MILES | n.º 2 | fevereiro 2014

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MILES Militia Sanctae Mariae | Fevereiro 2014 | N.º 2

MILES de volta ao formato papel Fizemos uma pausa nas nossas edições em papel. Precisávamos de reflectir sobre o nosso percurso. Como estávamos a chegar aos nossos leitores. Como é que estes estavam a receber-nos. É tempo, pois de reaparecermos. Diferentes. Sempre com os mesmos objectivos: órgão da Militia Sanctæ Mariæ - cavaleiros de Santa Maria, associação católica, laical e internacional, para a formação dos seus membros e amigos e informação destes sobre o que é o trabalho que aquela desenvolve ao serviço da Igreja, em comunhão com os nossos Bispos e, por estes, com o Santo padre. A Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Santa Maria é uma associação marcadamente mariana, inscrita da tradição beneditina e cisterciense e nas Ordens de Cavalaria, filhas da Igreja. O seu Fundador, Dom Gérard Lafond OSB, que foi monge beneditino em S. Wandrille e depois Dom Abade de S. Paul de Wisques, quis que fosse uma associação para o nosso tempo que constrói futuro mas cujas raízes fossem beber ao passado no que este tem de melhor e mais puro. Dom Lafond não quis restaurar nada, quando do final da primeira metade do século XX fundou a MSM. O Fundador teve somente uma preocupação: colaborar com a Igreja e com todos os homens de boa vontade em “ alargar cá em baixo as fronteiras do Reino de Deus” e sempre, como nos exorta S. Paulo : “ a tempo e contra-tempo”. O primeiro reconhecimento da Igreja foi na Diocese de Chartres ( França) em 1969, na vigília de Natal desse ano, depois de vários anos de acolhimento fraterno e amigo de Dom Gontard, Dom Abade de S. Wandrille, mosteiro onde o nosso Fundador havia entretanto professado.

Nesta ediçao A Regra na MSM ......................... 2 Comentário à Regra .................... 2

Depois, seguiram-se outros reconhecimentos diocesanos de vários países. Em Portugal, tal aconteceu em 26 de Outubro de 1976, com o aplauso incondicional do Arcebispo Primaz da época, Dom Francisco Maria da Silva, que, com a anuência entusiástica do Cabido Primacial, nos acolheu na Capela de S. Geraldo, da Sé Catedral de Braga, onde, desde então, tem a sua sede canónica para Portugal. É nesta Capela onde a MSM tem celebrado várias das suas cerimónias e onde o Arcebispo Primaz, Dom Eurico Dias Nogueira, agora Emérito, conferiu a benedictio novi militis a vários freires portugueses.

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente 2014 ...... 3

A MSM é uma Companhia militante e regular. De leigos. O nosso boletim - MILES - (palavra que significa soldado, cavaleiro) só tem um objectivo:

Ecos do Brasil (2) ......................... 6

SERVIR A IGREJA. Pela sua leitura, os nossos freires e amigos podem conhecer-nos melhor, rezar connosco e por nós, disponibilizarem-se para colaborar no nosso trabalho na cidade de

Como deve ser o Cavaleiro de Santa Maria ......................................... 8

Deus assim Deus nos ajude!

Excerto da Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2014 ....... 3 A MSM no Brasil ......................... 4 Ecos do Brasil (1) ......................... 5

S. Nuno de Santa Maria .............. 7


A Regra na MSM O Prólogo da Regra da Milícia de Santa Maria – MSM – abre com estas palavras que são uma autentica convocatória: “Cristão que te preparas para esta Regra, liberta por um instante o teu espírito das preocupações terrestres e mergulha o teu olhar no mistério de Deus…” A vida contemporânea traz-nos tão agitados, tão apressados e estonteados que o parar para “olhar o mistério de Deus” é um desafio difícil de vencer. Não temos tempo para nada e o pouco tempo que temos como sobras mal dá para serenarmos um bocado! Contudo,

Deus está à nossa espera. À nossa escuta. Disponível para falar connosco. Como é possível vivermos a nossa liberdade nesta alienação de todos os dias? Deus, que nos criou livres, deseja-nos livres. Livres também para Ele. A Regra da MSM convida-nos a viver na terra em diálogo com Deus! Aliás é este um dos desafios da Páscoa: viver em Cristo ressuscitado. Sempre. Um esforço de cada dia. E de Todos os dias. Por isso, o MILES, a cada mês publicará o comentário à Regra que foi feito em cada um dos capítulos.

“Cristão que te preparas para esta Regra, liberta por um instante o teu espírito das preocupações terrestres e mergulha o teu olhar no mistério de Deus…” Prologo 3. Neste combate sem trégua nem descanso, vais ficar inerte correndo o risco de te deixares também tu, submergir pelas trevas? A vitória está ao teu alcance; o Senhor te diz: tende confiança, Eu venci o mundo1; e: a vitória que venceu o mundo é a nossa Fé2. Já que Cristo nosso Rei te escolheu, afasta para longe de ti toda a indolência ou tibieza, toda a apatia ou compromisso, lembrando-te que o Senhor vomita os tíbios3. Prepara-te pelo contrário a lutar virilmente, segundo o preceito do Apóstolo: tomai, portanto, a armadura de Deus para que possais resistir no dia mau, e ficar de pé4. E mais do que o inimigo já vencido, teme por ti esta condenação infamante: Maldito o que faz com moleza a obra do Senhor! Maldito o que recusa o sangue à sua espada5! 1 - Jo. XVI,33 2 - I Jo. V,4

Ao lermos estas palavras do prólogo da Regra da Militia Sanctae Mariae, facilmente somos confrontados com uma palavra que muitas vezes se repete: o COMBATE. Na realidade, a Regra da Militia é um apelo ao combate por Cristo pelo Seu Reino. A Regra da MSM que livremente decidimos seguir, empurra-nos a travar uma luta sem tréguas contra o mal e contra Satanás seu príncipe. Este apelo ao combate (que aparece cerca de 40 vezes na Rega) é realmente uma pertença natural da condição de Cristão. Na realidade, o Batismo que recebemos é a marca pela qual somos chamados a entrar nesta guerra, não sendo algo que um outro possa fazer em nosso lugar. Todos e cada um de nós temos a nossa quota parte de responsabilidade neste combate pelo Reino de Deus. Por outro lado, a condição de Cristão é um chamamento continuo ao combate, não pela força das armas, mas pelo exemplo, pelo perdão, pela caridade. Jesus, o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA, aquando da sua passagem pelo meio de nós mostrou-nos qual a forma de combater este bom combate: quando chegaram para o prender, “armados com espadas e varapaus”, mostrou-se sereno, calmo, dialogou… quando Pedro puxou da espada e cortou a orelha com criado do sumo sacerdote, Jesus mandou embainhar a espada e curou a orelha… quando todos se preparavam para apedrejar a pecadora, Jesus perdoou… e na cruz, quando estava prestes a chegar a sua hora terrena, Jesus não condenou ninguém, muito pelo contrário pediu ao Pai o perdão para aqueles que lhe tiravam a vida. A historia da Igreja é claramente marcada por um combate constante contra os inimigos da fé. O passado mostranos que muitos daqueles que nos antecederam travaram por certo grandes combates. Muitos tombaram em nome de Cristo… mas este combate não está terminado, e a Igreja de Jesus sofre todos os dias ataques ferozes. Se em tempos passados o combate se fazia pela força das armas, ceifando vidas, hoje em dia, o ataque é dissimulado; mas provavelmente muito mais feroz… muito mais forte… O passado recente mostra-nos que ser mártir não é uma coisa do passado porque o número daquele que morrem na defesa de Cristo não para de aumentar. Tal como vimos na liturgia do 5º Domingo, que se assinalou no passado fim-de-semana, na terra, somos chamados a ser sal e a luz. Somos chamados a deixar o conforto e o comodismo, para sermos o sal que dá sabor ao mundo e que testemunha a eternidade do projeto salvador de Deus; ao mesmo tempo, temos a responsabilidade de ser como que a ser uma luz que aponta no sentido das realidades eternas, que vence a escuridão do sofrimento, do egoísmo, do medo e que conduz ao encontro de um “Reino” de liberdade e de esperança. A vida cristã é, e será cada vez mais, uma vida de combate. É uma luta constante que tem por base a liberdade que nos foi dada e que nos permite no nosso dia-a-dia escolher a estrada tomar. O combate que somos chamados a travar reside na escolha de seguir o caminho fiel ao ensinamento divino.

3 - Apoc. III, 16 4 - Ef. VI, 13 5 - Jer. XLVIII, 10

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Que à semelhança de S. Paulo possamos ao chegar ao fim da nossa vida na terra afirmar tal como ele “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”, e dessa forma poderemos ter a certeza de que a nossa vida foi um encontro total com Cristo. Filipe Amorim


Em que consiste entao esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu

Fe e caridade: «Tambem nos devemos dar a vida pelos nossos irmaos» (1Jo 3, 16)

aproximar-Se de nós como

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O XXII DIA MUNDIAL DO DOENTE 2014

estrada (cf. Lc 10, 25-37).

1. Por ocasião do XXII Dia Mundial do Doente, que este ano tem como tema Fé e caridade: também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3, 16), dirijo-me de modo particular às pessoas doentes e a quantos lhes prestam assistência e cura. A Igreja reconhece em vós, queridos doentes, uma presença especial de Cristo sofredor. É assim: ao lado, aliás, dentro do nosso sofrimento está o de Jesus, que carrega connosco o seu peso e revela o seu sentido. Quando o Filho de Deus subiu à cruz destruiu a solidão do sofrimento e iluminou a sua escuridão. Desta forma somos postos diante do mistério do amor de Deus por nós, que nos infunde esperança e coragem: esperança, porque no desígnio de amor de Deus também a noite do sofrimento se abre à luz pascal; e coragem, para enfrentar qualquer adversidade em sua companhia, unidos a Ele. 2. O Filho de Deus feito homem não privou a experiência humana da doença e do sofrimento mas, assumindo -os em si, transformou-os e reduziu-os. Reduzidas porque já não têm a última palavra, que é ao contrário a vida nova em plenitude; transformados, porque em união com Cristo, de negativas podem tornar-se positivas. Jesus é o caminho, e com o seu Espírito podemos segui-lo. Como o Pai doou o Filho por amor, e o Filho se doou a si mesmo pelo mesmo amor, também nós podemos amar os outros como Deus nos amou, dando a vida pelos irmãos. A fé no Deus bom torna-se bondade, a fé em Cristo Crucificado torna-se força para amar até ao fim também os inimigos. A prova da fé autêntica em Cristo é o dom de si, o difundir-se do amor ao próximo, sobretudo por quem não o merece, por quantos sofrem, por quem é marginalizado. 3. Em virtude do Batismo e da Confirmação somos chamados a conformar-nos com Cristo, Bom Samaritano de todos os sofredores. «Nisto conhecemos o amor: no facto de que Ele deu a sua vida por nós; portanto, também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3, 16). Quando nos aproximamos com ternura daqueles que precisam de cura, levamos a esperança e o sorriso de Deus às contradições do mundo. Quando a dedicação generosa aos demais se torna estilo das nossas ações, damos lugar ao Coração de Cristo e por Ele somos aquecidos, oferecendo assim a nossa contribuição para o advento do Reino de Deus.

fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um mo-

4. Para crescer na ternura, na caridade respeitadora e delicada, temos um modelo cristão para o qual dirigir o olhar com segurança. É a Mãe de Jesus e nossa Mãe, atenta à voz de Deus e às necessidades e dificuldades dos seus filhos. Maria, estimulada pela misericórdia divina que nela se faz carne, esquece-se de si mesma e encaminha-se à pressa da Galileia para a Judeia a fim de encontrar e ajudar a sua prima Isabel; intercede junto do seu Filho nas bodas de Caná, quando falta o vinho da festa; leva no seu coração, ao longo da peregrinação da vida, as palavras do velho Simeão que lhe prenunciam uma espada que trespassará a sua alma, e com fortaleza permanece aos pés da Cruz de Jesus. Ela sabe como se percorre este caminho e por isso é a Mãe de todos os doentes e sofredores. A ela podemos recorrer confiantes com devoção filial, certos de que nos assistirá e não nos abandonará. É a Mãe do Crucificado Ressuscitado: permanece ao lado das nossas cruzes e acompanha-nos no caminho rumo à ressurreição e à vida plena. 5. São João, o discípulo que estava com Maria aos pés da Cruz, faz-nos ir às nascentes da fé e da caridade, ao coração de Deus que «é amor» (1 Jo 4, 8.16), e recorda-nos que não podemos amar a Deus se não amarmos os irmãos. Quem está aos pés da Cruz com Maria, aprende a amar como Jesus. A Cruz «é a certeza do amor fiel de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos confere a força para o carregar, entra também na morte para a vencer e nos salvar... A Cruz de Cristo convida-nos também a deixar-nos contagiar por este amor, ensina-nos a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo para quem sofre, para quem tem necessidade de ajuda» (Via-Sacra com os jovens, Rio de Janeiro, 26 de Julho de 2013).

mento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf. Rm 8, 29).

Confio este XXII Dia Mundial do Doente à intercessão de Maria, para que ajude as pessoas doentes a viver o próprio sofrimento em comunhão com Jesus Cristo, e ampare quantos deles se ocupam. A todos, doentes, agentes no campo da saúde e voluntários, concedo de coração a Bênção Apostólica. Vaticano, 6 de Dezembro de 2013.

(da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma2014)

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Província de S. Nuno de Santa Maria Por decisão do mestre da Milita Sanctæ Mariæ e do seu Conselho, foi criada em 15 de Agosto de 2013, a Província de S. Nuno de Santa Maria. Esta decisão baseia-se no facto de a anterior Província de Portugal ter passado a englobar os freires de Espanha e os cada vez mais numerosos brasileiros, além, como é lógico os portugueses. Não fazia, pois, sentido a Província chamar-se de Portugal.

Ao ter atribuído esta designação, o Mestre quis esbater as diferenças naturais que existem entre povos irmãos, mas diferentes e, simulta-

A MSM no Brasil Por incumbência do nosso Mestre, tive o enorme privilégio de ser seu representante para a recepção dos nossos primeiros freires brasileiros, 6 jovens promissores na tarefa que nos cabe: “alargar cá em baixo as fronteiras do Reino de Deus”. Assim, parti do Porto às 7 horas da manhã de 31 de Janeiro de 2014, num voo da TAP. Eram 18 horas, hora local (20 em Portugal) quando aterrei em S. Paulo e tive a imensa alegria de abraçar o Michel Pagiossi Silva e o Kleber de Barros. O seu sorriso abriu-me logo as portas da fraternidade sincera, alegre e típica da MSM. O nosso Irmão Kleber e sua Esposa, a Renata, fizeram questão de me convidar e acolher em sua casa. Com o Michel e o Bruno, tivemos um jantar excelente num ambiente de amizade fabuloso. Depois do jantar começámos a

trabalhar, preparando o dia seguinte, até cerca das 2 horas da manhã! O dia 1 de Fevereiro foi inesquecível. De manhã, reuni com todos os nossos noviços (seis) no salão nobre da paróquia de Santa Cecília, gentilmente cedido pelo pároco. Foram mais

de duas horas de franco e aberto debate, questões levantadas, curiosidades sobre a MSM. Os nossos candidatos, creio, ficaram muito satisfeitos e ainda mais interessados em fazer o seu compromisso na MSM na tarde desse dia. Depois foi um almoço simples e simpático num restaurante perto da igreja. Quando se terminou o almoço, rumámos para a paróquia de Santa Generosa. Aqui fomos acolhidos pelo respectivo Vigário, P. Fábio, que foi de uma excepcional atenção e disponibilidade. Convidado a participar no Capítulo que iria ter lugar a seguir, aceitou e ficou até ao fim, participando como já fosse nosso Capelão! O Capítulo começou com a leitura do 1º parágrafo do Prólogo e o Provincial fez o respectivo comentário, simples e, sobretudo, chamando a atenção dos presentes que escolher a MSM, é escolher um caminho difícil mas seguro para uma verdadeira mudança de estilo de vida, numa perspectiva de, todos os dias nos aperfeiçoarmos. Ser freire da MSM é estar sempre pronto para o combate pelo Reino de Deus, em nós e no mundo. O P. Fábio chamou a colação o facto de termos a obrigação da intransigência para com o mal e que a indiferença, nos cristãos, não é defensável. Terminada esta fase, que seguiu o nosso ritual na abertura, como Provincial recebi quatro Servos de Nossa Senhora, que haviam sido admitidos em 8.Dez.2013, via internet e que já deveriam ter sido admitidos como Freires de Armas tendo de imediato recebido dois postulantes como Freires de Armas. Encerrou-se o Capítulo, pois urgia prepararmo -nos para a Missa paroquial, na igreja de

neamente, dar-lhes como patrono o Santo cavaleiro que foi S. Nuno de Santa Maria, modelo de cidadão comprometido com o mundo e cristão sem medo, piedoso e servidor dos mais frágeis da sociedade, tal como deve ser aquele que recebeu o sacramental da “Benedictio novi militis”. Por indicação do Mestre, o Provincial criou um novo Preceptorado, com sede na cidade e Arquidiocese de S. Paulo (Brasil), tendo sido nomeado seu primeiro Preceptor o EscudeiroDonato Michel Pagiossi da Silva. Foto: Raul Narevicius

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Participação na Missa, em Igreja de Santa Generosa (S. Paulo)


Santa Generosa. Fez-se um rápido ensaio sobre o modo de entrar e estar na Missa. À entrada, a organista u um hino a Nossa Senhora da Conceição, cuja letra é do Provincial e música de Dr. Manuel Cardoso, músico português. Este hino foi muito bem acolhido. No início da Missa, o celebrante, P. Fábio, apresentou a MSM à sua comunidade. As leituras da Missa, da Apresentação do Senhor, foram feitas por três freires brasileiros. No final da homilia, recebi, como Provincial e mandatado pelo Mestre, quatro dos Freires de Armas como Escudeiros-Donatos, que emitiram os seus compromissos e receberam o manto cinzento, benzido anteriormente pelo celebrante. Terminada a Missa, dirigimo-nos para a sacristia onde agradecemos ao P. Fábio a sua amizade e fomos cumprimentados por muitas pessoas que quiseram conhecer-nos. À noite, uma Senhora activa nesta paróquia recebeu todos os membros da MSM presentes e alguns amigos, num jantar fraterno, amigo e muito divertido. Sentimo-nos em casa! Terminámos com júbilo esta jornada.

Foto: Raul Narevicius

No dia seguinte, dia 2, ainda houve tempo para um novo encontro na Missa e num almoço entre irmãos. Depois, foi o “ adeus”, com muitas saudades e lágrimas nos olhos de muitos… e partimos para o aeroporto. No final desta jornada, tão cansativa como bela, poderei dizer

com salmista:

Ecce quam bonum et jucundum habitare fratres in unum… (Salmo 132) Carlos Aguiar Gomes (Provincial)

“Ser freire da MSM é estar sempre pronto para o combate pelo Reino de Deus, em nós e no mundo”

Ecos do Brasil (1) Foi com imensa alegria que nos dias 31 de janeiro, 01 e 02 de fevereiro que a MSM oficialmente iniciou seus trabalhos no Brasil, quando o provincial, o senhor Carlos Aguiar, foi recebido pelos irmãos brasileiros. Vivendo um clima fraterno, os irmãos tiveram uma sequência árdua de trabalho e reuniões e que apontou os rumos da MSM no Brasil e foram recebidos seis freiresd´armas. Estes dias tiveram seu ápice na Santa Missa da Apresentação do Senhor, onde, em um clima solene e emocionante, foram recebidos os primeiros três escudeiros-donatos brasileiros. Michel Pagiossi (Preceptor do Preceptorado de S. Paulo, Brasil)

Foto: Raul Narevicius Admissão de 6 Freires de Armas (paróquia de Santa Generosa)

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Ecos do Brasil (2) O último dia 01 de fevereiro foi de muita honra e trabalho para os irmãos brasileiros. Honra porque acolheram, na família do freire Kleber e sua esposa Renata, o provincial Carlos Aguiar. Trabalho porque foram sucessivas reuniões e definições para o futuro da MSM no Brasil O primeiro evento foi um colóquio sobre a MSM no Brasil, na paróquia Santa Cecília, região central da cidade de São Paulo. Em seguida, na igreja de Santa Generosa, celebrou-se um Capítulo presidido pelo senhor provincial e tendo a presença do reverendo padre Fábio Fernandes. Ali, o provincial lembrou-lhe as exigências de se ser um verdadeiro cavaleiro, em seguida, foram recebidos seis irmãos brasileiros como freires-d´arma.

ma igreja. Na homilia, celebrava-se a “Apresentação do senhor”, o vigário, frisou o papel de vivermos seguindo a luz de Cristo. Esta terminada, os freires que já haviam cumprido o tempo necessário foram chamados pelo provincial ao Presbitério onde professaram que defenderiam a fé, vivendo a conversão dos costumes e tornaram-se os três primeiros escudeiros-donatos brasileiros. A Santa Missa prosseguiu, sendo celebrada com solenidade e piedade. Em seguida, houve um jantar festivo, onde os irmãos viveram em clima fraterno. Michel Pagiossi, (Preceptor do Preceptorado de S. Paulo, Brasil)

O coroamento dos trabalhos deu-se na missa celebrada na mes-

“o vigário paroquial, frisou o papel de vivermos seguindo a luz de Cristo…”

Foto: Raul Narevicius 1º Capítulo do Preceptorado de S. Paulo

Foto: Raul Narevicius

Foto: Raul Narevicius Caminhando para a profissão dos 3 Escudeiros-Donatos

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Bruno Farias recebe o manto de Escudeiro-Donato


O nosso padroeiro - S. Nuno de Santa Maria, o Santo Condestavel

BREVES Irma Aguiar comemora 100º aniversario A Irmã Aguiar, que é do nosso Corpo de Apoio Espiritual desde a fundação da MSM em Portugal ,

Em 6 de Março de 2006, os Bispos portugueses publicaram uma Nota Pastoral, que, com a devida autorização, a MSM editou, dedicada a assinalar a próxima canonização de D. Nuno Álvares Pereira que ocorreria a 26 de Abril desse ano. Esta Nota Pastoral tinha este título: “S. Nuno Álvares Pereira - exemplo heroico em tempo de crise” cujas últimas palavras são: “Os Bispos de Portugal propõem, portanto, aos homens e mulheres de hoje o exemplo da vida de Nuno Álvares Pereira, pautada pelos valores evangélicos, orientada pelo maior bem de todos, disponível para lutar pelos superiores interesses da Pátria, solícita por servir os mais desprotegidos e pobres. Assim seremos parte activa na construção de uma sociedade mais justa e fraterna que todos desejamos.” É um programa de vida tal como nos recomenda a Regra, a nossa Regra.

prios benefícios, um quadro de desemprego, de angústia e de pobreza que ameaçam as bases sobre as quais se organiza a sociedade. Neste contexto, o testemunho de vida de D. Nuno constituirá uma força de mudança em favor da justiça e da fraternidade, da promoção de estilos de vida mais sólidos e solidários e de iniciativas de partilha de bens….”

no dia do seu 100º aniversário ( 2.Nov. 2013 ).

Ao ser canonizado, D. Nuno Álvares Pereira, passou a ser modelo para a Igreja universal. De hoje e para o futuro. É este o Homem e o Santo que nós, na MSM, queremos imitar. É este o nosso sentir a cavalaria. A sua vida, neste tempo de crise global, é, tem de ser, inspiradora para quem não contenta nem se resigna á mediocridade, tal como foi a sua vida. Tal como nos pede a nossa Regra.

Desde o momento do seu reconhecimento, em Portugal, os freires portugueses decidiram adoptar como seu padroeiro celeste precisamente o Santo Condestável. Portanto, desde 1976 que estamos sob a sua protecção celeste. E procuramos imitálo como nos recomendam os Bispos de Portugal na Nota referida e na passagem citada.

Miles congratula-se com a

Desde 15 de Agosto deste ano, 2013, que S. Nuno é também Padroeiro da Província que engloba o Brasil, a Espanha e Portugal!

no da Europa. A participa-

efeméride e deseja mais anos de vida, com a alegria que esta doroteia tem irradiado toda a vida!

Congresso – S. Bento Patrono da Europa Realiza-se nos próximos dias 21 e 22 de março, o Congresso S. Bento, Patroção é gratuita, mas de inscrição obrigatória. O prazo para a inscrição termina em 28 de feverei-

Na realidade, S. Nuno é modelo, exemplo heróico em tempo de crise. Como nos recordam os Bispos portugueses:

ro, e pode ser feita para

“Vivemos em tempo de crise global, que tem origem num vazio de valores morais. O esbanjamento, a corrupção, a busca imparável do bemestar material, o relativismo que facilita o uso de todos os meios para alcançar os pró-

ga); no Hotel S. Bento (Rua

congresso@sbento.pt; nos Serviços Centrais da Arquidiocese (Rua de S. Domingos, 94 B, 4710-435 Bra1, n.º 99, 4845-026 Rio Caldo / 253 141 580 ou 965 525 386

Xilogravura da «Crónica do Condestrabre», na edição de 1554

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Codigo de Honra Cavaleiresca I - O Cavaleiro combate por Cristo e

COMO DEVE SER O CAVALEIRO DE SANTA MARIA

pelo Seu reino. II - O Cavaleiro serve a sua Dama a Virgem Maria. III - O Cavaleiro defende a Santa Igreja até ao sangue.

1. Aquele que entrou na Ordem de Santa Maria tomou a Cruz e fez a Cristo o sacrifício de sua, aceitando de antemão os combates, as contradições, as humilhações e a morte que o Senhor Jesus, no seu imenso amor para com todos os homens, se dignou tomar sobre Si e partilhar com os seus amigos. Recebe por lei o Código de Honra Cavaleiresca, expressão de sua absoluta fidelidade a Deus: I - O Cavaleiro combate por Cristo e pelo Seu reino.

IV - O Cavaleiro mantém as tradições dos seus antepassados. V - O Cavaleiro combate pela Justiça, pela Ordem Cristã e pela Paz. VI - O Cavaleiro trava contra o mundo

II - O Cavaleiro serve a sua Dama a Virgem Maria. III - O Cavaleiro defende a Santa Igreja até ao sangue. IV - O Cavaleiro mantém as tradições dos seus antepassados. V - O Cavaleiro combate pela Justiça, pela Ordem Cristã e pela Paz.

e o seu Príncipe uma guerra sem

VI - O Cavaleiro trava contra o mundo e o seu Príncipe uma guerra sem trégua nem descanso.

trégua nem descanso.

VII - O Cavaleiro honra e protege os pobres, os fracos os deserdados.

VII - O Cavaleiro honra e protege os

VIII - O Cavaleiro despreza o dinheiro e os poderes deste mundo.

pobres, os fracos os deserdados. VIII - O Cavaleiro despreza o dinheiro

IX - O Cavaleiro é humilde, magnânimo e leal. X - O Cavaleiro é puro e cortês, ardente e fiel.

e os poderes deste mundo. IX - O Cavaleiro é humilde, magnânimo e leal. X - O Cavaleiro é puro e cortês, ardente e fiel.

FICHA TECNICA Título: MILES Director: Filipe Amorim Propriedade: Militia Sanctae Mariae Periodicidade: Mensal ISSN: 1646-9313 Tiragem: 1000 exemplares Deposito Legal: 27363/08

MILITIA SANCTÆ MARIÆ Rua de Guadalupe, n.º 73 4700-298 BRAGA Telefone: 256 611 609 Email: geral@msm-portugal.org www.msm-portugal.org

Foto: Raul Narevicius

2. Segundo a conceção de S. Bernardo, o Cavaleiro de Santa Maria é soldado de Deus: une à vida contemplativa a vida ativa para travar com os inimigos de Cristo o duplo combate, sobrenatural e natural, e derrotá-los no duplo combate. 3. Soldado, ele é o primeiro no sentido do Bonus Miles Christi Jesu. Deve trazer junto de si a decisão de não recuar, como os primeiros cristãos, em face ao paganismo, pois que se trata para ele de mudar a vida no mundo e à face dum mundo que renegou Cristo. A fé em Cristo na fidelidade à Igreja é o rochedo inabalável sobre o qual se apoia não uma fé mutilada, anêmica, edulcorada, mas uma fé em toda a sua integridade, pureza e vigor. A sua primeira vitória, deve-a obter sobre si mesmo por uma verdadeira conversão; o seu primeiro objetivo, é a conquista de si mesmo. Então, mas só então, pode atacar diretamente os inimigos visíveis da Igreja e da Cristandade, com a certeza de vencer. (CONTINUA)...


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