Figueira 9

Page 1

www.figueira.jor.br

O fim de semana em Governador Valadares terá sol entre nuvens e pode chover. www.climatempo.com.br

facebook.com/600139720076533 twitter.com/redacaofigueira

30o 19o

MÁXIMA

ANO 1 NÚMERO 9

Não Conhecemos Assuntos Proibidos

MÍNIMA

FIM DE SEMANA DE 22 A 25 MAIO DE 2014

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EXEMPLAR: R$ 1,00

Estrada para o IFMG continua primitiva Fábio Moura

LEIA NESTE FIGUEIRA

Grãos, granito e material de construção no Terminal Integrado de Cargas

Estrada foi aberta na época do distrito de Figueira, no fim do século 19, e continua do mesmo jeito: poeira em tempos de estiagem, barro e lama no período das chuvas. A estrada que dá acesso ao Instituto Federal Minas Gerais - IFMG, alvo de reclamações e protestos por causa da falta de pavimentação, continua como era desde os tempos do distrito de Figueira, quando servia como ligação com o município de Nova Filadélfia (atual Teófilo Otoni). Em tempos de estiagem, buracos e muita poeira são os problemas. “Quando chove, a estrada se transforma em atoleiro. Tem vez que não dá pra vir de jeito nenhum. Fica perigoso demais. Mas tem vez que dá. Teoricamente dá. A gente vem pra não deixar o aluno vir no barro. Vem por nossa conta”, disse Lidiomar Pereira, 32, motorista da Empresa Valadarense. Páginas 6 e 7

A instalação do Terminal de Cargas Multimodal em Governador Valadares foi discutida na Câmara no dia 16. O encontro foi uma iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, que convidou para a reunião na Câmara, lideranças econômicas, sociais, políticas, e representantes da empresa Valor de Logística Integrada – VLI, para discutirem a instalação deste terminal. Durante o encontro, o superintendente da Receita Estadual de Minas Gerais, Marcos Vinícius da Cunha, apresentou dados atualizados que demonstram que na região Leste de Minas são produzidas cerca de 500 toneladas de granito, “que são as melhores pedras do mundo”. Página 4 Rafael Ribeiro/CBF

Depois de 10 anos sem sediar competições internacionais, Valadares volta a ser destaque no mundo com o voo livre Páginas 9

Neymar está entre os convocados de Felipão

PARLATÓRIO

Seleção Brasileira se apresenta nesta segunda A Seleção Brasileira de futebol vai se apresentar nesta segunda-feira (26) na Granja Comary, em Teresópolis, RJ. Após a apresentação, os jogadores farão exames médicos. O clima de Copa já toma conta da cidade e a articulista do Figueira, Ana Paula Barbosa, quer todo mundo na rua, fazendo festa e vestindo verde e amarelo. Ainda sobre futebol, o Figueira tem novo articulista nesta editoria. O professor Hadson Santiago, fanático torcedor do Cruzeiro e do Democrata, passa a assinar a coluna “Toca da Raposa”. Página 12

Onde termina o asfalto da Av. Minas Gerais começa a poeira, os buracos, e quando chove, tudo isso vira atoleiro

A situação precária dos cemitérios públicos de Governador Valadares pode ser solucionada com a concessão dos serviços administrativos para uma empresa privada. É o que pensa o secretário municipal de Serviços Urbanos, Seleme Hilel Neto. Ele diz “sim” à concessão. Marcion Ferreira, que já foi gerente de cemitérios e capelas da Prefeitura pensa o oposto. Ele diz “não” à concessão. Para ele, o governo municipal precisa administrar os cemitérios com competência. Página 2

LEIA MAIS

Posse de Dom Félix

Habemus episcopum! A Diocese de Governador Valadares tem novo bispo: Dom Antônio Carlos Félix. Ele foi empossado no domingo passado, em uma cerimônia solene que reuniu o clero e pessoas das comunidades na Catedral de Santo Antônio, no centro da cidade. Não havia nem mesmo como circular em automóveis nas imediações do templo. O trânsito foi modificado para a segurança das pessoas que passavam pelo local. Dom Félix foi empossado por seu antecessor, Dom Werner Siebenbrock. Página 5

Fábio Moura

A arte do grafite Pedro Henrique Paranha Martinsé um jovem de 23 anos, que não veio do tempo do Império Romano, quando foram encontrados os primeiros vestígios da arte do grafite, nem da década de 1970, quando esta arte apareceu nos Estados Unidos. Ele é valadarense, do nosso tempo, e assina seus trabalhos como Pedro Stryper. É grafiteiro de emoções contidas e palavras não ditas. Conheça o trabalho deste artista genial na Página 11


2

OPINIÃO

Editorial

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio 2014

Tim Filho Vai ter Copa?

Figueira-Filadélfia Esta edição traz reportagem especial sobre o novo vetor de desenvolvimento da cidade, a continuidade da Avenida Minas Gerais, no leito da antiga rodovia de terra que ligava Figueira a Filadélfia, hoje Teófilo Otoni. Ali, além de vários loteamentos, alguns em obras e outros à espera de aprovação, está uma comunidade acadêmica de quase mil pessoas no Campus Valadares do IFMG – Instituto Federal Minas Gerais, está o projeto da Cidade Judiciária, o projeto do novo quartel do Corpo de Bombeiros, assim como as obras em bom andamento do Hospital Regional. Dali também sairá a Avenida Universitária a ligar os dois campi federais, do Instituto e da Universidade. Lama, poeira e sonhos, tudo em uma narrativa cativante e bem elaborada. Medo do Sindicato Os Sindicatos no Brasil têm algumas regalias. Tanto os de trabalhadores quanto os patronais. Uma delas atenta contra as regras democráticas de transparência – não são obrigados a publicar balanços, não prestam contas do que arrecadam e como gastam o dinheiro dos trabalhadores, associados ou não. Não bastasse isso, alguns têm se tornado verdadeiras gangues. Na quarta-feira, na cidade de São Paulo parada por causa de uma greve não declarada, motoristas de ônibus indefesos falavam de homens armados do próprio sindicato de motoristas a obrigá-los a parar. O noticiário trazia “Motoristas dizem que param ônibus nas ruas de SP por medo do sindicato”. O direito de greve do trabalhador vira opressão da máquina sindical e das gangues sindicais contra o trabalhador. Essa armadilha não pega apenas o trabalhador, pode atrasar o país. Quando presidente, Lula dizia que o “Brasil não pode ficar refém dos grupos corporativos”. No livro recém-lançado “Por que o Brasil cresce pouco”, do economista Marcos Mendes, ele aponta uma “interação muito peculiar entre democracia e desigualdade, que coloca o Estado em permanente assédio por grupos de pressão, com resultados prejudiciais ao crescimento em termos fiscais, tributários, trabalhistas, regulatórios e de infraestrutura e política comercial.” Traduzindo, “se a farinha é pouca, o meu pirão primeiro”. Nada de projeto de nação, nada de responsabilidade coletiva. Como os recursos são poucos para se instalar o Estado de Bem Estar Social previsto na Constituição Federal, cada grupo tenta arrancar a sua parte, à força, pelo medo, se necessário. O risco de banalização da greve A ilegalidade de uma greve, quando declarada pelo Poder Judiciário, não se volta contra o direito de greve. Trata-se de uma visão estritamente ligada ao direito público subjetivo que o cidadão possui, de receber o serviço público sem qualquer paralisação. E é nesse sentido que se propõe uma ação civil pública no Tribunal de Justiça. Especificamente, sobre uma possível prisão de um diretor sindical, por exemplo, esta se daria apenas e tão somente por este, na hipótese, não estar cumprindo uma decisão judicial, ato este tipificado no código penal como crime. Trata-se, assim, de uma específica relação entre o diretor sindical que recusa-se a cumprir a decisão para com o Poder Judiciário. Ou seja, não há nenhuma criminalização da greve, sequer negação desse direito. Ao contrário, é antídoto para a banalização do direito de greve. Da mesma forma que o direito de greve é previsto em um Estado Democrático de Direito, o cumprimento de uma ordem judicial, também, possui precisão no mesmo Estado Democrático. O acordo feito entre a Prefeitura de Valadares e o Sindicato de Servidores, no Tribunal de Justiça, em BH, na quarta-feira, definiu o retorno ao trabalho às 6 horas da manhã do dia 23. Estendeu até 10 de agosto o prazo para a Secretaria de Saúde definir e organizar o plantão de 12 X 36 no hospital, ponto que o sindicato usou para arrastar o arremedo de greve. Restou vencido pela razoabilidade da proposta. Foi retirado o encaminhamento de prisão do presidente do sindicato. É adequado que o conjunto de cidadãos esteja atento às negociações de agora por diante, em que o sindicato tentará fazer prevalecer o pagamento dos dias não trabalhados. Ou seja, greve remunerada, à custa da qualidade do serviço de saúde, do imposto de todos nós. Atentos!

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-83 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3277.9491 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Áurea Nardely de M. Borges MG 02464 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo

Conselho Editorial Áurea Nardely de Magalhães Borges Edvaldo Soares dos Santos Jaider Batista da Silva João Bosco Pereira Alves Lúcia Alves Fraga Regina Cele Castro Alves Sander Justino Neves Silvia Perim Sueli Siqueira Maria Terezinha Bretas Vilarino Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Parlatório

A concessão dos cemitérios públicos de Valadares a empresas especializadas pode trazer modernização e dignidade?

A concessão é urgente e necessária SIM

Seleme Hilel Neto

A concessão dos serviços funerários e manutenção dos cemitérios de Governador Valadares é uma saída inteligente e eficiente para o problema que atualmente afeta os nossos cemitérios, que pecam pela falta de infraestrutura adequada ao atendimento à população. É público e notório que o setor privado tem mais capacidade de investimentos, menos entraves burocráticos e mais agilidade na implantação de medidas administrativas que o setor público. Um exemplo claro deste entrave é a inexistência de um fundo exclusivo para receber os recursos advindos da venda de lápides e outros serviços prestados pelos cemitérios públicos, como os da Paz, Santo Antônio e Santa Rita. Toda esta receita vai o fundo único municipal, sendo destinado a outras despesas municipais. Neste caso, ficamos de mãos atadas, não temos condições de fazer a limpeza dos cemitérios com a frequência necessária e exigida pelo contribuinte. A concessão vai acabar com este problema, que é o de maior visibilidade e o que mais gera reclamações. Uma empresa privada poderá não só melhorar a qualidade do serviço prestado, como também investir em infraestrutura, dando mais conforto às pessoas que velam seus entes queridos nas capelas velório, que os sepultam e depois visitam os túmulos. Atualmente este conforto não existe. Um cemitério como o da Paz, no bairro Altinópolis, possui grande capacidade para ter mais túmulos, ocupando o terreno de forma horizontal ou vertical. A verticalização pode ser uma alternativa para o aumento de capacidade, como foi feito em vários cemitérios de outras cidades. Equivocadamente, algumas pessoas que se posicionam

contra a concessão, afirmam que os custos dos serviços aumentarão de forma espetacular e que as pessoas de menor poder aquisitivo terão de desembolsar grandes quantias para comprar uma lápide ou pagar pelos serviços em um cemitério cuja administração foi concedida a uma empresa privada. Esta é uma ideia equivocada. Todas as cobranças feitas serão definidas pelo município, ninguém será explorado pela empresa concessionária. Além disso, será mantida a gratuidade nos serviços para as pessoas que não podem pagar, limitada a 10% para enterros sociais. Esta medida está prevista até para o cemitério particular existente na cidade. Atualmente são cerca de 350 enterros sociais por ano em nossos cemitérios e este benefício será mantido quando uma empresa concessionária administrar os cemitérios.

Uma empresa privada poderá não só melhorar a qualidade do serviço prestado, como também investir em infraestrutura, dando mais conforto às pessoas que velam seus entes queridos nas capelas velório, que os sepultam e depois visitam os túmulos. Atualmente este conforto não existe.

Precisamos modernizar este serviço, ter maior agilidade na tomada de decisões e oferecer ao público condições dignas para velar e sepultar seus entes queridos. Esta é uma medida que deu e dá certo em outras cidades. A concessão é urgente e necessária. Seleme Hilel Neto é secretário municipal de Serviços Urbanos

Os cemitérios públicos precisam de competência administrativa e não de concessão NÃO

Marcion Ferreira

Muito tem se falado sobre o estado de degradação dos cemitérios públicos de Governador Valadares, que estão em total precariedade. O assunto foi tema de reportagem neste jornal e motivou debates sobre a questão, que é muito importante. A concessão dos serviços relacionados aos cemitérios foi apresentada como solução para os problemas de infraestrutura e atendimento ao cidadão. A administração dos cemitérios, nas mãos da iniciativa privada, por meio de concessão, é apontada por muitos como exemplo de eficiência. Mas a coisa não é bem assim. Onde está a eficiência do serviço público? Os representantes do povo são eleitos para gerir o serviço público com eficiência, respeito ao cidadão e zelo pelo dinheiro público. Quando se mostra incapaz, repassa a sua obrigação para a iniciativa privada e deixa o povo à mercê da ganância de empresas? Isso está errado. Não é assim que se deve agir. O governo municipal, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e do Departamento Funerário precisa e deve administrar com eficiência e rigor os recursos públicos. E para que isso aconteça, basta criar o um fundo para tal fim. Nós temos cerca de 7 mil túmulos nos cemitérios municipais. A cobrança de uma taxa anual de manutenção, em valores que cabem no bolso do contribuinte, em percentuais diferentes para cada área habitacional da cidade, pode resolver o problema. Basta ter vontade política para fazer. Neste fundo, ao invés do dinheiro ir integralmente para a Prefeitura gastar com outras despesas, como acontece atualmente, 50% de tudo que for receita dos cemitérios públicos seria destinados à manutenção dos cemitérios. Aí sim, teríamos a manutenção tão necessária e desejada. E não como agora, que foi tudo abandonado. As capelas velório desde que foram criadas pelo exprefeito Raimundo Rezende, nunca receberam melhoria e

manutenção. Nós é que conseguimos tintas e telhas com empresários e amigos, para fazer a manutenção. Dar a concessão dos serviços para empresas privadas é sacrificar o povo. É lógico que estas empresas concessionárias vão querer ter lucro. E vão lucrar em cima de quem? Do povo, claro, que já paga impostos demais, paga taxas demais. A taxa de manutenção, o preço dos túmulos, as taxas relativas a outros serviços, definida pelas empresas concessionárias terão custo elevado. O povo não vai aguentar pagar. Uma taxa justa, com valor que cabe no orçamento das pessoas humildes, destinada ao fundo, é a solução. Fala-se que a concessão não vai prejudicar as pessoas de baixa renda, porque serão mantidos os 10% da capacidade dos cemitérios para os sepultamentos sociais. Ora, com os cemitérios nas mãos de empresas, como uma pessoa simples, humilde, pobre vai se apresentar a essa empresa? Como será recebida? É claro que não receberá tratamento humano, como recebia nos tempos da antiga Fusobras. Se todas as vezes que o governo municipal for incapaz de resolver um problema, transferir este problema para a iniciativa privada, o eleitor que confiou a missão ao governante, ficará entregue à própria sorte. Por isso eu me posiciono contra a concessão, digo não. Quero gestão eficiente, funcionários trabalhando pelo bem comum, em um serviço público de qualidade. Se todas as vezes que o governo municipal for incapaz de resolver um problema, transferir este problema para a iniciativa privada, o eleitor que confiou a missão ao governante, ficará entregue à própria sorte. Por isso eu me posiciono contra a concessão, digo não. Quero gestão eficiente, funcionários trabalhando pelo bem comum, em um serviço público de qualidade.

Marcion Ferreira da Silva é ex-gerente de cemitérios e capelas da extinta Fusobras


CIDADANIA & POLÍTICA

3

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio de 2014

Da Redação Não cabia em si

Sacudindo a

Euclydes traz Pimenta da Veiga

Figueira

Já está acertada a data de lançamento da candidatura do ex-vereador Euclydes Pettersen à Câmara Federal. Se tudo ocorrer como planejado, será dia 14 ou 15 de junho, em almoço na Fazenda Boa Vista, com a presença dos candidatos do PSDB, Pimenta da Veiga, ao governo do Estado, e o ex-governador Anastasia, ao Senado.

No Parque Ipanema, em Ipatinga, a prefeita Elisa Costa parecia em casa. De alma lavada, por testemunhar o início das obras de duplicação da BR 381, após toda a sua luta para assegurar a duplicação do trecho entre Valadares e Belo Oriente. O alívio é todos os valadarenses.

A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Euclydes II Euclydes pensava poder ocupar a vaga do padrinho Jayro Lessa, na Assembleia Legislativa, mas Jayro, que é quem decide, após fazer as contas, concluiu que o afilhado será eleito com mais facilidade para deputado federal - com cerca de 35 mil votos, já que, acredita, o campeão de votos, Eros Biondini, puxará a legenda para cima. É de se esperar para ver.

Euclydes III Companheiro histórico do deputado federal Leonardo Monteiro, o vereador Adauto Carteiro já acertou com Euclydes Pettersen o apoio formal à sua campanha à Câmara Federal. Só para refrescar a memória, trata-se de uma boa união: um rasga faixas, o outro rasga jornal.

Alívio para o governo Bem menos expressivo que os movimentos de junho passados, o movimento nacional contra a Copa, na última quinta-feira, dia 17, foi um alívio para o governo federal que, mesmo assim, não vai baixar a guarda e continuará monitorando todos os movimentos até o final do certame. Os números não deixam dúvidas: em apenas um dia de junho passado cerca de 500 mil pessoas reproduziram o “#vem pra rua” no twitter. Agora, pouco mais de 16 mil pessoas retuitaram o “#nãovaitercopa”. Mas, a diferença não fica apenas no quantitativo. Desta vez, não um amontoado de gente com reivindicações de todos os tipos e para

Está feliz da vida o vereador Adauto Carteiro com a transferência da sua esposa do Hemominas de Manhuaçu para Valadares. Família unida de novo.

Fôlego para Geovanne no Mucuri

A desistência do pré-candidato do PT a deputado estadual em Teófilo Otoni abriu aquela região para o pré-candidato do PT de Valadares, Geovanne Honório. Ele já visitou a região, bateu continência para Maria José, a ex-prefeita, e saiu da visita com bons compromissos.

PSB mineiro rompe com PSDB

De acordo com o vice-presidente do PSB mineiro, Mario Assad, apesar de ainda não ser uma deliberação, já está praticamente decidido que o partido terá candidato ao governo do Estado, já que a tese da candidatura própria hoje é majoritária dentro da legenda. Com isso, o PSB de Minas rompe acordo com o PSDB, que perde aliados importantes como o

SEÇÃO

Pó de Mico

Em reunião com Ronaldo perim ontem no início da noite da quarta-feira, Renato Fraga comunicou oficialmente que nao será candidato a deputado estadual pelo PMDB de Valadares. Como justificativa: o campo está muito fechado pra ele e o genro, o deputado Leonardo Quintão, já não está com tanta facilidade no PMDB mineiro.

prefeito da capital, Márcio Lacerda, e minutos preciosos na TV.

Do escritório R. Naves Consultoria e Advocacia, chegou a esta Redação a manifestação que publicamos como segue:

Ainda o PSB

“Ao que consta da nota publicada na Seção Pó de Mico, datada de 09/05/2014, venho esclarecer que não são verídicas as informações contidas na matéria que trata sobre os salários dos médicos servidores públicos. Cumpre esclarecer primeiramente que o teto remuneratório da prefeita não abrange o pagamento pelos plantões extras, que é a forma encontrada pelo município para cobrir o déficit de médicos e justifica os valores das remunerações. Quanto a mim, o valor da minha remuneração citada na matéria justifica-se, portanto, pelo número de plantões prestados nos meses de fevereiro e março de 2014 e que foram pagos de uma única vez no mês de abril/2014, por lançamento da administração do HPS. Deve-se lembrar ainda que todos estes plantões encontram-se registrados no SAME – serviço de arquivo médico do HPS e SAMU, com as fichas de atendimento e prontuários dos pacientes. Acredito no direito de imprensa, todavia, acredito que este deve ser exercido com responsabilidade e isenção. No caso em discussão, este informativo faltou com o devido respeito quando veiculou a matéria sem a apuração real dos fatos, e ainda, com tom de ironia, chama os médicos citados de coitados e sem vida social. Ora, não me considero coitado: sou um homem honrado, digno, trabalhador e minha social é exclusivamente do meu interesse. E, por fim, a matéria insinua que meu salário é pago pelo contribuinte sem a devida prestação de serviços, o que não é verdade, e, deixo claro que não participo de nenhuma farra com o dinheiro público.” Fernando Nunes Coelho, médico.

Pelo andar da carruagem, a decisão sobre quem será o candidato do PSB não será pacífica. De um lado o candidato do presidenciável Eduardo Campos, o deputado federal Júlio Delgado, de outro lado o candidato de Marina Silva, o ambientalista Apolo Heringer. Se Júlio Delgado, que defendia a aliança como PSDB, já mostra disposição para a disputa, entendendo que “há um sentimento maior pela candidatura própria dentro do partido”, e que isso o anima a ir à luta, Apolo Heringer, que já registrou sua pré-candidatura, acredita ser ele quem vai marcar a diferença entre PT e PSDB. Mais uma disputa entre escolhido de Eduardo Campos e escolhido de Marina Silva. Essa dupla, tão comemorada a princípio, hoje é mais notícia pelos desentendimentos que pelas afinidades. Cada dia fica mais claro que, “o novo na política” não passa de uma aliança de ocasião.

ex-diretor em favor dele mesmo. Mais folha gorda de estagiários desnecessários...o que vai sobrar para aposentadoria do pessoal?

Caixa Preta do IPREM O ex-diretor do IPREM recusouse a cumprir a lei municipal que determina pagamento dos aposentados e pensionistas, o que foi parar na Justiça, tendo a prefeita revertido a seu favor a decisão judicial no Tribunal em BH. Quando parecia que as coisas andariam bem, a nova direção está às voltas com a herança: comissão de servidores do IPREM ganhando jetons altíssimos para fazer o serviço para o qual já são contratados. E pagamento empenhado de muitos dígitos pelo

Primeira baixa

“Veja” só! “O jornalista Otávio Cabral, editor-executivo da revista Veja, será um dos responsáveis pela comunicação da campanha presidencial do tucano Aécio Neves. Cabral trabalhará com o marqueteiro Paulo Vasconcellos e assumirá o cargo a partir do dia 2 de junho. Antes de trabalhar na revista, Cabral passou pelos jornais Folha de S. Paulo e Notícias Populares. No ano passado, ele lançou o livro Dirceu: a biografia, sobre a vida do ex-ministro José Dirceu”. (portal Uai, em 19 de maio de 2014)

Nota da Redação

Sacudindo por aí O que Deus uniu...

todos os gostos, dos mais sérios aos mais patéticos, mas setores organizados, movimentos sociais que podiam ser identificados. O que teve igual foram os atos de vandalismo, mesmo assim em número bem menor.

Valadares um terminal de integração de cargas, para o secretário de Estado da Agricultura, André Merlo, fazer jogo do eu sozinho nos jornais da cidade, apresentando-se como proponente de um terminal de grãos na cidade. Grãos, granito e materiais da construção civil são o foco do terminal que Darly discute com a VLI, envolvendo lideranças empresariais e políticas da cidade. Jogo pesado

Nada integrado Bastou o secretário municipal de Desenvolvimento, Darly Alves, propor audiência pública com a empresa Valor Integração Logística, para assegurar em

De fonte segura, o jornal mais tradicional da cidade está a um passo para mudar de mãos. No caso, para as mãos do apoiador da campanha de André Merlo a prefeito, o fazendeiro Bino. O tamanho da turma Todo o agronegócio no Brasil contribui com quase 7% do PIB. Em Valadares, o peso é de apenas 2,3%. Os empregos rurais

Esta Redação reafirma a veracidade da totalidade das informações publicadas sobre os salários médicos. A Emenda Constitucional 41/03 é clara quanto à exigência a todos os poderes de abater qualquer excedente de remuneração de servidores que extrapole a remuneração de quem exerce o cargo mais alto de cada Poder. Prescreve que deve ser ação imediata, automática e permanente. Excetua apenas valores indenizatórios não tributáveis. Decisões mais recentes do STF têm exigido inclusive a devolução de valores recebidos indevidamente. Para que a população de Valadares tenha noção do montante em questão, a folha de salários da Prefeitura de agosto de 2013 apontou 59 servidores com remuneração superior à da prefeita. O valor dos salários desses 59 naquele mês foi de R$ 1.109.000,00. Ou seja, 59 profissionais constituem 0,006% do total do funcionalismo municipal de Valadares, mas esses 59 receberam 7% do valor total da folha de salários. Se todos os 59 tivessem recebido seus salários e plantões no limite do salário da prefeita, o cargo mais alto, teriam recebido R$ 708.000,00 ou 4,5% da folha total. A diferença entre o que receberam e o que a Lei permitiria a eles receber é de R$ 400 mil reais por mês. No ano, com décimo terceiro e terço de férias, equivalem a R$ 5,5 milhões pagos indevidamente a um grupo que não excede a 60 entre os 210 médicos que trabalham no Hospital Municipal. Esta Redação continuará a fiscalizar os salários que excedem o teto e a denunciar a falta de transparência da Prefeitura ao não publicar os salários de cada um dos servidores, como manda a Lei de Acesso à Informação.

em Valadares hoje beneficiam somente 1.200 pessoas das mais de 73 mil com carteira assinada no município, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Motorista tem ouvidos O pré-candidato do PSDB ao Senado, Antonio Anastasia seguiu para Confins para buscar o amigo e pré-candidato à presidência da República, Aécio Neves. Sem considerar que motorista tem ouvidos, Aécio, de testa franzida, confidenciou a Anastasia: “se conseguirmos a façanha de elegermos o Pimenta, mereceremos estátua na Praça da Liberdade”. O paciente da enfermaria 100 Em meio à greve da enfermagem no Hospital Municipal, deu entrada na enfermaria 100, em 7 de maio, um paciente com fraturas expostas de braço e perna, decorrentes de acidente de

carro na Rio-Bahia. Sem família em Valadares, ficou à mercê das informações que conseguia arrancar. Primeiramente, que a cirurgia não poderia ser feita, por causa da greve. Depois, que a direção do HM providenciaria cirurgia no Hospital Evangélico no sábado, 17, com o mesmo ortopedista que o acompanhava no HM. A espera de 10 dias, segundo a direção do HM, era necessária para o “alinhamento dos ossos”. Nas visitas diárias, no entanto, o médico apontava os riscos de infecção hospitalar durante a espera. Mas, nada que não fosse resolvido com 9 mil reais para uma cirurgia no Hospital Nossa Senhora das Graças. Tudo resolvido. No dia 15, sem o tal alinhamento dos ossos, cirurgia feita, aos moldes do médico. Todo esse agenciamento de pacientes no HM, a ocorrer debaixo do nariz dos que deveriam ser os guardiões do SUS. Quem vai devolver os 9 mil para a família do motorista?


GERAL

4

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio 2014

Rodovia do desenvolvimento, prega Dilma, na largada da obra de duplicação da BR 381 Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Thiago Ferreira/Repórter

Ao autorizar o início da duplicação dos 303 quilômetros da rodovia BR 381, entre Governador Valadares e Belo Horizonte, a presidenta Dilma Rousseff (PT) defendeu que a rodovia – apelidada de “Rodovia da Morte”, devido aos acidentes fatais que rotineiramente ocorrem em seu trajeto – se transforme em uma estrada de qualidade de vida e de desenvolvimento. “Queremos essa obra pronta. A maior importância dela é garantir a vida, com empregos e infraestrutura adequada”, disse a presidenta, lembrando a importância econômica da BR 381, durante a cerimônia de início das obras, na segunda-feira, 12 de maio, em Ipatinga. Durante a cerimônia, ocorreu a confirmação do que havia sido anunciado pela própria presidenta Dilma em fevereiro, quando esteve em Governador Valadares: também será duplicado o trecho entre Valadares e Belo Oriente, que inicialmente receberia apenas melhorias e revitalização. A inclusão de aproximadamente 90 quilômetros na duplicação atende a uma reivindicação regional, e foi comemorada pelo deputado federal Leonardo Monteiro (PT-MG). “A presidenta assumiu esse compromisso com a população do Vale do Rio Doce, e esse compromisso está sendo cumprido. Isso demonstra a seriedade da presidenta, e a sensibilidade com a vida dos mineiros que diariamente transitam pela BR381”, comentou o parlamentar. Ao destacar o papel do Vale do Aço, região industrial com um forte polo metal-mecânico, para a economia de Minas Gerais e do Brasil, Dilma criticou governos anteriores, em uma sutil referência aos oito anos de gestão do PSDB à frente da Presidência da República. “Aqui começou a indústria pesada brasileira. Daqui saíram projetos de uma grande indústria nacional. Mas, por muito tempo não se fazia projetos no Brasil, não se fazia rodovias. Aqueles que Em Ipatinga, a presidenta Dilma Rousseff autorizou o início das obras de duplicação da BR 381 para garantir o desenvolvimento regional criticam qualquer atraso para o início das obras vão ter que responder pelos oito anos em que estiveram à frente do país, e não fizeram ções para os outros lotes já estão em pleno andamento”, afirmou o rodovia da vida e do desenvolvimento”, disse o presidente da Regioa rodovia”, declarou a presidenta. ministro César Borges. No total, devem ser investidos cerca de R$ nal Vale do Aço da Fiemg, Luciano José de Araújo. Avaliação semelhante foi feita pela prefeita de Ipatinga, Cecília Também presente à cerimônia, o ministro dos Transportes, Cé- 2,5 bilhões em toda a duplicação da BR 381, que inclui cinco túneis, sar Borges, disse que atualmente – somente em Minas Gerais – o 100 obras de arte especiais (34 pontes e 66 viadutos), 31 passarelas Ferramenta: “Essa é uma obra de valorização da vida. Diariamente, passam pessoas pela BR 381, pessoas em atividades de lazer, a pasgoverno federal investe R$ 8 bilhões em rodovias. Borges explicou e 150 paradas de ônibus. seio ou a trabalho. A 381 deixará de ser a rodovia da morte, para ser que os 303 quilômetros da rodovia entre Valadares e Belo Horizona rodovia do desenvolvimento”. Ao comentar outros investimentos te foram divididos em 11 lotes, e que a ordem de serviço assinada em Lideranças federais no Estado e na Região, Cecília Ferramenta agradeceu à Ipatinga autoriza o início das obras em cinco desses lotes, compreendendo um percurso de aproximadamente 200 quilômetros, com Lideranças políticas, empresariais e comunitárias dos municí- presidenta Dilma pela instalação de um campus da Universidade investimentos da ordem de R$ 1,33 bilhão, e conclusão em prazo pios à margem da BR 381 também compareceram à cerimônia, e Federal de Ouro Preto (Ufop) no Vale do Aço: “Estamos em procesque varia de 24 a 36 meses, conforme a especificidade de cada lote. todos comemoravam o início das obras de duplicação. “A Fiemg - so de construção do campus da Ufop, e Ipatinga foi contemplada Federação das Indústrias de Minas Gerais dá total apoio para que o com um curso de Medicina. Em breve teremos também um campus “Já podemos antever a BR 381 totalmente duplicada. As licita- governo realize essa obra e transforme a rodovia da morte em uma do Instituto Federal”.

. . .

Notícias do Poder José Marcelo / De Brasília

Feira no STF

Xou da Xuxa 1

E não é que o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) deu um jeitinho de faturar politicamente na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) durante a discussão de Lei da Palmada? E olha que ele nem pertence à comissão. Bolsonaro, é candidato a candidato a presidente da República e deu as caras e os pitacos minutos antes da chegada da apresentadora Xuxa, apoiadora da causa. Como sempre, o deputado chamou a atenção pelas posições ultraconservadoras que têm garantido a reeleição dele, ao longo dos anos. Claro que o deputado é contra a chamada lei da palmada. Ele diz que, se aprovada, a medida vai criar a “ditadura dos baixinhos”.

Xou da Xuxa 2

A propósito, como sempre, por onde anda a apresentadora provoca alvoroço. Não apenas servidores, mas vários parlamentares tentaram se aproximar da apresentadora para pedir autógrafos e tirar fotos. Em ano eleitoral, vale tudo.

Ainda o Bolsonaro

Está nas posições ultraconservadoras a chave das sucessivas reeleições de Bolsonaro. Assim como o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), ele faz um discurso que agrada a uma grande parcela da população que não tem outro representante. Por isso, os dois nadam de braçada nas urnas. Em uma recente declaração, por exemplo, Bolsonaro disse que se for eleito presidente vai colocar um general no comando do Ministério da Educação. É que ele ficou irritado com a cartilha do MEC que defende o respeito aos homossexuais. Chamou de kit gay. E disse acreditar piamente que a cartilha estimula as experiências homossexuais entre crianças.

Candidato holográfico O ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, figura controversa da política nacional e que chegou a renunciar ao cargo de senador para não ser investigado, não quer largar o osso. Com a saúde debilitada, submetido diariamente a sessões de hemodiálise, ele deve se lançar a deputado distrital. O cargo é equivalente a uma mistura de vereador e deputado estadual e só existe no DF. Só que Roriz não teria condições de subir em palanques e sair para abraçar eleitores. A solução que os estrategistas estão tentando? Criar um holograma do exgovernador para levar aos comícios. Mesmo sem saber se poderá assumir um virtual mandato, os aliados acreditam que Roriz puxaria votos para a legenda.

Demora na definição Começa a preocupar alguns setores tucanos essa demora para definir o nome do candidato a vice de Aécio Neves. Bastou uma crítica do exdiretor do Banco Central, Henrique Meirelles, à presidente Dilma, para o senador mineiro se alvoroçar e querer convidá-lo para compor a chapa. O problema é que, mesmo se quisesse, Meirelles não poderia aceitar o convite. Ele é filiado ao PSD, que já fechou com Dilma Rousseff.

Recém-saído da presidência do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, achou um jeito peculiar de classificar o salão branco, onde os ministros recebem convidados e conversam com advogados que defendem causa no STF: feira livre. Foi no intervalo do Jogo do Poder, que gravei com ele na semana passada. O ministro não explicou o porquê do termo, mas disse que se recusa a atender advogados no salão branco. Prefere receber no gabinete, mesmo. É mais reservado.

busca de uma oportunidade de trabalho. É que nosso mercado está aquecido e nossas universidades não conseguem atender à demanda. Situação bem diferente do que foi verificado entre 2007 e 2012 quando a Espanha simplesmente barrava a entrada de brasileiros, que eram humilhados tentando entrar no país europeu.

Justificativa O embaixador Manuel de La Cámara disse que se tratavam de funcionários excessivamente rigorosos e despreparados para lidar com os turistas brasileiros. Então tá.

Imigrantes espanhóis

Registro

Foi também no Jogo do Poder que o embaixador da Espanha no Brasil, Manuel de La Cámara defendeu a mudança na legislação brasileira, para permitir que os imigrantes possam permanecer mais tempo trabalhando no Brasil. É que em função da crise europeia, o Brasil se tornou a tábua de salvação principalmente de engenheiros desempregados daquele país, em

O embaixador é a simpatia em pessoa e disse que sonha em ver a final da Copa sendo disputada pelas seleções Brasileira e Espanhola.

José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.


REPORTAGEM

5

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio de 2014

Fábio Moura

Milhares de pessoas ficaram do lado de fora da Catedral assistindo à solenidade em um telão montado no adro do templo. O trânsito foi fechado nas proximidades e muita gente ficou na rua

Dom Félix assume Diocese de Valadares O novo bispo da Diocese de Governador Valadares se apega ao discurso do Papa Francisco e diz que fará opção pelos mais humildes Fábio Moura / Repórter

A cidade viveu uma rotina diferente na noite do último domingo, dia 18. Nenhuma das paróquias da Diocese de Governador Valadares celebrou as tradicionais missas do “Dia do Senhor” – dies Dominicus. Estavam todas reunidas na Catedral de Santo Antônio, no Centro. Dos bispos visitantes ao clero regional e a multidão dos fiéis leigos; das autoridades políticas à imprensa. Não havia nem mesmo como circular em automóveis nas imediações do templo. O trânsito fora modificado para que o tráfego das milhares de pessoas que se aglomeravam ali se desse de forma mais segura e rápida. A Igreja Católica estava em festa na posse canônica de seu novo bispo diocesano, Dom Antônio Carlos Félix. Mineiro, da pacata cidade de Caldas, ao Sul do estado, tradicional pelo cultivo da uva, Dom Félix tem 56 anos de idade e 27 de ordenação sacerdotal. Ainda moço, frequentou o curso de Filosofia no Seminário Maior, em Pouso Alegre. Esticou até o estado paulista para cursar Teologia no Instituto Teológico Sagrado Coração de Jesus, em Taubaté. Logo depois, se especializou em Teologia Dogmática na Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo. Voltou ao Sul de Minas Gerais para dar início ao seu sacerdócio. Na Arquidiocese de Pouso Alegre atuou como vigário paroquial, mas também foi professor, promotor vocacional, diretor de estudos e reitor do seminário local. De lá, só saiu para a ci-

dade de Luz, onde, no dia 4 de maio 2003, foi ordenado bispo pela primeira vez. Exatos onze anos depois ele é convidado a sair da pequena cidade do Centro-oeste mineiro para assumir a Diocese de Governador Valadares. “Olha, foi uma surpresa. Confesso que não esperava. Inicialmente, eu senti as pernas bambas e me faltou a voz, pois foi um susto. Foi tudo muito rápido. Tanto é que minha nomeação ocorreu no dia 5 de março e a sua publicação no dia seguinte”, conta o bispo. Carismático e de simpatia sincera, Dom Félix se apega ao discurso do Papa Francisco – aliás, o que se tornou comum entre os sacerdotes da Igreja Católica, diante de tamanha aceitação do novo líder do Vaticano -, para garantir humildade e proximidade com os fiéis valadarenses, tendo assim o “cheiro das ovelhas”. A expressão do argentino Jorge Mario Bergoglio é quase um lema do novo bispo. Tanto é que deu título à seção de entrevistas da primeira edição deste Figueira, estreada por Antônio Carlos Félix. Tanto em nossa entrevista, quanto na coletiva de imprensa que Dom Félix concedeu na manhã de terça-feira, dia 20, o bispo acaba por se esquivar da maioria dos questionamentos. Pouco se compromete ou propõe, ainda. Leva boa parte de suas respostas para a doutrina da Igreja, mesmo quando indagado sobre o papel das pastorais católicas em questões de segurança pública, como o amplo número de homicídios entre os jovens da cidade. Chega a Valadares um pouco acanhado, procurando mais agregar a comunidade com um discurso

comum do que desagregar com opiniões contundentes. “A princípio eu não quero fazer nenhuma mudança. De jeito nenhum, pois eu não conheço a realidade. Preciso compreender a realidade eclesial, social, política e econômica. Tenho algumas boas experiências para trazer. Em reuniões com o clero, padres, diáconos e o conselho diocesano iremos discutir como adaptar algumas delas ao contexto valadarense”, relata Dom Félix.

A princípio eu não quero fazer nenhuma mudança. De jeito nenhum, pois eu não conheço a realidade. Preciso compreender a realidade eclesial, social, política e econômica. Tenho algumas boas experiências para trazer.

A Catedral estava lotada. Não coube todo mundo lá dentro. Boa parte – ou a maior parcela – dos fiéis ficou do lado de fora, na estrutura montada com telão, sistema de som e cadeiras, de onde foi possível acompanhar com boa qualidade a posse do 4° bispo da Diocese de Governador Valadares. Criada em 1° de fevereiro de 1956 pela bula “Rerum Usu” do Papa Pio XII, teve como primeiro pastor Dom Hermínio Malzone Hugo, por pouco mais de 20 anos. O maior mandato até os dias de hoje foi

de seu sucessor, Dom José Gonçalves Heleno, que esteve á frente da Igreja Católica valadarense por quase 24 anos. Dom Werner Franz Siebenbrock regia a Diocese desde 2001 e assinou a carta de renúncia no ano passado, ao completar 75 anos, conforme orienta o Código de Direito Canônico. Presença protestante Um reverendo anglicano, o uruguaio Ariel Montero, de clergyman e vestes pretas, destacavase em meio ao clero católico romano, todo vestido de branco. Presidente da Regional Espírito Santo do Conic – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, Ariel é pastor da comunidade anglicana de Valadares, que reúne protestantes ecumênicos, que reconhecem a Igreja Católica como igreja irmã. Oriundo da Capelania dos Marinheiros, que a Igreja Anglicana mantém nas regiões portuárias do Brasil desde 1808, quando Dom João VI abriu os portos para as nações amigas, o reverendo estava acompanhado da comunidade, que suspendeu o culto próprio do domingo para celebrar com os católicos a posse do novo bispo. Ele saudou Dom Félix, abraçou-o e fez o compromisso de caminhar juntos. O gesto é muito significativo em Valadares, onde mais de 40% da população declara-se evangélica (protestante) e o templo da 1ª Igreja Presbiteriana do Brasil na Rua Prudente de Morais, de 1917, é mais antigo que o da Catedral de Santo Antonio.

Lideranças querem Terminal de Cargas Multimodal em GV Vale

Valadares é uma cidade considerada privilegiada por sua malha rodoferroviária. Cortada pelas BRs 381, 116 e 259, a cidade ainda conta com a terceira melhor estrada de ferro do mundo, em produtividade, a Vitória-Minas. A região Leste do estado tem hoje cerca de 400 empresas na exploração de granito, além de constituir entroncamento no transporte de grãos do Oeste do país, no caminho para o porto e para o Nordeste. Com o objetivo de potencializar o beneficiamento, a comercialização, produção e exportação desses produtos, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento convidou para reunião na Câmara Municipal, na tarde do 16 de maio, lideranças econômicas, sociais, políticas, e representantes da empresa Valor de Logística Integrada – VLI para discutirem a instalação do Terminal de Cargas Multimodal. A Estrada de Ferro Vitória a Minas, que passa em GV, transporta cerca de 40% da carga ferroviária do Brasil Durante o encontro, o superintendente da Receita Estadual de Minas Gerais, Marcos ViníA empresa VLI - Valor de Logística Integra- dares. O representante de Relações Instituciocius da Cunha, apresentou dados atualizados que da, que atualmente utiliza os 905 quilômetros nais da empresa, José Osvaldo Cruz, afirma que demonstram que aqui na região Leste de Minas de extensão da EFVM - Estrada de Ferro Vitória o trabalho não é rápido e nem simples, precisa são produzidas cerca de 500 toneladas de grani- a Minas, transporta cerca de 40% da carga fer- de muito estudo de campo. “Essa reunião tem to, “que são as melhores pedras do mundo”. No roviária brasileira, com um tráfego diário equi- que ser vista como um primeiro passo para o entanto, explica Marco Vinicius, perdemos esse valente a aproximadamente 70 navios carguei- avanço. Mas é preciso, sim, começar. Temos que reconhecimento para o Espírito Santo, estado que ros. E é responsável por mais de 135 milhões estruturar e planejar os grupos, as pessoas, emrealiza o transporte final das mercadorias. Ima- de toneladas de carga transportada, composta presas e componentes certos para estruturamos ginem se esse fluxo fosse redirecionado por um por mais de 60 diferentes tipos de produtos, melhor esse projeto”. Terminal de Cargas, propõe o superintendente, como aço, carvão, calcário, granito, contêineres, Para o secretário Municipal de Desenvolque conclui: “os números apontam que haveria ferro-gusa, produtos agrícolas, madeira, celulo- vimento, Darly Alves, outro ponto importante crescimento para a cidade e região com a insta- se, entre outros. É essa empresa que participará é a possível construção de um Silo - depósito lação do terminal. E Valadares precisa fazer girar de todo o planejamento orçamentário e logístico destinado ao armazenamento de grãos -, para toda essa demanda de mercadorias”. do projeto que se pretende implantar em Vala- os grãos vindos do cerrado goiano. Darly Alves

afirma que, em 2009, passaram por Valadares, por meio da malha rodoferroviária, cerca de 1,2 milhão de toneladas de grãos – trigo e soja especialmente, dos quais 20% são consumidos só aqui na região, ou seja, mais de 200 toneladas. É preciso mudar esse cenário, explica o secretário, e isso é possível, pois “o silo atrairá abatedouros de aves e fábricas de ração, uma vez que vai baratear o custo em todas as etapas da cadeia produtiva. Além disso, outros produtos, que utilizam ferro e cimento em sua produção, servirão para comercialização interna e até para exportação”. Transporte multimodal O transporte de cargas multimodal é a articulação entre vários modos de transporte, de forma a tornar mais rápidas e eficazes as operações de derramo. Para realizá-lo serão necessários mais de um tipo de veículo para conduzir a mercadoria até ao seu destino final, deste modo, na região de Valadares serão utilizados os caminhões e trens. Assim, para a mercadoria chegar até ao seu destino final, ela irá necessitar passar por mais de um tipo de transporte. Os Terminais de Cargas funcionam como se fossem um Porto Seco, a diferença que não existe alfândega. Esses terminais fazem o armazenamento provisório de mercadorias em trânsito, integrando ferrovias com as rodovias, hidrovias, aerovias. Após passar por uma triagem, os produtos são direcionados para diversos destinos. (Gabriel Sobrinho/ Repórter)


METROPOLITANO

6

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio 2014

Cada vez mais a cidade cresce no sentido oposto ao do Pico da Ibituruna. Dois loteamentos estão em construção. Há projetos para outros quatro com 10 vezes mais lotes do que os dois primeiros

Até onde vai essa

estrada?

Trecho da Av. Minas Gerais entre o anel rodoviário da BR 259 e o trevo de Pontal, na BR 116, vive a iminência do desenvolvimento. Mas, ainda falta o projeto. Fábio Moura/ Repórter / Texto e fotos

Rapaz, a coisa aqui fica brava, quando chove. Tem vez que não dá pra vir de jeito nenhum. Fica perigoso demais. Mas tem vez que dá. Teoricamente dá. A gente vem pra não deixar o aluno vir no barro. Vem por nossa conta. Caso quebre uma suspensão ou atole, somos nós que pagamos guincho e qualquer outro prejuízo. Há dias que até aperta o coração.

Lidiomar Pereira Motorista da Valadarense

“Ponta de areia, ponto final; da Bahia a Minas, estrada natural, que ligava Minas ao porto, ao mar; caminho de ferro mandaram arrancar. Velho maquinista, com seu boné, lembra do povo alegre que vinha cortejar. Maria fumaça não canta mais para moças, flores, janelas e quintais. Na praça vazia um grito, um oi. Casas esquecidas, viúvas nos portais”. Fernando Brant e Milton Nascimento sentaram pra compor essa canção na década de 1970, quando a tal estrada de ferro já havia encerrado suas atividades. Não fossem dois detalhes, poderíamos utilizar a mesma letra, de forma saudosista, para fazer menção à estrada de ferro que corre aos pés da Ibituruna desde os tempos da Figueira: não arrancaram o nosso caminho e tampouco nos ligávamos à Bahia. Milton e Fernando descrevem melodiosamente a Estrada de Ferro Bahia a Minas (EFBM), que ligava o arraial de Pontal da Areia, próximo à cidade de Caravelas, na Bahia, ao município de Araçuaí. Ela foi projetada e começou a ser implantada ainda nos tempos do Império, na década de 1880, e pretendia otimizar o transporte da madeira que era extraída dessas bandas. Já no fim do século, em 1898, a EFBM alcança a Nova Filadélfia - que tempos mais tarde ganhou a denominação de Teófilo Otoni -, onde inaugura uma de suas estações. Apesar de a Figueira pertencer a Peçanha, naquela época os figueirenses não mantinham uma relação próxima com sua sede. Nossa presença fazia-se muito mais recorrente na Nova Filadélfia, município de comércio pujante, economia ativa e em pleno desenvolvimento. Uma sinuosa estrada de terra de pouco mais de 140 km ligava-nos a Filadélfia. O seu traçado adentrava a Figueira pelo caminho que hoje é denominado Av. Minas Gerais e, após alguns mil metros de percurso, alcançava a nossa estação ferroviária, inaugurada em 1910, próxima ao prédio dos Correios, no Centro. Isso acabou por tornar o trecho uma importante via comercial que ligava estações de estradas de ferro distintas. No caminho, a extração de madeira, a cultura cafeeira e a pecuária impulsionavam ainda mais o uso do trecho. Décadas mais tarde, descia pelo Brasil, sob o comando de Getúlio Vargas, o arrolamento rodoviário da BR 116. Boa parte do traçado entre a Nova Filadélfia e a Figueira fora abarcado pela estrada em 1942. A Av. Minas Gerais, então, deixou de ser a nossa porta de entrada. A estrada seguia adiante e não se curvava para passar dentro do município - a essa altura, já emancipado como Governador Valadares. A avenida não era das mais importantes. Porém, com o passar do tempo a cidade foi se desenvolvendo cada vez mais para suas extremidades e, há alguns anos, a urbanização da Av. Minas Gerais alcançou o traçado da BR 259. A via voltava a ser uma das portas de entrada da cidade e também o caminho para casa de muitos valadarenses. Mas, foi só na década passada que as construções urbanas atravessaram a estrada e voltaram a reutilizar uma parte dos pouco mais de 3 quilômetros da antiga Figueira-Filadélfia – até o encontro com a BR 116 - que, no processo de desenvolvimento da cidade, permaneceram esquecidos, como via rural e sem calçamento ao longo de todos esses anos. Terra de ninguém Cidade Nova. Esse foi o nome dado ao primeiro loteamento no prolongamento da Av. Minas Gerais, após o anel rodoviário da BR 259. No caso, nem tão nova assim como via de passagem para muitos que trafegavam entre a Figueira e a Filadélfia. Mas, nova no que se refere à habitação e a formação de conglomerados urbanos naquela região. Desde o fim de 2000, cerca de 700 lotes já foram comercializados naquele espaço, dos quais 55%

têm edificações concluídas ou em fase de construção. Ou seja, um bairro que está prestes a debutar e já se tornou a casa de centenas de famílias. Mas, foi a exatos dois anos, no dia 24 de maio de 2012, que as construções urbanas adentraram a continuação da Av. Minas Gerais. O campus de Governador Valadares do Instituto Federal Minas Gerais (IFMG) foi instalado 1.800 metros após o trevo da BR 259. Lá, são oferecidos cursos técnicos e superiores para cerca de 650 alunos. Foi aí que a manutenção dessa estrada tornou-se pauta comum nas reclamações de alunos e funcionários do Instituto e também nos meios de comunicação da cidade. Não foi uma, nem duas vezes que o IFMG foi impedido de exercer as suas atividades administrativas e de ensino devido ao estado intransitável que a estrada havia alcançado. “A última paralisação foi entre 12 de dezembro do ano passado e o feriado do Natal. Perdemos mais de uma semana, pois não havia condições para o acesso de alunos e funcionários ao campus. Nos períodos de chuva é normal termos de abdicar de um ou dois dias de aula. Mas, se eles não vêm, tem quem venha. O campus não pode ficar abandonado. Então, funcionários como vigilantes têm de vir de qualquer jeito. Alguns pegam carona em tratores de obras da região para poder chegar até aqui”, relata o Diretor de Administração e Planejamento do IFMG, Wilson Ambrósio. “Aí, meu amigo, coloca a magrela nas costas, enfia uma bermuda no corpo e mete a bota no barro. Às vezes, é melhor abandonar a estrada inundada e vir pelas áreas terraplanadas dos loteamentos. Chegando aqui, temos de nos lavar. Mas tem situação pior. Quando as aulas estão ocorrendo normalmente e cai aquele pé d’água, ninguém sai, ninguém entra. Ou seja, não vem ônibus e não vão os carros que estão aqui. Aí é todo mundo enfrentando o brejo em que essa estrada acaba se tornando”, conta Aélsio Teixeira, 34, vigilante do Instituto. “Rapaz, a coisa aqui fica brava, quando chove. Tem vez que não dá pra vir de jeito nenhum. Fica perigoso demais. Mas tem vez que dá. Teoricamente dá. A gente vem pra não deixar o aluno vir no barro. Vem por nossa conta. Caso quebre uma suspensão ou atole, somos nós que pagamos guincho e qualquer outro prejuízo. Há dias que até aperta o coração. Uma vez os alunos tinham prova e estavam dispostos a vir de qualquer forma, mesmo que fosse em meio ao barro. Aí, decidi vir. O carro veio dançando de um lado pro outro. Se não desse mais, voltaria de ré. Graças a Deus conseguimos chegar. Agora, fora a chuva, o dia a dia já é muito complicado, em função dos buracos e do excesso de poeira desse lugar”, explica Lidiomar Pereira, 32, motorista da Empresa Valadarense. Wilson Ambrósio conta ainda que “os acidentes são recorrentes nesta estrada. Há pouco tempo, o carro de um dos nossos alunos capotou na primeira curva, ali na frente. Motos estão sempre deslizando e levando estudantes e funcionários nossos ao chão. A poeira do fim da tarde é muito intensa e a visibilidade fica próxima de zero. De janeiro pra cá, a Prefeitura Municipal fez duas intervenções com máquinas para corrigir alguns buracos criados pela deterioração da estrada. Mas, a manutenção que tem de ser quase. São várias obras na região e o fluxo de caminhões por aqui é intenso. Até o ano passado, a Prefeitura mandava caminhões pipa para molhar a rua, o que abaixava bem a poeira. Desde janeiro, isso não acontece mais”. O diretor de Administração e Planejamento do Instituto marca o mês de janeiro como um divisor de águas, pois foi nele que, em reunião com o Diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), general Jorge Fraxe, a Prefeita Elisa Costa foi informada da inclusão no Sistema Nacional Viário (SNV) do trecho que vai desde a rotatória da Av. Minas Gerais, no Anel Rodoviário da BR 259, até a rotatória da BR 116, no


METROPOLITANO 7

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio de 2014

Fábio Moura

Lá vai o ônibus da Valadarense. Vai cheio de gente e de poeira. Mas, ainda bem que vai. Se estivesse chovendo, nem por aqui ele passaria. Motoristas afirmam que se esforçam para não deixar alunos sem aulas Hospital Regional, em construção. Esta inclusão no SNV faz que a BR 259 deixe a faixa de uso comum com a BR 116 na passagem urbana de Governador Valadares para ter uma própria, classificada como km 169,2 a km 172,4. Traduzindo em miúdos: os 3,2 quilômetros do prolongamento da Av. Minas Gerais até a BR 116 passam a ser uma rodovia federal em fase de planejamento. A decisão permite ao DNIT assumir imediatamente a manutenção e posteriormente a implantação e pavimentação desta parte da rodovia em Governador Valadares, correto? Depende. Na interpretação de quem? Em relação à manutenção da estrada, o Ministério Público, através do promotor Bruno de Almeida Ferraz, enviou um ofício ao secretário Municipal de Obras, Edmilson Soares, cobrando providências no auxílio àquela via. “Eu entendo o seguinte: no momento em que aquele trecho passou a ser federal, uma BR, a responsabilidade pela manutenção deixa de ser do município e passa a ser do órgão competente pra isso na União. Não quer dizer que não iremos fazer, mas não é nossa obrigação mais e, sim, do DNIT. As empresas que já prestam auxílio aos trechos de responsabilidade do DNIT passariam a operar também nessa estrada”, responde o secretário. Para o supervisor da Unidade do DNIT de Governador Valadares, Ricardo Luiz Teixeira, a interpretação é outra. “Enquanto aquele trecho da BR 259 constar como planejado em nosso SNV, estamos impossibilitados de agir ali. O DNIT avaliou o trecho e identificou que há potencial para a abertura de uma nova parte da estrada. Só pra você entender, rodovias planejadas podem nem ter vias abertas, ainda. Por exemplo, podemos estar estudando a viabilidade de abrir uma nova estrada entre Valadares e Chonim de Baixo, que não pela BR 116. Ela constaria no SNV como planejada, mas não tem um traçado aberto em meio ao mato. Portanto, não há manutenção. Depois que o projeto for entregue pela Prefeitura, avaliado pelo DNIT e o terreno da via for doado à União, nos responsabilizaremos por aquele trecho”, explica o supervisor. Na última visita do diretor nacional do DNIT, general Jorge Fraxe, a Valadares, no dia 3 de abril deste ano, ele esteve no trecho da estrada com a Prefeita Elisa Costa, o superintendente estadual do DNIT, Álvaro Campos, e com supervisor da unidade local do DNIT, Ricardo Luiz. Ali, ele deu orientação expressa para que o DNIT local já assumisse a manutenção da via. Enquanto isso, faça chuva, faça sol, faça barro, faça poeira, estão lá centenas de alunos e funcionários do instituto convivendo diariamente com uma estrada que deteriora-se a cada dia mais, sem a atenção assídua que ela demanda para manter-se transitável.

Mas, nem tudo está parado. Pelo contrário. A região segue crescendo em ritmo acelerado. A Peixoto e Souza Empreendimentos Imobiliários está em fase de construção de dois loteamentos na região: o Ouro Verde 1 e 2. O primeiro, com 160 lotes, estará disponível para as edificações de seus proprietários ainda neste ano. O segundo, com 280 lotes, ficará pronto em 2015. “Vendemos tudo muito rápido. Muitos juristas e bombeiros optaram por já garantir um espaço perto do seu local de trabalho futuro”, comenta Mayra Peixoto. Os bombeiros dos quais a Mayra fala, buscam um lugar ao lado novo Quartel do Corpo de Bombeiros. O espaço de nove mil metros quadrados foi doado pela Prefeitura Municipal à corporação. Outra obra que será alcançada pela pavimentação do prolongamento da Av. Minas Gerais é o novo Hospital Regional. A obra será entregue no início do próximo ano e restará apenas a licitação dos equipamentos para a instalação da unidade. De acordo com o Coordenador de Gestão, Finanças e Prestação de Contas da Superintendência Regional de Saúde, Narcelho Alves, o Hospital terá capacidade para 400 leitos e atenderá toda a região de Governador Valadares e Conselheiro Pena, totalizando 85 municípios. “É inevitável o crescimento dessa região. É um dos poucos vetores de expansão de que Governador Valadares ainda dispõe. Imagino que parte do Centro se deslocará para lá, onde temos o potencial para crescer”, afirma um dos empreendedores da região, Hercílio Diniz. Nós, que já atravessamos a ponte em direção ao São Raimundo e à Ilha dos Araújos, já fomos também em direção ao Sir. Agora, a estrada que já levou os figueirenses à Nova Filadélfia parece estar se tornando parte da área urbana de Governador Valadares e não mais a nossa porta de saída, apenas.

Hercílio Diniz Empresário

E o projeto da estrada? Tá no forno. É o que diz a administração pública. O projeto de engenharia e arquitetura para a estrada é a contrapartida solicitada pelo DNIT para assumir o trecho e executar as obras de pavimentação. A informação é de que na próxima semana, a Prefeitura de Governador Valadares publicará em seu Diário Oficial do Município um edital de licitação para contratar uma empresa para elaborar os projetos dos quilômetros 169,2 a 172,4 da BR 259, além da Av. Universitária que ligará esse trecho da BR ao Campus da UFJF, em construção. A expectativa é de que os projetos sejam doados pela Prefeitura ao DNIT e à UFJF no mês de julho. Com isso, ambos terão a possibilidade de dar início à construção das estradas já com o orçamento de 2015 do Governo Federal. É justamente a falta do tal projeto que tem adiado o início de algumas obras naquela região. Isso, porque ainda não foi definida a calha da rodovia, o meio fio, ou seja, por onde passará exatamente a estrada. É o caso da Cidade Judiciária. O termo criado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ/MG) designa um espaço que irá abrigar toda a estrutura do Foro da Comarca de Governador Valadares. Novas e antigas Varas, Juizados Especiais, arquivo e toda a estrutura do Fórum de Governador Valadares migrarão pra lá. Já existe até mesmo um anteprojeto, baseado na estrutura que está em fase final de implantação em Uberaba, além de cerca de R$35 milhões previstos no orçamento plurianual do TJ/MG. “A partir do momento em que o projeto da estrada for apresentado, teremos toda a Cidade Judiciária pronta em quatro anos. Até lá, já teremos extrapolado, em um caos total, a estrutura disponível, hoje. Além disso, a nossa questão viária é complicada. O trânsito está estrangulado. Se tivermos um desvio de uma parcela de órgãos que são frequentados assídua e intensamente, contribuiremos para desafogá-lo”, afirma o diretor do Foro da Comarca de Governador Valadares, juiz Marcelo Cândido. Além da Cidade Judiciária, há alguns empreendimentos imobiliários aguardando ansiosamente pelo projeto que irá indicar o traçado da rodovia. A HAF Empreendimentos e a Gran Viver Urbanismo pretendem abrir quase 2.000 mil lotes na margem direita da estrada. A Basileia Empreendimentos Imobiliários irá pavimentar um loteamento que abrigará por volta de 700 lotes em 300 mil m². A Casa Branca Empreendimentos, responsável pela construção do primeiro bairro da região, o Cidade Nova, tem cerca de 450 mil m² um pouco mais à frente, na Av. Minas Gerais, onde pretende fazer a segunda unidade do seu loteamento. Há, ainda, outros empresários do setor imobiliário aguardando o projeto para dar o pontapé inicial em suas obras.

É inevitável o crescimento dessa região. É um dos poucos vetores de expansão de que Governador Valadares ainda dispõe. Imagino que parte do Centro se deslocará para lá, onde temos o potencial para crescer.

A partir do momento em que o projeto da estrada for apresentado, teremos toda a Cidade Judiciária pronta em quatro anos. Até lá, já teremos extrapolado, em um caos total, a estrutura disponível, hoje. Além disso, a nossa questão viária é complicada. O trânsito está estrangulado. Se tivermos um desvio de uma parcela de órgãos que são frequentados assídua e intensamente, contribuiremos para desafogá-lo.

Marcelo Cândido Diretor do Fórum de GV

Av. Minas Gerais, s/n°. Isso mesmo. Não é estrada da roça. É o prolongamento de uma das avenidas mais importantes da cidade. Os seus 3 km, ainda sem pavimentação, terão projeto licitado na próxima semana.


GERAL

8

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio 2014

MORADIA

Feirão da Casa Própria é neste fim de semana no clube Filadélfia Começa, nesta sexta-feira (23) e vai até sábado (24), em Governador Valadares (MG), o 10º Feirão CAIXA da Casa Própria. No evento, serão oferecidos cerca de 1.000 imóveis no município. Este ano, quem contratar o financiamento imobiliário no período do Feirão, poderá começar a pagar a primeira prestação em janeiro de 2015. A condição vale para os financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Segundo o superintendente regional da CAIXA, Marcelo Baião, o Feirão será uma excelente oportunidade para as famílias buscarem a realização do sonho da casa própria, pois terão, num só local, imóveis de preços e tamanhos variados, além do crédito da CAIXA. Este ano, o evento contará com 12 construtoras, a Associação dos Corretores de Imóveis (AVACI) e Caixa Seguros Em 2013, mais de 4.000 pessoas visitaram a Feira, quando foram fechados e encaminhados, pela CAIXA e pelos parceiros, 817 contratos, totalizando mais R$ 90 milhões em negócios. Como funciona o Feirão: O evento reúne, num único espaço, diversos representantes do segmento da habitação: construtoras, imobiliárias e técnicos da CAIXA, responsáveis por analisar e autorizar os financiamentos. O cliente pode conhecer o imóvel, dar entrada na documentação necessária ao financiamento e até fechar negócio.

A prefeita Elisa Costa na abertura do 9o Feirão. O 10o será realizado neste fim de semana e deve ser sucesso

Atendimento: Para requerer o crédito para casa própria, no Feirão, basta levar documento de identidade, CPF e comprovante de renda. Os interessados também podem obter informações em todas as agências da CAIXA e pelo Serviço de Atendimento ao Cliente (0800-726-0101), disponível 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana. E também é possível fazer simulações do crédito imobiliário no endereço www.caixa.gov.br. O prazo do financiamento imobiliário é de até 35 anos, com taxas de juros, dependendo das condições de renda e valor do imóvel, a partir de 4,5% a.a.

PQP José Carlos Aragão

Siglas? Usemos com moderação.

Polo UAB/GV-UFOP: abertas inscrições para curso de especialização em Gestão Pública O Polo de Educação a Distância da Universidade Aberta do Brasil de Governador Valadares (Polo UAB/GV) informa que, de 21 a 29 de maio, estarão abertas as inscrições para o curso de especialização em Gestão Pública oferecido pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Ombudsman

Siglas podem ser uma praga no texto jornalístico, especialmente se não são senso comum e não são “traduzidas” pelo redator. A presunção de que o leitor sempre saberá o que ela significa é um pecado capital, em jornalismo. Siglas não reconhecidas não informam, não esclarecem: complicam, desvirtuam, subinformam. Mas é comum, nas redações, o recurso à sigla em substituição ao nome, para encurtar o título e aumentar o corpo da letra. Assim, JK, FHC, ACM e ACM Neto acabaram se tornando siglas informais para simplificar a grafia ou para reduzir os nomes de políticos, nas manchetes sobre os escândalos em que andaram se imiscuindo. O uso do cachimbo põe a boca torta: com o tempo, algumas siglas “pegam” e o leitor passa a reconhecê-las facilmente. Em sua mais recente edição, o Figueira abusou do emprego de siglas, duas delas em títulos da primeira página: UFJF e UPI. Cada uma com suas peculiaridades. As universidades federais brasileiras têm, quase todas, uma sigla começada por UF, o que é uma convenção bastante conhecida. Escrever UFJF, UFMG, UFRJ ou UFOP é, pois, aceitável, e facilmente “decifrável” pelo leitor. Ajuda ainda, no caso da manchete do Figueira, estar na ordem do dia a polêmica sobre o campus da Universidade Federal de Juiz de Fora. O caso da UPI da Caiubi é diferente. UPI (Unidade de Produção Industrial) é uma sigla mais afeta ao jargão da própria empresa, que pode ser entendida por seu público interno – funcionários, diretoria, técnicos, fornecedores, prestadores de serviço e até clientes regulares – , mas não ao universo heterogêneo dos leitores de um jornal. Ademais, unidade de produção industrial, a rigor, não é um nome, mas uma denominação. E, no frigir dos ovos, “UPI” é “fábrica” – palavra simples, conhecida e que dispensa a necessidade de ser substituída por uma sigla.

Curso de especialização

Falta de memória I Nas últimas edições, dediquei um bom espaço a falar de Joaquim Nicolau, carroceiro, líder sindical e pioneiro na criação do Partido dos Trabalhadores na cidade. Insisti em que as fotos dele publicadas no Figueira não faziam jus à sua estatura como liderança sindical, ativista político e figura histórica. Cheguei a especular que poderia ter havido pouco empenho do jornal em encontrar registros fotográficos mais representativos e fiéis a esse perfil. Na última semana, entretanto, recebi mensagem da direção do jornal relatando o esforço que fizeram para encontrar esses registros – em vão. A verdade, fiquei sabendo, é que nem a família tem essas fotos de Joaquim, por razões que se perderam no tempo e que nem nos compete avaliar, em respeito ao direito à privacidade de cada um. Sendo ele uma figura pública, no entanto, o que me espanta é que as várias instituições em que ele atuou, não tenham esses registros. Também não os teriam órgãos públicos que deveriam zelar pela História e pela memória da cidade, ratificando, dessa forma, o descaso com essa questão, de que falei na edição passada. Fica, então o reparo: o jornal até que se empenhou, mas... Falta de memória II O caso Joaquim, contudo, não é fato isolado. A desconsideração com a memória da cidade é recorrente e diversificada. Em sua edição passada, o Figueira denunciou a destruição e descaracterização de um sobrado histórico, no centro da cidade, com a remoção de seu peculiar frontão de cartela, valioso registro histórico e arquitetônico de sua construção. Não seria o primeiro caso. Posso apostar que nem o último. José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com

Serviço: 10º Feirão CAIXA da Casa Própria de Governador Valadares Data: 23 e 24 de maio de 2014 (sexta-feira e sábado) Horário de Atendimento: sexta-feira, das 10h às 19h e sábado, das 9h às 17h Local: Clube Filadélfia – Rua Israel Pinheiro, nº 1.315 – Bairro São Pedro – Governador Valadares (MG)

Ao todo, são 50 vagas para Valadares: 35 para servidores atuantes no Município, que prestem serviço na Prefeitura, no Polo UAB, SAAE, IPREM e Câmara Municipal; e 15 para servidores vinculados à Administração Pública Municipal. Poderão inscrever-se servidores públicos portadores de diploma de graduação reconhecida pelo MEC e que estejam em exercício nos entes públicos referidos anteriormente. A seleção será realizada em duas fases, de caráter eliminatório e classificatório: análise de currículo e redação. Acesse nos links anexos a ficha de inscrição, o plano profissional (ambos devem ser preenchidos), o edital e o projeto do curso. Inscrições devem ser feitas no Polo UAB/GV, que fica na Rua Sete de Setembro, 2479 – Centro, de segunda a sexta-feira, das 14 às 21h. Telefone: 3221.6716.

Direitos humanos

De profetas e mercadores - 2 Flávio Fróes Oliveira Efetivamente, até à chegada da Imprensa, das Grandes Navegações e de outras conquistas da Idade Moderna, da obra dos humanistas como Erasmo de Rotterdam (1466-1536) e dos novos ventos advindos com a Reforma Protestante do Século XVI, a questão dos direitos humanos não teve a necessária centralidade. As caravelas portuguesas transportavam, com o mesmo cuidado e o mesmo risco, o mercantilista que traficava o escravo da África para a América e o sacerdote jesuíta cuja consciência moral recusava tal vilania. Nos três séculos seguintes, conquistadores espanhóis e portugueses poriam abaixo o que restara das culturas americanas, aniquilariam povos que ainda desconheciam a tecnologia mortal da pólvora e forçariam a migração de milhões de africanos para o aviltamento da escravidão. O Brasil, tanto Colônia como Império, explorou a força de trabalho escravo e a sociedade que se desenvolveu no País pareceu não dar-se conta do caráter absurdo de, ao mesmo tempo, declarar-se cristã e escravista. A negação dos direitos à vida, à saúde, à propriedade, à constituição de uma família, direitos esses que o senhor, que os detinha, negava aos seus escravos, não perturbava a consciência, digamos, “cristã” de quem quer que fosse no Brasil daqueles séculos. A questão da escravidão africana se colocou, durante o século XIX, sob ângulos diversos conforme os interesses em jogo: para a Inglaterra, berço da Revolução Industrial, a escravidão era obstáculo à sua marcha de nação em desenvolvimento; para os poetas românticos de todos os países era prática desumana. De qualquer forma, foi a questão da escravidão africana nos tempos modernos uma das raras demonstrações de interesse por algo ainda difícil de conceituar naqueles tempos: direitos humanos. O início do século XX, declarado em Paris o Século das Luzes, foi, contudo, prenúncio de tempos tenebrosos. As fábricas da Krupp, portento industrial da Alemanha, desenvolviam a tecnologia dos canhões de longo alcance, que no decênio seguinte levariam morte a milhões de pessoas. Enquanto arquiduques e dinastias destronadas ensaiavam retornos triunfais ao tabuleiro do xadrez político de uma Europa fragmentada, milhões de indivíduos de diversas etnias eram destituídos do fundamental direito à

vida. Vítimas da opressão política e econômica, restava-lhes a morte – por armas inimigas ou pela fome em tempos sem guerras. Parece ter sido necessário, porém, ocorrer a catástrofe que se denominou Primeira Guerra Mundial (1914-1918) para a diplomacia internacional decidir-se a ajuntar esforços com vistas à paz duradoura. Fumegavam ainda os campos minados da Europa quando o presidente americano Woodrow Wilson (1856-1924) propôs a criação de uma associação de estados que resultaria na Liga das Nações. Esta, apesar de sua curta duração, teve o mérito de levar em conta, para mediar conflitos internacionais, soluções civilizadas como alternativas viáveis às imposições de força que compunham as práticas daquela época.

A negação dos direitos à vida, à saúde, à propriedade, à constituição de uma família, direitos esses que o senhor, que os detinha, negava aos seus escravos, não perturbava a consciência, digamos, “cristã” de quem quer que fosse no Brasil daqueles séculos.

O término da Primeira Guerra Mundial, malgrado os esforços dos homens e mulheres de boa vontade, não resultou em paz duradoura. Em 1939 a Europa voltava a percorrer os mesmos caminhos de preponderância, fúria e destruição em maior amplitude do que antes. De novo, o bombardeio de potências militares atinge espaços ocupados por civis desarmados e indefesos. E, na sequência da lógica guerreira, desenvolvem-se armas com poder destrutivo cada vez maior. Ficam postergados os bons propósitos de paz fraterna entre povos e nações com reconhecido potencial intelectual, capazes, portanto, de levar a Humanidade por melhores caminhos. Flávio Fróes Oliveira, teólogo, estudioso na Área de Direitos de Crianças e Adolescentes.


ENTREVISTA

9

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio de 2014

Entrevista Abel Couto Brasil

“Valadares voltou a ser palco para os melhores campeonatos de voo livre do mundo” Arquivo Pessoal

Abel Couto Brasil, presidente da AVLI - Associação de Voo Livre Ibituruna e do Comtur-GV - Conselho Municipal de Turismo de Governador Valadares, por meio do diálogo com as instituições, fez resnascer o voo livre em Governador Valadares. Sob a sua presidência, a AVLI trouxe de volta à cidade os torneios nacionais e internacionais de voo livre, que projetam Valadares internacionalmente. Nesta entrevista ele fala como resgatou estes eventos, quem são os seus parceiros e quais os planos futuros. Esclarece também porque a Prefeitura assumiu a administração da rampa de decolagens no Pico da Ibituruna.

Figueira- E qual foi a repercussão disso tudo fora de Governador Valadares, o que a cidade ganhou com isso?

Figueira - O que levou a Prefeitura a assumir o controle administrativo da rampa de decolagem no Pico da Ibituruna? Abel Couto - A Prefeitura decidiu administrar a rampa no momento em que havia indícios de que a associação que a gerenciava estaria cobrando de visitantes locais e estrangeiros uma taxa no valor de 50 reais para as decolagens. Sendo essa área de decolagem uma área pública e havendo apenas o direito de uso cedido pela Prefeitura, a AVLI - Associação de Voo Livre Ibituruna, da qual sou presidente, se posicionou contrária a essa situação. Tendo em vista que a associação que tinha o direito de uso já se beneficiava com recursos advindos do aluguel de imóvel e antenas sobre ele localizados na rampa, recebendo também recursos da Prefeitura para a manutenção e realização de eventos, e entendendo que a rampa deve ser autossustentável, isso não poderia gerar despesas adicionais a seus usuários. O Ministério Público interveio, a Prefeitura reconheceu os atos indevidos, e retirou da associação o direito de uso da rampa. Os novos procedimentos de uso estão sendo examinados pelo Comtur-GV Conselho Municipal de Turismo de Governador Valadares. Figueira - E a partir de agora, como será o uso, quais os procedimentos? Abel Couto - Estamos trabalhando com o Comtur-GV, no qual também ocupo o cargo de presidente, conselho que integra a Secretaria de Desenvolvimento, sob a liderança do secretário Darly Alves. Em assembleia, criamos uma Comissão Representativa do Voo Livre. Nomeamos os representantes, com o objetivo de juntar todas as entidades esportivas, de classe e de turismo, que estão diretamente envolvidas no voo livre, para elaborar regras de manutenção e administração da rampa do Pico da Ibituruna. Esta será uma forma democrática e correta de levar à Câmara dos Vereadores as regras devidamente aceitas nas assembleias do Comtur-GV, para que sejam votadas e assim se transformarem em leis, possibilitando gerenciamento e controle efetivos. Figueira - A AVLI trouxe de volta os campeonatos que não

Arquivo Pessoal

que Valadares está de volta ao seu lugar merecido no cenário mundial do voo livre. Com muito esforço e trabalho conseguimos trazer de volta em 2014, três grandes eventos, como a Super Final da Copa Mundial de Parapente - PWC, o Campeonato Brasileiro e Internacional de Asa Delta - Coelho Diniz Open 214 e o Campeonato Brasileiro e Internacional de Parapente - Valadares Open 2014, que foram elogiados pela qualidade e organização, algo marcante para todos os pilotos que participaram. Neste curto período vieram para a nossa cidade mais 500 pilotos de vários países do mundo e do Brasil, o que nos leva a crer que o número de visitantes tenha alcançado mais que o dobro do ano anterior, isso somente neste início de ano.

Abel Couto diz que a AVLI resgatou o voo livre em Governador Valadares

A Prefeitura decidiu administrar a rampa no momento em que havia indícios de que a associação que a gerenciava estaria cobrando de visitantes locais e estrangeiros uma taxa no valor de 50 reais para as decolagens

aconteciam há vários anos em Valadares. Como foi esse trabalho de renascimento do voo livre na cidade? Abel Couto - É verdade. A AVLI foi reativada por pilotos que protestaram contra os sinais de afronta à nossa cidadania, restringindo o direito de voar assegurados pela Constituição Federal. Protestamos contra a perda dos campeonatos em Valadares e contra as cobranças indevidas que eram feitas dos nossos turistas esportivos para decolarem na rampa do pico. Por estas e muitas outras ações equivocadas, ficamos 10 anos sem os campeonatos oficiais de Asa Delta e 7 anos sem os oficiais de Parapente. Em apenas um ano, com muito trabalho e esforço, dialogando com Prefeitura, que acolheu as nossas reivindicações, conseguimos resgatar primeiramente o Campeonato de Asa Delta - Ibituruna Open 2013 junto com toda a elite do voo livre nacional. Isso foi o start para que todos vissem novamente que Valadares somente estava cochilando. Com a garra e determinação da AVLI e seus apoiadores, pudemos mostrar

BravaGente

Abel Couto - Estes feitos vêm repercutindo fortemente, e Valadares voltou a ser palco para os melhores campeonatos de voo livre do mundo. A mídia internacional destacou esses eventos e nossa cidade foi tema de reportagens nas mais importantes revistas do mundo, especializadas em voo livre, que consideram Governador Valadares a capital mundial do voo livre. Com o apoio da ABVL - Associação Brasileira de Voo Livre, que vem fazendo um trabalho espetacular na sua nova gestão, sob a presidência do Chico Santos, e também o apoio irrestrito da Prefeitura de Governador Valadares, da Prefeita Elisa Costa, a AVLI tem para o futuro próximo um quadro promissor de muitos eventos de sucesso com o retorno de turistas e esportistas do mundo inteiro, de volta ao local conhecido como Hawaii do voo mundial. Figueira- O que a AVLI prevê para o futuro do voo livre em Valadares? Abel Couto - Um dos temas mais importantes e próximo objetivo é conseguir o apoio da Prefeitura ou da iniciativa privada, para a implantação de uma linha de ônibus, transporte com passagens mais baratas para os pilotos e turistas que vierem a Valadares e quiserem visitar o Pico da Ibituruna. Traremos em 2015 os principais campeonatos nacionais e internacionais, repetindo o sucesso alcançado em 2013/2014, com o pensamento de que para cada ano poderemos aumentar o turismo esportivo do voo livre em nossa cidade. A AVLI agradece a todos os seus associados, empresários e especialmente à Prefeitura, pelo apoio que tem nos dado.

A AVLI foi reativada por pilotos que protestaram contra os sinais de afronta à nossa cidadania, restringindo o direito de voar assegurados pela Constituição Federal. Protestamos contra a perda dos campeonatos em Valadares e contra as cobranças indevidas que eram feitas dos nossos turistas esportivos para decolarem na rampa do pico

Arquivo Pessoal

Nil Rodrigues trabalha pela preservação da memória de Valadares

Memória preservada

Estudioso, Leandro Tomaz cursou música na USP e tornou-se bacharel em violino. Atualmente leciona e toca em Valadares

Leandro Tomaz, um violinista de talento

Leandro Tomaz é bacharel em violino pela USP e um profissional que dedica sua vida integralmente à música. É professor e já dirigiu a Orquestra da Univale, projeto experimental da universidade, desativado há alguns anos. Atualmente, dirige a Tocatta Musical, uma empresa que atua há 7 anos no segmento musical de Governador Valadares, oferecendo música de qualidade aos mais variados eventos sociais, especialmente às cerimônias de casamentos. Leandro Tomaz é brava gente!

O líder comunitário Nilton Rodrigues, o Nil, enquanto esteve à frente da ABASP - Associação Comunitária do Bairro São Pedro, preocupou-se com o bem estar da população, como faz a maioria dos presidentes destas associações, mas realizou um trabalho singular: a preservação da memória do bairro por meio de fotografias. Lugares, pessoas, instituições, comércio, indústria, enfim, tudo que diz respeito à história do São Pedro foi catalogado por meio das fotos, recolhidas de casa em casa. Em alguns casos ele teve de ir a bairros periféricos, visitando antigos moradores do São Pedro e pedindo as fotos, como as do tempo em que a Açucareira fabricava álcool e açúcar, e do período de glórias do Clube Atlético Pastoril. Estas e outras fotos podem ser vistas na Internet, no link https://www. facebook.com/pages/Fotos-antigas-e-atuais-de-GovernadorValadares-MG/324319641034891?fref=ts


COTIDIANO

10

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio 2014

Prêmio ODM

Prefeita Elisa esteve em Brasília para receber Prêmio ODM Brasil pela Escola em Tempo Integral de Valadares A prefeita Elisa Costa esteve em Brasília esta semana para receber o Prêmio ODM Brasil – Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, na sua quinta edição, pela prática da Escola em Tempo Integral. Governador Valadares ficou entre as seis prefeituras ganhadoras de todo o país, de um total de 1.090 projetos inscritos – sendo 804 de organizações e 286 de prefeituras. A prática também foi premiada este ano pelo governo estadual na primeira edição do ODM Minas. Entusiasmada, a prefeita Elisa defende o investimento em educação. “Criança que fica mais tempo na Escola vai mais longe na vida. É com esta certeza e com o esforço de toda a nossa equipe da educação, que abraçou esse desafio desde 2010, que os muitos bons frutos que vamos colher e já estamos colhendo com a universalização da Escola em Tempo Integral começam a ser visualizados por todos e pelo Estado de Minas Gerais. Valadares tem muitos motivos para se alegrar e para acreditar que estamos no caminho certo: o de oferecer mais oportunidades para todos, principalmente para aqueles que mais precisam”, comemorou.

Contente, o secretário municipal de educação Haruf Salmen ressalta que a conquista do prêmio é resultado da ousadia e da coragem da prefeita Elisa e do esforço de todos os servidores da educação.

ção dos ganhadores do quinto Prêmio ODM Brasil. Clique no link e veja a programação http://www.secretariageral.gov.br/noticias/ ultimas_noticias/2014/05/09-05-2014-arena-da-participacaosocial-coroara-agendas-construidas-em-parceria-entre-estado-esociedade-civil/image/image_view_fullscreen.

A prefeita não esteve sozinha em Brasília. Uma comitiva composta por diretores e servidores lotados na Secretaria Municipal de Educação (SMED) participou do evento, que culminará com a premiação. No dia 21, às 18h, durante a abertura da Arena Social da Participação Social, a presidenta Dilma Rousseff fez o lançamento da Política Nacional de Participação Social e do Compromisso Nacional pela Participação Social, que visam a fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo entre Estado e sociedade civil.

Criança que fica mais tempo na Escola vai mais longe na vida. É com esta certeza e com o esforço de toda a nossa equipe da educação, que abraçou esse desafio desde 2010, que os muitos bons frutos que vamos colher e já estamos colhendo. Com a universalização da Escola em Tempo Integral começam a ser visualizados por todos e pelo Estado de Minas Gerais.

Já nos dias 22 e 23, serão realizados painéis, oficinas, debates sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, lançamento do site oficial dos ODM e a Construção da Agenda Pós-2015. Para encerrar o evento será realizada uma cerimônia de premia-

Recado Capital

Padrões Bob Villela / De Belo Horizonte A Pampulha é um dos pontos mais interessantes e agradáveis de Belo Horizonte. Um passeio pela região é uma das mais gratas experiências que se pode ter na capital. Num desses domingos de maio havia muita gente se exercitando nessas corridas de rua – uma modinha saudável que pegou por aqui faz tempo – e tinha um estádio lindo já ansioso pelo mundial. Também havia pelo menos um valadarense pedalando com os amigos. Para os padrões da maioria das cidades que conhecemos, o conjunto da Pampulha – não apenas o arquitetônico – é um brinco. Muitos dos brasileiros vivemos em lugares vilipendiados ou, em boas hipóteses, dotados de uma infraestrutura apenas razoável, onde a praça não existe ou foi mal feita; a ciclovia não está nos planos – ou, quando há, é um horror; onde a limpeza é precária e nossa educação também não ajuda. A Pampulha só está acima disso tudo porque o time é muito forte – e, em BH e no Brasil o nível anda baixo. A igrejinha, a Casa do Baile, o Museu de Arte e o Iate Tênis Clube, pérolas de Niemeyer, já bastariam. Mas tem o Mineirão e o Mineirinho, o Parque Ecológico, o espelho d’água com patinhos e, às vezes, um jacaré. Por falar em bichos, tem também o Zoológico, há vários outros clubes, espaços para eventos e, claro, bares e restaurantes para todos os gostos e bolsos. O problema é que estamos tão acostumados com o mais ou menos para menos que quando encontramos um mais ou menos para (bem) mais, pensamos estar diante da perfeição. Então, quem passeia na Ilha dos Araújos – que eu amo – e depois visita a Pampulha, se encanta.

- Acabar com a fome e com a miséria; - Educação básica de qualidade para todos; - Igualdade entre os sexos e valorização da mulher; - Reduzir a mortalidade infantil; - Melhorar a saúde das gestantes; - Combater a AIDS, a malária e outras doenças; - Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; - Todo mundo trabalhando para o desenvolvimento. Os critérios utilizados para a escolha dos inscritos são: contribuição para o alcance dos ODM; impacto no público atendido; participação da comunidade; existência de parcerias; potencial de replicabilidade; complementaridade e/ou articulação e integração com outras políticas públicas.

Educação Mas quem chega da Europa terá a mesma impressão? Quem está habituado ao Aterro do Flamengo, ali no Rio, terá nos olhos aquele brilho? A Pampulha é bem legal, mas, assim como tanta coisa nesta cidade e nesta nação, precisa melhorar muito. Ora, estamos entre as dez maiores economias do mundo e a alguns dias de receber o maior campeonato de futebol do planeta. Portanto, mesmo que seja utópico, precisamos exigir a Ilha dos Araújos, a lagoa do Pérola, a Açucareira, o Teatro Atiaia, o Palácio das Artes e a Pampulha no padrão FIFA. Nem seria preciso afirmar que o mesmo se aplica à Saúde, à Educação etc. Não faz mais sentido se conformar com o “bacaninha”, com o “legalzinho”. “A estrada é ruim, mas pelo menos agora é asfaltada...”; “Tem de ter plano de saúde, mas eles também não são lá essas coisas”; “Vai ter Copa, só que...”.

Ora, estamos entre as dez maiores economias do mundo e a alguns dias de receber o maior campeonato de futebol do planeta. Portanto, mesmo que seja utópico, precisamos exigir a Ilha dos Araújos, a lagoa do Pérola, a Açucareira, o Teatro Atiaia, o Palácio das Artes e a Pampulha no padrão FIFA

Muita gente já se cansou de entregar para Deus. Aqui, as paralisações de servidores municipais e de inúmeras outras categorias movimentam a região Centro-Sul nestes dias. A indignação de tantos com a desorganizada implantação do BRT (Bus Rapid Transit) é evidente. Manifestações e revolta já existem faz tempo. Mas, parece que o aumento do número de pessoas que passaram a enxergar o descaso em tudo é o maior legado da Copa, o grande evento que se aproxima. Bob Villela é publicitário e jornalista.

Assine este Figueira Assinatura semestral: R$ 25,00 Assinatura anual: R$ 50,00

Ligue: 3277.9491 E-mail: redacao.figueira@gmail.comAssinatu-

ra anual: R$ 50,00

Estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000 com o apoio de 191 nações, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio contemplam direitos básicos de cidadania. São eles:

Sobre aprendizado e olhares João Bosco Há alguns dias, duas alunas colocaram suas mesas bem próximas à minha, de frente para mim; e estavam fazendo suas atividades enquanto eu olhava os cadernos. Uma delas me chama de pai e a outra mostra grande carinho por mim. Esta me disse que eu tenho o olhar meio triste, uma incógnita. Como se eu guardasse uma tristeza antiga, algo que me magoou e eu não consegui superar. O sinal bateu, me deram um abraço e se foram pelo longo corredor da escola. Ela também tem o olhar meio triste, de cima de seus quinze anos, parece que já viveu trinta. Como eu poderia suprir a falta de um pai para uma e os olhos que se veem nos meus, para a outra? Ser professor é, antes de ensinar, trocar vida por vida, trocar um pedaço de prazer e de dor por outro pedaço de prazer e de dor. É possível perceber no ambiente escolar, que relações interpessoais marcadas por trocas emocionais fazem parte do cotidiano de professores e alunos. Há um mesmo nível nas relações. As diferenças naturais são fruto da experiência e do aprofundamento dos estudos na área específica do professor. Não há mais ou menos emoção. Há, sim, mais controle por parte do professor em razão de suas experiências e obrigações éticas.

Ser professor é, antes de ensinar, trocar vida por vida, trocar um pedaço de prazer e de dor por outro pedaço de prazer e de dor. É possível perceber no ambiente escolar, que relações interpessoais marcadas por trocas emocionais fazem parte do cotidiano de professores e alunos.

Os organogramas nas relações escolares devem ser vistos horizontalmente e não em sua forma tradicional, vertical, que tem gerado assédios morais e uma noção perversa de poder. O professor presencial deve se comportar, nesses tempos modernos, como um monitor, alguém mais ao nível do aluno. Deve favorecer as descobertas e ser um provocador de situações análogas à vida e as situações de vida. Escola não prepara para a vida, escola é vida, educação é um acontecimento da vida e de vida. Não se prepara um aluno para participar ou fazer uma reunião, na escola se faz e se provoca uma reunião. Não se prepara o aluno para ser um cientista, na escola se faz ciência. Há verdade no clichê: O ser que ensina é também o ser que aprende. Não é vergonha um aluno perguntar o sentido de uma palavra ao professor e ele não saber. Na mesma sala de aula outro aluno poderá pesquisar na internet e falar. Depois da pesquisa sim, o professor deve ser capaz de gerar o debate do qual sairá mais rico e informado. Ele não perderá o “moral” com os alunos por isso. Confiança se adquire no conjunto de atitudes observáveis no dia a dia das relações. A inteligência é gerada pela sobreposição de dúvidas e não de certezas. Que atitudes reais ou imaginadas, de pai, a aluna vê em mim para me chamar assim? Por que a outra colega, tentando a todo o tempo vencer suas questões emocionais vê o seu presente e o seu destino na minha história emocional? Sem ter vivido comigo resgatou a minha vencida dor, meus medos e minhas coragens. O ser cognoscente faz de mim cognoscível. Educar é reconhecer na história do outro a possibilidade de modificar a própria história. João Bosco Pereira Alves, conselheiro do Figueira, é graduado em Letras, Coordenador do Polo UAB – Universidade Aberta do Brasil em Valadares, e membro da Academia Valadarense de Letras.


CULTURA

11

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio de 2014

Álbum de Pedro Stryper

Cinema

Temporada Brasil + Alemanha 2013/2014 terá última sessão na próxima segunda-feira, no Atiaia Na próxima segunda-feira, dia 26 de maio, no Teatro Atiaia, às 18h, será realizado o último encontro do evento da temporada Alemanha+Brasil - 2013/2014, quando as ideias se encontram, “Migração: cultura e direito pelo cinema alemão”, uma parceria do Curso de Alemão do LICEU e do Curso de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Gov. Valadares, com o apoio da SMCEL e do Goethe Institut de São Paulo. O filme exibido será “A Estrangeira”, da diretora austríaca Feo Aladag, de 2010.

Pedro Stryper é um artista de rua, que sonha levar o grafite à condição de arte, respeitada e com valor estético reconhecido pelas pessoas

Artes Plásticas Pedro Stryper

A arte marginal de Pedro Stryper Ele já foi confundido com pichador, mas Pedro Stryper é um grafiteiro talentoso, que ocupa alguns espaços urbanos, abandonados e sujos, com uma arte de alto valor estético

“Umay é uma mulher de 25 anos que foge de um casamento opressor e um marido violento em Istambul, na Turquia.Logo, refugia-se na casa dos pais na Alemanha tentando começar uma nova vida com o seu filho Cem. O problema são as rígidas tradições culturais de sua família turca, onde se impõe a honra acima de qualquer outra coisa. Agora ela precisará lidar com o fato de ser mulher e ter nascido em um regime de opressão onde as mesmas sofrem com o chamado “castramento social”. Por fim, sua família a vê como uma grande inimiga e iminente ameaça a sua reputação, desencadeando assim uma irreparável tragédia.”

Tome nota: segunda-feira, dia 26 de maio, no Teatro Atiaia, às 18h Divulgação

Teresa Najar / Especial para o Figueira Ele não é do tempo do Império Romano, quando foram encontrados os primeiros vestígios da arte do grafite, nem da década de 1970, quando esta arte apareceu nos Estados Unidos. Ele é Pedro Stryper, um valadarense, nascido no dia 31 de Julho de 1990. Grafiteiro de emoções contidas e palavras não ditas. Estatura média, magricelo, cabelinho enrolado, corpo tatuado com vários desenhos, dentre estes, uma flor de lótus no antebraço direito. Mais flores nas pernas. Diz que adora flores. A palavra “believe” está tatuada na mão esquerda. No pescoço, de um lado, o número 16, que é a idade em que ele saiu de casa, e do outro lado, o desenho de um bomba artesanal, um coquetel molotov. Pedro Henrique Paranha Martins, apenas Pedro, ou Stryper, para os que já o conhecem. Jovem de 23 anos, filho de José Martins e Rita de Cássia. Foi criado pelos avós Francisco e Maria de Lourdes. Conheceu o pai quando já tinha a idade de 16 anos. Tem uma irmã de nome igual ao da mãe, Rita de Cássia. Conviveu pouco com ela, mas hoje, tem contato, mesmo à distância. Pedro desenha desde criança. Conta que adorava assistir episódios de desenhos animados. Depois que acabava, saía de frente da TV, corria, pegava o caderno e o lápis e tentava desenhar os personagens que acabara de ver. Confessa ter desenhado muito também nas mesas da escola. Garoto de muitos amigos, adorava jogar bola e tinha o sonho de ter um videogame, que só foi realizado depois que começou a trabalhar com suas habilidosas mãos. Iniciou sua vida profissional no mundo das artes aos 16 anos de idade, quando saiu de casa e foi morar sozinho. Foi trabalhar numa fábrica de silk. Por lá ficou mais ou menos dois anos. Trabalhava para os outros, então um dia ele se perguntou: “Cara, o que eu

quero para mim?” Saiu do emprego e começou a grafitar. Quando se iniciou com a arte, formou um grupo e, juntos, saíam para pedir tinta. Diz que chegavam na “cara dura” com um ofício feito por eles e pediam. As lojas davam spray, tinta, rolinho. Quando saía para grafitar, enfrentava problemas. “Já chamaram a polícia pra mim, pensando que eu era pichador”, conta. Do grafite nos muros da cidade, sua arte ganhou espaço na propaganda. Conta que em um certo dia estava pintando um muro enorme. Um rapaz parou o carro e ficou olhando. Ele pensou que seria preso, mas, mesmo com muito medo, continuou. Um tempo depois o rapaz se dirigiu a ele: “Cara, você faz trabalho de propaganda?” Ele respondeu que sim. Então, foi convidado a pintar uns painéis de natureza morta nas paredes da empresa deste rapaz, seu primeiro cliente. Participou da 3ª edição do Mutirão Internacional de Grafite, na cidade de São José dos Campos, São Paulo, em 2012. Lá ele foi sorteado com um kit de tintas super caras e, ficou muito feliz. Logo após este evento, descobriu pela internet que teria um concurso na cidade de Resende, no Rio de Janeiro. Diz que quando viu o anúncio do concurso, decidiu que ia participar para ganhar. Mas, alguns obstáculos teriam que ser superados. Não tinha dinheiro para ir, comer, comprar material para grafitar, não tinha dinheiro para nada. Então, procurou sua “madrinha”, a artista Clores Lage, que imediatamente ofereceulhe tudo que seria necessário. Pedro chegou lá no dia do início do concurso, 17 de maio de 2013. Após concluir o seu trabalho, entregou-o para a comissão organizadora e voltou para casa. A arte ficou exposta por 10 dias para avaliação e votação de pessoas da comunidade e do júri. Ficou em segundo lugar, tendo o seu trabalho reconhecido nacionalmente. Da arte supostamente marginal ao reconhecimento público, como arte de primeira categoria, Pedro Stryper venceu uma batalha.

Memória

A declaração aos Krenak de 13 de maio de 1808 A Carta Régia do príncipe regente Dom João, que viria a ser Dom João VI, de 13 de maio de 1808, declarou guerra permanente aos índios do Rio Doce, do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais, mas foi aplicada a todo o território nacional. Tropeiros, fazendeiros, padres, comerciantes, todos se sentiam legitimados para assumir o que os filmes do faroeste americano muito tempo depois consagraram: “índio bom é índio morto”: “Que desde o momento em que receberdes esta minha Carta Régia, deveis considerar como principiada contra estes Indios antropophagos uma guerra offensiva que continuareis sempre em todos os annos nas estações seccas e que não terá fim, senão quando tiverdes a felicidade de vos senhorear de suas habitações (quer dizer, terras) e de os capacitar da superioridade das minhas reaes armas de maneira tal que movidos do justo terror das mesmas, peçam a paz e sujeitando-se ao doce jugo das Leis e promettendo viver em sociedade, possam vir a ser vassallos uteis, como já o são as immensas variedades de Indios que nestes meus vastos Estados do Brazil se acham aldeados e gozam da felicidade que é consequencia necessaria do estado social”. No cordel de Geralda Soares, estudiosa dos povos indígenas de Minas, residente em Araçuaí, fica o registro dessa memória.

A guerra não acabou! Num tempo não muito antigo Viviam na região Inúmeros povos indígenas Sem atrapalhação. Eram os Borun guerreiros E os Humanos Maxakali Que tinham lá suas brigas Sem nunca sair daqui. Nas florestas do Rio Doce No bravio Jequitinhonha, No Mucuri traiçoeiro A vida era protegida Por estes povos guerreiros! Pra vencer a resistência dos índios na região, Chegou a Carta Régia, no dia 13 de maio Do genocida D. João! Querendo invadir estas terras Armas não surtindo efeito, mandou declarar guerra Porque não conhecia outro jeito. Na palavra de D. João VI - Esta guerra não tem fim Quero este povo de joelho Tendo –me, como Rei, enfim! E enquanto não acontecer Podem matar os guerreiros, sequestrar suas crianças Fazer delas escravos brasileiros! Quem foi preso será escravo,

O soldado é seu patrão Por dez anos sem descanso Vai ficar na escravidão Trabalhando dia e noite, Para ganhar o seu pão. Vamos acabar com essa farra Desse povo preguiçoso. Da mulher à menininha, Vão trabalhar na enxada ou no fundo da cozinha. Cortar a mata e botar fogo Era o dia a dia ruim. Fazer cerca, criar gado, Era uma riqueza sem fim Um governo sucede o outro Mas, o povo índio continua. Terminada esta guerra, veio Depois de uma e outra lua O ano de 64, com a violencia Nua e crua. A guerra tinha acabado e O Borun de ouvido aberto Continuava a lutar E via não ser fácil agora, Seus direitos conquistar. Apareceram soldados Prontos para atirar, nos pés pesadas botas Na mão a arma de fogo Pra suas vidas controlar. Os jovens perguntam aos velhos O que agora fazer.

Tem parente de todo lado Chegando aqui pra sofrer. Pankararu e Terena Krahô, Xerente e Gavião Ninguém escapava aqui desta triste escravidão. Não tinha nenhum Castro Alves Nem tinha navio negreiro Este novo treze de maio Foi aqui neste terreiro. Neste presídio maldito Se resistisse apanhava, Se fugisse era caçado, Ou era então torturado. E nesta lida diária Entre a tortura e o chicote La ia pra solitária. O capeta andava solto Neste tempo doloroso. Matava o corpo e batia Mas, o índio continuava sua feroz rebeldia Por isto também inventaram Uma maldade sem fim Mudando o índio por dentro Criando o soldado GRIN. Ensinaram a torturar, Fazendo o índio polícia Violento e sem a cultura Agente da ditadura. Ainda bem que neste tempo

De violencia e exclusão Está sendo investigado Pra mostrar a podridão De um governo fascista Que quase acabou com a nação. O tempo de hoje é outro. Passou o genocida D. João Passou o general Figueiredo Passou o presídio indígena E de cada um a maldição Ficaram só os escombros desta triste situação Podendo o índio de hoje ter o que é bom da dita “civilização”, Mas tem que ficar de olho no que esta só no papel, Senão direito indígena vira coisa de cordel. Entra governo e sai governo A invasão continua A PEC 215 é uma nova falcatrua. Ficar sem território É assinar dos índios o fim Sendo as terras homologadas por esta gente ruim. Esta é uma nova cara da guerra de antigamente, Que hoje é feita com canetas E com discurso eloquente.


ESPORTES

12

FIGUEIRA - Fim de semana de 22 a 25 de maio 2014

Copa do Mundo 2014

Jogadores se apresentam à Seleção no dia 26 Rafael Ribeiro/CBF

AO HEXA, BRASIL!

FIGUEIRA NA COPA

Após desembarque no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, jogadores vão para a Granja Comary, em Teresópolis. Lá, farão os exames médicos

A Copa do Mundo já começou a agitar o futebol mundial e o futebol brasileiro. A Seleção Brasileira se apresenta nesta segunda-feira (26) na Granja Comary para iniciar os trabalhos de preparação para a Copa. Os estádios que vão sediar as partidas e os treinamentos já foram requisitados pela FIFA e começam a ser preparados. O palco de abertura da Copa será a Arena Corinthians e para fazer os últimos ajustes na arena, a FIFA solicitou à CBF, como necessidade efetiva para estes ajustes, um segundo evento teste. Assim, a CBF atendendeu ao pleito da FIFA e, em caráter absolutamente excepcional, promoveu a inversão do mando de campo do jogo Botafogo x Corinthians, que passou a ser Corinthians x Botafogo, valendo a inversão obviamente também para o jogo do returno. Portanto, Corinthians e Botafogo se enfrentarão no dia primeiro de junho, às 16 horas, na Arena Corinthians. A partida de volta será Botafogo x Corinthians, dia 12 de outubro, no Maracanã, em horário a ser definido. A CBF também colocou à venda os ingressos para os dois amistosos da Seleção Brasileira antes da Copa do Mundo - contra o Panamá, 3 de junho, às 16 horas, no Serra Dourada, em Goiânia; e contra a Sérvia, 6 de junho, às 16 horas, no Morumbi, em São Paulo. Valores e locais de venda estão no site da CBF. www.cbf.com.br

Imensa Nação Atleticana. Vamos que vamos que a semana promete. Copa do Mundo batendo às portas e o Glorioso de Minas Gerais, mais uma vez, sofre com os desfalques dos seus selecionáveis. Nada que nos assuste já que o Atlético sempre enviou seus craques para servir ao selecionado nacional nas Copas. Já estamos sem São Victor e Jô que em breve vão vestir a amarelinha legítima (nada que se compare aquele arremedo de pano de chão amarelo que as marias estão usando). Já que o cruzcredo não tem jogadores com capacidade para atuar na seleção, resolveram dar uma camisa amarela pra cada um e “pronto cabou”. “Se quiser, use essa e se dê por satisfeito. É o mais próximo que chegarão da camisa da seleção brasileira”, disse o Alexandre. E para nossa alegria, vamos assistir de perto dois espetáculos do Galo que joga em Ipatinga nos dias 25 e 28 de maio contra Criciúma e Fluminense. Os ingressos já estão à venda ao preço de R$ 20,00. Pena que a capacidade de público está estipulada em 16.000 pessoas, insuficiente para atender à imensa torcida alvinegra dos vales. Eu já estou garantindo o meu lugar. O Ipatingão é a segunda casa do Galo Doido e um lugar abençoado que traz boas recordações. Para quem lotou a Arena do Pantanal levando mais de 15.000 apaixonados atleticanos até a cidade de Cuiabá, encher o Ipatingão vai ser fichinha. Por falar nos novos estádios do Brasil, grandes arenas precisam ser inauguradas por grandes times e por isso o Galo estreou no Pantanal. Sabendo disso, a CBF desmarcou o jogo que o Corinthians faria contra o time azul

Olé, Brasil! Ana Paula Barbosa

Neymar é uma das estrelas da Seleção Brasileira, que se apresenta dia 26, na Granja Comary Rafael Ribeiro/CBF

O mineiro Fred também está no grupo de jogadores escolhidos por Felipão para a Copa 2014

Salve, moçada linda! Vou deixar o Cruzeiro de lado por uns tempos. Ops! Vou deixá-lo a cargo do professor Hadson Santiago, que é cruzeirense e democratense, como eu. A coluna Toca da Raposa agora está em boas mãos. Mas eu vou continuar aqui, em clima de Copa. Isso mesmo, em clima de Seleção Brasileira. Eu sou apaixonada pelo futebol e esse clima futebolístico me encanta. Eu entro na festa, gosto de usar roupas nas cores verde, amarela, azul e branca, enfim, eu entro no clima. E o Brasil vai levantar a taça. Eu acredito! Temos ótimos jogadores na Seleção. Além disso, vamos jogar em casa e o calor da nossa torcida vai ajudar muito! O calor da torcida e os gols do nosso craque maior, o Neymar. Dia desses me perguntaram quem é o craque da Seleção. É claro que é o Neymar. Sem dúvidas. O cara joga demais, tem fama de craque e vai mostrar que é craque. Vai, Neymar! Arrebenta! Além do Neymar, a Seleção tem os melhores do mundo, dentro de campo e fora dele. Um deles é o Felipão. Nosso treinador é fora de série! Tenho certeza que o Brasil consegue o hexa sob o comando do Felipão. A “Família Scolari” está de volta, moçada! Olha, eu quero ver todo mundo na rua, vestindo verde e amarelo. Vamos pintar as ruas, os muros, colocar bandeirolas. Vamos fazer festa, gente! Somos um povo alegre, criativo, pra cima. Brasileiro é nota 10, adora uma bagunça boa...rs Eu já estou me preparando pra sair pelas ruas com o grito de Brasil na garganta. Acho muito legal. Adoro esse tipo de farra. Não tem nada mais gostoso que gritar é goooool, é campeãooo. Bom demais. Eu quero ver a Figueira balançar com Copa. Vamos, lá figueirenses! Vamos lá, Brasil! Ana Paula Barbosa é comerciária, fanática pela Seleção Brasileira e pelo Brasil

Canto do Galo

Toca da Raposa

Pedro Zacarias

Hadson Santiago

mandando essa pelada para o Canindé. Bem feito. Lugar de time pequeno é lá no campinho da Portuguesa mesmo. E vem mais final por aí. A estreia do Galo na Recopa Sul-Americana já tem data definida e as partidas acontecerão nos dias 16 e 23 de julho. O Galo enfrenta o Lanús com o primeiro jogo sendo disputado na Argentina e o segundo em Minas. Já estamos reservando espaço para mais uma taça na sala de troféus do Galo. É só esperar.

E para nossa alegria, vamos assistir de perto dois espetáculos do Galo que joga em Ipatinga nos dias 25 e 28 de maio contra Criciúma e Fluminense. Os ingressos já estão à venda ao preço de R$ 20,00. Pena que a capacidade de público está estipulada em 16.000 pessoas, insuficiente para atender à imensa torcida alvinegra dos vales.

Até lá vamos contar com o futebol do meia Maicosuel, contratado junto à Udinese e que vem para dar mais qualidade ao toque de bola do meio de campo do Glorioso. Bom jogador para composição do elenco forte. Com o decorrer dos jogos e o retorno de Tardelli, R10, Jô, Luan, Marcos Rocha e Réver, nosso time volta a ser imbatível. É o dedo do Levir colocando ordem na casa. Pedro Zacarias de Magalhães Ferreira é Galo Doido e servente de pedreiro.

Saudações celestes, leitores do Figueira! Fiquei lisonjeado quando fui convidado por Tim Filho para escrever uma coluna sobre o Cruzeiro Esporte Clube. Falar sobre Cruzeiro e Democrata, os dois times pelos quais torço, é muito prazeroso, mesmo sendo eu um crítico ferrenho dos rumos tomados pelo futebol de hoje. Sou valadarense de nascimento. Nasci na Rua Olegário Maciel, no Hospital São Cristóvão, e durante muitos anos morei na Rua Sete de Setembro, bem próximo ao campo do Democrata. Aliado a isso, meu pai sempre gostou de futebol e eu, seu filho primogênito, não poderia negar a raça: coração dividido entre Raposa e Pantera. Nunca houve conflito, aliás, pois sempre soube administrar a dupla paixão. Não tive o privilégio de ver o Cruzeiro de 1966, o maior esquadrão da história do clube, mas acompanhei aquele timaço de 1976 que conquistou a América do Sul: Raul, Nelinho, Morais, Darci Menezes e Vanderlei; Piazza e Zé Carlos; Roberto Batata (Eduardo), Palhinha, Jairzinho e Joãozinho. Ainda em 1976, o Cruzeiro veio a Governador Valadares enfrentar o América-RJ na inauguração dos refletores do Estádio José Mammoud Abbas, que naquela época se chamava Estádio Magalhães Pinto. Joãozinho jogou muito, mas vou contar essa história depois, em outra oportunidade. Vamos ao Cruzeiro de hoje. Não me causou estranheza a eliminação na Copa Libertadores. Salvo a partida contra a Universidad de Chile, no Mineirão, o Cruzeiro não apresentou o bom futebol do ano passado em toda a competição. Foram altos e baixos que não deram à equipe

um padrão de jogo para prosseguir no torneio. Marcelo Oliveira cometeu muitos erros na escalação do time e os jogadores deixaram a desejar. Não faltou raça, mas só isso não é suficiente. Que aprendam com os erros cometidos.

O Cruzeiro sabe que, numa competição por pontos corridos, cada jogo é uma decisão. Portanto, lutar pelo tetracampeonato é o que interessa.

Ainda bem que o Campeonato Brasileiro está no seu início e o projeto agora passar a ser o título nacional. O Cruzeiro sabe que, numa competição por pontos corridos, cada jogo é uma decisão. Portanto, lutar pelo tetracampeonato é o que interessa. Espero que o Marcelo Oliveira dê chances a garotos como Marlone, Allison, Mayke, entre outros. Está na hora de fazer algumas mudanças e chacoalhar o time. A vitória sobre o Coritiba, três dias após o empate com o San Lorenzo, foi importantíssima para levantar o astral e mudar o foco. Mesmo assim, as falhas na defesa continuaram, além de persistirem, também, os erros de arbitragem. Tomara que o Cruzeiro possa estar nas primeiras colocações quando o campeonato for interrompido, pois não se sabe o que vai acontecer no recomeço da competição. Muitos times sofrerão mudanças com as transferências de jogadores. Abraços! Hadson Santiago Farias é cruzeirense, democratense e saudosista convicto.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.