escolas municipais de Governador Valadares terão até o final de novembro, atividades extra classe para aperfeiçoarem o conhecimento sobre o patrimônio histórico da cidade. O Conselho Deliberativo do Patrimônio Histórico e Cultural de Governador Valadares, realiza neste ano, assim como em 2013, o Projeto Educar - Educação Patrimonial, com o objetivo de promover o conhecimento e a valorização do Patrimônio Histórico Municipal. O projeto é formatado de acordo com as deliberações normativas do IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) e financiado pelo FUMPAC (Fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural). O projeto é distribuído em quatro etapas, em cada escola: primeiramente, uma palestra é ministrada sobre o Patrimônio Histórico da cidade; depois um City Tour, em dois microônibus, leva até a Açucareira, também a antiga Cadeia Pública, onde hoje é Centro Cultural Nelson Mandela e a Biblioteca, e sobem o Pico da Ibituruna, com uma parada para o lanche. Em sala de aula, após as visitas, os alunos fazem uma redação registrando o que aprenderam com o passeio. Um trabalho conclusivo do projeto, faz os alunos devem produzirem cartazes, maquetes e painéis sobre um dos bens visitados, com o objetivo de compartilhar o projeto com toda a escola e a comunidade. Todo o trabalho será avaliado pela escola com acompanhamento de Gabriela Almeida, gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura. “Em todas as etapas o projeto é registrado através de fotografias, listas de presença, fichas de avaliação, cópias dos textos e trabalhos realizados pelos alunos. Todo esse material será encaminhado ao IEPHA juntamente com o relatório anual do Patrimônio Histórico Municipal em Dezembro de 2014. Assim com tudo organizado e registrado, garantiremos a verba para a realização do projeto para o ano que vem”. Gabriela ainda ressalta que é importante a manutenção deste projeto, para ela o conhecimento dos alunos nas escolas públicas, sobre os patrimônios históricos da cidade está muito atrasado. “Cito principalmente o Pico da Ibituruna. É muito grande o número de alunos que não conhecem o Pico. Acho que uma visita, com um professor explicando a história do local deveria ser inserida na grade curricular das escolas. Vários monumentos da cidade estão tombados e não são considerados nas escolas. Por exemplo, o último foi a Caixa d’água do Carapina. Antigamente, as pessoas subiam e desciam com vasilhas
Saúde
Alunos de escolas municipais na entrada da Açucareira, um dos mais belos patrimônios da história de GV
de água na cabeça para sobreviverem, depois da caixa d’água a vida de todos mudou muito. Isso representa muito para o povo dali. As visitas podem mudar a visão do aluno em relação à cidade em que mora”. No início deste mês, a turma da sala de Amanda da Rocha, 15, da Escola Municipal Otávio Soares, no bairro Fraternidade, fez o roteiro programado. Lá pelos lados da Açucareira, que
ela já havia passado algumas vezes em frente, ou no Pico da Ibituruna, que ela nem imaginava quando subiria: “Quando eu cheguei em casa e contei para minha mãe que iria conhecer o Pico junto com a minha turma, ela ficou toda empolgada. Lá de casa, eu sou a única agora que conheço a Ibituruna. Gostei muito, quero voltar mais vezes. Agora, quero ir com a minha família para que todos vejam a cidade lá do alto. É muito bonito.” Divulgação SMCEL
Gabriela Almeida, idealizadora do projeto, explicando aos alunos a importância da preservação da memória
Divulgação SECOM
Foi publicada, no dia 11 de agosto, a Lei nº 13.021/14, que muda o conceito de farmácia no Brasil: farmácias e drogarias deixam de ser meros estabelecimentos comerciais para se transformar em unidades de prestação de assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva. A nova lei reitera a obrigatoriedade da presença permanente do farmacêutico nas farmácias de qualquer natureza, conforme já determinava a Lei nº 5.991/73. Mas, com uma novidade: a partir de agora, apenas o farmacêutico poderá exercer, nestes estabelecimentos, a responsabilidade técnica. Foram vetados os artigos de nº 09, nº 15, nº 17 e nº 18. De acordo com o Presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, antes que o texto do PL chegasse à Casa Civil, foi construído um grande acordo entre as entidades farmacêuticas, o comércio varejista e a indústria, e o poder legislativo, com o apoio do Governo Federal. “Infelizmente, esse acordo, pelo texto sancionado, não foi levado em consideração, em sua totalidade, pela Presidência da República, mas a essência do PL foi aprovada, os farmacêuticos são profissionais da saúde, as farmácias são unidades de prestação de serviço em saúde e a população contará, com mais segurança quanto ao uso de medicamentos”, comentou o dirigente. Palavra do presidente “Esta é uma vitória dos farmacêuticos e uma contribuição da nossa classe para a saúde do povo brasileiro”, define o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, uma das lideranças que trabalharam incansavelmente pela aprovação do projeto de lei (PL), que tramitou durante quase 20 anos, no Congresso Nacional. Quando foi apresentado pela ex-senadora Marluce Pinto, sob o pretexto de discutir “o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos”, o PL atendia a uma demanda do “lobby do medicamento”. Revogava a obrigatoriedade da presença do farmacêutico nas drogarias, abrindo espaço para outros profissionais, incluindo os de nível médio. “Este atentado contra a saúde do cidadão despertou a classe farmacêutica para um grande sonho, de trabalhar pela farmácia como unidade de prestação de serviços de saúde e pelo resgate da figura do farmacêutico como profissional do cuidado ao paciente. E, como bem disse Johann Goethe, ‘o universo conspirou a nosso favor’; hoje, esse sonho torna-se uma realidade que nós, farmacêuticos, com o envolvimento de todos os usuários de serviços de saúde, faremos acontecer”, declara Walter Jorge João.
CNPJ do candidato 21.621.916/0001-76 CNPJ fornecedor 20.228.695/0001-81 Valor R$ 600,00 - Coligação Minas para Todos PT/PROS/PMDB/PRB
História
Oficina de dança realizada pelos oficineiros do CRAS São Raimundo BOM EXEMPLO - As oficinas do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Víncu-
los do CRAS têm criado oportunidades de lazer e socialização para muitas pessoas de várias comunidades de Governador Valadares. Durante toda esta semana, o CRAS promoveu uma série de apresentações culturais e esportivas, dentre estas, a dança. O Serviço de Convivência é aberto à comunidade nas faixas etárias de 6 a 10 anos (grupos de crianças), 11 a 14 anos (grupos de pré-adolescentes), 14 a 17 anos (grupos de adolescentes) e acima de 60 anos (grupos de idosos). As oficinas ofertadas para os grupos são de esporte (vôlei e futsal), dança (zumba e ginástica), música, teatro e cinema. As atividades são conduzidas por 15 orientadores sociais que integram a equipe do serviço. Para participar é preciso apenas se inscrever no CRAS – para pessoas que residem nos bairros territórios de uma das cinco unidades – ou na Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) quando não pertencer ao território de um dos cinco CRAS existentes no Município. O atendimento nos CRAS acontece das 8 às 18h e na SMAS das 12 às 18h, de segunda a sexta-feira. A SMAS fica na rua Pedro Lessa, 286, Lourdes.
O presidente do CFF ressalta que a união da classe farmacêutica, consolidada com a criação do Fórum Nacional de Luta pela Valorização da Profissão Farmacêutica (criado em fevereiro deste ano) foi decisiva para a aprovação do Projeto de Lei. Composto por representantes do CFF, Fenafar, Feifar, ABEF e Enefar, o Fórum propôs a adequação do PL à realidade atual da saúde e construiu, em torno da proposta, o consenso jamais imaginado: a aprovação do novo texto foi endossada pelos representantes da indústria e do comércio farmacêuticos; pelas lideranças de todos os partidos políticos representados no Congresso Nacional e pelo Poder Executivo, representado pelas autoridades do Ministério da Saúde/Anvisa, da Casa Civil da Presidência da República. Recebeu, ainda, moções de apoio do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da área da Saúde (Fentas) e do Conselho Nacional de Saúde (CNS). As entidades que compõem o Fórum representam mais de 200 mil profissionais e estudantes que hoje têm, sim, um excelente motivo para acreditar num futuro melhor para a profissão farmacêutica e para a saúde do povo brasileiro.
POLÍTICA 5
FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014
Notícias do Poder
Mercado assustado
José Marcelo / De Brasília
E agora? As equipes de marqueteiros e estrategistas de campanha dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) estão de cabelo em pé, diante dos números da pesquisa de intenções de votos que coloca Marina Silva (PSB) num virtual segundo turno com a atual presidente. É que os dois grupos já haviam traçado toda a estratégia de mensagens e propaganda política, com base num cenário em que Eduardo Campos e Marina seriam a terceira força que ambos tentariam seduzir num virtual segundo turno. Agora, é uma força a ser combatida.
Vítima? O problema é que, fortalecida pelo apoio dos eleitores, tocados por um sentimento de comoção nacional, Marina Silva tornou-se uma espécie de ungida, agraciada pelo milagre de ter desistido de embarcar no avião e em quem todas as fichas foram apostadas. Mas nas duas campanhas adversárias já existe o pensamento comum de que tudo isso vai passar e que, em três semanas, esse sentimento de comoção terá passado. Daí em diante, os golpes podem ser até abaixo da cintura.
Do contra Tem gente apostando exatamente nesta dificuldade como o calcanhar de Aquiles de Marina Silva. Dentro do próprio PSB há quem tenha sérias dúvidas de que o casamento vai dar certo. Ainda assim, Beto Albuquerque foi nome consenso, por ser uma figura histórica e tradicional da legenda.
E a viúva? Embora não tenha sido lançada vice de Marina, a viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, terá papel decisivo nesta campanha, segundo uma fonte do PSB, que pediu anonimato. O partido avaliou que neste momento ela precisa se dedicar aos filhos, mas será usada pela campanha para sinalizar e reforça o discurso do marido. Fernando Frazão - EBC
Seis a um Dorme na gaveta do Supremo Tribunal Federal o processo que pode colocar fim às doações de empresas para financiar as eleições. A votação já estava em seis a um, pela proibição, quando foi feito o pedido de vista. O assunto só deve ser retomado depois das eleições, quando a presidente Dilma Rousseff indicará o sucessor do ex-ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou.
CPI da Petrobrás Há quem jure que não é jogo de cena, mas os integrantes da CPI da Petrobrás garantem que os trabalhos continuam em ritmo normal, durante o recesso branco no Congresso Nacional. A Casa está vazia.
Custo do voto
O novo vice Catapultada à cabeça de chapa, Marina Silva, que entrou para o PSB com data marcada para sair, ganhou como companheiro de disputa o deputado federal Beto Albuquerque (RS). Na avaliação do cientista político Thiago de Aragão, o nome do deputado leva para a chapa um discurso que Marina não tem: o do agronegócio. O desafio dos marqueteiros do partido é conciliar o discurso ambientalista da candidata, com a defesa dos agropecuaristas, feita pelo candidato.
A mexida no cenário eleitoral, causada pela morte de Campos assustou não só os partidos, mas também as grandes corporações financeiras. Segundo o cientista político Thiago de Aragão, diretor do núcleo de políticas estratégicas da Arko Advice, todos os grandes grupos que atuam no Brasil querem entender claramente o que pode acontecer de agora em diante, para nortear as ações que desenvolverão nos próximos meses e anos. A Arko Advice é uma das principais empresas de consultorias do país e tem, entre os clientes, as maiores empresas do mundo, que atuam no Brasil.
Além de defesa da democracia, o Tribunal Superior Eleitoral tem mais um motivo para tentar convencer os eleitores a comparecerem para votar, no dia da eleição: o custo do processo. A despesa estimada é de R$ 3,50, por eleitor. O valor é semelhante à multa que é cobrada de quem deixar de cumprir com a obrigação em outubro.
José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.
Renata Campos vai se desdobrar na campanha de Marina
Entrevista Rubens Sobrinho
Candidato do PT a deputado estadual
“A escala dos profissionais da saúde é mínima também fora do estado de greve” Depois de entrevistar e apresentar em primeira mão os candidatos ao governo de Minas, este Figueira assumiu o compromisso com os leitores de entrevistar todos os candidatos a deputado estadual e federal residentes em Governador Valadares. Isso tem sido feito ao ritmo de duas entrevistas por edição impressa de final de semana. No entanto, duas categorias profissionais solicitaram à Redação entrevista com os seus candidatos, que representam também os profissionais de Valadares: os enfermeiros e os policiais militares. É o que atendemos nesta edição e faremos na próxima. Boa leitura.
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De um modo geral, o Governo virou as costas para os profissionais da Enfermagem. A própria minuta do projeto de regulamentação dos enfermeiros que eu elaborei sequer foi avaliada pelo Governo do estado. Enquanto isso, esses profissionais são submetidos a um excesso de carga horária em sua jornada de trabalho.
Aos 53 anos, o juiz-forano Rubens Sobrinho concorre pela primeira vez ao legislativo estadual. Graduado em Enfermagem pela Universidade Federal de Juiz de Fora nos anos 1980, Rubens atuou por poucos anos na atenção à saúde. Isso, porque em 1987 assumiu o posto de fiscal do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais, órgão que presidiu por um mandato anos mais tarde. Na última semana, o candidato esteve em Valadares e conversou com este Figueira sobre as suas propostas para as políticas públicas de saúde e sobre as condições de trabalho dos profissionais da área. Figueira - Você se apresenta como o candidato dos enfermeiros ao legislativo estadual. Se eleito, como você pretende beneficiar o seu eleitorado majoritário? Rubens Sobrinho - Nós somos a maior força de trabalho do estado. Somos 1,8 milhão no Brasil e 162.500 enfermeiros em Minas Gerais. Aqui no Brasil tudo depende da política e nós, da Enfermagem, já entendemos que temos de estar inseridos neste contexto. Penso que cada categoria deveria ter um representante eleito. Todos, até agora, alcançaram êxito em seu reconhecimento. Vê só o caso dos militares. É um grande exemplo. Temos a época pré Cabo Júlio e pós Cabo Júlio. Antes, eles estavam desacreditados, desvalorizados. Depois de representados, eles dispõem de uma carga horária de 30h e um piso salarial de R$ 3.400. No caso da Enfermagem, até hoje não temos um piso salarial instituído ou carga horária estipulada por lei. É uma recomendação da Organização Mundial da Saúde e a maioria dos profissionais da saúde já tem. Nós, ainda não. Eu fiz uma minuta de lei do piso salarial regional. Tivemos de entregar a um deputado de outra categoria, que não compreende bem as nossas demandas. Está parado, até então. Uma vez na Assembleia Legislativa posso elaborar e defender leis específicas: carga horária, piso salarial, desprecarização das funções de trabalho. É o caminho mais curto, com certeza, por termos menos comissões de análise. Espero que os avanços daqui sejam um reflexo para o restante do país, também. Figueira - Para além dos profissionais da área, de que maneira você pode auxiliar na otimização das políticas públicas de saúde em Minas Gerais? Rubens Sobrinho – Num primeiro momento, a Assembleia Legislativa terá de fazer um diagnóstico da saúde em Minas Gerais. Esse diagnóstico eu já tenho. Atuei por 26 anos na fiscalização do Conselho. Pisei em 600 municípios mineiros fiscalizando, levando palestras e cursos. Em cima desse diagnóstico, faremos um planejamento para uniformizar as ações, pois os problemas são homogêneos. Há semelhanças nos problemas que encontramos na capital, em Valadares, em Divinópolis ou na Zona da Mata. Por exemplo, 70% dos recursos são investidos na
urgência e na emergência. Isso é jogar dinheiro no ralo. Temos de promover a saúde e não remediá-la. Custa caro a princípio? Sim. Mas lá na frente sobrará verba para outras ações de saúde Figueira - Ainda em 2012, o Diário Oficial da União publicou a resolução 07/2012, que dispõe sobre o Mercado Comum do Sul e reconhece profissionais de saúde dos países signatários. Como você vê a chegada desses profissionais? O Brasil precisa de mais enfermeiros? Rubens Sobrinho - Creio que não há necessidade de se importar enfermeiros. Em 1986, Minas Gerais tinha sete cursos de graduação; chegamos ao cúmulo do absurdo com 124; hoje temos menos de 90. O mercado está saturado e isso se refletiu em nosso piso salarial. Antes, o enfermeiro ganhava R$ 5 mil por seis horas de trabalho diárias. Hoje, a média de salário baixou pra R$ 2.700. E isso é a média. Temos casos de enfermeiros recebendo em torno de R$ 1 mil. Figueira - A Estratégia de Saúde da Família passou por algumas mudanças desde que deixou de ser apenas um programa. Como você observa a implementação do Mais Médicos e do Provab no contexto da atenção básica à saúde? Além disso, o que mudou na atuação do enfermeiro das ESFs? Rubens Sobrinho - No Brasil faltavam médicos, obviamente. Chegamos ao cúmulo de ter um médico para cada 300 mil habitantes no Pará. O Mais Médicos veio num momento propício. Se preciso for, também podemos ter o Mais Enfermeiros, Mais Odontólogos, por exemplo. Onde ocorreu, a atenção à saúde básica no Brasil esvaziou os hospitais. Isso, porque as pessoas passaram a receber atendimento e orientação em casa. A mortalidade materno-infantil, por exemplo, tinha uma média de 24% antes de se instalar os PSFs. Com a instalação das ESFs, reduziu para 14%. Porém, estamos estancados nesse índice há três anos. Quando presidi o Con-
selho Regional de Enfermagem mineiro, fechamos uma parceria com o Governo do Estado para atuarmos juntos na redução desse índice. Pra mim, a condição básica para isso era voltar com os enfermeiros para a casa das pessoas. Hoje, falam em quatro anos para reduzir esse índice a um número abaixo de dois dígitos. Com a volta dos enfermeiros, isso acontecerá na metade do tempo. No início, o enfermeiro protagonizou essa melhoria, mas agora está sobrecarregado na administração de médicos e de agentes comunitários de saúde, na elaboração de planilhas de fechamento e produção. Ele foi retirado de onde deveria atuar, que era na casa da população. Hoje, quem está lá são os agentes comunitários; e, com todo o respeito, pois sem eles não se faz saúde pública, são os enfermeiros que dominam o conhecimento de sinais e sintomas. Figueira - No Conselho Regional de Enfermagem você perpassou todos os governos desde a reinstalação da democracia no Brasil. Nos últimos doze anos, sob o governo do PSDB, o que mudou nas condições de trabalho dos profissionais da saúde e no atendimento à população? Rubens Sobrinho - De um modo geral, o Governo virou as costas para os profissionais da Enfermagem. A própria minuta do projeto de regulamentação dos enfermeiros que eu elaborei sequer foi avaliada pelo Governo do estado. Enquanto isso, esses profissionais são submetidos a um excesso de carga horária em sua jornada de trabalho. O auxiliar de Enfermagem trabalha 12h por 36h de descanso; já os enfermeiros trabalham 8h, mas caminham para o mesmo cenário. Eu acredito que isso é uma escravidão. Nos anos 1980 eram três turnos dentro das 24h. Hoje, com dois vínculos empregatícios, o profissional de nível médio não ganha o que ganhava até o fim dos anos 1980. 80% dos profissionais da Enfermagem ganham até dois salários mínimos. Isso é uma calamidade. Greves surgem dessa desordem. E aí os profissionais da saúde passam a atuar na chamada “escala mínima”, o que é uma incoerência, quando já vivemos nessa escala permanentemente.
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FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014 Fábio Moura
Passageiros no ponto de ônibus da Bárbara Heliodora, área central de Valadares
No balanço do busão
A cada mês, os passageiros utilizam 1 milhão e 600 mil vezes as 39 linhas oferecidas pela Empresa Valadarense de Transportes Coletivos. Com os ônibus lotados, o jeito é balançar... Fábio Moura / Repórter
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Sou muito bem atendida de segunda a sexta, ao longo do dia. No fim de semana, com horários mais espaçados, tenho de sair de casa mais cedo. Agora, ao fim da noite e ao longo da madrugada é inviável utilizar qualquer linha de ônibus na cidade.
Thais Correia Midiativista
Já passam das três da tarde de terça-feira. Próximo ao BNH do bairro GrãDuquesa não se leva mais do que quinze minutos nos pontos de parada do ônibus em dias comuns. As linhas 01A e 01B ligam essa região da cidade ao bairro Santa Rita das 5h até o badalar da meia noite. Depois disso, fica-se a mercê dos corujões que passam em horários incertos e dão longas voltas para além de seu itinerário. “Sou muito bem atendida de segunda a sexta, ao longo do dia. No fim de semana, com horários mais espaçados, tenho de sair de casa mais cedo. Agora, ao fim da noite e ao longo da madrugada é inviável utilizar qualquer linha de ônibus na cidade”, descreve a midiativista Thais Corrêa. Quem perdeu o ônibus das 15h, ficou no ponto por pouco tempo e tomou o próximo às 15h10. O 01B vinha do bairro Vale Verde e chegara ali ainda com boa parte das poltronas desocupadas. “R$2,60?”, se espanta quem ainda não havia recorrido ao transporte coletivo este ano ou quem ainda não digeriu o reajuste de R$0,40 numa tacada só. Da poltrona, ponto a ponto, vêse o ônibus abarrotar-se de passageiros. Primeiramente, tomam os assentos e, logo após, o corredor. Dezenas de pessoas aglomeradas amenizam o frio de meados de agosto e fazem-nos sentir num princípio de janeiro – quando em janeiro nos sentimos como... quem quer passar o menor tempo possível submetido àquele calor. Sem climatização interna, as pequenas janelas e os basculantes superiores vez ou outra são empurrados a fim de alcançar uma abertura maior do que o seu limite proporciona. Em vão. 15h25. A lotação já atravessou todo o bairro Grã-Duquesa, tomou a Av. Minas Gerais, desceu pela Rua Sete de Setembro, curvou na Rua Artur Bernardes e desembocou na Rua Marechal Floriano. E parou. Ou quase isso. Da janela, fita-se o semáforo verde, amarelo, vermelho. Por três vezes, o ônibus anda lentamente e para. Em meio a centenas de carros, o amarelão toma a
frente, consegue transpor o sinal e atravessar a Av. Minas Gerais na quarta tentativa. Dali até o Colégio Israel Pinheiro, a aflição permanece. E não é só aqui, onde fica-se ilhado dentro do coletivo. A Rua Bárbara Heliodora e Rua Sete de Setembro são outros exemplos da ineficácia na fluidez desse tipo de transporte. Logo à frente, no ponto da Estação Rodoviária, há uma troca de passageiros intensa e considerável. Boa parte dos que vieram do Grã-Duquesa desembarcam na região central, enquanto os moradores do bairro Santa Rita tomam a condução com destino às suas casas. O congestionamento de ônibus toma a faixa da direita, enquanto a da esquerda agrupa todos os outros automóveis. “É ruim, sim. Mas, piora quando os motoristas trafegam numa velocidade abaixo da média para chegarem ao ponto no horário certo da troca de suas escalas”, reclama de dentro do ônibus a auxiliar de serviços, Maria Auxiliadora. “Andar devagar é normal, ainda. O pior mesmo é quando eles estão atrasados e correm, voam para cumprir horários ou pra trocar os condutores e trocadores. Já fui projetado para o teto e me desequilibrei ao voltar pro chão numa freada brusca do motorista. Se você reclama ou pede um maior cuidado, ainda é maltratado”, complementa ao seu lado o eletricista Rubens Silva. “A Valadarense tem um programa de treinamento com objetivo de atender bem aos usuários em geral, que incluem idosos e portadores de necessidades especiais. A empresa implantou uma escola própria para treinar todos os motoristas e cobradores quando são admitidos e de tempos em tempos, para reciclar e aperfeiçoar”, responde em nota a Empresa Valadarense. 15h45. O ônibus, enfim, chega à Av. JK. Por aqui, o trânsito flui com maior facilidade a essa hora. Mas, mesmo assim, são necessários dez miFábio Moura
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É ruim, sim. Mas, piora quando os motoristas trafegam numa velocidade abaixo da média para chegarem ao ponto no horário certo da troca de suas escalas.
Maria Auxiliadora Auxiliar de serviços
Passar pela roleta é um desafio diário para muitos valadarenses que usam o transporte público entre os bairros e a área central da cidade
METROPOLITANO 7 nutos para chegar até o cruzamento com a BR 116. Depois de 7,5 km, 20 pontos de parada e 45 minutos dentro do busão, chega-se ao destino. Há quem siga até o ponto final e leve mais 20 ou 25 minutos. Menos mal, assim. Em horários de pico no fluxo de automóveis, o trajeto completo não é realizado em menos de 1h30. Comparativamente, o mesmo percurso feito num carro leva a metade do tempo. Resta saber quem deveria ter a prioridade entre os modais urbanos. Quem paga a passaginha? Com apenas três ônibus, em 1962, surge na cidade a Empresa de Transportes Coletivos de Governador Valadares. 52 anos depois e com mais de uma centena de carros em sua frota, a Valadarense mantém-se como única empresa concessionária deste tipo de serviço na cidade. Em janeiro de 2013 venceu mais um processo licitatório e garantiu a exclusividade na execução do serviço por mais vinte anos, prorrogável por igual período caso exista interesse público - em conformidade com o Decreto nº 9.721, de 1º de agosto de 2012. À época, o Executivo justificou a concessão exclusiva a uma empresa em função da diversidade de atendimentos que seriam propostos por estudos técnicos. Outro fator seria o equilíbrio financeiro entre as linhas. Ou seja, ao prestar o serviço com exclusividade, a empresa pode compensar as linhas menos rentáveis com as mais lucrativas. “O custo operacional para duas empresas ou mais sempre será maior do que uma empresa única, de acordo com o estudo que fizemos. O sistema é um só, mas em certos momentos você terá dois veículos fazendo o mesmo trecho, quadros repetitivos de funcionários, duas garagens, entre outros. Se tivéssemos duas empresas operando em Valadares, há mais de um ano a tarifa teria alcançado R$ 3,00. Além disso, 20 anos são necessários para que se faça adequação do serviço e para que se possa reaver o montante investido”, explica o Diretor de Transportes, Trânsito e Sistema Viário, Marco Rios. A cada mês, os passageiros utilizam 1 milhão e 600 mil vezes as 39 linhas oferecidas pela Empresa Valadarense de Transportes Coletivos. Porém, nem todo usuário tem de por a mão no bolso para tomar um ônibus. Por lei, idosos e portadores de deficiência – seja provisória, seja permanente - têm direito à gratuidade no uso do serviço. Também os estudantes gozam de 30% de desconto do valor integral da tarifa e arcam com R$ 1,82 por viagem, hoje. Juntos, os três perfis de usuários entram num ônibus 270 mil vezes por mês – 220 mil totalmente gratuitos e 50 mil com isenção parcial. Além disso, qualquer cidadão que possua o cartão de vale-transporte pode descer de um ônibus e subir em outro no período de uma hora utilizando o Bilhete Único. A medida foi implementada pela Prefeitura Municipal, ainda em setembro do ano passado, no ponto da Av. JK, em frente ao Senac; e foi ampliada em janeiro deste ano para a Rua Bárbara Heliodora, em frente à Barraca do Léo e, também, para a Rua Marechal Floriano, em frente ao Colégio Israel Pinheiro. Com uma passagem, apenas, é possível, por exemplo, descer do 01B na Av. JK e tomar o 05A rumo ao bairro Atalaia. O serviço é requisitado cerca de doze mil vezes por mês, e funciona plenamente nos três pontos de integração. 18%. De uma só vez, a tarifa unitária do transporte coletivo saltou de R$ 2,20 para R$ 2,60. Além do preço congelado desde 2011 – ao qual incidem taxas inflacionárias e aumento no custo operacional do serviço, o poder público e a empresa concessionária justificaram a correção no valor da passagem também
FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014
em função da gratuidade parcial ou integral. “Tudo interfere. Quem paga a gratuidade ou o desconto é quem paga a passagem. Quanto menos pessoas pagarem a tarifa integral, maior será o valor unitário da tarifa. O que deve ser perguntado à sociedade - e que normalmente não é feito – é: ‘você está disposto a pagar uma tarifa mais alta para que outras pessoas utilizem o serviço gratuitamente?’”, comenta em nota a Empresa Valadarense. Subiu, mas poderia ter subido ainda mais. O valor de R$ 2,60 estava no meio do caminho do aumento solicitado pela Empresa Valadarense à Prefeitura Municipal: R$ 2,98. De R$ 2,20 para R$ 2,60, a tarifa acompanhou a inflação registrada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), entre 2011 e 2014 – período em que a tarifa operada em Governador Valadares não foi alterada. “O IPCA é um Índice de Referência Econômica. O setor de transporte teve um agressivo aumento nos seus custos, superior ao IPCA. Foram três aumentos salariais para os funcionários, aumento do óleo diesel, no preço dos veículos, redução do número de passageiros pagantes e mais o acumulado da inflação”, informa, ainda na nota, a Empresa Valadarense. “O sistema não faz milagre. Mês a mês, verificamos se os valores aferidos de acordo com os índices estão comportando ou não a demanda pelo serviço. Todo contrato de concessão estabelece que a cada doze meses deve haver um estudo técnico que aponte o equilíbrio financeiro. Nos últimos anos, os estudos mostraram que não havia necessidade de uma alteração no valor da tarifa. Este ano houve. Outro ponto é que ao longo dos anos as isenções de impostos à empresa concessionária são adaptadas. Ou seja, são ampliadas ou reduzidas, em função de demandas ou decisões políticas da época”, relata Marco Rios. A isenção parcial ou total de impostos citada pelo diretor é uma das ferramentas econômicas para barrar o aumento no valor da tarifa. No início deste ano, o Executivo Municipal enviou à Câmara de Vereadores, entre outras propostas, a isenção total do Imposto Sobre Serviços cobrado da Empresa Valadarense. Meses depois, o Governo reavaliou o pedido e retirou a medida da casa legislativa. Hoje, a concessionária segue operando com isenção parcial do ISS, conseguida ainda nos primórdios dos anos 2000. Se está difícil barrar o aumento, zerar o valor da tarifa ainda soa utópico por estas paragens. Uma das principais pautas das manifestações de 2013, a redução na tarifa ou o passe livre de fato também reverberaram por aqui. “Temos o Tarifa Zero em Belo Horizonte como exemplo. O projeto de lei discutido lá defende que os ônibus são um direito social e, portanto, passariam a ser financiados pela sociedade através de impostos. Todos contribuem e todos são beneficiados. Para as empresas de transporte coletivo é mais lucrativo, pois, ao ganharem por viagem, perdem a necessidade de circular sempre com ônibus cheios para não ter prejuízo. Além de incentivar o uso do transporte público, zerar a tarifa auxilia indiretamente no giro da economia local – ao realocar os recursos dispendidos com o transporte, no aumento da segurança dos circulares – em função da ausência do fluxo monetário dentro dos ônibus, entre outros”, argumenta Thais Corrêa. “Qualquer redução da tarifa só pode ser feita com auxílio do Governo Federal com subsídios que estabeleçam os critérios para isso. Nem o município, nem os cidadãos, nem a empresa dão conta de manter algo como o passe livre. É importante, interessante e necessário, mas não se sustenta sem auxílio”, contra argumenta o diretor do DTTSV, Marco Rios.
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O sistema não faz milagre. Mês a mês, verificamos se os valores aferidos de acordo com os índices estão comportando ou não a demanda pelo serviço. Todo contrato de concessão estabelece que a cada doze meses deve haver um estudo técnico que aponte o equilíbrio financeiro. Marco Rios Diretor do DTTSV
Adventistas oferecem apoio para deixar de fumar Gabriel Sobrinho
Gabriel Sobrinho/ Repórter Na semana de 16 a 23 de agosto, o templo central da Igreja Adventista do Sétimo Dia recebeu pessoas de várias partes da cidade, com características, perfis e religiões muito diferentes. O projeto “Parar de Fumar Ficou Fácil” reuniu profissionais de diversas áreas da saúde: médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, além de psicólogos, educadores físicos e pastores. Tudo para ajudar os dependentes da nicotina horas da poucos a se tratarem de maneira prática e espiritual. A cada dia, às sete noite, e aos poucos, os 230 inscritos chegam e ocupam seus lugares nos bancos da igreja. Por aqui, não há distinção de idade e sexo, todos se misturam e ouvem atentamente as palavras dos palestrantes. O projeto é antigo, pois há mais de 30 anos a Igreja Adventista ajuda, de forma gratuita, aqueles que desejam sair do martírio do vício do cigarro. O projeto começou mais cedo neste ano e as igrejas nos bairros também realizaram o projeto no mesmo modelo, com palestras e orientação. Tudo para prestar auxílio às pessoas que sofrem essa dependência. De acordo com o médico Marcone Magalhães Filho, um dos palestrantes, os cigarros contêm cerca de 4.720 substâncias tóxicas, sendo uma delas a mais forte, a nicotina, responsável pela dependência. “O tabagismo é uma toxicomania caracterizada pela dependência física e psicológica do consumo de nicotina, substância presente no tabaco. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o tabagismo é o responsável por cerca de 30% das mortes por câncer, 90% das mortes por câncer do pulmão, 25% das mortes por doença coronariana, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica e 25% das mortes por derrame cerebral”. O médico lembra que os efeitos à saúde causados pelo fumo de tabaco referem-se tanto ao tabagismo direto quanto à inalação de fumaça ambiente, o tabagismo passivo. “Estima que 16% da população brasileira seja fumante. De acordo com a OMS, nos países desenvolvidos, 26% das mortes masculinas e 9% das mortes femininas podem ser atribuídas direta ou indiretamente ao tabagismo. Desta forma, o tabagis-
O templo central da Igreja Adventista do Sétimo Dia recebeu grande público interessado em deixar de fumar, no projeto “Parar de fumar ficou fácil”
mo se classifica como uma importante causa de morte prematura em todo o mundo”. As palavras deram uma assustada na vendedora Tânia Gonçalves, 51. Fumante há mais de 30 anos, ela reconhece que corre vários riscos. A preocupação aumenta quando ela olha para a família. Dois tios e o pai morreram por causa do cigarro. “Desde quando comecei a fumar, essa é a primeira vez em que tento parar. Nunca tive forças. Mas, desta vez é diferente, sinto que não entrei aqui à toa. Ainda faltam alguns dias para acabar o projeto, desde que começou não fumei mais, são três dias sem colocar um cigarro na boca, e olha que eu fumo um maço e meio por dia. Uma coisa eu aprendi: não adianta apenas ter força de vontade, tem que ter fé em Deus e deixar Ele agir”.
Palestrante e um dos responsáveis pelo evento, o pastor Jimmy Cardoso lembra que o trabalho na luta contra o tabagismo vai além dos oito dias de programação. “Temos uma ação de continuidade. É de extrema importância não deixarmos essas pessoas que estão aqui irem embora sem um acompanhamento. Aqui na igreja, os membros trabalham na coleta de dados. Todos os 230 inscritos têm os dados arquivados. Iremos entrar em contato com cada um deles durante seis meses. Se precisar, faremos encaminhamento aos profissionais necessários, para que possamos recuperar todos. Todos os dias de programação, ao final das palestras dos profissionais de diversas áreas, eu ministro uma reflexão da Palavra de Deus. Todo esse processo de busca e vontade de se recuperar é impor-
tante, mas nada disso faz sentido se eles não deixarem a fé em Deus trabalhar. O primordial aqui é trabalhar a aproximação dessas pessoas com Deus”. Jimmy ainda lembra que o projeto será estendido. Uma parceria entre a Igreja Adventista e a Prefeitura de Governador Valadares foi firmada. Os funcionários do Hospital Municipal terão a oportunidade de fazer um curso para deixarem de fumar. Muitos pausam o trabalho dentro do hospital para fumarem um cigarro, atrasando assim uma demanda de trabalho. A iniciativa partiu do setor de Capelania do Hospital Municipal, que vem se reestruturando e buscando parcerias para promover serviços e atendimentos tantos aos usuários quanto aos funcionários.
GERAL
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FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014 Fábio Moura
ECOS DE PALMARES
Religião e opção religiosa Ana Afro
Sucesso de público, os eventos da Semana Espírita abordaram temas relevantes, juntando os espíritas para estudo e reflexão
150 anos da obra de Alan Kardec Fábio Moura / Repórter Quando Allan Kardec sentou para codificar O Evangelho Segundo o Espiritismo, não sentou pra reinterpretar o evangelho sagrado sob a ótica espírita ou mesmo para redigir uma bíblia para o espiritismo. Sentou para demonstrar o consenso entre os princípios de ordem éticomoral do evangelho e daqueles defendidos pelo espiritismo. Kardec deixou os atos comuns da vida do Cristo, os milagres, as profecias e as palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja – objetos de controvérsias e discussões - de lado e se ateve apenas ao ensino moral. E nem foi a primeira vez em que sentou-se para escrever ou codificar obras. O francês Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lion, ainda em 1804, mas só adotou o pseudôni-
mo Allan Kardec, quando o espírito familiar que o orientava disse conhecê-lo por este nome desde do Império de Gálias. Só em 1857 publicou a primeira das obras fundamentais que versam sobre a sistematização do espiritismo: O Livro dos Espíritos. Codificou, ainda, O Livro dos Médiuns, O céu e o Inferno, A Gênese, além dO Evangelho Segundo o Espiritismo, publicado em 1864. Exatos 150 atrás. A 31ª Semana Espírita o tomou como base para as discussões que permearam os últimos dias do evento organizado pela Aliança Municipal Espírita, que reúne onze casas espíritas da cidade. Oradores pincelaram alguns de seus temas e falaram de segunda a sexta-feira da essência dos ensinos de Cristo à proposta de amor e instrução do espiritismo. No sábado, ainda resta o seminário “trabalhadores de última hora” ministrado pelo belorizontino Carlos Evangelista.
Ombudsman José Carlos Aragão
Curto e grosso Não é regra, é só uma constatação: palavras grandes não dão grandes títulos. Em “Atropelamentos dominam ocorrências no HM”, manchete de capa da edição passada do Figueira, isso fica evidente. Em uma frase de cinco palavras temos 36 letras. E só o sujeito, verbo e núcleo do predicado consomem 32 delas! As quatro restantes, acreditem ou não, se dividem entre um conectivo e uma sigla. Das cinco palavras empregadas, duas são polissílabas. Como disse, não existe regra que defina que palavras tão grandes não possam ser usadas em títulos, mas o fato que palavras curtas são muito mais fáceis de lidar. Como frases curtas. Facilitam não apenas a compreensão mais imediata do leitor, mas, também a vida do diagramador e do editor. Palavras curtas criam mais espaços brancos entre palavras, arejam a página e proporcionam uma leitura mais rápida, imediata, não silábica. Explicando melhor – e cientificamente: a palavra curta pode ser lida inteira, com apenas um movimento do olhar. Palavras longas são lidas em partes – em blocos ou em sílabas - para que caibam num só golpe do nosso olhar. (Se eu não soube explicar direito, a gestalt explica.) Não raro, lemos a palavra em pedaços que, depois, juntamos; e relemos tudo, pra ver se a palavra se formou, se está certa, se faz sentido e, por fim, o que significa. Perde-se tempo. Além disso, a largura total de uma página de jornal é grande demais para caber plenamente em nosso olhar fixo, numa distância ergonomicamente adequada à leitura. Não é à toa que jornais dividem seu texto e suas imagens em colunas, que variam de largura e quantidade em função do tamanho da página e de seu conteúdo. (No caso do Figueira, o padrão costuma variar de três a seis colunas.) Manchetes de seis colunas – que ocupam a largura total da página – são reservadas às notícias mais importantes, sejam na capa, sejam em suas páginas internas. O problema é que uma manchete com palavras muito grandes requer um corpo menor (“corpo”, no jargão jornalístico e gráfico, para quem o desconhece, é o tamanho da letra) ou uma condensação da letra. Nos dois casos, com o sacrifício da visibilidade ou da legibilidade. Ou de ambas. Solução? De cara, há duas, óbvias. Uma, dividir o título em duas linhas e aumentar o corpo. Outra, jogar fora o título e escrever um novo, mais curto. Ou com
palavras curtas. Uma terceira via, mais sofisticada e completa, é – além de criar um título novo, mais curto – acrescentar-lhe um subtítulo ou antetítulo que o complementem. Mas acho que nada disso é mais ensinado nas escolas de Jornalismo: não sabem mais o valor de ser curto e grosso numa manchete... Ocorrências recorrentes Parece óbvio, mas acho que colunista – como todo jornalista - deve ler jornal. Pelo menos o em que ele trabalha. Colunistas, em geral, escrevem sobre o que pensam. Têm opiniões a dar, questões a discutir, críticas e comentários a fazer, polêmicas a suscitar. Tudo bem, alguns colunistas não fazem exatamente isso, apenas publicam notas informativas, coisa que lhes buzinaram suas fontes, ou o que ouviu comentarem nos WCs do poder. Mas o que dizer quando ele publica uma nota em sua coluna que nada acrescenta às informações que já foram publicadas pelo mesmo jornal, semanas antes, com direito a chamada de capa e matéria de destaque no miolo? É uma situação recorrente em jornais do interior (pelo menos nos em que eu já trabalhei) e que também vejo acontecer no Figueira. Leitores mais atentos e fiéis também já perceberam essas ocorrências – e recorrências. (Não me refiro, claro, a temas que se repetem porque certas notícias geram desdobramentos ou porque o jornalista descobriu algo mais sobre o fato e que outros órgãos de imprensa ainda não sabem ou não publicaram. Aí, ponto para o colunista, mérito dele.) Mesa farta Na terça-feira passada, 19, começou a propaganda eleitoral gratuita no rádio e tv (se é que nada mudou no calendário eleitoral entre o momento em que escrevo esta coluna e o instante em que ela está sendo lida por você). Daqui pra frente, o clima vai esquentar: prato cheio e saboroso pra jornalistas em geral, de editorialistas a repórteres, de colunistas a chargistas, de analistas políticos a – por que não? – jornaleiros. Até o eleitor vai se fartar – de rir ou de tédio.
José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com
Conversava outro dia sobre religião com algumas pessoas e o assunto tomou corpo, cresceu. E como não podia deixar de ser, o tema voou rapidamente para as religiões de matriz africana e “a ação do demônio” através delas. Fico impressionada em ver como as pessoas são facilmente convencidas quando é conveniente. É muito fácil demonizar a cultura do outro e ainda assim usar dos elementos dessa cultura quando é satisfatório. Quando se fala em Candomblé, Umbanda (essa que por sinal é uma religião brasileira), a maioria logo já diz ser coisa do diabo, demoniza tudo, discrimina, dizendo não ser coisa de Deus. Mas, isso acontece somente por falta do interesse em buscar conhecer as religiões de fato é também por conveniência. A verdade é que é mais fácil julgar e condenar do que conhecer; pois o conhecimento pressupõe compromisso com a verdade e isso muitos não querem ter de modo algum. Sou cristã, porque aprendi a ser e hoje optei por ser, mas aprendi também a respeitar o outro na sua opção religiosa, como quero ser respeitada na minha. A escola não tem que ensinar religiosidade, ela tem que ensinar as religiões e o respeito a cada uma delas. Quando assim for, seremos pessoas tolerantes e o mundo viverá a máxima do amor que é Liberdade, Igualdade e Fraternidade! Axé pra quem é de Axé, Amém pra quem é de Amém, Aleluia pra quem é de Aleluia! Ana Aparecida Souza de Jesus é pedagoga, especialista em Gênero, Raça e Diversidade na Escola (UFMG), ativista do Movimento Negro e da Pastoral Afro Brasileira. É membro do CiconGV – Conselho de Integração da Comunidade Negra de Governador Valadares.
Direitos Humanos Paulo Vasconcelos
Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência (II) A sociedade, hoje, cobra com justa composição de ideias, uma segurança pública que atenda o cidadão e respeite os seus direitos individuais como lhe é garantido por leis que regem a plenitude do Estado Democrático de Direito, como conferido pela Constituição Federal brasileira, pela qual todos os órgãos de segurança pública estão regidos. Admiro o exemplo que cito agora. Tenho visto com frequência, no programa de televisão semanal exibido pela Bandeirantes, intitulado “Polícia 24 Horas”, a polícia pela qual todos gostariam de ser abordados. Vejo ali, policiais escolhidos a dedo para protagonizar ao grande público do canal aberto o que é ensinado nas academias de polícia de todo o país: fazer o uso progressivo da força, que consiste em um tratamento adequado nas abordagens. Conforme o Dr. Naldson Ramos da Costa, especialista em Segurança Pública, esta ação tem uma sequência lógica que deve ser seguida, “pela presença do policial, a advertência de que o fato é ilegal. O infrator não obedecendo, o policial deve negociar com os envolvidos, não obtendo êxito e havendo eminência de tumulto poderá pedir reforço, mantendo ainda pela ordem: o uso diálogo e negociação, o uso de spray, gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral; técnicas de imobilização para colocar algemas, cassetetes e, no último caso, tiros com balas de borracha; por fim arma de fogo letal se sua vida está ameaçada, ou para preservar a vida de algum cidadão”. Porém, o que ocorre em muitos casos que não são veiculados no programa “Polícia 24 Horas”, mas sim, em noticiários assustadores é a realidade recorrente de vermos uma polícia despreparada, violenta, letal e tautológica, no que tange ao combate inútil à violência com mais violência e outras práticas que nos remetem ao ano de 1808, quando foi criada a Intendência-Geral de Polícia da Corte, com as tarefas de manutenção da ordem, a investigação dos crimes e a captura dos criminosos, principalmente escravos fujões. — que até hoje são, o biótipo do criminoso e os
mais capturados. A vontade é de contar mais sobre a história das polícias no Brasil, mas, isso fica para outra oportunidade, pois, o que quero colocar está registrado no livro de Arthur Trindade Maranhão Costa. “Entre a lei e a ordem: violência e reforma nas polícias do Rio de Janeiro e Nova York”, Editora FGV, 2004, que relata: “O intendente-geral de polícia ocupava o cargo de desembargador, e seus poderes eram bastante amplos. Além da autoridade para prender, podia também julgar e punir aquelas pessoas acusadas de delitos menores. Mais do que as funções de polícia judiciária, o intendente-geral era um juiz com funções de polícia”. Neste ponto, desenvolvemos bastante. No último dia 14, foi publicada no site do Ministério Público Federal, matéria que informa que a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Rio de Janeiro expediu recomendação para que o comandante da Força de Pacificação, do Complexo da Maré implemente tratamento adequado em eventuais abordagens para buscas e revistas pessoais em crianças e adolescentes. Isso, considerando que ao patrulhamento ostensivo da Força de Pacificação aplicam-se as diretrizes da “Cartilha Atuação Policial na Proteção dos Direitos Humanos de Pessoas em Situação de Vulnerabilidade”, elaborada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Aí, reafirmo que do intendente-geral ao Procurador da República, Dr. Jaime Mitropoulos, que assina a recomendação, desenvolvemos muito, mas, ainda há uma grande quantidade de pessoas que precisam conhecer a cartilha, seja para fazer uso em seu trabalho enquanto agente público, como para saber seu direito: www.acessoajustica.gov.br/pub/_downloads/2010Cartilha_DHUmanos.pdf
Paulo Gutemberg Vasconcelos é educador social e preside o Conselho Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos
ENTREVISTA
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FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014
Entrevista Ricardo Assunção
Candidato do PTB a deputado federal
“Eu sempre me coloquei a serviço do povo” Divulgação
Ricardo Assunção, 38 anos, é nascido em Governador Valadares. Locutor de rádio e de festas regionais, apresentador de TV, atualmente (fora o período eleitoral) à frente do Balanço Geral da TV Leste/Record. .
Ricardo Assunção - Os nossos problemas são muitos, mas o principal deles é que somos tratados como uma região rica, enquanto na prática somos uma região muito pobre. Precisamos conseguir mudar o perfil socioeconômico que marca atualmente o ponto de vista governamental, para que os investimentos de todas as instâncias do Governo se tornem uma realidade. Hoje, ninguém precisa ficar correndo atrás de investimentos para o Vale do Jequitinhonha, porque os benefícios governamentais, especialmente os tributários e os incentivos, tornam isso uma realidade natural. Se conseguirmos isso, aí sim, nossa posição geográfica, com as principais rodovias do país passando por aqui, como a 381, a 116 e a malha ferroviária, vai fazer diferença nos avanços econômicos e no desenvolvimento urbano e rural, porque precisamos valorizar todos os setores da economia e incentivar que todos cresçam harmoniosamente. Afinal, não dá para pensar em comer queijo se as vacas não produzirem leite em abundância, ao mesmo tempo que não dá para querer energia e água, se não cuidarmos das nascentes. Precisamos fazer um trabalho conjunto.
Figueira - Qual é a sua principal motivação para se candidatar ao cargo de Deputado Federal? Ricardo Assunção - O que mais me motiva a ser candidato é trabalhar pelo povo, o que venho fazendo durante toda a minha vida, como locutor, apresentador e como vereador. A decisão de ser candidato se consolidou depois que várias pesquisas mostraram que quando o meu nome era colocado como possível candidato, o índice de aceitação era muito grande. Eu tenho certeza que trabalhar pelo povo é a minha missão.
Figueira - A reeleição da presidenta Dilma, caso aconteça, vai dificultar o seu trabalho como deputado federal, ou isso independe? Você também estaria preparado para atuar como oposição? Caso Aécio Neves seja eleito, você acredita ter mais facilidade para atuar?
Figueira - O que mais o credencia a se candidatar a uma vaga na Câmara Federal? Ricardo Assunção - Como estou no meu primeiro mandato como vereador, eu tenho certeza que esse desejo do povo pelo meu nome se deve ao trabalho que venho realizando na Câmara Municipal neste um ano e meio. Tenho assumido uma posição independente, que cobra resultados, mas que vota com responsabilidade e por isso não abandono nenhum projeto do executivo ou dos meus colegas vereadores que seja importante para a melhoria da qualidade de vida do povo de Governador Valadares. Essa é a minha principal credencial, mas além disso, como comunicador, eu tenho um histórico em defesa dos direitos do povo. Como radialista ou como apresentador de TV, eu sempre usei o veículo de Comunicação para defender os interesses e direitos do povo, cobrando das autoridades competentes o cumprimento da lei e dos deveres, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. Eu sempre me coloquei a serviço do povo é isso que me credencia. Figueira - Você foi muito bem votado para o cargo de vereador e tem atuação destacada na Câmara de Vereadores. Ser deputado federal é bem diferente de ser vereador. Como você pretende se destacar na Câmara Federal? Ricardo Assunção - A proporção é diferente, mas os caminhos são os mesmos. Valadares hoje perde muito com essa divisão partidária e de bandeiras que a cidade vive, tem apenas um deputado federal, e acaba prejudicada por causa dessa divisão. Muitos dos que foram votados aqui, nunca mais voltaram, e isso é fruto dessa desunião. Como deputado, uma das minhas principais bandeiras, e acredito que tenho credenciais para isso, pois circulo em todos os partidos, será buscar a união daqueles que tiveram votos em Valadares e na nossa região, para conseguir os benefícios que o povo daqui precisa,
Ricardo Assunção pretende defender o interesse público na Câmara
está sedento e que ninguém se levanta para exigir, por causa do partido político do outro. Como vereador, eu tenho assumido esse papel de negociar sempre que preciso, e como deputado eu vou ampliar e muito essa minha frente de trabalho. Além disso, vou apresentar e viabilizar projetos importantes, como esse que consegui aprovar aqui e que prevê que todas as empresas que vencerem licitações públicas no município amplie o número de vagas para menor aprendiz e que, se não tiver essas vagas, as crie. É um projeto que quero ver se tornar realidade no país inteiro e eu tenho certeza que vou ter o apoio das entidades como CDL, Fiemg, Associações Comerciais, Sebrae e várias outras para isso. O Estado precisa usar suas prerrogativas para garantir também a geração de emprego e renda.
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Eu sempre usei o veículo de Comunicação para defender os interesses e direitos do povo, cobrando das autoridades competentes o cumprimento da lei e dos deveres, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. Eu sempre me coloquei a serviço do povo é isso que me credencia.
Figueira - Se eleito, qual será a sua postura na Câmara em relação aos nossos problemas regionais? Quais são, na sua opinião, os principais problemas desta região do Rio Doce?
Ricardo Assunção - Eu estou preparado para ser deputado federal, não importa se na situação ou na oposição, porque assim como no mandato de vereador, vou votar com responsabilidade. Mas, seria hipócrita da minha parte não dizer que com Aécio presidente, é claro que eu acredito que seria melhor. Afinal, estamos alinhados politicamente sobre o que acreditamos ser o melhor caminho para este país voltar a crescer e se desenvolver, sem que tenhamos medo dos velhos tempos. Mas, se a presidente Dilma for reeleita, vou fazer uma oposição responsável e vou fortalecer o diálogo, por que aliados ou não, tanto eu como o deputado Leonardo Monteiro queremos o bem e o melhor para Governador Valadares e para toda a região do Vale do Rio Doce. Figueira - Na sua opinião, Governador Valadares é uma cidade bem representada na Câmara Federal? O que você propõe exclusivamente para Governador Valadares? Ricardo Assunção - Eu não acredito que seja bem representada, não porque o trabalho do deputado Leonardo Monteiro seja ruim, mas porque ele está sozinho nessa defesa, e sozinho tudo fica mais difícil, mesmo sendo do mesmo partido que a presidente. Valadares precisa de incentivos, Valadares precisa de um novo programa de mobilidade urbana e Valadares precisa ampliar a sua malha, para garantir transporte de qualidade em todas as estradas que cortam o município. Há muito o que fazer e buscar para esta cidade, mas tenho certeza que com união nós podemos conseguir. Eu quero ser eleito para promover essa união, porque eu acredito na força dela.
BRAVA GENTE Arquivo Pessoal
Fidel, coragem e determinação Lucimar Lizandro / Especial para o Figueira
Fidel Fernandes em fotomontagem de seu álbum pessoal
Fidel Fernandes Pereira, filho de Maria da Gloria Fernandes e Juarez Lopes Pereira, é um jovem valadarense que soube aproveitar as oportunidades que lhe foram oferecidas. Iniciou seus estudos aos 5 anos na Escola Beija Flor (escolhinha municipal para maternal e pré-primário na Igreja Cataóica do Bairro Grã-Duquesa) O Ensino Fundamental foi feito na Escola Estadual professor Nelson de Sena. Estudou lá até a 7ª série, onde se destacou no esporte, jogando Vôlei, o que lhe valeu uma bolsa de estudos integral para o Colégio Ibituruna. No Ibituruna conciliou a prática de esportes com os estudos. Participou de várias competições estudantis , como os JMIS, JEVES, Copa Telemig Celular e outros. No 2º ano do Ensino Médio fez vestibular para Farmácia na Univale, sendo aprovado. Já no 3o ano do Ensino médio, iniciou o pré-vestibular comunitário do Colégio Ibituruna e recebu convite para integrar a equipe do Genoma, rcebendo meia bolsa de estudos. Ao final do 3º ano, fez vestibular em Viçosa, São João Del Rey e Juiz de Fora, e foi aprovado em todos, na primeira etapa. Sua família percebeu a necessidade de mais um semestre de estudos e novamente o Genoma concedeu mais meia bolsa de estudos. Estudou lá durante o 1º semestre de 2006 e prestou vestibular para Farmácia da Universidade Federal de Alfenas e Engenharia de Petróleo na UFES. No segundo semestre de 2006,
começou, então, sua jornada na UFES, no Campus CEUNES, de São Mateus. Estava nesta época começando o projeto de expansão do Ensino universitário, com todas as dificuldades inerentes de projeto no seu início. Faltando 1 ano para se formar, é inaugurado o Campus CEUNUES (Centro Universitario Norte do Espírito Santo), extensão da UFES, em São Mateus. Em 2011, Fidel estava na 1ª turma de Engenheiros de Petróleo, graduados na UFES/São Mateus. Fez Estágio na Petrobras de São Mateus, participou de varios Congressos e Seminários, escreu artigos centíficos sobre extração e refino do petróleo. Fez inscrição para o Mestrado na PUC-Rio, solicitou uma bolso de Estudos e foi selecionado, saindo de São Mateus para o Rio de Janeiro. Mas como havia se inscrito em uma seleção de talentos para trabalhar numa empresa multinacional, ao ser selecionado, trancou o mestrado e fez treinamento em Huston (Texas) durante 3 messes. Trabalhou até julho de 2013. Ao encerrar seu contrato com a empresa voltou para o mestrado na PUC. Em dezembro de 2013 fez incrição para o Programa Ciências sem Fronteiras, sendo aprovado nas provas de seleção para fazer mestrado profissisonal nos Estados Unidos. Seu Curíiculo foi aceito numa universidade do Estados Unidos, a College States, no Texas) para estudar durante 1 ano e 9 meses. Nos Estados Unidos, Fidel segue o seu caminho, se dedicando com afinco aos estudos, provando que soube aproveitar as oportunidades que surgiram na sua vida. Bravo, Fidel!
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CORRESPONDENTES 10
D’outro lado do Atlântico José Peixe / De Lisboa
Vergonha: Segregação racial nos Estados Unidos Desde que um polícia branco baleou um jovem negro (Michael Brown, 18 anos), na pequena cidade de Ferguson, no Estado do Missouri, no passado dia 9 de agosto, que o problema da segregação racial nos Estados Unidos da América voltou de novo a marcar a atualidade jornalística internacional. Os protestos levados a cabo por uma população maioritariamente negra tomaram uma proporção tal que obrigou o presidente Barack Obama a interromper as suas férias, para pedir ordem e paz em Ferguson. Uma paz que parece distante. Aliás, depois de se conhecer os resultados da autópsia feita ao cadáver de Michael Brown, baleado com seis tiros (dois deles na cabeça) e da divulgação da identidade do polícia que fez os disparos, o lema dos manifestantes nas ruas de Ferguson é o seguinte: No Justice! No Peace! Testemunhas do incidente que levaram à morte do jovem de raça negra são bem explícitas: Brown e um amigo caminhavam pelo meio de uma rua de Ferguson quando a polícia os mandou parar. Michael Brown pôs os braços no ar para mostrar aos policiais que não estava armado e foi alvejado com seis tiros. A partir daí não houve mais paz na pequena cidade do Missouri. As manifestações e a violência prosseguem em Ferguson porque no entender dos manifestantes, maioritariamente negros, a polícia atuou (e atua!) de forma desproporcional. Mas, os manifestantes também exigem que o polícia Darren Wilson, 28 anos, que disparou sobre Brown, seja detido e julgado pelo crime cometido.
Gráfico que ilustra claramente o que se está a passar em Ferguson
Os resultados das duas autópsias apresentados na segundafeira ainda aumentaram mais a conflitualidade entre polícias, Guarda Nacional (militares na reserva) e os manifestantes. Cientificamente, ambos os relatórios forenses indicam que não se justificava seis disparos sobre um cidadão desarmado e com os braços levantados.
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Apesar de Ferguson ser uma cidade pequena ela acaba por refletir a segregação racial que existe nos Estados Unidos. E enquanto o policial Darren Wilson não for detido e julgado, a maioria dos cidadãos de Ferguson não desiste de se manifestar nas ruas da cidade. Ou seja, este pequeno barril de pólvora poderá alastrar a outras cidades americanas e com consequências imprevisíveis.
Marcos Imbrizi / De São Paulo
Milton e Criolo
Em sua coluna no Estadão de sábado passado a jornalista Dora Kramer analisa a mais recente pesquisa eleitoral para o governo paulista. O atual governador Geraldo Alckmin teria 55% da intenção dos votos e venceria no primeiro turno. “O governo é considerado ótimo ou bom para 47% dos entrevistados”, afirma o texto que lembra, no entanto: “Mas, quando perguntados sobre quais as melhores áreas da administração, 22% responderam “nenhuma” e 24% não souberam dizer. Juntos, somam 46%.” Ou seja, o paulista vota em Alckmin, mas não sabe por que. Blindagem Midiática Texto publicado pela Carta Capital ajuda a entender tal situação. A publicação mostra que o PSDB conta com uma máquina eleitoral fortíssima no estado, composta por prefeitos e vereadores. Para a opinião pública, a imagem do governador é a do homem honesto, simples e trabalhador. “Essa imagem deve-se em grande medida à imprensa, que blinda o governador mesmo nos raros momentos em que critica o governo. Não é preciso dizer que o apoio da imprensa não só pesa de maneira determinante na imagem pessoal do governador, como tem algum peso tanto na avaliação do governo Dilma e nos dados atuais de rejeição”, aponta o texto. A íntegra do texto está em: http://www.cartamaior. com.br/?/Editoria/Politica/Blindagem-midiatica-e-um-dosgrandes-trunfos-de-Alckmin-em-Sao-Paulo/4/31581
Música Festa cultural movimenta o campus do IFMG neste sábado Boa música, comidas típicas e quadrilhas. São esses os atrativos da II Festa Cultural do Instituto Federal de Minas Gerais - IFMG que acontece neste sábado, dia 23 de agosto, a partir das 18 horas, no campus Governador Valadares (Avenida Minas Gerais, 5189, bairro Ouro Verde). A festa contará com a apresentação musical da Banda Carlota, de Governador Valadares. A banda tem este nome em homenagem à praça Carlota Kemper, localizada no bairro São Pedro em Governador Valadares, já que dois integrantes da banda cresceram brincando nessa praça. Os ingressos, no valor de R$ 2 reais, poderão ser adquiridos no local. A festa cultural tem como objetivo integrar a comunidade acadêmica.
Depois de conhecer os resultados das autópsias, o advogado da família do jovem Brown, Benjamin Crump, passou a descrever o caso como uma “execução de um jovem desarmado em plena luz do dia”. Mas a polícia teima em mostrar um vídeo onde aparece um cidadão negro num minimercado a roubar tabaco e a empurrar o funcionário enquanto fugia, dando a entender que o assaltante seria Michael Brown. Uma coisa é certa, em Ferguson os protestos e as manifestações tomaram uma proporção desmesurada, que o presidente Obama voltou a pedir calma a ambas as partes: “é necessário rever as condições de uso de equipamento militar por forças policiais locais, pois a indefinição contínua da linha de separação entre militares e polícias locais é contrária às nossas tradições”. Apesar de Ferguson ser uma cidade pequena ela acaba por refletir a segregação racial que existe nos Estados Unidos. E enquanto o policial Darren Wilson não for detido e julgado, a maioria dos cidadãos de Ferguson não desiste de se manifestar nas ruas da cidade. Ou seja, este pequeno barril de pólvora poderá alastrar a outras cidades americanas e com consequências imprevisíveis. O presidente norte-americano está consciente disso e teme o pior. E não é por Barack Obama ser negro que os cidadãos de Ferguson vão abrandar os seus protestos. Isso será um ingrediente extra para condimentar ainda mais as manifestações na pequena cidade do Missouri, que tem como governador do estado o democrata Jay Nixon. Nos anos 60, Martin Luther King falava de um sonho bonito que tivera. “O sonho de ver os meus filhos julgados pela sua personalidade e não pela cor da sua pele”. Só que Luther King foi assassinado e o seu sonho não passou de um pesadelo. É que o racismo continua a ser uma realidade que envergonha a maior potência mundial. E isso é um problema que está a estragar as férias do Presidente Barack Obama e dos assessores da Casa Branca, que não sabem como por um ponto final nos confrontos em Ferguson.
José Valentim Peixe é jornalista e doutor em Comunicação
Café com Leite
Eleitor paulista
FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014
Neste fim de semana (dias 22 e 23) o cantor e compositor Milton Nascimento apresentará seu mais novo projeto Linha de Frente no espaço HSBC Brasil, em São Paulo. Na oportunidade Milton terá como convidado um dos novos talentos musicais paulistanos, o também cantor Criolo. “Caros ouvintes” Outra novidade da capital paulista é a comédia “Caros ouvintes”, que resgata a era das radionovelas. O enredo se passa na década de 1960, quando a TV começa a tomar o espaço ocupado até então pelo rádio na vida dos brasileiros. As apresentações, sempre nos fins de semana, acontecem até dezembro no Grande Auditório do MASP (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista. Festival Natura Musical em BH A programação do Festival Natura Musical 2014, a ser realizado em 14 de setembro na Capital, foi divulgada. Na Praça da Estação as apresentações terão início às 14h com destaque para Fernanda Takai, com Samuel Rosa como convidado, Elba Ramalho e Ney Matogrosso. Já na Praça JK, a partir das 15h, o público poderá conferir entre outros, shows de Siba, Karina Buhr e Nação Zumbi. E a novidade deste ano é o espaço destinado às crianças, na Praça da Liberdade. A partir das 10h. se apresentarão Érika Machado, Giramundo, Disco Baby e Anderson Noise e a atração paulista, Pequeno Cidadão. A entrada será gratuita e a programação completa está em http://www.naturamusical.com.br/festival. Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.
Política Lucimar Lizandro
O imponderável como protagonista da eleição presidencial E o imponderável atravessou o caminho da sucessão presidencial brasileira. Um acidente aéreo ceifou, de maneira trágica, a trajetória do jovem e promissor político Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato a presidente da República. O processo eleitoral em curso não foi zerado como querem alguns, mas ficou mais complexo e imprevisível, obrigando a uma mudança de rumo nas campanhas dos principais candidatos. No dia 18 de agosto, o Datafolha divulgou a primeira pesquisa de intenção de votos, já com o nome de Marina Silva, embora, ainda não confirmada oficialmente como candidata do PSB. Nessa pesquisa, Dilma Rousseff se manteve na liderança com os mesmos 36% da sondagem anterior, seguida por Marina Silva com 21% e logo após o senador tucano Aécio Neves com 20%. A iminente entrada de Marina Silva na disputa presidencial se transforma em um problema imediato para os tucanos que até então, tranquilos no segundo lugar, atuavam para desgastar a presidente candidata frente ao eleitorado. Estar no segundo turno era uma certeza. Os tucanos já tratavam Eduardo Campos como um futuro aliado para a disputa do segundo turno. Agora, os tucanos terão que rever a estratégia e focar em Marina Silva, tentando de alguma forma desconstruí-la perante os eleitores, considerando-se que dificilmente Dilma Rousseff ficará fora do segundo turno. Se apresentar ao público anti-petista como o candidato mais forte para derrotar Dilma Rousseff é o grande desafio dos tucanos. Com uma vaga garantida no segundo turno, Dilma Rousseff dedicará mais tempo à defesa dos doze anos do governo trabalhista, além de apresentar propostas para um próximo mandato. Se apresentará como a pessoa mais preparada para conduzir os destinos do país nos próximos anos. Brandirá, ainda, a bandeira do desenvolvimentismo em oposição ao discurso neoliberal tucano focado em taxas de juros, inflação e câmbio e ao idealismo ambientalista de Marina Silva. Certamente, a ex-ministra do meio ambiente será cobrada por sua resistência à construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, em oposição à necessidade de ampliação da oferta de energia para sustentar o crescimento do país. A entrada de Marina Silva embaralha o cenário eleitoral, confirmando a terceira via, tornando a disputa mais imprevisível. Fica então a dúvida: a intenção de votos conferida à ex-senadora, segundo o Datafolha, seria firme ou tão somente o resultado da comoção e do choque sofridos pela população e potencializados pela excessiva cobertura midiática, vindo a ser diluída mais à frente? A conferir nas próximas pesquisas. Lucimar Lizandro Freitas é graduado em Administração de Empresas pela FAGV e especialista em Gestão Pública pela UFOP.
COTIDIANO 11
FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014 Gabriel Sobrinho
Crônica Dilvo Rodrigues
Tem café novo na cafeteira
A presidenta Cinira dos Santos Netto tirou a AVL do ostracismo e levou o conhecimento dos acadêmicos para as escolas e presídios
Academia Valadarense de Letras fomenta a cultura em Valadares Incentivo à leitura para os jovens e detentos são algumas das ações socioculturais da AVL Gabriel Sobrinho / Repórter Nascida de sonhos e ideias que, somados, se tornaram realidade em 9 de agosto de 1975, a Academia Valadarense de Letras teve como seu idealizador o Dr. Talmir Canuto Costa e como orientador, o Dr. Oscar Mendes Guimarães, membro da Academia Mineira de Letras. Sua primeira presidente foi Antônia Izanira Lopes de Carvalho. Antes, o perfil da instituição era mais tímido, reuniões eram feitas com o cunho intelectual e para alguns momentos de prosa sobre algumas obras literárias. Hoje, a participação da AVL na cidade é mais intensa, marcada por incentivo à leitura para alunos de escolas municipais e para detentos de uma penitenciária. Quando foi criada, o Dr. Talmir sempre cedia alguns locais para reunir os acadêmicos. As reuniões eram itinerantes, não havia um espaço com uma identidade do grupo. Havia muita dificuldade de agregar mais acadêmicos devido à falta de estrutura. Depois da morte dele, a situação ficou pior. Já aconteceu de ter reunião nos fundos do Hospital São Lucas. Era preciso fazer história na cidade, ter um local que fosse o perfil da Academia. Mesmo a AVL sendo considerada de utilidade pública pela lei municipal 2.308, de 17 de agosto de 1987, as coisas não caminhavam bem. Até que, em 2008, tudo mudou. Quando foi feito o projeto de construção da atual Biblioteca Pública Municipal, onde era a antiga Cadeia no Centro da cidade, foi necessário a Prefeitura procurar a Academia Valadarense de Letras, para endossar a liberação de uma verba para as obras. Sendo assim, o então presidente da AVL, Dr. Dilermando, condicionou o endosso à garantia de um espaço para funcionar como a Sede da Academia. O acordo foi prontamente aceito pelo prefeito na época, João Domingos Fassarela. Ficou decido que o espaço continuaria a ser do município, mas um contrato com tempo indeterminado daria total segurança. Esse acordo permitiu a posterior construção e inauguração da Sede no dia 29 de Janeiro de 2008, ao lado da atual Biblioteca Municipal. Na cadeira da Presidência, a pedagoga e historiadora Maria Cinira dos Santos Netto, cumpre o seu segundo mandato de dois anos. “A Academia só tinha nome. Quando eu assumi, não tinha ninguém aqui, ficava sozinha nessa sala. Os acadêmicos não têm tempo de se dedicar só à Academia. Então, pedi ao Fabio Brasileiro, secretário de Cultura, alguém para me ajudar. Assim ele me cedeu uma secretária que também é professora de educação infantil,
uma auxiliar e uma servente”. Com tudo começando a se estabilizar, a presidente começou a pensar em novos projetos para a AVL: “A gente só vinha aqui para discutir, tomar chá e comer biscoito. Eu queria fazer alguma coisa. Arregacei as mangas e comecei a trabalhar. Demos o primeiro passo quando um juiz criminal me ligou, e me mandou um ofício pedindo que a Academia orientasse alguns presos. Aceitei na hora. Estamos lá na Penitenciária Francisco Floriano de Paula com esse Projeto de Leitura. Cada livro que um detento lê, diminui a pena. Levamos os livros colocamos lá, e eles que escolhem. Vai conosco um psicóloga e um orientador com palavras religiosas. Eles ficam sonhando com o dia em que vamos voltar. Ainda temos um projeto lindo que a nossa professora de educação infantil faz. Crianças de diversas escolas municipais vêm até aqui na AVL, ouvem e contam histórias. Elas interagem muito, é muito lindo”. O total de cadeiras, equivalente ao número de acadêmicos, é de 40 membros. Hoje existe apenas uma vaga aberta. Para se preencher essas vagas é necessário abrir um edital, o escritor interessado se inscreve e suas obras passam por uma votação entre os membros. Cada acadêmico tem o compromisso de ajudar a instituição com o valor de 70 reais por mês. As reuniões acontecem mensalmente. Ocupando recentemente uma das cadeiras, o escritor e professor de Engenharia, William Anacleto Figueiredo, não pensou duas vezes para se inscrever no edital, quando apareceu a vaga. Depois de ter as obras aprovadas, hoje ele é o mais novo membro da Academia Valadarense de Letras. “Às vezes eu me pergunto se tudo isso que está acontecendo comigo é verdade. Eu não tinha a pretensão de seguir a carreira como escritor. Muito pelo contrário. Trabalho com números, com ciências exatas, caminhava na contramão do universo da imaginação que existe na literatura”. A Academia Valadarense de Letras mantem contato constante com as academias Mineira e Brasileira. A ABL enviou, recentemente, para a sede valadarense mais de 100 livros como doação, contendo diversas obras de escritores brasileiros. A AVL voltou a editar a revista Suindara, que estava parada há dois anos. A cada trimestre, as edições são distribuídas em escolas, instituições educacionais, além de serem envidas paras a Academia Mineira e a Brasileira.
Eu nunca gostei de café. Mentira! Eu só gostava e tomava o café da minha avó. Me lembro até hoje da bebida fraca, com a consistência de uma melado que a gente adorava tomar nas canecas de ferro esmaltadas. Digo “a gente” por que eu e meu irmão mais novo nos empanturrávamos do café dela, o dia inteiro. Dona Hilda ainda tem um desses moedores de café mais antigos, de manivela. Os grãos ficavam armazenados numa vasilha de plástico do lado da banqueta em que o moedor estava instalado. Ela enchia a boca do moedor de café e girava a manivela. O barulho do café sendo triturado e o cheiro se espalhavam pela casa. A gente ia correndo para a cozinha e ficava esperando. A água ia fervendo no fogão a lenha. O pão sovado dava as caras na mesa, na companhia de um queijo e uns biscoitos de maisena. Cada um pegava o que queria e ia sentar lá na varanda da casa, que fica no alto de um morro esburacado do qual nunca soube o nome. Mas que dava vista para meio Marilac. Minha mãe sempre nos levava “pra casa da vó”, como eu e meu irmão dizíamos. Os ônibus empoeirados da Viação Suassuí sempre paravam na plataforma 12 da rodoviária de Valadares. Com muita frequência, o motorista era o Gerson. Um motorista pançudo e sem bigode. Eu tinha dificuldade com motoristas que não usavam bigode. Ele era um sujeito gente boa, que o povo da minha família já conhecia de Marilac. No meio do caminho, havia uma parada, em Xonim de Baixo. Tinha uma venda dessas bem de beira de estrada. Não me lembro o nome. Mas os pasteis de lá eram muito bons, atraíam tanto as pessoas como os cachorros de rua, que ficavam parados assistindo os salgados na vitrine ou ficavam catando as migalhas caídas da boca dos viajantes. Depois de comer um pastel e uma dose de café dormido (café dormido é dose!), o Gerson encostava o cotovelo no balcão, olhava o relógio, coçava a pança e dizia: -Bora! A renca de gente subia na rural para mais alguns minutos de viagem. Chegando em Marilac, começava o ritual da benção. “Bença tia”, “bença tio”, “bença vó”, “bença primo”. Houve um tempo que eu descobri que não se toma bença de primo, então espero que Deus aproveite isso como crédito no dia do meu julgamento. Minha mãe e minhas tias tomavam benção da minha vó todos os dias, ao acordar e ao dormir. Eu ficava olhando aquilo sem entender. Eu não entendia também por que ela passava tanto tempo sentada no fogão a lenha, à noite, no escuro, mascando fumo de rolo. Mas, eu sempre entendia quando ela saía correndo atrás da gente com a famosa vara de goiaba. E eu descobri que tanto café me ajudava a correr mais rápido. E que era engraçado olhar para trás e ver a Dona Hilda estendendo o braço com a vara na mão e gritando - Toma jeito pra você ver! Ela tinha ciúmes do moedor. Era um deus nos acuda. A gente rodava a manivela e disparava de galope. Em uma das últimas vezes que fui na “casa da vó, ela não sabia quem eu era. -Esse é o Divin ou o Cristo? - perguntou para minha mãe. Cristo, de Christian. Me contaram que ela desenvolveu Alzheimer e com frequência esquecia das pessoas. Eu não aparecia por lá há muito tempo e esperava nem ser lembrado. Ser confundido foi de bom tamanho. Algumas coisas mudaram. Mas o moedor estava no mesmo lugar. Olhei e pensei sobre como alguém poderia sentir falta de um moedor de café, do barulho e do cheiro que era proporcionado ali. Por alguns instantes, poderia jurar que eu voltaria no tempo se rodasse aquela manivela novamente. Eu iria fazer, quando no mesmo segundo uma voz me chegou e disse - Não funciona mais, mas tem café novo na cafeteira. Dilvo Rodrigues é jornalista.
EDUCAÇÃO
Universidades promovem curso online direcionado para mulheres A Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRGN) e a empresa Tempo de Mulher estão realizando o curso de extensão Escola de Você. Trata-se de um curso de desenvolvimento pessoal, direcionado preferencialmente a mulheres, via internet. A divulgação conta com a parceria do Polo de Educação a Distância da Universidade Aberta do Brasil de Governador Valadares (Polo UAB/GV) com as instituições citadas. O curso é todo baseado em vídeos curtos, que trazem dicas de comunicação, relacionamentos, atitudes no trabalho e psicologia – conhecimento fundamental para o sucesso na vida e no trabalho – de uma forma fácil de entender e simples de colocar em prática. Escola de Você é um guia de crescimento pessoal em vídeos divertidos e de apenas dois minutos, focados no público feminino. Você pode acessá-lo no site www.escoladevoce.com.br. O curso é online e tem carga horária de 40h divididas em três meses na plataforma moodle. Certificados serão emitidos pela Universidade de Brasília. Mais informações podem ser obtidas no Polo, que fica na rua Sete de Setembro, 2479 – Centro. Telefone: 3221.6716.
FUTSAL
Futsal feminino tem novo desafio nes fim de semana Depois de ganharem a final do Campeonato do Interior, realizado no mês passado, a equipe adulta de futsal feminino Prefeitura/Univale/Filadélfia vai disputar neste fim de semana a semifinal estadual do Campeonato Mineiro Feminino. A competição será realizada no Ginásio da Sociedade Recreativa Filadélfia, que fica na Rua Israel Pinheiro, 1316 – São Pedro (entrada gratuita).No sábado (23), a partir das 16h30, as meninas voltam à quadra para encarar a Sociedade Esportiva Gouveia. No domingo (24), às 10h30, o time de Valadares jogará contra o ACORP, de João Monlevade.
ESPORTES
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FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 24 de agosto de 2014
QUESTÕES DO FUTEBOL - JORGE MURTINHO Não me lembro em que clube a história se passou, só sei que foi com Mário Sérgio. Ele acabara de ser contratado como treinador e, logo na apresentação, um dos jogadores o chamou de professor. Mário Sérgio respondeu com um pedido: “Faz um favor, meu filho: me chama de Mário. Não me chama de professor não, porque eu sou semianalfabeto.”
Há vida inteligente no futebol brasileiro Reprodução SC Internacional
Vivíamos o início de um infeliz período, que ainda não ultrapassamos, em que chamar técnicos e juízes de professores virou regra, embora muitas vezes a gente perceba que os jogadores estão sendo mais irônicos do que respeitosos. O problema é que a imensa maioria dos treinadores passou a acreditar no tratamento, adotando um ar professoral ali na área técnica e assistindo com uma pose danada ao futebol medíocre jogado pelos times que mandam a campo. Os poucos que fogem desse triste padrão merecem elogios, e Cristóvão Borges é um deles. Sujeito simples e observador, mais ouvinte que falante, foi bom jogador – embora longe de ser craque, chegou à seleção brasileira – e, na função de auxiliar técnico, em 2011, ajudou Ricardo Gomes a transformar o apenas razoável elenco do Vasco num time forte o suficiente para brigar até a última rodada pelo título brasileiro. Terminou como vice, cumprindo a sina da colina, mas vamos deixar isso pra lá. Quem torce para o Flamengo, como eu, não está em condições de cutucar ninguém.
Um mês depois da chapuletada que gerou até crise diplomática, Cristóvão, Leonardo e Tostão protagonizaram três grandes momentos do futebol brasileiro. Pena que isso só aconteceu nas páginas de jornais e sites, porque tanto nas confortáveis salas dos nossos dirigentes quanto lá dentro de campo, as coisas vão de mal a pior. Link para a entrevista de Cristóvão, publicada em 8 de agosto: http://extra.globo.com/esporte/fluminense/cristovao-borgesdo-fluminense-defende-seu-atacante-fizeram-uma-injusticaabsurda-com-fred-na-copa-13526978.html#ixzz3A8mvT0lN
Cristóvão herdou o comando do Vasco após o acidente vascular de Ricardo Gomes, foi demitido no ano seguinte, passou pelo Bahia e chegou ao Fluminense há pouco mais de quatro meses, substituindo Renato Gaúcho e aproveitando a parada do Brasileirão na Copa para dar uma arrumada no time. Há duas semanas, três fatos chamaram a atenção de quem gosta de futebol: a entrevista de Cristóvão à jornalista Marluci Martins, do Extra, a de Leonardo a Renato Maurício Prado, de O Globo, e a coluna de Tostão publicada no site da Folha de S.Paulo. Cristóvão elogia a Universidad de Chile de 2010/2011 (então dirigida pelo atual técnico da seleção chilena, Jorge Sampaoli), se diz motivado pelo resgate do futebol brasileiro e a valorização da qualidade técnica, enche a bola do Cruzeiro, declara-se admirador de Guardiola, Mourinho, Bielsa e Ancelotti, defende Fred – que se não fez uma boa Copa também não pode ser considerado o principal responsável pelo tanto que deu errado – e, no melhor momento da matéria, não se acanha em transferir boa parte da culpa da crise no futebol brasileiro para a imprensa: “Metem o pau, dizem que estamos atrasados, mas a imprensa também precisa se preparar. Se a discussão não mudar, a gente vai continuar tomando de sete.” A entrevista de Cristóvão é curta e ótima. Leonardo propõe que o futebol seja encarado de um jeito totalmente comercial e mercantilista, com investimentos maciços e busca obsessiva por lucros. (Um bom contraponto a essa tese é o texto de Marcos Alvito publicado na edição 15 da revista piauí, que cita vários exemplos de insatisfação e resistência dos torce-
para explicar por que a carreira de Pato estacionou num nível muito abaixo do que se previa: os antolhos que não deixam os treinadores italianos e brasileiros perceberem que centroavantes podem ser habilidosos, o que faz com que os mais talentosos sejam transformados em “atacantes pelos lados do campo”. Reforça a necessidade de profundas transformações no futebol brasileiro, apesar de temer que as coisas possam piorar. Mete a bola no meio das pernas de Gilmar Rinaldi – para Tostão, mais um exemplo do homem errado no lugar errado. E enquadra um dos maiores caras de pau que o futebol brasileiro já foi capaz de produzir, o professor Mano Menezes, pela audácia de afirmar, em matéria publicada na edição digital do Estadão, que temos achado ruins os jogos do Campeonato Brasileiro porque os estamos comparando com as partidas da Copa. Tostão não deixa barato e afirma que há mais de 15 anos acha ruim o futebol que se joga no Brasil. Tudo isso em menos de quarenta linhas e mantendo a elegância com que, cabeça erguida e formidável visão do jogo, carregava a bola colada no pé esquerdo.
Link para a matéria com Leonardo, publicada em 7 de agosto: http://oglobo.globo.com/esportes/leonardo-podemos-ser-nbado-futebol-13517797 Mário Sérgio não gosta de ser chamado de “professor”
dores – “vencidos, mas não derrotados”, no belo sofisma de Alvito – contra a mercantilização absoluta do futebol inglês.) Além disso, Leonardo define o Brasileirão como desinteressante, dá uma cotovelada no trabalho de base feito por nossos clubes, fala da falta de formação tática do jogador brasileiro e revela que o jogador europeu não engole discursos motivacionais: por partir do saudável e óbvio princípio de que motivação eles já têm, o que os jogadores europeus querem de um técnico é a definição clara da estratégia coletiva a ser adotada e o que cada um deve fazer para ajudar. Lá no meio da matéria, nosso ex-lateral ainda produz uma boa frase de efeito: “No Brasil a gente aprende a jogar bola, não a jogar o jogo.” Não é uma entrevista para se concordar com tudo, mesmo porque é impossível duas pessoas concordarem em tudo quando o assunto é futebol, mas é fundamental que seja lida. Por fim, o mestre. Na coluna “Está tudo fora do lugar”, Tostão dá mais um show de bola. Volta a criticar os centroavantes típicos feito Marcelo Moreno. Garante jamais ter esperado que Alexandre Pato virasse um craque, mas tem um argumento bem interessante
Link para o texto de Marcos Alvito, publicado em dezembro de 2007: http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-15/carta-dainglaterra/o-esporte-que-vendeu-a-sua-alma Link para a coluna de Tostão, postada em 10 de agosto: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ tostao/2014/08/1498257-esta-tudo-fora-do-lugar.shtml Link para a matéria com Mano Menezes, publicada em 4 de agosto: http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,mano-pede-fimde-comparacoes-com-a-copa-do-mundo,1538504
Jorge Murtinho é redator de agência de propaganda e, na própria definição, faz bloguismo. Nessa arte, foi encontrado pela Revista piauí, que adotou o seu blog e autoriza a sua contribuição a este Figueira.
Canto do Galo
Toca da Raposa
Tardelli na Seleção
Seleção pode atrapalhar o Cruzeiro
Rosalva Luciano
Já sabíamos da grande possibilidade de ver Diego tardelli vestindo de novo a camisa maior do futebol do Brasil, a da seleção. A convocação foi muito comemorada por ele e pela torcida, afinal tem sido a nossa segurança no time. Que seja competente na possibilidade de fazer feliz a torcida de um país inteiro e de uma nação apaixonada por ele, a atleticana. Totalmente dispensáveis e sem propósito as conversas recentes entre Levir Cupi e Alexandre Kalil. Não existe uma razão sequer para ter fundamentos, a não ser desvio de foco. O Atlético deveria, quase por obrigação, estar num melhor posicionamento no Campeonato Brasileiro. Cada um tem a sua função, tratem de desempenhá-la da melhor forma, mas sem exigir holofotes para si. Deixem que o time seja o assunto principal nas colunas ou programas esportivos. Com nariz de metido ou não, Levir, o Atlético tem muito o que comemorar e gostaríamos de mais, estamos aguardando pelo menos que a eficiência seja repetida em várias partidas. Do site do Atlético, trago estas informações, afinal é desta turma que saem aqueles que de repente viram craques e nos levam ao delírio nas arquibancandas, os que surgem na base. Em busca do hexacampeonato, o time júnior do Atlético estreou na Taça BH neste domingo, contra o Brasília, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Estreou com vitória de um gol. O Galinho está no Grupo G, ao lado de Democrata-SL, Coritiba e Brasília. A 30ª edição do torneio teve início neste sábado. Na primeira fase, serão 28 times, divididos em sete grupos. As equipes se enfrentarão em turno único, dentro dos grupos, e os dois primeiros de cada chave, juntamente com os dois melhores terceiros colocados, avançam para as oitavas de final. O Atlético é pentacampeão da Taça BH, tendo conquistado o título da competição nos anos de 2011, 2009, 2005, 1989 e 1988. Confira a tabela alvinegra na Taça BH: 19/08 – 15h – Atlético x Democrata-SL – Arena do Jacaré – Sete Lagoas 21/08 – 17h – Atlético x Coritiba – Arena do Jacaré – Sete Lagoas E na semana que se passou, o Atlético nos mostrou contratações, principalmente para uma posição que há muito tempo não temos um valor visível: a late-
ral esquerda. Douglas Santos chega da Udinese e traz esta esperança para nós torcedores, afinal gostamos de ver jogadas mágicas saídas por ali. Além da pouca idade, ele chega animado, quer mostrar o que sabe fazer e assim conquistar esta torcida apaixonada. E que seja assim, pois estamos carentes de passistas canhotos. E ele sabe onde está pisando, literalmente num terreiro sagrado. “Minha felicidade é enorme. Todo jogador tem vontade de jogar no Atlético, um clube grande, de torcida. O primeiro contato com os jogadores foi importante, todos me acolheram bem, agora é dar sequência ao trabalho, que eu possa ter oportunidade para jogar bem no Brasileiro”, observou Douglas que já está convocado para a Seleção Brasileira Sub-21. Outro que chega é o Rafael Carioca, para o meio campo que também precisamos muito. Deixou o Spartak Moscou, na Rússia, e vem com ampla aceitação da torcida e como aposta do técnico para arrumar a casa por aquele setor, pois é dono de grande qualidade técnica. Realmente, se foi uma frustração para os jogadores, maior ainda para os torcedores, Atlético 2 x 2 Figueirense. Esperávamos um passageiro 5º lugar em direção ao G4 e nada veio, permanecemos onde estávamos. Os erros de passes fazem crescer a nossa desconfiança no time e nos resultados. Nada assegura resultados a favor. Os treinamentos não atestam eficiência. O Galo na descendente, sinal de alerta, volta com a derrota no Rio de Janeiro. O Flamengo fez a festa da quarta-feira à noite para a sua torcida. Alvinegros das Minas barrados no baile...quem sabe tenhamos ânimo de esperar alguma atitude da diretoria e/ou dos responsáveis por fazer voltar a nossa alegria de comemorar vitórias. Vamos aguardar! A CBF, através de sorteio, coloca o Atlético e Palmeiras como adversários na Copa do Brasil. Quem sabe, um título inédito pode estar chegando...é só fazer o necessário, ter vontade e determinação. Rosalva Campos Luciano é professora e, acima de tudo, apaixonadamente atleticana.
Hadson Santiago
Saudações celestes, leitores do Figueira! A boa vitória sobre o Santos por 3x0, no Mineirão, manteve o Cruzeiro na liderança do Campeonato Brasileiro, mas os adversários estão chegando e a competição mostra-se muito equilibrada. Aliás, nivelada por baixo. Cada jogo horroroso, de nível técnico baixíssimo. Futebol, hoje em dia, é só correria, muita força física e pancadaria. Falsos craques que recebem salários astronômicos, muita badalação e pouco futebol. Além disso, estádios cada vez mais vazios, salvo raras exceções, ingressos caros e horários ingratos. É um absurdo que uma partida de futebol comece às 22 horas num meio de semana. Ah, me esqueci, quem manda no futebol brasileiro é a televisão e a partida só pode se iniciar após a (maldita) novela... E a Copa do Brasil vai começar para o Cruzeiro. Tomara que essa competição, da qual o clube celeste é tetracampeão (1993, 1996, 2000 e 2003), não atrapalhe a caminhada cruzeirense no Campeonato Brasileiro. E o primeiro adversário das oitavas de final é o alagoano Santa Rita, da cidade de Boca da Mata, clube que eliminou o tradicional Santa Cruz (PE). É claro que o Cruzeiro é favorito, mas todo cuidado é pouco, pois porco magro é que suja a água. Respeito no futebol é indispensável. É claro que o cruzeirense deseja a conquista das duas competições nacionais. É muito difícil e exigirá muito empenho de todos. Lutar sempre e continuar sonhando. Antigamente, o torcedor ficava orgulhoso quando o seu time de coração cedia jogadores à Seleção Brasileira. As coisas mudaram. Seleção
virou antro de empresários e patrocinadores que só querem lucrar. Não há mais aquela identificação com o torcedor. Por isso, as convocações de Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, além de Lucas Silva e Allison para a sub-21, irão prejudicar muito o Cruzeiro, pois a equipe ficará desfalcada desses jogadores em alguns jogos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. O Cruzeiro pode pagar caro por isso. O Esporte Espetacular, da Rede Globo, mostrou uma excelente reportagem sobre a final da Taça Brasil de 1966 entre Cruzeiro e Santos. Piazza e Dirceu Lopes, pelo lado celeste, e Carlos Alberto Torres e Pepe, pelo lado santista, foram os entrevistados. O Santos não esperava enfrentar um time tão forte e formado por jovens craques. As duas vitórias cruzeirenses por 6x2 e 3x2 mudaram a geografia do futebol brasileiro, até então restrita ao eixo Rio-São Paulo. Pepe, o “Canhão da Vila Belmiro”, admitiu que o Santos foi massacrado pelo Cruzeiro no jogo de Belo Horizonte (6x2) e que eles não esperavam tanta dificuldade. Sem sombra de dúvida, dois dos maiores times da história do futebol brasileiro. Quem viu, viu; quem não viu, que se contente com os “cabeças-de-bagre” de hoje em dia... Abraços à China Azul!
Hadson Santiago Farias é cruzeirense e saudosista convicto