A linguagem visual da informação: Uma reflexão sobre a dimensão estética na infografia

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CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO: JORNALISMO ASSESSORIA E MULTIMÉDIA FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO

A linguagem visual da informação Uma reflexão sobre a dimensão estética na infografia

Orientadora UP: Cristina Ferreira Orientador da entidade acolhedora: Pedro Leal


If you look after truth and goodness, beauty looks after herself Eric Gill


Agradecimentos À Professora Cristina Ferreira, pela dedicação, compreensão e atenção com que me orientou ao longo deste estágio curricular. Por toda a paciência, sábios conselhos e pelo tempo que generosamente dispensou para me ajudar neste trabalho. Ao Pedro Leal e Professor Bruno Giesteira pela oportunidade

À Aline Flor por toda a ajuda e companheirismo. À Lorenzza Fernandes por me fazer acreditar e pela palavra amiga. À Rita Moreira pela dedicação, amizade e ajuda em momentos difíceis. À Rita Cameselle pela amizade incondicional.

Ao Pedro Rios pela companhia e boa disposição. Ao José Pedro Pinto, à Letícia Amorim, à Fátima Rebelo, ao Sérgio Costa, ao André Rodrigues e ao Henrique Cunha por me fazerem sentir parte da Renascença. À Joana Costa por olhar por mim. À Carolina Duarte pelos momentos de partilha. Ao Sílvio Vieira pela sinceridade e incomparável sentido de humor. Ao Raul Paula Santos pela preocupação e apoio absoluto. Ao Hugo Monteiro pela simpatia e imensa ajuda. À Maria João Cunha por confiar e acreditar no meu trabalho e por todas as oportunidades que me concedeu. Pela palavra amiga e coragem que me transmitiu. E ao Pedro Candeias que, com uma paciência infindável, me orientou, ajudou e aconselhou ao longo destes três meses. Pela partilha de conhecimento e

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frontalidade que me ajudou a crescer a nível académico e pessoal.

Por último, um sentido agradecimento comum a todos estes profissionais da Rádio Renascença que me deram o privilégio de trabalhar a seu lado e partilharam os bons momentos que sempre irei recordar.

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Índice 1. Introdução .......................................................................................................................... 1 1.1 Caracterização da Entidade Acolhedora .................................................. 3 1.2 Razões que fundamentam a escolha da RR.............................................. 5 1.3 Objectivos do relatório e a sua correlação com o estágio curricular........ 6 2. Contextualização do Tema................................................................................................. 8 3. Metodologia ..................................................................................................................... 11 4. Objectivos ........................................................................................................................ 12 5. Os primórdios filosóficos da Estética .............................................................................. 13 6. Tendências infográficas – a crescente preeminência da estética no mundo gráfico........ 17 7. O uso da estética na Infografia ........................................................................................ 26 7.1 Exploração de Elementos e Recursos na Estética ................................. 29 7.1.1 Psicodinâmica das cores ................................................................. 31 7.1.2 Tipografia ....................................................................................... 33 7.1.3 Ícones.............................................................................................. 35 7.1.4 Imagem ........................................................................................... 37 7.2 Harmonia estética vs Poluição informativa........................................... 39 8. Visualização e percepção de conteúdos informativos ..................................................... 44 8.1 Gestalt ................................................................................................... 45 9. Conclusão ........................................................................................................................ 47 10. Bibliografia .................................................................................................................... 49

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Índice de Ilustrações Ilustração 1- New York Times, “President Obama’s Proposed 2011 Federal Budget” ... 20 Ilustração 2- Sukhoy (2008) - Infográfico produzido para Revista Época.................... 21 Ilustração 3 - Dataviz criado por David McCandless – “Information is Beautiful” ........ 23 Ilustração 4 - Representação do Diagrama de Venn por David McCandless ................ 24 Ilustração 5 - Mapa do Metro de Londres criado por Harry Beck .............................. 26 Ilustração 6- Estudo de Embriões, por Leonardo DaVinci ....................................... 26 Ilustração 7- Infografia sobre a Beatificação de João Paulo II, no âmbito das celebrações ocorridas em Maio, para o Página1 (Rádio Renascença) ...........................................................32

Ilustração 8– Infografia sobre a raça de gatos Manx II, no âmbito das corridas automobilísticas da Ilha de Manx, para o Página1 (Rádio Renascença) ....................................... 34

Ilustração 9 – Infografia dinâmica realizada no âmbito das legislativas 2011 ............... 36 Ilustração 10– Estudos para a realização de uma infografia sobre o primeiro veículo automobilístico a vencer o Circuito da Boavista, para o Página1 (Rádio Renascença) .................... 38

Ilustração 11- Infografia sobre os diversos percursos de Fórmula 1, realizada de acordo com o modelo pré-estabelecido pela RR...................................................................................... 41

Ilustração 12 – Infografia sobre a Maratona de Londres, feita a partir dos mesmos pressupostos do modelo da infografia de Fórmula 1, de modo a criar uma coerência estética entre ambas.

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Resumo

Este trabalho propõe uma análise extensiva sobre o papel

preponderante

da

estética

em

elementos

infográficos. Tendo em consideração que a infografia é, cada

vez

mais,

encarada

como

uma

narrativa

independente, a sua estética torna-se num elemento comunicacional por excelência, permitindo ao indivíduo uma visualização simplificada do alargado número de dados que constroem a realidade. Para além da sua componente informativa, a actual infografia pretende ser uma forma de arte, ao utilizar todas as ferramentas disponíveis, desde a cor à tipografia, para auxiliar o ser humano da descodificação da sobrecarga de informação que o rodeia.

Palavras-chave: design, estética, comunicação, infografia

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Abstract

This paper is an extensive analysis about the preponderant role of esthetics within the infographics. Bearing in mind that infography is growingly seen as an independent story, its esthetic becomes a communicational element by excellence, allowing the individual to view an extended number of reality building data in a simple way. Further than its informative component, the actual infographic intends to be an art form, by using all of its available tools, from color to typography, to help the human being decode de overflow of information that surrounds him. Keywords: Design, Esthetic, Communication, Infographic

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1. Introdução O constante processo de convergência digital preconizado pelos diversos órgãos de comunicação social é um dos principais propulsores da revolução do ramo da multimédia. A sociedade contemporânea está a presenciar uma das evoluções mais significativas do ramo comunicacional que irá, eventualmente, alterar o conceito de jornalismo, per si, no futuro. “Do advento do computador pessoal às modernas redes sociais baseadas em esquemas multi-mediados de relacionamentos percebe-se, claramente, a evolução exponencial de dispositivos capazes de promover novas e abrangentes formas de sociabilidade.”1 Com o constante incremento de novas tecnologias e perante a insistente necessidade de inovação, a vertente de multimédia vê a necessidade de prorrogar e manter-se a par desta afluência ao meio cibernauta. É mediante estas necessidades que o profissional de multimédia tem como demanda estar preparado para os demais obstáculos formais e estruturais que compõem a área. A tendência no mercado de trabalho perante as habilitações de alguém de multimédia são bem claras, no que diz respeito à capacidade de adoptar uma postura ‘multitasker’ perante os diversos projectos que almeja concretizar – cf. com “Profissionais capazes e habilitados em fazer várias coisas, unir várias mídias em um único meio”.2 A preponderância do profissional de multimédia faz-se sentir através da crescente produção de conteúdos dinâmicos, por parte dos órgãos de comunicação social portugueses, que promovem a interacção com os utilizadores, bem como uma relação de proximidade com os mesmos.

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Curso de Produção Multimídia Retirado de http://www.cursodeproducaomultimidia.com.br/ Consultado em 30-06-2011 2

Brenol, Marilise (2011 Maio) Retirado de http://www.ijui.com/noticias/educacao/20893palestra-destaca-a-importancia-de-profissionais-multimidia-no-mercado Consultado em 30-06-2011

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A necessidade de aprimorar a informação visual exige profissionais proactivos, empreendedores e diligentes que consigam cumprir os objectivos da empresa, bem como contribuir para o seu desenvolvimento nesta vertente. Por entre linhas gráficas díspares e conteúdos online de contornos diferenciados, cada órgão de comunicação social tenta deixar a sua marca nesta convergência, ao ambicionar produtos multimédia inovadores, que cativem os seus utilizadores. Determinada a alcançar sempre mais e melhor no mundo da multimédia, a Rádio Renascença viu o seu trabalho e esforço reconhecido, com a atribuição do prémio de Excelência em Ciberjornalismo, pelo Observatório de Ciberjornalismo, em 2010. Para Pedro Rios, jornalista colaborador da Rádio Renascença e um dos fundadores do Porto24, “Uma mudança de paradigma não se faz sem profissionais devidamente habilitados, com formação multimédia. A capacidade de produzir vídeo, infográficos e páginas ricas em multimédia e interactividade é, cada vez mais, uma exigência para uma marca como a Renascença - e tal não se faz sem profissionais treinados”. Instigando a permanente quebra de barreiras entre o homem e a tecnologia, o jornalista afirma que “ (...) uma rádio já não pode ser apenas uma rádio (...) ” e que a adaptação ao mundo cibernauta, bem como às suas dissemelhantes exigências, é encarado como um dos principais objectivos da emissora católica – cf. com “Uma rádio já não pode ser apenas uma rádio. Uma rádio como a Renascença é cada vez mais uma marca presente no seu meio de origem (a rádio), mas também noutras plataformas, com destaque para a Internet.” Já Pedro Candeias, experiente profissional na área de multimédia e colaborador da Rádio Renascença, afirma que uma das principais competências intrínsecas a quem quer desempenhar funções nesta vertente é “Simplificar a apresentação de informação, especialmente quando esta é vasta e complexa”. Solucionar os demais desafios inerente à profissão e a constante aprendizagem de novos conhecimentos é um os principais objectivos dos produtores de multimédia que, como afirma Pedro Candeias, “ (...) são os pilares da inovação na apresentação

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da informação sendo igualmente os motores da adopção de novas técnicas e processos de recolha tratamento de dados”. É com a súmula de todas estas premissas, em consonância com uma grande força de vontade, que o profissional de multimédia consegue singrar na sua área e que empresas como a Rádio Renascença alcançam o reconhecimento e o insigne trabalho na área de Multimédia.

1.1 Caracterização da Entidade Acolhedora A Rádio Renascença, composta por uma sociedade de quotas entre o patriarcado de Lisboa e a Conferencia Episcopal Portuguesa, nasce a 5 de Junho de 1936, com um emissor instalado na Charneca, em Lisboa. No ano seguinte, após inúmeras experiências, as emissões da RR começam a ser diárias. “Ocupada durante a Revolução de 25 de Abril de 1974 e destruídos à bomba os seus emissores de Lisboa, a estação foi restituída à igreja em 28 de Dezembro de 1975 (...) ”3. Este período foi determinante para a evolução e crescimento da emissora portuguesa, com o investimento em novas instalações, aquisição de novos equipamentos e contratação de profissionais e colaboradores. As décadas de 80 e 90 foram decisivas para a RR que rapidamente alcançou a liderança absoluta de audiências radiofónicas com a Programação 24 horas no activo. Com a crescente popularidade e preponderância da Internet como meio comunicacional por excelência, a Rádio Renascença prontamente inicia a exploração desta nova plataforma, com a aposta em novos projectos. É então instaurada a transmissão diária e em directo dos três canais radiofónicos principais do Grupo Renascença4.

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Fonte: Anuário Ecclesia Retirado de http://www.ecclesia.pt/anuario/ Consultado em 29-

06-2011 4

A consulta pode ser feita pelos seguintes endereços - Rádio Renascença: www.rr.sapo.pt; RFM: www.rfm.sapo.pt e MEGAFM: www.megahits.sapo.pt

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Em 2007 é lançada a secção de vídeo em multimédia que numa primeira fase produzia apenas os programas de antena para formato audiovisual, mas evoluiu posteriormente com a produção própria de reportagens e com a edição de conteúdos provenientes de outras fontes, com o intuito de manter um “fluxo noticioso abundante”. Nesse mesmo ano é feita uma nova aposta: é criado o Página1, jornal diário, que rapidamente adquire o estatuto de inovação por ser o primeiro veículo noticioso em formato PDF nos órgãos de comunicação social portugueses. Com o lançamento repartido em duas edições diárias, o Página 1 apresentava um layout simples, sem uma mancha gráfica devidamente estruturada. Era editado diariamente por Raul Paula Santos e Pedro Caeiro e contava com as colaborações dos restantes membros da RR. Contudo, em Maio de 2008, a estrutura do Página1 sofre algumas alterações e passa a uma edição diária agregadora de todo o conteúdo noticioso desse dia, a ser lançado entre as 16h e as 17h. Mantendo Raul Paula Santos como editor, o Página1 conta ainda com o trabalho fixo de Hugo Monteiro (jornalista de rádio), Letícia Amorim (jornalista multimédia) e com a colaboração de Pedro Rios (jornalista), além das demais colaborações dos restantes membros da RR. A corroborar o trabalho da equipa do Página1, está um layout mais moderno e apelativo que contribui para a contínua adesão a este ‘serviço’ gratuito, que já conta com mais de 7 mil leitores. Em 2009, a nova aposta a rádio católica portuguesa superou todas as expectativas: o lançamento do novo site da Rádio Renascença alcança, em pouco mais de dois anos, 1.6 milhões de visitas, tornando-se a rádio com maior número de utilizadores ao suporte digital. Com a atribuição do prémio de Excelência em Ciberjornalismo, pelo Observatório de Ciberjornalismo (em 2010), a Rádio Renascença viu, uma vez mais, o retorno positivo das apostas feitas na inovação e no futuro.

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No discurso de agradecimento, Pedro Leal, Director Adjunto de Informação, reitera que “a aposta no online é uma prioridade”, não demonstrando qualquer receio em usufruir desta plataforma de comunicação gratuita para atingir sempre, à imagem do trabalho preconizado pela própria rádio, um trabalho exímio de referência.

1.2 Razões que fundamentam a escolha da RR A escolha da entidade acolhedora para realizar o estágio curricular, não recaiu primeiramente sobre a Rádio Renascença. Com interesse em dar continuidade e desenvoltura à aprendizagem de conhecimentos adquiridos na Universidade Federal do Rio de Janeiro5, no âmbito da disciplina de Efeito Especiais em Vídeo, a opção inicial visava ‘ingressar’ na empresa OSTV6, para cumprir as metas por mim impostas. Dado que um mês após do início do estágio, não tinha iniciado qualquer tipo de projecto gráfico relacionado com After Effects ou Motion Graphics, foi-me concedida a oportunidade de escolher, novamente, outra entidade acolhedora que correspondesse as minhas expectativas. O meu principal objectivo, enquanto estagiária, é tripartido em três aspectos que considero fulcrais para a minha evolução académica, nomeadamente o enriquecimento e aperfeiçoamento de conhecimentos previamente adquiridos; a construção de um portfolio sólido e coeso; e a evolução na componente de multimédia em que se concentravam as minhas dificuldades e lacunas: a infografia.

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Período de Intercâmbio Universitário realizado no Rio de Janeiro, Brasil. A realização do programa de mobilidade teve lugar ao longo do 1º semestre do 3º ano, referente ao curso de Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto 6

Canal Televisivo de OutSource Television - Projecto Vencedor das Industrias Criativas de

Serralves

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Tendo em consideração estes objectivos pessoais, estágios realizados em anos anteriores e o apoio/conselhos que me foram dados, optei por uma instituição que correspondesse e superasse as minhas expectativas: a Rádio Renascença. Com a redacção estabelecida em Gaia, realizei um período de três meses de estágio, no seio jornalístico de uma empresa de insigne destaque no panorama comunicacional português. Além da experiência profissional, tive o privilégio de ser integrada num grupo de profissionais incomparáveis que, acima de tudo, contribuíram para o meu crescimento pessoal, graças ao ambiente de entreajuda, confiança e amizade intrínsecos à redacção da Rádio Renascença, Porto.

1.3 Objectivos do relatório e a sua correlação com o estágio curricular Este projecto é o culminar de três meses de constante aprendizagem e activa partilha de conhecimentos, que se traduzem em engrandecimento académico e pessoal. Ao longo do desenvolvimento da estética, como principal temática deste trabalho, pretendo deslindar algumas das diversas vertentes inerentes a este conceito, tendo como ponto de partida os diferentes projectos desenvolvidos na Rádio Renascença. Para este efeito, pretendo abordar as diferentes correntes infográficas preconizadas pelos teóricos deste conceito, onde a utilização da estética é preponderante, a história que constrói este conceito e as suas diferentes aplicações. No período de estágio curricular realizado na RR, tive oportunidade de desenvolver projectos referentes a diferentes ramificações da Multimédia: edição de som e imagem, infografias estáticas, infografias dinâmicas, trabalho fotográfico e captação de imagem para produção de reportagens. Os dois principais obstáculos com que me deparei no decorrer do estágio foram a programação de infografias dinâmicas, na medida em que o Workshop de 6


AS3, realizado antes do início dos estágios curriculares, não é aprofundado o suficiente para uma preparação eficaz dos alunos de multimédia; e a organização e gestão de informação na infográfica, bem como a questão estética e gráfica adequada às diferentes temáticas. Tendo em conta estas duas lacunas, optei por desenvolver a minha pesquisa tendo como cerne a Estética e demais vertentes do conceito. A elaboração desta pesquisa ajudou a uma melhor estruturação do meu pensamento gráfico e aprimorou o meu sentido estético, através da leitura de artigos relacionados com o tema e a persistente pesquisa de projectos infográficos de renome.

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2. Contextualização do Tema A Era Contemporânea faz-se de uma vasta multiplicidade de elementos informativos, que nos guiam no nosso quotidiano. É fundamentado nesta sinestesia composta pelos mais variados elementos (ícones, sinais, cores, linhas, contrastes), que obtemos a percepção da realidade e que a nossa vida psíquica e física é construída. Se abordarmos a realidade em que estamos inseridos de forma mais detalhada e metódica, percepcionamos que vivemos num mundo “sobrecarregado de informação ou excesso de dados”.7 Dados maioritariamente fornecidos pelos meios de comunicação social que, de forma progressiva, começam a apostar, cada vez mais, na imagem como complemento textual indispensável, para uma melhor compreensão da mensagem por parte do público-alvo. Intrinsecamente associada ao jornalismo, a infografia contemporânea é um importante elemento valorativo no mundo da comunicação. O jornalismo, que durante séculos se construiu apenas com base no texto, começa a contribuir cada vez mais para esta complementaridade, através da infografia e da sua estética, de modo a aguçar inusitadamente a capacidade de selecção informativa dos seus leitores, bem como a rápida apreensão dos próprios dados fornecidos pelos média. Apesar da informação/comunicação ser um dos componentes fulcrais da infografia, a estética tem um lugar privilegiado na sua construção e concepção, dado que sem determinadas regras organizativas e elementos preponderantes que conduzem a nossa interpretação, a infografia não iria resultar enquanto elemento simplificativo da informação. Contudo, apesar do peso preponderante da imagem numa ilustração infográfica, a posição hierárquica da estética e do conteúdo informativo não é consensual no mundo infografista, sendo atribuída mais relevância à estética por uns, enquanto

outros

conferem

mais

verosimilhança

ao

conteúdo

informativo,

distanciando, respectivamente, os restantes conceitos para segundo plano. 7

McCandlesse, David (2010 Julho) The beauty of data visualization: David McCandless (Ficheiro de Vídeo) retirado de http://blog.ted.com/2010/08/23/the-beauty-of-data-visualization-davidmccandless-on-ted-com/ Consultado em 19-06-2011

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Alberto Cairo, prestigiado infografista espanhol, define a infografia como “qualquer representação gráfica na qual elementos verbais e visuais são combinados com o objectivo de contar uma história jornalística”8, tendo em conta que a sua natureza tem que ser “múltipla e flexível”. É na notória convergência entre o textual e o visual que se faz notar a preponderância da estética infográfica, encontrando apoio nas suas componentes visuais para concretizar o seu principal objectivo: informar. David McCandless, criador do website “Information is Beautiful” é um incansável utilizador da estética na construção visual da infografia. Esta máxima criada não só por designers, mas também por jornalistas, ajuda-nos a filtrar o que é realmente importante na grande poluição de dados/informação em que vivemos. De um modo futurista, McCandless desconstrói a realidade que o rodeia, através do seu processo criativo (apostando na cor, contrastes e formas), produzindo infografias extremamente completas a nível temático e informativo, que estimulam os nossos sentidos no processo da sua interpretação. Remetendo para a definição da própria palavra, “estética é a ciência que trata do belo em geral e do sentimento que ela desperta em nós; retrata a beleza de algo”9, é uma palavra intrínseca ao design e essencial à filosofia. Todavia, na infografia, a estética supera-se a si própria e ultrapassa o inerente significado. A estética vai além do sentido lato da própria palavra, comportando em si uma forte conotação e associação à área da filosofia, no que diz respeito à análise e entendimento do que é belo. É considerado um conceito inerente ao pensamento humano, da perspectiva filosófica é tripartido entre a verdade, o bem e o belo. Para além da sua proximidade com a máxima de beleza, a estética tem em si uma capacidade organizacional e ‘sinestésica’ que atribui ao elemento infográfico um

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Teixeira, Tattiana (2007 Maio) “A presença da infografia no jornalismo brasileiro – proposta de tipologia e classificação como género jornalístico a partir de um caso de estudo” Consultado em 20-06-2011 9

Cecilio, Evane (2011 Abril) “A infografia no jornalismo impresso: além da simples contemplação, um novo modo de se fazer jornalismo” Consultado em 22-06-2011

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papel fulcral na comunicação. É a principal ponte de convergência entre a informação verbal e visual que cria uma narrativa própria e independente, ‘alimentando’ uma relação de simbiose entre a informação e o design.

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3. Metodologia O presente trabalho baseou-se na experiência profissional adquirida durante o estágio na Rádio Renascença, o qual foi uma porta para a fomentação de opiniões no âmbito da estética das infografias. Com o contacto mais concreto com infografias e o seu funcionamento, foi possível o desenvolvimento de opiniões críticas, bem como de ilações obre a temática abordada. A partir da consulta bibliográfica e revisão da literatura, nomeadamente artigos académicos, foi ainda realizado um estudo aprofundado sobre o tema; estudo esse essencial para a fundamentação das ideias e conclusões que foram sendo apresentadas ao longo do trabalho.

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4. Objectivos O principal objectivo desta pesquisa é apurar a importância que a estética pode ter num elemento infográfico. É essencial a análise das opiniões discordantes, relativamente à posição hierárquica da estética e da componente informativa numa construção infográfica, de modo retirar algumas conclusões incisivas de qual o melhor método de trabalho a adoptar. Compreender de que modo é que a vertente filosófica do conceito de estética tem parte activa na criação e execução da infografia, enquanto expressão artística, é um dos tópicos relevantes a ser esclarecido ao longo deste projecto. Percepcionar até que ponto a estética se torna decisiva na construção de uma infografia, é um dos principais objectivos aqui propostos, de modo a compreender a ténue relação de simbiose estabelecida entre estética e a informação.

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5. Os primórdios filosóficos da Estética Com o passar dos séculos, a concepção de estética criou uma envoltura numa multiplicidade de conceitos divergentes, que dificultam o apuramento do cerne da própria palavra. Esta mesma ‘indefinição’ pode levar a incongruências na aplicação deste termo, daí ser necessário remeter para as origens da própria palavra para desmistificar determinados pareceres. Uma das suas raízes milenares mais tratadas é a inerência filosófica que lhe está adjacente, tema tratado desde os tempos da Antiga Grécia, por Aristóteles. Com a criação da primeira obra que trata a ‘arte’, o filósofo baseia a sua linha de pensamento artístico na máxima “a arte imita a natureza”, que posteriormente se tornou no paradigma do pensamento estético ocidental. No âmbito filosófico, a “estética é o pensamento (…) que estuda a arte do 10

belo” , remetendo para a apreensão do mundo sensível que o rodeia, bem como para “a intuição de beleza”. Apesar da permanente mescla associativa entre estética e história da arte, ambos os conceitos criaram entre si, uma relação antagónica, na medida em que a primeira “busca a condição possibilidade de toda a manifestação artística” e a segunda “descreve as diversas manifestações artísticas, tanto nos seus elementos gerais como nos específicos”11. ‘Introduzida’ pelo filósofo alemão, Alexander Gottlieb Baumgarten, no século XVIII, a Estética enquanto disciplina da filosofia adquire o estatuto de “ciência do belo e da arte” relacionada com o conhecimento sensorial, “contrastando como o conhecimento cognitivo, que implica a prévia aprendizagem de determinado tema”12. Todavia, só com Kant é que o conceito é consolidada no âmbito filosófico, alcançado uma ampla difusão e contribuindo para investigações mais complexas do 10

Sobrealgo.com.br – ‘Sociofilosofia’ Retirado de http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/estetica.html Consultado em 16-06-2011 11

Sobrealgo.com.br – ‘Sociofilosofia’ Retirado de http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/estetica.html Consultado em 18-06-2011 12

Psicologia do Desenvolvimento – ‘Ciência vs Senso-comum’ Retirado de http://psicofadeup.blogspot.com/2011/05/ciencia-vs-senso-comum.html Consultado em 18-06-2011

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conhecimento sensorial, habitualmente referido como senso-comum. O filósofo fundamenta as suas conclusões com a própria aproximação da palavra ‘estética’ da sua raiz grega, ‘Aithesis’, cujo significado é sensação (Associação idêntica à de Baumgarten). Para a filosofia kantiana, os juízos estéticos baseiam-se na beleza livre que reside na atitude desinteressada do indivíduo, que por si só está sujeito a qualquer experiência. O contacto com o que nos rodeia, bem como o uso da visão, são os principais instigadores da experiência do belo e do verdadeiro contacto com a estética enquanto elemento integrante do nosso pensamento. A atmosfera afectiva que envolve o ser humano é um factor determinante da sua percepção. A captação cognitiva dos objectos ocorre através dos cinco sentidos, sendo ‘a visão’ o mais preponderante, no caso da estética. A atribuição de valor estético provém da mescla entre visualização e manifestação de sentimentos, ocorridos aquando da contemplação de determinada forma, a que atribuímos um ‘valor afectivo’ elevando-a “ (…) do plano da utilidade para o plano da contemplação estética”13. A contrastar com as teorias de Kant, encontramos também Hegel que defende a superioridade do ‘belo artístico’ sobre o ‘belo natural’. De acordo com a sua perspectiva filosófica, no que diz respeito à estética, Hegel ‘restringe’ a amplitude deste conceito, alegando que este apenas deve explorar questões do ‘belo artístico’, relegando para segundo plano as apreensões sensitivas a que o indivíduo está exposto diariamente (‘belo natural’). Para o filósofo, apenas quando o ser humano está perante algum elemento classificado como ‘arte’, é que pode tirar as suas percepções estéticas e ‘classificar’ se o que contempla é bonito ou feio. Visto isto, estamos perante a subordinação das operações racionais e morais à experiência estética, tendo em consideração que damos destaque ao carácter intuitivo com o meio em que o indivíduo está inserido.

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A experiência estética Retirado de http://pt.shvoong.com/humanities/479657experi%C3%AAnciaest%C3%A9tica/#ixzz1PvBkAdwV Consultado em 18-06-2011

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John Hospers, filósofo americano, contraria as teorias dos seus ‘antepassados’ ao afirmar que o pensamento estético fundamenta-se na unidade, tendo em conta a sua conotação e significado. O escritor parte deste conceito para o alcance mais eficaz de uma experiência estética bem-sucedida, através da contemplação e percepção do objecto como algo uno. “A unidade é o oposto do caos, da confusão, da desarmonia: quando um objecto está unificado, podemos dizer que tem consistência e não apresenta nada supérfluo”14. Na perspectiva empírica, a estética é conotada como algo percepcionado pelo indivíduo que desperta em si uma panóplia de sensações que podem oscilar entre o deleite e a repudia visual. “É importante ressaltar que o julgamento estético não tem base nos desejos de quem observa, e muito menos na sua fisiologia (…)”15

a

experiência estética está sim, vinculada aos sentidos, ao ‘sensorialmente agradável’. Como súmula de todos estes pareces, apesar de alguns serem contraditórios, é pertinente destacar que a estética é um elemento que varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com os seus gostos e vivências. É um conceito versátil de carácter metamórfico que evolui em cada sociedade de acordo com as tendências. Para cada ser humano, enquanto indivíduo único e singular, o belo é traduzido em algo autêntico, intrinsecamente relacionado com uma multiplicidades de significados, que fazem despoletar determinadas sensações, que culminam com o processo de experiência estética. O que é esteticamente agradável nos dias que correm, certamente não terá a mesma visibilidade ou impacto daqui a 10 anos. Apesar da constante mutação de tendências e costumes, o durame da palavra permanece intacto, na medida em que a estética terá sempre implícito o belo, através da nossa experiência extra-sensorial. Actualmente já não são ininterruptos os padrões ou percepções estéticas

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Hospers, John (2006 Novembro) “Historia y Fundamentos” Cap. 1 Consultado em 20-06-

2011 15

Rodrigues, Adriana Alves (2007 Setembro) “Visualização de dados na construção infográfica: abordagem sobre um objecto em mutação” Consultado em 28-07-2011

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enfatizados pela sociedade. Cada ‘objecto’, artístico ou não, estabelece o seu próprio tipo de beleza, de acordo com a visualização e experiências estéticas de cada um.

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6. Tendências infográficas – a crescente preeminência da estética no mundo gráfico A infografia como elemento comunicacional de diversos meios de informação, não encontra quaisquer padrões formais que a classifiquem ou determinem a sua definição. “La infografia es una ‘herramienta de simplificación’, sino de análisis. Intentar ir siempre más álla de la noticia”16. Pela sua ‘inter-’ e multidisciplinaridade, os elementos infográficos encontram no conceito híbrido o fundamento da sua criação, tendo em conta a pluralidade de características ou divisões que podem ser atribuídas. Todavia, diversos modelos de classificação foram criados por teóricos que procuram a definição corpórea deste meio comunicacional. A pluralidade destes modelos remete para a criação de elementos infográficos dinâmicos, cuja estrutura é bastante diferenciada da infografia estática. Para uma compreensão mais estruturada, é importante fazer uma breve revisão de alguns dos modelos de classificação de infografias mais recorrentes. Este é um dos caminhos mais adequados para fomentar um melhor entendimento da aplicação da estética nas diferentes áreas da infografia, atribuindo especial enfoque ao modelo veiculado por Alberto Cairo e às teorias sintetizadoras e futuristas de David McCandless.

De acordo com o estudo elaborado por Beatriz Ribas, realizado em 2004, Nichari e Rajamanickam (2003), criaram um modelo de comunicação, “ (…) útil para a composição de narrativas diferenciadas, tendo em mente o público para o qual são

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Cairo, Alberto (2011) “Blog El Pais” Retirado de http://visualizacaodainformacao.wordpress.com/2011/03/14-del-periodismo-alberto-cairo/ Consultado em 28-06-2011

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estruturadas (...) ”17, baseado na intenção comunicativa de elementos infográficos com o principal objectivo de garantir a sua eficiência na representação de múltiplos e distintos temas. Esta mesma classificação não atribui especial enfoque à matéria jornalística; contribui sim para a reflexão ponderada do tratamento visual do conteúdo informativo. Infografia Narrativa é uma das nomenclaturas pertencentes a este modelo e visa o destaque à narração de um facto/acontecimento, possibilitando o envolvimento do indivíduo no tema tratado. Esta classificação exprime o ponto de vista da temática tratada e pode incluir tanto histórias pessoais, como estudos de caso. Já com uma perspectiva diferenciada do primeiro modelo, a Infografia Instrutiva tem um carácter mais incisivo relativamente à questão que representa. Dá enfoque ao pormenor, indicando todas as etapas do seu conteúdo informativo. Com um cunho que revela maior proximidade com a Infografia Narrativa, a Infografia Exploratória compele o indivíduo à desmistificação do tema tratado, com o intuito de traduzir da forma mais correcta e verosímil o seu sentido. Por último, no modelo de classificação infográfico, Nichari e Rajamanickam (2003) incluíram ainda a Infografia Simulatória que induz o indivíduo a reviver determinado acontecimento/situação, como se o tivesse presenciado na realidade. Em todas estas classificações infográficas é necessário o uso diversificado de elementos estéticos para melhor veicular a informação pretendida. Sem a devida utilização destes recursos, uma das principais questões da infografia não se cumpre: despoletar o inusitado deleite estético.

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Ribas, Beatriz (2004) “Infografia Multimídia: um modelo narrativo para o webjornalismo” Consultado em 28-06-2011

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Encadeado no pensamento deste modelo classificatório, Beatriz Ribas (2004) sugere uma classificação com diferentes níveis hierárquicos, assentes nos seguintes conceitos base: Tipos, Estado e Categorias. No que diz respeito aos tipos existentes, Ribas inicia a sua classificação com o tipo Autónomo (a infografia cria a sua narrativa independente, dispensando qualquer tipo de elemento textual para ser corroborado. Neste parâmetro, o texto é complemento da infografia, criando “ (...) uma unidade informativa independente (...) ”18); e termina com o tipo Complementar, que é referente tanto à componente textual como à componente infográfica per si. Referente ao conceito de Estado, encontramos a Actualidade (elemento infográfico desenvolvido no momento) e a Memória (que considera a “lógica estruturante do ciberespaço”19, nomeadamente a sua vasta capacidade de armazenamento de dados). Por último, Sequencial, Relacional e Espacial, são os elementos constituintes de Categorias, que determinam a linha narrativa do elemento infográfico.

Para além dos arquétipos veiculados por teóricos acima supracitados, é importante referir, de forma sucinta, a classificação infográfica difundida por Valero Sancho (1999), que acrescenta mais um item classificatório ao modelo preconizado por Nichari e Rajamanickam (2003), consiste no infográfico Interactivo que mediante o seu grau de interacção, estabelece o princípio de “tele-acção”. Através deste novo conceito, o grau de envolvência é ampliado pelo potencial do elemento infográfico e, consequentemente, o indivíduo sente-se parte activa do projecto. Já Tattiana Teixeira propõe um modelo infográfico que difere da maioria pela divisão deliberada: Infografia Enciclopédia e Infografia Específica. A primeira classificação tem por defeito o tratamento de temáticas especificam, maioritariamente

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Rodrigues, Adriana Alves (2007 Setembro) “Visualização de dados na construção infográfica: abordagem sobre um objecto em mutação” Consultado em 27-06-2011 19

Ribas, Beatriz (2004) “Infografia Multimídia: um modelo narrativo para o webjornalismo” Consultado em 28-06-2011

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ligadas às áreas científicas. Já a infografia Específica dá especial atenção ao tratamento de hardnews jornalísticas, a eventos isolados e concisos.

Além dos últimos modelos referidos, é importante referir a distinção feita por Alberto Cairo, entre os modelos conceptuais da infografia que estão em ‘vigor’ actualmente. Para o infografista é evidente a existência de uma ‘antonímia’ na concomitância entre duas percepções infográficas, que se distanciam, em determinadas situações, embora se complementem em raras prerrogativas, sendo elas a Infografia Estetizante e a Infografia Analítica.

Ilustração 1- New York Times, “President Obama’s Proposed 2011 Federal Budget”

Nas competências atribuídas à Infografia Estetizante (Ilustração 1), está o destaque da componente visual em relação ao valor analítico. Contudo, este último nunca é descurado por parte do infografista – cf. com “La infografia es una forma de

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diseño gráfico o arte visual destinada a hacer las páginas más atractivas y la información más simples para los lectores.”20 . Este é o modelo predominante da actualidade, professado por diversos órgãos de comunicação social de referência, como o New York Times. De acordo com os teóricos, a utilização de uma estética mais gráfica e icónica, auxilia o processo de memorização e compreensão de grandes quantidades de informação. Caso os gráficos apresentem uma complexidade exacerbada, no que diz respeito à veiculação de informativa, a aplicação da estética como elemento substancial exige uma atenção redobrada, para o elemento infográfico não ser associado a ‘poluição visual’. A adopção da Infografia Estetizante como modelo de trabalho, valoriza o aspecto da imagem e a da composição, tendo em conta que esta é a base de todo o projecto.

Ilustração 2 -Sukhoy (2008): Infográfico produzido para Revista Época

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Cairo, Alberto (2011) “Blog El Pais” Retirado de http://visualizacaodainformacao.wordpress.com/2011/03/14/como-los-origenes-de-la-visualizacionnos-ayudan-a-entender-el-futuro-del-periodismo-alberto-cairo/ Consultado em 28-06-2011

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Concebida de forma divergente da Infografia Estetizante, a Infografia Analítica (Ilustração 2) dá prioridade à exactidão de dados e ao seu conteúdo informativo, potencializando a apreensão do mesmo – cf. com “La infografia es la rama del preriodismo que, usando las herramientas del diseño, la cartografia, la representación estadística y la diagramática, facilita la comprensión y le análises de informaciones.” 21 A escolha deste modelo como base de um projecto infográfico implica a valorização do conteúdo informativo, relegando para segundo plano a componente estética, com o intuito de aglomerar leituras interpretativas extensivas por parte do indivíduo. As infografias orientadas por este ‘estilo classificativo’, têm um notório cunho científico, que procura a exactidão e verosimilhança das informações, atribuindo visibilidade a um conjunto de dados de complexa apreensão. Na Infografia Analítica são reveladas evidências e pormenores informativos da temática abordada, que não têm tanto enfoque na sintetização e simplificação de dados na Infografia Estetizante. Relativamente à opinião de Alberto Cairo, a actualidade infográfica está a passar um período de transição estética e organizacional, corroborada pela adopção de novos estilos infográficos mais estilizados, no que diz respeito ao seu grafismo, e mais complexos em relação ao conteúdo informativo.

21

Cairo, Alberto (2011) “Blog El Pais” Retirado de http://visualizacaodainformacao.wordpress.com/2011/03/14/como-los-origenes-de-la-visualizacionnos-ayudan-a-entender-el-futuro-del-periodismo-alberto-cairo/ Consultado em 28-06-2011

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Ilustração 3 -Dataviz criado por David McCandless – “Information is Beautiful”

Dissidente dos restantes modelos infográficos, David McCandless é o principal precursor de uma inovadora tendência infográfica que encontra os seus fundamentos na completa estilização e simplificação de dados: o Dataviz. (Ilustração 3). Este

modelo

inovador,

auxilia

na

visualização

de

dados,

que

consequentemente se transformam em padrões de interpretação gráfica e comunicacional. Para McCandless “A informação nunca pode depender do design”22, tendo em conta que o comprometimento da mesma, iria por em causa a clara interpretação da mensagem. Apesar do design estético ser um dos elementos decisivos do Dataviz, o conteúdo informativo tem igual hegemonia, caso contrário a finalidade comunicativa fica comprometida – cf. com “ (...) a criação visual só pode aparecer quando a pesquisa já está feita. O caminho é de baixo para cima.”23.

22

McCandless, David (2010) “Information is Beautiful”, HarperCollins Publishers Consultado em 27-06-2011 23

McCandlesse, David (2010 Julho) The beauty of data visualization: David McCandless (Ficheiro de Vídeo) Retirado de http://blog.ted.com/2010/08/23/the-beauty-of-data-visualizationdavid-mccandless-on-ted-com/ Consultado em 18-06-2011

23


O Dataviz tem como objectivo final “ (...) retirar o véu de algumas conexões que estavam encobertas pelo excesso de informação que por vezes não conseguimos interpretar.”24

Ilustração 4 -Representação do Diagrama de Venn por David McCandless

A corroborar este paradigma inovador, existe uma representação do diagrama de Venn (Ilustração 4), criada por McCacndless. Este diagrama fomenta a intersecção de quatro elementos, que objectivamente enaltecem o aspecto visual de um elemento infográfico. A ausência de algum destes elementos (“integrity” + “interestingness” + “function” + “form”) ocorre em peças inacabadas ou graficamente disfuncionais. Esta linha de pensamento, criada por David McCandless, atribui máximo relevo ao aspecto visual de uma infografia, considerando-o o coração de um projecto de sucesso.

24

McCandless, David (2010) “Information is Beautiful”, HarperCollins Publishers Consultado em 29-06-2011

24


“A medida que aumenta el conocimiento humano y las traducciones se multiplican, se vuelve más y más deseable abreviar y facilitar los modos de transmitir información de una persona a otra y de un indivíduo a varios” 25

Cada vez mais é lícito o destaque à componente estética na concepção de uma infografia. As vicissitudes do mundo infográfico acompanham a evolução das sociedades e o pensamento progressivamente objectivo no descortino excessivo de dados – cf. com “Vivimos un tiempo de transición para la infografia periodística, el uso de diagramas con fines informativos. La irrupción de Internet y de nuevas herramientas y técnicas ha desencadenado una etapa llena de incertidumbres tanto en el mundo profesional como en el académico.” 26 Objectividade é uma das palavras dominantes nos correntes ‘modelos’ de construção infográfica – cf. “Information is Beautiful” de David McCandless -, que assiste a organização informativa. É importante reter no pensamento infografista que “La infografia es una ‘herramienta de simplificación’, sino de análisis (...) ”, sendo importante “ (...) intentar ir siempre más alla de la noticia.” 27

25

Cairo, Alberto (2011) “El Arte Funcional – infografia y vizualización de información”, Alamut Consultado em 29-06-2001 26

Cairo, Alberto (2011) “Blog El Pais” Retirado de http://visualizacaodainformacao.wordpress.com/2011/03/14/como-los-origenes-de-la-visualizacionnos-ayudan-a-entender-el-futuro-del-periodismo-alberto-cairo/ Consultado em 28-06-2011 27

Cairo, Alberto (2011) “El Arte Funcional – infografia y vizualización de información”, Alamut Consultado em 29-06-2001

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7. O uso da estética na Infografia Infografia, acrónimo derivado da palavra anglo-saxónica ‘infographics’, é traduzida e fundamentada através da expressão ‘informação gráfica’, que sintetiza toda a sua complexidade. Apesar do seu significado contemporâneo, a infografia como tradução e simplificação de um grande número de informações remonta a 6200 a. C., altura em que o ser humano começou a registar determinadas representações informativas que o auxiliavam na interpretação tanto de dados como de situações.

Ilustração 6 - Mapa do Metro de Londres criado por Harry Beck

Ilustração 5 -Estudo de Embriões, por Leonardo DaVinci

Partindo destes primeiros passos, que vão de Leonardo DaVinci (Ilustração 6) a Harry Beck (Ilustração 5), a infografia foi evoluindo por entre mapas e diagramas geométricos, até impor o seu carácter informativo no mundo jornalístico. No final dos anos 80, início dos anos 90, a infografia como veículo comunicacional, alcança o sucesso no mundo do jornalismo como suporte visual que complementava a notícia, simbolizando uma corroboração do texto e não como narrativa independente, como é evidente na actualidade.

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Ao longo dos anos 90, a infografia inovou pela vertente dinâmica, que começou a ser explorada através do programa ‘Flash’, da Adobe. Este “ aplicativo tornou-se um ícone de uma nova estética, constituindo-se numa forma mais cinematográfica que tipográfica, além de apresentar uma mistura pictórica de imagens” (Lupton, 2006:132)28 . Tendo os anos 90 como ponto de partida, começamos a assistir a uma simbiose de linguagens graças à internet, na medida em que este é um dos principais meios difusores da infografia, bem como um dos principais responsáveis pela recorrente criação de novas tendências infográficas. Actualmente, a infografia “é a área onde mais se detecta a evolução rumos a novas formas (...) ”29 (Salaverría, 2007:3) de comunicação, bem como da sua visualização. Apesar de ser encarada como um ‘elemento secundário’ aquando da criação da infografia, a estética encontra hoje um lugar de excelência na concepção infográfica. É com a transversalidade entre a sintetização e a visualização de informação, que a infografia cumpre o seu principal objectivo, utilizando a estética como principal via captadora do interesse e atenção do indivíduo. O uso da visualização como filtro informativo é um dos elementos mais importantes na construção de uma infografia coesa e incisiva. David McCandless afirma que “este é o caminho mais indicado para que possamos ver padrões e conexões que interessam” de maneira a, posteriormente, projectar essa informação atribuindo-lhe um significado ou distribuí-la de forma a

28

Rodrigues, Adriana Alves (2007 Setembro) “Visualização de dados na construção infográfica: abordagem sobre um objecto em mutação” Consultado em 28-07-2011 29

Teixeira, Tattiana (2007 Maio) “A presença da infografia no jornalismo brasileiro – proposta de tipologia e classificação como género jornalístico a partir de um caso de estudo” Consultado em 20-06-2011

27


“contar-nos uma história ou a permitir-nos focar somente a informação que realmente importa”30. Ao atribuirmos padrões informativos a determinado tema, estamos desmembrar e simplificar a sua complexidade, incidindo em formas, cores, contrastes, elementos tipográficos. É através deste processo que a mensagem implícita de uma infografia chega rapidamente ao indivíduo, facilitando o processo de descodificação e interpretação. A estética é intrínseca ao conceito de beleza, independentemente da sua multiplicidade de vertentes e associações. A simbiose criada pelo nicho infográfico, entre a estética e a comunicação, pode tornar-se bastante ambígua em determinadas situações. A ‘questão’ adjacente à construção de uma infografia coloca em causa a importância destes dois elementos, bem como o seu carácter indispensável nesta ‘arte’ em constante evolução. Para além do seu cunho informativo, a infografia tem como objectivo ser algo esteticamente agradável ao ‘olho humano’. Algo sedutor que atraia o seu ‘espectador’ e conduza a uma ‘exploração’ que vá além do simples olhar. Uma infografia rica a nível informativo, todavia pobre a nível estético, dificilmente capta a atenção do ser humano, uma vez que o olhar deste é aliciado pelas mais diversas componentes gráficas como a cor, a tipografia, imagem, contraste (como referido na introdução). Apesar de o típico Infografista que, como profissão começa a ser uma raridade, o objectivo da criação de uma infografia mantém-se igualmente para os seus sucessores/substitutos, (quer designers, quer programadores): a incessante procura de “um design que enfatize a capacidade das coisas em proporcionar experiências” com um valor intrínseco, “ (...) um design que cultive a sua própria identidade (...)”31 e que concilie o tanto o carácter estético, como comunicacional da infografia.

30

McCandlesse, David (2010 Julho) The beauty of data visualization: David McCandless (Ficheiro de Vídeo) Retirado de http://blog.ted.com/2010/08/23/the-beauty-of-data-visualizationdavid-mccandless-on-ted-com/ Consultado em 18-06-2011 31

Cecilio, Evane (2011 Abril) “A infografia no jornalismo impresso: além da simples contemplação, um novo modo de se fazer jornalismo” Consultado em 22-06-2011

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7.1 Exploração de Elementos e Recursos na Estética É errada a ideia pré-concebida de que a aplicação da estética num elemento infográfico pressupõe colorir ou ilustrar o ‘espaço’ a ser editado. Toda a forma, linha ou contorno tem em si implícito o conceito de estética – cf. com “Demasiada ilustración: poca reflexión sobre como usar la simbiosis entre dibujos y textos para explicar mejore las historias”32. Partindo desta conjectura, a ‘simbiose’ destes mesmos elementos pode ou não ser bem concretizada, no que diz respeito à visualização da estética por excelência. Por ‘defeito’, os elementos estéticos usados em qualquer composição artística têm de ser dotados da capacidade de passar as mensagens subliminares adjacentes à obra. No caso da infografia, estes mesmos elementos são importantes ‘veículos condutores’ da compreensão e interpretação do tema tratado, por parte de quem a visualiza. Critérios visuais como o agrupamento de informação (que se reflecte no estabelecimento de relações visuais entre informações), a adequação de elementos visuais ou hierarquização de informação são auxiliados por elementos estéticos que simplificam o processo de leitura da infografia. Para o designer Paul Rand, existe uma evidente relação de proximidade entre a informação e o design, no que diz respeito à aplicação da estética – “without aesthetics you cannot find truth – to do things with quality. I think is in a big sense what aesthetics means”33. Um projecto estético bem-sucedido utiliza uma panóplia de ícones e representações que simbolizam e corroboram o valor da informação que se pretende

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Cairo, Alberto (2008) “Infografia 2.0: visualización interactiva de información en prensa” Consultado em 29-06-2011 33

Rand, Paul Retirado de http://nextandmore.com/no-truth-without-aesthetics-paul-rand/ Consultado em 21-06-2011

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veicular. No caso da infografia, a aparência é uma questão fulcral para que esta resulte, nunca descorando o seu conteúdo informativo. O funcionamento de todas as partes de um elemento infográfico em uníssono é essencial para simplificar a sua complexidade. “As partes de determinado elemento infográfico devem relacionar-se internamente para alcançar a unidade e não o caos (...) ”34 informativo. Quando existe o recurso a elementos estéticos e imagéticos, seguindo determinados critérios, estes podem produzir um efeito de magnetismo que suscita o interesse de que a visualiza. Embora exista uma clara dissonância de opiniões no que respeita a linguagem da estética, ou elementos estéticos per si é visível a conformidade entre determinados elementos comuns, que estão peculiarmente pautados com conceito e aplicação da estética – cf. com “The vocabulary of a language of art, or of aesthetics: orders, variety, contrasts, symmetry, tension, balance, scale, texture space, shape, light, shade and color”35. São estes os elementos primordiais indispensáveis à execução de algo que provoque deleite estético ao indivíduo. Contrariamente ao encanto que estes recursos podem despertar, o seu uso excessivo pode produzir um sentimento de saturação e desinteresse, efeito dissemelhante ao pretendido aquando da criação do elemento infográfico. Para além da utilização dos mais variados elementos constituintes da estética, é necessário ter em conta determinadas condicionantes para se alcançar a harmonia entre estética e conteúdo informático. Elementos como usabilidade, ergonomia, semiótica dos elementos formais da composição, a semiótica visual dos diversos recursos estéticos e psicodinâmica das cores são factores partilhados tanto pela

34

Hospers, John (2006 Novembro) “Historia y Fundamentos” Cap. 1 Consultado em 20-06-

2011 35

Rand, Paul Retirado de http://nextandmore.com/no-truth-without-aesthetics-paul-rand/ Consultado em 21-06-2011

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estética, como pelo conteúdo informativo que visam o alcance da experiência sensorial positiva por parte do indivíduo. Os quatro elementos intrinsecamente associados a uma composição infográfica são a cor, a tipografia, ícone e imagem.

7.1.1 Psicodinâmica das cores A associação imediata da cor está directamente relacionada com a psicodinâmica das cores, que contribui para a estrutura psíquica do ser humano. Esta associação consiste na capacidade de interacção directa com o estado de espírito do indivíduo que se encontra permanentemente activa, receptiva e susceptível ao despertar de sentimentos e emoções. “Belo é o que deriva de uma necessidade psíquica interior. [...] A cor é a tecla. O olho é o martelo. A alma é um piano com muitas cordas. O artista é a mão que, com esta ou aquela tecla, faz vibrar a alma”36. O conceito sui generis de cor, encontra em si algo de instintivamente relacionado com o inconsciente humano. Deste modo, uma correcta usabilidade deste elemento pode impelir o indivíduo ao deleite estético, bem como à rápida apreensão da mensagem.

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Citação retirada de Cecilio, Evane (2011 Abril) “A infografia no jornalismo impresso: além da simples contemplação, um novo modo de se fazer jornalismo” Consultado em 22-06-2011

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Ilustração 7 -Infografia sobre a Beatificação de João Paulo II, no âmbito das celebrações ocorridas em Maio, para o Página1 (Rádio Renascença)

“O que os olhos fazem é alimentar o cérebro com informação codificada (...), quando olhamos para alguma coisa, o padrão de actividade neural representa o objecto (...). Não está envolvida qualquer imagem interna”37 Tal como podemos notar na Ilustração 7, o uso de cores adaptou-se à temática tratada, de modo a criar um processo associativo mais rápido e eficaz. Com tons sóbrios e discretos, a infografia com o tema “Beatificação de João Paulo II” é retratada de forma concisa e directa. De acordo com os significados empíricos atribuídos às várias tonalidades de dourado, conjugadas num simples gradiente, esta cor pode induzir o indivíduo a uma sensação de equilíbrio e harmonia. Além das possíveis emoções suscitadas, o dourado tem uma conotação implícita associada aos conceitos de sabedoria, poder e conhecimento, que conduzem o indivíduo a uma rápida associação à Igreja Católica. Apesar do notório excesso informativo, este factor pode ser suavizado pela psicodinâmica da cor, ao captar a atenção e, possivelmente, suscitar o interesse para o seu conteúdo comunicacional.

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Modesto Farina, Clotilde Perez, Dorinho Bastos (2006) “Psicodinâmica das cores em Comunicação” Edgard Blucher Consultado em 28-06-2011.

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Mais do que um recurso, a cor e todos os seus constituintes são um dos cernes da estética infográfica. No que diz respeito ao auxílio na transmissão de mensagens subliminares, bem como no alcance do arrebate estético, a cor é um recurso imperativo a ser utilizado, tanto pela sua abrangente significância, como pela sua capacidade psíquica e emocional.

7.1.2 Tipografia No que diz respeito à tipografia, no âmbito da estética, a escolha da mesma pode ser um processo mais complexo e moroso do que aparenta. Este recurso estético determina, de certo modo, a sintonia estabelecida entre mensagem e receptor, assim como a sua eficaz percepção. “Cabe ao designer escolher os componentes ideais de um layout (...) ”38, daí a escolha da tipografia ser um elemento preponderante para uma boa concretização estética. A nível conceptual, a escolha tipográfica a ser utilizada tem de ter em consideração os seguintes aspectos: “relação com o projecto; relação com imagens utilizadas; relação com outras fontes utilizadas no mesmo projecto.”39 A tipografia é também conotada como um importante elemento na hierarquização de elementos informativos numa infografia. O texto/conteúdo escrito de um elemento infográfico precisa de ser acessível e inteligível para o indivíduo, de maneira a este apreender, sem esforço redobrado, a função e preponderância de cada título, subtítulo, legenda ou corpo de texto.

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Ana Paula Santos e Susana Funk (2003) “A importância da tipografia na história e na comunicação”, Univali Consultado em 27-06-2011 39

Farias, Priscila L. (2006) “Tipografia digital: O impacto das novas tecnologias”, Rio de Janeiro Consultado em 28-06-2011

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Ilustração 8– Infografia sobre a raça de gatos Manx II, no âmbito das corridas automobilísticas da Ilha de Manx, para o Página1 (Rádio Renascença)

Como podemos percepcionar na Ilustração 8, a escolha tipográfica vai ao encontro da peculiaridade do tema tratado: a raça de gatos Manx, oriunda da Ilha de Man. Este tipo de letra ‘mais flexível’ e diferente, pode suscitar o interesse do indivíduo, para uma visualização aprofundada e mais atenta da infografia. Dada a opção do tipo de letra, a hierarquia atribui-se aos diferentes tamanhos estabelecidos entre títulos e subtítulos. Para retratar a informação mais concisa e concentrada, é notória a opção de um tipo de letra mais estilizado, que indique a verosimilhança e precisão das informações tratadas e crie o equilíbrio entre a estética e a informação a veicular. “A tipografia é o ofício que dá forma visível e durável – e portanto existência independente – à linguagem humana”40.

40

Bringhurst, Robert (2005) “Elementos do estilo tipográfico versão 3.0” Consultado em 29-06-2011

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7.1.3 Ícones De acordo com o seu contexto e localização, os ícones podem representar um grande desafio à veiculação de conteúdo informativo. Caso a sua aplicação seja a mais correcta, presenciamos uma simplificação de imagem que facilita a apreensão da mensagem que pretendemos passar – “As contextually-located objects, icons exemplify big challenges of comunication and interpretation when using codified visual languages to convery meaning.”41. Através da visualização de determinado objecto, o cérebro capta a sua imagem e inicia o processo de memorização e armazenamento icónico. O uso de ícones tanto no âmbito estético, como no âmbito informativo, pode representar uma ‘mais-valia’, tendo em consideração que estes são armazenados na memória a longo prazo (o que permite uma associação e reconhecimento mais rápido a nível de forma e significância).

41

Gajendar, Uday (2003 Outubro) “Learning to love the Pixel: Exploring the craft of Icon Design” www.boxesandarrows.com Consultado em 27-06-2011

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Ilustração 9 – Infografia dinâmica realizada no âmbito das legislativas 2011

O apelo estético que um ícone pode representar numa composição infográfica pode ser incomensurável nos dias que correm. O valor do ícone pode representar uma grande carga informativa, traduzida apenas pela sua própria forma, cor e contorno. O devido uso deste recurso estético contribui em muito para a pulcritude de uma infografia, bem como para o sucesso na captação da mensagem. Tal como está representado na Ilustração 9, podemos percepcionar a associação icónica presente tanto no gráfico percentual referente a cada partido, como na representação do hemiciclo, o uso de formas como representação icónica da mensagem que veiculada. Numa conciliação entre cor e ícones, o indivíduo pode rapidamente depreender o conteúdo deste elemento infográfico. Esta interpretação icónica implica uma leitura crítica por parte de quem a visualiza, como tentativa de exploração dos valores sociais que lhe estão incutidos, bem como do processo de identificação e descodificação dos dados apresentados. Intrinsecamente relacionada com a imagem, a iconografia (derivada do grego eikon (que significa ‘graphia’), é uma forma de linguagem que agrega imagens na representação de determinada temática. Em suma, este aparente ‘acessório’ estético é

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um importante recurso na expressão da identidade pessoal de um elemento infográfico.

7.1.4 Imagem A sociedade contemporânea encontra a sua base visual numa vasta cultura imagética criada desde os primórdios do ser humano. A imagem, como elemento da estética por excelência, foi sempre um componente ‘desencadeador’ de um grande fascínio artístico, que auxilia, também, a estruturação e descodificação de mensagens quotidianas que por vezes assolam o indivíduo – “A imagem sempre foi fonte de fascínio.”42. Visto isto, é claramente necessário o cultivo de grupos de imagens, directamente relacionado com os factores socioculturais do homem (agregadas à memória a longo prazo), que assistem a rápida interpretação das vastas redes de mensagens adjacentes à sociedade contemporânea. Os ‘bancos’ de formas/imagens são, do ponto de vista semiótico, pontes de ligação entre culturas intercontinentais. Quando uma informação é lida ou uma infografia é visualizada, os padrões culturais intrínsecos ao indivíduo estão adjacentes a esse processo, o que se traduz na interpretação de cada leitor e nas relações de semelhança criadas nessa leitura. A imagem vai além da organização racional atribuída pelo ser humano, conferindo uma consonância estética à infografia que induz à sua rápida apreensão.

42

Huyghe, René (2009) “O Poder da Imagem” Edições 70, Lisboa Consultado em 26-06-

2011

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Ilustração 10 – Estudos para a realização de uma infografia sobre o primeiro veículo automobilístico a vencer o Circuito da Boavista, para o Página1 (Rádio Renascença)

Com uma breve análise da Ilustração 10, podemos presenciar estudos realizados para uma concepção infográfica. Através das imagens utilizadas depreendemos rapidamente a temática deste elemento, que dá enfoque à componente mecânica que constitui os diferentes modelos automobilísticos. Embora a imagem seja um retrato da realidade, obtido através de esquissos do objecto tratado, induzimos de forma clara a mensagem subjacente veiculada. Com o auxílio da cor, forma, contraste e outros elementos estéticos, a imagem adquire um carácter identificativo do objecto em questão, e que torna a assimilação e desmistificação da sua complexidade bastante mais simples. Todos estes pressupostos são reunidos nos ‘bancos de imagens’, anteriormente referidos, que estabelecem uma conexão associativa cultural entre sociedades distintas. No fundo, “ (...) a imagem, mais do que as palavras, dirige-se às massas: é fácil de apreender, de reproduzir e torna-se tema imediato de conversa”43 . 43

Volkoff, Vladimir (2000) “Pequena história da desinformação: do cavalo de Tróia à Internet” Lisboa Editor Consultado em 28-06-2011

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Na área do jornalismo e restantes órgãos de comunicação, a dosagem estética é fundamental para o sucesso de uma infografia. As temáticas e naturezas de determinado objecto ou assunto devem ser respeitadas, adequando o estilo estético que mais se identifica com os mesmos. A estética infográfica não se restringe apenas ao uso dos diversos elementos e componentes que lhe são próprios, como escolhas tipográficas ou cromáticas. Através sinopse de todos estes elementos compõe a linguagem da fórmula estética, percepcionamos o principal objectivo tido pelos profissionais na área: suscitar deleite estético e paralelamente estimular a apreensão da mensagem. A transversalidade entre componentes teóricas e práticas, independentemente de serem as mais recorrentes ou não, confere coesão e robustez à infografia tanto a nível formal, como a nível de conteúdo. É nestes ‘pequenos grandes recursos’ que a estética encontra o seu fundamento e ‘usabilidade’. A aplicação eficaz dos mesmos é correlativo ao gosto e condicionantes informativas do infografista. Partindo deste princípio, o ‘uso e abuso da estética’ pode ser uma mais-valia no mundo infográfico, na desmistificação e apuramento do verdadeiro conceito propulsor à experiência da forma mais pura de beleza.

7.2 Harmonia estética vs Poluição informativa Apesar de ser um elemento prioritário na construção de uma infografia, a organização visual não pode, de modo algum, comprometer a finalidade informativa. Caso isto se verifique, através de uma má conjugação de elementos ou de uma excessiva poluição informativa, o principal objectivo do elemento infográfico nunca será cumprido e a atenção do seu ‘espectador’ nunca será devidamente captada. A linha que separa um bom elemento infográfico de um caso caótico de excessiva informação é muito ténue. Ao consultar determinado artigo com uma vertente mais visual do que textual, o indivíduo procura absorver a informação de modo rápido, através das mais diversas soluções estéticas. A necessidade editorial de 39


incluir excessivo conteúdo informativo num elemento infográfico, não se deve sobrepor ao rigor e facilidade que veicula a componente estética da infografia. De acordo com Suely Figueiredo, “uma das fonte geradores de problemas como este é a pressão sobre o profissional para que pense” partindo do pressuposto “ (…) ‘como vou fazer para conjugar todas as informações no mesmo espaço’, quando deveria fazê-lo sobre ‘como vou fazer para que este conteúdo informativo chegue com facilidade e rigor ao leitor’ “44. Se o infografista decide colocar um número excessivo de informações e imagens num elemento infográfico, a transmissão da densidade informativa pode, eventualmente, ser bem concretizada. Todavia, o profissional corre o risco de pôr em causa o apelo visual que o seu trabalho deve ter implícito, tendo em conta que está a exigir um grau excessivo de atenção por parte do leitor, para que este consiga percepcionar a lógica organizacional da infografia. Caso o seu trabalho exija atenção redobrada, o factor visual é automaticamente anulado, dada a complexidade de apreensão da mensagem. “Quando o número de elementos dispostos num infográfico ultrapassa” o limite do razoável, “ (…) o leitor apresenta uma resistência em penetrar na sua sintaxe”. Tendo em conta que o principal objectivo da estética na infografia é, para além do factor ‘beleza’, não exigir o mesmo grau de atenção que um elemento textual requer, ao poluir excessivamente o seu trabalho com conteúdo textual, o infografista não é bem-sucedido na mensagem que pretende transmitir”45. A atenção do ser humano procura incessantemente uma organização gráfica harmoniosa e criteriosa em cada infografia, elementos fulcrais para tornar agradável a sua visualização. O espaço a ser editado para a criação de um elemento infográfico deve encontrar o equilíbrio entre os elementos estéticos, espaço em branco e conteúdo

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Figueiredo, Suely (2005 Novembro) “Comunicação Coordenada: Analisando Infográficos” Retirado de http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/iiisbpjor2005_-_cc__tattiana_teixeira_-_suely_figueiredo.pdf Consultado em 21-06-2011 45

Figueiredo, Suely (2005 Novembro) “Comunicação Coordenada: Analisando Infográficos” Retirado de http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/iiisbpjor2005_-_cc__tattiana_teixeira_-_suely_figueiredo.pdf Consultado em 23-06-2011

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informativo, de modo a ser bem-sucedido. Qualquer infografia que não respeite os parâmetros acima referidos, perde toda a sua atractividade e possível vantagem editorial, dado que a mensagem não foi veiculada com sucesso. A poluição visual é um dos principais erros na estética infográfica que, consequentemente, nos conduz a um erro da sua própria sintaxe. Todavia, existem formas de contornar a organização complexa de determinadas infografias, através da insistente reiteração das mesmas.

Ilustração 11 -Infografia sobre os diversos percursos de Fórmula 1, realizada de acordo com o modelo pré-estabelecido pela RR

Tal como podemos observar na Ilustração 11, este é um exemplo de uma infografia que, partindo da primeira impressão, ao visualizá-la nos traduz conceitos como desorganização, pobreza estética e de difícil percepção. Apesar dos percursos de Fórmula 1 serem familiares a muitos leitores do Página1, a estrutura estética das infografias realizadas no âmbito do tema, não é, de todo, a mais apelativa. O uso de cores escuras, o excesso de caixas informativas e o pouco paralelismo existente entra as mesmas, fazem com a principal mensagem não seja imediatamente percepcionada pelo seu ‘espectador’.

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Todavia, a publicação insistente e repetida deste modelo cria inusitadamente, uma implícita educação do olhar do leitor. Este facto explica-se através da necessidade de identificar a informação desejada. Visto isto, e a insistente publicação deste modelo pré-definido, o leitor aprende a conviver com a poluição informativa e pobreza estética da infografia, limitando-se a procurar o conteúdo que realmente é do seu interesse, independentemente de não encontrar a harmonia e equilíbrio inerentes à estética de uma infografia bem concretizada.

Ilustração 12 – Infografia sobre a Maratona de Londres, feita a partir dos mesmos pressupostos do modelo da infografia de Fórmula 1, de modo a criar uma coerência estética entre ambas.

A contrastar com a Ilustração 11, percepciona-se no segundo exemplo (Ilustração 12) que existe uma linha estética que relaciona as duas infografias, nomeadamente no título, elementos tipográficos, etc. Estas semelhanças estéticas são perceptíveis, dado que ambos os temas se enquadram na editoria de desporto, e foi pedida uma coerência a nível de grafismo entre ambos os projectos. Todavia, ao contrário do exemplo acima apresentado, a infografia da Maratona de Londres apresenta um carácter esteticamente mais meticuloso e cuidado. As tonalidades discretas a contrastar com o vermelho vivo do percurso, torna muito mais perceptível a informação que pretende transmitir. Apesar de este elemento infográfico estar perto da ténue linha que separa um trabalho poluição informativa e da harmonia estética, o seu aspecto visual dá um tom 42


sóbrio à infografia, sendo o seu conteúdo informativo mais facilmente percepcionado pelo seu espectador. A partir deste modelo, o indivíduo percepciona de forma mais rápida e rigorosa o percurso da Maratona, bem como as restantes informações implícitas (como estações de metro, estações rodoviárias e zonas abrangidas pelo percurso).

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8. Visualização e percepção de conteúdos informativos “Todos os sentidos da percepção humana têm um papel importante na área da visualização e podem melhorar significativamente, tanto a qualidade como a quantidade de informação que é apresentada através de mensagem (…) ”.46 O decurso evolutivo e gradual da visualização tem em si uma iminente preocupação com a inclemência de dados informativos e, recentemente, á atribuição de particular enfoque à componente estética que diariamente percepcionamos. Esta abrangência do processo de visualização vê em si o envolvimento de áreas bastante divergentes, nomeadamente a conciliação entre arte, design, ciência e tecnologia. Com a somatória destes mesmos conceitos, a Visualização é enriquecida pelos princípios adjacentes às áreas anteriormente mencionadas, com o desejo implícito de despoletar a activação de todos os sentidos do ser humano. “O que os olhos fazem é alimentar o cérebro com informação codificada (...) quando olhamos para alguma coisa, o padrão de actividade neural representa o objecto (...) ”47, sem estar envolvida qualquer tipo de imagem interna. A visão é o cerne do processo de visualização, tendo em conta que é o único meio de preconização deste processo. A componente sensorial do ser humano é constantemente estimulada pelo fluxo informativo frenético, intrínseco ao nosso quotidiano. O contínuo desencadear de sensações provenientes desses mesmos estímulos a que o indivíduo está exposto, é traduzido pelo processo de percepção e descodificação da panóplia de mensagens adjacentes.

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Ware, Colin (2004) “Information Visualization: Perception for Design”. San Francisco: Morgan Kaufmann Publisher Consultado em 30-06-2011 47

Gregory, Richard L. (1966) “Eye and Brain” Cap.1 Consultado em 25-06-2011

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Além de estabelecer padrões informativos, o processo de visualização gera, igualmente, associações espontânea que servem de base e complemento para uma linha de pensamento estruturada e coesa.

8.1 Gestalt É através do processo de visualização que o produtor de multimédia estrutura o seu pensamento sintetizador e estético. Fundamentada na ideia de que ‘o todo é a soma das partes’, surge no início do século XX, uma nova corrente teórica que desmistifica o conceito de percepção. Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940), três teóricos alemães, iniciam por volta de 1912 estudos com base no conceito de percepção. Esta corrente teórica, denominada Gestalt, enfatiza “o primado da percepção estruturada e da experiência espontânea da expressão emocional”48 As leis que fundamentam esta corrente teoria (proximidade, similaridade, conexão, continuidade, simetria, encerramento, tamanho relativo e figura e fundo) rapidamente adquiriram o estatuto de princípios orientadores do design, que auxiliam a construção e estruturação da informação visual. Para os teóricos, a estrutura de um trabalho visual divide-se em duas componentes distintas: a forma e o fundo. Enquanto o fundo é classificado como um complemento da forma, devido ao seu carácter homogéneo e coeso, a forma é a representação do conteúdo e da vertente estética da visualização. Apesar das múltiplas divisões e classificações preconizadas pela teoria da Gestalt, os elementos são vistos como um todo, e não como parte integrante de algo. O ‘objecto’ visualizado pela sua unidade é a base consistente do conceito de percepção. – cf. com “Espectadores espontaneamente experimentar estes efeitos, mas 48

Gerald, C. (2007 Fevereiro) “Psychology of Aesthetics, Creativity and the Arts”, Vol 1(1) Retirado de http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=2007-02738-006Consultado em 29-06-2011

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deve saber que estética "ver" o produto da mais ampla padrão global para recursos individuais. “49 A concordar com John Hospers, a teoria da Gestalt é mais um dos factores indispensáveis à construção de uma infografia, tendo sempre em mente a necessidade de todos os seus elementos correlacionarem-se em uníssono. “Beautiful Evidence is about how seeing turns into showing, how empirical observations turn into explanations and evidence.”50

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Jolbert, Marcos (2010 Abril) “Fundamentos da Gestalt” Retirado de http://www.marcosjolbert.com/fundamentos-da-gestalt/ Consultado em 30-06-2011 50

Tufte, Edward (2006) “Beautiful Evidence”, Graphics Press LLC Consultado em 30-06-

2007

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9. Conclusão A estética é, sem dúvida, um elemento preponderante na realização de uma infografia. Contudo, como afirma Alberto Cairo, “La forma depende de la Función”51 e não o contrário. É importante reter a ideia de que a estética está intrinsecamente relacionada com o conteúdo informativo que pretende ser veiculado. Sem este importante elemento, a estética na infografia deixa de fazer sentido, dado que é um auxílio precioso na arte de informar. O uso incoerente dos seus princípios e componentes podem deturpar a verdadeira essência da estética como elemento propulsor da experiência do belo, comprometendo a sua ‘razão de ser’. Ponderação e bom gosto são elementos importantes na aplicação da estética como componente de especial enfoque na infografia – cf. com na Infografia Estetizada, preconizada por Alberto Cairo. Ao longo deste trabalho, percorri algumas das diferentes vertentes da estética, bem como os múltiplos usos que lhe estão inerentes. Foram revistos os diferentes impactos que a estética tem no ser humano e também o que esta contribui para a sua componente sensorial. Concluí, a partir deste estudo extensivo, que a estética é preponderante não só para a criação de elementos infográficos ou outros tipos de arte. É sim, uma vertente intrínseca à formação do ser humano. Algo inerente ao seu quotidiano que contribui para a sua realização pessoal, assim como para o seu bem-estar. O deleite estético só pode ser suscitado com o uso equilibrado e harmonioso da panóplia de ferramentas da estética. É com este pensamento que os produtores de multimédia produzem os mais diversos conteúdos infográficos, com o intuito de encontrar o equilíbrio entre a dicotomia estética/informação. Através do período de estágio que realizei na Rádio Renascença apercebi-me que, mesmo os órgãos de comunicação social, cujo principal objectivo é informar, na

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Cairo, Alberto (2011) “El Arte Funcional – infografia y vizualización de información”, Alamut Consultado em 29-06-2001

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vertente Multimédia que integram em si, têm especial cuidado nos na organização e estruturação dos conteúdos, principalmente a nível visual. Por ir ao encontro do equilíbrio entre a sinestesia e anestesia que a estética suscita, o produtor de multimédia adapta-se inusitadamente às evoluções e tendências que evolvem de dia para dia, dada a sua efemeridade. Foi através das dificuldades em estruturar um ‘pensamento infográfico’ adequado, no período de estágio na RR, que fui acurando o meu sentido estético e organizacional, na incessante procura da conciliação entre os dois conceitos. Apesar de ser inato a pessoas com uma sensibilidade artística apurada, aprendi que com esforço e persistência a estética pode ser aprimorada. A visualidade de uma infografia pode ser bastante explorada através da captação da própria visão, por meio de elementos estéticos acertadamente utilizados. Com o estágio da RR notei um claro crescimento profissional a nível infográfico, tanto a nível estrutural como formal. Foi com os erros e falhas que aperfeiçoei as minhas competências infográficas e que consegui sarar algumas das minha maiores lacunas nesta vertente de multimédia. Design is an activity that unites the elements of durability and usefulness and intensifies the perception of beauty. Mijksenaar, (1997)

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10. Bibliografia 1.Livros Consultados Arnheim, Rudolf. (1988) “Arte e Percepção Visual: uma psicologia da visão criadora” São Paulo, Brasil. Editora Bisordi Ltda. Cairo, Alberto (2008) “Infografia 2.0: visualización interactiva de información en prensa” , Alamut Cairo, Alberto (2011) “El Arte Funcional – infografia y vizualización de información”, Alamut McCandless, David (2010) “Information is Beautiful”, HarperCollins Publishers Gregory, Richard L. (1966) “Eye and Brain” Cap.1 Hospers, John (2006 Novembro) “Historia y Fundamentos”, Cap. 1 Huyghe, René (2009) “O Poder da Imagem” Edições 70, Lisboa Mijksenaar, Paul (1997) “Visual Function, An Introduction to Information Design”Nova Iorque, EUA. Priceton Architectural Consultado em 1-07-2011 Munari, Bruno (2006) “Design e Comunicação Visual”Lisboa, Portugal. Edições 70. 2006 Perez, Dorinho Bastos (2006) “Psicodinâmica das cores em Comunicação” Volkoff, Vladimir (2000) “Pequena história da desinformação: do cavalo de Tróia à Internet” Lisboa Editor Ware, Colin (2004) “Information Visualization: Perception for Design”. San Francisco: Morgan Kaufmann Publisher Tufte, Edward (2006) “Beautiful Evidence”, Graphics Press LLC Tufte, Edward (1983) “The Visual Display of Quantitative Information” Cheshire, Connecticut. Graphic Press

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Tufte, Edward (1990) “Envisioning Information”Cheshire, Connecticut. Graphic Press

2.Artigos Académicos Consultados Ana Paula Santos e Susana Funk (2003) “A importância da tipografia na história e na comunicação”, Univali Bringhurst, Robert (2005) “Elementos do estilo tipográfico versão 3.0” Cecilio, Evane (2011 Abril) “A infografia no jornalismo impresso: além da simples contemplação, um novo modo de se fazer jornalismo” Gerald, C. (2007 Fevereiro) “Psychology of Aesthetics, Creativity”, and the Arts, Vol 1(1) Retirado de http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=2007-02738-006 Farias, Priscila L. (2006) “Tipografia digital: O impacto das novas tecnologias”, Rio de Janeiro Figueiredo, Suely (2005 Novembro) “Comunicação Coordenada: Analisando Infográficos” Retirado de http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/iiisbpjor2005_-_cc__tattiana_teixeira_-_suely_figueiredo.pdf Jolbert, Marcos (2010 Abril) “Fundamentos da Gestalt” Retirado de http://www.marcosjolbert.com/fundamentos-da-gestalt/ Ribas, Beatriz (2004) “Infografia Multimídia: um modelo narrativo para o webjornalismo” Rodrigues, Adriana Alves (2007 Setembro) “Visualização de dados na construção infográfica: abordagem sobre um objecto em mutação” Teixeira, Tattiana (2007 Maio) “A presença da infografia no jornalismo brasileiro – proposta de tipologia e classificação como género jornalístico a partir de um caso de estudo”

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3.Websites (Recurso a vídeo, áudio, definições, entrevistas) Anuário Ecclesia Retirado de http://www.ecclesia.pt/anuario/Consultado em 30-06-2011 Sobrealgo.com.br – Sociofilosofia Retirado dehttp://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/estetica.htmlConsultado em 29-062011 A experiência estética Retirado dehttp://pt.shvoong.com/humanities/479657experi%C3%AAnciaest%C3%A9tica/#ixzz1PvBkAdwVConsultado a 18-06-2011 Brenol, Marilise (2011 Maio) Retirado de http://www.ijui.com/noticias/educacao/20893-palestra-destaca-a-importancia-deprofissionais-multimidia-no-mercadoConsultado em 30-06-2011 Cairo, Alberto (2011) “Blog El Pais” Retirado de http://visualizacaodainformacao.wordpress.com/2011/03/14/como-los-origenes-dela-visualizacion-nos-ayudan-a-entender-el-futuro-del-periodismo-albertocairo/Consultado em 28-06-2011 Curso de Produção Multimídia Retirado de http://www.cursodeproducaomultimidia.com.br/Consultado em 30-06-2011 Gerald, C. (2007 Fevereiro) “Psychology of Aesthetics, Creativity and the Arts”, Vol 1(1) Retirado de http://psycnet.apa.org/index.cfm?fa=buy.optionToBuy&id=2007-02738McCandlesse, David (2010 Julho) The beauty of data visualization: David McCandless (Ficheiro de Vídeo) Retirado de http://blog.ted.com/2010/08/23/thebeauty-of-data-visualization-david-mccandless-on-ted-com/Consultado em 19-062011 Psicologia do Desenvolvimento – ‘Ciência vs Senso-comum’ Retirado dehttp://psicofadeup.blogspot.com/2011/05/ciencia-vs-senso-comum.htmlConsultado a 18-06-2011 Rand, Paul Retirado de http://nextandmore.com/no-truth-without-aestheticspaul-rand/Consultado a 21-06-2011

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