Produção High Cultural Tech
05 de julho de 2012
Editorial Esta revista é a atividade conclusiva da Disciplina Comunicação e Tecnologia, ministrada pelo Professor André Lemos na Faculdade de Comunicação da UFBA. O conteúdo é uma extensão do Blog Produção cultural High Tech (www.produzindocultura.wordpress.com) e tem como um de seus principais objetivos desenvolver informações, aprendizado e novas percepções sobre Novas Mídias e o trabalho do produtor cultural. Em um primeiro momento, falaremos sobre as chamadas Novas mídias celular, IPTV, entre outras – no que se refere ao uso de novas tecnologias e métodos de comunicação distintos dos utilizados habitualmente. Toda edição é focada no uso de novas tecnologias, em como utiliza-las, quais utilizar e novos formatos de adequação dos métodos tradicionais – como é possível ver atualmente na produção de Webséries. Além da reflexão intelectual o conteúdo se ingressa no mercado cultural trazendo para a discurção Produtores Culturais que se arriscam e conseguem utilizar de maneira adequada as novidades da técnica.
05 de julho de 2012
Mais informações: www.produzindocultura.wordpress.com
Quem Somos Filipe Silveira - Estudante de Produção Cultural Redação e Imagens Gabriela Rocha - Estudante de Produção Cultural Redação
Heide Pandini - Estudante de Produção Cultural Redação
Mariana de Paula- Estudante de Produção Cultural Redação e Diagramação
sumário Webséries................................. 4 Entrevista.................................. 6 Aplicativos................................. 9 Crowdfunding........................... 10 Conecte-se................................ 13 Musical....................................... 14 Artes Visuais.............................16 Inspire-se.................................. 18
Foto: Divulgação
Webséries
A série de ficção científica é ambientada em um mundo dividido em dois lados: o lado bom e o lado ruim. Jovens que tem 20 anos tem uma única oportunidade de fazer um processo seletivo para passar para o “lado de lá”, porém apenas 3% conseguem.
Produção de Webséries
Com episódios de curta duração, edições rápidas e temáticas variadas, as webséries tem conquistado públicos no mundo inteiro.
*Por Filipe Silveira É bem provável que você já tenha acompanhado uma série, não é mesmo? Então não vai ser muito difícil explicar para você o que é uma websérie. Como o próprio nome já diz, elas são produzidas e distribuídas gratuitamente pela internet. São divididos em episódios (ou websódios), normalmente de 6 a 10 minutos de duração, com histórias fechadas, com poucos personagens e uma trama simples. Os episódios podem ser acessados a qualquer momento, o que se torna uma vantagem para a distribuição. Foi no ano de 1995, que surgiu a primeira websérie, The Spot,
criada pelo americano Scott Zakarin. A partir daí outras surgiram e ganharam a internet. Feitas com pouco ou muito dinheiro, algumas delas já conquistaram o seu lugar ao Sol. Muitas delas tem qualidade invejável e atores excelentes. E como toda boa série de TV deixa com ‘gostinho de quero mais’.
temporada uma série de animações intituladas Dexter: Early Scenes. Outro exemplo é Sobrenatural, do canal norte-americano CW, conta a história de dois irmãos que caçam seres sobrenaturais. A série fez tanto sucesso que gerou na web um spin-off: Ghostfacers.
Foi tendo em vista essa grande visibilidade que esse meio gera, Algumas séries televisivas usam as que grandes empresas, como webséries como ferramenta trans- Guaraná Antarctica, American midiática. Um caso curioso é a de Airlines, Microsoft, Claro e Suvinil, Dexter, do canal Showtime, que já se arriscaram na produção conta a história do cientista serializada para a web. Essas forense e serial killer que mata empresas viram a importância outros assassinos. Foi lançando um deste mercado e investiram em pouco antes do inicio da nova produções próprias. Para elas é
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Com edição rápida e temas que variam de comédia à ficção, essa não tão nova modalidade de produção audiovisual é uma nova
Foto: Divulgação
3%: A série de ficção científica é ambientada em um mundo dividido em dois lados: o lado bom e o lado ruim. Jovens que tem 20 anos tem uma única oportunidade de fazer um processo seletivo para passar para o “lado de lá”, porém apenas 3% conseguem.
Foto: Divulgação
A cada momento são postados novos vídeos na internet através de “redes de distribuição” como o Youtube e o Vimeo. A quantidade é absurda, são pessoas do mundo inteiro colocando vídeos e compartilhando informações. Elas se tornaram produtoras da sua própria informação. No artigo Lixo ou Luxo na Cibercultura? de André Lemos diz que oque antes era “tarefa” dos meios de comunicação de massa se tornou, com a difusão da internet, banalizado para todos. Agora as pessoas não precisam de mediadores do seu conteúdo, a produção delas é feita de baixo para cima; há liberação do polo de emissão do conteúdo.
Produção Tupiniquim
Claro que também há espaço para Hérois: Produção mineira boas produções independentes inspirada na história real de três brasileiras. Confira abaixo algumas praças mineiros, na batalha de Montese, webséries brasileiras que da Segunda Guerra Mundial. conquistaram o público no ano de 2011. Foto: Divulgação
A “coisa” ficou tão séria nos EUA, que há até premiação para as melhores atrações da internet. O Streamy Awards (http://www.streamys.org/) é a primeira a premiar anualmente, desde 2009, as melhores produções originais de vídeos da web. Algumas categorias contempladas são de comédia, drama, animação e noticiário, além de agraciar também atores, diretores, roteiristas e equipe técnica.
alternativa de consumo.
Foto: Divulgação
uma outra forma de ter uma ligação mais forte com o seu público-alvo. Além das ferramentas de marketing e propagandas publicitárias o uso da internet se tornou indispensável. As redes sociais, como o twitter e facebook, são o caminho comum atualmente. Porém, se percebeu que o formato de storyline gera mais força na hora de agregar à marca o valor que ela procura. Em matéria para o site Mundo do Marketing Fernanda Salem explica: “As webséries são uma opção de ferramenta de Marketing e complementam também as propagandas publicitárias. Um anúncio em mídia de massa definitivamente atinge mais pessoas, mas os vídeos na internet têm como vantagem a conexão com o internauta que assiste e a possibilidade de ter um resultado concreto do potencial da ação, já que quem clicou realmente prestou atenção.”
E vc?: Feita para o público adolescente, a série explora as dúvidas que surgem nesta fase da vida.
Lado Nix: Balconista de uma loja de quadrinhos, Nix é uma nerd que sonha escrever uma Graphic Novel.
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Foto: Filipe Silveira
Entrevista
Selma Santos
*Por Heide Pandini e Filipe Silveira Atriz e Produtora Cultural atuante há 25 anos no mercado de Salvador, Selma Santos possui vasta experiência na área. Faz parte do seu curriculo grandes produções de destaque não só na Bahia, mas nacionalmente, a exemplo do Festival de Teatro Brasileiro em parceria com a Alecrim Produções, o Festival Internacional de Artistas de Rua – o qual realizou em 2011 a sua 7ª edição – além do Festival Internacional de Cinema Infantil. O seu currículo conta também com a produção da peça O sapato do Meu Tio, sucesso de público e crítica especializada na área, vencedora do Prêmio Braskem de Teatro em 2005. Atualmente Selma voltou aos palcos estrelando como A Mulher de Roxo, personagem que intitula a peça em cartaz até o
o dia 08 de julho de 2012 no Teatro Martim Gonçalves (Escola de Teatro da UFBA) Em uma conversa descontraída a Atriz e Produtora Cultural Selma Santos, fala sobre a importância e as praticidades que as novas tecnologias proporcionam à produção cultural. Ela procura inovar a cada dia, apesar de ainda ter dificuldade em manusear celulares super desenvolvidos, buscando quando necessário o auxílio dos mais jovens. Mesmo apontando alguns aspectos negativos, é bastante otimista em relação a novas possibilidades e atualmente está preparando um projeto que promete não só usar ferramentas tecnológicas contemporâneas nas etapas de produção, como
também na própria concepção artística. Confira a entrevista. Quais as ferramentas tecnológicas que você utiliza no seu dia a dia profissional? Hoje, com essas novas mídias a gente que é mais velho ainda não está muito acostumado. Mas tenho assessoria com os mais jovens. O celular não uso com uma frequência, embora tenha um Android cheio de possibilidades (que eu acesso facebook, acesso email...). Acho que a internet deu um grande impulso e é uma grande ferramenta sim, hoje a gente utiliza mais o facebook do que as felipetas por exemplo. Além de ser mais ecológico, porque as filipetas você distribui, ficam por aí e acabam sujando.
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A internet é uma boa ferramenta se ela for bem usada. É que hoje em dia se vê tanta coisa pela internet - outro dia vi um caso de uma menina de 15 anos que estava ameaçando um empresário com termos tão parecidos a um bandido que o cara botou a polícia atrás e foi descobrir que era uma criança de 15 anos do mesmo prédio dele que pelo facebook descobriu informações pessoais do rapaz. Eu tenho facebook pessoal, mas utilizo apenas para a divulgação do trabalho, não dou pistas da minha vida particular. É preciso ter esses cuidados ao usar, até mesmo para se proteger.
Selma Santos Interpretando A Mulher de Roxo.
com o espetáculo O Olho de Deus, que você assiste de uma sala e é projetado o que está passando na outra. É interessante porque você envolve novos recursos, novas Não tenho tanta facilidade de usar mãos-de-obra. todos os recursos. O celular é bom, pois você pode usar como câmera, Ainda é pouco utilizado, até fazer o check in de algum local porque o Teatrão mais tradicional onde a peça estiver em cartaz. Eu carrega estas caracteristicas mais utilizo mais a câmera, um email, clássicas, por outro lado é falta de facilita e muito. Isso vem a crescer recursos financeiros e investie a gente tem que estar antenado. mento na área. Este projeto que estou desenvolvendo, envolve São Quais são os tipos de ferramentas Paulo, Rio, Salvador e Pernambuco. digitais que são indispensáveis Porque em São Paulo estão as hoje em dia para o produtor grandes peças, além de ter cultural? dinheiro e um estado com mais condição de desenvolver projetos A TV, a internet, você ter um tablet inovadores. para mostrar os seus projetos é muito bom. As projeções em teatro A nova geração consegue acom- estou assustada, os caras que ja panhar mais rápido este desenmorreram estão fazendo shows volvimento. Há 20 anos atrás não por aí, com os recursos tecnologi- tinhámos o que temos hoje. A cos, isso é fantástico. Eu mesma pesar de ser bom, gera um sedenestou preparando um projeto para tarismo e distânciamento físico – o próximo ano que tem muita um recado no Facebook não substiprojeção, já venho antenada nisso. tui um telefonema. Ainda é muito caro, por ser algo novo, nem todo mundo pode ter Você vê como positivo o uso de acesso a não ser que seja através tais ferramentas? de incentivo. Os produtores tem que ficar antenados porque a coisa Às vezes as redes sociais vem aí forte. (principalmente o facebook) viram um vício – isso tira a concentração Você acha que o teatro, ainda no trabalho. Depois que a internet ultiliza menos estes recursos? expandiu, muitas empresas também deixaram de produzir Acho que sim, porque pouca gente mais, pois os funcionários ficam o está usando. Aqui em Salvador, por dia inteiro no Facebook (antes era exemplo, Márcio Meireles está a o Orkut). Tudo tem que “postar no frente nisso, há muito tempo o face” - tenho pavor quando fico Teatro Vila Velha trabalha assim, ouvindo isso. Vou postar no face com a TV Vila e mais recentemente sim, mas o Show da Claudete
Você faz uso de aplicativos para celular? Quais? Em caso afirmativo qual a importância deles na sua profissão?
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Soares, o Show da Alaíde Costa, a peça A Mulher de Roxo, o que eu realmente quero que as pessoas vejam. Por mim gosto de usar mais pra trabalho mesmo. Vejo como positivo, agora tem que saber usar tem um ditado que diz “Tudo demais sobra”. O uso alterou público alcance maior?
das novas tecnologias o que se entende como alvo, já que permite um de público em geral bem
Hoje em dia você pulveriza as informações. Porém já tem os grupos temáticos que direcionam a divulgação, hoje já têm senhoras amigas minhas que estão com os laptops e usando o facebook. Mas ainda é importante ter que usar as mídias tradicionais, a TV, o rádio – o rádio é uma mídia que nunca vai morrer, você está no seu carro sempre estará ouvindo. O que não pode é se restringir apenas ao uso de novas mídias. Para você o uso dessas ferramentas tecnológicas trouxe um aumento na visibilidade do trabalho de bandas, produtoras culturais, jovens cineastas e demais áreas artísticas? Sim, aumentou a possibilidade. Também você vê de tudo, principalmente no youtube. Da coisa mais cuidadosa até coisas horrivéis. Por exemplo, uma experiência que tive com o Festival de Rua a gente vai lá filma bonitinho a performance do artísta, mas aí outro filma com qualquer
celular (nem sempre com uma qualidade boa) e posta com o mesmo tema. Pra quem procura saber sobre o Festival de Rua, abre aquele vídeo que pode ser bom ou não. A partir de agora, vamos desenvolver os nossos porque quando alguém procurar festival de rua, não veja qualquer coisa. É uma faca de dois gumes, tanto pode dar um impulso como também acharem que não vale nada, dependendo da qualidade do seu produto. Acho legal e que temos que prestar atenção sim nessas novas mídias e saber usá-las ao nosso favor. Para finalizar a Selma fala sobre as iniciativas acadêmicas na área. Interessante a faculdade de Produção Cultural incentivar o questionamento teórico para isso e essa relação com a prática. Para o aluno se interar é preciso estar mais atento a tudo, ler, estudar, mas não só em um tablete: pegar um livro sentir a textura o cheiro – acho bacana. Acho ótimo essa iniciativa de procurar os produtores e saber o que está acontecendo. A Bahia ainda tem muito o que se desenvolver, a gente ainda tem tudo no umbigo, muito bairrismo, alguns querem deter o poder de certas coisas. E faço votos que o curso cresça seja maravilhoso e tenha bons produtores com outras visões, para que nossa terra se abra mais. Não só pense a cultura, mas que faça de verdade – “ralando” (risos).
er ais e sab m r e c e h elma Para con trabalho de S sua es do novidad cesse o site de Santos a odutora: / pr .com.br s o t n a s a ww.selm w / / : p tt h
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Foto: Divulgação Camará
Crowdfunding
Patrocinados por uma multidão
O patrocínio colaborativo é mais uma possibilidade de viabilização de um projeto cultural. O conjuto de câmara da UFBA é um exemplo de sucesso.
*Por Mariana de Paula As redes colaborativas formadas na internet têm sido, atualmente, o motor para grandes mudanças no mundo sejam elas sociais, ecônomicas, tecnológicas ou culturais. A idéia de colaborativismo surgiu nos anos 80 com a noção de Softwares Livres, outras iniciativas como Wikipédia, foruns de discursões são exemplos de colaborativismo na rede. Influenciadas por estas iniciativas surgiu o Crowndnfunding, que são plataformas de patrocínio colaborativo – Alguém cadastra o projeto em alguns destes sites, os interessados podem apoiar em pequenas quantias e dessa forma viabilizar o projeto.
Essa modalidade tem feito muito sucesso no Brasil pois umas das principais dificuldades para artistas e produtores é o patrocínio. No país, ainda é muito complicada e burocrática a execução de um projeto tanto em relação patrocínio público quanto ao privado, são fornecidos, em sua maioria, para empresas e profissionais consolidados no mercado e isto restringe o surgimento de novos artistas e novas produções. Por outro lado a criatividade artística brasileira não podeira ficar engessada nestes padrões tradicionais. A popularização da internet fez com que artistas “undergrounds” conseguissem divulgar
seus trabalhos e ganhassem reconhecimento de destaque para o grande público. Usar a internet para divulgar produtos artísticos é uma maneira de colocar o produto disponível para todos sem custos adicionais, ainda mais agora com o Croundfounding que a execução também pode ser viabilizada pela internet. O Conjunto de Câmara da UFBA – o Camará – é um bom exemplo da funcionalidade do Crowndfuding. Dirigido e regido pelo professor da Escola de Música (UFBA) Paulo Rios, o conjunto Camará conseguiu apoio integral para o projeto “Música Baiana?” que previa a
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realização de dois concertos e a gravação do álbum do conjunto. Um dos principais motivos para a realização desse projeto foi dismistificar a idéia de que Música Erúdita só pode ser Européia e que a música baiana não é apenas axé music. O projeto foi apresentado por um vídeo e seu valor total era de 10.000 reais – sendo que 7,5% desse valor é repassado para a plataforma, nesse caso o site Catarse. Os valores para apoio variavam entre 10 reais até 5.000 reais, sendo que os apoiadores receberiam uma reconpensa referente a cada valor algumas das reconpensas do Camará foram:
da Reitoria da UFBA, no dia 8/12/11). R$ 50, 00 – As recompensas de $25; +1 marcador de página magnético do Camará extra; +Porta passaporte do Camará. As recompensas contam muito para o patrocínio, pois é uma forma de retribuir além de atrair ainda mais os possíveis apoiadores. Ao entrevistar Paulo Rios, ele esclarece alguns dúvidas, as vantagens e em como é necessário ter uma maior organização e divulgação da própria plataforma já que é paga uma porcetagem para a manutenção do site:
R$10,00 - Nome na lista de apoiadores do site do Camará; +Nome na lista de apoiadores em um telão, antes de cada concerto; +Link exclusivo para download do álbum digital “Música Baiana?” logo após o trabalho de mixagem e edição e antes do seu lançamento oficial; +Três tiras de desenho em quadrinho [enviadas por email] com alguma história boba retirada de três dos ensaios do Camará (feita pelo bandolinista, Vitor Rios). R$25,00 - As recompensas de $10; +Link exclusivo para download de uma pequena coletânea de gravações em mp3 de obras de compositores baianos; +Marcador de página magnético do Camará; +Pacotinho com 3 cocadas da Vovó Quequel (entregues na hora do evento, somente para quem puder comparecer ao concerto da reitoria
Reconpensas do Projeto
Em sua opinião quais foram os principais desafios para conseguir o patrocínio total do projeto? O principal desafio foi comunicar às pessoas a verdadeira natureza do patrocínio colaborativo. Fazer com que aquilo soasse diferente de "ajuda", "doação" ou "esmola" foi algo que acho que não conseguimos com muito sucesso. Junto a isso, outra grande dificuldade foi atingir um público diverso daquele formado por amigos, colegas e familiares. Foram muito poucos os que colaboraram de fora desse círculo de confiança. Nesse sentido, senti muita falta do trabalho da equipe do Catarse. Pude perceber que, àquela altura, apesar da porcentagem paga ao site para inclusão do projeto na plataforma, muito pouco era feito para criar esse sentimento de rede de colaboradores, de participação e de comunidade por parte da equipe do Catarse. Parei pra investigar se era algo que só acontecia com o nosso projeto e tive uma visão gral muito semelhante à minha situação particular: a maioria dos projetos eram apoiados majoritariamente por pessoas que apenas haviam apoiado, até então, aquele próprio projeto – o que me levou a inferir que os patrocinadores são, em sua imensa maioria, as pessoas do próprio círculo do proponente. Ora, se quem colabora são os colaboradores de sempre (amigos, colegas e familiares) que já têm a sua confiança, então pra que pagar 5%, 7% de taxa para uma plataforma específica. Porque não montar um site
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bonitinho do projeto, fazer uma conta no PayPal e agregar patrocinadores por conta própria? Se o objetivo maior dessas plataformas não for justamente a criação de uma rede, ou o esforço no sentido dessa unidade, não faz sentido que existam e podem acabar passando de modelo de possibilidade alternativa de vida a mero reprodutor das lógicas de mercado. Qual foi a receptividade do público com essa nova forma de viabilização de projetos? Moderadamente animadora. As pessoas se animavam muito e achavam legal a ideia. Mas não repercutiu muito fora do nosso círculo, como já disse. Como é feita a prestação de contas, através do Catarse, ou não há necessidade? Não há necessidade. O que há é o compromisso de apresentar o projeto proposto e as recompensas prometidas, junto ao público e patrocinadores. Após experiência, como você ver essa nova forma de patrocínio?
Paulo Rios: Realiza pesquisa de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Música da UFBA. É membro fundador da OCA Oficina de Composição Agora, grupo de música contemporânea que atua de forma veemente no cenário musical da Bahia desde 2004. Em 2010, defendeu a sua dissertação de mestrado intitulada A hibridação cultural como horizonte metodológico para a criação de música contemporânea. Em 2009, foi vencedor do I Concurso de Composição Prof. Fernando Burgos, do Prêmio FUNARTE/XVIII Bienal(categoria m. de câmara) e um dos premiados no Nieuw Ensemble/BAM Dialogue Brazilian Composers' Competition. Atualmente é Diretor Artístico e Regente do Conjunto de Câmara da UFBA o Camará.
Foto: Luiza Vieira
Paulo Rios: diretor artístico e regente do conjunto Camará
ção do a t n e s e r p o de a Veja o víde iana?” a B a ic s ú projeto “M /29014829#at=0 eo.com
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Acho um caminho brilhante. Mas deve ser ainda muito amadurecido, para poder ser apresentado com maturidade para as pessoas, patrocinadores colaborativos em potencial.
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Conecte-se
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Musical
Foto: Divulgação
Musical Fame
PRODUÇÃO DE UM MUSICAL
Como funciona a produção de um estáculo que envolve tantas linguagens
*Por Heide Pandini Teatro, dança, música e técnica. Para encontrar tudo isso junto só pode se referir a um musical. Nesta matéria o assunto é a montagem brasileira de “Fame, o Musical” que já se apresentou em mais de trinta países e estreou no Brasil no dia 11.06, no Teatro Frei Caneca, em São Paulo, com direção do americano Billy Johnstone. Nosso interesse maior neste tema é falar sobre a produção do espetáculo, a montagem, os profissionais envolvidos, buscar entender a dinâmica que envolve a produção de um musical com essas dimensões, além de refletir sobre o uso da técnica, que segundo Jacques Ellul (Caracterologia da técnica,
1968) não encontra mais limites, se encontra presente em todas as atividades do homem, em aperfeiçoamento constante. Em Fame, a encenação dos atores se mistura a sua própria trajetória artística, pois na 4Act, escola de jovens atores de São Paulo, a prática de aulas de dança, música e atuação com o qual os atores estão habituados, se assemelha ao processo vivido pelos personagens de Fame. Fame surgiu após o sucesso alcançado pelo filme e pela série televisiva dos anos 80, conta a história de alunos que estudam na New York High School of Performing
Arts na 46th Street. As vivências do grupo de estudantes em busca de realizar seus sonhos são apreciadas pelo público, em meio a tudo que tange um musical. O espetáculo é desenvolvido por David De Silva, adaptado por José Fernandez, música de Steve Margoshes, letras de Jacques Levy e coreografia de Guto Muniz. A preparação dos atores durou mais de três meses, no qual as habilidades cênicas e de canto foram avaliadas pelo performer Johnstone. Os atores contam com dez camarins, sendo um deles próximo ao palco para as trocas mais rápidas, são mil peças para
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Quem cuida da maquiagem é o próprio elenco, ao todo trinta e três. A quantidade de profissionais que trabalha nos bastidores é imensa, foram quatro anos de trabalho para que a montagem brasileira de Fame fosse mostrada ao público. A equipe usa oito torres movidas até o cenário com os próprios braços, e outras com as cordas. Parte do cenário corre sobre trilhos invisíveis. Para os trilhos serem colocados foi preciso colocar um sobre piso sobre eles, e o uso é todo manual. Os profissionais que ficam atrás do palco precisam de muita habilidade, pois movimentam o cenário quando as cortinas estão fechadas ou no escuro. Em um determinado momento do musical, um carro Aeroilis 1966 é levado ao palco. Para isso ser possível a equipe cortou o palco e construíram um elevador para o carro ser visualizado em cena. Observamos nos procedimentos da equipe do musical, que ocorre um engendramento de técnicas, a equipe move as torres de forma manual, isto demonstra que não houve um aperfeiçoamento para este procedimento, mas esta limitação atende as necessidades do teatro. A ação mecânica foi à técnica mais indicada, sendo a leveza e habilidades dos profissionais de Fame, o quesito mais importante para realização das cenas isentas de falhas. As canções do musical são apresentadas ao vivo por um grupo de doze instrumentistas regidos
pelo maestro Paulo Nogueira. A orquestra fica praticamente escondida no fosso (espaço rebaixado entre o proscênio e a plateia; local onde fica a orquestra). Os quatro anos de trabalho (pré-produção) para que Fame ficasse enfim pronta, é perfeitamente compreensível quando paramos para pensar na total afinidade que os atores precisam ter com o tempo da orquestra, com trilha musical ao vivo. Na verdade todas as equipes precisam estar em consonância umas com as outras, como a equipe da cabine de áudio, que precisa estar afinada com todas as falas e cenas, casando uma por uma. Foto: Divulgação
Fame
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ARTES VISUAIS
Dara Birnbaum, Hostage, 1994
OS IMPACTOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS NAS ARTES VISUAIS Experimentações artísticas através de novas tecnologias.
*Por Gabriela Rocha As artes visuais estão presentes na história da humanidade desde o surgimento das chamadas pinturas rupestres, consideradas por muitos estudiosos como as primeiras demonstrações de arte que se tem notícia. Através do uso de elementos da natureza os homens pré-históricos utilizavam tais pinturas para se comunicar entre si e graças a elas temos hoje um registro de outra época. Após a criação da escrita, a arte visual foi separada das demais esferas do cotidiano dos indivíduos, sendo a partir daí considerada por muitos como a “arte pura”, ou seja, passa de
de ferramenta de comunicação para instrumento de expressão do artista e seus ideais em diferentes momentos. Dentro deste contexto podemos citar nomes oriundos de momentos históricos distintos a exemplo de Michelangelo que representa a realização do modelo clássico, Leonardo Da Vinci que consolidou a renascença, Pablo Picasso, um dos artistas que inaugurou a fase contemporânea.
Arte Rupestre
iniciando a era da arte eletrônica ou ciberarte. Desde a década de Partindo do pressuposto que a arte 60, com o surgimento da é também um retrato da sociedade videoarte, as novas possibilidades e época a qual pertence, é natural tecnológicas – como a televisão, os que atualmente o campo das artes computadores e vídeo – foram visuais venha experimentando utilizadas por artistas contemporâuma nova fase que se deu a partir neos, gerando uma nova forma de
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relação com os espectadores que passam a interagir e fazer parte da mesma. A videoarte, por exemplo, buscava por intermédio do vídeo uma arte contrária a comercial e teve Dara Birnaum como pioneira, trazendo nos seus trabalhos uma crítica incisiva aos meios de comunicação de massas, em particular à televisão e aos efeitos que estes exercem sobre o público. A década de 90 trouxe, com a internet nos Estados Unidos na forma de World Wide Web, a expansão da arte eletrônica, a qual engloba dentre outras a videoarte, a tecno-body-arte, a arte halográfica a dança, o teatro e a música tecno-eletrônica. Artistas multimídias como Mário Ramiro, cuja obra é baseada na criação de intervenções urbanas, redes telecomunicativas, esculturas, instalações ambientais, fotografia e arte sonora, e Diana Domingues tiveram cada vez mais os seus trabalhos reconhecidos. Podemos encontrar no texto O inexistente impacto da tecnologia do sociólogo e historiador da ciência Pierre Levy uma resposta para esta questão. Em decorrência do uso crescente destas ferramentas e da consolidação da ciberarte muitos estudiosos e profissionais da área passaram a questionar o conceito de arte, assim como as novas modalidades artísticas. Até que ponto a utilização de ferramentas tecnológicas contemporâneas são benéficas para a produção de objetos artísticos autênticos?
Diana Domingues Podemos encontrar no texto O inexistente impacto da tecnologia do sociólogo e historiador da ciência Pierre Levy uma resposta para esta questão. Nele, o autor afirma que “uma técnica não é boa nem má (isto depende dos contextos, dos costumes, dos pontos de vista), nem neutra (já que ela é condicionante ou constringente, já que ela abre aqui e fecha acolá o leque de possibilidades). Não se trata de avaliar os 'impactos', mas de descobrir o irreversível a que tais usos nos conduziriam, as ocasiões que ela nos permitiria lançar mão e formular os projetos que explorariam as virtualidades de que ela é portadora, de decidir o que faremos com ela”.
Diana Domingues
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Inspire-se Quais novas tecnologias estestão auxiliando os produtores de Salvador
Ana Paula Vasconcelos Sócia fundadora da Multi Planejamento Cultural, atua em diversas áreas da produção cultural, realizando ações em Salvador, interior do estado e outras cidades do país, com foco nas ações de artes cênicas e música.
Dispositivo que melhor auxilia na produção:
Celular (agenda de contatos, acesso a e-mail, acesso a internet, registro fotográfico)
Fernanda Bezerra Produtora Cultural Sócia da Multi Planejamento Cultural, Entre os projetos realizados estão Sarau Du Brown e Santo de Casa.Além do Festival Bahia em Cena e o Festival Anual de Quadrinhos.
Dispositivo que melhor auxilia na produção: Internet, computador e telefone. Office e outlook
Maurício Lídio Bezerra Formado em Produção Cultural inicíou a carreira cinematográfica fazendo filmes para novas mídias, foi com o vídeo de celular 'Bárbara' que conquistou 8 prêmios nacionais, inclusive o da Academia Brasileira de Cinema. Dirigiu ainda o média metragem Afônica e os curtas Roupas no Varal e a terceira parte do primeiro filme colaborativo do Brasil "No Amor" produzido pel canal Brasil.
Dispositivo que melhor auxilia na produção:
Celular com uma boa câmera e multifuncional.
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