Figueira 47cc3

Page 1

www.figueira.jor.br

Fim de semana com sol entre nuvens. Pode chover no domingo! www.climatempo.com.br

facebook.com/Jornal Figueira twitter.com/redacaofigueira

34o 21o

MÁXIMA

ANO 2 NÚMERO 47

Não Conhecemos Assuntos Proibidos

MÍNIMA

FIM DE SEMANA DE 13 A 15 DE FEVEREIRO DE 2015

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EXEMPLAR: R$ 1,00

CAMPEONATO MINEIRO 2015

Pantera vai ao Horto pegar o Galo Rubens Júnior

O Democrata tem mais uma “pedreira” pela frente neste sábado. A Pantera vai ao Horto enfrentar o Atlético Mineiro, que se prepara para estrear na Taça Libertadores, no dia 18, no Chile. O time do técnico Gilmar Estevam ainda não pontuou no Campeonato Mineiro 2015, perdendo as duas primeiras partidas para Cruzeiro e Boa Esporte, mas mantém a confiança em um bom resultado contra o Atlético e contra os demais adversários no restante do campeonato. Nesta sexta-feira, o clube vive um dia de festa. Vai comemorar 83 anos de fundação. Página 12 O atacante Rodrigão (abaixado) foi muito marcado em Varginha, pelos zagueiros do Boa Esporte, mas pode marcar neste sábado Trupico do Lalá

N E S TA E D I Ç Ã O Rosi Santiago

TRUPICO DO LALÁ

Quase 15 mil nas ruas Epaminondas

Bassi

A seção Brava Gente destaca nesta edição um artista de mil e uma faces: Epaminondas Bassi, que dedicou sua vida às artes plásticas, nos mais diversos estilos, como o da instalação acima. Página 8

Campeonato de Parapente está com inscrições abertas Página 11

Um bloco pra lá de animado e que arrasta multidões pelas ruas de Valadares. Este é o “Trupico do Lalá”, que está contribuindo para o resgate do carnaval de rua na cidade. Os organizadores estimam que quase 15 mil foliões foram às ruas da Ilha dos Araújos durante os desfiles promovidos no pré-carnaval 2015. Páginas 6 e 7

Carnaval começa mais cedo para deputados e senadores O carnaval começou bem mais cedo para os 513 deputados federais e os 81 senadores. A pauta nas duas casas foi antecipada para que os trabalhos fossem encerrados na quarta e não na quinta-feira, como de costume. Confira na coluna “Notícias do Poder”, do jornalista José Marcelo. E viva o carnaval. Página 5

A família Arreguy, cujos membros organizam o Trupico, esbanjando bom humor e animação no carnaval de rua da Ilha dos Araújos PA R L AT Ó R I O

O Papa Francisco disse que os pais devem ser firmes com os filhos e que se for preciso dar uma palmada, que assim seja. Você concorda? Página 2


OPINIÃO

Opinião

2

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

Tim Filho E o Rio Doce?

Água: Esgotabilidade, Responsabilidade e Sustentabilidade Inúmeras são as previsões relativas à escassez de água, em consequência da desconsideração da sua esgotabilidade. A água é um dos recursos naturais fundamentais para as diferentes atividades humanas e para a vida, de uma forma geral. Apesar de muitos entenderem que o ciclo natural da água promove a sua recuperação, na prática não é o que se observa, tendo em vista os inúmeros fatores que interferem neste ciclo hidrológico. A falta de água traz como efeito a seca, que possui diversas faces dependendo da ótica da observação. A mais comum é a seca climatológica, que desencadeia o processo, seguida da seca das terras e a conseqüente seca social, com os respectivos danos e mazelas causados. A seca hidrológica representa a falta de água nos reservatórios e mananciais. O Brasil detém 13% das reservas de água doce do Planeta, que são de apenas 3%. Esta visão de abundância, aliada à grande dimensão continental do País, favoreceu o desenvolvimento de uma consciência de inesgotabilidade, isto é, um consumo distante dos princípios de sustentabilidade1 e sem preocupação com a escassez. A elevada taxa de desperdício de água no Brasil, 70%, comprova essa despreocupação. A oferta gratuita de recursos naturais pela natureza e a crença de sua capacidade ilimitada de recuperação frente às ações exploratórias, contribuiu para essa postura descomprometida com a proteção e o equilíbrio ecológico. Cotidianamente, diversos são os exemplos de desperdício e despreocupação, como escovar os dentes com a permanência da torneira aberta; lavagem de ruas e calçadas com jatos d’água (“vassoura hidráulica”), lavagem de veículos com água tratada, o uso de válvulas sob pressão nas descargas dos vasos sanitários; o despejo das águas servidas de banho e lavagens em geral, sem a preocupação com a racionalização de consumo e/ou reuso. Por outro lado, a indústria tem percebido, cada vez mais, a indissociabilidade entre a conservação dos recursos naturais e a ecoeficiência ambiental. É preciso que esta inter-relação seja, assimilada e internalizada na prática diária de cada cidadão. Mesmo em regiões brasileiras, onde as reservas hídricas geralmente atendem as necessidades de uso, em algumas épocas do ano são relativamente comuns os períodos de escassez, em atividades produtivas, devido às condições climáticas adversas e/ou aumento de demanda em atividades produtivas, como o caso da cultura do arroz, no verão, no Sul do Brasil. Buscando equilibrar as necessidades para o abastecimento das populações e para a atividade produtiva e, ainda, minimizar as conseqüências sociais da seca, estratégias de racionalização e de racionamento são estabelecidas. Esta situação gera um nítido conflito entre os usuários e os usos da água. A solução para este tipo de conflito está na gestão deste recurso, que inicia-se pela racionalização de consumo, acrescida do estabelecimento de estratégias de reuso, tanto nas práticas agrícolas quanto nas atividades cotidianas residenciais, comerciais e industriais. Estima-se que atualmente, no mundo, 1,7 milhão de pessoas sofrem com a escassez de água. Esta dificuldade também pode estar associada a fatores qualitativos, ocasionados, por exemplo, pela disposição inadequada de resíduos sólidos, comumente chamado lixo. O comprometimento da qualidade da água pode inviabilizar o uso ou tornar impraticável o tratamento, tanto em termos técnicos quanto financeiros. Diversas são as substâncias tóxicas geradas nas diferentes atividades humanas. Nas práticas agrícolas, por exemplo, o uso sem controle de defensivos químicos pode representar um grande perigo ao meio ambiente, aos ecossistemas e à saúde humana. No nosso dia–a-dia também geramos toneladas de resíduos tóxicos, a partir de diversos produtos comprados livremente e descartados sem controle, como lâmpadas, pilhas, medicamentos, inseticidas, tintas, produtos de limpeza, combustíveis, equipamentos eletrônicos, dentre outros, que muitas vezes vão parar em lixões nos arredores das grandes cidades, sem a menor preocupação com os efeitos dessa poluição nos mananciais de água, solo e atmosfera. O meio ambiente é formado, dentro de uma visão simplificada, pelo solo, água e ar. Estes meios interagem sinergicamente entre si, significando que o resíduo descartado no solo, por exemplo, mais dia menos dia irá contaminar as reservas de água e o ar. Assim como, a decomposição dos resíduos descartados nos rios, originando substâncias tóxicas, pode atingir outros locais distantes da fonte poluidora, ampliando assim os danos da contaminação para o meio ambiente. A relação do homem com o meio ambiente, baseada no indesejável tripé do descomprometimento, inesgotabilidade e irresponsabilidade, poderá consumar as previsões mais catastróficas quanto a escassez dos recursos naturais, sobretudo da água, inviabilizando dentro de poucos anos, a vida na Terra. Portanto, é fundamental a substituição por uma visão fundamentada nos princípios da sustentabilidade, racionalização e responsabilidade, dentro da qual, somos parte integrante do meio ambiente e, responsáveis pela proteção e pela elevação da qualidade de vida no Planeta. (Ambiente Brasil)

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-81 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo

Conselho Editorial Aroldo de Paula Andrade Enio Paulo Silva Jaider Batista da Silva João Bosco Pereira Alves Lúcia Alves Fraga Regina Cele Castro Alves Sander Justino Neves Sueli Siqueira

Responsável pelo Portal da Internet Enio Paulo Silva http://www.figueira.jor.br

Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Parlatório O Papa Francisco declarou na quinta feira (5) que os pais devem dar palmadas nos filhos para discipliná-los. Você concorda?

Dar uma palmada não é espancar SIM

Aline Carvalho

Dar uma palmada de vez em quando, disciplina e educa as crianças. A Bíblia diz em Provérbios 29:15 “A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.” Educar uma pessoa requer sabedoria, paciência, amor e dedicação. A sabedoria serve para guiar nossas palavras e ações para a direção em que queremos apontar para nossos filhos. O diálogo deve ser sempre a porta-chave, a essência, mas há momentos em que a palavra perde. É comum que a crianças nos teste para saber os seus limites. Nós pais não devemos hesitar em exercer nossa autoridade, o que é diferente de autoritarismo. A televisão nos mostra pais permissivos, filhos que não respeitam seus progenitores e o resultado disso é uma juventude conflitiva, que não tem o respeito e a solidariedade como valores. Não somos pais de novela, somos pais reais. Dar uma palmada em momentos necessários está longe de espancar uma criança ou substituir o diálogo pela punição. Nós, pais e mães, temos a missão de

educar nossos filhos e mostrá-los o caminho correto a seguir. Efésios 6:4 “E vós, pais, não provoqueis a ira dos vossos filhos, mas educai-os de acordo com a disciplina e o conselho do Senhor. Caminhando como servos.” Muitos pais se negam a dar uma palmada, mas ficam gritando e xingando a criança o dia inteiro, falando coisas violentas para a criança. Palmada no bumbum arde, mas passa.

Dar uma palmada em momentos necessários está longe de espancar uma criança ou substituir o diálogo pela punição. Nós, pais e mães, temos a missão de educar nossos filhos e mostrá-los o caminho correto a seguir.

Aline Carvalho é mãe e se dedica às atividades do lar

Palmadinhas são uma espécie de violência NÃO

Luh Moreira

Pessoalmente, sou contra tal prática, uma vez que as famosas palmadinhas são uma espécie de violência à moral e à estrutura humana. Há uso de força física e sempre fogem ao controle de intensidade. Além disso, são dadas em lugares diversos (o correto seria no bumbum) inclusive no rosto e isso atinge gravemente a moral, ao orgulho trazendo traumas irreversíveis. Outra, são muitas vezes substituídas por socos e os odiáveis beliscões ou há uso de uma infinidade de objetos, como cinto, que muitas vezes causam revolta mais que arrependimento. Biblicamente dizendo, em Pv. 23:13, Deus nos orienta a educar os filhos, desde que haja sabedoria: “Não hesite em disciplinar a criança, ainda que precise corrigi-lo com a vara.” Educar os filhos é necessário, mas seja sábio e ame

muito para corrigi-lo adequadamente. Eduque-os para serem verdadeiros homens e mulheres e não destrua a melhor parte de suas vidas. Leia as Sagradas Escrituras, pois Deus lhes capacitarão e lhes instruirão como o convier. Paz!

Educar os filhos é necessário, mas seja sábio e ame muito para corrigi-lo adequadamente. Eduqueos para serem verdadeiros homens e mulheres e não destrua a melhor parte de suas vidas.

Luh Moreira é atendente bilingue em telemarketing

Figueira JORNAL

LEIA E ASSINE: 3022.1813


POLÍTICA

3

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

Da Redação

Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Diórgenes Lessa

Cadê o guarda-corpo? Cena incomum na Avenida Tancredo Neves, entre o Carapina e o Querosene. Um homem bêbado veio cambaleando, cambaleando, se desequilibrou nas próprias pernas e caiu dentro do canal do Figueirinha. Os bombeiros foram acionados e retiraram o homem de dentro da água fétida. Isso aconteceu à tarde, sob o sol forte. Detalhe: se a canalização do córrego tivesse um guarda-corpo, o homem talvez não tivesse caído no canal. Aliás, nesse canal caiu de tudo: carro, moto, bicicleta. E agora, pedestre. Bêbado!

Hostil Sem nenhum compromisso com os fatos, o vereador Chiquinho do Santa Rita pronunciou-se na sessão da Câmara na segunda-feira, condenando a Secretaria de Educação por ter fechado anexos e transferido as atividades escolares para o prédio onde antes funcionava a antiga Somirehu. Chegou a declarar que naquele novo local “sequer há banheiros”. O vereador não se dispôs a verificar o que já é do conhecimento das famílias das crianças que ali estudam: agora o maior bairro da cidade dispõe de três escolas municipais, uma em cada extremidade e uma no

meio, de modo a assegurar total cobertura de atendimento às crianças. Não disse como eram os banheiros nos anexos nem que na Somirehu além de haver banheiros disponíveis, há conjuntos grandes de vestiários e sanitários adequados à escola de tempo integral, que estão passando por reforma. Não contou também que a educação infantil que antes era atendida com oito horas diárias, no novo local passou para dez horas de permanência da criança na creche e na pré-escola, dada a amplidão do ambiente e as opções de atividades com as crianças. Seria honesto se declarasse quais interesses contrariados o levam a manifestar-se com virulência.

FRASE

Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer Santo Agostinho

Lava Jato lavando o governo FHC Na quarta-feira (11), o líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (PT-AC) entregou à viceprocuradora-geral da República, Ela Wiecko, ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e à Polícia Federal uma representação em que a bancada do partido pede aprofundamento das investigações da Lava Jato no período do Governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O documento requer instauração de apuração para apurar desvios entre 1997 e 2003 “já que de 2003 em diante já existe investigação em curso. (Do blog Conversa Afiada)

BLOCO DE NOTAS

Dança das cadeiras A prefeita Elisa Costa recompôs o seu secretariado nesta semana, com os olhos em 2016. O PSD compõe o governo com o novo e experiente secretário de Obras, Darly Alves. O PMDB não arreda pé nem um milímetro. Apenas se move para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com Edmilson Soares. Que já cuidou da Cultura e das Obras. A novidade é o PROS que assume a Secretaria de Serviços Urbanos, com Marco Rios.

Dando um tempo Áurea Nardely decidiu dedicar tempo a mais uma netinha e aproveitar a aposentadoria que vinha protelando para viajar e descansar um pouco. Só um pouco, até a próxima campanha. Assume a Secretaria de Comunicação Social a jornalista Nagel Medeiros.

Ezequiel Dias Renato Fraga assumiu uma casa de doutores pesquisadores, a belorizontina Fundação Ezequiel Dias. São mais de 1.200 servidores e orçamento de 400 milhões de reais. Casa de pesquisa científica, como a Fundação Osvaldo Cruz Fiocruz. Tem conselho, tem controles rígidos. Limites demais para a política.

Fedeu Uns falam em greve, outros em má prestação de serviço mesmo. O fato é que muitos bairros não estão recebendo a coleta de lixo. O Sir ficou mais de 6 dias sem coleta. E as sacolas de supermercados lotadas de todo o tipo de resíduos se acumularam nas esquinas do bairro. No Santa Rita, finalmente, o caminhão passou na terça. Agora imagina nos bairros mais distantes? A coisa pode feder! Ou já fedeu.

Montanhas E por falar em lixo, ou resíduo sólido, como queiram, debaixo da ponte de São Raimundo, montanhas e montanhas de entulhos são depositados livremente. Na segunda-feira, os entulhos eram oriundos de alguma empresa que faz peças com gesso. A pilha de entulho com gesso era grandiosa, uma montanha, no sentido exato da palavra.

Diórgenes Lessa

Hostil O vereador Sargento Ramalho amealha os seus votos na região do Jardim do Trevo, mas onde escolheu residir, no Bairro Maria Eugênia, cultiva a hostilidade. Nada a ver com os aramados sobre os muros de sua casa. O vereador, em total desacordo com as leis que cabe a ele exigir aplicação, resolveu tomar para si a calçada que é pública. Fez canteiros e plantou cerca viva interditando por completo a passagem de pedestres. Ao mesmo tempo, impôs aos homens contratados da Secretaria de Obras que atuavam ali fazer um cocoruto de asfalto totalmente fora de qualquer solução viária, na esquina das ruas 5 com a 6. Em vez de buscar correção que impeça para todos a enxurrada que desce para a rua 6, resolveu apenas o que o incomodava. Até agora, nada da fiscalização que vale para os demais cidadãos.

Salário mínimo atinge maior poder de compra em 50 anos, diz Banco Central Da Agência Brasil Atualmente em R$ 788, o salário mínimo atingiu, em janeiro, o maior poder de compra desde agosto de 1965, revela levantamento divulgado pelo Banco Central (BC). De acordo com o Boletim Regional do BC, apresentado em Porto Alegre, apenas no período entre julho de 1964 e julho de 1965 o salário mínimo comprava mais do que hoje, em valores corrigidos pela inflação. De acordo com o Banco Central, a valorização do salário mínimo tem

determinado, em parte, a elevação da renda real dos trabalhadores nos últimos anos, principalmente dos empregados que ganham menos e dos beneficiários da Previdência Social. De 2003 a 2014, o rendimento médio da população ocupada com renda de até um salário mínimo cresceu 52% a mais do que o salário mínimo. O movimento pode ser explicado pela formalização do mercado de trabalho, que atraiu profissionais que ganhavam menos que o mínimo. Para a população que ganha de 1 a 1,5 salário mínimo, o rendimento médio real do trabalhador subiu 1% a mais que o mínimo de 2003 a 2014. Na faixa de 1,5 a

3 salários mínimos, o indicador aumentou 23% menos que a correção do mínimo. Para a população que ganha mais de 3 salários mínimos, o rendimento médio real subiu 53% a menos que o mínimo. Segundo o BC, 28,2% dos trabalhadores brasileiros recebem o salário mínimo e 54,4% ganham de um a três salários mínimos. De acordo com a instituição, a política de valorização do salário mínimo é a grande responsável pela recuperação do poder aquisitivo dessa faixa de renda. Desde 2008, o salário mínimo é reajustado a cada ano com base no crescimento do Produto Interno Bruto (PÌB) de dois anos anteriores e da inflação pelo Índice Nacio-

nal de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior. O INPC mede a inflação para famílias de menor renda, de até seis salários mínimos. A fórmula garante a reposição da inflação a cada ano. Caso a economia tenha crescido dois anos antes, o cálculo garante aumento real – acima da inflação – para o salário mínimo. A política de valorização chega ao fim neste ano. No início de janeiro, a presidenta Dilma Rousseff assegurou que a fórmula será mantida nos próximos quatro anos, mas o Congresso precisa aprovar um projeto de lei sobre o tema.


METROPOLITANO 4

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

Parque Natural abre as portas aos visitantes Em breve o visitante poderá ir ao parque em ônibus que foi doado à Prefeitura pela Vale. Atualmente, a linha 05, da Valadarense vai até o local Da Redação

“Nossa cidade tem ganhado presentes importantes e o Parque Municipal é um deles. Valadares, agora, entra para o rol de cidades que possuem parques urbanos. O nosso, ainda mais privilegiado, está entre dois dos principais símbolos de nossa cidade: o Rio Doce e a Ibituruna. Este é um momento muito importante pra Valadares”, comemorou o deputado federal Leonardo Monteiro. Para o diretor de Relações Institucionais da Vale, Henrique Lobo, a inauguração do Parque é um momento histórico. “O poder público e a Vale estão fazendo história. Esta geração será lembrada por ter resolvido transformar o que foi degradado. Nossa parceria com as prefeituras é para promover o desenvolvimento sustentável. Em Valadares fizemos obras de mobilidade urbana que proporcionaram um convívio harmônico entre a ferrovia e a cidade; fizemos a Estação Olímpica e, agora, estamos entregando esta Unidade de Conservação. A riqueza desta floresta, junto à conscientização do povo, fará de nossa cidade um lugar melhor para se viver e morar”, afirmou. A prefeita Elisa Costa lembrou da falta d’água na região sudeste e salientou a importância do gestor público ter uma visão ampla e integrada. “Uma Unidade de Conservação em Valadares traz benefícios não só para nossa cidade, mas para o nosso país e para o planeta. A responsabilidade de quem governa não está apenas em pensar no imediato; deve-se ir além e pensar adiante no tempo. As políticas públicas feitas hoje vão nos proporcionar um futuro

Fábio Moura

Equipes de saúde realizam o primeiro Saúde, Valadares em Movimento de 2015

Uma das construções do Parque Natural Municipal, feita em madeira, em sintonia com a natureza

melhor nas áreas da saúde, habitação, educação e meio ambiente”, enfatizou. E o município não para de ser presenteado em seu aniversário. A Vale doou um ônibus para que o município realize o transporte agendado de grupos até o Parque. Em breve, o serviço estará disponível, assim como as informações para solicitação de uso. Quem quiser conhecer o Parque e optar pelo transporte público, deve tomar a linha 07 da

Valadarense, que liga o Centro ao bairro Elvamar. Aqueles que passaram na manhã de sábado (6) pelo Parque, acompanharam diversas canções interpretadas pela Lira 30 de janeiro, conheceram os estandes das instituições parceiras e conferiram a exposição fotográfica do Museu da Cidade e da Associação Valadarense de Voo Livre Ibituruna (AVLI).

Todo dia é dia de cuidar da saúde. E, pra ficar com corpo e mente sã, nada melhor do que se exercitar. Para não deixar ninguém parado, as equipes do Departamento de Atenção à Saúde (DAS), junto às da Atenção Básica e dos Centros de Referência Secundária realizaram, no sábado (7), o primeiro evento Saúde, Valadares é Movimento deste ano. O Projeto busca ir ao encontro da comunidade, acolhendo-a e informando-a sobre a rede pública e os serviços de saúde. Com esta aproximação, os profissionais da saúde têm a chance de avaliar os problemas e dificuldades de cada região e, ainda, traçar diagnósticos de doenças que podem ser tratadas na própria unidade de saúde. Na ocasião foram realizadas atividades como: orientações sobre os serviços da rede, medicamentos disponíveis, palestras educativas, avaliações dermatológicas, etc. Todos os Centros de Referência (CROS, CADEF, CREDENPES, Policlínica, CRASE, CERSAM, CAPSAD, Centro de Convivência e Assistência Farmacêutica) estiveram envolvidos no evento.

SAÚDE / INFORME DE INTERESSE PÚBLICO A Diretoria Executiva do Hospital Municipal de Governador Valadares vem a público informar sobre a alteração temporária num dos serviços prestados pela instituição. No último ano observamos um aumento de 14,8% no número de acidentes de trânsito - a partir do último quadrimestre do ano de 2014 -, o que elevou as internações por trauma no HMGV. Os dados demonstram que no mesmo período de janeiro de 2015, em comparação ao ano de 2014, evidenciou-se um aumento na taxa de ocupação na clínica ortopédica de 86,50% para 87,48% de pacientes internados para procedimentos cirúrgicos ortopédicos. Observou-se, também, uma maior resolutividade com a redução da taxa de mortalidade de 2,36%, em 2014,

para 0,85%, em 2015. Fator este que demonstra a importância em priorizar os atendimentos de urgência e emergência. De acordo com a diretora executiva do HMGV, Marla de Souza Guimarães, “também é importante salientar que o Hospital possui apenas quatro salas de cirurgia, sendo priorizada a realização de cirurgias em pacientes de urgência e emergência, em função de traumas provocados por acidentes na cidade e na região”. Ainda assim, o HMGV vinha realizando cirurgias eletivas dos pacientes atendidos no ambulatório da Policlínica que apresentavam potencial de agravamento, conforme avaliação médica. Porém, diante dos motivos elencados acima, a Diretoria Executiva do HMGV vem, por meio desta nota, informar que as cirurgias de alta complexidade eletivas -

aquelas encaminhadas pela Policlínica – estão temporariamente suspensas. Informamos que o HMGV é o único Pronto Socorro da região com porta de entrada 100% SUS para Pronto Socorro Adulto (PSA) e Pronto Socorro Infantil (PSI). Com isso, apesar de ser Hospital Municipal, apresenta todas as características de Hospital Regional, pois atende uma área que abrange cerca de um milhão e quatrocentos mil habitantes. É referência no atendimento de urgência/emergência, com média mensal de 18.500 atendimentos ambulatoriais nas especialidades de clínica médica, pediatria, obstetrícia, cirurgia geral, ortopedia, oftalmologia, odontologia, urologia, neurologia, neurocirurgia, cirurgia vascular, cirurgia plástica, cirurgia pediátrica, cirurgia buco-maxilo-facial,

Prefeitura inaugura mais um CRAS Com o novo equipamento, Valadares amplia para seis o número de Centros de Referência de Assistência Social e para 30 mil a cobertura de famílias referenciadas para atendimentos pelos programas, projetos e serviços sociais Isto porque a inauguração do CRAS Central reflete o processo de descentralização de serviços prestados antes Mais uma conquista para Governador Valadares. A prefei- apenas na Casa da Família, como requerimento do Benetura inaugurou na última terça-feira (10) mais um Centro fício de Prestação Continuada (BPC) e cadastramento de de Referência de Assistência Social (CRAS Central). Localiza- famílias no CADÚNICO do governo federal. Em 2014, os do no centro da cidade, à rua Afonso Pena, 2.270, o novo CRAS já haviam incorporado os atendimentos de requeequipamento funcionará na sede da antiga Casa da Família rimento do BPC das famílias dos territórios atendidos. E e possibilitará ampliar a cobertura de famílias em situação agora, com a inauguração do CRAS Central, o cadastrade vulnerabilidade ou risco social para atendimentos pelos mento de famílias no CADÚNICO também passa a ser reprogramas e serviços sociais do governo federal. alizado pelos CRAS, agregando o acompanhamento das O CRAS Central terá a capacidade para atender cinco mil famílias, o que antes não ocorria. “A garantia do acesso famílias, que somadas à capacidade de atendimento dos ao atendimento qualificado e acompanhamento continuCRAS Santa Rita, São Raimundo, Santa Efigênia, Jardim do ado garante maior autonomia das famílias no sentido de Trevo e Jardim Pérola, totalizarão 30 mil famílias referencia- promover o acesso e usufruto dos direitos sociais, prevedas para acesso aos serviços prestados. Para o secretário nindo a ocorrência de violações de direitos, e contribuinmunicipal de Assistência Social, Jaime Luiz Rodrigues Junior, do para a melhora na qualidade de vida da população “a implantação do CRAS Central marca avanços significati- valadarense usuária da Politica Pública de Assistência Sovos para a efetivação do SUAS (Sistema Único da Assistência cial”, avalia o secretário Jaime Luiz Rodrigues. Social) no município, como sistema de oferta de serviços e Nesse sentido, o CRAS Central dará cobertura aos bairbenefícios socioassistenciais transferidos de forma descen- ros que se encontram descobertos dos serviços, priorizantralizada aos territórios”. do aqueles em maior risco de vulnerabilidade social.

Da Redação

entre outras especialidades. Possui uma maternidade de alto risco com 20 leitos de UTI Neonatal e Centro Cirúrgico credenciado para alta complexidade de Ortopedia. Governador Valadares possui uma malha viária composta pelas BR 116, BR 381 e MG 259. Assim, o município funciona como entreposto de emigrantes das regiões nordeste e sudeste/sul, o que contribui para uma maior ocorrência de acidentes; em relação ao trânsito urbano, possuímos uma estrutura viária plana, com tráfego intenso de bicicletas, motocicletas e automóveis. Fator este que contribui ainda mais com um alto índice de acidentes, sendo o HMGV a única referência para atendimentos a pacientes vítimas de acidentes de trânsito.

SAÚDE

Prevenção do câncer de mama Valadares está desenvolvendo uma série de ações para prevenção do câncer de mama e já colhe resultados positivos, já que de 2010 até 2014 foram realizadas 36.158 mamografias pela rede pública de saúde, sendo 4.599 em 2010 e 8.798 no ano passado – o que representa um crescimento de quase 100% em quatro anos. De acordo com o Ministério da Saúde, a mamografia deve ser feita anualmente em mulheres a partir dos 40 anos; no entanto, há casos em que ela pode ser feita a partir dos 35 anos, seguindo a prescrição do médico especialista ou em casos de histórico familiar. Em Valadares, o exame é realizado em mulheres na faixa etária do rastreamento (45 a 69 anos) através do Centro Viva Vida de Referência Secundária (CVVRS). Para isso, elas precisam ir munidas de documentos à unidade de saúde mais próximas de casa e solicitar o exame. A partir daí, a recepcionista assina e carimba o pedido, preenche os dados e o encaminha para a central de marcações do CVV. Em seguida, o exame é marcado e o paciente avisado previamente. Caso o exame dê alguma alteração, o diagnóstico é encaminhado para que seja definido o procedimento a fazer. Caso dê normal, a paciente é acompanhada pelo médico da unidade de saúde. O exame é feito por meio do diagnóstico de imagem, que examina e estuda o tecido mamário, através do “mamógrafo”. Por meio do exame é possível detectar minúsculas lesões, nódulos ou outras anormalidades, mesmo as não perceptíveis no autoexame.


NACIONAL

5

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

Notícias do Poder

Jogo midiático

José Marcelo / De Brasília

Vão emendar

Rindo à toa

O carnaval começou bem mais cedo para os 513 deputados federais e os 81 senadores. A pauta nas duas casas foi antecipada para que os trabalhos fossem encerrados na quarta e não na quinta-feira, como de costume. Tudo para que os parlamentares pudessem voltar mais cedo para casa. E embora tenham acabado de assumir o mandato, eles terão uma folguinha maior. Enquanto os demais trabalhadores voltam ao trabalho na quarta-feira de cinzas, os eleitos em outubro para uma cadeira no Congresso só retornam as atividades, em Brasília, no dia 23 de fevereiro.

Deputados e senadores estão rindo à toa com o anúncio de que cada parlamentar terá R$ 10 milhões em emendas ao Orçamento, para destinar aos municípios onde tem base eleitoral. E o anúncio, feito pelo relator do Orçamento 2015, Romero Jucá (PMDB) não poderia vir em melhor hora. É que a Câmara aprovou, em caráter terminativo, o projeto do orçamento impositivo, ou seja: o projeto que obriga o governo a liberar o dinheiro das emendas. Mas os parlamentares têm de correr. Dia 23 termina o prazo para a apresentação das emendas.

Bandeira definida A bancada feminina no Senado escolheu a reforma política como bandeira de atuação, nesta legislatura. A meta das senadoras é aumentar para pelo menos 25% a participação de mulheres na casa mais conservadora do Congresso. Atualmente elas são 16%. Na Câmara, a bancada feminina não passa de 10%. No lançamento da bandeira, estavam 13, das 16 senadoras.

Mostrar serviço Já que o assunto é reforma política, o presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) se apressou em anunciar que colocará vários projetos que tratam do assunto para serem votados em plenário, já em março. O anúncio tem uma explicação e não é resultado da pressão da bancada feminina, mas do palácio do Planalto.

O motivo É que a reforma política foi um dos temas escolhidos pela presidente Dilma Rousseff logo após as manifestações de junho de 2013. E como Calheiros foi escolhido para tentar dar no Senado a agilidade que não se espera de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Câmara, a cobrança já foi feita e ele teria achado melhor atender.

Por falar em Espanha, o embaixador Manuel de la Cámara disse que além de ampliar as parcerias para trazer mais investimentos para o Brasil ainda este ano, o governo espanhol quer estabelecer uma parceria com o governo brasileiro para atuar como porta de entrada dos produtos nacionais em toda a Europa. A Espanha começa a sair da crise que assola a Europa desde 2009 e criou uma estratégia para unir empresas brasileiras e espanholas para atuar em terceiros países, na Europa e na África, principalmente. As parcerias vão envolver transferência de tecnologia. EBC Serviços

De olho no mercado Segundo maior parceiro comercial do Brasil, o governo espanhol está de olho nas oportunidades que a crise hídrica e energética oferecem ao país, acostumado a lidar com o problema há décadas. O embaixador da Espanha, Manuel de la Cámara informou à coluna que a partir de março vai trazer comitivas de investidores espanhóis para se reunirem com governadores brasileiros para mostrar soluções tecnológicas de exploração, captação e reuso de água, que podem ajudar o Brasil a se preparar para o futuro. As tecnologias que serão trazidas foram desenvolvidas na Espanha, que tem regiões onde a média anual de chuvas é de menos da metade da média registrada no semiárido brasileiro. Ainda assim, tais regiões, segundo de la Càmara, têm alto índice de produtividade de alimentos, sem desperdício de água.

O embaixador da Espanha, Manuel de la Cámara

José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.

ALÉM DO ARCO-ÍRIS/ NUDIs

Por que todas precisamos da visibilidade trans? [II] A transfobia pode se manifestar com menos intensidade, em poucos momentos, quando a pessoa tem passabilidade cis (cis, cisgênera, cissexual é a pessoa que se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer, a pessoa que não é trans). Quando o homem trans que nasceu com vagina não é distinguível de um homem cis que nasceu com pênis. Quando a mulher trans, apesar de não ter nascido com vagina, não é distinguível daquela mulher cis que nasceu com vagina. Ou mesmo uma pessoa trans que não se sente nem mulher, nem homem, não binária, se andando na rua parece (aos olhos de quem a vê) totalmente adequada ao que a sociedade espera de uma mulher nascida com vagina, ou de um homem nascido com pênis. Porque a identidade é motivo para a transfobia, mas a aparência é muito mais. Ainda assim nem a Roberta Close deixou de passar pelo constrangimento de ver o judiciário pátrio teimar em reconhecer seu direito a constar em seu registro de nascimento seu gênero e nome. Estes constrangimentos, dificuldades e barreiras são importantes para que não percamos de vista que há um muro que separa os gêneros e ele impõe que pênis e vagina ao nascer são determinantes de gênero. Ir para o outro lado do muro é uma transgressão que será dificultosa, acarretará a sanção da transfobia, e também do degredo. Pois só há um lado, ir para o outro, ultrapassar o muro, é caminho sem volta. Só que este muro não existe. E muitas pessoas trans que não aparentam um gênero totalmente masculino ou totalmente feminino, jogam isso na nossa cara o tempo todo transitando entre seus dois lados, e indo além, sem que toda a transfobia do mundo consiga impedir. Este trânsito joga na cara de todas as pessoas a inexistência de um muro de aparências que é vital para um sistema cultural baseado em uma hierarquia binária de gênero. A verdade é que é muito difícil que uma pessoa caiba em tantas e tão rígidas regras de gênero. Seja pela menina que gosta de jogar futebol no Brasil. Seja pelo menino que brinca de bonecas. A mulher que não nasceu pra ser mãe. O homem que não dirige bem. O homem que não é um pênis. A mulher que independe de aparelho reprodutor feminino, até porque ser mulher não é sinônimo de parir (e é pra isso que o aparelho reprodutor serve). Existem pessoas trans que com passabilidade cis vão pro lado de lá do muro. Existem mulheres lésbicas que também transcendem a barreira que diz que só podem gostar de homens, e os homens gays. Todos ultrapassam o muro e não poderão voltar. Sua resistência já mostra que o muro não é intransponível, embora o preço que paguem com a transfobia, lesbofobia e homofobia ou gayfobia seja um desestímulo à transgressão, bem como o degredo, a impossibilidade de voltar para o lado anterior e ter que abandonar suas origens e quaisquer outras vivências, o é. Aqui, a bissexualidade se aproxima da ideia de trânsito pelo muro. Afinal, se se é mulher deve-se gostar romântica e sexualmente de homens, se é homem gostará de mulheres. Gostar de mais de um gênero quebra a lógica binária da sexualidade que é heterossexualidade correta, e homossexualidade (lesbianidade e gay) anormal. Que é uma lógica

monossexual, ou seja, de que só podemos gostar romântica e sexualmente de pessoas de um gênero. Mais uma falácia que está arraigada em nós graças aos famigerados papéis de gênero. Afinal, nosso muro separa duas realidades: Vagina = mulher = gostar de homem | Pênis = homem = gostar de mulher. Muito embora se diga que pessoas bissexuais estão em cima do muro, se ele existisse o correto seria dizer que há um trânsito livre entre seus dois lados. Mas como transitar livremente se há um muro quase intransponível no meio do caminho? Mas se o degredo é pena pra quem ultrapassa seu lado do muro, como se pode transitar pelos dois lados, como é possível ir e voltar e voltar a ir e voltar indefinida e livremente? Simples. Não se pode. Por que não existem dois lados, não há um muro, nunca houve. A bifobia (que é o preconceito contra a pessoa bissexual, ou contra qualquer pessoa cujo comportamento pareça bissexual) e a transfobia são respostas a um perigo iminente: a massificação do entendimento de que o muro que divide os gêneros não existe. É muito forte a forma como a bissexualidade e a transexualidade sem passabilidade cis demonstram de forma concreta que não existem dois lados opostos. Visibilidade trans é foco na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, mas não é só isso. É luta pela modificação de leis que ignoram que órgão sexual aparente no nascimento não torna ninguém mulher ou homem, que ignoram que algumas pessoas nunca se sentirão homens ou mulheres, que nossos ascendentes podem escolher um nome que não reflete nosso gênero e isso é deveras humilhante perante a sociedade. É luta pela revogação de leis que exigem que convençamos um advogado, depois um juiz, depois desembargadores, em alguns casos até ministros de que a verdade real que deve prevalecer em nossos registros públicos não cabem em ficções ou jogos de adivinhação mal feitos quando nascemos, e que quem sabe disso somos nós, não médicos ou outras pessoas quaisquer. Saúde e respeito são importantes. Reconhecimento é essencial (e impacta na saúde). Visibilidade é fundamental para todas as pessoas trans. E sua visibilidade transcende os benefícios que pode trazer para as pessoas trans apenas. Pois se a ideia de papéis de gênero, de determinismo histórico e biológico, de um muro que separa os dois únicos gêneros em lados opostos está na base das opressões de gênero, que nos limitam e matam diuturnamente, romper tal ideia tem o condão de arruinar esta lógica perversa. Por isto é tão importante a visibilidade trans. Neste mesmo sentido, ao lado dela está a visibilidade bissexual. Na naturalização de ambas há um potencial revolucionário. Em andamento. Vamos fazer a revolução das sapatão, das bi, das pessoas trans, de todas as mulheres, porque um outro mundo é possível e está por vir.

Texto do Coletivo de Mulheres Bissexuais e Lésbicas do Vale do Aço, parceiro do Núcleo de Debates sobre Diversidades (NUDIs), de Governador Valadares.


CARNAVAL

6

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

TRUPI CO

Trupico do Lalá leva quase 15 mil às ruas Bloco leva milhares de pessoas para as ruas da Ilha dos Araújos, ao som das marchinhas e muita animação, pode ajudar a resgatar para a cidade a fama de ter um dos melhores carnavais de rua do interior de Minas. Gina Pagú / Repórter Nos finais de semana que antecederam o feriado de carnaval, os blocos de rua, em Valadares, desfilaram para fazer a festa dos foliões. O Trupico do Lalá esse ano veio com em média 15 mil pessoas carnavalizando pelas nas ruas da Ilha dos Araújos. O presidente do Bloco Trupico do Lalá, Eduardo Arreguy, conta como o bloco surgiu. “O Trupico não surgiu por acaso, por trás dele tem uma turma que anda junta há muito tempo. Tínhamos um bloco de carnaval – Bloco Kaaba – que desfilava nas ruas de Valadares nos anos 70 e 80, quando aqui existia carnaval. Paramos de desfilar, mas o pessoal não parou com o samba, quase toda semana se encontra para batucar. Daí para a ideia de formar um bloco de rua, incentivados por um amigo que é pernambucano, Roberto Gaião, foi um pulo. A primeira vez que fomos para a rua, quando o bloco ainda não tinha nome, foi no sábado de carnaval do ano de 2008, saímos na Avenida Suaçuí, em frente ao bar do Xandão, que inclusive contratou a banda para tocar. Mas não deu muito certo e ficamos parados em 2009 e 2010. Em 2011 retomamos a ideia e o Trupico foi para as ruas.” A razão do nome Trupico do Lalá, também veio a partir das brincadeiras do bloco. “Não me lembro de quem foi a ideia de homenagear o Laércio Magalhães, mas alguém deve saber. O fato é que toda semana damos uma passada na casa dele, na Avenida Paranaíba, onde ele nos recebe de braços abertos. Não é um bar, é uma casa onde ele disponibiliza para os amigos cerveja gelada e um feijão gordo, com aspirações de feijoada, que

por brincadeira tomou o nome de Trupico, pela dificuldade de se encontrar um pedaço de carne na panela. Quando se pensou em um nome para o bloco – lembrando agora, acho que foi o Catatau, um amigo nosso que tem o apelido de Carlos Alberto – sugeriu na hora: Trupico do Lalá! Não houve nem discussão, o Laércio não se opôs e o bloco foi batizado”, conta Arreguy. Resgate O presidente também fala sobre a vontade de resgatar o carnaval de rua de Valadares, mas que a responsabilidade maior tem que ser do Município. “A intenção da gente é fazer uma festa de carnaval, né? A festa é para quem gosta de carnaval, queremos que ela seja a mais perfeita possível e parece que vem dando certo, pelo sucesso dos desfiles. Mas não temos intenção de resgatar o carnaval. Quem tem que fazer isso é o poder público, é muito difícil fazer carnaval sem apoio, é caro. Obviamente ficamos felizes quando vemos outras pessoas se animando a fazer outros blocos na cidade e acho que contribuímos para este crescimento. Este ano tivemos o Carnapina, pelo 5º ano consecutivo, São Pedro Folia, já no segundo ano, Carnabretas e Imorais também pelo 2º ano e o Santa Rita Folia e Folia Gra-Duquesa, pela primeira vez. De repente, se o poder público der uma ajuda – que não precisa ser muita - o carnaval ressurge.” Arreguy explica que a intenção dos organizadores é sempre fazer um car-


CARNAVAL

7

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

Wagner Damázio

Laércio Magalhães, o Lalá (chapéu de palha) e os foliões muito animados, percorrendo as ruas da Ilha

naval em função da alegria e da festa, e não pensam em lucros, somente na diversão dos foliões. “Sempre fazemos em torno de 1.800 camisas. Este é o número de integrantes do bloco que podemos precisar. Não temos a intenção de vender mais camisas do que precisamos para bancar os custos do desfile. O maior desafio é conseguir convencer as pessoas a comprarem a camisa do bloco, a vestirem, literalmente, a camisa do Trupico. As despesas são altas e apesar de termos muitos amigos e simpatizantes, este ano não conseguimos o dinheiro das despesas, a diretoria vai ter que bancar o custo. Não temos interesse financeiro, o dinheiro apurado com a venda das camisas é todo revertido para o custo do desfile e para a compra de instrumentos da bateria.” Apoio e sucesso Segundo Arreguy, esse ano a festa teve mais apoio e por isso foi possível fazer um evento de tanto sucesso. “Contamos com uma participação mais efetiva da prefeitura municipal e da polícia militar, que contribuíram bastante para o sucesso do desfile, proporcionando segurança a todos que queriam se divertir, atuação perfeita. Ano passado tivemos problemas com carros que tocam música funk a toda altura e que invadiram o percurso do bloco, causando transtornos, mas a atuação firme da polícia e da prefeitura

impediu que este ano o fato viesse a ocorrer. No mais, aos poucos vamos vencendo algumas barreiras, convencendo e mostrando que é possível fazer carnaval de forma ordeira e pacífica. A nossa facilidade é que o povo valadarense é justamente ordeiro e pacífico, além de alegre, contribuindo muito para o sucesso da festa.” E para finalizar fala da turma que organiza, e faz o Trupico do Lalá acontecer. “Difícil falar em nomes, principalmente quando se corre o risco esquecer alguém, mas vamos tentar. Na parte musical, temos o Nelson Bagatella, Paulinho Byrro, Catatau, Roberto, Jair e Carró, além do Mestre Lú na bateria. Na divulgação, meu irmão, Gil Campos e Paulinho Queiróz. Na administração, o Chicão, Jadir Avelino, Magno Coelho, Washington, André Czuba e Paulo Júnior. Na parte comercial e financeira, Robson Magalhães (Tito), João Tarcísio, Dú Boquinha. Relações Públicas, Adaílson Magalhães e Astolfinho. No apoio, Jó, Tcheco, Matioli e Carlos Antônio (Canhão). Na arte, o Celinho Gonçalves. Parece o Clube do Bolinha, mas não é. Contamos com o apoio ativo das nossas esposas, namoradas e amigas do bloco. Temos também pessoas que prestam serviços para o bloco, mas que agem como autênticos integrantes; Eustáquio (Prefeito), na segurança, João Bocão, na parte musical e Paulo César (Vetor Editora), na confecção do material do bloco e o Juninho, da Vovozinha do Asfalto.”

Sempre fazemos em torno de 1.800 camisas. Este é o número de integrantes do bloco que podemos precisar. Não temos a intenção de vender mais camisas do que precisamos para bancar os custos do desfile. O maior desafio é conseguir convencer as pessoas a comprarem a camisa do bloco, a vestirem, literalmente, a camisa do Trupico.

Eduardo Arreguy Organização do Trupico

www.minasteconline.com.br


CIDADANIA

8

BRAVA GENTE

Ombudsman

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

E PA M I N O N D A S B A SS I

José Carlos Aragão

Rosi Santiago

ARTE & OFÍCIO - Já relatei aqui como outrora – e não faz tanto tempo assim – os jornais levavam tão a sério os títulos e manchetes que publicavam que, não raro, mantinham em suas redações jornalistas especializados em redigi-los. Normalmente, o editor que fechava a edição, responsável pela finalização da primeira página, era um desses especialistas. Pesava sobre ele a responsabilidade de criar manchetes impactantes, originais, criativas e sedutoras. Manchetes que poderiam ser facilmente gritadas nas ruas pelos meninos jornaleiros ou que se destacariam entre as concorrentes expostas nas bancas. Se a primeira página de um jornal é uma vitrine que expõe as notícias que serão “vendidas” ao leitor, internamente, em suas páginas, os títulos exercem a mesma função. Não por acaso, tenho dedicado especial atenção ao tema em várias de minhas colunas, desde minha estreia como ombudsman deste Figueira. Criar um título é uma arte. Quem o faz precisa ter uma elevada capacidade de concisão, tem que ser capaz de reduzir a meia dúzia de palavras – ou menos –uma reportagem ou notícia inteira. Para isso, naturalmente, deve ter sido um aluno atento às aulas sobre análise sintática (ainda se estuda isso na escola, ou eu estou velho demais?) no ensino fundamental e médio. Também é recomendável que seja um leitor eclético e contumaz, porque ter um bom vocabulário é muito útil, quando se faz necessário escolher uma palavra mais curta, mais precisa ou mais contundente para um título ou manchete. E é imperioso – como a qualquer um que decide ser jornalista – conhecer e dominar as regras da Gramática. Ou, pelo menos, ter uma sempre à mão - e a humildade de consultá-la com frequência. Para um jornalista, criar títulos e manchetes deveria ser um exercício diário. Não como quem vai a uma academia de ginástica e cumpre um programa de exercícios que lhe foi imposto por um fisioterapeuta ou educador físico, enquanto se distrai ouvindo música ou falando ao celular. Não. Trata-se de um exercício mental, um compromisso tácito, um desafio imposto a si próprio: o de buscar a síntese ideal e objetiva de um texto. Uma prática a que todo jornalista deveria dedicar os cinco minutos finais do tempo previsto para entregar sua reportagem, entrevista ou artigo ao editor. Esse exercício é parte do seu ofício. RAMERRAME - Queria, agora, virar o disco e ver o que há no lado B. Mas, não só não há mais disco a ser virado como, a cada edição, os títulos do Figueira insistem em me municiar com novas pérolas, para uma interminável volta ao tema. A página 4 da edição da semana passada traz dois exemplos de títulos errados ou impróprios. No alto da página, “Prazo de legalização do mototáxi é prorrogada”. É claro que a prorrogação foi do prazo, não da legalização. O termo deveria concordar então com o núcleo do sujeito – “prazo” -, que é masculino. Portanto, “é prorrogado”. (Não se estuda mais essas coisas no ensino fundamental e médio? Ou nas escolas de Jornalismo?MeeeeuDeeeeus!...) Logo abaixo, na mesma página, temos: “24 mil alunos voltaram às aulas nas escolas da rede municipal de ensino”. Aos olhos de um leitor comum, a frase aparenta estar correta. E está. Mas, jornalisticamente falando está redondamente inadequada: não se usa o verbo no tempo pretérito em títulos, para acontecimentos recentes. O tempo verbal recomendado é o presente do indicativo. O curioso é que o outro título da mesma página foi fiel a essa norma, usando o verbo corretamente flexionado: “é prorrogado”, e não “foi prorrogado”. Falta coerência. Faltou atenção. Ou ambas. E segue o meu ramerrame sobre manchetes, títulos, legendas...

Epaminondas Bassi, o artista de mil e uma faces, em seu ateliê, no bairro de Lourdes. Vida dedicada à arte em Valadares

A arte de Epaminondas Bassi Rosi Santiago / Especial

Entre tintas, argila, papel, madeiras e metais, nasce a beleza da arte de Epaminondas Bassi. Escultor, pintor e criador de maquetes e cenários teatrais, desde os 12 anos de idade, ele é um dos artistas mais conhecidos em nossa cidade. Suas obras demonstram uma mente criativa, camaleônica e imprevisível, surgindo dos mais diversos materiais e expressando inúmeros sentimentos e percepções do artista. Um homem cheio de ideias e sentimentos que colore e esculpe o mundo à sua volta. O talento foi descoberto na escola e desenvolvido em brincadeiras com várias técnicas como origami e esculturas em argila. Na infância, as portas para o desenho se abriram com as revistas em quadrinhos, as figuras de búfalos e índios. Vive a arte como forma de interação com o mundo e as pessoas. Acredita que

devemos buscar a inspiração diária em tudo que é positivo, nos afastando do que nos pode influenciar de maneira obscura, como a violência gratuita estampada em jornais. Também professor de arte, defende uma educação voltada a desenvolver os talentos individuais, tanto na escola, quanto em casa, pois a educação voltada para o mercado cria profissionais incompetentes. Um artista de mil e uma faces que cria e recria um mundo de cores, toques e sensações. Epaminondas é um dos artistas valadarenses que esbanjam em suas obras sua personalidade forte e entusiasta, que nos comove em seus quadros e esculturas. Quem quiser conhecer o trabalho de Epaminondas, pode visitar o seu ateliê, que fica na Rua Israel Pinheiro, 4182, no bairro de Lourdes. Vale a pena conferir. Rosi Santiago

TÍTULO & MANCHETE - À guisa de esclarecimento e informação, para leitores não familiarizados com o jargão jornalístico: manchete e título não são a mesma coisa. O termo manchete se aplica à chamada principal de uma capa de jornal ou revista. Por extensão, o termo também se aplica a outras mídias, como rádio, TV ou portal de notícias. Por isso, considera-se uma redundância falar “manchete de capa” ou “manchete de 1ª página”. Pelo mesmo motivo, não se deve dizer “manchete da página 3”. Já título é... é título! É aquela frase ou palavra em destaque que encabeça um texto, abre-o, e convida o leitor à leitura. Pode anteceder qualquer tipo de texto: notícia, seção, artigo, reportagem, entrevista, nota. Em suma, pode-se dizer que toda manchete é um título, mas nem todo título é manchete.

José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com

F

No ateliê de Epaminondas Bassi, uma das mesas tem uma sustentação ousada, com parte de um manequim feminino

ASSINE ESTE FIGUEIRA ASSINATURA SEMESTRAL: R$ 30,00 ASSINATURA ANUAL: R$ 50,00 Ligue: 3022.1813


GERAL

9

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

Livraria abre aos domingos no centro de GV Livraria e conveniência funciona em uma loja que abre aos domingos e não aos sábados, com nova proposta de atendimento ao consumidor Gina Pagú / Repórter

Diórgenes Lessa

Com ares de comércio de cidade cosmopolita, a Hebron Livraria e Conveniência, abre uma nova filial bem no centro de Governador Valadares. Na esquina da Avenida Minas Gerais com Marechal Floriano uma loja de conveniências, mercearia, livraria, lanchonete e venda de uniformes escolares que vai funcionar aos domingos, e não aos sábados. De acordo com a assessoria de comunicação da loja, a proposta é mesmo inovar. “A nossa intenção é trabalhar com bem estar, saúde e literatura cristã. Dentre os alimentos, vale ressaltar que temos produtos integrais, orgânicos, sem lactose, sem glúten e kosher. Além de trabalhar com outros quatro departamentos, incluindo DVDs e CDs temáticos, materiais escolares, livros didáticos e uniformes para escolas cadastradas na loja. A nossa proposta de inovação é trazer tantas variedades em um mesmo local, proporcionando um melhor estilo de vida para o cliente.” A loja de cunho cristão que será inaugurada dia 1º de março desse ano, já está com as portas abertas, funcionará de segundas às quintas-feiras de 9h às 19h, de às sextasfeiras de 9h às 16h, aos domingos de 9h às 14h, mas não abrirá aos sábados. “Nossa inauguração está prevista para o início de março. Contudo, a loja já está em funcionamento. Temos planos de abrir filiais em Ipatinga e Teófilo Otoni. Quanto à loja funcionar aos domingos, e não aos sábados como de costume do comércio local, nunca achamos que seria um problema. Hoje podemos dizer que temos boa aceitação. E aos domingos, nossa ideia é atender àquelas pessoas que não têm tempo durante a semana.” Ainda segundo a assessoria, a escolha do local para instalação da loja foi pensada de forma estratégica, de maneira a atingir pessoas de todas as idades. “Podemos dizer que nossas variedades atendem aos públicos de todas as idades, principalmente aos

TAXA DE LIXO

Primeira parcela da Taxa de Resíduos Sólidos vence no próximo dia 24 Contribuinte poderá emitir a guia pelo site www.valadares. mg.gov.br

A Livraria Hebron fica nesta esquina histórica de Valadares, no prédio onde foi o Hotel Rio Doce

que desejam ter melhor qualidade de vida, criar novos hábitos e fazer uma reeducação alimentar. Quanto ao ponto escolhido para abrirmos a nova loja, foi sim intencional. Afinal, já tínhamos o mesmo comércio com um nome diferente, em outro local há mais de dez anos. Após mudarmos a gestão e, consequentemente, a proposta do estabelecimento, decidimos escolher uma das esquinas da Avenida Minas Gerais por ser

movimentada e atrair ao público desejado. Desde então, estamos alcançando o nosso objetivo. Além disso, nossa loja já existia há bastante tempo, para um público restrito e com menor variedade. Sentimos a necessidade de aumentar a demanda para auxiliar mais pessoas a cuidarem de sua saúde física e mental. Hoje, atendemos pessoas de todas as denominações e estamos satisfeitos com o resultado obtido.”

Direitos Humanos Paulo Vasconcellos

Qual a outra opção?

Em seu parágrafo 1º que: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. O artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) regulamenta o artigo 210 da Constituição com o texto. “O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997) Não questiono a laicidade do Estado brasileiro nem o ensino religioso. Mas, sua aplicação neste modelo submete aquela mãe ao medo da cultura da exclusão ao passo que é recorrente nas escolas, que alunos não optantes dessa disciplina, optando por outras áreas de conhecimento que não são obrigatórias nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, simplesmente são colocados numa biblioteca sem nenhum preparo para a cultura da leitura. Questiono ainda, o formulário que não consegue explicitar as opções ofertadas de forma facilitadora para a cultura do encontro. E, nesse quesito sim, questiono a Institucionalidade do ensino brasileiro que não garante a cultura do encontro a esses alunos que, veladamente serão educados em Direitos Humanos, juntos aos demais, na interdisciplinaridade transversal da educação em Direitos Humanos, que, sabe-se lá se realmente acontece. Pois, o fruto do velado é o desconhecido. Parabéns ao Papa Francisco e por enquanto somente a ele. A cultura do encontro realmente é muito importante para a mudança na educação.

O Papa Francisco, certamente dispensa frequentemente o pronome de tratamento, “Vossa Santidade”, em suas incursões pelo terreno do tratamento interpessoal. Justamente como foi mostrado em conversas pela web, com adolescentes de 5 países, no intento de promover a “cultura do encontro” e a “mudança pela educação”. Porém, se Francisco estivesse numa fila, para a matrícula de alunos, na Rede Pública de Ensino Fundamental do país que detém a maior população católica do mundo, ou seja, o nosso, Sua Santidade depararia com uma situação no mínimo constrangedora. A todos que queiram saber, a “cultura do encontro” é exatamente o contrário da “cultura da exclusão” e, o que vou transcrever agora é parte da entrevista feita a uma mãe no ato da matrícula do filho. A entrevistadora pergunta: — A mãe permite que o filho assista às aulas de ensino religioso? A mãe procura olhar o questionário sobre a bancada e ao ver o sim e o não, reluta a aquilo que não é nada óbvio. —Qual a outra opção? — Educação em Direitos Humanos. — Responde rapidamente a atendente, e aguarda. — Posso perguntar ao meu marido e responder amanhã?... Vale lembrar que o ato da oferta de optar ou não por essa disciplina esta garantido por lei: No artigo 210 da Constituição Federal reza que: “Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito Paulo Gutemberg Vasconcelos é educador social e preside o Conselho aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais”. Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos

O pagamento da primeira parcela ou parcela única da Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos – TRS (Taxa de Lixo) vence no dia 24 deste mês. A data foi alterada, pois os carnês começaram a ser distribuídos ontem. Porém, o contribuinte deve estar atento, pois a partir do mês de março o vencimento será no dia 10 de cada mês. Para aqueles que optarem pela quitação em parcela única, há um desconto de 10% sob o valor total. A TRS pode ser paga em até 10 parcelas. O contribuinte que não tiver recebido o carnê ou, ainda, que queira sanar qualquer dúvida, deve se dirigir à Central de Atendimento ao Contribuinte (CAC), no andar térreo da Prefeitura, de 7h às 17h. O comprovante de pagamento também pode ser retirado no site da Prefeitura pelo link: www.valadares.mg.gov. br/guiaonline. Lá, o cidadão deve clicar em guias online 2ª via e imprimir o boleto. A TRS é utilizada, exclusivamente, para a coleta, transporte e destinação final do lixo.

SESC oferece cursos de Arte e Cultura em GV Inscrições são gratuitas e vão até 18 de fevereiro, na secretaria da unidade O Sesc Governador Valadares está com vagas abertas para Cursos de Arte e Cultura. As inscrições podem ser feitas até 18 de fevereiro na secretaria da unidade (avenida Veneza, 877, Grã-Duquesa) para os cursos de artes visuais (fotografia adulto e fotografia juvenil), dança (iniciação à dança e iniciação à dança adultos), música (iniciação ao violão infantil e iniciação ao violão adulto) e teatro (iniciação para crianças, iniciação para adolescentes e iniciação para adultos). As atividades são totalmente gratuitas e as aulas terão início em 9 de março. As ações educativas de arte e cultura oferecidas pelo Sesc são realizadas semestralmente com cargas horárias que variam entre as modalidades disponíveis. Os cursos são voltados para crianças, adolescentes, jovens e adultos interessados em desenvolver habilidades artísticas. Serviço Cursos de Arte e Cultura em Governador Valadares. Modalidades: Artes visuais - fotografia adulto e fotografia juvenil. Dança - iniciação à dança e iniciação à dança adultos. Música - iniciação ao violão infantil e iniciação ao violão adulto. Teatro iniciação para crianças, iniciação para adolescentes e iniciação para adultos. Prazo de inscrição: até 18 de fevereiro. Início das aulas: 9 de março. Inscrições e realização: Sesc Governador Valadares (avenida Veneza, 877, Grã-Duquesa). Gratuito - Informações sobre o evento (público): (33) 2102-9800


CORRESPONDENTES

10

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

Café com Leite

Ecos de Palmares

Marcos Imbrizi / De São Paulo

Ano Afro

Divulgação

Quem é mais que Deus? Aqui, como Deus, você coloca o seu Deus, a força superior que te rege. Muitos O chamam de Javé, Jesus, Olorum, Oxalá, Zambi, Pai, Alá e tantos outros nomes. Mas o que importa é que Ele exista para você, pois só assim me entenderá. Quantas vezes nos julgamos melhores que os outros, não é? E por quê? Se Deus é Pai e somos todos seus filhos, não deveríamos viver como irmãos? Não o fazemos porque supomos que temos o direito de julgar, o que não nos é permitido por Deus, exatamente porque acabamos por condenar e quem somos nós para condenarmos uns aos outros?

Campanha pela aprovação da Lei da Mídia Democrática ganha importante reforço No início deste mês os organizadores da campanha ‘Para expressar a liberdade’ deram um importante passo no sentido de conquistar apoio para a aprovação da Lei da Mídia Democrática. Está disponível na página da iniciativa na internet um formulário que pode ser preenchido online. O endereço é http://paraexpressaraliberdade.org.br/assina. php. Eu já assinei. Lançada em 2012, a campanha tem por objetivo modernizar o Código Brasileiro de Telecomunicações, datado de 1962, e que regulamenta o funcionamento de rádios e televisões brasileiras. ‘Temos uma lei velha e que representa valores velhos. São 50 anos de negação da liberdade de expressão e do direito à comunicação para a maior parte da população. Por isso, precisamos de uma nova lei para este novo tempo que vivemos. Um tempo e afirmação da pluralidade e da diversidade. De busca do maior número de versões e visões sobre os mesmos fatos’, informa o sítio da campanha na rede de computadores. O sítio lembra ainda que todas as democracias consolidadas em todo o mundo, como os EUA, a França, Portugal e Alemanha, entre outros, contam com mecanismos democráticos de regulação dos meios de comunicação. E o mais importante, ao contrário dos opositores da campanha, em nenhum destes países a regulamentação é considerada impedimento à liberdade de expressão. Pelo contrário, ela é a sua garantia! Sem a regulamentação democrática, a comunicação produz o cenário que Governador Valadares e o Brasil conhece bem: a concentração dos meios de comunicação nas mãos de algumas poucas pessoas e a ausência de pluralidade e diversidade. Entre os pontos importantes do projeto destacam-se a participação social, a universalização dos serviços essenciais, a regulamentação do artigo 223 da Constituição Federal, que determina a complementaridade dos sistemas

público, privado e estatal de comunicação, o fortalecimento das rádios e TVs comunitárias, a proibição de outorgas para políticos e o limite à concentração dos meios de comunicação, entre outros pontos. Nestes quase três anos os organizadores já conseguiram mais de 100 mil assinaturas, mas são necessárias cerca de 1,5 milhões de assinaturas para que o projeto seja encaminhado para o Congresso Nacional. Com certeza a nova ferramenta será um importante reforço. A campanha ‘Para expressar a liberdade’é organizada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e tem o apoio de centenas de entidades da sociedade civil como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), e os coletivos Intervozes e Barão de Itararé. Rosane Bertotti, coordenadora-geral do (FNDC), afirma que a iniciativa é uma forma de ampliar a visibilidade da proposta e o diálogo com a sociedade. “Nosso projeto articula propostas para regulamentar a Constituição e, acima de tudo, quer dialogar com a sociedade. Acho que a experiência de participação social na construção do Marco Civil da Internet nos mostra que a rede é um instrumento eficiente para articular a sociedade em torno das causas democráticas, por isso, nossa expectativa é de que o apoio à Lei da Mídia Democrática ganhe mais amplitude”, finaliza. Mais informações, bem como a íntegra do projeto de lei, materiais de divulgação como spots para rádio e TV, um guia de mobilização e banners para a Internet estão disponíveis em: http://paraexpressaraliberdade.org.br/index.php/participe/materiais Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

MEMÓRIA

O velho estádio da Estação Quando o futebol se iniciou no distrito de Figueira as partidas de futebol eram disputadas em um campo localizado onde hoje está o Colégio Franciscano Imaculada. Com o surgimento do Democrata, em 1932, o nosso time conquistou o direito de fazer seus jogos em um campo localizado no quarteirão onde hoje está a Mobiliadora Brasil, perto da Rodoviária. Figueira virou Governador Valadares, a cidade foi crescendo e o Democrata mudou de endereço, disputando seus jogos em um campo onde hoje está a Estação Ferroviária e a Praça da Estação. Nos 83 anos do Democrata, apresentamos ao nosso leitor, o palco das brilhantes jornadas do Demô, “o campo da Estação”. O Democrata tem história. Quem é DEMOCRATENSE de verdade se orgulha dessa história.

Deus quer bem a todos os seus filhos, sejam como forem, e tu és filho de Deus por isso a Igreja te aceita como és”, terá dito o Papa Francisco quando telefonou ao espanhol de 48 anos, transexual, que chegou a ser apelidado por um padre de ‘filha do diabo’

Recebemos nos últimos tempos, sinais de que devemos estar atentos ao mandamento maior de Deus para nós. O papa Francisco está abrindo a igreja para os desprezados, discriminados da sociedade, vejamos a seguir. “Deus quer bem a todos os seus filhos, sejam como forem, e tu és filho de Deus por isso a Igreja te aceita como és”, terá dito o Papa Francisco quando telefonou ao espanhol de 48 anos, transexual, que chegou a ser apelidado por um padre de ‘filha do diabo’, para marcar os pormenores da sua ida ao Vaticano. Essa atitude do papa, entre outras, nos chama a prestar mais atenção no que Deus quer de nós e para nós. Pela primeira vez um papa recebe um transexual no Vaticano, esse mesmo servo de Deus falou e tem falado contra o racismo e todo tipo de discriminação, mal que ta destruindo as relações de filhos e irmãos que devemos ter, porque ao final é só isso que importa e que devemos uns aos outros, amor verdadeiro e desinteressado. Que atitude bonita e sincera do Papa. Que ela nos sirva de lição, a todos nós: católicos, crentes, evangélicos, de religião de matriz africana (que por sinal é a que melhor acolhe), seja de que religião for, pois afinal, “Quem é mais que Deus?”

Ana Aparecida Souza de Jesus, Ana Afro, é pedagoga, especialista em Gênero, Raça e Diversidade na Escola (UFMG), ativista do Movimento Negro e da Pastoral Afro Brasileira. É membro do Cicon- GV – Conselho de Integração da Comunidade Negra de Governador Valadares.

Museu da Cidade


CULTURA E ESPORTE 11

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

Histórias que a bola não conta Hadson Santiago

Vitórias inesquecíveis e os 83 anos do Democrata Todos nós sabíamos que a tabela do Campeonato Mineiro 2015 seria ingrata para o EC Democrata nas três primeiras rodadas. Havia, entretanto, a esperança de que a equipe conseguisse bons resultados, apesar das dificuldades. Infelizmente, não foi o que aconteceu nos jogos contra o Cruzeiro (derrota por 2x1) e Boa Esporte (outro revés, desta vez por 2x0). Para completar a “tríplice pedreira”, a Pantera vai a Belo Horizonte enfrentar o Atlético Mineiro no Estádio Independência, eterno campo do Sete de Setembro FC. Não vai ser fácil, claro, mas tudo é possível no mundo do futebol. E a história mostra isso. A Pantera só venceu o Atlético Mineiro em quatro oportunidades, sendo um amistoso e três partidas pelo Campeonato Mineiro. Em 01/03/1964, as duas equipes jogaram amistosamente em Governador Valadares e o Democrata venceu por 3x1. A peleja foi disputada no Estádio Armando Vieira, cancha que pertencia ao CA Pastoril. O estadinho não existe mais. Localizava-se onde hoje se situa o Bairro Universitário, próximo à Rua Israel Pinheiro. Os moradores mais antigos ainda contam maravilhas da rivalidade entre Pastoril e Democrata. Mas, isso é uma outra história... A segunda vitória democratense ocorreu em 06/10/1982, em pleno Mineirão, em partida válida pelo Campeonato Mineiro. O Democrata montou uma boa equipe e, após 36 jogos, terminou a competição em 8º lugar. Sim, caro leitor, foram 36 partidas disputadas pela Pantera no Campeonato Mineiro, sendo 22 pela primeira fase e 14 pelo octogonal final. A disputa teve sete meses de duração. Naquela época, as competições estaduais ocupavam grande parte do calendário e eram prestigiadas e respeitadas. Só havia, além dos estaduais, o Campeonato Brasileiro. Somente duas equipes do país disputavam a Taça Libertadores da América. Quem, hoje, critica e denigre a imagem dos campeonatos estaduais não conhece a história dessas competições e não sabe que eram elas que mantinham os clubes em atividade. A bilheteria era a maior fonte de renda de um time de futebol. Faltam, no mínimo, respeito e conhecimento histórico. Voltando ao confronto entre Atlético Mineiro e Democrata, foi em 1982 que a Pantera conseguiu seu segundo triunfo sobre o time da capital. O ponta-esquerda Giba, no primeiro tempo, abriu o placar para a Pantera, aproveitando um cruzamento da direita. Na base do abafa, Toninho Cerezo empatou no final da primeira etapa. Logo no início do segundo tempo, com poucos segundos de partida, Dudu Maravilha, o irmão do Fio e do Conde Germano, pôs o Democrata de novo em vantagem, aproveitando uma bela troca de passes na entrada da área atleticana. O time da capital jogou todo o segundo tempo pressionando e contando com um grande

Campeonato de Parapente está com inscrições abertas Vem aí, do dia 1° a 7 de março, no Pico da Ibituruna, a primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Parapente. A iniciativa da Associação Brasileira de Voo Livre (ABVL), em parceria com a Associação de Voo Livre Ibituruna, conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer. Valadares sediará a competição nas categorias Open, Sport e Feminino. Para se inscrever na competição, é necessário que o piloto esteja habilitado no 3° nível para praticantes de parapente, além de estar em dia com a anuidade da ABVL. As inscrições podem ser realizadas pelo site: www.abvl.net. A confirmação das inscrições e a distribuição do kit do campeonato acontecerão no dia 28 de fevereiro, das 16h às 20h. O QG da competição funcionará no 2º andar do Hotel Real Minas, localizado na Praça Serra Lima, 607, Centro. Os resultados das provas serão publicados diariamente no site da ABVL, a partir das 21 horas. A premiação alcançará os R$ 10 mil.

Comércio fecha as portas no feriadão de carnaval O Sindicato do Comércio de Governador Valadares (Sindicomércio) informou que em função do Carnaval, nos dias 16 e 17 de fevereiro, o comércio em geral - inclusive supermercados e hipermercados - não poderão funcionar. A segunda-feira, segundo o Sindicomércio, possui efeito de feriado em função da comemoração do Dia do Comerciário. Já a terça-feira é feriado em todo o território nacional. As alterações citadas não se aplicam, a Drogarias e Farmácias, que obedecem a lei Federal n° 5.991/73, artigo 56. O Sindicomércio lembra ainda que na quarta-feira (18), os empresários abrirão as portas normalmente.

Hadson Santiago

O Estádio Armando Vieira, do Pastoril, foi palco de um jogo entre Democrata e Atlético, como vitória do Democrata, em 1964

reforço, o árbitro. Este expulsou o goleiro democratense Luís Sérgio. Mesmo com um jogador a menos, a Pantera segurou o placar e venceu a partida. Em 1994, o Democrata sagrou-se tetracampeão mineiro do interior e, mais uma vez, fez ótima campanha no Campeonato Mineiro. Além de vencer o América no Estádio Independência por 1x0, a Pantera também derrotou o Atlético no Mineirão pelo mesmo placar, gol de Gute aos 39 minutos do primeiro tempo, no dia 02/03/1994. A equipe valadarense se impôs em campo, tocou a bola e conseguiu segurar o ímpeto do adversário. E, mais uma vez, o Democrata saiu vitorioso do Gigante da Pampulha. O ano de 2007 marcou a última vitória democratense sobre o Atlético Mineiro. O Democrata sagrou-se campeão mineiro do interior pela quinta vez (1991/92/93/94 e 2007) e conseguiu mais uma vitória sobre o alvinegro da capital, a primeira no Estádio José Mammoud Abbas. Em partida realizada no dia 08/04/2007, o Democrata derrotou o Atlético por 2x0, com gols de Leandro Carrijo e Amílton, o “Terror do Mamudão”. Com total domínio do jogo e apresentando um futebol envolvente, a Pantera venceu com méritos e impôs ao Atlético Mineiro uma derrota incontestável. Foi uma tarde de grande alegria e comemoração no Estádio

José Mammoud Abbas. As vitórias democratense sobre o Atlético ao longo da história foram poucas, é verdade, mas todas estão eivadas de emoção, garra e determinação. E são, por isso, inesquecíveis para o torcedor da Pantera. Na sexta-feira, 13 de fevereiro, comemora-se o aniversário de fundação do Esporte Clube Democrata. São 83 anos de glórias. Parabéns a esse clube de enormes tradições no futebol mineiro e que enche de orgulho a cidade de Governador Valadares. Não é fácil se manter em atividade por tanto tempo. Seja no amadorismo ou no profissionalismo (o Democrata disputa competições profissionais desde 1964), a Pantera já deixou seu nome gravado na história do futebol bretão. O sonho do torcedor democratense é facilmente identificado: que o Democrata possa ter um estádio moderno e que tenha condições de disputar campeonatos durante toda a temporada, trazendo alegria e grandes eventos a toda região. Afinal, Democrata, “és o orgulho do Vale do Rio Doce”, como diz a letra do hino de autoria do Velho Rosa. Parabéns, Pantera! Hadson Santiago Farias é democratense desde o dia em que nasceu.

CRÔNICA

A gordurinha nossa de cada dia Gina Pagú / Repórter Se não é pela gula, por onde mais ganhamos tantos quilos? É no prazer de comer mesmo. Outro dia numa lanchonete do centro, eu e a Rosi Santiago, colega do Jornal Figueira, paramos para fazer aquele típico lanche do fim da tarde em Valadares. Coxinha com suco de laranja ou uma Coca KS, por favor! A fome apertou e fomos direto para o Laranjão. Papo vai e vem e ela me disse antes de morder a coxinha: - Eu adoro esse prazer de devorar os alimentos quando estou com fome. E ficamos falando de que engordamos e emagrecemos, se está bom assim e assado. O fato é que comer é bom demais. Do chiquérrimo caviar até o churrasquinho cheiroso da esquina da Afonso Pena, lá no BNH do São Pedro. É uma maravilha pensar num X-Tudo às 11 da noite, depois da faculdade. Sem contar o prazer de pegar o ônibus da Valadarense ao meio dia, morrendo de fome, e chegar em casa quase às 13h para em 10 minutos engolir o prato de arroz com feijão, bife, ovo, tomate na hora do almoço. E voltar correndo para o trabalho, no calorão de 36 graus que tem feito nas últimas semanas. Ou tomar mais de um litro de refrigerante e sentir aquela sensação de ter a barriga bem cheia. Porque quase ninguém consegue ficar só ‘satisfeito’, precisamos comer para empanzinar. É uma loucura o que fazemos com nossa saúde, mesmo diante de uma caixa com mais de 50 sushis, afinal comida japonesa é leve, não engorda. E aí enfiamos a cara mesmo, e tome cerveja por cima pra completar a ofensa digestiva. Mas voltando ao Laranjão, eu na verdade fiquei foi de olho na coxinha que a Rosi pediu, porque eu fui dar uma de que fritura faz mal pro estômago e engorda, e fui lá e pedi uma empada. Até que estava boa, mas a fritura tem mais sabor não é mesmo? Afinal a coxinha foi um salgado inventado lá nos tempos da Princesa Isabel, já foi chique pra dedéu e hoje figura a nossa culinária, de festas requintadas aos botecos de esquina. O fato é que engordamos sem ver quando estamos ansiosos e descontamos tudo na alimentação sem controle. E de pouco a pouco ganhamos, 10, 20 e até 30 quilos. Depois ficamos morrendo de remorso para tentar voltar ao peso ideal. Não estou dizendo que ser gordinho é um pecado, temos que viver bem com nós mesmos. Quero dizer que comer tem que

ser mesmo um prazer e não uma válvula de escape. E que a palavra comer nos dá uma conotação sexual, em forma de gíria, ou o mais usual significado do verbo comer que é alimentar-se de algo. E mesmo assim ambos significados dão prazer ao homem, e todos dois devem ser moderados, porque podem remeter ao vício sexual ou ao vício do alimento em excesso. Eu sei que o prazer da gordurinha nossa de cada dia não pode nos torturar, tem que ser sutil, tem que ser bom. O sexo também, claro. Mas eu sei que é fisiológico e não vamos nunca conseguirmos nos livrar do prazer de comer. E que quase sempre teremos o olho maior que a barriga, e olha que esse é mil vezes melhor. Só sei que quero continuar fazendo os tradicionais lanches, e compartilhando sempre do prazer de comer e comemorar com a família e amigos. Que venham as coxinhas, as Cocas, as pizzas, os sushis – mas muitos, e uns brigadeiros bem brasileiros, um pratão de macarrão com queijo, um sanduiche do Subway também não é nada mal. Bem, tem açaí também, cachorro-quente, lasanha? Almoço na casa da avó? E será que cabe mais alguma coisa?


FUTEBOL

12

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de fevereiro de 2015

Pantera tem mais um jogo difícil em BH Jogo faz parte da “tríplice pedreira”, que impôs à Pantera três confrontos seguidos contra Atlético, Cruzeiro e Boa Esporte, no início do Mineiro Tim Filho / Repórter

Rubens Júnior / Assessoria de Imprensa do ECD

Parada dura, parada torta, “tríplice pedreira”, enfim, não faltam nomes para o conjunto de três jogos iniciais do Democrata no Campeonato Mineiro. O time de Gilmar Estevam estreou contra o Cruzeiro, em casa, depois foi à Varginha enfrentar o Boa Esporte (que em 2014 por pouco não ascendeu à Série A do Brasileirão), e neste sábado, às 19h30, enfrenta o Atlético, no Horto. Apesar da dureza, Gilmar Estevam diz que ninguém foi enganado e todos sabiam dessa dureza. Como não tem saída, a saída é jogar e buscar a vitória. Para isso, Gilmar Estevam vai manter o time jogando ofensivamente sem se descuidar da marcação no meio campo. Terá a volta do meia Paulinho, que fez uma boa estreia contra o Cruzeiro, mas teve uma lesão muscular. Mas não poderá ter o retorno de Jadson, na zaga. O zagueiro foi vetado pelo médico do clube. O time viajou na quinta-feira à tarde para Belo Horizonte, descansa na sexta-feira pela manhã, e faz treino à tarde na Toca da Raposa II. No jogo de domingo contra o Boa Esporte, em Varginha, o time sofreu a sua segunda derrota, por 2 x 0. Gilmar Estevam foi expulso depois de reclamar muito da arbitragem, que na sua opinião não marcou um pênalti em favor da Pantera. O time atuou bem, mas em dois descuidos da defesa, levou os dois gols, que deram a vitória ao Boa. Aniversário Nesta sexta-feira, o Esporte Clube Democrata comemora os seus 83 anos de existência. O time surgiu no distrito de Figueira, em 1932. O presente que a Pantera vai ganhar (ou já ganhou) é o novo estádio, que deverá ser construído em breve, pelo menos é o que garante o presidente Edvaldo Soares dos Santos. Segundo ele, o Democrata já venceu dificuldades iniciais, como a aprovação da lei que garantiu a alienação do terreno onde está loalizado o Mamudão, que permite ao Democrata fazer uma negociação com um empreendedor, que vai construir o novo estádio e, em troca, ficar com o terreno da Rua Osvaldo Cruz. Sempre otimista, Edvaldo também acredita que o time vai se encaixar no Campeonato Mineiro e conseguir vaga para a Série D do Brasileirão.

O zagueiro Ricardo Duarte jogou muito bem em Varginha e espera ter o mesmo desempenho no Horto, marcando os atacantes do Galo

Canto do Galo Rosalva Luciano

Vou lutar por esta camisa Cárdenas desembarcou no Aeroporto de Confins, traz muitas esperanças aos corações alvinegros e foi logo agradando com palavras: “Vou lutar muito por esta camisa. Estou muito feliz em chegar ao Brasil e por todo o apoio que tenho recebido. Espero ganhar muitos títulos aqui”, afirmou o meio-campista. Se os exames não constatarem problemas físicos, Cárdenas assina contrato de empréstimo com o Atlético para até o fim deste ano, com a opção de compra pelo clube. Ele foi apresentado na sexta-feira, dia 6, na Cidade do Galo. É muito legal quando um jogador faz opção pelo time da gente e ele disse ter tido várias propostas e a nossa estrutura, nossa torcida que empurra os jogadores, a Libertadores para disputar aguçaram ainda mais a vontade de vir para cá. Vai disputar a posição e quer ganhar a titularidade o quanto antes. “Estou muito feliz com o interesse deles, porque querem que eu faça parte do projeto deste ano. Obviamente vou com toda a disposição para brigar por um lugar no time e mostrar o meu talento”, assegura Cárdenas. Jogo de grande importância apesar de não parecer. Em Patos de Minas contra o Mamoré testamos o nosso time quanto a jogar num campo onde as condições não são as melhores, enfrentamos uma marcação cerrada e forte do adversário e não poderia faltar um pênalti para o Vitor defender. Tá aí o caminho certo para fazer bonito na Libertadores. Dia 18 está chegando. Construimos um placar de 2 x 0 e isto nos deixa na ponta da tabela. Marcaram para o Atlético Jemerson e Luan, numa pintura de gol que enfeitou ainda mais a partida com um futebol bem alegre. Vitor como sempre evitando resultados não esperados, não deixou que as nossas redes recebesse bolas que mu-

Fanpage do Galo

dam a história. Dátolo para mim teve a sua primeira atuação discreta neste ano. Como maestro do time chego a pensar que o campo prejudicou o seu modo de conduzir, passou a desafinar, mas não comprometeu em nada. Escutando suas entrevistas, ele mostrou tranquilidade quanto ao desempenho, disse estar feliz pelo conjunto. Lucas Pratto segue encantando pela presença de área, tem muita técnica e foi dele o passe para o Jemerson fazer o primeiro gol. Não movimenta muito pelo campo e nem troca de posição com os companheiros, mas o fato de estar fixo na grande área faz aumentar suas possibilidades de ganhar bolas. Que venha o Democrata desta linda cidade... time que sempre teve o meu carinho especial, afinal meu marido já vestiu profissionalmente esta também camisa alvinegra, amada no Vale do Rio Doce. Claro que estarei no Horto.

Estou muito feliz com o interesse deles, porque querem que eu faça parte do projeto deste ano. Obviamente vou com toda a disposição para brigar por um lugar no time e mostrar o meu talento.

Rosalva Campos Luciano é professora e apaixonadamente atleticana.

Cárdenas promete lutar pela camisa do Galo


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.