Comentário à Regra da MSM - Fevereiro 2014

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COMENTÁRIO À REGRA DA

MILITIA SANCTAE MARIAE - Capítulo de 11 de fevereiro de 2014_______________________________________________________________ PRÓLOGO 3. Neste combate sem trégua nem descanso, vais ficar inerte correndo o risco de te deixares também tu, submergir pelas trevas? A vitória está ao teu alcance; o Senhor te diz: tende confiança, Eu venci o mundo; e a vitória que venceu o mundo é a nossa Fé. Já que Cristo nosso Rei te escolheu, afasta para longe de ti toda a indolência ou tibieza, toda a apatia ou compromisso, lembrando-te que o Senhor vomita os tíbios3. Prepara-te pelo contrário a lutar virilmente, segundo o preceito do Apóstolo: tomai, portanto, a armadura de Deus para que possais resistir no dia mau, e ficar de pé. E mais do que o inimigo já vencido, teme por ti esta condenação infamante: Maldito o que faz com moleza a obra do Senhor! Maldito o que recusa o sangue à sua espada! _______________________________________________________________________

Ao lermos estas palavras do prólogo da Regra da Militia Sanctae Mariae, facilmente somos confrontados com uma palavra que muitas vezes se repete: o COMBATE. Na realidade, a Regra da Militia é um apelo ao combate por Cristo pelo Seu Reino. A Regra da MSM que livremente decidimos seguir, empurra-nos a travar uma luta sem tréguas contra o mal e contra Satanás seu príncipe. Este apelo ao combate (que aparece cerca de 40 vezes na Rega) é realmente uma pertença natural da condição de Cristão. Na realidade, o Batismo que recebemos é a marca pela qual somos chamados a entrar nesta guerra, não sendo algo que um outro possa fazer em nosso lugar. Todos e cada um de nós temos a nossa quota parte de responsabilidade neste combate pelo Reino de Deus. Por outro lado, a condição de Cristão é um chamamento continuo ao combate, não pela força das armas, mas pelo exemplo, pelo perdão, pela caridade. Jesus, o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA, aquando da sua passagem pelo meio de nós mostrou-nos qual a forma de combater este bom combate: quando chegaram para o prender, “armados com espadas e varapaus”, mostrou-se sereno, calmo, dialogou… quando Pedro puxou da espada e cortou a orelha com criado do sumo


sacerdote, Jesus mandou embainhar a espada e curou a orelha… quando todos se preparavam para apedrejar a pecadora, Jesus perdoou… e na cruz, quando estava prestes a chegar a sua hora terrena, Jesus não condenou ninguém, muito pelo contrário pediu ao Pai o perdão para aqueles que lhe tiravam a vida. A história da Igreja é claramente marcada por um combate constante contra os inimigos da fé. O passado mostra-nos que muitos daqueles que nos antecederam travaram por certo grandes combates. Muitos tombaram em nome de Cristo… mas este combate não está terminado, e a Igreja de Jesus sofre todos os dias ataques ferozes. Se em tempos passados o combate se fazia pela força das armas, ceifando vidas, hoje em dia, o ataque é dissimulado; mas provavelmente muito mais feroz… muito mais forte… O passado recente mostra-nos que ser mártir não é uma coisa do passado porque o número daquele que morrem na defesa de Cristo não para de aumentar. Tal como vimos na liturgia do 5º Domingo, que se assinalou no passado fim-de-semana, na terra, somos chamados a ser sal e a luz. Somos chamados a deixar o conforto e o comodismo, para sermos o sal que dá sabor ao mundo e que testemunha a eternidade do projeto salvador de Deus; ao mesmo tempo, temos a responsabilidade de ser como que a ser uma luz que aponta no sentido das realidades eternas, que vence a escuridão do sofrimento, do egoísmo, do medo e que conduz ao encontro de um “Reino” de liberdade e de esperança. A vida cristã é, e será cada vez mais, uma vida de combate. É uma luta constante que tem por base a liberdade que nos foi dada e que nos permite no nosso dia-a-dia escolher a estrada tomar. O combate que somos chamados a travar reside na escolha de seguir o caminho fiel ao ensinamento divino. Que à semelhança de S. Paulo possamos ao chegar ao fim da nossa vida na terra afirmar tal como ele “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”, e dessa forma poderemos ter a certeza de que a nossa vida foi um encontro total com Cristo.

Filipe Amorim


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