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O fim de semana em Governador Valadares terá sol entre nuvens e chuva. www.climatempo.com.br
26o 14o
MÁXIMA
Não Conhecemos Assuntos Proibidos
MÍNIMA
ANO 1 NÚMERO 11
FIM DE SEMANA DE 6 A 8 DE JUNHO DE 2014
FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS
EXEMPLAR: R$ 1,00
B R A S I L , O PA Í S D O F U T E B O L
OS PRIMEIROS PASSES DO NOSSO FUTEBOL
Antes da primeira Copa, a bola já rolava na Figueira
A primeira Copa do Mundo aconteceu em 1930, no Uruguai. Bem antes dessa Copa, o futebol já encantava os brasileiros e os moradores do distrito de Figueira, como revela esta foto, sem data, mas que é, certamente, dos anos de 1920, época em que o coletor de impostos Manso de Andrade chegou à Figueira, trazendo uma bola e algumas chuteiras, e implantou o futebol por aqui. O campo onde estes figueirenses estão jogando é onde hoje se localiza o Colégio Franciscano Imaculada. A capela à esquerda se transformou, anos mais tarde, na Catedral de Santo Antônio. Os homens vestidos com roupas sociais são os instrutores do novo esporte. Possivelmente, um deles é Manso de Andrade. Detalhe: que belo lançamento! A bola viaja no céu da Figueira. Conheça a história nas páginas 6 e 7.
Gabriel Sobrinho
Ginásio fica lotado para sorteio de casas do Residencial Vitória O Ginásio Coberto Arnóbio Pitanga ficou lotado durante o sorteio de 653 casas do Residencial Vitória, do Programa “Minha Casa, Minha Vida”. O sorteio foi promovido pela Caixa Econômica Federal e pela Prefeitura de Valadares, na quarta-feira. O empreendimento, localizado próximo ao Bairro Penha, recebeu investimentos de R$ 36,5 milhões, provenientes do Fundo do Arrendamento Residencial (FAR). A primeira sorteada foi Maria Aparecida Gomes (foto), que recebeu os documentos das mãos da prefeita Elisa Costa e de um funcionário da Caixa. Página 4
Arquivo Pessoal
LEIA MAIS Gabriel Sobrinho
Alimentação saudável para escolas e creches Escolas, creches e entidades cadastradas no Programa Nacional e Alimentação Escolar - PNAE vão receber produtos da agricultura familiar para preparar a alimentação de seus alunos. A Prefeitura de Governador Valadares celebrou contratos com seis Associações de Pequenos Agricultores Familiares de cidades da região, no valor total de R$ 2.428.991,00, para aquisição de produtos básicos e perecíveis destinados para o segundo semestre do ano de 2014. Página 5
MÚSICA GOSPEL
Roberto Gonçalves comemora 30 anos de carreira com novo CD
Os produtos dos agricultores familiares são cultivados sem o uso de agrotóxicos
Roberto Gonçalves (foto), cantor e compositor de Governador Valadares, está preparando o seu 5o CD para comemorar três décadas de música voltada a Deus. Página 11
OPINIÃO
Editorial Após a sua 10ª edição, o Figueira foi apresentado nesta terça-feira para as agências de publicidade, empresários, entidades, mundo oficial num encontro gostoso, entre pessoas amigas. A todos que nos prestigiaram com a presença e as manifestações de interesse, o nosso agradecimento e a nossa alegria. Nossos editores, redatores, articulistas, conselheiros, colaboradores, são pessoas apaixonadas, dispostas a defender idéias, argumentar, discutir, polemizar. Daí, não se poder falar em neutralidade. Não. Não há neutralidade. Não essa neutralidade que leva ao meio do caminho entre a mentira e a verdade, que remete a um jornalismo preguiçoso, sem reflexão. O Figueira tem lado. E o lado do Figueira é o compromisso com o jornalismo honesto em que caminham juntas convicção e liberdade, democracia e verdade. É o que nos propomos a entregar ao leitor a cada sexta-feira, no jornal impresso, e dia-a-dia no portal de notícias. Isso pressupõe um leitor inteligente, exigente, que não aceitará um produto falsificado. Mesmo porque, temos a corrigir nossos rumos a posição sempre firme e correta do nosso ombdusman que nos tem presenteado com magníficas aulas de Jornalismo, assim como o posicionamento de nossos conselheiros editoriais, com os quais nos reunimos a cada última quarta-feira do mês, para que também possam se posicionar, exigir explicações, criticar, sugerir. O mesmo direito dado aos repórteres - jovens apaixonados pela profissão - que não se fazem de rogados, e se colocam com firmeza, muitas vezes virando pautas, a cada quinta-feira, em nossas reuniões semanais.
O Figueira tem lado. E o lado do Figueira é o compromisso com o jornalismo honesto em que caminham juntas convicção e liberdade, democracia e verdade.
Então, por tudo isso, é que, no Figueira, manter-se-á a solução clássica do Jornalismo: a porta da Redação é uma, a porta da Publicidade, dos anunciantes, é outra. E foi por assim entender que preferimos dar um tempo para que entidades e empresas locais, ainda não habituadas a um Jornalismo sem amarras, pudessem avaliar como benéfico esse novo padrão em que as informações de interesse dos cidadãos não são submetidas ao crivo dos anunciantes. Daí, ao invés de sairmos à cata de anúncios, de forma precipitada, é que nós, jornalistas proprietários do Figueira, juntamos nossas reservas e buscamos apoio de alguns empresários que se somaram a este novo projeto, antecipando compra de espaço para uso publicitário quando quiserem. Assim, garantimos a sobrevivência do empreendimento por um quadriênio, independentemente de quaisquer pressões. Isto é pioneirismo. Não aquele que serve apenas para classificação social, que divide a sociedade entre pioneiros e forasteiros. Mas, o pioneirismo como atitude, de quem já passou, de quem aqui vive e investe ou de quem ainda vai chegar, porque, em nossa jovem cidade, de apenas 76 anos, muito estamos a precisar de atitudes pioneiras para que realmente possamos construir a cidade que todos sonhamos. Lançar produtos de comunicação sem anúncio não é nenhuma novidade para esse grupo que, nos anos 90 publicou a revista GV News e desde 2010 publica a revista Benedita. Não foi diferente com o Figueira. Agora, que o jornal caiu no gosto do leitor; que já começa a ganhar uma ampla carteira de assinantes e tem as suas edições esgotadas; que tem um projeto gráfico moderno e belo; que apresenta qualidade de conteúdo e impressão; que se diferencia por ser fullcollor; que tem um portal leve, bonito, de fácil manuseio; agora sim, já se tem o que oferecer ao anunciante. Por isso, apresentamos a diretora comercial do Figueira, Leila Fernandes, que cuidará do relacionamento com as agências, da captação de anúncios, da fidelização de assinantes. A você, que acredita que no Estado de Direito o ambiente plural, o livre debate e a participação desassombrada dos cidadãos geram condições para uma economia vigorosa e tornam a cidade mais atrativa a investimentos, seja bem vindo ao Figueira, como leitor, assinante, anunciante. Vida longa ao Figueira!
Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-83 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3277.9491 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Áurea Nardely de M. Borges MG 02464 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo Diretora Comercial Leila Fernandes
FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
Tim Filho Brasil estreia no Dia dos Namorados
O Figueira tem lado
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Conselho Editorial Aroldo de Paula Andrade Áurea Nardely de Magalhães Borges Edvaldo Soares dos Santos Enio Paulo Silva Jaider Batista da Silva João Bosco Pereira Alves Lúcia Alves Fraga Regina Cele Castro Alves Sander Justino Neves Sueli Siqueira Artigos assinados não refletem a opinião do jornal
Liberar as calçadas para a população e transferir os camelôs para Parlatório um espaço do comércio popular é um desafio para a cidade? É preciso pensar a cidade para o futuro SIM
Ângelo Coelho dos Santos
A construção de um camelódromo na área anexa à Rodoviária de Governador Valadares seria uma solução para o problema “camelô nas calçadas”. Sem dúvida, esta área seria uma ótima opção para a instalação de um shopping popular. É claro que isto levaria mais tempo, uma vez que a empresa concessionária da Rodoviária deve ter um contrato, e isto poderia ser uma barreira para a implantação. Mas, com relação à localização seria perfeito, pois como se trata de uma região central, todos sairiam ganhando. Mas não é apenas ali, na Rodoviária, que existe a possibilidade de instalação deste shopping popular. Diversas áreas na região central poderiam abrigá-lo, por meio de ação do município ou de algum grupo privado. Hoje, temos um grande problema. Os camelôs estão espalhados pela cidade e transmitem uma impressão de desorganização para todos, para os órgãos governamentais, para a Polícia, para a população como um todo. Eu penso que tanto a Prefeitura quanto a Câmara de Vereadores deveriam tratar desse assunto com mais atenção e rapidez.
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Na atual situação, o camelô causa problemas em diversos aspectos. Ele concorre com um comerciante que paga aluguel, impostos e gera empregos, configurando uma concorrência desleal
Um shopping popular atrairia muitos consumidores de cidades vizinhas para a nossa cidade. E não seria somente um shopping de venda de produtos. A este empreendimento poderiam ser agregados serviços de prevenção de saúde, arte, educação e lazer, tudo concentrado num mesmo espaço, com atendimento diferenciado para a cidade e a região. Penso que esses comerciantes, os camelôs, deveriam
também participar do projeto, e neste local deveria ser feito um jardim, com bancos, uma área de convivência, que traria benefícios para os comerciantes e moradores daquele local, além do aspecto de circulação, segurança e visual do centro da cidade. Na atual situação, o camelô causa problemas em diversos aspectos. Ele concorre com um comerciante que paga aluguel, impostos e gera empregos, configurando uma concorrência desleal. Ao utilizar as calçadas, eles estão atrapalhando a circulação de pessoas e isto é claro no dia a dia de nossa cidade. Num dia de chuva, quando as pessoas procuram as marquises das lojas para circular melhor, diversas bancas tomam esses espaços, impedindo a passagem de pedestres. Isso é falta de respeito com os transeuntes.
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Os lojistas não querem em hipótese alguma sacrificar os camelôs, expulsando-os do centro.
O sindicato do comércio da cidade contratou pesquisa de uma empresa séria, que ouviu um grande número de camelôs, e o que se concluiu é que a maioria deles considera interessante a instalação de um shopping popular na área central. Esta pesquisa já foi apresentada à Prefeitura e à Câmara de Vereadores. Os lojistas não querem em hipótese alguma sacrificar os camelôs, expulsando-os do centro. Queremos, sim, que a Prefeitura faça um projeto, e encontre uma solução para este problema, beneficiando a todos e não a um grupo de interesse. Precisamos ter em mente que tudo o que fizermos estaremos fazendo para os nossos filhos e para as gerações futuras. Precisamos discutir a cidade pensando no futuro.
Ângelo Coelho dos Santos, Janjão, é empresário, diretor da Brasileira Cortinas
Os camelôs já estão legalizados e não precisam de um camelódromo NÃO
Ailson Rodrigues
Desde quando começou essa conversa sobre a construção de um camelódromo em nossa cidade eu me posicionei contra. Disse isso a todos os meus colegas de profissão e ao meu irmão que tem uma barraca aqui no centro. Sou contra, digo “não” e tenho muitos argumentos para ser contra. Eu não entendo os motivos que levam os lojistas e a Prefeitura a querer nos tirar das ruas. Não entendo. Trabalhamos de forma legalizada. Temos nossas barracas em boas condições, somos microempreendedores. Falo por mim e pelas dezenas de colegas que, como eu, trabalham honestamente. Agora, é claro que tem outros, que eu chamo de “paraquedistas”, que aparecem do nada, não pagam impostos, não têm licença para trabalhar, e ficam aí na ilegalidade. Muitos nem são da nossa cidade. A Prefeitura deveria chamá-los para uma conversa e legalizar a situação deles, talvez até arranjar um lugar para eles trabalharem. Mas com a gente, que está aqui há 10 ou 15 anos, não há razão para preocupações por parte da Prefeitura e dos lojistas. Esses lojistas são minoria, uma “meia dúzia” que vive pressionando o CDL a exigir que a Prefeitura nos retire das ruas. Quando eu falo que é “meia dúzia”, falo a verdade. Quer um exemplo? Eu me relaciono muito bem com os lojistas que estão no quarteirão onde está a minha barraca, na esquina da Avenida Minas Gerais com Bárbara Heliodora. Eles confiam em mim, eu não concorro com eles, eu vendo outros produtos. Eles vendem aparelho de televisão, geladeiras, máquinas de lavar roupas e outros eletrodomésticos. Além disso, estando aqui na porta das lojas deles, eu ajudo na vigilância. Já flagrei e denunciei uma mulher que estava roubando numa das lojas.
Sei que alguns lojistas e a Prefeitura dizem que as barracas dos camelôs na área central ocupam muito espaço nas calçadas e atrapalham os pedestres. Ora, isso não é verdade. A minha barraca é pequena, móvel, é um carrinho, que sai do ponto no fim do dia e deixa a calçada livre. E as bancas de revistas? Elas são enormes, ocupam espaço maior e são fixas. E o que é pior: as bancas de revista vendem os mesmos produtos que os camelôs vendem. Por que ninguém mexe com estas bancas? Se falam que o nosso produto é fruto de contrabando, que não paga imposto, que é ilegal, porque ninguém fala isso dos jornaleiros, que na verdade, estão vendendo algo mais que jornais e revistas, não é mesmo?
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Eu não entendo os motivos que levam os lojistas e a Prefeitura a querer nos tirar das ruas. Não entendo. Trabalhamos de forma legalizada. Temos nossas barracas em boas condições, somos microempreendedores. Falo por mim e pelas dezenas de colegas que, como eu, trabalham honestamente.
Somos trabalhadores, honestos, não estamos prejudicando ninguém com o nosso trabalho. E digo mais: essa pesquisa que os lojistas fizeram, que apontou que mais de 60% dos camelôs aprovam a ideia de construção do camelódromo, não tem base alguma. Basta ouvir todos os camelôs que têm ponto na área central. São 157. A maioria é contra. Querem tirar a prova? Saiam pelas ruas e perguntem a cada um. Todos dirão “não” ao camelódromo. Ailson Rodrigues é camelô.
CIDADANIA & POLÍTICA
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Da Redação
Sacudindo a
Figueira
Festa junina do Euclydes Euclydes Pettersen anuncia festa na Fazenda Boa Vista, no domingo, 15 de junho, ao lado do padrinho deputado estadual Jayro Lessa. Conta como presença já confirmada os candidatos a governador e vice, Pimenta da Veiga e Dinis Pinheiro.
FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
O coronel
Quando aquele cavalheiro nervoso entrou no hospital dizendo “eu sou coronel, eu sou coronel”, o médico tirou o estetoscópio do ouvido e quis saber: “Fora esse, qual o outro mal do qual o senhor se queixa?”
A figueira precipita na flor o próprio fruto
Frase de Stanislaw Ponte Preta, humorista do jornal Última Hora, anos de 1950.
Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino
Festa junina do Pimentel Candidatura lançada nesta última sexta-feira, Fernando Pimentel, do PT, começa junho em festa. Pesquisa da CP2, divulgada na segunda-feira, 2 de maio, pelo jornal mineiro O Tempo, confirma a liderança do petista ao governo do Estado. A pesquisa aponta 30,6% das intenções de voto para Pimentel contra 19,4% de Pimenta da Veiga, do PSDB. Nesse clima de otimismo, Pimentel passará o dia 10 inteiro em Valadares, na Caravana que tem rodado todo o Estado. No meio da agitação toda, receberá o título de Cidadão Valadarense na Câmara de Vereadores.
Jeff Wedner/AP
Nesta edição destacamos o Movimento Pró Democracia que ocupou por sete semanas a Praça da Paz Celestial, em Pequim, China, em 1989. No dia 5 de junho daquele ano o movimento foi esmagado pelo Exército chinês. A foto mais conhecida do massacre daquele dia mostra um manifestante solitário tentando barrar uma coluna de tanques do Exército. O fotógrafo Jeff Widener declara: “os chineses sofrem de amnésia voluntária. Muitos deles usam softwares para driblar a censura, conhecem a foto e sabem da repressão de 89. Mas, como a situação econômica melhorou, fazem vista grossa.” Ao movimento que precedeu as ocupações de praças e lugares públicos mais recentes (Ocupy Wall Street, etc) e a todos que lutam para que a China além de se tornar rica se torne democrática, o nosso respeito.
E tem mais festa em junho, e muitas decisões. Copa do Mundo, convenções partidárias, movimentos de rua (?). Tudo junto e misturado tornam este mês de junho um mês atípico, diferente. Decisões no gramado, decisões eleitorais. Enfim, acabam as especulações e tudo vai ganhando ares de definições. Até o dia 30 próximo o mistério sobre quem aceitará ser vice do Aécio, do PSDB, acaba. Assim também sobre quem de fato sai candidato à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal. E, graças a Deus, acabam-se os leilões das alianças partidárias. Quanto às manifestações de rua – cada vez mais escassas e com menos apoio popular, ainda existem por força das disputas eleitorais/sindicais – com greves de diferentes categorias, em diferentes pontos do país ou mesmo à revelia dos sindicatos e por força dos que sempre torcem pelo quanto pior, melhor.
PSDB defende projetos do PT Vai ficando cada vez mais distante para os eleitores a possibilidade de definir-se à luz de apresentação honesta de programas que possam dizer claramente o que pensa e o que pretende fazer este ou aquele candidato. Linguagem pasteurizada, definida por pesquisas qualitativas, vão forjando o discurso da mesmice. Ah, e por falar nisso, de acordo com matéria da Agência Estado desta quarta-feira, “o programa de governo do pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, fará a defesa dos principais projetos sociais das gestões dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que tentará reeleição”. E exemplifica: “Documento elaborado por colaboradores de Aécio para a educação, que será lançado nesta quarta-feira à noite no Portal Social, site ligado ao PSDB e abastecido pelos integrantes da campanha, mostra que os tucanos defenderão a “expansão” e o “aprimoramento” de programas implementados pelo PT, como o Pronatec, criado em 2011, no governo Dilma, e o ProUni, criado em 2004, no governo Lula”.
SEÇÃO
Pó de Mico Só deselegantes? Marcus David, um dos candidatos a reitor da UFJF nas eleições do dia 10 próximo, insistiu em ter agenda com a prefeita Elisa Costa. A vice dele é a professora Gislene, a que votou contra a criação do Campus em Valadares e impediu até agora a vinda do curso de Enfermagem. A agenda pública da prefeita incluía o encontro com ele na terça-feira, às 10 da manhã. Ele não apareceu. De Juiz de Fora, disseram que ele estava lá, em outra reunião.
“Que tudo continue assim, isto é a catástrofe.” Walter Benjamin
LAI - Lei de Acesso à Informação Lei de Acesso à Informação I A Secretaria Municipal de Administração declara já estar com as condições técnicas para colocar à disposição, no portal da transparência do município (www.valadares. mg.gov.br), todos os salários dos servidores. A definição de data para dispor os dados para a imprensa e a população deve sair nos próximos dias. Ali, já é possível encontrar as leis e decretos, os contratos e convênios, o andamento de processos e o Diário Oficial do Município, sempre atualizados. Abrir os salários à população que paga será mais um passo de democratização da informação em Valadares. Os salários do pessoal do SAAE e do IPREM também estarão disponíveis. Acesso à Informação II
Protesto
O presidente da Câmara de Vereadores Geovanne Honório trouxe a transparência para o próprio ambiente das sessões públicas. Tudo o que ocorre no plenário da Câmara pode ser assistido ao vivo ou em acesso posterior. As câmeras filmam tudo, o formato youtube facilita o acesso. No endereço da Câmara (www.camaragv.mg.gov.br) é possível ter acesso aos vídeos. A democratização do acesso oferece excelente material para a memória da cidade, os cidadãos, os historiadores e os jornalistas. Acesso à Informação III Enquanto isso, o Ministério Público Estadual, que tem sido insistente na cobrança para que prefeituras e órgãos cum-
Descuido na aprovação de loteamento A população do bairro Pastoril tem se queixado da falta de qualidade da pavimentação das ruas. Compraram os lotes em ruas asfaltadas, mas não se deram conta de que era apenas uma capa asfáltica sem subleito e preparos adequados. Tudo devidamente aprovado pela Prefeitura, no governo Paulo Fernando, em 1996. Com quem acertar a conta da desilusão agora? Em vez da denúncia vazia na tribuna da Câmara, poderiam ter melhor sorte se coletivamente os moradores pactuassem com a Secretaria de Obras um planejamento de recuperação.
após o resultado. Isso valia também para enxadas – o cabo, depois a enxada propriamente dita. Pois, neste ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2014 o deputado estadual Mourão prometeu a 7 vereadores e a uma vereadora na Câmara de Valadares uma ambulância do governo do Estado para cada um deles. Tudo certo, acordo fechado, agora mandou recado que em vez de 8, só serão entregues 4 ambulâncias. As outras 4 virão depois das eleições. O problema do deputado agora é acertar com os vereadores quem fica com o prêmio e quem fica com a promessa.
Durante anos e anos a Prefeitura de Valadares viciou os cidadãos com campanhas de descontos nas dívidas a serem pagas. Premiava o mau pagador. Disso resultou a cidade ter receita própria muito inferior aos municípios do mesmo porte. Do outro lado, depende em mais de 12% da sua receita do FPM – Fundo de Participação dos Municípios, quando os municípios do mesmo porte dependem em média 5% do mesmo fundo. O que muda agora é que a Secretaria da Fazenda encaminhará, a partir do dia 10 de junho, os devedores do IPTU de 2009 para o protesto em cartório. Fará o encaminhamento por lotes de devedores, por ano e por imposto, até conseguir fazer do procedimento regra a disciplinar a relação entre o município e os maus pagadores.
cautela e caldo de galinha no dia da posse, ouvir e conhecer antes de sair fazendo mudanças, tem uma pedra no seu caminho. No próprio conselho diocesano há convicção de alguns de que a dificuldade dele será a mesma dos que o antecederam. A Maçonaria funciona como uma ecclesiolae in ecclesia, com posições bem ocupadas em todos os espaços da Cúria. Apontam a dependência que a Igreja tem dos maçons bem posicionados, tanto na sua economia quanto nas relações sociais. E indicam decisões que são tomadas fora e ajustadas dentro.
ISS da Valadarense
Um pé de bota de cada vez Da República Velha, que durou até 1930, ficaram histórias do voto de cabresto e do voto comprado. Consta que uma das práticas era a de se trocar voto por um par de botas, entregando um pé antes das eleições e o outro pé
pram a Lei de Acesso à Informação, esconde as suas informações. No portal www.mpmg.mp.gov.br até existe um ambiente para a transparência. Mas, vale a regra “faça o que eu falo e não o que eu faço”. O acesso não é para o cidadão comum, o contribuinte, o que paga. Tentem fazer o caminho e chegar ao salário de um dos promotores públicos de Valadares. Cada um deles está identificado pela matrícula, o que é dado interno do MP. Tratamos nossos procuradores de Justiça por seus nomes, não por suas matrículas. Para chegar à remuneração de um, é necessário declarar CPF e nome de quem procura e fazer busca de todos os promotores de Valadares até chegar ao que se quer. A cada busca, de novo tem de ser declarado o CPF e o nome. Pode até ser um bom estoque de dados, mas é pouco público, dados os empecilhos para se chegar à informação.
O bispo e a Maçonaria O bispo Dom Félix, que prometeu
A prefeita Elisa Costa recomendou ao líder de governo, vereador Gledston Araújo, a retirada do projeto de isenção do ISS da Valadarense, empresa do transporte coletivo. O assunto, debatido neste Figueira, está fora da pauta da Câmara neste ano. Há a necessidade de novos estudos no sentido de verificar a real necessidade da isenção.
Desertores Em tempos de Campanha da Fraternidade sobre tráfico humano, parece distante o tempo em que as oportunidades de trabalho para os jovens de Valadares estavam em Boston. A época marcou a cidade e ligou Valadares e Boston definitivamente. Centenas de policiais militares ausentaramse, naquela época, para conseguir assegurar o estudo dos filhos e a casa própria para a família. Carregam o estigma agora de serem desertores. Em uma cidade que vê crescerem os índices de violência, homens e mulheres capacitados para a atividade policial querem voltar à farda e não conseguem. Em Valadares são 218.
GERAL
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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
Famílias participam do sorteio das casas do Residencial Vitória Sorteio foi realizado no Ginásio Coberto, que recebeu grande público nas arquibancadas. 653 famílias chegaram cedo, com muita esperança Gabriel Sobrinho / Repórter
Gabriel Sobrinho
A Caixa Econômica Federal e a Prefeitura de Valadares realizaram na quarta-feira, o sorteio de 653 unidades habitacionais do Residencial Vitória, construído por meio do Programa Minha Casa Minha Vida. Ainda era meio-dia e já era intensa a movimentação em frente à Praça de Esportes, no Centro, com mais de mil pessoas, de vários bairros, a se adiantarem para o evento. O empreendimento, localizado próximo ao Bairro Penha, recebeu investimentos de R$ 36,5 milhões, provenientes do Fundo do Arrendamento Residencial (FAR), e será destinado a famílias com renda de até R$ 1.600,00 no Programa Minha Casa Minha Vida. Cada unidade habitacional, cujo valor é de R$ 55.950,00 corresponde a um terreno de 160 metros quadrados, com 40,9 metros quadrados de área construída. As casas têm dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço externa com cobertura. Todas elas contam com uma novidade, seguindo a tendência de sustentabilidade dos projetos atuais de construção civil: o sistema de aquecimento solar. O gerente da Caixa, Cornélio Salazar, contou que do total de casas, 20 receberam adaptações para pessoas com deficiência.
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Eu nem acreditei, estou achando que é outra pessoa. Agora minhas filhas terão uma casa pra considerarem delas. Daqui pra frente minha vida vai ser outra. As parcelas são baixas, vai sobrar mais dinheiro, minha família terá uma condição melhor.
Funcionário da Caixa e a prefeita Elisa Costa entregaram a primeira casa sorteada para a ganhadora Maria Aparecida Gomes
“Foram três anos de espera, nesses oito anos pagando aluguel. Agora vou ter minha casa, é um sonho realizado”, declarou a atendente Maria Aparecida Gomes, primeira sorteada da tarde. Lá no meio da arquibancada, ela esperava ansiosamente. Assim que começou o sorteio, o primeiro nome no papel a sair da caixa de vidro foi o de Maria. “Eu nem acreditei, estou achando que é outra pessoa. Agora minhas filhas terão uma casa pra considerarem delas. Daqui pra frente minha vida vai ser outra. As parcelas são baixas, vai sobrar mais dinheiro, minha família terá uma condição melhor”, completou Maria Aparecida. Após o sorteio, o próximo passo, antes da entrega das chaves, será a vistoria das casas pelas famílias que conquistaram a moradia própria no Residencial. Em seguida, serão assinados os contratos. As pessoas contempladas quitarão os imóveis em um período de dez anos, com parcelas que poderão variar entre R$ 25,00 e R$ 80,00 por mês, de acordo com a renda de cada família.
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As arquibancadas do Ginásio Coberto receberam um grande público para ver e participar do sorteio das casas do Residencial Vitória
Notícias do Poder José Marcelo / De Brasília
Exclusivo
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL) deve anunciar nos próximos dias o nome do advogado-geral, Alberto Cascais, como diretor da Casa. Seria apenas um ato burocrático, não fossem as relações históricas entre eles. Caiscais, embora desempenhasse a função de advogado do Senado, atuou fortemente na defesa do senador alagoano, na época em que ele enfrentava risco de perder o mandato por quebra de decoro parlamentar. + Exclusivo Por falar em Renan Calheiros, ele contratou Mariana Lessa, sobrinha do ex-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, para trabalhar no gabinete dele em Brasília. Seria um agrado ao ex-governador que se comprometeu a apoiar o deputado federal Renan Filho, candidato a governador do estado. Renan pai e Ronaldo Lessa são amigos de longa data. Outra forma de retribuir será o apoio do presidente do Senado à candidatura de Lessa a uma vaga na Câmara. Ainda Renan Renan Calheiros também vai apoiar a candidatura de Fernando Collor à eleição para o Senado. O presidente está no meio do mandato de oito anos. Ainda Caiscais O advogado-geral Alberto Caiscais é o responsável pela ação impetrada no Supremo Tribunal Federal contra a redução das bancadas na Casa e na Câmara.
Dilma gostou O deputado federal Henrique Fontana (PTRS) deve ser anunciado como titular do cargo que vem ocupando interinamente: o de líder do Governo na Câmara. Duas situações devem levar à sua permanência. A primeira é o fato de a presidente Dilma Rousseff estar satisfeita com o desempenho dele nas negociações com os parlamentares. Dilma gosta de Fontana. A segunda é que os analistas consideram um risco trocar um líder em um momento conturbado como agora, com Copa do Mundo, eleições e tudo o que o Governo quer aprovar até o fim do ano.
Demissão ao vivo Já que o assunto é STF, dia desses uma competente jornalista, que trabalhava no telejornal da TV Justiça, foi demitida enquanto o jornal estava no ar. Tudo porque um ministro apareceu querendo dar uma entrevista ao vivo, no segundo bloco, que acabava de entrar no ar. A assessoria do ministro não gostou de ouvir que não seria possível, que seria necessário entrar no terceiro bloco, porque já estava tudo esquematizado na programação e que só seria possível fazer alterações durante o intervalo. Assim que o telejornal saiu do ar a moça recebeu o aviso de que estava fora.
Joaquim Barbosa Engana-se quem pensa que a aposentadoria precoce do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, se deve a questões políticas ou pressões. Tá certo que ele enfrentou percalços e sofre questionamentos severos a respeito da atuação dele no comando da suprema corte. Ainda assim, se retira do cargo com alto índice de aprovação popular, como o ministro negro que enfrentou e mandou para a cadeia os poderosos da República. R$ 50 mil por página A possível migração de Joaquim Barbosa para a política vem sendo discutida em todos os gabinetes de partidos em Brasília. Mas o que pouca gente leva em conta é o futuro mais provável de Joaquim Barbosa: o ministro deve voltar a atuar forte como advogado, usando toda a experiência como ex-ministro para atuar nos casos mais emblemáticos, justamente nas ações que tramitam no STF. Só para se ter uma ideia, um possível parecer de Barbosa em um futuro processo já estaria cotado em R$ 50 mil por página.
Tá explicado O afago que a Espanha vem fazendo ao Brasil nos últimos tempos tem explicação. Durante almoço na Embaixada em Brasília, este jornalista ouviu do embaixador Manuel de La Cámara que o Brasil já é responsável por comprar 30% de tudo que a Espanha exporta. A balança comercial está favorável ao país de Cervantes. José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.
REPORTAGEM
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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
Gabriel Sobrinho
Agricultura e Meio Ambiente
Escolas municipais ampliam aquisição de alimentos de produtores locais Gabriel Sobrinho / Repórter A Prefeitura de Governador Valadares celebrou contratos com seis Associações de Pequenos Agricultores Familiares de cidades da região, no valor total de R$ 2.428.991,00, para aquisição de produtos básicos e perecíveis destinados à alimentação dos alunos das escolas, creches e entidades cadastradas no Programa Nacional e Alimentação Escolar - PNAE, para o segundo semestre do ano de 2014. Entre os produtos adquiridos estão polpa de fruta congelada, abóbora moranga, banana prata, cenoura vermelha, mexerica ponkan, repolho, tomate, alface, cebolinha, couve, mandioca, além de biscoitos, rosquinhas, doce de banana, manteiga e leite. O leite é a grande novidade nesses novos contratos, e representa o avanço dessa parceria, declara o diretor de Abastecimento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento (Sema), Clóvis da Silva Moreira: “antes, para atender o Programa Nacional e Alimentação Escolar, o leite era comprado por licitação, de empresas de fora de Valadares, não valorizando os esforços dos trabalhadores rurais locais. Agora, depois dos contratos celebrados, a Associação dos Agricultores Familiares dos Córregos Unidos e Distrito de Brejaubinha ficou responsável pela distribuição do alimento”.
O diretor de Abastecimento da Sema, Clóvis Moreira, lembra que o primeiro diagnóstico para estudar a condição de organização das associações da agricultura familiar foi feito em 2001. Naquela época, foi constatada a falta de preparo técnico e organizacional das microempresas rurais, no âmbito de políticas públicas ligadas ao mercado: “antes, a reclamação da maioria dos trabalhadores rurais girava em torno da condição das estradas”, mas esse não era o grande problema, explica Clóvis, para quem a falta de capacitação e formação deixava os agricultores distantes dos benefícios que o Governo disponibiliza aos trabalhadores do campo. Com o novo projeto, foi possível a contratação de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER, de educação não formal, de caráter continuado no meio rural, que tem por objetivo a promoção e a divulgação de conhecimentos para gestão, produção, beneficiamento e comercialização de atividades e serviços agropecuários. Associado à entidade rural contratada, Márcio Jorge comemora a nova fase e garante que “o faturamento para todos os trabalhadores aumentou mais de 30%”. É também ele quem, corroborando a fala do diretor da Sema, explica: “agora estamos capacitados, entendemos mais de mercado de atuação. O serviço daqui pra frente será com uma responsabilidade a mais. Os números melhoraram. Esse
Os pequenos produtores também vendem seus produtos na Feira da Agricultura Familiar, no Mercado
contrato com a Prefeitura de Valadares valorizou nosso leite, que antes vendíamos por R$ 0,85 agora passou para R$ 1,25”. O procedimento é fundamentado nas Leis Federais 8.666/93 – lei das licitações e de n° 11.947/2009, que dispõem sobre o atendimento da alimentação escolar e no Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, o processo, que dispensa licitação, é formalizado pela Chamada Pública, que também é utilizada na compra de merenda escolar, feita no âmbito do PNAE. Clóvis declara que “por meio do associativismo e da assistência recebida, os produtores da Agricultura Familiar estão
plenamente aptos a contratarem com a Prefeitura e a gerir recursos de mais de um milhão de reais, como o caso do contrato para fornecimento de leite e manteiga”. Os contratos firmados com a Prefeitura são com a Associação Pequenos Produtores Rurais do Uruçú, Associação dos Agricultores Familiares de Inhapim, Associação dos Agricultores Familiares dos Córregos Unidos e Distrito de Brejaubinha, Associação dos Moradores da Microbacia do Córrego do Brejaúba, Associação dos Produtores Rurais do Cassimiro e Associação dos Produtores Rurais do Bananal dos Melquíades. Fábio Moura
Fábio Moura
O mato tomou conta da área e a construção está destruída, com janelas de vidro quebradas e paredes pichadas
Primeiro parque da cidade, onde funcionou o CEAM, está abandonado Fábio Moura/Repórter
Os mais de 500 trabalhadores do Distrito Industrial agora podem retornar para suas casas, no final do dia, com segurança. A Vale inaugurou, há duas semanas, a iluminação dos postes próximo a Passagem Inferior do bairro Santa Rita. A demora nas obras na rede pública ocorreu devido à escolha de uma nova empresa, diferente da que executou o viaduto, em maio de 2013. Foi preciso aguardar o prazo da Cemig para aprovação do projeto executivo e interligação da nova rede de iluminação à rede pública. No trecho situado em frente à cabeceira do aeroporto, foi utilizada fiação subterrânea como forma de evitar riscos e garantir a segurança das manobras de pouso e decolagem de aeronaves do aeroporto local.
A casa foi construída pelo estadunidense Richard Pitt Simpson, ou Mr. Simpson, apenas. O engenheiro desembarcou em Governador Valadares na década de 1940, a trabalho. Na Morrison Knüdsen do Brasil prestou serviços à Estrada de Ferro Vitória a Minas por mais de 25 anos. Com ele, veio Geraldina Simpson, sua esposa. Aqui, criaram seus cinco filhos em meio à mata, na casa do Mr. Simpson, como convencionou-se citar o local. Em 1969, Mr. Simpson faleceu. Cinco anos mais tarde, Geraldina tomou seus filhos à mão e partiu rumo à capital mineira. Deixou pra trás uma área de quase 32 mil metros quadrados de mata, à época rodeada por mais do mesmo. Mas, a cidade cresceu e os bairros Vila Mariana, Morada do Acampamento e São Geraldo tornaram-se mais robustos e alcançaram os limites do terreno. Em dezembro de 1992, o então prefeito, Ruy Moreira, sancionou a Lei 3.649 que definiria aquele espaço como Parque Municipal Figueira do Rio Doce, o primeiro da cidade. De lá pra cá, o local abrigou a unidade regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER-MG, o Arquivo Municipal, um Museu Arqueológico, o Centro de Estudos Ambientais – CEAM em uma parceria da Prefeitura com a Univale, no governo Fassarella. Abandonado no governo seguinte, do prefeito Mourão, nos últimos tempos virou uma cracolândia.
“Quando assumi a Secretaria no início de 2013, o Parque não tinha mais a parte elétrica e nem a parte hidráulica. Tudo havia sido furtado. O espaço estava abandonado. Aí, é claro, o lugar passa a ser reduto dos dependentes químicos”, relata a secretária municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, Cida Pereira. O Parque segue sob os cuidados de um vigia diurno e outro noturno. Pequenas obras de reparo podem ser observadas no local. Mas, sem a real ocupação da área pelo poder público, o que se vê, ainda, é a prática de uma finalidade distinta daquela à qual fora destinado. Um projeto de reconstrução, restauração e reocupação foi selecionado pelo Ministério das Cidades e consta no Orçamento Geral da União, no valor de R$ 590 mil. O Plano de Trabalho está em fase de análise no Portal de Convênios - SICONV. Depois de reformados, os três prédios do Parque irão abrigar o Departamento de Agricultura e Pecuária e o Departamento de Abastecimento. O espaço estará disponível, também, para o encontro de movimentos sociais, atividades relativas à educação ambiental para crianças e jovens, além de ter um local para caminhadas e outros exercícios físicos. Até lá – ou até que ele seja efetivamente reocupado – a prática mais comum mesmo envolve cachimbos, pedras e muita fumaça. O Parque Municipal Figueira do Rio Doce é uma das três Zonas de Proteção Ambiental de Governador Valadares. O Parque Natural Municipal – tema da 6ª edição deste Figueira – e o Pico da Ibituruna completam a lista.
HISTÓRIA
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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014 Arquivo Pessoal Tim Filho
Mais uma foto dos anos de 1920, sem data definida, mostrando a pose coletiva de dois times do distrito de Figueira, o Flamengo Football Club e o Ibituruna Football Club, com torcedores e o Pico da Ibituruna ao fundo
Manso, o nosso Charles Miller
Manso de Andrade era funcionário público federal, que veio para o distrito de Figueira em 1920, atuar como coletor de impostos. Trouxe com ele uma bola de couro e algumas chuteiras. Assim como Charles Miller, filho de um escocês e uma brasileira, apontado como o introdutor do futebol no Brasil (1895), Manso deu o pontapé inicial para o futebol na Figueira. Assim, surgiram o Flamengo Football Club e o Ibituruna Football Club, sendo que o Ibiturna deu origem ao Sport Club Democrata, em 1932. A partir destes clubes surgiram outros e até hoje a bola rola por aqui.
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Bemaventurados sois vós que não entendeis, nem aspirais a entender nada sobre futebol, porque vosso é o reino da tranquilidade. Carlos Drummond de Andrade
Mundinho conta que o coletor de impostos Manso de Andrade introduziu o futebol na Figueira do Rio Doce, embora, elegantemente ele registre que Sizenando Ribeiro tenha atribuído esta façanha a Hermógenes Barroso.
Tim Filho e Fábio Moura/ Repórteres
em futebol na Figueira? Mas, cadê a bola? Vixe! Vamos dar um salto até o ano de 1920. Neste espaço de tempo que deixaremos de tecer detalhes, pelo menos por enquanto, Figueira do Rio Doce (que a partir de 1938 vai se chamar Governador Valadares) já cresceu de forma espetacular. Em 1910, no dia 15 de agosto, o lugarejo empoeirado ganhou uma Estação da Estrada de Ferro Vitória-Minas, que veio serpenteando a mata desde a capital espiritosantense, a caminho da cidade de Diamantina. É verdade que depois a grande serpente de ferro mudou o seu trajeto para Itabira, mas contribuiu de forma significativa para que o lugarejo chamado Figueira do Rio Doce tivesse acesso às novas formas de comunicação e se transformasse em um importante entreposto comercial, ganhando a presença do Estado com uma Coletoria Federal de Impostos. É aí que começa o futebol na Figueira. Hã? Embora pareça incrível, junto com o coletor de impostos, chamado Manso de Andrade, além da sanha de arrecadar mais e mais para o tesouro nacional, chega a bola. Uhu! O cara é o nosso Charles Miller. Chegou com uma bola de futebol debaixo do braço. Trouxe também uma chuteira, depois mais chuteiras, calções, meiões, camisas e paramentação mais sofisticada dos primeiros boleiros. Não perca a data. Estamos em 1920. Quem registra esta história é o escritor José Raymundo Fonseca, testemunha ocular do nascimento do futebol na Figueira, e que contou grande parte da nossa história no livro “Figueira do Rio Doce – Ibituruna”, lançado em 1985. Ele também era o cara. Conhecido como Mundinho Fonseca, era filho de José de Oliveira Fonseca e Josefa Gonçalves Pimenta. Era conhecido como Mundinho ou Mundinho Fonseca. Era assim que ele era chamado pelos familiares e amigos, e este era o seu nome no mundo do futebol. Digo que ele era fodástico porque foi um dos poucos ou o único a registrar as origens do futebol em Figueira. Os outros historiadores e pesquisadores se limitaram a conferir má reputação aos nossos irmãos Krenak, e ficaram muito preocupados com a extração de madeira, mica, bois no pasto, e a dizer que o crime grassava por essas bandas. Talvez seguiram à risca aquela bem-aventurança atribuída ao nosso poeta Carlos Drummond de Andrade: “Bem-aventurados sois vós que não entendeis, nem aspirais a entender nada sobre futebol, porque vosso é o reino da tranquilidade”. No pau! Que venha o reino da intranquilidade. É nele que somos insanos e nos entregamos à paixão futebolística. Mas vamos lá. Mundinho conta que o coletor de impostos Manso de Andrade introduziu o futebol na Figueira do Rio Doce, embora, elegantemente ele registre que Sizenando Ribeiro tenha atribuído esta façanha a Hermógenes Barroso. Mas sustenta a afirmação de que Manso de Andrade foi o nosso Charles Miller. Antes dele, o futebol era jogado no meio da rua, mas como um bate-bola primitivo, no qual a bola de couro, redondinha, era substituída por bexiga de boi ou bola de borracha, nem tão redondas, mas rolavam. E o primeiro campo de futebol da Figueira? Bem, este se localizou em um terreno confinado entre a linha férrea e os fundos das casas à esquerda da Rua Direita, atual Prudente de Morais. Neste campo treinavam os discípulos de Sizenando Ribeiro. Mas o futebol se espalhou como uma febre, aquela mesma, a febre “pela-macaco”. Esta febre atacava até os macacos, que perdiam o pelo, daí o nome “pela-macaco”. Contam os pioneiros da Figueira que as pessoas que chegavam nesta terra e não pegassem febre nos primeiros 15 dias eram verdadeiras sortudas. O remédio santo vendido nas farmácias, do Sêo Luizinho, e do Sêo Octávio Soares era o Quinino. Voltemos à febre do futebol. A virose acometeu a criançada de tal forma, que nos “recreios” das escolas, a diversão era correr atrás da bola, ou de qualquer objeto esférico, que rolasse pela poeira. Mesmo sem luz elétrica, o futebol também era
praticado à noite, quando a luz azulada da lua iluminava a Figueira. Ao menor descuido dos pais, os infantes desapareciam. Iam pra rua jogar bola, levantando poeira nas noites claras de luar. E se não tivesse lua, a poeira se levantava também. Os boleiros adultos, todos corretamente paramentados para a prática do futebol, seguiam Manso de Andrade em treinamentos e jogos feitos em um campo localizado atrás da Estação Ferroviária, em frente à escola pública. Este grupo reuniu jogadores suficientes para formar dois times, que não tinham nome e jogavam com uniformes vermelho-e-branco e preto-e-branco, segundo depoimento de José Chaves Reis, o Zé Paquinha, concedido à escritora Ruth Soares, autora do livro “Memórias de uma cidade”. Os jogadores que vestiram estes primeiros uniformes eram: Lyrio Cabral, Lúcio Cabral, Tutinho Cabral, Rodolpho de Abreu, Chico de Paula, Mário Rocha (olha ele aí, galera), Hilarinho Gomes, Hermes Fabri, Otaviano Fabri, José Souza Costa, os irmãos Peixoto (Miro, Nini, Theófilo e Orlando), Jarbas Pinto, Edson Ribeiro, Aldo Plácido, os irmãos Nini, Roberto e Abel Braga, José Spírito e Pedro Spírito. Esses bravos pioneiros da bola foram treinando, aperfeiçoando a técnica, até que formaram o primeiro time de futebol de Figueira do Rio Doce, o Flamengo Football Club. Flamengo, Ibituruna e Democrata O campo do Flamengo foi construído em uma faixa de pasto cedido pela família Cabral, atrás do Hotel Fontes e da Igreja Católica. No Flamengo jogavam os que se destacavam nos treinos do grupo de futebol e outros novos praticantes do futebol, gente como Abílio Cypriano, Egydio Cypriano, Álvaro Rocha, José Lopes, Ernesto Pinto, Hiram Pinto, Henrique Andrade e Nini Peixoto, Arlindo Soares, Miúdo Soares, Chaim Salomão, Lindolpho Gomes, Jair Souza Carmo, Ary Salles, Juca Cordeiro, Armando Forattini e outros. Mesmo sendo o único time de Figueira, o Flamengo passava por perrengues constantes, talvez por falta de uma coordenação administrativa que garantisse a saúde financeira do clube. Mundinho conta em seu livro que os diretores Aristóteles Andrade e Juca Cordeiro, na busca de um homem forte para comandar o Flamengo, foram até a seu pai, o comerciante José de Oliveira Fonseca, e lhe ofereceram a presidência do clube. O velho Fonseca ficou orgulhoso com o convite, mas polidamente, disse aos diretores Toté e Juca (eram estes seus apelidos) que ele não poderia assumir a presidência porque não entendia absolutamente nada de futebol, fato que tornaria sua gestão um fracasso colossal. O argumento de Fonseca não convenceu a dupla, que estava mesmo determinada em ter Fonseca na presidência. Argumentaram que Fonseca, mesmo sem saber quantos lados tinha uma bola, seria um gerente importante e capaz de organizar as finanças do Flamengo. Até então, faltava ao Flamengo um gestor capaz de acabar com a inadimplência dos associados, equilibrar receita e despesa, e possibilitar a formação de um clube competitivo. De futebol e de bola, Toté (que era um vigoroso beque direito) e Juca cuidariam. Os dois sabiam perfeitamente que uma bola tem dois lados, o de dentro e o de fora. Como os dois insistiam, insistiam e insistiam, Fonseca pensou, pensou e aceitou. Tornou-se presidente do Flamengo Football Club da Figueira do Rio Doce, até ser sucedido por Aldo Plácido, que comandou o clube entre 1930/1931. Depois do Flamengo vieram o Ibituruna Football Club, que deu origem ao Sport Club Democrata, que atualmente se denomina Esporte Clube e é a paixão de muitos valadarenses.
HISTÓRIA
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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
Arquivo de Nil Rodrigues
Time do Coopevale, anos de 1980, em seu estádio, no bairro São Paulo
Depois do Manso e da primeira bola... E não parou por aí. Manso de Andrade juntou a fome com a vontade de comer. Na Figueira, o futebol já era uma paixão e um dos principais hábitos daqueles que nos precederam nessa terra. Logo, o Flamengo Foot-Ball Club e o Ibituruna Foot-Ball Club já não comportavam todos os apaixonados pela prática futebolística. Após o piquenique das tardes de domingo, os figueirenses acompanhariam o surgimento de uma porção de times e de confrontos recheados de rivalidade. Surgiu tanto time que, em meados da década de 1940, criaram a Liga de Futebol Amador de Governador Valadares. O Esporte Clube Democrata não dava trégua àquela época para os seus adversários da região. O time que ficou conhecido como Expresso do Vale era uma máquina, sob o comando de Valter Melo. Venceu tudo quanto é time por aí, mas não deu conta de bater o Cruzeiro Futebol Clube, o Cruzeirinho da Avenida Brasil – que naqueles tempos ainda mandava seus jogos no campo do Colégio Ibituruna. Em 1948, o Cruzeirinho fatura o primeiro campeonato da Liga Amadora. Havia, ainda, o Rio Doce, sob o comando de João Rosa. Realizava seus jogos no único campo iluminado de Valadares, ao lado do viaduto Mr. Simpson. “Todos tinham vontade de jogar no time do sêo João. Era uma diversão jogar durante a noite. Apesar daquelas lamparinas iluminarem muito pouco o campo. Jogávamos quase que no escuro”, conta o ex-jogador Luiz Alves. No fim dos anos
O glorioso Clube Atlético Pastoril, do bairro São Pedro. Embora fosse um time amador, o Pastoril jogava contra grandes clubes brasileiros, do Rio e SP
1990, a Vale passa a utilizar o espaço do campo como um pátio e o futebol do Ferroviários – o novo nome do Esporte Clube Rio Doce – andou alguns quilômetros em direção ao Centro e fixou-se dentro da Associação Ferroviária. Apesar de mandar seus jogos dentro do terreno da Vale e trazer parte do nome da empresa em seu escudo, o Rio Doce não se restringia aos funcionários da, então, Companhia Vale do Rio Doce. Jogava quem dominava a técnica. Uma espécie de pelada da firma, que se tornou séria. A reunião de profissionais da mesma empresa para dar corpo a um time era comum. Foi assim que surgiu o Bancários e, também, o D.R. A sigla fazia menção ao Departamento Nacional de Estradas e Rodagens - DNER. Vários de seus funcionários se instalaram na Vila Isa durante os anos 40. Davam forma a um sonho de Getúlio Vargas: a BR-116. Abriram caminhos na mata e ergueram pontes, como a do São Raimundo. Nos momentos de folga, rendiam-se à paixão dos valadarenses e rolavam a pelota. Mandavam os jogos em local próximo ao atual Posto do Vavá. Hoje, não há nem rastros de que ali já houve um campo. Com a década de 1950, chegou a agremiação que dominou os campeonatos da Liga daqueles anos. Salvo o ano de 1956, quando o Democrata conquistou pela segunda vez o certame, o Clube Atlético Pastoril faturou todas as disputas que a Liga organizou nos anos 50: 1954/55/57/58/59. O Pastoril, também pode-se dizer, era o time da firma. A Companhia Agro Pastoril instalou-se na cidade na segunda metade da década de 1940 e foi adquirida pela COBRAICE anos mais tarde. Mas, a reunião de grandes jogadores não se deu totalmente
por acaso. A empresa contratava alguns homens não pelas suas habilidades no beneficiamento da madeira, mas pela avidez futebolística. Enchiam os olhos de quem ia ao Estádio Armando Vieira, no Bairro São Pedro. A empresa se foi para outras terras no fim dos anos 60. O time até tentou se manter, mas só teve fôlego por mais dois anos. O Armando Vieira... esse você só vê pela foto do arquivo pessoal do Hadson Santiago. No seu lugar, hoje, casas e mais casas. E, assim, tantas equipes surgiram ano a ano. A Liga de Futebol Amador de Governador Valadares já chegou a ter três divisões. Teve o Ipiranga, Botafogo e Gráficos do bairro Santa Terezinha; teve o Ibituruna e Estrela do Mar do bairro São Raimundo; teve, também, o Coopevale, Vermelho 27, Palmeiras, Tudá, Internacional, Vila Isa, Aparecida e o Bangu. Junto aos times, alguns campos também se esvaíram com o passar dos anos. O do Bangu mesmo já vai. Ou melhor, já foi. Mas, vai por uma causa justa ou, ao menos, democratiza ainda mais o uso do espaço. Em cima do seu gramado está sendo construído o Centro de Artes e Esportes Unificado no Santa Efigênia. Manso de Andrade trouxe a bola e os figueirenses se encarregaram de dar um fino trato a ela. Campos não faltavam por aqui, mas a cidade cresceu e eles tiveram que ceder os seus largos espaços ao progresso. Como destacamos na última edição do Figueira, o Esporte Clube Democrata também deve abandonar aquela que foi a sua casa nos últimos 65 anos. Assim, vão-se os campos. Somem das nossas vistas alguns desses times; e, até mesmo, os campeonatos da Liga Amadora. Esses já não acontecem há mais de dois anos...
Fábio Moura
Reprodução Fábio Moura
Campo do Cruzeirinho, no bairro Santa Terezinha, próximo ao SAAE. Durante anos a entrada para o campo era feita pela Av. Brasil
O lendário time do Rio Doce, que jogava em um campo dentro do pátio da antiga CVRD
Valadares terá 5 complexos esportivos até o fim de 2015 Vai ter espaço pra muita gente bater uma bola; e, também, para arremessá-la, sacá-la, bloqueá-la ou deixá-la de lado. E podem deixar mesmo, pois esses espaços ainda abrigarão modalidades como ginástica, lutas e mais um bocado de esportes olímpicos. Do lado de fora do ginásio: campos, piscinas, pistas de skate, vestiários, salas de aula e espaços culturais. Governador Valadares observa uma expansão suntuosa dos complexos esportivos dentro dos limites do seu território. Há cinco projetos desses em andamento, do projeto aprovado, mas ainda no papel, até os que estão em fase de acabamento da obra. O antigo campo do Bangu, no bairro Santa Efigênia, agora abrigará o Centro de Artes e Esportes Unificado, também conhecido por CEU das Artes. Mais de R$ 2 milhões estão sendo investidos na obra, que está em fase de acabamento. A área de três mil m² terá cineteatro/auditório com 60 lugares, camarim, coxia, almoxarifado, salas de áudio e vídeo, biblioteca, sala multiuso, quadra poliesportiva coberta, pista de skate, equipamentos de ginástica e mesas de jogos. “No momento, está sendo discutido quais projetos culturais, esportivos e sociais serão implementados. Tudo isso numa gestão compartilhada com a comunidade. Foram destinados mais de R$ 20 mil para que fossem realizadas oficinas com a comunidade, da qual sairá um conselho gestor”, conta o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Fábio Brasileiro. A obra está prevista para ser entregue em quatro meses e atenderá a todos os bairros da região do Mergulhão. Outro complexo esportivo que está em fase de acabamento e deve ser entregue até o fim deste ano é a Estação Olímpica, no bairro Fraternidade. A Estação faz parte da agenda firmada entre a Prefeitura Municipal e a Vale. A empresa entregará a obra e todo maquinário necessário, além de capacitar os profissionais que utilizarão o espaço futuramente. A administração fica a cargo da Prefeitura. O complexo tem duas piscinas - sendo uma semiolímpica -, um campo de futebol, uma pista de atletismo com seis raias. Compõe o projeto a escola municipal para 720 crianças, em funcionamento desde fevereiro deste ano. “Esse projeto nos permitiu a inclusão no rol das cidades olímpicas, em uma seleção feita pelo Comitê Olímpico Internacional. E também, abriu portas para que a cidade fosse contemplada com a obra que será feita no bairro Turmalina”, explica Fábio Brasileiro. A tal obra, no valor de R$ 3,6 milhões, será no bairro Turmalina, em terreno de 7 mil m², ao lado do CEASA. É um Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), que oferecerá a formação de equipes de competição em 13 modalidades: esgrima, ginástica de trampolim, levantamento de peso, taekwondo, vôlei de praia, boxe, handebol,
Fábio Moura
Construção do Centro de Artes Unificado, no bairro Santa Efigênia. A área era conhecida como Campo do Bangú, time tradicional do futebol amador
Construção do Centro de Artes e Esportes Unificado, conhecido como CEU das Artes, no antigo campo do Bangu, no bairro Santa Efigênia
lutas, ginástica, badminton, tênis de mesa, vôlei, basquete, ginástica artística, judô, atletismo e futsal. Haverá, ainda, modalidades paraolímpicas como esgrima de cadeira de rodas, judô, halterofilismo, tênis de mesa, vôlei sentado e goalball. Valadares foi uma das 263 cidades selecionadas pelo Ministério dos Esportes para abrigar um dos espaços do maior projeto de infraestrutura dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Os campi de educação universitária federal da cidade também têm se preparado para oferecer espaços para prática de esportes à comunidade acadêmica e valadarense. O Campus de Valadares da UFJF terá, até o fim de 2015, um campus com estrutura para abrigar quatro mil alunos. O que ainda não está no projeto licitado é o complexo esportivo que será instalado no local. Caso a obra seja lici-
tada até lá, o ginásio poliesportivo, o campo, a pista de atletismo e a piscina serão entregues com a estrutura física do campus. Enquanto isso, o terreno para o complexo esportivo está sendo terraplanado e, em alguns meses, receberá toda a estrutura hidráulica, elétrica e de pavimentação. Já o Instituto Federal de Minas Gerais está erguendo um ginásio poliesportivo em uma área de 2.500 m², na parte de trás do prédio de aulas. O ginásio terá quadras com medidas oficiais de basquete, vôlei, handebol e futsal; arquibancada para 800 pessoas, vestiários, lanchonete, salas de aulas, elevador para o segundo piso e palco para cerimônias e premiações. A obra, no valor de R$ 5 milhões, tem previsão para ser entregue no fim de setembro deste ano. Os estudantes aguardam ansiosos.
GERAL Ombudsman Ilustração - Animeshoujoo
“O Coelho Branco colocou os óculos e perguntou: - Com licença de Vossa Majestade, devo começar por onde? - Comece pelo começo – disse o Rei, com ar muito grave – e vá até o fim. Então, pare.”
Posições Salvo melhor juízo, é no Editorial que um jornal ou publicação discute e analisa determinado assunto ou informação e se posiciona
Flávio Fróes Oliveira
De profetas e mercadores (III)
Aprendendo com Alice
Ladainha Atentem para a manchete da página 4, da edição passada do Figueira: “Feirão movimenta R$ 93 milhões em negócios em GV”. Reparem também no subtítulo da manchete em questão: “Das 3.700 pessoas que foram ao Feirão da Casa Própria, no Filadélfia, 841 saíram de lá com os contratos assinados, num total de R$ 93 milhões”. Pra fechar, esse trecho do primeiro parágrafo da matéria: “No total, foram negociados mais de R$ 93 milhões.” Entendem agora o que eu quero dizer, quando eu falo de informação redundante ou repetitiva no texto jornalístico?
FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
Direitos Humanos
José Carlos Aragão
O trecho acima é de Alice no País das Maravilhas, do escritor inglês Lewis Carrol (18321898). Esse fragmento é citado na abertura de um dos capítulos de um antigo e sucinto Manual de Estilo, publicado pela Editora Abril em 1990, para orientar seus jornalistas sobre “como escrever bem para nossas revistas”. Nada mais didático, pertinente e atual – para jornalistas, não jornalistas ou qualquer um que precise narrar ou descrever algum acontecimento, oralmente ou por escrito. Fica a dica.
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publicamente em relação a ele. Esse posicionamento vale para o jornal, para o editor do jornal ou para a empresa jornalística que o publica. Não foi o que eu percebi na edição do Figueira da semana passada, nos três fatos ali enfocados: o sistema Olho Vivo, nas ruas de Valadares; o novo estádio do E. C. Democrata; e a entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. Os três fatos são apresentados ao leitor com dados e números, como se fossem apenas notas informativas. Não fica clara a posição do jornal, do editor, ou da empresa jornalística sobre as questões citadas: se contra, a favor, ou neutra. E é desejável que esse posicionamento fique claro, em um editorial. Faz lembrar aquela folclórica história corrente nas redações e nos cursos de Jornalismo em que havia um editorialista no jornal e este é convocado, de repente, pelo editor para escrever um editorial sobre o Papa que acabara de morrer. O editorialista oficial acorre prontamente e pergunta ao editor: “O editorial...é pra ser contra ou a favor do Papa?
José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com
Culminando, por fim, a escalada de horrores que os senhores da guerra se permitiram, entrou em cena a efetiva utilização da energia atômica para fins bélicos: a arma mais mortífera que o engenho humano criou destruiu, em segundos, as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Perante a possibilidade de destruição de todos, tanto inimigos quanto aliados, considerado até mesmo o final trágico da espécie humana, as vozes proféticas acabaram, por fim, ouvidas. O espetáculo de insanidades do Século XX chegava ao fim com o Episódio de Dresden que, por decisão soberana do Alto Comando Aliado, fora a cidade escolhida para servir de demonstração de poderio bélico e crueldade dos vencedores, com o fito de dobrar a altivez germânica e implantar pavor nas populações que ousassem resistir. Após as últimas semanas do bombardeio sem tréguas imposto à cidade, que foi literalmente arrasada, restavam nela apenas crianças, pessoas de idade e portadores de necessidades especiais, afora os enlouquecidos pelas próprias condições desumanas a que se viram reduzidos. Cessadas, por fim, as hostilidades, os Aliados procuraram tanto suprir as carências mais urgentes das populações como criar condições de paz duradoura para os anos porvir. Valeram os esforços dos Profetas de todos os matizes: a ideia de justiça internacional assumia a forma da Organização das Nações Unidas. Menos de um mês após o encerramento das hostilidades no palco europeu, representantes de 51 estados reuniram-se na cidade de San Francisco, nos Estados Unidos. Ao elaborarem e assinarem a Carta Magna das Nações Unidas, naquele evento histórico, tornaram efetivos conceitos e sonhos que havia séculos impulsionavam as vontades humanas no rumo da paz. Veja-se um trecho do preâmbulo daquela Carta Magna:“Nós, povos das Nações Unidas, resolvidos a pre-
servar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, (...) resolvemos conjugar nossos esforços para a consecução desses objetivos, (...)”. Belas palavras! Incluem decisão, repudiam as guerras, reafirmam a fé nos Direitos Fundamentais do Homem, na dignidade e no valor do ser humano e propõem, suprema novidade, conjugar os esforços para consecução de nobilíssimos objetivos. Além de tão belas palavras, a Carta Magna cria os instrumentos que farão os Direitos Fundamentais do Homem deixar o plano ideal para encarnar-se em instituições. Para tanto, estrutura a Organização das Nações Unidas em Assembleia Geral, Secretarias e Conselhos, por exemplo, além de estipular Fundos especiais e permanentes para tornar efetivas as decisões da Assembleia Geral referentes aos refugiados, à infância e à juventude, aos cuidados de saúde, à produção de alimentos e tantas outras ferramentas empregadas na construção da paz duradoura. Hoje, prestes a completar setenta anos de atividades em favor dos direitos humanos, a Organização das Nações Unidas é vista por milhões de criaturas humanas, em diversos cenários de lutas e tensões, como a esperança de futuro melhor para todos. Valeram as pregações dos profetas de todos os tempos que, malgrado as intenções belicosas dos mercadores de todos os quadrantes, apontam para a Humanidade os rumos seguros da paz entre as nações.
Flávio Fróes Oliveira é teólogo, estudioso na Área de Direitos de Crianças e Adolescentes.
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ENTREVISTA
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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
Entrevista Agnaldo Freitas Por Darlisson Dutra
Agnaldo Freitas, um repórter em combate Carlos Eller/Rep. Jornal Veredas
Agnaldo Alves de Freitas foi repórter do jornal O Combate por quatro anos. Começou a carreira como diagramador e chargista, a convite do repórter Stefânio Seghatti, com quem serviu no Tiro de Guerra. O periódico surgiu em 1959, em substituição ao antigo Jornal O Saci. Era segunda-feira, dia feio, frio. As nuvens esconderam o sol, matreiro, se ocultando do que viria a acontecer. Por testemunha nem o céu. Um rapaz, ainda com cara de menino, sem barba na cara, deitado sobre o chão. Apenas estopins estouravam perto de seus ouvidos. O som da rajada de balas parecia um concerto de uma orquestra. De repente alguém cai, a menos de três metros de Agnaldo. É o Pascoal, ligado ao grupo de fazendeiros, um dos lados envolvidos nessa guerra mortal. O sangue era a gota d’água, vermelha, molhando a calça brim do repórter do jornal O Combate, que se molhava de medo. Agnaldo se levanta e ameaça correr. Não dá tempo. Sente uma agulhada nas costas, sente o sangue quente, vertendo pelo corpo molhado de suor. Ele leva um tiro e vai ao chão. Enquanto cai, vê a mulher do Chicão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade, ser atingido. Aquilo bastava! Já são dois, com ele três. O grupo de mais de 40 pistoleiros só quer a morte, foram ali para isso. Se eles queriam um cadáver, Agnaldo o deu. - Sou do jornal O Combate!... Estou a serviço... – diz o rapaz de 24 anos. - Por que, menino, você é o único a sangrar?... Não faz sentido. Saia daí; nem armado estás!... Ah, tens uma caneta? Para que serve? Quem é você? Venha morrer como homem! _Sou repórter... não sou nem inimigo nem amigo: sou neutro! Sou repórter!... – diz - Aqui tem um ferido...caído na sala! Parece o Pascoal...genro do coronel! Isso foi o suficiente para as armas silenciarem e a trupe de pistoleiros recuar. Uma caminhonete passa e leva o Pascoal, já sem vida. A polícia chega tarde demais. Já se foram 40 minutos de guerra. De um lado, um exército equipado com todo tipo de arma, do outro, camponeses e um repórter, se protegendo da chuva de balas. Alguém incrimina Agnaldo: - Foi este que atirou no Pascoal; eu vi! - Mentiroso!... – grita, enquanto aponta a caneta em direção ao acusador. Só se for com isso: a minha arma. Se caneta matasse, ninguém empastelava jornal para sufocar a liberdade de expressão. Dito pelo não dito, ninguém foi preso ou mesmo ouvido. Não houve testemunha, nem mesmo as vítimas foram chamadas para depor. Não houve inquérito ou investigação, o caso deu-se por encerrado, antes mesmo de o morto ser enterrado. Agnaldo, com medo da morte, fugiu no mesmo dia para Caratinga. - Foi a única forma que encontrei de ficar vivo! - diz agora um senhor já com 70 anos de idade. O garoto, que sobreviveu a um massacre, cresceu, se casou duas vezes, teve três filhos e rodou o Brasil. O dia 30 de março de 1964 não foi a única vez em que escapou da morte. Debilitado, Agnaldo é agora um senhor que sobreviveu a um infarto há 20 anos e a dois derrames seguidos: um em 2005, outro em 2006. - Quando sofri o infarto estava com cigarro na boca. Foi a fumaça no pulmão durante toda minha vida que quase a tirou de mim. Foi a última vez que ele fumou um cigarro. 10 de março de 1990. - Não tem explicação. Foi milagre! São necessários 10 segundos, em média, para Agnaldo falar cada frase, como esta acima. A dificuldade na fala foi uma das sequelas deixadas pela série de doenças que o afligiu nos últimos 20 anos. Tem ainda os dedos atrofiados, mal consegue segurar a caneta, com que escreve com dificuldades. - Ou morre, ou fica assim. O importante é que sobrevivi. Hoje carrega uma caixa de remédios. São sete comprimidos todo dia. A cada meia hora, um gole de água para limpar a garganta. Quanto passa disso, ele se engasga. A dificuldade de se expressar o deixa chateado, envergonhado. Desculpa-se todo o tempo, por tomar tanto tempo em algo que não deveria levar mais de uma hora. A entrevista dura mais de três horas. - Tenho tudo na mente. As palavras vêm, só não consigo pronunciá-las. Minha memória é ótima, lembro todos os fatos que vivi desde os 12 anos. Só é possível contar essa história, com tantos detalhes, como a narração fiel do descrito no início da reportagem, graças ao livro escrito por Agnaldo Alves de Freitas. Águas de Abril e outras passadas é uma produção escrita logo depois dos fatos registrados em 1964. O livro foi concluído em 1970 e traz a mesma linguagem da época. A obra nunca foi publicada, apenas digitalizada em 144 páginas no computador. - Cheguei a fazer um orçamento em uma gráfica de Belo Horizonte, mas
Aguinaldo Freitas durante entrevista ao repórter Darlisson André, em 2010. Ele falou de seu livro, Águas de abril e outras passadas eles cobraram 10 mil reais por 2 mil cópias. Não tenho esse dinheiro. O livro é mais interesse pessoal meu do que interesse histórico, político e social. A edição do livro só se justificaria se o jornal existisse ainda – explica, enquanto sorri desapontado, deixando claro seu desejo de ter a obra impressa. O jornalista diz-se não narcisista quando o pergunto sobre o orgulho de ter uma história tão bem contada. O livro, na verdade, narra bem pouco sobre o tiroteio na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Lavoura, no bairro Santa Terezinha, em Governador Valadares, no dia 30 de março de 1964. No segundo capítulo, o personagem principal, no caso o próprio escritor, já está em Caratinga, com um curativo, sangrando e subindo a Serra Itaúna. Enquanto caminha à procura de água, relembra histórias de sua vida, sua infância e até fatos não presenciados. Daí o título do volume. - O Combate era um semanário muito influente e ao mesmo tempo temido e odiado por muita gente da região, e foi fundado pelo jornalista Carlos Olavo da Cunha Pereira, irmão do deputado Simão da Cunha, líder da bancada da UDN na Câmara Federal – conta em uma das páginas do livro. O jornal foi fechado no dia seguinte ao massacre no Sindicato. Com medo de ser morto, Carlos Olavo e outros jornalistas tiveram de se exilar fora do país. Só Agnaldo permaneceu no Brasil, de cidade em cidade, com a sombra da morte sempre ao seu encalço. - Não partirei. Aqui estão os meus mortos, os meus vivos, a minha dor, mas também a minha esperança no bom senso. Enquanto não correr risco de vida, planto meu destino aqui mesmo, ouça ou não o som de passadas nas sombras – essas foram as últimas palavras de Águas de Abril, justificando a um interlocutor o motivo de ter sido o único envolvido a ter continuado no Brasil. O Combate defendia a reforma agrária e constantemente atacava os latifundiários, senhores de terras. O jornal cobriu o anúncio do presidente João Goulart sobre a desapropriação de 600 alqueires de terras improdutivas da Fazenda do Ministério da Agricultura e a doação da área aos camponeses. Na véspera da festa que marcaria a entrega oficial, um grupo de mulheres de fazendeiros fez um manifesto, “a bordo de suas limusines, equipadas com possantes alto falantes, em provocativa marcha lenta”. Em frente à sede do Sindicato elas repudiavam a ação presidencial. - A desproposital reação dos proprietários e grileiros era bem pior que a esperada, pois mostrava-se intolerante até com a distribuição de terras da União. Reagir por perder o que, afinal? Não havia como disfarçar o motivo: a mais cristalina verdade estava contida nos documentos cartoriais, quando não na falta deles – revela. Os latifundiários não admitiam a inversão da antiga equação de poder e domínio político-social. Além da entrega dos 600 alqueires, havia também o Decreto de João Goulart, assinado em 13 de março de 1964, abrindo as portas para as discussões de reforma agrária. Depois do Decreto, os grileiros de Valadares uniram-se aos latifundiários e formaram força contra a recente vitória do Sindicato dos Trabalhadores da Lavoura, o que de certa forma se estendia ao O Combate. No atentado, Chicão, presidente do sindicato, era na verdade o alvo dos pistoleiros. Segundo Agnaldo, quem não conhecia o Chicão, o titulava como comunista, agitador de invasão de terra. - O pobre coitado mal sabia escrever, não fazia ideia do que era comunis-
mo e o que ele reivindicava era justiça fundiária com reforma agrária. Chicão era apenas um líder camponês que sofreu agressões e pressões ao longo da vida militante – explicou, repetindo quase as mesmas palavras de seu livro, em uma passagem em que responde à mesma pergunta a um amigo. Como não podia articular nada, Agnaldo conseguiu um emprego de menor expressão como diagramador e ilustrador da Editora Americana, após contato com um amigo de seu ex-patrão Carlos Olavo. Durante 30 anos, ficou entre Rio de Janeiro e Brasília. Trabalhou por dois anos, no fim da década de 1960, na TV Excelsior, no Rio de Janeiro, de onde só saiu após o fechamento da emissora pela ditadura militar em 1969. Depois disso, conseguiu empregos em revistas e jornais, mas desta vez não como jornalista, mas sim, publicitário, profissão que exerceu por longos anos. A última grande reportagem do jornalista lhe rendeu o título de “maluco”. Um amigo de Brasília suspeitava de atividades irregulares no aeroporto da capital. Agnaldo resolveu, então, investigar. Em uma série de reportagens denunciou o contrabando de minerais atômicos realizados por oito aviões oficiais americanos. As aeronaves partiam de aeroportos em Brasília, Amazonas e Pará. Na época, os envolvidos chegaram a ser presos, mas liberados em seguida pelo presidente Ernesto Geisel, alegando inconsistência no inquérito. - Eu tinha fotos, eu tinha a prova, mas ninguém acreditou em mim. Como nenhum outro veículo cobriu o fato, eu fiquei como mentiroso, maluco. Depois disso, eu fiquei com medo de ser morto pelo regime militar, uma vez que até o presidente francês, na época, disse que o Brasil não era um país sério, por conta desse fato. Hoje, ele diz que o jornalismo não é mais o mesmo. - Falta paixão, engajamento, comprometimento. Apurar hoje é muito fácil, cômodo, não tem risco de morte ou perseguição. Antes era perigoso. Hoje, o conteúdo jornalístico é a voz do dono. Agnaldo confessa que sente falta da profissão. De tudo o que fez, gostou mais foi de ser chargista político. “É muito bom ter um posicionamento crítico em uma caricatura humorística. É inocente e inteligente ao mesmo tempo”, pensa alto. Há 4 anos mora em Salvador com a segunda mulher. Dos três filhos, dois estão na Espanha e um no Rio de Janeiro. Está se adaptando ao computador, mas confessa que não tem muita intimidade com o teclado. Apesar disso, se orgulha em dizer que digitou as 144 páginas do livro sozinho. “Catando milho”, brinca. Agnaldo vem a Valadares uma vez por ano, para visitar os cinco irmãos que tem na cidade. 46 anos depois de sobreviver ao massacre, ele já não vive mais com medo. Catalisa os sentimentos nas pinturas a óleo, que faz em quadros e telhas coloniais, estampados na parede da casa do irmão, onde me recebeu para a entrevista. Ao me despedir de Agnaldo, ficou na memória a imagem de um senhor extremamente amável, que faz questão de se levantar, cumprimentar e abraçar, como sinal de amizade, mesmo em um primeiro encontro. Darlisson Dutra é jornalista e repórter do SBT, em São Paulo. Esta reportagem, de divulgação autorizada por ele, foi apurada e redigida em 2010 como TCC do curso de Jornalismo Univale, sob orientação do professor Tim Filho, editor deste Figueira.
MEMÓRIA
Filhas do golpe
Álbum de Família
Edinézia Paixão Cevidanes
Eu, Edinezia Maria Paixão, sou filha de Edina Maria da Paixão e Francisco Raimundo da Paixão, o Chicão, ambos militantes sociais na década de 60. Não tenho muito que falar sobre a minha infância em Governador Valadares, na verdade não tive infância. Ela foi interrompida no dia 31 de março de 1964, dia em que Valadares parou por causa do golpe. Éramos uma família normal e feliz, minha mãe cuidava da casa materna estava em minha casa ajudando minha mãe nos afazeres domésticos e dos filhos. Éramos 4 meninas, sendo a primeira Ed Lamar com 10 anos, a segunda Elizimar com 7, a terceira Elizabel com 5 e eu com 2 anos. Ela dividia o seu tempo em cuidar da gente, da casa, a sapataria e ainda ajudava ao meu pai na sede do Sindicato. No dia do golpe minha avó. Minha irmã Ed Lamar estava na escola e minha mãe no Sindicato com o meu pai. Estava um clima tenso por causa de boatos de invasão da sede, o que acabou acontecendo. Chegou uma Kombi com muitos homens armados. Minha avó quando viu a situação, me pegou no colo, pegou a minha irmã Elizabel e Elizimar pelas mãos e entrou conosco no banheiro. Ficamos todas abaixadas, eu no colo da minha avó e minhas irmãs no chão. Meus pais se encontravam na sede juntamente com os colonos, quando de repente começou um tiroteio e um tiro atravessou a parede do banheiro e atingiu minha irmã Elizabel no rosto, ficamos ali por um tempo e quando pararam os tiros minha avó
Edinézia é filha de Chicão e do golpe de 64
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asilo político. Um dia, ele chegou com duas passagens pra ele e minha mãe. Ele queria nos deixar em um orfanato, mas minha mãe falou: “Vai você, Francisco, eu fico com as crianças. Não vou deixar minhas filhas e também estou grávida.” Meu pai saiu com lágrimas nos olhos e se foi.
Meus pais se encontravam na sede juntamente com os colonos, quando de repente começou um tiroteio e um tiro atravessou a parede do banheiro e atingiu minha irmã Elizabel no rosto, ficamos ali por um tempo e quando pararam os tiros minha avó me colocou no cão e pegou a minha irmã ensanguentada e desmaiada no colo.
me colocou no cão e pegou a minha irmã ensanguentada e desmaiada no colo. Ao entrar na sala, lá estava minha mãe caída, cheia de sangue. Chegou socorro e levou minha irmã e minha mãe para o hospital. Minha avó, desesperada, ouviu uma pessoa gritando: “Corre, Elvira, fuja com as crianças” e assim ela fez. Me pegou no colo, com a minha irmã Elizimar pela mão e entrou para o meio do mato. Passamos a noite escondidas debaixo de uma ponte seca, uma passagem de gado. Meu avô pegou minha irmã Ed Lamar na escola e levou pra sua casa. No dia seguinte, ele nos pegou na mata e saímos de Governador Valadares com a roupa do corpo, sem lenço e sem documentos. Fomos para o Rio de Janeiro e ficamos escondidas na casa de uma tia. Dias depois, meu pai chegou com a minha mãe e minha irmã e assim ficamos todos juntos. Mas, éramos perseguidos o tempo todo, o que fazia com que a gente mudasse de um lugar para outro. Isso fez que meu pai pedisse
Nós ficamos assim, órfãs e exiladas no nosso próprio país. Minha mãe teve um lindo menino e colocou o nome que o meu pai havia escolhido caso fosse menino - Luiz Carlos, em homenagem ao Luiz Carlos Prestes. Minha mãe ficou com 5 filhos menores e impossibilitada de trabalhar por causa dos tiros que levou - ainda havia uma bala instalada nas suas costas. Só nos restou nos adaptarmos à nova vida, vida de miséria, perdemos a nossa infância. Minha mãe sofreu até a sua morte, em 1985. Entrei com um processo e pedido de indenização em Brasília. Recebemos a indenização da Comissão da Anistia. Hoje sou casada, tenho 52 anos e dois filhos. Moro no interior do Rio de Janeiro. Edinézia Paixão Cevidanes é valadarense, filha do sindicalista Francisco Rodrigues da Paixão (Chicão)
COTIDIANO Os representantes das sete potências, o denominado G7, liderados pela chanceler alemã, Angela Merkel, estiveram reunidos em Bruxelas, numa cimeira exclusiva, para analisar a situação dramática que se vive na Ucrânia. Foi a primeira vez, em 17 anos, que o presidente russo, Vladimir Putin, esteve ausente. Isto demonstra que a situação que se vive no Leste da Ucrânia é de uma verdadeira guerra civil, fazendo recordar a ex-Iugoslávia. Assumindo a liderança do grupo reunido em Bruxelas e enviando um recado directo para o Presidente russo Vladimir Putin, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou à comunicação social que “o G7 não hesitará em aplicar novas sanções económicas e políticas a Moscovo, caso Vladimir Putin recuse usar o seu poder de influência para travar os separatistas de etnia russa que vivem no Leste da Ucrânia”. Ou seja, os líderes dos países mais industrializados do mundo acham que Putin tem a poção mágica para resolver os conflitos étnicos que estão a acontecer um pouco por todo o Leste da Ucrânia, uma vez que o presidente russo tem mantido o exército e algumas tropas especiais na região da Crimeia. Ainda que afirme à opinião pública que isso é mentira. Do lado ucraniano também se tem notado que nas últimas semanas os militares têm vindo a atacar severamente de forma violenta os separatistas russos. Aliás, o próprio governo de Kiev já admitiu que, até ao momento, o exército ucraniano e as milícias já abateram mais de 300 separatistas russos. A situação que se vive na Ucrânia é preocupante porque na realidade já se entrou numa guerra civil numa escala reduzida, mas a tendência é para se alastrar. Daí que os líderes da União Europeia e as maiores potências Ocidentais estejam preocupadas com esta situação, nomeadamente os Estados Unidos. Antes de viajar para a cimeira de Bruxelas, a chanceler alemã Angela Merkel fez o seguinte discurso no Bundestag, o Parlamento germânico (Bundestag), em Berlim: “É imperativo que o Presidente Vladimir Putin use a sua influência diplomática e política para conseguir convencer os separatistas a absterem-se de cometer actos de violência e de intimidação sobre as populações civis ucranianas. Se isso não acontecer nos próximos dias, não hesitaremos em impor novas sanções à Rússia”.
Recado Capital Bob Vilella As bandeiras do Brasil ainda estão escassas nas ruas e nos bares da capital mineira. Deve ser a rotina. Todo mundo tem tanta coisa para dar conta, tantos receios e interesses, que só vai vestir as cores do Brasil horas antes do jogo de abertura. Aí a mistura de patriotismo com Carnaval – fenômeno que testemunhamos apenas nos mundiais; e isso não é uma crítica – ganhará as ruas enquanto nosso escrete estiver vivo na competição. Ora, não há dúvidas quanto à desorganização e, sobretudo, quanto à existência de outras prioridades. É pena, mas a bandeira de “nação séria” não tremula lá fora, e tudo indica que também não será hasteada na ocasião dos Jogos Olímpicos. Mas essa atmosfera da Copa, como se o Brasil estivesse em outra dimensão, é simplesmente extraordinária. O que muitos veem como alienação, eu vejo como um momento mágico que se repete a cada quatro anos; que está entre os responsáveis pelo apreço que a maioria de nós tem pela vida. Portanto, lamento que tenha fracassado a ideia de mostrar ao mundo um Brasil forte, grande e pronto para liderar o futuro. Lamento que – há tempos – os grandes eventos esportivos sejam permeados por interesses políticos, econômicos e outros os quais nem imaginamos. Entendo e apoio a revolta de tantos grupos com a coisa toda. Mas gosto do jogo, gosto dos encontros e, já que vai ter, quero que seja bom. Afinal, se Copa já é bacana, imagine agora que BH é sede. Excede em gentileza. Excede em sabores. Excede em cultura, em
Artes Plásticas Vem aí o terceiro Salão Agroarte A Associação de Artistas Plásticos Vale do Rio Doce (APVRD) em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Juventude (SMCEL) e a União Ruralista Rio Doce (URRD) promovem, de 4 a 13 de julho, no Parque de Exposições, a terceira edição do Salão Agroarte. Trata-se de uma exposição aberta a artistas plásticos de qualquer idade e de temática livre, que culminará com a eleição dos cinco melhores trabalhos (quatro pinturas e uma escultura), cujos autores receberão prêmio em dinheiro. Ao todo, são R$ 3.400 em prêmios. Para participar é necessário inscrever-se no Centro Cultural Nelson Mandela e pagar uma taxa de R$ 30, das 12 às 18h, entre 9 de junho e 3 de julho (tratar com Luiz Carlos). Mais informações pelo telefone 3271.2871 ou no Centro Cultural, que fica na Rua Afonso Pena, 3269 – Centro.
Cultura Afro-brasileira Noite Griot A Casa do Professor realizou na quarta-feira (5) a sétima edição da Noite Griot, que busca a valorização e difusão da cultura afro-brasileira. O evento contou com apresentação dos alunos do Grupo de Capoeira Fraternidade, sob a orientação do professor e instrutor Thiago Lott Cruz. Também participaram alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da E. M. Hamilton Teodoro, que fica no Jardim do Trevo, além de educadores e poetas locais.
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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
D’outro lado do Atlântico José Peixe / De Lisboa
Leste da Ucrânia a ferro e fogo
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Caricatura de Vladimir Putin feita pelo espanhol Tanió
Nos últimos dias, os conflitos entre os separatistas russos e as tropas ucranianas no Leste do país têm sido horríveis. Dá para perceber que o Leste da Ucrânia está a ferro e fogo, sem nenhum controlo por parte das autoridades de Kiev ou de Moscovo. E neste ritmo alucinante e esquizofrénico, a situação no terreno poderá transformar-se num caos.
Ao mesmo tempo, os países mais industrializados do mundo decidiram dar mais apoio ao governo da Ucrânia, para que a economia do país normalize e ultrapasse as dificuldades quotidianas. Mas, mesmo com os apoios da União Europeia e do G7, a situação na Ucrânia é muito preocupante. E se não for apaziguada esta escalada de violência, poder-se-á entrar numa espiral de violência sem precedentes. Nos últimos dias, os conflitos entre os separatistas russos e as tropas ucranianas no Leste do país têm sido horríveis. Dá para perceber que o Leste da Ucrânia está a ferro e fogo, sem nenhum controlo por parte das autoridades de Kiev ou de Moscovo. E neste ritmo alucinante e esquizofrénico, a situação no terreno poderá transformar-se num caos. A Rússia já anunciou que tinha retirado a maioria das suas tropas da fronteira com a Ucrânia, uma situação confirmada pelos efectivos da OTAN, mas a verdade é que os especialistas afiançam que tropas especiais russas estão infiltradas no seio dos grupos separatistas que combatem o exército ucraniano, nomeadamente atiradores furtivos.
E numa altura em que as atenções mediáticas estão viradas para o início do Campeonato do Mundo no Brasil e de todos os movimentos contestatários, os separatistas russos e as milícias ucranianas entraram num conflito que faz recordar a ex-guerra da Iugoslávia. Enquanto os observadores americanos e o presidente Obama dizem que existem instrutores russos e militares especializados a lutar ao lado dos separatistas russos no Sudeste da Ucrânia, Putin desafia os Estados Unidos a provarem o que dizem: “Se têm provas de que existem tropas russas e instrutores a combater ao lado dos separatistas que as apresentem!”, disse Vladimir Putin, numa entrevista rádio Europe 1 e o canal de televisão francês TF1. A verdade é que este conflito na Ucrânia pode desencadear outra guerra no velho continente europeu. E é isso que importa travar o mais rapidamente possível. José Valentim Peixe é jornalista e doutor em Comunicação
tantas belezas, cores e graças. A sede que receberá seis jogos do mundial também há de exceder em democracia, denotada nos protestos, nas paralisações, nos inconformados. As reivindicações são tão legítimas quanto o incentivo à nossa seleção. Em nome da lucidez e da segurança – torço para que ambos ocorram sem excessos. Jogar com fé A graça dos encontros já se manifesta de todas as formas. A Igreja de São José, no centro da capital, está devidamente ornamentada com bandeiras dos 32 países participantes do torneio. O mais bacana, no entanto, são os horários especiais da Copa, com missas em alemão, árabe e espanhol. Também haverá confissões em espanhol, francês e italiano. Se você estiver em BH e quiser viver essa experiência, acesse o sítio e veja os dias e horários em que a fé vai entrar em campo: www.igrejasaojose.org.br. Babel central O Mercado Central, cabeça de chave das incontáveis atrações de BH, também já está com as bandeiras das seleções que disputarão a Copa. Nem precisava, pois qualquer habitante deste planeta se sentiria bem recebido por lá. E num lugar onde se encontra de tudo – inclusive muita simpatia –, povos, idiomas e bandeiras só não encontrarão dificuldades para se sentir em casa. . Bob Vilella é jornalista e publicitário
Educação João Bosco
ENEM: uma marca da democracia Durante os 12 anos em que trabalhei nos cursos de pré-vestibular, participei de bancas e acompanhei alunos em diversas universidades. Lembro-me com clareza dos planejamentos institucionais e pessoais em razão da proximidade do período de vestibulares. Havia pré-UNIVALE, pré-Medicina, pré-UFMG e pré-o-que-o-cliente-quisesse. Os pais selecionavam alguns cursos e algumas universidades que os ofereciam. Depois, os alunos começavam suas turnês pelos safáris das vagas. As tentativas eram feitas de acordo com o provimento financeiro de cada um considerando-se, logicamente, o calendário de provas das universidades federais e de algumas particulares, pois, em muitas situações, os dias de provas eram coincidentes e impediam a tentativa simultânea. Era comum o candidato ir numa semana para Viçosa, na outra para BH e, na sequência, para Vitória - ES. Enquanto isso, a escola postergava ou antecipava avaliações para não prejudicar o aluno em suas atividades pedagógicas. Os pais mais apoderados e destemidos mandavam os filhos para disputar uma vaga em uma das séries do ensino médio em Vitória ou Belo Horizonte e, dessa forma, a aventura pedagógica começava a partir do primeiro ano do ensino médio e só terminava na faculdade pretendida ou nas montanhas geladas da Bolívia, numa faculdade do tão criticamente amado Evo Morales, que, nessas horas, conseguia aliviar, com seu socialismo, os sonhos capitalistas da classe média brasileira, precocemente interrompidos pelo amado sistema. Mas, agora são tempos de ENEM. Com dinheiro ou sem dinheiro pode-se concorrer a uma vaga a centenas de quilômetros. Bem que o Evo Moreles poderia aceitar nosso ENEM da mesma forma que a Universidade de Coimbra, em Portugal, o aceitou. Não queremos o cocalero, só queremos o que ele faz, que fique bem claro isso. – O quê? Acha que estou exagerando na ironia? Não é ironia, é eufemismo. Com o ENEM, não é mais possível esconder o pobre debaixo do tapete. Ele mostra a cara e diz exatamente em que nível está. Agora, a concorrência é irrestrita, há cotas e atendimento para a escola pública. Ainda tem muita gente contra. Era preciso esperar o bolo crescer para repartir. Era preciso esperar a escola pública ficar no nível da particular para que todos pudessem concorrer de igual para igual, era preciso esperar o Campus da UFJF ficar pronto, o IFMG ficar pronto, o Polo UAB ficar pronto para depois abrir vagas. Quando serve para uma minoria ou para falar bonito em palestra para aliviar consciências pesadíssimas, cita-se Henry Ford: “Você poderia tirar de mim as minhas fábricas, queimar os meus prédios, mas se me der o meu pessoal, eu construirei outra vez todos os meus negócios.” Quando é para dar oportunidade a quem não tem, acaba-se a ideia de que educação, antes de se fazer em prédios, se faz com gente. O pêndulo do poder se fixa do lado que lhe convém: É para esperar quando não é o próprio filho que está na fila, por outro lado, não devemos nos preocupar com prédios, mas com pessoas, quando é o administrador que precisa dar condições de infraestrutura para o funcionário. E as faceiras faces sequer rubram. É fácil perceber que, não obstante a ajuda governamental dada para alunos carentes, nas universidades, muitos não conseguem viver longe do sustento familiar. Ainda assim, o ENEM é um grande passo na materialização do sonho coletivo de formar seus cidadãos. É uma ilha de igualdade numa educação cercada de preconceitos e segregação. Pelo SISU, os inscritos tentam duas universidades simultaneamente. Nessa hora a conta bancária não é considerada. O ENEM, com quase 10 milhões de inscritos neste ano, democratiza a disputa; a expansão das federais está democratizando o acesso. Quando parar? Quando não houver mais ninguém para capacitar. João Bosco Pereira Alves é graduado em Letras, coordena o Polo de Valadares da UAB – Universidade Aberta do Brasil e é membro da Academia Valadarense de Letras
CULTURA
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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
Música Roberto Gonçalves
Psicologia
Um violão consagrado a Deus Roberto Gonçalves, cantor e compositor valadarense comemora 30 anos de carreira com CD Divulgação Roberto Gonçalves
Da Redação
Animes Festival
2014 é um ano especial para o cantor e compositor Roberto Gonçalves. Ele completará 30 anos de carreira, que segundo ele, “são 30 anos servindo ao reino de Deus com a música”. Sua história na cena musical começou em 1984, quando ele se interessou em aprender violão para tocar canções do grupo de rock 14 BIS, sob influência de seu irmão que ouvia muito a boa música brasileira na época. Como estava congregando na Igreja Presbiteriana de Vila Isa, em Governador Valadares, sua cidade natal, ele começou a colaborar em visitas, louvores, assistência musical em orfanatos e com as sociedades internas de adolescentes (UPA), homens (UPH) e mulheres (SAF). Roberto Gonçalves lembra que a primeira canção tocada por ele na Igreja foi “Calmo, sereno e tranquilo”, em um evento denominado “Noite de talentos”, em 1984. A partir daí foi se aprimorando e familiarizando com o violão, porém ainda muito voltado para a música secular de Djavan, Ivan Lins, Milton Nascimento, Caetano Veloso e outros. Mesmo atuando na Igreja com a música e outras frentes, somente em 1989 teve a real experiência de conversão. Foi em uma série de estudos sobre Levíticos e Hebreus, que ele mesmo ministrava para mocidade, que abriu seu coração para Cristo. O tema santidade foi muito abordado nesses estudos, que vieram a transformar de vez sua vida. Ainda em 1989, compôs sua primeira música chamado “Eu te amo, oh Senhor!” inspirada no Salmo 18. O primeiro trabalho em estúdio aconteceu em 1995, “Verdades”, gravado em K7.
Material de divulgação produzido por Roberto Gonçalves, mostrando o alto nível dos músicos convidados
Depois, em 2001, lançou um CD “Luz Perpétua”. Esses trabalho não tiveram divulgação e acabaram não passando das primeiras tiragens. Porém em 2008, lançou o CD “Proximidade”, gravado em Belo Horizonte, com produção do músico Josimar Bianchi. “Esse trabalho foi melhor divulgado e até hoje não posso ficar deixar de levá-lo onde me apresento. Muitas músicas deste trabalho são cantadas nas Igrejas e tocadas nas rádios, especialmente Rádio MC3, Rádio IPB WEB e Rádio Diversidade FM de Fortaleza”, disse. Em 2011, Roberto Gonçalves lançou um CD apenas com hinos tradicionais cristãos chamado “O que nos contaram nossos pais”. “Era um velho apelo de minha mãe e também de minha esposa, pois eu desde bem novo, sempre toquei hinos como Rude Cruz, Tu és fiel, Oração da noite, Alvo mais que a neve, mas nun-
ca havia gravado”. Novo CD O novo CD é todo autoral e de canções inéditas. São 12 canções que falam de vários temas como ansiedade, oração, esperança, confiança em Deus, amor. Este trabalho será produzido pelo ótimo Toninho Zemuner, de Brasília, que tocou muitos anos no MILAD e tem várias composições conhecidas. Ele produzirá 7 canções e fará a mixagem e masterização das 12. Adson Sodré, que é um dos maiores guitarristas do Brasil, está incumbido da produção de duas canções. “Eu farei o arranjo pra outras duas, no estilo voz e violão e o Felipe Silveira, grande músico de Campinas, fará o arranjo de outra. Teremos ainda a participação do pai do Felipe, o consagrado música cristão João Alexandre tocando vio-
lão, e ainda Misael Barros na bateria, e Zazo Araújo e Jerry Gaspar, do grupo Céu na Boca de Brasília, em alguns vocais. Expectativa é grande para um trabalho muito bonito pra glória de Deus. Para fazer este CD, Roberti Gonçalves está realizando uma campanha para captação de recursos por do “Mobilize”, na rede social Facebook. O Mobilize é uma “vaquinha virtual” onde o interessado em ajudar tem vários valores de contribuição sugeridos e pra cada valor uma recompensa. Para contribuir é só acessar www. mobilizefb.com/robertovozviolao30anos e escolher o valor de contribuição. O site oferece opções de pagamento, que pode ser por cartão, boleto, transferência, tudo com muita segurança. Informações adicionais sobre a campanha: (33) 3278.1149.
BravaGente Dupla emoção para Taryn Szpilman A cantora carioca Taryn Szpilman, que tem grandes amigos em Governador Valadares, viveu duas emoções nesta semana. A primeira foi quando recebeu a notícia da aprovação do projeto “Lady Day - 100 anos de Billie Holiday”, pelo Ministério da Cultura. Este projeto se destina à produção do espetáculo cênico-musical em homenagem aos 100 anos de nascimento de uma das maiores cantoras de jazz de todos os tempos, a estadunidense Billie Holiday. Este espetáculo deve ser apresentado em Governador Valadares em 2015. Taryn vai interpretar a diva Billie Holiday, A outra emoção vivida por Taryn foi durante a apresentação no Animes Festival (foto), em Belo Horizonte, quando ela participou de um talk show sobre dublagem. Taryn dublou a Rainha Elsa, no filme “Frozen”, dos estúdios Disney. Bravo, Taryn!
Manuel Muñoz - Manolo
Não se nasce pai ou mãe O caso da morte do menino Bernardo Boldrini, no Rio Grande do Sul, amplamente divulgado pela imprensa nacional, lembra outros, como o de Isabela Nardoni, em que os pais estão diretamente envolvidos. Diante desses fatos, muitas pessoas se perguntam: como um pai, uma mãe, pode participar da morte de um filho? A resposta é simples e dura: porque não se nasce pai, nem mãe. A paternidade e a maternidade são uma opção pessoal e afetiva. A biologia não é determinante e não existe o tal “instinto paterno” (ou materno). Que o digam todos aqueles que, abandonados pelos seus progenitores biológicos, são acolhidos e amados por pais afetivos que não têm laços de sangue com eles. A constatação me leva a pensar que ser um bom pai ou mãe exige, além dessa opção afetiva primária, um investimento pessoal na relação com os filhos, que precisam da presença efetiva e proativa do adulto para crescer de forma sadia. É uma presença qualificada. No século XIX, o escritor suíço J. Petit-Sean deixou escrito: “Os filhos viram para os pais, segundo a educação recebida, recompensa ou castigo”. Cansei de escutar, na minha experiência com adolescentes em conflito com a lei, o grito silencioso de socorro de filhos “entregues a Jesus” por seus pais. As crianças de hoje, as que passam tantas horas na frente da Tv ou do computador; as que são sobrecarregadas com atividades extraescolares ou que são compensados das suas carências de atenção, tempo e afeto com artigos da moda ou o celular mais “irado”; as que manifestam no seu fracasso escolar o seu protesto por situações familiares que superam sua capacidade de compreensão, necessitam, sobretudo, uns pais capazes de criar o ambiente adequado para eles crescerem e amadurecerem. Quando os pais não podem ou não sabem exercer a sua função instala-se a disfuncionalidade no sistema familiar. Os filhos não são uma questão de sorte, mas de dedicação. Não existem fórmulas mágicas nem receitas instantâneas para exercer com sucesso a função parental e nem a limitação desta coluna permite tratar o tema com o rigor que merece, mas algumas dicas básicas podem ser passadas. É claro que o aprofundamento fica por conta do leitor. 1. A responsabilidade dos pais é diretamente proporcional ao nível de autonomia dos filhos. A presença e a influência dos pais nos primeiros anos de vida da criança são fundamentais. 2. A função dos pais não é apenas nutritiva, de garantir a sobrevivência dos filhos, mas também normativa, moral, de estabelecer normas de convivência e reforçar valores e comportamentos pró-sociais. Na colocação de limites éticos e comportamentais, eleva-se o nível de tolerância à frustração e a capacidade de sacrifício e superação da criança. 3. O uso do diálogo amoroso como mecanismo central da vida familiar, que deverá adotar diferentes formas e dinâmicas nas diferentes etapas do desenvolvimento dos filhos. 4. Comportamentos como reconhecer a individualidade dos filhos; amá-los pelo que são, não pelo que fazem; contagiar-lhes o amor à vida; mostrar-lhes confiança; presenteá-los com o nosso tempo; atuar como modelos. Parece difícil ser um bom pai ou uma boa mãe, mas não é. Coloquem dedicação e tempo e deixem o amor fazer o resto. Manuel Alfonso Díaz Muñoz é psicólogo e doutor em Teologia
Neste sábado tem Mutirão Preventivo no Centro Viva Vida Neste sábado (7), o Centro Viva Vida de Referência Secundária (CVVRS) realiza o já tradicional Mutirão Preventivo. As interessadas em fazer o Papanicolaou – exame que diagnostica precocemente o câncer de colo de útero – devem comparecer munidas de identidade, comprovante de residência e Cartão SUS. As mulheres poderão também agendar mamografia. As senhas serão distribuídas das 7 às 8h e os exames realizados na parte da manhã. A coordenadora do Centro Viva Vida, Lorena Karoline Nunes da Silveira alerta para a importância de se fazer o exame. “O câncer de ovário provoca mais mortes do que qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino, de acordo com dados do Ministério da Saúde, acrescentando que o tratamento é mais eficaz quando detectado em seus estágios iniciais”, salientou. O Centro Viva Vida fica na Rua São João, 344 – Centro. Telefones: 3275.0346 / 3212.3308. Mutirão em números Em 2013, foram realizados 16.912 exames preventivos de colo de útero em Valadares pela Rede SUS no Município. Em 2014, até agora foram 7.414. Os casos considerados graves são encaminhados ao Centro Viva Vida, que é referência regional em questões de saúde sexual e reprodutiva tanto masculina quanto feminina. Em casos de lesões consideradas de baixo grau, o tratamento é feito na própria unidade de saúde.
ESPORTES
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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de junho de 2014
Copa do Mundo 2014
Brasil se concentra de olho na Croácia FIGUEIRA NA COPA AO HEXA, BRASIL!
Depois da vitória contra o Panamá por 4 x 0, Brasil pega a Sérvia nesta sexta-feira, de olho na estreia contra a Croácia, no dia 12
Da Redação (*) Com informações da CBF A Seleção Brasileira vai fazer o jogo de abertura da Copa do Mundo 2014 contra a Croácia, no Itaquerão, em São Paulo. A partida vai começar às 17h do dia 12. Nesta sextafeira, a Seleção volta a campo para enfrentar a Sérvia, às 16h, no Morumbi. No primeiro dos dois amistosos antes da estreia, o time de Felipão enfrentou o Panamá. Saiu tudo como o planejado. Quatro gols, nenhuma baixa por le-
são, time envolvente e sintonia com a torcida, que lotou o Estádio Serra Dourada. Neymar, Daniel Alves, Hulk e Willian marcaram no 4 a 0 em cima do Panamá neste final de tarde de terça-feira em Goiânia. Até que demorou um pouquinho para o Brasil abrir o placar. Mas quando a rede balançou, ninguém no Estádio Serra Dourada, ou mesmo de frente para a televisão, sentiu que perdeu por esperar. Pelo contrário. O primeiro gol brasileiro contra o Panamá, aos 26 minutos, foi uma pintura. Neymar, que havia sofrido falta na entrada da área, cobrou com perfeição e achou o ângulo adversário. Como diz o ditado: “lá onde a coruja dorme”. Depois disso, o domínio brasileiro na partida já deixava claro que uma chuva de gols viria pela frente. E a sequência não deixou a peteca cair no quesito beleza. Daniel Alves, por exemplo, mostrou ter recursos de sobra para definir as jogadas ao marcar o 2 a 0. Com o
biquinho da chuteira, da entrada da área, o lateral tocou com classe para balançar as redes. Sem chances para o goleiro McFarlane. O Brasil voltou para o segundo tempo com algumas alterações. Maicon e Maxwell entraram nas duas laterais substituindo Daniel Alves e Marcelo, respectivamente. Felipão também pôs Hernanes no lugar de Ramires. Antes mesmo que o público pudesse ter certeza das mudanças, outro golaço. Desta vez, Neymar foi garçom. De calcanhar, ele achou Hulk, que manteve o nível de qualidade na prateleira de cima. Com classe, de três dedos, ele apenas deslocou o goleiro e fez o terceiro. Depois de mais algumas substituições, uma dessas peças que entrou mostrou que dá conta do recado muito bem. Um lance trabalhado de pé em pé, que começou na direita com Hernanes e foi parar nos pés de Maxwell lá na esquerda, terminou com o toque sutil de Willian para o fundo das redes. Rafael Ribeiro/CBF
O goleiro da Seleção, Julio César, usa camisa vermelha, a cor da tinta extraída da árvore que deu nome ao país do futebol, o Pau-Brasil
Imensa Nação Atleticana. Vamos que vamos... O Campeonato Brasileiro parou à espera do sexto título brasileiro na Copa das Copas, mas as prensas do nosso “dromedário” não param e o Canto do Galo continua firme no propósito de levar alegria aos milhões de atleticanos pelo mundo. Falando primeiramente da Seleção Brasileira, depois de assistir o jogo contra o Panamá restaram algumas constatações. Padecemos muito da ausência de um grande camisa 10, aquele meio de campo habilidoso que coloca o centroavante na cara do gol a toda hora. Não dá pra deixar o craque Neymar fazendo essa função, já que precisamos muito dos gols dele. A zaga é uma das melhores que já vi atuar recentemente e David Luiz e Tiago Silva vão dar conta do recado. No ataque, só falta mesmo sacar o Fred e escalar o Jô para tudo melhorar. Temos tudo para realizar uma grande festa mundial e levar o Brasil ao Hexacampeonato. Eu vou é “celebrar a Copa”. Mas como nem só de Copa vive o Galo, já estão em andamento as negociações para buscar novos reforços para o elenco. A pedido de Levir, a diretoria busca contratar o volante Fernando, que atuou no Grêmio e hoje atua ao lado de Bernard no Shakhtar. Com isso, é quase certa a saída do Fellipe Souto e também do Rosinei que pouco apresentou no período em que defendeu as cores alvinegras. Busca a contratação de dois laterais e de um zagueiro ao melhor estilo Otamendi. Depois da Copa, a Europa é destino certo para Jô, melhor atacante brasileiro e que vai tomar a vaga do Fred na seleção. Isso, sem contar que Ronaldinho Gaúcho avalia a possibilidade de exibir seus dotes nos
Olé, Brasil! Ana Paula Barbosa
A Copa vai começar Minha rua já está toda enfeitada, cheia de fitas, bandeirolas, pinturas nas calçadas e no chão. Mas a festa em outras copas era mais animada. Estranho isso, pois a copa está sendo no Brasil e a animação era para ser bem maior. Mas o que importa é que está chegando a hora. E o Brasil vai estrear no Dia dos Namorados. Será que o casal mais famoso da Copa (Neymar e Bruna Marquezine) vão comemorar uma vitória? Claro que sim! Imagina, gol do Neymar e ele apontando pra Bruna? Vai ser lindo! Eles têm de comemorar em grande estilo, rs. Pelo que o Brasil mostrou no amistoso contra o Panamá, dá pra acreditar numa boa atuação contra a Croácia. O Panamá é um time sem tradição, claro, mas valeu a vitória do Brasil. O jogo foi muito fácil, mas o time brasileiro mostrou raça, e eu acredito numa boa atuação na estreia sim. Acredito nesse hexa! Deixando de lado a festa, quero compartilhar om os leitores deste Figueira uma coisa que percebo há muito tempo. Muitos não gostam do Hulk. Mas eu acho que ele pode ser uma surpresa no time do Felipão, ou seja, ele pode desencantar e fazer muitos gols nesta Copa. Eu sou super fã do Hulk! Ele joga muito, eu curto o futebol dele demais. Ele vai fazer muitos gols pela seleção, podem apostar. E quem torce contra vai ter de engolir o Hulk. Agora não dá mais tempo pra pensar. A Copa vai começar. Vamos vestir a camisa amarela, moçada! Eu já providenciei a minha! Visto com orgulho, sou fanática por futebol e não vou deixar de vestir as cores do meu País. Beijo pra todos! Ana Paula Barbosa é comerciária, fanática pela Seleção Brasileira e pelo Brasil
Canto do Galo
Toca da Raposa
Pedro Zacarias
Hadson Santiago
campos norte-americanos. É melhor a gente se preparar para as mudanças. Novamente, vamos reviver as grandes excursões que sempre levaram o nome do Galo para todos os cantos do mundo. Buscando ampliar os seus negócios estratégicos no continente asiático, o Galo embarca no dia 16 para a China onde realizará três espetáculos, retornando só no final do mês. Vai enfrentar novamente o Guangzhou Evergrande, aquele mesmo time que disputou conosco o terceiro lugar do Mundial de Clubes.
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No ataque, só falta mesmo sacar o Fred e escalar o Jô para tudo melhorar. Temos tudo para realizar uma grande festa mundial e levar o Brasil ao Hexacampeonato. Eu vou é “celebrar a Copa”.
E, para finalizar, lembro que não tenho procuração do meu caro Hadson que tão bem escreve a coluna aí do lado (embora falando do execrável Palestra Itália), mas quero propor que a redação reduza o número de caracteres das colunas nesses dias de matérias escassas. Se pra falar do Galo que tem dois jogadores na Seleção Brasileira, vai excursionar para a China e disputará a Recopa tá difícil, imagino para os palestrinos que não terão o que fazer nessas férias a não ser assistir aos jogos pela telinha torcendo pelo sucesso de São Victor e Jô. Pedro Zacarias de Magalhães Ferreira é Galo Doido e “palhaço chulé” nas horas de folga.
Saudações celestes, leitores do Figueira! Com a paralisação do Campeonato Brasileiro, após 9 rodadas, para a disputa da Copa do Mundo, o Cruzeiro alcançou seu objetivo e é o líder da competição com 19 pontos. Não é uma liderança folgada, pois há 4 equipes com 16 pontos, mas já é importante manter a ponta durante essa interrupção forçada. O campeonato é duro e muito nivelado. Em 2013, o Cruzeiro só desgarrou dos adversários a partir do segundo turno, após aquela vitória sobre o Botafogo no Mineirão. Faltam ainda 29 rodadas e tudo indica que as equipes voltarão modificadas para a sequencia da competição.
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Não poderia deixar de prestar minha homenagem ao grande Marinho Chagas, um dos maiores craques do futebol mundial, falecido no domingo, 1º de junho.
Enquanto escrevo esta coluna, o Cruzeiro negocia com o zagueiro Manoel, do AtléticoPR. É um bom nome e vai agregar valor à defesa celeste, mesmo que o Dedé venha a sair. Souza pode ir para o Santos e outros jogadores também podem ser negociados. Agora, outro que pode fazer as malas e vazar é o Júlio Baptista. Não caiu nas graças da torcida cruzeirense, a mais exigente do Brasil, e vem jogando muito pouco. Dizem que o JB recebe 1 milhão de reais por mês entre salário, luvas e outros direitos contratuais. É muito dinheiro para pouco futebol e há um desequilíbrio entre o custo e o benefício. Como diria a Roberta Miranda, vá com Deus!!!
Na última quarta-feira, 4, foi lançado em Belo Horizonte o livro “O Príncipe – A Real História de Dirceu Lopes”, do jornalista Pedro Blank. Trata-se da biografia de Dirceu Lopes, o 10 de Ouros, um verdadeiro gênio do futebol. Dirceu Lopes e Tostão são os maiores craques da história do Cruzeiro e protagonizaram momentos épicos com a camisa celeste, como a magnífica conquista da Taça Brasil de 1966. Confesso que estou ansioso para comprar e ler esse livro, pois a figura de Dirceu Lopes sempre foi mágica para mim. Em 1999, aqui em Governador Valadares, tive o privilégio de trocar rápidas palavras com ele, além de tirar uma fotografia ao seu lado. Dirceu veio à cidade para participar de um jogo beneficente em prol da Associação Santa Luzia, entidade filantrópica situada no Bairro São Pedro. Dirceu Lopes não jogou, mas ajudou a promover a partida e arrecadar fundos para os internos da entidade. Além dele, vieram outros jogadores de renome como Nelinho, João Leite, o folclórico Jacozinho, Cláudio Adão, Erivelto, Gilmar Francisco, Branco (ex-lateral da Seleção Brasileira) e o grande ex-ponta-esquerda do Flamengo Júlio César Uri Geller, dentre outros. Foi um dia histórico para a cidade. Pena que eventos dessa natureza estejam ausentes da Princesinha do Vale... Não poderia deixar de prestar minha homenagem ao grande Marinho Chagas, um dos maiores craques do futebol mundial, falecido no domingo, 1º de junho. Abraços! Hadson Santiago Farias é cruzeirense, democratense e fã de filmes de faroeste